Catálogo Exposição Modernistas

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Catálogo projetado pela Fonte Design para divulgação e registro da Exposição Modernistas: a semana de 1922em reflexão, promovido pela Galeria de Arte André.

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galeria de arte andré

abertura dia 3 de abril, às 20hde 3 a 28 de abril de 2012

a semana de 1922 em reflexãomodernistas

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modernistas, 90 anos. a semana de 1922 em reflexão.

oficialmente o movimento modernista irrompe, no brasil, com a semana de arte moderna realizada no teatro municipal de são paulo, apresentando novas ideias artísticas. a “nova” poesia através da declamação. a “nova” música por meio de concertos. a “nova” arte plástica exibida em telas, esculturas e ma-quetes de arquitetura. o adjetivo “novo”, marcando todas estas manifestações, propunha algo a ser recebido com curiosidade ou interesse.

logo após a realização da semana, alguns artistas fundamentais que dela participaram acabaram voltando para a europa (ou indo pela primeira vez, no caso de di cavalcanti), dificultando a continuidade do processo que se iniciara. por outro lado, outros artistas igualmente importantes chegavam após estudos no continente, como tarsila do amaral, um dos grandes pilares do modernismo brasileiro.

não resta dúvida que a semana integrou grandes personalidades da cultura da época e pode ser considerada importante marco do modernismo brasileiro, com sua intenção nitidamente antiacadêmica. além disso, discute-se o “modernismo” das obras de artes plásticas que apresentavam várias tendências distintas e talvez não tivessem tantos elementos de ruptura quanto seus autores e os idealizadores da semana pretendiam. mas a sua atual importância deve ser comemorada e dessa forma idealizamos uma mostra para desenvolver uma compreensão hoje, do que eles fizeram no passado. separamos o espaço entre a primeira e a segunda geração de artistas plásticos modernistas e tentamos dar uma real ligação da literatura, arquitetura e música, através de bate-papos com críticos e complementando com um concerto intimista com a obra de villa lobos e de seus seguidores.

em um primeiro plano modernista trazemos tarsila do amaral com uma água forte e um desenho, ambos sobre papel, que demonstram a singela personalidade desta artista de cores e traços fortes. anita malfatti está presente com a fazendinha, que representa exatamente a forma como ela queria pintar, uma pintura simples, facilmente compreendida por todos. já di cavalcanti foi o furacão da semana. as telas desta exposição contêm todas as formas as quais di gostava de pintar, com influência do cubismo e os temas brasileiros em todas elas.

victor brecheret está bem representado com obras da década de vinte como a madona de 1924, cabeça de tocadora de guitarra da mesma década

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modernistas, 90 anos. a semana de 1922 em reflexão.

e a peça ídolo que participou da semana. barca é um dos estudos para o monumento às bandeiras. além de desenhos a nanquim e tinta china com estudos preciosíssimos dos anos 1941 e 1950. vicente do rego monteiro, artista múltiplo, coloca sensação de volume em suas obras e suas telas na exposição mostram bem a característica de sua pintura que apresenta forte influência do cubismo. antônio gomide aparece com estudos para estamparia, aquarelas que são de 1920 e traduzem a fase inicial de sua carreira. a aquarela de cícero dias exposta nesta homenagem é uma delicada e sutil explosão de cores e mostra uma leveza e uma delicadeza pertinentes à técnica.

já no que diz respeito à 2ª geração de modernistas apresentamos uma seleção vasta e rica. pancetti está representado por uma paisagem que é uma de suas temáticas preferidas, feito com pinceladas lisas e batidas. guignard está presente com são sebastião, tela dos anos 60 de tema religioso, muito comum em sua produção e como toda sua obra, tem o desenho como base predominante. portinari sempre se preocupou com as questões sociais do brasil assim como mostra o grafite borracha. ainda temos telas dos anos 20 e dos anos 40 e pode-se verificar nelas o que sempre quis passar em suas pinturas, o sentimento. é nítida a mudança na obra de bonadei observando as telas escolhidas. seu aprendizado acadêmico pode ser visto em retrato feminino e nos óleos dos anos 60 é possível observar sua mudança de direção para a simplificação dos traços e para o abstracionismo. clóvis graciano sempre com seu figurativismo impecável e no óleo músicos, de 1972, retrata uma de suas temáticas preferidas tanto nas telas como nos murais. já pennacchi, figurativo que pintava com grande poesia as pessoas simples, do campo, caboclos e pessoas do povo, tem na mostra uma representação do que há de mais genuíno em seu trabalho. carlos scliar sempre inovou em sua criação. gostava de pesquisar técnicas diferentes, têmpera, acrílico, artes gráficas e colagens. as obras expostas têm a utilização de colagens, técnica muito representativa em sua obra.

nos anos 20 artistas de diversas frentes, literatura, arquitetura, artes plásticas e música, negavam a arte acadêmica, influenciados pelas tendências e movimentos como o cubismo, o expressionismo e diversas ramificações pós-impressionistas. hoje a arte brasileira é uma mescla destes movimentos e tem sua personalidade definida em todos os segmentos artísticos.

nossa homenagem a estes artistas corajosos que enfrentaram vaias e indignação para poderem reinventar a arte brasileira e modernizar a forma de expressão artística em todos os moldes é mais do que justa, moderna, reflexiva.

sônia skroski

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palestras

03 de abril 19h00 palestra “o espírito moderno” por kátia canton20h00 abertura da mostra21h00 concerto “raízes e frutos modernistas” com o quarteto pererê

26 de abril 19h00 palestra “modernismo ontem e hoje: o caso da arquitetura” por guilherme wisnick20h30 palestra “o modernismo na literatura brasileira” por rita alves

28 de abril14h00 término da exposição

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guilherme wisnikarquiteto e ensaísta. professor da escola da cidade, formado pela fau-usp, mes-tre em história social pela fflch-usp e doutorando pela fau-usp. autor de lucio costa, caetano veloso e estado crítico: à deriva nas cidades e organizador do volume 54 da revista espanhola 2g sobre a obra de vilanova artigas. autor do ensaio “modernidade congênita”, em arquitetura moderna brasileira e “hipó-teses acerca da relação entre a obra de álvaro siza e o brasil”, em álvaro siza modern redux. é colaborador do jornal folha de são paulo, e curador do proje-to de arte pública margem (2010), pelo itaú cultural.

kátia cantonjornalista, crítica de arte, curadora e professora associada do museu de arte contemporânea da usp na divisão de arte e educação. mestre e phd em artes interdisciplinares pela new york university e livre-docente em teoria e crítica de artes pela eca usp. docente do programa de pós-graduação interunidades em estética e história da arte da usp. foi chefe da divisão de exposições temporá-rias, da divisão de curadoria e da divisão de arte e educação do museu de arte contemporânea da usp.

quarteto pererêformado a partir das comemorações dos 80 anos da semana de arte moder-na dedica-se à música instrumental brasileira. inspira-se no saci pererê, uma confluência dos mitos brasílicos fixada no imaginário e na cultura popular, que resulta em uma sonoridade imaginativa e alegórica. gravaram dois álbuns independentes, ebulição de 2004 e balaio de 2009. o repertório tem compo-sições a oito mãos, arranjos e inventivas, unindo “tradição e modernidade” na poética musical brasileira. composto por alessandro ferreira (violão de sete cordas), edson tadeu (gaita), francisco andrade (viola caipira e violão) e tchelo nunes (violino).

rita alvesformada em letras e estudos socias e pós graduação em gestão de patrimô-nio histórico e cultural e extensão em literatura comparada e crítica literária na usp. membro fundadora do instituto orlando villas boas. foi diretora de comunicação da g-onze (organização para o desenvolvimento da arte e da cultura). está preparando o processo de tombamento da alvorada, manifes-tação cultural do morro da mangueira, rj e também o processo de criação do memorial iconográfico da música brasileira. coordena a organização dos livros de mário luiz thompson.

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raízes

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raízes

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anita malfatti

“tomei a liberdade de pintar ao meu modo.”

nasceu em são paulo, sp em 1889. faleceu em são paulo, sp em 1964.

sua pintura foi o estopim da van-guarda do modernismo brasileiro. já em 1917 uma mostra com 53 de seus mais arrojados trabalhos cho-caram a provinciana e acadêmica são paulo. era expressionista antes de saber o que significava o termo. a pintura de anita parece estar em um eterno descompasso com sua cidade. a são paulo cosmopolita se constrange ao observar as telas toscas, adocicadas e falsamente in-gênuas que passa a produzir após a fase modernista. depois de pintar obras como “o homem amarelo”, “a boba” e “mulher de cabelos ver-des”, não quer mais ser vanguarda, nem acadêmica. quer uma pintura simples, facilmente compreendida por todos.

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[1] a fazendinha, 65 x 92 cm, óleo sobre tela, s/d

[1]

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antônio gomide

nasceu em itapetininga, sp em 1895. faleceu em ubatuba, sp em 1967.

pesquisador aplicado, artista engajado, pintor, desenhista, gravador, escultor e professor de artes plásticas. moran-do em paris antes de 22, teve contato com artistas de vanguarda européia e acompanhou as tendências locais da época como o cubismo e a art déco. de volta ao brasil nos anos 20, apro-ximou-se do movimento de renovação das artes plásticas. esta aproximação marca a fase de readaptação aos ce-nários brasileiros e a ruptura no estilo vanguardista parisiense. chegou a pro-duzir obras com características diferen-tes ao mesmo tempo. outra fase que marcou a vida do artista foi quando se empenhou em registrar a cultura po-pular, seus sambas e suas macumbas. a inspiração cubista do trabalho inicial de gomide se opõe às fases posterio-res, caracterizadas por uma abordagem mais espontânea e por um repertório mais diversificado.

“a seriedade votiva, o amor adornante que alimenta pela sua arte, faz dele um místico da pintura.”

mário de andrade

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[2] composição geométrica I, 16,3 x 11 cm, aquarela sobre papel, déc. 20[3] composição geométrica II, 17,5 x 17,5 cm, aquarela sobre papel, 1922

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cícero dias

“eu pinto pernambuco, eu pinto o recife, eu pinto os canaviais e o

verde do mar de recife.”

nasceu em escada, pe em 1907. fa-leceu em paris, na frança em 2003.

segundo flávio de aquino, a arte de cícero dias nos prova que “a pin-tura pode perfeitamente expressar um profundo sentimento de vida e de movimento, tem intenso senti-do orgânico, sem recorrer às for-mas da nossa realidade quotidiana. ao primeiro contato com esta arte alegre e violeta o espectador sente imediatamente uma explosão de cor e, logo após, um subseqüente sentimento de vida”. nos anos 20 sua obra era composta de dese-nhos e aquarelas, todos com uma leveza e delicadeza de efeito que a pintura a óleo não conseguia dar. já nos anos 30 volta-se à tradição pernambucana com a paisagem rural alternando-se à paisagem urbana de recife e olinda. em sua vida madura suas figuras são sub-metidas a uma simplificação geo-métrica que lembra o cubismo de braque e picasso.

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[4] mulher com flores, 35 x 25 cm, aquarela sobre papel, 1932

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emiliano di cavalcanti

“criar é acima de tudo dar substância ideal ao que existe!”

nasceu no rio de janeiro, rj em 1897. fale-ceu no rio de janeiro, rj em 1976.

foi autodidata e pioneiro da arte moderna no brasil. seus primeiros trabalhos foram influenciados por aubrey beardsley e pelo art noveau. amigo de mário de andrade e oswald de andrade, teve um papel central na semana de arte moderna de 1922, ex-pondo 12 pinturas, criando o catálogo e o programa do evento. em seu livro “viagem de minha vida – testamento da alvorada”, di assinala que foi o idealizador da semana de arte moderna e que teve a semana de deauville, na frança, como modelo. assim ele sugeriu a paulo prado a realização de “uma semana de escândalos literários e artísticos de meter estribos na burguesia-zinha paulistana”. com estilo artístico mar-cado pela influência do expressionismo, cubismo e dos muralistas mexicanos como diego rivera, abordou temas tipicamente brasileiros como o samba, festas popula-res, operários e favelas, utilizando as cores do brasil em suas obras, em conjunto com toques de sentimentos e expressões mar-cantes dos personagens retratados.

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[5] carnaval, 73 x 54 cm, óleo sobre tela, 1973

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[6] garrafas, potes, cubos e cadeira, 82 x 100 cm, óleo sobre tela, 1964[7] muro e mulatas, 53 x 73 cm, óleo sobre tela, déc. 50

[8] tourada, 27 x 41 cm, óleo sobre tela, s/d

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vicente do rego monteiro

“a vida é tudo o que tenho. a vida e somente a vida. é sobre ela que estou

construindo a minha obra.”

nasceu em recife, pe em 1889. fa-leceu em são paulo, sp em 1964.

foi um aliado das ideias da semana de 22 juntamente com mário de an-drade e di cavalcanti. expôs 10 telas durante a semana. desde 1920 sua pintura teve linguagem contempo-rânea, além de elementos resultan-tes da pesquisa da temática indíge-na brasileira. seus quadros utilizam imagens mitológicas, de conteúdo mágico ou sagrado, que se mistu-ram com tradições da arte pernam-bucana, barroca, marajoara, além de apresentarem forte influência do cubismo da escola de paris. artista múltiplo sempre deu mais atenção aos temas nacionais sem seguir prerrogativas e sim seu próprio instinto. as características de sua arte são a plasticidade, a sensação volumétrica que se desprende dos planos, a textura quase imaterial, o forte desenho esquematizado e a ciência da composição.

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[9] os frades franciscanos, 79 x 71 cm, óleo sobre tela, déc. 60

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[10] sem título, 80 x 110 cm, óleo sobre tela, déc. 60[11] menino e ovelha, 46 x 55 cm, óleo diluído sobre cartão, s/d

[12] vaso de flores, 67 x 49,5 cm, pintura sobre cartão, s/d

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victor brecheret

— o que você seria caso não fosse um artista? — “nada.”

nasceu em farnese di castro, itália em 1894. faleceu em são paulo, sp em 1955.

o escultor teve papel diferenciado e fundamental no modernismo brasileiro. além disso, se destacou nos anos 20 e 30 como artista da escola de paris e nas décadas de 40 e 50 no cenário artístico de são paulo, com monumentos pú-blicos, funerários e decorativos de fachadas, como o “monumento às bandeiras”, hoje um dos símbolos da cidade. na década de 40 intro-duziu elementos brasileiros em sua obra, interessado na arte indígena. as peças escultóricas aproximam--se da abstração, formas essenciais, primitivas, com um torneado rústi-co, caracterizando a fase de matu-ridade do artista, esculturas quase abstratas em suas deformações e encadeamento orgânico de volu-mes. foi consagrado o melhor es-cultor nacional na 1ª bienal de são paulo, em 51.

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[13] madona, 34 x 24,5 x 9 cm, bronze polido, 1924[14] o beijo, 30 x 25 x 10 cm, bronze polido, s/d[15] tocadora de guitarra, 89 x 45 x 16,5 cm, bronze polido, 1927

[13]

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[16] cabeça de tocadora de guitarra, 33 x 31 x 12,5 cm, bronze patinado, déc. 20 [17] ídolo, 35 x 48 x 24 cm, bronze patinado, 1922[18] barca, 31 x 110 x 9 cm, bronze patinado, déc. 10/20

[17]

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tarsila do amaral

“quero ser uma pintora da minha terra.”

nasceu em capivari, sp em 1886. faleceu em são paulo, sp em 1973.

suas obras, de cores intensas e te-mas regionais, seguiam o conceito nacionalista do modernismo. em 1928, pintou como presente de aniversário para oswald o “abapo-ru” – homem que come, em tupi. o quadro mostra uma figura solitária de pés imensos, sentada sobre uma planície verde, com o braço dobra-do repousando no joelho e a mão sustentando o peso de uma minús-cula cabeça. pintora e desenhista, foi uma das figuras centrais da pin-tura brasileira e da primeira fase do movimento modernista brasileiro. foi influenciada pelo cubismo no início de carreira e na fase antro-pofágica deixou-se influenciar pelo surrealismo.

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[19] louvor à natureza, 15,9 x 23 cm, água forte sobre papel, 1971[20] paisagem com 3 casas e cactos à direita, 7,8 x 12,4 cm, tinta esferográfica sobre papel, 1971

[20]

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frutos

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frutos

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alberto da veiga guignard

“minha profissão como artista requereu muito exercício, boa vontade e principalmente uma

grande tenacidade. sem isto nada se faz.”

nasceu em nova friburgo, rj em 1896. faleceu em belo horizonte, mg em 1962.

sua produção compreende paisa-gens, retratos, pinturas de gênero e de temática religiosa. tinha um desenho insinuante e grácil, que possuía importância ascendente em relação à cor. os métodos apli-cados por guignard causaram gran-de repercussão, atraindo muitos alunos, hoje artistas consagrados, que ansiavam por uma linguagem anticonvencional, provocando rea-ções bruscas por parte dos profes-sores e alunos que ainda estavam arraigados aos moldes acadêmicos julgados então ultrapassados. guig-nard amava, mesmo, as montanhas de minas gerais, seu céu e suas co-res, as manchas nos muros e o seu povo. colaborou para a formação de artistas que romperam com a linguagem acadêmica e ajudou a consolidar o modernismo nas artes plásticas em minas.

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[21] são sebastião, 49 x 30 cm, óleo sobre tela, 1961

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aldo bonadei

“não se poderia imaginar um artista plenamente satisfeito ou também que o mesmo ao começar um

quadro saiba como esse vá terminar. há o imprevisto.”

nasceu em são paulo, sp em 1906. fa-leceu em são paulo, sp em 1974.

considerado pioneiro da arte abstrata no brasil, já na década de 40 seu tra-balho apresentava certas característi-cas subjetivas atribuídas à influência que a música trouxe para a sua pin-tura. seu aprendizado foi acadêmico, mas caminhou rumo à simplificação de seus planos pictóricos, absorven-do os exemplos de cézanne e de um cubismo moderado. concentrou-se em alguns temas, como paisagens, nature-zas mortas e flores. sua liberdade cria-tiva porém o leva por caminhos muito variados e sempre pessoais, com uma palheta pictórica que alcança por ve-zes alturas cromáticas muito intensas. suas experimentações no campo da abstração expressam por sua vez uma constante tensão entre uma represen-tação figurativa lírica e uma racionali-dade muito subjetiva, operando assim em um só artista uma multiplicidade de forças expressivas em permanente elaboração.

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[22] retrato feminino, 85,5 x 75 cm, óleo sobre tela, 1943

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[23] sem título, 93 x 73 cm, óleo sobre tela, 1964[24] sem título, 25 x 35 cm, óleo sobre cartão sobre placa, 1966

[24]

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cândido portinari

“o alvo da minha pintura é o sentimento. para mim, a técnica é meramente um meio.

porém, um meio indispensável.”

nasceu em brodowski, sp em 1903. faleceu no rio de janeiro, rj em 1962.

retratou questões sociais do brasil e utilizou alguns elementos artísti-cos da arte moderna européia. suas obras de arte refletem influências do surrealismo, cubismo e da arte dos muralistas mexicanos. sua arte figu-rativa valorizou as tradições da pintu-ra. companheiro de poetas, escrito-res, jornalistas e diplomatas, portinari participou da elite intelectual brasilei-ra numa época em que se verificava uma notável mudança da atitude es-tética e na cultura do país, os tempos de arte moderna. sempre preocupa-do em caracterizar o tipo brasileiro, retratou a vida rural brasileira, a tra-gédia das migrações nordestinas e o trabalho duro nos portos. um dos artistas brasileiros mais reconheci-dos popularmente, é autor de quase cinco mil obras, entre elas os painéis “guerra e paz” da sede da onu em nova york e o mural da biblioteca do congresso em washington.

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[25] marinha, 23,5 x 33 cm, óleo sobre cartão, 1927

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[26] borracha, 30,9 x 43,1 cm, grafite sobre papel, 1948[27] antúrios, 60 x 74 cm, óleo sobre tela, 1944

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carlos scliar

“gostaria que meus quadros incutissem esperança e força a todos.”

nasceu em santa maria, rs em 1920. faleceu no rio de janeiro, rj em 2001.

foi desenhista, gravurista, pintor, ilustrador, cenógrafo, roteirista e designer gráfico. gravurista por opção apaixonou-se pela serigra-fia, em cuja técnica desenvolveu várias séries. aliás, uma das im-portantes características de carlos scliar era a sua capacidade de ino-var, buscando novos materiais que lhe servissem de base e técnicas as mais variadas, desde têmpera até o acrílico, passando pelas artes gráfi-cas. pintou quadros, mas também fez murais e até ilustrou vários bi-lhetes da loteria federal. scliar tra-balhava incessantemente. como temas recorrentes pintava retratos, marinhas, paisagens e naturezas--mortas, caminhando do figura-tivismo para uma abstração cada vez maior, principalmente em seus últimos 25 anos de carreira.

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[28] garrafa, bule e flores, 75 x 55 cm, vinil e colagem encerados sobre tela, 1986

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clóvis graciano

nasceu em araras, sp em 1907. faleceu em são paulo, sp em 1988.

pintor, desenhista, cenógrafo, grava-dor, ilustrador. a partir dos anos 50 dedicou-se principalmente à pintura de murais. ao longo de sua carreira per-maneceu fiel ao figurativismo, nunca tendo sentido a sedução pelo abstra-cionismo. tratou constantemente de temas sociais, como o dos retirantes, além de temas de músicos e de dança. executou cerca de 120 painéis inspira-dos em episódios da história paulista. seus quadros são quase sempre muito simples na intencionalidade da expres-são estética. fez “retrato de tarsila”, homenagem a uma das pioneiras da pintura moderna brasileira, utilizando o rosa e o azul, que tarsila chamava de suas “cores caipiras”. graciano é um dos grandes mestres da pintura brasi-leira e usou uma temática que coloca-va em primeiro plano músicos e a sua terra com uma grande leveza poética.

“é uma forma de levar a arte ao povo, de imortalizar momentos históricos, de maneira a que todos tenham

possibilidades de vê-los. a tela pertence a uma minoria. o painel a todos quantos queiram vê-lo.”

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[29] músicos, 82 x 60,5 cm, óleo sobre tela, 1972

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fulvio pennacchi

“eu adoro figuras, principalmente se retratam homens do campo, nossos caboclos, essa gente simples e

ingênua, eles movimentam cada tela, acho mesmo que o lado humano é básico na arte.”

nasceu na toscana, itália em 1905. fale-ceu em são paulo, sp em 1992.

pintor, ceramista e professor, fixou-se em são paulo em 1929. de sólida formação artística e conhecedor de várias técnicas, não se deixou influenciar pelas diversas correntes da história da arte, mantendo--se fiel ao figurativismo. autodidata na pintura em afresco e em cerâmica foi con-siderado um grande muralista. executou diversos painéis para residências particu-lares, prédios oficiais e igrejas, registrando temas religiosos e temas ligados ao seu novo mundo. todos os murais realizados até 1939 eram feitos a óleo, a partir dos anos 40 ele empregou exclusivamente a velha técnica do afresco. a temática de pennacchi divide-se entre temas sacros, que pinta com grande rigor na marcação das figuras, e cenas e pessoas do povo, que trabalha com maior liberdade. cons-truiu obras de imensa riqueza poéticas, de uma singeleza raras vezes observada.

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[30] sem título, 30 x 40 cm, óleo sobre duratex, 1985[31] sem título, 30 x 20 cm, óleo sobre duratex, 1986

[30]

[31]

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josé pancetti

“tudo que pinto é com amor. só sei pintar com amor.”

nasceu em campinas, sp em 1902. faleceu no rio de janeiro, rj em 1958.

pintor brasileiro, considerado um dos maiores paisagistas modernos no brasil. os temas característicos de suas obras são as naturezas--mortas, os retratos, as paisagens e as marinhas que é o tema mais conhecido de suas pinturas. ini-cialmente elas foram elaboradas de forma analítica, em pinceladas lisas e batidas e organizadas em planos geométricos, sem ondas e sem vento, tornam-se, com o tem-po, mais limpas e, por fim, beiram a abstração, reduzidas à areia, à luz e ao mar. suas obras têm uma at-mosfera onírica, não raro revelada através de tons de azul melancó-licos, tratados por pancetti com o rigor de um grande colorista. foi um pintor natural, que conseguiu captar tudo ao seu redor com um colorido sedutor.

Page 49: Catálogo Exposição Modernistas

[32] paisagem, 27,5 x 12,5 cm, óleo sobre tela, s/d

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sônia skroski

juliana blau

audrey prendergast

lucia elena prianti

alan teixeira

rômulo fialdini

adriana cintra

fonte design

printcrom

james lisboa

sandra brecheret

silvia de souza

tarsila do amaral

curadoria

coordenação

apoio

fotos

revisão

projeto gráfico

impressão

agradecimentos

rua estados unidos 2280 são paulo sp brasil

tel. (11) 3081.6664 | 3081.9697 | 3083.4887

[email protected]

www.galeriandre.com.br

este catálogo foi composto nas fontes futuresque e

frutiger. na capa, reproduz-se a imagem de autoria

de di cavalcanti utilizada no catálogo da semana

de arte moderna de 1922. o projeto gráfico adotou

como padrão o uso de caracteres minúsculos em

todos os textos, sendo os caracteres originalmente

maiúsculos coloridos em vermelho. foram impressos

6200 exemplares em março de 2012.

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