Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

16
Caso Clínico INFARTO HEMORRÁGICO PERIVENTRICULAR Benvinda Morais (Cabo Verde), Paulo Margotto (Brasil). Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF www.paulomargotto.com.br [email protected] Introdução Apesar dos grandes avanços no cuidado perinatal, o Infarto Hemorrágico Periventricular (IHP) permanece como uma das mais importantes complicações neurológica da prematuridade. O IHP é uma complicação da hemorragia da matriz germinativa e tem sido associada com significante prognóstico neurocomportamental adverso. O IHP tem sido considerado a mais severa forma de hemorragia na matriz germinativa, tendo sido chamado por outros de hemorragia grau IV. Apresentamos um caso de um recém nascido de 26 semanas, no qual foi detectado IHP no 4º dia de vida, após quadro de instabilidade hemodinâmica e pneumoperitônio. Relato do caso Mãe 36 anos, GIP0, IG-26S+2d Cesariana de emergência por causa materna (Doença específica da gravidez com centralização fetal + insuficiência cardíaca e derrame pleural). Sem uso de corticosteróide pré-natal Sexo Masculino, peso-720grs, Índice de Apgar de 8/8 Surfactante com 20min de vida. Evoluiu clínica e hemodinamicamente estável. Ecografia transfontanelar (ETF) no 1º dia de vida- Hiperecogenicidade bilateral.

Transcript of Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

Page 1: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

Caso Clínico

INFARTO HEMORRÁGICO PERIVENTRICULARBenvinda Morais (Cabo Verde), Paulo Margotto (Brasil).

Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF

www.paulomargotto.com.br

[email protected]

Introdução

Apesar dos grandes avanços no cuidado perinatal, o Infarto Hemorrágico Periventricular (IHP) permanece como uma das mais importantes complicações neurológica da prematuridade.

O IHP é uma complicação da hemorragia da matriz germinativa e tem sido associada com significante prognóstico neurocomportamental adverso. O IHP tem sido considerado a mais severa forma de hemorragia na matriz germinativa, tendo sido chamado por outros de hemorragia grau IV.

Apresentamos um caso de um recém nascido de 26 semanas, no qual foi detectado IHP no 4º dia de vida, após quadro de instabilidade hemodinâmica e pneumoperitônio.

Relato do caso

Mãe 36 anos, GIP0, IG-26S+2d

Cesariana de emergência por causa materna (Doença específica da gravidez com centralização fetal + insuficiência cardíaca e derrame pleural).

Sem uso de corticosteróide pré-natal

Sexo Masculino, peso-720grs, Índice de Apgar de 8/8

Surfactante com 20min de vida.

Evoluiu clínica e hemodinamicamente estável.

Ecografia transfontanelar (ETF) no 1º dia de vida- Hiperecogenicidade bilateral.

4º dia de vida – Instabilidade hemodinâmica , bradicardia mantida, hemorragia pulmonar grave, acidose metabólica e distensão abdominal.

RX- “pulmão branco” bilateral e pneumoperitômio.

ETF no 4º dia - Hemorragia intraventricular grau III bilateral e IHP à direita (Figura 1.A-corte coronal e B-corte sagital).

A B

Page 2: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

ETF no 13º dia de vida – Dilatação biventricular com coágulo de coalescência . (Figura 2)

Figura 2

ETF no 20º dia de vida – Hidrocéfalo pós hemorrágico com presença de coágulos em coalescência(Figura 3)

Figura 3

Recém-nascido evoluiu grave, dependente do respirador, com quadro de sepse, falecendo aos 28 dias de vida. Não foi autorizada autópsia.

Nota: Correspondência entre os achados ultra-sonográficos de IHP e a peça anatômica de outro recém-nascido(Dr. Paulo R. Margotto)

RN de VVS. Reg. 070982-2. Peso ao nascer de 710g, idade gestacional de 26 semanas. Apresentou doença da membrana hialina, sepses, insuficiência renal. Faleceu com 11 dias de vida. US realizada com 4 dias de vida, evidenciando hemorragia intraventricular grau III bilateral com hiperecogenicidade periventricular à esquerda (infarto hemorrágico periventricular). Abaixo, os corte cerebrais evidenciando a hemorragia intraventricular e o infarto hemorrágico à esquerda.

Page 3: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

Discussão

A Hemorragia Intraventricular normalmente é secundária á imaturidade dos vasos da matriz germinativa e encontra-se associada a alterações do fluxo sanguíneo cerebral. Classifica-se em Hemorragia Graus I, II, III. A principal conseqüência da hemorragia intraventricular é a dilatação ventricular. A severidade da hemorragia da hemorragia intraventricular é o determinante mais crítico da probabilidade do recém nascido apresentar dilatação ventricular. Na hemorragia moderada o início da dilatação ventricular ocorre após 2 a 3 semanas e a probabilidade de resolução espontânea é alta. O mecanismo de hidrocéfalo pós-hemorrágico relaciona-se em parte com a taxa de progressão e o tempo. Quando a hemorragia é maciça, haverá uma rápida distensão ventricular e aumento da pressão intracraniana, podendo a dilatação ventricular ocorrer em dias, sendo a probabilidade de resolução espontânea muito baixa.

Com base nos critérios clínicos, Allan e Philip (1985), determinaram “ um ponto de corte” ao ultra-som (corte sagital), para direcionar uma eventual intervenção: 15mm. Uma medida superior a 15mm, requer monitorização rigorosa. Na UTI Neonatal do HRAS, todo o recém-nascido com dilatação ventricular pós-hemorrágica, que ultrapassa 15 mm, é encaminhado para avaliação e seguimento pela neurocirurgia, visando eventual derivação se necessário.

A ecografia transfontanelar é a maior técnica de imagem do cérebro neonatal, usada ao lado do leito. A realização de ecografias seriadas, nos recém-nascidos com hemorragia intraventricular, mostra com clareza, que nem todos os que desenvolvem dilatação ventricular, evoluirão para hidrocéfalo pós-hemorrágico.

A ocorrência de obstrução da veia terminal ipsilateral á hemorragia intraventricular, origina-se o IHP, também denominado por alguns “ Hemorragia grau IV” (a mais severa forma de hemorragia na matriz germinativa). Figura 4.

Figura 4. Em A, infarto hemorrágico periventricular com hemorragia intraventricular (corte coronal). Observem o infarto hemorrágico (setas) do mesmo lado de uma grande hemorragia intraventricular. Em B, a drenagem venosa da substância branca cerebral. As veias medulares com distribuição em forma de leque drenam sangue da substância branca cerebral para a veia terminal, que cursa através da matriz germinativa (Volpe

JJ, 1997)

O seu pico de ocorrência dá-se normalmente no 4º dia de vida, estando normalmente associado a alterações hemodinâmicas, bradicardia grave, acidose grave, hemorragia pulmonar, pneumotórax , etc.

Page 4: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

A despeito dos avanços da medicina perinatal, o Infarto Hemorrágico Periventricular (IHP) continua sendo uma importante complicação da prematuridade, com grande impacto no neurodesenvolvimento.

.Diferente da leucomalácia periventricular, o IHP é unilateral e se bilateral, é claramente assimétrico. Quando a hemorragia intraventricular é bilateral, geralmente é maior no lado em que ocorreu o IHP.

Bassan et al (2006) categorizaram a topografia do IHP (frontal anterior e frontal posterior {corpo}, parietal, temporal ou occipital), a extensão (localizado, isto é, limitado a um território ou extensivo, isto é, envolvendo 2 a 5 territórios) e a presença de desvio da linha média. (Figura 5-B).

Figura 5 (corte coronal). A. IHP focal e B.IHP com desvio da linha média (Bassan H et al, 2006)

No estudo de Bassan et al (2006), envolvendo 58 RN pré-termos com IHP evidenciou o envolvimento mais freqüentemente dos territórios parietal e frontal e com característica de cisto único ou múltiplos; ¼ dos casos, o IHP foi bilateral e foi extenso em aproximadamente 70% dos casos (quando envolveu mais de 2 territórios) e quase metade apresenta desvio da linha média(Figura 6).

Figura 6. Distribuição das ecogenicidades parenquimatosas de todos os pacientes em vista parassagital (Bassan H et al, 2006).

Page 5: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

A severidade do escore para o IHP foi desenvolvido com base de 3 fatores associados com a severidade do IHP: IHP bilateral, desvio da linha média e extensão do IHP (isto é, ecogenicidade envolvendo 2 ou mais territórios [baseado no pior lado, se bilateral]).O escore ficou assim definido (Figura 7):

0: sem IHP

1:lesão de 2 ou mais territórios

2: IHP bilateral

3: IHP com desvio da linha média

Figura 7. Severidade do escore do IHP derivado do ultra-som craniano com o máximo tamanho do IHP com base em: extensão da lesão em 2 ou mais territórios (A); IHP bilateral (B) e desvio das linha média (C). O escore é zero na ausência destes fatores e com a presença dos 3 fatores, o escore é 3. Em A: Corte parassagital com divisão em 5 territórios; 3 linhas imaginárias na fronteira do tálamo. B: Corte coronal. A seta indica o IHP no hemisfério

esquerdo e direito. C: corte coronal de maciço IHP. A seta indica o desvio da linha média da direita para esquerda (Bassan H et al, 2007)

Não houve predominância do lado esquerdo, sendo a incidência em ambos os lados igual. O diagnóstico usualmente é feito no 4º dia de vida, mas em 1/5 dos seus casos, foi feito no primeiro dia de vida (provavelmente o uso de ultra-som de menor frequência não detecta a leve apresentação). A ocorrência precoce levanta a possibilidade do início do processo intraparto ou anteparto.

No estudo de Bassan H et al (2006) não houve associação significativa entre fatalidade e topografia do IHP.

A evolução mais comum do IHP é para um único e largo cisto periventricular que pode ou não se comunicar com o ventrículo. A outra evolução possível é a coexistência do cisto grande com de múltiplos cistos e a terceira forma de evolução e menos comum, (ocorreu em 9% dos casos no estudo de Bassan et al, 2006) é para múltiplos pequenos cistos (esta forma é mais vista na zona final arterial de leucomalácia periventricular). Uma alta proporção de pacientes apresentou na evolução ventriculomegalia, atribuída a perda de tecido periventricular e deficiente dinâmica do LCR com o aumento da pressão ventricular ou ambos.

Murphy BP et (2002) al recentemente relataram ventriculomegalia nos sobreviventes de IHP em mais de 70%.

No estudo de Bassan H et al (2006), a análise univariada de fatores de risco revelou que o mais alto escore de IHP esteve associado com baixos níveis de bicarbonato nos primeiros 2 dias de vida (p<0,02). A regressão logística múltipla de 3 preditores (hemorragia pulmonar, baixos níveis de bicarbonato e baixo Apgar no 5o minuto) mostrou que a hemorragia pulmonar é um preditor independente para maior severidade do IHP

Page 6: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

(P=0,014), enquanto o baixo Apgar no 5o minuto apresentou uma significância limite (p=0,049) e o baixo bicarbonato não foi estatisticamente significativo (p=0,11).

A associação significativa do IHP com a hemorragia pulmonar pode ser explicada por distúrbios intrínsecos da coagulação e consumo de fatores da coagulação; a hemorragia no cérebro e pulmões pode ocorrer durante a reperfusão de áreas vulneráveis previamente afetadas pela isquemia, segundo Perlman JM et al (1993).

Quanto ao prognóstico neurocomportamental aos 12 meses de idade ajustada: houve associação com o escore de gravidade proposto por Bassan H et al (2006): Houve uma associação significante entre a severidade do escore de IHP e fatalidade (decisão para retirar o suporte), convulsões precoces e exame neuromotor anormal aos 12 meses. Regressão logística de exame neuromotor anormal e escore mostrou relação estatisticamente significativa (p=0,011) com uma Odds Ratio de 4,1 para exame neurológico anormal aos 12 meses por unidade de aumento do escore de IHP (IC a 95% de 1,4-11,9).Tabela 1

Tabela 1: Severidade do IHP como preditor prognóstico (Bassan H et al)

No estudo de Bassan H et al (2006) envolvimento frontal foi associado com o exame neuromotor anormal, ao contrário do relatado em prévios estudos que relataram prognóstico neuromotor ruim com o envolvimento posterior (Rademaker KJ et al). IHP.

Estudo recente de Bassan H et al (2007) avaliando o prognóstico neurocomportamental nos sobreviventes de IPH aos 30 meses (variou entre 12-66 meses) evidenciou: significância estatística (regressão logística) entre a severidade do escore do IHP e epilepsia (Odds ratio de 4,5, com intervalo de confiança de 95% de 1,35-15,50-a lesão da substância branca associa-se com deficiente desenvolvimento cortical), microcefalia (Odds Ratio de 3,8, com intervalo de confiança a 95% de 1,15-12,79), tônus anormal (Odds ratio de 16,7;IC de 2,20-126,10), déficit visual (Odds Ratio de 9,36, intervalo de confiança de 1,70-31,30), déficit de linguagem (Odds Ratio de 3,04 com intervalo de confiança de 1,10-9,16) e déficit cognitivo (Odds Ratio de 3,5, com intervalo de confiança de 1,14-11,02). A extensão da ecodensidade e o desvio da linha média foram significativamente associados com alterações no desenvolvimento motor grosso, no desenvolvimento visual, exame neuromotor anormal e hipertonia(Tabela 2)

Page 7: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

Tabela 2. Severidade do escore do IHP e o prognóstico (Bassan H et al, 2007)

O envolvimento dos territórios frontal anterior e posterior foi significativamente associado com escores anormais visuais, alterações do motor fino, com exame neurológico anormal e com hipertonia. O envolvimento do território frontal posterior foi significativamente associado com escores anormais do motor grosso.

O envolvimento dos territórios parietal, occipital e temporal não teve associação significativa com nenhum dos fatores estudados (uma explicação deste resultado que contrasta com outros autores poderia ser devido diferenças metodológicas na topografia e na definição do prognóstico utilizado; esperam-se outros estudos para validação).

IHP no lado esquerdo foi preditor de anormalidades no tônus, assim como a sua evolução para microcistos.

A evolução da ecogenicidade para múltiplos cistos, versus cisto único teve associação significativa com habilidades motor fino, motor adaptativo e com hipertonia.

O presente estudo de Bassan H et al (2007) evidenciou que o IHP nos recém-nascidos prematuros representa o maior risco para um desenvolvimento neurocomportamental adverso, a despeito dos avanços no cuidado aos recém-nascidos prematuros críticos nas últimas 2 décadas. Este quadro provavelmente se deva a maior sobrevivência dos recém-nascidos pré-termos doentes, os quais apresentam grande risco para o IHP. No geral, 2/3 dos sobreviventes tiveram atraso motor e metade apresentou déficit cognitivo; 13 apresentam déficit no campo visual e ¼, convulsões. No entanto, habilidades adaptativa e comunicação foram preservados em 2/3. De importância deste estudo, é que aproximadamente 1/3 dos sobreviventes do presente estudo não demonstraram seqüelas neuromotora e cognitiva.

Portanto, no presente momento, 2/3 dos sobreviventes do IHP desenvolvem anormalidades significantes motoras e/ou na cognição, enquanto habilidades adaptativas são relativamente poupadas. O maior grau de escore do IHP obtido a partir do ultra-som cerebral prediz prognóstico ruim em várias modalidades, podendo ser uma prova útil para a determinação prognóstica.

Bibliografia

Bassan H, Benson CB, Limperopoulos C, Feldman HA, Ringer SA, Veracruz E, Stewart JE, Soul JS, Disalvo DN, Volpe JJ, du Plessis AJ.

Ultrasonographic features and severity scoring of periventricular hemorrhagic infarction in relation to risk factors and outcome. Pediatrics. 2006 Jun;117(6):2111-8.

Page 8: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

Bassan H, Limperopoulos C, Visconti K, Mayer DL, Feldman HA, Avery L, Benson CB, Stewart J, Ringer SA, Soul JS, Volpe JJ, du Plessis AJ.Neurodevelopmental outcome in survivors of periventricular hemorrhagic infarction. Pediatrics. 2007 Oct;120(4):785-92.

Alan WC, Philip AGS. Neonatal cerebral pathology diagnosed by ultrason, Clin Perinatol 1985;12:195-218

Margotto,PR- Hemorragia Peri/Intraventricular no RN pré-termo.In.Margotto PR.Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Hospital Anchieta, Brasília, 2ªedição 2006, 357-364

Margotto,PR – Lesão neurológica isquêmica e hemorrágica do prematuro:patogenia, fatores de risco, diagnóstico e tratamento. Clínica em Perinatologia 2002: 425 – 446

Alan WC, Philip AGS. Neonatal cerebral pathology diagnosed by ultrasound. Clin Perinatol 1985;12:195-218

Volpe JJ. Brain injury in the premature infant neuropathology: clinical aspectys, pathogenesis, and prevention. Clin Peinatol 24:567, 1997

Links úteis:

Lesão cerebral no recém-nascido pré-termo

Autor(es): Paulo R. Margotto

Neuroimagem na predicção do prognóstico dos recém-nascidos prematuros extremos (ressonância magnética x ultra-sonografia cerebrais)

Autor(es): Woodward LJ et al, Dammann O, and Leviton A. Resumido por Paulo R. Margotto

Significado perinatal das dilatações ventriculares cerebrais fetal e neonatal

Autor(es): Paulo R. Margotto

Infarto hemorrágico cerebral isquêmico

Autor(es): Ande Du Plessis (EUA). Realizado por Paulo R. Margotto

Lesão neurológica isquêmica e hemorrágica do recém-nascido pré-termo

Autor(es): Paulo R.Margotto

Infarto hemorrágico cerebral X Leucomalácia periventricular

Autor(es): Bass WT et al. Realizado por Paulo R. Margotto e

Fabiana Pontes

hemorragia peri/intraventricular no recém- nascido pré-termo

Autor(es): Paulo R Margotto

Estudo retrospectivo caso controle sobre fatores de risco para hemorragia

Page 9: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

intraventricular em prematuros de muito baixo peso

Autor(es): Nehama Linder et al. Realizado por Viviane Sampietro e Paulo R. Margotto

Takashima S, Mito T, Ando Y. Pathogenesis of periventricular white matter hemorrhages in preterm infants. Brain Dev. 1986;8 :25 –30[ISI][Medline]

Takashima S, Tanaka K. Microangiography and vascular permeability of the subependymal matrix in the premature infant. Can J Neurol Sci. 1978;5 :45 –50[ISI][Medline]

Gould SJ, Howard S, Hope PL, Reynolds EO. Periventricular intraparenchymal cerebral haemorrhage in preterm infants: the role of venous infarction. J Pathol. 1987;151 :197 –202[CrossRef][ISI][Medline]

Taylor GA. Effect of germinal matrix hemorrhage on terminal vein position and patency. Pediatr Radiol. 1995;25(suppl 1) :S37 –S40[CrossRef]

Counsell SJ, Maalouf EF, Rutherford MA, Edwards AD. Periventricular haemorrhagic infarct in a preterm neonate. Eur J Paediatr Neurol. 1999;3 :25 –27[CrossRef][Medline]

Pape KE, Blackwell RJ, Cusick G, et al. Ultrasound detection of brain damage in preterm infants. Lancet. 1979;1(8129) :1261 –1264

Guzzetta F, Shackelford G, Volpe S, Perlman JM, Volpe JJ. Periventricular intraparenchymal echodensities in the premature newborn: critical determinant of neurologic outcome. Pediatrics. 1986;78 :995 –1006[Abstract/Free Full Text]

McMenamin JB, Shackelford GD, Volpe JJ. Outcome of neonatal intraventricular hemorrhage with periventricular echodense lesions. Ann Neurol. 1984;15 :285 –290[CrossRef][ISI][Medline]

Perlman JM, Rollins N, Burns D, Risser R. Relationship between periventricular intraparenchymal echodensities and germinal matrix-intraventricular hemorrhage in the very low birth weight neonate. Pediatrics. 1993;91 :474 –480[Abstract/Free Full Text]

Rademaker KJ, Groenendaal F, Jansen GH, Eken P, Devries LS. Unilateral haemorrhagic parenchymal lesions in the preterm infant: shape, site and prognosis. Acta Paediatr. 1994;83 :602 –608[ISI][Medline]

de Vries LS, Roelants-van Rijn AM, Rademaker KJ, Van Haastert IC, Beek FJ, Groenendaal F. Unilateral parenchymal haemorrhagic infarction in the preterm infant. Eur J Paediatr Neurol. 2001;5 :139 –149[CrossRef][Medline]

de Vries LS, Groenendaal F. Neuroimaging in the preterm infant. Ment Retard Dev Disabil Res Rev. 2002;8 :273 –280[CrossRef][ISI][Medline]

de Vries LS, Van Haastert IL, Rademaker KJ, Koopman C, Groenendaal F. Ultrasound abnormalities preceding cerebral palsy in high-risk preterm infants. J Pediatr. 2004;144 :815 –820[ISI][Medline]

Page 10: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

Larroque B, Marret S, Ancel PY, et al. White matter damage and intraventricular hemorrhage in very preterm infants: the EPIPAGE study. J Pediatr. 2003;143 :477 –483[CrossRef][ISI][Medline]

Hamrick SE, Miller SP, Leonard C, et al. Trends in severe brain injury and neurodevelopmental outcome in premature newborn infants: the role of cystic periventricular leukomalacia. J Pediatr. 2004;145 :593 –599[CrossRef][ISI][Medline]

Volpe JJ. Brain injury in the premature infant: overview of clinical aspects, neuropathology, and pathogenesis. Semin Pediatr Neurol. 1998;5 :135 –151[CrossRef][Medline]

Bass WT, Jones MA, White LE, Montgomery TR, Aiello F 3rd, Karlowicz MG. Ultrasonographic differential diagnosis and neurodevelopmental outcome of cerebral white matter lesions in premature infants. J Perinatol. 1999;19 :330 –336[CrossRef][Medline]

Papile LA, Burstein J, Burstein R, Koffler H. Incidence and evolution of subependymal and intraventricular hemorrhage: a study of infants with birth weights less than 1,500 gm. J Pediatr. 1978;92 :529 –534[CrossRef][ISI][Medline]

Gibson JY, Masingale TW, Graves GR, LeBlanc MH, Meydrech EF. Relationship of cranial midline shift to outcome of very-low-birth-weight infants with periventricular hemorrhagic infarction. J Neuroimag. 1994;4 :212 –217[Medline]

Nwaesei CG, Pape KE, Martin DJ, Becker LE, Fitz CR. Periventricular infarction diagnosed by ultrasound: a postmortem correlation. J Pediatr. 1984;105 :106 –110[CrossRef][ISI][Medline]

Maalouf EF, Duggan PJ, Counsell SJ, et al. Comparison of findings on cranial ultrasound and magnetic resonance imaging in preterm infants. Pediatrics. 2001;107 :719 –727[Abstract/Free Full Text]

Grant EG, Kerner M, Schellinger D, et al. Evolution of porencephalic cysts from intraparenchymal hemorrhage in neonates: sonographic evidence. AJR Am J Roentgenol. 1982;138 :467 –470[Abstract/Free Full Text]

Blackman JA, McGuinness GA, Bale JF Jr, Smith WL Jr. Large postnatally acquired porencephalic cysts: unexpected developmental outcomes. J Child Neurol. 1991;6 :58 –64[ISI][Medline]

Murphy BP, Inder TE, Rooks V, et al. Posthaemorrhagic ventricular dilatation in the premature infant: natural history and predictors of outcome. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2002;87 :F37 –F41[Abstract/Free Full Text]

Inder TE, Anderson NJ, Spencer C, Wells S, Volpe JJ. White matter injury in the premature infant: a comparison between serial cranial sonographic and MR findings at term. AJNR Am J Neuroradiol. 2003;24 :805 –809[Abstract/Free Full Text]

Page 11: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc

Weintraub Z, Solovechick M, Reichman B, et al. Effect of maternal tocolysis on the incidence of severe periventricular/intraventricular haemorrhage in very low birthweight infants. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2001;85 :F13 –F17[Abstract/Free Full Text]

Bass WT, Schultz SJ, Burke BL, White LE, Khan JH, Karlowicz MG. Indices of hemodynamic and respiratory functions in premature infants at risk for the development of cerebral white matter injury. J Perinatol. 2002;22 :64 –71[CrossRef][Medline]

Linder N, Haskin O, Levit O, et al. Risk factors for intraventricular hemorrhage in very low birth weight premature infants: a retrospective case-control study. Pediatrics. 2003;111(5) . Available at: www.pediatrics.org/cgi/content/full/111/5/e590

Bernert G, Gottling A, Rosenkranz A, Zoder G. Hemorrhagic and hypoxic-ischemic intracranial lesions in neonates diagnosed by realtime sonography: incidence and short-term outcome. Padiatr Padol. 1988;23 :25 –37[Medline]

SanGiovanni JP, Allred EN, Mayer DL, Stewart JE, Herrera MG, Leviton A. Reduced visual resolution acuity and cerebral white matter damage in very-low-birthweight infants. Dev Med Child Neurol. 2000;42 :809 –815[CrossRef][ISI][Medline]

Meadow W, Lee G, Lin K, Lantos J. Changes in mortality for extremely low birth weight infants in the 1990s: implications for treatment decisions and resource use. Pediatrics. 2004;113 :1223 –1229[Abstract/Free Full Text]

Papile LA, Munsick-Bruno G, Schaefer A. Relationship of cerebral intraventricular hemorrhage and early childhood neurologic handicaps. J Pediatr. 1983;103 :273 –277[CrossRef][ISI][Medline]

Futagi Y, Toribe Y, Ogawa K, Suzuki Y. Neurodevelopmental outcome in children with intraventricular hemorrhage. Pediatr Neurol. 2006;34 :219 –224[CrossRef][ISI][Medline]

Pikus H, Levy M, Gans W, Mendel E, McComb J. Outcome, cost analysis, and long-term follow-up in preterm infants with massive grade IV germinal matrix hemorrhage and progressive hydrocephalus. Neurosurgery. 1997;40 :983 –989[CrossRef][ISI][Medline]

Inder TE, Huppi PS, Warfield S, et al. Periventricular white matter injury in the premature infant is followed by reduced cerebral cortical gray matter volume at term. Ann Neurol. 1999;46 :755 –760[CrossRef][ISI][Medline]

Inder TE, Wells SJ, Mogridge NB, Spencer C, Volpe JJ. Defining the nature of the cerebral abnormalities in the premature infant: a qualitative magnetic resonance imaging study. J Pediatr. 2003;143 :171 –179[CrossRef][ISI][Medline]

Paulo R. Margotto (ultra-sonografista cerebral da Unidade de Neonatologia do HRAS) AOS 5 D –205-70660-054-Brasília, DF; 0XX6132333614 / X006199868953- Brasília,

20/12/2007.

Page 12: Caso_clinico_infarto_hemorragico.doc