Caso Clínico: Neurocisticercose 17-03-2010

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Caso Caso Clínico: Clínico: Neurocistice Neurocistice rcose rcose 17-03-2010 17-03-2010 Escola Superior de Ciências da Saúde- ESCS Internato - Unidade de Pediatria - HRAS Discentes Discentes Marcela de Paula Agostinho Marcela de Paula Agostinho Thiago Librelon Pimenta Thiago Librelon Pimenta Docentes Docentes Dra. Luciana Sugai Dra. Luciana Sugai Dra. Sueli Falcão Dra. Sueli Falcão www.paulomargotto.com.br Brasília, 25/3/201

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Caso Clínico: Neurocisticercose 17-03-2010. Escola Superior de Ciências da Saúde- ESCS. Internato - Unidade de Pediatria - HRAS. Discentes Marcela de Paula Agostinho Thiago Librelon Pimenta. Docentes Dra. Luciana Sugai Dra. Sueli Falcão. www.paulomargotto.com.br. Brasília, 25/3/2010. - PowerPoint PPT Presentation

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Caso Clínico: Caso Clínico: NeurocisticercoseNeurocisticercose

17-03-201017-03-2010

Escola Superior de Ciências da Saúde- ESCS

Internato - Unidade de Pediatria - HRAS

DiscentesDiscentesMarcela de Paula AgostinhoMarcela de Paula AgostinhoThiago Librelon PimentaThiago Librelon Pimenta

DocentesDocentesDra. Luciana SugaiDra. Luciana SugaiDra. Sueli FalcãoDra. Sueli Falcão

www.paulomargotto.com.br Brasília, 25/3/2010

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IdentificaçãoIdentificação

M.L.A.C., sexo feminino,branca, 4 anos, 13,5 M.L.A.C., sexo feminino,branca, 4 anos, 13,5 kg, natural e procedente de Brasília (DF);kg, natural e procedente de Brasília (DF);

End.: SMPW Qd 26 Conj. 10 Lt. 06. Casa E – End.: SMPW Qd 26 Conj. 10 Lt. 06. Casa E – Núcleo Bandeirante.Núcleo Bandeirante.

Queixa principal: Queixa principal: “Desmaio há 20 dias” “Desmaio há 20 dias”

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H.D.A.H.D.A. Mãe refere que há 20 dias criança apresentou Mãe refere que há 20 dias criança apresentou

síncope na escola, associado a crise convulsiva síncope na escola, associado a crise convulsiva parcial, caracterizada como movimentos parcial, caracterizada como movimentos repetitivos à E, não sabe a duração, sem repetitivos à E, não sabe a duração, sem liberação esfincteriana. Repetiu a crise cerca liberação esfincteriana. Repetiu a crise cerca de 30 minutos após, com desvio da cabeça e de 30 minutos após, com desvio da cabeça e dimídio para E e olhar fixo. Houve perda de dimídio para E e olhar fixo. Houve perda de consciência e permaneceu não responsiva por consciência e permaneceu não responsiva por 2 horas. Foi atendida pela UTI vida, medicada 2 horas. Foi atendida pela UTI vida, medicada com diazepan e trazida para HMIB.com diazepan e trazida para HMIB.

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H.D.A.H.D.A.

Foi internada no HMIB para investigação do Foi internada no HMIB para investigação do quadro. Realizou diversos exames. quadro. Realizou diversos exames. Inconclusivos.Inconclusivos.

Não houve intercorrências na internação, Não houve intercorrências na internação, recebendo alta 7 dias após, para investigação recebendo alta 7 dias após, para investigação ambulatorial.ambulatorial.

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H.D.A.H.D.A.

Realizado RNM 4 dias após a alta e pelas Realizado RNM 4 dias após a alta e pelas alterações apresentadas tornou-se necessário alterações apresentadas tornou-se necessário internação imediata para tratamento.internação imediata para tratamento.

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História fisiológicaHistória fisiológica

Mãe: GIIPIIA0. Gestação com ameaça de parto Mãe: GIIPIIA0. Gestação com ameaça de parto prematuro, usou inibina. Nega outras prematuro, usou inibina. Nega outras comorbidades. Parto cesárea.comorbidades. Parto cesárea.

RNPT: 35 semanas, PN=2235g, E=44 cm.RNPT: 35 semanas, PN=2235g, E=44 cm. Apgar: 8 e 9.Apgar: 8 e 9. Alta 48h após o nascimento.Alta 48h após o nascimento. SME até 3 meses, após complemento.SME até 3 meses, após complemento.

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História Patológica PregressaHistória Patológica Pregressa

Criança acompanha com alergista há 5 meses Criança acompanha com alergista há 5 meses por rinite alérgica.por rinite alérgica.

OMA há 4 meses, que evoluiu com hipoacusia, OMA há 4 meses, que evoluiu com hipoacusia, sendo orientada a usar corticoide (5ml 3x/dia) sendo orientada a usar corticoide (5ml 3x/dia) por otorrino. Estava no 20por otorrino. Estava no 20° dia de tratamento.° dia de tratamento.

Usou albendazol em novembro (GECA).Usou albendazol em novembro (GECA). Nega crises convulsivas anteriores, perda de Nega crises convulsivas anteriores, perda de

consciência e desmaios.consciência e desmaios.

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História socialHistória social Moram em casa no Park Way, criam gato e Moram em casa no Park Way, criam gato e

cachorro. Alto nível sócio-econômico.cachorro. Alto nível sócio-econômico. Pai é procurador e mãe trabalha no fórum.Pai é procurador e mãe trabalha no fórum. Criança estuda no colégio Mackenzie (Lago Sul).Criança estuda no colégio Mackenzie (Lago Sul). Na vizinhança temos a informação que criam Na vizinhança temos a informação que criam

apenas galinhas.apenas galinhas. Rede de esgoto e água encanada.Rede de esgoto e água encanada. Alimentação variada. Criança gosta de comer Alimentação variada. Criança gosta de comer

frutas e verduras. Come morango e tomates sem frutas e verduras. Come morango e tomates sem maiores cuidados.maiores cuidados.

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Antecedentes familiaresAntecedentes familiares

Pais sadios;Pais sadios; Irmão – 12 anos: sadio;Irmão – 12 anos: sadio; Nega epilepsia na família;Nega epilepsia na família; Avós com história de HAS;Avós com história de HAS;

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Exame físicoExame físico

BEG, LOTE, responsiva, agitada, corada, BEG, LOTE, responsiva, agitada, corada, anictérica, hidratada, eupneica;anictérica, hidratada, eupneica;

AR: MVF sem RA;AR: MVF sem RA; ACV: RCR 2 T sem sopro;ACV: RCR 2 T sem sopro; Abd: flácido, RHA +, indolor, sem tumorações Abd: flácido, RHA +, indolor, sem tumorações

palpáveis.palpáveis. Neurológico: marcha, força muscular, pares Neurológico: marcha, força muscular, pares

cranianos, equilíbrio e sensibilidade normais.cranianos, equilíbrio e sensibilidade normais.

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Hipóteses diagnósticas ????Hipóteses diagnósticas ????

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Resultado dos examesResultado dos exames

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Resultados de examesResultados de examesHemograma – 18/02/10 Bioquímica

Hemáceas 4.000.000 VHS 10

Hemoglobina 11,8 Glicemia 82

Hematócrito 35 Cálcio 9,2

Leucócitos 15.000 Sódio 138

- segmentados 74% Potássio 4

- bastões 2% Cloro 108

- linfócitos 18% Magnésio 1,9

- monócitos 6% TGO 31

- eosinófilos 0% TGP 14

Plaquetas 397.000

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Resultados de examesResultados de exames

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Resultados de examesResultados de exames

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Resultados de examesResultados de exames

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Resultados de examesResultados de exames

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Resultados de examesResultados de exames

ANÁLISE DO LÍQUORANÁLISE DO LÍQUOR

MarcadorMarcador ValorValor ReferênciaReferência

GlicoseGlicose 55 mg55 mg 50 mg/dl ou > 75% Dx50 mg/dl ou > 75% Dx

ProteínasProteínas 28 mg28 mg 20-45 mg/dl20-45 mg/dl

CloretosCloretos 129 mEq/L129 mEq/L --

HemaceasHemaceas 140 por mm3140 por mm3 zerozero

LeucócitosLeucócitos 3 por mm33 por mm3 < 7/mm³< 7/mm³

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H.D.H.D.

Convulsão febrilConvulsão febril Abscesso CerebralAbscesso Cerebral AVCIAVCI NeurocisticercoseNeurocisticercose

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Avaliação diagnóstica geral Avaliação diagnóstica geral das crises epilépticasdas crises epilépticas

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DefiniçõesDefinições

Convulsão:Convulsão:- perturbação episódica da função do SNC;perturbação episódica da função do SNC;- descarga neuronal excessiva autolimitada.descarga neuronal excessiva autolimitada.

Mal convulsivo:Mal convulsivo:- Convulsão que dura mais de 30 minutos, contínua ou - Convulsão que dura mais de 30 minutos, contínua ou

em crises recorrentes, sem recuperação da em crises recorrentes, sem recuperação da consciência.consciência.

- É considerado REFRATÁRIO se apesar de tratamento - É considerado REFRATÁRIO se apesar de tratamento ideal, durar mais de 60 min.ideal, durar mais de 60 min.

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ClassificaçãoClassificação

Crises generalizadas: Crises generalizadas: as manifestações clínicas as manifestações clínicas indicam envolvimento de ambos os indicam envolvimento de ambos os hemisférios cerebrais desde o início. Há hemisférios cerebrais desde o início. Há comprometimento da consciência e o comprometimento da consciência e o envolvimento motor, quando presente, é envolvimento motor, quando presente, é bilateral e relativamente simétrico desde o bilateral e relativamente simétrico desde o início.início.

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ClassificaçãoClassificação

Crises generalizadas:Crises generalizadas:

- Tônico / Clônicas- Tônico / Clônicas- Atônicas- Atônicas- Mioclônicas- Mioclônicas- Ausência- Ausência

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ClassificaçãoClassificaçãoTônico / clônicasTônico / clônicasFase tônicaFase tônica- contração generalizada ininterrupta dos flexores ou extensores contração generalizada ininterrupta dos flexores ou extensores

por alguns segundos.por alguns segundos.

Fase clônica:Fase clônica: - atividade rítmica e simétrico, contração e relaxamento atividade rítmica e simétrico, contração e relaxamento - Remissão espontânea em 5 min.Remissão espontânea em 5 min. - Respiração:irregular e estridosaRespiração:irregular e estridosa- Incontinência esfinctérica.Incontinência esfinctérica.- Ao término, período variável de confusão e letargia (persiste Ao término, período variável de confusão e letargia (persiste

durante minutos a horas) o sono é comum.durante minutos a horas) o sono é comum.

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ClassificaçãoClassificação

Atônicas:Atônicas:- - Perda abrupta do tônus postural e flacidez. Sinais e Perda abrupta do tônus postural e flacidez. Sinais e

sintomas pós ictais presentes.sintomas pós ictais presentes.

Mioclônicas Mioclônicas - Contrações muito breves e aleatórias de um músculo - Contrações muito breves e aleatórias de um músculo

ou grupo de músculos que ocorrem em 1 ou ambos ou grupo de músculos que ocorrem em 1 ou ambos os lados e isoladamente ou em conjunto. A os lados e isoladamente ou em conjunto. A consciência costuma ser preservada consciência costuma ser preservada

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ClassificaçãoClassificação

AusênciaAusência- Episódios muito curtos de alteração da Episódios muito curtos de alteração da

consciência durante os quais há parada consciência durante os quais há parada momentânea da atividade; “olhar no vazio”. momentânea da atividade; “olhar no vazio”. Raramente são vistas antes dos 3 anos e a Raramente são vistas antes dos 3 anos e a maioria inicia-se até 10 anos de idade maioria inicia-se até 10 anos de idade

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ClassificaçãoClassificação

Crises parciais: Crises parciais: - sugestivas de que apenas uma área restrita, - sugestivas de que apenas uma área restrita, ou hemisfério são envolvido. Podem ou hemisfério são envolvido. Podem generalizar-se. generalizar-se.

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ClassificaçãoClassificação

Crises parciais SimplesCrises parciais Simples

- Motoras ou sensitivas focais: espasmo focal da parte Motoras ou sensitivas focais: espasmo focal da parte distal de um membro, que pode tornar-se em uma distal de um membro, que pode tornar-se em uma hemiconvulsão.hemiconvulsão.

- As crises sensitivas focais podem iniciar-se com uma As crises sensitivas focais podem iniciar-se com uma sensação de dormência ou formigamento num sensação de dormência ou formigamento num membro, também pode alastrar-se.membro, também pode alastrar-se.

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ClassificaçãoClassificaçãoCrises parciais complexas Crises parciais complexas

Expressões clínicas variadas com comprometimento de:Expressões clínicas variadas com comprometimento de:

• consciência consciência • cognitivocognitivo• afetivo afetivo • somatossensorial somatossensorial • automatismos motores semivoluntáriosautomatismos motores semivoluntários• formas compostasformas compostas

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EtiologiaEtiologiaFase pós-neonatalFase pós-neonatalFebrilFebril - infecção intracraniana (meningite, encefalite, - infecção intracraniana (meningite, encefalite,

abscesso cerebral e tromboflebite dos seios abscesso cerebral e tromboflebite dos seios durais)durais)

- infecção extracraniana (CF) infecção extracraniana (CF)

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EtiologiaEtiologiaFase pós-neonatalFase pós-neonatalAfebrilAfebril- lesões intracranianas não evolutivas lesões intracranianas não evolutivas - Lesões intracranianas evolutivas- Lesões intracranianas evolutivas- perturbações metabólicas- perturbações metabólicas- intoxicações exógenas - intoxicações exógenas - perturbações circulatórias gerais- perturbações circulatórias gerais- epilepsia idiopática (por exclusão).- epilepsia idiopática (por exclusão).

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DiagnósticoDiagnóstico- O diagnóstico é eminentemente clínico mesmo sem etiologia - O diagnóstico é eminentemente clínico mesmo sem etiologia definida. Eliminar “falsas convulsões”definida. Eliminar “falsas convulsões”

AnamneseAnamnese: : - história neonatal - história neonatal - uso de medicamentos- uso de medicamentos- traumas ou infecções recentes- traumas ou infecções recentes- quadros anteriores de vômitos recorrentes e/ou internações- quadros anteriores de vômitos recorrentes e/ou internações- antecedentes familiares e desenvolvimento neuropsicomotor. - antecedentes familiares e desenvolvimento neuropsicomotor. - Se epiléptico: falha no uso de medicação ou quadro infeccioso.- Se epiléptico: falha no uso de medicação ou quadro infeccioso.

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DiagnósticoDiagnóstico

Exame físico:Exame físico:- focos de infecção - focos de infecção - dados do exame neurológico que possam - dados do exame neurológico que possam

auxiliar no diagnóstico.auxiliar no diagnóstico.- Progressão da patologia de base- Progressão da patologia de base

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DiagnósticoDiagnóstico

Exames complementaresExames complementaresPacientes sem histórico de crises:Pacientes sem histórico de crises:- gasometria,sódio, potássio, cloro, cálcio, - gasometria,sódio, potássio, cloro, cálcio,

magnésio, glicemia, lactato, urina (verificar se magnésio, glicemia, lactato, urina (verificar se há cetose nesse momento).há cetose nesse momento).

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DiagnósticoDiagnóstico

Exames complementaresExames complementaresLCR:LCR: - Pra qualquer suspeita clínica de infecção do - Pra qualquer suspeita clínica de infecção do

SNC.SNC.

Exames de neuroimagem:Exames de neuroimagem:- Diferenciar de processos expansivos ou de - Diferenciar de processos expansivos ou de

lesão aguda do SNC.lesão aguda do SNC.

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DiagnósticoDiagnóstico

Exames complementaresExames complementaresEEG:EEG:- Um EEG normal não descarta o diagnóstico Um EEG normal não descarta o diagnóstico

(VPN)(VPN)- EEG anormal não o confirma (VPP)EEG anormal não o confirma (VPP)

Deve se levar em conta o contexto da idade, Deve se levar em conta o contexto da idade, anamnese e achados físicosanamnese e achados físicos

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TratamentoTratamento

- Vias aéreas pérvias (posicionamento e aspiração)- Vias aéreas pérvias (posicionamento e aspiração)- oxigenação- oxigenação- acesso venoso - acesso venoso - avaliação e estabilização hemodinâmica- avaliação e estabilização hemodinâmica- Proteção mecânica- Proteção mecânica

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Convulsão febrilConvulsão febril

Desordem convulsiva mais comum da infância Desordem convulsiva mais comum da infância (3 a 4% em pré-escolares);(3 a 4% em pré-escolares);

9 meses e 5 anos de idade;9 meses e 5 anos de idade; Investigar doença infecciosa;Investigar doença infecciosa; Forte predisposição genética: gene nos Forte predisposição genética: gene nos

cromossomos 19p e 8q13-21;cromossomos 19p e 8q13-21; Rara progressão para epilepsia;Rara progressão para epilepsia;

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Convulsão febrilConvulsão febril

- é geralmente benigna - é geralmente benigna - episódio único- episódio único- Dispensa a realização de exames - Dispensa a realização de exames

complementares (EEG, punção lombar, complementares (EEG, punção lombar, exames de imagem) ou tratamento exames de imagem) ou tratamento específico na maioria das vezesespecífico na maioria das vezes

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Convulsão febrilConvulsão febril

Fatores preditivos de recorrência: Fatores preditivos de recorrência: - menores de 18 meses.- menores de 18 meses.- história familiar de convulsão febril e/ou epilepsia.- história familiar de convulsão febril e/ou epilepsia.- febre pré-convulsional durando menos de 1 hora- febre pré-convulsional durando menos de 1 hora- Apresentação de complicações- Apresentação de complicações

* Havendo um ou mais desses fatores, a profilaxia deve * Havendo um ou mais desses fatores, a profilaxia deve ser consideradaser considerada

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Riscos das crisesRiscos das crises

Após duas crises o risco de recorrência é em torno de Após duas crises o risco de recorrência é em torno de 80 a 90%.80 a 90%.

Os riscos conseqüentes às crises são:Os riscos conseqüentes às crises são:- Morte súbita;- Morte súbita;- lesão física; - lesão física; - comprometimento cerebral;- comprometimento cerebral;- conseqüências psicossociais.- conseqüências psicossociais.

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Abordagem da crise afebrilAbordagem da crise afebril Toda crise convulsiva afebril deve ser avaliada clínica Toda crise convulsiva afebril deve ser avaliada clínica

e laboratorialmente;e laboratorialmente; Exame físico e coleta de dados minunciosa;Exame físico e coleta de dados minunciosa; Dosagem sérica de glicose em jejum e eletrólitos;Dosagem sérica de glicose em jejum e eletrólitos; EEG;EEG; RNM: epilepsia parcial complexa, sinais neurológicos RNM: epilepsia parcial complexa, sinais neurológicos

focais durante ou após a crise, em crises que focais durante ou após a crise, em crises que aumentam de frequência e intensidade e na aumentam de frequência e intensidade e na evidência de aumento da PIC.evidência de aumento da PIC.

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TRATAMENTOTRATAMENTO

1a crise convulsiva afebril: observação e 1a crise convulsiva afebril: observação e acompanhamento (70% jamais sofrerão nova acompanhamento (70% jamais sofrerão nova convulsão);convulsão);

Uma nova crise em intervalo curto de tempo, Uma nova crise em intervalo curto de tempo, constitui-se indicação de tto.constitui-se indicação de tto.

A escolha da droga vai depender dos achados A escolha da droga vai depender dos achados clínicos e EEG (tabela).clínicos e EEG (tabela).

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TratamentoTratamento Após o início da terapia, as crianças que Após o início da terapia, as crianças que

permanecerem livres por cerca de 2 anos e que não permanecerem livres por cerca de 2 anos e que não pertençam a grupo de risco podem ter suas drogas pertençam a grupo de risco podem ter suas drogas suspensas.suspensas.

Grupo de risco: início após 12 anos, disfunção Grupo de risco: início após 12 anos, disfunção neurológica, historia de crise neonatal e múltiplas neurológica, historia de crise neonatal e múltiplas crises até o controle terapêutico adequado.crises até o controle terapêutico adequado.

Cirurgia: opção para crises intratáveis em que o foco Cirurgia: opção para crises intratáveis em que o foco epilepitogênico é localizado com precisão.epilepitogênico é localizado com precisão.

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Abscesso cerebralAbscesso cerebral Em crianças relacionado comEm crianças relacionado com

Cardiopatias congênitas;Cardiopatias congênitas; Celulite orbitária;Celulite orbitária; Sinusite, otite, mastoidite;Sinusite, otite, mastoidite; Meningites;Meningites; Após procedimentos cirúrgicos e trauma craniano;Após procedimentos cirúrgicos e trauma craniano; 30% sem causa subjacente;30% sem causa subjacente;

Agentes: estreptococos, estafilococos e bacterióides, Agentes: estreptococos, estafilococos e bacterióides, não sendo raro a coexistência de 2 ou mais agentes.não sendo raro a coexistência de 2 ou mais agentes.

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Quadro Clinico Quadro Clinico

Febre, cefaléia, confusão mental, Febre, cefaléia, confusão mental, rebaixamento do nível de consciência, crises rebaixamento do nível de consciência, crises epilépticas, rigidez de nuca, hemiparesia e epilépticas, rigidez de nuca, hemiparesia e HIC;HIC;

DIAGNÓSTICO:Radiológico.DIAGNÓSTICO:Radiológico.

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TratamentoTratamento Na fase de cerebrite, apenas ATB é suficiente.Na fase de cerebrite, apenas ATB é suficiente. Na fase em que há cápsula pode ser necessário ATB e Na fase em que há cápsula pode ser necessário ATB e

planejamento de conduta cirúrgica.planejamento de conduta cirúrgica.

TC semanais durante o período da internação e TC semanais durante o período da internação e mensais até o total desaparecimento das lesões.mensais até o total desaparecimento das lesões.

Não é necessário manter por mais de 6 semanas Não é necessário manter por mais de 6 semanas naqueles que tiverem boa resposta clinica, mesmo naqueles que tiverem boa resposta clinica, mesmo que a resolução radiológica não tenha sido completa.que a resolução radiológica não tenha sido completa.

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Acidente Vascular Cerebral Acidente Vascular Cerebral IsquêmicoIsquêmico

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Causas de AVCiCausas de AVCi- tromboembolismos, seja de vasos intracranianos ou extracranianos, ou provenientes do coração, causados por desordens cardiovasculares ;

- alteração inflamatória direta nos vasos do SNC, sendo que a arteriopatia pode ser classificada em aguda, transitória ou progressiva;

- distúrbios hematológicos que levam a estados hipercoaguláveis.

(TAKEOKA e TAKAHASHI, 2002; LYNCH et al., 2002)

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Cisticercose humanaCisticercose humana

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Teníase Teníase Ag. Etiológico: Taenia solium e T. saginataAg. Etiológico: Taenia solium e T. saginata Ciclo: Homem ingere carne infectada Ciclo: Homem ingere carne infectada

(boi(boiT.saginata; porcoT.saginata; porcoT.solium) com T.solium) com cisticercoscisticercosverme adulto no intestinoverme adulto no intestinoovos ovos e proglotes nas fezese proglotes nas fezes boi e porco boi e porco contaminadoscontaminadoscisticercos no músculo.cisticercos no músculo.

Q.C.: Assintomático ou dor Q.C.: Assintomático ou dor abdominal,náuseas, perda ponderal e abdominal,náuseas, perda ponderal e fraqueza.fraqueza.

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Neurocisticercose (NC)Neurocisticercose (NC) Ag. Etiológico: T. solium;Ag. Etiológico: T. solium; Ciclo: homem ingere ovos e Ciclo: homem ingere ovos e

proglotesproglotescisticercos disseminados no SNC, cisticercos disseminados no SNC, TCSC, músculo, olhos, etc.TCSC, músculo, olhos, etc.

Q.C.: Crises convulsivas (mais comum), Q.C.: Crises convulsivas (mais comum), associadas à inflamação parenquimatosa ao associadas à inflamação parenquimatosa ao redor dos cisticercos; hidrocefalia por redor dos cisticercos; hidrocefalia por obstrução do LCR; HIC; meningite crônica; obstrução do LCR; HIC; meningite crônica; hidrocefalia comunicante ou AVE;hidrocefalia comunicante ou AVE;

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DiagnósticoDiagnóstico

Teníase: detecção de ovos ou proglotes nas Teníase: detecção de ovos ou proglotes nas fezes.fezes.

Neurocisticercose: clínica + neuroimagem + Neurocisticercose: clínica + neuroimagem + teste sorológico (ELISA no LCR) + LCR teste sorológico (ELISA no LCR) + LCR (pleocitose, eosinofilorraquia e positividade (pleocitose, eosinofilorraquia e positividade para reação do complemento) + história de para reação do complemento) + história de exposição;exposição;

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NCNC TC e RNM visualizam os cistos ou nódulos permitindo TC e RNM visualizam os cistos ou nódulos permitindo

analisar número e estágio evolutivo dos cistos;analisar número e estágio evolutivo dos cistos; As reações patológicas podem ser discretas sendo As reações patológicas podem ser discretas sendo

descobertas ao acaso. Outras vezes, a reação descobertas ao acaso. Outras vezes, a reação inflamatório é intensa em torno do parasita, inflamatório é intensa em torno do parasita, provocando convulsões ou HIC;provocando convulsões ou HIC;

Manifestações clinicas mais freqüentes: crises Manifestações clinicas mais freqüentes: crises epilépticas,cefaléia,HIC, sd meníngea e distúrbios epilépticas,cefaléia,HIC, sd meníngea e distúrbios cognitivos.cognitivos.

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NCNC

O cisticerco no SN atinge pequenos vasos O cisticerco no SN atinge pequenos vasos sanguíneos entre a substância branca e sanguíneos entre a substância branca e cinzenta, onde se desenvolve um cisto cinzenta, onde se desenvolve um cisto (Cysticercus cellulosae).(Cysticercus cellulosae).

Parênquima cerebral, espaço subaracnóide, Parênquima cerebral, espaço subaracnóide, meninges, medula, sistema ventricular;meninges, medula, sistema ventricular;

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Ação patogênica da NCAção patogênica da NC

1- efeito mecânico provocado pelo volume: HIC...1- efeito mecânico provocado pelo volume: HIC...

2- efeito tóxico devido à reação inflamatória, fibrose 2- efeito tóxico devido à reação inflamatória, fibrose residual (gliose), granuloma e calcificação. residual (gliose), granuloma e calcificação.

O cisto se retrai, sua cápsula se espessa e o escólex O cisto se retrai, sua cápsula se espessa e o escólex calcifica. O SN reage com formação de fenômenos calcifica. O SN reage com formação de fenômenos degenerativos nos neurônios, desmielinização da degenerativos nos neurônios, desmielinização da substância branca, infiltrações e proliferação glial.substância branca, infiltrações e proliferação glial.

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Ativa e inativaAtiva e inativa

Formas ativas: aracnoidite,encefalite, Formas ativas: aracnoidite,encefalite, ventriculite,cistos parenquimatosos e ventriculite,cistos parenquimatosos e subaracnóideos e o infarto cerebral por subaracnóideos e o infarto cerebral por vasculite;vasculite;

Formas inativas: granulomas parenquimatosos Formas inativas: granulomas parenquimatosos calcificados e fibrose residual das calcificados e fibrose residual das leptomeninges.leptomeninges.

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TratamentoTratamento Apenas aqueles com doença ativa, Apenas aqueles com doença ativa,

sintomáticos, com cistos viáveis, múltiplos, sintomáticos, com cistos viáveis, múltiplos, parenquimatosos e com positividade das parenquimatosos e com positividade das provas imunológicas no LCR precisam de provas imunológicas no LCR precisam de antiparasitáriosantiparasitários Albendazol 15 mg/kg por 8 Albendazol 15 mg/kg por 8 dias ou Praziquantel 50 mg/kg por 21 dias. dias ou Praziquantel 50 mg/kg por 21 dias.

Sempre associar glicocorticoides a fim de Sempre associar glicocorticoides a fim de controlar reação inflamatória e, se preciso, controlar reação inflamatória e, se preciso, anticonvulsivante.anticonvulsivante.

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TratamentoTratamento

Formas inativas: não necessitam de Formas inativas: não necessitam de medicação anti-helmíntica, e tem sido medicação anti-helmíntica, e tem sido controladas com anticonvulsivantes habituais.controladas com anticonvulsivantes habituais.

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BibliografiaBibliografia Condutas em neurologia infantil – UNICAMP;Condutas em neurologia infantil – UNICAMP; Academia Mineira de Medicina – Diagnóstico e Tratamento da Academia Mineira de Medicina – Diagnóstico e Tratamento da

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