CASO CLÍNICO

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CASO CLÍNICO CASO CLÍNICO Psicóloga: Greici Elias Psicóloga: Greici Elias Laitano Laitano PORTO ALEGRE, JULHO 2009. PORTO ALEGRE, JULHO 2009.

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CASO CLÍNICO. Psicóloga: Greici Elias Laitano PORTO ALEGRE, JULHO 2009. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: João, 45 anos, solteiro, 3 º grau incompleto, funcionário público, natural de São Leopoldo, 1 filho homem. - PowerPoint PPT Presentation

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  • CASO CLNICO

    Psicloga: Greici Elias Laitano

    PORTO ALEGRE, JULHO 2009.

  • DADOS DE IDENTIFICAODADOS DE IDENTIFICAO: Joo, 45 anos, solteiro, 3 grau incompleto, funcionrio pblico, natural de So Leopoldo, 1 filho homem. QUEIXA PRINCIPAL: Paciente sente-se deprimido e ansioso, usurio dirio de doses elevadas de lcool, usurio de tabaco e maconha, dificuldade de manter-se no emprego.

    MOTIVO DA INTERNAO: Uso abusivo de lcool e tabaco e consumo de maconha.

  • GENOGRAMA

  • HISTRIA ATUALJoo, quando chegou Unidade, estava h 2 meses fazendo uso de lcool diariamente. Acordava trmulo e nauseado, bebia em jejum. Pela manh bebia mais algumas garrafas de cerveja e no conseguia ir para o trabalho. Dessa forma, em casa, alcoolizado, sem vontade de fazer nada, bebia mais cerveja e, algumas vezes, para aliviar os efeitos do lcool fumava um baseado de maconha. usurio de tabaco desde os 15 anos, consumindo cerca de 1 carteira por dia. Nas situaes em que bebe muito ainda fuma mais, o que vinha ocorrendo na ocasio.Relata tambm reduo nos relacionamentos e uma tristeza elevada, o que lhe atrapalha muito no seu dia a dia, ficando desmotivado e tendo apenas vontade de beber, no participando mais das atividades da filha, o que considerava ser uma das suas realizaes.

  • Ele faz uso de lcool desde os 15 anos(1980), quando iniciou o uso em encontros familiares. Seu pai sempre tomou aperitivos e para ele , seus tios e irmos, a bebida era sinnimo de alegria, unio familiar e prazer. Com o passar dos anos as doses de lcool foram aumentando, tomando seus primeiros porres em festas com os amigos. Como se sentia bem quando alcoolizado passou ao uso mais freqente, dirio, principalmente para suportar os conflitos familiares. Como seu consumo aumentou muito, ele procurou tratamento em 1995,com 30 anos, ficando cerca de 20 dias internado na UDQ. Aps sua alta, no continuou nenhum tratamento ambulatorial, no freqentou AA, mas permaneceu abstinente por 5 anos. Iniciou, entretanto, o uso espordico de maconha, 1 baseado a cada 15 dias, e sempre fumando de 1 2 carteiras de cigarro por dia.

  • Em 2000 reiniciou a beber, propondo-se ao uso social o que pensou estar conseguindo durante alguns meses. Entretanto voltou ao uso dirio e severo de lcool, novamente com repercusses em sua vida familiar e profissional.H 2 anos procurou psicoterapia, com uma psicloga. Aderiu ao tratamento, examinou e vem examinando problemas familiares, pessoais, de relacionamento, mas no alterou em nada seu uso de drogas.Resolveu ento fazer abstinncia e tentar novamente o uso social. Ficou 3 meses sem beber, tentou o uso controlado, voltou logo ao uso dirio, da manh a noite, de grandes quantidades de cerveja. Incentivado por sua psicloga, procurou o internamento.

  • HISTRIA PREGRESSA

    Joo o filho mais velho de uma prole de quatro. Seus pais tm formao superior. Ele, advogado destacado, com bastante projeo em suas associaes de classe (presidente, diretor, conselheiro) e na mdia, com pouco tempo para a famlia e os filhos, voltado totalmente para a vida profissional e pblica. Ela, professora de segundo grau, dividindo seu tempo entre o trabalho e a famlia, sempre submissa ao marido. O pai, crtico, geralmente achando que os filhos poderiam ter feito mais ou sado melhor. A me, carinhosa e sempre tentando conciliar os conflitos domiciliares: muito submissa ao marido.

  • Desde seus primeiros anos de vida Joo freqentou a escola com sucesso, sempre com bom aproveitamento, considerado pelos professores como tendo inteligncia superior e com facilidade de aprendizado, permanecendo at seus 14 anos na mesma escola. Porm, mesmo com facilidade para aprender, sempre demonstrou dificuldade de colocar-se perante os professores e dificuldade de relacionamento com os colegas. Ficava muito ansioso se era interrogado em aula pelos professores. Ficava ansioso nas provas, mesmo quando sabia tudo.Aos 14 anos comeou a trabalhar no escritrio do pai, como office boy,e passou a ter brigas freqentes com ele. Ficou neste emprego dois anos, saindo por ter desentendimento com seu pai que o castigou fisicamente na frente de todos os outros funcionrios. Resolveu sair de casa, indo morar com uns amigos, que o acompanharam em uma viagem pelos Estados Unidos. Foi ento que ele deu seu primeiro beijo e teve sua primeira relao sexual com uma menina que acabara de conhecer, no tendo envolvimento afetivo.

  • Com 15 anos tambm iniciou o uso de lcool e tabaco, bebia um copo de cerveja nas festas e se sentia bem, uma tontura legal, e encorajado para conversar com os amigos, fazer brincadeiras e paquerar as garotas, fazendo com que perdesse a timidez. Quando voltou de viagem, seu pai lhe deu uma surra, pediu explicaes e o fez voltar para casa e rever os estudos, indo ento para uma escola privada, na qual repetiu no 3 ano do 2 grau, voltando para a escola pblica. Foi nesta poca que seu pai o convidou para trabalhar com ele novamente, agora de auxiliar de escritrio. No mesmo ano, seus pais se separaram e ele resolveu morar sozinho. Conseguiu acabar o 2 grau e as brigas com o pai aumentaram, culminando em uma grave discusso que o fez abandonar novamente o escritrio. Como ficou sem renda, desempregado, voltou a morar com a me, conseguindo um trabalho relacionado com pesquisa. Aos 20 anos fez vestibular de direito na UFRGS, sendo aprovado.

  • Aos 23 anos abandonou o curso, fazendo outro vestibular e sendo aprovado novamente e voltou a trabalhar com o pai. Como ele e seu pai discutiam muito, seu consumo de lcool aumentou, e em uma das discusses, saiu para beber com amigos, pegou a estrada dirigindo e sofreu uma grave acidente de moto, onde ele e um amigo se machucaram gravemente e ele perdeu a habilitao por 1 ano. Foi quando fez tratamento para alcoolismo, ficando abstmio por 5 anos. Como se sentia bem voltou a beber socialmente e conheceu a maconha, apresentada por uma de suas namoradas que trouxera haxixe da Europa. Com 31 anos e freqentes noitadas de bebedeira conheceu uma moa, dez anos mais nova,com a qual foi morar, pois ela agentava sua constante embriaguez e fumavam alguns cigarros de maconha juntos. Como vivia bebendo e no conseguia trabalho fixo, fazia alguns bicos e recebia ajuda da me. Nesse perodo se afastou da famlia, principalmente do pai, que sempre o condenava e o criticava, considerando-o um fracassado. Ingressou novamente na Universidade Federal, mas desistiu mais uma vez.

  • Um ano depois sua namorada descobriu que estava grvida, ele ficou apavorado e sugeriu aborto. A moa ficou brava saiu do apartamento e teve a filha afastada dele. Ele conheceu a menina um tempo depois, registrou-a e comunicou famlia. A menina morou at os 6 anos com a av materna, pois a me tinha sua prpria vida. Joo sempre via a filha quinzenalmente, aos finais de semana. Nesta poca havia voltado a morar com a me e estava estudando para concursos.A av da menina faleceu e ele acabou assumindo a criana, levando-a para morar com ele e com a me. Entrou na Universidade pela 4 vez e tambm passou em concurso pblico federal. Seu trabalho, assumido h 2 anos, requer contatos com o pblico o que o deixa muito incomodado e faz com que beba ainda mais, criando problemas de faltas a compromissos com sua filha e de faltas ao trabalho.

  • DIAGRAMA DE CONCEITUALIZAO COGNITIVADADOS RELEVANTES DA INFNCIA

    CRENA CENTRAL

    CRENAS INTARMEDIRIAS

    ESTRATGIAS COMPENSATRIASPai autoritrio e crtico, me submissa, negligncia, falta de afeto, dificuldade de relacionamento familiar.Sou incompetente, no sirvo para nada, tudo que fao d errado, as pessoas esto sempre me criticando. No sou capaz.Como sou incompetente, no vou conseguir realizar as tarefas e no vo me aceitar, vo me criticar. Desistir das tarefas, no enfrentar as pessoas, fugir, beber de forma abusiva.

  • SITUAO 1 SITUAO 2 SITUAO 3

    PENSAMENTO AUTOMTICO PENSAMENTO AUTOMTICO PENSAMENTO AUTOMTICO

    SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A

    EMOO EMOO EMOO

    COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO Ter um filhoFazer faculdade de Direito Falecimento da ex sogra,guarda da filha No posso ter esse filhono tenho condiesNo escolhi o curso certo, vou desistir Vou morar com minha meno tenho como cuidar da menina sozinha Sou incapazSou incapaz Sou incapaz AnsiedadeDesnimo MedoPropor aborto, afastar-se e beber.Abandono do curso e o es-critrio, beber.Voltar a morar com a me

  • MODELO COGNITIVO DASADIES E RECADAS DE BECKSituao estmulo Dificuldade de lidar com responsabilidades, trabalho e filha.

    Crena Central

    Sou incapaz

    Pensamento automtico Preciso beber para me sentir melhor, capaz.

    FISSURADESEJO

    Crenas permissivas Faz 5 anos que no bebo, posso beber socialmente, s hoje.

    Plano de Ao Quando sair para trabalhar passo no bar e pego uma lata de cerveja.

    RECAIDA OU LAPSO

  • HIPTESE DIAGNSTICA (CID- 10)

  • F10.Transtornos mentais e de comportamento devidos ao uso de lcoolF17.Transtornos mentais e de comportamento devidos ao uso de tabacoF12.26 Transtornos mentais e de comportamento devidos ao uso de canabinide (uso episdico)F40.1 Fobia SocialF60.7 Transtorno de Personalidade Dependente

  • DEPENDNCIA DE LCOOL, MACONHA E TABACO (CID-10)

    Este agrupamento compreende numerosos transtornos que diferem entre si pela gravidade varivel e por sintomatologia diversa, mas que tm em comum o fato de serem todos atribudos ao uso de uma ou de vrias substncias psicoativas, prescritas ou no por um mdico. O terceiro caractere do cdigo identifica a substncia implicada e o quarto caractere especifica o quadro clnico. Os cdigos devem ser usados, como determinado, para cada substncia especificada, mas deve-se notar que nem todos os cdigos de quarto caractere podem ser aplicados a todas as substncias.

  • A identificao da substncia psicoativa deve ser feita a partir de todas as fontes de informao possveis. Estas compreendem: informaes fornecidas pelo prprio sujeito, as anlises de sangue e de outros lquidos corporais, os sintomas fsicos e psicolgicos caractersticos, os sinais e os comportamentos clnicos, e outras evidncias tais como as drogas achadas com o paciente e os relatos de terceiros bem informados. Numerosos usurios de drogas consomem mais de um tipo de substncia psicoativa. O diagnstico principal dever ser classificado, se possvel, em funo da substncia txica ou da categoria de substncias txicas que a maior responsvel pelo quadro clnico ou que lhe determina as caractersticas essenciais.

  • Diagnsticos suplementares devem ser codificados quando outras drogas ou categorias de drogas foram consumidas em quantidades suficientes para provocar uma intoxicao (quarto caractere comum .0), efeitos nocivos sade (quarto caractere comum .1), dependncia (quarto caractere comum .2) ou outros transtornos (quarto caractere comum .3-.9). O diagnstico de transtornos ligados utilizao de mltiplas substncias (F19.-) deve ser reservado somente aos casos onde a escolha das drogas feita de modo catico e indiscriminado, ou naqueles casos onde as contribuies de diferentes drogas esto misturadas.

  • FOBIA SOCIAL (CID-10)Medo de ser exposto observao atenta de outrem e que leva a evitar situaes sociais. As fobias sociais graves se acompanham habitualmente de uma perda da auto-estima e de um medo de ser criticado. As fobias sociais podem se manifestar por rubor, tremor das mos, nuseas ou desejo urgente de urinar, sendo que o paciente por vezes est convencido que uma ou outra destas manifestaes secundrias constitui seu problema primrio. Os sintomas podem evoluir para um ataque de pnico.

  • PERSONALIDADE DEPENDENTE (CID-10)Transtorno da personalidade caracterizado por: tendncia sistemtica a deixar a outrem a tomada de decises, importantes ou menores; medo de ser abandonado; percepo de si como fraco e incompetente; submisso passiva vontade do outro (por exemplo de pessoas mais idosas) e uma dificuldade de fazer face s exigncias da vida cotidiana; falta de energia que se traduz por alterao das funes intelectuais ou perturbao das emoes; tendncia freqente a transferir a responsabilidade para outros.