Caso cabrito o dia em que a “zuêra” venceu o jornalismo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM JORNALISMO ESPORTIVO Carlos Gustavo Soeiro Guimarães CASO CABRITO: O DIA EM QUE A “ZUÊRA” VENCEU O JORNALISMO Artigo acadêmico apresentado como requisito para a obtenção do título de Especialista em Jornalismo Esportivo, pela Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, durante o semestre de 2015/2, Orientadora: Professora Dra. Sandra Fátima Batista de Deus Porto Alegre 2015

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Artigo acadêmico apresentado como requisito para a obtenção do título de Especialista em Jornalismo Esportivo, pela Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, durante o semestre de 2015/2

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  • UNIVERSIDADEFEDERALDORIOGRANDEDOSULFACULDADEDEBIBLIOTECONOMIAECOMUNICAO

    ESPECIALIZAOEMJORNALISMOESPORTIVO

    CarlosGustavoSoeiroGuimares

    CASOCABRITO:ODIAEMQUEAZURAVENCEUOJORNALISMO

    Artigo acadmico apresentado como requisito para a obteno do ttulo de Especialista em Jornalismo Esportivo, pela Faculdade de Biblioteconomia e Comunicao, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,duranteosemestrede2015/2,Orientadora: Professora Dra. Sandra Ftima Batista de Deus

    PortoAlegre2015

  • CASOCABRITO:ODIAEMQUEAZURAVENCEUOJORNALISMO[1]CarlosGuimares[2]

    RESUMO:

    O objetivo do artigo analisar o que leva o jornalismo a tratar como notcia um boato publicado na Internet. Para tanto, fazse necessrio um estudo de caso do que se denominou Caso Cabrito. No dia 4 de fevereiro de 2013, em uma conversa despretensiosa no Twitter, dois torcedores do Grmio brincaram sobre o clube estar contratando um lateralesquerdo, de nome Enrico Cabrito um personagem fictcio. Um jornalista divulgou a notcia como verdadeira, anunciando o interesse do clube neste jogador. Um dia depois, a mesma notcia foi transmitida no Jornal do Almoo, da RBS TV. Com o estudo deste caso, abordarei sua repercusso que se transferiu para outros meios tradicionais e que, em tese, trabalham apenas com notcias existentes. Analisaremos a fora das redes sociais e o impacto que um boato pode gerar, se abala acredibilidadeeporqueestanotciasetornouverdadeira.

    Palavraschave: jornalismo esportivo apurao de notcias redes sociais jornalismo

    especializado

  • CASOCABRITO:ODIAEMQUEAZURAVENCEUOJORNALISMO

    Sefaofico,possoinventaroquequiser.Se

    faojornalismo,noposso.Devoatermeaosfatos

    RicardoNoblat

    INTRODUO

    A Internet alterou o modo de produzir, transmitir e disseminar o contedo jornalstico.

    Tambm gerou uma mudana significativa na maneira pela qual os jornalistas se relacionam com

    a notcia. Diante da possibilidade de que qualquer pessoa pode ser um produtor de contedo, em

    um meio ainda merc de situaes que podem confrontar os mtodos de divulgao de

    acontecimentos, os chamados boatos virtuais ocorrem neste ambiente. Para o jornalista,

    tratase de um desafio. Nas redes sociais, todos tm o mesmo peso, a mesma ferramenta e os

    mesmos canais, havendo uma teia de compartilhamento de contedo entre aqueles que tm o

    compromisso da preciso, da veracidade e da transmisso de fatos genunos e o usurio que, em

    princpio,nopartedestapremissa.

    Segundo GILLMOR (2004, p.77), Antes a mdia ditava a lei. Com a Internet, esse

    modelo ruiu. Algum falava e voc simplesmente ouvia. Agora, a mdia ter de dialogar com os

    novos atores desse espetculo. Neste cenrio recente, os chamados boatos virtuais surgem

    com frequncia. Para REULLE (2007, p.22), o rumor um tipo de informao no confirmada

    quesepropaganaredeequecirculacomaintenodesertomadacomoverdadeira.

    Ao receber o rumor, o indivduo permanece num estado de dvida sobre o significado dos eventos ocorridos ou mesmo sobre quais eventos ainda podem ocorrer. Na ausncia de notcias formais, ele busca mais informaes em suas redes sociais, ampliando a propagao do rumor (REULLE, 2007, p.24)

    Os usurios de redes sociais chamam suas brincadeiras de zura ou trolagem [3].

    Neste ambiente, isso acontece devido ao descompromisso de muitos usurios, que no tm a

  • obrigao de relatar fatos verdicos. Cabe ao jornalista entender que h uma nova relao, no

    mais unilateral, mas agora uma via de duas mos. Justamente por isso, para separar joio do trigo

    (ou zura de notcia), o jornalista precisa ter a responsabilidade necessria e a tcnica correta

    paraqueanotciasejarepassadadamelhorformapossvel.

    De todas as ferramentas disponveis na Internet, a mais dinmica o Twitter[4]. De

    acordo com ZAGO (2010, p.5), a credibilidade do Twitter est associada credibilidade

    construda junto a outros meios (como no caso de jornalistas tradicionais). Na rede social,

    opinies, informaes, impresses, interpretaes ou simples relatos so difundidos em 140

    caracteres. O usurio pode seguir e ser seguido, buscando informaes de seu interesse, mas

    tambm as repassando. H a interao e a possibilidade de retransmitir os dados, atravs de

    retweets. Para cada frase gerada, h a possibilidade de uma resposta imediata, a ao que gera

    uma reao. O Twitter tambm um ambiente de profunda construo jornalstica, de produo

    de contedo, instantneo, curto, porm eficaz. Sendo um novo ambiente, o jornalista est sujeito

    a armadilhas, j que passa a trafegar em um meio desconhecido, diferente do processo

    tradicionaldainformaoemitidacomoumaviademonica.

    Estamos passando de uma era em que os jornalistas (inclua aqui marqueteiros, publicitrios e relaes pblicas) palestravam para uma plateia geralmente dcil e pouco reativa a massa, ou seja, ns para uma nova era em que as pessoas fazem a notcia (eu, voc, seu vizinho), gerando, em vez de palestras, seminrios e conversaes (GILLMOR,2004)[5]

    Este novo processo ainda no foi entendido, e o resultado disso a propagao de

    boatos virtuais, disseminados inclusive por aqueles que tm o pressuposto da credibilidade

    jornalstica: No horizonte jornalstico, a consequncia disso a exigncia de novas habilidades,

    principalmente a atualizao tcnica (PASEGOSS, 2013, p.3). Como um terreno novo, muito

    frtil para proliferao dos rumores, de uso recente e que repercute imediatamente em uma nova

    ao dos jornalistas, este artigo se prope a estudar um boato virtual que foi viralizado,

  • transformado e repassado pelos agentes da transmisso de informaes precisas os jornalistas

    comoumanotcia.

    No dia 4 de fevereiro de 2013, em uma brincadeira pela Internet, dois usurios da rede

    social, Fabiano Estrela e Enrico Lazzaroni, comentaram, sem a inteno de difundir a conversa

    como se fosse um fato[6], que o Grmio estava contratando o lateralesquerdo argentino Enrico

    Cabrito. Aps esta brincadeira, o jornalista Farid Germano Filho divulgou como se fosse uma

    notcia em sua conta no Twitter[7]. No dia seguinte, no programa Globo Esporte, da RBS TV, o

    apresentador Paulo Brito divulgou o interesse do Grmio por Enrico Cabrito[8]. No meio do

    futebol, h notcias que depois no so confirmadas, fontes que repassam informaes que so

    desmentidas ou simplesmente relatos de negociaes de jogadores que emperram e que desfazem

    um acordo praticamente certo. Entretanto, o peculiar deste caso que o referido Enrico Cabrito

    noexiste[9].Ojogadornopoderiajamaissercontratado,poissetratadeumaobradefico.

    Este artigo visa analisar o que se convencionou denominar de Caso Cabrito, a partir do

    conceito de notcia, critrios de noticiabilidade e mtodos de apurao de notcias. Autores como

    Nelson Traquina, Antonio Alcoba, Luiz Pereira Jnior e Dan Gillmor oferecem aporte terico

    para as anlises que sero realizadas. Diante destes pressupostos, h uma anlise dos motivos que

    levaram publicao atravs de fontes oficiais e jornalistas de algo que no era verdadeiro. Entre

    os dias 4 e 5 de fevereiro, 12 mil tweets com o nome Enrico Cabrito foram divulgados no

    Twitter, alm de diversas publicaes em sites e matrias de televiso[10]. Para esta anlise,

    utilizei o mtodo de estudo de caso, buscando a origem, a repercusso na rede social e na mdia

    oficial, tanto da transmisso do boato como da ressonncia em veculos especializados sobre o

    fato de jornalistas terem repassado uma fico como verdade. As matrias capturadas em sites

    especializadosforamtambmrestringidasaomesmoperodo.

    BOATOSVIRTUAIS

    A Internet uma zona frtil para a criao e propagao de rumores. Diante da facilidade

    de acesso e da pluralidade do uso de suas ferramentas, h sempre espao para aquele que no tem

  • a responsabilidade de transmitir uma notcia com a credibilidade. O modo com que a Internet se

    desenha faz com que tenhamos este tipo de caso: quando um boato ou uma inveno se torna,

    atravs da divulgao da mdia, em algo concreto. Entretanto, no h tanta solidez em um

    boato, afinal, da mesma maneira que surge uma notcia, ela facilmente desmentida, pela

    utilizaodosmesmosmeiosquegeraramotalrumor.

    A arquitetura da Internet possibilita que qualquer pessoa possa divulgar informaes, a partir da democratizao do acesso s ferramentas de publicao. Mas ao mesmo tempo que se tem a liberdade de se publicar o que se quer, a veracidade desta informao tornase questionvel. Nesse contexto, boatos diversos podem surgir e se proliferar pela rede. Alguns boatos que circulam na Internet, devido s propores que alcana, acabam por receber ateno da mdia tanto para esclareclos quanto para desmentilos(ZAGO, 2010,p.1)

    O estudo proposto por ZAGO a respeito de um boato sobre a morte do vocalista da

    Capital Inicial, Dinho Ouro Preto. Neste caso, a mdia tratou de desmentir o rumor, cumprindo

    sua misso social: se aquilo era um rumor, a funo bsica averiguar a veracidade da

    informao. Uma checagem minuciosa, seguindo os procedimentos necessrios para a

    investigao de uma notcia. Neste caso, foi um fato criado a partir de boatos de usurios,

    desmentidopelamdia,emumaatuaocorretadedesmentirumrumor,emborajdisseminado.

    O objeto de estudo, o Caso Cabrito, precedido por outros acontecimentos nos quais a

    falta de apurao de notcias e o ambiente traioeiro da web fizeram com que invenes fossem

    transmitidas como verdades. De acordo com REULLE (2007, p.22), o boato virtual amparado

    por um suporte tecnolgico capaz de potencializar suas aes. As redes sociais so recentes e o

    uso delas por parte de quem sempre teve a tarefa apenas de emitir, de ser um agente sem

    reagente,aindaumaprendizado.

    Pase e Goss (2013), no artigo Entre cordeiros e cabritos: um estudo da relao entre

    jornalistas e torcidas na apropriao do contedo das redes sociais, trazem dois relatos, sendo

  • que um deles bem prximo realidade cabrtica de fevereiro de 2013. Os autores relembram

    a histria de Masal Bugduv, um falso jogador de futebol da Moldvia, preparado para ser a nova

    joia do Arsenal, de Londres. Na criao do personagem, at havia pgina na Wikipedia, detalhes

    sobre a vida do jogador, com postagens recorrentes para desmentir aqueles que no acreditavam

    na histria. A revista When Saturday Comes e o jornal The Times caram na pegadinha. Este

    ltimo colocou Bugduv como uma das 50 promessas para o ano seguinte (PASE GOSS apud

    BURROUGHS,B.BURROUGHSW,2013).

    O primo menos conhecido de Enrico Cabrito se chama Bruno Camargo. A partir de

    uma comunidade no Orkut, torcedores criaram uma pgina fictcia na Wikipedia, compilaram

    momentos de um jogador qualquer e atriburam aqueles lances ao tal Bruno Camargo, jovem

    revelao do Chelsea B. O jogador no existia, no existe e, talvez, um dia possa vir a existir,

    mas em 2011, no passava de uma brincadeira de Internet[11]. A Rdio Gacha veiculou a

    notcia, como se Bruno Camargo de fato existisse[12]. Outros casos tambm foram relatados, no

    Brasilenomundo[13].

    A repercusso do caso Bruno Camargo foi imediata. Em uma escala menos ampla do

    que o Caso Cabrito, mostrouse, de uma forma legtima, que no havia mais a produo

    unilateral de notcias atravs dos meios oficiais. Todos eram produtores e, de fato, uma nova era

    j estava sendo posta, feita, modificada e de uma forma bem real e consistente nem que fosse

    pelocaminhomaistortopossvel.Que alternativa sobrou velha mdia? Combater a nova. o que os homensdemdiacomcabeaantiga vm tentando fazer, sem sucesso, desde oboom. Os mais inteligentes j perceberam que vo ter que dialogar com os novos atores desse espetculo os mais burros, ainda no e esto sendo progressivamenteultrapassados(GILLMOR,2004,p.59)

    De acordo com RECUERO (2009, p.107), existem quatro valores que influenciam estes

    atores sociais: visibilidade, popularidade, reputao e autoridade, com significado em quem

    produz,recebeecompartilhaocontedonoambientedaredesocial.

  • A reputao est ligada s informaes sobre quem somos e o que pensamos que auxiliam os outros a construir A autoridade, por sua vez, est mais ligada influncia de um indivduo perante sua rede, relacionandose reputao de uma forma diferente daquela de compartilhamento de conhecimento(RECUERO,2009,p.113)

    Reputao e autoridade so as representaes dos jornalistas. Embora todos tenham as

    mesmas ferramentas, espaos e limites na rea de atuao em uma rede social como o Twitter, o

    que ainda vai separar estes personagens, diferenciandoos de principais ou coadjuvantes, so suas

    atuaes construdas em outro ecossistema, possivelmente dos meios oficiais e legtimos como

    formadores de opinio e produtores de informao. Por mais que exista uma relao nova, em

    que todos produzem, todos espalham, todos compartilham e todos absorvem, ainda existe o

    fundamental no jornalista: se ele est produzindo aquela informao, possivelmente seja verdade.

    Em um ambiente em profunda mutao, que se faz necessria a apurao do fato, que s vezes

    norealizadadaformamaiscorreta.Cada cidado em potencial produtor de informao, no importando se com intenes ou com ambies jornalsticas, mas atuando de alguma forma no campo do jornalismo ou prximo dele. Nesse cenrio to recente, o celular desafia com velocidade e fora atrozes as prticas do fazer jornalismo (MIELNICZUK,2011,p.11)

    Por conta deste processo recente, com todos produzindo e recebendo, para desempatar

    esse jogo e manter a fora do jornalismo moderno, que de acordo com GILLMOR, no mais

    uma palestra, mas sim uma conversao[14], h de se ter o entendimento desta nova era.

    Entretanto, alguns mtodos tradicionais permanecem como regra na hora de um jornalista se

    diferenciar de um usurio que no tem esta formao. Se h uma diviso de tarefas neste modelo,

    tcnicasbsicasdejornalismosonecessriasparaqueaindamantenhamosacredibilidade:

    Identificar relevncia de notcias a partir dos critrios de noticiabilidade, da relevncia e

    dosvaloresdeumfato

    Apurar as notcias de modo que no haja dvida alguma na hora da transmisso da

    mesma, com os passos necessrios, da fonte, dos personagens, da investigao, da produo e da

    publicao

  • Considerar que a especializao fundamental para a prtica dos dois temas acima e

    para construo de uma credibilidade, defendendo a ideia de que o jornalismo esportivo uma

    rea especfica, tal qual a cultural, econmica, poltica ou policial, e que para publicao de

    notcias dentro do ramo do jornalismo esportivo, preciso conhecimento e entender as suas

    peculiaridades(algoquenofoicompreendidoquandodadivulgaodestefato).

    CRITRIOSDENOTICIABILIDADEECONJUNTODEVALORESNOTCIA

    Os conceitos de valoresnotcia tambm se encontram presentes no ambiente das redes

    sociais. Em um ecossistema onde h uma pluralidade de informaes, uma diversidade de

    referncias e procedncias, cabe ao jornalista estabelecer uma separao de conceitos, para

    seguirumcritriodenoticiabilidadedosfatos.

    Poderseia dizer que o jornalismo um conjunto de estrias, estrias da vida, estrias das estrelas, estrias de triunfo e tragdia. Ser apenas coincidncia que os membros da comunidade jornalstica se refiram s notcias, a sua principal preocupao, como estrias?(TRAQUINA, 2005,p.21)

    Para TRAQUINA (2005), a atividade jornalstica altamente condicionada, pelo

    fechamento da redao, pelas horas restritas, pelo sistema de organizao das empresas, pela

    presso do deadline e pela necessidade de, em curto prazo, produzir, apurar, investigar, fechar e

    publicar. De certa forma, o mundo online acelerou este processo. H uma difuso de

    informaes, geradas a cada minuto. Outro aspecto importante o espao a ser publicado. Se na

    televiso e no rdio h um tempo determinado para transmitir as notcias e no jornal, um nmero

    de pginas como fator limitante, na Internet o espao muito maior. H uma amplitude de canais

    para divulgar uma notcia e sites que precisam ser abastecidos instantaneamente. A premissa da

    Internet a atualizao, sempre divulgar o que est acontecendo no momento. Com isso, o

    nmero de notcias publicadas muito maior, sendo um terreno fcil para a armadilha da notcia

    erradae/ouirrelevante.

  • Critrios de noticiabilidade so classificados como conjunto de valoresnotcia que

    determinam se um acontecimento, ou assunto, susceptvel de se tornar notcia (TRAQUINA,

    2005, p.63). Os valoresnotcia so separados em valoresnotcia de seleo e valoresnotcia de

    construo. Os valores de seleo subdividemse em: critrios substantivos e critrios

    contextuais. Os critrios substantivos dizem respeito avaliao direta do acontecimento em

    termos de importncia ou interesse. So critrios substantivos: morte, notoriedade, proximidade,

    relevncia, novidade, tempo (atualidade, efemride e ritmo), notabilidade, inesperado, conflitos e

    controvrsias. J os critrios contextuais so os critrios que dizem respeito ao contexto de

    produo das notcias. So eles: disponibilidade, equilbrio, visualidade, concorrncia, dia

    noticioso. Os valoresnotcia de construo so os critrios de seleo dos elementos dentro do

    acontecimento dignos de serem includos na elaborao da notcia. So eles, de acordo com

    TRAQUINA (2005): simplificao, amplificao, relevncia, personalizao, dramatizao e

    consonncia.

    A premissa de decidir a noticiabilidade de um evento e a publicao de uma notcia

    pertence ao jornalista. Diante de tantos aspectos que ainda circundam e baseiam a atividade

    jornalstica, qual apontamento se faz necessrio para atribuir este comportamento de oficializar

    a mentira no perigoso ambiente das redes sociais? O que de fato uma notcia a se verificar e

    onde a criao de mitos esbarra no compromisso que o jornalista tem de saber diferenciar,

    separar e investigar aquilo que procedente? Para fugir das armadilhas da era digital, voltemos

    ao ponto de partida fundamental na composio de uma notcia: ao recebla, a obrigao e

    necessidadedeapurlacorretamente.

    APURAODENOTCIASNAERADIGITAL

    O principal problema dos casos relatados e, em especial, do Caso Cabrito, que o

    objeto deste artigo, a falta da investigao correta na hora de apurar uma notcia. PEREIRA

    JNIOR (2009, p.71) chama a apurao de notcias de disciplina de investigao, um jogo de

    hiptese (Cabrito ser jogador do Grmio), anttese (no ser) e dvidas, no plural (Quem

    Cabrito?, Por que o Grmio quer esse jogador?, Quem me passou esta informao tem

  • credibilidade suficiente para que eu compre a notcia?). O autor classifica este processo como

    uma questo de disciplina e apresentando, dentro desta hierarquia proposta, uma srie de

    procedimentosbsicosparapreparar,apontareexecutarumamatria(tabela1).

    Tabela 1 O procedimento a ser usado no Caso Cabrito, de acordo com a teoria de

    PEREIRAJNIOR(2009,p/78):

    Fase1:ELABORAODAPAUTA

    Pistainicial(boato:GrmioestcontratandoCabrito)+Sondageminicial(quemrepassouo

    rumor?)+PreparaodaPauta(QuemCabrito?)

    Fase2:PRPRODUO

    AnlisedasFontes(origemdorumor)+Sequnciadeabordagem(ligaoparaoslocaispor

    ondeCabritopassou,pesquisasobreonome)

    Fase3:PRODUO

    Confrontaodeinformaes(diantedosdoisprimeirospassosconcludos,verooutrolado,

    nocaso,oGrmio)+Checagem(apartirdasfontesdoladoquepretendecontratar,jquea

    notciaprocede)

    Fase4:PSPRODUO

    Redao+produodamatria+reservadedocumentao

    Aps>>Divulgao

    Caso houvesse a investigao prudente, com a sequncia de fatos propostos, o Caso

    Cabrito pararia na fase 1, mais especialmente no que diz respeito sondagem inicial. A

    divulgao de uma notcia falsa por dois jornalistas, sendo que um deles em rede local, na

    televiso aberta, um salto do primeiro ponto da fase 1 para o ltimo ponto da cadeia, que a

    divulgaodanotcia.

    PEREIRA JNIOR (2009, p.80) tambm coloca um apontamento sobre o que

    acompanhaojornalistaemtodoesteprocesso:advida(tabela2):

  • Tabela2Apautafoibempreparada?

    Reprter mostra desconhecimento das informaes fornecidas pelas fontes, na fase de apuraopropriamentedita?Eleapresentacontrapontossinformaesdadaspelasfontes?Personagensescolhidossopoucorelevantesparaoesclarecimentodosfatos?Dadosapuradosatualizamquestoabordadanapauta?Premissaestforada,equivocadaoufundadaempreconceitoesensocomum? H problema de enfoque que denunciaria hesitao em saber a que leitor se dirige, determinandoabordagemequivocada?Levantamentoprviodeinformaesevitariafaltadeatualidadeetropeosdeinformao? Na apurao, o reprter percebeu que informao no se encaixava (ou at contradizia) o que pensaraaoproporapauta? Matria faz crer que, se preciso tanta explicao prvia para convencer o leitor sobre a legitimidadedoassuntoproposto,entoelenosejustificaria?

    O jornalista no pode contentarse com apenas um dos diversos aspectos possveis da histria. preciso validar a informao com pelo menos duas outras fontes. O reprter no pode bancar uma afirmao sem confirmla. A pressa no desculpa para m apurao. da natureza do jornalismo ser feito em tempo curto. Na linha de produo da notcia, o levantamento e o rigor na checagem estabelecem a qualidade dainformao(PEREIRAJNIOR,2009,p.87)

    Com este volume de informaes e procedimentos, preciso, depois de tudo isso,

    executar o ltimo passo proposto na fase de produo da Tabela 1: a lista de checagem ou

    checklist. A ASNE Associao NorteAmericana de Editores de Jornais prope um modelo

    com sete pontos a serem revisados antes da publicao[15]. De acordo com o sistema[16], um

    editor precisa responder s sete perguntas quando estiver lendo o material apurado pelo reprter

    (PEREIRAJNIOR,2009,p.89),conformeexpliconaTabela3.

  • Tabela3Checklist

    Chequei ao menos duas vezes todos os nomes, ttulos mencionados e informaes citadas nestamatria?Sehnmerosdefonesouendereos,foramtestadoserechecados? Todas as citaes so precisas e esto exatas e atribudas corretamente? Eu entendi plenamenteoqueafontequisdizer?Asinformaesdepesquisaestocompletas?Asinformaesdolideestosuficientementerespaldadas? A matria justa? Todos os envolvidos foram identificados, contatados e tiveram oportunidade de falar? Algum vai ficar aborrecido ou zangado com essa matria amanh? Por qu? Para ns essa reao estar bem? Ns apuramos informaes paralalelas? Ns tomamos partido ou fizemos juzos de valor a respeito de resultado que presentemos? Algum gostar da matriamaisdoquedeveria?Oqueestfaltando?

    Cabe ao jornalista sedimentar uma realidade slida para o pblico, sem enganlo com a falsa promessa de uma realidade real, pronta, acabada. Seu trabalho ser categrico: um fato ocorreu desse jeito, no de outro. O real, no entanto, ser o sentido que damos massa catica de estmulo que recebemos.(PEREIRAJNIOR,2009,p.70,71)

    H, ainda, o pressuposto da exclusividade, da notcia antecipada, que sempre ganha

    pontos na comunidade jornalstica. A notcia em primeira mo uma ferramenta que d ao

    profissional credibilidade, um significado de competncia e mostra boa relao e valor de

    importncia do jornalista com a fonte. O sentido de relevncia da fonte, de acordo com

    TRAQUINA (2005), tambm d ao jornalista a segurana necessria para saber se aquela

    informao vale como notcia. Uma boa relao com a fonte leva ao chamado furo de

    reportagem.A palavra furo, ou scoopem ingls, designa a notcia dada em primeira mo, com exclusividade, por um jornal ou revista (impresso, rdio, televiso ou online) um jargo jornalstico criado no interior das redaes para designar a notcia exclusiva,ouagrandenotcia(OLIVEIRA,2014)

  • A presso dos meios sociais e sua instantaneidade alteraram de alguma maneira a forma

    como se procede um furo. Se hoje qualquer um que tenha uma conta na rede social pode ser um

    agente fundamental para construir uma notcia, qualquer um tambm pode ser o produtor de um

    furo. H, ainda, a perspectiva do jornalismo enquanto negcio e a necessidade de estar sempre

    um passo frente do concorrente. Como se fosse uma batalha, s que, desta vez, com mais

    oponentestodosquepodemproduzircontedo.

    O desenvolvimento de um campo jornalstico autnomo tem como fator crucial a profissionalizao das pessoas envolvidas na atividade jornalstica em que reivindicada a autoridade e a legitimidade de exercer um monoplio sobre o poder de decidir a noticiabilidade dos acontecimentos e das problemticas. Perder esse monoplio pr em causa a independncia do jornalismo e a competncia dos seus profissionais.(TRAQUINA,2005,p.180181)

    A busca incessante pelo furo pode apressar os procedimentos de apurao de notcias.

    Na velocidade das mdias de Internet, cada vez mais se diminui a exclusividade, aumenta a

    concorrncia e a cultura do furo se intensifica. H um desafio, logo, em estabelecer todos os

    procedimentos de avaliao, seleo, apurao e publicao de notcias (da prpauta ao

    checklist) em um tempo menor. Quando se repassa ao leitor, ouvinte ou telespectador, um

    acontecimento que no verdadeiro e este transmitido pelo jornalista, sinal que no houve a

    apurao correta, que os passos no foram dados de uma maneira adequada, ou ento, na busca

    pelo furo, uma apurao apressada. Os procedimentos so necessrios para que todas as

    dvidasterminem.Ofurotambmumresultantedestetrabalho.

    Todavia, em alguns casos, todo este processo de avaliao e posterior apurao das

    notcias poderiam nem existir. No caso estudado, o tal Enrico Cabrito no existe, e isso bem

    fcil saber, desde que se tenha conhecimento sobre o assunto. A especializao parte do

    trabalho de um jornalista esportivo, conforme ALCOBA (1979), que categoriza o jornalismo

    esportivo em uma modalidade semelhante a qualquer outra editoria, sem os engraadismos[17]

    quemarcamotemahojenodiaadiaderedaes,rdioseprogramasdeteleviso.

  • MODELODEALCOBA:ESPECIALIZAO

    H algum tempo, o jornalismo esportivo tambm tratado como entretenimento. Neste

    ponto, principalmente na televiso, h certa divergncia entre pesquisadores, em tema

    amplamente tratado na dissertao de mestrado Fim da notcia: o engraadismo no campo do

    jornalismo esportivo de televiso, de Mariana Oselame (2012). A busca pela audincia e a

    necessidade de transformar o jornalismo esportivo em produto acessvel para todos, fez com que

    este caminho fosse desvirtuado e, em muitos casos, transformado no que chamo de esporte para

    quemnogostadeesporte.A comunicao esportiva conta hoje com muitos achismos e menos certezas. Sem realizar a verdadeira funo do reprter de buscar a informao, investigar e checar sua veracidade, o profissional acaba atuando na base do eu acho isso, eu acho aquilo(DASILVEIRA,2012,p.4)

    A definio de ALCOBA (1979) parte do princpio de termos um jornalista esportivo

    baseado em estudo e especializao, onde os profissionais tm conhecimento a respeito do tema

    repassado. O jornalista poltico convive entre as fontes da rea, com conhecimento sobre a

    Assembleia, a Cmara, prefeituras, governos e gabinetes. O jornalista econmico tem sua rea de

    atuao voltada para os nmeros, grficos e taxas, transitando neste meio. O jornalista cultural

    estuda a respeito das peas, filmes, discos e livros publicados. No caso do jornalista esportivo,

    uma obrigao ter o conhecimento necessrio, relevante e seletivo sobre as especificidades do

    esporte.

    No Caso Cabrito, este processo foi ignorado por parte dos jornalistas que divulgaram o

    acontecimento como se fosse notcia: em nenhum momento eles sabiam se o tal Enrico Cabrito

    de fato existia. Se houvesse o conhecimento necessrio na rea, ambos saberiam que este jogador

    era uma inveno. DA SILVEIRA (2012) defende que os cursos de graduao poderiam incluir a

    matria Jornalismo Esportivo, um campo especfico, em sua grade curricular. O esporte tem

    uma linguagem prpria, nomes peculiares e um universo particular de termos, nomes, jarges e

    bengalas.

  • De nada adianta se o profissional que narrar no tiver conhecimento sobre o tema a ser tratado, pois s se transmite sobre aquilo que se conhece. Tal conhecimento s ser adquiridocomoestudo(DASILVEIRA,2012,p.12)

    Este o conjunto de fatores que gerou a repercusso do caso: no parasse em um

    programa de grande audincia da TV local e no fosse transmitido via Twitter por um jornalista

    experiente, com muitos seguidores na rede social, com audincia e que, em tese, j adquiriu

    credibilidade suficiente para garantir que uma notcia sua fosse no mnimo considerada, o caso

    virariarumordeInternet,comotantosoutros.

    CONCLUSO

    A repercusso do Caso Cabrito foi imediata. No dia 5 de fevereiro de 2013, um dia

    aps a divulgao do boato, o apresentador do Jornal do Almoo Paulo Brito veiculou no Jornal

    do Almoo o interesse do Grmio pelo lateral Enrico Cabrito como se fosse notcia. O jornalista

    Farid Germano Filho, confrontado com o fato de que Cabrito era produto da inesgotvel fonte de

    zura do Twitter, alegou que sua conta no Twitter fora hackeada[18]. O assunto Enrico

    Cabrito foi trendtopic[19] nos dias 4 e 5 de fevereiro em Porto Alegre, no dia 5 de fevereiro no

    Brasil e por 42 minutos no mundo[20]. A repercusso na mdia tambm aconteceu de forma

    imediata. O site baguete.com postou matria com a cartola barrigao[21] com repercusso na

    prpria rede social, atravs de perfis de Twitter de diversos jornalistas[22]. O site UOL colocou

    que o erro foi parar na TV Globo[23]. O narrador Paulo Brito, ao contrrio de seu colega Farid

    Germano Filho, admitiu que caiu na brincadeira. Em entrevista publicada pelo site UOL[24],

    Brito disse: Bom, eu ca. Fazer o qu? No trnsito, entre a redao e o estdio, todos s falavam

    no tal Cabrito. Como tem Twitter falso e a tentao pela brincadeira de Cabrito era muito grande,

    eu at falei ontem que ia sobrar para mim. Eu ca, ca. Parabns aos criadores do Cabrito que

    conseguiramrealmentefazeralgumcair.

    Os membros da zura, a partir deste caso, passaram a chamar as barrigas, o velho

    jargo jornalstico para apontar um erro divulgado como notcia, de cabritada. O que houve

    neste caso foi uma srie de procedimentos jornalsticos ignorados. De acordo com os conceitos

  • de valornotcia, divulgar que um jogador est sendo contratado pelo Grmio por um jornalista

    gacho atinge os critrios perfeitamente. Entretanto, o jogador no existe, ferindo outro princpio

    bsico do jornalismo: uma notcia s notcia se ela existir. Caso contrrio, fico. O que

    aconteceu foi a simples transposio de um rumor para a rede social e para a TV aberta, com

    doisjornalistasdivulgandooacontecimento.

    A Internet um ambiente propcio para a disseminao de boatos, j que nas redes sociais

    qualquer um produtor de contedo. Este novo ambiente, na perspectiva de GILLMOR, muito

    mais voltado para uma conversao do que para uma palestra, desestruturando um pouco os

    conceitos estanques de emissor e receptor. Justamente por isso, h a necessidade de filtrar,

    separar e descartar o que o boato, selecionando apenas divulgvel, utilizandose de um trip:

    a identificao do que ou no notcia, baseandose nos critrios de noticiabilidade propostos

    por TRAQUINA sendo notcia, atender s necessidades de apurao e investigao, de acordo

    com as tabelas e referncias apresentadas por PEREIRA JNIOR e o conhecimento para

    transmitila, saber qual o assunto a ser abordado, dentro do que prega ALCOBA, que defende a

    especializaoeacompreensodoassuntoespecfico.

    Passando por estes pontos, h de se entender tambm o conceito de furo, que precisa

    ser fruto de um trabalho metdico, importante, sistemtico e credvel, respeitando os passos de

    entender o que notcia, para apurla e tambm ter conhecimento acerca do assunto a ser

    abordado. O furo um processo, no uma corrida de automobilismo, onde quem chega na frente

    conseguiu ser melhor. Uma notcia bem dada melhor do que uma notcia dada primeiro. Nas

    redes sociais, com tanto contedo disposio, o melhor furo o que foi mais bem apurado,

    melhor transmitido e que obedeceu a todos os requisitos que defendo neste artigo, desde a

    identificaodanotciaatespecializaopararepassla.

    No Caso Cabrito, estes pontos no foram atendidos. Se em nome do furo ou do simples

    desconhecimento, seja qual for o motivo, fundamental concluir que ainda h que se aprender

    em como lidar com as redes sociais enquanto veculos. Justamente por ser um ambiente recente,

  • os critrios de noticiabilidade, a apurao e a especializao precisam ser levados em conta. No

    Caso Cabrito, houve a negligncia destas tcnicas. Foi a vitria da zura, que, naquele dia,

    consagrou o Cabrito e arranhou a credibilidade daqueles que tm o compromisso de lidar apenas

    comanotciaecomaveracidadedasinformaes.

    REFERNCIASBIBLIOGRFICAS

    ALCOBA LPEZ, Antonio. El Periodismo Deportivo em La Sociedad Moderna. Madrid: Ed. AugustoPilaTelea,1979.DA SILVEIRA, Natlia Ely. Jornalismo Esportivo sob olhar de Alcoba e seus seguidores. Artigo acadmico apresentado como requisito para obteno do ttulo de Especialista em JornalismoEsportivo,pelaFABICO,daUFRGS,2012.GILLMOR,Dan.Wethemedia.NovaYork:OReilly,2004.KOVACH, Bill ROSENTIEL, Tom. Os Elementos do Jornalismo: o que os jornalistas devem sabereopblicoexigir.SoPaulo:Ed.GeraoEditorial,2005.JENKINS,Henry.Culturadaconvergncia.2.ed.SoPaulo:Aleph,2009.MIELNICZUK, Luciana. O celular afronta o jornalismo. Disponvel em http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/9encontro/CC_42.pdf. Acessado em 11ago.2015.NOBLAT,Ricardo.Aartedefazerumjornaldirio.SoPaulo:Contexto,2008.OLIVEIRA, Hebe Maria Gonalves de. A natureza do furo de reportagem: da perspectiva histrica para uma construo terica, Tese de Doutorado .Universidade Estadual de Ponta Grossa(UEPG)/Paran,2014.OSELAME, Mariana Corsetti. Fim da Notcia: O Engraadismo no campo do Jornalismo Esportivo de Televiso. Disponvel em http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4633.Acessadoem23.Jun.2015PASE, Andr GOSS, Bruna Marcon. Entre cordeiros e cabritos, um estudo da relao entre jornalistas e torcidas na apropriao do contedo das redes sociais. Disponvel em http://www.fumec.br/revistas/mediacao/article/view/1901.Acessadoem07.jul.2015.

  • PEREIRA JNIOR, Luiz Costa. A Apurao da Notcia. Petrpolis: Editora Vozes, 2006. P67113.RECUERO,Raquel.Redessociaisnainternet.PortoAlegre:Sulinas,2009.REULLE, Danielle Sandri. A dinmica dos rumores na rede: a web como espao de propagao de boatos virtuais. Dissertao (Mestrado em Comunicao e Informao), UFRGS, 2008.TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo Volume I Porque as notcias so como so. Florianpolis:EditoraInsular,2005._______________. Teorias do Jornalismo Volume II Uma comunidade interpretativa transnacional.Lisboa:Quimera,2005.ZAGO, Gabriela da Silva. Boatos que Viram Notcia: Consideraes sobre a Cirulao de Informaes entre Sites de Redes Sociais e Mdia Online de Referncia. Trabalho apresentado no DT 5 Conunicao Multimdia do XI Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul,realizadode17a19demaiode2010.

    [1]ArtigoacadmicoapresentadocomorequisitoparaaobtenodottulodeEspecialistaemJornalismoEsportivo,pelaFaculdadedeBiblioteconomiaeComunicao,daUniversidadeFederaldoRioGrandedoSul,duranteosemestrede2015/2,orientadopelaProfessoraDra.SandraFtimaBatistadeDeus.[2]JornalistaformadopelaPUCRS,atuanojornalismoesportivodesde1999.ComentaristaesportivoecoordenadordejornalismodaRdioGuaba,dePortoAlegre.Email:[email protected][3]Neologismosquevmdezoeira:Zombardealgum,zoar,muitabaguna.TrolagemvemdoinglsTroll,griautilizadaparagozar,zombar.[4]Redesocialeumservidorparamicroblogging,quepermiteaosusuriosenviarereceberatualizaespessoaisdeoutroscontatos,pormeiodowebsitedoservio,porSMSeporsoftwaresespecficosdegerenciamento.[5]EntrevistadeDanGillmouraositeDigestivoCultural:http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1740&titulo=We_the_Media,_de_Dan_Gillmor[6]EntrevistadeFabianoEstrelaem6jul.2015,viaTwitter(@_fabianoestrela)[7]http://www.blogdodemian.com.br/2015/02/cabritoday2anos.html.Acessadoem19jul.2015[8]Imagememhttps://www.youtube.com/watch?v=OrFQPgJv3nw.Acessadoem8jul.2015[9]PesquisafeitanoTMSdaFIFA,bancodedadosquedispedetodososregistrosdejogadoresdefuteboldoplaneta,indicouainexistnciadeEnricoCabrito.[10]Fonte:topsy.com[11]Fonte:FIFA.com

  • [12]udiodanotciaencontradoemhttps://www.youtube.com/watch?v=ZS_4jLMIXU.Acessadoem19.Jul.2015[13]http://www.ultimadivisao.com.br/5picaretagensqueestiverampertodereforcargrandesclubes/.Acessadoem10.ago.2015[14]EntrevistadeDanGillmouraositeDigestivoCultural:http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1740&titulo=We_the_Media,_de_Dan_Gillmor.Acessadoem03.Ago.2015[15]KOVACHROSENSTIELapudPEREIRAJNIORemOselementosdojornalismo(2001)[16]CreditadoaDavidArnold,editorexecutivodoSanJoseMercuryNews[17]TermocolocadoporOSELAME(2012)[18]PostagemfeitanoTwitterem5.Fev.2013[19]Trendtopic:termo,palavraouexpressoqueapareceentreasmaiscitadasecomentadasnoperodoespecfico.[20]Fonte:topsy.com/analytics[21]Matriafalsaouerrada,publicadacomoestardalhaodeumagrandenovidade..Oopostode"furo"[22]http://www.baguete.com.br/noticias/05/02/2013/twitterinventajogadoremidiaacredita.Acessadoem10.ago.2015[23]http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimasnoticias/2013/02/05/internautasinventamreforcoparaogremiocasovirahitevaipararnatvglobo.htm.Acessadoem10.ago.2015[24]http://uolesportevetv.blogosfera.uol.com.br/2013/02/06/apresentadordagloboadmiteerroporanunciarfalsoreforcodogremio/.Acessadoem10.ago.2015