Cartilha sanidade animal e gado leiteiro

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1 Contrato ATER/INCRA/PROSAFRA nº 15000/14 PECUÁRIA: SANIDADE ANIMAL E MANEJO REPRODUTIVO TÉCNICO RESPONSÁVEL: RAFAEL SOARES DIAS [email protected] (62) 92675013 (Claro) (62) 81301505 (Tim) (62) 86330418(Oi)

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A cartilha Sanidade Animal e Manejo Reprodutivo foi elaborado pelo zootecnista Rafael Soares Dias, como parte das atividades da PROSAFRA em parceria com o INCRA e o Contrato ATER para os pequenos agricultores da região de Jussara - GO, no ano de 2014.

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Contrato ATER/INCRA/PROSAFRA nº 15000/14

PECUÁRIA: SANIDADE ANIMAL E

MANEJO REPRODUTIVO

TÉCNICO RESPONSÁVEL: RAFAEL SOARES DIAS

[email protected]

(62) 92675013 (Claro) (62) 81301505 (Tim) (62) 86330418(Oi)

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PECUÁRIA: SANIDADE ANIMAL E MANEJO REPRODUTIVO

Técnico Responsável: RAFAEL SOARES DIAS

[email protected]

INTRODUÇÃO

Neste texto objetiva-se apresentar conceitos que abrangem a sanidade

animal, bem como o manejo reprodutivo. Tem-se abordado a seguir conceitos

de sanidade animal, manejo reprodutivo, alimentação, manejo de pastagem,

manejo de reprodução, inseminação artificial, índices zootécnicos, estação

reprodutiva, controle sanitário, vacinas, vermífugos, principais enfermidades,

descarte e reprodução com uma linguagem de fácil leitura e compreensão.

O QUE É SANIDADE ANIMAL

Em uma visão ampla, a saúde dos animais envolve questões que estão

relacionadas com as enfermidades dos animais, com a saúde pública, o

controle de riscos para com a cadeia alimentar, para garantir a oferta de

alimentos seguros e também o bem estar dos animais. Para que ocorra a

segurança da saúde dos animais é necessário que existam serviços bem

estruturados de veterinários, os quais precisam ser capacitados e estarem

aptos para detectar e adotar precocemente medidas que controlem e

erradiquem as doenças.

O QUE É MANEJO REPRODUTIVO

Manejo reprodutivo é de suma importância para aumentar os índices

produtivos de todo o rebanho. O manejo reprodutivo da fêmea é composto por

diversas fases que compõe a vida do animal como a desmama, a puberdade, o

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parto, o período de serviço, a idade da primeira cria, o intervalo de partos e o

manejo pré-parto. Para que o manejo adequado dessas fases ocorra é muito

importante a eficiência reprodutiva do animal, bem como de todo rebanho.

Para uma maior produtividade e lucratividade é preciso que haja um conjunto

de decisões importantes no que diz respeito a vida útil da produção de uma

fêmea, a qual passa por várias fases que abordaremos a seguir.

A desmama compõe o momento muito importante para futuras

matrizes, visto que fornecem dados cruciais para a seleção das fêmeas, pois é

preciso analisar o desenvolvimento ponderal e a saúde dos animais que foram

desmamados e, isso depende da capacidade da mãe em criar eles. E, caso o

índice de mortalidade até o período da desmama seja acima de 3% pode-se

considerar como alta para uma criação bem sucedida.

A fase da puberdade inicia-se por volta de um ano de idade, onde há o

afloramento do aparelho genital, reprodutor e seus anexos, bem como da

produção de hormônios e do fortalecimento das estruturas do corpo para que a

fêmea esteja pronta para o acasalamento.

Tendo um manejo adequado (principalmente relacionado a

alimentação) consequentemente o desenvolvimento do animal será normal. A

desmama tem fundamental importância neste momento, pois os animais sendo

bem desmamados, a fase da puberdade, será tudo normal completando ela em

torno dos 18 meses de idade.

A idade da primeira cria relacionado as primíparas (fêmeas que estão

parindo pela primeira vez) é um registro importante, visto que esta idade

correlaciona-se com a vida útil produtiva, onde tem-se o significado de que as

fêmeas que tem o parto mais cedo geralmente são mais férteis e durante sua

vida reprodutiva produzem mais.

Significa também que elas têm uma reprodutividade precoce e que estas

novilhas precisam ser manejadas com bastante atenção, porém não se pode

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entourar e inseminar fêmeas que estejam com peso menor que 300 kg para

que não se comprometa a vida reprodutiva deste animal em gestação onde o

estado corporal não esteja condizente. É preciso dizer que acima dos 27 e 30

meses de vida, já está acima do indicado para a primeira cria, pois pode haver

problemas com o manejo depois da desmama e também com a puberdade.

O parto é um momento de grande importância, onde a fêmea precisa ter

toda uma assistência e se pode precisar ajuda no parto e depois do parto.

Tendo problemas no parto pode gerar inutilidade da fêmea para futuras

reproduções e, caso haja um corte malfeito no umbigo e/ou secreção que

entope as vias respiratórias do recém nascido também pode causar graves

infecções e consequências durante toda a vida do animal. No parto é preciso

que se coloque em ação uma das práticas mais significativa do manejo, a qual

dependerá da saúde do bezerro que é a ingestão do colostro, que proporciona

benefícios para os recém nascidos.

O período de serviço vai do parto até a próxima gestação. Esse período

é dividido em dois. O primeiro período de serviço é o puerperal, onde ocorre a

recomposição do sistema genital, principalmente do útero. O segundo período

de serviço é quando o touro está cobrindo a fêmea.

Quando se tem inseminação artificial o controle desse período é mais

fácil, sendo o manejo produtivo mais simples. Este período de serviço tem

papel importante no que diz respeito a lucratividade da fazenda, pois quanto

mais for o período de serviço mais será o intervalo dos partos. Caso o período

de serviço seja acima de 60 dias o manejo pós-parto será prejuízo e, esse

índice é de suma importância, visto que a partir dele depende o intervalo dos

partos, que é um indicador da eficiência da reprodução do rebanho.

O intervalo dos partos é uma das fases importantes para a criação

animal ligada a reprodução, visto que ele depende de todas as práticas de

manejo e, quanto maior for esta fase menor será a produtividade do animal e

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pode ocasionar prejuízos, pois compromete a eficiência reprodutiva do

rebanho. É preciso que se tenha muita atenção na recuperação do parto, bem

como da alimentação antes e depois dele e, necessita-se da utilização de

reprodutores saudáveis, visto que estes cuidados são muito importante e

interferem no ciclo reprodutivo do animal de maneira direta.

Para que a fêmea crie uma vez no ano o período de serviço não pode

passar de 120 dias, visto que o período puerperal se completa geralmente até

os 40 dias, sendo então possível atingir esta meta, porém é preciso um bom

manejo. O sucesso na criação depende do manejo que é totalmente

dependente do homem. O intervalo de parto acima de um ano é bastante

comprometedor no que diz respeito a eficiência reprodutiva do rebanho.

Depois de todas essas fases chega-se ao primeiro período seco onde as

fêmeas começam a se preparar para ter seu segundo parto que coincide com

outro momento importante que é o pré-parto. Nesse momento as fêmeas

precisam estar secas, ou seja, é necessário que parem de ordenhá-las, visto

que todos os cuidados devem ser tomados com fêmeas gestantes.

A secagem das fêmeas é a primeira prática de manejo nessa fase e

precisa ocorrer no tempo e momento certo. Ela deve durar o tempo suficiente

de preparar a fêmea para o parto, sendo o ideal dois meses antes do parto,

visto que dá permissão a fêmea de se recuperar da lactação, bem como de

reparar-se para o posterior estresse com o parto e amamentação.

É preciso que todas as condições de manejo sejam fornecidas aos

animais, neste momento se transfere os animais para uma área separada onde

ficarão até o parto. Esta área precisa ter de preferência um bom pasto, sombra,

água e também tranquilidade para as fêmeas gestantes.

Para que haja um bom manejo reprodutivo das fêmeas na propriedade é

preciso uma boa administração e, que algumas recomendações sejam

cumpridas, como registro, as variações climáticas e o tratamento dos animais.

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ALIMENTAÇÃO E MANEJO DA PASTAGEM

Sabe-se que uma das importantes limitações de nutrientes do gado de

leite é a deficiência dos minerais, visto que as forrageiras não costumam

atender as exigências dos animais, pois o conteúdo da forragem depende de

alguns fatores determinantes como o solo, o clima, a espécie da forrageira e a

maturidade. Em geral os solos são de média a baixa fertilidade e possuem

grande quantidade de alumínio e de ferro, o que favorece a formação de

compostos insolúveis para as plantas, aumentando a deficiência do pasto.

Os nutrientes minerais compõem somente cerca de 5% do corpo dos

animais, porém contribuem com partes do esqueleto e também da estrutura

dos músculos, sendo importantes ao funcionamento normal do organismo. Os

desequilíbrios de ordem mineral na dieta dos animais podem vir a ocorrer pela

deficiência e também pelo excesso, por isso é possível elaborar algumas

fórmulas que atendem as condições tanto da pastagem quanto do rebanho.

Nota-se que são vários os fatores que determinam a quantidade de

mineral que os animais exigem tais como tipo de exploração, ou seja, gado de

cria, de corte ou de leite, o nível de produção, a idade, o teor, a forma química

dos ingredientes, as inter relações com outros minerais, o consumo da mistura

mineral, a raça e a adaptação animal.

Mesmo que durante a seca, isto é o verão, as pastagens apresentem um

menor teor de minerais, observa-se que na estação chuvosa, no inverno, as

deficiências minerais são mais severas, onde o ganho de peso é estimulado

através da disponibilidade de energia e proteínas, os quais elevam os

requerimentos minerais. As fórmulas minerais são calculadas para suprir

diariamente as exigências minerais, com uma mistura completa, por isso é

necessário que os animais tenham acesso a vontade a essas misturas.

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O manejo de pastagem pode pelos sistemas, extensivo e rotacionado,

porém mais importante que o sistema de manejo é ter o cuidado para não

ultrapassar a capacidade que suporta a pastagem, visto que pode ocasionar o

processo de degradação. O sistema extensivo o ganho também ganho peso,

mas em menor proporção e tem um menor gasto em cercas. O sistema

rotacionado permite a produção por área e exige um maior gasto em cercas,

possibilitando um aproveitamento melhor da área em que se encontra o gado.

É preciso ter atenção, pois a quantidade/carga de animais necessita ser

compatível com a capacidade que o pasto suporta.

Sabe-se que grandes quantidades de nutrientes presentes no solo são

exploradas através dos animais e estas precisam ser repostas por adubações,

visto que caso não ocorra essa reposição haverá grande chance de diminuir a

produtividade e degradação da pastagem.

MANEJO DE REPRODUÇÃO

A reprodução em bovinos tem como objetivo maior a produção de

bezerros com a utilização das matrizes sendo a partir da maturidade sexual até

o momento do descarte e consequentemente a substituição/reposição por

novilhas, visto que o ciclo repete de geração em geração.

Pretende-se aplicar técnicas de pecuárias avançadas e ao mesmo tempo

intensificar as parições onde cada vaca em idade reprodutiva produza um

bezerro por ano e este bezerro seja criado de maneira sadia e desmamado com

peso ideal. Porém todos os criadores, médicos veterinários, zootecnistas e os

demais envolvidos na pecuária, precisam ter o objetivo de aumentar a

produção e consequentemente o aumento dos lucros.

Pode-se dizer que a inseminação artificial é um importante e econômico

argumento que atinge o objetivo acima descrito, visto que o gado leiteiro visa

a produção de fêmeas com alta produção de leite, bem como reprodutores

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melhorados. Enquanto a pecuária de corte utiliza a inseminação artificial para

a produção de carne, touros melhorados, novilhas para reposição e

aproveitamento de vacas, as quais são descartadas. Ambas situações os

rebanhos precisam de manejo diário e a finalidade maior é reduzir ou manter

o intervalo entre os partos próximos aos 12 meses de idade.

INSIMINAÇÃO ARTIFICIAL

A inseminação artificial é uma das técnicas de baixo custo e mais

simples que está empregada na área de reprodução animal e, apresenta o

melhor resultado quando a pretensão é realizar a seleção e o melhoramento da

genética de um rebanho. Este melhoramento genético pode se realizar com a

utilização do sêmem dos reprodutores, desde que tenham os valores

zootécnicos comprovados e que a utilização deles sejam em rebanho

selecionado para a inseminação artificial.

Mesmo sendo um processo simples, a inseminação artificial necessita

de um controle muito rígido e uma criteriosa atividade nas suas etapas, as

quais vão desde a seleção do reprodutor que doa o sêmem até o treinamento

do inseminador. Detectar o cio é a principal limitação para a implantação do

programa de inseminação artificial, pois detectar o cio eficientemente é um

objetivo que na maioria das vezes não é alcançado de maneira satisfatória e,

que apresenta grande influência no que diz respeito a performance e produção

do rebanho.

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS

Os índices zootécnicos são de fundamental importância para que os

objetivos estabelecidos para a criação de bovinos sejam alcançados, visto que

os mesmos ajudam a revelar quais aspectos necessitam de uma maior atenção,

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quais práticas precisam ser mantidas, substituídas e até mesmo aprimoradas.

As melhorias na produção e reprodução de bovinos são decorrentes das

análises desses índices, pois é a partir deles que se tem uma base para

comparar com os resultados futuros para com a rentabilidade na produção.

Através dos índices zootécnicos e os dados numéricos por eles descobertos é

possível representar quais fatores estão interligados na bovinocultura, no

manejo sanitário, no manejo de pastagens e na nutrição.

ESTAÇÃO REPRODUTIVA

A estação reprodutiva de novilhas consiste no uso estratégico de

pastagens cultivadas que tenham maior disponibilidade e qualidade na seca,

visto que assim proporcionará uma melhor condição nutricional as novilhas

que serão enxertadas e às que são de primeira cria. Devido a isso, as novilhas

primíparas, ou seja, as paridas, tem um menor desgaste orgânico o que

favorece o aparecimento do primeiro cio fértil e, em relação as novilhas que

serão enxertadas elas atingem mais rápido a condição corporal que é desejada.

A estação reprodutiva nas novilhas precisa ter início e término com 25 a

45 dias antes das vacas, visto que as novilhas de primeira cria apresentam

intervalos maiores entre o parto e o primeiro cio fértil comparando com as

vacas e, o tamanho juntamente com seu desenvolvimento corporal é mais

importante do que a idade, pois a idade e a época da maturidade sexual

dependem da raça e da alimentação.

Cada raça possui um peso ideal para ter a primeira concepção e este

deve ser respeitado para que o animal consiga atingir o seu desenvolvimento

total, por isso mesmo que as novilhas entrem no cio antes da condição peso,

as mesmas não podem ser cobertas, visto correr o risco de não conseguir

manter as exigências nutritivas para seu pleno desenvolvimento.

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É preciso que seja fornecida uma boa alimentação as novilhas, pois é

uma condição indispensável para que tenha um desenvolvimento pleno e se

obtenha bons resultados. A estação reprodutiva de inverno é aconselhada para

as novilhas que não conseguiram o pleno desenvolvimento na estação

reprodutiva de primeira, as quais ficariam passadas para a próxima estação,

onde o criador ganha mais alguns meses, porém há maiores gastos com mão

de obra, visto que será necessário criar datas diferenciadas de manejo e

despadronizar os lotes. Isto não é indicado.

A estação reprodutiva de vacas leva nove meses e meio e a mesma deve

ter seu início programa de acordo com o período da primeira parição, onde vai

depender da época que desejar que aconteça o nascimento e a desmama. Esta

estação reprodutiva precisa concentrar nos períodos em que tenha o melhor

fornecimento de alimentos, pois as exigências nutritivas para esta reprodução

são altas, visto que os nascimentos ocorrem nos períodos mais secos e a

incidência de doenças são menores.

É recomendada uma estação de monta curta, ou seja, de

aproximadamente 3 meses. Os meses novembro, dezembro e janeiro são os

meses mais recomendados. Estabelecer duas estações de monta durante o ano

para as vacas, geralmente não é justificável, pois se considerarmos que o

manejo e a alimentação são iguais para as demais vacas, desse modo

estaríamos dando prêmio aos animais de baixa eficiência reprodutiva que não

conceberam durante o período em quem foi planejado. Dando prejuízo por

não trazer resultados na época esperada. Mesmo reduzindo o intervalo entre

os partos haveria uma seleção negativa da fertilidade e os nascimentos que

serão resultados da estação de inverno seria no período das águas o que não é

aconselhável e, pois as práticas do manejo seriam por mais um longo período.

CONTROLE SANITÁRIO

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O controle sanitário ou o manejo sanitário constitui um conjunto de

atividades de ordem veterinária que são planejadas e direcionadas com vistas

a prevenção e a manutenção da saúde de todo o rebanho. Quando o objetivo é

somente prevenir a ação dos agentes patogênicos é utilizado medidas de

higiene e profilaxia sanitária, ou seja, a limpeza, a higienização das

instalações zootécnicas, a desinfecção umbilical do recém-nascido e ingestão

precoce do colostro.

Quando a pretensão é manter os animais resistentes à ação desses

patógenos são necessárias medidas de profilaxia médica, ou seja, a vacinação,

a vermifugação e o banho carrapaticida. Essas duas formas são

complementares, uma a outra, porém quando relacionado a sistema de

produção de grande escala de gado de corte a ênfase maior é concentrada na

profilaxia médica.

VACINAS E VERMÍFOGOS

No manejo sanitário a vacinação é um dos principais procedimentos,

visto ser um ato prudente e inteligente o qual tem boa relação com o custo e o

benefício. As vacinas têm como função primeira a proteção dos animais

contra as doenças/enfermidades que são naturais e ocorrem na região onde

está o rebanho.

As vacinas precisam ser vistas como parte do programa de manejo

sanitário e necessitam ser planejadas para atender as necessidades de cada

rebanho especificadamente. As vacinas são determinadas diante de alguns

fatores como idade, sexo, espécie, região geográfica e o tipo de manejo.

Depois de determinadas quais vacinas e com o programa de vacinação precisa

ser avaliado para ver se as metas serão realmente atingidas. Animais que

tenham histórico de vacinação desconhecidos necessitam ser submetidos a

vacinação inicial e dentro de quatro semana ter uma nova vacinação.

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Sabe-se que existem vários tipos de vacina no Brasil para serem usadas

em bovinos de corte e de leite, onde as mesmas são contra enfermidades

causadas por protozoários, bactérias e vírus. Tem vacinas que são

recomendadas para uso rotineiro enquanto outras são para condições

específicas, porém as duas possuem doses e vias de aplicação própria e tempo

de duração da imunidade diferente, sendo que este tempo é o definidor para o

período de revacinação.

A utilização de vacina deve variar de acordo com a categoria dos

animais existentes no rebanho, visto que algumas são recomendadas para

certo tipo de rebanho enquanto outras não. Mesmo vacinadas pode ocorrer do

animal ter a doença e isso está ligado diretamente a conservação inadequada

da vacina, ao uso de menores doses do que a necessária, a baixa qualidade da

vacina e até mesmo quando o animal seja infectado no período negativo da

vacina, isto é quando o nível de proteção que é formado pela vacina ainda não

é suficiente para impedir que o anima contagia a doença.

A vermifugação é realizada com vistas ao tratamento, prevenção e

controle de infestações de parasitas. Os medicamentos de ordem

antihelmínticos são aplicados nos animais com função terapêutica, quanto os

animais apresentam sintomas de parasitismo, e com função profilática

buscando minimizar a mortalidade que está associada ao parasitismo.

Os programas de controle de parasitas têm como objetivo maior

aumentar a saúde dos rebanhos, a produtividade e ter um retorno econômico

do sistema de produção, visto que as perdas ocasionadas pela ausência ou pela

aplicação erradas dos vermífugos são altamente significativas o que reduz o

desenvolvimento ponderal, principalmente nos animais jovens podendo

chegar a morte deles. Não é aconselhável que se tenha um esquema rígido e

fixo de aplicação de vermífugos, pois a infestação parasitária varia de acordo

com a região geográfica e com o tipo de sistema da produção, sendo que os

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melhores programas de vermifugação são os delineados, ou seja, os que

consideram as metas do produtor, os custos, bem como o retorno financeiro

de todas as vermifugações, além de levar em conta as variações de climas e a

geografia.

Para tanto, é aconselhável uma prática de rotação de pastagem e o

acesso a água de consumo em boa qualidade e em abundância, visto ser

importante para evitar a população de parasitas no ambiente e também nos

animais.

PRINCIPAIS ENFERMIDADES

Existem várias enfermidades da reprodução que chegam até os bovinos,

porém o aborto é considerado aquele que causa maior impacto. Porém são as

doenças que provocam as perdas maiores. O aborto nos bovinos pode ocorrer

em vários estágios da gestação e são diversas as causas que é muito

importante o diagnóstico delas. A principal causa para o aborto no gado é a

brucelose. Também são consideradas como causadoras do aborto a

leptospirose campilobacteriose, complexo herpes vírus, trichomonose, diareia

viral bovina, intoxicações nutricionais, de manejo e outras.

A brucelose geralmente é associada aos abortos no final do terço da

gestão, sendo que afeta animais domésticos e ou os considerados silvestres.

Esta enfermidade atinge bovinos de qualquer idade e de ambos os sexos,

porém afeta principalmente os animais que estão em idade sexual madura o

que causa sérios prejuízos devido a abortos, retenção da placenta, metrites,

sub-fertilidade e até mesmo infertilidade.

A brucelose é uma das doenças infecciosas e de maior contaminação,

ganhando destaque em doenças bovinas. A principal forma de contaminação

está pelo aparelho digestivo, ou seja, através do consumo da água, de

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alimentos. Além de poder ser contaminado por pastos que foram

contaminados com resto de abortos, sangue e líquidos. A principal

característica desta doença é que ela ataca os órgãos da reprodução. As

fêmeas devem tomar a vacina B19 com 3 a 5 meses.

A leptospirose afeta tanto animais como humanos e causa infecções

disseminadas pelo organismo. A mesma é causada por vários sorovar da

bactéria do gênero Leptospira. Esta enfermidade é geralmente apresentada de

forma subclínica, ou seja, sem sintomas de fácil detecção, em animais não

lactantes e não gestantes. O tratamento é com a estreptomicina, em bezerros

de 4 a 6 meses.

É manifestado geralmente pelo aborto, onde o feto se mostra autolisado

o que indica que houve a morte há algum tempo antes do aborto, pelos

natimortos, pelos fetos prematuros e/ou fracos, pela subfertilidade e até

mesmo pela infertilidade decorrente de complicações. Seu diagnóstico pode

ser realizado de forma diferente se comparado com as outras formas de

aborto, por exames laboratorias (urina), por dados clínicos, bem como

epidemiológicos. O tratamento feito através da estreptomicina visa a

septicemina e controla a contaminação de todo o ambiente. A vacinação

precisa ser realizada em todo o rebanho e necessita ter início em bezerros de

em média 4 a 6 meses de idade e ser seguida de vacinas anuais. Sendo

realizada como vacinação estratégica sugere-se que a mesma seja feita um

mês antes da estação reprodutiva.

A rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e a Vulvovaginite postular

(IPV) são parte do complexo Herpesvírus bovinos os quais são causados pelo

HBV tipo 1, que são responsáveis por abortos, bem como por outras

enfermidades. A IBR é doença que ataca a respiração, provocando febre e

lesões nas vias superiores do animal. Lembra-se que nos animais com menor

idade pode haver quadros respiratórios graves.

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Já a vulvovaginite é uma doença que acomete o gado e que se

caracteriza como uma infecção na mucosa da vagina e também da vulva,

apresentando um edema e também uma secreção que pode provocar

dificuldades para urinar, pode interferir no cio e chegar a infertilidade

momentânea, sendo por período igual ou superior a 60 dias, visto que retorna

ao ciclo estral normal e fértil.

Sendo diagnosticadas as enfermidades é preciso vacinar os que ainda

são jovens e repetir a vacinação para manter a imunidade, sendo que para

fêmeas adultas a vacinação deve acontecer no início da estação reprodutiva. A

indicação das vacinas, a quantidade e a frequência das vacinas, serão

indicadas pelo médico veterinário.

A diarréia viral bovina é tida como um complexo de doenças que estão

associadas com a infecção do vírus BVD o qual diminui a imunidade. Essa

virose pode provocar desequilíbrio no processo de reprodução e também

infecção no feto a ponto de morte fetal. Não havendo o aborto pode ocorrer

deformações congênitas e outras malefícios.

O controle dessa enfermidade pode ser feito através de vacinas

inativadas, que são geralmente associadas a outros agentes infecciosos. Sendo

vacinação a mesma pode ser feita em animais de 8 a 12 meses de idade e

como estratégia 1 mês antes do período de reprodução.

A Trichomonose é uma doença infecciona e que pode ser transmitida

por vias sexuais. Acomete as fêmeas e machos que estão no auge do período

reprodutivo e causa morte do embrião ou do feto. Provoca o aborto e outros

problemas, podendo diminuir o índice de nascimento e também um maior

tempo de recuperação e prenhez novamente. É transmitida durante a cópula,

monta, e através da inseminação artificial.

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O tratamento das fêmeas é ineficaz e desnecessário, visto que a maioria

delas recupera-se depois de um descanso sexual, porém pode ser feito o uso

do Prostaglandinas, que faz uma limpeza no útero e regulariza o ciclo do cio.

A enfermidade denominada por Campilobacteriose é causada por uma

bactéria conhecida cientificamente por Campilobacter fetus subesp veneralis.

É uma doença venérea, que atinge exclusivamente os bovinos. Contudo, não

provoca problemas aos machos. Mas, causa inflamações nas genitálias da

vaca e pode levar a infertilidade, se passando por baixa taxa de natalidade,

endometrite e aborto entre o 4 e o 7 mês de gestação.

O desempenho reprodutivo das fêmeas sugere a presença dessa

enfermidade, visto que os sinais clínicos são semelhantes aos da trocomonose

e também de outras doenças infecciosas que atingem o aparelho genital. É

desaconselhável o tratamento em bovinos, visto que os resultados não são

satisfatórios e são antieconômicos, claro que tem exceções quando há

condições especiais, ou seja, quando podem ser tratados com estreptomicina.

Contudo, a principal saída é o uso da inseminação artificial.

DESCARTE E REPOSIÇÃO

O descarte das matrizes segue alguns critérios, sendo eles a idade, a

infertilidade e a habilidade materna. O descarte de matrizes pela idade atinge

as que estão normalmente com mais de 10 anos, visto que as mesmas

desmamam bezerros mais leves e tem maior dificuldade de emprenhar, visto

que se considera que com 4 anos é a idade média para a primeira cria e o

descarte com 10 anos de idade, então a vaca deixa em média 5 crias.

O descarte por infertilidade pode ser entendido como sendo a falta de

fertilidade e de concepção do gado o que pode estar ligada a fatores como

uma quantidade de cio, problemas congênitos, infecção nas genitais, uso

medicamentoso indevido, carência de nutrientes e alimentação restrita.

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A maternidade é um ponto de observância e consiste na capacidade em

criar bezerros sadios e conseguir desmamá-los pesados. As matrizes que não

conseguem engordar seus bezerros para desmamá-los, podem ser

consideradas sem muita habilidade, ou seja, não são boas mães. De forma

geral os motivos que podem levar uma vaca a uma não habilidade são defeitos

de úbere, por possuir peitos muito grandes, peitos secos ou a não produção de

leite suficiente, mães que rejeitam bezerros, e outras causas.

A reposição ou o descarte das matrizes ocorre de acordo com a seleção

de novilhas e, isto deve ocorrer antes do período reprodutivo, tendo como

base a aparência externa, o genótipo e o desenvolvimento corporal. É

recomendado em situações normais que todo ano haja a reposição de 15 a

20% das matrizes para que fique apenas matrizes jovens e de idade média, ou

seja, no máximo 9 e 9 anos, visto ter vida reprodutiva de 4 a 6 anos.

Uma estratégia a ser utilizada para a seleção de novas matrizes é que

quando feito o diagnóstico de gestação após a estação de monta os animais

que não tenham condição de prenhes podem ser descartados, vendidos ou

abatidos. Por consequência do descarte é necessário a substituição por novas

fêmeas em estado de monta ou prenhes ou paridas, visando evitar o baixo

índice de produção e contribuir para a seleção por fertilidade.

REFERÊNCIAS

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2009.

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Rafael Soares Dias – Zootecnista – CRMV 01459/Z