Cartilha Rede de cidadania na radio

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Rede de Cidadania nas Ondas do Rádio Rede de Cidadania nas Ondas do Rádio Cartilha Rede 11/15 11/12/07 3:14 PM Page 1

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Rede de Cidadanianas Ondas do RádioRede de Cidadania

nas Ondas do Rádio

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Rede de Cidadania nas Ondas do RádioEsta cartilha é parte do projeto “Rede de Cidadania nas Ondas do Rádio”.

Produção:

Rua Teotônio Regadas, 26/403 – CEP: 20021-360 – Rio de Janeiro – RJTelefones: 21.2242-8671 ou 2508-5204E-mail: [email protected]: www.criarbrasil.org.br

Patrocínio

Redação: Marina Vianna

Produção: Tatiane Cardoso

Design: A 4 Mãos Comunicação e Design Ltda.

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oções de Cidadania: não é opção, mas sim obrigação.Não ser racista ou respeitar as diferenças religiosas,por exemplo, não passa por educação ou simpatia, são

deveres previstos por leis.

Cidadania não é somente questão de respeito ao outro, mastambém de direitos e deveres do cidadão.

Os programas da Rede de Cidadania nas Ondas do Rádio, pro-duzidos pelo CRIAR BRASIL, com o patrocínio da Petrobras,tratam de temas que levam a um melhor conhecimento e tam-bém envolvimento com o exercício da cidadania. Quando levan-tamos temas como drogas, educação e sexualidade procu-ramos expor opiniões diferenciadas, informações e incentivar odebate sobre essas temáticas.

Essa cartilha tem como objetivo chamar a atenção de vocêradialista, para a necessidade de uma maior discussão de

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DIO assuntos de interesse da sua comunidade. Você tem um espaço

precioso na sua emissora e pode aproveitá-lo bastante levandoao seu ouvinte informações importantes. A idéia é que sejamrealizados debates, entrevistas e enquetes com os ouvintes eassim propiciar um maior movimento na programação de suarádio, além de reflexão dos assuntos que falam sobre cidadaniade um modo geral.

Aqui você vai encontrar algumas dicas de como os comuni-cadores podem produzir seu próprio material. A possibilidadede uma produção regionalizada também contribui para ampliara informação e conseqüentemente para o maior exercício dacidadania. Não temos a pretensão de apresentar nenhumareceita, mas colocar à sua disposição alguns ingredientes paraque você escolha a melhor forma de utilizá-los.

Para aproveitamento eficiente deste material o radialista deveenfrentar alguns desafios importantes como:

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• Trabalhar atento às distintas realidades locais;

• Respeitar o conhecimento dos ouvintes e suas diferentes identidades culturais;

• Não praticar qualquer ato de discriminação;

• Incentivar a liberdade de opinião, a reflexão crítica e o direito à pergunta e à dúvida;

• Estar atento e colocar-se contra todas e quaisquer injustiças e desigualdades sociais.

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DIO Respeitando esses princípios, o comunicador poderá produzir

programas que valorizem a comunidade, assim como osouvintes, além de estimular o exercício pleno da cidadania.

• Incentive sempre os ouvintes a ligar ou escrever para sua emissora;

• Fale sempre o número do telefone da rádio, correio eletrônico eendereço. A participação e a opinião deles são muito importantes e apro-ximam a sua rádio da população;

• Não esqueça que ao abrir espaço para o ouvinte é importanterespeitar a opinião que ele expressa, mesmo que seja diferente da linhaeditorial do programa. Caso ele se coloque de forma que contraria àsleis brasileiras, por exemplo, incentivando o racismo ou a violência, ocomunicador deve registrar que a rádio não concorda com essa opinião.

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Povo-fala ou enquete

O comunicador lança um questionamento no ar e convida osouvintes a darem sua opinião.

Ex: Você pode perguntar a opinião sobre o consumo de bebidas alcoólicaspelos jovens e como os pais devem reagir.Ao atender a ligação pergunte o nome de quem está falando, o bairro ondemora e sua opinião sobre o assunto. Também é interessante saber a profis-são dele. Essas informações ajudam os demais ouvintes a entender operfil de quem está no ar.

Dicas de programação

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O Debate

Duas ou mais pessoas com o perfil de interesse da comunidadeou que falem sobre um assunto que desperte curiosidade.

Ex: Um médico, uma autoridade, um pai ou um jovem debatendo sobre o usode drogas.

n Com mais de três pessoas pode ficar tumultuado e o comunicadorperder o controle;

n Debate significa confronto de opiniões diferentes. É isso que fazcom que este momento ganhe vida. Estimule o confronto de idéias,sem confusão, é claro;

n Tome cuidado para não privilegiar um ou outro debatedor. Façao possível para dar tempos iguais a todos;

n Corte o convidado caso ele extrapole o assunto ou enrole muitopara falar sobre ele;

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n Se os entrevistados se empolgarem e todos falarem ao mesmotempo, não hesite em falar mais alto e interromper o falatório,colocando ordem no estúdio.

Flash

O flash é um pequeno resumo de mais ou menos um minuto dealgum acontecimento de interesse da comunidade.

Se sua rádio possui repórter, use o flash como recurso paramovimentar a programação e melhor informar a população.

Ex: Inauguração de uma área de lazer, campanha de vacinação.

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O Entrevista

Convide uma pessoa que desenvolva algum trabalho de inte-

resse da população local para falar sobre o assunto.

Ex: Um agente de saúde ou mesmo um médico para falar sobre a sexualidade

dos jovens

n Não esqueça de apresentar o entrevistado falando o nome

todo, apelido, caso tenha, e o trabalho que desenvolve;

n Bata um papo com o entrevistado antes de entrar no ar para

conhecer melhor o assunto e prepare algumas perguntas;

n Não combine com ele o que irá perguntar para não perder

a naturalidade;

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n Faça as perguntas que interessam ao ouvinte mesmo queelas não agradem ao entrevistado;

n Você pode também convidar os ouvintes para fazer pergun-tas que podem entrar no ar na voz deles mesmos ouserem lidas pelo comunicador sempre citando o nome doouvinte;

n Ao terminar, é bom agradecer pela participação. Faça umpequeno resumo da entrevista. Ex. conversei com João daSilva, que é diretor da escola municipal da Vila do Joca, quenos falou sobre vocação profissional.

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O “Ninguém é igual a ninguém”. “Cada um com seu cada qual”.Você já deve ter ouvido essas frases várias vezes, e são a puraverdade! Elas se aplicam, com certeza, para os entrevistados.Então é importante o entrevistador procurar perceber quem elevai entrevistar. Vamos falar dos vários tipos de entrevistados:

Calado - o entrevistado que não gosta de falar. Precisa de muitasperguntas para que as respostas “nasçam”. Peça exemplos do queele está falando para “esticar” ao máximo a resposta. Muitas vezes,perguntar “Por quê?” também ajuda.

Falastrão - aquele que não pára de falar. O entrevistadorprecisa cortar sua fala e fazer outras perguntas.

Engraçado - o entrevistador não pode entrar na “onda” dele.Precisa conduzir a entrevista com seriedade para evitar muitasgracinhas.

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Enrolão - aquele entrevistado que não quer responder à pergunta feita e fala sóo que quer. Neste caso, não mude para o próximo tema. Insista na pergunta.

Complicado - aquele que fala difícil, usa palavras que não sãocompreendidas. Não pense duas vezes: peça para ele“traduzir” a informação, explicar de uma forma mais fácil.

Técnico - o entrevistado que usa muitos números, siglas e dados que podemdeixar o ouvinte confuso. Solicite comparações, peça para dizer o que issorepresenta e o impacto na vida do cidadão.

Íntimo - a pessoa que quer aparentar umaligação forte com o comunicador para tirarproveito disso. Intimidade demais atrapa-lha e pode deixar você constrangido quan-do for preciso fazer uma pergunta maisdura ou cobrar uma posição do entrevista-do. Não entre no clima.

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as afinal, como saber o que é notícia? Essa dúvidacom certeza já passou pela cabeça de todo radialista.Mas de uma coisa você pode ter certeza: falar o quefor interessante para a sua comunidade, como divul-

gar um curso, dar dicas de economia, saúde etc, envolvendo omaior número de pessoas, isso é notícia! Faça pesquisa comseus ouvintes para saber o que eles gostariam de ouvir e tam-bém consideram importante.

Dentre todos os veículos de informação, o rádio é o mais infor-mativo, não só por ser o mais rápido, mas o que atinge o maiornúmero de pessoas. Ninguém está sozinho se tiver ao menos acompanhia de um radinho de pilha. Ao mesmo tempo, a infor-

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mação no rádio também acaba, por sua rapidez, se perdendoum pouco. A notícia escrita pode ser lida várias vezes, na TV elavem acompanhada de imagens o que facilita sua compreensão.No rádio a notícia não tem imagem nem repetição. Então é pre-ciso ter atenção a algumas regras básicas para a notícia fluir eser entendida com mais facilidade.

Vamos a elas:

Objetividade:

não enrolar, ir direto aoponto, sem rodeios.

Concisão:

dizer exatamente aquilocomo é, não usarpalavras redundantes, difíceis, pouco usuaisou idéias repetitivas.

Clareza:

colocar as idéias deforma simples e ordenada, como seconta uma história.Use a linguagem queseu ouvinte entenda.

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IA Para a informação ficar mais completa é importante que elaresponda também a seis perguntas básicas do jornalismo, ofamoso lide:

O quê? Qual o fato que se pretende divulgar?

Quem? Quem está envolvido na notícia? Pessoas,

entidades, entre outros.

Quando? Em que espaço de tempo o fato acontece, vai acontecer

ou aconteceu?

Onde? O lugar do fato. Se necessário, com o endereço completo.

Como? Em que circunstância o fato aconteceu? De que

maneira foi?

Por quê? Qual a causa, o que está por trás da notícia?

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Lembre-se, essas perguntas devem ser respondidas dentro danotícia, mas uma pode naturalmente ter mais peso que aoutra. Quem está escrevendo deve ter a sensibilidade deobservar isso.

Também não existe necessariamente uma ordem para que asperguntas sejam respondidas. Faça seu texto de forma leve,organizando-o da melhor maneira.

Como você pôde notar, a redação da notícia é importante parauma boa compreensão do ouvinte, mas outros detalhes devemser lembrados.

A locução, por exemplo, tem que ter uma atenção especial. Umanota mal lida é praticamente nula.

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IA n Evite impostar muito a voz para não parecer falso, mas tam-bém não leia uma notícia como se você estivesse conversan-do numa mesa de bar.

n Seja o mais natural possível, porém, sem ser informal.

n Uma boa dicção facilita a compreensão do texto. Tenha ritmoao falar.

n Não leia rápido demais, pois osouvintes podem não entender, nemmuito devagar pois eles podemdormir!

n Valorize as palavras, mas cuidadopara não exagerar.

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Sonoplastia

utro ponto de destaque é uma transmissão limpa, semruídos. Use a sonoplastia para ficar mais atraente.

A sonoplastia é a comunicação através do som, uma téc-nica de reconstituição dos ruídos, efeitos acústicos e musicaisutilizada em programas de rádio. Esses sons deixam a progra-mação mais real, leve e divertida. Mas é preciso ser cuidadoso,porque o exagero acaba levando ao erro. Excesso de sonspodem confundir mais do que “enfeitar” a programação.

O uso de spots é muito válido. Além de informar e educar eleanima a programação.

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IA RECURSOS

CORTINA - quando se usa uma músi-ca para começar algum programa.

FUNDO MUSICAL - usadodurante uma entrevista, con-versa com o ouvinte ou qual-quer outra programação paraficar mais animado ou desta-car o tema. Cuidado para nãoutilizar como fundo músicascom letras ou em altura quedificulte a compreensão daconversa.

MÚSICAS - usadas paraabordar ou finalizar umatemática. Ex: No caso de uma matériasobre os males causados pelofumo, pode-se utilizar amúsica “É Proibido Fumar”

VINHETAS - são usadas em váriassituações. Vinheta de abertura eencerramento de um programa,passagem de blocos, mudança deambiente, entre outros.

EFEITOS - usados para darmais realidade à programação.É a repetição de um som feito noestúdio.

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Matérias de gaveta

ão notas ou matérias que são atemporais, isto é, nãoidentificam data. Podem ser usadas quando o dia estiverfraco de notícias ou para algum imprevisto. Assuntos

como saúde, nutrição e dicas de todo tipo são sempre bemrecebidos pelos ouvintes.

Outra opção interessante é criar listas de 10 ou 20 (ouqualquer outro número redondo) com toques, dicas, su-gestões etc.

Ex: Uma lista com 10 passos para fazer uma entrevista de emprego, ou 20dicas para se ter uma vida saudável.

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A Quando trabalhamos com comunicação contamos e fazemoshistórias. A sua emissora faz parte do mundo do rádio e ajuda aconstruir a sua história. Conheça um pouco de como as ondascomeçaram a se propagar no ar.

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surgimento da primeira emissora do rádio no Brasil émarcado por uma polêmica. Oficialmente a RádioSociedade do Rio de Janeiro (hoje Rádio MEC) foi a pio-

neira na transmissão radiofônica em 1922. Mas a Rádio Clubede Pernambuco, de Recife, que está até hoje no ar, reivindicaser a primeira a realizar transmissões em 1918. Polêmicas aparte, a verdade é que com 85 ou 89 anos de existência, o rádionunca deixou de ser o veículo de comunicação mais rápido epróximo das pessoas.

Então vamos repetir aqui na nossa Cartilha, a história que émais contada pelos quatro cantos do Brasil:

História do rádio noBrasil

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SIL Em 7 de setembro de 1922, durante as comemorações do cen-

tenário da independência do Brasil, o então presidente EpitácioPessoa fez um discurso numa estação de 500 watts montada noalto do Corcovado, colocando no ar em caráter experimental aRádio Sociedade do Rio de Janeiro. Em seguida, os 80 aparelhos derádio existentes na cidade captaram algumas músicas eruditas eapós a cerimônia a transmissão foi encerrada.

Um ano depois, em 1923, Roquette Pinto e Henry Morize fundamdefinitivamente a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Com progra-mas educativos e culturais, a nova emissora influencia váriasrádios amadoras que aparecem no país na década de 20, como aRádio Clube Paranaense, em Curitiba. Todas nascem como“clubes” ou “sociedades” e, como a legislação proibia a publici-dade, são sustentadas pelos associados.

No início da década de 30 muda a legislação e os comerciaiscomeçam a ser permitidos fazendo com que as rádios comerciais

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despontem no país. Com o crescimento da indústria e do comércio,o número de propagandas aumenta e o rádio transforma-se em umnegócio lucrativo. Surgem os jingles, que revolucionaram a propa-ganda radiofônica. Nesta década nascem a Rádio Record e a RádioTupi, em São Paulo, e a Rádio Nacional, no Rio de Janeiro. Todasfuncionando até hoje.

A partir deste período, o rádio vai abandonando seu perfil educati-vo e elitista para tornar-se um meio popular de comunicação. Comuma linguagem direta e de fácil entendimento começa a atrair ogrande público. Nos anos 30 e 40 aparecem os programas de músi-ca popular, que lançam ídolos como Carmem Miranda e OrlandoSilva.

São criados também os programas de humor e de auditório, com aparticipação do público, e as radionovelas que se tornam umgrande sucesso. A primeira delas foi Em Busca da Felicidade, daRádio Nacional, a mesma emissora que também lançou o Repórter

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SIL Esso, que inaugurou o radiojornalismo brasileiro. Com isso, o rádio

vive sua “época de ouro”.

Com a inauguração da televisão, em 1950, os grandes artistas e pro-gramas migram para a nova modalidade de comunicação, e fazemcom que o rádio redefina o seu modelo. O radiojornalismo e osserviços à comunidade viram as grandes estrelas. A rádioBandeirantes, de São Paulo, inaugurada em 1954, inova e se torna aprimeira emissora a divulgar notícias durante toda a programação.

A partir de 1968 começam a surgir emissoras de freqüência mo-dulada, as FMs, com programas musicais.

E até os dias de hoje o rádio sobrevive como o grande companheiroem todos os lugares. Seja enquanto lavamos roupa ou cozinhamos,estamos no carro ou mandando recados nas barcas que percorremos rios da Amazônia e até mesmo nos alto-falantes instalados naspraças de cidades do interior deste Brasil afora.

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Rádio comunitária

ádio comunitária, rádio pirata ou rádio livre. Quandoesse assunto entra em cena coloca no ar muitaspolêmicas. A começar pelo nome que é tratada, até omodelo adotado pelo governo federal, que é bastante

criticado, passando pelo fato que algumas rádios comerciaissentem-se ameaçadas em sua audiência, e conseqüentementeno seu faturamento, quando as comunitárias são fortes.

O tema envolve também uma discussão da própria estrutura dasociedade, uma vez que as rádios comunitárias dão voz a pes-soas que não têm acesso aos grandes meios de comunicação.Vamos lembrar que toda essa questão remete à liberdade deexpressão, garantida pela Constituição Federal.

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IA Uma frase do dramaturgo alemão Berthold Brecth inserida notexto Radiotheorie, em português, Teoria do Rádio, descrevebem o papel que uma rádio comunitária pode exercer na suacomunidade:

"A radiodifusão há de ser transformada de aparelho de distribuiçãoem aparelho de comunicação. A radiodifusão poderia ser o mais fan-tástico meio de comunicação imaginável na vida pública, um imensosistema de canalização. Quer dizer: isto se não somente fosse capazde emitir, como também de receber; em outras palavras, se con-seguisse que o ouvinte não se limitasse a escutar, mas tambémfalasse, não ficasse isolado, mas relacionado”.

Em uma rádio comunitária, isso que Berthold Bretch disse setorna possível no momento em que ela dá voz à comunidade. Aspessoas passam da condição de ouvinte à de produtoras dainformação.

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Mas mesmo com todas as polêmicas e dificuldades, as rádioscomunitárias avançam pelo país. Hoje contamos com milharesde rádios que exercem um dos seus maiores papéis: o de somarao integrar a população local em torno de objetivos comuns, emque o desenvolvimento da comunidade e conseqüentementeuma melhor qualidade de vida de seus moradores são seusprincipais objetivos.

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Projeto Rede de Cidadania nas Ondas do Rádio

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