Cartilha Construindo Possibilidades Educativas

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ProduçãoDiretora de Desenvolvimento | Regina CançadoPsicopedagoga Responsável | Neusa BorgesRevisão de Língua e Estilo | Reler Ltda.Design Editorial | Mariana do Espirito SantoIlustrações | Nanquim

Este texto pode ser reproduzido livremente com fins educacionais, desde que a fonte seja citada.Belo Horizonte - Edição 2009

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Construindo Possibilidades Educativas para Alunos com Necessidades Especiais

Instituto de Avaliação e Desenvolvimento Educacional

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A nossa sociedade e algumas escolas que nela se inserem apresentam comumente uma

expectativa muito negativa com relação às possibilidades de aprender do aluno com necessidades educativas especiais.

Se apostamos nas possibilidades de desenvolvimento desse aluno, uma noção que se deve ter em mente é a de que a inteligência não é estática, mas dinâmica, podendo, portanto, evoluir; outra noção que não pode ser esquecida é a de que um dos objetivos da educação é promover o desenvolvimento dessa inteligência. Tanto Piaget quanto Vygotsky

nos forneceram as bases dessa concepção ao postular que a inteligência não é inata, mas se constrói nas trocas constantes com o meio ambiente.

A educação se insere nesse contexto, tendo a escola um papel privilegiado nesse processo. Assim, é essencial retomar o que foi visto sobre as relações entre aprendizagem e desenvolvimento, principalmente o conceito de ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal), que nos mostra que, com a ajuda do outro, adultos, professores, colegas mais capazes – o aluno terá possibilidades de produzir mais do que produz sozinho.

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A educação se insere nesse contexto, tendo a escola um papel privilegiado nesse processo.

A sala de aula é o principal contexto onde o aluno com necessidades especiais deverá ser ajudado. Observar um aluno em sala de aula nos possibilita ver seu desempenho em situações concretas de ensino e aprendizagem e obter informações sobre

• as dificuldades que apresenta no momento de uma tarefa concreta;

• a adequação dos trabalhos que realiza em relação às suas capacidades e/ou dificuldades comparadas ao nível do grupo-classe;

• a capacidade que o aluno demonstra para receber ajuda individual;

• a dinâmica, a comunicação e a relação entre o aluno e o professor, e entre o aluno e os outros alunos.

Há diversas análises que fazem parte do trabalho do psicopedagogo na avaliação das dificuldades de aprendizagem que se prestam

Vamos propor essas análises aos professores, porque acreditamos que elas poderão desenvolver sua competência profissional, possibilitando-lhes uma análise reflexiva sobre sua prática e possíveis correções de aspectos que eventualmente estejam interferindo na qualidade do seu trabalho, em relação aos resultados esperados. Assim fazendo, poderão discuti-los com seus colegas professores, com a coordenação pedagógica, com os pais e outros profissionais que participam das decisões educativas.

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perfeitamente para os professores observarem, em sala de aula, como se comportam seus alunos especiais, de tal forma que possam buscar alternativas de trabalho que os envolvam nas atividades do cotidiano.

A análise dos trabalhos realizados oferece informações complementares às obtidas por meio da observação. Os aspectos que nos fornecem dados para a investigação das competências e habilidades manifestadas pelos alunos no desempenho em sala de aula estão relacionados à

• aprendizagem dos conteúdos – compara, relaciona, classifica, define, conceitua, memoriza;

• qualidade do raciocínio – diferencia causa e consequência, é capaz de dar um exemplo, automatiza, utiliza conceitos, tira conclusões;

• compreensão de linguagem oral e escrita – escuta e compreende; não escuta; atribui um sentido diferente ao solicitado por dificuldade em se descentralizar em relação às suas ideias; lê e compreende; não lê; lê, mas não compreende; interpreta parcialmente instruções orais e escritas;

• produção escrita – grafismo, ortografia, vocabulário, ordem e organização do material escolar;

• natureza dos erros – conceitual, construtivo, por distração, por dificuldade na interpretação da instrução;

• resolução de tarefas – repete modelos conhecidos, automatiza, utiliza novas estratégias, faz inferências;

• participação em sala de aula – atento, concentrado, interessado, distraído, tenso, inquieto, displicente;

• elaboração dos trabalhos – completos ou incompletos; qualidade da escrita;

• atividades que realiza com mais frequência, mais esporadicamente ou quase nunca realiza.

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As atividades e as tarefas que são realizadas - seu tipo, as ordens que as presidem até que ponto deixam nos alunos certo grau de liberdade quanto a seu desenvolvimento e resolução final; a ordem em que são colocadas; sua alternância, duração e ritmo – são elementos decisivos para promover, em maior ou menor grau, a aprendizagem dos conteúdos. Os ajustes entre as atividades e tarefas propostas ao longo da sequência do ensino e da aprendizagem e as características pertinentes, básicas dos alunos, para se envolverem e participarem delas (capacidades, recursos para a aprendizagem, conhecimentos prévios, motivações e interesses, etc.) são fatores determinantes para o sucesso no trabalho pedagógico.

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DislexiaÉ um distúrbio de aprendizagem que interfere na maneira como a pessoa percebe e processa letras, números e símbolos. Pais e professores podem perceber alguns sinais quando a criança começa a ler ou escrever: letras e números percebidos e escritos de forma invertida ou

de cabeça para baixo; dificuldades em aprender alguns fonemas, memorizar novas palavras, má coordenação

motora e dificuldades de leitura, que é lenta e segmentada.

As dificuldades escolares Distúrbios de aprendizagem

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Discalculia

É um distúrbio que dificulta a aprendizagem, pois impede que o indivíduo compreenda os processos matemáticos, mesmo que ele tenha uma inteligência normal ou acima do

normal. É uma dificuldade de aprendizagem evolutiva, que não causa lesão e que não é causada por nenhuma deficiência mental, déficits auditivos e nem pela má escolarização.

Disortografia

Consiste numa escrita com numerosos erros, que se manifesta logo que a criança tenha adquirido os mecanismos da leitura e da escrita. Alguns motivos condicionam uma escrita disortográfica:- Atraso na aquisição da linguagem. - Má percepção visual ou auditiva.- Aprendizagem incorreta da leitura e da escrita.

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Disgrafia

É uma alteração da escrita normalmente ligada a problemas perceptivo-motores. Os motivos são quase sempre: - Má coordenação visuo-motora que impede a criança de realizar os movimentos finos e precisos que exigem o desenho gráfico

das letras;- Má percepção para possibilitar a discriminação e a realização dos

caracteres numa situação espacial determinada. O disgráfico escreve com traços pouco precisos, incontrolados e com pressão leve dos

traços ou traços demasiado fortes, vincando o papel.

Dislalia

Consiste na dificuldade de articular as palavras, caracterizando-se por uma substituição de fonemas. A criança pode trocar um ou mais fonemas entre si ou substituir todos por um outro determinado.

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Disartria

É o transtorno da expressão verbal causado por uma alteração no controle muscular dos mecanismos da fala. Compreende as disfunções motoras de respiração, fonação, ressonância e articulação.

Transtornos /Disfunções

Transtorno do Défcit de Atenção e Hiperatividade (TDHA)

É uma marcação genética, não necessariamente hereditária, considerando-se que as questões genéticas levam em si a questão

da probabilidade. Existem fatores ambientais, neonatais entre outros. O que ocorre é que o portador nasce com uma bioquímica

cerebral que faz com que o lobo frontal absorva menos glicose; assim, o lobo frontal, que funciona como um freio do funcionamento cerebral

(resumidamente quantidade e velocidade de pensamento) tem sua ação (de filtrar e frear) reduzida, e a pessoa pensa mais e em maior velocidade.

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Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (Autismo)

O transtorno se manifesta antes dos três anos de idade. É mais comum em meninos e causa, em vários graus de intensidade, problemas de comunicação, comportamento e

socialização.

O autismo resulta de falhas na comunicação entre as células cerebrais, chamadas neurônios. Isso interfere no funcionamento das

áreas que controlam a comunicação e a linguagem, a capacidade de interação e o comportamento.

O diagnóstico não é fácil e, muitas vezes, demora-se a notar que há algo errado com a criança. Entre as indicações clássicas, estão os movimentos repetitivos com o corpo e as mãos, aversão ao toque, apatia e dificuldade de manter o contato olho no olho.

Mas há outras: crianças que, a partir de um ano e meio a dois anos, não falam, têm hipersensibilidade a certos sons, ecolalia, tendência ao isolamento, fascinação por água, irritação ou agressividade quando são contrariados ou saem da rotina, possuem hábitos alimentares e interesses restritos.

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Deficiência visual / Deficiência auditiva

O ponto de partida para o trabalho pedagógico com esses deficientes é o aluno real, concreto, com suas necessidades atuais e com quem se deve passar a relacionar-se e a compartilhar experiências.É preciso conhecer esse aluno: qual é a sua situação atual e suas

dificuldades, suas possibilidades.O olhar com o qual Vygotsky nos propõe examinar as possíveis

limitações desse aluno não é de complacência ou desânimo, mas, sim, o de uma visão dialética do real, que leve à constatação de que existem problemas e

possibilidades e que eles podem ser uma fonte de crescimento.Vygotsky nos aconselha a crer na plasticidade – capacidade de se transformar do organismo e do ser humano – e na capacidade do indivíduo de criar processos adaptativos com o intuito de superar os impedimentos que encontra. Apesar de o organismo possuir, em potencial, essa capacidade de superação, ela só se realiza com base na interação com fatores externos e internos.Segundo Adler (em Vygotsky), “tudo o que me destrói me faz mais forte, pois na compensação da debilidade surge a força, e das deficiências, as capacidades!”

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Deficiências

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Síndrome de Down

Não existe tratamento específico para a síndrome de Down. Na maioria dos casos, oferece-se educação e treinamento especial, mas aconselha-se que, se não existirem lesões muito graves, a criança deve ser levada a uma escola comum.A idade mental média que a pessoa pode atingir é a de uma criança de oito anos, entretanto, convivendo com crianças ditas normais, e com um bom trabalho baseado na plasticidade, ela vai bem mais longe.

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Referência: Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais.

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A educação do aluno com necessidades educativas especiais almeja os mesmos objetivos da educação do aluno dito ‘ não-especial’. Os meios, as formas de se atingir esses objetivos é que são diferentes. Produzir esses meios implica pensar uma educação enriquecida, criativa, que possa se utilizar de instrumentos diversos, inclusive os produzidos pela modernidade, para que esse aluno desfrute de uma educação de alta qualidade.

Para concluir...

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