Cartilha Amostragem de Solo
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ASSISTÊNCIA TÉCNICA, SOCIAL E AMBIENTAL – ATES INCRA COOPERATIVA INCUBADORA DE GESTÃO AVANÇADA – CIGA
NÚCLEO OPERACIONAL RIO BRANCO
CARTILHA SOBRE AMOSTRAGEM DO SOLO PARA RECOMENDAÇÃO DE CALAGEM E ADUBAÇÃO
Responsáveis: Dr. Rean Augusto Zaninetti Dra. Sandra Tereza Teixeira
Acre, Abril/2012
Palestra contratada pelo programa de assessoria técnica social e ambiental - ATES do INCRA – para P.A. Espinhara II
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SUMÁRIO
1. IMPORTÂNCIA DA AMOSTRAGEM ................................................. 3
2. SELEÇÃO DA ÁREA ......................................................................... 3
3. TIPO DE AMOSTRAS ........................................................................ 4
4. COLETA DA AMOSTRA DE SOLO ................................................... 4
5. MATERIAIS UTILIZADOS NA COLETA ............................................ 7
6. PROFUNDIDADE DE AMOSTRAGEM .............................................. 7
7. REMESSA DA AMOSTRA ................................................................. 8
8. REFERÊNCIAS .................................................................................. 8
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1. IMPORTÂNCIA DA AMOSTRAGEM
A coleta da amostra é a primeira e principal etapa de um programa de
avaliação da fertilidade do solo. Sendo uma etapa muito crítica, já que uma pequena
porção de terra representará milhares de toneladas de solo. Neste sentido, ressalta-
se que, no laboratório, não se consegue minimizar ou corrigir os erros cometidos na
amostragem do solo, sendo assim, uma amostragem mal executada, resulta em
uma análise inexata em uma interpretação e recomendação equivocadas.
A análise do solo é uma ferramenta indispensável para avaliar a fertilidade do
solo, sendo que através de seus resultados torna-se possível planejar e executar de
forma eficiente e econômica as recomendações de adubos e corretivos.
Muitas vezes essas análises deixam de ser feita em função do custo, mas
quando compara-se esse valor com o custo de formação da cultura ou ao valor do
investimento de uma cultura em um solo degradado que não é mais produtivo,
conclui-se que trata-se de uma prática extremamente econômica já que trará
possibilidade de aumento da produção com a utilização adequada dos insumos e/ou
direcionar a uma escolha de outra área mais produtiva ou menos degradada.
Com tudo isso, a amostragem de solo não é uma prática simples, contudo
não é difícil de ser realizada, basta ser criteriosa e rigorosamente executada
conforme as recomendações que serão esplanadas.
2. SELEÇÃO DA ÁREA
Para que a amostra do solo seja representativa, a área amostrada deve ser a
mais homogênea possível, já que os solos normalmente são muito heterogêneos.
Para isso devemos subdividir a propriedade ou a área a ser amostrada em glebas ou
talhões os mais homogêneos possíveis. Nesta subdivisão ou estratificação levam-se
em conta a vegetação, a posição topográfica (topo do morro, meia encosta, baixada,
etc.), as características perceptíveis do solo (Profundidade, cor, textura, condição de
drenagem, etc.) e o histórico da área (cultura atual e anterior, produtividade
observada, fertilizantes e corretivos utilizados, etc.). Na amostragem de área com
cultura perene, devem-se considerar na estratificação as variações de cultivar, idade
das plantas, características do sistema de produção e, principalmente, a
produtividade.
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Diante o exposto, ressalta-se que os limites de uma gleba de terra para
amostragem não devem ser definidos pela área (hectares), mas, sim, pelas
características já enumeradas, que determinam sua homogeneidade. Sugere-se, no
entanto, para maior eficiência, não amostrar glebas superiores a 10 ha. Deste modo,
glebas muito grandes, mesmo que homogêneas, devem ser divididas em sub-
glebas com áreas de até 10 ha.
Figura 1. Divisão da área em glebas para amostragem de solos.
3. TIPO DE AMOSTRAS
AMOSTRAS SIMPLES é o volume de solo coletado em um ponto ao acaso
em área ou gleba homogênea.
AMOSTRAS COMPOSTAS a mistura homogênea das várias amostras
simples coletadas da gleba, sendo, parte representativa desta, aquela que será
submetida à análise química.
4. COLETA DA AMOSTRA DE SOLO
Para a realização de uma amostragem adequada, deve-se escolher
aleatoriamente um ponto na gleba, previamente definida. Realiza-se uma limpeza
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superficial nesse local (capina, se necessário) com auxílio de uma enxada. Em
seguida, com o uso do trado, coleta-se uma amostra na profundidade desejada.
Se a ferramenta utilizada for o enxadão, abre-se uma valeta conforme ilustra
a Figura 2, e, com auxílio da pá de corte, retira-se uma fatia de aproximadamente 3
cm de espessura, desprezando-se as laterais da amostra e colocando a parte
central em um balde plástico limpo. Essa operação deverá ser repetida pelo menos
20 vezes dentro da mesma gleba, caminhando-se ao acaso e em zigue-zague na
área (Figura 2), para cada uma das profundidades amostradas.
Não devem ser coletadas amostras em locais atípicos da paisagem, como
nas proximidades das casas, galpões, brejos, voçorocas, caminhos de pedestres,
trilho de animais, formigueiros etc., evitando introduzir erros na amostragem.
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Figura 2. Sequência de operações na coleta de amostra do solo, utilizando-se de
enxadão e pá-de-corte (BRASIL, 2002).
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5. MATERIAIS UTILIZADOS NA COLETA
Na retirada de cada amostra simples limpa-se a superfície do terreno,
removendo-se as folhas caídas, detritos e restos de culturas; utilizando-se de trados,
pás ou enxadões, Figura 3.
Figura 3 – Materiais utilizados na coleta de amostras solos.
6. PROFUNDIDADE DE AMOSTRAGEM
As análises de rotina geralmente são realizadas com amostras coletadas na
profundidade de 0 a 20 cm. No entanto, em diversas situações, essa profundidade
não é suficiente para uma recomendação adequada.
Tanto para culturas anuais sob sistema de plantio direto quanto em manutenção
de pastagens periodicamente adubadas, a amostragem deve ser executada nas
profundidades de 0 a 10 cm e 10 a 20 cm.
Para implantação de culturas perenes ou quando existe a perspectiva do uso do
gesso na recomendação, amostras mais profundas são necessárias, normalmente
subdivididas em camadas de 20 cm, ou seja, 0 a 20, 20 a 40 e 40 a 60 cm. A
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amostragem nas camadas subsuperficiais é realizada no mesmo ponto de coleta
das camadas superficiais, tomando cuidado para evitar a contaminação das
camadas inferiores.
7. REMESSA DA AMOSTRA
As amostras simples devem ser reunidas em um recipiente limpo. Devem-se
evitar recipientes metálicos, principalmente aqueles galvanizados, que podem
acarretar contaminação das amostras, recomendando-se, preferencialmente,
recipientes de plástico. O volume de solo das amostras simples deve ser
cuidadosamente destorroado e perfeitamente homogeneizado, para obter uma
AMOSTRA COMPOSTA representativa, que deve ser constituída por um volume
aproximado de 250 cm3 (1/4 de litro). O volume de solo da amostra composta deve
ser acondicionado em saco plástico limpo, ou em caixas de papelão apropriadas. A
amostra composta deve ser devidamente identificada de modo que os resultados
possam ser relacionados com as respectivas glebas. As etiquetas devem ser
escritas a lápis e protegidas perfeitamente com plástico para que a umidade da
amostra do solo não as deteriore. Assim, a etiqueta deve ficar entre dois sacos
plásticos. Além disso, é importante que seja fornecido ao laboratório o nome do
proprietário, o município e o nome da propriedade.
Caso não seja possível encaminhá-las em menos de 12 horas, as amostras
devem ser secas à sombra, em local protegido de contaminação com poeira ou
qualquer outro resíduo, e encaminhar para o laboratório logo que possível, estando
corretamente identificadas.
8. REFERÊNCIAS
BORGES, A.L.; ACCIOLY, A.M. de A. Amostragem do solo para recomendação
de calagem e adubação. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical, 2007. 4p. (Comunicado Técnico, 122).
BRASIL. SECRETARIA DE APOIO RURAL E COOPERATIVISMO. Amostragem e
análise do solo: calagem, adubação, semente. – Brasília:MAPA/SARC, 2002. 34p.
CANTARUTTI, R.B.; ALVAREZ, V.H.; RIBEIRO, A. C. Amostragem do solo. In:
RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ, V.H. Recomendação para uso de
corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª Aproximação. Viçosa-MG: UFV, 1999.
p.13-20.