Carta dos trabalhadores destapa escândalos Situação ... · Raul Casal Ribeiro, e mui-tos outros....

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www.canalmoz.co.mz 30 Meticais Maputo, Quarta-Feira, 02 de Novembro de 2011 Director: Fernando Veloso | Ano 6- N.º 868 | Nº 120 Semanário publicidade publicidade publicidade Carta dos trabalhadores destapa escândalos páginas centrais Situação explosiva na Justiça Para quando a reconciliação entre os Combatentes da Liberdade?

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Maputo, Quarta-Feira, 02 de Novembro de 2011

Director: Fernando Veloso | Ano 6- N.º 868 | Nº 120 Semanário

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Carta dos trabalhadores destapa escândalos

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Canal de Moçambique | Quarta-Feira, 02 de Novembro de 201116

Centrais

O “julgamento” de Nachingweia, a 12 de Maio de 1975, vendo-se Samora Machel

e Marcelino dos Santos humilhando

Urias Simango

Num período em que era dog-ma para um político, estudante ou académico ser progressista ou marxista, Mondlane preferia ser diferente. Já pressentia que o marxismo estava destinado ao fracasso, com as suas políticas económicas que não funciona-vam, palácios opulentos e lojas especiais para os governantes, e perseguições e execuções su-márias dos cidadãos, como ficou evidenciado durante o período sangrento de Estaline na ex-União Soviética, pelos excessos da Grande Revolução Cultural na República Popular da China, e nos “Campos de Morte” no Camboja.

Mondlane acreditava que era possível adquirir independência

Lawe Laweki

A história da luta pela inde-pendência nunca estará com-pleta sem Adelino Gwambe, Urias Simango, Paulo Gu-mane, Lázaro Nkavandame, padres Mateus Gwenjere e Charles Pollet, Joana Simeão,

por via pacífica. De acordo com o autor João Cabrita, os Estados Uni-dos desenvolviam, em parceria com o Dr. Eduardo Mondlane, uma ini-ciativa diplomática tendente a levar Portugal a solucionar o problema de Moçambique pela via pacífica.

Para o padre Gwenjere, a forma mais rápida de libertar Moçambique era pela via armada. Não acredita-va que Portugal poderia concordar numa solução negociada e conside-rava os Estados Unidos um aliado natural de Portugal no contexto da NATO. Apesar de terem opini-ões diferentes sobre como libertar Moçambique, julgo que Gwenjere poderia ter convivido com Mon-dlane. Contudo, houve forças den-tro do movimento que tudo fizeram

Raul Casal Ribeiro, e mui-tos outros. Entretanto, cada vez que esses combatentes pela liberdade são mencio-nados, é sempre no contexto das acusações de que foram “reaccionários”, “traidores”, “regionalistas”, “racistas”, e “agentes do colonialismo por-

para minar o bom relacionamento que se estava a desenvolver entre o Dr. Mondlane e o padre Gwenjere.

O Dr. Mondlane sentiu-se de-veras entusiasmado com a che-gada de Gwenjere, dado o seu ní-vel intelectual e a admiração que nutria por ele. Chegou mesmo a dizer que Gwenjere era “um dos mais importantes combatentes da liberdade que a FRELIMO con-seguiu trazer para o exterior”.

O presidente Mondlane sentiu--se excitado com o testemunho do Gwenjere nas Nações Unidas, pois evidenciava a eficácia da diploma-cia na resolução do problema da independência de Moçambique. Assim, ele integrou Gwenjere nos círculos do poder, ao fazer questão

tuguês e do imperialismo”. O seu papel é condenado por historiadores, e até mesmo por académicos e intelectuais, sem que se faça qualquer es-forço no sentido de analisar as actividades que desenvol-veram na luta pela justiça, liberdade, e independência.

que fosse recebido por Robert Ken-nedy e Edward Kennedy, irmãos do falecido presidente norte-america-no John Kennedy, em Nova Yorque.

De facto, os arquivos da PIDE/DGS revelam que o governo por-tuguês ficou bastante incomodado com o testemunho de Gwenjere. Numa informação dirigida ao “Go-vernador Geral de Moçambique” em Janeiro de 1968, o director do “Gabinete dos Negócios Políticos do Ministério do Ultramar” escre-veu o seguinte: “Em seguimen-to ao telegrama secreto de 30 de Dezembro findo, que comunicou a Vossa Excelência ter Sua Exce-lência o Ministro autorizado que se facultassem a Sua Excelência Reverendissima o Arcebispo de

Lourenço Marques as recentes declarações do Padre Mateus Guengere, prestadas na ONU, tenho a honra de ir remeter dois exemplares do documento…”.

Prossegue a informação com as seguintes palavras: “Segundo in-formação recebida neste gabine-te, tal depoimento impressionou grande número de delegações na 4a. Comissão…”. Indignado com o testemunho, George Cole-ride-Taylor, da Serra Leoa, disse: ”Temos ouvido descrições hor-ripilantes que nos fazem gelar o sangue nas veias, das atrocidades dos portugueses, do terror escan-daloso que podia ser literalmen-te descrito como a violentação da África feita por Portugal”.

Várias crises afligiram a FRELI-MO desde a sua criação em 1962. A mãe de todas crises foi a de 1968 que resultou no encerramento do Instituto Moçambicano, ataque aos escritórios do movimento na Ave-nida Kwame Nkrumah resultando na morte de Sansão Muthemba, e no ano seguinte, na morte do Dr. Eduardo Mondlane, expoente má-ximo da Revolução Moçambicana.

Depois da morte do Dr. Mon-

dlane, o movimento sofreu uma viragem ideológica: a “Terceira Força” (marxista-leninista que in-cluía elementos fiéis a Moscovo) guindou-se a posições chave no seio do movimento de libertação. Embora não gozasse do apoio da maior parte dos militantes, esta força tinha uma visão mais ousada, possuía influência a nível das forças armadas, e gozava dos apoios do presidente Julius Nyerere da Tanza-

nia, de Cuba, e da União Soviética. Esta força tratou imediatamente

de purificar as fileiras. Dividiu os combatentes moçambicanos em duas linhas: os combatentes da linha “revolucionária” e os com-batentes da linha “reaccionária”.

Declarou guerra contra os com-batentes da chamada linha “re-accionária”, resultando no seu afastamento e aniquilamento. Muitos “reaccionários” foram

executados. Conforme admitiu o Mariano Matsinhe ao semanário “Savana”, tinha-se tornado nor-ma na FRELIMO fuzilar pessoas.

Outros “reaccionários” — os que se encontravam próximo da fron-teira ou no interior — renderam--se aos portugueses, já que não tinham outra saída. Foi o caso do velho Lázaro Nkavandame, de Miguel Murupa, e de tantos ou-tros quadros políticos e militares.

Outros conformaram-se com a derrota e submeteram--se à vontade dos novos chefes.

Outros ainda refugiaram-se em países vizinhos como o Quénia, a Zâmbia e o Malawi onde trata-ram de reorganizar as suas vidas.

Quando se deu a independên-cia, esperava-se que, em nome da estabilidade e da reconciliação na-cional, a FRELIMO prosseguisse com esforços tendentes a acomodar

Depois da morte do Dr. Mondlane, o movimento sofreu uma viragem ideológica: a “Terceira Força” (marxista-leninista que incluía elementos fiéis a Moscovo) guindou-se a posições chave no seio do movimento de

libertação. Embora não gozasse do apoio da maior parte dos militantes, esta força tinha uma visão mais ousada, possuía influência a nível das forças armadas, e gozava dos apoios do presidente Julius Nyerere da Tanzania,

de Cuba e da União Soviética.

Esta força tratou imediatamente de purificar as fileiras. Dividiu os combatentes moçambicanos em duas linhas: os combatentes da linha “revolucionária” e os combatentes da linha “reaccionária”. Declarou guerra contra os

combatentes da chamada linha “reaccionária”, resultando no seu afastamento e aniquilamento. Muitos “reaccionários” foram executados. Conforme admitiu o Mariano Matsinhe ao semanário “Savana”,

tinha-se tornado norma na FRELIMO fuzilar pessoas. Outros “reaccionários” — os que se encontravam próximo da fronteira ou no interior — renderam-se aos portugueses, já que não tinham outra saída.

Foi o caso do velho Lázaro Nkavandame, de Miguel Murupa, e de tantos outros quadros políticos e militares. Outros conformaram-se com a derrota e submeteram-se à vontade dos novos chefes.

Um apelo ao presidente Armando Guebuza

Para quando a reconciliação entre os Combatentes da Liberdade?

Mondlane, Gwenjere e outros lutaram pela mesma causa

Guerra aos “Reaccionários” foi a Palavra de Ordem

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Centrais

os combatentes da chamada linha “reaccionária”. Não foi o caso. A FRELIMO embarcou numa ver-dadeira campanha de caça ao ho-mem. Embarcou numa vingança, sem precedentes, de olho por olho e dente por dente. Dirigiu cartas às Nações Unidas, outras organi-zações internacionais, e aos países onde residiam moçambicanos, pe-dindo que se parasse de lhes con-ceder bolsas e outros apoios. Qué-nia foi um dos poucos países que ignorou este pedido da FRELIMO e continuou a albergar os moçambi-canos. Até 1972, existiam mais de 11.000 moçambicanos de origem makonde a residir em Mombaça,

Quando Joaquim Chissano, como ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique independente, visitava países estrangeiros em missão de ser-viço, os estudantes moçambica-nos na Diáspora encontravam-se com ele para saber do paradeiro dos seus familiares. Joaquim Chissano sempre sabia como apaziguá-los, comprava-lhes be-bidas, e saiam do encontro sem guardarem rancor para com ele.

Quando assumiu o poder em 1986, Joaquim Chissano ordenou às missões diplomáticas de Mo-çambique no estrangeiro para que tratassem todos os moçambicanos da mesma forma e facilitassem o seu regresso à Moçambique. Instruiu que não discriminassem os moçambicanos da chamada linha “reaccionária”. Todos mo-çambicanos podiam participar em recepções nas embaixadas moçambicanas e receber qual-quer apoio que fosse, incluin-

Decorridos 36 anos depois da in-dependência, é tempo para reflectir-mos sobre todo este período marca-do pelo sofrimento, ódio, e espírito de vingança. A história demonstrou que o ódio e espírito de vingança permanentes, acumulados ao lon-go desses anos todos, não resolve-ram os problemas de Moçambique.

Pelo contrário, contribuíram para agravar ainda mais a situação.

Um ano depois da independência

Os que acreditam na crença africana concluem que alguns dos problemas que Moçambique viveu e vive até a presente data têm a sua origem na vingança dos combatentes da chamada linha “reaccionária” que foram execu-tados sem culpa formada e não receberam um enterro condigno.

O presidente Armando Gue-buza compreende melhor do que ninguém a necessidade de pro-

Quénia, e outros tantos de ori-gem diversa a residir em Nairobi.

Os moçambicanos que regres-saram a Moçambique depois de terem sido expulsos dos países onde residiam, eram sistemati-camente presos e enviados para campos de reeducação. Alguns desses moçambicanos desaparece-ram, sabendo-se que outros, prin-cipalmente aqueles que entraram em conflito com a direcção da FRELIMO durante a luta armada, foram sumariamente executados.

Outros moçambicanos que op-taram por não regressar, viriam a ser raptados nos países onde re-sidiam. Foi o caso do padre Ma-

do o passaporte moçambicano. O autor deste artigo que traba-

lhava para a Embaixada Americana na Swazilândia e decidiu mudar de nome oficialmente, por temer ser raptado, foi-lhe assegurado pelo então Embaixador de Moçambique na Swazilândia, António Sumbana, que poderia regressar a Moçambi-que para lá ir visitar os familiares sem receio de ser preso ou morto. Chegou mesmo a se voluntariar para que viajássemos juntos. Hou-ve moçambicanos que receberam do presidente Chissano aparta-mentos e até dinheiro para reco-meçarem a vida em Moçambique.

Mais impressionante foi o facto do presidente Joaquim Chissano ter designado o Dr. Marcos Namashu-lua embaixador de Moçambique nos Estados Unidos e depois no Quénia, países-sedes dos moçambi-canos da chamada linha “reaccioná-ria”. O Dr. Marcos Namashulua era o presidente da União Nacional dos Estudantes Moçambicanos (UNE-

iniciou-se uma sangrenta guerra civil em Moçambique que duraria cerca de 16 anos, sobretudo devido à recusa da FRELIMO em reco-nhecer a reconciliação como um elemento fundamental na constru-ção de uma paz justa e duradoura.

É fundamental investigar os porquês. É importante investigar as razões da desgraça que assolou e continua a assolar Moçambique.

Nas nossas crenças africanas, os

mover a reconciliação, o diálo-go de apaziguamento, e a frater-nidade entre os moçambicanos.

Durante o período que esteve no poder muitas reformas foram reali-zadas. Equilibrou o seu elenco go-vernamental por forma a ter moçam-bicanos de todas as regiões do país. Casou com uma senhora do Centro de Moçambique. Na minha opinião, ele, como o presidente Chissano, são símbolos da unidade nacional.

teus Gwenjere que foi raptado de Nairobi, capital do Quénia, e de Urias Simango e Paulo Gumane que foram raptados do Malawi.

Em Junho de 1974, as autori-dades Zambianas, sob pressão da FRELIMO e do governo tanza-niano, invadiram as instalações do COREMO e prenderam todos os seus líderes e membros pro-eminentes que foram eventual-mente entregues à FRELIMO.

Aos 12 de Maio de 1975, cerca de 400 “reaccionários”, incluindo os acima mencionados (exceptuan-do o padre Charles Pollet e o padre Mateus Gwenjere que foi raptado depois da independência), viriam

MO) nos Estados Unidos durante o período que o documento intitulado “A Revolução Moçambicana Atrai-çoada” foi publicado e distribuído.

Mais impressionante ainda é a maneira como o presidente Chis-sano demonstrou uma caracterís-tica que muito poucos líderes no poder possuem – a capacidade de ser magnânimo na vitória, contra a vontade dos demais “camaradas--governantes” que apostavam na vingança e se vangloriavam por fuzilar seus concidadãos. Fez tudo isso, apesar de ter sofrido mais do que ninguém às mãos dos estu-dantes e dos militantes da origem makonde, tendo em conta o cargo de chefe da segurança que ocupava. A título de exemplo, aos 9 de Maio de 1968, militantes da etnia makon-de, armados de paus, catanas e ma-chados, dirigiram-se aos escritórios da FRELIMO com o intuito de li-quidar os dirigentes. Mateus Sansão Muthemba viria a morrer devido a ferimentos contraídos na cabeça. Se

vivos vivem sob a protecção dos seus antepassados. Depois da mor-te, o indivíduo é recebido na comu-nidade dos seus antepassados. Os vivos devem desenvolver esforços para apaziguar os mortos por forma a não perderem a sua protecção.De acordo com a escritora Dra. Car-linda Monteiro, se a pessoa não é enterrada condignamente, se os ri-tuais fúnebres não são cumpridos de acordo com a tradição e o desejo

Seria, assim, um gesto de no-breza da sua parte reconhecer, em nome da Frelimo, a injusti-ça, a crueldade, a brutalidade e a desumanidade dos actos pra-ticados, permitindo o seguinte:

1.- O enterro condigno dos combatentes da chamada linha “reaccionária” – permitir que se conheçam os sítios onde se en-contram seus restos mortais para lhes dar uma sepultura condigna.

a ser desfilados em Nachingwea. Na presença dos presiden-

tes Julius Nyerere, da Tanzania e Kenneth Kaunda, da Zâmbia, o presidente Samora Machel as-segurou que os “reaccionários” exibidos não seriam mortos. De acordo com ele, “seriam eventual-mente soltos e levados por todo o país para verem como é que a FRE-LIMO estava a desenvolver o país”.

Contudo, anos mais tarde, Sér-gio Vieira diria o seguinte no Par-lamento moçambicano: “Fuzilá-mos os reaccionários e traidores da Pátria”. Marcelino dos Santos confirmaria esta informação com as seguintes palavras:”…conside-

Joaquim Chissano não fosse ágil, teria sido linchado no incidente: Os atacantes tinham-lhe agarrado pela camisa. Ele decidiu desabo-toar a camisa e deixá-la com eles antes de fugir e saltar pela janela.

Seria este mesmo Chissano que, anos mais tarde, casaria com uma senhora makonde de nome Marce-lina Rafael. Não guardou mágoa nem rancor. Foi também durante a sua presidência que se começou a ver um bom número de minis-tros oriundos do Centro e Norte de Moçambique. Nos primeiros

dos antepassados, o espírito da tal pessoa não chega ao seu destino. Fica a vaguear na terra procurando vingar-se. “Isto poderá ser fonte de permanente perigo e poderá provo-car o mal na comunidade”. O não cumprimento dos rituais “pode também ser visto como um insul-to à pessoa morta e um atentado à solidariedade da comunidade que é sagrada e deve ser protegida todo o tempo. Sem a realização dos rituais

2. - Pedido de desculpas aos familiares das vítimas para que possam sem mágoa ou ran-cor realizar os rituais fúne-bres, de acordo com a tradição.

3. - Proibir o vilipêndio desses combatentes da cha-mada “linha reaccionária”.

4. - Permitir que os seus admira-dores possam erguer monumentos em sua honra. Julgo que os padres Charles Pollet e Mateus Gwenje-

ramos que era justiça altamente popular, exercida”…”que se diga bem claramente que nós não esta-mos arrependidos da acção reali-zada porque agimos utilizando a violência revolucionária contra os traidores do povo moçambicano”.

Lourenço Mutaca, a quem me referi no artigo anterior, tinha sido poupado por ter sido “apa-drinhado “ pela Suécia, país onde fora representante da FRELIMO. Embora não existam provas que a sua morte tivesse sido provo-cada pela FRELIMO, anos mais tarde, viria a ser assassinado na Etiópia onde trabalhava para uma organização internacional.

anos da independência, um dos únicos ministros que represen-tava o Centro e o Norte de Mo-çambique era o Alberto Joaquim Chipande. A situação era tal que um governante queniano que foi receber uma delegação moçam-bicana no Aeroporto de Nairo-bi não conseguiu identificá-la. Perguntou dentro do aeroporto: “Wako wapi wana wa Msumbiji? Na ona wareno peke ake.” (“Onde é que estão os moçambicanos? Só vejo brancos portugueses”).

fúnebres, a sobrevivência e a vida da comunidade não podem ser ga-rantidas”. A Dra. Carlinda Monteiro escreve mais adiante que o “mundo visível só estará seguro se o indi-víduo realmente morre através dos rituais fúnebres e é recebido na comunidade dos antepassados. A pessoa morta deve ser recebida no mundo do além-túmulo e a sua re-sidência é fixada para que não corra o risco de andar a vaguear perdida”.

re merecem um monumento em sua honra na Missão de Murraça.

5.- Permitir um debate sério e aberto sobre esses combaten-tes por forma a identificar os que podem entrar na lista dos heróis.

Para ter uma paz justa e du-radoura, Moçambique preci-sa da necessária reconcilia-ção entre os vivos e os mortos.

(Lawe Laweki / Canal de Mo-çambique)

Presidente Joaquim Chissano – o magnânimo

Se os vivos foram perdoados, porquê os mortos não são?

Um apelo ao Presidente Armando Guebuza

O reverendo Urias Simango sob ameaça das armas

O coronel S. Vieira