Carta a Familia Ferro e Formão

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  • 7/25/2019 Carta a Familia Ferro e Formo

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    Ol, m e p!

    Queria poder contar pessoalmente tudo o que realmente aconteceu nestesquatros anos, mas infelizmente terei de faz-lo por meio desta carta.

    Nunca falamos abertamente sobre o que me trouxe at este ponto, mas

    quero que ocs saibam.rimeiramente, nunca foi culpa de ocs, nunca!

    "e#undo, espero que um dia me perdoem pela er#on$a que eu trouxe atodos.

    %erceiro, me perdoem pela deciso e camin$o que decidi se#uir.

    &ona 'ena, mul$er muito seera, mas de um cora(o #i#ante. )oc mesempre cuidou muito bem de mim e me cobraa o mesmo tanto. %alez poreu ser o primo#nito ou o *teste+ como diz a 'iliane. )oc sempre tee esse

    eito meio catico, mas $oe sei o quo importante foram suas li(es.

    /eu #rande pai, *"eu 0oc1ar ronco+... learei sempre comi#o o doce som

    do seu ronco. /e perdoe por no passar mais tempo ao seu lado. %in$amuito a aprender com o sen$or e ac$o que me afastaa por saber o quoparecido eu era de oc.

    2n3meras ezes eu reclamaa desse seu eito bronco e rude com a #ente,mas no fundo eu sabia que esse era seu eito. "abia que mesmo lon#e dens, trabal$ando dia e noite, oc s queria o mel$or para nossa fam4lia.

    'iliane min$a irmzin$a, tiemos nossas diferen(as e quais irmos no astem5 'embro quando a nossa m disse que eu teria uma irmzin$a, como6quei feliz. %e amei e ainda te amo muito, pequena rebelde. %ente manter acabe(a mais fria e as exploses de opinio mais contidas. 7m consel$o quete dou e que aprendi de forma muito dolorosa.

    8n6m, a#radecimentos feitos, amos partir para nossa *conersa+.Nascer em 'antan foi uma ben(o, este lu#ar marail$oso. %antasdescobertas, tanto a se aprender, tanto a se fazer. Os #nomos e os $omenstrabal$am aqui de uma forma to ia que acredito que em nen$um outrolu#ar se construa taman$as marail$as.

    9qui incluo nosso #rande a: 9cron ;erro e ;ormo, sei que o con$eci el$o mas mesmo assim que cabe(a boa, que $omem inteli#ente. O ppuxou a ele em quase tudo.

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    9 pouco mais de quatro anos, em min$as andan(as pelo porto de "undra$,se#ui um #rupo de $omens at uma das casas ali prximo. 8ntrei unto comeles e nem sei como. 9 casa funcionaa como uma peixaria, uma fac$adapara as bri#as clandestinas

    No se trataa de bri#as de ma1inatronos, mas sim, bri#as entre $omens,

    #nomos, ma1inatronos, tudo o que os dobres podiam pa#ar.;oi neste reduto que con$eci >or#s, o que mandaa em todas as apostas, odono do lu#ar.

    ?8stou aqui reelando mais do que deeria, por isso pe(o que queimem estacarta ao 6m dela. rometo que o entender os motios@

    8le quem se aproximou de mim, com certeza sabia que eu no era daquelelu#ar. /esmo assim no me expulsou, mas fez com que eu apostasse. Nofundo ele sabia quem eu era.

    Quando a noite terminou, recol$i o que #an$ei na aposta, mas no era odin$eiro que me importaa. >or#s era um $omem iido e iu isso em meusol$os, sabia que eu procuraa emo(o e noite aps noite ele apresentaa

    um noo espetculo.9t que aquilo passou a ser comum a mim e nunca mais frequentei o lu#ar./as >or#s no se cansaa fcil das coisas e eio at mim com umaproposta.

    &isse que eu deeria acompan$ar seus $omens em um seri(o noturno e seeu no sentisse emo(o naquilo, nada mais poderia fazer por mim. Alaroque este faor dele teria um pre(o e eu pa#uei.

    9compan$ei o bando de >or#s, ele mesmo no estaa. ;alando com seus$omens descobri que ele nunca estaa nos *seri(os+.

    O" capan#as me disseram que era al#o simples, pelo menos o que parecia

    pelo eito que eles contaram. 7m naio mercante deeria c$e#ar ao portodurante a noite. 9ssim que ele aportasse, os $omens pe#ariam al#umasmercadorias. "imples, certo5

    "eria simples se as mercadorias fossem de >or#s e se o seri(o no fosseum roubo...

    %udo aconteceu muito rpido, o naio c$e#ou conforme o preisto. O sol$aia de posto a muito tempo e assim que a atiidade no cons cessou,subimos a bordo. ensei que seria al#o rpido, mas os $omens de >or#siram uma oportunidade de #an$ar mais do que o ordenado.

    No sabia que aquele era o naio do Aapital %$omas =alfen e que eleiaaa com a fam4lia. /uito me arrependo de meus atos.

    8stamos prestes a sair do cons quando uma crian(a apareceu, ela notee tempo de #ritar. )i o san#ue minar daquele pequeno corpo, medesesperei e fu#i sem prestar socorro, sem #ritar por auda. "implesmentefu#i.

    9 dor de ter participado daquilo me corroeu durante os dias que 6quedesaparecido. Quando no a#uentei, resoli me entre#ar. Aontei toda amin$a $istria e dei o nome de todos os que estaam enolidos, &ere1,

    Ba1, >iron, %us1, "ulian e >or#s.

    Naquele momento apenas queria poder reparar o que $aia feito. No meatentei que Aela ;orte era a 3nica priso de 'antan.

    %odos foram capturados e leados para Aela ;orte, menos >or#s que foiinocentado. Nen$um dos capan#as o citaram, alis 6quei sabendo quequando capturados, ne#aram con$ecer >or#s.

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    Os dias naquele lu#ar no foram fceis, mas eu mereci cada dia e suasdi6culdades. Aela fria e sem a#ua, era obri#ado a dormir em meio aos meusdeetos. 9s refei(es, quando seridas, no passaam de resto. /as o piorfoi quando os $omens de >or#s descobriram min$a cela.

    No me or#ul$o do que 6z, mas quatro anos naquele lu#ar me for(aram a

    aprender mais do que eu #ostaria. %ie apenas um ami#o,