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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA Caroline Lorenzeti O CONTEÚDO DA PUBLICIDADE E PROPAGANDA IMPRESSA DA 31ª ROMARIA VOCACIONAL MONSENHOR JOÃO BENVEGNÚ Passo Fundo 2017

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO

CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Caroline Lorenzeti

O CONTEÚDO DA PUBLICIDADE E PROPAGANDA IMPRESSA DA 31ª ROMARIA VOCACIONAL

MONSENHOR JOÃO BENVEGNÚ

Passo Fundo

2017

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Caroline Lorenzeti

O CONTEÚDO DA PUBLICIDADE E PROPAGANDA IMPRESSA DA 31ª ROMARIA VOCACIONAL

MONSENHOR JOÃO BENVEGNÚ

Monografia apresentada ao curso de Publicidade e Propaganda, da Faculdade de Artes e Comunicação, da Universidade de Passo Fundo, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda, sob orientação do Dr. Otavio Jose Klein.

Passo Fundo

2017

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Caroline Lorenzeti

O conteúdo da publicidade e propaganda da 31ª Romaria Vocacional Monsenhor João

Benvegnú

Monografia apresentada ao curso de Publicidade e

Propaganda, da Faculdade de Artes e Comunicação,

da Universidade de Passo Fundo, como requisito

parcial para a obtenção do grau de Bacharel em

Publicidade e Propaganda, sob orientação do Dr.

Otavio Jose Klein

Aprovada em _______ de ___________________ de ________.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Profª. Ms. _________________________________ - _________

_____________________________________________________

Profª. Ms. __________________________________ - _________

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Agradecimentos

Agradeço à Universidade de Passo Fundo, e a Faculdade de Artes e Comunicação

(FAC), pelo ambiente criativo е amigável que me proporcionou ao longo da graduação, pela

estrutura do campus, equipamentos, livros e tudo que me foi disponibilizado, e pela

oportunidade de fazer parte desse universo.

Agradecimento aos professores, principalmente ao professor orientador, Dr. Otavio Jose

Klein, pela orientação, apoio, confiança e empenho dedicado à elaboração deste trabalho. E

também aos demais professores por me proporcionar não só conhecimento, mas manifestações

de caráter е afetividade na educação e no processo de formação profissional.

Agradeço a minha família, pelo amor, incentivo е apoio e também meus amigos não só

pelo apoio, mas também pela compreensão.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação.

MUITO OBRIGADA!

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“Eu quero que vocês pratiquem o bem”.

Mons. J. Benvegnú

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Resumo

Este trabalho, consiste em uma análise documental e descritiva do conteúdo de peças

publicitárias impressas, da 31ª Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú. O método utilizado

foi de Laurence Bardin (2010), análise de conteúdo através de categorias pré-definidas. O

trabalho apresenta fundamentos da publicidade de eventos, da história do evento e do Mons.

João Benvegnú, sobre a mobilização da Romaria em São Domingos do Sul e região. E como

nunca houve planejamento do evento, mas ainda assim, é o maior evento do município e atrai

muitas pessoas através da fé, busca-se saber como é esse conteúdo. A organização da Romaria

Vocacional Mons. João Benvegnú deve caminhar para obter um maior profissionalismo, sendo

necessário algo mais concreto e direto para sua execução. Deve-se assim, buscar um

complemento para obtenção de conhecimentos capazes, ou meios de dar respostas mais eficazes

ao público, e as necessidades dele, primordiais na organização e gestão de um evento.

Palavras-chave

Publicidade impressa. Propaganda religiosa. Publicidade de eventos. Análise de Conteúdo.

Romaria.

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Sumário

Introdução .......................................................................................................... 7

1. Contexto Regional ........................................................................................... 9

1.1. Monsenhor João Benvegnú .............................................................................................. 9

1.2. Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú ................................................................. 14

1.3. São Domingos do Sul ...................................................................................................... 14

1.4. Região em torno de São Domingos do Sul .................................................................... 17

2. Publicidade e fundamentação ...................................................................... 19

2.1. Publicidade de eventos .................................................................................................... 19

2.1.1. Definições ...................................................................................................................... 19

2.1.2. O evento como comunicação .......................................................................................... 21

2.2. Eventos religiosos ............................................................................................................ 22

2.2.1. Propaganda religiosa ...................................................................................................... 23

3. Pesquisa de campo ......................................................................................... 24

3.1. Descrição das peças publicitárias impressas ................................................................. 24

3.2. Descrição do conteúdo da publicidade da romaria ....................................................... 27

3.2.1. Atividades do evento ...................................................................................................... 27

3.2.2. Tema .............................................................................................................................. 28

3.2.3. Anúncio de terceiros ....................................................................................................... 29

3.2.4. Outros ............................................................................................................................. 30

3.3. Análise do conteúdo da publicidade da romaria ........................................................... 30

Considerações finais ......................................................................................... 33

Referências ........................................................................................................ 35

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Introdução

O planejamento de uma campanha é muito importante e, sendo relevante e inovador,

pode representar um diferencial, podendo se tornar uma vantagem competitiva para diversas

organizações. Desde a primeira edição da Romaria Vocacional Monsenhor João Benvegnú, em

1986, e, até o momento, não houve um planejamento de publicidade e propaganda do evento.

O que é feito atualmente são reuniões para definir um tema do evento. Na 31ª edição, que

aconteceu em janeiro de 2017, o tema foi “Ide, evangelizai!”, mas não há uma justificativa

detalhada do porquê esse conteúdo foi o escolhido.

A Romaria Vocacional Monsenhor João Benvegnú é o maior evento do município de

São Domingos do Sul e atrai muitos romeiros e pessoas através da fé. Há uma grande afluência

de público da região, principalmente voluntários dispostos a participar e ajudar para que o

evento aconteça.

Existe muito material impresso disponível, em função da romaria, como cartazes,

placas, faixas, adesivos, rótulos de garrafa pet, anúncios em jornais, etc., que divulgam o evento.

Este material é importante, e o objetivo desta monografia é analisar o conteúdo da publicidade

e propaganda impressa da 31ª Romaria Vocacional Monsenhor João Benvegnú.

Para este estudo, será importante fundamentar a publicidade de eventos, como estudar

a história do evento e do Monsenhor João Benvegnú, entender a mobilização da Romaria

Vocacional Monsenhor João Benvegnú em São Domingos do Sul e região, para analisar o

conteúdo da publicidade impressa.

Conteúdo envolve e atrai pessoas que compartilharão com outras pessoas, de modo a

criar uma percepção da sua marca, instituição ou evento. O objetivo do uso de conteúdo é a

geração de valor para o público. Assim, o problema de pesquisa baseia-se na análise do material

impresso, para descobrir, qual o conteúdo da publicidade e propaganda da 31ª Romaria

Vocacional Monsenhor João Benvegnú?

O método para análise do conteúdo da publicidade impressa a ser utilizado é o de

Laurence Bardin (2010). Segundo ela a “análise de conteúdo procura conhecer aquilo que está

por trás das palavras sobre as quais se debruça” ou seja, busca outras realidades através das

mensagens. A análise de conteúdo, também, visa o conhecimento de variáveis da psicologia,

sociologia, história, etc., por dedução com base em indicadores reconstruídos a partir de uma

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amostra da particularidade das mensagens (BARDIN, p. 45, 2010).

As vantagens da AC é que ela faz uso de dados brutos que ocorrem naturalmente,

inclusive para dados históricos e oferece um conjunto maduro de procedimentos, sendo também

bem documentados. Como uma operação visando representar o conteúdo de um documento de

uma forma diferente, a fim de facilitar, a sua consulta e referenciação. Ou seja, com

procedimentos de transformação tem por objetivo dar forma conveniente e representar de outro

modo uma informação contida num documento.

Através de uma pista, permite-se dividir a informação a fim de classificar em categorias,

na qual agrupa-se documentos que apresentem algum critério comum ou analógicos em

conteúdo. Portanto, este trabalho consiste em uma análise documental e descritiva do conteúdo

de peças publicitárias impressas, da 31ª Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú, evento que

aconteceu em janeiro de 2017. Para o estudo do conteúdo da publicidade e da propaganda da

romaria, em uma pré-análise foram definidas as seguintes categorias: anúncio de terceiros

(marca, logotipo, produto); atividades do evento (programação, horários, local, pessoas); tema

(Ide, evangelizai!); outros.

No capítulo 1, Contexto Regional, será estudada a história do Monsenhor João

Benvegnú, da Romaria Vocacional Monsenhor João Benvegnú, do município de São Domingos

do Sul-RS e da região em torno do município envolvida de alguma forma na romaria. No

capítulo 2, Publicidade e fundamentação, são apresentados os fundamentos teóricos da

pesquisa. Como publicidade de eventos, suas definições e o evento como comunicação, com

foco na propaganda religiosa e eventos do gênero. No capítulo 3, Pesquisa de campo, consiste

na análise documental e descritiva do conteúdo das peças publicitárias impressas, da 31ª

Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú, e após as considerações finais.

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1. Contexto regional

Neste capítulo será estudada a história do Monsenhor João Benvegnú, da Romaria

Vocacional Monsenhor João Benvegnú, do município de São Domingos do Sul-RS e da região

envolvida de alguma forma na romaria.

1.1. Monsenhor1 João Benvegnú

A biografia a seguir contará uma breve história sobre o Monsenhor João Benvegnú. É

baseada no livro, Mons. João Benvegnú, Um Homem que Amou a Todos, escrita por

paroquianos e pessoas que o conheceram de perto. Trata-se da única obra sobre sua vida a partir

de vários relatos de fontes próximas.

João Benvegnú nasceu a 12 de agosto de 1907, no distrito de Muçum, que na época

pertencia ao município de Guaporé hoje, pertence à Santa Teresa. Filho de Fedele Benvegnú e

Maria Moretti, vindos da paróquia de Taibon, província de Belluno, região do Vêneto, Itália,

em 1888. Foi batizado2 na igreja de Santa Teresa, no estado do Rio Grande do Sul, no dia 7 de

outubro de 1907. Perdeu o pai com 13 meses. Recebeu o Crisma3 do Arcebispo de Porto Alegre,

em 1914, e a Primeira Eucaristia4 no dia 19 abril de 1919, na Igreja Matriz de Santa Tereza.

(SOLIMAN et al, 1992).

Nos estudos, cursou o primário na Escola Municipal, junto à Capela do Rosário. Em

1921, estudou com os Padres Passionistas, em Pinto Bandeira, município de Bento Gonçalves.

Em 1922 ingressou no Seminário Menor de São Leopoldo, denominado de Seminário

Provincial. Consultados arquivos do Bispado de Passo Fundo, encontraram atestados do

seminarista João Benvegnú, que provavam o interesse pelos estudos e o seu grau de inteligência.

Mas em função de sua saúde quase deixou o Seminário. Interrompeu os estudos por duas vezes:

1 Monsenhor é um título eclesiástico de honra conferido pelo Papa a sacerdotes da Igreja Católica por serviços prestados à Igreja ou pelo exercício de funções eclesiásticas de governo ou de diplomacia. O título é normalmente abreviado por "Mons.". Desde a reforma de Paulo VI o título de Monsenhor integra três classes: Protonotário Apostólico, Prelado de Honra e Capelão de Sua Santidade. 2 Batismo é o primeiro sacramento do cristianismo. 3 Crisma é o sacramento da confirmação do batismo. 4 Primeira eucaristia é uma celebração em que os cristãos recebem pela primeira vez o "Corpo e Sangue de Cristo sob a forma de pão e vinho".

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em 1927 e 1929, com muito sofrimento. Mas as orações e a vontade firme de ser padre o

levaram a lutar pela vocação (SOLIMAN et al, 1992).

Em 1930, quando estudava teologia, foi convidado pelo Padre Josué Bardin, então

Pároco de São Domingos do Sul, a passar com ele uma temporada, em São Domingos do Sul,

tratando assim melhor a saúde. Após sete meses, retornou ao Seminário de São Leopoldo, onde

aguardava a notícia de que o Reitor não o aceitaria mais devido à falta de saúde. Graças a

interferência dos amigos, Mons. José de Nadal e do Cônego Cleto Benvegnú, o Arcebispo Dom

João Becker se interessou pelo seminarista João, diante de boas informações, solicitou que fosse

permitido continuar os estudos (SOLIMAN et al, 1992).

Ainda no curso de Teologia, começou o processo de recepção das ordens: primeiro

recebeu a Tonsura5. Em seguida, as quatro ordens menores6: Ostiariato, Leitorato, Exorcistato

e Acolitato. No ano de 1933, recebeu a Ordem do Subdiaconato7. O Diaconato, primeiro grau

da Ordem Sacerdotal, foi-lhe concedido dia 2 de abril de 1934, pelo Arcebispo Dom João

Becker, na Catedral de Porto Alegre. Finalmente em 16 de setembro de 1934 era ordenado

sacerdote, na Cripta da Catedral Metropolitana de Porto Alegre. No dia 20 de setembro de 1934

celebrou a primeira missa solene na terra natal, Santa Teresa (SOLIMAN et al, 1992).

Dias após, o Padre João foi designado para atender o Convento de Nossa Senhora do

Carmo e, ao mesmo tempo, trabalhar no Centro de Boa Impressa, durante o dia, junto ao amigo

Cônego Cleto Benvegnú. Ainda em 1934, fins de outubro, foi nomeado Vigário8 Cooperador

da Paróquia de Conceição do Arroio, hoje Osório. Ali permaneceu por menos de um ano,

quando foi chamado à Cúria, no dia 12 de outubro de 1935, pelo Arcebispo Dom João Becker,

para nomeação como Pároco de São Domingos do Sul, pela saída do Padre Alexandre

Studzinski. Conforme livro Tombo da Paróquia de São Domingos, a posse aconteceu em 20 de

outubro de 1935 (SOLIMAN et al, 1992).

Em São Domingos do Sul, começou seu trabalho atendendo a paróquia e também as

capelas, que incluía São Braz, de Vanini e a região de São João Bosco, de Ciríaco. Monsenhor

João foi grande incentivador das vocações sacerdotais e religiosas. Gostava de contar anedotas.

5 Cerimônia religiosa em que o bispo dá um corte no cabelo do ordinando ao conferir-lhe o primeiro grau de Ordem no clero. 6 Quatro ordens menores é a distinção entre as grandes ordens sagradas do sacerdote da igreja católica (o padre, inclusive o bispo e o presbítero), diácono e subdiácono, e as quatro menores, ostiariato, exorcistato, leitorato e acolitato. 7 Subdiáconato é uma ordem em que um ministro sagrado possui diversas funções. 8 Vigário é o religioso católico que é autorizado a exercer as funções de outro prelado em determinado local e período de tempo.

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Era de uma educação aprimorada. Era exigente na música, preferia a clássica. Gostava de

cantar. Falava português correto e fluente, interpretava latim e gostava de falar italiano.

(SOLIMAN et al, 1992).

Sonhava em ver o Papa9 de perto, convencido da representatividade como chefe

supremo da Igreja Católica. Em 21 de julho de 1957, Padre João, em companhia de seu amigo

Padre Félix Busata, pároco de Paraí, partiu para a Itália. Em audiência pública, teve a emoção

de ver o Papa e ouvi-lo. Ao regressar foi até recepcionado pelos paroquianos em carro aberto

com festa (SOLIMAN et al, 1992).

Padre João, pelo seu zelo sacerdotal e atividade com paroquianos, em 29 de junho de

1956, foi distinguido com honra de Cônego Honorário10 do Cabido Metropolitano de Porto

Alegre, concedido por Dom Vicente Scherer, Arcebispo de Porto Alegre. Foi distinguido

também por Dom Cláudio Coling, Bispo de Passo Fundo, como Cônego do Cabido Diocesano,

pelo fato de, em 15 de agosto de 1959, a Paróquia de São Domingos passar para a Diocese de

Passo Fundo (SOLIMAN et al, 1992).

Em 16 de setembro de 1959, Padre João completou 25 anos de ordenação sacerdotal.

Em 28 de fevereiro de 1975 recebeu o título de “Cidadão Casquense”. Em 16 de setembro de

1984, a Paróquia de São Domingos preparou uma festa de 50 anos de vida sacerdotal. Nesta

oportunidade, recebeu o título de Monsenhor, concedido pelo Papa João Paulo II. Estiveram

presentes o Bispo Diocesano Dom Urbano Allgayer, Dom Henrique Gelain de Vacaria e Dom

Benedito Zorzi, de Caxias do Sul, além de mais 65 sacerdotes. Padre Dionísio Benvegnú, na

ocasião, representou o Bispo Dom Ivo Lorscheiter, presidente da CNBB (SOLIMAN et al,

1992).

Tratava os doentes como pessoas especiais, todos eram por ele visitados, seja no

hospital, em suas casas ou em locais de tratamento. A maior obra que realizou foi a

evangelização do povo, construindo o Reino de Deus pela vida de oração, amor ao próximo e

dedicação ao trabalho. A sua preocupação com o bem-estar temporal do povo o levou a

promover a construção de obras diversas. Incentivou o plantio do milho híbrido e chegou a ser

iniciador de uma fábrica de óleo de soja. Incentivou a fruticultura, semeou, cultivou e ajudou

na construção da Casa Paroquial, do Hospital São Domingos, da residência dos médicos, de

9 Papa (palavra carinhosa para pai) é o Bispo de Roma, e como tal, é o líder mundial da Igreja Católica Romana. 10 Cônego é o presbítero que vive sob uma regra que o obriga a realizar as funções litúrgicas mais solenes na igreja catedral ou colegiada. O conjunto dos cônegos forma o Cabido, ou seja, o colégio reunido sob uma mesma cabeça, um chefe ou superior.

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uma usina hidrelétrica, do moinho colonial, de uma fábrica de bolas, de um centro telefônico e

também da Empresa Quatipi, com o primeiro ônibus da região. Quatipi até foi o nome imposto

a São Domingos por algum tempo. Foi mentor da criação da escola de 2º grau e o ginásio

estadual e abriu estradas sem recursos técnicos. Quando não existiam recursos financeiros

Monsenhor usava da persuasão para fazer com que todos participassem das iniciativas. Sendo

assim, o hospital foi erguido com a mão de obra do povo e as estradas abertas a custo de

marretas, arados e carroças. (SOLIMAN et al, 1992).

Além do seu exemplo como Sacerdote humilde e dedicado que lhe conferia fama de

santidade, ele tinha suas bênçãos, para tudo e todos: bênção para lavouras, saúde, carros,

máquinas agrícolas, acidentes, “tempo”, o trabalho, a maldição para as pragas, entre outras.

Eram sempre acompanhadas de conselhos e orientações. Monsenhor João nunca usou de sua

fama para conseguir vantagem, pois dizia que a fonte de tudo era Deus e ele era mero

intermediário, num exemplo de humildade, fé e confiança no Criador. (SOLIMAN et al, 1992).

No dia 31 de dezembro de 1985, o Monsenhor chegou a Sacristia para celebrar a Missa

de Ação de Graças, como de costume. Meia hora antes de iniciar a missa o auxiliar falou com

Monsenhor, que havia acabado de sair do confessionário, percebendo nele um grande

abatimento. Ajudou-o a vestir-se pois percebia que não conseguiria sozinho. Em seguida foi ao

altar para celebrar a sua última missa. Rezou conscientemente. (SOLIMAN et al, 1992).

Embora bastante debilitado, não queria ir ao hospital, mas os paroquianos acharam

melhor levá-lo à Passo Fundo, onde haveria mais recursos. Lúcido, insistiu que o levassem de

volta a São Domingos. Pressentia com clareza sua morte próxima e queria morrer no meio de

seu povo. Diante da situação em que se encontrava, o bispo conferiu-lhe o Sacramento da Unção

do Enfermos. Monsenhor João Benvegnú faleceu na UTI do Hospital São Vicente de Paula, em

Passo Fundo, no dia 3 de janeiro de 1986 (sexta-feira), aos 79 anos. Seu corpo foi transladado

para São Domingos do Sul, onde foi velado (SOLIMAN et al, 1992).

Verdadeira multidão, vinda de toda parte, desfilou diante de seu corpo para se despedir.

Foram rezadas missas continuamente, terços, cantos de louvor a Deus. À tarde do dia 4 de

janeiro, uma multidão calculada em 10 mil pessoas enchia a igreja, a praça, as ruas até o

cemitério orando, chorando, louvando a Deus pelo santo Pároco que partira. (SOLIMAN et al,

1992).

Segundo site oficial do Monsenhor João Benvegnú, desatualizado desde 2011, no dia

03 janeiro de 2010, 24º ano de seu falecimento, foi entregue um documento ao Bispo da Diocese

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de Passo Fundo solicitando o início do processo de beatificação. Foram entregues: mais de 600

depoimentos, biografia, cartas enviadas, cartas recebidas, homenagens recebidas, transcrições

dos livros Tombo, de visitas e de graças alcançadas. Há também no site, informações sobre o

Processo de Beatificação do Mons. João Benvegnú, listadas na tabela 01, abaixo:

Tabela 01 – Processo de Beatificação do Mons. João Benvegnú

ESTÁGIO DATA

Coleta de Depoimentos 15/01/2009

Coleta de informações sobre graças alcançadas 31/10/2009

Nomeação do Postulador 28/11/2009

Entrega da solicitação de abertura de processo ao Bispo 03/01/2010

Entrega Oficial dos documentos ao Bispo de Passo Fundo 27/02/2010

Criado Tribunal Para Causa da Beatificação 28/10/2010

Bispo envia Processo ao Vaticano para busca NIHILL OBSTAT 31/05/2011

Vaticano concede NIHILL OBSTAT e Mons. João é SERVO de DEUS

31/08/2011

Bispo nomeia Postulador e Tribunal para Cause de Beatificação 06/09/2011

Abertura do Inquérito Diocesano 13/12/2011

Fonte: http://www.monsenhorjoao.com.br/.

No site oficial do Monsenhor ainda dizia que o inquérito consta da nomeação de 50

testemunhas, que seriam ouvidas a partir do mês de março de 2012. Esta fase serve para apurar

tudo o que se disse de Monsenhor João Benvegnú. Após o encerramento do Inquérito

Diocesano, haverá a Apresentação de Positio (parecer positivo) para Conselho da Causa dos

Santos.

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1.2. Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú

Segundo o jornal Zero Hora, online, do dia 06 janeiro de 2017, iria acontecer no

município de São Domingos do Sul - RS, a Romaria Vocacional em honra ao Mons. João

Benvegnú. Onde uma multidão de fiéis era esperada para a 31ª edição do evento, que

homenageava o Monsenhor João Benvegnú. A Romaria Vocacional é realizada sempre na

primeira ou segunda semana de janeiro, e é um sucesso de público (ZERO HORA, 2017).

A programação do evento conta com celebrações, durante cinco dias, acontece de quarta

à domingo. Na quarta, quinta e sexta acontece o tríduo preparatório. No sábado além de missas,

há a presença dos cavalarianos, a benção do santíssimo e à noite, a procissão luminosa, um dos

momentos mais esperados pelos fiéis, com velas nas mãos, saem em caminhada pelas principais

ruas de São Domingos do Sul. No domingo, são realizadas missas pela manhã com benção da

saúde e à tarde é ministrada a missa com as mesmas bênçãos invocadas por Monsenhor João

Benvegnú, que na 31ª edição foi presidida pelo arcebispo de Passo Fundo, Dom Rodolfo Weber

(ZERO HORA, 2017).

Realizada sempre na primeira ou segunda semana de janeiro, a Romaria Vocacional é

sucesso de público. Segundo o portal de notícias G1-RS, do dia 09 de janeiro de 2017, “cerca

de 30 mil pessoas se reuniram no município São Domingos do Sul, na região Norte do Rio

Grande do Sul, para participar em uma romaria realizada no final de semana”, número 10 vezes

maior que a população do município, em torno de 3 mil habitantes (G1-RS, 2017).

1.3. São Domingos do Sul

Segundo informações sobre o histórico do município, no site do IBGE, por volta do ano

de 1894, inicia a história de São Domingos do Sul, quando os primeiros imigrantes chegaram.

As terras eram mata virgem. Chegaram a pé, trazendo as bagagens no lombo de mulas.

Começaram a derrubada do mato para a construção de casas e das primeiras roças. As primeiras

famílias que aqui se instalaram eram de origem alemã e polonesa, oriundos de São Sebastião

do Caí: Pedro Kich, Jacó Poder, Cristiano Nohr e Teodoro Clark. Alguns não permaneceram

muito tempo e foram embora (IBGE, 2010).

Por volta de 1894 a 1900, chegaram famílias italianas, vindos da Serra Gaúcha, região

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de Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Farroupilha, Caxias do Sul, Veranópolis e Antônio

Prado. Entre elas encontravam-se: Vicente Lavretti, José Poleto, Modesto Fávero, Angelo

Castelani, Gerônimo Busatto, Vergílio Tosatti e José Gatto. Uniram-se então com as famílias

alemãs e polonesas, povoação que surgiu lentamente, embora as terras fossem férteis, ricas em

pinheiros e madeira-de-lei (IBGE, 2010).

Havia uma firma chamada Bertazzo, que era dona das terras, loteou-as e vendia em

forma de lotes rurais, chamados de colônias11. Cada uma custava em média 500 mil réis12 e

normalmente cada colono adquiria uma ou mais colônias. Mas as famílias viviam

precariamente, em casas feitas de estacas grossas, cobertas de capim, em chão batido. A

primeira casa de pedras foi construída por José Poletto, em 1894, que além de residência, servia

como bodega e loja comercial (IBGE, 2010).

Com o passar dos anos, apareceram as famílias de Firmo Contini, Josué Mezzomo,

Domingos Brugnera, Ferdinando Cerbaro e João Canalli, que, somando-se as outras, surge o

primeiro povoado de Barracão, nome originado de um casarão existente na localidade, tido

como casa de pasto e pouso dos carreteiros. Como eram famílias católicas e devotas a Deus

construíram a primeira Capela, no ano de 1907, tendo como padroeiro da Capela São

Domingos, nome que deu origem posteriormente a São Domingos do Sul (IBGE, 2010).

Em 1910, surgiu o primeiro moinho de milho do Sr. Teodoro Clark, que servia toda a

região. A seguir foi instalado o primeiro moinho de trigo e ferraria, contribuindo para o

crescimento do povoado. Mas somente em 1916 surgiu a primeira escola, tendo como regente

Gerônimo Busatto, um dos primeiros comerciantes (IBGE, 2010).

Segundo o IBGE, foi criado o Distrito com a denominação de São Domingos, por ato

municipal nº 60, de 23-04-1925, subordinado ao município de Guaporé,

[...] assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Pelo decreto-lei estadual nº 720, de 29-12-1944, o distrito de São Domingos passou a denominar-se Quatipi. No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito já denominado Quatipi figura no município de Guaporé. Pela lei municipal nº 120, de 29-11-1949, o distrito de Quatipi passou a denominar--se São Domingos do Sul. Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o distrito de São Domingos do Sul permanece no município de Guaporé (IBGE, 2010).

11 Cada colônia corresponde a aproximadamente 250.000 m2. A Região da Serra Gaúcha foi colonizada, em pequenas propriedades familiares, chamadas de colônias 12 Moeda equivalente ao período, que valeu até 1942.

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Mais adiante, pela lei estadual nº 2525, de 15-12-1954, o distrito de São Domingos do

Sul deixa de pertencer ao município de Guaporé e passa a ser anexado ao novo município de

Casca. Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o distrito de São Domingos do Sul figura

no município de Casca. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 18-VIII-1988

(IBGE, 2010).

Foi elevado à categoria de município, denominando-se São Domingos do Sul, pela lei

estadual nº 8436, de 08-12-1987, desmembrando-se de Casca. Sede no antigo distrito de São

Domingos do Sul. Constituído do distrito sede, instalado em 01-01-1989. Pela lei municipal nº

85, de 05-12-1990, é criado o Distrito de Santa Gema, ex-povoado e agora anexado ao

município de São Domingos do Sul. Em divisão territorial com data de 2001, o município é

constituído da sede: São Domingos do Sul e do distrito de Santa Gema. Assim permanecendo

em divisão territorial datada de 2007 (IBGE, 2010).

Possui área de unidade territorial de 78,717 km². A densidade demográfica (censo 2010)

de 37,06 hab/km². O atual prefeito (2017) é Fernando Perin. Possui três estabelecimentos de

Saúde-SUS. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (censo 2010) (IDHM 2010) era

de 0,763. PIB per capita a preços correntes (2014): 18.141,20 reais. A estimativa da população

residente, da religião católica apostólica romana é de 2.785 pessoas e evangélicas 133 pessoas

(IBGE, 2010).

A estimativa geral da população em 2016, segundo o IBGE, é de 3.073 habitantes. No

Censo Demográfico 2010 era de 2.926 habitantes. Nas Figuras 01 e 02, abaixo, encontram-se a

situação domiciliar e o sexo dos residentes em área urbanas e rurais do município de São

Domingos do Sul (IBGE, 2010; 2016).

Figura 01 - População rural e urbana.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

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No total, residem na área urbana do município, 1748, e, na área rural, 1178 pessoas.

Número aproximado, por sexo, na área urbana: 912 mulheres e 836 homens. Em área rural: 544

mulheres e 634 homens.

1.4. Região no entorno de São Domingos

Segundo site oficial do Município, São Domingos do Sul localiza-se na Microrregião

do alto do Taquari, na encosta superior do nordeste, acesso pelas rodovias RS 129, RS 324 e

BR 285. Já o IBGE, afirma que pertence a Mesorregião Noroeste Rio-grandense e Microrregião

Passo Fundo. Faz divisa com os municípios de Casca, Paraí, Vanini, São Jorge e Ciríaco. Fica

a 250km da capital Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2008).

São Domingos do Sul participa do COREDE PRODUÇÃO (Conselho Regional de

Desenvolvimento da Produção), fundado 14 de junho de 1991, com sede no município de Passo

Fundo-RS. Que tem por objetivo ser:

espaço plural e aberto de construção de parcerias sociais e econômicas, em nível regional, através da articulação política dos interesses locais e setoriais em torno de estratégias próprias e específicas de desenvolvimento para as regiões do Rio Grande do Sul (COREDE PRODUÇÃO 2017).

O COREDE PRODUÇÃO compreende a área de 21 municípios, como pode-se observar

na abaixo, na Figura 03:

Figura 03 - COREDE Produção.

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Fonte: COREDE PRODUÇÃO - Conselho Regional de Desenvolvimento da Produção.

Segundo uma proposta da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, São Domingos do

Sul faz parte da Região de Saúde13 de Passo Fundo (compreende-se Região de Saúde diferente

de Região Administrativa, na qual o município pertence a 6ª CRS - Passo Fundo), que abrange

20 municípios do planalto rio grandense: Passo Fundo, Coxilha, Sertão, Mato Castelhano,

Ernestina, Nicolau Vergueiro, Marau, Gentil, Ciríaco, Muliterno, Casca, David Canabarro,

Vanini, Santo Antônio do Palma, Vila Maria, Camargo, Nova Alvorada, Montauri, Serafina

Corrêa e São Domingos do Sul, com um total de 292.174 habitantes (SECRETARIA DA

SAÚDE/RS, 2012).

13 DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde-SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa e de outras providências. Considera-se: Região de Saúde: espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

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2. Publicidade e fundamentação

Neste capítulo são apresentados os fundamentos teóricos da pesquisa. Inicia-se com a

publicidade de eventos, suas definições e o evento como comunicação. Para finalizar, o foco é

a propaganda religiosa e eventos do gênero, que é tema desta monografia.

2.1. Publicidade de eventos

Nesta parte, define-se eventos e seu comportamento como comunicação.

2.1.1. Definições

Iniciando a exploração conceitual de eventos, Campos, Wyse e Araujo (2005, p. 3)

afirmam que o “evento é qualquer acontecimento social programado para tratar dos mais

diversos assuntos, sejam eles políticos, culturais, científicos, comerciais, profissionais, entre

outros”. Definir o que é evento parece muito amplo e conceituá-lo leva a uma série de

interrogações, pois é um tema abrangente.

Giácomo (2007) afirma que “evento é componente do mix da comunicação, que tem por

objetivo minimizar esforços, fazendo uso da capacidade sinérgica da qual dispõe o poder

expressivo no intuito de engajar pessoas numa ideia ou ação”, ou seja, possui um poder de atrair

pessoas para participar ou realizar. Já segundo Zanella (2003)

evento é uma concentração ou reunião formal e solene de pessoas e/ou entidades realizada em data e local especial, com objetivo de celebrar acontecimentos importantes e significativos, e estabelecer contatos de natureza comercial, cultural, esportiva, social, familiar, religiosa, científica, etc... (ZANELLA, 2003).

O autor afirma que evento, nada mais é que, um encontro, com data, hora e local e com

objetivo específico. Cleusa Cesca (2008), afirma que se trata de uma atividade que apresenta

um índice custo/benefício reconhecidamente vantajoso, proporciona melhores relações entre

instituição e clientes, mídia e público em geral. Cristina Giácomo (2007, p. 40), em seu livro:

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Tudo acaba em festa: evento, líder de opinião, motivação e público, explica que o

evento, como reunião política de pessoas e instrumento de comunicação, e não como sinônimo de fato, pode ser entendido como: acontecimento previamente planejado, a ocorrer num mesmo tempo e lugar, como forma de minimizar esforços de comunicação, objetivando o engajamento de pessoas a uma ideia ou ação (GIÁCOMO, 2007).

Significa que, como qualquer atividade, precisa ser planejado, além de também existir

um processo racional que pressupõe a previsão de cenários, de um estudo para o

estabelecimento de objetivos, alocação de recursos e tomada de decisões. Apesar de algumas

pessoas acharem que é uma atividade fácil de ser executada, a realidade de quem trabalha com

eventos é desafiadora, mais do que o imaginado, independentemente de ser uma organização

que promove ou agência contratada (GIÁCOMO, 2007).

Os diversos tipos de eventos se relacionam com o público ao qual se destinam,

identificando-se, “como fenômeno de dimensões políticas no campo da comunicação social

praticado por uma variedade muito grande de instituições”, segundo Giácomo (2007, p. 12). O

público, elemento principal a ser considerado em eventos, é eleito alvo na medida em que se

torna propenso ao consumo de bens e serviços. Ou seja, o desafio é cativar o público de interesse

não pelo produto, mas através da ideia, dos valores agregados a determinado evento,

experiências, atrações, levando em conta a possibilidade da participação e interação dos

presentes (GIÁCOMO, 2007).

Na era digital, o público gosta de interagir e as organizações precisam possibilitar que

ele tenha voz e fazê-lo de forma amigável, se preparando para tal exposição. Mesmo em

eventos, onde o objetivo é atingir diretamente o cliente final, não se deve tratá-lo como somente

espectador, sem reação. No livro, “Organização e gestão de eventos”, de Allen et al. (p.235),

mostra-se a relação entre as mudanças tecnológicas e dos perfis dos eventos. Resumindo, eles

afirmam que, “uma das certezas sobre o futuro da tecnologia em eventos especiais e festivais é

de que ela irá mudar, a tecnologia irá mudar, assim como a forma de gerenciar e negociar os

eventos”. Eles destacam a necessidade de organizadores entenderem o impacto da tecnologia

sobre os eventos (ALLEN et al, 2003).

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2.1.2. O evento como comunicação

Os eventos possuem origens na Antiguidade e atravessaram diversos períodos da

história da humanidade, tanto que acontecem até hoje. Em sua trajetória, adquiriram

características econômicas, sociais e políticas das representações sociais de cada época. No

início da Idade Média, com a queda do Império Romano e o triunfo do Cristianismo, os eventos

que aconteceram demonstravam bem as características do período, principalmente sobre

influência do poderio da igreja. Foi marcada por uma série de eventos religiosos (concílios e

representações teatrais) e comerciais (feiras), que causaram o deslocamento de um grande

número de pessoas, como membros do clero, mercadores e outros (MATIAS, 2007).

Em tempos de comunicação digital, os eventos continuam sendo valiosos no

relacionamento com os públicos de interesse de uma instituição. Atribui-se esse valor aos

eventos porque promovem maior engajamento com os públicos a que se destinam. Hamam

(2006) afirma “dificilmente qualquer outro meio de comunicação poderia atingir em cheio um

público tão específico em uma só oportunidade”. Esse é o diferencial desse instrumento de

comunicação: atinge diretamente o público-alvo e quando planejado e organizado é capaz de

promover uma pessoa, empresa ou instituição (HAMAM, 2006 apud FARIAS, GANCHO,

2014, p.26).

Mesmo que a comunicação não seja totalmente virtual, os meios de massa convivem

com os digitais, e a comunicação face a face, como Allen et al. (2003) denomina “experiência

real”, não foi extinta, apesar que, muitas vezes, ela não é imprescindível. Há situações que

outros meios facilmente à substituem, na busca de agilidade, na pressa do dia-a-dia, assim, as

organizações precisam entender que os públicos não precisam mais ir em eventos para buscar

informações sobre sua instituição, podendo conseguir de outras formas. O atrativo deve ser

outro: buscar interagir com o público presente, promovendo uma experiência diferente e um

diálogo (ALLEN et al., 2003).

Na publicidade, hoje, os públicos procuram interação, e, por isso, há tantos

investimentos em mídias digitais e em ações que buscam o diálogo e a participação ativa dos

públicos. Alguns autores, como Allen et al., se referem a eventos como momentos

espetaculares, onde os participantes são a “platéia”. Quem organiza o evento precisa conhecer

as necessidades da platéia, sejam elas físicas, de conforto, segurança ou integridade física. Além

disso, o evento deve ser especial, emocional, significativo, mágico e memorável (ALLEN et

al., 2003).

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Segundo Melo Neto (2000), os eventos estão em toda parte. Tomaram conta dos meios

de comunicação e atingiram a moda, à ciência, à cultura, à religião, etc. Possui também formatos

variados, como competições esportivas, exposições, seminários, congressos, entre outros.

Diante da amplitude, a sua presença se torna diariamente inevitável, na sociedade, afirma o

autor “É difícil imaginar um dia em nossas vidas sem eventos. Eles constituem a mais nova

mídia atuante em nosso meio. Tornaram-se estratégias de comunicação de produtos e marcas

de todos os tipos” (MELO NETO, 2000, p.13).

As vantagens dos eventos e motivos para se investir são apontados, por Kotler e Keller

(2006, p.590), quando dizem que eles são importantes para todas as organizações,

independentemente do tamanho e da área de negócios em que atuam. Através do evento, a

organização se conecta aos públicos, dependendo de seus objetivos comunicacionais. Assim,

melhoram a relação e, também, a lembrança que existe entre o público e os produtos e serviços.

O fato de as relações virem sendo mediadas pelas tecnologias, não eliminam a

necessidade de contato físico do ser humano, de se relacionar pessoalmente. Cada vez mais, as

pessoas buscam ter experiências diferentes. Desejam participar ativamente de grupos sociais,

atividades voluntárias etc. Por isso, é preciso incluir os públicos, fazê-los participar, engajá-los,

mobilizá-los, deixá-los “protagonizar”.

2.2. Eventos religiosos

Partindo da ideia de que o homem é um ser simbólico, é coerente pensar que: tende a

existir um vácuo “simbólico” que pode ser preenchido pela publicidade e pelo consumo, já que

temos um ser humano necessitado de encantamento. Algumas pessoas precisam encontrar na

vida a “magia” que em grande parte deixou de existir nos moldes em que conhecia. Nesse caso,

segundo Deborah P. Silva (2008), a propaganda assumiria um “papel fundamental, pois é com

sua capacidade de construir e associar simbolismos aos produtos que o encantamento pode

realizar-se, por meio do consumo”, principalmente de eventos religiosos (SILVA, 2008, p.12).

Sendo assim, pode-se entender que a religião é uma forma válida de compreender a

realidade social que cerca o ser humano, como a publicidade, participantes do mesmo

imaginário. Se só o consumo fosse suficiente para construir o imaginário social, muito

provavelmente a religião seria desnecessária. Segundo Schultz (2005, p. 186), o problema é

quando a religião é confundida com o imaginário. As pessoas usam a questão do mito para

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resolver o “vácuo” que sentem em frente a dúvidas e questões. Precisa-se considerar aquilo que

a diferencia de outras significações imaginárias: o elemento divino que funda a religião (Deus).

Assim, é possível dizer que a religião percebe no processo de modernização, o evento

como forma de continuar a ter relevância social, numa sociedade que sofre com o peso de tantas

informações. Melo Neto (2001, p.41) afirma que: “as pessoas precisam participar de eventos

para enfrentar a realidade de seu cotidiano. Se a vida real é difícil, árdua, estável, rotineira, o

evento deve proporcionar uma experiência prazerosa, muitas emoções e um desfecho

imprevisível”.

Como se trata de um evento religioso, onde a experiência das pessoas se mostra

importante, o encontro, estar no local, participar, se deve planejar a comunicação do evento,

voltada para o público-alvo num determinado contexto.

2.2.1. Propaganda religiosa

Os termos publicidade e propaganda possuem distinções e os autores utilizados para

conceituá-los, não são exclusivos, há outras explicações de diferentes autores, que se pode

consultar. Após, fala-se especificamente sobre propaganda religiosa.

A publicidade, segundo Malanga (1979, p. 12), é um “conjunto de técnicas de ação

coletiva no sentido de promover o lucro de uma atividade comercial conquistando, aumentando

e mantendo clientes”. Designa-se a palavra publicidade, do ato de divulgar, tornar público, e

promover produtos e serviços, atraindo intencionalmente para consumo. Além disso, também

informa, convence e motiva comportamentos.

A propaganda, pode ser explicada como um conjunto de técnicas usadas para informar,

persuadir e influenciar, num determinado contexto, opiniões, sentimentos e atitudes de um

receptor ou do público. Pode também ser percebida como informação sobre um produto, uma

marca, uma empresa ou uma instituição (PINHO, 1990).

Quando se fala em propaganda religiosa, há de se ter cuidado para não promover

qualquer tipo de culto indevido ou que antecipe sobre a heroicidade de virtudes e a santidade

do biografado, no caso, Monsenhor João Benvegnú, como merecedor de veneração pública.

Sobre isto, o Código de Direito Canônico (Cân. 1187, p. 207), afirma: “Só é lícito venerar com

culto público os servos de Deus, que foram incluídos pela autoridade da Igreja no álbum dos

Santos ou Beatos” (CÂN, 2007).

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3. Pesquisa de campo

Consiste em uma análise documental e descritiva do conteúdo de peças publicitárias

impressas, da 31ª Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú, evento que aconteceu em janeiro

de 2017.

3.1. Descrição das peças publicitárias impressas

Encontram-se, aqui, as peças publicitárias impressas (digitalizadas), que serão

analisadas neste trabalho. No total são cinco, numeradas em ordem crescente, nomeadas de

Peça 1 a Peça 5, disponíveis também nos anexos. Descreve-se cada uma delas, seu tamanho e

sua aplicação.

Peça 1 – Cartaz

Fonte: Romaria Vocacional.

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O Cartaz encontra-se impresso, distribuído pelo município de São Domingos do Sul e

Região, no tamanho A2: 42 (cm) de largura x 62 centímetros de altura.

Peça 2 – Placa

Fonte: Romaria Vocacional

A Placa encontra-se impressa, distribuída nas entradas do município de São Domingos

do Sul, em suas capelas e pela Região, no tamanho: 200 (cm) de largura x 300 centímetros de

altura.

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Peça 3 – Adesivos Automotivos

Fonte: Romaria Vocacional.

Os Adesivos Automotivos encontram-se impressos, distribuídos pelos seus

patrocinadores, no município de São Domingos do Sul e Região, no tamanho: 12 (cm) de

largura x 08 centímetros de altura.

Peça 4 – Rótulo de Água Mineral

Fonte: Romaria Vocacional.

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Os Rótulos de Água Mineral, encontram-se impressos, distribuídos por todo o estado do

Rio Grande do Sul e também vendidos durante o evento, no município de São Domingos do

Sul, no tamanho: 23 (cm) de largura x 06 centímetros de altura.

Peça 5 – Faixa

Fonte: Romaria Vocacional.

A Faixa se encontrava impressa nas entradas do município e no centro, próximo a igreja

e praça e também durante o evento, no tamanho aproximado de: 300 (cm) de largura x 70

centímetros de altura.

3.2. Descrição do conteúdo da publicidade da romaria

Aqui será feita a descritiva do conteúdo, das cinco Peças publicitárias impressas, da 31ª

Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú (2017), citadas anteriormente. As Peças foram

agrupadas por apresentarem algum critério comum em conteúdo e, assim, dividiu-se a

informação em categorias, elencadas anteriormente, na metodologia. Foram definidas como

categorias: atividades do evento; tema; anúncio de terceiros; e outros, que serão apresentadas a

seguir, nos itens 3.2.1, 3.2.2 e 3.2.3.

3.2.1. Atividades do evento

Nessa categoria será descrito o conteúdo referente as atividades do evento, sua

programação, datas, horários, local e pessoas influentes. Para melhor entendimento, o conteúdo

de cada Peça foi detalhado no Quadro 1:

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Quadro 1 – Atividades do evento

Peças Conteúdo

Peça 1 - Cartaz 31ª Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú 07 e 08 de janeiro de 2017 São Domingos do Sul – RS Tríduo preparatório – 21h Dia 04/01 – Uma igreja em saída. Dia 05/01 – Igreja: casa da iniciação cristã. Dia 06/01 – Discipulado missionário centrado na palavra de Deus. Dia 07 de janeiro – Sábado 9h30min – Missa – Presença cavalarianos 17h – Missa Matriz 20h – Missa – Preside arcebispo Dom Rodolfo Procissão luminosa – “via do senhor” Mistérios gloriosos Benção do Santíssimo Dia 08 de janeiro – Domingo 7h30min – Missa na matriz 10h – Missa da saúde Preside: Arcebispo Dom Rodolfo 16h - Missa e bênçãos do Servo de Deus – Mons. João Benvegnú

Peça 2 - Placa 31ª Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú 07 e 08 de janeiro de 2017 São Domingos do Sul – RS

Peça 3 - Adesivos Automotivos

31ª Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú 07 e 08 de janeiro de 2017 São Domingos do Sul – RS

Peça 4 – Rótulo de Água Mineral

31ª Romaria Vocacional 07 e 08 de janeiro 2017 Mons. João Benvegnú São Domingos do Sul – RS

Peça 5 – Faixa Não há nada na faixa que se encaixe nesta categoria.

Fonte: autoria própria.

3.2.2. Tema

Nessa categoria será apresentado o tema do evento, para melhor visualização do

conteúdo de cada Peça, está descrito no Quadro 2:

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Quadro 2 - Tema

Peças Conteúdo

Peça 1 – Cartaz IDE, EVANGELIZAI!

Peça 2 – Placa Não há nada na placa que se encaixe nesta categoria.

Peça 3 – Adesivos Automotivos

IDE, EVANGELIZAI!

Peça 4 – Rótulo de Água Mineral

Não há nada no rótulo que se encaixe nesta categoria.

Peça 5 – Faixa IDE, EVANGELIZAI!

Fonte: autoria própria.

3.2.3. Anúncio de terceiros

Nessa categoria será descrito o conteúdo referente aos anúncios de terceiros, como

marca, logotipo, produto e texto. Para melhor entendimento, o conteúdo de cada Peça foi

detalhado no Quadro 3:

Quadro 3 – Anúncio de terceiros

Peças Conteúdo

Peça 1 – Cartaz O Ministério da Cultura apresenta: Logotipo da Lei de Incentivo à Cultura Logotipo BRASIL – Governo Federal

Peça 2 – Placa O Ministério da Cultura apresenta: Logotipo da Lei de Incentivo à Cultura Logotipo BRASIL – Governo Federal

Peça 3 – Adesivos Automotivos

Apoio: Logotipo: BASSI Combustíveis (54) 3349-1315 Apoio: Logotipo: Comércio de combustíveis AIM LTDA (54) 3349-1010

Peça 4 – Rótulo de Água Mineral

Água fabricada pela Sarandi, assim, contém todas informações da empresa e do produto, conteúdo da embalagem, composição química e características gerais.

Peça 5 – Faixa Logotipo: Sicredi

Fonte: autoria própria.

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3.2.4. Outros

Nesta categoria será descrito tudo aquilo que é conteúdo e que não se enquadrou nas

categorias anteriores. Da Peça 1 a Peça 4 (cartaz, placa, adesivos automotivos, rótulo de água),

aparece uma frase, com exceção da Peça 5, na qual não aparece. A frase é: “Servo de Deus”,

que faz referência ao Monsenhor João Benvegnú.

Resumindo, o conteúdo que se encontra mais presente, comparando todas as peças, são

as datas, os horários, o local, o tema da 31ª edição da romaria: Ide, Evangelizai!, e também a

frase “Servo de Deus”. O que aparece em todas as Cinco Peças são os patrocinadores e

apoiadores do evento, seus logotipos e nomes.

3.3. Análise do conteúdo da publicidade da romaria

O método utilizado para análise do conteúdo da publicidade impressa, referente a 31ª

Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú (2017), é o de Laurence Bardin (2010). São cinco

Peças, citadas anteriormente, agrupadas em categorias, por apresentarem algum critério comum

em conteúdo.

Na categoria de Atividades do evento (3.2.1), Quadro 1, o conteúdo apresentado são a

programação do evento, atividade, datas e horários, o local e as pessoas influentes, como o

Arcebispo Dom Rodolfo que, teoricamente, gera valor para aquela celebração e aparece no

conteúdo da Peça 1. Ainda na Peça 1, aparecem as bênçãos do Monsenhor João Benvegnú, que

são ministradas ao final do evento, no domingo. Nas outras peças, apenas locais e horários,

exceto a Peça 5 que não há conteúdo nesta categoria.

Na categoria seguinte, Tema (3.2.2), no Quadro 2, o conteúdo apresentado é o tema do

evento, “Ide, Evangelizai!”, presente nas Peças 1, 3 e 5. Esse tema foi escolhido a partir do

Evangelho de Marcos, capítulo 16, versículo 15 (Mc 16,15), da Bíblia que diz: “E disse-lhes:

Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.

Na categoria Anúncio de terceiros (3.2.3), Quadro 3, o conteúdo apresentado são

patrocinadores e apoiadores do evento, seus logotipos e telefones. Em todas as Peças aparecem,

a única que se diferencia é o Rótulo de Água Mineral Sarandi (Peça 4), que é fabricado pela

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própria empresa e possui características próprias de identidade de marca.

A categoria, Outros (3.2.4), envolve todo o conteúdo que não estava presente nas

categorias anteriores. Da Peça 1 a 4, exceto a Peça 5, há a frase “Servo de Deus”, abaixo da

figura do Monsenhor João Benvegnú, que é como ele é chamado e conhecido.

Se tratando da mídia impressa, necessariamente deve-se atrair o leitor ou público-alvo

com informações claras e pertinentes. A ilustração das Peças, o slogan e a chamada tem que

trabalhar em conjunto para que o texto passe toda a informação que o anúncio precisa para

atingir seu objetivo. Para poder aproveitar as vantagens de cada Peça, neste caso, Cartaz, Placa,

Adesivo automotivo, Rótulo de garrafa pet e Faixa, é preciso conhecer as características de cada

uma e selecionar as que se adaptam à mensagem e cobrem bem o público alvo.

Mesmo com as mídias digitais, a mídia impressa continua tendo importância, e é a que

está mais presente na publicidade da romaria. Que tem um impacto positivo com o público-

alvo, apesar de não haver planejamento da mesma, se tratando de imagem e texto. É observado

na publicidade impressa da 31ª Romaria Vocacional, apenas a imagem do Monsenhor João

Benvegnú, o tema do evento e suas atividades, como programação, data e local, e em algumas

peças nem isso, o que demonstra que não é planejada, assim não apresentando o valor máximo

do evento, sem demonstração do que pode ser aquela “vivência real” de participar da Romaria.

Como se trata de um evento religioso e a experiência das pessoas é muito importante,

estar no local, participar, deveria se voltar a comunicação do evento para o público-alvo, num

determinado contexto, afim de antecipar essa experiência ao público. Se tratando de publicidade

e propaganda religiosa, nas Peças apresentadas, se teve o cuidado de não promover ou antecipar

a heroicidade de virtudes e a santidade do Monsenhor João Benvegnú, neste caso, ele ainda não

é considerado Santo e por isso, segundo lei do Código de Direito Canônico, é proibido venerá-

lo em público como tal (Cân. 1187, p. 207).

Segundo Cristina Giácomo (2007), o evento precisa ser planejado, e existe um processo

racional que pressupõe a previsão de cenários, de um estudo de objetivos, busca de recursos e

tomada de decisões. Se bem planejados, tornam-se estratégias de comunicação para as

instituições. Kotler e Keller (2006, p.590), afirmam que através do evento, a instituição, nesse

caso, a igreja, melhora a relação com o público, no momento que eles se mobilizam, há um

engajamento e viram protagonistas, pelo apelo emocional que este conteúdo possui. Por isso

deve-se ter maior atenção ao comunicar esses eventos ao público, e elaborar melhor a

publicidade do evento.

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Através dessa pesquisa, quem organiza o evento terá acesso ao que foi produzido,

oportunizando um maior conhecimento da importância de ser desenvolvido um planejamento

publicitário. Podendo ser utilizado para obter melhores resultados e a partir disso, representar

um diferencial competitivo para o evento.

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Considerações finais

Através da análise de conteúdo, é possível concluir que a publicidade impressa oferece

ao público materiais com toque, que podem até ser guardados para futuras consultas, o que não

ocorre com a mídia digital, que é rápida e desaparece com o toque de um botão. Para uma parte

do público-alvo da romaria isso é importante, já que nem todos estão conectados à internet ou

sabem usar essa ferramenta. E é exatamente esse, muitas vezes, o objetivo do evento e da

romaria, desconectar.

Os eventos, muitas vezes, implementam-se de forma pouco profissional pelas

instituições, em função de um objetivo final, também pouco definido. A falta de rigor de

algumas instituições vai em contraponto com aquelas experientes na organização e

planejamento de eventos, com estratégia, apostando na isenção de erros, com planos de

contenção e contingência. E nesse sentido, a organização da romaria Vocacional Mons. João

Benvegnú deve caminhar para obter um maior profissionalismo, sendo necessário algo mais

concreto e direto para sua execução.

Deve-se assim, buscar um complemento para obtenção de conhecimentos capazes, ou

meios de dar respostas mais eficazes ao público, e as necessidades dele, primordiais na

organização e gestão de um evento. Mesmo que na Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú

não há, financeiramente, condições de contratar profissionais para fazer o evento, talvez

voluntários ligados a essa área especifica.

Pode-se utilizar este trabalho, como forma de implementação do planejamento da

Romaria Vocacional, para orientar possíveis mudanças na comunicação e no evento. No

entanto, a metodologia apresentada nesta monografia, é bastante geral, e a aplicação dela

depende muito de quem ira fazê-la. Pode-se utilizar outros metodos e técnicas deferentes,

dependendo de quem as aplica.

A aplicação dos métodos presentes neste trabalho, dependem da entidade organizadora,

conciliando os objetivos do evento e sua identidade. A organização, gestão e planejamento de

um evento possui sempre a personalidade e caráter de quem a organiza, seja uma pessoa,

instituiçao ou empresa.

Eventos não se organizam sem planejamento, sem sacrifícios de tempo, sem trabalho

árduo e confiança que sairá da maneira planejada. Eles correspondem ao seu próprio sucesso.

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Construir algo para ser vivido e desfrutado pelo público. Dessa forma, as instituições religiosas

deveriam aumentar seu interesse pela comunicaçao para propagar seus princípios e valores. No

caso da Romaria Vocacional Mons. João Benvegnú, o evento gera resultados positivos, mesmo

não utilizando as ferramentas adequadas para organizá-lo.

Estas observações sustentam que um evento bem planejado, alinhado aos objetivos da

organização, que atendam às necessidades do seu público, colaboram para posicionar melhor a

instituição onde ela está inserida.

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