Caro aluno, Seja bem-vindo à Unidade O Cuidado no...

62
Caro aluno, Seja bem-vindo à Unidade O Cuidado no Domicílio! O envelhecimento não é doença. É possível envelhecer e morrer de velhice, sem que a pessoa tenha uma doença. Apenas não é comum. À medida que envelhecemos, nosso organismo fica mais susceptível e com isso, se fragiliza. E aí, aos poucos, silenciosamente, vão se instalando as doenças crônicas. As doenças crônicas e agravos mais comuns entre os idosos são: a diabetes, as doenças vasculares cerebrais, a demência, a doença de Parkinson, a incontinência urinária e as doenças pulmonares. Nesta unidade, você conhecerá os cuidados mais importantes a serem garantidos para idosos que vivem com essas doenças e agravos. Ressaltamos que a menção ao cuidador de idosos é apenas para fins didáticos, não sendo restrita a este público. Vale lembrar que é função do ACS (Agente Comunitário de Saúde) orientar os cuidadores, portanto observem com atenção este conteúdo. Bons estudos. Unidade 01 O CUIDADO NO DOMICÍLIO Curso de Capacitação em Saúde da Pessoa Idosa Introdução

Transcript of Caro aluno, Seja bem-vindo à Unidade O Cuidado no...

Caro aluno,

Seja bem-vindo à Unidade O Cuidado no Domicílio!

O envelhecimento não é doença. É possível envelhecer e morrer de velhice, sem que a pessoa

tenha uma doença. Apenas não é comum.

À medida que envelhecemos, nosso organismo fica mais susceptível e com isso, se fragiliza. E aí,

aos poucos, silenciosamente, vão se instalando as doenças crônicas.

As doenças crônicas e agravos mais comuns entre os idosos são: a diabetes, as doenças

vasculares cerebrais, a demência, a doença de Parkinson, a incontinência urinária e as doenças

pulmonares.

Nesta unidade, você conhecerá os cuidados mais importantes a serem garantidos para idosos que

vivem com essas doenças e agravos.

Ressaltamos que a menção ao cuidador de idosos é apenas para fins didáticos, não sendo restrita

a este público. Vale lembrar que é função do ACS (Agente Comunitário de Saúde) orientar os

cuidadores, portanto observem com atenção este conteúdo.

Bons estudos.

Módulo 03

Cuidados Relativos ao Tratamento do Idoso

Unidade 01

O CUIDADO NO DOMICÍLIO

Curso de Capacitação em Saúde da Pessoa Idosa

specialização em Saúde da Pessoa Idosa

Introdução

Introdução

2

Diabetes

O pâncreas é o órgão que produz uma substância chamada insulina. A insulina conduz o açúcar,

ingerido nos alimentos, para dentro das células dos órgãos, sendo diabetes a incapacidade do

pâncreas de produzir insulina em quantidade suficiente para o organismo metabolizar a glicose.

Introdução

Você conhece as causas da diabetes?

Veja, a seguir, as possíveis razões para alguém ser acometido pela diabetes.

Lição 01 Cuidados relativos ao tratamento do idoso com diabetes

3

E os tipos de diabetes?

Existem dois tipos de diabetes a Tipo I e a Tipo II. Para saber mais detalhes clique nos tipos ao

lado.

Tipo I

Pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina.

Maior incidência na infância e adolescência.

A pessoa torna-se insulinodependente, ou seja, demanda a aplicação de injeções diárias de

insulina.

Tipo II

Células resistentes à ação da insulina.

Maior incidência acima dos 40 anos de idade.

A pessoa pode não demandar a aplicação de insulina.

Tipo II

Como neste material nosso foco é a saúde do idoso, será dada especial atenção a diabetes tipo

II.

A pessoa acometida pela diabetes tipo II costuma relatar os seguintes sintomas:

4

Infecções frequentes;

Alteração visual (visão embaçada);

Dificuldade na cicatrização de feridas;

Formigamento nos pés;

Furúnculos.

O diabetes tipo 2 em muitos casos, não leva ao emagrecimento, inclusive em 85% dos casos é

identificado em pessoas obesas, tendo sintomas diferentes.

O diagnóstico, muitas vezes, é feito anos depois que a pessoa está doente, porque ela não

percebe.

Efeitos a longo prazo da diabetes tipo II

O diabético tipo II pode ser acometido por alguns outros males ao longo de sua vida por conta da

própria diabetes, principalmente quando não mantém os cuidados necessários. Entenda melhor

com alguns exemplos.

Arterioesclerose

Ao longo do tempo, o açúcar que não

penetrou nas células se acumula na parede

dos vasos sanguíneos, levando a alterações e

ao endurecimento destes.

Problemas Renais/Enfarto/Derrame

São consequências destas alterações nos

vasos sanguíneos mencionadas no quadro ao

lado: os rins depois de uns anos já podem não

filtrar o sangue; as artérias do coração podem

ficar comprometidas, provocando enfarto e; o

comprometimento das artérias do cérebro

provoca acidentes vasculares cerebrais

(derrames).

Catarata

O diabetes acelera a catarata, podendo levar à

cegueira.

5

A cicatrização do diabético, de modo geral, fica

comprometida. É preciso todo o cuidado com os ferimentos,

úlceras, porque o sangue não circula bem no diabético. Tais

lesões podem tornar-se crônicas, se ele não se cuidar.

Convivendo com o diabetes tipo II

A saúde consiste em superar a doença.

É importante que o portador da doença direcione sua vida de modo a poder viver bem com o

diabetes. O tratamento permite ao diabético viver bem por muitos anos.

Cabe a você, cuidador, estar atento a processos como o de depressão. Nesses casos, ele deve ser

direcionado para tratamento porque uma pessoa deprimida não se sente motivada para se cuidar

e pode acabar negligenciando o tratamento e a prevenção das complicações do diabetes.

Idosos demenciados e o diabetes tipo II

Caso você seja responsável por cuidar de um idoso com demência, a atenção deve ser

redobrada.

Um idoso com demência, principalmente se for diabético, não pode viver sozinho. Ele poderia ter

hipoglicemia, por conta de dieta ou tratamento inadequados, por conta da falta de supervisão e

por muitos outros motivos.

6

Sobre hipoglicemia

Sintomas

Além dos sintomas acima também pode ocorrer ansiedade, agitação, tremor, hipertensão,

distúrbios cognitivos, fadiga, desmaio, perda de consciência, sede, alterações neurológicas (por

exemplo, paralisia da mão).

Tratamento

Em caso de crise de hipoglicemia administre leite, suco de laranja, tabletes de açúcar.

Situações graves que levem a coma, por exemplo, a hospitalização deve ser imediata.

Como você já viu o diabetes tipo 1 requer aplicação constante de insulina, já o tipo 2, nem sempre requer

este cuidado. Para os casos em que a insulina se faz necessária, o ideal é que o próprio diabético saiba

realizar a aplicação. Lembrando que é importante não aplicar sempre no mesmo lugar. O treinamento do

paciente e/ou de seu cuidador para aplicar a insulina injetável, deve ser realizada e supervisionada pelo

Médico ou Enfermeiro responsável pelo tratamento. A aplicação de insulina em excesso também pode levar

a hipoglicemia, uma vez que o açúcar vai todo para as células e o sangue fica sem o açúcar

necessário. Casos graves de hipoglicemia podem levar ao derrame, ao coma e até a morte.

Algumas medidas de controle do diabetes tipo II

A forma como a pessoa vive, fatores ambientais, alimentação pobre em proteínas(A dieta é

importante, mas não pode ser uma coisa sem prazer; sempre pode ser tornada atrativa), vitaminas, pouca

prática de exercícios físicos(É muito importante uma atividade física, como o caminhar, por exemplo com

frequência) e obesidade são fatores de risco para o diabetes.

7

Alguns cuidados para prevenir complicações do diabetes

O cuidador é um grande aliado na prevenção de complicações do diabetes no idoso, por isso,

segue a abaixo uma lista de ações a serem tomadas, as quais você também deve estar atento,

principalmente em casos de pessoas com demência e pessoas de baixo poder aquisitivo.

Aderir a uma dieta específica para o diabetes de acordo com a orientação de um profissional;

Manter o peso adequado a altura;

Manter uma rotina de exercícios, uso de remédios e, se for o caso, de insulina.

Cuidar especialmente dos pés:

o Mantê-los secos e limpos, evitando a ocorrência de micoses; Secá-los bem entre os dedos

após o banho;

o Colocar as unhas de molho antes de cortar e ao cortá-las, não deixar no sabugo para não

provocar feridas;

o Usar sapatos confortáveis, que não apertem os pés;

o Andar sempre calçado; massagear e hidratar os pés para ativar a circulação;

o Colocar algodão macio entre os dedos dos pés quando forem muito juntos.

Passar hidratante diariamente em toda a extensão do corpo.

Buscar informações sobre os sintomas da hipoglicemia e ingerir um pouco de açúcar, em caso de

necessidade de acordo com a orientação dos profissionais.

Alimentar-se regularmente, respeitando uma rotina.

Ingerir água regularmente.

O diabetes é uma doença crônica, que se não tratada adequadamente,

pode levar a complicações, como um derrame cerebral, por exemplo.

De modo geral, idosos com diabetes sofrem limitações funcionais que

podem conduzir à incapacidade e possível dependência.

A dependência pode levar ao afastamento social e, em alguns casos, à

necessidade de um cuidador.

Uma casa de dois andares é um exemplo

de ambiente bastante desfavorável a vivência

do idoso com limitações funcionais e acaba

acentuando situações de dependência.

8

Alterações comuns à vida de um diabético

O açúcar pode chegar a um pique, depois, voltar ao normal, por vários motivos. O próprio

estresse pode ser um fator que cause o diabetes.

A conduta mais correta para o portador de diabetes tipo 2 é uma dieta que leve a pessoa a

manter a glicose sob controle.

A prática do exercício físico diminui a pressão, faz emagrecer, abaixa o colesterol, diminui vários

fatores de risco, inclusive a glicose que é utilizada mais facilmente pelas células. O diabético que

caminha sistematicamente diminui o risco de enfarto. No entanto, há necessidade de orientação e

acompanhamento para este tipo de prática.

Cuidados com a alimentação do idoso com diabetes

Há diversos alimentos que contêm açúcares (também denominados glicídeos ou carbohidratos),

que podem ou não apresentar sabor adocicado: é o caso de algumas sobremesas e doces, das

frutas, do arroz, do feijão, das massas, entre outros.

Em nosso corpo, esses alimentos são digeridos, gerando a glicose, que passa pelo sangue e

depois vai gerar energia para que possamos realizar as atividades da vida: andar, correr, pensar,

dormir, amar.

Para exercer sua principal função no organismo, que é gerar energia, a glicose precisa ser

transportada do sangue até as células do corpo. Esse transporte é feito por um hormônio muito

importante chamado insulina.

O controle do Diabetes do tipo II, que acomete mais frequentemente pessoas mais velhas, pode

ser alcançado com medicamentos e/ou dieta. Os sintomas mais comuns são :

Aumento na quantidade de urina;

Sede excessiva;

Fadiga;

Perda de peso;

Dormência, dor ou formigamento nas mãos ou nos pés;

Infecção;

Cicatrização lenta;

Alterações na visão.

Fique alerta aos sintomas mais frequentes.

9

Cuidados com a alimentação do idoso com diabetes

É fundamental verificar regularmente os níveis de glicose no sangue. Os médicos, enfermeiros e

nutricionistas saberão interpretar os exames e orientar o idoso e/ou seus cuidadores.

O acompanhamento de nutricionista é imprescindível e, diante das dificuldades que muitos

enfrentam para seguir a dieta, o apoio psicológico, com frequência, é benéfico.

Se a pessoa idosa tem um diagnóstico de diabetes e ainda não está sob tratamento nutricional,

deve, em caráter imediato, evitar alimentos ricos em açúcares. Além disso, o acompanhamento

dos profissionais de saúde e a dieta equilibrada são fundamentais para que os diabéticos possam

ter muitos anos de vida plena e um envelhecimento participativo e mais feliz.

Acidente Vascular Cerebral (derrame)

Neste segundo tópico, nosso foco será o Acidente Vascular

Cerebral e suas consequências sobre a vida do idoso.

Acompanhe!

O que é o derrame?

O derrame acontece quando o sangue que “alimenta” uma

parte do cérebro é cortado. Isso pode acontecer por

entupimento em um dos vasos ou por um sangramento

(hemorragia) dentro do cérebro.

Acidente Vascular Cerebral

decorre da alteração do fluxo

de sangue ao cérebro.

Quais são as consequências?

Como consequência, todas as funções controladas por esta parte afetada do cérebro ficam

descontroladas.

Qual é o público mais afetado?

As pessoas acima de 55 anos são mais propensas ao derrame. Fatores como o diabetes,

características genéticas, como pertencer à raça negra, e a história familiar de doenças

cardiovasculares também aumentam a chance de AVC.

Lição 02

02

02

Lição 02

Cuidados relativos ao tratamento do idoso com pacientes com

sequelas de Acidentes Vasculares Cerebrais

10

Quais são os tipos de derrame?

Quais são os sinais indicativos de um derrame?

Fique alerta a alguns dos sinais que podem indicar um derrame:

Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo.

Dificuldade de equilíbrio – para ficar em pé, andar ou sentar-se sozinha.

Dificuldade para enxergar – perda de visão de um olho ou dificuldade para ver claramente

com os dois olhos.

Dificuldade para se comunicar – falar “enrolado”.

Dificuldade para entender o que os outros estão falando.

Confusão mental – perda de memória e dificuldades para fazer coisas que conhece.

Dor de cabeça forte, de repente e sem motivo, seguida de vômito, sono ou estado de

coma.

O que fazer no momento em que acontece o derrame?

O derrame pode acontecer para muitas pessoas, seja o mais leve ou ainda o mais forte, causando

incapacidade e dificuldades ao doente, mas em alguns casos, com ajuda, ele vai aos poucos

melhorando.

Alguns dos sinais que mencionamos como indicativos de derrame não são exclusivos para o

derrame. São problemas de saúde que indicam que o médico deve ser procurado imediatamente.

Acompanhe algumas recomendações sobre o que fazer no momento em que se suspeita de um

derrame.

11

O papel do cuidador de idosos e o AVC

O papel do cuidador é muito importante na fase inicial para prevenir a instalação do espasmo

muscular (endurecimento do músculo), através de um bom posicionamento no leito.

Para o paciente hemiplégico, isso deve ser um hábito de vida. A posição deve ser sempre

contrária à atitude espástica.

Só o trabalho do fisioterapeuta em reabilitar o paciente não é suficiente, pois ele vai acompanhá-

lo apenas algumas horas por dia, enquanto o cuidador pode acompanhar o paciente pelas 24

horas.

Não há terapeuta que consiga trabalhar isoladamente para a recuperação do paciente.

12

Incentive o idoso a ser o mais independente possível sem exigir

muito dele. Observe se está confortavelmente posicionado. Sempre

que for se dirigir a ele faça-o pelo lado lesado. Mude sempre o

paciente de decúbito. Procure sentar o paciente em uma cadeira

logo que possível de acordo com a orientação do fisioterapeuta e do

médico que está acompanhando o seu paciente.

Os problemas do derrame são diferentes em cada pessoa, as

necessidades serão diferentes em cada pessoa e seu tratamento

deve ser planejado. É necessário consultar o médico ou outra

pessoa que entenda, a fim de receber-se orientação sobre os

procedimentos necessários para se cuidar do doente.

Em casos de estada no hospital, após a alta, o tratamento continua,

e quanto mais cedo começarem os cuidados corretos ao doente,

mais benefícios ele terá e maior será sua possibilidade de melhorar.

Como o cuidador de idosos pode contribuir em casos de derrame para evitar

complicações?

13

Prevenindo a infecção respiratória

Para prevenir a infecção respiratória é importante movimentar sempre o doente, evitando

que fique deitado muito tempo durante o dia. Faça-o sentar, andar e tossir, se precisar.

Além disso, ofereça sempre bastante líquido e observe regularmente se tem dor no peito

ou respiração mais curta.

Prevenindo a infecção urinária

Para prevenir a infecção urinária ofereça sempre líquidos e pergunte a ele se tem dor ou

dificuldade para urinar. Observar a cor da urina do idoso que você acompanha logo após

ela ser eliminada. A qualquer alteração leve-o ao médico. Qualquer febre sem explicação

deve ser avaliada.

Prevenindo a trombose nas pernas

Para prevenir a trombose nas pernas do idoso sob sua responsabilidade, movimente-o

sempre que mudá-lo de posição. Também estimule movimentos e observe as pernas –

verificando se aumentam de volume, mudam de cor ou apresentam manchas. Identificando

qualquer alteração, oriente-o a procurar um médico.

Prevenindo a osteoporose

Para prevenir a osteoporose evite a imobilidade. Realize os exercícios orientados pela

fisioterapia junto com o idoso que você acompanha. Alimente-o de acordo com a dieta rica

em cálcio e vitamina D, orientada pelos profissionais de saúde. Finalmente, dê ao doente

um ambiente tranquilo e de compreensão, para o tratamento correr bem. O idoso precisa

tomar 15 minutos de sol por dia, em qualquer parte do corpo, para ativar a Vitamina D

Efeitos psicológicos

Para auxiliar na recuperação e melhoria de um AVC, é importante demonstrar carinho com o idoso

assistido. Atitudes como tocá-lo no lado que sofreu o derrame são de muita relevância.

É importante que ele saiba que mesmo estando com o lado afetado, “esse lado” ainda existe e

pode ser melhorado. O paciente pode “esquecer” que ainda tem a perna, o braço.

14

Outra atenção deve ser com a linguagem. Você deve dizer sempre “seu braço direito” ou “seu

braço esquerdo”, em vez de “seu braço doente”, “seu braço bom”, por exemplo, para que ele

saiba que, mesmo com dificuldades, esse braço ainda é parte de seu corpo.

O uso de camisola ou pijama deve ser restrito à noite. Durante o dia dê boa aparência ao paciente

(cabelo penteado e barba feita).

Ao cuidar de idosos em recuperação de AVC é

muito importante o carinho e o cuidado com as palavras.

Cuidados e providências

Você, cuidador deve saber que ajudar o doente não é fazer as coisas por ele. Conduza o paciente a

participar da vida da família. Dê a ele tarefas simples de modo a evitar o isolamento. O importante é ter

paciência e esperar que aos poucos o próprio doente as possa ir fazendo sozinho. Mesmo que leve mais

tempo, isso pode trazer mais satisfação e melhoras ao doente.

Alguns fatos comuns aos primeiros meses depois de um AVC

Algumas situações são bastante comuns aos primeiros meses, leia o conteúdo a seguir para

identificá-las.

15

Alguns fatos comuns aos primeiros meses depois de um AVC

Depois de identificar as situações mais comuns aos primeiros meses seguintes a um AVC, é

importante você identificar como proceder.

Comunicação

Os músculos do rosto podem ser prejudicados com o derrame e com isso o doente pode ter

dificuldades ao falar, tornando também difícil o entendimento do que se diz.

Isso não quer dizer que ele não entenda o que você diz.

Para entender melhor o que ele quer falar, peça que ele escreva. Se ele não puder

escrever, faça perguntas que ele possa responder com sinais, fazendo sim ou não com a

cabeça. Combine sinais com ele!

Procure falar de modo normal com o paciente, mas bem devagar. Ao conversarem, não

deixe que nada o distraia, pois, concentrando a atenção, você poderá entendê-lo com mais

facilidade.

Chame-o sempre pelo seu nome e quando ele quiser falar, olhe-o nos olhos, mostre

interesse e paciência, esperando o tempo que ele precise para falar ou se expressar.

Não fale demais! Converse utilizando frases curtas, dando tempo para a pessoa entender.

Tente se comunicar por gestos, expressões do rosto, desenhos, objetos etc.

16

Ao fazer coisas com e para o paciente, procura ir dando nome a tudo o que está sendo

usado, por exemplo: água, banho, sabonete, pente etc.

Exemplo de limitações faciais em decorrência de AVC.

Alimentação

Ao preparar a comida para o doente, lhe ofereça alimentos que facilitem a digestão, além

disso, use pouco sal, cozinhe com pouca gordura, ofereça líquidos várias vezes ao dia para

evitar a ocorrência de desidratação e escolha alimentos que ajudem o intestino a

funcionar.

Comer e beber podem ser ações difíceis após o derrame.

Às vezes, os músculos de um dos lados do rosto e a língua estão prejudicados e até para

engolir o paciente sente dificuldade, podendo engasgar-se. Neste caso, o fonoaudiólogo

precisa avaliar o caso e intervir. Mas de qualquer forma, para facilitar a deglutição, ofereça

líquidos com uma colher, aos poucos, deixando a pessoa sentada próximo a você e com o

corpo reto.

Logo que a pessoa melhorar, dê pequenos bocados de comida amassada, colocando o

alimento do lado melhor da boca. Se a boca ficar torta, o uso da dentadura ou de ponte

fica difícil.

Nesse caso, oriente a pessoa a procurar um dentista para fazer uma nova dentadura. Tente

não deixar o doente sem a dentadura, pois terá dificuldade para comer e falar.

Usando o lado que não foi prejudicado pelo derrame, pode ser que ela consiga alimentar-se

sozinha.

17

Seja paciente ao auxiliar o idoso em sua alimentação.

Limpeza da boca

Ao terminar uma refeição com o idoso, realize o procedimento de limpeza da boca. Inicie

verificando se há restos de comida entre a gengiva e a bochecha e remova.

Limpe com escova de dentes ou espátula e enxágue a boca com água bicarbonatada, para

evitar mau cheiro, gosto amargo e infecções. Além disso, passe manteiga de cacau ou óleo

nos lábios para evitar rachaduras.

OBS: Se a pessoa babar, proteja o peito dela e deixe um pote ao seu alcance, onde ela

possa cuspir.

A limpeza da boca e dos dentes deve ser feita

de forma cuidadosa para que restos de comida não permaneçam.

Deslocamento e movimentos

Sempre que você for deslocar o paciente, antes de iniciar o movimento informe sempre ao

paciente o que irá fazer, pois só assim ele pode colaborar.

Prepare-o para andar, segurando-o bem próximo de seu corpo. Apoie o peso do corpo nos

18

músculos das pernas e não nos músculos das costas e tenha certeza de que o doente está

firme para não cair.

Tanto você quanto o doente devem usar sapatos confortáveis e sem saltos, de preferência

com solas de borracha.

OBS: Se o paciente for muito pesado, peça ajuda de mais alguém, para não correr o risco

de caírem ou se machucarem.

O idoso deve estar bem próximo a você,

usando sapatos baixos e confortáveis.

Deslocamentos e movimentos – cama

Ao tirar o doente da cama, em primeiro lugar, faça com que ele se sente na beirada. Em

seguida, lhe dê apoio segurando o lado dele que está bem e faça um “calço” com o pé para

dar mais firmeza e poderem girar o corpo juntos.

Alguns pacientes precisam de duas pessoas para começar a andar, mas se lhe for oferecido

um andador, este também pode funcionar bem.

O idoso também pode estar enxergando menos, por isso é importante retirar quaisquer

objetos do caminho, deixando o ambiente o mais livre possível.

Sempre que possível, estimule o paciente a andar até o banheiro, evitando assim o uso de

“comadres” e “patinhos”, pois quanto mais o paciente se locomover melhor é para ele e

para você.

OBS: Não esqueça que tapetes soltos, assoalho com falhas ou muito escorregadio,

degraus, escadas e outros pequenos obstáculos podem representar riscos.

OBS2: Em caso de casas com mais de um andar, mantenha o doente, de preferência, em

um mesmo andar da moradia.

19

Ao ajudar o idoso a se levantar não esqueça de verificar o

ambiente antes, deixando o espaço o mais livre possível.

Atividades do dia a dia

Veja algumas dicas para facilitar a vida do idoso em sua rotina. Fique atento!

o Enrole o cabo da colher com esponja pois facilita para segurar.

o Coloque pedaços de madeira sob os pés de cadeiras baixas para facilitar a pessoa

levantar-se.

o Amarre um cordão à porta, se possível, para permitir que ela seja aberta sem que a

pessoa necessite levantar-se.

o Mude o lugar dos móveis, com a permissão dos donos da casa, para dar mais espaço

para o andador ou para você, quando em auxílio ao doente.

o Converse sobre a colocação de barras nas paredes do quarto e do banheiro para

facilitar o andar do paciente.

o Posicione uma mesinha próximo ao doente com objetos pessoais e de uso frequente.

Sempre perto do lado que não foi prejudicado pelo derrame, isso o ajuda a pegar as

coisas sem pedir ajuda.

o Estimule todos os movimentos e as pequenas tarefas que o doente tenta ou pode fazer.

A mesa de cabeceira, se posicionada do lado em que o

idoso ainda tem os movimentos, pode ser de grande auxilio.

20

Limpeza pessoal e ato de se vestir

o Ao realizar a limpeza pessoal do idoso e vesti-lo em seguida, esteja atento aos pontos

apresentados abaixo.

o Coloque o acesso a água e elementos como sabão, esponja e toalha do lado em que o

paciente mantém os movimentos, assim ele será capaz de lavar sozinho a parte superior

de seu corpo e só precisará de ajuda para a parte inferior. Não deixe de verificar se há

alguma lesão na pele.

o Indique o uso de cadeiras de rodas adaptadas para o momento do banho, pois facilitam

o trabalho do paciente e o seu.

o Sugira o uso de barras nas paredes do banheiro, assim a pessoa poderá levantar-se,

alcançar a pia, o papel higiênico e até mesmo limpar-se sozinha.

o Use roupas largas, sem botões, fáceis de serem vestidas, com fechos na frente, de

preferência de velcro (essas facilidades permitem ao doente, em alguns casos, trocar-se

sem ajuda).

o Coloque o paciente diante do espelho, sempre que possível, para que ele reaprenda

como se trocar. Faça com que ele tire ou coloque a roupa em primeiro lugar do lado

que sofreu o derrame. Ao olhar-se no espelho, ele entende melhor os movimentos que

deve fazer.

Um banheiro com barras é muito importante para autonomia do idoso.

Acompanhe um resumo com informações gerais importantes para um bom acompanhamento do

idoso acometido pelo AVC.

Ponto 1

O lado paralisado deve ser sempre estimulado para a realização das funções da vida diária

(alimentação, banho, higiene, vestir-se etc.).

Ponto 2

Não deixe para baixo a mão paralisada para que não fique edemaciada (inchada). Também

não permita que nada a pressione.

21

Ponto 3

Caso ocorra edema, por conta do AVC, deixe a mão para cima sob apoio de travesseiros ou

almofadas e informe ao médico, enfermeiro ou fisioterapeuta.

Ponto 4

Procure incentivá-lo e mantenha-o sempre bem arrumado. Não o deixe o dia todo de roupa

de dormir, para que não se sinta acamado.

Ponto 5

A limpeza da mão do hemiplégico é muito importante, pois não é possível para ele abrir os

dedos e muitas vezes isso causa Mau cheiro. Após o banho seque bem entre os dedos.

Ponto 6

Humor depressivo, perda de interesse e falta de concentração são sintomas comuns

encontrados no paciente hemiplégico. Por isso, é preciso que você o encoraje e o incentive

a todo tempo.

Posicionamento correto no leito

Existem posições mais adequadas para que o idoso acometido pelo AVC

possa deitar de modo mais confortável.

Ombro em rotação externa (virado para fora).

Antebraço em extensão (esticado).

Dedos das mãos em extensão e bem separados entre si.

Quadril em rotação interna (rodado para dentro).

Flexão de quadril joelho e tornozelo (levemente dobrado).

Dicas para um bom posicionamento no leito

- Caso seja difícil manter o paciente com o braço em rotação externa, no início, vire a palma da

mão dele para cima com o polegar para o lado de fora do corpo.

- Para que o quadril fique bem posicionado coloque uma almofada ou um rolinho de pano em

baixo do quadril do lado lesado. Dessa forma, você manterá a perna em rotação interna

impedindo que ela fique rodada para fora.

22

- Para manter a perna em ligeira flexão coloque um rolinho pequeno de pano ou uma almofada

em baixo da articulação do joelho. Use e abuse de almofadas e rolinhos que você mesmo pode

fazer, do tamanho que melhor atender as suas necessidades.

- Para que o pé não fique rodado para fora, apoie lateralmente com almofadas, para que fique

com a ponta dos dedos voltados para o teto e nunca rodado, pois isso irá atrapalhar muito o idoso

quando ele estiver na fase de andar.

Ações proibidas para o idoso acometido por AVC

23

O que é?

A demência é uma síndrome, na qual

são comprometidas funções

intelectuais como: a memória, a

linguagem, a capacidade de

conhecimento e de reconhecimento, a

personalidade.

Como avaliar se uma pessoa está ou não com

demência?

Para identificar se a pessoa está ou não com

demência, as funções mencionadas devem estar

comprometidas com intensidade suficiente para

interferir na vida do indivíduo.

A pessoa demenciada perde habilidades e capacidades que tinha

antes da instalação da demência e essa perda se manifesta nas

suas atitudes da vida diária (como alimentar-se, vestir-se, ir ao

banco, fazer contas, avaliar suas condutas etc) e no seu

relacionamento com a família, com os amigos e com o trabalho

A demência pode aparecer por vários

motivos. Alguns são mais evidentes que

os outros.

Exemplos

Em um paciente demente com isquemia

cerebral, a deficiência de oxigênio no cérebro (comuns

em pessoas que já tiveram o que comumente se chama

de ‘derrame’) é a causa mais provável da demência.

O uso de um determinado medicamento também pode

ser a causa de alguns casos de demência, assim como

alguma infecção ou tumor.

Lição 03

Demência

24

Demência X Alzheimer

No caso do idoso, a forma mais comum de demência é a doença de Alzheimer. Não se sabe a

causa específica deste tipo de demência.

O que já se descobriu é que ocorrem alterações em algumas substâncias do cérebro que são

responsáveis por transmitir informações e estímulos nervosos para o restante do organismo.

Parece que na doença de Alzheimer, as principais alterações encontram-se nos neurônios e/ou

nas substâncias responsáveis pela memória, pensamento e linguagem.

Acontece então uma perda progressiva da capacidade de lembrar, memorizar ou de reter

informações, de se expressar através de palavras escritas ou faladas e de raciocinar.

Essas alterações acabam por comprometer a vida do indivíduo, que aos poucos vai perdendo a

capacidade de realizar até tarefas mais simples como tomar banho, andar, conversar.

Doença de Alzheimer

Quadro clínico e evolução

A evolução da doença de Alzheimer acontece

diferentemente em cada indivíduo. É uma doença

crônica e, na grande maioria das vezes, de caráter

irreversível, que tem duração variada: de 2 a 20 anos,

sendo a média de 8 a 10 anos.

Não existe cura para a doença, atualmente. Os tratamentos são feitos com o objetivo de retardar

ao máximo a evolução da doença e de garantir uma qualidade de vida satisfatória tanto para o

paciente como para sua família.

De um modo geral, a Doença de Alzheimer se apresenta em estágios. Os estágios são

classificados de acordo com o quadro clínico do paciente e correspondem à própria evolução da

doença.

A evolução da doença pode variar bastante de pessoa a pessoa. Alguns estacionam em uma

determinada fase, outros progridem rapidamente para os estágios mais avançados.

25

Quais são os sintomas mais evidentes?

Nesta fase, acontecem alguns episódios de desorientação, com o idoso não

sabendo onde está, e o que está fazendo ali. Podendo esquecer datas e

lugares.

Outro sintoma são as alterações de comportamento:

Às vezes ele fica irritado e agressivo (mais do que o normal) quando

alguma coisa o incomoda, especialmente após mudanças bruscas de

ambiente.

Outras vezes, ao contrário, mostra-se triste, sem interesse nas coisas

que antes lhe davam satisfação. Isso pode acontecer porque o idoso

percebe que alguma coisa de errado está acontecendo com ele.

Neste fase, ele tem consciência de que está esquecendo de coisas simples,

que às vezes se comporta de modo estranho, mas que não consegue, mesmo

com esforço, mudar a situação. Por isso mesmo, é comum

a depressão aparecer associada ao quadro de demência.

O que fazer?

É necessário tratá-la adequadamente, principalmente, porque a depressão agrava bastante o

quadro demencial.

É, portanto, uma fase de grande sofrimento para o idoso, porque percebe que está com algum

problema sério, e que esse problema o está impedindo de viver a sua vida como vivia antes.

É, também, um momento difícil para a família, que passa a ter

consciência de que há algo estranho com aquele idoso.

Os familiares e, especialmente, os cuidadores que lidam mais

diretamente com o idoso, ficam bastante angustiados (às vezes

irritados, porque acham que o idoso está fazendo as coisas erradas

porque quer) com as confusões mentais e as mudanças bruscas de

comportamento.

26

Quanto tempo dura o segundo estágio?

A segunda fase, ou fase intermediária, dura em média 3 a 5 anos. Nesta fase,

há um agravamento da doença, uma piora dos sintomas apresentados na fase

inicial e, além disso, o aparecimento de novas dificuldades.

Também surgem as dificuldades na expressão da fala, na escrita, na

compreensão do que está escrito, ou do que é dito.

Outro sintoma é a perda da capacidade de executar movimentos adequados

para executar tarefas simples como: sentar-se e depois deitar-se, levantar-se

e começar a andar.

Acentua-se o esquecimento e o idoso começa a perder a capacidade de

reconhecer nomes e funções de objetos (por exemplo, pode não saber mais

para que serve o garfo, a toalha, o lápis).

Quais são os sintomas mais frequentes?

Nesta fase, o idoso começa a não reconhecer pessoas, reclama de roubo de objetos, repete frases

ou palavras sem perceber. Faz coisas sem sentido aparente. Tem dificuldade para dizer o que

quer, o que sente, e não consegue entender direito o que lhe é pedido ou explicado.

Por causa disso, com frequência, pode ficar agressivo e agitado ou mesmo triste e apático. Pode

se perder, até mesmo dentro de casa.

O nível de dependência do idoso para realizar suas atividades da vida diária começa, portanto, a

aumentar e ele passa a ficar dependente de uma outra pessoa (ou de outras pessoas) para

conseguir fazer as coisas de rotina.

27

Como é o terceiro estágio?

Na fase final, há um agravamento acentuado do quadro. O idoso não

reconhece mais as pessoas do seu convívio diário e, às vezes, não reconhece

mais, até mesmo, a sua própria imagem refletida no espelho.

Ele quase não tem mais iniciativa. Tem dificuldade de movimentar-se, de

caminhar. Pode não conseguir mais controlar a eliminação de urina ou de

fezes, tendo que usar fraldas.

Neste estágio, acabam por ficar deitados no

leito, chegando então à a fase final, onde o

idoso está incapaz de comunicar-se, às vezes

não conseguindo mais mastigar ou engolir,

sendo necessária, nestes casos, a colocação de

sonda nasogástrica ou mesmo de gastrostomia

(para colocação do alimento diretamente no

estômago através de um orifício aberto

cirurgicamente para este fim).

Doença de Alzheimer

Tratamento

Alguns medicamentos podem ser úteis no início do

processo demencial para a redução da velocidade de

deterioração neurológica, porém o tratamento não

pode ser baseado, exclusivamente, nos

medicamentos.

No caso da demência, que é uma doença crônica, é muito importante que se tenha outras

abordagens, com o objetivo de retardar ao máximo a progressão da doença. Na prática, isso

corresponde a ações como:

Manter o idoso independente, durante o maior tempo possível.

Proporcionar melhor qualidade de vida (sendo o cuidado mais importante que o remédio).

Utilizar recursos como terapia ocupacional, atividade física orientada, alimentação

balanceada, bons hábitos de higiene.

28

Atenção

É válido ressaltar que, ainda que remédios sejam utilizados, com o passar do tempo, o quadro do

doente irá evoluir de qualquer forma, embora mais lentamente.

Algumas orientações sobre o convívio

O ambiente no qual vive o idoso demenciado é fundamental para o seu bem estar e para a

evolução de sua doença.

Ele ficará melhor, mais tranquilo, num ambiente também tranquilo, no qual ele seja tratado com

respeito, como uma pessoa (não como um objeto) e, especialmente, com carinho.

Infelizmente, é comum o idoso portador de Alzheimer ser tratado como uma criança ou como um

louco, sendo por isso repreendido ou castigado quando faz alguma coisa ‘errada’. Às vezes, as

pessoas referem-se a ele no passado, como se ele já estivesse morto.

Cabe lembrar que o idoso com demência tipo Alzheimer não perde a consciência, não fica

insensível, não deixa de sentir prazer ou dor, nem deixa de exprimir seus sentimentos, seja

através de atitudes ou comportamentos.

Procedimentos mais adequados diante do idoso com Alzheimer

1. Conversar com o idoso doente, lembrando-o de fatos passados, de pessoas próximas, mantê-lo

a par dos acontecimentos, (mesmo que isso, aparentemente, pareça não surtir efeito), pode ser

mais eficaz do que muitos medicamentos.

2. Evitar mudanças bruscas de ambiente ou discussões na sua frente. Explicar a ele o que está

acontecendo e transmitir palavras de conforto e de carinho pode melhorar sua autoestima,

diminuir o seu medo e deixá-lo mais seguro.

3. Estar atento ao reconhecimento de sintomas e ao tratamento precoce da depressão (que pode

acompanhar a demência) também é muito importante para evitar o agravamento do quadro

demencial.

29

Cuidador de idosos

Uma das tarefas mais difíceis para um familiar, talvez, seja selecionar um (bom) cuidador para um

paciente com demência do tipo Alzheimer.

As dúvidas, os sentimentos conflituosos, o sofrimento, a sobrecarga de trabalho e

responsabilidade, o sentimento de impotência frente à evolução da doença e, principalmente, a

perda em vida de um ente querido, fazem parte do cotidiano do cuidador de um portador do

Alzheimer.

Por isso mesmo, o cuidador e os familiares necessitam,

inicialmente, acessar todas as informações disponíveis sobre a

doença. Este é o primeiro passo para lidarem melhor com o

idoso e suas reações e, também, com os seus próprios

questionamentos.

Parece importante também que o cuidado do paciente não fique sob a responsabilidade exclusiva

de algum familiar. Compartilhar tarefas, por períodos, por tipo de atividade, pode facilitar muito o

cuidado, sem sobrecarregar ninguém. Vale a pena lembrar que um cuidador sobrecarregado,

estafado, não poderá cuidar bem do idoso.

Conheça as principais características e alguns cuidados importantes para o acompanhamento de

cada fase de evolução da Doença de Alzheimer.

Na fase I, o idoso necessita de supervisão para tomar decisões e fazer planos. De modo

geral, ele evita interação social, torna-se vagaroso ao falar e compreender.

Além disso, apresenta perdas nas capacidades de atenção, iniciativa, cálculos, memória;

também apresenta “estados de pânico episódicos”.

A ênfase dos cuidados nesta fase devem ser medidas de controle da ansiedade e agitação.

Na fase II, o idoso, de modo geral, necessita de supervisão e ajuda para seu autocuidado.

Por isso, aumenta a importância da atenção à segurança, uma vez que ele apresenta

mudanças marcantes no comportamento. Talvez também seja necessário acompanhar seus

passos, quando ele quiser ir a qualquer lugar.

Alguns idosos, nesta fase, inventam palavras e histórias, não reconhecem pessoas,

apresentam desorientação espaço-temporal, letargia e indiferença afetiva. Por isso, a

30

necessidade de ênfase para a prevenção de acidentes e aplicação de métodos de

segurança (inclusive proteção ambiental para os casos de perambulações)

Em alguns casos, será importante a ajuda com a alimentação e medicação, estabelecer

rotinas para as necessidades fisiológicas, assim como buscar estabelecer códigos de

comunicação (verbal ou não), pois o idoso pode não conseguir compreender comandos

verbais.

Na fase III, o idoso apresenta dependência total. Ele necessita, portanto, de assistência

de enfermagem permanente devido à perda da atividade psicomotora e cognitiva. De modo

geral, os cuidados serão integralmente prestados no leito.

Estratégias de cuidado para controle da ansiedade e agitação psicomotora

31

Ataques de pânico

Em casos de presenciar ataques de pânico, siga com alguns procedimentos:

Mantenha a tranquilidade na voz;

Retire-o do ambiente;

Redirecione o paciente para atividades cotidianas como caminhar, comer etc;

Ignore o comportamento - evite confrontos;

Tome medidas de segurança evitando que o idoso tenha acesso a objetos que possa usar

para machucar pessoas.

Confusão comportamental

O idoso também pode ser acometido por situações de confusão comportamental. Nesses

casos, a família precisa entender a não intencionalidade dos comportamentos errôneos,

ajudando-o a decidir e fazer escolhas quando necessário. Além disso, é importante mantê-lo

em um ambiente conhecido, com rotinas simples e o apoio das mesmas pessoas (a fim de

evitar estranhamentos).

Insônia

O portador de Alzheimer pode ter episódios de insônia. Nesses casos:

Restrinja a ingestão de líquidos à noite.

Suspenda o consumo de cafeína a partir das 16 horas.

Aumente a atividade física durante o dia.

Mantenha uma iluminação tênue durante a noite.

Comece a prepará-lo cedo para dormir com tranquilidade -

reduzindo a agitação e barulho ambiental duas horas antes do

horário de dormir.

Permita que o paciente durma onde lhe apraz.

Ofereça segurança ao paciente.

Supervisione o sono.

Atenção

É preciso haver um equilíbrio entre os períodos de repouso e de atividade.

32

Perambulação

As causas possíveis para a perambulação são tédio, tensão, raiva, dor, necessidade de apoio.

Para proteger o idoso, adote atitudes como:

1. Observe padrões;

o Hora do dia;

o Locais;

o Condições ambientais;

2. Não ameace;

3. Proteja e observe;

4. Acompanhe e dirija-o a locais seguros para que caminhe sem riscos.

Síndrome do entardecer

O paciente demenciado pode agitar-se com mais frequência no período do entardecer, quando

o dia escurece. Para evitar esse tipo de situação, procure manter os ambientes bem

iluminados, evitando que ele perceba a mudança na luminosidade. Além disso, mantenha um

ambiente tranquilo e procure tranquilizá-lo.

Medidas para o atendimento das necessidades fisiológicas básicas

Banho e/ou barbear-se

Para realizar a tarefa de acompanhar o banho de

um idoso demenciado, escolha uma hora tranquila

do dia, para que não haja interrupções. Também

avalie a frequência necessária e seja sempre

tolerante.

Para facilitar, quebre o processo do banho em

pequenos passos com uma rotina tranquila.

Também não deixe de garantir a segurança

(fazendo adaptações no banheiro).

33

Alimentação

Para a atividade de alimentação, mantenha horário

e local fixos, apresente um prato e utensílios de

cada vez.

Também os ofereça alimentos já cortados ou dê

preferência aos alimentos que se possa comer com

as mãos.

Mantenha um ambiente calmo e sem distrações e

considere (junto à família) o uso de suplementos

dietéticos no caso de desnutrição secundária à

dificuldade de deglutição.

Eliminações

Para as eliminações, procure conhecer os padrões

de funcionamento do intestino do idoso, estabeleça

rotinas e códigos de comunicação.

O que é o Parkinson?

Em 1817, James Parkinson descreveu pela primeira vez uma doença

neurológica que compromete os movimentos.

Lição 04

Cuidados relativos ao tratamento do idoso com doença de Parkinson

34

A causa desta doença está relacionada à degeneração de células do cérebro que se encontram

situadas em uma região chamada substância negra.

Os sintomas que ele provoca vão além dos já conhecidos tremores de repouso, podendo causar

também a lentidão dos movimentos, a rigidez (endurecimento) das articulações e alterações do

equilíbrio e postura.

De modo geral, o paciente tem essas alterações, mas não necessariamente todas. Além disso, a

progressão da doença difere de uma pessoa para outra, podendo apresentar várias fases.

Parkinson não é uma doença exclusivamente vinculada aos idosos, sendo 80% dos casos

diagnosticados entre os 65 e 75 anos e apenas 10% antes dos 45 anos.

Parkinson X emocional

Tendo o desempenho motor

comprometido pela doença, sua

rotina fica bastante alterada

principalmente pela perda do

automatismo e o

comprometimento de atividades

simples como o andar, o sentar, o

levantar.

Todas essas ações passam a requerer um breve

‘planejamento’ .

Por exemplo, para andar é necessário que a pessoa

vá comandando as ações por meio de uma

sequência de pensamentos ordenados:

1. Preciso colocar o calcanhar no chão;

2. Agora, a ponta do pé;

3. Preciso dar o impulso;

4. Vou mudar a passada.

Por ser lento em seus movimentos, o paciente com Parkinson não deve ser apressado.

Diante da pressa ele fica tenso e mais lento ainda, além de se sentir frustrado.

Agir pelo doente, executando uma tarefa em seu lugar, também não é a solução. É

importante ter paciência e incentivá-lo, pois o objetivo é que ele se mantenha o mais

independente possível.

35

36

37

Parkinson

Estímulos a memória

Para estimular a memória do paciente, existem muitas

atividades que você pode sugerir.

É possível, por exemplo, falar uma palavra e pedir que ele

pense numa música que tenha esta palavra na letra e cantá-

la.

Atenção! O importante é que ele se sinta apto a realizar

muitas atividades que lhe deem prazer.

Prevenção da depressão

O paciente com Parkinson se deprime facilmente e isso faz com que o seu quadro de doença

piore muito. O cuidador tem um papel muito importante, pois está ao seu lado no dia a dia.

Por isso, encoraje-o e estimule-o a executar ações cotidianas como ler um jornal ou dar uma

caminhada em volta do quarteirão, de modo que ele mantenha uma rotina que se

assemelhe a de uma pessoa saudável. Uma curta caminhada já é de grande ajuda e melhor

do que a inatividade e o confinamento ao leito.

Dificuldades na fala

Parkinson faz com que os músculos da face fiquem

enrijecidos. Por este motivo, às vezes a pessoa tem a

expressão fixa, como se estivesse aborrecida e com

dificuldades para sorrir. Isso não quer dizer que ela seja mal

humorada. Muitas vezes, ele também apresenta uma fala em

tom baixo, por dificuldade de articular as palavras. Portanto,

seja paciente e tente entendê-lo, peça-o que fale

pausadamente caso não o entenda.

38

Para andar

Oriente o seu paciente a andar levantando bem a perna e dando passos largos, mas use o bom

senso.

Trabalhe sempre dentro do limite dele, caso contrário, em vez de ajudar você pode facilitar a

queda.

Lembre ao paciente que ao caminhar ele deve observar com qual perna vai iniciar o passo.

Ao promover a marcha corridinha, oriente-o a parar e tentar caminhar lentamente. Caso não dê

resultado, peça a ele que ande para trás. É isso mesmo! Oriente-o a dar uns cinco passos para

trás e depois caminhar normalmente.

Já para o andar dentro de casa, é aconselhável que ele use uma sandália que prenda no

calcanhar. Nada de chinelos de dedo, porque favorecem quedas.

Fique atendo ao balanço do corpo do idoso, durante a marcha, isso é importante para a

manutenção do equilíbrio. Observe se o seu paciente balança os braços enquanto se movimenta.

Caso ele não o faça, oriente-o a balançar os braços como se estivesse marchando e dissociando o

quadril e os ombros. Não deixe que ele ande totalmente rígido, pois qualquer alteração no nível

do solo provocaria queda, por perda de equilíbrio.

Peça a ele que movimente os dedos dos pés sempre que possível. Caso ele não consiga mais fazer

isto, massageie seus pés. Além de ser uma forma de relaxar, facilita a marcha.

Quando o idoso ficar bloqueado, como se seus pés estivessem presos ao chão, não insista. Peça

que ele respire, relaxe e observe se há alguma marquinha no chão, como por exemplo, um friso

no taco. Peça que ele tente colocar o pé nesta marca. É possível que ele consiga se soltar e

caminhar novamente.

Oriente-o a andar com a cabeça sempre para cima e os ombros levantados. Não permita uma

postura relaxada, pois além de facilitar quedas, causa dores posturais e fortalece uma postura

cifótica (encurvada).

39

Para sentar-se

Se o idoso sentir-se “pregado” no chão antes de chegar à cadeira,

oriente-o a fazer o seguinte jogo mental: imagine que você deve

procurar alguma coisa que está atrás da cadeira.

Quando ele conseguir se aproximar, faça a volta para lhe ajudar, de

modo a tocar a cadeira com a parte de trás do joelho.

Em seguida, peça-o para inclinar o corpo para frente e coloque os

braços para trás até que suas mãos toquem o assento da cadeira

(ou os braços de uma poltrona).

Por fim oriente-o que se sente lentamente.

Para levantar-se

Lembre-se que o idoso com Parkinson perde o automatismo, então, diga para ele fazer tudo

pausadamente.

Caso ele não consiga na primeira tentativa, faça outras, quantas forem necessárias.

As cadeiras ou a cama não devem ser muito baixas, em alguns casos é aconselhável colocar

calços sob os pés traseiros da cadeira ou sob os pés da cabeceira da cama.

Para levantar-se de uma cadeira, oriente-o a chegar até a borda, posicionar os

pés para trás até que estejam bem em baixo do corpo e inclinar-se então para

frente ao mesmo tempo em que se ergue, apoiando-se firmemente com as

mãos em cada lado da cadeira.

Para levantar-se da cama, ele deve apoiar sobre os braços para erguer-se e

esticar as pernas para a borda da cama; aí ele ficará então sentado por um

momento. Proceder na sequência como se estivesse sentado em uma cadeira.

40

Para vestir-se

Os botões, os cintos e os laços trazem muitos problemas, por isso recomenda-se o uso de zíperes

ou velcro sempre que possível. Os sapatos tipo mocassim também são preferíveis.

As roupas devem ter aberturas largas para as pernas,

braços e a cabeça a fim de que sejam mais fáceis de

vestir.

O paciente deve tentar se vestir sozinho, procurando o

que for mais prático, pois trata-se de um bom

exercício, ao qual não se deve renunciar.

Para higiene

Talvez seja difícil lavar-se na posição habitual - de pé, meio inclinado para frente. Nesse caso, é

útil, sentar-se na frente da pia em uma cadeira ou banquinho com assento elevado. Ao barbear-

se, é preferível utilizar um barbeador elétrico para evitar o perigo de cortar-se.

Quando o paciente tomar banho, não esqueça de colocar um

tapetinho rugoso de plástico ou de borracha na banheira, para

evitar escorregar. Você também pode colocar na banheira um

banquinho baixo e então tomará seu banho mais confortavelmente

na posição sentada.

Conselhos de ordem geral

Veja, a seguir, mais alguns conselhos para auxiliar seu dia a dia, sendo agora de ordem geral.

- Quedas

A vida do paciente pode tornar-se mais fácil se ele aprender a melhor maneira de realizar certas

atividades ou evitar alguns perigos. Dentre os perigos frequentes, está a possibilidade de quedas.

Se a coordenação dos movimentos estiver alterada, deve-se fazer tudo para evitar riscos

desnecessários como:

Subir escadas muito inclinadas;

Andar sobre pisos escorregadios;

Passar por desníveis de solo;

Deixar bordas de móveis desprotegidas;

Etc.

Atenção

Ensine o idoso com Parkinson a proceder por

etapas na execução de tarefas.

41

Ao realizar alguma tarefa com o idoso adoentado, peça que ele se concentre apenas no ato que

está sendo realizado naquele momento e que nunca tente fazer duas coisas ao mesmo tempo.

Deixe que ele leve o tempo necessário para realizar cada gesto, tendo consciência que o essencial

é realizá-los, sem pressa.

Não permita que ele renuncie a ações simples apenas por lhe parecer impossível como, por

exemplo, abotoar e desabotoar suas roupas, cortar a comida, escrever, lavar-se.

Conselhos de ordem geral

- Alimentação

É importante manter a boa alimentação da pessoa

que você acompanha, principalmente nos casos de

Parkinson. Se ele tiver dificuldade para digerir uma

refeição normal, é preferível fazer refeições menos

abundantes, porém mais frequentes (até seis por

dia).

Exercícios físicos

O exercício físico não interrompe a

progressão dos sintomas da Doença de

Parkinson e não os faz desaparecer, mas

pode desacelerar sua progressão,

principalmente, na rigidez muscular e na

lentidão dos movimentos.

É necessária uma prática de exercícios

físicos constantes e moderados. O que

corresponde, por exemplo, a fazer um

passeio curto todos os dias com o idoso,

a menos que exista uma incapacidade

grave.

- Resfriados

Evite situações que possam provocar resfriados, pois ele pode acarretar complicações. Então, é

preciso vestir o idoso adequadamente e não hesitar em contatar ao médico se ele tiver febre ou

tosse.

42

Conselhos de ordem geral

A seguir são apresentados alguns exercícios que podem ser praticados diariamente, de forma

seletiva, e que não resulte em fadiga. Eles trarão, pouco a pouco, uma maior facilidade de

movimentos.

Marchar

Para realizar exercícios de marcha, oriente seu acompanhado a colocar-se de pé, com as

pernas afastadas, os braços cruzados, o peso do corpo igualmente repartido nas duas

pernas.

Depois, peça que ele levante a perna esquerda e coloque-a no solo para frente e para a

esquerda, jogando todo o seu peso sobre ela.

Em seguida, oriente-o para que faça os mesmos movimentos com a perna direita. Esse

exercício nada mais é do que uma preparação para executar bem o “passo da cegonha”

que consiste em fazer os movimentos sucessivamente, levantando bem uma perna de cada

vez.

o

Atenção

Você pode decompor o passo em quatro movimentos:

1. Avançar a perna direita para frente com decisão;

2. Lançar o braço esquerdo para frente e o braço direito para trás;

3. Colocar o pé direito no chão o mais longe possível;

4. Apoiar o peso do corpo sobre essa perna;

Repita os passos anteriores com a perna esquerda.

43

Exercícios respiratórios

É muito importante a prática dos exercícios respiratórios. Você deverá orientar o paciente a

fazê-los de pé, e deitado de costas com os joelhos dobrados, apoiando os pés sobre o

colchão.

Levantar os braços para cima, de cada lado da cabeça, enquanto inspira. Baixar em

seguida, lentamente, os braços ao longo do corpo, enquanto expira todo o ar dos pulmões.

Fazer sempre a inspiração e a expiração máximas. Estes exercícios devem ser realizados

sempre antes e depois das séries de exercícios anteriormente citadas.

Exercícios para melhorar a linguagem

É útil inspirar profundamente antes de falar; à medida que expirar, articular exatamente

cada sílaba com os lábios. Como exercício, ele pode falar num gravador e em seguida

tentar corrigir o que tiver gravado.

Incontinência urinária

O que é?

A incontinência urinária (IU) pode ser definida como a perda de urina objetiva e involuntária pela

uretra, em quantidade suficiente para constituir-se um problema médico e social.

A incontinência urinária não faz parte do processo de envelhecimento normal. No entanto, seu

diagnóstico é muito frequente.

Quais os fatores de risco para IU?

Idade;

Sexo feminino;

Infecção urinária;

Doenças agudas;

Aumento da próstata no homem;

Constipação;

Alteração de funcionamento motor

restrito e físico (imobilidade);

Deterioração neurológica com ou sem

déficit cognitivo;

Alterações psicológicas (ansiedade,

depressão);

Diabetes mellitus;

Fatores ambientais;

Nictúria;

Fratura de quadril;

Abuso de álcool;

Acidente vascular cerebral;

Insuficiência cardíaca;

Arritmia cardíaca.

Lição 05

Cuidados relativos ao tratamento do idoso com incontinência

44

Consequências

O idoso com IU, geralmente, não procura o médico, nem fala no assunto de maneira voluntária.

Isto acontece pela vergonha que a IU lhe produz e/ou porque erradamente acredita que é algo

próprio do envelhecimento (sendo este o motivo de maior prevalência entre o público idoso).

Portanto, é fundamental que você cuidador ou um familiar próximo e o médico perguntem sempre

ao idoso sobre a presença de IU.

Qual é a frequência da incontinência urinária no idoso?

A frequência de incontinência aumenta com a idade. O volume costuma incidir mais em:

populações femininas;

idosos com mais de 75 anos;

pacientes com transtornos de memória e/ou de conduta;

pacientes com várias doenças crônicas;

pacientes com incapacidades;

Pacientes que utilizam várias medicações.

Diagnóstico de incontinência urinária

Para auxiliar o diagnóstico da IU, primeiro pesquise sobre o tema Incontinência Urinária, depois pergunte

ao idoso se:

Ele perde urina involuntariamente?

Ele utiliza alguma toalha higiênica para quando perde urina?

Ele tem problemas com sua bexiga, molha-se sem querer?

Além disso, ajude-o a fazer um diário de micção, onde o idoso registre durante três dias seu hábito de

ingestão de líquidos, junto com o hábito da micção normal (frequência e quantidade).

Além disso, anote cada incidência de incontinência, registrando quantidade, se é de urgência e se afeta a

atividades do dia.

45

Quais as principais causas da incontinência urinária?

Quais os tipos de incontinência urinária?

Os tipos de incontinência podem ser divididos em quatro grandes grupos. Porém, de modo geral,

mais de um tipo de incontinência está presente em uma mesma pessoa. A associação mais

comum é entre a IU de estresse e a IU de urgência, chamada IU mista.

Como a IU é mais um sintoma do que uma doença propriamente dita, é difícil determinar sua

etiologia. Em muitos casos, ela está associada a várias doenças e seus respectivos tratamentos.

Conheça em detalhes cada um dos tipos. Para isso, selecione uma das opções e inicie sua

navegação.

46

IU de estresse

Neste tipo de incontinência há o aumento da pressão intra-abdominal afetando a bexiga, onde

o esfíncter interno não está completamente fechado, além da fraqueza do assoalho pélvico e

dos músculos elevadores do ânus.

Os sintomas são perda simultânea de urina e o aumento da pressão intra-abdominal (ao tossir,

rir, espirrar, levantar peso, correr etc). A perda de urina cessa quando o estímulo também

cessa. Se continuar a perda de urina, deve-se suspeitar de IU de urgência (menos comum).

Na mulher, a IU de estresse é quase sempre agravada por prolapso uterino e por deficiência

do estrogênio, que pode provocar um afinamento uretral diminuindo as propriedades de

fechamento.

No homem, a IU de estresse pode ser provocada por tratamento prostático (cirurgia, radiação,

ressecção transuretral). A incontinência do estresse pode ocorrer junto com IU de urgência em

casos de procedimentos invasivos

IU de urgência

Esta IU é também chamada de bexiga hiperativa, onde o músculo detrusor se contrai

inapropriadamente durante a fase de enchimento. A vontade de urinar não pode ser

controlada voluntariamente.

O sintoma primário é a necessidade de urinar frequentemente, com perda imediata de urina. O

idoso não consegue chegar ao banheiro e existe saída de urina em quantidades um pouco

maiores que na IU de estresse.

Entre as causas mais comuns estão:

• Hiperplasia benigna de próstata: ocorre em 75% dos casos, geralmente em casos de

obstrução severa.

• Procedimentos cirúrgicos prostáticos.

• Histerectomias complicadas (Esta cirurgia pode corrigir a IU prévia à cirurgia).

• Lesão do sistema nervoso: AVE, demência, parkinsonismo, lesão medular.

• Infecções: cistite, uretrite.

• Outras causas: tumores, cálculos renais

47

IU por transbordamento

Este tipo de IU ocorre por obstrução ao fluxo normal de saída da urina desde a bexiga, não

podendo esvaziar-se completamente.

Pode existir uma obstrução parcial (hiperplasia de próstata no homem e queda da bexiga na

mulher) ou uma bexiga inativa (lesão medular, diabetes mellitus em ambos) provocando

dilatação da bexiga. O esfíncter é esticado até abrir-se parcialmente, ocorrendo perda de

urina.

A pessoa percebe “pingos de urina” em escassa quantidade causada por uma bexiga

hiperdistendida. Neste caso o tratamento geralmente é cirúrgico e pode ser realizado

cateterismo intermitente ou permanente.

IU funcional

Este tipo de IU ocorre devido a alguma alteração física ou mental que impede uma micção

correta e oportuna, embora a anatomia e fisiologia da micção estejam normais.

A perda de urina acontece devido à incapacidade de chegar ao banheiro, secundário a

transtorno cognitivo (demência avançada), físico (imobilidade, parkinsonismo) ou os dois.

Também, a falta de motivação (depressão), uso de medicamentos, contenção mecânica ou a

presença de barreiras ambientais.

O tratamento pode ser a fixação de horários de micção, modificação do ambiente facilitando o

aceso ao banheiro ou o uso de fraldas.

48

Complicações

Quais complicações podem decorrer da incontinência

urinária? Conheça algumas complicações comuns que podem ser

associadas à IU.

Irritação da pele;

Infecções por má higienização;

Aumenta o risco de quedas;

Aumento dos gastos;

Perda da autoestima;

Isolamento social.

Tratamentos

Qual é o tratamento geral para incontinência urinária?

O tratamento a ser sugerido pelo médico irá depender do tipo de IU

detectada. Em casos de IU transitória o tratamento deve ser de

início rápido, conforme a etiologia achada, por exemplo: antibióticos

para infecção, a retirada de medicamentos etc.

Já em casos de IU crônica, há uma maior variedade de tratamentos,

conforme o tipo e a causa.

Conduta

Conheça, a seguir, uma lista de ações que podem ser adotadas, quando seu trabalho consistir em

acompanhar uma pessoa com IU.

a) Incentive a execução de exercícios de fortalecimento da musculatura pélvica

Os exercícios de fortalecimento da musculatura pélvica melhoram a força da musculatura

do assoalho pélvico. Veja a sequência de procedimentos a serem executados pelo próprio

paciente (após a orientação de um médico).

1. Identificar o músculo a estimular a depender do tipo de incontinência, podendo ser urinária

ou fecal. Para isso o idoso coloca um dedo dentro da vagina ou do reto (músculo que

segura os gazes e as fezes) e tenta contrair. A contração deve ser mantida por 10

segundos.

49

2. Relaxar o músculo por 10 segundos (a alternância entre contrair e relaxar deve ser repetida

por 15 minutos, três vezes ao dia).

b) Orientar o treinamento da bexiga

O treinamento da bexiga é útil para IU de estresse e para IU de urgência.

Ele é usado de forma associada a exercícios de fortalecimento da musculatura pélvica.

Na prática, são estabelecidos horários para a micção. No início, a previsão deve ser de hora em

hora, aos poucos esse intervalo deve ser prolongando (à medida em que resultados forem

aparecendo).

Quando a pessoa tiver vontade de urinar entre os intervalos, ela deve evitar (deve “segurar”) e

tentar conter até o horário marcado.

Bexiga armazenando urina

50

c) Administrar os medicamentos prescritos conforme a causa do problema, atentando para a

regularidade prevista pelo médico.

d) Promover a adoção de técnicas para mudanças que melhorem a higiene e a qualidade de

vida do acompanhado

Qual é o manejo da IU em relação a estilo de vida?

Medidas de higiene

Manter uma boa higiene genital e da pele, evitando irritação e infecção da pele e da urina;

Reforçar a higiene das roupas;

Aumentar a ingestão de líquidos;

Avaliar características anormais urina (cor, odor, grumos);

Evitar o uso de fraldas;

Usar roupas de fácil abertura;

Facilitar o acesso ao banheiro;

Estabelecer horários para micção;

Usar diuréticos pela manhã, se possível (respeitando orientações médicas);

Estimular positivamente a autoestima;

Evitar obesidade;

Usar absorventes, quando necessário;

Após episódios de incontinência, lavar as partes íntimas e outras partes que podem ter sido

contaminadas , utilizando água morna e sabonete.

e) Reforce a ideia de que a cirurgia é sempre a última opção de tratamento.

IU de estresse

Para a solução da IU de estresse, o que se busca é o fortalecimento do assoalho muscular pélvico.

Para isso, existe tratamento com exercícios e aparelhos que os fisioterapeutas utilizam para ajudar

na continência.

IU de urgência

Para solucionar a IU de urgência, o objetivo é reduzir a hiperatividade do músculo detrusor. Por

isso, são prescritos medicamentos:

Anticolinérgicos;

Antiespasmódicos;

Bloqueadores alfa.

Além disso, os profissionais como fisioterapeutas e médicos sugerem procedimentos que

estimulem o assoalho pélvico ou nervos sacrais para controlar a bexiga.

51

Dieta X incontinência urinária

Uma das questões que também interfere para a incidência da incontinência é o peso, por isso a

necessidade de seu controle principalmente no intuito de evitar a obesidade na mulher.

É importante que no intuito de prevenção, uma dieta saudável seja considerada para o idoso,

principalmente com uma adequada quantidade de fibras.

Os líquidos não devem ser restritos, uma vez que a sequidade da uretra provoca irritação da

mucosa vesical e uretral. Além disso, a urina concentrada apresenta odor forte.

A recomendação é para que a ingestão de água (principalmente) seja de no mínimo 2000 ml/dia.

A distribuição da ingestão desta quantidade pode ocorrer da seguinte forma: 1200ml entre 07 e

15 horas, 600 ml entre 15 e 19 horas e 200 ml entre 19 e 07 horas. Esse controle é necessário,

para evitar a diurese noturna.

Incontinência urinária

Quais as recomendações para os cuidadores sobre hábitos do paciente e seu ambiente?

Existem algumas ações que podem ser executadas por você, cuidador, do idoso com IU em

relação ao ambiente onde ele vive e que podem melhorar muito sua vida. Acompanhe!

52

Deixe a porta do banheiro entreaberta;

Deixe sempre uma luz tênue acessa durante a noite, para o caso do idoso se levantar;

Evite roupas com fechos e botões de difícil abertura e prefira o velcro;

Mantenha os exercícios para IU e para melhorar a funcionalidade motora do paciente e a

habilidade manual;

Evite fraldas ou toalhas higiênicas, se possível;

Transmita confiança e estimule o idoso a aderir e manter o tratamento e a ter paciência;

Faça controle periódico com o médico, para avaliar evolução e resposta ao tratamento;

Evite o isolamento social do idoso com atividades programadas.

Incontinência fecal

A incontinência fecal se assemelha em muitos aspectos à incontinência urinária, porém tem

causas diferenciadas.

Principais causas da incontinência fecal

A alimentação inadequada, a diarreia e as lesões neurológicas são as

causas mais diagnosticadas.

Em casos de incontinência fecal encaminhe o idoso há um médico ou

enfermeira, para que eles possam checar:

Se o reto está cheio de fezes endurecidas, que não são

excretadas;

Se as paredes intestinais estão flácidas, ou estão ficando

inflamadas (nestes casos as fezes vão escapando pelos lados, a

pessoa evacua líquido, mas pouquinho).

53

Os profissionais de saúde mencionados poderão provocar a saída das fezes através de sondas

lubrificadas e lavagens intestinais, ou pela extração manual.

Diarreia

Em casos de diarreia propriamente dita, nunca administre medicamento para conter o

funcionamento do intestino. Em vez disso, altere a dieta alimentar, eliminando fibras e

administrando soro hidratante. Leve ao médico, caso não haja melhora.

Cuidados gerais

Para contribuir para a melhoria da incontinência fecal, você pode tomar alguns cuidados especiais.

Veja a seguir.

Medidas de ativação intestinal para evitar a impactação

Promover a grande ingestão de líquidos e fibras;

Promover a prática de atividade física;

Estimular a boa mastigação.

Higiene perineal para a prevenção de infecções

Quanto mais velho ficamos, mais sujeitos à infecção estaremos, isso porque o

organismo vai perdendo suas defesas.

A mulher tem o ânus muito perto da vagina e da uretra, por isso, no intuito de

prevenir grandes problemas é preciso que realize higiene logo após as eliminações e

que use o chuveirinho.

O papel higiênico não é muito aconselhável para o idoso, mas ao ser a única opção, a

limpeza nunca deve ser feita de trás para frente e, sim, o contrário, a fim de não

trazer bactérias para a vulva, vagina, períneo e uretra.

54

Respiração

O que é respiração?

A respiração é realizada através das vias aéreas e definida como o conjunto de processos

envolvidos na troca gasosa (oxigênio e gás carbônico) entre o organismo e o ambiente.

Nos seres humanos, o ar entra pela traqueia e se distribui pelos dois pulmões. Aí, o sangue vindo

do coração purifica-se nos terminais dos alvéolos.

Os dois processos básicos da respiração, a captação de oxigênio e a eliminação de gás carbônico,

acontecem em quatro etapas. Veja.

Movimento de entrada de ar nos pulmões e distribuição pelos

alvéolos.

Movimento do oxigênio e do gás carbônico através da membrana

dos alvéolos capilares.

Circulação do sangue em todo pulmão.

Doenças pulmonares

Se os canais que levam o ar para dentro do pulmão ficarem obstruídos ou cheios de muco,

ocasionam doenças pulmonares.

Conheça algumas doenças pulmonares comuns, principalmente em idosos.

Lição 06 Cuidados relativos ao tratamento do idoso com doenças pulmonares

55

Bronquite

A bronquite crônica, por exemplo, ocorre quando há aumento de muco e espessamento da

mucosa, dificultando a passagem de ar, o que provoca tosse e expectoração.

Conheça outros tipos de bronquite:

Bronquite crônica simples – é a bronquite típica dos fumantes, já que leva a pessoa a

tossir cronicamente.

Bronquite crônica de muco purulento – neste tipo de bronquite há destruição dos

alvéolos.

Bronquite asmática – neste tipo de bronquite há um fator externo que intervém no

organismo da pessoa causando uma reação alérgica, gerando uma grande dificuldade para

a saída do ar. Inclusive ele pode progredir para bronquite crônica obstrutiva, levando à

produção de chiado no peito (sibilos).

Enfisema

Esta doença ocorre quando há destruição dos espaços aéreos dos bronquíolos terminais com

destruição dos septos alveolares. Quando há apenas a obstrução, sem infecção pulmonar, os

casos são menos graves.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (D.P.O.C)

A D.P.O.C é uma enfermidade em que ocorre a obstrução crônica do fluxo de ar, devido à

bronquite crônica ou ao enfisema.

Elas podem começar cedo na vida de uma pessoa, de modo assintomático, sendo geralmente o

diagnóstico depois dos 40 anos.

Há maior incidência em pessoas do sexo masculino e suas causas mais frequentes:

O tabagismo ativo e passivo;

A exposição ocupacional e ambiental;

os fatores hereditários;

A poluição.

No tabagismo, há uma perda gradual da função pulmonar, perceptível principalmente em idosos.

56

Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas

Enfisema

Abaixo, são apresentados alguns sintomas das DPOCs. Acompanhe.

1- Quando há predominância do Enfisema, os sintomas são:

Tosse seca com secreção mínima mucoide;

Falta de ar;

Respiração acelerada;

Emagrecimento.

Nestes casos, a infecção pulmonar não é muito comum, porém a insuficiência respiratória é muito

grave e irreversível.

2- Quando há predominância da bronquite, os sintomas são:

Tosse produtiva (é bastante comum em fumantes);

Ganho de peso;

Infecção pulmonar (é mais comum).

Tratamento das doenças pulmonares obstrutivas crônicas

Conheça agora algumas das ações que contribuem para a melhora dos sintomas das DPOCs:

Eliminar os aerossóis

Desodorantes, fixadores de cabelo, inseticidas etc.

Abandonar o tabagismo

Evitar exposições ambientais e ocupacionais

Buscar assistência médica

Sempre que houver aumento de purulência, de viscosidade ou de volume de

secreção.

As D.P.O.Cs podem levar à insuficiência cardíaca do lado direito do coração - lado que bombeia o

sangue para o pulmão. Isso porque o esforço para bombear o sangue é maior do que o normal,

porque o pulmão está obstruído.

O coração acaba aumentando de tamanho e a pessoa começa a ter edemas, tendo que tomar

diuréticos que em alguns casos pode causar desidratação.

57

Não é recomendado o uso de xaropes, pois irritam a musculatura brônquica. A prática da

tapotagem também é contraindicada, uma vez que o procedimento faz com que o muco saia de

um lugar e vá para outro. Eles devem ser substituídos pela vibração através de aparelhos, feita

por um profissional.

Ações que contribuem para a melhora dos sintomas

Vacinar contra pneumonia;

Praticar exercícios físicos orientados (o exercício aumenta a musculatura respiratória e a

tolerância aos esforços, gera sensação de bem estar);

Manter-se bem hidratado;

Usar suplementos nutricionais com orientação de nutricionista, se for constatada

desnutrição (suplementos melhoram a força muscular, diminuem a fadiga e a dispneia);

Realizar drenagem postural orientada;

Utilizar bronco-dilatadores;

Realizar oxigenioterapia, se indicada.

Pneumonia

O que é?

É a Inflamação do pulmão causada, geralmente, por uma bactéria que afeta o parênquima

pulmonar (porção distal das vias respiratórias que envolve os bronquíolos respiratórios e os

alvéolos). Normalmente não deixa cicatrizes, a não ser quando causa necrose no tecido

pulmonar.

Tipos de pneumonia

Os principais tipos são:

58

Observações:

Sintomas

Os principais sintomas da pneumonia são a tosse, febre, expectoração, dor torácica e deficiência

respiratória.

Nas pneumonias virais, os sintomas se prolongam mais, podendo durar até 6 semanas. Em geral,

não há necessidade de hospitalização, a não ser que o estado geral apresente-se muito

comprometido, com suspeita de outras doenças, por exemplo, o diabetes.

Os cuidados e tratamento para a pneumonia bacteriana envolvem algumas especificidades como:

Usar antibiótico próprio;

Manter uma boa hidratação;

Evitar cigarros;

Evitar supressores de tosse, como o xarope.

A pneumonia bacteriana não requer o isolamento do doente.

59

Nesta unidade foram apresentadas ...

As características do cuidado ao idoso portador de diabetes, incluindo a identificação de

sinais, sintomas, complicações e as ações necessárias;

As características do cuidado ao idoso vítima de Acidentes Vasculares Cerebrais, incluindo a

identificação de sinais e sintomas e as ações necessárias;

As características do cuidado ao idoso portador de doença de Parkinson, incluindo a

identificação dos sinais, sintomas e as ações necessárias;

As alterações no sistema urinário e intestinal relativas ao processo de envelhecimento, suas

repercussões no cuidado do idoso, a identificação da incontinência urinária e fecal e as

ações necessárias no caso dos diversos tipos de incontinência;

As características do cuidado ao idoso portador de doenças pulmonares, incluindo a

identificação dos sinais, sintomas e as ações necessárias.

- A

Anticolinérgicos: Substâncias antagonistas da ação de fibras nervosas parassimpáticas que

liberam acetilcolina. Ou seja, que inibem a produção da acetilcolina. Esses medicamentos têm

utilidade terapêutica no tratamento da Síndrome de Parkinson e como antiespasmódico.

Antiespasmódicos: É uma droga que suprime a contracção do tecido muscular liso.

- C

Cifótica: Corcunda.

- D

Dispneia: Dificuldade de respirar; falta de ar.

- E

Espástica: Aumento do tônus muscular, envolvendo hipertonia e hiperreflexia, no momento da

contração muscular

Conclusão

Glossário

60

- G

Glicídeos: Também conhecidos como açúcares, carboidratos ou hidratos de carbono.

- H

Hemiplégico: Pessoa com um dos lados do corpo paralisado.

- M

Mucoide: Secreção de muco, que é uma secreção viscosa.

- N

Nictúria: Necessidade de acordar para urinar durante a noite.

- S

Sabugo: Local onde nasce a unha.

- T

Tapotagem: Com a mão em forma de “concha”, a tapotagem consiste em bater ritmicamente

sobre o tórax que deve estar coberto com uma roupa ou lençol.

BORN, T. [org.] Manual do Cuidador da Pessoa Idosa. Secretaria Especial dos direitos humanos.

Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos. Brasília, 2008.

BRASIL. Cuidar melhor e evitar a violência: manual do cuidador da pessoa idosa. Brasília, 2008.

CALDAS, C. P. (Org.) ; SALDANHA, Assuero Luiz (Org.) . Saúde do idoso: a arte de cuidar (2a.

edição ampliada). 2ª. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. v. 1. 399p .

CLKER http://www.clker.com. Acessado em Janeiro, 2015.

EVERYSTOCKPHOTO http://www.everystockphoto.com. Acessado em Janeiro, 2015.

FLICKR http://www.flickr.com. Acessado em Janeiro, 2015.

Veras, R. P. (coord); Caldas, C. P. (Org). Cuidadores: formação de acompanhantes de idosos

(coletânea de textos). Rio de Janeiro: Ministério do Trabalho e Emprego; Fundação Banco do Brasil;

UnATI/UERJ, 2008, 175p.

Referências

61

Coordenação Luciana Branco da Motta Célia Pereira Caldas

Equipe Pedagógica

Coordenadora Pedagógica Marcia Taborda Pedagoga Carla Cristina Dias

Produção técnica

Autora Célia Caldas

Equipe técnica

Coordenador Técnico

Felipe Docek

Coordenador de Projetos

Marcelo Prates

Assistente de Comunicação

Matheus Manzano

Desenhista Gráfico

José Martins

Desenhistas Instrucionais

Michele Trancoso

Odete Firmino

Desenvolvedores

Marcus Vinicius Penha da Silva

Ilustradores

José Martins

Matheus Manzano

Secretárias

Adriana Costa

Laura Helione

Créditos

Reitor Ricardo Vieiralves de Castro

Vice-Reitor Paulo Roberto Volpato Dias

Sub-Reitora de Graduação Lená Medeiros de Menezes

Sub-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa Monica da Costa Pereira Lavalle Heilbron

Sub-Reitora de Extensão e Cultura Regina Lúcia Monteiro Henriques

Coordenação Geral UnASUS UERJ Paulo Roberto Volpato Dias

Coordenação Executiva UnASUS UERJ Márcia Maria Rendeiro