Carnaval 2014 - 3 de março de 2014

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MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014 [email protected] Especial Andanças abre desfiles de 2014 M eia hora antes de a esco- la de samba Andanças de Ciganos ocupar a avenida, um susto: grande parte dos foliões não havia ainda conseguido chegar ao sambódromo. Na concentra- ção, poucas pessoas agrupadas entre os carros, vestiam as fantasias. Nem mesmo o coração da escola, a bateria, “esquentava” a noite que já dava sinais da tempestade que se aproximava. A agremiação do bairro Cachoeirinha, Zona Sul, homenageou o tradicional comércio da rua Marechal Deodoro, com o enredo “Vou às compras, que legal, meu destino é a Marechal”. A curiosa calmaria foi justificada pelo vice-presidente da escola, Manoel Alencar. “Os ônibus que iriam pegar a comunidade, que aguardava em frente à quadra da escola, não foram. O pre- sidente esta lá para ver se consegue resolver. Os que estão aqui vieram por conta própria”, explicou. Minutos após desvendar o “mistério”, os brincantes foram surgindo e se orga- nizado em suas alas. De repente, parte da área da concentração ficou repleta de simpáticas baianas. A pensionista Benedita Gomes, 61, que compunha a ala, relatou a aventura que viveu para chegar ao sambódromo. “Vim dentro de um baú com as fantasias. Estava na quadra esperando quando disseram que os ônibus não iriam mais nos buscar, mas não disseram o motivo. Fiquei com medo de não desfilar e vim logo no baú”, revelou. Contudo, o atraso da chegada dos foliões, não foi o único contratempo enfrentado pela escola que abriu o desfile do Grupo Especial. Após receber o repasse na véspera do desfile, segundo o presidente de honra, a confecção das fantasias e alegorias foi prejudicada. O presidente Vilson Benayon explicou que oito alas foram cortadas na última hora, reduzindo o número de brincantes de 2,2 mil para 1,7 mil. “A Andanças de Ciganos foi uma escola pioneira, que trouxe os artistas de Parintins para ajudar na construção. Agora existe um cartel só para prejudicar”, disse Benayon. Ele disse que a verba de R$ 264 mil foi depositada apenas às 16h da última sexta-feira (28), fato que interferiu na composição do espetáculo. “As fan- tasias foram entregues hoje (sábado, 1º), em cima da hora. Das 20 fantasias que peguei, apenas cinco vieram termi- nadas, as outras 15 eu fui ajudar as costureiras a finalizar”, disse a dona de casa, Maura Sales, 39. A escola entrou na avenida no tempo previsto e encerrou a apresentação antes do término do horário. IVE RYLO Equipe EM TEMPO IONE MORENO Mestre-sala e porta-bandeira da Andanças de Ciganos evo- luem na aveni- da: dificuldades superadas com muita alegria Agremiação correu contra o tempo para deixar tudo preparado FOTOS: DIEGO JANATÃ Escola consegue desfilar antes do início da forte chuva, passando por alguns problemas que foram logo resolvidos para o começo de sua apresentação Entrada da Andança de Ciganos no sambódromo na noite do último sábado: homenagem a um dos logra- douros mais movimentados da capital amazonense

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Carnaval 2014 - Caderno especial de carnaval do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014 [email protected]

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Andanças abre desfi les de 2014

Meia hora antes de a esco-la de samba Andanças de Ciganos ocupar a avenida, um susto: grande parte dos

foliões não havia ainda conseguido chegar ao sambódromo. Na concentra-ção, poucas pessoas agrupadas entre os carros, vestiam as fantasias. Nem mesmo o coração da escola, a bateria, “esquentava” a noite que já dava sinais da tempestade que se aproximava. A agremiação do bairro Cachoeirinha, Zona Sul, homenageou o tradicional comércio da rua Marechal Deodoro, com o enredo “Vou às compras, que legal, meu destino é a Marechal”.

A curiosa calmaria foi justifi cada pelo vice-presidente da escola, Manoel Alencar. “Os ônibus que iriam pegar a comunidade, que aguardava em frente

à quadra da escola, não foram. O pre-sidente esta lá para ver se consegue resolver. Os que estão aqui vieram por conta própria”, explicou.

Minutos após desvendar o “mistério”, os brincantes foram surgindo e se orga-nizado em suas alas. De repente, parte da área da concentração fi cou repleta de simpáticas baianas. A pensionista Benedita Gomes, 61, que compunha a ala, relatou a aventura que viveu para chegar ao sambódromo. “Vim dentro de um baú com as fantasias. Estava na quadra esperando quando disseram que os ônibus não iriam mais nos buscar, mas não disseram o motivo. Fiquei com medo de não desfi lar e vim logo no baú”, revelou.

Contudo, o atraso da chegada dos foliões, não foi o único contratempo enfrentado pela escola que abriu o desfi le do Grupo Especial. Após receber o repasse na véspera do desfi le, segundo

o presidente de honra, a confecção das fantasias e alegorias foi prejudicada. O presidente Vilson Benayon explicou que oito alas foram cortadas na última hora, reduzindo o número de brincantes de 2,2 mil para 1,7 mil. “A Andanças de Ciganos foi uma escola pioneira, que trouxe os artistas de Parintins para ajudar na construção. Agora existe um cartel só para prejudicar”, disse Benayon.

Ele disse que a verba de R$ 264 mil foi depositada apenas às 16h da última sexta-feira (28), fato que interferiu na composição do espetáculo. “As fan-tasias foram entregues hoje (sábado, 1º), em cima da hora. Das 20 fantasias que peguei, apenas cinco vieram termi-nadas, as outras 15 eu fui ajudar as costureiras a fi nalizar”, disse a dona de casa, Maura Sales, 39.

A escola entrou na avenida no tempo previsto e encerrou a apresentação antes do término do horário.

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Escola consegue desfi lar antes do início da forte chuva, passando por alguns problemas que foram logo resolvidos para o começo de sua apresentação

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o presidente de honra, a confecção das fantasias e alegorias foi prejudicada. O presidente Vilson Benayon explicou que oito alas foram cortadas na última hora, reduzindo o número de brincantes de 2,2 mil para 1,7 mil. “A Andanças de Ciganos foi uma escola pioneira, que trouxe os artistas de Parintins para ajudar na construção. Agora existe um cartel só

Ele disse que a verba de R$ 264 mil foi depositada apenas às 16h da última sexta-feira (28), fato que interferiu na composição do espetáculo. “As fan-tasias foram entregues hoje (sábado, 1º), em cima da hora. Das 20 fantasias que peguei, apenas cinco vieram termi-nadas, as outras 15 eu fui ajudar as costureiras a fi nalizar”, disse a dona de

A escola entrou na avenida no tempo previsto e encerrou a apresentação

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Entrada da Andança de Ciganos no sambódromo na noite do último sábado: homenagem a um dos logra-douros mais movimentados da capital amazonense

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Emoção com homenagem à ‘prata da casa’ do UFCSegunda escola a desfi lar na noite de sábado, a Unidos do Alvorada conseguiu a participação do lutador José Aldo

Nem a forte e intensa chuva atrapalhou o desfi le da Unidos do Alvorada, na noite de

sábado (1º), no Sambódromo. A emoção e, principalmente, a vi-bração da torcida azul e branca tomaram conta do início ao fi m na avenida. Todos que compare-ceram bateram palmas e exal-taram de pé o homenageado da agremiação, o campeão da categoria peso-pena do Ulti-mate Fighting Championship (UFC), José Aldo Júnior. Com o título “José Aldo: prata da casa, ouro do mundo”, a Uni-dos do Alvorada pretende con-quistar seu primeiro título no Carnaval amazonense.

A escola da Zona Centro-Oes-te de Manaus desceu à avenida com quatro carros alegóricos e 26 alas, onde contou desde o início da carreira de José

Aldo até a ascensão ao pódio do UFC. A comissão de frente ilustrou o desejo de Aldo, quan-do almejava e sonhava desde pequeno em ser um grande campeão no esporte. O carro abre-alas, “O medo imaginário” demonstrou as difi culdades vi-vidas pelo manauense antes de ser um grande campeão.

O último carro alegórico, de-nominado “Revoada dos anjos – octógono de um campeão” confi gurou o momento “sensa-ção” do desfi le. José Aldo segu-rava seu cinturão acompanhado do prefeito de Manaus, Arthur Neto, e juntos, acenaram para a multidão. Segundo o presidente da escola, Heroldo Linhares, o sonho de ter o campeão do octógono internacional como tema da agremiação se tor-nou realidade durante o desfi le. “Estou muito feliz. Foram três anos tentando trazer o fi lho da comunidade como tema da nossa escola para o povo do Al-

vorada, e hoje nós conseguimos. É só alegria”, disse.

Para José Aldo, nascido e criado no bairro Alvorada 3, receber a homenagem foi gra-tifi cante, emocionante e única. “Fico muito feliz em receber essa homenagem. Poder contar a minha história de vida e ver todo mundo cantando, vibran-do, passando aquela energia, é muito bom, não tem como descrever. Agradeço a escola, ao presidente e a toda comu-nidade que se empenharam para que isso acontecesse”, disse emocionado José Aldo, ao confi rmar que se a agremiação for campeã, ele volta para o desfi le das campeãs.

Arthur Neto também sol-tou elogios para o campeão e torcida. “O nosso povo precisa de heróis e a homenagem foi tocante. Ele é um exemplo de superação. Do Alvorada para o mundo”, disse Neto, ao destacar a euforia da torcida.

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FÁBIO MELOEquipe do AGORA

Graciosidade feminina na passarela do samba: Unidos do Alvorada fez uma boa apresentação Mesmo sob chuva, escola manteve o samba no pé na luta pelo título do carnaval manauense

José Aldo, lutador amazonense de UFC, foi o homenageado da escola, desfi lando ao lado do prefeito Arthur Neto: felicidade com a homenagem e exemplo de superação na busca pelo sucesso

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A Grande Família conta história de estrelato

Ednelza Sahdo foi homenageada pela agremiação da Zona Leste de Manaus, a terceira a desfi lar

Às 22h30, foi a vez de a escola A Grande Fa-mília pisar na “Passa-rela do Samba”, com

o enredo “Uma estrela em cena”, que contou um pouco da história da atriz, cantora, produtora e professora de te-atro Ednelza Sahdo.

Sob o comando do mestre Eduardo Andrade, a “Pesade-lo” (como é carinhosamente chamada a bateria vermelha e branca) trouxe 350 ritmistas que na cadência 4x6 mostrou evolução e muita audácia, ao fazer paradinhas estratégicas de até 20 segundos em ple-no sambódromo. A rainha da bateria, Luciana Santos, foi um dos destaques mais aplau-didos pelo público durante a apresentação.

Apesar da forte chuva que prejudicou visivelmente as fantasias, a representante do bairro São José, na Zona Leste de Manaus, começou seu desfi le com o bailado dos 14 arlequins da comissão de frente, que representaram o anúncio da chegada à Terra de uma estrela dos palcos.

Os carnavalescos Luizinho Andrade, Kaleb Aguiar e Jorge Granjeiro mostraram em 26 alas e cinco carros alegóricos a atuação de Ednelza Sahdo desde seu nascimento à sua evolução nos palcos e no ci-nema, fazendo inclusive uma curiosa inferência à escolha da agremiação carnavalesca que a artista defende. “Trou-xemos a imagem de Aparecida como forma de mostrar esse momento na vida da Ednel-

za, quando foi porta-bandeira da Mocidade Independente de Aparecida”, explicou Luizinho Andrade.

A escola fez referência ainda à outra agremiação folcló-rica supercampeã: a extinta Ciranda do Amor, do bairro da Cachoeirinha, onde Ed-nelza atuou por vários anos como vocalista. A agremiação encerrou seu desfi le faltando ainda seis minutos para es-tourar o tempo limite dado para cada escola de samba, sendo muito aplaudida pela sua torcida.

“Todo esse reconheci-mento pelo nosso trabalho, essa homenagem pelo que fi zemos ao longo de nossa trajetória, é uma página das mais gloriosas que qualquer artista pode receber. Deus abençoe A Grande Família por ter me escolhido para fazer parte dessa história de enredo. Não achei que teria todo esse fôlego para desfi -lar. Eu, mais uma vez, estive no palco das emoções. Só que desta vez, eu vivi o melhor personagem de toda a minha vida”, afi rmou Ednelza, logo após o desfi le.

HENRIQUE XAVIEREquipe EM TEMPO ONLINE

GARRAApesar da forte chuva que prejudicou visivel-mente as fantasias, a escola representante do bairro São José começou seu desfi le com o bailado dos 14 arlequins da comissão de frente

A Grande Família, além de homenagear Ednelza Sahdo, também fez referência à agremiação folclórica Ciranda do Amor, da Cachoeirinha, hoje extinta

Arlequins fi zeram parte da comissão de frente da es-

cola de samba e representaram a chegada da artista

Luciana Santos, rainha da bateria d’A Grande Família, foi um dos destaques mais aplaudidos pelo público

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Mitologia indígena leva brilho à Balaku BlakuCom alguns problemas que empataram a evolução da harmonia, escola ainda está confi ante na conquista do título

Ao comando do Mestre Major, os 200 ritmis-tas da bateria “Águia de Ouro”, deram início

ao batuque da escola Balaku Blaku, quarta escola a passar pelo sambódromo e já abrindo o Domingo Gordo do Carnaval de Manaus.

Com o enredo “Marapatá – Ilha Encantada dos Mitos, Portal de Manaus, Passarela dos Ritos” e sem nenhum pro-blema técnico que atrapalhasse a apresentação, a agremiação deixou a desejar na harmonia.

Os carros alegóricos, quatro ao todo, fi caram distantes um do outro, tirando o brilho da evolução da agremiação que levou 2,2 mil brincantes à ave-nida do samba, divididos em 30 alas.

O destaque maior durante todo o desfi le da Balaku Blaku foi sua comissão de frente. Quinze dançarinos represen-taram os guerreiros da ilha

de Marapatá, localizada na entrada de Manaus, conheci-da também como “Ilha Cons-ciência”, e deram um show comandado pelos guerreiros de Marapatá, que travaram uma luta contra o poderoso e maligno pajé Anhangá.

A agremiação terminou seu desfi le em 1h3min. Os mitos, mistérios e magias da ilha de Marapatá estiveram repre-sentados em todos os carros alegóricos. A chuva, mesmo fraca, comprometeu um pouco o desfi le da “Águia de Ouro”. No meio da apresentação, uma integrante de uma das alas passou mal e precisou ser so-corrida pela equipe médica do Sambódromo.

Para o presidente da esco-la, Roberto Simonetti, a falta de recursos, as críticas e o pouco tempo de preparação atrapalharam, mas não tiraram o brilho da apresentação. “Essa é a minha resposta para quem duvidou que eu não fazia Carna-val. A escola foi para a avenida

para ser campeã”, comentou.

A costureira Te-reza Ramos, 53, fi -cou encantada com a apresentação. “Ve-nho há mais de 20 anos prestigiar e me divertir nos desfi les. Gostei de cada detalhe. Foi tudo lindo, do início até o fi m”, disse.

A carnavalesca da agre-miação, Liduína Moura, destacou a superação da “Águia de Ouro, que agradou o público com seu enredo. “Vamos brigar pelo título. Foi um período can-sativo, mas valio-so. Fizemos uma bela apresentação, e agrademos a fa-mília Balaku Blaku, que proporcionou essa festa”, comentou.

JUCÉLIO PAIVAEquipe do AGORA

miação, Liduína Moura, destacou a superação da “Águia de Ouro, que destacou a superação da “Águia de Ouro, que destacou a superação da

agradou o público com seu enredo.

sativo, mas valio-so. Fizemos uma bela apresentação, e agrademos a fa-mília Balaku Blaku, que proporcionou essa festa”, comentou.

Durante a apresentação da escola, uma das brincantes passou mal e foi socorrida por uma equipe médica

Escola terminou o desfi le dentro do limite de tempo estipulado e fez uma bela apresentação na avenida

Alegoria da Balaku Blaku: resgate da mitologia indígena

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Aparecida tenta o bicampeonato este anoAgremiação quis alertar e relembrar as pessoas sobre a importância do Centro para a população

Eram exatamente 0h50 de domingo (2) quando a “Soberana que mora no Centro da alegria”

começou o seu desfi le no Sam-bódromo. “É hora do show. Já vai começar”, anunciava um dos refrões do samba de enredo da Mocidade Independente de Aparecida, quinta escola a des-fi lar no Grupo Especial.

“O frio na barriga é natural nesse momento”, dizia o presi-dente da escola, Luis Pacheco, um pouco antes de entrar na avenida. “Mas a Aparecida é força e vamos rumo a mais um título no Carnaval”, completou. Para continuar soberana não só no apelido, mas também no Car-naval de Manaus e conquistar o bicampeonato, a Aparecida veio para a avenida do Sambó-dromo com o tema “Centro de Amor, Centro de vida: história e alma de um povo” .

Mesmo a agremiação sendo do bairro Nossa Senhora Apa-recida, a escolha por mostrar o Centro não chega a ser tão absurda, dada a proximidade das duas regiões. Além disso, o carnavalesco da Aparecida, Saulo Borges, fala que o tema teve não só o objetivo de levar algo para o meio da avenida, mas também há um fator so-cial e de responsabilidade com a região mais importante de Manaus. “A escola de samba tem como objetivo alertar e relembrar as pessoas sobre a importância histórica do Cen-tro para o desenvolvimento cultural da população”, falou ele em um texto publicado na página ofi cial da agremiação no Facebook.

Essa importância do Centro Histórico foi representado nos carros alegóricos da escola, ora relembrando locais do passado, como o cine Guarany, ora mos-trando eventos recentes como as manifestações ocorridas no

ano passado na Praça da Matriz. Assim, a agremiação não pou-pou esforços para realizar um desfi le tecnicamente perfeito.

O perfeccionismo e qualida-de da Aparecida estavam nas fantasias, no ritmo bem coor-denado e também em pequenos detalhes, que podiam passar despercebidos no público, como um dos carros mostrando pi-chações, algo tão comum da paisagem do Centro ou um dos brincantes segurando uma faixa “Vem pra rua”, no carro alegórico da Praça da Matriz.

A Aparecida levou para a ave-nida do samba mais de 3,8 mil brincantes, que pularam e cantaram durante as 1h10min de apresentação da escola. A empolgação, porém, não podia ser vista nas arquibancadas do Sambódromo. Alguns poucos espectadores se juntaram ao ritmo do samba da escola, mas a grande maioria só observava, enquanto tentavam se proteger da não tão forte, mas constante chuva da madrugada.

A chuva, por sinal, foi um fator negativo visto pelo presi-dente Luis Pache-co. “Nós estávamos preparados para uma eventual chuva, já que essa época elas acon-tecem com frequência, mas ela sempre atra-palha, de alguma forma”, falou ele ao fi nal do desfi le.

Com um desfi le que não teve nenhum problema com alegorias, carros alegóricos ou tempo, o presidente da Apa-recida avaliou positivamente a apresentação. “Fomos ma-ravilhosos e estamos fortes para ganhar mais uma vez o Carnaval”, afi rmou.

Na fi nal, foram esquecidos os problemas com repasse de verba do governo dos meses anteriores, a chuva foi ignorada pelos brincantes e o que restou foi a diversão de realizar mais um Carnaval.

BRUNO IZIDROEquipe EM TEMPO ONLINE

Nas arquibancadas, os torcedores vibram com a entrada da Mocidade Independente de Aparecida, uma das escolas de maior popularidade na capital amazonense

Beleza, luxo e samba no pé: receita que a escola de

samba da Zona Sul levou novamente para a avenida

Uma das alas da Aparecida em evolução: carros alegó-ricos relembravam momentos da história do Centro

A chuva, por sinal, foi

essa época elas acon-tecem com frequência,

bicampeonato este anoAgremiação quis alertar e relembrar as pessoas sobre a importância do Centro para a população

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Reino Unido relembra sua trajetória no CarnavalUm dos carros alegóricos relembrou a homenagem a Mãe Zulmira, tema do enredo que levou a escola à vitória em 1989

Com 32 anos de his-tória no Carnaval amazonense, a Reino Unido da Liberdade

usou baianas, orixás, homens-borboletas e fi guras do mis-ticismo indígena em uma re-trospectiva de cinco de seus maiores carnavais. O enredo “No Reino do Carnaval, já sorri, chorei e sambei... E a liber-dade conquistei!” foi levado com maestria pela escola, cuja torcida organizada ocupava uma arquibancada inteira do Sambródromo, tomado pela verde e branco.

“As pessoas vão poder en-contrar uma verdadeira me-mória viva da nossa escola. Nós vamos relembrar todos os nossos enredos que nos brindaram com títulos e cobrar pelos títulos que deveríamos ter ganhado”, afi rmou Nélio Batista, diretor da agremia-

ção, minutos antes da histórica

representante do Morro da Liberdade ser a sexta a de-corar à pista.

Junto com o carro abre-alas, “Mãe Zulmira – o amanhecer de uma raça”, foi feita uma homenagem ao homônimo enredo de 1989, que deu à escola o primeiro título. O segundo carro alegórico, “Flo-resta, festa, festança”, trazia homenagens a diversas fes-tas populares do interior do Estado. O nome do carro foi o tema central de 1995, que rendeu a Reino Unido mais um título.

A sempre fi el torcida da Reino Unido esteve presente em massa e acompanhou a bateria “Furiosa”, chamada de “Eu sou do Morro e do Carnaval sou rei”, parte do enredo cam-peão de 1995. O tradicional posicionamento da bateria no recuo foi marcado por uma ou-sada coreografi a que chamou

atenção

dos presentes. Ao longo da apre-

sentação, outros en-redos históricos ga-nharam espaço. O de 2010, por exemplo, em homenagem a Gilberto Mestrinho - quando a escola foi vice-campeã - e o de 2012, quando a história de dom Bosco rendeu ao Reino Unido o título daquele ano.

O resultado da apresenta-ção empolgou o presidente da agremiação. “Viemos para ganhar o Carnaval, o único pro-blema foi a chuva, mas contor-namos tudo isso”, afi rmou Ney Rodrigues, que elogiou ainda o apoio da comunidade. “O Morro é um local que trabalha para o Carnaval o ano inteiro”.

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

ter ganhado”, afi rmou Nélio Batista, diretor da agremia-

ção, minutos antes da histórica

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Reino Unido da Liberdade, da Zona Sul, mostrou porque é uma das escolas preferidas do Carnaval de Manaus

A alegria dos participantes do desfi le foi a marca da apresentação da escola na madrugada de domingo

Nas alegorias, esco-la lembrou seus 32 anos de história

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De Leonardo da Vinci ao Polo Industrial de Manaus, escola narrou a história da motocicleta, com homenagens às fábricas

Sem Compromisso faz o samba sobre duas rodas

Com o enredo “Máqui-nas da Liberdade, que incendeiam os cora-ções: a história da mo-

tocicleta, desde Leonardo Da Vinci”, a motocicleta foi o tema da escola Sem Compromisso, que mesmo sob a chuva que não perdoou nenhuma agre-miação, apresentou um desfi le empolgante e bem distribuído, que teve início por volta das 3h30 de domingo. A escola do bairro Nova Cidade, no entan-to, ultrapassou em um minuto o tempo de duração do desfi le, que é de 70 minutos.

A comissão de frente re-tratava a fi gura de Leonardo da Vinci, artista renascentis-ta que esboçou os primeiros traços de um veículo de duas rodas. O tucano, símbolo da escola, veio estilizado em um abre-alas que mostrava uma grande máquina.

O cantor Arlindo Júnior, pu-xador do samba, afi rmou que a Sem Compromisso veio fa-zendo o que sabe de melhor. “As fantasias estão bonitas, bateria bacanas. Estamos nas cabeças para disputar o título. O enredo é bem distribuído, com o trabalho de nosso car-navalesco e nossos 2,5 mil brincantes vão fazer um Car-naval lindo!”, declarou.

Mostrando momentos im-portantes da história, como os “Anos Dourados” e suas lam-bretas que encantaram gera-ções, passando pela Harley Davidson e momentos inusi-tados como o carro que trazia os super-heróis Motoqueiro Fantasma e Capitão América – que têm como transporte as

motos – a Sem Compromis-so se mostrou animada, com uma bateria afi nada.

“A nossa bateria veio com muitas surpresas, ainda mais porque é uma bateria nova, formada por ritmistas mais novos lá do (bairro) Nova Ci-dade, que vieram para somar no nosso Carnaval. Agora que enraizamos, não tem mais quem segure a Sem Com-promisso!”, afi rmou o mestre Jimmy, responsável por reger a bateria. Fábricas do polo de duas rodas, como Honda, Yamaha, Suzuki, também ga-nharam homenagem.

Outro que se mostrou con-tente por a escola ter encon-trado uma comunidade foi o presidente da agremiação, Carlinhos Ramalhosa. “Nos-sa expectativa era mostrar um desfi le bem mais bonito. Este ano, o Carnaval foi mui-to sofrido para todos, ainda mais com essa chuva, mas dentro da medida do possível vamos mostrar um Carnaval bonito, como fazemos todos os anos. E va-mos começar a construir nos-sa quadra no bairro Nova Ci-dade ain-da este mês – só estamos afi nando alguns detalhes”, disse.

Ao fi nal do desfi -le, ao ver o tempo no cronômetro, Ramalhosa afi rmou que irá tomar as devidas providências, visto que, no cronômetro da pró-pria escola, o desfi le aconte-ceu dentro do tempo previsto em regulamento. Desfile ultrapassou em um minuto o tempo estabelecido pelo regulamento do Carnaval

vamos mostrar um Carnaval bonito, como fazemos todos os anos. E va-mos começar a construir nos-

afi nando alguns

Ao fi nal do desfi -le, ao ver o tempo no cronômetro, Ramalhosa

A história da motocicle-ta desde sua concepção marcou o desfi le da esco-la Sem Compromisso

FOTOS: DIEGO JANATÃ

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

Escola foi a penúltima do Grupo Especial a desfi lar na madrugada de ontem no Sambódromo

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8 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014

Escola da Praça 14 de Janeiro contou a história da escravidão partindo da África e chegando à abolição no Amazonas

Atraso provoca perda de pontos da Vitória Régia

Última escola a entrar na avenida do sam-ba, na manhã de on-tem, a Vitória Régia

fez uma viagem ao continente africano e reviveu a fase da abolição da escravatura. Com mais de 4 mil foliões, o desfi le resgatou a mistura do samba, maracatu, dos mitos e lendas e crenças e religiões, entoado ao som do enredo “Da África ao Amazonas, da escravidão à liberdade, 130 anos da aboli-ção da escravatura”. A escola perdeu 0,2 décimos por conta de dois minutos de atraso. O primeiro carro alegórico apresentou um problema que logo foi solucionado.

Antes de entrar na avenida, o vice-presidente da Vitó-ria Régia, Rodrigo Novaes, afi rmou com convicção que pelo luxo e amor da galera, a escola sairá a vencedora do Carnaval 2014. “Estamos nos preparando há quatro meses, e no último sábado tivemos uma surpresa por-que a Justiça recolheu itens da nossa bateria. A dívida de R$ 4 mil foi paga e vamos fazer valer na passarela e receber o resultado na se-gunda-feira”, afi rmou.

Na comissão de frente, um grupo de pessoas, caracte-rizados como os povos Yo-rubás, exploravam a criação dos orixás, exus e Oxalá. O carro abre-alas teve proble-mas com a direção no início do desfi le, saindo por alguns instantes da passarela, mas os integrantes da escola conseguiram resolver tudo e colocá-lo na pista, e mostrava

as riquezas da África, como recursos minerais, diamantes e petróleo.

A rainha de bateria, Bian-ca Almeida, vestida de cor de rosa e com muito samba no pé, trouxe ao público os componentes da bateria vestidos de europeus e de-ram mais ritmo ao desfi le da escola da Praça 14. “Fazer parte da escola e trazer um dos itens mais importantes ao desfi le, o que nos dá pon-to é uma responsabilidade, mas com certeza, a campeã está de volta”, disse a rainha de bateria.

O primeiro casal de mes-tre-sala e porta-bandeira, Rogério da Silva e Thaiana Oliveira, respectivamente, com uma fantasia luxuosa, representavam o rei Ramsés II e a rainha Nefertari, donos da maior história de amor da realeza. Com evolução e muitos sorrisos ao público, o casal reuniu aplausos dos poucos espectadores.

Nas 17 alas posteriores, a escola discorreu com a ex-plicação de como os povos africanos estão interligados com os povos do Amazonas. O quinto e último carro ale-górico da escola, que exibia duas estátuas enormes de Nossa Senhora de Fátima e São Benedito, encerrou a apresentação da escola com dois minutos de atraso.

Para o carnavalesco Marino Caldas, mesmo sem conse-guir mostrar toda a beleza das fantasias por conta da chuva, o importante foi fazer bonito e não deixar a água estragar o samba dentro da avenida. “O nosso fi m de Carnaval foi bonito”, relatou Marino. Apesar da chuva que afetou o desfi le, Vitória Régia concluiu sua apresentação confi ante na vitória

Quase perto do amanhe-cer de domingo, escola de samba entrou na ave-nida com atraso de dois minutos

IONE MORENO

THAÍS GAMAEquipe do AGORA

Mesmo com o atraso e um problema no primeiro carro alegórico, escola fechou os desfi les de 2014 com “chave de ouro”

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9MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014

Segurança reforçada na noite dos desfi lesGovernador Omar Aziz destacou estrutura de segurança montada no desfi le das escolas do Grupo Especial

A estrutura de segu-rança montada pelo governo do Amazo-nas para os eventos

de Carnaval no Estado, em especial para o desfi le das Escolas de Samba do Grupo Especial de Manaus, foi elo-giada pelo governador Omar Aziz, que prestigiou o desfi le no sambódromo, na noite de sábado, 1º, acompanhado da presidente de honra do Fundo de Promoção Social, primeira-dama Nejmi Aziz, e dos fi lhos Omarzinho e Johara. A opera-ção Carnaval, que é mais um teste para a Copa do Mundo, não registrou ocorrências gra-ves no sambódromo.

Omar chegou por volta das 20h20 ao sambódromo e ain-da pode acompanhar o desfi le da escola Andanças de Ciga-nos, a primeira agremiação a entrar na passarela do samba. Ele, que já presidiu a Mocidade Independente de Aparecida, se declarou um apaixonado pelo samba, elogiou o desfi le das escolas que assistiu e res-saltou o aparato de segurança montado pelo governo para garantir um Carnaval seguro. “É um belíssimo espetáculo. A gente torce é por isso: um espetáculo bonito em que o povo possa se divertir com tranquilidade e segurança. En-tão, como governador, a gente fi ca assistindo, mas muito pre-ocupado para que tudo ocor-ra bem e que nada aconteça a ninguém”, disse.

Ao ressaltar que o desfi le é um dos eventos-teste para a Copa, que terá quatro jogos da primeira fase em Manaus, o governador afi rmou que os órgãos de segurança do Esta-do montaram todo um aparato tecnológico no sambódromo e entorno, por meio do Centro Integrado de Comando e Con-

trole Local (CCI-L), que vem sendo desenvolvido especial-mente para grandes eventos. O CCI-L monitorou todo o movimento no sambódromo e entorno por meio de 19 câmeras e inovou com duas plataformas de observação elevada, contendo oito câ-meras cada.

Segundo o secretário de Segurança Pública, Paulo Ro-berto Vital, o aparato mon-tado para Carnaval tem os mesmos moldes do que já vem sendo realizado nos ou-tros eventos-testes, como o Festival Folclórico de Parin-tins e o Réveillon, de modo a aperfeiçoar, a cada evento, a estratégia de segurança a ser utilizada durante os jogos da

Copa em Manaus. Além do monitoramento por

câmeras, foram montadas bar-reiras de triagem, onde todos que tinham acesso ao sambó-dromo eram revistados para coibir, por exemplo, a entrada de armas e outros objetos proi-bidos em locais com grande circulação de pessoas. Segundo o secretário, a Operação Car-naval, que inclui ainda bandas e blocos, o Carnaboi, entre outros eventos durante todo o período momesco, envolve mais de 6 mil pessoas trabalhando na segu-rança em todo o Estado.

APARATOO aparato montado para o Carnaval tem os mesmos moldes do que já vem sendo feito em outros eventos, como o Festival de Parintins e o Réveillon, com objetivo de aperfeiçoar a estra-tégia de segurança

Prefeito desfi la ao lado de José Aldo

Pelo segundo ano consecu-tivo, o prefeito Arthur Virgílio Neto prestigiou o desfi le das escolas de samba do Grupo Especial. Ele desfi lou na avenida ao lado do campeão amazo-nense peso pena do Ultimate Fighting Championship (UFC) José Aldo, homenageado pela Unidos do Alvorada.

Foi sob forte chuva que a es-cola do bairro Alvorada desfi lou com quatro carros alegóricos e 26 alas, levantando não só a sua torcida, como todo o público que compareceu ao sambódromo. “Estou emocionado com o calor vindo da população. O Aldo é realmente um herói, um herói do povo amazonense que ga-nhou o mundo, sendo motivo de muito orgulho para todos nós”, afi rmou o prefeito.

“Apesar de eu torcer aberta-mente pela Vitória Régia por-que, além do berço do samba, também foi no bairro Praça 14 que comecei minha carrei-ra política, este ano gostaria de ver a Alvorada ser cam-peã. O José Aldo merece esse

presente”, continuou Arthur, em tom descontraído.

Para o lutador, a noite foi de alegria por estar em sua terra recebendo o carinho de milha-res de pessoas. “Foi uma ex-periência inesquecível ver todo mundo gritando meu nome e o enredo da escola. Também foi um prazer ter o prefeito ao meu lado. Ele que sempre apoiou o esporte e me ajudou muito para chegar onde estou. Tenho muito orgulho de defender o Ama-zonas e agradeço de coração essa homenagem”, comentou Aldo, revelando que pretende prestigiar outras vezes o car-naval amazonense.

Arthur ressaltou a beleza do Carnaval de Manaus e seu potencial turístico. “Diferente-mente de outras cidades bra-sileiras, aqui em Manaus nós temos forte representação das escolas de samba e também do Carnaval de rua. A partir do próximo ano, vamos inves-tir mais na divulgação desses nossos eventos carnavalescos”, declarou o prefeito.

60 mil curtem desfi les

A operação Carnaval não registrou grandes ocor-rências no sambódromo. Durante o desfile foram detidas 17 pessoas e três adolescentes foram apre-endidos, todos por desor-dem. Nas revistas realiza-das pela Polícia Militar na entrada do centro de con-venções foram apreendidas 26 armas brancas.

Cerca de 60 mil pessoas estiveram no sambódromo na noite de sábado. Ao longo de toda a noite os carnava-lescos puderam usufruir de uma diversão sadia e segu-ra, afirmou o delegado da Polícia Civil do Amazonas, George Gomes. “A polícia se estruturou para perma-necer no Centro Integra-do de Comando e Controle para atuar quando neces-sário em qualquer tipo de ocorrência que pudesse vir acontecer no sambódromo. Mas, felizmente, não hou-ve nenhum crime e todo o trabalho preventivo foi realizado com bastante sucesso”, comentou.

A sensação de segurança estimulou a empolgação de muitos foliões que compa-receram mesmo debaixo de chuva. O corretor de imó-veis, Lauro Texeira, 61, levou toda família para assistir ao desfile das escolas. “A se-gurança está de parabéns, tranquilidade total, já rodei todo o sambódromo e não vi nenhuma confusão, paz total”, disse o folião.

Centro Integrado de Comando e Controle Local monitorou

todo o movimento no sambódromo

FOTOS: ALEX PAZUELLO/AGECOM

O prefeito Arthur Virgílio Neto, o lutador José Aldo, homenage-ado da Unidos do Alvorada, e o governador Omar Aziz mar

curtem

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10 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014

Maior evento de Carnaval no ritmo de boi-bumbá terá dez desafios de toada

Agora é CARNABOI

O Carnaboi chega à 14ª edição com a expectativa de reu-nir mais de cem mil

pessoas por dia. O evento, é aberto ao público e ocorre hoje e amanhã, no sambó-dromo, a partir de 21h, em formato inovador. Promoção do governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, a festa vai acirrar ainda mais a rixa entre os bumbás Capricho-so e Garantido, de Parin-tins, e Brilhante, Garanhão e Corre-Campo, de Manaus.

O método escolhido será o “Desafi o de Toada”, no qual dois trios elétricos terão times de itens dos bois a cada hora de apresentação, sendo um saindo de locais opostos, um da concentração e outro da ferradura, ao mesmo tempo, se encontrando no meio da pista. Lá começa o desafi o com os cabeças de chave, os artistas principais do Azul e Vermelho, com amos do boi, levantado-res de toada, apresentadores e as respectivas Marujada de Guerra e a Batucada.

O primeiro duelo do Carna-boi 2014, na segunda, dia 3, será entre a banda Garantido Show e Rafael Jr. (ferradura) e Boi-Bumbá Brilhante e Itamar Benarrós (concentração), às 21h. Na sequência, o segundo embate reunirá Carrapicho e Renato Freitas, num trio sain-do da ferradura, para enfrentar Márcia Siqueira e P.A. Chaves (concentração), às 22h10.

Os itens entram no Sam-bódromo na Segunda-Feira Gorda às 23h20, com o amo do Caprichoso, Júnior Paulain, desafi ando o amo do Garan-tido, Tony Medeiros, tendo em seguida a Marujada de Guerra saindo da ferradura, à 0h30, para fazer o “Desafi o de Toada” com a Batucada do Garantido, que sairá da concentração. A pri-meira noite do Carnaboi encerra com os trios de Carlinhos do Boi e Boi-Bumbá Corre Campo (ferradura) topando o duelo com Boi-Bumbá Garanhão e Fabiano Neves (concentração).

Última noiteA segunda noite do Carnaboi

promete ser explosiva para os torcedores. Os primeiros trios saem às 21h, com Klinger Araú-jo e Edmundo Oran (ferradura) para “pegar” os Vermelhos da Banda Kamaiura e Tuãn (con-centração). O próximo desafi o da Terça-Feira Gorda acontece a partir de 22h10, com Ha-miraldo da Mata e Robson Jr. (ferradura) fazendo embate de toadas com o Canto da Mata e Prince do Boi (concentração).

Mas será às 23h20 que os cabeças de chave dos bumbás entrarão em cena, com os de-safi os mais esperados da festa. O trio com o “Imperador” David Assayag sairá da ferradura para se encontrar com o trio do

“Uirapuru” Sebastião Júnior, que sairá da concentração. No meio da pista eles prometem soltar os mais altos timbres e todo o poder das vozes dos levanta-dores dos bois. Em seguida, os apresentadores dos bumbás de Parintins, Israel Paulain e Arlin-do Júnior, à 0h30, fazem mais uma rodada no sambódromo. O maior duelo de toadas encerrará com Edilson Santana e Márcio do Boi contra Gaspar Medei-ros e Caetano Medei- ros, a partir de 1h40.

Segundo o se-cretário de Es-tado da Cultura, Robério Braga, a ideia é movimen-tar ainda mais a festa. “Buscamos uma nova propos-ta que foi apresentada pelos bumbás e acreditamos

que, dessa forma, o Carnaboi 2014 voltará a ser sucesso de público. A mudança será para melhor”, declarou.

EstruturaNeste ano, a festa que já

é tradicional no calendário momesco, que reunirá 20 atrações em trios elétricos, terá uma megaestrutura à disposição da população para seu maior conforto e segurança. Serão 260 PMs fazendo a segurança no sambódromo.

Estarão à disposição do público 60 banheiros químicos, instalados no espaço, e 120 pessoas fi carão responsáveis pela limpeza do cen-tro de convenções. O lugar terá ainda toda a estrutura de bar-racas de bebidas, padronizadas e a operação logística e de coordenação da festa é condu-zida pela empresa Ativa Eventos.

Pelo menos cem mil pessoas são aguar-dadas hoje e ama-nhã, no sambódro-mo, para prestigiar o maior evento de Carnaval no ritmo

do ‘dois pra lá, dois pra cá’

Trios elétricos te-rão times de itens

dos bois a cada hora de apresen-

tação

ros e Caetano Medei- ros, a

tar ainda mais a festa. “Buscamos uma nova propos-ta que foi apresentada pelos bumbás e acreditamos

Trios elétricos te-rão times de itens

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SEGURANÇANeste ano, a festa terá uma megaes-trutura à disposição da população para seu maior conforto e segurança. Serão 260 PMs fazendo a segurança no sam-bódromo

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11MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014

Concurso Adulto de Fantasias, promovido pelo governo, ocorreu na noite de ontem e distribuiu mais de R$ 60 mil em prêmiosConcurso Adulto de Fantasias, promovido pelo governo, ocorreu na noite de ontem e distribuiu mais de R$ 60 mil em prêmios

Show de glamour no desfi le de fantasias

Depois do sucesso do Concurso Infantil, o Concurso Adulto de Fantasias, promovi-

do pelo governo do Amazo-nas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, foi des-taque na noite de ontem, no palco do Teatro Amazonas. Os prêmios somam R$ 60,5 mil e foram distribuídos aos vencedores das categorias Melhor Idade, Originalidade

e Luxo (feminino e mascu-lino), Melhor Casal de Mes-tre-Sala e Porta-Bandeira e Melhor Máscara.

A categoria principal, Luxo – cujas origens na cidade resgatam os primeiros Car-navais da Belle Époque no período áureo da borracha – pagou a maior premiação individual aos vencedores: R$ 5 mil, R$ 4 mil e R$ 3 mil para os três primeiros lugares

masculinos e femininos. A disputa pelo prêmio de

melhor conjunto de Mes-tre-Sala e Porta-Bandeira também foi uma das mais acirradas, uma vez os re-presentantes das escolas de samba contaram com a ri-validade e o apoio de suas torcidas. Os prêmios para as duplas foram de R$ 6 mil para o primeiro colocado, R$ 4 mil para o segundo lugar e R$ 3

mil para o terceiro. “Além das belíssimas fan-

tasias e do reconhecimento público ao talento desses artistas, a participação di-reta das escolas de samba no concurso é mais um fator para fortalecer e enriquecer o desfi le”, afi rmou o secretário de Cultura, Robério Braga.

MáscarasNa categoria Originalidade

(feminino e masculino), os critérios mais importantes a serem avaliados pelo júri popular serão a irreverência e a criatividade para explorar temas como o ano eleitoral e as críticas sociais.

Os prêmios dessa catego-ria foram de R$ 3 mil, R$ 2 mil e R$ 1,5 mil para os primeiros colocados feminino e masculino. O concurso da Melhor Idade, que a cada ano

vem ganhando a adesão de um número maior de parti-cipantes, teve temática livre e os prêmios para os três melhores colocados foram de R$ 3 mil, R$ 2 mil e R$ 1,5 mil, respectivamente.

Por fi m, a categoria de Melhor Máscara teve ape-nas um vencedor, que levou para casa R$ 4 mil pelo me-lhor trabalho apresentado durante o concurso.

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O palco do Teatro Amazonas rece-beu o concurso de fantasias da

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Desfi le da Es-cola de Samba

da Terceira Idade aconte-ceu no sábado de Carnaval

SAMBÓDROMO

Em clima de Copa do Mun-do, aproximadamente 7 mil brincantes do projeto Vidati-va promoveram o desfi le da Escola de Samba da Terceira Idade no sábado, 1º, abrindo ofi cialmente os desfi les do

Grupo Especial de Manaus no centro de convenções

(Sambódromo). O des-fi le do projeto Vida-

tiva foi promovido pelo governo do

Amazonas, por meio da Se-cretaria de Estado da

Juventude, Desporto e Lazer (Sejel) e contou com a par-ticipação da titular da pasta, Alessandra Campêlo, que do início ao fi m mostrou muito samba no pé, além do se-cretário executivo, Anderson Souza e da primeira dama do município, Goreth Garcia.

Os idosos, com muita dis-posição e alegria, se diver-tiram nas 13 alas da escola de samba: “Amazonas, Alma Brasileira”, “Sonho de Meni-no”, “Seleção”, “Campo de Fu-tebol”, “Arbitragem”, “Fuleco – Mascote da Copa”, “Em bus-

ca do Hexa”, “A Taça do Mun-do é Nossa”, “Guardiões da Copa”, “Cartolas”, “Ala Show”, “Unidos da Mesma Emoção” e “Ala dos Amigos”, com di-reito a todos os itens entre os quais Rainha do Carnaval, Rainha da Bateria, Rei Momo, Mestre Sala e Porta-Bandeira e Comissão de Frente.

Participaram da folia na “avenida do samba” os idosos que frequentam atividades sociais, esportivas e cultu-rais oferecidas gratuitamen-te pela Rede de Proteção da Pessoa Idosa, incluindo o projeto Vidativa, os centros de convivências, Caimis, gru-pos e associações de idosos e as Organizações Não Go-vernamentais (ONGs), além de entidades voltadas para a terceira idade de todas as zonas da cidade.

Emocionada, a coordena-dora do Vidativa, Lilia Albu-querque, enalteceu o empe-nho dos idosos. “Estou muito feliz, sem palavras. Todos os nossos idosos estão de para-béns, eles de dedicaram bas-tante para que este momen-

to acontecesse”, disse. O evento contou, também,

com a participação da Prefeitura de Manaus, do Conselho Estadual e Municipal do Idoso, Fórum Per-manente do Idoso e 120 grupos da tercei-ra idade de Manaus e do interior.

mil e foram distribuídos aos vencedores das categorias Melhor Idade, Originalidade

Desfi le da Es-cola de Samba

da Terceira Idade aconte-ceu no sábado de Carnaval

Em clima de Copa do Mun-do, aproximadamente 7 mil brincantes do projeto Vidati-va promoveram o desfi le da Escola de Samba da Terceira Idade no sábado, 1º, abrindo ofi cialmente os desfi les do

Grupo Especial de Manaus no centro de convenções

(Sambódromo). O des-fi le do projeto Vida-

tiva foi promovido pelo governo do

Amazonas, por meio da Se-cretaria de Estado da

Juventude, Desporto e Lazer (Sejel) e contou com a par-ticipação da titular da pasta, Alessandra Campêlo, que do início ao fi m mostrou muito samba no pé, além do se-cretário executivo, Anderson Souza e da primeira dama do município, Goreth Garcia.

Os idosos, com muita dis-posição e alegria, se diver-tiram nas 13 alas da escola de samba: “Amazonas, Alma Brasileira”, “Sonho de Meni-no”, “Seleção”, “Campo de Fu-tebol”, “Arbitragem”, “Fuleco – Mascote da Copa”, “Em bus-

ca do Hexa”, “A Taça do Mun-do é Nossa”, “Guardiões da Copa”, “Cartolas”, “Ala Show”, “Unidos da Mesma Emoção” e “Ala dos Amigos”, com di-reito a todos os itens entre os quais Rainha do Carnaval, Rainha da Bateria, Rei Momo, Mestre Sala e Porta-Bandeira e Comissão de Frente.

Participaram da folia na “avenida do samba” os idosos que frequentam atividades sociais, esportivas e cultu-rais oferecidas gratuitamen-te pela Rede de Proteção da Pessoa Idosa, incluindo o projeto Vidativa, os centros de convivências, Caimis, gru-pos e associações de idosos e as Organizações Não Go-vernamentais (ONGs), além de entidades voltadas para a terceira idade de todas as zonas da cidade.

Emocionada, a coordena-dora do Vidativa, Lilia Albu-querque, enalteceu o empe-nho dos idosos. “Estou muito feliz, sem palavras. Todos os nossos idosos estão de para-béns, eles de dedicaram bas-tante para que este momen-

to acontecesse”, disse. O evento contou, também,

Idosos também caem na folia

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12 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014

Super-heróis tomam conta de PernambucoAs ladeiras de Olinda foram “invadidas”, na manhã de ontem, por uma legião de super-heróis

Super-Homem, Ho-mem Aranha e Mulher Maravilha juntam-se a “luchadores”, guerri-

lheiros iraquianos e até black blocs nas ladeiras de Olinda, em Pernambuco. Os cearen-ses Cristiano Braga, 40, e Thomaz Edson, 25, estão co-bertos dos pés à cabeça como soldados. A alegria é tanta que o calor não importa.

“Já é a sexta vez que venho para o Carnaval aqui. Acho muito bacana. É o melhor Carnaval do Brasil”, disse o “guerrilheiro iraquiano” Cris-tiano Braga. A empresária re-cifense Natali Carvalho trouxe o marido e os fi lhos de 8 e 3 anos: uma família de super-heróis. “Eles são fascinados pelo bloco. Todos os dias es-tamos em Olinda e, à tarde,

no Recife Antigo”.Para o agrônomo francês

Jean François, que veio fanta-siado de regador, o melhor do Carnaval de Olinda é a mistura da festa. “Acho que é o encontro de todas as classes sociais, não tem discriminação”, afi rmou.

Assim como no Galo da Madrugada, sábado, 1º, o pro-grama “Mais Médicos” tam-bém foi satirizado em Olinda

ontem. Foliões vestidos de médicos traziam nas costas a palavra “cubana” com a foto de um ânus representando a primeira sílaba.

A principal atração da manhã de ontem em Olinda foi o grupo “Mucha Lucha”, formado por “luchadores” fora de forma com máscara de lutadores de luta-livre mexicanos. Num ringue ar-mado em pleno Alto da Sé, eles

desafi avam black blocs, heróis e até os jornalistas que fazem a cobertura do Carnaval. Dois repórteres foram “atacados”. Tudo de brincadeira, é claro. “Já é o sétimo ano que nosso grupo de amigos se reúne para brincar”, disse “Camondongo del Diablo”.

Banheiro VIPO bloco do xixi tem uma

novidade no Carnaval de Olinda deste ano. Além dos tradicionais banheiros químicos, há banheiros VIP instalados nas ladeiras. O folião paga R$ 10 e ganha uma pulseirinha dessas de camarote para usar o ba-nheiro por 24 horas. Os vasos sanitários e mictórios são de louça e o ambiente tem ar-condicionado.

Cantor Saulo desfi la sem cordasSALVADOR

Ivete dá indireta sobre gravidezIvete Sangalo voltou a

arrasar no Carnaval de Sal-vador, na tarde de ontem. Dessa vez no comando do Bloco Coruja, a cantora em-polgou o público com seus maiores sucessos – e tam-bém versões de clássicos de nomes como Tim Maia.

Nesse fi m de semana, voltaram os rumores que começaram em dezembro do ano passado, de que a cantora estaria grávida de

três meses. Em cima do trio elétrico, Ivete aprovei-tou o microfone para, nas entrelinhas, mandar seu recado. “O problema é que, quando a gente tem fi lho a barriga não volta mais pro lugar. Vou fazer o quê? Chorar? Não, vou cantar!”, disparou, antes de emendar com “Pra Frente”.

Para este dia de folia, Ivete escolheu uma espécie de espartilho acinturado, des-

viando os rumores e dando forma ao corpo, escondendo qualquer evidência de barri-ga, se houver. Veveta então arrancou risadas dos fãs fa-lando das imperfeições do corpo. “Vamos assumir as curvas, essas lombadas que aparecem no nosso corpo e não tem jeito”, disse. Ivete aproveitou o domingo para cantar a música do momen-to em Salvador, a tal “Lepo Lepo”, da banda Psirico.

RUMORES

Além do Galo da Ma-drugada, o Carnaval de Pernambuco tem atrações inusitadas

Uma das estrelas em as-censão da música baiana, o cantor Saulo Fernandes atraiu milhares de foliões ontem, na abertura do desfi le no circuito no Cam-po Grande, na Bahia. Pelo terceiro ano consecutivo, Saulo desfi la sem cordas, levando para a avenida uma multidão de foliões “pipoca” aqueles que não pagam pelo abadá para desfi lar.

O desfi le deste domingo foi 100% bancado por pa-trocinadores, consagrando um modelo mais democrá-tico da festa. No chão da

avenida, um grupo de cem bailarinos homenageiam “Omulu” orixá , também chamado “Obaluaê”, que, segundo a lenda, tem o sol dentro de si.

Na sua passagem pelo Campo Grande, o cantor di-vidiu os vocais com as canto-ras Gilmelândia, Mariene de Castro e a artista angolana Ary Gabriela. No repertório, clássicos da música baiana e samba-de-roda.

PipocaNa passagem pelos cama-

rotes ofi ciais, Saulo cobrou

do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), mais ini-ciativas que democratizem a folia baiana. Mas elogiou ações implantadas pelo gestor na festa deste ano. Esse é primeiro Carnaval de Saulo em carreira solo, que no ano passado deixou os vocais da Banda Eva. Sua música de trabalho, “Raiz de Todo o Bem”, é uma das mais tocadas deste ano. Na sequência da passagem de Saulo, o cantor Tomate des-fi la com o bloco Inter, e Ivete Sangalo atrai uma multidão no seu bloco Coruja.

Atração do domingo, na Bahia, o cantor Saulo Fernandes foi para o meio da galera

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Cantora Ivete Sangalo brincou com os foliões sobre os rumores de que estaria grávida

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MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014

tomam conta de Pernambuco

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Page 13: Carnaval 2014 - 3 de março de 2014

13MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014

Chuva dá uma trégua no último dia em São PauloPérola Negra, Gaviões, Mocidade Alegre, Nenê de Vila Matilde, Águia de Ouro, Império da Casa Verde e Acadêmicos do Tatuapé fecharam os desfi les

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AÇÃO

Com trégua da chuva, o segundo e último dia de desfi le das escolas de samba do Grupo

Especial do Carnaval de São Paulo foi marcado pela empol-gação do público presente no sambódromo. A plateia, visi-velmente superior ao primeiro dia e mais empolgada, vibrou com a passagem das escolas Pérola Negra, Gaviões da Fiel, Mocidade Alegre, Nenê de Vila Matilde, Águia de Ouro, Império da Casa Verde e Acadêmicos do Tatuapé. Homenagens e temas abstratos, como fé e paixão, foram os enredos escolhidos pe-las agremiações. “A Felicidade” abriu o segundo dia de desfi les de Carnaval em São Paulo. Foi esse o enredo escolhido pela Pérola Negra, primeira escola a entrar no sambódromo do Anhembi, com seus 3 mil componentes, 21 alas e cinco alegorias.

Uma pitada de preocupação, porém, deu o tom no fi nal do desfi le, quando duas integrantes da escola passaram mal de

calor, já na dispersão. Outro motivo de apreensão foi quan-do uma porta-bandeira teve parte da fantasia desfeita na avenida. Apesar do susto todos passam bem.

Foi nos primeiros toques dos tamborins da Gaviões da Fiel, que o público veio abaixo pela primeira vez no dia. Das ar-quibancadas o público acenava com bandeiras que haviam sido distribuídas pela agremiação. A escola, vertente carnavalesca da torcida do Corinthians, home-nageou o maior artilheiro das Copas do Mundo, Ronaldo Na-zário, o “Fenômeno”. A história da vida dele foi contada na ave-nida e literalmente emocionou o público presente que vibrava e cantava: “Quando a galera gritar é gol! A rede balança... é show!”. A apresentadora Sabri-na Sato, madrinha de bateria, Tatiana Minerato e Thayla

Ayala foram as musas da es-cola que teve como cereja do bolo a presença do craque no último carro alegórico. Ronal-do estava acompanhado da família e se emocionou.

Evolução Ainda empolgada pela passa-

gem da Gaviões, a plateia viu a Mocidade Alegre entrar e exaltar a fé. Terceira escola a entrar no Anhembi no segundo dia do Carnaval paulista, a agremiação tenta bater uma marca históri-ca: o tricampeonato consecutivo da folia paulista. A façanha foi alcançada pela última vez em 1988, pela Vai-Vai.

O desfi le foi altamente técnico e escola foi bem em todos os quesitos. Como de praxe, a es-cola caprichou na maquiagem e na pintura de seus componentes.

Pontos notáveis do desfi le foram suas alas core-ografadas. Ao menos

no samba, a escola reuniu o budismo,

candomblé, islamismo durante a evolução na avenida. A presiden-te da escola, Solange Bichara, passou mal no recuo de bateria e teve que ser amparada por integrantes da escola.

Quarta escola a desfi lar em São Paulo, sábado, a Nenê de Vila Matilde trouxe o amor para a passarela. Mas não qualquer amor, amores proibidos. A esco-la da Zona Leste de São Paulo recorreu à história, literatura, ao cinema e à personagens famosos para desenvolver seu enredo no Anhembi, ao longo de suas 27 alas e cinco alegorias. Chamou a atenção no desfi le o fato de a Nenê ter aberto mão de suas cores tradicionais, o azul e o branco. Dessa vez, a escola usou também tons mais vivos, como o verde, laranja, vermelho e o roxo. No único momento que a chuva ameaçou estragar a festa, a Águia de Ouro entrou na avenida. Terceira colocada no último Carnaval, a escola reproduziu no sambódromo a Bahia que serviu de ins-piração para o compositor Dorival Caymmi.

Penúltima a entrar na avenida no segundo dia do Carnaval paulista, a Império da Casa Verde le-vou para o Anhembi enre-do sobre sustentabilidade. Fiéis à causa defendida no enredo “Sustentabilidade, construindo um mundo novo”, diretores da Impé-rio desfilaram com roupas semelhantes às de garis. Já os ritmistas alterna-ram quatro fantasias di-ferentes, representando cada um dos elementos da natureza.

Além de grandiosos, os carros da escola se desta-caram por abusarem da ilu-minação. Para fazer jus ao enredo, a escola também teve o cuidado usar mate-rial reciclável em grande parte de suas alegorias

e fantasias, incluindo o tigre, símbolo da escola, que é normalmente feito em pelúcia.

O encerramento do des-

file das escolas de samba de São Paulo foi feito pela Acadêmicos do Tatuapé que cantou uma homena-gem a São Jorge. A escola

conseguiu o feito de man-ter empolgado o público do Anhembi, que ainda pulava nas arquibancadas mesmo depois de sete horas de desfiles e com os primei-ros raios de sol invadindo o sambódromo.

Antes de desfilar, com-ponentes oraram para o santo guerreiro. A cantora Leci Brandão, empunhan-do uma espada, puxou o samba-enredo da esco-la. Chamou a atenção a evolução da escola, que teve a maioria de seus integrantes com o samba na ponta da língua. Ao longo das alas da Tatu-apé, o azul e branco, as cores tradicionais da esco-la, deram também espaço ao vermelho, presente na vestimenta do santo.

Encerramento em grande estilo

TRANQUILONos dois dias de desfi le das escolas de samba do Grupo Especial no sambódro-mo do Anhembi nenhu-ma escola estourou o tempo regulamentar ou teve um de seus carros alegóricos quebrados

candomblé, islamismo durante a evolução na avenida. A presiden-te da escola, Solange Bichara, passou mal no recuo de bateria e teve que ser amparada por integrantes da escola.

Quarta escola a desfi lar em São Paulo, sábado, a Nenê de

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Gaviões da Fiel homenageou o ex-jogador

Ronaldo Nazário e empolgou os

paulistas

A Águia de Ouro repro-

duziu a Bahia que serviu de

inspiração para Dorival Caymmi

da Casa Verde e Acadêmicos do Tatuapé. Homenagens e temas abstratos, como fé e paixão, foram os enredos escolhidos pe-las agremiações. “A Felicidade” abriu o segundo dia de desfi les de Carnaval em São Paulo. Foi esse o enredo escolhido pela Pérola Negra, primeira escola a entrar no sambódromo do Anhembi, com seus 3 mil componentes, 21 alas e cinco alegorias.

Uma pitada de preocupação, porém, deu o tom no fi nal do desfi le, quando duas integrantes da escola passaram mal de

torcida do Corinthians, home-nageou o maior artilheiro das Copas do Mundo, Ronaldo Na-zário, o “Fenômeno”. A história da vida dele foi contada na ave-nida e literalmente emocionou o público presente que vibrava e cantava: “Quando a galera gritar é gol! A rede balança... é show!”. A apresentadora Sabri-na Sato, madrinha de bateria, Tatiana Minerato e Thayla

tenta bater uma marca históri-ca: o tricampeonato consecutivo da folia paulista. A façanha foi alcançada pela última vez em 1988, pela Vai-Vai.

O desfi le foi altamente técnico e escola foi bem em todos os quesitos. Como de praxe, a es-cola caprichou na maquiagem e na pintura de seus componentes.

Pontos notáveis do desfi le foram suas alas core-ografadas. Ao menos

no samba, a escola reuniu o budismo,

famosos para desenvolver seu enredo no Anhembi, ao longo de suas 27 alas e cinco alegorias. Chamou a atenção no desfi le o fato de a Nenê ter aberto mão de suas cores tradicionais, o azul e o branco. Dessa vez, a escola usou também tons mais vivos, como o verde, laranja, vermelho e o roxo. No único momento que a chuva ameaçou estragar a festa, a Águia de Ouro entrou na ameaçou estragar a festa, a Águia de Ouro entrou na ameaçou estragar a festa,

avenida. Terceira colocada no último Carnaval, a escola reproduziu no sambódromo a Bahia que serviu de ins-piração para o compositor Dorival Caymmi.

avenida no segundo dia do Carnaval paulista, a Império da Casa Verde le-vou para o Anhembi enre-do sobre sustentabilidade. Fiéis à causa defendida no enredo “Sustentabilidade, construindo um mundo novo”, diretores da Impé-rio desfilaram com roupas semelhantes às de garis. Já os ritmistas alterna-ram quatro fantasias di-ferentes, representando cada um dos elementos da natureza.

carros da escola se desta-caram por abusarem da ilu-minação. Para fazer jus ao enredo, a escola também teve o cuidado usar mate-rial reciclável em grande parte de suas alegorias

Encerramento em grande estilo

Madrinha da ba-teria da Gaviões da Fiel, Sabrina

Sato “causou” na avenida

RODRIGO DIONISIO/FRAME

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Viradouro, Acadêmicos de Santa Cruz e Unidos de Padre Miguel são destaques no Grupo A do Rio de Janeiro

O último dia de desfi les do Grupo da Série A esquentou com a pas-sagem da Viradouro.

Com o enredo “Sou a Terra de Ismael, Guanabaran Eu Vou Cruzar... Pra Você Tiro o Chapéu, Rio Eu Vim Te Abraçar”, a es-cola cantou a cidade de Niterói, chamada de Cidade Sorriso e onde a Viradouro foi fundada. O enredo de 2014 também falou da ligação de Niterói com o Rio de Janeiro, separadas apenas pela Baía de Guanabara.

Embora um dos refrões do samba fi zesse referência ao Cristo Redentor, um dos prin-cipais cartões postais do Rio, a imagem veio atrás da última alegoria em uma estrutura de plástico preta com uma fai-xa inscrita: “Mesmo proibido olhai pela Viradouro”. Era uma lembrança do carnaval da Beija-Flor de 1989, quando, proibida pela Igreja de desfi lar com uma imagem do Cristo, a Beija-Flor trouxe uma alegoria seme-lhante. Ao fi nal do desfi le, o público presente em todas as arquibancadas saudou a Vira-douro, a quinta esco-

la a se apresentar, com o grito de “É campeã!”.

Na sequência, entrou a Es-tácio de Sá que, como a Vira-douro, também já foi campeã do Grupo Especial. O enredo “Um Rio à Beira-Mar: Ventos do Passado em Direção ao Fu-turo!” mostrou a história cultural

do entorno do Porto do Rio e as perspectivas de moderni-zação do local, que passa por obras de revitalização. A escola fez uma boa apresentação e animou as arquibancadas.

A próxima foi a Acadêmi-cos de

Santa Cruz que também em-polgou o público com um des-fi le animado da agremiação da Zona Oeste. O enredo “Do Toque do Criador à Cidade Mais Saudável do Brasil: Jundiaí, uma Referência Nacional” cantou a cidade paulista. O último carro, que representava o desenvol-vimento cultural e tecnológico de Jundiaí, teve um problema mecânico que foi resolvido e não comprometeu o desfi le.

Outra escola que se apresen-tou no último dia foi a Unidos de Padre Miguel. A escola da Zona Oeste do Rio, que foi a oitava a se apresentar, trouxe o mistério para o sambódromo. O enredo “Decifra-me ou Te Devoro: Enigmas – Chaves da Vida” mostrou logo no abre-alas os mistérios cifrados de civilizações passadas. Também chamou a atenção do público o carro com uma fi gura metade humana e metade máquina, que representava a pergunta “Quem sou eu, de onde vim, para onde vou?”.

Mestre-Sala e Porta-Ban-deira da escola de samba

Tradição

A Unidos de Padre Miguel foi uma das

mais aplaudidas pelo público na Marquês de

Sapucaí

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A Tradição, escola da Zona Norte do Rio, abriu o desfi le do segundo dia do Grupo da Série A com o enredo “Sonhar com rei dá leão”, que em 1976 deu o título de cam-peã para a Beija-Flor. Com a reedição deste enredo, a agremiação homenageou a escola de Nilópolis, um dos destaques do grupo especial. Mas a Tradição, que nasceu de uma dissidência de um grupo da Portela, não dei-xou de homenagear Natalino José do Nascimento, o Natal da Portela, que veio simbo-lizado na quarta alegoria, fechando o desfi le.

A Alegria da Zona Sul foi a segunda a passar pela ave-nida e apresentou o enredo Sacopenapã. A única escola da zona sul no grupo da sé-rie A, cantou o bairro mais famoso do Rio, Copacabana. E foi justamente no carro

que representava o bairro e homenageava também Ye-manjá, a rainha do mar, que a escola teve uma perda sig-nifi cativa de pontos. A barra de direção do carro quebrou na virada da concentração para a passarela de desfi le e apesar do empenho dos integrantes, não houve jeito e o carro, que era a quarta e última alegoria da escola, fi cou fora do desfi le.

A terceira a entrar no sambódromo foi a União do Parque Curicica. A escola da Zona Oeste cantou a história da tradicional bebida brasilei-ra: a cachaça. O enredo “Na garrafa, no Brasil, Salve a Cachaça Patrimônio Cultural do Brasil” falou do lucros dos engenhos, da festa da colheita e incluiu toques de religiosi-dade com santos e entidades da umbanda.

A Caprichosos de Pilares

entrou no sambódromo com força para tentar mais uma vez voltar para o grupo espe-cial. O ex-jogador da seleção de Portugal e do Fluminense, Deco, desfi lou pela primeira vez e disse que se emocionou. “A visão, quando você está aqui na avenida, é diferente. É muito bacana”, contou.A Caprichosos escolheu como tema do desfi le deste ano a Lapa, tradicional bairro da boemia carioca. Alguns com-ponentes, no entanto, fi caram decepcionados. A fantasia de-les não chegou à avenida em tempo do desfi le.

Já com o céu claro, a Aca-dêmicos de Cubango en-cerrou o desfi le da Série A, com o enredo “Continente Negro – Uma Epopeia Afri-cana”. A torcida da escola resistiu aos chuviscos para ver a evolução dos compo-nentes da comunidade.

Homenagem à Beija-Flor de Nilópolis

DISPUTASomente uma escola de samba da Série A poderá subir para o Grupo Especial, no Rio de Janeiro, enquan-to três agremiações cairão para a Série B neste ano. Por isso, a disputa é acirrada

Escolas do Rio de Janeiro exibem a boa forma de

suas passistas

Rio empolga aténo grupo de acesso

MANAUS

Viradouro, Acadêmicos de Santa Cruz e Unidos de Padre Miguel são destaques no Grupo A do Rio de Janeiro

Rio empolga aténo grupo de acesso

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15MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2014

EDIÇÃO CÉSAR AUGUSTO OLIVEIRATRICIA CABRAL

REPORTAGENSBRUNO IZIDRO

FÁBIO OLIVEIRAHENRIQUE XAVIERIVE RYLOJUCÉLIO PAIVAMELLANIE HASIMOTORAPHAEL LOBATO

THAÍS GAMA

FOTOSDIEGO JANATÃIONE MORENORICARDO OLIVEIRA

REVISÃOAURÉLIO NETOSAARAMAR LAHAN

DIAGRAMAÇÃOLEONARDO CRUZ

MARCELO ROBERT

TRATAMENTO DE FOTOSPABLO FILARD

EXPEDIENTE

A nova musa do CarnavalO estereótipo

das atuais musas do sambódromo foi ofuscado na madru-gada de domingo, 2, na Marquês Sapucaí, no Rio. Uma mulher alta, magra, de cabeça raspada e com corpo de modelo era destaque no carro abre-alas da Caprichosos de Pilares. Era Jéssica Mara.

Vestida só com uma calcinha de renda preta embaixo do fino vestido azul, transparente ao ser molhado na alegoria que representava a “Constru-ção do Aqueduto”, no en-redo sobre a boêmia Lapa carioca, ela exibiu sensua-lidade e roubou a cena no sambódromo.

“Nossa, eu não consigo acreditar. Está demorando um pouquinho para cair a ficha. Não imaginava que iria dar esse tipo de reper-cussão. Fiz o meu papel, dei toda minha energia e

positividade. Quando saí, as pessoas falando na avenida, na rua, fiquei re-almente surpresa. Adorei. Nunca vou esquecer. A pri-meira vez a gente nunca esquece”, comemorou.

Os 56 quilos distribuídos

em 1,82 m de altura são mantidos apenas com dieta a base de proteína, salada e legumes, além de caminha-das e poucos abdominais, segundo a modelo, que já foi capa de revistas como a “Vogue”. Natural de Volta

Redonda, ela mora há 6 anos em Bonsucesso, no subúrbio do Rio, com o pai e a irmã, que trabalham na capital e voltam nos fins de semana para o interior, onde vive a mãe. “Ela assistiu ao desfi-le, adorou. Amigos de longe já falaram comigo, meu pai, minha mãe. Está sendo mui-to gostoso”, contou.

O nome artístico Mara Jay foi abandonado este ano, após a troca de agên-cia de modelos. O objetivo de Jéssica Mara da Silva, agora só Jéssica Mara, é seguir vivendo da carreira e conhecer o mundo. “Re-vistas dão visibidade, mas não dão dinheiro. Não me considero financeiramente realizada, por ser um meio complicado. Até trabalho bem, mas não me sinto re-alizada por completo. Que-ro modelar muito fora do Brasil”, diz a jovem de 22 anos que largou a faculdade de design para se dedicar ao sonho.

JÉSSICA MARA

PODEROSAOs 56 quilos distri-buídos em 1,82 m de altura são mantidos apenas com dieta a base de proteína, sala-da e legumes, além de caminhadas e poucos abdominais, segundo a modelo

A nova musa da Sapucaí diz que

tem samba no pé desde pequena

Com o refrão “Vai tremer, o chão vai tremer”, a Império da Tijuca abriu o desfi le das escolas de

samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, que contou ainda com Grande Rio, São Clemente, Mangueira, Salgueiro e Beija-Flor. A verde e branco do Morro da Formiga, que conquistou em 2013 o título do Grupo de Acesso A e o direito de desfi lar entre as agremiações do Especial, levou para a Marquês de Sapucaí o enredo “Batuk”, de autoria de Júnior Pernambucano.

Na sequência do desfi le, quem entrou na avenida foi a Acadêmi-cos da Grande Rio com enredo sobre Maricá, vista sob os olhos da cantora Maysa. “Verdes olhos de Maysa sobre o mar, no ca-minho: Maricá” comemorou os 200 anos da cidade e contou a história da produção agrícola de cana, banana e laranja e da experiência inédita dos mo-radores que levaram um trem para o município poder escoar a produção. O desfi le terminou nos anos 1970 com a chegada de Maysa à Maricá.

A terceira escola a passar pelo sambódromo, ontem, foi a São Clemente, que falou sobre a ori-gem e o cotidiano das favelas cariocas. A história foi contada a partir da Guerra de Canudos. Um carro alegórico representando um baile funk e um churrasco na laje fi zeram parte do desfi le.

A Estação Primeira de Man-gueira foi a quarta escola a entrar na Sapucaí e falou so-bre as festas brasileiras que transformam qualquer espaço aberto num grande palco. En-

tre as manifestações culturais que são feitas país afora, a verde-e-rosa apresentou a festa junina, a folia de reis, a festa da uva, o boi de Parin-tins, o congado, o Réveillon de Copacabana e a Parada Gay.

A Acadêmicos do Salgueiro foi a penúltima escola a passar pela Marquês de Sapucaí, no domingo , contando a história da criação da Terra contada a partir da energia dos quatro elementos: terra, água, fogo e ar. O enredo “Gaia, a vida em nossas mãos” falou sobre a criação do mundo desde os primórdios da huma-nidade, a partir dos povos de língua iorubá, por exemplo, que acreditam em um deus supre-mo a quem chamam Olorum. A vermelho e branco termina com uma alerta sobre a importância da preservação do planeta e contra o caos, a ganância e o poder da destruição.

A última escola a entrar na pas-sarela do samba, na madrugada de hoje, foi a Beija-Flor, vice-campeã do carnaval em 2013. A escola de Nilópolis fez uma homenagem a José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, uma das fi guras mais importantes da comunicação do Brasil. Apesar do enredo “O astro iluminado da comunicação brasileira” pres-te uma homenagem a Boni “ boninho”, a escola mostrou a evolução da comunicação desde a Mesopotâmia, onde se deu a invenção da primeira escrita que se tem conhecimento, passando pela China, onde foi inventado o papel e chegando à Grécia, terra onde a oratório e os discursos ganharam notoriedade.

Briga de ‘gente grande’ na Marquês de SapucaíImpério da Tijuca, Grande Rio, São Clemente, Mangueira, Salgueiro e Beija-Flor abriram o Grupo Especial do Rio

na Marquês de SapucaíImpério da Tijuca, Grande Rio, São Clemente, Mangueira, Salgueiro e Beija-Flor abriram o Grupo Especial do Rio

A Império da Tijuca levou a beleza da Zona Norte do Rio

para a Sapucaí

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