CARACTERIzAção...

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JUNTA DE FREGUESIA DE RAMALDE CARACTERIzAção SóCIo-DEMoGRáFICA Ramalde, uma fReguesia em peRmanente evolução!

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JUNTA DE FREGUESIA DE RAMALDE

CARACTERIzAção SóCIo-DEMoGRáFICA Ramalde, uma fReguesia em peRmanente evolução!

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Ramalde, uma freguesia em evolução!

Outrora uma freguesia eminentemente rural, Ra-malde é hoje uma freguesia inserida numa grande malha urbana do Concelho do Porto.São evidentes os sinais de desenvolvimento e mu-dança, constituindo um pólo de atracção e fixa-ção: nas vias de comunicação; na mobilidade e transportes públicos; na habitação social e resi-dencial; nas infra-estruturas básicas; nos equi-pamentos sociais, de lazer, diversão e educacio-nais; nos espaços verdes; no tecido económico, entre outros. Nem sempre o crescimento urbano tem sido factor de equilíbrio social e ambiental, pelo que se im-põe que seja acompanhado de políticas direccio-nadas para: uma inserção social compatível com um modelo de sociedade mais justa e equitativa; investimentos mais expressivos para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.A nossa prioridade política assenta na vertente so-cial: áreas como a educação, a infância, a juven-tude, o desporto e as acções e actividades com os seniores, são desígnios estratégicos consolidados, que visam uma melhor educação e formação dos jovens e sua inserção sustentada na sociedade, e uma interacção social num segmento etário que demonstra carências de sociabilização.

Manuel MaioPresidente da Junta de Freguesia

MENSAGEM Do PRESIDENTE

SUMáRIo

A — HistóRia da Jf Ramalde, P4 B — patRimónio aRquitectónio, P7 C — a evolução demogRáfica da fReguesia, P10 D — Habitação e uRbanismo, P11 E — caRacteRização da população de Ramalde, P14 F — caRacteRização do tecido empResaRial, P16 G — vida cultuRal e social da fReguesia, P17 H — síntese dos pRincipais pRoblemas sociais, P23

O documento que agora editamos procura res-ponder ás inúmeras solicitações que recebemos de estudantes, escolas, universidades e de outras entidades a pedir informação especifica sobre a freguesia de Ramalde.Aqui está sistematizada, de uma forma abran-gente, informação sobre os vários sectores da vida e da actividade de Ramalde, como o patri-mónio arquitectónico, a evolução demográfica, a habitação e o urbanismo, a caracterização da população e do tecido empresarial, a vida cultu-ral e social da freguesia e a síntese dos principais problemas sociais.Estamos convictos que com esta publicação, con-tribuiremos para que haja um conhecimento mais aprofundado da nossa freguesia, das suas poten-cialidades e limites e, deste modo, também a atrair potenciais parcerias, para se continuar a melhorar a qualidade de vida dos Ramaldenses.O tecido empresarial de Ramalde tem as suas características e potencialidades muito pró-prias, representando um factor determinante de crescimento e sustentabilidade das condições só-cio-económicas de Ramalde.

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“Vós dizeis que viva Ramalde,/não sei que graça lhe achais:/Terra de milho miúdo,/Alimento de pardais!” Claramente freguesia de fundo rural, a origem e crescimento do povoado Rranhaldy perde-se no tempo, mesmo antes da fundação da monarquia portuguesa, entre os anos de 920 e 944, altura em que os monges de S. Bento chegaram ao território. A história começaria exactamente pelo julgado de Bouças e do seu antiquíssimo mosteiro beneditino. Território este que pertenceu ao Padroado Real de D. Sancho I, doado em 1196, à sua filha D. Mafalda. Ramunhaldi, assim se denominava o território na época de D. Sancho II, constituido pelos lugares de Francos, Requezendi, Ramuhaldi Jusão e Ramuhaldi Susão (actualmente Ramalde do Meio). Até 1895, S. Salvador de Ramalde pertenceu ao concelho de Bouças, o qual integrava também S. Mamede de Infesta, Matosinhos, Foz do Douro e um conjunto de vinte povoações. Rranhaldy aparece citado, pela primeira vez, nas inquirições de D. Afonso III, de 1258. No entanto, já no ano de 1222, aparece referenciado num documento como lugar, em que a rainha D. Mafalda faz uma doação ao Mosteiro de Arouca. Situada nos limites do Porto, após a sua anexação, os lugares de Ramalde de Baixo e Ramalde do Meio eram considerados subúrbios da cidade e pouco identificados com esta. Nesta altura, a população dependia dos campos de sua grande extensão e dos seus trabalhos e hábitos agrícolas. Terra fértil para o cultivo de cereais como, milho, trigo, centeio e cevada. Terra de “milho miúdo”, tantas vezes assim apelidada. Tinha o seu ex-libris nas mulheres de Ramalde, chamadas de “Ramaldeiras”. Na altura, eram caracterizadas como muito bonitas e que se vestiam com muita elegância. A dança da freguesia… folclore, costume, tradição, cultura, história e sobretudo, singularidade! Deu-lhe César das Neves e o nome de “Ramaldeira” ou “Chula de Ramalde”. Dança esta com características próprias das “country dances”, de origem inglesa. Uma influência, dos finais do séc. XVIII e inícios do séc. XIX, originária da feitoria inglesa e respectivos magnates e, das tropas de Beresford. A chula de Ramalde, é um acontecimento especial no quadro do folclore portuense, tudo pelo seu carácter camponês que a geografia e os hábitos da freguesia lhe impuseram. Formas de vida passadas que são trazidas à memória de hoje. Tradições personalizadas nas romarias que atravessaram décadas. As principais romarias desta terra eram duas, uma que se realizava na aldeia de Requesende, a 15 de Agosto, na Igreja da Nossa Senhora do Porto e a outra, considerada a maior romaria camponesa com impacto no Porto, a tão conhecida festa da Senhora da Hora. À sua capela e à popular

População 52 000 Área Geográfica 580 hectares Limites Localizada na parte ocidental da cidade, esta freguesia é de- limitada a Norte pelo concelho de Matosi- nhos, a Sul pela fre- guesia de Lordelo do Ouro, a Este pelas fre- guesias de Paranhos e Cedofeita e a Oeste pela de Aldoar.

1. Casa de Ramalde 2. Quinta da Prelada 3. Castelo da Prelada.

A —HISTóRIA DA FREGUESIA

Fonte das Sete Bicas acorriam milhares de pessoas na Quinta-Feira da Ascensão. Ramaldenses que se deslocavam a pé, aos de fora o caminho de ferro da Póvoa assegurava a chegada dos romeiros. Mas de Ramalde camponesa maiata pouca resta. A urbanização alterou-a completamente. Começaram a “nascer” o cimento e o alcatrão, tendo o desenvolvimento urbanístico e rodoviário tomado conta da freguesia, a par da construção de zonas residenciais, industriais e claro, do incremento do comércio. A pressão demográfica e urbanística tem sido muita, mas Ramalde vai procurando manter as áreas verdes. Foi a partir de 1880 que Ramalde se tornou palco das maiores alterações. Passou de um ruralidade milenar para se “entregar” às vidas mundanas, com a implantação das indústrias, principal responsável pela mudança de organização das terras e das suas gentes e pela irreversível alteração da paisagem. No ano de 1881, surgiu o primeiro centro têxtil do então concelho Bouças, que viria a ser a freguesia de Ramalde. Existiam a laborar nesta indústria três centenas de operários e cerca de 200 teares. Vestígios desta época não faltam, principalmente no que respeita aos bairros operários de então, as chamadas “ilhas”. Tratava- se de um alojamento muito precário mas que permitia a fixação dos operários a baixo custo e que surgiu precisamente, da frequente migração de mão-de-obra que se fixavam em Ramalde à procura de trabalho. Pessoas que se passaram a dedicar à indústria e consequentemente, a abandonar os trabalhos agrícolas. Contrariamente, a classe mais alta do patronato passou a ser associada ao desenvolvimento de uma burguesia portuense industrial. A indústria têxtil predominou em Ramalde até 1960 e em “parceria” existia também a indústria metalúrgica. Por esta altura, ao centro da cidade do Porto foi entregue uma crescente terciarização, enquanto zonas periféricas como Ramalde, se tornaram espaços residenciais e onde se deu sobretudo, o crescimento do sector secundário. Neste sentido e devido ao aumento populacional, surgiram as actuais habitações sociais para substituir as tais “ilhas”. Em 1895, Ramalde foi integrado no concelho do Porto, já como freguesia. Como limites tinha a Norte o concelho de Matosinhos (Bouças), a Sul Lordelo do Ouro, a Este Paranhos e Cedofeita e a Poente Aldoar. Na freguesia de Ramalde regista-se a presença e construção de novas vias que vão gradualmente, descaracterizando a terra. Dos grandes eixos rodoviários que atravessam e permitem ligações mais rápidas dentro da cidade e entre esta e o Grande Porto, surge-nos a Estrada da Circunvalação, Avenida da Boavista, Via Marechal Carmona (via rápida) e Via de Cintura Interna.

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Paisagens que se foram transformando ao longo dos anos, passando de gerações em gerações, a transformação visual e a alteração do ordenamento do território. Prova de tempos idos assim é o conjunto de monumentos dos quais a freguesia se envaidece e orgulha. Monumentos esses inicialmente separados por extensas áreas de cultivo e que actualmente, se vêem de vistas para as tão modernas construções em altura. Mas Ramalde é uma caixinha de surpresas… terra cinematográfica, foi “cenário” da primeira empresa produtora de cinema português, Invicta Film, Lda. Com as suas instalações na Prelada, ocupava uma área de 50 mil metros quadrados. Dos seus estúdios saíram produções cinematográficas como o “Frei Bonifácio” (1918); “Rosa do Adro” (1919); “Os Fidalgos da Casa Mourisca” (1920), entre outros. Até 1924 foram produzidas importantes obras, e em 1931 cessou portas por graves dificuldades financeiras. Durante a sua existência esta série de produções só ajudaram a fazer e a enriquecer a história do cinema português. Ramalde assim se apresenta: um caso típico de uma zona rural cujo desenvolvimento se fez e se faz com a edificação de casario ao longo das entradas de acesso ao centro urbano principal. Para melhor terminar: “Dizeis que viva Ramalde, / também viva a Ramaldeira: / as saudades que eu levo / não cabem na algibeira.”

B — PATRIMóNIo ARqUITECTóNICo

casa de Ramalde Obra de Nicolau Nasoni é também conhecida por “Casa da Queimada”, por ter sido incendiada em 1809 pelas tropas francesas. Em 1747 sofreu remodelações imputadas pelo mesmo, acrescentando-lhes uma torre e o portal de entrada, pela Rua da Igreja. O seu aspecto inicial era quinhentista no entanto, o aspecto actual data do séc. XVIII. Hoje está instalada nesta casa o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR). Nos ainda terrenos da Casa passa o ribeiro que se dirige da Quinta do Rio, passado por Lordelo, até ao Douro no qual desagua frente à “Ilha do Frade”, junto ao Largo do Calém. Nas imediações da Casa Queimada, existe uma pequena aldeia de casas rústicas nas Rua e Travessa do Outeiro.

quinta da pRelada Residência setecentista dos Noronha e Meneses, com um belo portal barroco de traça de Nasoni, é uma quinta que já nas Inquirições do século XIII aparece mencionada com o nome de Pedra Lata. Edificação do italiano Nicolau Nasoni que as palavras do padre Agostinho Rebelo da Costa caracterizaram de “majestosa em grandeza, obeliscos,da entrada (que estão no Passeio Alegre), onde Nasoni utilizou, como ornamento, caracteres extraídos dos brasões dos donos da obra - as torres de Noronha e as alianças dos Menezes. No extremo da antiga alameda, no terreiro da casa, avulta o famoso chafariz do cágado. casa e capela da quinta doRio É outro do património arquitectónico da freguesia. Localiza-sejunto ao regato da ponte de pedra e da Casa do Moinho, umaconstrução agrícola com habitação, eira, instalações de produ-ção e secagem. É ponto de confluência de vários ribeiros oriun-dos do Padrão da Légua, de Arca d’Água, com passagem pelaPrelada e outro, ainda, do Seixo. Na respectiva capela existe umainscrição que diz: “Esta capela a mandou fazer o Capitam Manuelda Silva Guima(rães) A(no) D(e) 1764…”. A ponte de pedra, que se encontra junto da quinta, tem pouco mais de um metro de largura e meia dúzia de extensão. É a última ponte rural ainda dentro da cidade.

5. Casa de Ramalde 6. Quinta da Prelada 7. Casa e Capela daQuinta do Rio

4. Casa de Ramalde

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igReJa matRiz de s.salvadoR de Ramalde Datada do séc. XVIII, possui um adro que mantém uma certa “atmosfera” do passado, mas nestas novas freguesias portuenses,tem por “paisagem” as “torres” dos bairros modernos.

nova igReJa s.salvadoR de Ramalde Construída por vontade e fé do povo de Ramalde e sob o ministério pastoral do Pe. António Almiro Mendes, a nova Igreja de Ramalde foi dedicada a S. Salvador pelo Bispo D. Armindo Lopes Coelho. Inaugurada em 16 de Junho de 2002, esta Igreja é obra do Arq. Vasco Marais Soares. Edificação Moderna em betão maciço, granito, tijolo, e com o tecto em madeira, apresenta um forte aproveitamento da iluminação natural, tornando-se numa referência ao nível da estética e da acústica. O painel de azulejos do seu exterior, obra do mestre Rogério Ribeiro, retrata a história do Homem.

igReJa de nossa senHoRa da boavista Situada no foco, integra a Paróquia de N.ª Sr.ª da Boavista. Detentora de belos vitrais é da autoria de Júlio Resende. A freguesia de Ramalde tem na sua área territorial ainda mais três paróquias: a de S. Salvador (a mais an-tiga da freguesia), a do Carvalhido e a do Santissimo Sacramento.A Sacrário e a escultura que representa um Cristo crucificado, são também da autoria do mestre Júlio Resende.

igReJa de s.paulo do viso Aqui é também de se admirar uma escultura de Cristo crucificado, realizada sob a “tutela” de Júlio Resende.

fundação eng.º antónio de almeida Instituição com fins artísticos, educativos e de carácter social. Dela fazem parte um museu e salas de conferências. É palco de cursos, concertos e inúmeras exposições que vão da pintura à numismática, artes gráficas, desenho, gravura, aguarelas e fotografia. Entre 1891 e 1968 o edifício sede da Fundação foi residência do Engenheiro António de Almeida. O “Museu Eng. António de Almeida” é “expositor” de colecções de mobiliário, pintura, tapeçaria, porcelana e colecções de moedas de ouro de origem grega, romana, bizantina, francesa e portuguesa.

equipamentos de saúde Unidade de Saúde de S. Salvador Hospital da Prelada Unidade de Saúde do Carvalhido Casa de Saúde da Boavista

novas infRa-estRutuRas Nos últimos tempos, a cidade do Porto tem vindo a sofrer importantes obras de remodelação que a têm vindo a dotar de melhores condições urbanísticas e viárias. Ramalde é das freguesias que mais mudanças tem sentido, principalmente a nível das vias de comunicação, um dos vectores mais decisivos da actualidade das grandes urbes. Sob o pretexto do Euro 2004, significativas intervenções tiveram lugar, não só no próprio Estádio do Bessa (Boavista F.C.), como também em toda a área envolvente e de acesso a um dos palcos desta competição. A cidade, e a freguesia de Ramalde em particular, ficou com um novo e moderno traçado viário, complementando o anterior e resolvendo alguns problemas de trânsito e de comunicação entre várias zonas locais. Simultaneamente, surgiu por fim o tão aguardado Metro, que serve há já algum tempo a freguesia de Ramalde, e que presentemente pára em três estações distintas – Ramalde, Francos e Viso –, comunicando com cada vez mais pontos da cidade e arredores e conquistando a aderência da população, que o vai incluindo aos poucos na sua rotina quotidiana. Todas estas novas infra-estruturas ramaldenses convivem lado a lado com as suas marcas do passado, representando o futuro auspicioso de uma freguesia em pleno desenvolvimento e na senda do progresso…

lado esqueRdo8. Igreja Matriz de S.Salvador de Ramalde 9. Nova Igreja S.Salvador de Ramalde 10. Igreja de Nossa Senhora da Boavista 11. Igreja de S.Paulo do Viso 12. Fundação Eng.º António de Almeida

lado diReito13. Hospital da Prelada 14. Casa de Saúde da Boavista 15. Escola Fontes Pereira de Melo 16. Estádio Bessa

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A freguesia de Ramalde abrange uma superfície de 5,68Km2 e integra-se no grupo das sete freguesias da cidade do Porto, designada como perife-ria exterior (Aldoar, Campanhã, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Nevogilde, Paranhos e Ramalde). Deste conjunto de freguesias Ramalde é uma das que, desde 1981, apresenta maior densidade populacional – aproximada-mente 6650 habitantes por Km2.1

Ramalde foi, aliás, e de acordo com os dados estatísticos disponibilizados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) a única freguesia do concelho do Porto a apresentar uma variação positiva da população, de 3,9% (1347 habitantes) no período compreendido entre 1991-2001, contrariando a tendência de decréscimo populacional verificada em todas as restantes freguesias da cidade. (Vd. Quadro)

Evolução dEmográfica no concElho do Porto (1991-2001)

1 Segundo os resultados dos Censos 2001

C — A EvoLUção DEMoGRáFICA DA FREGUESIA

Ramalde constitui-se, assim, como a única freguesia a escapar ao êxodo populacional registado na última década no concelho do Porto. De resto, esta é uma tendência que se tem vindo a acentuar desde 2001. De acordo com a informação que esta Junta de Freguesia tem disponível, estima-se que residam na freguesia cerca de 53.000 pessoas, o que a confirmar-se, se traduz num crescimento populacional muito acentuado ocorrido nos últimos anos, resultante dos novos aglomerados habitacionais e das cor-recções aos Censos 2001.

Da análise do quadro ressalta, ainda o facto de a freguesia de Ramalde em 2001 ser a terceira mais populosa do concelho, sendo, a este nível, suplan-tada, apenas, pelas freguesias de Paranhos e Campanhã, sendo que Para-nhos é resultante do Pólo Universitário e respectivas residências.

D — HABITAção E URBANISMo

No início da industrialização de parte da freguesia, (designada como zona em-presarial do Porto) a habitação operária designava-se por “ilha”, alojamento muito precário, mas que permitia a fixação a baixo custo das rendas. Estas “ilhas” eram também a única alternativa para uma incipiente classe operária cujo poder de compra era muito baixo, dada a prática corrente de baixos salários no início da industrialização - princípio do século XX. Por fim, no plano de melhoramentos da cidade (1956) e, depois do plano direc-tor municipal (1962), a freguesia de Ramalde perde definitivamente a sua face rural e torna-se num espaço preferêncialmente destinado à função residencial e ao sector secundário, e mais tarde do terciário.

Os Planos indicados fizeram evoluir o centro da cidade para uma progres-siva terciarização enquanto as zonas periféricas, como a freguesia de Ra-malde, passaram a funcionar como espaços residenciais e de crescimento do sector secundário e mais tarde do terciário.

FREGUESIAS — População Residente

Aldoar BonfimCampanhaCedofeitaFoz do DouroLordelo do OuroMassarelos MiragaiaNevogilde Paranhos RamaldeSanto IldefonsoSão NicolauSéVitória

PORTO

1991

15.07934.49749.10732.06612.23122.4219.3364.7715.756

50.90636.30014.4313.9577.3434.271

302.472

2001

13.95728.57838.75724.78412.23522.2127.7562.8105.257

48.68637.64710.0442.9374.7512.720

263.131

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BAIRROS SOCIAIS MUNICIPAIS CampinasCentral de FrancosFrancosChouposRamaldeAgrup. Habitacional do Viso (Per Viso)

TOTAL

No que diz respeito aos espaços residenciais surgem novas realidades ha-bitacionais que, de certo modo, pretendem substituir as “ilhas” da primeira fase: as habitações sociais. Este tipo de habitação pretende dar resposta ao aumento populacional da cidade, numa época em que se põe em prática uma política de transferência de sectores de população do centro da cidade para a periferia, especialmente os que provêm de zonas degradadas. A ha-bitação social marca profundamente a ocupação na freguesia de Ramalde que se organiza fundamentalmente a partir da década de 60.

existem em Ramalde os seguintes aglomeRados Habitacionais sociais:Bairros sociais da frEguEsia dE ramaldE

Construção

196519811967199819762001

N.º Fogos

90013252224

272252

2.102

BAIRROS SOCIAIS IHRU (EXIGAPHE) PereiróRamalde do MeioViso (primitivo) Bairro do Viso

TOTAL

Construção

1979197919651977

N.º Fogos

80160310535

1.085

BAIRROS CTT/CMP CTT

Construção

1956

N.º Fogos

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Há outros aglomerados habitacionais com características próprias a saber: Bairro de Santo Eugénio; Bairro dos Castelos; Torres de Santa Luzia; Bairro da Vilarinha; Bairro de Ramalde (Choupos); Bairro da Previdência; Cidade Cooperativa da Prelada; Blocos Residenciais da Prelada, Casas da Associa-ção de Moradores da Zona de Francos, Conjunto Habitacional de Augusto Gil e Bairro da Fundação dos Armazenistas de Mercearia.Apesar do Plano Director Municipal de 2006 apontar para a criação de um espaço verde público na Zona da Prelada, assistimos recentemente ao encerramento do Parque de Campismo da Prelada, o que nos deixa apreensivos.

Encontramos, ainda, habitação privada mas degradada, as denominadas “ilhas” nas zonas de Pedro Hispano, João de Deus, Francos, Ramalde do Meio, Requesende, Pereiró e Pedro de Sousa e envolvência.

Em contrapartida existem áreas residenciais de qualidade: Avenida da Bo-avista, Zona Residencial da Boavista (Foco) e Avenida de Antunes Guima-rães, Requesende, Vasco Valente, Mota Pinto etc.

Finalmente, pode considerar-se que existe um outro tipo de construção presente na freguesia representada pelas cooperativas de habitação: Ci-dade Cooperativa da Prelada inaugurada em 22 de Julho de 1993. Trata-se de uma união de cooperativas: “As Sete Bicas”, “Ceta”, “Hazal”, “Por-tocoop”, “Santo António das Antas”, “Santo Ildefonso”, “Solidariedade e Amizade”, e a “Nova Ramalde” que contempla um total de 8 Cooperativas Habitacionais. Recentemente esta área residencial ficou ainda mais valo-rizada, com a criação de um jardim que permite à população usufruir de um espaço de lazer qualificado.

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A freguesia de Ramalde apresentava segundo os Censos 2001 um total de 37.647 indivíduos residentes o que representa 14,31% do total de popula-ção residente no concelho do Porto. (263.131 indivíduos).

gRáfico 1. população de Ramalde segundo o géneRo fontE: inE (cEnsos 2001)

No que concerne ao género, e conforme se pode verificar no gráfico 1, re-gista-se na freguesia de Ramalde uma reduzida sobre-representação do sexo feminino (53,79%) relativamente ao sexo masculino (46,21%).

Relativamente ao indicador idade, Ramalde apresenta uma estrutura etá-ria muito semelhante àquela que caracteriza o concelho no qual se en-contra inserido.

Da análise do gráfico 2, e no que concerne à freguesia de Ramalde, ressal-ta, sobretudo, o facto de mais de metade da população – 55,24%, se situ-ar no escalão etário compreendido entre os 25 e 64 anos, acompanhando a própria tendência geral do concelho. Se por um lado, a forte presença de população com esta idade pode indiciar a existência de uma alargada

2 Fontes. INE, Censos 2001 e “ Diagnóstico Social Local” Exército de Salvação, 2006.3 Fonte: INE, Censos 1991

massa populacional potencialmente activa, por outro lado, a curto-médio prazo coloca o problema da tendência cada vez mais acentuada para o en-velhecimento da população. A este propósito será importante referir que no período decorrente entre 1991 e 2001 a população idosa em Ramalde aumentou substancialmente, uma vez que em 1991 representava 13,8%3 da população da freguesia para em 2001 passar a ter um peso de 17% na estrutura etária da mesma.

Apesar desta tendência crescente para o envelhecimento da sua popu-lação, Ramalde ainda apresenta um menor número de população consi-derada idosa (65 ou mais anos) quando em comparação com os valores registados no concelho do Porto.

gRáfico 2. estRutuRa etáRia da fReguesia de Ramalde / concelHo do poRto fontE: inE (cEnsos)

< 14 anos15 — 24 anos25 — 64 ano> 65 anos

Porto

13,1%14,0%53,5%19,4%

< 14 anos15 — 24 anos25 — 64 ano> 65 anos

Ramalde

14,8%13,0%55,2%17,0%

E — CARACTERIzAção DA PoPULAção DE RAMALDE 2

Sexo MasculinoSexo Feminino

46%54%

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Não sendo possível uma caracterização muito rigorosa do tecido empresarial da freguesia de Ramalde, importará, no entanto, fazer algumas constata-ções que nos parecem significativas. Nomeadamente o facto de a freguesia de Ramalde em termos de dinâmica económica e empresarial beneficiar na sua localização na parte oriental da cidade, o que permitiu a instalação na freguesia de um pólo de desenvolvimento industrial, que, naturalmente, se foi diversificando, até se transformar numa enorme zona empresarial abrangendo a mais vasta gama de todas as actividades. (denominada Zona Industrial do Porto). Paralelamente, a freguesia de Ramalde apanha ainda uma zona da Avenida da Boavista também ela caracterizada pela existên-cia de um conjunto alargado de empresas essencialmente dedicadas ao comércio e à prestação de serviços.

Desta forte presença empresarial na freguesia, e ainda que não existam dados concretos que o comprovem, poderão ser retirados indicadores que indiciem a existência na freguesia de Ramalde de índices positivos de oferta de trabalho.

Por proposta desta Junta de Freguesia, ficou consagrada no Plano Director Municipal, a criação em Ramalde da Zona Empresarial do Porto, que per-mitirá a requalificação urbanística desta área e aliar o emprendedorismo à inovação tecnológica e à investigação científica.

Relativamente à distribuição da população empregada da freguesia pelos diferentes sectores de actividade, registe-se que o número de indivíduos que trabalham no sector primário é praticamente nulo (nos Censos de 91 eram apenas 55) e os traços culturais dessa ruralidade quase se perde-ram, sendo desconhecidos entre a população mais jovem. Actualmente, 61,6% da população trabalha no sector terciário, enquanto que 38,4% se dedicam a actividades do sector secundário.

4 Texto retirado do documento “ Diagnóstico Social Local”, Exército de Salvação, 2006

a inteRvenção da Junta de fReguesia nesta veRtente, associa a cultuRa ao lazeR e divide-se em tRês áReas — Actividades culturais promovidas pela própria autarquia; — Apoio e envolvência em actividades das associações e instituições; — Participação em iniciativas das instituições.

1. equipamentos da fReguesia

1.1. BiBliotEca — musEu “ agostinho da silva”, da Jf ramaldESão objectivos essenciais desta Biblioteca: — Preparar as crianças/jovens para a frequência das Bibliotecas;— Desenvolver no utilizador competências e hábitos de trabalho baseados na consulta, tratamento e produção de informação;— Fomentar o gosto pela leitura como instrumento de trabalho, de ocu-pação de tempos livres e de prazer, contribuindo para o desenvolvimento cultural dos utilizadores e combate à iliteracia;— Promover actividades de Animação/Formação em articulação com to-dos os elementos da comunidade educativa e em condições específicas com outros elementos da sociedade.

1.2. dEsPorto, Educação E cultura1.2.1. aEc actividadEs dE EnriquEcimEnto curricular“As escolas, no desenvolvimento do seu Projecto Educativo, devem propor-cionar aos alunos actividades de enriquecimento do currículo, de carác-ter facultativo e de natureza eminentemente lúdica e cultural, incidindo, nomeadamente, nos domínios desportivo, artístico, científico e tecnoló-gico, de ligação da escola com o meio, de solidariedade e voluntariado e da dimensão europeia na educação” (Art. 9º, Decreto-Lei nº 67/2001, de 18 de Janeiro). A Junta de Freguesia de Ramalde, através do Gabinete de Educação, Ju-ventude e Desporto, assumiu, sinal de uma atitude pioneira e inovadora, a responsabilidade pela gestão e implementação do programa AEC, tem como missão garantir que todos os alunos das EB1 de Ramalde têm aces-so às Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), como previsto no despacho 12 591/2006 (2.ª série). Os nossos objectivos gerais são: Contri-buir para que as AEC aumentem as competências dos alunos e assegurar a 100% os tempos das AEC.

F — CARACTERIzAção Do TECIDo EMPRESARIAL 4

(ACTIvIDADES SoCIo-ECoNóMICAS MAIS RELEvANTES DA JF RAMALDE) G — vIDA CULTURAL E SoCIAL DA FREGUESIA

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As ofertas são constituídas pelo Ensino do Inglês, pela Actividade Física e Desportiva (que inclui a Natação/Xadrez para os 3º e 4º anos), pelo ensi-no da Música e pelas Expressões (bé-á-bá.pt e matemagicando para os 1º e 2º anos).No presente ano lectivo deu-se uma importância acrescida da compo-nente lúdica na planificação das actividades, transformando-se o bé-á-bá.pt e o matemagicando em oficinas de expressão dramática e plástica, respectivamente.

1.2.2. aPoio à famíliaA grande importância do apoio às famílias antes e após as actividades curri-culares e antes e após as AEC, bem como nos períodos de interrupção lectiva, leva-nos a proporcionar esta componente no ano lectivo de 2007/08.As actividades propostas em todas as EB1 em regime normal são: Estudo Acompanhado e Dança; em regime extra Informática, Natação e Karaté. Em algumas EB1 realizam-se ainda outras como: Futebol, Hóquei e Teatro.

1.2.3. camPos dE fériasSempre que as aulas são interrompidas, a Junta avança com a realização de Campos de Férias, cumprindo com a expectativa da comunidade es-colar: ou seja, proporcionar aos alunos momentos de diversão e formação em tempo de “férias”. Durante o ano lectivo decorrem o Campo de Férias de Natal, Campo de Férias do Carnaval, Campo de Férias da Páscoa, Cam-po de Férias “Ramalde em Férias, o Campo de Férias “Ramalde, Desporto de Verão” e o Campo de Férias de Setembro, “No regresso às aulas… vais ter muitas surpresas”.

1.2.4. Programa otlJ (ocuPação dos tEmPos livrEs JovEns)Uma das muitas preocupações da Junta é a ocupação dos tempos livres dos jovens com actividades levadas a efeito por nós nas escolas ou nou-tros espaços. O programa OTLJ refere-se às actividades promovidas pela Junta em parceria com os Agrupamentos e, em alguns casos, com as As-sociações Desportivas. Estas actividades são essencialmente de natureza lúdica - desportiva e realizam-se sob a forma de encontros desportivos: Encontro Gira-Volei, Encontro Hóquei em Campo; Inter - Escolas de Fu-tebol, Encontro de Basquetebol e Dia Mundial da Criança.

1.2.5. consElho consultivo da JuvEntudE dE ramaldEO Conselho Consultivo da Juventude é um organismo integrado na Presi-dência da Junta de Freguesia de Ramalde, e que tem como objectivo tornar efectiva a participação dos jovens de Ramalde, no bem-estar e na melhoria da qualidade de vida da população jovem da Freguesia. Compete - lhe apresentar e desenvolver estudos, pareceres e sugestões sobre as mais diversas temáticas directamente relacionadas com a po-pulação jovem da nossa freguesia, designadamente nas áreas desportiva, cultural, social, económica, científica e tecnológica. Criado em Março de 2007 é composto pelo Presidente da Junta, pelo Vogal da Junta com funções na área da Juventude, por representantes dos estu-dantes das escolas secundárias (privadas ou públicas), um representante das juventudes partidárias das forças políticas concorrentes nas últimas eleições autárquicas para Assembleia de Freguesia, um representante de cada grupo de jovens constituído no âmbito de congregações religiosas e um representante jovem de cada associação desportiva, recreativa ou cultural da freguesia.

1.2.6. consElho consultivo da Educação dE ramaldEA criação deste Conselho, em Setembro de 2007, tem por finalidade o acon-selhamento ao Presidente da Junta, irá envolver toda a comunidade edu-cativa e seus agentes, entidades ou seus representantes, com especial destaque para as escolas e seu pessoal docente e não docente, pais ou encarregados de educação. È composto por todos os estabelecimentos de ensino privado da freguesia, interagindo-se as políticas, experiências e qualidade dos dois sistemas: publico e privado. Assim, este Conselho Consultivo da Educação irá direccionar a sua inter-venção como órgão consultivo, na avaliação e na formulação de propostas com um objectivo: a melhoria das condições de ensino, formação, sociais e de instalações das nossas escolas. O Conselho é presidido pelo Presidente da Junta, e íntegra, também, a Pre-sidente da Assembleia de Freguesia e um representante de cada partido com assento na mesma.

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1.2.7. ProJEcto raizO Projecto Raiz é um projecto de intervenção comunitária dirigido às crianças e jovens dos bairros de Ramalde e das Campinas da Freguesia de Ramalde. Este projecto é financiado pelo Programa Governamental “Escolhas” des-de 2004, e foi criado por um consórcio constituído pelas instituições mais importantes da freguesia de Ramalde.

1.2.7.1. o consórcio Entidade promotora e gestora – Obra Social do Sagrado Coração de Maria (Colégio de Nossa Senhora do Rosário).

As restantes entidades parceiras – Junta de Freguesia de Ramalde, Agru-pamento de Escolas do Viso, Universidade Católica Portuguesa – Faculdade de Educação e Psicologia, Paróquia de Ramalde, Associação de Solidarie-dade e Acção Social de Ramalde e o Centro Desportivo, Cultural e Social do Bairro das Campinas.

1.2.7.2. Eixos fundamEntais da intErvEnção do ProJEcto:Educação/formação dE JovEns – Dinamização de acções estruturadas que possibilitem às crianças/jovens desenvolver competências pessoais, sociais e relacionais facilitadoras dos seus percursos escolares, formativos e/ou profissionais, promovendo processos de mudanças comportamentais positivos e contribuindo para a construção de projectos de vida.ocuPação dos tEmPos livrEs dos JovEns – Ocupação dos tempos livres das crianças/jovens de uma forma saudável, prevenindo a sua participação em percursos e comportamentos desviantes, e fomentando a aquisição de competências pessoais e sociais de uma forma lúdico - pedagógica.mEdiação familiar — Promoção de um contacto regular com as famílias das crianças/jovens, mediando as relações destas com os seus filhos e di-namizando acções interactivas entre ambos. Pretende-se, igualmente, incentivar a participação activa das famílias no processo de crescimento e educação dos seus filhos, co-responsabilizan-do-as neste processo.

1.2.7.3. actividadEs Centro de estudos; centro de informática; apoio escolar individual; equi-pa de rua; orientação vocacional; apoio à inserção na vida activa, Oficinas (Fotografia, audiovisual, desporto, expressão plástica, expressão dramá-tica, educação cívica, música e escolar de adultos), grupo do ar livre, me-diação familiar, formação parental, entre outras.

1.2.7.4. os dEstinatários O projecto envolve cerca de 150 crianças/jovens nas suas actividades, jun-tamente com um trabalho específico destinado às famílias destas crianças/jovens, um trabalho que envolve 30 famílias, com elas e para elas.

1.3. Programa ocuPação dos tEmPos livrEs sEniorEs (otls) E outras actividadEsCom o objectivo de proporcionar à população sénior uma vida activa, dando-lhes maiores possibilidades de criarem novas amizades, de manterem laços com a comunidade e de contactarem com pessoas de todas as idades, redu-zindo-se, assim, a solidão e a exclusão social, a Junta de Freguesia, através do seu Gabinete de Serviço Social e Psicologia tem em curso um programa denominado OTLS (Ocupação dos Tempos Livres Seniores). Do mesmo constam actividades tão variadas como a Ginástica, Hidroginás-tica; Cursos de Informática; Curso de Desenho; Danças de Salão; Sessões de Teatro; Visitas Temáticas, Bricolage entre outras. Qualquer sénior recense-ado e residente na freguesia pode inscrever-se nas mesmas. Desenvolvemos, igualmente, um trabalho articulado com os Centros de Convivo e de Dia onde, para além, do apoio à realização do seu passeio anual, realizam-se algumas iniciativas, como a Exposição dos Trabalhos, os Encontros Inter-Centros e o Dia do Ambiente. Para além, das iniciativas acima referidas organizamos igualmente outras, que importa salientar: o Dia do Sénior, o Almoço de Natal, e as idas ao Teatro.

1.4. coro infantil E JuvEnil dE ramaldEÉ formado por crianças e jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos. Trata-se de um projecto pioneiro criado por esta autarquia cujo objectivo é criar hábitos de iniciação e de canto na população infantil e ju-venil da freguesia. Iniciou a sua actividade este ano e tem já alguns con-certos no seu currículo. È dirigido pela maestrina Lígia Castro. Os ensaios são no Salão Nobre da Junta, dentro do seguinte horário: Segundas - feiras das 18h30 às 19h30 e Quintas-feiras das 18h30 às 19h30.

1.5. outros EvEntos culturaisA Junta organiza igualmente eventos, como conferências, colóquios, se-minários e concertos, dirigidos à população em geral.Assim, para além da organização de iniciativas, destaca-se a criação de espaços para eventos culturais como o salão nobre no edifício novo, e sala de formação que apetrechados dos meios tecnológicos adequados, per-mite a realização de exposições de âmbito variado.

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1.6. movimEnto associativoO movimento associativo é também uma das referências culturais mais importantes da nossa freguesia, produto da capacidade empreendedora e solidária dos ramaldenses, desde o século XIX até à actualidade. O movi-mento associativo, com as suas expressões multifacetadas – realiza uma variedade imensa de iniciativas, de carácter desportivo, cultural e social. Ao nível cultural são de destacar actividades como o folclore, o teatro, ex-posições, a organização debates e colóquios, A Junta de Freguesia ao longo dos últimos anos tem desenvolvido uma coo-peração intensa com as colectividades, potencializado as iniciativas através do partenariado que com as mesmas envolvendo apoio financeiro, técnico e logístico, com destaque para o Festival de Teatro AMASPORTO, promovido pela Companhia de Teatro de Ramalde da Associação Conjunto Dramático 26 de Janeiro e para o Rancho de Folclórico de Ramalde.

1.7. qualidadE dE vida (oBsErvatório dE ramaldE)A qualidade de vida dos cidadãos é uma dimensão da nossa politica au-tárquica que tem merecido a nossa atenção em áreas como o ambiente, mobilidade e segurança. No sentido de monitorizar permanentemente a situação da freguesia nas áreas acima referidas, entre outras, foi criado o Observatório de Ramalde.

árEas dE intErvEnçãoÉ da competência do Observatório pronunciar-se sobre os aspectos re-lativos à qualidade de vida da Freguesia de Ramalde e nomeadamente: Ambiente e Espaços Verdes; Mobilidade; Segurança; Iluminação, Limpeza e Águas do Porto; Via Pública; Sinalização de veículos abandonados e ou-tros factores relativos à qualidade de vida urbana;

O Observatório de Ramalde elabora, no âmbito do seu funcionamento, re-latórios regulares sobre a situação da freguesia nestas áreas e mantém o diálogo e acompanhamento das restantes entidades com competências na gestão urbana.

Cerca de 38% da população vive em bairros de habitação social. Os mes-mos foram concebidos sobretudo como espaços habitacionais, e não como conjuntos residenciais. Este modelo habitacional, produto das políticas pú-blicas de habitação, não contemplou como prioritária a integração sócio-espacial da população. Estes factos constituem um factor preponderante na génese das situações de exclusão social e marginalidade. Alguns dos problemas oriundos destes contextos sócio habitacionais, que afectam directamente a população jovem são: os baixos níveis de escolaridade; elevadas taxas de insucesso; abandono e absentismo escolar; redes de socialização limitadas ao espaço do bairro e a própria configuração espa-cial destes conjuntos habitacionais.

Refira-se que em alguns destes bairros a população até aos 30 anos atin-ge cerca de 50% da população total com preponderância para as crianças e jovens até aos 18 anos.Passamos a caracterizar os problemas base, que em nosso entender, cons-tituem factores de risco social nestes agregados habitacionais:

1. ProBlEmas BasE 1.1. Redes de socialização limitadas ao espaço do bairro e centrada no grupo de pares, cujos padrões de comportamento são desviantes por au-sência de vivências mais diversificadas e de interacção social com a co-munidade envolvente. 1.2. Comportamentos anti-sociais. 1.3. Ausência de interiorização de valores dominantes da vida em socie-dade, que permitam a definição de um projecto de vida estruturado e com um horizonte temporal e alargado. 1.4. Contextos familiares disfuncionais.

2. caractErização do ProBlEma (tEndEncialmEntE quantificado E qualificado)2.1.. Em alguns destes Bairros, 60% da população não sai do bairro ao fim-de-semana. Os tempos livres são ocupados com televisão e rádio. O período de férias é passado em casa e não existe tradição de actividades de carácter comunitário; as crianças e jovens fazem a sua aprendizagem social na rua (bairro).

H — SíNTESE DoS PRINCIPAIS PRoBLEMAS SoCIAIS

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2.2. Mais de 60% da população residente nos bairros identifica, como prin-cipais problemas, o alcoolismo, a falta de segurança, a criminalidade, a falta de civismo na manutenção da limpeza e higiene pública.2.3. Verifica-se que, por influência dos meios de comunicação de massa, a população assume no seu quotidiano a satisfação de interesses imediatos, não revelando capacidades de elaborar e gerir projectos de vida a longo prazo, alternativos ao dia a dia.2.4. Existência de troca de papeis familiares, um conjunto significativo de fa-mílias monoparentais, gravidez precoce (superior à média nacional), sobre-lotação habitacional, o que se reflecte nas relações com os educandos.

3. Causas Prováveis3.1. Influência negativa do grupo de pares; insuficiência económica; re-presentações sociais negativas da comunidade envolvente em relação ás pessoas oriundas dos bairros e vice-versa; isolamento social decorrente da configuração social dos bairros.3.2. Desocupação sistemática originada pelo absentismo/abandono escolar e pela não inserção no mercado de trabalho; não interiorização de valores sociais de respeito pelo outro, pela propriedade privada e pública.3.3. Absorção acrítica dos conteúdos valorativos dos “media”; Desejo de ascen-são social imediata sem estrutura pessoal e familiar consistente; reprodução dos modelos de comportamento negativos de carácter geracional.3.4. Valores educacionais/modos de vida caracterizados pela não con-formidade ao modelo familiar dominante; ausência de condições habi-tacionais; défice de competências relacionais/parentais; fracas práticas comunicacionais caracterizada pela não manifestação de afectos; baixa auto estima.

4. GruPos da PoPulação mais afeCtados4.1. Crianças e jovens.4.2. Crianças e jovens.4.3. Jovens e famílias.4.4. Crianças jovens e famílias.

PodEmos ainda acrEscEntar dE um modo rEsumido, um outro conJunto dE fEnómEnos sociais quE tamBém afEctam a nossa frEguEsia dE ramaldE

1. A proliferação de habitação privada degradada na Freguesia.2. À semelhança da Cidade, a Freguesia apresenta uma acentuada tendên-cia para o envelhecimento da sua população.3. Existência na Freguesia, de um alargado estrato da população com bai-xos níveis de qualificação escolar e profissional.4. O Desemprego na Freguesia, afecta fundamentalmente a população adul-ta, entre os 35 e 54 anos e com baixos níveis de qualificação escolar.5. Escassez de equipamentos e serviços direccionados sobretudo para a infância (principalmente creches) e para a população idosa.6. Tráfico e consumo de substâncias psicoactivas, com maior prevalência nos bairros sociais e nos espaços de diversão nocturna.7. Situações de pobreza e exclusão social, em 2006 eram 1670 os benefici-ários do Rendimento Social de Inserção (R.S.I).