CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA MARINHA E AVALIAÇÃO DO...

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CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA MARINHA E AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS ATIVIDADES ANTRÓPICAS E DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO SOBRE OS SEDIMENTOS DA PLATAFORMA CONTINENTAL DO ESTADO DE SERGIPE E SUL DO ESTADO DO ALAGOAS ARIADNA CRISTINA GOMES BARBOSA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Sergipe como um dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Química Orientador: Dr. Carlos Alexandre Borges Garcia SÃO CRISTÓVÃO - SE Agosto – 2010

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CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA MARINHA E AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS ATIVIDADES ANTRÓPICAS E DE EXPLORAÇÃO DE

PETRÓLEO SOBRE OS SEDIMENTOS DA PLATAFORMA CONTINENTAL DO ESTADO DE SERGIPE E SUL DO ESTADO DO

ALAGOAS

ARIADNA CRISTINA GOMES BARBOSA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Sergipe como um dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Química

Orientador: Dr. Carlos Alexandre Borges Garcia

SÃO CRISTÓVÃO - SE

Agosto – 2010

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ARIADNA CRISTINA GOMES BARBOSA

CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA MARINHA E AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS ATIVIDADES ANTRÓPICAS E DE EXPLORAÇÃO DE

PETRÓLEO SOBRE OS SEDIMENTOS DA PLATAFORMA CONTINENTAL DO ESTADO DE SERGIPE E SUL DO ESTADO DO

ALAGOAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Sergipe como um dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Química

Orientador: Dr. Carlos Alexandre B. Garcia

SÃO CRISTÓVÃO - SE

Agosto – 2010

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“Que os nossos esforços desafiem as impossibilidades. Lembrai-vos que as grandes proezas da história foram conquistadas do que parecia impossível” Charles Chaplin “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3:17)

Dedico esta conquista:

A Deus por seu infinito amor. A minha família linda por ser meu

porto seguro e pelo amor sem medida. Ao meu esposo Anderson pelo

incentivo e amor.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela oportunidade de aprender a viver e agradecer àqueles que

proporcionam a alegria da vida.

Aos meus pais e amigos Antônio Aurélio Barbosa e Elizabeth Gomes

Barbosa pelo apoio, amizade, carinho e por nunca terem medido esforços para

tornar meus sonhos realidade.

Aos meus irmãos Maria Isabel, Marcos e Aurélio pelo carinho e amizade.

Ao meu esposo Anderson pelo amor e dedicação.

À Universidade Federal de Sergipe, pela oportunidade de realização

deste curso.

À FAPITEC, pelo suporte financeiro da pesquisa.

Ao professor Carlos Alexandre Borges Garcia, pela oportunidade a mim

dada, pela orientação e paciência;

Aos professores José do Patrocínio, Elisangela, Ruth e Renan pelas

sugestões preciosas;

Ao meu irmão professor Aurélio Vaz de Melo da UFT pelos

ensinamentos valiosos;

Aos professores (as) da pós-graduação da Universidade Federal de

Sergipe, pelos conhecimentos adquiridos;

A galera do LQA Ana Carla, Adnívia, Jeferson, Cintia e Érica que sempre

estiveram dispostos a ajudar;

Às minhas tias Ester, Graça Pimenta, Terezinha, Carla, Mariza pela

amizade e confiança.

Aos meus tios Ladinho, Joel, João, Anderson, pela confiança e apoio.

Enfim, a todos aqueles que, de alguma forma, auxiliaram na realização

deste trabalho, o meu reconhecimento e a minha gratidão.

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SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS i

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ii

LISTA DE TABELAS v

RESUMO vii

ABSTRAT vii

1. INTRODUÇÃO 1

1.1. Objetivo Geral 3

1.1.1. Objetivo Específico 3

2. REVISÃO DE LITERATURA 4

2.1. Atividades de exploração Offshore de petróleo e gás 4

2.2.Contaminação do meio ambiente marinho 6

2.3. Poluição marinha 6

2.3.1. Conceitos 7

2.3.2. Poluição Por Óleo 7

2.4. Metais traço em sedimento aquáticos 9

2.4.1. Metais traço 9

2.4.2. Sedimentos Aquáticos 12

2.4.3. Sedimento x Histórico da Contaminação 14

2.5. Background Geoquímico regional por meio da avaliação de perfis

de testemunhos sedimentares 15

2.6. Impactos e/ou toxicidade dos metais traço 17

2.7. Extração de metais traço em sedimentos marinhos 18

2.8. Análise de metais traço 19

2.8.1. Espectrometria de absorção atômica 20

2.8.1.1. Espectrometria por absorção atômica com chama 21

2.8.1.2. Espectrometria de absorção atômica em forno de grafite 21

2.9. Qualidade Analítica 22

2.10. Avaliação da qualidade dos sedimentos em relação aos VGQS

(Valores-Guia de Qualidade de Sedimento) 23

2.11. Normalização dos dados 26

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2.12. Área de Estudo: Plataforma Continental 28

2.12.1. Aspectos gerais sobre a plataforma continental de Sergipe 30

2.12.1.1. Características gerais 30

2.12.1.2. Morfologia 31

2.12.1.3. Composição e distribuição dos sedimentos 31

3. Experimental 34

3.1. Reagentes e soluções 34

3.2. Equipamentos 34

3.3. Procedimento 35

3.3.1. Coleta e preservação de amostras de sedimento 35

3.3.2. Extração parcial dos metais 36

3.3.3. Extração total dos metais 37

3.3.4. Determinação dos metais 38

4. RESULTADOS e DISCUSSÕES 39

4.1. Material de Referência Certificado (MRC) 39

4.2. Variação dos metais traço ao logo do testemunho 41

4.3. Background Geoquímico 48

4.4. Média do background geoquímico nos testemunhos PCM-9 (A) e

PCM-9 (B) 64

4.5. Comparações importantes 66

5.5.1. Tipos de normalizações 66

5.5.2. Variações dos teores dos metais traço no perfil sedimentar de outros

estudos 67

5.5.3. Metais traço nos sedimentos superficiais 69

4.6. Metal traço ambientalmente disponível 70

4.7. Comportamento dos metais (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al)

no perfil sedimentar 84

5. CONCLUSÕES 91

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 93

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i

LISTA DE SIGLAS

AAS Espectrometria de Absorção Atômica.

CCME Conselho Canadense do Ministério do Meio Ambiente.

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental.

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente.

CRM Materiais de Referência Certificado.

CV AAS Espectrometria de Absorção Atômica com Vapor Frio.

DPR Desvio Padrão Relativo.

ER Erro Relativo.

ERL Effects range-low.

ERM Effects range-mediun.

FAAS Espectrometria de Absorção Atômica com Chama.

FE Fator de Enriquecimento.

GF AAS Espectrometria de Absorção Atômica com atomização eletrotérmica, em Forno de Grafite.

ICP OES Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Acoplado. Indutivamente.

ICP-MS Espectrometria de Massa com Plasma Acoplado

Indutivamente.

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial.

IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry

PEL Probable Effect Level.

PTFE Politetrafluoretileno.

PVC Policloroeteno

TEL Threshold Effect Level.

US EPA Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.

VGQS Valores Guia de Qualidade de Sedimento.

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ii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Plataforma no Campo de Guaricema, na Bacia de Sergipe em 1968 (Sindipetro, 2008). Figura 2. Produção de petróleo e gás natural (Fonte Petrobrás 2002) Figura 3 Distribuição da poluição provenientes das atividades na indústria do petróleo (Petrobrás, 2002). Figura 4. Representação esquemática do ciclo do metal traço (Adaptado de Guilherme, 2005 apud Stumm & Morgan, 1996). Figura 5. Ilustração da concentração background constante no perfil, sedimento homogêneo (tamanho dos grãos constantes); B) Concentração de background varia com a profundidade (Fonte: Fukue et al.,2006) Figura 6. Metais totais e sua relação com os efeitos tóxicos (Cortecci, 2000) Figura 7. Faixas de concentração do metal traço associada ao sedimento. Fonte: CCME, 1999. FIGURA 8. Estado de Sergipe Figura 9. Tipo de coleta do sedimento (core sample) Figura 10. Plataforma continental do Estado de Sergipe e do sul do Estado de Alagoas (pontos de coletas marcados com um X). Figura 11. Gráficos das concentrações dos elementos Cd, Co, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn versus a profundidade no testemunho PCM-9 (A). Figura 12. Gráficos das concentrações dos elementos Cd, Co, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn versus a profundidade no testemunho PCM-9 (B). Figura 13. Gráficos das concentrações dos elementos Cd, Co, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn versus a profundidade no testemunho Est.2 (A).

Figura 14. Gráficos do Fator de Enriquecimento dos metais Li, Co, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Al, Mn na profundidade no testemunho PCM-9 (A). FE < 1 representa os valores do fator de enriquecimento menores que (1) ocorre inexistência de poluição; FE = (1-2), possível de contaminação; FE ≥ 2, sedimento contaminado.

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iii

Figura 15. Gráficos representando a relação entre a concentração dos elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn e Al versus o teor de Fe (testemunho PCM-9 (A). A linha reta representa a regressão linear, enquanto as linhas tracejadas representam o intervalo de 95% de confiança. Figura 16. Gráficos do Fator de Enriquecimento dos metais Li, Co, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Al, Mn na profundidade no testemunho PCM-9 (B). FE < 1 representa os valores do fator de enriquecimento menores que (1) ocorre inexistência de poluição; FE = (1-2), possível de contaminação; FE ≥ 2, sedimento contaminado. Figura 17. Gráficos representando a relação entre a concentração dos elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al versus o teor de Fe (testemunho PCM-9 (B). A linha reta representa a regressão linear, enquanto as linhas tracejadas representam o intervalo de 95% de confiança. Figura 18. Gráficos do Fator de Enriquecimento dos metais Li, Co, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Al, Mn na profundidade no testemunho Est.2 (A). FE < 1 representa os valores do fator de enriquecimento menores que (1) ocorre inexistência de poluição; FE = (1-2), possível de contaminação; FE ≥ 2, sedimento contaminado. Figura 19. Gráficos representando a relação entre a concentração dos elementos Cd, Co, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Mn e Al versus o teor de Fe (testemunho Est.2 (A). A linha preta representa a regressão linear, enquanto as linhas tracejadas representam o intervalo de 95% de confiança.

Figura 20. Variações das concentrações de cobre ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas. Figura 21. Variações das concentrações de zinco ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas. Figura 22. Variações das concentrações de cobalto ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas. Figura 23. Variações das concentrações de chumbo ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

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iv

Figura 24. Variações das concentrações de níquel ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A)) em função da profundidade do perfil (--- PEL, __ERL). Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas. Figura 25. Variações das concentrações de cromo ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A)) em função da profundidade do perfil (--- PEL, __ ERL). Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas. Figura 26. Variações das concentrações de lítio ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A)) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas. Figura 27. Variações das concentrações de manganês ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas. Figura 28. Variações das concentrações de ferro ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas. Figura 29. Variações das concentrações de alumínio ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

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v

LISTA DE TABELA

Tabela 1. Limites TEL/ PEL (CCME, 2003) e ERL/ ERM (USEPA, 1998) para alguns elementos analisados Tabelas 2. Repetitividade, precisão, desvio padrão relativo e erro relativo. Análise do material de referência LKSD-1 (Reference Lake Sediment), extração parcial dos metais. Tabelas 3. Repetitividade, precisão, desvio padrão relativo e Erro Relativo. Análise do material de referência NCS DS 75304(T) - (CNACIS/China) - Sedimento marinho, para a extração total dos Metais. Tabela 4. Concentração total dos metais nas sub-amostras do perfil sedimentar PCM-9 (A). Tabela 5. Resumo da avaliação dos metais (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) no testemunho PCM-9 (A)

Tabela 6. Regressão linear dos metais analisados em função do teor de Fe (PCM-9 (A) Tabela 7. Concentração total dos metais nas sub-amostras do perfil sedimentar PCM-9 (B). Tabela 8. Resumo da avaliação dos metais (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) no testemunho PCM-9 (B)

Tabela 9. Regressão linear dos metais analisados em função do teor de Fe (PCM-9 (B) Tabela 10. Concentração total dos metais nas sub-amostras do perfil sedimentar Est.2 (A) coletado no sul do estado de Alagoas. Tabela 11. Resumo da avaliação dos metais (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) no testemunho PCM-9 (B)

Tabela 12. Regressão linear dos metais analisados em função do teor de Fe (Est.2 (A)

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vi

Tabela 13. Média dos valores de background nos testemunhos (A) e (B), amostrados perto da plataforma de Camorim, Aracaju-SE.

Tabela 14. Comparações da media das concentrações de background dos metais traço da plataforma continental de Sergipe e de sedimentos de outras regiões do Brasil e do mundo. Tabela 15. Comparação dos valores de Background Geoquímico de diferentes metodologias.

Tabela 16. Comparações da variação das concentrações dos metais traço em sedimentos da plataforma continental de Sergipe com os valores publicados em outros estudos no Brasil e no mundo. Tabela 17. Comparação dos resultados de Alves e Garcia (2003) com os teores dos metais traço do presente trabalho.

Tabela 18. Comparações da concentração dos metais traço em sedimentos superficiais da plataforma continental de Sergipe com os valores publicados em outros sedimentos do Brasil. Tabela 19. Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar PCM-9 (A), para a concentração parcial dos metais.

Tabela 20 Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar PCM-9 (A), da concentração total dos metais. Aracaju - SE Tabela 21. Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar, para a concentração parcial dos metais. Tabela 22. Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar, para a concentração total dos metais. Tabela 23. Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar, para a concentração parcial dos metais. Tabela 24. Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar, para a concentração total dos metais.

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vii

CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA MARINHA E AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS ATIVIDADES ANTRÓPICAS E DE EXPLORAÇÃO DE

PETRÓLEO SOBRE OS SEDIMENTOS DA PLATAFORMA CONTINENTAL DO ESTADO DE SERGIPE E SUL DO ESTADO DE

ALAGOAS

RESUMO

O impacto ambiental causado por óleo, esgotamento sanitário, industrial, mineração, lixiviação de solos e superfícies urbanas, na costa brasileira tem gerado efluentes variados, sendo os metais traço um problema particular, pois se depositam nos sedimentos marinho e apresentam ao mesmo tempo toxicidade, persistência e bioacumulação. Os sedimentos funcionam como compartimento operacional que exerce papel essencial na redistribuição à biota marinha, visto que guardam registro histórico da contaminação de corpo d’água. A exploração de petróleo se estende ao ambiente offshore, ocupando uma posição de destaque na matriz energética, responsável pela maior parte do suprimento nacional. As atividades petrolíferas podem consistir uma fonte poluidora significativa do planeta. O objetivo desse estudo foi observar os perfis sedimentares da plataforma continental de Sergipe e sul de estado de Alagoas, verificando se há uma variação da concentração dos metais traço de acordo com a profundidade. Três cores (PCM-9(A), PCM-9(B), Est.2(A)) foram realizadas para obter um perfil vertical do sedimento, obtendo amostras a várias profundidades. Nesse estudo, extraiu-se os metais Co, Cr, Fe, Li, Mn, Ni, Pb, Zn, Al e Cu totais e parciais e foram determinados através da espectrometria de absorção atômica. Na extração parcial, o resultado da recuperação foi acima de 90 %, variam de 92% a 111,1%. Já na extração total o resultado da recuperação variou de 77,6 a 99%. Esses valores foram obtidos nos elementos estudados, indicando boa exatidão da metodologia. Os valores do desvio padrão relativo estão abaixo de 10%, expressando a precisão da metodologia. Mostrou-se que a distribuição da concentração dos metais traço nos perfis sedimentares variam com a profundidade. Nos cores PCM-9(A), PCM-9 (B), as concentrações dos metais aumentaram e no core Est.2 (A) diminuiu gradativamente da base até a superfície. O ferro foi aprovado como melhor normalizador geoquímico. Os valores do fator de enriquecimento calculado mostraram-se baixos, considerando-se pouco enriquecida, exceto o Pb, Co, Mn e Al que apresentam valores moderados. Os valores de background geoquímico estimado foram diferentes nos três procedimentos utilizados. Os valores dos metais traços estão abaixo dos valores guia de qualidade dos sedimentos, o que leva o efeito adverso a biota aquática ser pouco provável.

Palavras- chave: offshore, core, metais traço, background, normalizador

geoquímico, fator de enriquecimento.

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viii

GEOCHEMICAL CHARACTERIZATION AND EVALUATION OF MARINE HUMAN IMPACTS OIL EXPLORATION AND SEDIMENTS ON THE

CONTINENTAL SHELF AND THE STATE OF THE STATE OF SOUTH ALAGOAS

ABSTRACT

The environmental impact caused by oil, sewage, industrial, mining, leaching of soil and urban surfaces in the Brazilian coast has generated effluents mixed, with the metal trace a specific problem because they are deposited in marine sediments and present toxicity at the same time, persistence and bioaccumulation. Sediments act as operating compartment corded an essential role in the redistribution of marine biota, because that guard the historical record of contamination of water body. Oil exploration extends to offshore environment, occupying a prominent position in the energy matrix, responsible for most of the national supply. The oil and gas activities may include a significant source of pollution of the planet. The aim of this study was to observe the sediment profiles of the continental shelf off Sergipe and Alagoas southern state, checking for a variation of the concentration of trace metals according to depth. Three cores (PCM-9 (A), PCM-9 (B), Est.2 (A)) were performed to obtain a vertical profile of sediment samples obtained at various depths. In this study, drew up the metals Co, Cr, Fe, Li, Mn, Ni, Pb, Zn, Al and Cu total and partial, were determined by atomic absorption spectrometric (AAS). In the extraction part, the result of the recovery was above 90%, ranging from 92% to 111.1%. In the extraction result of the total recovery ranged from 77.6 to 99%. These values were obtained in the studied parameters, indicating good accuracy of the methodology. The values of RSD are below 10%, expressing the accuracy of methodology. Showed that the concentration distribution of trace metals in sediment profiles vary with depth. Colors in PCM-9 (A), PCM-9 (B), increased concentrations of metals and the core Est.2 (A) decreased gradually from base to surface. The iron was approved as a geochemical normalizer better. The values of the calculated enrichment factor shown to be low, considering the low enriched, except Pb, Co, Mn and Al that have moderate values. The geochemical background values were estimated in three different procedures, which can generate unrealistic characterizations of the state of pollution. The values of trace metals are below the sediment quality guidelines, which leads to the adverse effect on aquatic biota is unlikely. Keywords: offshore, core, trace metals, background, normalizing geochemical enrichment factor.

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1

1. INTRODUÇÃO

Cerca de 60% da população humana mundial e dos grandes pólos

industriais estão localizadas na faixa de 100 quilometro a partir do litoral, próximo

da zona costeira ou em regiões próximas as mesmas. No Brasil, das 25 regiões

metropolitanas, 14 encontram-se no litoral e abriga os principais pólos

petroquímicos do país. Mais de 3 bilhões de pessoas dependem de habitats

marinhos e costeiros para alimentação, locais de construção, transporte,

recreação e disposição de resíduos (Botelho, 2003; Lopes, 2004; Demore, 2005).

A poluição do sistema aquático por metais traço é um dos fatores que afeta a

qualidade ambiental, isto deve-se à variedade de subprodutos procedente das

atividades antropogênicas responsáveis por diversos efeitos nocivos (Yabe;

Oliveira, 1998; Kabata-Pendias et al., 2001).

O ecossistema marinho sempre absorveu a contaminação de óleo causada

por fontes naturais sem apresentar danos expressivos aos organismos, contudo o

aumento do consumo de óleo pelos países desenvolvidos alteraram esse quadro

(Rezende et al., 2002; Botelho, 2003), tornando expressivo o grau de

contaminação.

Os metais traço são liberados nos ecossistemas aquáticos, provocando

uma séria ameaça devido sua toxicidade, bioacumulação, persistência longa e

biomagnificação da cadeia alimentar (kagalou et al., 2002), sendo bons

indicadores de alterações ambientais (Kabata-Pendias; Mukherjee, 2007).

Os sedimentos funcionam como compartimento operacional que exerce

papel essencial na redistribuição à biota marinha, visto que guardam registro

histórico da contaminação de corpo d’água (Baird, 2002; Silva; Rezende, 2002). A

coleta de amostras de sedimento em varias profundidades e a análise de cada

fração possibilitam estabelecer o intervalo de background geoquímico. Identificar

concentrações naturais (background) de metais traço de determinada área e a

influência das atividades antrópicas permite avaliar possíveis riscos de

contaminação (Fukue et al., 1999; Galuszka, 2006, Tranchida et al., 2010).

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2

No Brasil há uma falta de conhecimento dos níveis naturais em várias

regiões, sendo de grande importância encontrar estes níveis, a fim de determinar

o grau de comprometimento dos sedimentos de cada área (Silva et. al., 2009).

Devido às irregularidades nas concentrações dos metais traço no perfil

sedimentar, algumas técnicas de normalização são utilizadas para diferenciar os

elementos provenientes de atividades antropogênicas do desgaste natural. Na

escolha de um elemento normalizador deve-se verificar a existência de uma

relação linear entre o normalizador e outros metais. Essa relação sugere que, nos

sedimentos naturais da área, a concentração do metal mudará proporcionalmente

à concentração do normalizador (Fukue et al., 2006, Chatterjee et al., 2007; Luiz-

Silva et al., 2006; Hortellani et al., 2008; Silva et al., 2009). Entre os

normalizadores frequentemente empregados, está na lista o alumínio, o ferro e o

lítio. A medida da poluição no meio aquático é avaliada analisando os níveis pré-

existentes desses metais comparando com os teores atuais, que é o fator de

enriquecimento (Marins et al., 2004; Chatterjee et al., 2007; Luiz -Silva et al.,

2006).

Muitas pesquisas foram realizadas com a finalidade de avaliar os possíveis

impactos ambientais relacionados ao aumento da concentração de metais traço

no meio ambiente. Apesar das orientações, as atividades humanas continuam

provocando grande impacto nos ecossistemas aquáticos (Nriagu; Pacyna, 1988;

Tavares; Carvalho, 1992; Muniz; Oliveira-Filho, 2006). Os organismos marinhos

através de seu metabolismo extraem do meio ambiente espécies químicas que

poderão ser transformadas, estocadas ou liberadas ao meio no qual habitam

(Baird, 2002; Seibert, 2002). A porção elementar que está disponível para

ingestão, inalação ou assimilação por um organismo vivo é entendida como

biodisponibildade (Cortecci, 2000; Soares, 2004). Para ajudar no processo

interpretativo da avaliação da qualidade dos sedimentos utilizaram-se os valores

guias de qualidade de sedimento, sendo adotados os critérios do Conselho

Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e pela Companhia de tecnologia de

saneamento ambiental (CETESB) que é o critério americano (Long et al., 1995;

USEPA, 1998; Long; MacDonald, 1998 apud Hortellani, 2008).

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O Estado Sergipe tem um complexo formado por sete distritos Industriais,

sendo as petroquímicas, têxteis e alimentos as mais fortes no Estado. O Sergipe

é o quarto maior produtor de petróleo do país, a exploração se faz tanto no

continente quanto na Plataforma continental (Brasilchannel, 2010). O

conhecimento da geoquímica de metais traço, o estudo de impacto ambiental e do

grau de comprometimento do ecossistema envolvido na plataforma continental de

Sergipe é importante, pois é uma área de exploração de petróleo.

1.1. Objetivo Geral

� Caracterizar a distribuição geoquímica dos metais-traço em perfil

sedimentar a partir da análise dos testemunhos PCM-9(A), PCM-9 (B) da

plataforma continental de Sergipe e Est.2(A) do sul do estado de Alagoas,

utilizando a concentração total e parcial desses elementos.

� Avaliar o impacto das atividades antrópicas.

1.1.1. Objetivo Específico

� Determinação da concentração total: Descrever a variação dos metais

traços ao longo do perfil sedimentar; estabelecer a concentração de

backgraund geoquímico e seu fator de enriquecimento; avaliar os

resultados através da normalização geoquímica, a fim de descrever

valores reais.

� Determinação da concentração parcial: comparar a concentração dos

metais traços ambientalmente disponíveis com os valores guias de

qualidade dos sedimentos descritos na literatura e determinar sua

porcentagem.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Atividades de exploração offshore de petróleo e gás

Antes da década de 60 a exploração e produção de petróleo se

direcionaram nas bacias continentais (onshore, em terra), pois se pensava que o

petróleo existente em ambiente marinho fosse de difícil prospecção. No inicio

dessa década, a exploração de petróleo no mundo se estende ao ambiente

offshore (marinho, próximo a costa), onde atualmente localizam grandes partes

das reservas de petróleo. Sergipe é considerada a pioneira na exploração de

petróleo no Brasil em alto mar. Em 1963, o campo de Carmópolis foi o primeiro

descoberto na bacia sedimentar em Sergipe-Alagoas. No ano de 1968, a

Petrobrás inaugurou a primeira plataforma offshore do Brasil, no campo de

Guaricema (Figura 1), localizado no estado de Sergipe, em lâmina d'água, com

cerca de 30 m na costa, nomeada como Plataforma P-1. (Petrobrás, 2010).

Figura 1. Plataforma no Campo de Guaricema, na Bacia de Sergipe em 1968

(Petrobrás, 2010).

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Em 1969, três anos antes do primeiro choque do petróleoA, Ernesto Geisel,

presidente da Petrobrás, assumiu a posição oficial de aumentar a produção

nacional de petróleo offshore. Em 1973, a Petrobrás havia encontrado petróleo na

costa do Rio Grande do Norte. Em 1975, (após o primeiro choque) o presidente

da Petrobrás concretizou sua posição de dedicar suas atividades petrolíferas ao

ambiente marítimo (offshore) devido ao insucesso das atividades em bacias

terrestres, onshore (Petrobrás, 2010). A produção de petróleo e gás natural

offshore é responsável pela maior parte do suprimento nacional,

aproximadamente 84% (Figura 2).

Figura 2. Produção de petróleo e gás natural (Petrobrás, 2002)

Como vimos, não datam de hoje as atividades petrolíferas offshore, devido

à expansão global nos últimos anos. Recentemente, tem considerado que sua

exploração é uma fonte poluidora do planeta e causam impactos ambientais que

induz efeitos ecológicos de curta e longa duração. Trazendo prejuízos às demais

atividades econômicas existentes nas áreas atingidas pelo empreendimento

(Rezende et al., 2002; Lopes, 2004).

A Primeiro choque do petróleo, em 1973, marcou o fim da era do combustível abundante e barato

para uma nova era: a do petróleo caro e escasso. Isso devido aos embargos impostos pelos árabes aos Estados Unidos e as reduções da produção e da exportação fizeram com que o preço do barril de petróleo passasse de US$ 3 para US$ 12, entre outubro de 1973 e dezembro de 1974 (Petrobio, 2010).

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2.2. Contaminação do meio ambiente marinho

A poluição do sistema aquático por metais traço é um dos fatores que afeta

tanto o ciclo geoquímico, quanto a qualidade ambiental, devido à variedade de

subprodutos, procedente das atividades antropogênicas. Esses produtos são

agentes de impactos ambientais responsáveis por diversos efeitos nocivos ao

ambiente marinho (Yabe; Oliveira, 1998). A vasta quantidade de efeitos

ambientais, causadas pela entrada de poluentes no mar, não depende somente

do volume e da composição do material despejado no meio aquático, mas da

interação desses e de outros fatores como localização geográfica, variáveis

biológicas e oceanográficas (Botelho, 2003; Arnason; Fletcher, 2003).

Cerca de 70 a 80% são de origem terrestre, como os efluentes originados

no esgotamento sanitário, industrial, mineração, lixiviação de solos e superfícies

urbanas. Somente 20 a 30% são de atividades localizadas in situ, como a

exploração de recursos minerais da plataforma continental e transporte marítimo

(Crossland et al., 2005). Entre as fontes de poluição, as atividades de exploração

de óleo offshore é um dos agentes de impactos ambientais (Pozebon et al., 2005).

É de suma importância à preservação da qualidade aquática, sendo vital a muitos

organismos que vivem no seu interior e na interface sedimento-água (Silvério,

2003). O meio ambiente não é um meio estático e o efeito dos compostos

poluentes é dependente de vários fatores, pois todas as formas de atividade

humana são uma fonte em potencial de contaminação (Reeve, 1994; Seibert,

2002).

2.3. Poluição Marinha

A preocupação com os impactos no ecossistema marinho é de grande

importância, devido à crescente ocupação territorial nas suas proximidades.

Atualmente cerca de 60% da população humana mundial e dos grandes pólos

industriais estão localizados em uma faixa de 100 km a partir do litoral ou em

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regiões próximas as mesmas. Mais de três bilhões de pessoas dependem de

habitats marinhos e costeiros para alimentação, locais de construção, transporte,

recreação e disposição de resíduos. Com isso, os oceanos passaram a ser

alternativa econômica e natural para colocar os dejetos, como depósito final

(Botelho, 2003). No Brasil, entre as 25 regiões metropolitanas, 14 encontram-se

no litoral e abriga os principais pólos petroquímicos do país. O petróleo ocupa

posição de destaque na matriz energética, com aproximadamente 30% da

produção de energia primária (Milani, 2001; Lopes, 2004; Demore, 2005).

2.3.1. Conceitos

A poluição do meio ambiente marinho é conceitualizada pela Convenção

de Motesgo Bay como:

“Art. 10. Poluição do meio marinho significa a introdução

pelo homem,

direta ou indiretamente, de substâncias ou energia no ambiente marinho, sempre que a mesma provoque ou possa vir a provocar efeitos nocivos, tais como danos para os recursos vivos e a vida marinha, incluindo a pesca, e às outras utilizações legitimas do mar, alteração da qualidade da água do mar, na que se refere a sua utilização, e deteriorização dos locais de recreio”. Assinada em 10 de dezembro de 1982, em Monte Bay, Jamaica. Mas só entra em vigor realmente coma tardia adesão dos países mais desenvolvidos em 19 de novembro de 1994.

A poluição é caracterizada em função de suas fontes, que podem ser

classificadas em pontuais e não pontuais (difusa). A poluição pontual ocorre de

fontes que podem ser identificadas tais como industrial, fossa séptica ou estação

de tratamento de água. Fontes de poluição não pontuais, ou difusas, são aquelas

ocorrentes de emissões que se espalha por ampla área e se originam de

atividades humanas, florestais, urbanas, agrícolas, de construção e mineração,

além de deposição atmosférica (Pierzynski et al., 1994).

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2.3.2. Poluição por óleo

O impacto ambiental causado por óleo na costa brasileira tem sido uma

ameaça aos ecossistemas marinho. A poluição por óleo e derivados é

consequência do enorme volume que é produzido e transportado anualmente

deste recurso energético nos ambientes marinhos. Este sempre absorveu a

contaminação por óleo causada por fontes naturais sem apresentar danos

expressivos aos organismos. No entanto, o aumento do consumo de óleo pelos

países desenvolvidos alterou esse quadro (Rezende et al., 2002; Botelho, 2003).

As operações de perfuração podem aumentar a concentração dos metais

em sedimentos oceânicos (Rezende et al., 2002) visto que, uma vez o óleo

inserido no mar, processos físicos, químicos e biológicos começam a agir,

acarretando a sua dispersão no meio, alterando suas características físicas e

químicas, conhecida como intemperismo. As atividades de exploração de petróleo

offshore podem causar poluição por diversas maneiras como: escape natural de

depósitos geológicos de petróleo; água produzida; fluídos e cascalho de

perfuração; substâncias químicas utilizadas na atividade de produção; acidentes e

operação negligente durante o carregamento e descarregamento de petróleo;

acidentes com derrames de óleo; distúrbios físicos nas próprias instalações da

plataforma e obras de engenharia; lavagem dos tanques de petróleo com água do

mar e o transporte atmosférico dos seus componentes mais voláteis (Figura 3)

(Rezende et al., 2002 ).

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Figura 3 Distribuição da poluição provenientes das atividades na indústria do petróleo (Petrobrás, 2002).

Entre os principais contaminantes gerados encontram-se os nutrientes,

compostos orgânicos sintéticos, sedimentos, resíduos sólidos e plásticos,

elementos químicos, radionuclídeos, petróleo e hidrocarbonetos e principalmente

os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. As substâncias não degradáveis,

como os metais, representam problemas particulares no meio ambiente marinho

que afeta diretamente a biota oceânica, pois se encontra submetida a

concentrações de background baixas (Kennicutt, 1995; Marins et al., 2002;

Botelho, 2003).

2.4. Metais Traço em Sedimento Aquáticos

2.4.1. Metais Traço

O termo “metal pesado” refere-se erroneamente a classe distinta e

heterogênea de elementos químicos, classificados como metais e não metais.

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Esses ocorrem em sistemas naturais em pequenas concentrações, apresentam

densidade maior do que 5 g.cm-3 ou possuem número atômico maior do que 20

(alta massa específica). Essa má interpretação ocorreu devido os primeiros

metais que são o chumbo (Pb), cádmio (Cd) e mercúrio (Hg), todos três pesados,

identificados como bioacumulativos e tóxicos por exposição ambiental. Por

extrapolação, todos os outros elementos que apresentam tal comportamento

passaram a ser denominados metais pesados. Também, deve-se ressaltar que

se o elemento químico entra na classificação de metal pesado não significa que

tenha que apresentar toxidade em qualquer concentração. Alguns metais como o

cobre (Cu), manganês (Mn), zinco (Zn) e Ferro (Fe), servem como nutrientes de

plantas, animais e seres humanos em concentrações adequadas. Metais como

Hg, Cr, Pb, Ni e Cd são nocivos, mesmo em concentrações baixas, devido ao seu

alto grau de toxicidade nas plantas e animais (Tavares; Carvalho, 1992; Hodson,

2004)

A expressão "metais pesados", mesmo sendo comumente usada, por se

tratar de um termo popular na literatura ambiental (cerca de 250 artigos por ano),

nunca foi definida por nenhum órgão oficial na área de química (p.e., IUPAC),

tendo perdido seu sentido, podendo-se utilizar como sinônimos, "metais traço" ou

"elementos traço", "micronutrientes", "microelementos”, dentre outros (Hodson,

2004).

O termo metal traço tem sido usado para definir metais catiônicos e

oxiânions que normalmente estão presentes em baixas concentrações no

ambiente, muito embora Al, Fe, Ti e Mn ocorrem em maiores concentrações na

litosfera (Baird, 2002; Guilherme et al., 2005).

Alguns metais traço são considerados essenciais do ponto de vista

biológico, mas em condições especiais originam impactos negativos ao ambientes

aquáticos. A diminuição da exposição é a única maneira eficaz de diminuir o risco

à saúde humana e ao meio ambiente (Guilherme et al., 2005). Todos os metais e

seus compostos possuem toxicidade, uma questão de dose e grau de exposição

que afeta o organismo. Embora alguns metais traço sejam considerados

essenciais aos seres vivos por atuar em diversos processos fisiológicos, mesmo

em baixas concentrações, como por exemplo o ferro, zinco, cobre, cobalto,

magnésio, manganês, molibdênio e boro podem causar toxicidade. Outros metais

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como mercúrio, chumbo, cádmio, cromo e níquel, não têm função biológica

conhecida e comumente apresentam toxicidade devido a fatores de

bioconcentração em organismos marinhos e principalmente por seus efeitos

mutagênicos e teratogênicos (Skurihin, 1989; Tavare; Carvalho, 1992; Goyer,

1996; Greanpeace, 2006).

A toxicidade, no entanto, depende de vários fatores que influenciam a

disponibilidade da substância aos organismos, incluindo a fonte, a taxa de

emissão, a concentração, forma química do metal, transporte, fase de

desenvolvimento e os processos bioquímicos de cada organismo (Alves, 1999).

Os metais traço estão presentes naturalmente no meio ambiente mesmo

que não haja ação antrópica. Em sistemas aquáticos superficiais o aumento da

concentração de metais traço é consequencia da: geoquímica das rochas de

origem - através da lixiviação das substâncias químicas contidas nessas rochas;

poluição antropogênica - derivada da descarga de águas de escoamentos de

origem urbana, industrial e agropecuária, drenagem de água de chuva, ou da

deposição atmosférica; e reações químicas - adsorção em partículas e outras

superfícies e deposição nos sedimentos (Raiswell et al., 1983; Stumm; Morgan,

1996; Kabata-Pendias; Pendias, 2001; Guilherme et al., 2005). A concentração de

sulfetos e seu potencial de oxi-redução podem influenciar a concentração de

metais traço e sua disponibilidade (Griscom et al., 2000). Então, os sedimentos

são ao mesmo tempo carreadores e fontes em potencial de contaminante em

sistemas aquáticos (Seibert, 2002). Os substratos geoquímicos têm capacidade

de reter metais traço, consequência da alta superfície específica e alta

capacidade de troca iônica desses substratos. Os principais substratos são:

óxidos e hidróxidos de Mn, Al e Fe, substâncias húmicas, compostos

argilominerais e colóides (Lima et al., 2001).

Guilherme et al. (2005) resume o ciclo dos metais traço no sistema

aquático da seguinte forma: “os metais traço podem interagir com outros solutos,

formando complexos e continuando na forma dissolvida e também podem se unir

a partículas inorgânicas ou orgânicas por meio de adsorção e assimilação por

microrganismos, ficando na forma particulada. Uma vez particulado, o metal traço

pode precipitar-se ou sedimentar-se no fundo do corpo d’água, retornando à

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forma dissolvida por meio da mineralização da biota, dessorção ou

ressolubilização” (Figura 4).

Figura 4. Representação esquemática do ciclo do metal traço (Adaptado de Stumm; Morgan, 1996 apud Guilherme et al., 2005).

2.4.2. Sedimentos Aquáticos

Os sedimentos aquáticos são originados pelo mecanismo de transporte e

deposição, pela redeposição de sedimentos de maré de fundo e pelo tipo de

material (Einsele, 1992). Segundo Manahan (1994) os sedimentos são resultado

do carreamento de material sedimentário para dentro dos corpos de água através

da erosão ou desgaste das suas margens, ou de processos físicos, químicos e

biológicos no ambiente aquático, levando a deposição dos sedimentos. Portanto,

os sedimentos cobrem o fundo dos rios, lagos, reservatórios, estuários e oceanos

que são formados por camadas de partículas minerais e orgânicas com

granulometria fina.

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Os sedimentos são importantes destinos dos poluentesB no mar, pois

ocorre enriquecimento destes a partir da coluna d’água. A razão disto é a alta

capacidade de adsorção física e química que ocorre entre os poluentes e os

sedimentos. Os principais processos de adsorção são: a co-precipitação e a co-

reação com óxidos e hidróxidos de Fe e Mn; ácidos húmicos; estruturas argilosas

e sulfetos. A consequência desses contaminantes é principalmente em função da

sua biodisponibilidade (Förstner et al., 1981; Luoma, 1983; Perin et al., 1997;

Soares-Gomes et al., 2000).

Os sedimentos são conhecidos pela alta capacidade de reter

contaminantes orgânicos e inorgânicos em níveis superiores aos encontrados na

coluna de água adjacente. Cerca de 99% das substâncias que atingem o sistema

aquático são estocadas no compartimento sedimentar e menos de 1% são

dissolvidas em água (Förstner et al., 1995). As substâncias ligadas ao sedimento

podem ter uma liberação lenta e constante na água intersticial, tornando-se

disponíveis à biota bentônica. Então, os sedimentos servem como reservatório

(destino final a esses metais) devido à baixa solubilidade dos metais traço na

água do mar, que incorporado ao fator de diluição, resulta em baixas

concentrações em águas marinhas, mesmo próximas a fontes pontuais de

poluição. Os fatores que podem aumentar o efeito desses contaminantes

liberados pela atividade de exploração e produção de petróleo e gás na

plataforma continental são: a pequena mobilidade da fauna bêntica; os elevados

fatores de concentração de metais nestes organismos e a alta capacidade de

retenção e acúmulo de metais traço típico de sedimentos marinhos de

granulometria fina da plataforma continental (Kennicutt, 1995; Lacerda; Marins,

2006).

Com o aumento na investigação sobre metais presentes em sedimentos,

verificou-se que estes não funcionam apenas em ambiente de deposição ou

reservatório de espécies químicas, mas como compartimento operacional ativo

que exerce papel essencial na redistribuição dessas espécies à biota marinha. Os

sedimentos podem liberar os metais ao ambiente aquático por dessorção de

partículas suspensas quando em contato com a água do mar, por dessorção do B Poluente define uma substância química ou material fora do seu local de origem, em concentração acima do

normal, que causa efeitos adversos em um organismo qualquer, diferindo do termo contaminante, pelo fato

deste último não implicar, necessariamente, na existência de efeitos adversos (Pierzynski et al., 1994).

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sedimento de fundo e por difusão da água intersticial (Kennish, 1991; Lima et al.,

2001; Baird, 2002; Mountouris et al., 2002; Cotta et al., 2006). Essa liberação ou

mobilização de metais traço são causados por alguns tipos de mudanças

químicas na água, como: descrécimo de pH - que provoca a dissolução de

carbonatos e hidróxidos; mudanças nas condições redox - devido a diminuição no

potencial de oxigênio; concentração elevada de sais formados com os metais

alcalinos e alcalino-terrosos; por mecanismos de transformações bioquímicas -

através da cadeia alimentar; por produtos de decomposição da água e o

incremento de agentes complexantes – formação de complexos metálicos

solúveis de alta estabilidade (Förstner; Wittman, 1981; Santos et al., 2008).

Depois de liberadas as espécies contaminantes, afeta a qualidade da água e

causa bioacumulação (Lima et al., 2001).

2.4.3. Sedimento x Histórico da Contaminação

A análise d’água mostra a situação do sedimento no momento da coleta.

Os sedimentos guardam registro histórico da contaminação de um corpo d’água e

data sua idade de deposição (Silva; Rezende, 2002; Baird, 2002). A análise de

sedimentos permite solucionar questões a respeito de “passivos ambientais”C. Ao

analisar somente a água, é impossível saber se determinada atividade estava

contaminando o ambiente em anos passados. A análise criteriosa de sedimentos

permite responder essa questão (Silva et al., 2000). Testemunhos sedimentares

(sedimentos de sub-superfície) têm sido usados como arquivos, ou seja,

potenciais indicadores de transformações ambientais que refletem uma escala

histórica de muitos anos, associando informação biogeoquímica com relação à

material depositado e eventualmente preservado (Siqueira; Pedrosa, 2005).

C “Passivo ambiental é o conjunto de todas as obrigações que as empresas têm com a natureza e com a sociedade, destinado exclusivamente a promover investimentos em benefícios ao meio ambiente, ou seja, quando as empresas ou indústrias geram algum tipo de passivo ambiental, elas têm que gerar também investimentos para compensar os impactos causados a natureza, e esses investimentos têm que ser de iguais valores” (wikipedia, 2010)

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Para obter amostras de sedimento em varias profundidades utiliza-se o

core, que é uma amostra cilíndrica contínua que mantêm sua estrutura em

camadas obtidas por perfuração com um tubo oco (Schumacher, 2003). A palavra

core vem do inglês e sua tradução literal é núcleo, sendo testemunho a mais

adequada para o contexto.

A determinação das concentrações de metal traço em perfis sedimentares

pode representar importante instrumento na avaliação histórica de contaminação

do sedimento. Investigações desta natureza tendem a gerar informações

relevantes com base na gestão ambiental (Salomons; Förstner, 1984; Siqueira;

Pedrosa, 2005). Os pesquisadores Luiz-Silva; Cescato (2005) verificaram que há

variação da concentração dos metais traço de acordo com a profundidade, sendo

observado em relação ao teor excedido ao background esperado.

2.5. Background geoquímico por meio da avaliação de perfis de

testemunhos sedimentares

O background geoquímico está entre os temas mais importantes das

ciências ambientais. O estabelecimento da concentração de background permite

avaliar riscos potenciais de contaminação, identificando as concentrações

naturais de metais traço de determinada área e a influência das atividades

antrópicas (Fukue et al., 1999, Galuszka, 2006). A relação entre as alterações

naturais e as proporcionadas pela ação antrópica nas espécies químicas envolve

implicações importantes em várias áreas do conhecimento. Galuszka (2006)

define background como sendo a concentração teoricamente natural de uma

substância ou elemento na amostra, considerando a variável temporal e espacial

da área sob investigação.

O valor de background é constante quando o tamanho das partículas dos

sedimentos não varia com a profundidade, e o valor de background considera-se

inconstante quando o tamanho das partículas dos sedimentos varia com a

profundidade (Figura 5) (Fukue et al., 1995; Fukue et al., 1999). É necessário

conhecer as taxas de sedimentação das diferentes bacias para determinar a

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profundidade em que esses sedimentos encontram-se depositados na atualidade,

(Marins et al., 2004).

Figura 5. Ilustração da concentração background constante no perfil, sedimento homogêneo (tamanho dos grãos constantes); B) Concentração de background varia com a profundidade (Fonte: Fukue et al.,2006)

Um dos métodos para calcular o background em sistemas aquáticos é

através da determinação dos valores médios das concentrações dos metais traço

nos sedimentos das camadas inferiores dos testemunhos (Machado et al., 2002;

Marins et al., 2004). A média é utilizada na estimativa de valores de background

nas escalas regionais, Devido a variabilidade da composição dos sedimentos nas

diferentes regiões, é preferível utilizar o valor da base do testemunho do que o

valor médio da crosta terrestre

A concentração de background de metais traço depende de muitos fatores

como: características das partículas; capacidade de sorção/dessorção; e

substâncias existentes na natureza (Machado et al., 2002; Marins et al., 2004;

Luiz-Silva et al.,2006; Machado et al., 2008; Martín et al., 2009). Nas

investigações da geoquímica ambiental, estimar o valor de background

geoquímico regional nos metais traços é uma questão fundamental para

discriminar fontes naturais e a contribuição antropogênicas no meio ambiente

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aquático (Martín et al., 2009; Tranchida et al., 2010). No Brasil há uma falta de

conhecimento dos níveis naturais em várias regiões, sendo de grande importância

encontrar esses níveis naturais, a fim de determinar o grau de comprometimento

dos sedimentos de cada área (Silva et. al., 2009).

2.6. Impactos e/ou toxicidade dos metais traço

Os metais traços por apresentarem ao mesmo tempo toxicidadeD,

persistênciaE e bioacumulaçãoF, representam problema particular ao ambiente

marinho (Kagalou et al., 2002). Afetando a qualidade do meio ambiente e constitui

risco de intoxicação aos organismos aquáticos, consequentemente, ao homem

(Muniz; Oliveira-Filho, 2006). Nas últimas décadas, muitas pesquisas foram

realizadas com a finalidade de avaliar os possíveis impactos ambientais

relacionados ao aumento da concentração de metais traço no meio ambiente.

Apesar das orientações, as atividades humanas continuam provocando grande

impacto nos ecossistemas aquáticos. Essas ações antrópicas são responsáveis

por adições de até 1,16 milhões de toneladas de metais por ano em ecossistemas

terrestres e aquáticos no mundo todo (Nriagu; Pacyna, 1988; Tavares; Carvalho,

1992; Muniz; Oliveira-Filho, 2006). Sabe-se que os organismos marinhos através

de seu metabolismo extraem do ambiente espécies químicas que poderão ser

transformadas, estocadas ou liberadas ao meio no qual habitam (Baird, 2002;

Seibert, 2002).

O conceito de biodisponibilidade é considerado vago por alguns autores,

destacando a complexidade de identificação das rotas de absorção/exposição

pelos diversos organismos. O mais adequado é o termo “biodisponibilidade

toxicológica”, relacionado à assimilação de um contaminante por organismos

vivos e seus efeitos toxicológicos. Na Figura 6 encontra-se a relação dos metais

totais com os efeitos tóxicos. A biodisponibildade de um elemento químico é D Toxicidade é a propriedade da substancia ser tóxica, ou seja, a capacidade inerente que um elemento químico tem para causar efeitos adversos sobre os organismos vivos (Goyer, 1996). E Persistência é a propriedade ligada ao tempo que a substancia leva para se transformar no meio

em que se encontra. Ela é avaliada pela meia vida, ou seja, o tempo necessário para que 50% da quantidade inicial desapareçam. F Bioacumulação é a capacidade da substancia ser acumulada num organismo.

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entendida como a porção elementar que está disponível para ingestão, inalação

ou assimilação por um organismo vivo, no ponto de vista biogeoquímico (Cortecci,

2000; Soares, 2004).

As atividades antropogênicas é uma das entradas mais importantes de

metais traço em águas, sedimentos e biota. A compreensão da distribuição e

transformação de metais traço no compartimento sedimentar é um grande passo

para garantir a qualidade dos organismos aquáticos e, consequentemente, do

homem (Baird, 2002; Seibert, 2002).

Figura 6. Metais totais e sua relação com os efeitos tóxicos (Cortecci, 2000)

2.7. Extração de Metais Traço em Sedimentos Marinhos

Diferentes metodologias têm sido utilizadas para extrair os metais traço em

amostras de sedimentos. Isso tem dificultado a comparação entre os resultados

encontrados na literatura com características particular dos sedimentos. Estudo

feito Solomons; Forstner (1984) verificaram-se que amostras necessitam ser

submetidas à secagem em estufa com temperatura inferior a 50ºC. A fração de

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amostras de sedimentos a ser utilizada na análise recomenda-se menor que 63

µm devido à maior superfície de contato dessa fração (composta por minerais

argilosos), sendo mais retentora de metais traço. Nas frações composta por silte e

areia, há uma diminuição do conteúdo de metal (Carvalho et al., 2002; Monterroso

et al., 2003; Aguiar et al., 2004; Breckel et al., 2005; Rangel et al., 2007).

No procedimento de digestão ou decomposição da amostra, geralmente

utiliza-se ácidos ou fusões que depende do objetivo do estudo. Procura-se

substâncias ácidas menos agressivas e ao mesmo tempo eficientes. Existem

alguns critérios utilizados na escolha do procedimento mais apropriado como: as

propriedades químicas e mineralógicas das amostras; a técnica analítica a ser

empregada; dos elementos de interesse; a seleção do ataque parcial ou total da

amostra; exatidão, precisão necessária e o custo do método (Águiar, 2007;

Mendonça, 2006). Os ácidos mais utilizados são ácido clorídrico, ácido nítrico,

ácido sulfúrico, ácido perclórico, ácido fluorídrico e também misturas de ácidos

como a água régia (HNO3/HCl,1:3), estudada nos últimos anos em trabalhos de

química analítica ambiental, com bons resultados em amostras de solos e

sedimentos (Aguiar, 2007). O procedimento de fusão de sedimentos não tem sido

muito utilizado devido à adição de contaminantes à amostra (Mendonça, 2006).

Segundo Mendonça (2006) o procedimento de digestão total inclui as

misturas dos ácidos nítrico, clorídrico e fluorídrico que são capazes de colocar em

solução os elementos químicos que estejam associados a todas as frações

geoquímicas (frações adsorvidas, trocáveis, oxidáveis, reduzidas e residuais).

Esse procedimento não é recomendado em rotina analítica, devido à

periculosidade do HF, que requer muito cuidado no seu manuseio. Os

procedimentos citados acima podem ser realizados com o auxilio de diversos

equipamentos como: chapas aquecedoras, blocos digestores e bombas de teflon

em micro-ondas.

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2.8. Análise de metais traço

Na determinação de metais traço em sedimentos, tem sido mais utilizadas

as técnicas espectroanalíticas como a espectrometria de massa (MS),

espectrometria de emissão atômica (AES) e espectrometria de absorção atômica

(AAS).

A espectrometria de massa com plasma acoplado indutivamente (ICP-MS)

é uma técnica rápida, multielementar e com baixos limites de detecção, no

entanto de alto custo. Além disso, no método utilizado para digestão da amostra

prefere-se não utilizar o ácido clorídrico e o ácido perclórico, devido à formação

de íons interferentes. Na espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado

indutivamente (ICP OES) é uma técnica rápida, multielementar, onde os

interferentes são reduzidos.

A espectrometria de absorção atômica (AAS) foi rapidamente adotada nas

aplicações geoquímicas desde a década de 1960. Apresenta simplicidade,

especificidade e o limite de detecção pequeno. A técnica AAS pode ser utilizada

com vapor frio (CV AAS), com chama (FAAS) e em atomização eletrotérmica, em

forno de grafite (GF AAS), dependendo dos elementos de interesse (Mendonça,

2006; Aguiar, 2007).

2.8.1. Espectrometria de absorção atômica (AAS)

Está técnica baseia-se no princípio que estabelece que os átomos livres

em estado estável possam absorver a luz em certo comprimento de onda. A

absorção é específica em cada elemento, nenhum outro elemento absorve os

mesmos comprimentos de onda. Principais elementos determinados: Ca, Na, K,

Mn, Fe, Zn, Se, Cu entre outros metais traço (Harris, 2005). A AAS é uma técnica

importante devido à sua alta sensibilidade, capacidade de distinguir um elemento

de outro em amostras complexa e a capacidade na automação. (Harris, 2005).

AAS é, provavelmente, a técnica mais amplamente utilizada na determinação de

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metais, devido sua simplicidade, alto rendimento de amostras e o custo

relativamente baixo de sua instrumentação (Vogel et al., 2002; Harris, 2005).

A AAS é uma forma sensível na determinação de mais de 60 metais e não

metais (Skoog et al, 2002), em uma ampla variedade de amostras ambientais

(solos, águas, plantas, sedimentos), amostras geológicas, amostras clínicas

(urina, cabelo, outros fluidos), amostras biológicas, amostras alimentícias

(enlatados), amostras industriais (fertilizantes, lubrificantes, minérios) entre outras

(Vandercasteele; Block, 1993).

2.8.1.1. Espectrometria por absorção atômica com chama (FAAS)

A maioria dos espectrômetros de absorção atômica com chama utiliza-se

um queimador de mistura prévia, no qual a amostra, o oxidante e o combustível

são misturados antes de serem introduzidos na chama (Harris, 2005).

As principais características da técnica são: rapidez e precisão nas

análises; reprodutibilidade na introdução das amostras; precisão relativa em torno

de 1%; sendo características negativas o descarte da maior parte do volume

aspirado e o baixo tempo de permanência dos átomos no caminho óptico. Uma

técnica ideal na análise elementar em nível de mg L-1, quando é necessária a

determinação de poucos elementos em grande número de amostras e raramente

utilizado na determinação de baixas concentrações (µg.L-1) devido sua

insuficiente sensibilidade (Vandercasteele; Block, 1993). Deste modo, elementos

presentes em baixas concentrações têm sido determinados empregando técnicas

sensíveis como a espectrometria de absorção atômica em forno de grafite

(GFAAS) que apresenta alto custo em acessórios e manutenção.

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2.8.1.2. Espectrometria de absorção atômica com atomização

eletrotérmica em forno de grafite (GF AAS)

A técnica de espectrometria de absorção atômica com atomização em

forno de grafite (GF AAS) é amplamente utilizada devido sua boa seletividade e

sensibilidade. Possibilidade de análise direta da amostra além da capacidade de

analisar matrizes diversas como sedimentos, tecidos biológicos, fluidos corpóreos,

água, alimentos, combustíveis e outros (Froes et al., 2006).

A técnica de GF AAS, tem sido uma das alternativas empregadas na

determinação de baixas concentrações de elementos tóxicos presentes em

amostras ambientais, pois determina os elementos a partir da análise direta da

amostra sólida (por meio de suspensões ou pulverizada), com o mínimo de

manipulação, se torna boa alternativa (Froes et al, 2006). A análise direta de

sólidos, através de GF AAS, apresenta algumas vantagens quando comparada

aos procedimentos convencionais. Sendo elas: redução do tempo gasto no pré-

tratamento da amostra, simplificação; minimização dos riscos de contaminação

(pouca manipulação ou baixa exposição ao ambiente); minimização das perdas

do analito de interesse (virtualmente a amostra contribui com 100%); necessários

poucos micro litros de amostra; eficiência de transporte do atomizador; os átomos

confinados pelas paredes quentes do tubo; tempo de residência tipicamente de

10-3 - 10-2 segundos; menor periculosidade devido a não utilização de reagentes

tóxicos ou corrosivos (por exemplo, HF); minimização de geração de resíduos

(permite classificar os métodos como “limpos”) e maior detectabilidade (amostras

não são diluídas) (Froes et al, 2006; Kurfüst, 1998, apud Nomura, 2008).

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2.9. Qualidade Analítica

O controle de qualidadeG exerce o papel fundamental na garantia da

confiança dos resultados analíticos. Princípios básicos como a freqüente

calibração da balança e de todas as vidrarias volumétricas; padrões com boa

pureza e estequiometria definida; soluções de calibração preparadas

imediatamente antes do uso são fundamentais à qualidade da análise. Não existe

uma maneira única de calibração indicado a todos os casos, visto que todos

sofrem de fontes de erro. No caso da calibração externa, as soluções precisam

ser medidas várias vezes e o efeito da matriz pode afetá-la (Harris, 2005; Seibert,

2002; Quevauviller, 1998).

Os métodos analíticos podem ser selecionados de modo a satisfazer

requisitos específicos como qualidades dos resultados, limites de custos e

disponibilidades de equipamentos (Harris, 2005). Quando se discute resultados

analíticos, alguns parâmetros básicos devem ser considerados como a exatidão e

incerteza causada por erros aleatórios. A exatidão da análise é de suma

importância, entretanto, se a incerteza do resultado for alta, não poderá ser

utilizada na formulação da conclusão. Limites de quantificaçãoH e detecçãoI

devem ser constantes e bem conhecidos. Além disso, na ausência de flutuações

sistemáticas a estatística normal pode ser aplicada para se analisar os resultados,

sempre que necessário. Se possível, os materiais de referência certificadoJ (CRM)

de boa qualidade devem ser utilizados para assegurar a exatidão, porém é

necessário que a composição do CRM seja similar à amostra desconhecida

(Seibert, 2002).

G Controle de qualidade refere-se a medidas tomadas para assegurar a exatidão e precisão dos resultados

analíticos, geralmente se fundamenta em um procedimento padrão de operação, que especifica as etapas a

serem seguidas que vai desde a coleta até o resultado dos dados obtidos (Harris, 2005); H Limite de quantificação pode ser considerado como sendo a concentração do analito correspondente ao

valor da media do branco mais 5, 6, ou 10 desvios padrão (INMETRO, 2008). I Limite de detecção do método (LD) é definido como a concentração mínima de uma substancia medida e

declarada com 95% ou 99% de confiança de que a concentração do analito é maior que zero, o LD é

determinado por meio de analise completa de uma dada matriz contendo o analito (INMETRO, 2008). J Material de referencia certificado (CRM) possui um valor de concentração, ou outra grandeza, para cada

parâmetro e uma incerteza associada. O uso do CRM consiste em avaliar o desempenho do laboratório,

comparando os valores obtidos no laboratório com o material de referencia certificada, avaliando assim sua

exatidão (INMETRO, 2008).

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2.10. Avaliação da qualidade dos sedimentos em relação aos VGQS

(Valores-Guia de Qualidade de Sedimento)

Valores-guia de qualidade de sedimento (VGQS) são valores de

concentrações (valores químicos numéricos) que servem como um banco de

dados (uma base) para se analisar a qualidade do sedimento devido os

contaminantes presentes estarem ou não comprometendo a biota, isto é, se

existe meramente um aumento da concentração dos metais (contaminação) ou se

existe poluição (Chapman et al., 1998; Chapman et al., 1999).

Para ajudar no processo interpretativo da avaliação da qualidade dos

sedimentos, foram utilizados os VGQS como critério interpretativo para a

avaliação. Os critérios adotados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA) e pela Companhia de tecnologia de saneamento ambiental (CETESB)

que é o critério americano (Long et al., 1995; USEPA, 1998; Long; MacDonald,

1998 apud Hortellani, 2008) e o estabelecido pela legislação canadense (CCME,

Conselho Canadense do Ministério do Meio Ambiente, 2003).

Pelo critério americano os limites para definir a qualidade dos sedimentos

são:

� “Effects range-low” (ERL) – Intervalo de efeito baixo, corresponde às

concentração abaixo das quais efeitos adversos raramente ocorrem;

� “Effects range-mediun” (ERM) – Intervalo de efeito médio, indica que se a

concentração de algum metal ultrapassa esse valor, provavelmente, são

tóxicos, que efeitos adversos frequentemente ocorrem; e os valores entre

ERL e ERM indicam que possivelmente são tóxicos.

E pelo critério adotado pela CETESB (valores canadenses) os limites são

os seguintes:

� “Threshold Effect Level” (TEL) – Nível limiar de efeitos - indica que se os

valores forem abaixo deste limite, não ocorre efeito adverso à comunidade

biológica;

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� “Probable Effect Level” (PEL) – Nível provável de efeitos - indica que todos

os valores acima deste limite são provável ocorrência de efeitos adversos a

comunidade biológica, e os valores entre TEL e PEL indicam uma possível

ocorrência de efeitos adversos.

Os dois limites ou faixas de efeitos adotados por cada critério encontram-se

na Tabela 1.

Tabela 1. Limites TEL/ PEL (CCME, 2003) e ERL/ ERM (USEPA, 1998) para alguns elementos analisados

METAIS TEL PEL ERL ERM

Cu* 35,7 197,0 34,0 270,0

Zn* 124,0 271,0 150,0 410,0

Pb* 30,2 112,0 46,7 218,0

Ni* 15,9 42,8 20,9 51,6

Cr* 52,3 160,0 81,0 370,0

*Valores em µg g-1

Para melhor visualização a Figura 7 mostra a freqüência dos efeitos

biológicos adversos versus a concentração da substancia química.

Figura 7. Faixas de concentração do metal traço associada ao sedimento (CCME, 1999).

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A adoção desses critérios foi simplesmente para orientar na investigação

de proeminências contaminante em concentrações capazes de causar efeitos

deletérios (CETESB, 2004). Enfatizando que o VGQS deve ser usado como parte

da avaliação, servindo para auxiliar no gerenciamento ambiental dos

ecossistemas por meio da apreciação da qualidade dos sedimentos (Chapman et

al., 2002).

2.11. Normalização dos dados

As técnicas de normalização são variadas, deve-se analisar qual a mais

adequada aos dados obtidos, pois é necessário quando há irregularidades nas

concentrações dos metais traço em sedimentos, é uma parte essencial do estudo

de geoquímica e serve para diferenciar os elementos provenientes de atividades

antropogênicas do desgaste natural (Chatterjee et al., 2007; Fukue et al., 2006;

Hortellani et al., 2008). As normalizações mais utilizadas são: mecânica, pelo

tamanho das partículas; correção com mineral inerte; extrapolação da curva de

regressão; fator de enriquecimento (FE) – comparação com elemento

conservativo e determinação química somente da fração móvel. A principal

conjectura no emprego de uma normalização geoquímica de um elemento

conservador é a existência de uma relação linear entre o normalizador e outros

metais. Essa relação sugere que, nos sedimentos naturais da área, a

concentração do metal mudará proporcionalmente à concentração do

normalizador (Chatterjee et al., 2007; Luiz-Silva et al., 2006; Hortellani et al.,

2008; Silva et al., 2009). Entre os normalizadores frequentemente empregados,

está na lista o alumínio, o ferro e o lítio. Visto que, esses elementos já foram

avaliados em outros estudos, tendo em vista a baixa mobilidade geoquímica.

Fator de enriquecimento (FE) é a medida da poluição (impacto

antropogênico) no meio aquático, avaliada analisando os níveis pré-existentes

desses metais (correspondentes a períodos anteriores ao inicio da

industrialização) e comparando com os teores atuais (Marins et al., 2004;

Chatterjee et al., 2007; Luiz -Silva et al., 2006; Hortellani et al., 2008). Com a

finalidade de eliminar as desvantagens de cada uma das técnicas (ou

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procedimentos) de normalização foram utilizadas três: a correção com mineral

inerte; extrapolação da curva de regressão e o Fator de Enriquecimento (FE), que

tem sido utilizado para minimizar as heterogeneidades litogênicas (Chatterjee et

al., 2007; Luis-Silva et al., 2006; Hortellani et al., 2008).

O Fe é muito utilizado como normalizador geoquímico porque está

associada às partículas finas, sua concentração natural nos sedimentos é mais

uniforme e tem comportamento geoquimicamente análogo a outros metais traço

(Liu et al., 1999; Birch, 2003, Acevedo-Figueroa et al., 2006). Empregando o Fe

para determinar o fator de enriquecimento dos metais (FE), pois a

heterogeneidades litogênicas são minimizadas com a introdução na equação FE

do elemento normalizador, CR (Aguiar, 2005; Chatterjee et al., 2007; Luis-Silva,

2006). Assim, a contribuição litogênicas foi quantificada pelo cálculo do fator de

enriquecimento (FE) de acordo com a expressão:

")"/(

)/(

backgrondCRCi

amostraCRCiFE =

Em que,

FE: fator de enriquecimento dos metais; Ci: concentração do elemento de

interesse (Ci) na amostra; CR: concentração do elemento de referência

(normalizador), neste caso o ferro (Fe).

Segundo Silva et. al. (2009) as interpretações a seguir do FE permite

visualizar se a concentração do metal excede ou não seu valor de background,

isto é, saber o nível de contaminação:

� FE < 1 � Insignificante, inexistência de poluição;

� FE = (1-2) � Possível de contaminação;

� FE = (2-3) � contaminação moderada;

� FE = (3-6) � contaminação considerável, severa;

� FE = (6-9) � contaminação abundante, muito severa;

� FE > 9 � alta contaminação, pesado.

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Contudo, os pesquisadores Zhang; Liu, 2002; Feng et al., 2004 sugerem

que os valores do fator de enriquecimento dos metais que se encontram na faixa

de 0,5 ≤ EF ≤ 1,5 indicam que os metais traço presentes nos sedimentos podem

ser influência de processos naturais ou devidos à composição geológica. Os

fatores de enriquecimento maior que 1,5 indicam a proeminência de que uma

grandeza do metal procede de outras fontes, sugerindo contaminação ambiental

por esses metais.

2.12. Área de Estudo: Plataforma Continental

No monitoramento das concentrações dos metais traço, bem como o

entendimento de sua dinâmica é necessário ter o conhecimento da origem,

transporte e geoquímica dos sedimentos da plataforma continentalK (Lacerda;

Marins, 2006). França (1979) considera a plataforma continental “aquela faixa

mais rasa, que circunda a maioria dos continentes, com a configuração de

tabuleiro ou terraço, e termina em direção ao mar, por uma quebra relativamente

abrupta, denominada quebra da plataforma ou degrau”. Sendo o prolongamento

da extensão submarina do bloco continental e faz parte da estrutura morfológica

da margem continental. A plataforma continental brasileira apresenta configuração

mais ou menos plana, desde praia até a borda da plataforma, onde a declividade

se acentua bruscamente (Vanney, 1973 apud Chaves et al., 1979).

A Plataforma Continental Nordeste, bem como a cobertura sedimentar da

maioria das plataformas continentais, são relíquias dos ambientes sedimentares

instalados em períodos de nível de mar baixo, cortada por paleo-canais

parcialmente preenchidos, formado por rio, em um passado geológico recente.

Sendo que os fenômenos erosivos e de sedimentação marinha se concentram na

K

“Plataforma Continental de um Estado costeiro, compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que

se estendem além do seu mar territorial. Em toda a extensão do prolongamento natural do seu território

terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das

linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da

margem continental não atinja essa distância." (CNUDM, art. 76, par. 1)

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faixa de antepraia (Coutinho, 1981; Manso et al., 2003). É considerada plataforma

estreita (35 a 80 km) devido à configuração estrutural da placa sul americana. Seu

fundo é constituído por vários degraus ou patamares, representado por

estruturação de antigas linhas de costa (França et al., 1976; Manso et al.,1997

apud Marques, 2008). A declividade média da plataforma fixa-se em 1:600 , 2

m.km-1; o máximo é atingido ao largo de Aracaju, com 1:100,10 m. km-1 (França,

1979).

A fração terrígena é composta predominantemente por quartzo, feldspato,

minerais pesados e argila, mas há um domínio de areias quartzosas. Os

sedimentos de Formação de Barreiras são constituídos por areia, argila vermelha

e conglomerados (França et al., 1997 apud Marques, 2008).

Considerando os aspectos morfológicos da plataforma Nordeste, segundo

Coutinho (1981) pode ser dividida em três trechos:

� Plataforma interna: limitada pela isóbataL de 20 m, com relevo suave,

coberta com areia terrígena, muito pouco cascalho e lama, carbonatos de

cálcio com teor inferior a 20%;

� Plataforma média de 20 até 40 m com um relevo bem irregular. Sendo ao

norte do rio São Francisco o domínio de cascalho e ao sul do rio o domínio

de areias. Carbonatos de cálcio com teor superior a 90%, correspondendo

à maior sedimentação carbonática atual. Cobrindo parte dos depósitos

relíquias areno-quartzosos;

� Plataforma externa a partir de 40 m, constituída por cascalho de algas e

lamas cinza-azuladas, coberta por areia biodetríticas e o teor de carbonato

de cálcio superior a 75%.

L Isóbata é a linha que une os pontos de igual profundidade do fundo dos mares e dos oceanos (Dicionário Aurélio, 2010).

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2.12.1. Aspectos Gerais Sobre a Plataforma Continental de Sergipe

2.12.1.1. Características Gerais

A plataforma continental de Sergipe constitui a parte média da plataforma

tropical do Nordeste-Leste brasileira, limitada ao norte pelo estado de Alagoas; ao

leste pelo oceano Atlântico e ao sul pelo estado da Bahia e uma radial ao sul do

Estado de Alagoas. O clima é tropical, água relativamente quentes, salinidade

elevada, massa d’água tropical, associada à Corrente do Brasil. Na porção rasa

da plataforma continental de Sergipe a influência de massas de águas oceânicas

pode ser evidenciada pela ocorrência de Pterosagitta draco e Sagitta bipunctata,

consideradas espécies oceânicas. O trecho litorâneo é largo, formado por areias e

dunas litorâneas. Abriga uma das maiores concentrações de bacias hidrográficas

dos Rios São Francisco, Japaratuba, Sergipe (responsáveis pelo abastecimento

de água de Aracaju através do represamento dos rios Poxim e Pitanga), Vaza

Barris, Piauí e Real, que quando deságuam em seu litoral formam imensos

viveiros naturais de várias espécies marinhas (Brasilchannel, 2010).

O Estado Sergipe tem uma área de 21.862 km² (Figura 8). Têm um

complexo formado por sete distritos Industriais, sendo as petroquímicas, têxteis e

alimentos as mais fortes no Estado. O Sergipe é o quarto maior produtor de

petróleo do país, a exploração se faz tanto no continente (Campos de Carmópolis,

Siririzinho, Riachuelo e outros) quanto na Plataforma continental (Brasilchannel,

2010).

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31

Figura 8. Estado de Sergipe (http://br.viarural.com/mapa/sergipe/default.htm)

2.12.1.2. Morfologia

A plataforma continental dos Estados de Sergipe se caracteriza, em geral,

por sua largura reduzida (ligada ao baixo índice de erosão terrígena e à pequena

sedimentação marinha na área); pouca profundidade (atribuída à ineficiência dos

processos erosivos marinhos durante o Pleistoceno e evidências de

levantamentos recentes); a predominância de sedimentos carbonáticos,

evidenciando pequeno desenvolvimento desta plataforma, recortada por dois

grandes canyons, São Francisco e Japaratuba (Coutinho, 1981, Summerhayes et

al., 1976, apud Coutinho, 1981). Além de ser relativamente estreita, com uma

largura media de 30 km, variando de 42 km a 18 km no extremo da área sul de

Sergipe (Coutinho, 1981).

As características morfológicas importantes na plataforma internaM são:

presença de bancos de algas e corais; topografia mais suave, devido a maior

contribuição fluvial do rio São Francisco para o sul; e, em geral, do rio São

Francisco ao norte, exibe topografia irregular, devido à ausência de aportes

fluviais. Já a plataforma externaN, a falta de relevo é caracterizada pela ausência

de organismos formadores de recifes nessa zona e, posteriormente, pelo acúmulo

de biodetritos, soterrando os recifes (Coutinho, 1981).

2.12.1.3. Composição e distribuição dos sedimentos

A região litorânea adjacente às bacias marinhas compreende uma faixa de

sedimentos siliclásticos terciários, proveniente da formação Barreiras, com

M Plataforma interna corresponde à porção proximal, inicia no nível de maré baixa média e estende-se até cerca de 30 m de profundidade. Temperatura e salinidade variáveis; boa iluminação possibilitando o desenvolvimento de vida vegetal e animal (Suguio, 2003). N Plataforma externa representa a porção distal, inicia normalmente a 30 m a 200m de profundidade. Caracteriza por exibir, em geral, fundo lamacento, mas pode aparecer areia e cascalho. A salinidade é mais constante, a iluminação é insuficiente levando ao desenvolvimento de algas calcárias (Suguio, 2003).

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contribuição local de outras fontes. Caracteriza-se por uma suíte rica em cianita,

estaurolita, monazita, andaluzita, silimanita, turmalina e zircão (Coutinho;

Coimbra, 1974, apud Kowsmann; Costa, 1979).

Coutinho (1981) distribuiu os sedimentos da plataforma Alagoas-Sergipe,

conforme a textura da seguinte forma: plataforma ao norte do rio São Francisco,

atapetada por sedimentos grosseiros, com algumas manchas isoladas de

sedimentos finos; já ao sul do rio, entre a zona de contribuição atual e a relíquia,

ocorre mistura de areia e lama. Já a composição dos sedimentos dividiu-se nas

frações carbonáticasO e terrígenasP. Tanto os sedimentos terrígenos como os

carbonáticos contêm mistura de componentes modernos e antigos, depositados

estes últimos em baixo nível de mar atual. Sendo a plataforma Alagoas-Sergipe

caracterizada por importante e ativa produção carbonática, que se traduz pela

enorme extensão e homogeneidade dos fundos de algas calcarias. Essa enorme

extensão de fundos de algas calcaria resulta da interação de vários fatores, como:

existência de plataforma rasa, geralmente inferior a 60 m; águas de elevada

salinidade; relativamente quentes com predominância de clima semi-árido. Isso

resulta no pequeno fornecimento de material terrígeno à plataforma, fazendo

baixar a taxa de sedimentaçãoQ; e por fim, a presença de substratos duros,

necessários à fixação e crescimento dos calcários (Kowsmann; Costa, 1979;

Coutinho, 1981).

O desenvolvimento da fração terrígena é mais importante na zona costeira

e na área de influência do rio São Francisco. Cobre a maior parte da plataforma

interna a partir de Maceió em direção ao sul. A fração arenosa é constituída de

partículas de quartzo, geralmente arredondados, com superfície fosca (Coutinho,

1981). Sedimentos finos transportados pelo rio São Francisco é a principal fonte O Fração carbonática ou Organogênica é caracterizada por areias e cascalho constituído por biodetritos de algas calcaria (Lacerda et al., 2006); P Fração Terrígena é caracterizada por sedimentos siliclásticos, devido a processos ocorridos durante períodos de mudanças do nível médio do mar, caracterizada pela presença de sedimentos-reliquias em diversos pontos da plataforma (Lacerda et al., 2006). Q A taxa de sedimentação é velocidade de acumulação de sedimentos em ambientes aquáticos, e é medida pela espessura depositada em um determinado intervalo de tempo. É muito difícil de determinar o valor absoluto para esse parâmetro, uma vez que as fases de sedimentação alternam em: deposição lenta, não deposição ou mesmo erosão. Também varia muito de um local para o outro de um mesmo ambiente. No entanto, estabelecer valores médios para cada ambiente é de extrema importância para compreensão dos processos atuantes nos sedimentos. Para medir a taxa de sedimentação vários métodos têm sido usados, como: cálculos teóricos, observações diretas, datações radiométricas, métodos paleontológicos, etc. (Suguio, 2003).

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33

de contribuição de sedimentação terrígena da área. Sendo que pouco material

terrígeno alcança a plataforma, onde a maior parte dos sedimentos fluviais fica

retida nas partes inferiores dos estuários (Costa, 1979; Coutinho, 1981).

A principal fonte de sedimentos modernos na plataforma é o material de

origem carbonática. Isso devido à falta de sedimentação terrígena importante à

existência de condições hidrológicas favoráveis. Os sedimentos carbonáticos na

plataforma apresentam maior desenvolvimento ao norte do rio São Francisco,

onde a taxa de sedimentação tem sido baixa, por causa da ação erosiva do solo

no continente. Na profundidade inferior a 40 m, corresponde à zona de maior

influência de sedimentação carbonática e apresenta uma superfície erosiva

bastante visível ao norte do rio São Francisco (Coutinho, 1981).

3. Experimental

3.1. Reagentes e Soluções

� No preparo das amostras foram utilizados os seguintes ácidos (Merck, São

Paulo, Brasil);

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34

� Ácido Clorídrico concentrado (HCl 36%);

� Ácido Fluorídrico concentrado (HF 48%);

� Ácido Nítrico concentrado (HNO3 65%).

� Foram preparadas soluções de:

� HCl (1:5), diluição de 200 mL do ácido em 600 mL de água ultra-

pura e completado a 1 L;

� HNO3 (1:1), diluição de 500 mL do ácido em 400 mL de água ultra-

pura e completado a 1 L;

� Padrão multielementar (Tritisol-merck) de 1000 mg/L: Co, Cr, Fe, Li,

Mn, Ni, Pb, Zn, Al e Cu;

� Material de referência certificado:

� Sedimento marinho, NCS DC 75304(T) (GBW 07315);

� Sedimento de lago, LKSD-1;

3.2. Equipamentos

Os equipamentos utilizados foram:

� Ultra purificador de água, marca Millipore, modelo Milli-Qplus;

� Espectrômetro de absorção atômica (Varian Incorporated, Palo Alto,

California, USA)., modelo AA240FS Fast Sequential AAS;

� Bloco digestor, com controle de temperatura, com frascos de PTFE

(politetrafluoretileno), modelo TE007A (Techal);

� Balança analítica digital (Mettler, Zurich, Suica), modelo Toledo AB 204-5;

� Lâmpadas de catodo de: Cu, Cr, Fe, Mn, Ni, Fe, Pb e Zn.

3.3. Procedimento

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35

3.3.1. Coleta e preservação de amostras de sedimento

A amostragem foi realizada em 2003, na sub-superfície (testemunho) com o

intuito de obter um perfil vertical do sedimento, consistiu da introdução de um tubo

de PVC (policloroeteno) na posição vertical dentro do mar, a fim de obter amostras a

várias profundidades. Foi cortada frações (sub-amostras) de um centímetro, com a

ajuda de uma espátula (Figura 9).

Figura 9. Tipo de coleta do sedimento (core sample)

Antes da coleta da amostra, todos os materiais necessários à coleta e

armazenamento de amostras de sedimentos foram cuidadosamente limpos com

ácido (HNO3 10%), durante 24 horas. Em seguida, foram lavadas em água ultrapura

(Milli-Q) antes de cada utilização. Após a coleta as amostras foram acondicionadas

em potes e mantidas no gelo durante o transporte até o laboratório. No laboratório,

as amostras foram secadas em estufa a 50°C durante 24 horas, utilizando-se

almofariz de ágata e pístilo para desagregar a amostra, em seguida peneiradas em

peneira de 63 µm e embaladas em sacos plásticos devidamente etiquetadas para

serem armazenadas até as análises.

Foram coletados três testemunhos, dois perto da plataforma de Camorim

(PCM-9 (A e B), no estado de Sergipe e um na parte sul de Estado de Alagoas

(Est.2(A), perto do Rio São Francisco. A Figura 10 mostra a localização da coleta

dos três testemunhos, coletados a 55 cm de profundidade

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36

Figura 10. Plataforma continental do Estado de Sergipe e do sul do Estado de Alagoas (pontos de coletas marcados com um X).

A avaliação da eficiência (precisão e exatidão) do método analítico foi

verificada pela determinação da concentração das espécies de interesse, utilizando

duas amostras de sedimento de referência padrão, sendo uma do NCS DC75304(T)

(GBW 07315), sedimento marinho e outra do LKSD-.1, sedimento de lago. A

extração e análise do padrão de referência foram iguais e paralela a das amostras,

garantindo assim a qualidade. Os brancos dos reagentes foram realizados em

paralelo com todas as análises da amostra.

3.3.2. Extração parcial dos metais

Na determinação parcial dos metais foi utilizado o procedimento proposto pelo

Método US EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) 200.8 (1999).

Esse método determina 21 elementos em águas subterrâneas e águas superficiais,

bem como águas residuais, lamas, solos e sedimentos (métodos para a

determinação de metais em amostras ambientais). Consiste na digestão de

aproximadamente 1 g da amostra de sedimento previamente seco a 50ºC em estufa

de circulação forçada de ar (amostra é secada nesta temperatura para prevenir

possíveis combinações metálicas voláteis, para facilitar moer e peneirar a amostra).

A temperatura do bloco digestor foi ajustada à 95º. Em seguida, as amostras foram

transferidas às bombas de PTFE (politetrafluoretileno) e adicionaram-se 4 mL de

solução de ácido nítrico (1:1) e 10 mL de solução de ácido clorídrico (1:5). Esta

mistura foi mantida em sistema fechado por 30 minutos a 95ºC. Após a digestão,

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37

com as bombas ainda fechadas, o sistema foi resfriado por 30 minutos. Em seguida,

as bombas foram abertas e as amostras filtradas em filtro de papel quantitativo. O

filtrado foi recolhido em balão volumétrico de 50 mL e o volume completado com

água ultrapura. Esses extratos foram mantidos em frasco de polietileno previamente

descontaminado e mantidos em refrigeração até a análise por FAAS (USEPA, 1999).

3.3.3. Extração total dos metais

Foram pesadas cerca de 0,4 a 0,5 g da amostra de sedimento (previamente

seca a 50 ºC em estufa de circulação forçada de ar), transferidas às bombas de

PTFE, depois foram adicionado 2 mL de ácido nítrico concentrado e 1 mL de ácido

clorídrico concentrado. Foi aquecido por 15 minutos a 60 ºC em sistema aberto,

usando o bloco digestor. Depois foram adicionados 4 mL de ácido fluorídrico,

aquecido por 2 horas a 140 ºC em sistema fechado. Em seguida, as bombas foram

resfriadas por 30 minutos. Após resfriamento, as bombas foram abertas e a

temperatura elevada para 210ºC, até a secura total. Na dissolução do resíduo, foi

adicionado 10 mL de ácido clorídrico 0,5 mol L-1. Após a digestão, as amostra foram

filtradas em filtro de papel quantitativo, recolhidas em balão volumétrico de 50 mL e

o volume completado com água ultrapura. Esses extratos foram mantidos em frasco

de polietileno previamente descontaminado e mantidos em refrigeração até a

análise.

3.3.4. Determinação dos metais

As medidas dos metais (Co, Cr, Fe, Li, Mn, Ni, Pb, Zn, Al e Cu) foram

realizadas através do espectrômetro de absorção atômica com chama ar/acetileno, e

o Al medido em chama óxido nitroso/acetileno. No processo de digestão parcial e

total foram preparadas soluções de branco de modo similar às amostras. Para o

controle de qualidade analítica dos resultados foi analisado juntamente com as

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38

amostras, o material de referência certificado NCS DC 75304(T) (GBW 07315) -

sedimento marinho, material de referência certificado LKSD-1 (sedimento de lago),

sendo esse último também certificado para a extração parcial.

Para a normalização das concentrações dos metais nos sedimentos foram

feito testes estatísticos com o alumínio, ferro e lítio, a fim de obter o melhor

normalizador.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Estão apresentados, nesse capítulo, os resultados obtidos nas análises dos

materiais de referência certificado e das amostras de sedimento. Na análise e

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39

discussão dos resultados obtidos no presente trabalho, optou-se pela apresentação

em tópicos.

4.1. Material de Referência Certificado (MRC)

A recuperação das extrações parcial e total e das determinações dos metais

por FAAS foram utilizando a análise de material de referência certificado em

triplicata. Tendo em vista à melhor comparação foi calculado o erro relativo (%ER),

uma forma de avaliar a exatidão dos dados.

Sendo a equação:

VC

xVCVEER

100)( −=

Em que: VE: valor encontrado (média aritmética) e VC: valor certificado (aceito como

verdadeiro).

Encontra-se na Tabela 2 e 3 a concordância com os valores certificados dos

analitos. Na extração parcial foi usado o material de referência certificado LKSD-1

(CCNRP/Canadá) - sedimento de lago, o resultado da recuperação obtido nos

elementos estudados variou de 92% a 111%, indicando boa exatidão da

metodologia. Nos elementos Cr, Al e Li não há valores certificados.

Tabelas 2. Repetitividade, precisão, desvio padrão relativo e erro relativo. Análise do material de referência LKSD-1 (sedimento de lago), extração parcial dos metais.

Concentração Padrão Encontrado* Concordância Erro Relativo

(Certificado) IC Analito

(µg g-1) (µg g-1)

DPR (%) (%) (%)

Mn 410,0 408,7 ± 17,0 1,7 100 - 0,3

Fe 1,8 2,0 ± 0,5 10,0 111 + 11

Zn 335,0 308,3 ± 21,0 2,7 92 - 8

Ni 12,0 12,6 ± 1,5 4,8 105 + 5

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40

Co 8,0 7,5 ± 0,7 4,0 94 - 6

Pb 83,0 84,5 ± 7,0 3,3 102 + 2

Cu 44,0 41,2 ± 5,0 4,8 94 - 6 *n=3 As concentração do Fe estão em %. IC (intervalo de confiança)

Os desvios padrão de concentração de metais também foram coerentes com

os indicados na norma de material de referência. Os valores do desvio padrão

relativo estão abaixo de 10% (DPR ≤ 10%), expressando a precisão da metodologia

na determinação dos elementos analisados nos materiais de referencia certificado (n

= 3). Entende-se que o nível de confiança nos resultados é de grande importância,

com isso é cada vez mais evidenciada a exatidão e precisão dos resultados. Este

tem como intenção demonstrar que os parâmetros seguidos e as condições de

trabalho utilizadas têm resultados com confiabilidade analítica (INMETRO, 2003).

Na extração total foi usado o material de referência certificado NCS DS

75304(T) - (CNACIS/China) - Sedimento marinho, o resultado da concordância

variou de 78 a 99% indicando boa exatidão da metodologia.

Os valores do DPR ≤ 4,8% indicam a precisão da metodologia na

determinação dos elementos (n=3). A magnitude do erro relativo no Mn foi alta,

contudo a concentração encontrada de 3359,9 µg g-1 é um resultado satisfatório.

Tabelas 3. Repetitividade, precisão, desvio padrão relativo e Erro Relativo. Análise do material de referência NCS DS 75304(T) - (CNACIS/China) - Sedimento marinho, para a extração total dos Metais.

Concentração Padrão Encontrado* Concordância Erro Relativo

(Certificado) IC Analito

(µg g-1) (µg g-1)

DPR (%) (%) (%)

Mn 4327 ± 220 3360 ± 194 2,3 78 - 22

Zn 137 ± 15 132,0 ± 19,0 5,7 97 - 3

Ni 167 ± 12 165,3 ± 7,0 1,6 99 - 1

Co 81 ± 6 77,3 ± 9,0 4,8 96 - 5

Pb 37 ± 4 36,0 ± 2,5 2,8 97 - 3

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41

Cu 357 ± 20 311,5 ± 11,0 1,5 87 - 13

Cr 59 ± 6 54,6 ± 4,0 2,7 92 - 8

t= *n=3 IC (intervalo de confiança)

4.2. Variação dos metais traço ao logo do testemunho

A variação da concentração dos metais traço em função da profundidade são

apresentadas em gráficos. No perfil dos sedimentos as concentrações de metais

mostram um padrão de distribuição semelhante na maioria metais (Cu, Zn, Co, Pb,

Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al), em cada testemunho correspondente. Em geral, as variações

aumentam gradativamente do fundo do testemunho até a superfície. Contudo, após

normalização com Fe (Me/Fe), quase não se observa variações. As

heterogeneidades litogênicas foram minimizadas com a introdução do ferro como

elemento normalizador. Este foi escolhido por apresentar maior coeficiente

significativo tanto de correlação quanto o de determinação com os outros metais.

Essa condição é imprescindível para que seja usado como um elemento

normalizador. Comprovando assim, a linearidade do ferro com os outros elementos.

Esses parâmetros também foram utilizados por outros autores (Chatterjee et al.,

2007; Luis-Silva, 2006; Hortellani et al., 2008; Silva et al., 2009; Tranchida et al.,

2010) para auxiliar a escolha do elemento normalizador. Isso indica que o Fe é

decorrência de processos naturais ou faz parte da composição natural dos

sedimentos marinhos. Contudo, também foram avaliados outros metais (Al e o Li)

como possíveis normalizadores. No entanto, esses metais apresentaram

coeficientes tanto de correlações quanto de determinação inferiores aos observados

com o Fe. O metal Fe também foi adotado por Birch, (2003) como normalizador na

avaliação dos sedimentos, fundamentando um conceito de fator de enriquecimento

(FE), por outro lado, Silva et al. (2006) utilizaram na equação de FE o valor de

background geoquímico regional.

4.2.1. Testemunho PCM-9 (A)

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42

Neste perfil sedimentar, constatou-se um aumento acentuado da

concentração dos metais (exceto Mn, Al e Li), até cinco a seis centímetros, onde se

verificou concentrações elevadas. A partir deste pico, apresenta um decaimento

mais pronunciado para a maioria dos metais.

Após a normalização com Fe, o aumento da concentração não foi gradual na

maioria dos metais traço (Figura 11), mostrando bem homogênea no decorrer da

profundidade do testemunho. Normalização ajuda a analisar quantitativamente a

contaminação ambiental, devido à intensificação de fontes antrópicas, pois este

pode eliminar o efeito do tamanho das partículas e da composição química dos

sedimentos (Chatterjee et al., 2007; Hortellani et al., 2008; Silva et al., 2009).

Comparando o teor de metais traço na área de estudo com as determinadas em

outras plataformas continentais, são em geral mais baixas, tanto antes como após a

normalização.

0 2 4 6 8 10 12 14

41-4531-3525-2716-18

13108654321

CuCu/Fe

Cu (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 10 20 30 40 50 60

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

ZnZn/Fe

Zn (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 2 4 6 8

41-4531-3525-2716-18

13108654321

CoCo/Fe

Co (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

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43

0 5 10 15 20 25

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

LiLi/Fe

Pro

fun

did

ade

(cm

) Li (µg g-1)

0 5 10 15 20

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

PbPb/Fe

Pb (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 10 20 30 40

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

NiNi/Fe

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Ni (µg g-1)

0 20 40 60 80

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

Cr Cr/Fe

Cr (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 100 200 300 400

41-4531-3525-2716-18

13108654321

Mn Mn/Fe

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Mn (µg g-1)

0 1 2 3 4 5

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

AlAl/Fe

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Al (%)

1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Fe (%)

Figura 11. Gráficos das concentrações dos elementos Cu, Zn, Co, Li, Pb, Ni, Cr, Mn, Al e Fe versus a profundidade no testemunho PCM-9 (A).

Neste testemunho, os perfis sedimentares, em geral indicam um aumento das

concentrações com da concentração até 5 cm de profundidade e reduz ate a base

do testemunho, onde se encontram as concentrações mais baixas. O manganês por

ser um elemento redox sensível, forma hidróxido ou óxido insolúvel em contato com

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44

sedimento oxigenado, sugerindo que sua distribuição no perfil sedimentar reflete o

ciclo do manganês (Martín et al., 2009). Percebe-se que o Mn é o elemento que se

encontra mais homogêneo à medida que a profundidade aumenta.

O zinco, o cobre e o cromo têm comportamento muito semelhante ao longo

do perfil, apresentaram variações durante a profundidade amostrada (entre 5 e 6

cm), a partir daí há um decaimento ao longo do perfil até a base. Após a

normalização, apresentaram uma homogeneidade em relação às concentrações ao

longo do perfil de sedimento.

4.2.2. Testemunho PCM-9 (B)

Verificou-se um aumento relevante da concentração dos metais (exceto Mn e

Li), constatando a máxima concentração em dois centímetros de profundidade, onde

apresenta um decaimento na profundidade de um centímetro. O aumento da

concentração, após a normalização com ferro, quase não foi observada nos metais

traço, mostrando linear no perfil sedimentar Os elementos Co e Pb continuou

variando, porém mais homogêneo. Já o Li e Mn há uma diminuição da base do

testemunho até a superfície mesmo após a normalização. Os metais traço Cu, Zn,

Co e Ni apresentaram pico em dois centímetros de profundidade com decréscimo

até a base testemunho. Após a normalização, as concentrações ao longo do perfil

mostram-se com menor variação. Conforme mostra a Figura12.

0 4 8 12 16

51-53,541-4531-3525-2716-18

13108654321

CuCu/Fe

Cu (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

10 20 30 40 50 60

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

ZnZn/Fe

Zn (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 2 4 6 8

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

CoCo/Fe

Co (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

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45

0 5 10 15 20 25 30

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

LiLi/Fe

Li (µg g-1)P

rofu

nd

idad

e (c

m)

2 4 6 8 10 12 14

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

PbPb/Fe

Pb (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 20 40 60

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

NiNi/Fe

Ni (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 20 40 60 80

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

CrCr/Fe

Cr (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 100 200 300

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

MnMn/Fe

Mn (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

1 2 3 4 5

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

AlAl/Fe

Al (%)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 1 2 3 4

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

Fe (%)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Figura 12. Gráficos das concentrações dos elementos Cu, Zn, Co, Li, Pb, Ni, Cr, Mn, Al e Fe versus a profundidade no testemunho PCM-9 (B).

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46

4.2.3. Testemunho Est.2 (A)

Os elementos Cu, Zn, Co, Ni, Cr e Fe mostraram que a medida que aumenta

a profundidade aumenta a concentração. Os elementos Pb, Li e Mn apresentaram

variações ao longo do perfil sedimentar. O Al mostrou-se homogêneo, com

pequenas variações. Após a normalização com Fe, a concentração dos metais

mostrou-se bem homogênea nos perfis sedimentares (Figura 13).

0 4 8 12 16

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321 Pb

Pb/Fe

Pb (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

5 10 15 20 25

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321 Cu

Cu/Fe

Cu (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 20 40 60 80

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321 Zn1

Zn/Fe

Zn (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

2 4 6 8 10 12 14

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

CoCo/Fe

Co (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 20 40 60 80

51-53,541-4531-3525-2716-18

13108654321 Ni

Ni/Fe

Ni (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 20 40 60 80 100 120

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321 Cr

Cr/Fe

Cr (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

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47

0 5 10 15 20 25 30

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

LiLi/Fe

Li (µg g-1)P

rofu

nd

idad

e (c

m)

0 100 200 300 400

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

Mn Mn/Fe

Mn (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0 1 2 3 4 5

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

AlAl/Fe

Al (%)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

3 4 5

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Fe (%)

Figura 13. Gráficos das concentrações dos elementos Cu, Zn, Co, Li, Pb, Ni, Cr, Mn, Al e Fe versus a profundidade no testemunho Est.2 (A).

O enriquecimento dos metais traço nos sedimentos aquáticos é influenciada pela

eficiência de vários fatores, sendo a composição química, salinidade, pH, potencial

redox, ambiente deposicional e as condições hidrodinâmicas são os principais

fatores (Kljakovic´-Gaspic, 2009). De acordo com Förstner; Wittmann (1979), a

distribuição vertical da concentração dos metais em sedimentos pode ser controlada

por alguns eventos, como:

� Composição mineral do sedimento;

� Substancias carregadoras (hidróxidos, óxidos, sulfetos e carbonatos);

� Composição granulométrica;

� Teor de matéria orgânica;

� Variação de pH e Eh;

� Superfície de contato do sedimento.

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48

Uma questão importante na avaliação dos teores dos metais traço no perfil

sedimentar é saber se o registro reflete o fluxo de metais ou se a condição redox e

de pH controlam esses teores após a deposição dentro da coluna dos sedimentos.

Segundo Foster; Charlesworth (1996) apud Kljakovic´-Gaspic´ (2009) o perfil

sedimentar reflete ambos os processos e que é difícil de identificar os principais

processos que determinam tal distribuição, mas algumas análises estatísticas

podem ajudar.

4.3. Background geoquímico

A concentração dos metais Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al foram

determinados na fração fina (< 63 µm) dos sedimentos dos três locais, denominados

como testemunho PCM-9 (A), PCM-9 (B) e Est.2 (A), da Plataforma Continental de

Sergipe. Foi utilizado a fração fina para compensar o efeito da variação das

partículas nos sedimentos, pois quanto menor o tamanho superficial das partículas

maior a concentração dos metais (Luiz-Silva et al., 2006). Os valores médios

referentes ao background geoquímico foram calculados nos sedimentos na

profundidade de 25 a 53,5 cm, representado por três amostras. Em geral, estes se

encontram com concentrações abaixo das concentrações superficiais, mais

homogênea e constante (Marins et al., 2004; Luiz -Silva et al., 2006). Quase todos

os metais determinados encontraram-se concentrações baixas, podendo ser

considerada como background ou níveis naturais, sendo anterior aos impactos

antropogênicos na região.

4.3.1. Background Geoquímico do testemunho PCM-9 (A)

Na Tabela 4 estão apresentam dados geoquímico dos testemunhos com

valores médios das três ultimas sub-amostras (background geoquímico).

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49

Tabela 4. Concentração total dos metais nas sub-amostras do perfil sedimentar PCM-9 (A).

Profundidade (cm) background geoquímico Metal

1 2 3 4 5 6 8 10 13 16-18 25-27 31-35 41-45 Média

Cu 6,8 8,2 9,5 10,1 12,0 12,1 9,9 8,2 7,9 7,9 6,8 7,0 5,0 6,3

Zn 32,4 39,7 41,1 47,3 49,7 50,2 41,7 35,4 31,8 28,6 25,0 25,0 23,8 24,6

Co 3,2 4,2 3,6 5,5 4,7 5,9 6,3 4,4 3,0 1,8 1,3 1,1 1,4 1,3

Pb 8,0 9,0 10,0 13,0 16,0 15,0 11,0 9,0 10,0 7,0 8,0 5,0 5,0 6,0

Ni 17,4 25,5 27,5 31,2 36,5 36,9 25,6 25,5 23,7 21,9 22,6 18,7 18,2 19,8

Cr 43,3 52,8 56,4 62,6 73,5 74,0 54,1 48,0 41,0 36,1 35,7 33,2 29,1 32,7

Li 7,3 12,9 14,8 15,7 16,9 17,8 15,5 13,7 15,3 15,8 14,9 15,4 14,5 14,9

Mn 195,4 246,5 244,6 275,0 258,3 243,6 272,2 256,9 235,7 231,9 209,6 210,4 206,1 208,7

Fe 2,1 2,5 2,7 2,9 3,3 3,3 2,6 2,4 2,4 2,1 2,1 2,0 1,8 1,9

Al 2,2 2,8 3,1 3,1 3,6 3,1 3,1 3,0 3,1 2,9 2,6 2,6 2,2 2,5

Apenas as concentrações do Fe e do Al estão em %, sendo os demais expressos em µg g-1. O background geoquímico está representado pelos sedimentos de base do testemunho (25 a 45 cm).

A Figura 14 mostra o nível de contaminação, a variação dos valores do FE

para os elementos estudados. Os valores para cobalto até a profundidade de 13 cm

a contaminação é moderada, sendo que na profundidade de 8 cm atingi os níveis de

contaminação considerável (severo). Para o cobre, quase todos os valores de FE

situam-se bem próximos de 1 (um), não apresentando maiores destaques. Para o

zinco, apenas os três últimos níveis são considerados não contaminados, nos

demais existe a possibilidade de contaminação, mostrando uma contribuição

decrescente do metal nos sedimentos.

No chumbo apenas os dois últimos intervalos são considerados não

contaminados, enquanto para todo o perfil sedimentar os valores de FE situam-se

entre 1-2, sendo possível de contaminação (pouco enriquecido). Os valores de FE

para o níquel se localizam próximos de um, não deparando com grandes variações.

Quanto ao cromo suas concentrações mostram os valores de FE com possibilidade

de contaminação (pouco enriquecido) ate 10 cm, a partir daí são considerado não

contaminado. O lítio e o manganês ao longo de todo perfil tem valores de FE ≤ 1

(um) sendo considerado não contaminado. Enquanto no alumínio, apresenta os

valores de FE oscilando entre 0,5 ≤ EF ≤ 1,5 não enriquecido a pouco enriquecidos.

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50

0.5 1.0 1.5 2.0

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

FE (Cu)

Pro

fun

did

ade

(cm

) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Zn) 1 2 3 4FE (Co)

0.5 1.0 1.5 2.0FE (Pb)

0.5 1.0 1.5 2.0FE (Ni)

0.5 1.0 1.5 2.0

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

FE (Cr)

Pro

fun

did

ade

(cm

) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Li) 0.5 1.0 1.5 2.0FE (Mn)

0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Al)

Figura 14. Gráficos do Fator de Enriquecimento dos metais Li, Co, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Al, Mn na profundidade no testemunho PCM-9 (A). FE < 1 ocorre inexistência de poluição; FE = (1 - 2) representa uma possível contaminação; FE ≥ 2 representa sedimento contaminado. FE oscilando entre 0,5 ≤ EF ≤ 1,5 representa sedimento não enriquecido a pouco enriquecido (podendo ser influência de processos naturais).

Com os resultados obtidos, é possível estabelecer a situação dos sedimentos deste perfil PCM-9 (A):

� Somente o cobalto apresenta valores que vai de enriquecimento moderado à contaminação considerável (severo) até a profundidade de 13 cm;

� Para os metais (Mn, Cu, Ni, Al e Li) ocorre inexistência de poluição, com alguns pontos sendo possível de contaminação.

� Os demais metais estudados, sendo eles o Pb, Cr e Zn incide uma possível contaminação até a profundidade de 10 cm. Podendo ser de processos naturais.

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51

Demore (2005) achou fator de enriquecimento do chumbo de 1,34. Os demais

metais tiveram o FE menor que 1, sendo 0,96 para Mn; 0,45 para Al, 0,53 para o Cu,

0,63 para o Zn; 0,61 para o Co e 0,68 para o Ni. Os valores de FE menores que um,

pode ter como causa principal a diluição do material terrígeno pelos altos teores de

carbonato de cálcio presentes nestes sedimentos.

Na Tabela 5 está apresentado o resumo da avaliação dos metais, com a

variação da concentração no perfil sedimentar, o valor do máximo detectado, médias

do background geoquímico e o fator de enriquecimento.

Tabela 5. Resumo da avaliação dos metais (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) no testemunho PCM-9 (A).

Máximo detectado

Profundidade do máximo

Valor do background considerado

Fator de Enriquecimento Metais

Variação* (µg g-1)

(µg g-1) (cm) (µg g-1) (FE) Máximo

Interpretação da Contaminação**

Cu 5,0 - 6,8 12,1 6 6,3 1,2 Possível

Zn 24 - 32 50,2 6 24,6 1,3 Possível

Co 1,4 - 3,2 6,3 8 1,3 3,7 Considerável, severa

Pb 5,0 - 8,0 16,0 5 6,0 1,6 Possível

Ni 18 - 17 36,9 6 19,8 1,1 Possível

Cr 29 - 43 74,0 6 32,7 1,3 Possível

Li 16 - 7,8 19,1 6 15,9 1,1 Possível

Mn 195 - 206 275,0 4 208,7 1,1 Possível

Fe*** 1,8 - 2,1 3,3 5 e 6 1,9 - x

Al*** 1,6 - 1,8 2,7 6 1,6 1,2 Possível

* Da camada mais profunda (41- 45 cm) a camada mais superficial (1 cm). ** Segundo Silva et al., 2009, baseado no valor do fator de enriquecimento. ***As concentrações do Fe e do Al estão em %.

As curvas das regressões representam as relações entre as concentrações

dos elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn e Al em função da concentração de Fe

(Figura 15). A relação Me/Fe em sedimentos pode ser expressa com base numa

equação de regressão linear com intervalo de confiança de 95%. Se o ponto estiver

abaixo do intervalo previsto, a concentração do metal no sedimento se encontra

dentro da faixa natural esperada. Para o ponto em que as concentrações de metais

extrapolem 95% do intervalo, os sedimentos são considerados enriquecidos, mas

nem sempre é de origem antropogênica. Outras possíveis reações com o metal

podem ultrapassar o intervalo.

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52

Cu (µg/g)

Fe (%)2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

6

8

10

12

14

**9569,0

**1266,46385,1

2=

+−=

r

XY

Cu (µg.g-1)

Fe (%)

2,0 2,4 2,8 3,2

30

40

50

60

**9320,0

**4507,183625,9

2=

+−=

r

XY

Zn (µg.g-1)

2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

1

2

3

4

5

6

7

8 Co (µg.g-1)

Fe (%)

**6685,0

**9729,27847,3

2=

+−=

r

XY

2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

6

8

10

12

14

16

18 Pb (µg.g-1)

**9389,0

**6863,68480,6

2=

+−=

r

XY

Fe (%)

2,0 2,4 2,8 3,2 3,6

8

10

12

14

16

18

20

22 Li (µg.g-1)

Fe (%)

2504,0

5772,22817,8

2=

+=

r

XY

2,0 2,4 2,8 3,2 3,6

20

25

30

35

40

**9558,0

**5092,124713,5

2=

+−=

r

XY

Ni (µg.g-1)

Fe (%)

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53

Fe (%)

2,0 2,4 2,8 3,2 3,6

30

40

50

60

70

80

90 Cr (µg.g-1)

**9640,0

**2735,292038,23

2=

+−=

r

XY

2,0 2,4 2,8 3,2 3,6

200

220

240

260

280

300 Mn (µg.g-1)

Fe (%)

*5443,0

*4064,384067,142

2=

+=

r

XY

2,0 2,4 2,8 3,2 3,6

2,4

2,8

3,2

3,6

4,0Al (µg.g-1)

**6888,0

**6638,02352,1

2=

+=

r

XY

Fe (%)

Figura 15. Gráficos representando a relação entre a concentração dos elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn e Al versus o teor de Fe (testemunho PCM-9 (A). A linha reta representa a regressão linear, enquanto as linhas tracejadas representam o intervalo de 95% de confiança.

A Concentração de background para cada metal, [Me]Fe no sedimento da

plataforma continental do Estado de Sergipe são definidas em função do teor de Fe,

e são expressa com base nas equações abaixo. Essas equações foram obtidas a

partir da retirada dos outline, ou seja, dos pontos fora do intervalo de 95% de

confiança da regressão linear da concentração dos metais versus ferro. Com isso,

valores teóricos natural podem ser estabelecidos a partir de suas concentrações de

Fe.

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54

Tabela 6. Regressão linear dos metais analisados em função do teor de Fe (testemunho PCM-9 (A)).

Equação n r2 p [Cu]Fe = 3,9725.[Fe] – 1,2622 9 0,9893 < 0,0001 [Zn]Fe = 18,4665.[Fe] – 10,0230 9 0,9707 < 0,0001 [Co]Fe = 2,5316.[Fe] – 2,7960 10 0,8127 < 0,001 [Pb]Fe = 6,9920.[Fe] – 7,8576 9 0,9801 < 0,0001 [Ni]Fe = 12,5176.[Fe] – 5,3638 11 0,9906 < 0,0001 [Cr]Fe = 29,6793.[Fe] – 24,3403 11 0,9949 < 0,0001 [Li]Fe = 1,8954.[Fe] + 10,5202 10 0,6520 < 0,01 [Mn]Fe = 37,1340Fe] + 143,0512 8 0,8356 < 0,01 [Al]Fe = 0,8017.[Fe] + 0,8940 9 0,9336 < 0,0001

Com os valores naturais teóricos é possível verificar o estado de

contaminação por metais traço em sedimentos da região utilizando o fator

enriquecimento dado pela formula a seguir:

FEMe = [Me]/[Me]Fe Em que [Me] é a concentração do metal na superfície do sedimento e [Me]Fe valor teórico natural obtido a partir das equações acima.

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55

4.3.2. Background geoquímico do testemunho PCM-9 (B)

A Tabela 7 mostra a concentração total do perfil sedimentar PCM-9 (B) com

os valores médios das três últimas sub-amostras (background geoquímico).

Tabela 7. Concentração total dos metais nas sub-amostras do perfil sedimentar PCM-9 (B).

Profundidade (cm) background geoquímico Metal

1 2 3 4 5 6 8 10 13 16-18 25-27 31-35 41-45 51-53,5 Média

Cu 12,8 15,9 7,9 6,8 8,6 8,1 7,9 7,8 7,0 7,9 7,1 5,6 4,7 4,4 4,9

Zn 50,4 55,3 33,6 30,9 35,2 36,2 34,8 33,8 27,8 28,4 26,5 28,3 33,9 24,3 28,8

Co 5,4 7,2 2,8 1,9 1,5 2,0 0,9 3,2 1,3 1,3 2,7 2,5 0,8 1,0 1,4

Pb 13,0 11,0 8,0 6,0 6,0 8,0 9,0 8,0 5,0 5,0 4,0 3,0 5,0 4,0 4,0

Ni 47,8 57,3 35,2 30,1 33,6 36,1 35,0 33,7 28,6 32,2 30,3 22,5 24,7 15,5 20,9

Cr 71,7 81,8 47,1 41,7 46,5 47,4 45,2 42,4 36,6 39,1 34,5 26,5 26,3 18,8 23,8

Li 10,9 11,9 10,5 13,1 12,8 12,9 14,9 15,9 12,3 11,4 11,9 16,7 14,2 16,2 15,7

Mn 191 178 226 235 264 273 266 273 242 230 219 217 223 176 205,1

Fe 3,4 3,7 2,4 2,3 3,1 3,1 3,1 2,4 2,1 2,0 2,0 1,7 1,7 1,5 1,6

Al 3,5 3,6 2,9 3,2 3,2 3,4 2,9 2,9 2,6 2,6 2,7 2,5 2,3 2,2 2,3

Apenas as concentrações do Fe e do Al estão em %, sendo os demais expressos em µg g-1. * Background geoquímico representado pelos sedimentos de base do testemunho (25 a 53,5 cm).

Os valores do FE para os elementos estudados no testemunho PCM-9 (B) é

mostrado na Figura 16, indicando o nível de contaminação do sedimento.

Os valores do FE para o Cu e Ni ficaram na faixa de 0,5 ≤ EF ≤ 1,5 que

sugerem que o cobre e o níquel presente nesta amostra do sedimento são

possivelmente de processos naturais, isso segundo os pesquisadores Zhang; Liu,

2002. O zinco, lítio, manganês e alumínio ao longo de todo perfil tem valores de FE ≤

1,0 (um) sendo considerados não contaminados, apenas os três últimos intervalos

tem FE entre 1,0 ≤ EF ≤ 1,2, mas também possivelmente de processos naturais Já o

cobalto e chumbo apresentam os valores de FE situados entre 0,5-2,0 sendo a

contaminação moderada para algumas profundidades (Co: 1,8 em dois cm e para o

Pb: 1,7 na amostra superficial).

Silva et al. (2009) encontrou nos sedimentos no mar do Chile valores de fator

de enriquecimento bem semelhantes. Mostrando ser inferior a 1,6, sendo os

seguintes valores encontrados: FE inferior a 1,3 para zinco, 1,3 para o chumbo, 1,6

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56

para o níquel, 1,4 para o cobalto e 1,3 para o Fe, com isso, nenhum impacto sobre

as concentrações dos metais nos sedimentos foi observado.

0.5 1.0 1.5 2.0

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

FE (Cu)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Zn) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Co) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Pb) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Ni)

0.5 1.0 1.5 2.0

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

FE (Cr)

Pro

fun

did

ade

(cm

) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Li) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Mn) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Al)

Figura 16. Gráficos do Fator de Enriquecimento dos metais Li, Co, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Al, Mn na profundidade no testemunho PCM-9 (B). FE < 1 ocorre inexistência de poluição; FE = (1 - 2) representa uma possível contaminação; FE ≥ 2 representa sedimento contaminado. FE oscilando entre 0,5 ≤ EF ≤ 1,5 representa sedimento não enriquecido a pouco enriquecido (podendo ser influência de processos naturais).

Diferente dos resultados do FE calculados neste trabalho foi encontrado por

Liaghati et al. (2003) que apresenta um enriquecimento de cromo e zinco com FE

variando de 2,2 a 5,0. Já neste testemunho, o Fe máximo encontrado para esses

dois metais foi de 1,4.

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57

A Tabela 8 apresenta resumo da avaliação dos metais, com a variação da

concentração no perfil sedimentar, o valor máximo detectado, médias do background

geoquímico e o Fator de enriquecimento.

Tabela 8. Resumo da avaliação dos metais (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) no testemunho PCM-9 (B)

Máximo detectado

Profundidade do máximo

Valor do background considerado

Fator de Enriquecimento Metais

Variação* (µg g-1)

(µg g-1) (cm) (µg g-1) (FE) Máximo

Interpretação da

Contaminação**

Cu 4 – 13 15,9 2 4,9 1,3 Possível

Zn 24 – 50 55,3 2 28,8 1,2 Possível

Co 1 – 5 7,2 2 1,4 1,8 Possível

Pb 4 – 13 13,0 1 4,0 1,7 Possível

Ni 16 – 48 57,3 2 20,9 1,1 Possível

Cr 19 – 71,7 81,8 2 23,8 1,4 Possível

Li 16 – 10 16,7 31-35 15,7 1,4 Possível

Mn 176 – 191 272,9 6 205,1 1,1 Possível

Fe*** 1,5 – 3 3,7 2 1,6 - x

Al*** 2 – 3,5 3,6 2 2,3 1,1 Possível

* Da camada mais profunda (41-45cm) a camada mais superficial (1cm). ** Segundo Silva et al., 2009, baseado no valor do fator de enriquecimento. ***As concentrações do Fe e do Al estão em %.

As curvas das regressões representam as relações entre as concentrações dos

elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn e Al em função da concentração de Fe

(Figura 17).

Fe (%)2 3 4

4

6

8

10

12

14

16

18 Cu (µg.g-1)

**7348,0

**6644,30176,1

2=

+−=

r

XY

Fe (%)

2 3 4

20

30

40

50

60 Zn (µg.g-1)

**7123,0

**4458,104344,8

2=

+=

r

XY

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58

2 3 4

2

4

6

8 Co (µg.g-1)

Fe (%)

*3727,0

*5759,14283,1

2=

+−=

r

XY

1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

2

4

6

8

10

12

14 Pb (µg.g-1)

Fe (%)

**7300,0

**4577,37560,1

2=

+−=

r

XY

1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

20

30

40

50

60

**7957,0

**8822,122204,1

2=

+=

r

XY

Ni (µg.g-1)

Fe (%) Fe (%)

2 3 4

20

30

40

50

60

70

80

90 Cr (µg.g-1)

**8210,0

**5126,218741,9

2=

+−=

r

XY

2 3 4

2,4

2,8

3,2

3,6

4,0

Fe (%)

**8457,0

**5943,04355,1

2=

+=

r

XY

Al (µg.g-1)

Figura 17. Gráficos representando a relação entre a concentração dos elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn e Al versus o teor de Fe (testemunho PCM-9 (B). A linha reta representa a regressão linear, enquanto as linhas tracejadas representam o intervalo de 95% de confiança.

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59

A Concentração de background definidas em função do teor de Fe, expressa

com base nas equações abaixo. Conforme mostra na Tabela 9. Valores teóricos

natural podem ser estabelecidos a partir de suas concentrações de Fe.

Tabela 9. Regressão linear dos metais analisados em função do teor de Fe (testemunho PCM-9 (B)).

Equação n r2 p [Cu]Fe = 4,2933.[Fe] – 2,1419 9 0,9043 < 0,0001 [Zn]Fe = 8,8809.[Fe] + 11,0472 8 0,7496 < 0,01 [Co]Fe = 2,2224.[Fe] – 2,4804 9 0,7496 < 0,01 [Pb]Fe = 3,2854.[Fe] – 1,6449 9 0,9230 < 0,0001 [Ni]Fe = 15,6561.[Fe] - 3,9629 8 0,9608 < 0,0001 [Cr]Fe = 27,3255.[Fe] – 20,1476 10 0,9951 < 0,0001 [Li]Fe = Não linear [Mn]Fe = Não linear

[Al]Fe = 0,6496.[Fe] + 1,2951 11 0,9740 < 0,0001

Assim, a contaminação dos sedimentos da plataforma continental de Sergipe

é praticamente desprezível para os metais estudados, mas por ser uma área de

exploração de petróleo há uma necessidade de analisar outros elementos que é de

extrema importância, como o bário, vanádio e o cádmio.

4.3.3. Background Geoquímico do testemunho EST.2 (A)

Coletado próximo ao rio São Francisco, no sul do Estado de Alagoas,

constatou-se valores de background maiores que os encontrados próximos a

plataforma de Camorim. Possivelmente, isso ocorre devido à profundidade de coleta

o testemunho Est.2 (A) não ter atingido os perfis dos sedimentos relacionados ao

período antes da época industrial, ou seja, antes da poluição antropogênica (Tabela

8). Por outro lado, por ser perto do rio São Francisco a taxa de sedimentação é bem

maior e os efluentes industriais e domésticos desaguados nessa área datam

décadas anteriores a implantação das plataformas de petróleo. Neste caso, é

necessário a coleta de testemunhos mais profundos. De acordo com Lacerda et al.

(2006) em regiões onde há influência de descargas de rios (influência de aportes

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60

fluviais) as variações da concentração de background são superiores a encontradas

nos sedimentos perto de plataformas continentais, sendo difícil avaliar a variação

das concentrações ou mesmo definir um processo de contaminação por metais

traço. Justificando assim a variação dos resultados encontrados entre os diferentes

testemunhos do presente trabalho.

Tabela 10. Concentração total dos metais nas sub-amostras do perfil sedimentar Est.2 (A) coletado no sul do estado de Alagoas.

Profundidade (cm) background geoquímico * Metal

1 2 3 4 5 6 8 10 13 16-18 25-27 31-35 41-45 51-53,5 Média

Cu 10,2 12,7 16,5 15,2 20,7 22,2 26,0 23,5 25,5 18,5 22,5 20,9 19,8 22,3 21,0

Zn 50,0 47,5 65,4 66,0 67,2 69,2 74,1 75,3 90,2 71,0 69,2 66,9 71,0 67,6 68,5

Co 9,0 7,5 11,3 10,2 12,1 10,5 12,3 14,3 13,8 13,6 12,2 12,9 12,0 11,8 12,2

Pb 10,0 9,0 15,0 15,0 18,0 16,0 14,0 14,0 17,0 17,0 10,0 14,0 16,0 13,0 14,3

Ni 29,8 43,2 52,8 49,2 63,4 69,4 75,0 69,6 77,2 50,1 63,5 58,4 62,3 61,1 60,6

Cr 40,2 61,6 68,0 66,0 83,5 91,0 108,0 97,2 102,0 41,7 90,3 81,9 77,9 86,3 82,1

Li 18,40 9,20 16,09 13,99 19,38 19,68 19,70 21,47 24,39 15,19 20,47 19,78 16,69 23,08 19,8

Mn 213,4 149,2 217,5 265,9 176,4 166,3 177,6 195,4 264,8 422,9 190,5 182,9 224,0 198,8 201,9

Fe 2,6 2,9 3,5 3,6 4,0 4,4 5,1 4,7 4,8 3,5 4,5 4,0 4,1 4,3 4,1

Al 4,28 2,43 2,54 3,59 3,36 2,89 3,15 2,90 2,97 3,72 2,91 2,97 3,63 3,05 3,2

Apenas as concentrações do Fe e do Al estão em %, sendo os demais expressos em µg g-1. * Background geoquímico representado pelos sedimentos de base do testemunho (25 a 53,5 cm).

Observando o testemunho Est.2 (A) quanto ao fator de enriquecimento,

podem-se enfeixar os seguintes aspectos relevantes:

� Os metais traço cobre, zinco cobalto, níquel, cromo e lítio (exceto na

amostra superficial do Li), apresentam a maior parte de suas amostras enquadradas

como pouco enriquecidas, configurando um quadro de leve contaminação, esses

valores estão na faixa de 0,5 ≤ EF ≤ 1,5 sugerem a possibilidade da contaminação

ser natural.

� O chumbo também varia na faixa de 0,5 ≤ EF ≤ 1,5, só que a variação

é mais heterogênea. Estando algumas das sub-amostras próximas a 1,5, neste caso

há possibilidade de uma contaminação moderada.

� O manganês e o alumínio estão com a maioria de suas sub-amostras

na faixa que incide uma possível contaminação, podendo ser de processos naturais.

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61

O incremento destes valores aconteceu a na amostra superficial e na profundidade

do centímetro 16-18.

0.5 1.0 1.5 2.0

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

FE (Cu)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Zn) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Co) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Pb) 0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Ni)

0.5 1.0 1.5 2.0

51-53,541-4531-3525-2716-18

13108654321

FE (Cr)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

0.5 1.0 1.5 2.0

FE (Li) 1 2 3

FE (Mn) 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5

FE (Al)

Figura 18. Gráficos do Fator de Enriquecimento dos metais Li, Co, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Al, Mn na profundidade no testemunho Est.2 (A). FE < 1 ocorre inexistência de poluição; FE = (1 - 2) representa uma possível contaminação; FE ≥ 2 representa sedimento contaminado. FE oscilando entre 0,5 ≤ EF ≤ 1,5 representa sedimento não enriquecido a pouco enriquecido (podendo ser influência de processos naturais).

A Tabela 9 apresenta resumo da avaliação dos metais no testemunho Est.2

(A). Com a variação da concentração, valor do máximo, médias do background

geoquímico e o fator de enriquecimento.

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62

Tabela 11. Resumo da avaliação dos metais (Cd, Co, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Mn, Fe e Al), testemunho Est.2 (A).

Metais Variação*

(µg g-1)

Máximo detectado

(µg g-1)

Profundidade do máximo

(cm)

Valor do background considerado

(µg g-1)

Fator de Enriquecimento

(FE) Máximo

Interpretação da

Contaminação**

Cu 22 – 10 26,0 8 21,0 1,1 Possível

Zn 68 – 50 90,2 13 68,5 1,2 Possível

Co 12 – 9 14,3 10 12,2 1,3 Possível

Pb 13 – 10 18,0 5 14,3 1,5 Possível

Ni 61 – 30 77,2 13 60,6 1,1 Possível

Cr 86 – 40 108,0 8 82,1 1,1 Possível

Li 23 – 18 24,4 13 19,8 1,5 Possível

Mn 199 – 213 422,9 16-18 201,9 2,5 Moderada

Fe*** 4,3 – 2,6 5,1 8 4,1 - x

Al*** 3,1 – 4,3 4,3 1 3,2 2,1 Moderada

* Da camada mais profunda (41-45 cm) a camada mais superficial (1cm). ** Segundo Silva et al., 2009, baseado no valor do fator de enriquecimento. ***As concentrações do Fe e do Al estão em %.

As curvas das regressões representam as relações entre as concentrações

dos elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn e Al em função da concentração de Fe,

gráficos da Figura 19.

3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

10

15

20

25

30Cu (µg.g-1)

**9581,0

**2556,65100,6

2=

−=

r

XY

Fe (%) 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

50

60

70

80

90

100Zn (µg.g-1)

**6896,0

**4629,191373,12

2=

+=

r

XY

Fe (%)

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63

3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

8

10

12

14

16Co (µg.g-1)

**4891,0

**1879,48740,1

2=

+=

r

XY

Fe (%)

3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

30

40

50

60

70

80

90 Ni (µg.g-1)

**9335,0

**4784,128833,17

2=

−=

r

XY

Fe (%)

3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

40

60

80

100

120

140Cr (µg.g-1)

**8603,0

**9243,303483,27

2=

−=

r

XY

Fe (%)

3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

12

16

20

24

28

**5075,0

**9974,34341,2

2=

+=

r

XY

Li (µg.g-1)

Fe (%)

Figura 19. Gráficos representando a relação entre a concentração dos elementos Cd, Co, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Mn e Al versus o teor de Fe (testemunho Est.2 (A)). A linha preta representa a regressão linear, enquanto as linhas tracejadas representam o intervalo de 95% de confiança.

Conforme mostra na Tabela 12, a Concentração de background pode ser

definida em função do teor de Fe (expressa com base nas equações abaixo). Os

valores teóricos natural podem ser estabelecidos a partir de suas concentrações de

Fe.

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64

Tabela 12. Regressão linear dos metais analisados em função do teor de Fe (Est.2 (A)

Equação n r2 p [Cu]Fe = 6,5651.[Fe] – 6,6839 10 0,9908 < 0,0001 [Zn]Fe = 9,4770.[Fe] – 29,2712 10 0,8425 < 0,0001 [Co]Fe = 1,6282.[Fe] + 5,0347 9 0,7832 < 0,01 [Pb]Fe = Não linear [Ni]Fe = 17,5681.[Fe] - 12,3987 10

0,9669

< 0,0001

[Cr]Fe = 27,4163.[Fe] – 30,2900 11 0,9813 < 0,0001 [Li]Fe = 3,2597.[Fe] +5,0791 8 0,6144 < 0,05 [Mn]Fe = Não linear [Al]Fe = Não linear

O valor das concentrações médias dos metais, principalmente do ferro e

alumínio, serem bem maior no testemunho Est.2(A) (sul do estado de Sergipe), do

que nos testemunhos coletados perto da plataforma de Camorim sugere a influência

significativa do Rio São Francisco nos sedimentos da plataforma. Verifica-se, assim

como Lacerda et al., 2006 a importante influência dos aportes continentais sobre a

distribuição dos metais traço nos sedimentos da plataforma continental.

4.4. Média do background geoquímico nos testemunhos PCM-9 (A) e PCM-9 (B)

Os testemunhos PCM-9 (A) e PCM-9 (B) localizam-se perto da plataforma de

Camorim. Com isso, esperavam-se concentrações mais semelhantes ao logo da

profundidade, já que os locais das coletas foram bem próximos. Contudo percebe-se

que apenas o valor estimado para o background geoquímico são análogo para

ambos os testemunhos. Por isso, seria aconselhável a utilização da média dos

valores de background geoquímico entre os dois testemunhos como valor de

”background da região” (Tabela 13).

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65

Tabela 13. Média dos valores de background nos testemunhos (A) e (B), amostrados perto da plataforma de Camorim, Aracaju-SE.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Li Mn Fe Al Valor de background ----------------------------µg g-1------------------------------ --------%------

PCM-9 (A) 6,3 24,6 1,3 6,0 19,8 32,7 14,9 208,7 1,9 2,5

PCM-9 (B) 4,9 28,8 1,4 4,0 20,9 23,8 15,7 205,1 1,6 2,3

Média ± DP 5,6±1,0 27±3,0 1,4±0,1 5,0±1,4 20,4±0,8 28,6±6,3 15,3±0,6 206,9±2,5 1,75±0,2 2,4±0,1

A concentração de background no sedimento da plataforma continental de

Sergipe está dentro da faixa de sedimentos não contaminados. Isso pode ser

observado nas diferentes concentrações de background dos metais traço entre

plataforma continental de Sergipe com os sedimentos de outras regiões. Contudo,

essa comparação (Tabela 14)não é apropriada para definir se o sedimento está ou

não contaminado, pois tem que levar em consideração as variações litogênicas de

uma região para outra. Daí a importância da estimativa do background geoquímico

local.

O background geoquímico do sedimento analisado na costa do Chile por Silva

et al. (2009) está entre os maiores valores encontrados na literatura. Já as

concentrações de background observadas na plataforma continental de Sergipe está

entre os menores, isso nos sedimentos que não foram normalizados. Já em outros

trabalhos (Trefry et al., 2003; Chen et al., 2004; Roussiez et al., 2005) a

concentrações de background está normalizada. Contudo, apenas a concentração

de cobre, cobalto e chumbo observado no presente trabalho têm sua concentração

abaixo das encontradas em outros sedimentos. Por outro lado, o zinco, níquel cromo

e manganês encontram-se um pouco acima, porém com valores bem próximos.

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Tabela 14. Comparações da media das concentrações de background dos metais traço da plataforma continental de Sergipe e de sedimentos de outras regiões do Brasil e do mundo.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Mn Área Fonte

------------------------------------µg g-1------------------------

Média da base do testemunho

Bacia de Campos Demore, 2005 16,9 80,6 7,9 22 33,5 57,2 798,7

Estuário de Santos Luiz-Silva, 2006 14,0 51,0 x 15,0 14,0 31,0 226,0

Rio St. Lawrence, Canada Saulnier; Gagnon, 2006 20,0 60,0 x x 23,0 46,0 x

Costa do Chile Silva et al., 2009 30,5 62,5 16,0 9,0 27,0 x x

Plataforma Continental de Sergipe Presente estudo 5,6 26,7 1,35 5,0 20,4 28,6 206,9

Normalizados ([Me]/Elemento normalizador)

Golfo dos Leões, França Roussiez et al., 2005 2,51 13,4 1,4 5,3 4,1 9,9 x

Costa do Alaska (mar Beaufort) Trefry et al., 2003 4,8 20,0 2,0 2,3 7,1 14,6 65,0

Estuário Yangtze, Mar da China Chen et al., 2004 4,1 14,5 3,1 3,4 7,2 1,9 108,5

Plataforma Continental de Sergipe Presente estudo 3,1 15,2 0,8 2,8 11,4 15,7 116,7

Dados normalizados por regressão linear

Sul da China Teng et al., 2009 48,6 39,1 x 93,2 x 65,2 x

Plataforma Continental de Sergipe Presente estudo 8,6 34,3 3,5 7,9 30,3 48,2 235,0

4.5. Comparações importantes

4.5.1. Tipos de normalizações

As equações de [Me]Fe era para proporcionar uma base de informações para

futuros estudos sobre a contaminação da plataforma continental de Sergipe.

Contudo, as equações deram valores de background superior ao esperado, em

relação ao background estimado pelas outros procedimentos (média da base do

testemunho e Metal/ elemento normalizador). Isso dificulta o uso das equações

estimado por meio da regressão linear para verificar o grau de contaminação dos

sedimentos. Com isso, as utilizações dessas metodologias podem superestimar ou

subestimar os valores reais de background da região.

Com isso, o uso de valores [Me]Fe não representativo pode gerar

caracterizações irreais do estado de poluição.

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Tabela 15. Comparação dos valores de Background Geoquímico de diferentes metodologias.

*Média da base do testemunho; ** Média Me/Fe para cada elemento e entre parênteses a média Me/Fe da base do testemunho; *** Média do testemunho e entre parênteses a média da base do testemunho.

É muito importante a padronização da forma de obtenção dos valores de

referência pré-industriais (valores de background), pois este ajuda a estabelecer

alvos realísticos para avaliações de remediação ambiental. Pois se houver

superestimativa dos valores de background podem motivar esforços dispensáveis

com a remediação do ambiente marinho, esse envolve custos elevados. E no caso

de subestimação dos valores de background, pode colocar em risco ao meio

ambientes aquáticos e consequentemente, ao homem (Burton, 2002; Smol, 2008).

5.5.2. Variações das concentrações dos metais traço no perfil sedimentar

de outros estudos

As variações da concentração no sedimento da plataforma continental de

Sergipe, do respectivo estudo, estão dentro da faixa de sedimentos não

contaminados. Contudo, essa comparação não é apropriada para definir se o

sedimento está ou não contaminado, tendo que levar em consideração as variações

litôgenicas de uma região para outra. É necessário determinar o background

-----------------------------------background Geoquímico (µg g-1)---------------------------------

PCM-9 (A) PCM-9 (B) Est.2 (A) Metais

Média* Me/ Fe** Regressão*** Média* Me/ Fe** Regressão*** Média* Me/ Fe** Regressão***

Cu 6,3 3,4 (3,4) 8,6 (6,5) 4,9 3,2 (3,8) 8,5 (4,8) 21,0 4,9 (4,3) 20 (20)

Zn 24,6 15 (16) 36 (26) 28,8 14 (14,5) 33 (26) 68,5 17 (18) 67 (68)

Co 1,3 1,4 (1,5) 3,5 (2,1) 1,4 1,0 (1,6) 3,0 (1,1) 12,2 3,0 (3,1) 12 (12)

Pb 6,0 3,8 (3,7) 9,4 (5,7) 4,0 2,7 (3,4) 6,5 (3,7) 14,3 3,6 (3,7) x

Ni 19,8 10 (9,7) 26 (19) 20,9 13 (15) 35 (22) 60,6 15 (14) 58 (60)

Cr 32,7 20 (21) 49 (33) 23,8 17 (21) 47 (24) 82,1 19 (19) 79 (83)

Li 14,9 6,1 (4,8) 15 (14) 15,7 5,9 (3,6) x 19,8 4,9 (5,2) 18 (18)

Mn 209 98 (95) 235 (215) 205 99 (66) x 201,9 57 (65) x

Fe (%) 1,9 x x 1,6 x x 4,1 x x

Al (%) 2,5 1,2 (1,1) 2,9 (2,5) 2,3 1,2 (1,1) 2,9 (2,4) 3,2 0,8 (1,1) x

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geoquímico regional, mesmo que de forma direta, para o cálculo real do grau de

contaminação nesta região em estudo.

Na Tabela 16 tem-se a analogia entre sedimentos deste estudo com outras áreas,

onde a concentração do cobre e chumbo nos perfis sedimentares da Baía de Soline,

Croácia (Kljaković-gašpić, 2009) foram as maiores entre os perfis sedimentares. Em

relação ao zinco. Argollo (2001) deparou com concentrações altas na baía de Todos

os Santos, mas em algumas sub-amostras dos perfis sedimentares do respectivo

estudo observaram-se concentrações mais elevadas. No estuário do Rio São

Francisco, por Santos (2007), tiveram menores variações em todos os elementos

analisados.

Tabela 16. Comparações da variação das concentrações dos metais traço no perfil sedimentar da plataforma continental de Sergipe com os valores publicados em outros estudos no Brasil e no mundo.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Área Fonte

---------------------------------------µg g-1------------------------------

Plataforma Continental de Sergipe

Presente estudo

4-26

24-90

0,8-14

3-18

16-77

18,8-108

Estuário do Rio São Francisco

Santos, 2007 2-26 1,0-48 x 5-16 3-27 15-82

Baía de Todos os Santos

Argollo, 2001

14,8-23 60-88 14-18 16-34 22-35 70-103

Baía de Soline

Kljaković-gašpić, 2009

21-52 22-65 x 30-67 28-40 x

Mar mediterrâneo Martín et al., 2009; 12-25,0 54-74 x 14-26 22-35 38-71

Em estudos feito por Lacerda et al., 2006 verificou que a influência das

plataformas de petróleo e gás não tem influência significativa na concentração dos

metais traço na biota bêntica, isso cogita não só que as concentrações desses

metais são pequenos, mas também a diluição que é extremamente grande na

plataforma continental, sendo que apenas pequenas cargas de metais são liberadas

nos sedimentos. O que foi verificada é um aumento significativo nas concentrações

de alguns metais durante a perfuração dos poços de petróleo. Contudo, retrocedem

a concentrações naturais (background) após um ano, como relata Rezende et al.,

2002.

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5.5.3. Metais traço nos sedimentos superficiais

Os resultados do presente trabalho corraboram com os obtidos por Alves e

Garcia em 2003, para a maioria dos metais analisados nas amostras superficiais.

Isso mostra a confiabilidade dos dados obtidos. Exceto para o cobalto que foi

encontrado valores menores e o níquel com valores maiores. Na Tabela 17 depara-

se com os mínimos e máximos de cada da metal, há cinco centímetro do topo do

sedimento.

Tabela 17. Comparação dos resultados de Alves e Garcia (2003) com os teores dos metais traço do presente trabalho.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Mn Área Fonte --------------------------------------------µg g-1---------------------------------------

Presente estudo

9,3-10,4

41-42,0

3,8-4,2

8,8-11,2

27,6-41

57,7-58

219-244

Plataforma Continental de Sergipe Alves e

Garcia, 2002 3,4-13,6 12-46 13,7-33 11,4-46 12-27,6 44-127 228-480

Os valores da concentração dos metais traço nos sedimentos superficiais

determinados neste trabalho foram comparados com sedimentos de outras áreas do

Brasil e do mundo, observou-se que os teores de metais nos sedimentos estudados

neste trabalho não foram significativamente elevados.

Tabela 18. Comparações da concentração dos metais traço em sedimentos superficiais da plataforma continental de Sergipe com os valores publicados em outros sedimentos do Brasil.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Mn Fe Al Área Fonte -------------------------µg g-1------------------------ % %

Bacia Cearense Marins et al.,

2005 4,7-6,1 3,7-16,9 x 16-43 1,8-28,9 5,5-24 9-461 0,02-1,4 0,3-3,2

Estuário de Vitória/ES Jesus et al.

,2004 11-119 48-355 x 10-74 31-53 62-103 147-270 x x

Plataforma continental do Ceará

Aguiar et al.,

2007 2,1 2,84 x 19,36 11,17 x 86,5 0,3 1,13

Baía de Todos os Santos,

Onofre et al,

2007 0,8-10,0 4,7-38,0 x 0,6-26,0 1,0-19,0 x x x x

Costa do Alaska (mar Beaufort)

Trefry et al.,

2003 3,6-50 15-173 2,2-18 3,2-22 6,0-48 13-104 62-898 0,7-3,9 1,1-7,3

Estuário de Santos-SP Luiz-Silva et al.,

2006 13-15 50-52 x 14-16 13-15 31 215-237 2,8-3,0 x

Plataforma Continental

de Sergipe Presente estudo 9,3-10,4 41-42 3,8-4,2 8,8-11,2 28-40,8 41,2-52 219-244 2,0-3,0 3,0-3,3

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Considerando apenas as áreas da Tabela 18, a concentração máxima de Cu, Zn, Pb

e Cr foi encontrada por Jesus et al.,2004, nos sedimentos do estuário de Vitória com

variações de 11,0 a 119,0 µg g-1 para o cobre, 48,0 a 355,0 µg g-1 para o zinco, 10,0

a 74,0 µg g-1 para o chumbo e 62,0 a 103,0 µg g-1 para o cromo. Sendo que nesta

área alguns pontos estão contaminados, causando efeitos adversos a biota marinha,

contudo por ser um estuário próximo a cidade de Vitoria/ES é se esperado altas

concentrações. As menores concentrações de Cu, Zn e Cr foram encontrada na

bacia Cearense (Marins et al., 2005), com variações de 4,7 a 6,1 µg g-1 para o

cromo, 3,7-16,9 para o zinco e 5,5 a 24,0 µg g-1 para o cromo. Já as concentrações

na área de estudo variaram-se de 9,3 a 10,4 µg g-1 para o cobre, 41,0 a 42,0 µg g-1

para o zinco, 8,8 a 11,2 µg g-1 para o chumbo e 41,2 a 52,0 µg g-1 para o cromo.

A concentração de Al varia de 3,0 a 3,3 µg g-1 e estão na mesma ordem de

grandeza encontrada por Marins et al., (2005) em alguns pontos da bacia Cearense,

que encontrou valores variando de 0,3 a 3,2 µg g-1. As concentrações de ferro nos

sedimentos da bacia Cearense variam de 0,02 a 1,4 µg g-1, abaixo do encontrado

neste estudo que varia de 2,0 a 3,0 µg g-1.

5.6. Metais traço ambientalmente disponível

Na extração parcial (fração extraída por ataque ácido moderado) foi utilizado

o método 200.8 US EPA (1999). O método de extração parcial promove a lixiviação,

não se extraindo quantitativamente todo o elemento presente na amostra. Contudo,

extrai somente aqueles potencialmente disponíveis por lixiviação natural ou

processos biológicos. Portanto, sem atacar a fração altamente resistente, composta

por óxidos de Al e Si, isto é, não extraem totalmente os metais originalmente

agregados às matrizes geológicas. Ainda que, apenas uma pequena fração do

material lixiviado seja disponível na maioria dos ambientes naturais (Marques, 2001).

Sendo que, a fração lixiviável inclui os metais de origem antropogênica ou natural,

que se encontram associados a matrizes argilosas ou com matéria orgânica.

Contudo, processos físicos, químicos e biológicos podem tornar esta fração menos

ou mais disponível.

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Os gráficos a seguir, mostram a variação da concentração dos metais

ambientalmente disponíveis em função da profundidade (Figuras 20 a 29). Sendo os

elementos que possuem valores guias de qualidades dos sedimentos (VGQS) estão

representados nas figuras. Essa é mais uma opção na avaliação da qualidade dos

sedimentos.

Verificou-se que os valores obtidos no presente trabalho estão abaixo dos

VGQS na maioria dos metais traços estudados. Comprova que efeitos adversos a

biota aquática é pouco provável nesse ambiente. Isso, não anula a possibilidade

desses metais traço serem tóxicos. Por isso, esses valores (VGQS) têm que ser

usados com cautela. Visando melhor entendimento, foram calculadas as

percentagens da fração ambientalmente disponível em cada elemento, isso em

relação à extração total.

5.6.1. Cobre ambientalmente disponível

Os resultados da análise de cobre potencialmente biodisponível no perfil de

sedimento, estão apresentados na Figura 20. Verifica-se na determinação do cobre

que a distribuição é diferenciada em relação aos testemunhos coletados perto da

plataforma de Camorim, (PCM-9 (A) e (B), com o coletado do sul do estado de

Alagoas, perto do Rio São Francisco Est.2 (A).

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Cu (µg g-1)0 2 4 6 8 10 12 14 16

Pro

fun

did

ade

(cm

)

51-53,541-4531-3525-2716-18

13108654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B)Est.2 (A)

Figura 20. Variações das concentrações de cobre ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

Os perfis sedimentares PCM-9 (A) e PCM-9 (B) apresentaram as menores

concentrações e distribuição homogênea ao longo do perfil. Já o testemunho Est.2

(A) apresentou aumento da concentração da superfície até a profundidade de 8 cm,

com variações alternando até a profundidade de 53,5 cm. Neste testemunho a

concentração é elevada, possivelmente, devido à influência fluvial da região, onde à

décadas atrás era despejado com mais freqüências esgoto industrial e urbano sem

devido tratamento. A diminuição da concentração de Cu na profundidade de oito

centímetro até a superfície mostra mudança de comportamento. Isso reflete o que

realmente está acontecendo atualmente, uma maior preocupação do homem com

nosso meio ambiente, principalmente das indústrias e empresas de tratamento de

esgoto. Com a purificação dos efluentes despejados nos nossos rios, devido

principalmente à fiscalização que tem aumentado nos últimos anos.

A concentração do cobre encontra-se abaixo de 34,0 µg g-1 (<ERL), nos três

testemunhos (valores biodisponíveis oscilaram entre 1,7 a 16,2 µg g-1). Com isso,

efeitos adversos raramente ocorrem nesse elemento. O valor médio obtido nas

porcentagens de cobre ambientalmente disponível em relação aos teores totais é de

45,2% no testemunho PCM-9 (A), 41,2% no testemunho PCM-9 (B) e 57,8% no

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testemunho Est.2 (A). Isso demonstra uma maior biodisponibilidade do cobre no

último testemunho.

5.6.2. Zinco ambientalmente disponível

Na análise da Figura 21 verifica-se que as concentrações de zinco

potencialmente biodisponível, ao longo do perfil, apresenta comportamento

semelhante em relação aos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e Est.2 (A)),

porém com valores diferentes. Os valores das concentrações de ambos os

testemunhos apresentaram baixos na seção inferior do perfil em relação aos

próximos da superfície. Esses baixos valores são observados entre o intervalo de

16-18 cm a 51–53,5 cm. Já as maiores concentrações são observadas entre o

intervalo de 5– 10 cm. Sendo que o testemunho Est.2 (A) apresentou a maior

concentração de zinco entre os testemunhos, provavelmente, devido a influência do

rio São Francisco nesta região.

Zn (µg g-1)

0 10 20 30 40

Pro

fundid

ade

(cm

)

41-4531-3525-2716-18

1310

8654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B)Est.2 (A)

Figura 21. Variações das concentrações de zinco ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

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Todos os valores das concentrações de zinco encontram-se abaixo dos

VGQS (<124,0 µg g-1 - TEL e < 150,0 µg g-1 - ERL) nos três testemunhos, sendo

verificada a maior concentração no testemunho Est.2 (A) (35,8 µg g-1), valores esses

abaixo dos VGQS. Com isso, quando se observa valores de concentrações desse

elemento abaixo dos TEL e ERL os efeitos adversos raramente ocorrem. As

concentrações biodisponíveis do elemento zinco nos três testemunhos oscilaram

entre 7,8 a 35,8 µg g-1. Contudo, os valores médios obtidos na porcentagem de

zinco ambientalmente disponível em relação ao zinco total é de 52,8% no

testemunho PCM-9 (A), 43,4% no testemunho PCM-9 (B) e 43,5% no testemunho

Est.2 (A), sendo que as maiores porcentagens de zinco biodisponível encontra-se

no testemunho PCM-9 (A).

5.6.3. Cobalto ambientalmente disponível

No cobalto, os resultados dos valores potencialmente biodisponível nos perfis

sedimentares, estão apresentados na Figura 22, verificando diferentes distribuições

em relação aos testemunhos PCM-9 (A) e PCM-9 (B), e o testemunho Est.2 (A).

Co (µg g-1)0 2 4 6 8 10

Pro

fun

did

ade

(cm

)

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B) ESt.2 (A)

Figura 22. Variações das concentrações de cobalto ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

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Os VGQS (TEL e PEL, ERL e ERM) não foram encontrados para o cobalto,

impossibilitando a comparação nas concentrações dos valores observados em

relação aos valores guias. A média das porcentagens do cobalto ambientalmente

disponível em relação aos teores totais é de 115,4% no testemunho PCM-9 (A),

88,0% no testemunho PCM-9 (B) e 59,0% no testemunho Est.2 (A). Isso mostra que

a extração parcial do cobalto não foi eficiente no testemunho PCM-9 (A). Visto que,

apresentou valor maior que 100%.

As média dos valores ambientalmente disponível do cobalto oscilaram entre

1,05 a 9,3 µg g-1 nos três testemunhos, sendo as maiores concentrações

encontradas no testemunho Est.2 (A). Provavelmente o cobalto está fortemente

ligado a matéria orgânica (não analisada). Oliveira; Nogueira (2005), observaram

que na maioria dos sedimentos analisados as maiores concentrações de metal

biodisponível também apresentaram alta porcentagem de matéria orgânica.

5.6.4. Chumbo ambientalmente disponível

Nas concentrações de chumbo potencialmente biodisponível observadas na

Figura 23 verifica-se que ao longo dos perfis, há diferentes comportamentos em

cada testemunho. Sendo que o testemunho PCM-9 (B) apresenta maior

concentração de chumbo nos dois primeiros centímetros e depois há um decréscimo

ao longo do perfil até a base do testemunho. Nos testemunhos PCM-9 (A) e Est.2

(A), observa-se maiores concentração de chumbo à medida que aumenta a

profundidade até os seis e oito primeiros centímetros, respectivamente. Após essa

profundidade observa-se decréscimo da concentração de chumbo até a base do

testemunho.

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Pb (µg g-1)0 5 10 15 20

Pro

fundid

ade

(cm

)

51-53,541-4531-3525-2716-18

13108654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B)Est.2 (A)

Figura 23. Variações das concentrações de chumbo ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

A média dos valores ambientalmente disponível do chumbo nos três

testemunhos oscilaram entre 4,5 a 17,8 µg g-1. Sendo todos os valores abaixo dos

VGQS (<30,2 µg g-1 - TEL e < 46,7 µg g-1 - ERL), sendo as maiores concentrações

encontrada a partir dos oito primeiros centímetro até a base do testemunho Est.2

(A). Assim sendo, raramente haverá efeitos adversos a biota devido as

concentrações observadas no presente estudo. A porcentagem média de chumbo

ambientalmente disponível em relação ao chumbo total é de 86,5% no testemunho

PCM-9 (A), 110,1% no testemunho PCM-9 (B) e 99,0% no testemunho Est.2 (A). No

testemunho PCM-9 (B) a extração parcial do chumbo não foi eficiente. Os altos

teores dos metais biodisponível podem caracterizar a forte ligação com carbono

orgânico, hidróxidos e óxidos de ferro e manganês, que atuam como carreadores de

metais traço (Liaghati et al., 2003), com isso podem influenciar a mobilidade dos

metais no sedimento.

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77

5.6.5. Níquel ambientalmente disponível

Na Figura 24 observa-se os resultados da determinação de níquel

potencialmente biodisponível no perfil dos sedimentos analisados. Constata-se

diferentes distribuições ao longo dos três testemunho (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e Est.2

(A). Sendo que no testemunho PCM-9 (A) observa-se variações medianamente

homogêneas ao longo do perfil. No testemunho Est.2 (A) há aumento nas

concentrações do níquel em relação aos outros testemunhos, com variações mais

pronunciadas. Esta concentração é alta, possivelmente, devido a influencia do Rio

São Francisco na região.

Nos testemunhos PCM-9 (A) e PCM-9 (B) ambos estão abaixo do nível limiar

de efeitos adversos. Estes valores, inferiores ao TEL e ao ERL nas amostras de

sedimentos, pode-se inferir que a mobilidade do níquel é baixa e que seus efeitos

adversos raramente ocorrem. Contudo no testemunho Est.2 (A) tem quase todas as

sub-amostras acima de TEL (15,9 µg g-1), onde efeitos adversos podem ocorrer. O

valor biodisponíveis do níquel nos três testemunho oscilaram entre 5,45 a 23,2 µg g-

1, e as médias obtidas nas porcentagens de níquel ambientalmente disponível em

relação as concentrações totais é de 39,9% no testemunho PCM-9 (A), 25,0% no

testemunho PCM-9 (B) e 31,0% no testemunho Est.2 (A). Isso demonstra que,

apesar dos menores valores de biodisponibilidade do níquel, seus teores no

testemunho Est.2 (A) encontram-se na faixa acima do TEL, indicando que efeitos

adversos podem ocorrer e que possivelmente são tóxicos.

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78

0 5 10 15 20 25

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B)Est.2 (A)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Ni (µg g-1)

Figura 24. Variações das concentrações de níquel ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A)) em função da profundidade do perfil (--- PEL, __ERL). Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

5.6.6. Cromo ambientalmente disponível

No cromo, os resultados dos valores ambientalmente disponível nos perfis

sedimentares, Figura 25, mostra-se que o comportamento das distribuições das

concentrações de cromo ao longo dos testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o Est.2

(A)) são semelhante, mas com concentrações diferentes. Visto que, as maiores

concentrações foram observadas no testemunho Est. 2 (A). As médias dos valores

ambientalmente disponível do cromo esta entre 12,8 a 72,6 µg g-1 nos três

testemunhos.

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79

0 20 40 60 80

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B)Est.2 (A)

Cr (µg g-1)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Figura 25. Variações das concentrações de cromo ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A)) em função da profundidade do perfil (--- PEL). Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

Os valores da concentração do cromo encontrada no testemunho Est.2 (A)

estão acima de TEL (>52,3 6 µg g-1), onde efeitos adversos podem ocorrer. Contudo

os valores encontram-se abaixo de PEL (≤160,0 µg g-1). As médias das

porcentagens do cromo potencialmente biodisponíveis em relação as concentrações

totais é de 76,2% no testemunho PCM-9 (A), 42,0% no testemunho PCM-9 (B) e

76,5% no testemunho Est.2 (A).

5.6.7. Lítio ambientalmente disponível

Nas concentrações de lítio ambientalmente disponível (Figura 26), constata-

se que ao longo dos perfis sedimentares, o comportamento é diferente em ambos os

testemunhos. No testemunho PCM-9 (B) observa-se um pico da concentração de

lítio na profundidade de dois centímetros e depois há um decréscimo ao longo do

perfil até a base do testemunho. Nos testemunhos PCM-9 (A) e Est.2 (A), há um

aumento da concentração de lítio à medida que a profundidade aumenta até os

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80

cinco centímetros no perfil do testemunho PCM-9 (A). Já no testemunho Est.2 (A) o

aumento da concentração de lítio é até os oito centímetros no perfil desse

testemunho, após esse pico na concentração de lítio a um decréscimo da

concentração até a base do testemunho.

0 5 10 15 20

51-53,541-4531-3525-2716-18

13108654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B)Est.2 (A)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Li (µg g-1)

Figura 26. Variações das concentrações de lítio ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A)) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

Não há VGQS (TEL e PEL, ERL e ERM) do lítio, impossibilitando

comparações com esses valores guias. A média das porcentagens do lítio

ambientalmente disponível em relação aos teores totais é de 75,1% no testemunho

PCM-9 (A), 57,6% no testemunho PCM-9 (B) e 73,3% no testemunho Est.2 (A). As

médias dos valores biodisponível do lítio oscilaram entre 5,2 a 20,0 µg g-1 nos três

testemunhos.

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81

5.6.8. Manganês ambientalmente disponível

Verifica-se que ao longo dos perfis as concentrações de manganês

ambientalmente biodisponível (Figura 27), tem comportamento diferente em ambos

os testemunho. Sendo que no testemunho PCM-9 (B) observa-se um pico de

concentração de manganês na profundidade de dois centímetros e depois há um

decréscimo da concentração de manganês ao longo do perfil até a base do

testemunho. Nos testemunhos PCM-9 (A) há maior concentração de manganês à

medida que aumenta a profundidade até o sexto centímetro. Já no testemunho Est.2

(A) observa-se maior concentração de Mn à medida que aumenta a profundidade

até próximo ao décimo terceiro centímetro. Após esses picos de concentração

observa-se um decréscimo até a base do testemunho.

0 100 200 300 400 500 600

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B)Est.2 (A)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Mn (µg g-1)

Figura 27. Variações das concentrações de manganês ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

Nos três testemunhos estudados, a concentração do Mn biodisponíveis

encontra na faixa entre 142,5 a 552,5 µg g-1. Os valores médios obtidos das

porcentagens de cobre potencialmente biodisponíveis em relação às concentrações

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totais é de 116,3% no testemunho PCM-9 (A), 95,9% no testemunho PCM-9 (B) e

178,1% no testemunho Est.2 (A). Nos testemunhos PCM-9 (A) e Est.2 (A)

observaram-se porcentagem biodisponível maior que 100%, possivelmente à

extração parcial do Mn não foi eficiente. As porcentagens ambientalmente

disponíveis de manganês em relação aos totais evidenciam que o manganês é um

elemento mais suscetível à mobilização ao longo do perfil. Esses valores são

considerados alto em termos de disponibilidade. O cobalto e o cobre também

apresentaram maior concentração ambientalmente disponível.

5.6.9. Ferro ambientalmente disponível

Verifica-se que as concentrações de ferro ambientalmente disponível ao longo

dos perfis sedimentares (Figura 28), tem diferentes variações em ambos os

testemunhos. O testemunho PCM-9 (B) apresenta aumento da concentração de

ferro no primeiro centímetro de profundidade e depois do segundo centímetros há

um decréscimo, com pequenas as variações de concentrações até a base do

testemunho. No testemunho Est.2 (A), verifica-se maior concentração à medida que

aumenta a profundidade até o oitavo centímetro de profundidade, após esse pico na

concentração de ferro a um decréscimo com pequenas variações nas concentrações

de ferro até a base do testemunho. No testemunho PCM-9 (A), constata-se maior

concentração do ferro no primeiro centímetro de profundidade, após o segundo

centímetros, há um decréscimo na concentração de ferro até o quarto centímetro.

Contudo, a concentração volta a aumentar no quinto e sexto centímetro de

profundidade, após esta profundidade observa-se um decréscimo da concentração

de ferro até a base do testemunho.

A média das porcentagens do ferro ambientalmente disponível em relação

aos teores totais é de 56,0% no testemunho PCM-9 (A), 56,7% no testemunho PCM-

9 (B) e 75,1% no testemunho Est.2 (A). As média dos valores biodisponível do ferro

oscilaram entre 0,8 a 3,8% nos três testemunhos.

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83

0 1 2 3 4 5

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B)Est.2 (A)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Fe (%)

Figura 28. Variações das concentrações de ferro ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

As concentrações de ferro ambientalmente disponível obtidas no presente

estudo demonstraram que, embora ocorram algumas variações, há certa

homogeneidade na distribuição de ferro depois do oitavo centímetro até a base do

perfil.

5.6.8. Alumínio ambientalmente disponível

No alumínio, observa-se diferente distribuição nos valores de concentração

ambientalmente biodisponível nos perfis sedimentares (Figura 29) em ambos os

testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A)). Nos testemunhos

PCM-9 (A) e no Est.2 (A) as variações das concentrações de alumínio são

semelhantes, apresentando um pico na concentração entre o quinto e o sexto

centímetro de profundidade. O testemunho PCM-9 (B) apresenta um decréscimo na

concentração de alumínio da superfície até a base do testemunho. As médias dos

valores biodisponível do alumínio oscilaram entre 0,2 a 2,4 µg g-1 nos três

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84

testemunhos. A média das porcentagens do alumínio ambientalmente disponível em

relação as concentrações totais é de 51,7% no testemunho PCM-9 (A), 44,8% no

testemunho PCM-9 (B) e 50,5% no testemunho Est.2 (A).

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

51-53,541-4531-3525-2716-18

1310

8654321

PCM-9 (A)PCM-9 (B)Est.2 (A)

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Al (%)

Figura 29. Variações das concentrações de alumínio ambientalmente disponível (extração parcial) nos três testemunhos (PCM-9 (A), PCM-9 (B) e o testemunho Est.2 (A) em função da profundidade do perfil. Plataforma continental Sergipe e sul de Alagoas.

5.7. Comportamento dos metais (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) nos

testemunhos

5.7.1. Testemunho PCM-9 (A)

O comportamento dos metais (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) e as

possíveis relações entre si no testemunho PCM-9 (A), foi observada na matriz de

semelhança dos coeficientes de correlação. Na Tabela 19 encontra-se as

correlações entre os metais na extração parcial, e na tabela 20 as correlações entre

os metais na extração total dos metais. Observou-se efeito de interligação entre a

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85

maioria dos metais nos sedimentos marinho em estudo, sendo suas correlações

significativas (p≤0,05).

Tabela 19. Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das sub-amostras do perfil sedimentar PCM-9 (A), para a concentração parcial dos metais.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Li Mn Fe Al

1,0000 0,967** 0,8242** 0,9505** 0,9176** 0,9670** 0,7802** 0,9505** 0,6374* 0,0358ns Cu

1,0000 0,8077** 0,9670** 0,9505** 0,9670** 0,7857** 0,9945** 0,4835* -0,0523ns Zn

1,0000 0,8626** 0,7747** 0,8022** 0,5934* 0,7857** 0,4945* 0,1128ns Co

1,0000 0,9176** 0,9341** 0,7967** 0,9451** 0,5110* 0,0028ns Pb

1,0000 0,9505** 0,7692** 0,9451** 0,4505ns 0,0138ns Ni

1,0000 0,7308** 0,9615** 0,5440* 0,1380ns Cr

1,0000 0,7473** 0,3513ns 0,1458ns Li

1,0000 0,4725ns -0,8250** Mn

1,0000 0,4649ns Fe

1,0000 Al

*Correlações significativas ao nível P< 0,05 **Correlações significativas ao nível P< 0,01 ns Não significativa

Os valores dos elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li e Mn obtidos na extração

parcial dos metais apresentaram correlações significativas (p≤0,05) entre si, cujos

valores dos coeficientes foram maiores que 0,50. Já os elementos Cu, Zn, Co, Pb,

Ni, Cr e Fe não apresentaram correlações significativas com o Al, sendo os valores

de correlação menores que 0,50. As correlações significativas (p≤0,05) entre os

elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li,e Mn sugere que a origem e o enriquecimento

desses metais podem ser semelhantes. Com isso, é possível que metais

ambientalmente disponíveis não estejam ligados aos aluminossilicatos, portanto não

faz parte da constituição natural ou não é resultado de processos naturais, sendo

possivelmente de fontes antropogênicas. Por outro lado, a correlação de Al com o

Mn foi inversamente proporcional e significativa, ou seja, à medida que a

concentração de alumínio aumenta a do Mn diminui ou vice e versa.

O ferro teve correlações não significativas (p≤0,05) com os elementos Ni, Mn

e Al e também apresentou correlações fracas com os elementos Cu, Co, Pb, Cr, Zn

e Li, na extração parcial. A correlação entre os pares Fe-Li, Fe-Ni, Fe-Mn e o Al-Cu,

Al-Co, Al-Pb, Al-Ni, Al-Cr, Al-Li e Al-Fe não foram significativas (p≥0,05), porém

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positivas. Possivelmente, a correlação não significativa (p≤0,05) e positiva do Fe

com o Al seja devido aos óxidos e hidróxidos de Fe não permanecer depositados na

fração fina dos sedimentos (Mestrinho, 1998). A correlação entre o par Al-Mn foi

significativa (p≤0,05), porém negativa. Isso mostra que a relação entre esses metais

são inversamente proporcionais. A correlação significativa (p≤0,05), com sinal

negativo, do alumínio com o manganês é possivelmente devido aos óxidos e

hidróxidos de Mn não estejam influenciando no processo de adsorção do Al.

Tabela 20. Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar PCM-9 (A), da concentração total dos metais. Aracaju - SE

Cu Zn Co Pb Ni Cr Li Mn Fe Al

1,0000 0,9326** 0,8516** 0,8776** 0,9615** 0,9231** 0,6374* 0,8407** 0,9670** 0,8540** Cu

1,0000 0,9216** 0,9022** 0,8968** 0,9931** 0,4512ns 0,762** 0,9574** 0,7724** Zn

1,0000 0,8363** 0,8022** 0,8901** 0,3352ns 0,8022** 0,8516** 0,6832** Co

1,0000 0,9161** 0,8996** 0,5282* 0,7593** 0,9271** 0,8828** Pb

1,0000 0,9066** 0,5714* 0,8132** 0,9725** 0,8623** Ni

1,0000 0,4231* 0,7363** 0,9670** 0,7714** Cr

1,0000 0,3736ns 0,5385* 0,6198* Li

1,0000 0,7967** 0,7714** Mn

1,0000 0,8540** Fe

1,0000 Al

*Correlações significativas ao nível P< 0,05 **Correlações significativas ao nível P< 0,01 ns Não significativa

Nos valores obtidos na extração total, os elementos Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr,

Mn e Fe apresentaram fortes correlação significativas (p≤0,01) e positivas entre si.

Com exceção do lítio que não foram significativas (p≥0,05), porém positiva com o

cobalto, manganês e zinco. Contudo, o Li apresentou correlações medianas e

significativas (p≤0,05) com os elementos Cu, Pb, Ni, Cr, Fe e Al. Isso pode ser

explicado em função dos metais determinados que apresentaram correlações

significativas e positivas, encontrarem-se associados no sedimento desta plataforma

e que, provavelmente, tenham a mesma procedência. Outro fato que pode-se

confirmar é que a forte correlação do Fe e Al na extração total são devido ao ferro

está principalmente associado à fração silte-argila (Lighati et al., 2003). Além de que,

a associação de Al e Fe nos sedimentos pode indicar a presença de minerais

silicatados, como biotitas (Jesus et al., 2004).

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87

5.7.2. Testemunho PCM-9 (B)

Com relação a matriz de correlação (tabela 21) observa-se forte correlação

significativa e positiva (p≤0,01) do elemento ferro com o manganês, sugerindo que

esses elementos estão diretamente relacionados com a distribuição dos metais traço

no sedimento desse testemunho. Isso foi confirmado por Lighati et al. (2003) em

sedimentos da Planície costeira da Austrália, onde observaram que em ambientes

marinhos os metais traço tem forte correlação com ferro e manganês. Já com o

carbono orgânico têm uma correlação fraca.

Nas extrações parciais dos metais traço no testemunho PCM-9 (B) as

correlações foram significativas (p≤0,01) e positivas entre todos os elementos. De

acordo com pesquisas feitas por Mestrinho (1998) a correlação significativa (p≤0,01)

e positiva do Fe com o Al, seja provavelmente, devido ao depósito dos óxidos e

hidróxidos de Fe na fração mais fina dos sedimentos, pois o Al opera como indicador

de argilominerais.

Tabela 21. Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar, para a concentração parcial dos metais.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Li Mn Fe Al

1,0000 0,8154** 0,8198** 0,7384** 0,8801** 0,9537** 0,9253** 0,8154** 0,8110** 0,9033** Cu

1,0000 0,8242** 0,9113** 0,8647** 0,7423** 0,7363** 0,8901** 0,7451** 0,8945** Zn

1,0000 0,8493** 0,7569** 0,8370** 0,7802** 0,8637** 0,8154** 0,8462** Co

1,0000 0,8597** 0,6925** 0,7837** 0,9603** 0,8146** 0,9117** Pb

1,0000 0,7505** 0,9175** 0,8625** 0,8295** 0,8757** Ni

1,0000 0,8977** 0,8075** 0,8625** 0,8559** Cr

1,0000 0,8462** 0,9121** 0,8901** Li

1,0000 0,8813** 0,9516** Mn

1,0000 0,8330** Fe

1,0000 Al

*Correlações significativas ao nível P< 0,05 **Correlações significativas ao nível P< 0,01 ns Não significativa

Com relação a matriz de correlação da extração total do testemunho PCM-9

(B) (Tabela 22) observa-se forte correlação significativa e positiva (p≤0,01) do Cu

com o Zn, Ni, Fe e o Pb. Supõe-se, que esses metais encontram-se associados

nesse ambiente e que, possivelmente, tenham as mesmas fontes de origem. A

correlação não significativa do Mn com os outros elementos mostra que,

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provavelmente, a atuação de óxidos e hidróxidos de Mn não esteja exercendo

influência no processo de adsorção dos elementos determinados. Visto que, na

extração total os elementos estão diretamente associados ao Al, isto é, com a fração

fina dos sedimentos (argilominerais).

Tabela 22. Matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar, para a concentração total dos metais.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Li Mn Fe Al

1,00 0,7635** 0,6051* 0,7591** 0,9175** 0,9241** -0,6542** 0,1584ns 0,9087** 0,8427** Cu

1,00 0,4242ns 0,7934** 0,8066** 0,8286** -0,2530ns 0,2044ns 0,8681** 0,8222** Zn

1,00 0,5429* 0,6659** 0,6527** -0,4234ns -0,1385 ns 0,5516* 0,8176** Co

1,00 0,9033** 0,8901** -0,4070ns 0,2440ns 0,8857** 0,8198** Pb

1,00 0,9604** -0,5699* 0,2088ns 0,9165** 0,8681** Ni

1,00 -0,5391* 0,2308ns 0,9692** 0,9683** Cr

1,00 0,1232ns -0,4774* -0,4492* Li

1,00 0,2747ns 0,2220ns Mn

1,00 0,9716** Fe

1,00 Al

*Correlações significativas ao nível P< 0,05 **Correlações significativas ao nível P< 0,01 ns Não significativa 5.7.3. Testemunho Est.2 (A)

Na matriz de correlação da extração parcial do testemunho Est.2 (a) todos os

elementos apresentaram correlações não significativas com o alumínio (Tabela 23).

Isso mostra que os elementos ambientalmente disponíveis não estão associados a

fração fina do sedimentos. Neste caso observam-se correlações significativas e

positivas (p≤0,01) entre os elementos Fe e Mn. Isso indica que a adsorção desses

elementos, provavelmente, estejam na forma de precipitados de óxidos/hidróxidos

de Fe e Mn (Celino; Rangel, 2007). Santos et al. (2004) também encontrou

correlações significativas (p≤0,01) do ferro com Cu , Zn e Cr, sugerindo que os

óxido e hidróxidos de ferro são os principais suportes geoquímicos desses metais

no ambiente e determinantes no seu padrão de distribuição.

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89

Tabela 23. matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar, para a concentração parcial dos metais.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Li Mn Fe Al

1,0000 0,5385* 0,9473** 0,8989** 0,8286** 0,8462** 0,6352** 0,8286** 0,7978** -0,2440ns Cu

1,0000 0,6791** 0,7407** 0,6000** 0,7538** 0,8330** 0,5341* 0,6352** 0,0066ns Zn

1,0000 0,9648** 0,8945** 0,9297** 0,7143** 0,9209** 0,8769** -0,1473ns Co

1,0000 0,9297** 0,9648** 0,7846** 0,9165** 0,9341** -0,2484ns Pb

1,0000 0,9385** 0,7407** 0,9077** 0,9868** -0,1077ns Ni

1,0000 0,8066** 0,8857** 0,9297** -0,1868ns Cr

1,0000 0,5516* 0,7626** 0,0110ns Li

1,0000 0,9033** -0,1341ns Mn

1,0000 -0,1473ns Fe

1,0000 Al

*Correlações significativas ao nível P< 0,05 **Correlações significativas ao nível P< 0,01 ns Não significativa

Na matriz de correlação da extração total do testemunho Est.2 (a) os

elementos Mn e Al apresentaram correlações não significativas (p≥0,05) com os

demais elementos (Tabela 24). Acredita-se que não há influência direta e ou indireta

dos óxidos e hidróxidos de Mn e do alumínio (indicador de argilominerais) nas

reações de adsorção e coprecipitação desses metais. Contudo, correlações

negativas também foram encontradas por Lacerda et al. (2006) entre o Ni e o Cu

com os elementos geogênico (Al e Fe), sendo esses de origem eminentemente

terrígena. Nos sedimentos da plataforma continental do Rio Grande do Norte, as

matrizes de correlações obtidas com valores de concentração entre os metais traços

identificaram dois grupos de suporte geoquímico: o Fe e Al (origem continental) e o

carbonato (origem marinha), (Lacerda et al., 2005).

A correlação não significativa (p≥0,05) do Mn com os outros metais traço é

devido à atuação de óxidos-hidróxidos de Mn não esteja desempenhando controle

no processo de adsorção dos metais, como já mencionado anteriormente.

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Tabela 24. matriz de correlação entre as variáveis (Cu, Zn, Co, Pb, Ni, Cr, Li, Mn, Fe e Al) das bub-amostras do perfil sedimentar, para a concentração total dos metais.

Cu Zn Co Pb Ni Cr Li Mn Fe Al

1,00 0,8053** 0,7187** 0,1300ns 0,9341** 0,9560** 0,8418** -0,1780ns 0,9692** -0,2132ns Cu

1,00 0,7965** 0,4355ns 0,8339** 0,7195** 0,5831* 0,2112ns 0,8339** 0,1100ns Zn

1,00 0,3348ns 0,6527** 0,5560* 0,6044* 0,2132ns 0,6396* 0,0549ns Co

1,00 0,3344ns 0,1518ns -0,0352ns 0,3322ns 0,1474ns 0,3150ns Pb

1,00 0,9604** 0,7363** -0,1956ns 0,9429** -0,2308ns Ni

1,00 0,7846** -0,3099ns 0,9560** 0,3363ns Cr

1,00 -0,1077ns 0,7758** -0,1473ns Li

1,00 -0,1341ns 0,5473* Mn

1,00 -0,1692ns Fe

1,00 Al

*Correlações significativas ao nível P< 0,05 **Correlações significativas ao nível P< 0,01 ns Não significativa

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5. CONCLUSÕES

Foram obtidas as seguintes concentrações médias, através da extração total

dos metais, em cada testemunho analisado (µg g-1): PCM-9(A): Cu (8,6); Zn (36,3);

Co (3,6); Pb (9,7); Ni (25,5), Cr (49,2); Li (14,7); Mn (237,4); Fe (2,5); Al (2,9). PCM-9

(B): Cu (8,0); Zn (34,2); Co (2,4); Pb (6,8); Ni (33,0), Cr (43,2); Li (13,2); Mn (229,6);

Fe (2,5); Al (2,9). Est,2 (A): Cu (19,7); Zn (67,9); Co (11,7); Pb (14,1); Ni (58,9), Cr

(78,3); Li (18,4); Mn (217,5); Fe (4,0); Al (3,2). Os metais traço apresentaram, de

maneira geral, variações ao longo do perfil sedimentar. Da base até a superfície, as

concentrações dos metais nos testemunhos PCM-9(A), PCM-9 (B) aumentaram

gradativamente enquanto que no testemunho Est.2 (A) diminuiu gradativamente.

Após normalização com o Fe, quase não se observa variações. O Fe foi aprovado

como melhor normalizador geoquímico capaz de descrever a variabilidade

granulométrica e mineralógica da região, bem como identificar a extensão da

poluição.

Em sua maioria, os fatores de enriquecimento dos metais traço ficaram na

faixa entre 0,5 a 1,5; apresentando contaminação pouco enriquecida. Exceto para o

chumbo nos testemunhos PCM-9 (A e B) e o Cobalto no testemunho PCM-9 (B) que

apresentam possíveis contaminações, enquanto que o Cobalto no testemunho PCM-

9 (A), o manganês e o alumínio no testemunho Est.2(A) que apresentam valores de

fator de enriquecimento moderado. Conclui-se com isso que, o aumento dos metais

traço em sedimentos foi em sua maioria, devido a um enriquecimento natural e não

devido contaminação. Contudo, é difícil identificar os principais processos que

determinam a distribuição ao longo do perfil.

Os valores de background geoquímico estimado foram diferentes nos três

procedimentos utilizados, podendo gerar caracterizações irreais do estado de

poluição (superestimativa ou subestimativa). Por isso, é importante a padronização

da forma de obtenção dos valores de referência pré industriais, pois este ajuda a

estabelecer alvos realísticos para avaliações de remediação ambiental.

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Através da extração parcial dos metais foram obtidas as seguintes

concentrações médias em cada testemunho analisado (µg g-1): PCM-9(A): Cu (3,9);

Zn (19,1); Co (4,1); Pb (8,4); Ni (10,2), Cr (37,5); Li (11,0); Mn (276,1); Fe (1,4); Al

(1,5). PCM-9 (B): Cu (3,3); Zn (14,8); Co (2,1); Pb (7,5); Ni (8,3), Cr (18,2); Li (7,6);

Mn (220,1); Fe (1,4); Al (1,3). Est,2 (A): Cu (11,4); Zn (29,6); Co (6,9); Pb (14,0); Ni

(18,2), Cr (59,9); Li (13,5); Mn (387,5); Fe (3,0); Al (1,6). De modo geral, os valores

obtidos na extração parcial dos metais traços estudados estão abaixo dos VGQS, o

que leva o efeito adverso a biota aquática ser pouco provável nesse ambiente.

Contudo o níquel e cromo no testemunho Est.2 (A) apresentaram valores acima de

TEL/ERL que pode causar efeitos adversos à comunidade bentônica. Comparando

com outras áreas, consideraram-se alta as porcentagens dos metais traço

biodisponíveis.

É provável que com o aumento na intensidade das atividades petrolíferas na

plataforma continental de Sergipe/Alagoas, a contaminação por metais traço seja

potencializada junto com o aumento das fontes difusas e da população urbana

adensada nas regiões costeiras.

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