Caracterização
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5º Semestre - Licenciatura em Bioquímica
Bioquímica Analítica Professora Alice S. Pereira
Protocolo 1
Caracterização Bioquímica da Ferritina de Baço Equino
Discentes:
Lídia Cavaca Nº 39745
Mariana Campaniço Nº 40138
Rita Manguinhas Nº 40082
Bioquímica Analítica Caracterização Bioquímica da Ferritina de Baço Equino
2 | P á g i n a
Índice 1. Resumo .................................................................................................................................. 3
2. Fundamentos Teóricos .......................................................................................................... 3
2.1. Ferritina ......................................................................................................................... 3
2.2. Métodos Utilizados ....................................................................................................... 3
3. Protocolo Experimental ......................................................................................................... 5
4. Resultados e Discussão ......................................................................................................... 5
4.1. Espectro de UV/Visível da Ferritina de baço ................................................................. 5
4.2. Determinação da concentração da Ferritina ................................................................ 5
4.2.1. Método de Lowry .................................................................................................. 5
4.2.2. Método de Bradford.............................................................................................. 6
4.3. Análise da ferritina por SDS-Page .................................................................................. 7
4.4. Determinação do conteúdo em ferro não-hémico ....................................................... 8
4.4.1. Determinação do ferro pelo método da 1,10-fenantrolina ...................................... 8
4.4.2. Determinação do conteúdo total em ferro por ICP-AES ........................................... 9
4.5. Análise da Ferritina por PAGE ....................................................................................... 9
4.6. Detecção de ferro não-hémico em gel de poliacrilamida em condições nativas ......... 9
4.7. Determinação da massa molecular total da ferritina por cromatografia de exclusão
molecular................................................................................................................................. 10
5. Conclusões........................................................................................................................... 11
6. Bibliografia .......................................................................................................................... 13
Bioquímica Analítica Caracterização Bioquímica da Ferritina de Baço Equino
3 | P á g i n a
1. Resumo
Pretendeu-se caracterizar bioquimicamente a ferritina de baço equino, utilizando
vários métodos e ferramentas como: métodos colorimétricos (método de Lowry, método de
Bradford e método da 1,10-fenantrolina), espectroscopia de UV/visível, electroforeses em
condições desnaturantes e em condições nativas, cromatografia de exclusão molecular e
espectrometria de emissão atómica por plasma acoplado indutivamente (ICP-AES).
Obtiveram-se como resultados principais a concentração de ferritina (1,55mg/mL),
considerando-se a concentração pelo método de Bradford a mais próxima da realidade; a
massa molecular da ferritina (451,27kDa) que se aproxima do valor real de 450kDa; massa
molecular das subunidades da ferritina (17,14kDa); número de átomos de ferro por molécula
de ferritina (aproximadamente 715 átomos).
2. Fundamentos Teóricos
2.1. Ferritina
Ferritina é uma proteína de grandes dimensões com uma camada exterior
(apoferritina) com 450kDa e um núcleo de óxido férrico hidratado [Fe(III)O.OH]. Dentro da
ferritina conseguem existir até 4500 átomos de ferro juntamente com quantidades variáveis
de fosfato. A camada exterior da ferritina é composta por 24 subunidades (tendo cada uma
20kDa) e estas estão em contacto com o ferro no seu interior em vários locais formando assim
a interfase Ferro-Proteína. [1]
A ferritina usada nesta actividade experimental foi a ferritina de cavalo. Esta ferritina é
usada muitas vezes como standard devido a mais de 90% das suas subunidades serem
idênticas.
A função comum a todas as ferritinas é o armazenamento de ferro na sua forma
solúvel. As funções mais específicas das ferritinas podem ser agrupadas em: armazenamento
de ferro para outras células (ferritinas de células especializadas); armazenamento de ferro
para uso intracelular (housekeeping ferritina); armazenamento de ferro para desintoxição
(ferritina stress housekeeping). Nas células especializadas de armazenamento de ferro os níveis
de ferritina vão depender do propósito do reservatório (ex: hepatócitos – armazenamento a
longo prazo) enquanto para a ferritina de housekeeping, a sua quantidade de ferro já vai
depender dos níveis da sua utilização. [1-2]
2.2. Métodos Utilizados
Em bioquímica são cada vez mais utilizados métodos colorimétricos para quantificação
de proteínas, acoplados a espetrofotometria de UV/visível. O método de Lowry e o método de
Bradford são exemplo destes processos.
No primeiro, dá-se a oxidação das ligações peptídicas por iões cobre II (CuSO4.5H2O),
sob condições alcalinas (NaOH), produzindo Cu+ (teste de Biuret). Por sua vez, Cu+ reage com o
reagente Folin-Ciocalteau (mistura de ácido fosfotúngstico e ácido fosfomolíbdico). Este último
é reduzido por resíduos aromáticos, presentes em tirosinas e triptofanos, oxidando-os. Estas
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4 | P á g i n a
reações resultam no aparecimento de uma cor azul forte, que depende do conteúdo em
resíduos aromáticos. O reagente Folin-Ciocalteau reduzido tem um máximo de absorção a
750nm. Assim, a concentração total de proteína é dada em função da quantidade de resíduos
de triptofano e tirosina. [3,4]
No segundo, dá-se a ligação entre o corante Coomassie Blue G250 e as proteínas, mais
propriamente a resíduos de arginina e lisina, mas também a histidinas e resíduos aromáticos
de triptofanos, tirosinas e fenilalaninas, numa extensão menor. [5] O corante pode estar na sua
forma catiónica, caso se apresente em condições acídicas, ou na sua forma aniónica, caso
esteja sob condições alcalinas. Dependendo das condições de pH, o corante vai absorver a
comprimentos de onda diferentes. A forma aniónica é a que se liga a proteínas e possui um
máximo de absorção a 595nm, permitindo a sua quantificação. [6]
O método de Bradford é mais simples, rápido e sensível que o método de Lowry. O
método de Lowry é mais suscetível a interferências por reagentes e amostras não proteicas
que podem interagir com os iões cobre II ou com o reagente Folin-Ciocalteau. Contudo, o
método de Bradford também apresenta algumas desvantagens como a variação de
absortividade específica para diferentes proteínas devido à baixa solubilidade ou baixo peso
molecular, e ainda por resultados que nem sempre são reproduzíveis devido à variação do
grau de pureza do azul de Coomassie G250. [7]
Para a caracterização bioquímica de proteínas, a quantificação não é suficiente. É
necessário caracterizar a estrutura da proteína e estimar ou calcular a sua massa molecular.
Um dos métodos utilizados é a eletroforese, que se baseia na mobilidade
electroforética de moléculas carregadas sob o efeito de um campo elétrico. Esta permite
estimar aproximadamente o peso molecular de proteínas, dado que estas vão migrar de
acordo com o seu tamanho, forma e peso. Quanto mais pequenas, mais rapidamente migram
através dos poros do gel utilizado, que no caso de proteínas, é o polímero poliacrilamida.
A eletroforese pode ser feita em condições desnaturantes (SDS-PAGE), onde é utilizado
o detergente Dodecil sulfato de sódio, que carrega negativamente as proteínas e também as
desnatura, fazendo com que estas percam a sua estrutura nativa e assumam uma forma
similar entre elas. Isto permite ver, por exemplo, se uma proteína tem uma ou mais
subunidades e se estas são semelhantes ou não. [8]
Mas também se pode efetuar uma eletroforese em condições não desnaturantes,
preservando a estrutura nativa da proteína, permitindo estimar o seu peso molecular total, ou
compará-las com outras proteínas.
O método que permite calcular, com alguma precisão, a massa molecular de proteínas
é a cromatografia de exclusão molecular, que se baseia na separação de proteínas de acordo
com o seu tamanho. Proteínas maiores são eluídas em primeiro lugar, enquanto que proteínas
mais pequenas ficam presas nos poros da resina e demoram mais tempo a sair da coluna. Para
refinar qualquer um dos métodos cromatográficos existentes, usa-se HPLC (high-performance
liquid chromatography) que possui bombas de alta pressão, permitindo um processo mais
rápido e limitar o problema da difusão lateral da amostra, melhorando a resolução. [8]
Outro método colorimétrico é utilizado para determinação da quantidade de iões
metálicos, nomeadamente o ferro - método da 1,10-fenantrolina. O método baseia-se na
utilização de cloreto de hidroxilamina como agente redutor, normalmente a 10%. Dá-se,
portanto a redução rápida de ferro férrico (Fe3+) a ferro ferroso (Fe2+). A 1,10-fenantrolina
forma um complexo laranja-vermelho com o ferro ferroso (Fe2+), cuja intensidade de cor é
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independente do pH, desde que este se encontre dentro dos limites 2-9. Este método
apresenta diversas vantagens em relação a outros com o mesmo propósito, porque a
intensidade da cor do complexo formado com o ferro ferroso é relativamente forte, apresenta
poucas interferências com outras substâncias, o complexo produzido é muito estável e
consegue ser observado mesmo passado muito tempo e é feito em meio ácido, o que não leva
à formação de precipitados. [9]
3. Protocolo Experimental
Foi seguido o protocolo fornecido pelo docente.
4. Resultados e Discussão
Nota: as linhas das tabelas assinaladas a vermelho correspondem aos valores desprezados
para obtenção das rectas.
4.1. Espectro de UV/Visível da Ferritina de baço
Figura 1 - Espectro UV-Vísivel da Ferritina em dH2O
O pico presente neste espectro vai ser a absorção de cadeias laterais dos aminoácidos
aromáticos da Ferritina.
Não se pode retirar informações deste espectro (utilização directa da lei de Lambert-
Beer) visto que a banda vai ser alargada devido ao ferro que se encontra dentro da Ferritina,
não se conseguindo observar um ponto definido de absorção.
4.2. Determinação da concentração da Ferritina
4.2.1. Método de Lowry
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
0,100
0,120
0,140
0,160
0,180
0,200
250,0 350,0 450,0 550,0 650,0
Ab
s
λ (nm)
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6 | P á g i n a
y = 0,0085x + 0,0571 R² = 0,9843
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
Ab
s
BSA (µg)
y = 0,0487x + 0,4932 R² = 0,9713
0,200
0,400
0,600
0,800
1,000
1,200
1,400
0,00 5,00 10,00 15,00
Ab
s
BSA (µg)
Tabela 1 - Recta de calibração para o método de Lowry.
BSA (µg) Abs
0,0 0,067
17,2 0,186
34,4 0,293
51,6 0,471
68,8 0,641
86,0 0,745
0,0 0,182
17,2 0,166
34,4 0,397
51,6 0,531
68,8 0,675
86,0 0,761
Após obtenção da recta de calibração substituiram-se os valores de absorvância obtidos para
as amostras de Ferritina. As concentrações obtidas foram as seguintes:
Amostra A: 2,41 mg/ml (Abs=0,262);
Amostra B: 2,38 mg/ml (Abs=0,380).
4.2.2. Método de Bradford
Tabela 2 - Recta de calibração para o método de Bradford
BSA (µg) Abs
0,00 0,412
2,15 0,651
4,30 0,738
6,45 0,802
8,60 0,959
10,75 1,070
12,90 1,115
15,05 1,100
0,00 0,451
2,15 0,615
4,30 0,704
6,45 0,804
8,60 0,949
10,75 1,046
12,90 1,101
15,05 1,161
Figura 2 - Recta de Calibração do Método de Lowry a 750nm
Figura 3 - Recta de Calibração do Método de Bradford em dH2O a 595nm
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7 | P á g i n a
y = -1,119x + 2,2662 R² = 0,9907
1,100
1,200
1,300
1,400
1,500
1,600
1,700
1,800
1,900
2,000
2,100
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
Log
MM
Rf
Após obtenção da recta de calibração substituiram-se os valores de absorvância obtidos para
as amostras de Ferritina. As concentrações obtidas foram as seguintes:
Amostra A: 1,39 mg/ml (Abs=0,697);
Amostra B: 1,70 mg/ml (Abs=0,908).
4.3. Análise da ferritina por SDS-Page
Tabela 3 - Recta de Calibração para a electroforese em SDS-Page
Rf MM (kDa) Log kDa
0,18 245 2,39
0,20 180 2,26
0,23 135 2,13
0,28 100 2,00
0,33 75 1,88
0,41 63 1,80
0,51 48 1,68
0,63 35 1,54
0,78 25 1,40
0,84 20 1,30
0,96 17 1,23
1,01 11 1,04
Foi realizada uma electroforese SDS-PAGE (fig.5)
onde se pode verificar apenas uma única banda
correspondente à ferritina, embora se saiba que a
ferritina é constituída por dois grupos de várias
subunidades. Tendo em conta que as subunidades têm
uma massa molecular bastante próxima (cadeias L –
19kDa e cadeias H – 21kDa), pode afirmar-se que esta
electroforese não tem a resolução necessária para se
poder ver duas bandas correspondendo a subunidades
diferentes. A solução seria o aumento da percentagem
em poliacrilamida.
No entanto, após aferição com a recta de
calibração, foi possível estimar que a banda
correspondente à ferritina vai ter uma massa molecular
por volta dos 17,14KDa (Rf=0,92).
Também se pode verificar que existe um arrastamento/degradação ao longo do gel, tal
como uma pequena banda de elevado peso molecular, junto ao poço. Com estes dois factores
confere-se que a solução tinha presente alguns contaminantes.
Figura 5 - Electroforese em SDS-Page do P1
Figura 4 - Recta de Calibração para a electroforese em SDS-Page
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8 | P á g i n a
y = 3E+06x - 0,0036 R² = 0,9881
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
0,900
1,000
0,00E+00 1,00E-07 2,00E-07 3,00E-07 4,00E-07
Ab
s
Quantidade de Ferro (mol)
4.4. Determinação do conteúdo em ferro não-hémico
4.4.1. Determinação do ferro pelo método da 1,10-fenantrolina
Tabela 4 - Recta de Calibração para o método da Fenantrolina
Quantidade de Ferro (mol)
Abs
0,00E+00 0,015
3,58E-08 0,097
7,16E-08 0,180
1,43E-07 0,392
1,79E-07 0,411
2,15E-07 0,573
2,69E-07 0,746
3,58E-07 0,932
0,00E+00 0,007
3,58E-08 0,094
7,16E-08 0,148
1,43E-07 0,410
1,79E-07 0,236
2,15E-07 0,614
2,69E-07 0,784
3,58E-07 0,869
A partir da recta de calibração foi possível calcular as seguintes quantidades em ferro:
Amostra A: 1,18E-7 mol (Abs=0,359) – [Ferro] = 0,0024mmol/ml;
Amostra B: 2,59E-7 mol (Abs=0,780) – [Ferro] = 0,0026mmol/ml;
Amostra C: 3,52E-7 mol (Abs=1,059) – [Ferro] = 0,0024mmol/ml.
Recorreu-se ao método da 1,10-fenantrolina (fig.6) para determinação da quantidade
de ferro em ferritina e, posteriormente, calcular o número de átomos de ferro por molécula de
ferritina.
Para efeitos de cálculos, utilizou-se o valor de ferro padrão (0,05mg/mL) e a média dos
valores de concentração de ferritina (1,549897mg/mL) pelo método de Bradford (depois
dividido por 1000 e, por fim, dividido pela massa molecular da ferritina - 3,44x10-06). Optou-se
por usar os valores obtidos pelo método de Bradford, uma vez que este é muito mais sensível
e menos susceptível de interferências que o método de Lowry. Desta forma, os dois valores
obtidos por este último método foram excluídos, também por apresentarem um erro superior
a 25% em relação ao valor mais baixo do método de Bradford.
De seguida, calcularam-se as médias das absorvâncias das amostras feitas em
triplicado para A, B e C. Cada média foi substituída na recta y=3E06x-0,0036, obtendo-se os
valores do número de moles de ferro (mol), que depois foram convertidos em mmol. Ao
mesmo tempo, descobriu-se a quantidade de ferritina, multiplicando-se o volume (μL)
utilizado em cada amostra pela concentração de ferritina (3,44x10-06).
Figura 6 - Recta de Calibração para o método da Fenantrolina em dH2O a 510nm
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Por fim, multiplicaram-se ambas as quantidades pelo número de Avogadro (6,022x1023
mol−1), tendo especial atenção às unidades, obtendo-se o número de átomos de ferro e o
número de moléculas de ferritina.
Finalmente, foi possível calcular a razão N Fe/N Ferritina, descobrindo-se a média do
número de átomos de ferro por molécula de ferritina (aproximadamente 715 átomos). Este
valor encontra-se bastante afastado do valor teórico, 4500 átomos, com um erro de 84,11%.
4.4.2. Determinação do conteúdo total em ferro por ICP-AES
Segundo o relatório do laboratório de análises Requimte, os valores obtidos foram os
seguintes: Tabela 5 - Resultados das análises do laboratório Requinte
4.5. Análise da Ferritina por PAGE
Com a electroforese que foi corada com solução
corante de Coomassie (fig.7) podem ver-se três bandas
(três proteínas), mas apenas a última corresponde à
ferritina. Assim, comprovam-se os factos observados no
SDS PAGE, de que a nossa amostra continha impurezas.
4.6. Detecção de ferro não-hémico em gel de poliacrilamida em
condições nativas
A electroforese corada com uma solução de
ferricianeto de potássio (fig.8), foi utilizada para a
detecção de ferro não hémico. Nesta electroforese é
possível ver duas bandas com alguns compostos retidos
nos poços. A segunda banda corresponde ao ferro
dentro da ferritina. A outra banda irá corresponder a
outra proteína contendo ferro não hémico, que é uma
impureza.
Figura 7 - Electroforese em condições nativas da amostra de Ferritina
Figura 8 - Electroforese em condições nativas para detecção de ferro não-hémico
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4.7. Determinação da massa molecular total da ferritina por
cromatografia de exclusão molecular
Figura 9 - Cromatograma das proteínas padrão
Figura 10 - Cromatograma do Azul Dextrano e da Ferritna
Tabela 6 - Recta de calibração para a cromatografia de filtração em gel
Molécula Ve (mL)
Pico máx. Ve/Vo Log (MM)
1º Azul Dextrano 31,08 1 3,30
2º Ferritina 38,16 1,23 2,64
3º Catalase 43,41 1,40 2,38
4º BSA 51,91 1,67 1,82
5º Citocromo c 66,16 2,13 1,09
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00
mA
u
Volume de Eluição (ml)
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
mA
u
Volume de Eluição (ml)
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Figura 11 - Recta de calibração para a cromatografia de filtração em gel
O cromatograma padrão (fig.9) apresenta cinco bandas correspondentes às moléculas
que foram separadas por ordem decrescente de massa molecular. De acordo com os limites de
exclusão da resina Superdex 200 [10]: para dextranos os limites são entre 1-100kDa; para
proteínas os limites são entre 10- 600kDa, nota-se que o Azul Dextrano é a única molécula que
ultrapassa os limites de exclusão. Desta forma, é o primeiro a ser eluído e o seu volume de
eluição corresponde ao volume morto (Vo).
Este cromatograma foi utilizado para construir a recta padrão (fig. 11) que permitiu
calcular a massa molecular da ferritina. O Azul Dextrano não é uma proteína, por isso, não é
contabilizado na recta padrão. O seu volume de eluição é apenas para fazer um acerto nos
volumes de eluição dos outros componentes da mistura.
O cromatograma da Ferritina (fig. 10) é utilizado para retirar o volume a que esta foi
eluída, neste caso, o pico máximo da segunda banda. A primeira banda, mais uma vez,
pertence ao Azul Dextrano, cujo volume de eluição terá o mesmo efeito de acerto do volume
de eluição da ferritina.
Posteriormente, apenas foi necessário substituir o valor acertado do volume da
ferritina na recta padrão e calcular a sua massa molecular de 451,27KDa (Ve/Vo=1,22). Este
valor aproxima-se bastante do da literatura, sendo este de 450KDa. Assim, estes resultados
foram obtidos com um erro experimental de 0,28%.
O cromatograma padrão não apresenta uma boa resolução ao nível das primeiras três
bandas. Isto pode dever-se ao facto de estas moléculas apresentarem massas moleculares
relativamente próximas, pelo que a diferença entre tempos de eluição não é suficiente para
que sejam separadas totalmente.
5. Conclusões
O objetivo do trabalho, isto é, a caracterização bioquímica da ferritina de baço equino,
foi maioritariamente alcançado. No entanto, alguns dos métodos utilizados, nomeadamente, a
espectroscopia de UV/visível e a espectrometria de emissão atómica por plasma acoplado
indutivamente (ICP-AES), não apresentaram resultados plausíveis ou possíveis de analisar.
y = -1,7451x + 4,7864 R² = 0,9974
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
2,4
2,6
2,8
1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2
Log
(MM
)
Ve/Vo
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12 | P á g i n a
Contudo, todos os outros métodos foram analisados, obtendo-se informações
importantes para caracterização desta proteína. O processo mais eficiente foi o da
cromatografia por filtração em gel onde se obteve um erro muito reduzido (0,28%).
Quanto à ferrita, segundo os métodos utilizados, concluiu-se que esta tem várias
subunidades com uma massa molecular de 17,14KDa, que na sua totalidade tem uma massa
molecular de 451,27KDa e que a concentração utilizada foi de 1,55mg/mL.
Em relação ao ferro conseguiu-se concluir que este está presente na ferritina na forma
não hémica e que a sua concentração foi de 2,46E-3mmol/ml, sendo a proporção de 715
átomos de Fe por 1 molécula de Ferritina.
Bioquímica Analítica Caracterização Bioquímica da Ferritina de Baço Equino
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6. Bibliografia
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[2] Liu, X; Hintze, K; Lonnerdal, B; Theil, E.C. (2006) “Iron at the center of ferritin, metal/oxygen
homeostasis and novel dietary strategies”; Biol. Res. 39 (1): 167-171
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Protocols Handbook; (17) Humana Press Inc
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