CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ÁCAROS e CONTROLE
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ÁCAROS
São de grande importância na Medicina Veterinária em relação à saúde do
animal no caso de enfermidades que afetam criações gerando perdas econômicas, na
qual podemos citar: queda na produção de carne, ovos, leite, couro danificado, perdas
de crias e até mesmo a morte do animal, e, em relação à saúde pública no caso de
enfermidades com característica zoonótica.
Os ácaros mais conhecidos, e de grande importância são os carrapatos e a sarna.
Possuem ação que irrita o animal, levando a quedas de produtividade e reprodutividade.
Agem como vetores de enfermidades ocasionadas por parasitos hematófagos
principalmente.
São classificados como aracnídeos e possuem semelhança aos carrapatos, sendo
que possuem cabeça, tórax e abdomem.
Os ácaros possuem quatro pares de patas quando adultos e somente três na fase larvar.
Possuem aparelho bucal adaptado para perfurar, respiram através de traqueias. Vivem
tanto em ambiente terrestre, na parte inferior de folhas de várias culturas, sendo a soja o
principal, e também em ambientes aquáticos. São impossíveis de serem vistos a olho nu.
Existem alguns tipos de ácaros, dentre os mais importantes podemos citar o
ácaro vermelho e o ácaro da sarna, mas também existem os ácaros do folículo que agem
nos folículos pilosos e nas glândulas sebáceas. Os ácaros de pássaros atacam aves e
podem ocasionar dermatites em seres humanos, pois é um ácaro com característica
zoonótica. Outros ácaros muito comuns são as aranhas vermelhas, ou, ácaros aranha.
CONTROLE
O controle de parasitos é a principal dificuldade encontrada por produtores,
agrônomos e médicos veterinários, uma vez que o objetivo não é mais exterminar os
mesmos e sim ter um controle sobre as infestações para manter um equilíbrio biológico
nos ecossistemas. Essa dificuldade é consequência do uso incorreto de inseticidas e
pesticidas, isso porque se o mesmo princípio ativo for utilizado diversas vezes ele não
terá a mesma eficiência sobre o parasito por causa da resistência que adquirem à esses
princípios ativos.
Quanto ao controle de ácaros podemos utilizar o controle biológico a partir de
ácaros predadores pertencentes à família Phytoseiidae como Euseius concordis, Euseius
citrifolius Euseius alatus entre outros. Quando há grandes infestações opta-se pelo uso
de inseticidas seletivos para os parasitos, afim de não prejudicar os inimigos naturais
dos ácaros.
CARRAPATOS
Filo Arthropoda
Subfilo Chelicerata
Classe Arachnida
Subclasse Acarina
Ordem Ixodida
Famílias Ixodidae e Argasida
Carrapatos são ectoparasitos e hematófagos. Os animais parasitados são
domésticos, silvestres e, também, o homem. Podem localizar-se na pele do cão e
no ambiente.
Comprimento: de 0,03 cm a 2 cm. Formato do corpo varia, pois antes de se
alimentar são achatados, porém após a alimentação ficam esféricos. Coloração
varia de acordo com a espécie. Encontrados em quase todas as regiões do
planeta.
Os ixodideos são os "carrapatos duros", os quais apresentam uma porção de
quitina, que cobre toda a face dorsal do macho adulto. Em todos os estágios, os
carrapatos estão fixados em seus hospedeiros por um tempo longo para
alimentar-se. Os Argasídeos, também são conhecidos como "carrapatos moles",
pois não apresentam um escudo de quitina. Há ocorrência em aves criadas à
solta.
O ciclo de vida do carrapato é formado por: ovo, larva, ninfa e adulto. As fêmeas
são hematófagas. O cruzamento se dá na superfície da pele do hospedeiro. A
fêmea ingurgitada cai no solo e põe cerca de 5.000 ovos em locais altos.
Causam: Irritação, Inflamação e hipersensibilidade, Em altas infestações –
anemia e redução de produtividade. As secreções salivares podem causar
toxicoses e paralisia, Podem transmitir uma variedade de agentes patogênicos –
vírus, rickettsias e bactérias
Controle: O combate aos carrapatos deve se dar o ano inteiro, tanto em áreas de
grandes infestações durante o ano inteiro, quanto em áreas com baixas
infestações limitadas a algumas épocas do ano.
Devido ao ciclo biológico do carrapato, existem duas formas de controle:
Hospedeiro: o diagnóstico da infestação se da pela simples visualização do
parasito na pelagem ou plumagem doa animais, cuja presença provoca coceira.
O controle biológico e feito através do cultivo de pastagens que dificultam a
sobrevivência das larvas.
O controle químico: através da aspersão de carrapaticidas nos animais que
ocorreu a infestação em um intervalo de 21 dias.
Prevenção: os meios que mais tem funcionalidade são as aplicações
sistemáticas de carrapaticidas nos animais por imersão ou pulverização. Já a
prevenção fora do carrapato e fora do animal se da por uma introdução de
espécies de gramíneas com poder de repelência, alterações de microclima,
implantação de lavouras, mais uso dos agentes biológicos, etc.
1. Amblyomma cajennense
O hospedeiro da fase adulta são os equinos e os bovinos, podendo parasitar também
outros animais domésticos e silvestres. Esta espécie também parasita o homem. É o
vetor da Babesiose equina no Brasil e da Febre Maculosa no homem, na América
Central, Colômbia e Brasil, causada pelo Rickettsia rickettsi, uma zoonose que circula
entre carrapatos e hospedeiros vertebrados. Necessita de três hospedeiros de espécies
iguais ou diferentes para completar seu ciclo de vida, que pode variar de um a três anos,
dependendo das condições climáticas. Após a fixação no hospedeiro, as larvas se
alimentam de linfa, sangue ou tecidos digeridos. A fase larval dura cerca de uma
semana, logo após, elas desprendem-se e caem no chão para buscar abrigo e realizar o
estágio de ninfa, ocorrendo em 25 dias.
2. Rhipicephalus sanguineus. "Carrapato vermelho do cão".
Espécie de grande importância veterinária. Larvas, ninfas e adultos vivendo em
hospedeiros separados, podendo parasitar cães, outros mamíferos e aves. Os adultos se
localizam entre o coxim plantar e as orelhas do cão. Causam irritação, desconforto e
perda de sangue dos hospedeiros. Eles desprendem-se dos cães, em qualquer fase de
desenvolvimento.
3. Boophilus microplus
Parasitam bovinos, zebuínos, cervídeos, equinos, ovelhas, burros, cabras, gatos,
roedores, coelhos, preguiças, cães, suínos, homem. Causam perdas econômicas aos
produtores. É o transmissor da Tristeza Parasitária Bovina causada pelos protozoários
Babesia bigemina e B. bovis (babesiose) e Anaplasma marginale (anaplasmose).
Infestações pesadas podem acarretar a morte de bezerros e mesmo de animais adultos.
SARNAS
1. Sarcoptes
Família Sarcoptidae
Possui pedicelos (pés) longos não segmentados
Ânus na borda posterior do corpo
Importância na Medicina Veterinária: Sarcoptes scabiei
Sarcoptes scabiei pode parasitar praticamente todos os mamíferos domésticos,
mais comuns em cães e bovinos. Causador da sarna sarcóptica ou escabiose.
Apresenta dermatite atípica e transitória e infecções bacterianas secundárias
2. Psoroptes
Patas longas com pedicelos longos e com três segmentos
Psoroptes ovis: afeta bovinos e equinos causando uma forma muito grave de
sarna, a escabiose. Apresenta prurido intenso e forma crostas. Grande
capacidade de sobrevivência fora do hospedeiro.
Psoroptes cuniculi: encontrado em orelhas de coelhos. O estresse é considerado
um fator importante para o aumento da população deste parasito, sendo que esse
aumento pode comprometer o canal auricular.
3. Otodectes
Pedicelos curtos não segmentados
Corpo do macho é bilobado posteriormente
Otodectes cynotis infesta o canal auricular externo e a pele adjacente de cães,
gatos, raposas e furões. Provoca intensa irritação. Produção de cerume escuro
(otite otodéctica). Muita coceira e hematomas consequentes do balanço violento
da cabeça a fim de se coçar
4. Demodex
Encontram-se nos folículos pilosos e nas glândulas sebáceas dos mamíferos
Diversas espécies distintas frequentemente parasitam o mesmo hospedeiro
Demodex folliculorum e Demodex brevis: vivem na pele da face de praticamente
todas as pessoas.
Demodex canis: presente na pele da maioria dos cães, sendo transmitida para os
filhotes através da amamentação. Alopecia sem prurido. Infecção leve. Possui
odor desagradável em infestações graves. A demodicose canina generalizada e
praticamente impossível de ser curada.
Demodex bovis: fazem parte natural da pele bovina. Presentes geralmente no
pescoço e nos quartos anteriores. No caso das lesões mais antigas há apenas
tecido cicatricial e não se encontram ácaros. É difícil de ser curada.
Demodes ovis: dificilmente é relatado, mas é bem comum. Eles infestam os
folículos pilosos, glândulas sebáceas de pelos primários do corpo todo, porém
são mais numerosos no pescoço, flanco e espáduas.
Demodex aries: é confinada a áreas como, glândulas sebáceas muito grandes,
sendo a vulva, prepúcio e focinho.
Demodes caprae: causa dermatite nodular em cabras leiteiras.
Demodex caballi: parasito patogênico das glândulas de meibomio de equinos. O
equino também é hospedeiro do Demodex equi.
Demodex cati: raramente é diagnosticado. Essa dermatite geralmente localiza-se
na cabeça e nos condutos auditivos.
Demodex cuniculli: é um parasito raro do coelho.
Demodex phylloides: é encontrado em nódulos nos olhos e focinho de suínos. As
lesões vão se disseminando por toda a face do animal.
REFERÊNCIAS
BOWMAN, Dwight D. Parasitologia Veterinária de Georgis. São Paulo: Manole, 2006.
RAMOS, César Itaqui et al. Parasitoses de bovinos e ovinos Epidemiologia e Controle em Santa Catarina. Florianópolis: Epagri, 2004.
SLOSS, Margaret W.; KEMP, Russel L.; ZAJAC, Anne M. Parasitologia Clínica Veterinária. São Paulo: Manole, 1999.
VENZON, Madelaine. Potencial de defensivos alternativos para o controle do ácaro-branco em pimenta “Malagueta”. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/hb/v24n2/21.pdf> Acesso em 02/08/2012.
GAZZINELLI, Sandro. Apostila de Parasitologia. Disponível em <http://www.fernandosantiago.com.br/fic_papo.pdf> . Acesso em 02/08/2012.