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CURSO DE
CÁLCULO I
PROF. MARCUS V. S. RODRIGUES
FORTALEZA - 2009
Curso de Cálculo I – Capítulo 1
Prof. Marcus V. S. Rodrigues
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SUMÁRIO
Capítulo 1 – Limite e continuidade 3
1.1. Limites: Um conceito intuitivo 3
1.2. Limites: Técnicas para calcular 19
1.3. Limites: Uma definição matemática 39
1.4. Continuidade 52
1.5. Limites e continuidade das funções trigonométricas 65
Exercícios propostos (Capítulo 1) 76
Capítulo 2 – A derivada 79
2.1. A reta tangente e a derivada 79
2.2. Técnicas de diferenciação 89
2.3. Derivada de funções trigonométricas 101
2.4. Regra da cadeia 107
2.5. Diferenciais e aproximação linear local 110
Exercícios propostos (Capítulo 2) 117
Capítulo 3 – Funções Logarítmicas e Exponenciais 122
3.1. Funções inversas 122
3.2. Diferenciação implícita 134
3.3. Derivadas das funções logarítmicas e exponenciais 143
3.4. Derivada das funções inversas trigonométricas e a Regra
de L´Hopital 159
Exercícios propostos (Capítulo 3) 170
Capítulo 4 – Aplicações da derivada 175
4.1. Crescimento, decrescimento e concavidade 175
4.2. Extremos relativos 185
4.3. Extremos absolutos e gráficos 194
4.4. Problemas de otimização 211
Exercícios propostos (Capítulo 4) 226
Respostas dos exercícios propostos 230
Referências Bibliográficas 231
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CAPÍTULO 1 – LIMITE E CONTINUIDADE
1.1 Limites: Um conceito intuitivo
Dois problemas geométricos estimularam o desenvolvimento do
Cálculo: achar a área de regiões planas e achar retas tangentes às curvas. Em
ambos os casos se requerem um processo de limite para obter a solução.
Porém, o processo de limite ocorre em várias situações, sendo o conceito de
limite o alicerce sobre o qual todos os conceitos de cálculo estão baseados.
Em geral, pode-se dizer que o uso básico de limites é o de descrever
o comportamento de uma função quando a variável independente se aproxima
de certo valor. Por exemplo, seja a função;
( )2 2
2x xf x
x− −
=−
Esta função não está definida para 2x= , porém, pode-se analisar o
seu comportamento nas proximidades de 2x= . Isto é, interessa-se o
comportamento de f para valores de x próximos a 2, porém não para 2x= .
A aproximação a 2 pode-se ocorrer de duas formas, por valores
menores do que 2 , isto é pela esquerda, e por valores maiores do que 2 , isto
é pela direita. Desde modo pode-se construir a tabela 1.1, apresentada logo a
seguir.
Tabela 1.1
X 1,9 1,99 1,999 1,9999 2 2,0001 2,001 2,01 2,1 f(x) 2,9 2,99 2,999 2,9999 3,0001 3,001 3,01 3,1
Para reforçar este comportamento pode-se analisar, também, o
gráfico da função que é apresentado na figura 1.1.
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Figura 1.1
Analisando a tabela 1.1 e a figura 1.1 fica evidente que os valores de
( )f x tornam-se cada vez mais próximos de 3 à medida que x estiver mais
próximo de 2 , por qualquer um dos lados, esquerdo ou direito. Pode-se
também, tornar os valores de ( )f x o mais próximo que se deseje de 3 ,
fazendo x suficientemente próximo de 2 .
Definição 1.1.1. Se os valores de ( )f x puderem ser definidos tão próximos
quanto queira de um número L , fazendo x suficientemente próximo de p
(porém não igual a p ), ou seja; ( )f x L→ quando x p→ , então, escreve-se:
( )limx p
f x L→
= (1.1)
Neste caso, tem-se que 2 2 3
2x x
x− −
→−
quando 2x→ , então,
escreve-se:
2
2
2lim 32x
x xx→
− −=
−
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O que foi feito anteriormente foi simplesmente uma conjectura a
respeito do valor do limite 2
2
2lim2x
x xx→
− −−
, usando argumentos algébricos e
gráficos, para verificar o valor deste limite.
Exemplo Resolvido 1.1.1. Faça uma conjectura sobre o valor do seguinte
limite:
2
1
1lim1x
xx→
−−
Solução. Observe que esta função não está definida para 1x= , então, fazendo
os valores de x se aproximarem de 1 , tanto pela esquerda, quanto pela direita,
pode-se construir a tabela 1.2. Logo em seguida tem-se o gráfico cartesiano da
função.
Tabela 1.2
x 0,9 0,99 0,999 0,9999 1 1,0001 1,001 1,01 1,1 f(x) 1,9 1,99 1,999 1,9999 2,0001 2,001 2,01 2,1
Figura 1.2
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Da análise da tabela 1.2 e do gráfico da pela figura 1.2, tem-se:
2 1 21
xx−
→−
quando 1x→ (por ambos os lados)
logo, pode-se escrever:
2
1
1lim 21x
xx→
−=
−
Exemplo Resolvido 1.1.2. Faça uma conjectura sobre o valor limite:
0lim
1 1x
xx→ + −
Solução. Esta função não está definida para 0x= , então, fazendo os valores
de x se aproximarem de 0 , tanto pela esquerda, quanto pela direita, pode-se
construir a tabela 1.3.
Tabela 1.3
x − 0,01 − 0,001 − 0,0001 − 0,00001 0 0,00001 0,0001 0,001 0,01 f(x) 1,994987 1,9995 1,99995 1,999995 2,000005 2,00005 2,0005 2,004988
Para fazer o gráfico da função, pode-se simplificar algebricamente a
expressão do limite. Para 0x≠ , tem-se:
( ) ( )1 1 1 11 1 1 11 11 1 1 1 1 1
x x x xx x x xx xx x x
+ + + +⎛ ⎞+ +⎛ ⎞= = = = + +⎜ ⎟⎜ ⎟ + −+ − + − + +⎝ ⎠⎝ ⎠
Pode-se concluir que o gráfico da função é igual ao gráfico da
função 1 1y x= + + para 0x≠ .
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Figura 1.3
Analisando os dados da tabela 1.3 e do gráfico dado pela figura 1.3,
tem-se que:
21 1
xx
→+ −
quando 0x→ (por ambos os lados)
logo, pode-se escrever:
1lim 2
1 1x
xx→
=+ −
O limite dado pela equação 1.1 é chamado comumente de limite
bilateral, porque requer que os valores de ( )f x fiquem cada vez mais de L
quando x tende a p por qualquer lado. Porém algumas funções apresentam
comportamentos diferentes em cada um dos lados de um ponto p .
Em resumo, ao se procurar o limite de ( )f x quando x tende a p
nunca se considera x p= . Na realidade, a função não precisa estar definida
para x p= , como visto nos exemplos anteriores. O que importa é como f está
definida nas proximidades do ponto p .
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Em muitas situações a função pode apresentar comportamentos
diferentes nas proximidades de um ponto p . Por exemplo, considere a função:
( )1 01 0
se xxf x
se xx>⎧
= =⎨− <⎩
no qual o gráfico é apresentado na figura 1.4.
Figura 1.4
Quando x se aproxima de 0 pela esquerda os valores de ( )f x
tendem a 1− (na realidade são iguais a 1− para esses valores), e quando x se
aproxima de 0 pela direita os valores de ( )f x tendem a 1 (na realidade são
iguais a 1 para esses valores).
Descrevem-se essas afirmações dizendo que o limite de
( )f x x x= é 1 quando x tende a 0 pela direita e que o limite de ( )f x x x=
é 1− quando x tende a 0 pela esquerda.
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Definição 1.1.2. Se os valores de ( )f x podem se tornar tão próximo de L
quanto queira, fazendo x suficientemente próximo de p (porém maior que p),
ou seja:
se ( )f x L→ quando x p+→
pode-se escrever:
( )limx p
f x L+→
= (1.2)
Definição 1.1.3. Se os valores de ( )f x podem se tornar tão próximo de L
quanto queira, fazendo x suficientemente próximo de p (porém menor que p),
ou seja:
se ( )f x L→ quando x p−→
pode-se escrever:
( )limx p
f x L−→
= (1.3)
Para a função ( ) xf x
x= nas proximidades de 0 , tem-se:
1xx→− quando 0x −→ e 1
xx→ quando 0x +→
podendo escrever:
0lim 1
x
xx−→= − (limite lateral à esquerda) e
0lim 1
x
xx+→= (limite lateral à direita),
logo se pode concluir que não existe o limite 0
limx
xx→
.
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Teorema 1.1.1. O limite bilateral de uma função existe em um ponto p se, e
somente se existirem os limites laterais naquele ponto e tiverem o mesmo
valor; isto é:
( ) ( ) ( )lim lim limx p x p x p
f x L f x L f x− +→ → →
= ⇔ = = (1.4)
Exemplo Resolvido 1.1.3. Faça o gráfico da função e determine os limites
laterais em 1x= . Verifique se existe ( )1
limx
f x→
.
( )2 1 1
2 1 1x se xf xx se x
⎧ + <⎪=⎨− >⎪⎩
Solução. A função é definida por partes, isto é, a função tem duas leis de
formação. Para o intervalo ( ),1−∞ é função se comporta como uma função
polinomial de expressão ( ) 2 1f x x= + e para o intervalo ( )1,+∞ a função se
comporta como uma função linear de expressão ( ) 2 1f x x= − . Logo, o gráfico
da função é apresentado na figura 1.5.
Figura 1.5
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De acordo com a figura 1.5, pode-se ver claramente que quando x
se aproxima de 1 pela esquerda ( )f x é a parábola de equação 2 1x + e se
aproxima de 2 , isto é:
( ) 2f x → quando 1x −→
daí pode-se escrever:
( )1
lim 2x
f x−→
= (limite lateral à esquerda)
Pode-se ver também que quando x se aproxima de 1 pela direita
( )f x é a reta de equação 2 1x − e se aproxima de 1 , isto é:
( ) 1f x → quando 1x +→
daí pode-se escrever:
( )1
lim 1x
f x+→
= (limite lateral à direita)
Como os limites laterais são diferentes não existe o limite de f
quando x tende a 1 , isto é:
( ) ( ) ( )11 1
lim 2 1 lim limxx x
f x f x f x− + →→ →
= ≠ = ⇒ ∃
Em muitas situações os limites laterais não existem devido ao fato
de os valores da função crescer ou decrescer indefinidamente. Por exemplo,
analisando o comportamento da função ( ) 1f xx
= nas proximidades de 0x= ,
pode-se construir a tabela 1.4.
Tabela 1.4
x -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 0 0,0001 0,001 0,01 0,1 f(x) -10 -100 -1000 -10000 10000 1000 100 10
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Figura 1.6
Analisando os dados apresentados na tabela 1.4 e através da figura
1.6 que mostra o gráfico da função fica evidente o seguinte: à medida que x
fica mais próximo de 0 pela esquerda, os valores de ( ) 1f xx
= são negativos e
decrescem indefinidamente e à medida que x fica mais próximo de 0 pela
direita, os valores de ( ) 1f xx
= são positivos e crescem indefinidamente.
Definição 1.1.4. Se os valores de ( )f x crescem indefinidamente quando x
tende a p , pela direita ou pela esquerda; ou seja:
( )f x →+∞ quando x p+→ ou ( )f x →+∞ quando x p−→
então pode-se escrever:
( )limx p
f x+→
=+∞ ou ( )limx p
f x−→
=+∞
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Definição 1.1.5. Se os valores de ( )f x decrescem indefinidamente quando x
tende a p , pela direita ou pela esquerda; ou seja:
( )f x → −∞ quando x p+→ ou ( )f x → −∞ quando x p−→
então, escreve-se:
( )limx p
f x+→
=−∞ ou ( )limx p
f x−→
=−∞
Logo o comportamento da função ( ) 1f xx
= nas proximidades de 0 ,
pode ser resumido da seguinte forma:
1x→−∞ quando 0x −→ e
1x→+∞ quando 0x +→
daí tem-se: 1lim
x p x−→=−∞ e
1limx p x+→
=+∞
Exemplo Resolvido 1.1.4. De acordo com os gráficos apresentados na figuras
1.7 e 1.8, descreva o limite em x p= na notação de limite apropriado.
Figura 1.7
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Figura 1.8
Solução (a). A função decresce indefinidamente quando x tende a p pela
esquerda e cresce indefinidamente quando x tende a p pela direita. Então:
1limx p x p−→
⎛ ⎞=−∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
e 1lim
x p x p+→
⎛ ⎞=+∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
Solução (b). A função cresce indefinidamente quando x tende a p pela
esquerda e decresce indefinidamente quando x tende a p pela direita. Então:
1limx p x p−→
⎛ ⎞−=+∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
e 1lim
x p x p+→
⎛ ⎞−=−∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
Solução (c). A função cresce indefinidamente quando x tende a p tanto pela
esquerda como pela direita. Então:
( )21lim
x p x p−→
⎛ ⎞⎜ ⎟=+ ∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
e ( )2
1limx p x p+→
⎛ ⎞⎜ ⎟=+∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
Neste caso pode-se escrever por comodidade:
( )21lim
x p x p→
⎛ ⎞⎜ ⎟=+∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
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Solução (d). A função decresce indefinidamente quando x tende a p tanto
pela esquerda como pela direita. Então:
( )21lim
x p x p−→
⎛ ⎞−⎜ ⎟=−∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
e ( )2
1limx p x p+→
⎛ ⎞−⎜ ⎟=−∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
Neste caso pode-se escrever por comodidade:
( )21lim
x p x p→
⎛ ⎞−⎜ ⎟=−∞⎜ ⎟−⎝ ⎠
Definição 1.1.6. Uma reta x p= é chamada de assíntota vertical do gráfico
de uma função ( )f x se ( )f x tende a +∞ ou −∞ , quando x tende a p pela
esquerda ou pela direita.
Às vezes se está interessado em saber o comportamento da função
não em torno de um ponto específico p , e sim quando a variável x cresce ou
decresce indefinidamente. Isto é chamado de comportamento final da função,
pois descreve como a função se comporta para valores de x que estão longe
da origem.
Novamente considera-se a função ( ) 1f xx
= , mas agora para
valores de x que estão bem distantes da origem. Fazendo x crescer e
decrescer sem limitação, pode-se construir a tabela 1.5.
Tabela 1.5
x -10000 -1000 -100 -10 10 100 1000 10000 f(x) -0,0001 -0,001 -0,01 -0,1 0,1 0,01 0,001 0,0001
x decresce sem limitação x cresce sem limitação
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É evidente a partir da tabela 1.5 e pelo gráfico da função (ver figura
1.6), que à medida que os valores de x decrescem sem limitação, os valores
de ( ) 1f xx
= são negativos, mas aproximam-se muitíssimo de 0 ;
analogamente, à medida que os valores de x crescem sem limitação, os
valores de ( ) 1f xx
= são positivos, mas aproximam-se muitíssimo de 0 .
Definição 1.1.7. Se os valores de ( )f x subseqüentemente ficam cada vez
mais próximos de um número L , à medida que x cresce sem limitação; ou
seja:
( )f x L→ quando x →+∞
então, escreve-se: ( )limx
f x L→+∞
= .
Definição 1.1.8. Se os valores de ( )f x subseqüentemente ficam cada vez
mais próximos de um número L , à medida que x decresce sem limitação; ou
seja:
( )f x L→ quando x →−∞
então, escreve-se: ( )limx
f x L→−∞
= .
Logo, podem-se descrever os comportamentos limitantes da função
( ) 1f xx
= da seguinte forma:
1lim 0x x→−∞
⎛ ⎞=⎜ ⎟⎝ ⎠
e 1lim 0
x x→+∞
⎛ ⎞=⎜ ⎟⎝ ⎠
Definição 1.1.9. Uma reta y L= é chamada de assíntota horizontal do gráfico
de uma função ( )f x se ( )f x L→ , quando x →+∞ ou x →−∞ .
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Exemplo Resolvido 1.1.5. De acordo com o gráfico da função ( )1
xf xx
=−
apresentado na figura 1.9 determine os limites no infinito.
Figura 1.9
Solução. De acordo com o gráfico da função (ver figura 1.9) tem-se que à
medida que x cresce sem limitação ( )f x se aproxima cada vez mais de 1 ,
isto é:
11
xx
→−
quando x→+∞
concluindo que:
lim 11x
xx→+∞
=−
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Analogamente, tem-se que à medida que x decresce sem limitação
( )f x se aproxima cada vez mais de 1 , isto é:
11
xx
→−
quando x→−∞
concluindo que:
lim 11x
xx→−∞
=−
A reta 1y= é a assíntota vertical do gráfico da função ( )1
xf xx
=−
.
Definição 1.1.10. Se os valores de ( )f x crescem sem limitação quando
x →+∞ ou x →−∞ ; ou seja:
( )f x → +∞ quando x →+∞ ou ( )f x → +∞ quando x →−∞
então, escreve-se:
( )limx
f x→+∞
=+∞ ou ( )limx
f x→−∞
=+∞
Definição 1.1.11. Se os valores de ( )f x decrescem sem limitação quando
x →+∞ ou x →−∞ ; ou seja:
( )f x → −∞ quando x →+∞ ou ( )f x → −∞ quando x →−∞
então, escreve-se:
( )limx
f x→+∞
=−∞ ou ( )limx
f x→−∞
=−∞
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1.2 Limites: Técnicas para calcular
Inicialmente estabelecem-se os limites básicos para algumas
funções simples e em seguida desenvolvem-se um repertório de teoremas que
possibilitará usar estes limites como blocos de construção para encontrar
limites de funções mais complicadas.
Teorema 1.2.1 (Limites básicos).
(1) ( )limx p
k k→
= (2) ( )limx
k k→+∞
= (3) ( )limx
k k→−∞
=
(4) ( )limx p
x p→
= (5) ( )limx
x→+∞
=+∞ (6) ( )limx
x→−∞
=−∞
(7) 0
1limx x+→
⎛ ⎞=+∞⎜ ⎟⎝ ⎠
(8) 0
1limx x−→
⎛ ⎞=−∞⎜ ⎟⎝ ⎠
(9) 1lim 0
x x→+∞
⎛ ⎞=⎜ ⎟⎝ ⎠
(10) 1lim 0
x x→−∞
⎛ ⎞=⎜ ⎟⎝ ⎠
Figura 1.10
Esses limites dados pelo teorema 1.2.1 podem ser confirmados
através do gráfico (ver figura 1.10) das funções y k= (função constante), y x=
(função identidade) e 1y x= (função recíproca).
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Teorema 1.2.2. Suponha que lim representa um dos limites limx p→
, limx p−→
, limx p+→
,
limx→+∞
ou limx→−∞
. Se existirem ( )1 limL f x= e ( )2 limL g x= , então:
(1) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 2lim lim limf x g x f x g x L L± = ± = ±⎡ ⎤⎣ ⎦ .
(2) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 2lim lim limf x g x f x g x L L⋅ = ⋅ = ⋅⎡ ⎤⎣ ⎦ .
(3) ( )( )
( )( )
1
2
limlim
limf x f x Lg x g x L
⎡ ⎤= =⎢ ⎥
⎣ ⎦ se 2 0L ≠ .
(4) ( ) ( ) 1lim lim nn nf x f x L= = desde que 1 0L ≥ se n for par.
(5) ( ) ( ) ( )1lim limn n nf x f x L= =⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ .
Corolário 1.2.2.1. Suponha que lim representa um dos limites limx p→
, limx p−→
,
limx p+→
, limx→+∞
ou limx→−∞
. Se existirem ( )1 1limL f x= , ( )2 2limL f x= ,...,
( )limn nL f x= , então:
(1) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 2 1 2lim ... lim lim ... limn nf x f x f x f x f x f x± ± ± = ± ± ±⎡ ⎤⎣ ⎦
1 2 ... nL L L= ± ± ±
(2) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 2 1 2lim ... lim lim ... limn nf x f x f x f x f x f x⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅⎡ ⎤⎣ ⎦
( ) ( ) ( )1 2lim lim ... lim nf x f x f x= ⋅ ⋅ ⋅
Exemplo Resolvido 1.2.1. Sendo ( )2
lim 3x
f x→
=− , ( )2
lim 4x
g x→
= e ( )2
lim 0x
h x→
= .
Determine:
(a) ( ) ( )2
limx
g x f x→
−⎡ ⎤⎣ ⎦ (b) ( )
( ) ( )2limx
g xh x f x→ −⎡ ⎤⎣ ⎦
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(c) ( ) ( )2 2
2limx
f x g x→
+⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ (d) ( ) ( ) ( )( )22
limx
f x g x h x→
⎡ ⎤+⎢ ⎥⎣ ⎦
Solução (a). Aplica-se a propriedade (1) do teorema 1.2.2.
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )2 2 2
lim lim lim 4 3 4 3 7x x x
g x f x g x f x→ → →
− = − = − − = + =⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Solução (b). Inicialmente aplica-se a propriedade (3) do teorema 1.2.2 e em
seguida aplicam-se as propriedades (4) no numerador e (1) no denominador,
do referido teorema.
( )( ) ( )
( )( ) ( )
( )( ) ( ) ( )
222
2 2 2
limlim 4 2limlim lim lim 0 3 3
xxx
x x x
g xg xg xh x f x h x f x h x f x
→→
→→ → →
= = = =− − − − −⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Solução (c). Inicialmente aplica-se a propriedade (4) do teorema 1.2.2 e em
seguida aplicam-se a propriedade (1) e logo depois, a propriedades (5) do
referido teorema.
( ) ( ) ( ) ( )2 2 2 2
2 2lim limx x
f x g x f x g x→ →
⎡ ⎤+ = +⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦
( ) ( )2 2
2 2lim limx x
f x g x→ →
= +⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦
( ) ( ) ( ) ( )2 2 2 2
2 2lim lim 4 3 5x x
f x g x→ →
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= + = + − =⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Solução (d). Inicialmente a aplica-se a propriedade (1) do teorema 1.2.2 e em
seguida aplicam-se nas parcelas as propriedades (2) e (5), respectivamente, do
referido teorema.
( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) 22
2 2 2lim lim limx x x
f x g x h x f x g x h x→ → →
⎡ ⎤+ = +⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦
( )( ) ( )( ) ( )2
2 2 2lim lim limx x x
f x g x h x→ → →
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= + ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎣ ⎦⎣ ⎦
( )( ) ( )24 3 0 12= − + =−
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22
Exemplo Resolvido 1.2.2. Ache:
(a) 1lim nx x→+∞
(b) 1lim nx x→−∞
Solução (a). Aplicando a propriedade (5) do teorema 1.2.2, tem-se:
1 1 1lim lim lim 0n n
nx x xx xx→+∞ →+∞ →+∞
⎛ ⎞ ⎛ ⎞= = =⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠
Solução (b). Aplicando a propriedade (5) do teorema 1.2.2, tem-se:
1 1 1lim lim lim 0n n
nx x xx xx→−∞ →−∞ →−∞
⎛ ⎞ ⎛ ⎞= = =⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠
Do exemplo resolvido 1.2.2 podem-se escrever as seguintes
fórmulas:
1lim 0nx x→+∞= (1.5)
1lim 0nx x→−∞= (1.6)
Corolário 1.2.2.2. Suponha que lim representa um dos limites limx p→
, limx p−→
,
limx p+→
, limx→+∞
ou limx→−∞
. Se existirem ( )limL f x= e k um número real, então:
( ) ( ) ( )lim lim limk f x k f x k L⋅ = ⋅ = ⋅⎡ ⎤⎣ ⎦
Ou seja, em outras palavras o que o corolário afirma é que: um fator
constante pode ser movido através do símbolo de limite.
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23
Exemplo Resolvido 1.2.3. Sendo k uma constante real, então, ache:
(a) lim nx
kx→+∞
(b) lim nx
kx→−∞
Solução (a). Inicialmente pode-se escrever o quociente como um produto entre
a constante k e a função 1 nx e em seguida aplica-se o corolário 1.2.2.2.
( )1 1lim lim lim 0 0n n nx x x
k k k kx x x→+∞ →+∞ →+∞
⎛ ⎞ ⎛ ⎞= = = =⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠
Solução (b). Inicialmente pode-se escrever o quociente como um produto entre
a constante k e a função 1 nx e em seguida aplica-se o corolário 1.2.2.2.
( )1 1lim lim lim 0 0n n nx x x
k k k kx x x→−∞ →−∞ →−∞
⎛ ⎞ ⎛ ⎞= = = =⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠
Dos exemplos resolvidos 1.2.2 e 1.2.3, podem-se escrever as
seguintes fórmulas, sendo k uma constante real qualquer.
lim 0nx
kx→+∞
= (1.7)
lim 0nx
kx→−∞
= (1.8)
Exemplo Resolvido 1.2.4. Ache o valor do limite ( )3 2
2lim 3 2 3 9x
x x x→−
− − + − .
Solução. Inicialmente, pode-se expressar este limite como a soma de limites,
corolário 1.2.2.1. Em seguida aplica-se a propriedade do corolário 1.2.2.2 nas
parcelas e depois a propriedade (5) do teorema 1.2.2.
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24
( ) ( ) ( ) ( ) ( )3 2 3 2
2 2 2 2 2lim 3 2 3 9 lim 3 lim 2 lim 3 lim 9x x x x x
x x x x x x→− →− →− →− →−
− − + − =− − + −
( ) ( ) ( ) ( )3 2
2 2 2 23 lim 2 lim 3 lim lim 9
x x x xx x x
→− →− →− →−=− − + −
( ) ( ) ( )3 2
2 2 23 lim 2 lim 3 lim 9
x x xx x x
→− →− →−=− − + −
( ) ( ) ( )3 23 2 2 2 3 2 9 1=− − − − + − − =
Exemplo Resolvido 1.2.5. Ache o valor do limite 3 22
1lim3 2 3 9x x x x→− − − + −
.
Solução. Inicialmente usa-se a parte (3) do teorema 1.2.2 e em seguida a parte
(4) do mesmo teorema.
( )
( )2
3 2 3 222
lim 11lim3 2 3 9 lim 3 2 3 9
xx
xx x x x x x
→−
→−
→−
=− − + − − − + −
( )3 2
2
1 1 11lim 3 2 3 9
xx x x
→−
= = =− − + −
Nos exemplos vistos anteriormente, pode-se ver que o cálculo de
limites se resume à aplicação das propriedades vistas no teorema 1.2.2 e de
seus corolários, 1.2.2.1 e 1.2.2.2, para reduzir este limite aos limites básicos
dados no teorema 1.2.1. Porém em muitos casos este cálculo pode se tornar
exaustivo e repetitivo, então, em seguida serão apresentado teoremas que
tornam estes cálculos mais rápidos e diretos.
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25
Teorema 1.2.3. Para qualquer polinômio:
( ) 0 1 ... nnp x a a x a x= + + + (1.9)
e qualquer número real c , então:
( ) ( ) ( )0 1lim lim ... nnx c x c
p x a a x a x p c→ →
= + + + = (1.10)
Prova.
( ) ( )0 1lim lim ... nnx c x c
p x a a x a x→ →
= + + +
0 1lim lim ... lim nnx c x c x c
a a x a x→ → →
= + + +
0 1lim lim ... lim nnx c x c x c
a a x a x→ → →
= + + +
( )0 1 ... nna a c a c p c= + + + =
Em outras palavras, o teorema 1.2.3 diz que: o limite de um
polinômio em um ponto de seu domínio é a própria imagem deste ponto.
Exemplo Resolvido 1.2.6. Calcule ( )3 2
3lim 3 2 4x
x x x→
− + − .
Solução. Como o limite de um polinômio em um ponto de seu domínio é própria
imagem deste ponto. Isto é o limite é encontrado através da substituição direta.
( ) ( ) ( ) ( )3 23 2
3lim 3 2 4 3 3 3 2 3 4 27 27 6 4 2x
x x x→
− + − = − + − = − + − =
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26
Exemplo Resolvido 1.2.7. Calcule 2
3 21
2 3 4lim4 1x
x xx x→−
− −+ +
.
Solução. Inicialmente usa-se a propriedade (4) do teorema 1.2.2 e em seguida
a propriedade (3) do mesmo teorema, e, finalmente, o teorema 1.2.3.
( )( )
22 21
3 2 3 2 3 21 11
lim 2 3 42 3 4 2 3 4 1 1lim lim4 24 1 4 1 lim 4 1
xx x
x
x xx x x xx x x x x x
→−
→− →−→−
− −− − − −= = = =
+ + + + + +
O intuito agora é definir como se comporta a função polinomial da
forma nx para 1n= , 2 , 3 , 4 , ... , quando x→+∞ e x→−∞ . A figura 1.11
apresenta os gráficos para os casos particulares em que 2n= , 3 e 4 ,
respectivamente, e os seus limites no infinito.
Figura 1.11
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27
Os resultados apresentados na figura 1.11 são os casos particulares
do seguinte caso geral:
lim n
xx
→+∞=+∞ (1.11)
lim n
x
se n parx
se n ímpar→−∞
+∞⎧=⎨−∞⎩
(1.12)
Exemplo Resolvido 1.2.8. Calcule os limites no infinito.
(a) lim n
xkx
→+∞ (b) lim n
xkx
→−∞
Solução (a).
0lim lim
0n n
x x
se kkx k x
se k→+∞ →+∞
+∞ >⎧= =⎨−∞ <⎩
Solução (b).
(i)0
lim lim0
n n
x x
se kkx k x n par
se k→−∞ →−∞
+∞ >⎧= =⎨−∞ <⎩
(ii) 0
lim lim0
n n
x x
se kkx k x n ímpar
se k→−∞ →−∞
−∞ >⎧= =⎨+∞ <⎩
Teorema 1.2.4. Um polinômio se comporta como seu termo de maior grau
quando x →+∞ ou x →−∞ .
( ) ( )0 1lim ... limn nn nx x
a a x a x a x→+∞ →+∞
+ + + = (1.13)
( ) ( )0 1lim ... limn nn nx x
a a x a x a x→−∞ →−∞
+ + + = (1.14)
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28
Exemplo Resolvido 1.2.9. Calcule os limites.
(a) ( )3 2lim 5 4 12x
x x x→−∞
− + − (b) ( )3 4 5lim 3 3x
x x x→+∞
+ −
Solução (a). Como o polinômio se comporta como seu termo de maior grau,
tem-se:
( ) ( )3 2 3lim 5 4 12 lim 5x x
x x x x→−∞ →−∞
− + − = =−∞
Solução (b). Como o polinômio se comporta como seu termo de maior grau,
tem-se:
3 4 5 51 3 3 3lim lim2 5 7 7x x
x x x x→+∞ →+∞
−⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ − = =−∞⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠
Uma função racional é uma razão entre dois polinômios, ou seja, é
uma função do tipo ( )( )
f xg x
com ( ) 0≠g x . Neste caso, há três métodos para se
calcular o limite ( )( )
lim→x p
f xg x
, dependendo se ( )lim→x p
g x converge para zero ou
não.
Se ( )lim 0→
≠x p
g x , então, usa-se o fato de que o limite da razão é a
razão dos limites, ou seja:
( )( )
( )( )
( )( )
limlim
lim→
→→
= =x p
x px p
f xf x f pg x g x g p
(1.15)
Em outras palavras se ( )lim 0→
≠x p
g x , o limite ( )( )
lim→x p
f xg x
deve ser calculado por
substituição direta.
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29
Exemplo Resolvido 1.2.10. Ache 3
22
2 7lim3→
−−x
xx
.
Solução. Como ( )2
2lim 3 1 0→
− = ≠x
x , então o limite deve ser calculado por
substituição direta, logo:
( )( )
33
2 22
2 2 72 7lim 93 2 3→
−−= =
− −x
xx
Exemplo Resolvido 1.2.11. Calcule 32
1lim2 4x
xx−→−
+−
.
Solução. Inicialmente tem que ser usado o fato de que o limite da raiz cúbica é
a raiz cúbica do limite, ou seja:
3 32 2
1 1lim lim2 4 2 4x x
x xx x− −→− →−
+ +=
− −
Agora se calcula o limite da função racional e devido ao fato de que
( )2
lim 2 4 8 0x
x−→−
− =− ≠ , então:
( )2
1 2 1 1lim2 4 2 2 4 8x
xx−→−
+ − += =
− − −
Logo,
3 332 2
1 1 1 1lim lim2 4 2 4 8 2x x
x xx x− −→− →−
+ += = =
− −
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30
Se ( )lim 0→
=x p
g x e ( )lim 0→
=x p
f x , então o numerador e denominador
terão um fator comum ( )−x p e o limite pode, freqüentemente, ser calculado
cancelando-se primeiro os fatores comuns. Se ( )−x p é fator de ( )f x então
( ) ( ) ( )= −f x x p F x e se ( )−x p é fator de ( )g x então ( ) ( ) ( )= −g x x p G x ,
daí:
( )( )
( ) ( )( ) ( )
( )( )
lim lim lim→ → →
−= =
−x p x p x p
f x x p F x F xg x x p G x G x
(1.16)
Exemplo Resolvido 1.2.12. Calcule 2
3
9lim3→
−−x
xx
.
Solução. Como ( )3
lim 3 0→
− =x
x e ( )2
3lim 9 0→
− =x
x , então, há um fator comum
( )3−x , logo,
( )( ) ( )2
3 3 3
3 39lim lim lim 3 63 3→ → →
− +−= = + =
− −x x x
x xx xx x
Exemplo Resolvido 1.2.13. Calcule 3
21
1lim2 1+→−
++ −x
xx x
.
Solução. Como ( )2
1lim 2 1 0
+→−+ − =
xx x e ( )3
1lim 1 0
xx
+→−+ = , então, há um fator
comum ( )1x + , logo,
( )( )( )( )
23 2
21 1 1
1 11 1lim lim lim1 2 1 2 12 1+ + +→− →− →−
+ − ++ − += =
+ − −+ −x x x
x x xx x xx x xx x
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31
Tem-se uma nova função racional, então, deve-se verificar se o
limite do denominador é igual à zero ou não. Como ( )1
lim 2 1 3x
x+→−
− =− , então, o
limite deve ser calculado por substituição direta.
( ) ( )( )
22
1
1 1 11 3lim 12 1 2 1 1 3+→−
− − −− += = =−
− − − −x
x xx
Se ( )lim 0→
=x p
g x e ( )lim 0→
≠x p
f x , então ( )( )
lim→x p
f xg x
é +∞ ou −∞ , ou
de um lado +∞ e do outro −∞ , ou vice versa. Neste caso, devem-se calcular
os limites laterais e para isso deve-se analisar o sinal da expressão ( )( )
f xg x
nas
proximidades do ponto =x p .
Exemplo Resolvido 1.2.14. Calcule 2
lim2→− +x
xx
.
Solução. Como ( )2
lim 2 0→−
+ =x
x e ( )2
lim 2 0→−
=− ≠x
x , então, devem-se calcular os
limites laterais. Sabe-se que os limites laterais são do tipo ∞ , então resta saber
o sinal.
(i) Quando x se aproxima de 2− pela esquerda, 2<−x o que implica que
2 0+ <x e como nas proximidades de 2= −x tem-se 0<x , então, tem-se que
02
xx
>+
. Daí pode-se concluir que:
2lim
2−→−=+∞
+x
xx
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32
(ii) Quando x se aproxima de 2− pela direita, 2>−x o que implica que
2 0+ >x e como nas proximidades de 2= −x tem-se 0<x , então, tem-se que
02
xx
<+
. Daí pode-se concluir que:
2lim
2x
xx+→−
=−∞+
Um modo mais prático de resolver estes limites é através da análise
do sinal da expressão 2+
xx
, que é dado pela figura 1.12:
Figura 1.12
Logo, pode-se concluir que:
2lim
2−→−=+∞
+x
xx
e 2
lim2−→−=−∞
+x
xx
.
Em alguns casos de limites envolvendo funções com radicais, pode-
se usar um procedimento semelhante ao utilizado no cálculo para funções
racionais. Neste caso deve-se simplificar a expressão do limite através da
fatoração dos termos.
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33
Exemplo Resolvido 1.2.15. Calcule 20
3lim1 2 1x
x
x x+→ + − +.
Solução. Como ( )2
0lim 1 2 1 0
xx x
+→+ − + = e ( )
0lim 3 0
xx
+→= , então para resolver
este limite deve-se simplificar a expressão do limite. Ou seja:
2
2 2 2
3 3 1 2 1
1 2 1 1 2 1 1 2 1
x x x x
x x x x x x
⎛ ⎞⎛ ⎞ + + +⎜ ⎟=⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟+ − + + − + + + +⎝ ⎠⎝ ⎠
( )( ) ( )
( )2 2
2 222
3 1 2 1 3 1 2 1
1 2 11 2 1
x x x x x x
x xx x
+ + + + + += =
+ − −+ − +
( ) ( )( )
2 2
2
3 1 2 1 3 1 2 1
22
x x x x x x
x xx x
+ + + + + += =
−−
( )23 1 2 1
2
x x
x
+ + +=
−
Logo, tem-se:
( )2
20 0
3 1 2 13lim lim21 2 1x x
x xxxx x+ +→ →
+ + +=
−+ − +
Como ( )0
lim 2 2 0x
x+→
− =− ≠ , pode-se calcular o limite através da
substituição direta, isto é:
( ) ( ) ( ) ( )22
0
3 0 1 2 0 13 1 2 1 3 2lim 3
2 0 2 2x
x x
x+→
⎛ ⎞+ + ++ + + ⎜ ⎟⎝ ⎠= = =−
− − −
Daí tem-se:
20
3lim 31 2 1x
x
x x+→=−
+ − +
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34
Para se calcular os limites no infinito de uma função racional devem-
se dividir numerador e denominador pela potência mais alta de x que aparece
no denominador, logo todas as potências de x tornam-se constantes ou
potências de 1x
.
Exemplo Resolvido 1.2.16. Calcule 3 5lim4 6→−∞
−−x
xx
.
Solução. Divide-se numerador e denominar por x , daí:
55 lim 333 5 3 0 3 1lim lim 4 44 6 0 6 6 26 lim 6
x
x x
x
x xxx
x x
→−∞
→−∞ →−∞
→−∞
⎛ ⎞−− ⎜ ⎟− −⎝ ⎠= = = = = −− − −⎛ ⎞− −⎜ ⎟
⎝ ⎠
Exemplo Resolvido 1.2.17. Ache 2
3 23 2 5lim
5 7 1→+∞
+ −− − +x
x xx x x
.
Solução. Divide-se numerador e denominar por 3x , daí:
2 2 3
3 2
2 3
3 2 53 2 5lim lim 7 1 15 7 1 5x x
x x x x xx x x
x x x→+∞ →+∞
+ −+ −=
− − + − − +
2 3
2 3
3 2 5lim0 0 0 0 0
7 1 1 5 0 0 0 5lim 5
x
x
x x x
x x x
→+∞
→+∞
⎛ ⎞+ −⎜ ⎟ + −⎝ ⎠= = = =− − +⎛ ⎞− − +⎜ ⎟
⎝ ⎠
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35
Outra maneira de se resolver estes limites é considerando o fato de
que como uma função racional é uma razão entre dois polinômios e como o
polinômio se comporta como seu termo de maior grau no infinito, logo se
( ) ( )0 1 ... 0nn nf x a a x a x a= + + + ≠ e ( ) ( )0 1 ... 0m
m mg x b b x b x b= + + + ≠ , então:
( )( )
0 1
0 1
...lim lim lim...
n nn n
m mx x xm m
f x a a x a x a xg x b b x b x b x→−∞ →−∞ →−∞
+ + += =
+ + + (1.17)
e
( )( )
0 1
0 1
...lim lim lim...
n nn n
m mx x xm m
f x a a x a x a xg x b b x b x b x→+∞ →+∞ →+∞
+ + += =
+ + + (1.18)
Ou seja, uma função racional comporta-se quando x →+∞ e
x →−∞ , como a razão entre os termos de mais alto grau no numerador e no
denominador.
Exemplo Resolvido 1.2.18. Ache 4 3 2
3 27 2 5lim
6 8 13→−∞
+ −− + − +x
x x xx x x
.
Solução. Usando o fato anterior tem-se:
( )4 3 2 4
3 2 37 2 5 7lim lim lim 7
6 8 13→−∞ →−∞ →−∞
+ −= = − =+∞
− + − + −x x x
x x x x xx x x x
Exemplo Resolvido 1.2.19. Calcule:
(a)2
2 3lim1→+∞
−
+x
x
x (b)
2
2 3lim1→−∞
−
+x
x
x
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36
Em ambos os itens, seria mais prático manipular a função de forma
que as potências de x se tornem potências de 1 x . Podem-se conseguir isto
em ambos os termos dividindo-se numerador e denominador por x e
lembrando do fato que 2x x= .
Solução (a). Dividindo, então, numerador e denominador por x , tem-se
2 2
2 32 3lim lim
1 1→+∞ →+∞
−−
=+ +x x
xxx
x xx
Como 2=x x e para 0>x tem-se =x x , daí:
2
2 2 2
2 3 2 22 lim 3 lim 33 3lim lim 311 1 11 1 lim 1 lim 1
x x
x x
x x
xx x xx
xx x xx
→+∞ →+∞
→+∞ →+∞
→+∞ →+∞
− ⎛ ⎞ ⎛ ⎞− −− ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ −⎝ ⎠ ⎝ ⎠= = = = =−⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + + +⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠
Solução (b). Fazendo o mesmo procedimento adotado no item (a), então:
2 2
2 32 3lim lim
1 1→−∞ →−∞
−−
=+ +x x
xxx
x xx
Como 2=x x e para 0<x tem-se =−x x , daí:
2
2 2 2
2 3 2 22 lim 3 lim 33 3lim lim 311 1 11 1 lim 1 lim 1
x x
x x
x x
xx x xx
xx x xx
→−∞ →−∞
→−∞ →−∞
→−∞ →−∞
− ⎛ ⎞ ⎛ ⎞− + − +− + ⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠= = = = =⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + + +⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠
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37
No caso de limite de funções definidas por partes, devem-se calcular
separadamente os limites laterais e verificar a existência do limite bilateral (ver
teorema 1.1.1).
Exemplo Resolvido 1.2.20. Seja ( ) 2
2 1 1
4 1
− >−⎧⎪=⎨+ <−⎪⎩
x se xf x
x x se x, então calcule,
caso exista, ( )1
lim→−x
f x .
Solução. Como a função é definida por parte devem-se calcular os limites
laterais. Logo,
( ) ( ) ( ) ( )22
1 1lim lim 4 1 4 1 3
x xf x x x
− −→− →−= + = − + − =−
e
( ) ( ) ( )1 1
lim lim 2 1 2 1 1 3x x
f x x+ +→− →−
= − = − − =−
Como ( ) ( )1 1
lim 3 lim− +→− →−
= − =x x
f x f x , implica que existe o limite e seu
valor é dado por: ( )1
lim 3→−
= −x
f x .
Exemplo Resolvido 1.2.21. Seja ( )
3 23 1 20 2
2 2
⎧ − + <⎪
= =⎨⎪ + >⎩
x x se xg x se x
x se x
, então calcule,
caso exista, ( )2
lim→x
g x .
Solução. Como a função é definida por parte devem-se calcular os limites
laterais. Logo,
( ) ( ) ( ) ( )3 23 2
2 2lim lim 3 1 2 3 2 1 3
x xg x x x
− −→ →= − + = − + =−
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38
e
( ) ( ) ( )2 2 2
lim lim 2 lim 2 2 2 2x x x
g x x x+ − −→ → →
= + = + = + =
Como ( ) ( )2 2
lim 3 2 lim− +→ →
= − ≠ =x x
g x g x , implica que não existe o limite
( )2
lim→x
g x .
Exemplo Resolvido 1.2.22. Seja a função ( ) 2
2
2 1 0
1 0 2
1 22
x se x
f x x se x
x se x
⎧⎪ − <⎪⎪= − < <⎨⎪⎪ + >⎪⎩
.
Determine, caso existam, ( )0
limx
f x→
e ( )2
limx
f x→
.
Solução. Inicialmente verifica-se a existência de ( )0
limx
f x→
através do cálculo
dos limites laterais. Isto é,
( ) ( )0 0
lim lim 2 1 1x x
f x x− −→ →
= − =−
e
( ) ( )2
0 0lim lim 1 1
x xf x x
+ +→ →= − =−
Como ( ) ( )0 0
lim 1 limx x
f x f x− +→ →
=− = , tem-se que ( )0
lim 1x
f x→
=− .
Faz-se o mesmo para verificar a existência de ( )2
limx
f x→
. Isto é,
( ) ( )2
2 2lim lim 1 3
x xf x x
− −→ →= − =
e
( )2
2 2lim lim 1 3
2x x
xf x+ +→ →
⎛ ⎞= + =⎜ ⎟
⎝ ⎠
Como ( ) ( )2 2
lim 3 limx x
f x f x− +→ →
= = , tem-se que ( )2
limx
f x→
.
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39
1.3 Limites: Uma definição matemática
A definição de limite dada na seção 1.1 deste módulo foi baseada na
intuição de como o significado dos valores de uma função fica cada vez mais
próximo de um valor limitante. Porém, esta definição é muito imprecisa e
inadequada para alguns propósitos, logo se torna necessário uma definição
mais precisa de um ponto de vista matemático.
Par isso considere a função { }: − →f R p R cujo gráfico é dado é
apresentado na figura 1.13 e para o qual ( )f x L→ quando x p→ .
Figura 1.13
Escolhe-se um número positivo, ε , e traçam-se duas retas
horizontais que passam pelos pontos L ε− e L ε+ , no eixo y , para a curva
( )y f x= e, então, retas verticais daqueles pontos da curva para o eixo x (ver
figura 1.14) e sejam 0x e 1x os pontos onde as retas verticais interseccionam o
eixo x .
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40
Figura 1.14
Fazendo x se aproximar cada vez mais de p , por qualquer um dos
lados, tem-se que logo x estará no intervalo ( )0 1,x x ; quando isto ocorre, o
valor de ( )f x estará entre L ε− e L ε+ (ver figura 1.15). Ou seja, se
( )f x L→ quando x p→ , então para qualquer 0ε > tem-se um intervalo
aberto ( )0 1,x x no eixo x , com ( )0 1,p x x∈ e com a propriedade que para cada
( )0 1,x x x∈ , exceto possivelmente x p= , tem-se ( ) ( ),f x L Lε ε∈ − + .
Figura 1.15
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41
Definição 1.3.1 (1ª versão preliminar). Seja ( )f x uma função definida em
todo x de algum intervalo aberto que contenha o número p , com a possível
exceção de que ( )f x não precisa ser definida em p . Escreve-se:
( )limx p
f x L→
= (1.19)
se dado 0ε > , pode-se encontrar um intervalo aberto ( )0 1,x x que contenha p
de modo que ( )f x satisfaça
( )L f x Lε ε− < < + (1.20)
para cada ( )0 1,x x x∈ , com a possível exceção de x p= .
Observa-se através da figura 1.15 que o intervalo ( )0 1,x x amplia-se
mais à direita que à esquerda. Então, para muitos fins é preferível ter um
intervalo com a mesma distância de p . Escolhe-se um número positivo δ
menor do que 1x p− e 0p x− , e considere o intervalo ( ),p pδ δ− + que se
ampliam à mesma distância de p , em ambos os lados.
Uma vez que a condição ( )L f x Lε ε− < < + é válida para o
intervalo ( )0 1,x x e como ( ) ( )0 1, ,p p x xδ δ− + ⊂ , então esta condição também
é válida para o intervalo ( ),p pδ δ− + , como mostrado na figura 1.16.
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42
Figura 1.16
Definição 1.3.2 (2ª versão preliminar). Seja ( )f x uma função definida em
todo x de algum intervalo aberto que contenha o número p , com a possível
exceção de que ( )f x não precisa ser definida em p . Escreve-se:
( )limx p
f x L→
= (1.21)
se dado 0ε > , pode-se achar um número 0δ > tal que ( )f x satisfaça
( )L f x Lε ε− < < + (1.22)
para cada ( ),x p pδ δ∈ − + , com a possível exceção de x p= .
A condição ( )L f x Lε ε− < < + pode ser expressa como
( )f x L ε− <
e a condição que x está situado no intervalo ( ),p pδ δ− + , mas x p≠ , pode
ser expressa como:
0 x p δ< − <
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43
Definição 1.3.3 (versão final). Seja ( )f x uma função definida em todo x de
algum intervalo aberto que contenha o número p , com a possível exceção de
que ( )f x não precisa ser definida em p . Escreve-se:
( )limx p
f x L→
= (1.23)
se dado 0ε > , pode-se achar um número 0δ > tal que
( )f x L ε− < se 0 x p δ< − < (1.24)
Exemplo Resolvido 1.3.1. Prove que ( )3
lim 2 5 1x
x→
− = .
Solução. Deve-se mostrar que dado qualquer número positivo ε , pode-se
encontrar um número positivo δ tal que:
( )2 5 1x ε− − < se 0 3x δ< − <
simplificando tem-se:
2 6x ε− < se 0 3x δ< − <
( )2 2x ε− − < se 0 3x δ< − <
2 3x ε− − < se 0 3x δ< − <
2 3x ε− < se 0 3x δ< − <
32
x ε− < se 0 3x δ< − < , logo fica evidente que
2εδ = .
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44
Exemplo Resolvido 1.3.2. Prove que ( )2
lim 4 3 2x
x→
− =− .
Solução. Deve-se mostrar que dado qualquer número positivo ε , pode-se
encontrar um número positivo δ tal que:
( ) ( )4 3 2x ε− − − < se 0 2x δ< − <
6 3x ε− < se 0 2x δ< − <
( )3 2x ε− − < se 0 2x δ< − <
3 2x ε− − < se 0 2x δ< − <
3 2x ε− < se 0 2x δ< − <
23
x ε− < se 0 2x δ< − < , logo fica evidente que
3εδ = .
Exemplo Resolvido 1.3.3. Prove que ( )1
lim 7 12 5x
x→−
+ = .
Solução. Deve-se mostrar que dado qualquer número positivo ε , pode-se
encontrar um número positivo δ tal que:
( )7 12 5x ε+ − < se ( )0 1x δ< − − <
7 7x ε+ < se 0 1x δ< + <
( )7 1x ε+ < se 0 1x δ< + <
7 1x ε+ < se 0 1x δ< + <
27
x ε+ < se 0 1x δ< + < , logo fica evidente que
7εδ = .
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45
O valor de δ não é único, ou seja, uma vez achado um valor de δ
que preenche as condições da definição 1.3.3, então, qualquer 1 0δ > , menor
que δ , também satisfaz estas condições. Isto é, se é verdade que:
( )f x L ε− < se 0 x p δ< − <
então também será verdade que
( )f x L ε− < se 10 x p δ< − <
Exemplo Resolvido 1.3.4. Prove que ( )2
1lim 1 2x
x→
+ = .
Solução. Deve-se mostrar que dado qualquer número positivo ε , pode-se
encontrar um número positivo δ tal que:
( )2 1 2x ε+ − < se 0 1x δ< − <
2 1x ε− < se 0 1x δ< − <
Como ( )( )2 1 1 1x x x− = + − , então:
1 1x x ε+ − < se 0 1x δ< − <
ou
11
− <+
xxε
se 0 1x δ< − <
Para garantir esta afirmação, necessita-se achar um δ que
“controle” o tamanho de ambos os fatores do lado esquerdo, pois o lado direito
dá um “controle” do tamanho de 1x − , mas não de 1x + .
Para contornar isto, pode-se fazer uma restrição quando ao valor de
δ , ou seja, escolhendo δ tal que 1δ ≤ , tem-se:
1 1 1 1 1 0 2 1 1 3x x x x− < ⇒ − < − < ⇒ < < ⇒ < + <
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46
o que implica:
1 3x + <
resultando
13
x ε− < se 0 1x δ< − <
Assim pode-se tomar 3εδ = (ou menos), sujeito à restrição 1δ ≤ . Ou
seja, pode-se obter isto tomando δ como o mínimo entre 3εδ = e 1 , escrito
como min ,13εδ ⎛ ⎞= ⎜ ⎟
⎝ ⎠.
Definição 1.3.4. Seja ( )f x definida em todo x que pertence a algum intervalo
aberto infinito, o qual se estende na direção positiva do eixo x . Escreve-se:
( )limx
f x L→+∞
= (1.25)
se dado 0ε > , há um correspondente 0N > , tal que
( )f x L ε− < se x N> (1.26)
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47
Figura 1.17
Em outras palavras, se for permitido x crescer indefinidamente,
então subseqüentemente x irá estar no intervalo ( ),N +∞ , marcado pela faixa
escura da figura 1.17; quando isto ocorrer os valores de ( )f x estarão entre
L ε− e L ε+ , marcado pela faixa clara da figura 1.17.
Definição 1.3.5. Seja ( )f x definida em todo x que pertence a algum intervalo
aberto infinito, o qual se estende na direção negativa do eixo x . Escreve-se:
( )limx
f x L→−∞
= (1.27)
se dado 0ε > , há um correspondente 0N < , tal que
( )f x L ε− < se x N< (1.28)
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48
Figura 1.18
Em outras palavras, se for permitido x decrescer indefinidamente,
então subseqüentemente x irá estar no intervalo ( ), N−∞ , marcado pela faixa
escura da figura 1.18; quando isto ocorrer os valores de ( )f x estarão entre
L ε− e L ε+ , marcado pela faixa clara da figura 1.18.
Exemplo Resolvido 1.3.5. Prove 1lim 0
x x→+∞= .
Solução. Aplicando a definição tem-se:
1 0x
ε− < se x N>
1x
ε< se x N>
Como x →+∞ então 0x> e podem-se eliminar os valores
absolutos nas afirmações acima. Logo, tem-se:
1x
ε< se x N>
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49
ou seja,
1xε
> se x N>
Daí é evidente que 1Nε
= .
Definição 1.3.6. Seja ( )f x definida em todo x que pertence a algum intervalo
aberto contendo p , exceto que ( )f x não precisa estar definida em p .
Escreve-se:
( )limx p
f x→
=+∞ (1.29)
se dado 0M > , pode-se achar 0δ > , tal que:
( )f x M> se 0 x p δ< − < (1.30)
Figura 1.19
Em outras palavras, supondo que ( )f x → +∞ quando x p→ , e
para 0M > seja 0δ > o número correspondente descrito na definição 1.3.6.
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50
Logo, se x aproxima-se de p , por qualquer lado,
subseqüentemente estará no intervalo ( ),p pδ δ− + , marcado pela faixa clara
da figura 1.19; quando isto ocorrer, os valores de ( )f x serão maiores do que
M , marcado pela faixa escura da figura 1.19.
Definição 1.3.7. Seja ( )f x definida em todo x que pertence a algum intervalo
aberto contendo p , exceto que ( )f x não precisa estar definida em p .
Escreve-se:
( )limx p
f x→
=−∞ (1.31)
se dado 0M < , pode-se achar 0δ > , tal que:
( )f x M< se 0 x p δ< − < (1.32)
Figura 1.20
Em outras palavras, supondo que ( )f x →−∞ quando x p→ , e
para 0M < seja 0δ > o número correspondente descrito na definição 1.3.7.
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51
Logo, se x aproxima-se de p , por qualquer lado,
subseqüentemente estará no intervalo ( ),p pδ δ− + , marcado pela faixa clara
da figura 1.20; quando isto ocorrer, os valores de ( )f x serão menores do que
M , marcado pela faixa escura da figura 1.20.
Exemplo Resolvido 1.3.6. Prove que 20
1limx x→
=+∞ .
Solução. Deve-se mostrar que dado um número 0M > , pode-se achar um
0δ > tal que:
21 Mx
> se 0 0x δ< − <
ou simplificando
2 1xM
< se 0 x δ< <
mas, 2 1 1x xM M
< ⇒ < , logo 1M
δ = .
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52
1.4 Continuidade
Para se falar em continuidade é necessário antes entender a
significado de descontinuidade em um ponto. Por exemplo, sejam os seguintes
gráficos apresentados na figura 1.21.
Figura 1.21
Em (a) tem-se que o gráfico da função apresenta uma
descontinuidade em x p= , mesmo sendo definida neste ponto. Isto se deve ao
fato dos limites laterais neste ponto serem diferentes, ou seja,
( ) ( )lim limx p x p
f x L M f x− +→ →
= ≠ = , o que implica que não existe ( )limx p
f x→
.
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53
Em (b) tem-se que o gráfico da função apresenta uma
descontinuidade em x p= , mas neste caso existe ( )limx p
f x L→
= . Isto se deve
ao fato de a função não ser definida em x p= , ou seja, não existe ( )f p .
Em (c) a função é definida em x p= e existe ( )limx p
f x L→
= , porém a
função apresenta uma descontinuidade neste ponto. Isto se deve ao fato da
imagem de p ser diferente do limite de ( )f x quando x tende a p , ou seja,
( ) ( )limx p
f x L f p→
= ≠ .
Em (d) a função apresenta uma descontinuidade em x p= , mesmo
sendo definida neste ponto. Isto se deve ao fato da função crescer
indefinidamente quando x se aproxima de p , por ambos os lados, ou seja,
( )limx p
f x→
=+∞ . Este caso é chamado de descontinuidade infinita.
Da análise dos gráficos da figura 1.21 pode-se chegar à conclusão
que para uma função não ser descontínua em x p= , é necessário que a
função seja definida em x p= , ( )f p∃ , é necessário que o limite de f
quando x tende a p exista, ( )limx p
f x→
∃ , e que ( ) ( )limx p
f x f p→
= .
Em outras palavras, para que uma função ( )f x seja contínua em
um ponto x p= , ( )p D f∈ , é necessário que as seguintes condições sejam
satisfeitas:
1. Exista ( )f p .
2. Exista ( )limx p
f x L→
= .
3. ( ) ( )limx p
f x L f p→
= =
A definição seguinte resume estas três condições em uma única,
que englobas as demais.
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54
Definição 1.4.1. Diz-se que uma função ( )f x é contínua em x p= , ( )p D f∈ ,
se, e somente se,
( ) ( )limx p
f x f p→
= (1.33)
Exemplo Resolvido 1.4.1. Determine se as funções são contínuas em 1x=− .
(a) ( )3 1 1
11 1
x se xf x xse x
⎧ +≠−⎪=⎨ +
⎪ =−⎩
(b) ( )3 1 1
13 1
x se xg x xse x
⎧ +≠−⎪=⎨ +
⎪ =−⎩
Solução (a). Como a função é definida em 1x=− , ou seja, ( )1 1f − = , verifica-
se o valor do limite,
( ) ( )3
2
1 1 1
1lim lim lim 1 31x x x
xf x x xx→− →− →−
+= = − + =
+
e como ( ) ( )1
lim 3 1 1x
f x f→−
= ≠ = − , tem-se que f é descontinua em 1x=− .
Solução (b). Como a função é definida em 1x=− , ou seja, ( )1 3g − = , verifica-
se o valor do limite,
( ) ( )3
2
1 1 1
1lim lim lim 1 31x x x
xg x x xx→− →− →−
+= = − + =
+
e como ( ) ( )1
lim 3 1x
g x g→−
= = − , tem-se que g é continua em 1x=− .
Se uma função f é contínua em cada ponto de um intervalo aberto
( ),a b , então f é contínua em ( ),a b . Isto se aplica aos intervalos abertos
infinitos da forma ( ),a +∞ , ( ),b−∞ e ( ),−∞ +∞ . No caso da função ser contínua
em ( ),−∞ +∞ , então é dito que f é contínua em toda parte, ou na reta toda.
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55
Exemplo Resolvido 1.4.2. Determine se a função ( )2 2 11 1
2 1
x x se xh x
se xx
⎧ + ≤−⎪=⎨
>−⎪ +⎩
é
contínua em 1x=− .
Solução. Tem-se que ( )1 1h − =− , logo se verifica a existência de ( )1
limx
h x→−
.
Como a função é definida por partes, então, para que ( )1
limx
h x→−
exista é necessário que ( ) ( )1 1
lim limx x
h x h x− +→− →−
= . Daí,
( ) ( )2
1 1lim lim 2 1
x xh x x x
− −→− →−= + =−
e
( )1 1
1lim lim 12 1x x
h xx+ −→− →−
⎛ ⎞= =−⎜ ⎟+⎝ ⎠
Como ( ) ( )1 1
lim 1 limx x
h x h x− +→− →−
=− = implica que ( )1
lim 1x
h x→−
=− . Daí
tem-se que ( ) ( )1
lim 1 1x
h x h→−
=− = − , então, pode-se concluir que h é contínua
em 1x=− .
Exemplo Resolvido 1.4.3. Mostre que as funções são descontínuas em p .
(a) ( )2
2 1 22 2 2
1 2
x se xg x se x p
x x se x
⎧ − >⎪
= = =⎨⎪ − + <⎩
(b) ( )3
2
1 11
1
x x se xh x p
x x se x
⎧ − + ≤−⎪= =−⎨+ >−⎪⎩
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56
Solução (a). A função é definida em 2x= , ou seja, ( )2 2g = .
A função é definida por parte, o que torna necessário o cálculo dos
limites laterais, para verificar a existência do limite bilateral. Então:
( ) ( )2
2 2lim lim 1 3
x xg x x x
− −→ →= − + =
e
( ) ( )2 2
lim lim 2 1 3x x
g x x+ +→ →
= − =
como ( ) ( ) ( )22 2
lim 3 lim lim 3xx x
g x g x g x− + →→ →
= = ⇒ = .
Por outro lado como ( ) ( )2
lim 3 2 2x
g x g→
= ≠ = a função é descontínua
em 2x= .
Neste exemplo para tornar a função contínua em 2x= , basta
assumir que a função assume o valor de 3 quando 2x= , ou seja, assume-se
que ( )2 3g = . Quando o limite existe, pode-se remover esta descontinuidade,
se houver necessidade, assumindo o valor da imagem do ponto como sendo o
valor do limite neste ponto. Esta descontinuidade é chamada de
descontinuidade removível.
Solução (b). A função é definida em 1x=− , ou seja, ( )1 1h − = .
Novamente a função é definida por partes, então, devem-se
determinar os limites laterais, para verificar a existência do limite bilateral. Daí,
( ) ( )3
1 2lim lim 1 1
x xh x x x
− −→− →= − + =
e
( ) ( )2
1 1lim lim 0
x xh x x x
+ +→− →−= + =
como ( ) ( ) ( )11 1
lim 1 0 lim limxx x
h x h x h x− + →−→− →−
= ≠ = ⇒ ∃ .
Logo a não existência do limite garante a descontinuidade em
1x=− .
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57
Neste exemplo não há o que ser feito para tornar a função contínua
em 1x=− , ou seja, a função é sempre descontínua neste ponto. Este tipo de
descontinuidade é chamada de descontinuidade essencial.
Teorema 1.4.1. Os polinômios são contínuos em toda parte.
Prova. Seja o polinômio
( ) 0 1 ... nnp x a a x a x= + + +
então, para cada ( ),c∈ −∞ +∞ , tem-se:
( ) ( )limx c
p x p c→
=
que é a própria definição de continuidade em cada c real. Logo ( )p x é
contínuo em ( ),−∞ +∞ , ou seja, em toda parte.
Exemplo Resolvido 1.4.4. Mostre que x é contínua em toda parte.
Solução. Pode-se escrever a função x como:
00
x se xx
x se x− <⎧
=⎨ ≥⎩
Logo no intervalo ( ),0−∞ , x é o polinômio x− , então, pelo teorema
1.4.1 a função modular é contínua em ( ),0−∞ , enquanto que no intervalo
( )0,+∞ x é o polinômio x , então, pelo teorema 1.4.1 a função modular é
contínua em ( )0,+∞ . Daí tem-se que a função x é contínua em
( ) ( ),0 0,−∞ ∪ +∞ .
Agora, basta verificar no ponto 0x= . Neste caso devem-se calcular
os limites laterais.
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58
( )0 0
lim lim 0x x
x x− −→ →
= − =
e
( )0 0
lim lim 0x x
x x+ +→ →
= =
daí, tem-se que 0
lim 0 0x
x→
= = , então, pode-se concluir que a função x é
contínua em toda parte.
Teorema 1.4.2. Se as funções f e g são contínuas em x p= , então:
(a) f g± é contínua em x p= .
(b) f g⋅ é contínua em x p= .
(c) fg
é contínua em x p= se ( ) 0g p ≠ .
Prova (a). Por hipótese f e g são contínuas em x p= , logo ( ) ( )limx p
f x f p→
=
e ( ) ( )limx p
g x g p→
= .
(i) Define-se uma função ( ) ( ) ( )x f x g xψ = + , então,
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )lim lim lim limx p x p x p x p
x f x g x f x g x f p g p pψ ψ→ → → →
= + = + = + =⎡ ⎤⎣ ⎦
logo, a função ψ é contínua em x p= .
(ii) Define-se uma função ( ) ( ) ( )x f x g xψ = − , então,
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )lim lim lim limx p x p x p x p
x f x g x f x g x f p g p pψ ψ→ → → →
= − = − = − =⎡ ⎤⎣ ⎦
logo, a função ψ é contínua em x p= .
Prova (b). Deve ser feita como exercício.
Prova (c). Deve ser feita como exercício.
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59
Corolário 1.4.2.1. Se as funções ( )1f x , ( )2f x ,...., ( )nf x são contínuas em
x p= , então:
(a) 1 2 ... nf f f± ± ± é contínua em x p= .
(b) 1 2 ... nf f f⋅ ⋅ ⋅ é contínua em x p= .
Prova (a). Deve ser feita como exercício.
Prova (b). Se as funções ( )1f x , ( )2f x ,...., ( )nf x , então, respectivamente,
tem-se ( ) ( )1 1limx p
f x f p→
= , ( ) ( )2 2limx p
f x f p→
= ,..., ( ) ( )lim n nx pf x f p
→= .
Define-se ( ) ( ) ( ) ( )1 2 ... nx f x f x f xψ = ⋅ ⋅ ⋅ , daí:
( ) ( ) ( ) ( )1 2lim lim ... nx p x px f x f x f xψ
→ →= ⋅ ⋅ ⋅⎡ ⎤⎣ ⎦
( ) ( ) ( )1 2lim lim ... lim nx p x p x pf x f x f x
→ → →
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤= ⋅ ⋅ ⋅⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
( ) ( ) ( ) ( )1 2 ... nf p f p f p pψ= ⋅ ⋅ ⋅ =
Então, como ( ) ( )limx p
x pψ ψ→
= , logo, a função
( ) ( ) ( ) ( )1 2 ... nx f x f x f xψ = ⋅ ⋅ ⋅ é contínua em x p= .
Corolário 1.4.2.2. Uma função racional é contínua em toda parte, exceto nos
pontos onde o denominador for zero.
Prova. Semelhante a prova da parte (c) do teorema 1.4.2.
Exemplo Resolvido 1.4.5. Prove que a função ( )2
4 27 1x xf x
x x+
=+ +
é contínua
em toda parte.
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60
Solução. De acordo com o corolário 1.4.2.2 uma função racional é contínua
exceto nos pontos onde o denominador é zero. Logo para mostrar que a função
f basta mostrar que o denominador nunca é zero, isto é que a equação não
tem solução:
4 27 1 0x x+ + =
A equação acima é uma equação biquadrada, logo, fazendo 2z x= ,
tem-se a equação do 2º grau abaixo:
2 7 1 0z z+ + =
Daí, usando a Fórmula de Báskara:
( ) ( ) ( )( )( )
27 7 4 1 1 7 49 4 7 452 1 2 2
z− ± − − ± − − ±
= = =
dando:
17 45
2z − −= e 2
7 452
z − +=
Como 6 45 7< < , então, 1z e 2z são ambos negativos não há
solução para:
21
7 452
x − −= e 2
27 45
2x − −
=
Pode-se concluir que a equação 4 27 1 0x x+ + = não tem solução
real, o que implica que a expressão 2
4 27 1x x
x x+
+ + não apresenta zeros no
denominador, conseqüentemente a função f é contínua em toda parte.
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61
Teorema 1.4.3. Suponha que lim simboliza um dos limites limx p→
, limx p−→
, limx p+→
,
limx→+∞
e limx→−∞
. Se ( )lim g x L= e se a função f for contínua em L , então:
( )( ) ( )lim f g x f L= (1.34)
Isto é,
( )( ) ( )( )lim limf g x f g x= (1.35)
Em outras palavras o que o teorema 1.4.3 afirma é que um símbolo
de limite pode passar pelo sinal da função desde que o limite da expressão
dentro desse sinal exista e a função seja contínua neste limite.
Corolário 1.4.3.1.
(a) Se a função g for contínua em p e a função f for contínua em ( )g p ,
então fog é contínua em p .
(b) Se a função g for contínua em toda parte e a função f , também, for
contínua em toda parte, então fog é contínua em toda parte.
Prova (a). Para provar que a função fog é contínua em p , basta provar que o
valor de fog e o valor de seu limite em x p= são os mesmos.
( )( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( )( )lim lim limx p x p x p
fog x f g x f g x f g p fog p→ → →
⎛ ⎞= = = =⎜ ⎟⎝ ⎠
Prova (b). Dever ser feita como exercício.
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62
Definição 1.4.2. Uma função f é dita contínua em um intervalo fechado
[ ],a b , se as seguintes condições são satisfeitas:
(a) f é contínua em ( ),a b .
(b) f é contínua à direita em a , ou seja, ( ) ( )limx a
f x f a+→
= .
(c) f é contínua à direita em b , ou seja, ( ) ( )limx b
f x f b−→
= .
Figura 1.22
Teorema 1.4.4 (Teorema do Valor Intermediário). Se f for contínua em um
intervalo fechado [ ],a b e k é um número qualquer entre ( )f a e ( )f b ,
inclusive, então há, no mínimo, um número c no intervalo [ ],a b tal que
( )f c k= .
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63
Figura 1.23
Teorema 1.4.5 (Teorema de Bolzano). Se f for contínua em [ ],a b , e se
( )f a e ( )f b forem diferentes de zero e tiverem sinais opostos, então há, no
mínimo, um número c no intervalo ( ),a b tal que ( ) 0f c = .
Figura 1.24
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64
Prova. Considere o caso em que ( ) 0f a > e ( ) 0f b < , como mostra a figura
1.24. Então, por hipótese f é contínua em [ ],a b e 0 está entre ( )f a e ( )f b ,
logo pelo Teorema do Valor Intermediário, existe pelo menos um [ ],c a b∈ tal
que ( ) 0f c = . Contudo como ( )f a e ( )f b são diferentes de zero, então, c
está situado em ( ),a b , o que completa a prova.
Exemplo Resolvido 1.4.6. Prove que a função ( ) 3 1f x x x= + + , tem pelo
menos uma raiz real.
Solução. Para provar que f possui ao menos uma raiz real, deve-se encontrar
um intervalo fechado no qual se tenha as hipóteses do Teorema de Bolzano.
Inicialmente considera-se o intervalo [ ]0,1 , daí tem-se:
( ) ( ) ( )30 0 0 1 1 0f = + + = >
( ) ( ) ( )31 1 1 1 3 0f = + + = >
Como não satisfaz as condições do teorema de Bolzano, deve-se
escolher um outro intervalo. Considerando agora o intervalo [ ]1,0− , então:
( ) ( ) ( )31 1 1 1 1 0f − = − + − + =− <
( ) ( ) ( )30 0 0 1 1 0f = + + = >
Neste caso como a função ( ) 3 1f x x x= + + é contínua em [ ]1,0− e
( )1f − é negativo e ( )0f é positivo, tem-se pelo Teorema de Bolzano que a
função f apresenta pelo menos uma raiz real no intervalo ( )1,0− .
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65
1.5 Limites e Continuidade das Funções Trigonométricas
Teorema 1.5.1 (Teorema do Confronto). Sejam f , g e h funções que
satisfazem à desigualdade:
( ) ( ) ( )g x f x h x≤ ≤ (1.36)
para todo x de algum intervalo aberto que contenha o ponto p , com a possível
exceção que a desigualdade não precisa ser válida em x p= . Se,
( ) ( )lim limx p x p
g x L h x→ →
= = (1.37)
então:
( )limx p
f x L→
= (1.38)
Na figura 1.25 tem-se uma interpretação geométrica para o teorema
do confronto.
Figura 1.25
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66
Exemplo Resolvido 1.5.1. Suponha que 2 21 4 ( ) 4 9,x x F x x x+ − ≤ ≤ − + para
2x ≠ . Encontre o valor de 2
lim ( )→x
F x .
Solução. Para qualquer intervalo aberto contendo 2=x , tem-se
( ) ( ) ( )≤ ≤g x F x h x , onde ( ) 21 4= + −g x x x e ( ) 2 4 9= − +h x x x . Logo, pode-se
usar o teorema do confronto para encontrar o limite solicitado, isto é,
( ) ( )2
2 2lim lim 1 4 5→ →
= + − =x x
g x x x
e
( ) ( )2
2 2lim lim 4 9 5→ →
= − + =x x
h x x x
então, pelo teorema do confronto tem-se que:
2lim ( ) 5→
=x
F x
Teorema 1.5.2. Se p é um número no domínio natural da função
trigonométrica, então:
(a) limx p
senx senp→
= (b) lim cos cosx p
x p→
=
(c) limx p
tgx tgp→
= (d) limx p
cotgx cotgp→
=
(e) lim sec secx p
x p→
= (f) lim cossec cossecx p
x p→
=
Do teorema 1.5.2, pode-se concluir que as funções seno e cosseno
são contínuas em toda parte e as demais funções trigonométricas são
contínuas em todos os pontos em que elas são definidas.
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67
Prova (a). Para se provar que limx p
senx senp→
= , basta provar que
( )lim 0x p
senx senp→
− = .
Da trigonometria, tem-se:
0 2 cos 2cos2 2 2 2
x p x p x p x psenx senp sen sen− + + −⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞≤ − = =⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
mas como 2 2
x p x psen − −⎛ ⎞ ≤⎜ ⎟⎝ ⎠
e 2cos 22
x p−⎛ ⎞ ≤⎜ ⎟⎝ ⎠
Logo,
0 2 02
x psenx senp senx senp x p−≤ − ≤ ⇒ ≤ − ≤ −
Como, ( )lim 0 0x p→
= e lim 0x p
x p→
− = , então pelo teorema do confronto
tem-se que lim 0x p
senx senp→
− = e, portanto, ( )lim 0x p
senx senp→
− = o que
completa a prova.
Provas (b), (c), (d), (e) e (f). Ficam como exercício.
Exemplo Resolvido 1.5.2. Ache os limites.
(a) ( )2
4
lim secx
xπ +
→
(b) ( )lim cos 1x
xπ→
+
Solução (a).
( ) ( )2
2 22
4 4
lim sec lim sec sec 2 24
x x
x xπ π
π+ +
→ →
⎛ ⎞⎛ ⎞⎜ ⎟= = = =⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎝ ⎠⎜ ⎟
⎝ ⎠
Solução (b).
( ) ( ) ( )lim cos 1 lim cos lim 1 cos 1 1 1 0x x x
x xπ π π
π→ → →
+ = + = + =− + =
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68
Exemplo Resolvido 1.5.3. Ache o limite 22
2lim4x
xsenx
π→
−⎡ ⎤⎛ ⎞⎜ ⎟⎢ ⎥−⎝ ⎠⎣ ⎦
.
Solução. Como a função seno é contínua em toda parte, então:
2 22 2 2
2 2 1 2lim lim lim2 4 24 4x x x
x xsen sen sen senxx x
ππ π π→ → →
− −⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞= = = =⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥+− −⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Obs.: ( )( )2
2 2 12 2 24
x xx x xx
− −= =
− + +−
Exemplo Resolvido 1.5.4. Ache o limite 3
3
sec 8limsec 2x
xxπ
→
−−
.
Solução. A expressão do limite pode ser simplificada, isto é:
( )( )( )
232
sec 2 sec 2sec 4sec 8 sec 2sec 4sec 2 sec 2
x x xx x xx x
− + +−= = + +
− −
então:
( ) ( )3
2 2
3 3 3
sec 8lim lim sec 2sec 4 lim ec 2sec 4sec 2x x x
x x x s x xxπ π π
→ → →
− ⎡ ⎤= + + = + +⎣ ⎦−
( ) ( ) ( )2
3 3 3
lim sec lim 2sec lim 4x x x
x xπ π π
→ → →
⎡ ⎤⎢ ⎥= + +⎢ ⎥⎣ ⎦
22
3 3
lim sec 2 lim sec 4 sec 2 sec 43 3x x
x xπ π
π π
→ →
⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎜ ⎟ ⎜ ⎟= + + = + +⎢ ⎥⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎢ ⎥⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎢ ⎥⎣ ⎦⎢ ⎥⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎣ ⎦
( ) ( )22 2 2 4 12⎡ ⎤= + + =⎣ ⎦
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69
Teorema 1.5.3 (Limites Fundamentais).
(a) 0
lim 1x
senxx→
= (b) 0
1 coslim 0x
xx→
−=
Prova (a). Inicialmente, interpreta-se x como ângulo medido em radiano e que
02
x π< < , como mostrado na figura 1.26.
Figura 1.26 – Círculo Trigonométrico
Consideram-se, então, as seguintes figuras planas:
Figura 1.27
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70
Da figura 1.27, pode-se concluir:
• O triângulo OBC tem uma área igual: 12
=OBCA senx .
• O setor circular OBC tem uma área igual: 12
=OBCA x .
• O triângulo retângulo ODC tem uma área igual: 12
=ODCA tgx .
Logo se verifica a seguinte desigualdade:
1 1 12 2 2
≤ ≤ ⇒ ≤ ≤senx x tgx senx x tgx
dividindo tudo por senx , obtém:
11 1 coscos
≤ ≤ ⇒ ≥ ≥x senx x
senx x x
Logo, como ( )0
lim 1 1→
=x
e ( )0
lim cos 1→
=x
x , então, pelo teorema do
confronto, pode-se chegar a conclusão que 0
lim 1→
=x
senxx
.
Prova (b). Para esta prova usa-se o resultado da parte (a) do teorema 3, a
continuidade da função seno e a identidade 2 21 cossen x x= − . Isto é,
( )2
0 0 0
1 cos 1 cos 1 coslim lim lim1 cos 1 cosx x x
x x x sen xx x x x x→ → →
⎡ ⎤− − +⎡ ⎤= ⋅ = ⎢ ⎥⎢ ⎥+ +⎣ ⎦ ⎣ ⎦
( )( )0 0 0
lim lim lim 1 0 01 cos 1 cosx x x
senx senx senx senxx x x x→ → →
⎡ ⎤ ⎛ ⎞⎛ ⎞= ⋅ = = =⎜ ⎟⎜ ⎟⎢ ⎥+ +⎣ ⎦ ⎝ ⎠⎝ ⎠
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71
Exemplo Resolvido 1.5.5. Prove que 0
lim 1x
tgxx→= .
Solução. Como cossenxtgx
x= , então:
( )0
0 0 00
lim1lim lim lim 1
cos cos lim cos cos0x
x x xx
senxtgx senx senx x xx x x x x
→
→ → →→
⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠= = = = =
Corolário 1.5.3.1.
(a) ( )
0lim 1→
=x
sen xxα
α (b)
( )0
1 coslim 0→
−=
x
xxα
α
Prova (a). Para provar este limite, basta se fazer uma substituição da forma
u xα= . Se 0x → implica que 0u → , logo:
( )0 0
lim lim 1x u
sen x senux uα
α→ →= =
Prova (b). Deve ser feita como exercício.
Exemplo Resolvido 1.5.6. Calcule os limites.
(a) ( )( )0
4lim
3x
sen xsen x→
(b) ( )0
lim cot 5x
x g x→
Solução (a). Para resolver este limite, multiplica-se denominador e numerador
por 1x
.
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72
Daí tem-se:
( )( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )( )( )
0
0 0 0
0
4 4 44 4 lim4 4 1 44 4lim lim lim
3 3 33 3 1 33 3lim3 3
x
x x x
x
sen x sen x sen xsen x x x x
sen x sen x sen xsen xx x x
→
→ → →
→
= = = = =
Solução (b). Neste caso, escreve-se:
( ) ( )( )
( )( )
1 cos 5cos 5 5cot 555
5
xxx g x x
sen xsen xx
= =
então:
( )( )( )
( )( )
0
0 0
0
1 1 1cos 5 lim cos 5 15 5 5lim cot 5 lim5 5 1 5
lim5 5
x
x x
x
x xx g x
sen x sen xx x
→
→ →
→
⎡ ⎤⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎣ ⎦
= = = =⎡ ⎤ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎡ ⎤⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Exemplo Resolvido 1.5.7. Determine o valor do limite limx
senxxπ π→ −
.
Solução. Como ( ) 0sen π = , então, tem-se uma forma indeterminada 0 0 . Neste
caso deve-se fazer uma substituição de modo que se possa usar um dos
limites fundamentais da trigonometria.
Fazendo a substituição u x π= − , tem-se que x u π= + ,então:
( ) { {1 0
cos cossenx sen u senu sen u senuπ π π−
= + = + =−
e se x π→ implica que 0u → , resultando:
0 0lim lim lim 1x u u
senx senu senux u uπ π→ → →
−= =− =−
−
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73
Definição 1.5.1. Uma função f é dita limitada em um intervalo I se existir
um número positivo M tal que:
( )f x M≤ (1.39)
para todo x em I . Geometricamente, isto significa que o gráfico de f no
intervalo I fica entre as retas y M= − e y M= .
Figura 1.28
A figura 1.28 mostra o gráfico de uma função limitada no intervalo
fechado [ ],a b . Isto é o gráfico de ( )y f x= está compreendido entre as retas
y M=− e y M= para todo [ ],x a b∈ .
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74
Exemplo Resolvido 1.5.8. Prove que 0
1lim 0x
xsenx→
⎛ ⎞=⎜ ⎟⎝ ⎠
.
Solução. Para prova este limite deve-se recorrer ao teorema do confronto.
Como a função seno é uma função limitada (ver definição 1.5.1), tem-se:
11 1senx
⎛ ⎞− ≤ ≤⎜ ⎟⎝ ⎠
Daí pode-se concluir que:
1x xsen xx
⎛ ⎞− ≤ ≤⎜ ⎟⎝ ⎠
Como ( )0
lim 0x
x→
− = e ( )0
lim 0x
x→
= , então, pelo teorema do confronto
pode-se concluir que: 0
1lim 0x
xsenx→
⎛ ⎞=⎜ ⎟⎝ ⎠
.
Teorema 1.5.4. Se ( )lim 0x p
f x→
= e se ( )g x M≤ para intervalo aberto no
domínio de f , contendo p , e 0M > , então:
( ) ( )lim 0x p
f x g x→
=⎡ ⎤⎣ ⎦ (1.40)
mesmo que não exista o limite ( )limx p
g x→
.
Exemplo Resolvido 1.5.9. Prove
2
1lim 2 cos 02x
xxπ
ππ→
⎛ ⎞− =⎜ ⎟−⎝ ⎠.
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75
Solução. Inicialmente se prova que
2
lim 2 0x
xπ
π→
− = , então como:
2 22
2 2x se x
xx se xπ π
ππ π
− ≥⎧− =⎨ − <⎩
Tem-se que:
( )2 2
lim 2 lim 2 0x x
x xπ π
π π− −
→ →
− = − =
e
( )2 2
lim 2 lim 2 0x x
x xπ π
π π+ +
→ →
− = − =
Então se pode concluir que
2
lim 2 0x
xπ
π→
− = . Como 1cos
2x π⎛ ⎞⎜ ⎟−⎝ ⎠
é
limitada em qualquer intervalo aberto contendo 2π
, isto é 11 cos 1
2x π⎛ ⎞− ≤ ≤⎜ ⎟−⎝ ⎠
,
então pelo teorema 1.5.4 tem que
2
1lim 2 cos 02x
xxπ
ππ→
⎛ ⎞− =⎜ ⎟−⎝ ⎠.
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76
Exercícios Propostos (Capítulo 1)
01) Marque a opção que indica o valor do limite 3
3
2 7 1lim4 5x
x xx→
− ++
.
a) 2 b) 0 c) 1− d) ∃ e) 2−
02) Calculando 3
2
1lim2 3x
xx→
+−
, tem-se como resposta:
a) 0 b) ∃ c) 2− d) 3 e) 1
03) O valor do limite 2
32
4 9lim2 3
x
xx+
→
−−
é dado por:
a) 5− b) 4 c) 2 d) 3− e) 6
04) Calculando-se o valor do limite 2
31
4 5lim4 3x
x xx x→
+ −− +
, obtém-se com resultado:
a) 6− b) 6 c) ∃ d) −∞ e) 7
05) Ao calcular 213
3 1lim3 10 3x
xx x+
→
−− +
, obtém-se como resultado:
a) 8− b) 38
− c) 83
d) 13
− e) 1−
06) Marque a opção que indica o valor do limite 16
4lim16x
xx→
−−
.
a) 14
− b) 18
− c) 14
d) 12
− e) 1
16
07) O valor de 2
1
2 3 2 1lim1x
x xx→−
+ − −+
é:
a) 12
b) +∞ c) −∞ d) 3 e) 3−
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77
08) O valor de 2
2
1lim2x
xx→−
−+
é dado por:
a) −∞ b) +∞ c) 0 d) 1− e) 1
09) O valor de ( ) ( )3 3lim 1 1x
x x→+∞
⎡ ⎤+ − −⎣ ⎦ é dado por:
a) 1 b) +∞ c) 1− d) 0 e) −∞
10) Assinale a opção que indica o valor do limite 2
22 3 6lim3 5 17x
x xx x→−∞
− −+ −
.
a) +∞ b) 4− c) −∞ d) 2− e) 4
11) Marque o valor do limite ( ) ( )2 22 2
3
2lim
x
x x x
x x→−∞
− − +
−.
a) 6− b) 5 c) 3− d) 4− e) 2
12) Qual é o valor de ( )2lim 1x
x x x→−∞
+ + + ?
a) 12
− b) 0 c) 12
d) 1 e) −∞
13) O valor do limite ( )( )0
5lim
3x
tg xtg x→
é dado por:
a) 23
b) 15
− c) 53
d) 35
− e) 13
−
14) Qual o valor de cos 1lim
x
xxπ π→
+−
?
a) 2π b) 0 c) 2π
d) π− e) 3π
−
15) Marque a opção que corresponde ao valor do limite
2
1lim2x
senxxπ π→
−−
a) π b) 1− c) 1 d) 0 e) π−
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78
16) O valor do limite ( )4
limx
sen xxπ
ππ+→
⎡ − ⎤⎣ ⎦−
é dado por:
a) 4 b) 0 c) π d) π− e) 4−
17) Qual é o valor de 2
0lim
3x
x x
tg xπ
→
−⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠
?
a) 3π
b) π− c) 2π d) π e) 2π
−
18) O valor do limite ( ) ( )
4
2 cos 2 1lim
cosx
sen x xsenx xπ→
− −−
é dado por:
a) 2 2 b) 2− c) 2
2 d)
22
− e) 2
19) Seja ( )2 3 2 3
2 8 3x x se xg xx se x
⎧ − − <⎪=⎨− >⎪⎩
. Qual o valor de ( )3
limx
g x→
?
a) ∃ b) 2− c) 2 d) 1 e) 1−
20) Sabe-se que ( )
22 cos 0
1 cos 0
x se xxh x
x se xsenx
π⎧ ⎛ ⎞<⎪ ⎜ ⎟⎪ ⎝ ⎠=⎨
−⎪ >⎪⎩
. Qual o valor do limite ( )0
limx
h x→
?
a) 1− b) 1 c) 0 d) π− e) π
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79
CAPÍTULO 2 – A DERIVADA
2.1 A Reta Tangente e a Derivada
Muitos fenômenos físicos envolvem grandezas que variam, como
por exemplo, a velocidade de um foguete, a inflação da moeda, a
contaminação de um rio, a temperatura da água do mar e assim adiante. Por
isso, o conceito de derivada é tão importante, e que é a ferramenta matemática
usada para estudar taxas na quais as grandezas físicas variam.
Observa-se informalmente que, traçada uma reta secante por dois
pontos distintos P e Q sobre uma curva ( )y f x= , e se for admitido que Q
move-se ao longo da curva em direção a P , então, pode-se esperar uma
rotação da reta secante em direção a uma posição limite, a qual pode ser
considerada como a reta tangente à curva no ponto P (ver figura 2.1).
Figura 2.1
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80
Definição 2.1.1. Se ( )( ),P p f p é um ponto do gráfico de uma função f ,
então a reta tangente ao gráfico de f em P , também chamada de reta
tangente ao gráfico de f em p , é definida como sendo a reta que passa por
P com inclinação:
( ) ( )limtg x p
f x f pm
x p→
−=
− (2.1)
Exemplo Resolvido 2.1.1. Determine a inclinação da reta tangente ao gráfico
da função ( ) 2 2f x x x= − no ponto onde 1x=− .
Solução. Usando a equação 2.1, pode-se determinar a inclinação da reta
tangente ao gráfico da função, isto é, a inclinação é dada por:
( ) ( )( )
( ) ( )( )
2 2
1 1 1
2 31 2 3lim lim lim1 1 1tg x x x
x xf x f x xmx x x→− →− →−
− −− − − −= = =
− − − − +
( )( ) ( )1 1
3 1lim lim 3 4
1tg x x
x xm x
x→− →−
− += = − =−
+
A fórmula dada pela equação 2.1 pode ser escrita de uma forma
diferente, isto é se for introduzida uma nova variável h x p= − , então, tem-se
que x p h= + e, conseqüentemente, 0h → quando x p→ . Logo a equação
2.1 assume a seguinte forma:
( ) ( )0
limtg h
f p h f pm
h→
+ −= (2.2)
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81
A partir da geometria analítica tem-se que a forma ponto-inclinação
de uma reta que passa pelo ponto ( )0 0,P x y e tem inclinação m é dada por:
( )0 0y y m x x− = − (2.3)
Definição 2.1.2 Sendo ( )( ),P p f p um ponto do gráfico da função f , então
equação da reta tangente ao gráfico de f em P é dada por:
( ) ( )tgy f p m x p− = − (2.4)
Exemplo Resolvido 2.1.2. Encontre a equação da reta tangente ao gráfico da
função ( ) 3 2 1f x x x= − + no ponto onde 2x= .
Solução. Inicialmente determina-se a inclinação da reta tangente, pelas
fórmulas dadas pela equação 2.1 ou equação 2.2.
( ) ( )0
2 2limtg h
f h fm
h→
+ −=
Como, ( ) ( ) ( )3 2 3 22 2 2 1 5 8 5f h h h h h h+ = + − + + = + + + e ( )2 5f = ,
então:
( )3 2 3 2
2
0 0 0
5 8 5 5 5 8lim lim lim 5 8 8tg h h h
h h h h h hm h hh h→ → →
+ + + − + += = = + + =
Logo, a equação da reta tangente será dada por:
( ) ( )2 2tgy f m x− = −
( )5 8 2 8 11y x y x− = − ⇒ = −
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82
Em geral, a inclinação da reta tangente ao gráfico da curva ( )y f x=
dependerá do ponto x no qual a inclinação está sendo calculada; logo, a
inclinação é uma função de x .
Exemplo Resolvido 2.1.3. Seja ( ) 2 1f x x= − , então calcule a inclinação da
reta tangente ao gráfico de f em um ponto x genérico.
Solução. Para calcular esta inclinação, então, usa-se a fórmula da equação 2.2,
trocando p por x ; isto é:
( ) ( )0
limtg h
f x h f xm
h→
+ −=
Como ( ) ( )2 2 21 2 1f x h x h x xh h+ = + − = + + − , então:
( )2 2 2 2
0 0 0
2 1 1 2lim lim lim 2 2tg h h h
x xh h x xh hm x h xh h→ → →
+ + − − + += = = + =
Assim, poderá ser usada a fórmula geral 2tgm x= para calcular a
inclinação da reta tangente em qualquer ponto da curva ( ) 2 1f x x= − .
A inclinação da reta tangente a uma curva ( )y f x= , que passa pelo
ponto ( )( ),p f p , dada pelo limite:
( ) ( )limtg x p
f x f pm
x p→
−=
− (2.5)
em muitas situações tem uma importância maior que a própria reta tangente e
usa-se a notação ( )'f p para indicá-la chamando-a de derivada de f
aplicada em um ponto p .
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83
Definição 2.1.3. A derivada de uma função f aplicada em x p= , indicada por
( )'f p , é dada pelo limite:
( ) ( ) ( )' limx p
f x f pf p
x p→
−=
− (2.6)
Se este limite existir, então a função é dita derivável ou diferenciável em
x p= e p é dito ser um ponto de diferenciabilidade de f , por outro lado, se
este limite não existe então se diz que p é um ponto de não
diferenciabilidade de f . A derivada de f aplicada em x p= , também, pode
ser escrita na forma alternativa:
( ) ( ) ( )0
' limh
f p h f pf p
h→
+ −= (2.7)
Definição 2.1.4. Sendo ( )( ),P p f p um ponto do gráfico da função f , então
equação da reta tangente ao gráfico de f em P é dada por:
( ) ( )( )'y f p f p x p− = − (2.8)
Enquanto a reta normal ao gráfico de f em P é dada por:
( ) ( ) ( )1'
y f p x pf p
− =− − (2.9)
Exemplo Resolvido 2.1.4. Encontre as equações das retas tangente e normal
ao gráfico da função ( )f x senx= no ponto 0x= .
Solução. A inclinação da reta tangente é dada pela derivada da função aplicada
em 0x= .
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84
( ) ( ) ( )0 0 0
0 0' 0 lim lim lim 10x x x
f x f senx senxfx x x→ → →
− −= = = =
−
Daí, a equação da reta tangente é dada por:
( ) ( )( ) ( )0 ' 0 0 ' 0y f f x y f x y x− = − ⇒ = ⇒ =
e a equação da reta normal é dada por:
( ) ( ) ( ) ( )1 10 0' 0 ' 0
y f x y x y xf f
−− =− − ⇒ = ⇒ =−
Definição 2.1.5. A função 'f definida pela fórmula:
( ) ( ) ( )0
' limh
f x h f xf x
h→
+ −= (2.10)
é chamada de derivada de f em relação a x . O domínio de 'f consiste de
todo x para o qual o limite existe.
Exemplo Resolvido 2.1.5. Encontre a função derivada.
(a) ( )g x x= (b) ( ) 1h xx
=
Solução (a). A derivada é dada pelo limite:
( ) ( ) ( )0 0
' lim limh h
g x h g x x h xg xh h→ →
+ − + −= =
Para resolver este limite é necessário simplificar a expressão:
( )1x h x x h x x h x x h x
h h x h x x h xh x h x
⎛ ⎞⎛ ⎞+ − + − + + + −= = =⎜ ⎟⎜ ⎟
+ + + ++ +⎝ ⎠⎝ ⎠
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85
Daí,
0 0
1 1lim lim2h h
x h xh x h x x→ →
+ −= =
+ +
Logo tem-se que ( ) 1'2
g xx
= .
Solução (b). A derivada é dada pelo limite:
( ) ( ) ( ) ( )( ) 20 0 0 0
1 11 1' lim lim lim lim
h h h h
x x hh x h h x x x hx h xh x
h h h x x h x→ → → →
− −−+ − + −+= = = = =−
+
Logo tem-se que ( ) 21'h xx
=−
Se f é diferenciável em todos os pontos de um intervalo aberto
( ),a b , então se diz que f é diferenciável em ( ),a b . Isto se aplica, também, a
intervalos infinitos da forma ( ),a−∞ , ( ),b +∞ e ( ),−∞ +∞ . No caso de f ser
diferenciável em ( ),−∞ +∞ , se diz que f é diferenciável em todo parte.
Para que o limite ( ) ( )lim
x p
f x f px p→
−−
exista é necessário que os
limites laterais existam e sejam iguais, isto é,
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )lim lim ' limx p x p x p
f x f p f x f p f x f pf p
x p x p x p− +→ → →
− − −∃ ⇔ = =
− − −
Daí pode-se concluir que:
( ) ( ) ( )' limx p
f x f pf p
x p−−→
−=
− (derivada à esquerda de p )
( ) ( ) ( )' limx p
f x f pf p
x p++→
−=
− (derivada à direita de p )
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86
A derivada de f em p existe se, e somente se, as derivadas à
esquerda e á direita existirem e forem iguais, isto é:
( ) ( ) ( )' ' 'f p f p f p− +∃ ⇔ = (2.11)
Exemplo Resolvido 2.1.6. Mostre que ( )f x x= não é diferenciável em 0x= .
Solução. Para verificar a diferenciabilidade em 0x= , basta verificar a
existência do limite:
( ) ( ) ( )0 0
0' 0 lim lim
0x x
xf x ff
x x→ →
−= =
−
Como 0
lim 1x
xx−→=− e
0lim 1
x
xx+→= , então não existe
0limx
xx→
e
conseqüentemente não existe ( )' 0f e a função não é diferenciável em 0x= .
Teorema 2.1.1. Se f é diferenciável em um ponto p , então f é também
contínua em p .
Prova. Por hipótese se f é diferenciável em p , então existe:
( ) ( ) ( )' limx p
f x f pf p
x p→
−=
−
Logo, para mostrar que f é contínua em p deve-se mostrar que
( ) ( )limx p
f x f p→
= , ou de forma equivalente, ( ) ( )lim 0x p
f x f p→
− =⎡ ⎤⎣ ⎦ .
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87
Daí,
( ) ( ) ( ) ( ) ( )lim limx p x p
f x f pf x f p x p
x p→ →
−⎡ ⎤− = −⎡ ⎤ ⎢ ⎥⎣ ⎦ −⎣ ⎦
( ) ( ) ( ) ( )( )lim lim ' 0 0x p x p
f x f px p f x
x p→ →
−= − = =
−
provando que ( ) ( )limx p
f x f p→
= , ou seja, que a função é contínua em p .
O que o teorema 2.1.1 diz é que a diferenciabilidade implica na
continuidade, mas o simples fato de a função ser contínua não garante que a
função seja diferenciável. A função pode ser contínua em um ponto e não
diferenciável neste ponto, por outro lado se a função não for contínua em um
ponto ela não é diferenciável neste ponto.
Exemplo Resolvido 2.1.7. Seja ( )2
2 1 13 1
1 1
x se xf x se x
x x se x
⎧ + <⎪
= =⎨⎪ + + >⎩
, então:
(a) Verifique se f é contínua em 1x= .
(b) Verifique se f é diferenciável em 1x= .
Solução (a).
( ) ( )1 1
lim lim 2 1 3x x
f x x− −→ →
= + =
( ) ( )2
1 1lim lim 1 3x x
f x x x+ +→ →
= + + =
daí, tem-se que ( )1
lim 3x
f x→
= e como ( ) ( )1
lim 3 1x
f x f→
= = , então a função é
contínua em 1x= .
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88
Solução (b). A função é diferenciável no ponto onde 1x= , se existe o limite
( ) ( ) ( )1
1' 1 lim
1x
f x ff
x→
−=
−, isto é:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 1 1 1
1 2 12 2' 1 lim lim lim lim 2 21 1 1x x x x
f x f xxfx x x− − − −−
→ → → →
− −−= = = = =
− − −
e
( ) ( ) ( ) ( )( ) ( )2
1 1 1 1
1 2 12' 1 lim lim lim lim 2 31 1 1x x x x
f x f x xx xf xx x x+ + + ++
→ → → →
− + −+ −= = = = + =
− − −
Devido ao fato de que ( ) ( )' 1 2 3 ' 1f f− += ≠ = , então, pode-se concluir
que não existe ( ) ( ) ( )1
1' 1 lim
1x
f x ff
x→
−=
− e a função é dita não diferenciável em
1x= .
Exemplo Resolvido 2.1.8. Seja ( )2
1 2 13 1
2 1
x se xf x se x
x se x
⎧ − <−⎪
= =−⎨⎪ + >−⎩
. Mostre que a função
f é diferenciável em 1x= .
Solução. A função é diferenciável no ponto onde 1x=− , se existe o limite
( ) ( ) ( )1
1' 1 lim
1x
f x ff
x→−
− −− =
+, isto é:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 1 1
1 2 3 2 1' 1 lim lim lim 2 2
1 1x x x
x xf
x x− − −−→− →− →−
− − − +− = = = − =−
+ +
e
( )( ) ( )( ) ( )
2 2
1 1 1 1
2 3 1 11' 1 lim lim lim lim 1 21 1 1x x x x
x x xxf xx x x+ + + ++
→− →− → →−
+ − + −−− = = = = − =−
+ + +
Logo, pode-se concluir que ( )' 1 2f − =− e que a função é
diferenciável em 1x=− .
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89
2.2 Técnicas de Diferenciação
Agora, desenvolvem-se alguns teoremas importantes, que
possibilitará o cálculo de derivadas de uma forma mais eficientes, sem o uso da
definição que em alguns casos pode ser muito exaustivo e trabalhoso.
Se ( )y f x= , então, usam-se as seguintes notações alternativas
indicar a derivada desta função:
( )'dy f xdx
= ou ( ) ( )' df x f xdx
= ⎡ ⎤⎣ ⎦ (2.12)
Teorema 2.2.1. A derivada de uma função constante é zero, isto é, se k for
um número real qualquer, então:
[ ] 0d kdx
= (2.13)
Prova. Seja ( )f x k= , logo a partir da definição de derivada,
[ ] ( ) ( ) ( ) ( )0 0 0
' lim lim lim 0 0h h h
f x h f xd k kk f xdx h h→ → →
+ − −= = = = =
Exemplo Resolvido 2.2.1. Se ( ) 4f x = para todo x , então ( )' 0f x = para
todo x , isto é, [ ]4 0ddx
= .
Teorema 2.2.2. A derivada de uma função identidade é um, isto é,
[ ] 1d xdx
= (2.14)
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90
Prova. Seja ( )f x x= , logo a partir da definição de derivada,
[ ] ( ) ( ) ( ) ( )0 0 0
' lim lim lim 1 1h h h
f x h f xd x h xx f xdx h h→ → →
+ − + −= = = = =
Teorema 2.2.3 (Regra da Potência). Se n for um número inteiro positivo,
então:
1n nd x nxdx
−⎡ ⎤ =⎣ ⎦ (2.15)
Prova. Se ( ) nf x x= , então a partir da definição de derivada, obtém-se:
( ) ( ) ( ) ( )0 0
' lim limn
n
h h
f x h f x x h xd x f xdx h h→ →
+ − + −⎡ ⎤ = = =⎣ ⎦
Tem-se que: ( )( )1 2 2 1...n n n n n na b a b a a b ab b− − − −− = − + + + + , então:
( ) ( ) ( ) ( )1 2 2 1...n n
n n n n
n fatores
x h xx h x h x x h x x
h− − − −+ −
= + + + + + + +144444444424444444443
daí,
( ) ( ) ( ) ( )1 2 2 1 1
0 0lim lim ...
nn nn n n n
h h
x h xd x x h x h x x h x x nxdx h
− − − − −
→ →
+ − ⎡ ⎤⎡ ⎤ = = + + + + + + + =⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Exemplo Resolvido 2.2.2. Calcule as funções derivadas.
(a) ( ) 7f x x= (b) ( ) 12g x x=
Solução (a).
( ) 7 7 1 6' 7 7df x x x xdx
−⎡ ⎤= = =⎣ ⎦
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Solução (b).
( ) 12 12 1 11' 12 12dg x x x xdx
−⎡ ⎤= = =⎣ ⎦
Teorema 2.2.4. Se f for diferenciável em x e k for um número real qualquer,
então kf também é diferenciável em x e
( ) ( )d dkf x k f xdx dx
=⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ (2.16)
Prova. Considera-se a função ( ) ( )g x kf x= , então pela definição de derivada
tem-se:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )0 0
' lim limh h
g x h g x kf x h kf xg x
h h→ →
+ − + −= = =
( ) ( ) ( ) ( ) ( )0 0
lim lim 'h h
k f x h f x f x h f xk kf x
h h→ →
+ −⎡ ⎤ + −⎣ ⎦= = =
Exemplo Resolvido 2.2.3. Calcule as derivadas.
(a) ( ) 23p x x= (b) ( ) 913
q x x=
Solução (a),
( ) ( )2 2' 3 3 3 2 6d dp x x x x xdx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= = = =⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Solução (b).
( ) ( )9 9 8 81 1 1' 9 33 3 3
d dq x x x x xdx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= = = =⎢ ⎥ ⎣ ⎦⎣ ⎦
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Teorema 2.2.5. Se f e g forem diferenciáveis em x , então f g+ e f g−
também o são e
( ) ( ) ( ) ( )d d df x g x f x g xdx dx dx
+ = +⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ (2.17)
( ) ( ) ( ) ( )d d df x g x f x g xdx dx dx
− = −⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
(2.18)
Prova. Define-se uma função ( ) ( ) ( )= +x f x g xψ , então pela definição, tem-
se:
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )0 0
' lim lim→ →
+ + + − +⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ − ⎣ ⎦ ⎣ ⎦= =h h
f x h g x h f x g xx h xx
h hψ ψ
ψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( )0
' lim→
+ − + + −⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦=h
f x h f x g x h g xx
hψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )0 0
' lim lim ' '→ →
+ − + −= + = +
h h
f x h f x g x h g xx f x g x
h hψ
Corolário 2.2.5.1. Se as funções 1f , 2f ,..., nf são diferenciáveis em x , então
1 2 ...± ± ± nf f f também é, e:
( ) ( ) ( ) ( )1 1... ...n nd d df x f x f x f xdx dx dx
+ + = ± ± ±⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ (2.19)
Prova. Análoga ao teorema 2.2.5 e pode ser feita como exercício.
Exemplo Resolvido 2.2.4. Determine as derivadas.
(a) ( ) 3 22 4 12= − + −p x x x x (b) ( ) ( )22 3= −q x x
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93
Solução (a).
( ) [ ] [ ]3 2 3 2' 2 4 12 2 4 12⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤= − + − = − + −⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦d d d d dp x x x x x x xdx dx dx dx dx
( ) 2' 6 8 1= − +p x x x
Solução (b). Inicialmente desenvolve-se o produto notável:
( ) ( )2 22 3 4 12 9= − = − +q x x x x
então:
( ) [ ] [ ]2 2' 4 12 9 4 12 9⎡ ⎤ ⎡ ⎤= − + = − +⎣ ⎦ ⎣ ⎦d d d dq x x x x xdx dx dx dx
( )' 12 18=− +q x x
Teorema 2.2.6 (Regra do Produto). Se f e g forem diferenciáveis em x ,
então ⋅f g também é diferenciável em x , e
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )⋅ = ⋅ + ⋅⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦d d df x g x f x g x f x g xdx dx dx
(2.20)
Prova. Define-se uma função ( ) ( ) ( )=x f x g xψ , então pela definição tem-se:
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )0 0
' lim lim→ →
+ − + + −= =
h h
x h x f x h g x h f x g xx
h hψ ψ
ψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )0
' lim→
+ + −=
+ + −+h
f x g x h f xf x h g x hg x h f x g xx
hψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )0
' lim→
+ − + + + −⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦=h
f x h f x g x h f x g x h g xx
hψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )0 0
' lim lim→ →
+ − + + −⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦= +h h
f x h f x g x h f x g x h g xx
h hψ
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94
( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( ) ( )
( )0 0 0
' '
' lim lim lim→ → →
+ − + −⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦= + +14444244443 14444244443h h h
f x g x
f x h f x g x h g xx g x h f x
h hψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( )' ' '= +x f x g x f x g xψ
Exemplo Resolvido 2.2.5. Prove que [ ] cos=d senx xdx
e [ ]cos =−d x senxdx
.
Então, calcule
[ ]cosd senx xdx
.
Solução.
(i) Usando a definição, tem-se:
[ ] ( )0 0
cosh coslim lim→ →
+ − + −= =
h h
sen x h senxd senx xsenh senxsenxdx h h
( )
0
cos 1 coshlim→
− −=
h
xsenh senxh
( )
0 0
1 coshcoslim lim→ →
− −= +
h h
senxxsenhh h
0 0
1 coshcos lim lim cos→ →
−= − =
h h
senhx senx xh h
(ii) Usando a definição, tem-se:
[ ] ( )0 0
cos cos cos cosh coscos lim lim→ →
+ − − −= =
h h
x h xd x senxsenh xxdx h h
( )
0
cos 1 coshlim→
− − −=
h
senxsenh xh
( )
0 0
cos 1 coshlim lim→ →
− −−= +
h h
xsenxxsenhh h
Curso de Cálculo I – Capítulo 2
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95
0 0
1 coshlim cos lim→ →
−=− − =−
h h
senhsenx x senxxh h
(iii) Usando os fatos obtidos nas partes (i) e (ii), pode-se, então, calcular a
derivada usando a regra do produto:
[ ] [ ]( ) ( ) [ ]cos cos cos= +d d dsenx x senx x senx xdx dx dx
( )( ) ( )( )cos cos= + −x x senx senx
2 2cos cos 2= − =x sen x x
Exemplo Resolvido 2.2.6. Ache ( )( )2 32d x x x xdx
⎡ ⎤+ −⎣ ⎦ .
Solução. Usando a regra do produto, então:
( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )2 3 2 3 2 32 2 2d d dx x x x x x x x x x x xdx dx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ − = + − + + −⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
( )( ) ( )( )3 2 22 1 2 2 3x x x x x x= + − + + −
2 4 3 2 4 34 2 2 2 3 2 3x x x x x x x x= − + − + − + −
4 3 25 4 6 4x x x x=− − + +
Este resultado poderia ter sido obtido se fosse realizado
primeiramente o produto entre os polinômios, e logo em seguida derivando o
resultado, isto é:
( )( )2 3 5 4 3 22 2 2x x x x x x x x+ − =− − + +
Daí,
( )( )2 3 5 4 3 22 2 2d dx x x x x x x xdx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ − = − − + +⎣ ⎦⎣ ⎦
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96
5 4 3 22 2d d d dx x x xdx dx dx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤=− − + +⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
4 3 25 4 6 4x x x x=− − + +
Teorema 2.2.7 (Regra do Quociente). Se f e g forem diferenciáveis em x ,
e ( ) 0≠g x , então fg
também é diferenciável em x , e:
( )( )
( ) ( ) ( ) ( )
( ) 2
⋅ − ⋅⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎡ ⎤=⎢ ⎥
⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦
d df x g x f x g xf xd dx dxdx g x g x
(2.21)
Prova. Define-se uma função ( ) ( )( )
=f x
xg x
ψ , então pela definição tem-se:
( ) ( ) ( )( )( )
( )( )
0 0' lim lim
→ →
+−
+ − += =
h h
f x h f xx h x g x h g x
xh h
ψ ψψ
( )
( ) ( ) ( ) ( )( ) ( )
0' lim
→
+ − ++
=h
f x h g x f x g x hg x h g x
xh
ψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( )0
' lim→
+ − +=
+⎡ ⎤⎣
+
⎦
−h
f x g x ff x h g x f x g x hx
h g x h g xx g x
ψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( )0
' lim→
+ − − + −⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦=+⎡ ⎤⎣ ⎦h
f x h f x g x f x g x h g xx
h g x h g xψ
( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )0' lim
→
+ − + −⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦−=
+⎡ ⎤⎣ ⎦h
f x h f x g x f x g x h g xh hx
g x h g xψ
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( )
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )0 0
0
lim lim'
lim
→ →
→
⎧ ⎫ ⎧ ⎫+ − + −⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎪ ⎪ ⎪ ⎪⎣ ⎦ ⎣ ⎦−⎨ ⎬ ⎨ ⎬⎪ ⎪ ⎪ ⎪⎩ ⎭ ⎩ ⎭=
+⎡ ⎤⎣ ⎦
h h
h
f x h f x g x f x g x h g xh h
xg x h g x
ψ
( )( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )( )
( ) ( )
' '
0 0
0
lim lim'
lim→ →
→
+ − + −⎛ ⎞ ⎛ ⎞−⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠=+⎡ ⎤⎣ ⎦
64444744448 64444744448f x g x
h h
h
f x h f x g x h g xg x f x
h hx
g x h g xψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) 2
' ''
−=
⎡ ⎤⎣ ⎦
g x f x f x g xx
g xψ
Exemplo Resolvido 2.2.7. Seja a função ( )2
211
−=
+xp xx
, então, calcule pela
definição ( )'p x .
Solução. Pela regra do quociente:
( )( ) ( )
( )( )( ) ( )( )
( )
2 2 2 2 2 2
2 22 2
1 1 1 1 2 1 1 2'
1 1
⎡ ⎤ ⎡ ⎤− − − + + − − +⎣ ⎦ ⎣ ⎦= =
+ +
d dx x x x x x x xdx dxp xx x
( )( ) ( )
3 3
2 22 2
2 2 2 2 4'1 1
− − − −= =
+ +
x x x x xp xx x
Exemplo Resolvido 2.2.8. Mostre que [ ] 2sec=d tgx xdx
.
Solução. Como cos
=senxtgx
x, então, pode-se calcular esta derivada pela regra do
quociente e usando os resultados obtidos nas partes (i) e (ii) do exemplo
resolvido 2.2.5,
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[ ][ ]( ) ( ) [ ]
[ ]2cos cos
cos cos
d dsenx x senx xd d senx dx dxtgxdx dx x x
−⎡ ⎤= =⎢ ⎥⎣ ⎦
( )( ) ( )( ) 2 2
2 2cos cos cos
cos cosx x senx senx x sen x
x x− − +
= =
22
21 1 sec
coscosx
xx⎛ ⎞= = =⎜ ⎟⎝ ⎠
Teorema 2.2.8 (Regra do Recíproco). Se g é diferenciáveis em x , e
( ) 0≠g x , então 1g
também é diferenciável em x , e
( )( )
( ) 21 ⎡ ⎤⎣ ⎦⎡ ⎤
=−⎢ ⎥⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦
d g xd dxdx g x g x
(2.22)
Prova. Como a função 1g
é um quociente, utiliza-se o resultado do teorema
2.2.7, isto é,
( )[ ] ( ) ( ) ( )
( )( ) ( ) ( ) ( )
( )( )( )2 2 2
1 1 0 1 ' '1 − ⎡ ⎤⎣ ⎦⎡ ⎤ −= = =−⎢ ⎥
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
d dg x g x g x g x g xd dx dxdx g x g x g x g x
Exemplo Resolvido 2.2.9. Calcule 21
1ddx x
⎡ ⎤⎢ ⎥+⎣ ⎦
.
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Solução. Usando a regra do recíproco, então:
( ) ( )
2
2 2 22 2
11 21 1 1
d xd xdxdx x x x
⎡ ⎤− +⎣ ⎦ −⎡ ⎤ = =⎢ ⎥+⎣ ⎦ + +
Teorema 2.2.10 (Regra da Potência). Se n for um número racional qualquer,
então:
1n nd x nxdx
−⎡ ⎤ =⎣ ⎦ (2.23)
Exemplo Resolvido 2.2.10. Determine.
(a) d xdx
⎡ ⎤⎣ ⎦ (b)
4 3
1ddx x
⎡ ⎤⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦
Solução (a). A expressão x pode ser escrita na forma da seguinte forma de
uma potência 1 2x , logo:
1 11 2 1 22
1 21 1 1 12 2 2 2
d dx x x xdx dx x x
⎛ ⎞−⎜ ⎟ −⎝ ⎠⎡ ⎤ ⎡ ⎤= = = = =⎣ ⎦⎣ ⎦
Solução (b). A expressão 4 3
1
x pode ser escrita na forma da seguinte forma de
uma potência 3 4x− , logo:
3 13 4 7 44
7 44 43 7
1 3 3 3 34 4 4 4
d d x x xdx dx xx x
⎛ ⎞− −⎜ ⎟− −⎝ ⎠⎡ ⎤
⎡ ⎤= =− =− =− =−⎢ ⎥ ⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦
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100
Se a derivada 'f de uma função f for ela mesmo diferenciável,
então a derivada de 'f será denotada por ''f , sendo chamada de derivada
segunda de f . Isto é, pela definição:
( ) ( ) ( )0
' ''' lim
h
f x h f xf x
h→
+ −= (2.24)
À medida que se tem diferenciabilidade, pode-se continuar o
processo de diferenciar derivadas para obter as derivadas terceira, quarta,
quinta e mesmo derivadas mais altas de f .
Exemplo Resolvido 2.2.11. Sendo ( ) 4 3 23 7 5 1f x x x x x= − + − + , então:
( ) 3 2' 4 9 14 5f x x x x= − + −
( ) 2'' 12 18 14f x x x= − +
( )''' 24 18f x x= −
( ) ( )4 24f x =
( ) ( )5 0f x =
... ... ... ...
( ) ( ) ( )0 5nf x n= ≥
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101
2.3 Derivadas de Funções Trigonométricas
Definição 2.3.1. Chama-se de função seno a função real de variável real que
associa a cada x real o número senx , isto é:
( )f x senx= (2.25)
É necessário lembra do fato de que quando se fala sobre senx significa o seno
do ângulo cuja medida em radianos é x .
A função seno tem como domínio o conjunto dos reais e a imagem é
o conjunto [ ]1,1− , isto é 1 1senx− ≤ ≤ . O gráfico da função seno é periódico e
tem como período 2π , sendo chamado de senóide. Este gráfico é
apresentado na figura 2.2.
Figura 2.2
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102
Definição 2.3.2. Chama-se de função cosseno a função real de variável real
que associa a cada x real o número cos x , isto é:
( ) cosf x x= (2.26)
É necessário lembra do fato de que quando se fala sobre cos x significa o
cosseno do ângulo cuja medida em radianos é x .
A função cosseno tem como domínio o conjunto dos reais e a
imagem é o conjunto [ ]1,1− , isto é 1 cos 1x− ≤ ≤ . O gráfico da função cosseno é
periódico e tem como período 2π , sendo chamado de cossenóide. Este
gráfico é apresentado na figura 2.3.
Figura 2.3
Definição 2.3.3. As demais funções trigonométricas são definidas por:
(a) Função Tangente:
( )cossenxf x tgx
x= = , ,
2x k k Zπ π≠ + ∈ (2.27)
(b) Função Secante:
( ) 1seccos
f x xx
= = , ,2
x k k Zπ π≠ + ∈ (2.28)
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103
(c) Função Cotangente:
( ) coscot xf x gxsenx
= = , ,x k k Zπ≠ ∈ (2.29)
(d) Função Cossecante:
( ) 1cossecf x xsenx
= = , ,x k k Zπ≠ ∈ (2.30)
Teorema 2.3.1.
(a) [ ] cosd senx xdx
= (b) [ ]cosd x senxdx
=−
(c) [ ] 2secd tgx xdx
= (d) [ ]sec secd x xtgxdx
=
(e) [ ] 2cossecd cotgx xdx
=− (f) [ ]cossec cossec cotd x x gxdx
=−
Prova (c). Para provar esta derivada deve-se recorrer a definição, isto é:
[ ] ( ) ( )( )
2
0 0 0
11lim lim lim1h h h
tgx tgh tgx tgh tg xtg x h tgxd tgxtghtgxdx h h h tgxtgh→ → →
+− ++ − −= = =
−
( )( )
( )( )
2 2
0 0 0
1 1lim lim lim
1 1h h h
tg x tg xtgh tghh tgxtgh h tgxtgh→ → →
⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ +⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥= = ⎢ ⎥− −⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦⎣ ⎦ ⎣ ⎦
( )( )2 21 1 sectg x x= + =
As demais provas do teorema 2.2.1 devem ser feitas como exercício.
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104
Exemplo Resolvido 2.3.1. Calcule as funções derivadas.
(a) ( ) ( )2 1 cotp x x gx= + (b) ( )1 cosx senxq x
x−
=+
Solução (a). Neste caso usa-se a regra do produto.
( ) ( ) ( ) ( ) [ ]2 2 2' 1 cot 1 cot 1 cotd d dp x x gx x gx x gxdx dx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= + = + + +⎣ ⎦⎣ ⎦
( )( ) ( )( )2 22 cot 1 cossecx gx x x= + + −
2 2 22 cot cossec cossecx gx x x x= − −
Solução (b). Neste caso usa-se a regra do quociente.
( )[ ]( ) ( ) [ ]
( )21 cos 1 cos
'1 cos 1 cos
d dx senx x x senx xd x senx dx dxq xdx x x
− + − − +−⎡ ⎤= =⎢ ⎥+⎣ ⎦ +
( )( ) ( )( )( ) ( )
2 2
2 21 cos 1 cos 1 cos
1 cos 1 cos
x x x senx senx x xsenx sen xx x
− + − − − − + −= =
+ +
( )( ) ( )
1
2 2
2 2
1 cos
1 cos 1 cos
x sen x xsenx xsenxx x
− + += =
+ +
6447448
Exemplo Resolvido 2.3.2. Ache.
(a) 2d x tgxdx
⎡ ⎤⎣ ⎦ (b) 2cotd g x
dx⎡ ⎤⎣ ⎦
Solução (a). Neste caso usa-se a regra do produto, isto é:
( ) ( ) [ ]2 2 2 2 22 secd d dx tgx x tgx x tgx xtgx x xdx dx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= + = +⎣ ⎦ ⎣ ⎦
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105
Solução (b). Neste caso pode-se expressar o termo 2cot g x como o produto
cot cotgx gx , logo, pode-s e usar a regra do produto.
( )( ) [ ]( ) ( ) [ ]2cot cot cot cot cot cot cotd d d dg x gx gx gx gx gx gxdx dx dx dx
⎡ ⎤ = = +⎡ ⎤⎣ ⎦⎣ ⎦
2 2 2cossec cot cot cossec 2cossec cotx gx gx x x gx=− − =−
Exemplo Resolvido 2.3.3. Encontre as equações das retas tangente e normal
ao gráfico da função ( ) ( )2f x sen x= no ponto ( )0,0 .
Solução. Para encontrar as retas tangente e normal, é necessário encontrar,
primeiramente, a derivada da função ( ) ( )2f x sen x= .
Da trigonometria tem-se que ( )2 2 cossen x senx x= , daí,
( ) ( ) [ ] [ ]( ) ( ) [ ]' 2 2 cos 2 cos cosd d d df x sen x senx x senx x senx xdx dx dx x
⎧ ⎫= = = +⎡ ⎤ ⎨ ⎬⎣ ⎦ ⎩ ⎭
( )( ) ( )( ){ } { } ( )2 22 cos cos 2 cos 2cos 2x x senx senx x sen x x= + − = − =
As equações das retas tangente e normal ao gráfico da função para
0x= , são dadas, respectivamente pelas equações (ver equações 2.8 e 2.9):
( ) ( )0 ' 0y f f x− = e ( ) ( )10' 0
y f xf
− =−
Como ( )0 0f = e ( )' 0 2f = , então, pode-se concluir que as
equações das retas tangente e normal são dadas, respectivamente, por:
2y x= e 2xy=−
Os gráficos da função ( ) ( )2f x sen x= e das retas 2y x= e 2xy=−
são mostrados na figura 2.4.
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106
Figura 2.4
Exemplo Resolvido 2.3.4. Seja a função ( )2 cos 0
0 0
x se xp x x
se x
π⎧ ⎛ ⎞ ≠⎪ ⎜ ⎟= ⎝ ⎠⎨⎪ =⎩
.
Verifique se p é diferenciável em 0x= .
Solução. A definição de derivada é dada por:
( ) ( ) ( )2
0 0 0
cos0' 0 lim lim lim cos
x x x
xp x p xf xx x x
ππ
→ → →
⎛ ⎞⎜ ⎟− ⎡ ⎤⎛ ⎞⎝ ⎠= = = ⎜ ⎟⎢ ⎥⎝ ⎠⎣ ⎦
Como ( )0
lim 0x
x→
= e 0
lim cosx x
π→
⎛ ⎞⎛ ⎞⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠⎝ ⎠
não existe, mas cosxπ⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠
é
limitada, isto é 1 cos 1xπ⎛ ⎞− ≤ ≤⎜ ⎟⎝ ⎠
. Então, pode-se concluir do Teorema 1.5.4
(Módulo 1) que:
( )0
' 0 lim cos 0x
f xxπ
→
⎡ ⎤⎛ ⎞= =⎜ ⎟⎢ ⎥⎝ ⎠⎣ ⎦
O que implica que a função p é diferenciável em 0x= .
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107
2.4 Regra da Cadeia
Teorema 2.4.1 (Regra da Cadeia). Se g for diferenciável em x e f for
diferenciável em ( )g x , então ( )( )f g x é diferenciável em x e,
( )( ) ( )( ) ( )' 'd f g x f g x g xdx
⎡ ⎤ = ⋅⎣ ⎦ (2.31)
Ou ainda, se ( )( )y f g x= e ( )u g x= , então ( )y f u= e,
dy dy dudx du dx
= ⋅ (2.32)
Exemplo Resolvido 2.4.1. Se ( )2y tg x= , ache dydx
.
Solução. Seja 2u x= , assim
y tgu=
e pela regra da cadeia
[ ] ( ) ( )2 2 2sec 2 2 secdy dy du d dtgu x u x x udx du dx du dx
⎡ ⎤= ⋅ = ⋅ = ⋅ =⎣ ⎦
mas como 2u x= , então: ( )2 22 secdy x xdx
= .
Exemplo Resolvido 2.4.2. Ache 2 1d xdx
⎡ ⎤+⎢ ⎥⎣ ⎦.
Solução. Fazendo 2 1u x= + e y u= , então:
2 1d dyxdx dx
⎡ ⎤+ =⎢ ⎥⎣ ⎦
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108
Logo, pela regra da cadeia:
( )2 11 22
dy dy du d d xu x xdx du dx du dx u u
⎛ ⎞⎡ ⎤ ⎡ ⎤= ⋅ = ⋅ + = ⋅ =⎜ ⎟⎣ ⎦⎣ ⎦ ⎝ ⎠
mas como 2 1u x= + , então: 22
11
d xxdx x
⎡ ⎤+ =⎢ ⎥⎣ ⎦ +
Uma forma alternativa para a regra da cadeia é dada por:
( ) ( )'d duf u f udx dx
=⎡ ⎤⎣ ⎦ (2.33)
Exemplo Resolvido 2.4.3. Determine ( )'f x para ( ) ( )113 4 17f x x x= − + .
Solução. Fazendo 3 4 17u x x= − + , então ( ) 11f u u= . Logo:
( ) ( )( ){
113 11 10
'' 4 17 11
f u
d d duf x x x u udx dx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= − + = =⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦
( ) ( ) ( ) ( )10 103 3 3 2' 11 4 17 4 17 11 4 17 3 4df x x x x x x x xdx
⎡ ⎤= − + − + = − + −⎣ ⎦
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109
Fórmulas generalizadas de diferenciação
1n nd duu nudx dx
−⎡ ⎤ =⎣ ⎦ 1
2d duudx dxu
⎡ ⎤ =⎣ ⎦
[ ] cosd dusenu udx dx
= [ ]cosd duu senudx dx
=−
[ ] 2secd dutgu udx dx
= [ ] 2cot cossecd dugu udx dx
=−
[ ]sec secd duu u tgudx dx
= [ ]cossec cossecd duu u cotgudx dx
=−
Exemplo Resolvido 2.4.4. Calcule:
(a) ( )cos 2 1d xdx
+⎡ ⎤⎣ ⎦ (b) 3 cossecd x xdx
⎡ ⎤−⎢ ⎥⎣ ⎦
(c) ( ) 72 3cot 1d x gxdx
−⎡ ⎤+ +⎢ ⎥⎣ ⎦
Solução (a).
( ) ( ) [ ] ( )cos 2 1 2 1 2 1 2 2 1d dx sen x x sen xdx dx
+ =− + + =− +⎡ ⎤⎣ ⎦
Solução (b).
23 3
3 3
1 3 cossec cotcossec cossec2 cossec 2 cossec
d d x x gxx x x xdx dxx x x x
+⎡ ⎤ ⎡ ⎤− = − =⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦ − −
Solução (c).
( ) ( )7 62 2 23cot 1 7 3cot 1 3cot 1d dx gx x gx x gxdx dx
− −⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ + =− + + + +⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦
( ) ( )( )
272
62
7 2 3cossec3cot 1
3cot 1
x xd x gxdx x gx
− − −⎡ ⎤+ + =⎢ ⎥⎣ ⎦ + +
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110
2.5 Diferenciais e Aproximação Linear Local
Até o presente momento dydx
tem sido visto como uma simples
notação para a derivada de ( )y f x= . Porém, pode-se interpretar dydx
como um
quociente entre dois acréscimos. Isto é, olhando para dx como um acréscimo
em x , deve-se procurar interpretar o acréscimo dy em y .
Figura 2.5
Sabe-se que ( )'f x é o coeficiente angular da reta tangente t , no
ponto ( )( ),x f x , ver figura 2.5, e que ( )'dy f xdx
= . Olhando para dy como o
acréscimo na ordenada da reta tangente t , correspondente ao acréscimo dx
em x , tem-se:
( )'dy f x dx= (2.34)
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111
Os acréscimos dx e dy são chamados de diferenciais das variáveis
x e y , respectivamente.
Sabendo que dx x=Δ , então, pode-se definir a variação da variável
y , ou incremento da variável y , da seguinte forma:
( ) ( )y f x x f xΔ = + Δ − (2.35)
onde xΔ é chamado de incremento da variável x .
Usando os incrementos xΔ e yΔ , pode-se escrever uma fórmula de
diferencial usando a seguinte notação:
( ) ( ) ( )0 0
' lim limx x
f x x f xyf xx xΔ → Δ →
+ Δ −Δ= =
Δ Δ (2.36)
Exemplo Resolvido 2.5.1. Seja a função ( ) 3 2f x x x= − , então, escreva a sua
forma diferencial.
Solução. Inicialmente determina-se a função derivada,
( ) 2' 3 2f x x= −
e como ( )'dy f x dx= , então:
( )23 2dy x dx= −
Exemplo Resolvido 2.5.2. Seja a função ( ) 2f x x= e sabendo que
0,01dx x=Δ = , então, determine dy e yΔ para 2x= .
Solução. Tem-se que:
( ) ( )22 2 4f = =
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112
( ) ( ) ( )22 2,01 2,01 4,0401f x f+ Δ = = =
Daí,
( ) ( ) ( ) ( )2 2 2,01 2 4,0401 4 0,0401y f x f f fΔ = + Δ − = − = − =
Como ( )' 2f x x , então, o diferencial dy é dado pela equação:
2dy xdx=
( )( )2 2 0,01 0,04dy= =
Exemplo Resolvido 2.5.3. O volume de uma esfera de raio R é dado pela
equação:
343
V Rπ=
Determine à derivada do volume V em função do raio R e escreva na forma
diferencial.
Solução. Sendo o volume V uma função do raio R da esfera, então, a sua
derivada é dada por:
( )3 3 2 24 4 4 3 43 3 3
dV d dR R R RdR dR dR
π π π π⎡ ⎤ ⎡ ⎤= = = =⎢ ⎥ ⎣ ⎦⎣ ⎦
Como o diferencial dVdV dRdR
⎛ ⎞=⎜ ⎟⎝ ⎠
, então:
24dV R dRπ=
Considere uma função f diferenciável em um intervalo contendo o
ponto p . Agora, pode-se definir uma reta tangente ao gráfico da função
( )y f x= no ponto ( )( ),p f p , como mostrado na figura 2.6.
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113
Figura 2.6
Em muitas situações pode ser fácil calcular um valor ( )f p de uma
função, mas é difícil (ou até mesmo impossível) calcular valores próximos de
f . Neste caso pode-se usar a expressão que define a reta tangente para
calcular estes valores próximos de f .
Em outras palavras, usa-se a reta tangente t (ver figura 2.6) em
( )( ),p f p como uma aproximação para a curva ( )y f x= quando x está
próximo de p . A equação da reta tangente é dada por:
( ) ( )( )'y f p f p x p= + − (2.37)
e a aproximação:
( ) ( ) ( )( )'f x f p f p x p≈ + − (2.38)
é denominada aproximação linear local ou aproximação pela reta tangente
de f em p . A função linear cujo gráfico é essa reta tangente, isto é,
( ) ( ) ( )( )'L x f p f p x p= + − (2.39)
é chamada de linearização de f em p .
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114
Exemplo Resolvido 2.5.4. Encontre uma aproximação linear local da função
( )f x senx= em 0x= .
Solução. A derivada da função ( )f x senx= é dada por:
( )' cosf x x=
então em 0x= , tem-se:
( ) ( ) ( )( ) { {0 1
0 ' 0 0 0 cos0L x f f x sen x x= + − = + =
Pode-se concluir que a linearização é dada por:
( )L x x=
e a qual pode ser vista na figura 2.7.
Figura 2.7
Exemplo Resolvido 2.5.5. Seja a função ( ) 1f x x= + , então encontre a
aproximação linear local em 3x= . Use esta aproximação para encontrar
valores aproximados para os números 3,96 e 4,04 .
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115
Solução. A derivada da função ( ) ( )1 21 1f x x x= + = + é dada por:
( ) ( ) 1 21 1' 12 2 1
f x xx
−= + =+
e assim tem-se que ( )3 3 1 2f = + = e ( ) 1 1' 342 3 1
f = =+
, então, a
aproximação linear local é dada por:
( ) ( ) ( )( ) ( )1 1 53 ' 3 3 2 34 4 4
L x f f x x x= + − = + − = +
Pode-se concluir que a linearização é dada por:
( ) 1 54 4
L x x= +
que pode ser vista na figura 2.8.
Figura 2.8
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116
Em outras palavras pode-se dizer que na vizinhança de 3x= , tem-
se a função ( ) 1f x x= + se comporta como a reta ( ) 1 54 4
L x x= + , isto é:
1 514 4
x x+ ≈ +
Daí para encontrar 3,96 e 4,04 usa-se a expressão linear, ou
seja:
( )1 5 7,963,96 2,96 1 2,96 1,994 4 4
= + ≈ + = =
e
( )1 5 8,044,04 3,04 1 3,04 2,014 4 4
= + ≈ + = =
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117
Exercícios Propostos (Capítulo 2)
01) A equação da reta tangente à curva 22 1y x= − , no ponto de abscissa 1 , é:
a) 4 1y x= − b) 4 3y x= − c) 2 3y x= +
d) 2 1y x=− + e) 3 2y x= +
02) A equação da reta tangente à curva 3y x= , no ponto onde 1x=− , é dada
por:
a) 6 4y x= − b) 3y x= c) 3 3y x= −
d) 3 2y x= + e) 6 5y x= +
03) A reta normal ao gráfico da função ( ) 3 2f x x x= − em 1x= é dada por:
a) 2 0x y+ = b) 2 3 0x y+ − = c) 2 3 0x y+ − =
d) 2 0x y− = e) 2 1 0x y− − =
04) As equações das retas tangentes à curva 11
xyx−
=+
paralelas á reta de
equação 2 2x y− = são dadas por:
a) 2 1x y− =− e 2 3x y− =− b) 2 0x y+ = e 2 7x y+ =
c) 2 1x y− = e 2 7x y− =− d) 2 5x y− =− e 2 6x y− =−
e) 2 1x y+ =− e 2 1x y+ =
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118
05) As retas tangente e normal ao gráfico de ( )1
xg xx
=+
em 1x= são dadas,
respectivamente, por:
a) 1 14 4
y x= + e 942
y x=− + b) 14
y x= e 4y x=−
c) 1 12 2
y x= − e 322
y x=− + d) 1 54 4
y x=− + e 742
y x= +
e) 1 52 2
y x=− + e 322
y x= −
06) Quais são os valores de x que fazem o gráfico da função
( ) 3 22 3 12 1f x x x x= + − + ter uma tangente horizontal?
a) 1− e 2 b) 2− e 1 c) 0 e 3
d) 2 e 4 e) 3− e 5
07) Qual é a reta tangente ao gráfico da função ( )2
2 1xf x
x=
+ em 1x= ?
a) 2 0x y− = b) 2 0x y− = c) 2 1x y− =
d) 2 1x y+ = e) 2 0x y+ =
08) O valor da derivada da função ( ) 7f x x= − no ponto onde 2x=− é dado
por:
a) 12
− b) 16
− c) 16
d) 2 e) 3
09) Seja a função ( ) 2
2
2
x se xh x
x x se x
α β+ <−⎧⎪=⎨− ≥−⎪⎩
. Quais os valores das constantes
α e β , respectivamente, que tornam a função h diferenciável em 2x=− ?
a) 3 e 2 b) 3− e 2 c) 5 e 2−
d) 5− e 4− e) 5 e 4
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119
10) A função derivada de 2 3y x x= ⋅ é 'y igual a:
a) 23 32x x x x⋅ + ⋅ b) 3 213
x c) 323
x
d) 353
x e) 373
x x⋅
11) Qual é a derivada primeira da função ( ) 3 4 314
f x x x= + ?
a) 34 13x
x+
b) 3 2
1
3
x
x
+ c) 3
13x
x−
d) 3 2
2 1
3
x
x
− e) 3
4 13x
x−
12) Se 2 1xy
x=
+, então, a função derivada primeira 'y é dada por:
a) ( )
2
22 1
x
x + b)
( )2
22
1
1
x
x
−
+ c)
( )2
22
1
1
x
x
−
+
d) ( )22 1
x
x + e)
( )22
1
1
x
x
−
+
13) A derivada de ( ) 2 4g x x= + é ( )'g x dada por:
a) 2
2
4
x
x + b)
2 4
x
x + c)
22 4
x
x +
d) ( )3 22 4x + e) ( )3 22 4x x⋅ +
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120
14) A função primeira de 11
xyx−
=+
é:
a) 2
1
1x − b)
( ) ( )3
1
1 1x x− +
c) ( ) ( )3 3
1
1 1x x− + d)
( )( )31
1 1x x− +
e) 2
1
1 x−
15) Seja ( )3
23xp x
x+
= , então, a função ( )'p x é dada por:
a) 26x
b) 36x
c) 46x
d) 26x
− e) 36x
−
16) Qual é a derivada primeira da função ( )cos 1
senxf xx
=−
?
a) cos x b) cossenx x⋅ c) tgx
d) 1
1senx − e)
11 cos x−
17) A derivada ( )'f x da função ( ) ( )2f x tg sen x= é dada por:
a) ( )22cos 2 sec 2x sen x⋅ b) ( )22 2 2sen x tg sen x⋅
c) ( )22cos 2 2x tg sen x− ⋅ d) ( )22 2 sec 2sen x sen x− ⋅
e) ( )22cos 2 sec 2x sen x− ⋅
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121
18) Marque a opção que indica ( )cossec 2 1d x xdx
⎡ ⎤+⎣ ⎦ .
a) ( )2cot 2 1
2 1
g x
x
+−
+ b)
( )2t 2 1
2 1
g x
x
+−
+
c) ( ) ( )sec 2 1 t 2 1
2 1
x g x
x
+ ⋅ +−
+ d)
( ) ( )cossec 2 1 cot 2 1
2 1
x g x
x
+ ⋅ +−
+
e) ( )2sec 2 1
2 1
x
x
+
+
19) O resultado de ( )2
32 2d sen x
dx⎡ ⎤⎣ ⎦ é dado por:
a) ( ) ( )3 4 3cos 2 2x x x sen x⋅ − ⋅ b) ( ) ( )4 3 3cos 2 2x x x sen x⋅ + ⋅
c) ( ) ( )3 4 312 cos 2 36 2x x x sen x⋅ − ⋅ d) ( ) ( )3 4 34 cos 2 8 2x x x sen x⋅ + ⋅
e) ( ) ( )4 3 312 cos 2 36 2x x x sen x⋅ − ⋅
20) Se cosy x x= ⋅ , então, ( )''y x é igual a:
a) x senx⋅ b) cosx x− ⋅ c) cosx senx x⋅ +
d) cosx x senx⋅ − e) cosx x senx− ⋅ −
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122
CAPÍTULO 3 – FUNÇOES LOGARÍTMICAS E EXPONENCIAIS
3.1 Funções Inversas
A idéia de resolver uma equação do tipo ( )y f x= para x como uma
função de y , isto é ( )x g y= , é uma das mais importantes idéias na
matemática. Este processo é bastante simples em muitas situações; por
exemplo, usando álgebra básica, a equação:
3y x=
pode ser resolvida para x como uma função de y da seguinte forma:
3x y=
A equação 3y x= pode ser usada para calcular um valor para y se
x for conhecido, enquanto que a equação 3x y= pode ser usada para
encontrar um valor para x se y for conhecido, veja a figura 3.1.
Figura 3.1
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123
O intuito nessa seção é identificar as relações que possam existir
entre as funções f e g , quando uma função ( )y f x= pode ser expressa
como ( )x g y= . Por exemplo, sendo as funções ( ) 3f x x= e ( ) 3g y y= , então,
quando elas são compostas em qualquer ordem, uma cancela o efeito da outra,
isto é,
( )( ) ( ) 3 33g f x f x x x= = =
( )( ) ( )( ) ( )33 3f g y g y y y= = =
Definição 3.1.1. Se a funções f e g satisfazem as duas condições:
( )( )g f x x= para todo x no domínio de f
( )( )f g y y= para todo y no domínio de g
então, diz-se que f e g são funções inversas.
Exemplo Resolvido 3.1.1. Mostre que as funções ( ) 2 1, 0f x x x= + ≥ e
( ) 1, 1g y y y= − ≥ são inversas.
Solução. Usando o fato apresentado na definição 3.1.1, tem-se:
( )( ) ( ) 2 21 1 1g f x f x x x x= − = + − = = , para 0x≥
e
( )( ) ( )( ) ( )22 1 1 1 1 1f g y g y y y y= + = − + = − + = , para 1y≥
A função inversa pode ser denotada por 1f − , isto é, a inversa da
função ( ) 2 1, 0f x x x= + ≥ pode ser expressa por ( )1 1, 1f y y y− = − ≥ .
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124
Teorema 3.1.1 (Teorema da Unicidade da Inversa). Se uma função f admitir
inversa, denotada por 1f − , ela é única.
É muito importante entender que uma função está determinada pela
relação estabelecida entre suas entradas e saídas e não pela letra usada para
a variável independente. Ou seja, as fórmulas ( ) 2f x x= e ( ) 2f y y= usam
variáveis independentes diferentes, porém, estas fórmulas definem a mesma
função f , pois atribuem o mesmo valor para cada entrada, como por exemplo,
em ambas as notações ( )3 9f = .
Logo, a partir de agora se expressa tanto à função f quanto a sua
inversa 1f − com a mesma variável independente x . Usando esta notação,
então, a Definição 3.1.1. pode ser escrita da forma seguinte.
Definição 3.1.2. Duas funções, f e 1f − , são ditas inversas se satisfazem as
condições:
( )( )1f f x x− = para todo x no domínio de f
( )( )1f f x x− = para todo x no domínio de 1f −
Exemplo Resolvido 3.1.2. Confirme cada um dos seguintes itens.
(a) A inversa de ( ) 3f x x= é ( )1 13
f x x− = .
(b) A inversa de ( ) 3 4f x x= − é ( )1 3 4f x x− = + .
Solução (a). Tem-se que:
( )( ) ( )( ) ( )1 1 1 33 3
f f x f x x x− = = =
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125
( )( ) ( )( )1 1 13 33
f f x f x x x− − ⎛ ⎞= = =⎜ ⎟⎝ ⎠
Solução (b). Tem-se que:
( )( ) ( ) 3 31 3 33 4 4 4f f x f x x x x− = + = − + = =
( )( ) ( )( ) ( )331 1 34 4 4 4 4f f x f x x x x− −= − = + − = + − =
Teorema 3.1.2. Se uma equação ( )y f x= pode ser resolvida para x como
uma função de y , então f admite uma inversa e a equação resultante é
( )1x f y−= .
Exemplo Resolvido 3.1.3. Seja a função ( ) 4 1 5,3 5 3
xf x xx−
= ≠−+
, então,
encontre a sua inversa.
Solução. Sendo 4 1 5,3 5 3
xy xx−
= ≠−+
, então, basta resolver x como uma função
de y para encontrar a expressão da inversa. Logo, para todo 53
x≠− tem-se:
4 13 5
xyx−
=+
3 5 4 1xy y x+ = −
3 4 1 5xy x y− =− −
4 3 5 1x xy y− = +
( ) 5 14 3 5 14 3
yx y y xy
+− = + ⇒ =
−
Logo a inversa é dada por ( )1 5 1 4,4 3 3
xf x xx
− += ≠
−.
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126
Exemplo Resolvido 3.1.4. Encontre a inversa da função ( ) 5 31 1= − +f x x .
Solução. Para encontrar a inversa basta resolver x como uma função de y .
Isto é, se:
5 31 1= − +y x
então:
5 31 1− = −x y
( )531 1− = −x y
( )53 1 1= − −x y
( ) ( )5 53 31 1 1 1= − − ⇒ = − −x y x y
Trocando as variáveis pode-se concluir que a função inversa é dada
por:
( ) ( )51 3 1 1− = − −f x x
Definição 3.1.3. Uma função f é dita injetiva, ou um a um, se para quaisquer
1x e 2x do domínio de f , com 1 2x x≠ , tem-se ( ) ( )1 2f x f x≠ . Em outras
palavras, se ( ) ( )1 2f x f x= implica que 1 2x x= .
Teorema 3.1.3. Se f é uma função injetiva, então existe uma e somente uma
função 1f − com domínio igual à imagem de f que satisfaz a equação:
( )( )1f f x x− = (3.1)
para todo x na imagem de f .
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127
Fica evidente que:
Domínio de 1f − = Imagem de f e Imagem de 1f − = Domínio de f
Exemplo Resolvido 3.1.5. Mostre que a função ( ) 2 1, 33
xf x xx−
= ≠−+
é
injetiva em ( ) ( ), 3 3,−∞ − ∪ − +∞ .
Solução. Para mostrar que a função é injetiva basta mostrar que se
( ) ( )1 2f x f x= implica que 1 2x x= . Daí,
Supondo que ( ) ( )1 2f x f x= , então, tem-se:
1 2
1 2
2 1 2 13 3
x xx x
− −=
+ +
( )( ) ( )( )1 2 2 12 1 3 2 1 3x x x x− + = − +
1 2 1 2 1 2 2 12 6 3 2 6 3x x x x x x x x+ − − = + − −
1 2 2 16 6x x x x− = −
1 2 1 27 7x x x x= ⇒ =
De onde pode-se concluir que a função é injetiva.
Corolário 3.1.3.1. Se uma função f é injetiva, então, f é invertível, isto é
admite uma função inversa 1f − .
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128
Figura 3.2
De acordo com a figura 3.2, pode-se ver claramente que o gráfico
em (a) representa uma função não injetiva devido ao fato de que ( ) ( )1 2f x f x=
para 1 2x x≠ . O gráfico em (b) representa uma função injetiva, pois
( ) ( )1 2f x f x≠ para quaisquer 1 2x x≠ , e neste caso a função é invertível.
Geometricamente para definir se uma função é invertível, pode-se aplicar o
seguinte teste apresentado no Teorema 3.1.3.
Teorema 3.1.3 (Teste da reta horizontal). Uma função f admite uma inversa
se e somente se o gráfico de f for cortado, no máximo, uma única vez por
qualquer reta horizontal.
Aplicando este teste nos gráficos (a) e (b) apresentados na figura
3.2, pode-se confirmar que a função em (a) não é invertível, enquanto que em
(b) a função é invertível.
Exemplo Resolvido 3.1.6. Esboce o gráfico da função ( ) 2f x x= em ( ),−∞ +∞
e aplique o teste da reta horizontal para determinar se a função é invertível.
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129
Solução. O gráfico da função é a parábola que passa na origem, ( )0,0 , e que
tem a concavidade voltada para cima, como mostra a figura 3.3:
Figura 3.3
Aplicando o Teste da reta horizontal, ver figura 3.3, pode-se ver
claramente que a função ( ) 2f x x= em seu domínio não é invertível.
Se ( ),a b for um ponto no gráfico de ( )y f x= invertível, então,
pode-se concluir que ( )b f a= . Isto é equivalente a afirmar que ( )1a f b−= , a
qual significa que ( ),b a é um ponto no gráfico de ( )1y f x−= .
Para resumir, pode-se afirmar que invertendo as coordenadas de um
ponto do gráfico de f encontra-se um ponto do gráfico de 1f − . Analogamente,
invertendo as coordenadas de um ponto do gráfico de 1f − , encontra-se um
ponto do gráfico de f .
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130
Geometricamente, o efeito de inverter as coordenadas de um ponto
( ),a b , é refletir este ponto sobre a reta y x= , como mostrado na figura 3.43.
Pode-se concluir que os gráficos das funções ( )y f x= e ( )1y f x−= são
reflexões um do outro em relação à reta y x= .
Figura 3.4
Ou seja, da figura 3.4 pode-se ver claramente que os pontos ( ),a b e
( ),b a são reflexões sobre y x= .
Teorema 3.1.4. Se f tiver uma inversa, então os gráficos de ( )y f x= e
( )1y f x−= são reflexões um do outro em relação à reta y x= ; isto é, cada um
é a imagem especular do outro com relação à y x= .
Curso de Cálculo I – Capítulo 3
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131
Figura 3.5
Então, do teorema 3.1.4 pode-se concluir que para obter o gráfico da
função ( )1y f x−= , basta fazer uma rotação do gráfico de ( )y f x= em torno
da reta y x= .
Teorema 3.1.5. Se o domínio de f for um intervalo no qual a função seja
estritamente crescente ou estritamente decrescente, então, a função f tem
uma inversa.
Em muitas situações, uma função que não admite inversa pode
passar a admitir, apenas restringindo o seu domínio. Por exemplo, a função
( ) 2f x x= em ( ),−∞ +∞ não é invertível (ver Exemplo Resolvido 3.1.6), porém
as funções ( ) 2, 0g x x x= ≥ e ( ) 2, 0h x x x= ≤ , as quais resultam da restrição
do domínio da função f admitem inversas.
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132
Os gráficos das funções g e h são apresentados na figura 3.6. A
função g é estritamente crescente em [ )0,+∞ e a função h é estritamente
decrescente em ( ],0−∞ , logo de acordo com o teorema 3.1.5 elas passam a
admitir inversas. As funções inversas são dadas, respectivamente, por
( )1g x x− = e ( )1h x x− =− , cujos gráficos são apresentados na figura 3.7.
Figura 3.6
Figura 3.7
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133
Teorema 3.1.6. Se uma função f for contínua e tiver uma inversa, então 1f −
é também contínua.
Teorema 3.1.7 (Diferenciabilidade da função inversa). Suponha que a
função f seja invertível e diferenciável em um intervalo I . Então 1f − é
diferenciável em qualquer ponto de x onde ( )( )1' 0f f x− ≠ e:
( ) ( )( )( )
11
1''
f xf f x
−−
= (3.2)
Exemplo Resolvido 3.1.7. Seja a função [ ] [ ]: , 1,1f π π− → − definida por
( )f x senx= . Sua inversa é a função [ ] [ ]1 : 1,1 ,f π π− − → − definida por
( )1f x arcsenx− = , então, encontre a sua derivada.
Solução. De acordo com a equação 3.2 pode-se concluir que:
[ ] ( )1
cosd arcsenxdx arcsenx
=
Como cos 0x≥ em [ ],π π− , então, da trigonometria tem-se que:
( ) ( ) ( )( )22cos 1 1arcsenx sen arcsenx sen arcsenx= − = −
e como ( )sen arcsenx x= , pode-se concluir que:
( ) 2cos 1arcsenx x= −
Daí tem-se:
[ ]2
1
1
d arcsenxdx x
=−
Curso de Cálculo I – Capítulo 3
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134
3.2 Diferenciação Implícita
As técnicas de diferenciação vistas até o exato momento foram
desenvolvidas para funções que são expressas na forma ( )y f x= . Uma
equação do tipo ( )y f x= define explicitamente y como uma função de x ,
devido ao fato da variável y aparecer sozinha de um lado da equação.
Por exemplo, as equações:
3y sen x= e 3y x x arctgx= − +
definem cada uma explicitamente y como uma função de x .
Em muitos casos as funções estão definidas com equações nas
quais a variável y não está sozinha de um lado, neste caso, sempre que
possível, deve-se resolver a equação como y em função de x ,isto é, isolar y
em um lado da equação.
Por exemplo, a equação:
1xy y x+ + =
não está na forma ( )y f x= , porém ela ainda define y como uma função de x ,
basta resolver isolar y em um lado da equação, isto é,
11
xyx−
=+
Assim, se diz que a equação 1xy y x+ + = define y implicitamente
como uma função de x , sendo:
( ) 11
xf xx−
=+
Curso de Cálculo I – Capítulo 3
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135
Exemplo Resolvido 3.2.1. Mostre que a equação 2 2 4x y+ = define mais do
que uma função de x .
Solução. Resolvendo a equação 2 2 4x y+ = para y como função de x , obtem-
se:
24y x=± −
Então a equação 2 2 4x y+ = define implicitamente pelo menos duas
funções, isto é, para 0y≥ tem-se ( ) 21 4f x x= − e para 0y≤ tem-se
( ) 22 4f x x=− − , como mostrado na figura 3.8.
Figura 3.8
Definição 3.2.1. Diz-se que uma dada equação nas variáveis x e y define a
função f implicitamente se o gráfico de ( )y f x= coincidir com algum
segmento do gráfico da equação.
Em geral não é necessário, e muitas vezes não é possível, resolver
uma equação de y em termos de x , neste caso usa-se a diferenciação
implícita para encontrar dydx
.
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136
A diferenciação implícita consiste em derivar os dois lados da
equação em relação a variável x , sem a necessidade de resolver y como
função de x , e em seguida deve-se expressar dydx
como função das variáveis
x e y .
Exemplo Resolvido 3.2.2. Encontre dydx
para a equação 2 2 4x y+ = , 0y≥ .
Solução. Na diferenciação implícita derivam-se os dois lados da equação em
relação à x , logo:
[ ]2 2 4d dx ydx dx
⎡ ⎤+ =⎣ ⎦
( ) ( )2 2 0d dx ydx dx
+ =
2 2 0dyx ydx
+ =
dy xdx y
=−
Como para 0y≥ , tem-se 24y x= − , pode-se, então, concluir que:
24
dy xdx x
=−−
Neste caso pode-se calcular dydx
sem haver a necessidade de usar a
diferenciação implícita, isto é resolvendo a equação 2 2 4x y+ = , para 0y≥ ,
obtém:
24y x= −
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137
Daí usando a regra da cadeia tem-se:
( ) ( )2 22 2 2
1 14 4 22 4 2 4 4
dy d d xx x xdx dx dxx x x
−⎡ ⎤= − = − = − =⎢ ⎥⎣ ⎦ − − −
ou seja: 24
dy xdx x
=−−
Exemplo Resolvido 3.2.3. Encontre dydx
para a equação 2 3x seny y x tgx+ = .
Solução. Na diferenciação implícita derivam-se os dois lados da equação em
relação à x , ou seja:
[ ]2 3d d dx seny y x tgxdx dx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ =⎣ ⎦ ⎣ ⎦
[ ] [ ] [ ]2 2 3 3d d d d dx seny x seny y x y x tgxdx dx dx dx dx
⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ + + =⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎝ ⎠ ⎝ ⎠
2 2 3 22 cos 3 secdy dyxseny x y y x y xdx dx
+ + + =
( )2 2 2 3cos 3 sec 2dyx y y x x xseny ydx
+ = − −
2 3
2 2sec 2
cos 3dy x xseny ydx x y y x
− −=
+
Exemplo Resolvido 3.2.4. Encontre a equação da reta tangente ao gráfico do
Fólio de Descartes de equação 3 3 3x y xy+ = no ponto 3 3,2 2
⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠
.
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138
Solução. Diferenciando implicitamente os lados da equação do Fólio de
Descartes, resulta:
[ ]3 3 3d dx y xydx dx
⎡ ⎤+ =⎣ ⎦
[ ] [ ]3 3 3d d d dx x x y x ydx dx dx dx
⎛ ⎞⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ = +⎜ ⎟⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎝ ⎠
2 23 3 3 3dy dyx y y xdx dx
+ = +
( )2 2dyy x y xdx
− = −
2
2dy y xdx y x
−=
−
A inclinação da reta tangente é dada pela derivada da função
aplicada no ponto 3 3,2 2
⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠
, ou seja:
2
2
3 33 3 2 2, 12 2 3 3
2 2
tgdymdx
⎛ ⎞− ⎜ ⎟⎛ ⎞ ⎝ ⎠= = =−⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎛ ⎞ −⎜ ⎟
⎝ ⎠
Daí a reta tangente é dada por:
3 312 2
y x⎛ ⎞− =− −⎜ ⎟⎝ ⎠
3 32 2
y x− =− +
3x y+ =
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139
Exemplo Resolvido 3.2.5. Ache [ ]d arcsenxdx
, 0,2
x π⎡ ⎤∈ ⎢ ⎥⎣ ⎦.
Solução. Uma outra forma de encontrar esta derivada é através da
diferenciação implícita, como segue:
y arcsenx seny x= ⇔ =
então por diferenciação implícita tem-se:
[ ] [ ]d dseny xdx dx
=
2
1 1cos 1cos 1
dy dy dyydx dx y dx sen y
= ⇒ = ⇒ =−
e como seny x= , pode-se concluir que:
[ ]2
1
1
d arcsenxdx x
=−
Exemplo Resolvido 3.2.6. Um balão esférico está se expandindo. Se o raio
está aumentando a uma taxa de 5 centímetros por minutos, em que taxa o
volume estará aumentando quando o raio for de 12 centímetros.
Solução. O balão tem a forma de uma esfera de raio R , como mostrado na
figura 3.9. O volume da esfera é dado por:
343
V Rπ=
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140
Figura 3.9
Como o volume V e o raio R variam com o tempo, então, pode-se
concluir que ( )V V t= e ( )R R t= , então diferenciando implicitamente a
equação 343
V Rπ= em relação a variável tempo t , tem-se:
[ ] 3 24 43
d d dV dRV R Rdt dt dt dt
π π⎡ ⎤= ⇒ =⎢ ⎥⎣ ⎦
Quando 12R= , tem-se 5dRdt
= , então daí,
( ) ( )24 12 5 2880dVdt
π π= =
Logo o volume está aumentando a uma taxa de 2880π centímetros
cúbicos por minuto.
Exemplo Resolvido 3.2.7. Um tanque cônico com água com o vértice para
baixo tem um raio de 10 m no topo e uma altura de 24 m . Se a água fluir
dentro do tanque a uma taxa de 320 / minm , com que taxa a profundidade da
água estará crescendo quando ela tiver 12m de profundidade?
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141
Solução. Seja o tangue como mostrado na figura 3.10,
Figura 3.10
No instante t qualquer, tem-se uma altura h e o raio r , como
mostrado na figura 3.11,
Figura 3.11
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142
Logo, pode-se escrever o raio r em função da altura h , da seguinte
forma:
5
12r h=
Daí escreve-se o volume como função apenas da altura h :
2 31 253 432
V r h V hπ π= ⇒ =
logo, diferenciando implicitamente, tem-se:
[ ] 3 325 25432 432
d d dV h hdh dh dh
π π⎡ ⎤ ⎡ ⎤= =⎢ ⎥ ⎣ ⎦⎣ ⎦
225144
dV dhhdt dt
π=
de onde se pode concluir que:
2144
25dh dVdt dthπ
=
Como 20dVdt
= e 12h= , então:
( )2144 420
525 12dhdt ππ
= =
Logo, pode concluir que a taxa de aumento da altura é de
4 min5
mπ
.
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143
3.3 Derivadas das funções logarítmicas e exponenciais
Definição 3.3.1. Dado um número real b , tal que 0 1b< ≠ , chama-se função
exponencial de base b a função f de variável real e imagem real, que
associa a cada x o número xb . Ou seja,
( ) xf x b= (3.3)
Teorema 3.3.1. Se 0b> e 1b≠ , então:
(a) A função ( ) xf x b= está definida para todo valor real de x ; logo o domínio
natural é o intervalo ( ),−∞ +∞ .
(b) A função ( ) xf x b= é contínua no intervalo ( ),−∞ +∞ e a sua imagem é o
intervalo ( )0,+∞ .
Teorema 3.3.2 (Propriedades dos Expoentes).
(a) x y x yb b b += (b) x
x yy
b bb
−=
(c) ( )yx x yb b= (d) ( )1 yy x x x yb b b= =
(e) ( )x x xab a b= (f) x x
xa ab b
⎛ ⎞ =⎜ ⎟⎝ ⎠
O gráfico da função exponencial é injetivo e pode ser estritamente
crescente se 1b> e estritamente decrescente se 0 1b< < , como mostrado na
figura 3.12.
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144
Figura 3.12
De acordo com a figura 3.12, podem-se concluir os seguintes limites:
1) Para 0 1b< < : lim 0x
xb
→+∞= e lim x
xb
→−∞=+∞
2) Para 1b> : lim x
xb
→+∞=+∞ e lim 0x
xb
→−∞=
Definição 3.3.2. Sendo a e b números reais positivos, com 1b≠ , chama-se
logaritmo de a na base b o expoente que se deve dar à base b de modo que
a potência obtida seja igual a b . Isto é, se a R∈ , b R∈ , 0 1b< ≠ e 0a> , então:
log xb a x b a= ⇔ = (3.4)
Definição 3.3.3. Chama-se de função logarítmica na base b , 0 1b< ≠ , a
função que associa a cada 0x> , o número real logb x . Isto é,
( ) logbf x x= (3.5)
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145
As funções ( ) xf x b= e ( )1 logbf x x− = formam um par de inversas.
Se o domínio de 1f − é o mesmo que a imagem de f obtem-se:
( )log ,xb
b x x R= ∈
log , 0b xb x x= >
(3.6)
Os primeiros logaritmos a serem estudados foram os de base 10
chamados de logaritmos decimais. Para estes logaritmos é comum suprimir a
base, isto é eles são escritos da forma log x e não 10log x . Recentemente os
logaritmos de base 2 desempenharam importante papel em ciência
computacional, pois surgem naturalmente em sistemas numéricos binários.
Os logaritmos mais utilizados nas aplicações são os logaritmos
naturais, cuja base é o número irracional e , número de Euler, em homenagem
ao matemático suíço Leonard Euler. Neste caso se escreve ln x e não loge x .
Esta constante cujo valor aproximado em seis casas decimais é:
2,718282≈e (3.7)
surge como assíntota horizontal ao gráfico da equação:
11⎛ ⎞= +⎜ ⎟⎝ ⎠
x
yx
(3.8)
Pode-se concluir os seguintes limites no infinito:
1lim 1
x
xe
x→+∞
⎛ ⎞+ =⎜ ⎟⎝ ⎠
(3.9)
1lim 1
x
xe
x→+∞
⎛ ⎞+ =⎜ ⎟⎝ ⎠
(3.10)
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146
Logo, tem-se as funções logarítmica e exponencial na base e ,
respectivamente, ( ) xf x e= e ( )1 ln− =f x x que formam um par de inversas, tal
que:
( )ln ,xe x x R= ∈
ln , 0xe x x= > (3.11)
Dos limites dados pelas equações 3.9 e 3.10, pode-se demonstrar o
seguinte limite:
( )10
lim 1 x
xx e
→+ = (3.12)
que será usado posteriormente para deduzir a função derivada do logaritmo.
Os limites dados pelas equações 3.9, 3.10 e 3.12 podem ser
provados através da regra de L’Hopital, que será vista posteriormente.
O gráfico da função ( )1 lnf x x− = é obtido rotacionando o gráfico da
função ( ) xf x e= em torno da reta y x= (figura 3.12). O mesmo pode ser feito
para obter o gráfico da função ( )1 logbf x x− = a partir da função ( ) xf x b= .
Dos gráficos representados na figura 3.13, podem-se concluir os
seguintes limites:
1) lim x
xe
→+∞=+∞ e lim 0x
xe
→−∞=
2) lim lnx
x→+∞
=+∞ e 0
lim lnx
x−→
=−∞
3) lim logbxx
→+∞=+∞ e
0lim logb
xx
−→=−∞
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147
Figura 3.13
Teorema 3.3.3. Comparação entre funções exponenciais e logarítmicas para
1b> .
0 1b = log 1 0b =
1b b= log 1b b=
( ) ( )Im 0,xb = +∞ ( ) ( )log 0,bD x = +∞
( ) ( ),xD b = −∞ +∞ ( ) ( )log ,bD x = −∞ +∞
0 1xb< < se 0x< log 0b x< se 0 1x< <
Teorema 3.3.4 (Propriedades algébricas dos Logaritmos).
(a) ( )log log logb b bxy x y= + (b) log log logb b bx x yy
⎛ ⎞= −⎜ ⎟
⎝ ⎠
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148
(c) log logyb bx y x= (d)
1log logy bbx x
y=
(e) 1log logb b xx
⎛ ⎞=−⎜ ⎟⎝ ⎠
(f) log
loglog
yb
y
xx
b=
Teorema 3.3.5. Seja 0x> e 0 1b< ≠ , então:
[ ] 1loglnb
d xdx x b
= (3.13)
Prova. Aplicando a definição, tem-se:
[ ] ( )0 0 0
loglog log 1log lim lim lim log 1b
b bb bh h h
x hx h xd hxx
dx h h h x→ → →
+⎛ ⎞⎜ ⎟+ − ⎡ ⎤⎛ ⎞⎝ ⎠= = = +⎜ ⎟⎢ ⎥⎝ ⎠⎣ ⎦
Fazendo a substituição hux
= , tem-se que h ux= e se 0h → , então
0u → , logo:
( ) ( )0 0 0
1 1 1 1lim log 1 lim log 1 lim log 1b b bh u u
h u uh x ux x u→ → →
⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ = + = +⎜ ⎟⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎝ ⎠ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎣ ⎦
( )10
1 lim log 1 ubu
ux →
⎡ ⎤= +⎣ ⎦
Como a função logb x é contínua em seu domínio, então:
( ) ( )}1
1 1
0 0
1 1 1 1 ln 1lim log 1 log lim 1 logln ln
u ub b bu u
e
eu u ex x x x b x b→ →
⎡ ⎤⎢ ⎥⎡ ⎤+ = + = = =⎢ ⎥⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦1442443
Daí chega-se a conclusão desejada:
[ ] 1loglnb
d xdx x b
=
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149
Exemplo Resolvido 3.3.1. Ache:
(a) [ ]logd xdx
(b) [ ]2logd xdx
Solução (a). Neste caso a base do logaritmo é 10, então:
[ ] 1logln10
=d xdx x
Solução (b). Neste caso a base é 2, então:
[ ]21logln 2
=d xdx x
Teorema 3.3.6. Seja 0x> , então:
[ ] 1lnd xdx x
= (3.14)
Prova. Basta aplicar o teorema 3.3.5, isto é:
[ ] [ ]{
1
1 1ln loglne
d dx xdx dx x e x
= = =
Exemplo Resolvido 3.3.2. Calcule, em cada caso, a função derivada.
(a) ( ) 3logf x senx x= (b) ( ) lnln 1
xg xx
=+
Solução (a). Neste caso usa-se a regra do produto para encontrar a função
derivada, isto é:
( ) [ ] [ ]( ) ( ) [ ]3 3 3' log log logd d df x senx x senx x senx xdx dx dx
= = +
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150
( ) 31' cos logln 3
f x x x senxx
= +
( ) 3' cos logln3
senxf x x xx
= +
Solução (b). Neste outro caso usa-se a regra do quociente para se encontrar a
função derivada, isto é:
( )[ ]( ) ( ) [ ]
( )2ln ln 1 ln ln 1ln'
ln 1 ln 1
d dx x x xd x dx dxg xdx x x
+ − +⎡ ⎤= =⎢ ⎥+⎣ ⎦ +
( )( ) ( )
( ) ( )2 2
1 1 1 1 1ln 1 ln ln ln'
ln 1 ln 1
x x x xx x x x xg x
x x
+ − + −= =
+ +
( )( )2
1'ln 1
g xx x
=+
Usando a notação da regra da cadeia as fórmulas em (3.13) e (3.14)
ficam, respectivamente:
[ ] 1loglnb
d duudx u b dx
= (3.15)
[ ] 1lnd duudx u dx
= (3.16)
Exemplo Resolvido 3.3.3. Ache:
(a) ( )3 2logd x xdx
π⎡ ⎤+ +⎣ ⎦ (b) ( )ln cotd senx gxdx
+⎡ ⎤⎣ ⎦
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151
Solução (a). Pela regra da cadeia tem-se:
( ) ( ) ( )2
3 2 3 23 2 3 2
1 3 2logln10 ln10
d d x xx x x xdx dxx x x x
π ππ π
+⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ + = + + =⎣ ⎦⎣ ⎦ + + + +
Solução (b). Pela regra da cadeia tem-se:
( ) [ ]21 cos cossecln cot cot
cot cotd d x xsenx gx senx gxdx senx gx dx senx gx
−+ = + =⎡ ⎤⎣ ⎦ + +
Exemplo Resolvido 3.3.4. Determine ( )( )
4 2
53
1ln1 2 1
d sen x xdx x x
⎡ ⎤⎛ ⎞+⎢ ⎥⎜ ⎟⎢ ⎥⎜ ⎟+ +⎝ ⎠⎣ ⎦
.
Solução. Se for usada diretamente a fórmula generalizada com a regra da
cadeia, tem-se:
( )( )( )( )
( )( )
4 2 4 2
5 53 34 2
53
1 1 1ln1 2 1 1 2 11
1 2 1
d sen x x d sen x xdx dxx x x xsen x x
x x
⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎡ ⎤+ +⎢ ⎥⎜ ⎟ ⎢ ⎥=⎢ ⎥⎜ ⎟ ⎢ ⎥+ + + ++⎝ ⎠ ⎣ ⎦⎣ ⎦
+ +
Ou seja, a derivada ( )( )
4 2
53
11 2 1
d sen x xdx x x
⎡ ⎤+⎢ ⎥⎢ ⎥+ +⎣ ⎦
é muito trabalhosa, logo
deve ser evitada. Então, usam-se as propriedades dos logaritmos para
simplificar a expressão e facilitar o cálculo da derivada, isto é:
( )( )( ) ( ) ( ) ( )
4 2 1 24 1 3 5253
1ln ln 1 ln 1 2 11 2 1
sen x x senx x x xx x
⎛ ⎞+ ⎡ ⎤⎜ ⎟ ⎡ ⎤= + − + +⎢ ⎥ ⎣ ⎦⎜ ⎟ ⎣ ⎦+ +⎝ ⎠
( ) ( ) ( ) ( )1 24 1 3 52ln ln 1 ln 1 ln 2 1= + + − + − +senx x x x
( ) ( ) ( ) ( )21 14ln ln 1 ln 1 5ln 2 12 3
= + + − + − +senx x x x
Curso de Cálculo I – Capítulo 3
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152
Daí,
( )( )( ) ( )
( ) [ ]
4 22
53
1 1ln 4 ln ln 121 2 1
1 ln 1 5 2 13
d sen x x d dsenx xdx dx dxx x
d dx xdx dx
⎡ ⎤⎛ ⎞+⎢ ⎥⎜ ⎟ ⎡ ⎤= + +⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎢ ⎥⎜ ⎟+ +⎝ ⎠⎣ ⎦
− + − +⎡ ⎤⎣ ⎦
( ) ( ) ( ) ( )21 1 1 1 14 cos 2 1 5 2
2 3 1 2 11= + − −
+ ++dx x
senx x xx
( )21 104cot
3 1 2 11= + − −
+ ++xgx
x xx
Logo se pode concluir que:
( )( ) ( )4 2
5 23
1 1 10ln 4cot3 1 2 111 2 1
d sen x x xgxdx x xxx x
⎡ ⎤⎛ ⎞+⎢ ⎥⎜ ⎟ = + − −⎢ ⎥⎜ ⎟ + +++ +⎝ ⎠⎣ ⎦
Exemplo Resolvido 3.3.5. Determine a função derivada da função
( ) ( ) ( )2 43 2log 2 7
x xg x x x x
+= − + .
Solução. Como neste caso tanto o logaritmando como a base são funções,
então, não existe nenhuma regra para se calcular a derivada da função g
diretamente. Logo, deve-se usar a regra da mudança de base para expressar a
função como uma razão entre dois logaritmos de base constante e depois usar
a regra do quociente para calcular a derivada.
( )( )
( )3 2
2 4
ln 2 7
ln
x x xg x
x x
− +=
+
( )( ) ( ) ( ) ( )
( )
3 2 2 4 3 2 2 4
22 4
ln 2 7 ln ln 2 7 ln'
ln
d dx x x x x x x x x xdx dxg x
x x
⎡ ⎤ ⎡ ⎤− + + − − + +⎣ ⎦ ⎣ ⎦=⎡ ⎤+⎣ ⎦
Curso de Cálculo I – Capítulo 3
Prof. Marcus V. S. Rodrigues
153
( )( ) ( )
( )
2 32 4 3 2
3 2 2 4
22 4
3 4 7 2 3ln ln 2 72 7'
ln
x x x xx x x x xx x x x xg x
x x
− + ++ − − +
− + +=⎡ ⎤+⎣ ⎦
( )
( ) ( ) ( )( )
( )
2 2 4 3 2 2
3 2 3
22 4
3 4 7 ln ln 2 7 2 3
2 7'ln
x x x x x x x x
x x x x xg xx x
− + + − + +−
− + +=⎡ ⎤+⎣ ⎦
Exemplo Resolvido 3.3.6. Calcule ( )( )
223
335
8 2x tg xddx senx x
⎡ ⎤−⎢ ⎥
⎢ ⎥⎢ ⎥−⎣ ⎦
.
Solução. Pela regra do quociente tem-se:
( ) ( ) ( ) ( )
( )
2 3 2 32 3 2 33 5 3 5
2335
8 2 8 2d dx tg x senx x x tg x senx xdx dx
senx x
⎡ ⎤ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎡ ⎤− − − − −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎣ ⎦⎡ ⎤
−⎢ ⎥⎣ ⎦
que é uma expressão muito complicada, então pode-se recorrer a
diferenciação logarítmica.
Neste caso para a simplificação usa-se a diferenciação logarítmica
que consiste em se aplicar o logaritmo em ambos os lados de uma equação
( )y f x= formando uma expressão do tipo ( )ln lny f x= . Em seguida se aplica
as propriedades dos logaritmos para simplifica a expressão ( )ln f x e facilitar
os cálculos das derivadas.
Ou seja,
( )( )
( )( )
2 22 23 3
3 33 35 5
8 2 8 2ln ln
x tg x x tg xy y
senx x senx x
⎡ ⎤− −⎢ ⎥
= ⇒ = ⎢ ⎥⎢ ⎥− −⎣ ⎦
Curso de Cálculo I – Capítulo 3
Prof. Marcus V. S. Rodrigues
154
( ) ( ) ( ) ( )2 3 3 52 3 2 32 3ln ln 8 2 ln ln 8 2 ln3 5
y x tg x senx x x tg x senx x= − − − = − − −
[ ] ( ) ( )2 32 3ln ln 8 2 ln3 5
d d dy x tg x senx xdx dx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= − − −⎣ ⎦ ⎣ ⎦
( ) ( )2 22 3
1 2 1 3 116 2sec 2 cos 33 58 2
dy x x x xy dx x tg x senx x
= − − −− −
( )( )
( )( )
2 2
2 3
2 16 2sec 2 3 cos 3
3 8 2 5
x x x xdy ydx x tg x senx x
⎡ ⎤− −⎢ ⎥= −⎢ ⎥− −⎣ ⎦
( )( )
( )( )
( )( )
222 2 3
2 3 335
8 22 16 2sec 2 3 cos 3
3 8 2 5
x tg xx x x xdydx x tg x senx x senx x
⎡ ⎤⎡ ⎤ −− − ⎢ ⎥⎢ ⎥= − ⎢ ⎥⎢ ⎥− − ⎢ ⎥−⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Exemplo Resolvido 3.3.7. Seja ( )
3 9
3 45 3
cot
3 4
x tgx gxy
x x x
−=
− −, então calcule
dydx
.
Solução. Aplicando o logaritmo natural em ambos os lados da expressão, tem-
se:
( )3 9
3 45 3
cotln ln
3 4
x tgx gxy
x x x
⎡ ⎤−⎢ ⎥= ⎢ ⎥
− −⎢ ⎥⎣ ⎦
( ) ( )3 41 93 5 3ln ln ln cot ln 3 4y x tgx g x x x= + − − − −
( ) ( )5 31 3ln 3ln ln cot ln 3 49 4
y x tgx g x x x= + − − − −
[ ] ( ) ( )5 31 3ln 3ln ln cot ln 3 49 4
d dy x tgx g x x xdx dx
⎡ ⎤= + − − − −⎢ ⎥⎣ ⎦
( ) ( )2 2 4 25 3
1 1 1 1 3 13 sec cossec 15 12 19 cot 4 3 4
dy x x x xy dx x tgx gx x x x
= + + − − −− − −
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155
( )( )( )
4 22 2
5 3
3 15 12 11 3 sec cossec9 cot 4 3 4
x xdy x xy dx x tgx gx x x x
− −+= + −
− − −
( )( )( )
4 22 2
5 3
3 15 12 13 sec cossec9 cot 4 3 4
x xdy x x ydx x tgx gx x x x
⎡ ⎤− −+⎢ ⎥= + −−⎢ ⎥− −⎣ ⎦
( )( )( ) ( )
4 2 32 2 9
3 45 3 5 3
3 15 12 1 cot3 sec cossec9 cot 4 3 4 3 4
x x x tgx gxdy x xdx x tgx gx x x x x x x
⎡ ⎤⎡ ⎤− − −+ ⎢ ⎥⎢ ⎥= + − ⎢ ⎥−⎢ ⎥− − − −⎣ ⎦ ⎢ ⎥⎣ ⎦
Exemplo Resolvido 3.3.8. Ache:
xd xdx
⎡ ⎤⎣ ⎦
Solução. Aplicando em ambos os lados o logaritmo natural tem-se:
ln ln lnx xy x y x x x= ⇒ = =
[ ] [ ]ln lnd dy x xdx dx
=
[ ] [ ]1 ln ln ln 1dy d dx x x x xy dx dx dx
= + = +
( )ln 1dy x ydx
= +
( )ln 1 xdy x xdx
= +
Daí tem-se que:
( )ln 1x xd x x xdx
⎡ ⎤ = +⎣ ⎦
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156
Teorema 3.3.7. Seja 0 1b< ≠ , então:
lnx xd b b bdx
⎡ ⎤ =⎣ ⎦ (3.17)
Prova. Para provar este resultado usa-se a diferenciação implícita; isto é:
logxby b y x= ⇔ =
então:
[ ] [ ] 1log 1 ln lnln
xb
d d dy dyy x y b b bdx dx y b dx dx
= ⇒ = ⇒ = =
Exemplo Resolvido 3.3.9. Ache:
(a) 2⎡ ⎤⎣ ⎦
xddx
(b) 6⎡ ⎤⎣ ⎦
xddx
Solução (a). Como a base é 2, tem-se:
2 2 ln 2⎡ ⎤ =⎣ ⎦x xd
dx
Solução (b). Como a base é 6, tem-se:
6 6 ln 6⎡ ⎤ =⎣ ⎦x xd
dx
Teorema 3.3.8. Se b e= , então:
x xd e edx
⎡ ⎤ =⎣ ⎦ (3.18)
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157
Prova. Usando o resultado do teorema 3.3.7, tem-se:
{1
lnx x xd e e e edx
⎡ ⎤ = =⎣ ⎦
Exemplo Resolvido 3.3.10. Ache a derivada primeira da função dada.
(a) ( ) xp x e senx= (b) ( ) 310xq x x=
Solução (a).
( ) ( ) ( ) [ ]' cosx x x x xd d dp x e senx e senx e senx e senx e xdx dx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= = + = +⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Solução (b).
( ) ( ) ( )3 3 3 2 3' 10 10 10 3 10 10 ln10x x x x xd d dq x x x x x xdx dx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤= = + = +⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Usando a notação da regra da cadeia as fórmulas em (3.17) e (3.18)
ficam, respectivamente:
lnu ud dub b bdx dx
⎡ ⎤ =⎣ ⎦ (3.19)
u ud due edx dx
⎡ ⎤ =⎣ ⎦ (3.20)
Exemplo Resolvido 3.3.11. Ache.
(a) ( )cottgx gxd edx
−⎡ ⎤⎣ ⎦ (b) 2 xd
dx⎡ ⎤⎣ ⎦
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158
Solução (a).
( ) ( ) [ ] ( ) ( )cot cot cot2 2cot sec cossectgx gx tgx gx tgx gxd de e tgx gx x x edx dx
− − −⎡ ⎤ = − = +⎣ ⎦
Solução (b).
1 ln 22 2 ln 2 2 ln 2 2x x x xd d xdx dx x x
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= = =⎣ ⎦⎣ ⎦
Exemplo Resolvido 3.3.12. Resolva ( )cosln 2 3⎡ ⎤−⎣ ⎦senx xd
dx.
Solução. Usando a regra da cadeia:
( )cos coscos
1ln 2 3 2 32 3
⎛ ⎞⎡ ⎤ ⎡ ⎤− = −⎜ ⎟ ⎣ ⎦⎣ ⎦ −⎝ ⎠senx x senx x
senx xd ddx dx
( ) ( )coscos
1 2 3 cos2 3
senx xsenx x
d dsenx xdx dx
⎛ ⎞⎛ ⎞= −⎜ ⎟⎜ ⎟−⎝ ⎠⎝ ⎠
( ) ( )( )coscos
1 2 cos 32 3
senx xsenx x x senx⎛ ⎞= − −⎜ ⎟−⎝ ⎠
Daí pode-se concluir que:
( )cos
coscos
cos 2 3ln 2 32 3
senx xsenx x
senx xd x senxdx
+⎡ ⎤− =⎣ ⎦ −
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159
3.4 Derivada das funções Inversas Trigonométricas e a Regra de L´Hopital
Definição 3.4.1. A função inversa do seno, denotada por arcsenx , está
definida como a inversa da função seno restrita:
, 2 2senx xπ π− ≤ ≤
Em seguida, na figura 3.14, tem-se o gráfico da função =y senx com
a restrição 2 2π π− ≤ ≤x , e o gráfico da sua inversa 1− =y arcsenx .
Figura 3.14
Da figura 3.14 pode-se concluir que:
(1) ( ) [ ]2, 2D senx π π= − e ( ) [ ]Im 1,1senx = −
(2) ( ) [ ]1,1D arcsenx = − e ( ) [ ]Im 2, 2arcsenx π π= −
Devido ao fato das funções y senx= e y arcsenx= serem inversas
tem-se:
para todo [ ] ( )1,1 ,x sen arcsenx x∈ − =
e
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160
para todo [ ] ( )2, 2 ,x arcsen senx xπ π∈ − =
Teorema 3.4.1. Seja 1 1x− ≤ ≤ , então:
[ ]2
1
1
d arcsenxdx x
=−
(3.21)
Prova.
y arcsenx seny x= ⇔ =
[ ] [ ]2 2
1 1 1cos 1cos 1 1
d d dy dyseny x ydx dx dx dx y sen y x
= ⇒ = ⇒ = = =− −
Exemplo Resolvido 3.4.1. Determine:
(a) ( )lnd arcsenxdx
⎡ ⎤⎣ ⎦ (b) 2d x arcsenxdx
⎡ ⎤⎣ ⎦
Solução (a). Pela regra da cadeia tem-se:
( ) [ ]2 2
1 1 1 1ln1 1
d darcsenx arcsenxdx arcsenx dx arctgx x arctgx x
= = =⎡ ⎤⎣ ⎦− −
Solução (b). Usando a regra do produto, então:
[ ]2
2 2 22
21
d d d xx arcsenx x arcsenx x arsenx xarcsenxdx dx dx x
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= + = +⎣ ⎦ ⎣ ⎦ −
Definição 3.4.2. A função inversa da tangente, denotada por arctgx , está
definida como a inversa da função tangente restrita:
, 2 2tgx xπ π− ≤ ≤
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161
Em seguida, na figura 3.15, tem-se o gráfico da função =y tgx com
a restrição 2 2π π− < <x , e o gráfico da sua inversa 1− =y arctgx .
Figura 3.15
Da figura 3.15 pode-se concluir que:
(1) ( ) ( )2, 2D tgx π π= − e ( ) ( )Im ,tgx = −∞ +∞
(2) ( ) ( ),D arctgx = −∞ +∞ e ( ) ( )Im 2, 2arctgx π π= −
Devido ao fato das funções y tgx= e y arctgx= serem inversas tem-
se:
para todo ( ) ( ), ,x tg arctgx x∈ −∞ +∞ =
e
para todo ( ) ( )2, 2 ,x arctg tgx xπ π∈ − =
Teorema 3.4.2. Seja x−∞≤ ≤+∞ , então:
[ ] 21
1d arctgxdx x
=+
(3.22)
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162
Prova.
y arctgx tgy x= ⇔ =
[ ] [ ] 22 2 2
1 1 1sec 1sec 1 1
d d dy dytgy x ydx dx dx dx y tg y x
= ⇒ = ⇒ = = =+ +
Exemplo Resolvido 3.4.2. Determine:
(a) arctgxd edx
⎡ ⎤⎣ ⎦ (b) xd e arctgx
dx−⎡ ⎤
⎣ ⎦
Solução (a). Neste caso, tem-se, pela regra da cadeia:
[ ] 2 21
1 1
arctgxarctgx arctgx arctgxd d ee e arctgx e
dx dx x x⎛ ⎞⎡ ⎤ = = =⎜ ⎟⎣ ⎦ + +⎝ ⎠
Solução (b). Pela regra do produto, tem-se:
( ) ( ) [ ]x x xd d de arctgx e arctgx e arctgxdx dx dx
− − −⎡ ⎤ ⎡ ⎤= +⎣ ⎦ ⎣ ⎦
( )( ) ( ) 21
1x xe arctgx e
x− − ⎛ ⎞= − + ⎜ ⎟+⎝ ⎠
21 ar
1xe ctgx
x− ⎡ ⎤= −⎢ ⎥+⎣ ⎦
Definição 3.4.3. A função inversa da secante, denotada por secarc x , está
definida como a inversa da função secante restrita:
sec , 0 2x x com xπ π≤ ≤ ≠
Em seguida, na figura 3.16, tem-se o gráfico da função sec=y x com
a restrição 0 2π π≤ ≤ ≠x com x , e o gráfico da sua inversa 1 sec− =y arc x .
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163
Figura 3.16
Teorema 3.4.3. Seja 1x≥ ou 1x≤− , então:
[ ]2
1sec1
d arc xdx x x
=−
(3.23)
Prova.
sec secy ar x y x= ⇔ =
[ ] [ ]sec sec 1d d dyy x y tgydx dx dx
= ⇒ =
2 2
1 1 1sec sec sec 1 1
dydx y tgy y y x x
= = =− −
Exemplo Resolvido 3.4.3. Encontre:
(a) secd arc xdx
⎡ ⎤⎣ ⎦ (b) ( )secd tg arx x
dx⎡ ⎤⎣ ⎦
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164
Solução (a). Neste caso, tem-se:
[ ]2
1 1sec secsec 1 sec
d darc x arc xdx dxarc x x x arc x
⎡ ⎤ = =⎣ ⎦ −
Solução (b). Neste caso, tem-se:
( ) ( ) [ ] ( )2 22
1sec sec sec sec sec sec1
d dtg arc x arc x arc x arc xdx dx x x
= =⎡ ⎤⎣ ⎦−
Como
( ) ( )2
2 2sec sec sec secx
arc x arc x x⎡ ⎤⎢ ⎥= =⎢ ⎥⎣ ⎦1442443
então:
( ) 22 2
1sec1 1
xd tg arc x xdx x x x
= =⎡ ⎤⎣ ⎦− −
Fórmulas de derivação
(1) [ ]2
1
1
d duarcsenudx dxu
=−
(2) [ ]2
1arccos1
d duudx dxu
−=
−
(3) [ ] 21
1d duarctgudx dxu
=+
(4) [ ] 21
1d duarcotgudx dxu
−=
+
(5) [ ]2
1sec1
d duarc udx dxu u
=−
(6) [ ]2
1cossec1
d duar udx dxu u
−=
−
Exemplo Resolvido 3.4.4. Calcule:
(a) ( )sec 2xd arcdx
⎡ ⎤⎣ ⎦ (b) 3d arcsen x
dx⎡ ⎤⎣ ⎦
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165
Solução (a).
( )( )
( )2 2 2
1 1 ln 2sec 2 2 2 ln 22 2 1 2 12 2 1
x x xx x xx x
d darcdx dx
⎡ ⎤ ⎡ ⎤= = =⎣ ⎦⎣ ⎦ − −−
Solução (b).
( ) [ ]2
33 22
331
d d d arcsen xarcsen x arcsenx arcsen x arcsenxdx dx dx x
⎡ ⎤⎡ ⎤ = = =⎣ ⎦ ⎣ ⎦ −
Teorema 3.4.4 (Regra de L’Hopital para a forma 0 0 ). Suponha que lim
representa um dos limites limx p→
, limx p−→
, limx p+→
, limx→−∞
ou limx→+∞
, e que
( )lim 0f x = e ( )lim 0g x = . Se ( )( )'
lim'
f xg x
⎡ ⎤⎢ ⎥⎣ ⎦
tem um valor finito L , ou se este
limite for +∞ ou −∞ , então:
( )( )
( )( )'
lim lim'
f x f xg x g x
= (3.24)
Exemplo Resolvido 3.4.5. Ache os limites.
(a) 0
cos 1limx
xsenx→
− (b)
0
2lim1 xx
xe→ −
Solução (a).
[ ]
[ ]( )
0 0 0 0
cos 1cos 1lim lim lim lim 0cosx x x x
d xx senxdx tgxdsenx xsenxdx
→ → → →
−− −= = = − =
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166
Solução (b).
[ ]( ) 0
0 0 0 0
22 2lim lim lim lim 2 2 21 1
xx xx x x xx
d xx dx e ede eedx
−
→ → → →= = = − =− =−
− −⎡ ⎤−⎣ ⎦
Exemplo Resolvido 3.4.6. Ache ( )
4
1lim4x
tgxsen xπ
→
−.
Solução. Como o limite é uma forma indeterminada 0 0 , então, aplica-se
L´Hopital.
( )[ ]
( ) ( ) ( )
2
24
4 4 44
lim sec11 seclim lim lim
4 4cos 4 lim 4cos 44
x
x x xx
xd tgxtgx xdxdsen x x xsen xdx
π
π π ππ
→
→ → →→
⎡ ⎤⎣ ⎦−−= = =
⎡ ⎤⎣ ⎦⎡ ⎤⎣ ⎦
( )
2 1sec14 2
4cos 4 8
π
π
⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠= = =−
−
Exemplo Resolvido 3.4.7. Calcule o limite 5
41
2 1lim1x
x xx→
− +−
.
Solução. Pode-se resolver este limite por fatoração do quociente, mas como
esta fatoração é muito complicada, usa-se a regra de L´Hopital.
55 5 4
4 31 1 14
1 1 12 1 12 1 15 5lim lim lim4 51 41x x x
d x x xx x xdxdx xxdx
→ → →
−⎡ ⎤− + −⎣ ⎦− += = = =−
− ⎡ ⎤−⎣ ⎦
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167
Teorema 3.4.5 (Regra de L’Hopital para a forma ∞ ∞ ). Suponha que lim
representa um dos limites limx p→
, limx p−→
, limx p+→
, limx→−∞
ou limx→+∞
, e que
( )lim f x =∞ e ( )lim g x =∞ . Se ( )( )'
lim'
f xg x
⎡ ⎤⎢ ⎥⎣ ⎦
tem um valor finito L , ou se este
limite for +∞ ou −∞ , então:
( )( )
( )( )'
lim lim'
f x f xg x g x
= (3.25)
Exemplo Resolvido 3.4.8. Calcule os limites.
(a) 1lim
x
x
ex→+∞
− (b)
2lim xx
x xe→+∞
−
Solução (a).
[ ]( )
11lim lim limx
xx
x x x
d ee dx edx xdx
→+∞ →+∞ →+∞
⎡ ⎤−⎣ ⎦−= = =+∞
Se o limite ( )( )'
lim'
f xg x
também for uma forma indeterminada 0 0 ou
∞ ∞ , então, pode-se aplicar novamente a regra de L’Hopital,
( )( )
( )( )
' ''lim lim
' ''f x f xg x g x
=
e se for necessário,
( )( )
( )( )
( )( )
( ) ( )( ) ( )
' '' '''lim lim lim ... lim ...
' '' '''
n
n
f x f x f x f xg x g x g x g x
= = = = =
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168
Solução (b).
[ ]22 2 12 1 2lim lim lim lim lim 0x x xx x x x xx x
d dx x xx x xdx dxd de e ee edx dx
→+∞ →+∞ →+∞ →+∞ →+∞
⎡ ⎤− −⎣ ⎦− −= = = = =
⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Para resolver limites do tipo
( ) ( )lim g x
x pf x
→ (3.26)
primeiramente, considere a expressão
( ) ( )g xy f x= (3.27)
Aplicando o logaritmo natural em ambos os lados, obtem-se:
( ) ( ) ( ) ( )ln ln ln lng xy f x y g x f x⎡ ⎤= ⇒ = ⎡ ⎤⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦
( ) ( ) ( ) ( )ln lnln g x f x g x f xye e y e⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦= ⇒ =
então:
( ) ( ) ( ) ( )lnlim limg x g x f x
x p x pf x e ⎡ ⎤⎣ ⎦
→ →=
e como a função exponencial é contínua, logo:
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ){ }lim lnlnlim lim x p
g x f xg x g x f x
x p x pf x e e →
⎡ ⎤⎣ ⎦⎡ ⎤⎣ ⎦→ →
= = (3.28)
Exemplo Resolvido 3.4.9. Prove.
(a) ( )0
lim 1x
xx
+→= (b) ( )1
0lim 1 x
xx e
→+ =
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169
Solução (a). Como lnx x xx e= , então:
( ) ( ) ( )ln
0 0 0lim lim exp lim lnx x x
x x xx e x x
+ + +→ → →
⎛ ⎞= = ⎜ ⎟⎝ ⎠
( ) ( )0 0
lnlim ln lim 1x x
xx x
x+ +→ →
= ∞ ∞Forma Indeterminada
[ ]( )
0 0 0 02
1lnlnlim lim lim lim 01 11x x x x
d xx dx x xd
x xdx x+ + + +→ → → →
= = = − =⎡ ⎤ −⎢ ⎥⎣ ⎦
Daí,
( ) 0
0lim 1x
xx e
+→= =
Solução (b). Como ( ) ( ) ( )1 1 ln 11 x x xx e ++ = , então:
( ) ( ) ( ) ( )1 1 ln 1
0 0 0
ln 1lim 1 lim exp limx x x
x x x
xx e
x+
→ → →
+⎛ ⎞+ = = ⎜ ⎟
⎝ ⎠
( ) ( )0
ln 1lim 0 0
x
xx+→
+Forma Indeterminada
( ) ( )
[ ]0 0 0 0
1ln 1ln 1 11lim lim lim lim 11 1x x x x
d xx dx xdx xxdx
+ + + +→ → → →
+⎡ ⎤⎣ ⎦+ += = = =+
Daí,
( )1 1
0lim 1 x
xx e e
→+ = =
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170
Exercícios Propostos (Capítulo 3)
01) A derivada primeira de ( )ln x xy e e−= − é dada por:
a) 1
x xe e−+ b)
1x xe e−−
c) 1
x xe e−−
+
d) x x
x xe ee e
−
−−+
e) x x
x xe ee e
−
−+−
02) A função derivada ( )'g x da função ( )2
21ln1
xg xx
⎛ ⎞−= ⎜ ⎟
+⎝ ⎠ é dada por:
a) 4 1x
x − b) 4
21
xx−
c) 44
1xx−
d) 44
1x
x − e) n.d.a.
03) Qual é a derivada 'y da função ( )2ln 1y x x= + − ?
a) 2 1
x
x − b)
21
x
x− c)
2
1
1x −
d) 2
1
1x−
− e)
2
1
1 x−
−
04) Qual a derivada da função 1ln1
senxysenx
−=
+?
a) sec x− b) tgx− c) cossec x−
d) cos x− e) senx−
Curso de Cálculo I – Capítulo 3
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171
05) Seja ( ) ( )xf x arctg e−= , então, a função ( )'f x é dada por:
a) 21
x
xee
−
−+ b) 21
x
xee
−
−− c) 21
x
xee
−
−−−
d) 2
21
x
xe
e
−
−+ e) 21
x
xee
−
−−+
06) Qual é a função ( )'g x para ( ) ( )1g x arcsen x= − ?
a) 11x x−
b) 1
2 1x x−
− c)
12 1x x−
d) 21
xx
−−
e) 1
xx
−−
07) A função derivada segunda de ( ) tgxH x e= é dada por:
a) ( )4sec 2 1tgxx e tgx⋅ + b) ( )2sec 2 1tgxx e tgx⋅ +
c) ( )2 2sec 2 sectgxx e tgx x⋅ + d) ( )2 4sec 2 sectgxx e tgx x⋅ +
e) ( )4 2sec 2 sectgxx e tgx x⋅ +
08) A função ( )''f x , derivada segunda da função ( ) ( )log 1f x senx= + , é dada
por:
a) ( )
11 ln10senx
−+
b) ( )
11 cos ln10x+
c) ( )
11 cos ln10x
−+
d) ( )
11 ln10senx
−−
e) ( )
11 ln10senx+
09) A equação da reta normal ao gráfico de 2 2x xy e e−= − em 0x= é dada por:
a) 14
x− b) 12
x− c) 1 12 4
x− −
d) 1 14 4
x− + e) 1 12 2
x− −
Curso de Cálculo I – Capítulo 3
Prof. Marcus V. S. Rodrigues
172
10) A curva de equação 2 4 25y x x= − é chamada kampyle de Eudoxus. Qual
é a equação da reta tangente a esta curva no ponto ( )1,2 ?
a) 1 52 2
y x= + b) 1 52 2
y x=− + c) 9 52 2
y x= −
d) 9 52 2
y x=− − e) 52
y x=
11) Seja a equação 2 2 2y senx x tgy π+ = , então, dydx
é dado por:
a) 2
2 22
2 cosy senx xtgyy x x tg y
+−
+ b)
2
2 2cos 2 cot
2y x x gy
ysenx x tg y−−
c) 2
2 2cos 2
2 cos secy x xtgyy x x y
−−
d) 2
2 22 cot
2 cossecy senx x gyysenx x y
−+
e) 2
2 2cos 2
2 secy x xtgyysenx x y
+−
+
12) Seja a equação cosxye y senx− − = , então, dydx
é dado por:
a) cos
xy
xysenx ye
y xe
−
−+−
b) cos xy
xyx ye
seny xe
−
−+−
c) cos
xy
xyxe senyye x
−
−−+
d) cosxy
xyxe xye seny
−
−+−
e) cos
xy
xyseny yexe x
−
−−−
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173
13) O raio r e a altura h de um cilindro circular reto estão variando de modo a
manter constante o volume V . Num determinado instante 3h cm= e 1r cm= ,
e neste instante a altura está variando a uma taxa de 0 6, cm s . A que taxa
está variando o raio neste instante?
a) 0 1, cm s− b) 0 2, cm s− c) 0 5, cm s
d) 0 2, cm s e) 0 1, cm s
14) Despeja-se areia sobre um monte em forma de cone à taxa constante de 31 44, m min . As forças de atrito na areia são tais que a altura do monte é
sempre igual ao diâmetro de sua base. Com que velocidade a altura do monte
aumenta quando ele tem 0,6 m de altura?
a) 4 m minπ
b) 16 m minπ
c) 2 m minπ
d) 1 m minπ
e) 8 m minπ
15) Um garoto anda ao longo de uma calçada reta a uma velocidade de 4 ft s
(pés por segundo). Um holofote localizado no chão a 20 ft do caminho focaliza
o garoto. A que taxa o holofote está girando quando o garoto está à 15 ft do
ponto do caminho mais próximo da luz?
a) 16125
rad s b) 8
125rad s c)
1625
rad s
d) 32
125rad s e)
3225
rad s
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174
16) Está sendo bombeado ar para dentro de um balão esférico, e seu volume
cresce a uma taxa de 3100 cm s . Quão rápido o raio do balão está crescendo
quando o diâmetro é 50 cm ?
a) 1
5cm s
π b)
25
cm sπ
c) 1
25cm s
π
d) 2
25cm s
π e)
425
cm sπ
17) Qual o valor do limite 1
lnlim1x
xx→ −
?
a) e b) 1− c) 2e d) 1 e) 1e−
18) O valor de ( )
( )0
coslim
2
x
x
e xsen x
π π→
− é dado por:
a) 2π
− b) π− c) 1− d) 2π
e) 1
19) Qual o valor de 32lim 1
x
x x→+∞
⎛ ⎞+⎜ ⎟⎝ ⎠
?
a) e b) 2e c) 31e
d) 41e
e) 6e
20) O valor do limite ( )10
lim 1 x
xsenx
→+ é:
a) 0 b) e c) 1e
d) 2e e) 1
Curso de Cálculo I – Capítulo 4
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175
CAPÍTULO 4 – APLICAÇÕES DA DERIVADA
4.1 Crescimento, decrescimento e concavidade
Neste módulo usam-se métodos do cálculo diferencial para analisar
as funções e seus gráficos, identificando intervalos em que o gráfico da função
seja crescente ou decrescente, identificando onde ocorrem seus pontos mais
altos e mais baixos, de que forma os gráficos se inclinam e qual o
comportamento-limite em pontos específicos.
Inicialmente deve-se entender que os termos crescente, decrescente
e constante são usados para descrever o comportamento do gráfico de uma
função em um intervalo, à medida que este é percorrido da esquerda para a
direita. Por exemplo, a função descrita na figura 4.1, pode ser descrita como
crescente nos intervalos ( )0 1,x x e ( )2 3,x x , decrescente no intervalo ( )1 2,x x e
constante no intervalo ( )3 4,x x .
Figura 4.1
Curso de Cálculo I – Capítulo 4
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176
Definição 4.1.1. Seja f uma função definida em um intervalo e sejam 1x e 2x
pontos deste intervalo, então:
(a) f é crescente no intervalo se ( ) ( )1 2f x f x< para 1 2x x< .
(b) f é decrescente no intervalo se ( ) ( )1 2f x f x> para 1 2x x< .
(c) f é constante no intervalo se ( ) ( )1 2f x f x= para todo 1x e 2x .
Figura 4.2
De acordo com a figura 4.3 se uma função diferenciável f tem o
gráfico crescente em algum intervalo aberto, então, pode-se chegar à
conclusão de que qualquer reta tangente ao gráfico de f tem uma inclinação
positiva, isto é, ' 0f > . De modo análogo, se f diferenciável tem um gráfico
decrescente em algum intervalo aberto, então, ' 0f < e se f diferenciável for
constante em algum intervalo aberto, então, ' 0f = .
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177
Figura 4.3
Teorema 4.1.1. Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [ ],a b e
diferenciável no intervalo aberto ( ),a b .
(a) Se ( )' 0f x > para todo ( ),x a b∈ , então f é crescente em [ ],a b .
(b) Se ( )' 0f x < para todo ( ),x a b∈ , então f é decrescente em [ ],a b .
(c) Se ( )' 0f x = para todo ( ),x a b∈ , então f é constante em [ ],a b .
Exemplo Resolvido 4.1.1. Ache os intervalos abertos nos quais as funções
sejam crescentes ou decrescentes.
(a) ( ) 2 8 1f x x x= − + (b) ( ) 3 22 3f x x x= +
Solução (a). Para saber os intervalos de crescimento e decrescimento, deve-se
analisar o sinal da derivada primeira. A derivada primeira da função é dada por:
( )' 2 8f x x= −
A distribuição de sinal da função 'f é dada por:
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178
Logo pode-se concluir que:
f é decrescente em ( ),4−∞
f é crescente em ( )4,+∞
Solução (b). Para saber os intervalos de crescimento e decrescimento, deve-se
analisar o sinal da derivada primeira. A derivada primeira é dada por:
( ) 26 6f x x x= +
A distribuição de sinal da função 'f é dada por:
Logo, pode-se concluir que:
f é decrescente em ( )1,0−
f é crescente em ( ) ( ), 1 0,−∞ − ∪ +∞
Exemplo Resolvido 4.1.2. Seja ( ) xg x xe= , então, ache intervalos abertos no
qual a função seja crescente ou decrescente.
Solução. Para encontra intervalos abertos deve-se estudar o sinal da derivada
primeira.
( ) ( )' 1 xg x x e= +
Como 0xe > para todo x R∈ , então, a distribuição de sinal da
derivada é igual ao da expressão 1x + , que é dada por:
Logo, g é decrescente em ( ), 1−∞ − e g é crescente em ( )1,− +∞ .
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179
Exemplo Resolvido 4.1.3. Seja a função ( ) 3 35 2h x x x= + , então, estude o
sinal de sua derivada primeira e encontre intervalos de crescimento e
decrescimento.
Solução. Para facilitar o calculo de sua derivada, pode-se escrever a função da
seguinte forma:
( ) 5 3 2 3h x x x= +
A função derivada é dada por:
( ) 32 3 1 3 23
5 2 5 2'3 3 3 3
h x x x xx
−= + = +
Para estudar o sinal da função 'h , pode-se escrever esta função
como um quociente, da seguinte forma:
( ) 35 2'3xh x
x+
=
de onde se pode concluir que a distribuição de sinal é dada por:
Daí tem-se:
h é crescente em ( )2, 0,5
⎛ ⎞−∞ − ∪ +∞⎜ ⎟⎝ ⎠
e
h é decrescente em 2 ,05
⎛ ⎞−⎜ ⎟⎝ ⎠
Definição 4.1.2. Se f for diferenciável em um intervalo aberto I , então o
gráfico de f é classificado como sendo convexo se 'f for crescente em I , e
côncavo se 'f for decrescente em I .
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180
Figura 4.4
Como o crescimento e decrescimento de uma função são
determinados pelo sinal da função derivada. Logo, pode-se concluir que 'f é
crescente se '' 0f > , e, analogamente, 'f é decrescente se '' 0f < , o que é
confirmado pelo teorema 4.1.2.
Teorema 4.1.2. Seja f duas vezes diferenciável em um intervalo aberto I ,
então:
(a) Se ( )'' 0f x > em I , então f tem o gráfico convexo em I .
(b) Se ( )'' 0f x < em I , então f tem o gráfico côncavo em I .
Definição 4.1.3. Uma função f é dita convexa ou côncava em um intervalo
I , quando o gráfico de f é convexo ou côncavo em I , respectivamente.
Exemplo Resolvido 4.1.4. Encontre intervalos abertos no qual a função tenha
o gráfico convexo e côncavo.
(a) ( ) 3 23q x x x= − (b) ( ) ( )2ln 1p x x= +
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181
Solução (a). Para encontrar os intervalos no qual o gráfico da função seja
convexo e côncavo, deve-se estudar o sinal da derivada segunda.
As derivadas, primeira e segunda, são dadas, respectivamente, por:
( ) 2' 3 6q x x x= −
e
( )'' 6 6q x x= −
A distribuição de sinais da 2ª derivada é dada por:
Daí, q é côncava em ( ),1−∞ e q é convexa em ( )1,+∞ .
Solução (b). Para encontrar os intervalos no qual o gráfico da função seja
convexo e côncavo, deve-se estudar o sinal da derivada segunda.
As derivadas, primeira e segunda, são dadas, respectivamente, por:
( ) 22'
1xp xx
=+
e
( )( )
( )
2
22
2 1''
1
xp x
x
−=
+
Como a expressão ( )221 0x+ > , a distribuição de sinais da 2ª
derivada é dada pela distribuição de sinais da expressão ( )22 1 x− , que é dado
por:
Daí, p é côncava em ( ) ( ), 1 1,−∞ − ∪ +∞ e p é convexa em ( )1,1− .
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182
Definição 4.1.4. Se f for contínua em um intervalo aberto contendo 0x e se o
gráfico de f muda de convexo para côncavo, e vise-versa, em 0x , diz-se,
então, que f tem um ponto de inflexão em 0x e chama-se o par ( )( )0 0,x f x
do gráfico de f um ponto de inflexão de f .
Figura 4.5
Exemplo Resolvido 4.1.5. Considere a função ( ) 21
4F x
x=
+, então, verifique
se a função apresenta pontos de inflexão.
Solução. Tem-se que a função é definida para todo x R∈ . As derivadas
primeira e segunda são dadas, respectivamente por:
( )( )22
2'4
xF xx
−=
+
e
( )( )
2
32
6 8''4
xF xx
−=
+
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183
Os pontos de inflexão são encontrados através do estudo do sinal da
função ''F . Como a expressão ( )324 0x+ > , então o sinal de ''F é igual ao
sinal da expressão 26 8x − , que é dado por:
Como ocorre a mudança de sinal de ''F em 2 3
3x=− e em
2 33
x= , tem-se que a função F apresenta os seguintes pontos de inflexão:
2 3 3,3 16
⎛ ⎞−⎜ ⎟⎝ ⎠
e 2 3 3,
3 16⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠
Exemplo Resolvido 4.1.6. Seja a função ( )2−= xh x e , então, determine
intervalos abertos nos quais:
(a) h é crescente e decrescente.
(b) h é côncava para cima e côncava para baixo.
Solução (a). A função derivada primeira é dada por:
( )2
' 2 −=− xh x xe
Devido ao fato de 2
0xe− > e, então o sinal da função 'h é igual ao
sinal da expressão 2x− , que é dado por:
Daí tem-se que a função h é crescente no intervalo ( ),0−∞ e é
decrescente no intervalo ( )0,+∞ .
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184
Solução (b). A função derivada segunda é dada por:
( ) ( ) 22'' 4 2 xh x x e−= −
Devido ao fato de 2
0xe− > e, então o sinal da função ''h é igual ao
sinal da expressão 24 2x − , que é dado por:
Daí a função h é côncava no intervalo 1 1,2 2
⎛ ⎞−⎜ ⎟⎝ ⎠
e convexa no
intervalo 1 1, ,2 2
⎛ ⎞ ⎛ ⎞−∞ − ∪ +∞⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠
.
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185
4.2 Extremos relativos
Definição 4.2.1. Uma função f se diz ter um máximo relativo em 0x se
houver um intervalo aberto contendo 0x , no qual ( )0f x é o maior valor, isto é,
( ) ( )0f x f x≥ para todo x no intervalo. Analogamente, se diz que f tem um
mínimo relativo em 0x se houver um intervalo aberto contendo 0x , no qual
( )0f x é o menor valor, isto é, ( ) ( )0f x f x≤ para todo x no intervalo. Quando
f tiver um máximo ou um mínimo relativo em 0x , se diz que f tem um
extremo relativo em 0x .
Figura 4.6
Curso de Cálculo I – Capítulo 4
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186
Os gráficos (a) e (b) da figura 4.6 apresentam um máximo relativo
em 0x , porém, em (a), como é um ponto de pico, tem-se que ( )0'f x∃ e em (b)
tem-se que ( )0' 0f x = . De modo análogo, os gráficos (c) e (d) da figura 4.6
apresentam um mínimo relativo em 0x , porém, em (c), como é um ponto de
pico, tem-se que ( )0'f x∃ e em (d) tem-se que ( )0' 0f x = .
Teorema 4.2.1. Se uma função f tiver extremos relativos, então eles ocorrem
ou em pontos onde ( )' 0f x = ou em pontos de não-diferenciabilidade.
Os pontos onde a derivada primeira é nula, ou seja, ( )' 0f x = , e os
pontos onde não existe a derivada primeira, são chamados de pontos críticos
de f . Os pontos no quais ( )' 0f x = podem, ainda, ser chamados de pontos
críticos estacionários.
Corolário 4.2.1.1. Os extremos relativos de uma função se houver, ocorrem
em pontos críticos.
O teorema 4.2.1 diz que se uma função tiver extremos relativos eles
precisam ocorrer em pontos críticos e não que se ela tiver pontos críticos, estes
são extremos relativos. Então, todo extremo relativo é ponto crítico e não o
contrário.
Teorema 4.2.2 (Teste da Derivada Primeira). Suponha f contínua em um
ponto crítico 0x .
(a) Se ( )' 0f x > em um intervalo aberto ampliando-se à esquerda de 0x e
( )' 0f x < em um intervalo aberto ampliando-se a direita de 0x , então f tem
um máximo relativo em 0x .
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187
(b) Se ( )' 0f x < em um intervalo aberto ampliando-se à esquerda de 0x e
( )' 0f x > em um intervalo aberto ampliando-se a direita de 0x , então f tem
um mínimo relativo em 0x .
(c) Se ( )'f x tiver o mesmo sinal em um intervalo aberto ampliando-se à
esquerda de 0x e, em um intervalo aberto ampliando-se a direita de 0x , então
f não tem extremos relativos em 0x .
Exemplo Resolvido 4.2.1. Encontre os extremos relativos.
(a) ( ) 2 2 3= − −p x x x (b) ( ) 3 23 9 11= − − +q x x x x
Solução (a). A derivada primeira é dada por:
( )' 2 2p x x= −
Como a função é polinomial, então, não há pontos de não
diferenciabilidade. Logo os pontos críticos são encontrados resolvendo a
equação ( )' 0p x = . Isto é, resolvendo:
2 2 0x − =
tem-se 1x= . Então a função p apresenta um ponto crítico estacionário em
1x= .
A distribuição de sinais da função derivada é dada por:
Aplicando o teste da derivada primeira, tem-se que, como o sinal da
derivada primeira muda de negativo para positivo em 1x= , a função p
apresenta um mínimo relativo em 1x= . Ou seja, a função apresenta um valor
mínimo dado por ( )1 4p = .
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188
Solução (b). A derivada primeira é dada por:
( ) 2' 3 6 9q x x x= − −
Como a função é polinomial, então, não há pontos de não
diferenciabilidade. Logo os pontos críticos são encontrados resolvendo a
equação ( )' 0q x = . Isto é, resolvendo:
23 6 9 0x x− − =
tem-se 1 1x =− e 2 3x = . Então a função q apresenta pontos críticos
estacionários em 1 1x =− e 2 3x = .
A distribuição de sinais da função derivada é dada por:
O sinal da derivada primeira muda de positivo para negativo em
1 1x =− , logo a função q apresenta um máximo relativo em 1 1x =− , dado por
( )1 16q − = . Analogamente, como o sinal da derivada primeira muda de
negativo para positivo em 2 3x = , então q tem um mínimo relativo em 2 3x = ,
dado por ( )3 16q =− .
Exemplo Resolvido 4.2.2. Encontre os pontos críticos da função
( ) 4 34 1f x x x= + − e classifique-os em máximo relativo, mínimo relativo ou
nenhum dos dois.
Solução. Como a função é polinomial, então os pontos críticos são dados pelos
zeros da derivada primeira. Isto é deve-se resolver a equação ( )' 0f x = .
Tem-se que a derivada primeira é dada por:
( ) 3 2' 4 12f x x x= +
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189
Resolvendo a equação ( )' 0f x = , então:
3 24 12 0x x+ =
que pode ser simplificada para a forma:
( )24 3 0x x + =
As raízes desta equação são 1 0x = , com multiplicidade dois, e
2 3x =− . Como 24 0x > , então, a distribuição de sinais da derivada primeira é
igual ao da expressão 3x + que é dado por:
Como o sinal de 'f muda de negativo para positivo em 3x=− , tem-
se que f apresenta um mínimo relativo em 3x=− que é dado por
( )3 28f − =− . Em 0x= não ocorre uma mudança de sinal, logo, pode-se
concluir que a função f não apresenta extremo relativo neste ponto.
Exemplo Resolvido 4.2.3. Seja a função ( ) 3 4312 3g x x x= − , então,
determine os pontos críticos e classifique-os em máximo relativo, mínimo
relativo ou nenhum dos dois.
Solução. Inicialmente, encontram-se os pontos críticos. A função pode ser
escrita da forma:
( ) 1 3 4 312 3g x x x= −
cuja derivada é dada por:
( ) ( )2 3 1 32 3
4 1' 4 4
xg x x x
x− −
= − =
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190
A função g apresenta dois pontos críticos; em 1x= , um ponto
crítico estacionário, pois ( )' 1 0g = , e em 0x= , um ponto crítico de não
diferenciabilidade, pois ( )' 0g∃ .
A distribuição de sinal da função 'g é dada por:
Como o sinal de 'g muda de positivo para negativo em 1x= , então
g apresenta máximo relativo em neste ponto, dado por ( )1 9g = . Em 0x=
como o sinal de 'g não muda, então não há extremos relativo neste ponto.
Figura 4.7
Se a função apresenta um mínimo relativo em um ponto crítico
estacionário 0x , então o gráfico da função é convexo, como mostrado na figura
4.7 (a), então, pode-se concluir que em um intervalo aberto contendo 0x , tem-
se ( )'' 0f x < e conseqüente ( )0'' 0f x < .
Curso de Cálculo I – Capítulo 4
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191
Analogamente, se a função apresenta um máximo relativo em um
ponto crítico estacionário 0x , então o gráfico da função é côncavo, como
mostrado na figura 4.7 (b), então, pode-se concluir que em um intervalo aberto
contendo 0x , tem-se ( )'' 0f x > e conseqüente ( )0'' 0f x > .
Da análise da figura 4.7 pode-se concluir que para determinar se um
ponto crítico estacionário é um extremo relativo, basta analisar o sinal da
derivada segunda neste ponto, como mostra o teorema 4.2.2.
Teorema 4.2.2 (Teste da Derivada Segunda). Suponha que f seja duas
vezes diferenciável em um ponto crítico estacionário 0x .
(a) Se ( )0'' 0f x > , então f tem em 0x um mínimo relativo.
(b) Se ( )0'' 0f x < , então f tem em 0x um máximo relativo.
(c) Se ( )0'' 0f x = , então o teste é inconclusivo.
O que o teorema 4.2.2 parte (c) afirma é que se ( )0'' 0f x = , então, o
ponto 0x pode ser um máximo relativo, mínimo relativo ou nenhum dos dois.
Se ocorrer este caso deve-se, então, utilizar o teorema 4.2.1 para determinar
se o ponto é ou não um extremo relativo.
Exemplo Resolvido 4.2.4. Seja a função ( )22 xh x x e−= , então, encontre os
pontos críticos e classifique-os.
Solução. A função derivada primeira é dada por:
( ) ( ) 23' 2 2 xh x x x e−= −
Resolvendo a equação
( ) ( ) 22' 2 1 0xh x x x e−= − =
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192
obtem-se as seguintes soluções: 1 1x =− , 2 0x = e 3 1x = , que são os pontos
críticos da função h .
A função derivada segunda é dada por:
( ) ( ) 24 2'' 4 12 2 xh x x x e−= − +
Aplicando o teste da derivada,
i) para 1x=− , tem-se ( ) 6'' 1 0he
− =− < . Daí pode-se concluir que h tem um
máximo relativo em 1x=− , dado por ( ) 11he
− = .
ii) para 0x= , tem-se ( )'' 0 2 0h = > . Daí pode-se concluir que h tem um mínimo
relativo em 0x= , dado por ( )0 0h = .
iii) para 1x= , tem-se ( ) 6'' 1 0he
=− < . Daí pode-se concluir que h tem um
máximo relativo em 1x= , dado por ( ) 11he
= .
Exemplo Resolvido 4.2.5. Encontre os extremos relativos para a função
:g R R→ dada por ( ) 4 21 1 14 2 4
g x x x= − + .
Solução. A derivada primeira é dada por:
( ) 3'g x x x= −
Resolvendo a equação:
( ) 3' 0g x x x= − =
obtem-se a seguintes soluções: 1 1x =− , 2 0x = e 3 1x = , que são os pontos
críticos da função g .
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193
A derivada segunda é dada por:
( ) 2'' 3 1g x x= −
Agora, aplica-se o teste da derivada segunda nos pontos críticos,
i) para 1x=− , tem-se ( )'' 1 2 0g − = > . Daí pode-se concluir que g tem um
mínimo relativo em 1x=− , dado por ( )1 0g − = .
ii) para 0x= , tem-se ( )'' 0 1 0g =− < . Daí pode-se concluir que g tem um
máximo relativo em 0x= , dado por ( )0 0g = .
iii) para 1x= , tem-se ( )'' 1 2 0g = > . Daí pode-se concluir que g tem um mínimo
relativo em 1x= , dado por ( )1 0g = .
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194
4.3 Extremos absolutos e gráficos
Definição 4.3.1. Diz-se que uma função f tem um máximo absoluto em 0x
de um intervalo I , se ( )0f x for o maior valor de f em I ; isto é,
( ) ( )0f x f x≥ para todo x em I . Analogamente, se diz que uma função f tem
um mínimo absoluto em 0x de um intervalo I , se ( )0f x for o menor valor de
f em I ; isto é, ( ) ( )0f x f x≤ para todo x em I . Se f tiver em 0x qualquer
um dos dois, máximo absoluto ou mínimo absoluto, diz-se que f tem em
0x I∈ um extremo absoluto.
Teorema 4.3.1 (Teorema do Valor Extremo ou Teorema de Weierstrass).
Se uma função f for contínua em um intervalo fechado finito [ ],a b , então f
tem ambos um máximo e um mínimo absolutos em [ ],a b .
Exemplo Resolvido 4.3.1. Seja a função [ ]: 1,3f R→ dada por ( ) 3 4f x x= − ,
então, determine os extremos absolutos.
Solução. A função é polinomial, então, ela obedece às hipóteses do teorema
4.3.1. Daí pode-se concluir que há um máximo e um mínimo absolutos em
[ ]1,3 .
A função f é estritamente crescente, pois, ( ) 2' 3 0f x x= ≥ . Logo, os
extremos absolutos devem ocorrer nos extremos do intervalo [ ]1,3 . Então,
calculando as imagens dos extremos tem-se:
( )1 3f =−
e
( )3 23f =
Curso de Cálculo I – Capítulo 4
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195
Daí pode-se concluir que f assume um mínimo absoluto em 1x= ,
dado por ( )1 3f =− , e assume um máximo absoluto em 1x= , dado
por ( )3 23f = .
Pode-se confirmar este resultado através do gráfico da função
apresentado na figura 4.8. Isto é para este domínio fechado [ ]1,3 , a imagem é
o intervalo fechado [ ]3,23− .
Figura 4.8
Teorema 4.3.2. Se f tiver um extremo absoluto em um intervalo aberto ( ),a b ,
então ele precisa ocorrer em um ponto crítico de f .
Exemplo Resolvido 4.3.2. Encontre os extremos absolutos da função
( ) 3 23 1g x x x= − + no intervalo [ ]2,5− .
Solução. Inicialmente deve-se verificar se neste intervalo há extremos relativos.
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196
( ) 2' 3 6g x x x= −
Resolvendo
23 6 0x x− =
obtém-se os pontos críticos, 0x= e 2x= .
Agora se estuda o sinal da função 'g para classificar os pontos
críticos.
Então, pode-se concluir que a função g assume um valor máximo
relativo em 0x= e um valor mínimo relativo em 2x= . Agora como a função é
crescente em [ ] [ ]2,0 2,5− ∪ e decrescente em [ ]0,2 , determinam-se as
imagens dos extremos do intervalo, além dos pontos críticos.
Tem-se que ( )2 19g − =− , ( )0 1g = , ( )2 3g =− e ( )5 51g = .
Analisando as imagens dos pontos, pode-se concluir que o máximo absoluto
ocorre em 5x= e é dado por ( )5 51g = e o mínimo absoluto ocorre em 2x =−
e é dado por ( )2 19g − =− .
Teorema 4.3.3. Seja f uma função contínua em ( ),−∞ +∞ .
(a) Se ( )limx
f x→−∞
=+∞ e ( )limx
f x→+∞
=+∞ , então f tem um mínimo absoluto,
porém nenhum máximo absoluto em ( ),−∞ +∞ .
(b) Se ( )limx
f x→−∞
=−∞ e ( )limx
f x→+∞
=−∞ , então f tem um máximo absoluto,
porém nenhum mínimo absoluto em ( ),−∞ +∞ .
(c) Se ( )limx
f x→−∞
=−∞ e ( )limx
f x→+∞
=+∞ , então f não tem nem mínimo
absoluto, nem máximo absoluto em ( ),−∞ +∞ .
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197
(d) Se ( )limx
f x→−∞
=+∞ e ( )limx
f x→+∞
=−∞ , então f não tem nem mínimo
absoluto, nem máximo absoluto em ( ),−∞ +∞ .
Figura 4.9
Figura 4.10
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198
Exemplo Resolvido 4.3.3. Prove que a função ( ) 2 41 12 4
h x x x= − possui
máximo absoluto em ( ),−∞ +∞ . Onde ocorre esse máximo?
Solução. Para verifica se a função apresenta extremos absolutos, basta
determinarem os limites infinitos, isto é:
( ) 2 41 1lim lim2 4x x
h x x x→−∞ →−∞
⎛ ⎞= − =−∞⎜ ⎟⎝ ⎠
e
( ) 2 41 1lim lim2 4x x
h x x x→+∞ →+∞
⎛ ⎞= − =−∞⎜ ⎟⎝ ⎠
Logo, como ( )limx
h x→−∞
=−∞ e ( )limx
h x→+∞
=−∞ , então h apresenta
um máximo absoluto em ( ),−∞ +∞ . Este máximo absoluto precisa ocorrer em
um ponto crítico de h .
Os pontos críticos são determinados pelos zeros da função derivada,
isto é:
( ) 3' 0h x x x= − =
obtendo 1x=− , 0x= e 1x= , como pontos críticos.
A derivada segunda é dada por:
( ) 2'' 1 3h x x= −
então, aplicando o teste da 2ª derivada, tem-se:
i) para 1x=− tem-se ( )'' 1 2 0h − =− < , então, ocorre um máximo relativo em
1x=− dado por ( ) 114
h − = .
ii) para 0x= tem-se ( )'' 0 1 0h = > , então, ocorre um mínimo relativo em 0x=
dado por ( )0 0h = .
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199
iii) para 1x = tem-se ( )'' 1 2 0h =− < , então, ocorre um máximo relativo em 1x=
dado por ( ) 114
h = .
Daí pode-se concluir que o valor máximo que a função assume é 14
e ocorre nos pontos onde 1x=− e 1x= .
Teorema 4.3.4. Seja f uma função contínua em um intervalo aberto ( ),a b .
(a) Se ( )limx a
f x+→
=+∞ e ( )limx b
f x−→
=+∞ , então f tem um mínimo absoluto,
porém nenhum máximo absoluto em ( ),a b .
(b) Se ( )limx a
f x+→
=−∞ e ( )limx b
f x−→
=−∞ , então f tem um máximo absoluto,
porém nenhum mínimo absoluto em ( ),a b .
(c) Se ( )limx a
f x+→
=−∞ e ( )limx b
f x−→
=+∞ , então f não tem nem mínimo
absoluto, nem máximo absoluto em ( ),a b .
(d) Se ( )limx a
f x+→
=+∞ e ( )limx b
f x−→
=−∞ , então f não tem nem mínimo
absoluto, nem máximo absoluto em ( ),a b .
Nas figuras 4.11 e 4.12 pode-se ver claramente as quatro situações
apresentadas no teorema 4.3.4. Nestes quatro casos as retas x a= e x b= são
as assíntotas verticais do gráfico da função ( )y f x= .
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200
Figura 4.11
Figura 4.12
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201
Teorema 4.3.5. Suponha f contínua e tem exatamente um extremo relativo
em um intervalo I , digamos em 0x .
(a) Se f tiver um mínimo relativo em 0x , então ( )0f x é o mínimo absoluto de
f em I .
(b) Se f tiver um máximo relativo em 0x , então ( )0f x é o máximo absoluto
de f em I .
Para se esboçar o gráfico de uma função devem-se seguir os
seguintes passos listados abaixo:
1) Determinar o domínio da função;
2) Intervalos de crescimento e decrescimento;
3) Intervalos de concavidade e convexidade;
4) Pontos críticos e de inflexão;
5) Extremos relativos;
6) Limites infinitos e assíntotas verticais;
7) Limites no infinito e assíntotas horizontais;
8) Fazer um esboço do gráfico.
Exemplo Resolvido 4.3.4. Seja :F R R→ dada por ( ) 3 23 9 6F x x x x= − − + ,
então, esboce o seu gráfico.
Solução. O domínio da função é dado por: ( )D F R= . Em seguida determinam-
se determinar os intervalos de crescimento e decrescimento, e os intervalos
onde a função seja côncava e convexa.
As derivadas, primeira e segunda, são dadas, respectivamente, por:
( ) 2' 3 6 9F x x x= − −
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202
e
( )'' 6 6F x x= −
Os sinais das derivadas, primeira e segunda, são dados,
respectivamente, por:
e
Os pontos críticos da função ocorrem em 1x= − e 3x= , enquanto
que ocorre um ponto de inflexão em 1x= . De acordo com as informações
dadas pelos sinais das derivadas, primeira e segunda, pode-se construir a
tabela 4.1.
Tabela 4.1
x ( )F x ( )'F x ( )''F x Conclusão
1x<− + − F é crescente e côncava
1x=− 11 0 12− Máximo relativo
1 1x− < < − − F é decrescente e côncava
1x= 5− 0 Ponto de inflexão
1 3x< < − + F é decrescente e convexa
3x= 21− 0 12 Mínimo relativo
3x> + + F é crescente e convexa
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203
Como a função é polinomial não há assíntotas verticais e
horizontais. Deve-se, no entanto, determinar os limites no infinito. Logo,
( ) ( )3 2lim lim 3 9 6x x
F x x x x→+∞ →+∞
= − − + =+∞
e
( ) ( )3 2lim lim 3 9 6x x
F x x x x→−∞ →−∞
= − − + =−∞
de onde pode-se concluir que não há nenhum extremo absoluto.
O gráfico da função é apresentado na figura 4.13.
Figura 4.13
Exemplo Resolvido 4.3.5. Seja :f R R→ dada por ( )2
2 1xf x
x=
−, então,
esboce o seu gráfico.
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204
Solução. O domínio da função é dado por: ( ) { }/ 1D f x R x= ∈ ≠ ± . Como a
função é racional, então, inicialmente devem-se determinar os pontos que
zeram o denominador. Isto significa resolver a equação 2 1 0x − = , que tem
como soluções 1 1x =− e 2 1x = . Neste caso, estes pontos são dito pontos de
descontinuidades infinitas.
As derivadas, primeira e segunda, são dadas, respectivamente, por:
( )( )22
2'1
xf xx
−=
−
e
( )( )
2
32
6 2''1
xf xx
+=
−
Os sinais das derivadas, primeira e segunda, são dados,
respectivamente, por:
e
De onde se pode concluir que a função apresenta apenas um ponto
crítico, em 0x= , porém não apresenta pontos de inflexão.
Os limites infinitos ocorrem nas proximidades para 1x=− e 1x= , e
são dados por:
( )2
21 1lim lim
1x x
xf xx− −→− →−
= =+∞−
e ( )2
21 1lim lim
1x x
xf xx+ +→− →−
= =−∞−
e
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205
( )2
21 1lim lim
1x x
xf xx− −→ →
= =−∞−
e ( )2
21 1lim lim
1x x
xf xx+ +→ →
= =+∞−
onde as retas 1x=− e 1x= são chamadas de assíntotas verticais do gráfico.
Os limites no infinito são dados por:
( )2
2lim lim 11x x
xf xx→−∞ →−∞
= =−
e
( )2
2lim lim 11x x
xf xx→+∞ →+∞
= =−
de onde pode-se concluir que a reta 1y= é a assíntota horizontal do gráfico.
De acordo com as informações dadas pelas derivadas, primeira e
segunda, pode-se construir a tabela 4.2.
Tabela 4.2
x ( )f x ( )'f x ( )''f x Conclusão
1x<− + + f é crescente e convexa
1x=− ∃ ∃ ∃ Descontinuidade infinita
1 0x− < < + − f é crescente e côncava
0x= 0 0 2− Máximo relativo
1 3x< < − − f é decrescente e côncava
1x= ∃ ∃ ∃ Descontinuidade infinita
3x> _ + f é decrescente e convexa
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206
O gráfico é, então, apresentado na figura 4.14.
Figura 4.14
Exemplo Resolvido 4.3.6. Esboce o gráfico da função ( ) xg x xe= .
Solução. A função é um produto entre as funções x e xe , que são definidas em
toda parte, logo, pode-se concluir que o domínio da função é dada por:
( )D g R= .
As derivadas, primeira e segunda, são dadas, respectivamente, por:
( ) ( )' 1 xg x x e= +
e
( ) ( )'' 2 xg x x e= +
Os sinais das derivadas, primeira e segunda, são dados,
respectivamente, por:
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207
e
A função apresenta um ponto crítico em 1x= − e apresenta um
ponto de inflexão em 2x=− . De acordo com as informações dadas pelos
sinais das derivadas, primeira e segunda, pode-se construir a tabela 4.3.
Tabela 4.3
A função é um produto entre uma função polinomial e uma função
exponencial, logo não há assíntotas verticais. Em seguida devem-se
determinar os limites no infinito,
( )lim lim lim limx x
x x x xg x xe x e
→+∞ →+∞ →+∞ →+∞
+∞ +∞
⎛ ⎞⎛ ⎞= = =+∞⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠⎝ ⎠1424314243
e
( )0
lim lim lim limx x
x x x xg x xe x e
→−∞ →−∞ →−∞ →−∞
−∞
⎛ ⎞⎛ ⎞= =⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠⎝ ⎠1424314243
x ( )g x ( )'g x ( )''g x Conclusão
1x<− − − g é decrescente e côncava
2x=− 22 e− 0 Ponto de inflexão
2 1x− < <− − + f é decrescente e convexa
1x=− 1 e− 0 1 e Mínimo relativo
1x >− + + f é crescente e convexa
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208
neste caso deve-se escrever este limite da forma indeterminada ∞ ∞ :
[ ] 1lim lim lim lim 0xx xx x x xx
d xx dx ede eedx
− −→−∞ →−∞ →−∞ →−∞−= = =− =
−⎡ ⎤⎣ ⎦
Neste caso, tem-se que a reta 0y= é uma assíntota horizontal do
gráfico da função. Em seguida tem-se o gráfico da função apresentado na
figura 4.15.
Figura 4.15
Ao analisar o gráfico apresentado na figura 4.15 pode-se chegar a
conclusão que a função apresenta um valor mínimo absoluto de 1e
− que ocorre
em 1x=− .
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209
Teorema 4.3.6 (Teorema de Rolle). Seja f diferenciável em ( ),a b e contínua
em [ ],a b . Se ( ) ( )f a f b= , então há pelo menos um ponto c em ( ),a b , tal que
( )' 0f c = .
Figura 4.16
Este teorema afirma que se o gráfico de uma função cruza qualquer
reta horizontal em dois pontos, a e b , então necessariamente deve existir
entre eles pelo menos um ponto no qual a reta tangente é horizontal, como
mostrado na figura 4.16.
Teorema 4.3.7 (Teorema do Valor Médio). Seja f diferenciável em ( ),a b e
contínua em [ ],a b , então existe pelo menos um ponto c em ( ),a b , tal que:
( ) ( ) ( )'f b f a
f cb a−
=−
(4.1)
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210
O teorema do valor médio afirma, geometricamente, que se uma
função f for contínua em [ ],a b e diferenciável em ( ),a b , então existe pelo
menos um c em ( ),a b tal que a reta tangente à curva ( )y f x= em x c= é
paralela à reta secante que passa pelos pontos ( )( ),a f a e ( )( ),b f b , como
mostra a figura 4.17.
.
Figura 4.17
De acordo com a figura 4.17 a reta t é paralela à reta s, logo tem a
mesma inclinação, isto é t sm m= . Como ( )'tm f c= e ( ) ( )
sf b f a
mb a−
=−
, então,
pode-se chegar à conclusão que ( ) ( ) ( )'f b f a
f cb a−
=−
.
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211
4.4 Problemas de Otimização
Os métodos estudados nos tópicos 4.1, 4.2 e 4.3 para encontrar
valores extremos têm muitas aplicações práticas em várias áreas do dia-a-dia.
Um empresário quer minimizar os custos e maximizar os lucros. Um dono de
uma transportadora quer minimizar o tempo de transporte de um produto. O
princípio de Fermat na óptica estabelece que um feixe de luz segue o caminho
que leva o menor tempo. Nesta seção resolvem-se os problemas tais como
maximizar as áreas, os volumes e os lucros e minimizar as distâncias, o tempo
e os custos.
Nestes problemas práticos, tem-se como maior desafio a conversão
do problema em um problema de otimização matemática, estabelecendo uma
função que deve ser maximizada ou minimizada.
Os problemas aplicados de otimização incidem nas seguintes
categorias:
1) Problemas que se reduzem a maximizar ou a minimizar uma função
contínua, em um intervalo finito fechado.
2) Problemas que se reduzem a maximizar ou a minimizar uma função
contínua, em um intervalo infinito ou finito, mas não fechado.
O Teorema do Valor Extremo (Teorema 4.3.1) garante que o
problema do tipo 1 tem solução e esta solução pode ser obtida através da
análise dos valores da função nos pontos críticos e nos extremos do intervalo.
Por outro lado os problemas do tipo 2 podem ou não ter solução. Logo parte do
trabalho em problemas de otimização é determinar se, realmente, estes
problemas têm solução. Se a função for contínua e tiver exatamente um
extremo relativo no intervalo, então o Teorema 4.3.5 garante a existência de
uma solução e fornece um método para calculá-la.
Exemplo Resolvido 4.4.1. Ache as dimensões de um retângulo de perímetro
de 1000 m , cuja área é a maior possível.
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212
Solução. Sejam:
x = comprimento do retângulo (m)
y = largura do retângulo (m)
A = área do retângulo (m2)
como mostrado na figura 4.18.
Figura 4.18
Então:
( ),A x y xy=
Como o perímetro do retângulo é 1000 m , as variáveis x e y estão
relacionadas pela equação:
2 2 1000x y+ =
ou
500y x= −
Logo a função área pode ser escrita em função apenas da variável
x , da seguinte forma:
( ) ( ) 2500 500A x x x x x= − = −
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213
Devido ao fato de x representar um comprimento, este não pode ser
negativo e como os dois lados de comprimento x não podem ter um
comprimento que ultrapasse o perímetro de 1000 m , então a variável x está
restrita ao intervalo:
0 500x≤ ≤
Como ( )A x é uma função contínua em [ ]0,500 , então, o máximo
ocorre ou nos extremos deste intervalo ou em um ponto estacionário.
500 2dA xdx
= −
Equacionando-se 0dAdx
= , obtem-se:
500 2 0x− =
ou
250x=
que é um ponto crítico estacionário.
Para analisar a natureza deste ponto crítico aplica-se o teste da
derivada primeira, onde é necessário se estudar o sinal desta derivada. A
distribuição de sinais de dAdx
é dada por:
de onde pode-se concluir que 250x= é um máximo relativo e
consequentemente um máximo absoluto.
Se 250x= implica que 250y= . Então, o retângulo de perímetro
1000 m com maior área é um quadrado de lado 250 m .
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214
Exemplo Resolvido 4.4.2. Encontre dois números positivos cuja soma seja 60
e o produto entre o quadrado do primeiro com o segundo seja o máximo
possível.
Solução. Sejam dois números positivos x e y cuja soma é 60 , então:
60x y+ =
O produto do quadrado do primeiro, x , com o segundo, y , pode ser
escrito como uma função:
( ) 2,P x y x y=
As variáveis x e y se relacionam da seguinte forma:
60y x= −
Daí a função P pode ser escrita em função apenas da variável x ,
( ) ( )2 2 360 60P x x x x x= − = −
Devido ao fato de x representar um número real positivo, este não
pode ser negativo e a soma entre eles não pode ultrapassar 60 , logo a variável
x está restrita ao intervalo:
0 60x≤ ≤
Como ( )P x é uma função contínua em [ ]0,60 , então, o máximo
ocorre ou nos extremos deste intervalo ou em um ponto estacionário.
2120 3dP x xdx
= −
Equacionando-se 0dPdx
= , obtem-se:
2120 3 0x x− =
ou
1 0x = e 2 40x =
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215
que são os pontos críticos da função.
Para analisar a natureza deste ponto crítico aplica-se o teste da
derivada primeira, onde é necessário se estudar o sinal desta derivada. A
distribuição de sinais de dPdx
é dada por:
de onde pode-se concluir que 40x= é um máximo relativo e
consequentemente um máximo absoluto.
Então os números reais cujo produto entre o quadrado de um com
outro são dados por: 40x= e 20y= .
Exemplo Resolvido 4.4.3. Uma lata cilíndrica é feita para receber 1 litro de
óleo. Encontre as dimensões que minimizarão o custo do metal para fabricar a
lata.
Solução. Sejam:
r = raio da base e da tampa do cilindro (cm)
h = altura do cilindro (cm)
como mostrado na figura 4.19.
Então, a área da superfície é dada por:
( ) 2, 2 2SA r h r rhπ π= +
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216
Figura 4.19
Como o volume do cilindro é 1 litro, que é igual a 31000 cm , as
variáveis r e h estão relacionadas pela equação:
2 1000r hπ =
ou
21000h
rπ=
Daí a função área de superfície pode ser escrita em função apenas
da variável r , da seguinte forma:
( ) 2 22
1000 20002 2 2SA r r r rrr
π π ππ
⎛ ⎞= + = +⎜ ⎟⎝ ⎠
Devido ao fato de r representar a medida do raio, este não pode ser
negativo e nem zero, então, tem-se:
0r >
Como ( )SA r é uma função contínua para 0r > , então, o mínimo
ocorre em um ponto estacionário. Daí,
( )3
2 22000 4 20004SdA rr r
dr r rππ −
= − =
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217
Equacionando-se 0SdAdr
= , obtem-se:
220004 0rr
π − =
ou
3 500rπ
=
que é um ponto crítico estacionário.
Para se analisar a natureza deste ponto crítico aplica-se o teste da
derivada primeira, onde é necessário se estudar o sinal desta derivada. A
distribuição se sinais de SdAdr
é dada por:
de onde pode-se concluir que 3 500rπ
= é um mínimo relativo e
consequentemente um mínimo absoluto.
Se 3 500rπ
= implica que 3 5002 2h rπ
⎛ ⎞= = ⎜ ⎟
⎝ ⎠. Então, o cilindro que
minimizara a área superficial tem raio da base e da tampa igual a 3 500π
e uma
altura igual a 3 5002π
⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠
.
Exemplo resolvido 4.4.4. Ache um ponto na curva 2y x= o qual esteja mais
próximo do ponto ( )0,18 .
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218
Solução. A distância L entre ( )0,18 e um ponto ( ),x y arbitrário na curva
2y x= , como mostrado na figura 4.20, é dada por:
( ) ( )2 20 18L x y= − + −
Como ( ),x y está na curva, x e y satisfazem 2y x= , assim,
( )24 18L y y= + −
Não há restrições para y , logo este exemplo se reduz a encontrar
um valor de y em ( ),−∞ +∞ para o qual a distância L seja mínima, desde que
este valor exista.
Figura 4.20
Para problemas de distância L tem-se que o seu máximo ou mínimo
ocorre no mesmo ponto em que ocorre no seu quadrado 2L . Logo o valor
mínimo de L e o valor mínimo de:
( )22 4 18P L y y= = + −
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219
ocorrem no mesmo valor de y .
A função ( )24 18P y y= + − é contínua para todo y real, logo o
mínimo absoluto deve ocorrer em um ponto crítico estacionário.
( )3 34 2 18 4 2 36dP y y y ydy
= + − = + −
Equacionando-se 0dPdy
= tem-se:
34 2 36 0y y+ − =
ou de uma forma equivalente
32 18 0y y+ − =
A expressão acima pode ser escrita como:
( )( )22 2 4 9 0y y y− + + =
e como as soluções da equação
22 4 9 0y y+ + =
são números complexos, então, a única solução real é 2y= . Deste modo
2y= é um ponto crítico da função P .
Em termos de simplificação deve-se usar o teste da derivada
segunda para verificar a natureza deste ponto crítico. A derivada segunda é
dada por:
22
2 12 2d P ydy
= +
daí,
( ) ( )2
22 2 12 2 2 50 0d P
dy= + = >
o que mostra que em 2y= ocorre um mínimo relativo para P e
consequentemente para L .
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220
Como só ocorre um extremo relativo em ( ),−∞ +∞ , então pelo
teorema 4.3.5, este mínimo relativo é um mínimo absoluto de L .
Deste modo pode-se afirma que o ponto sobre a curva 2y x= mais
próximo de ( )0,18 é o ponto( ) ( ), 4,2x y = .
Exemplo Resolvido 4.4.5. Mostre que o quadrado tem a maior área dentre
todos os retângulos inscritos numa dada circunferência 2 2 2x y r+ = .
Solução. Seja (ver figura 4.21)
2x = comprimento do retângulo inscrito na circunferência
2y = largura do retângulo inscrito na circunferência
então a área é dada por:
( ) ( )( ), 2 2 4A x y x y xy= =
Figura 4.21
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221
As variáveis x e y relacionam-se da seguinte forma:
2 2 2x y r+ =
ou
2 2y r x=± −
Em termos de simplificação considera-se 0x> e 0y> , logo,
2 2y r x= −
e a área do retângulo pode ser escrita como:
( ) 2 24A x x r x= −
onde 0 x r< ≤ .
Tem-se:
2 2 22 2
2 2 2 2
4 4 84dA x r xr xdx r x r x
−= − − =
− −
Equacionando-se 0dAdx
= , obtém-se:
2 2
2 2
4 8 0r x
r x
−=
−
ou
2 24 8 0r x− =
cujas soluções são dadas por: 12
2x r=− e 2
22
x r= .
Como 0x> , descarta-se a solução negativa, então se considera
apenas o ponto crítico 22
2x r= .
Para se analisar a natureza deste ponto crítico aplica-se o teste da
derivada primeira, onde é necessário se estudar o sinal desta derivada.
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222
A distribuição de sinais de dAdx
é dada por:
de onde pode-se concluir que 2
2x r= é um máximo relativo e
consequentemente um máximo absoluto.
Se 2
2x r= então:
2 2 22 22 2 2
2 2 2 22 2r r ry r r r r
⎛ ⎞= − = − = = ⋅ =⎜ ⎟
⎝ ⎠
de onde pode-se concluir que o retângulo com maior área inscrito na
circunferência é um quadrado.
Estes problemas de otimização também podem ser aplicados na
economia ou na indústria. Neste caso as três funções de importância são:
• ( )C x = função custo, isto é, o custo total da produção de x unidades
de um produto, durante certo período de tempo;
• ( )R x = função rendimento, isto é, o rendimento total da venda de x
unidades de um produto, durante certo período de tempo;
• ( )L x = função lucro, isto é, o lucro total na venda de x unidades de
um produto, durante certo período de tempo.
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223
Tem-se que se todas as unidades produzidas forem vendidas, então,
estas funções relacionam-se da seguinte forma:
( ) ( ) ( )L x R x C x= − (4.1)
isto é, o lucro é igual ao rendimento menos o custo.
A função custo ( )C x da produção de x unidades de um produto
pode ser expresso como uma soma:
( ) ( )C x a M x= + (4.2)
onde é a uma constante chamada de despesas gerais e a função ( )M x é
chamada de custo de manufatura.
As despesas gerais, como aluguel e seguro, não dependem de x e
mesmo que não haja produção devem ser pagas. Porém, o custo de
manufatura, como o custo da matéria prima e o custo do trabalho, depende da
quantidade de artigos manufaturados. Através de hipóteses simplificadoras
pode-se escrever ( )M x como:
( ) 2M x bx cx= + (4.3)
onde b e c são constante. Substituindo a equação 4.3 na equação 4.2 obtém-
se:
( ) 2C x a bx cx= + + (4.4)
Se uma fábrica conseguir vender toda a sua produção a p unidades
monetárias cada, então, a função rendimento ( )R x pode ser escrita como:
( )R x px= (4.5)
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224
Substituindo as equações 4.4 e 4.5 na equação 4.1, então, pode-se
escrever a função lucro ( )L x da seguinte forma:
( ) ( )2L x px a bx cx= − + + (4.5)
A variável x na equação 4.5, dependendo de alguns fatores tais
como a quantidade de empregados, maquinário disponível, condições
econômicas e competição, irá satisfazer:
0 x φ≤ ≤ (4.5)
onde φ é uma limitação superior sobre a quantidade de artigos que um
fabricante é capaz de produzir e vender.
Exemplo Resolvido 4.4.6. Um produto farmacêutico é fabricado por uma firma
farmacêutica e vendido a um preço de $100,00R a unidade. O custo total para
a produção de x unidades é de:
( ) 2100.000 40 0,0025C x x x= + +
e a produção máxima for de 40.000 unidades durante um período de tempo
especificado. Quantas unidades devem ser fabricadas e vendidas neste
período de tempo para se obter o lucro máximo?
Solução. Como o rendimento total na venda de x unidades é ( ) 100R x x= ,
então, o lucro ( )L x sobre x unidades será:
( ) ( ) ( ) ( )2100 100.000 40 0,0025L x R x C x x x x= − = − + +
( ) 2100.000 60 0,0025L x x x=− + −
Como a produção máxima é de 40.000 unidades, x deve estar no
intervalo [ ]0,40.000 .
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225
Como ( )A x é uma função contínua em [ ]0,40.000 , então, o máximo
ocorre ou nos extremos deste intervalo ou em um ponto crítico estacionário.
Daí tem-se:
60 0,005dL xdx
= −
Equacionando-se 0dLdx
= , obtém-se:
60 0,005 0x− =
ou
24.000x=
que é um ponto crítico estacionário da função ( )L x .
Para analisar a natureza deste ponto crítico pode-se usar o teste da
derivada primeira através do sinal desta derivada. O sinal de dLdx
é dado por:
de onde pode-se concluir que em 24.000x= ocorre um máximo relativo, e é
também um máximo absoluto.
Então, para a firma obter um lucro máximo deve ser produzida e
vendida 24.000 unidades.
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226
Exercícios Propostos (Capítulo 4)
01) A função ( )2 6y x x= − é crescente no intervalo:
a) ( )0,4 b) ( ) ( ),0 2,−∞ ∪ +∞ c) ( )0,2
d) ( ) ( ),0 4,−∞ ∪ +∞ e) ( )2,4
02) A função real de variável real definida por 3 22 9 24 6y x x x= + − + é
decrescente em:
a) 0x> b) 1 4x− < < c) 4 1x− < <
d) 4x<− e) 1x>
03) A função ( ) 4 21 2 74
f x x x= − + é decrescente no intervalo:
a) ( ) ( ), 2 0,2−∞ − ∪ b) ( ) ( )2,0 2,− ∪ +∞ c) ( ),−∞ +∞
d) ( ) ( ),0 2,−∞ ∪ +∞ e) ( )2,2−
04) A função 2 xy x e−= é crescente no intervalo:
a) ( )2,− +∞ b) ( ),0−∞ c) ( )0,2
d) ( )2,0− e) ( )2,+∞
05) Seja a função ( ) 4 21 1 3 712 6 2
g x x x x= − + + , então, g é convexa no
intervalo:
a) ( )0,1 b) ( )1,+∞ c) ( ) ( ), 1 0,1−∞ − ∪
d) ( ) ( ), 1 0,−∞ − ∪ +∞ e) ( ) ( ),0 1,−∞ ∪ +∞
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227
06) Seja a função ( ) 2 1xf x
x=
+, então, o intervalo em que a função é convexa
é dado por:
a) ( )3, 3− b) ( ) ( )3,0 3,− ∪ +∞ c) ( ) ( ), 3 0, 3−∞ − ∪
d) ( ) ( )3,0 3,− ∪ +∞ e) ( ) ( ), 3 3,−∞ − ∪ +∞
07) A abscissa do ponto de máximo relativo de ( ) 3 23 9 2f x x x x= − − + é:
a) 1− b) 3− c) 0 d) 3 e) 1
08) A função 3 35 21 15 2
y x x= − tem um mínimo relativo no ponto de abscissa:
a) 1− b) 2 c) 1 d) 0 e) 2−
09) A função ( )22 xP x x e−= apresenta um valor mínimo absoluto no ponto de
abscissa igual a:
a) 1− b) 1 c) e d) 0 e) e−
10) Seja a função ( ) 1f x xx
= + para 0x> . Qual o valor mínimo que ela
assume?
a) 0 b) 2 c) 1 d) 4 e) 3
11) Qual o valor mínimo da função 3 3
4
x xe ey−+
= ?
a) 1− b) 14
c) 0 d) 34
e) 12
12) Qual o número pertencente ao intervalo 1 3,2 2⎡ ⎤⎢ ⎥⎣ ⎦
tal que a sua soma com o
seu recíproco é a menor possível?
a) 1− b) 1 c) 12
d) 0 e) 34
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228
13) Se ( ),x y satisfaz a equação 3 4 12x y+ = , então o valor mínimo da
expressão 2 2x y+ é:
a) 12 b) 3 c) 45
d) 4 e) 125
14) Qual é a abscissa do ponto sobre a reta 4 7y x= + que está mais próximo
da origem?
a) 2817
− b) 1417
− c) 5617
−
d) 734
− e) 1534
−
15) Qual é a abscissa do ponto sobre a reta 6 9x y+ = que está mais próximo
do ponto ( )3,1− ?
a) 1537
b) 5
37 c)
4537
d) 3537
e) 1
37
16) Um terreno retangular deve ser cercado de duas maneiras distintas. Dois
lados opostos devem receber uma cerca reforçada que custa $3,00R o metro,
enquanto que os dois lados restantes recebem uma cerca que custa $2,00R o
metro. Quais as dimensões do terreno com área máxima que pode ser cercada
com $6.000,00R .
a) 500 500m m× b) 250 750m m× c) 500 250m m×
d) 750 750m m× e) 500 750m m×
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229
17) O recipiente com a forma de paralelepípedo com base quadrada deve ter
um volume de 32.000 cm . O custo da base e da tampa é o dobro do custo dos
lados. As dimensões que minimizarão o custo são dadas por:
a) 5 5 80cm cm cm× × b) 20 20 5cm cm cm× × c) 10 10 20cm cm cm× ×
d) 4 4 125m m m× × e) 8 8 31,25m m m× ×
18) Se 21.200 cm de material estiverem disponíveis para fazer uma caixa com
uma base quadrada e sem tampa, encontre o maior volume possível da caixa.
a) 31.000 cm b) 35.000 cm c) 310.000 cm
d) 34.000 cm e) 32.000 cm
19) Uma indústria química vende certo tipo de ácido a granel a um preço de
$100,00R por unidade. O custo de produção em reais para x unidades é dado
por ( ) 2100.000 50 0,001C x x x= + + . Quantas unidades deste ácido devem ser
produzidas e vendidas para se obter o lucro máximo?
a) 20.000 b) 25.000 c) 30.000
d) 35.000 e) 40.000
20) Em uma firma tem-se que x unidades de seu produto são vendidas
diariamente a p reais a unidade, onde 1.000x p= − . Sabendo que o custo
total de produção é ( ) 3.000 20C x x= + , então, qual é o preço unitário a ser
cobrado para obter o lucro máximo?
a) $490,00R b) $1.000,00R c) $510,00R
d) $500,00R e) $700,00R
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RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Exercícios Propostos (Capítulo 1)
01) a 02) d 03) e 04) a 05) b
06) b 07) d 08) a 09) b 10) d
11) e 12) c 13) c 14) b 15) d
16) e 17) a 18) a 19) b 20) c
Exercícios Propostos (Capítulo 2)
01) b 02) d 03) e 04) c 05) a
06) b 07) a 08) b 09) e 10) e
11) b 12) c 13) b 14) d 15) e
16) e 17) a 18) d 19) c 20) a
Exercícios Propostos (Capítulo 3)
01) e 02) d 03) c 04) a 05) e
06) b 07) c 08) a 09) a 10) c
11) e 12) b 13) a 14) b 15) a
16) c 17) d 18) d 19) e 20) b
Exercícios Propostos (Capítulo 4)
01) d 02) c 03) a 04) c 05) e
06) b 07) a 08) c 09) d 10) b
11) e 12) b 13) e 14) a 15) c
16) e 17) c 18) e 19) b 20) c
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ANTON, H., Cálculo: um novo horizonte, volume 1, Editora Bookman,
2000.
[2] DEMIDOVITCH, B., Problemas e Exercícios de Análise Matemática,
McGraw-Hill, 1993.
[3] GUIDORIZZI, H.L., Um curso de cálculo, volume 1, Editora LTC, 2007.
[4] IEZZI, G., MURAKAMI, C., MACHADO, N. J., Fundamentos de
matemática elementar, Editora Atual, 2005.
[5] SALAS, S. L., Calculo, volume 1, L.T.C., 2005.
[6] STEWART, J., Cálculo, volume 1, Editora Thomson Pioneira, 2005.