CAPÍTULO3 - PRIMITIVAÇÃO

26
Capítulo 3 PRIMITIVAÇÃO

description

fg

Transcript of CAPÍTULO3 - PRIMITIVAÇÃO

  • Captulo 3 PRIMITIVAO

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    41

    CAPTULO 3 - PRIMITIVAO DE FUNES REAIS DE VARIVEL REAL

    DEFINIO 1

    Seja f uma funo real de varivel definida no intervalo a,b . Chama-se primitiva da funo f em a ,b a

    outra funo F definida em a,b , tal que )()( xfxF , para todo o x a,b .

    Temos ento

    )()()()( xfxFxFxPf

    NOTAO

    A primitiva de uma funo f(x) representa-se por f x dx ou por Pf x .

    EXEMPLO 1

    Dada por exemplo a funo 523 2 xxxf podemos encontrar uma outra funo xF , cuja derivada,

    xF , seja xf . No caso presente se tomarmos 2523 xxxxF , temos xF 23x 2x 5 ,

    que a funo f(x).

    Ento, isto significa que a derivada da funo xF a funo xf e tambm que uma primitiva da funo

    xf a funo xF .

    Decorre directamente da definio de primitiva de uma funo que, se f primitivvel num intervalo I, ou

    seja se existe uma primitiva de f em I, ento:

    - Existe um nmero infinito de primitivas de f em I.

    (Se dxxfxF , ento dxxfCxF , qualquer que seja a constante real C.

    - Toda a primitiva de f em I uma funo contnua em I (uma primitiva uma funo derivvel e portanto

    contnua)

    OBSERVAO:

    H funes que no so primitivveis.

    DEFINIO 2

    A CxF )( chama-se expresso geral das primitivas de f(x), ou famlia das primitivas de f(x). A f(x) chama-se

    funo integranda.

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    42

    TEOREMA 1

    Se F e H so duas primitivas de f em a,b ento F e H diferem entre si apenas por uma constante no intervalo

    a,b , ou seja, C,CxHxF

    TEOREMA 2

    Se f uma funo contnua em a,b , ento f tem primitiva em a,b , ou seja, primitivvel em a,b .

    NOTAO

    habitual representar uma primitiva de f(x) por P f(x), ou por dxxf )( .

    PROPRIEDADES

    1) k,dx)x(fkdx)x(kf

    2) Se 1 2 nF(x)=f (x)+f (x)+...+f (x) , em que f1, f2,, fn so primitivveis, ento:

    1 2 nF(x)dx= f (x)dx+ f (x)dx +...+ f (x)dx

    3. 1 - PRIMITIVAO IMEDIATA

    Enquanto que para a derivao o clculo diferencial (em ) nos fornece uma regra de derivao, o mesmo no

    acontece com a primitivao.

    O problema da primitivao resume-se sempre em transformar a funo que se pretende primitivar numa

    decomposio de funes onde cada uma delas d, atravs do seu aspecto, uma pista, da regra de derivao

    que a ela conduziu. Em seguida, reduzi-la a uma das chamadas primitivas imediatas que facilmente se

    resolver com (ou sem) a ajuda da tabela adequada.

    EXERCCIOS 1

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    43

    1. Verifique, usando a definio de primitiva de uma funo, se

    I) 2 5x e 2 1000x so duas primitivas de 1

    x.

    II) 44

    19

    x x uma primitiva de 32x x .

    III) 33

    ln( x )arctg

    uma primitiva de 2

    3

    3

    x

    ln x.

    IV) 2 3 2 1

    73 3

    tarctg

    uma primitiva de

    2

    1

    1t t .

    2. Calcule as seguintes primitivas:

    a) 6

    5dx b)

    3x dx

    c) 3 2x dx d)

    3 cossen x x dx

    e) 1

    1dx

    x f)

    5

    2dx

    x

    f)

    6

    6 8dx

    x g)

    cos( )

    ( )

    xdx

    sen x

    h) tan 2sec

    g xe x dx i)

    1

    , 0ln

    x dx xx

    j) 2

    2 xxe dx k) 3 3sen x dx

    l) 25sec 5x dx m)

    5

    6

    6xdx

    x

    n)

    22

    1 2dx

    x o)

    2

    5

    1 5dx

    x

    p)

    2cos( )

    1

    xdx

    sen x q)

    23 2x dx

    r) cossen x

    e x dx s)

    21

    1dx

    x

    3. Calcule as primitivas das seguintes funes:

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    44

    a) 3

    1

    x b) 243 1 xx

    c) 21

    1

    x d) 2sec ( x ) tg( x )

    e) 1x .ln x f) 3 2xx

    g)

    2x41

    x2arctg

    i) 53 xe

    j) x

    x10 k)

    xx

    x

    4

    22

    l) tgx m) 2

    1

    x

    e x

    n) 44

    x

    x o)

    sen(ln x )

    x

    p) 24

    x

    x q)

    1

    x

    x

    e

    e

    r)21

    x

    x

    e

    e s)

    45

    1

    x

    x

    t)2

    cos x

    1 sen x u)

    4

    3x

    1 x

    v) senxe cos x x))xln1(x

    1

    y) )x2(tg w) 2

    5

    4 x

    z)

    2

    4 2

    x arctg 1 x

    x 2x 2 a1)

    x

    x

    e

    e 21

    b1) 2

    1 ln

    1 ln

    arcsen x

    x x

    c1)

    )xln1(x

    xln2

    d1) 22 x1ln1x1

    x5

    e1)

    1

    2 1xe

    f1) 4x94

    x

    g1) )ecos(e x2x2

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    45

    h1) xsen2

    xcossenx

    4 i1)

    2

    3

    x

    3 ln x

    j1) 2x42

    1x

    k1)

    3 2

    sen6x

    sen 3x 1

    l1) 5x

    x8

    3

    m1)

    2 23 2

    1 2x x

    x

    n1) 29 25

    x

    x

    e

    e 01)

    2

    2

    2

    6

    x x

    x x

    e e

    e xe

    p1) 1

    x

    x

    e

    e q1)

    21

    x

    x

    e

    e

    r1) 2

    8

    3

    x

    x s1)

    28

    3 x

    t1) 2

    8

    4

    x

    x u1)

    28

    4x

    3. 2 - MTODOS DE PRIMITIVAO

    3.2.1 - PRIMITIVAO POR DECOMPOSIO

    Se 1 2 nF(x)=f (x)+f (x)+...+f (x) , em que f1, f2,, fn so primitivveis, ento

    1 2 nF(x)dx= f (x)dx+ f (x)dx +...+ f (x)dx

    EXERCCIOS 2

    1 - Calcule as primitivas das seguintes funes:

    a) 3 2x 5x 2x 1 b) 1 cos( 2x )

    2

    b) c) 3

    2

    x tgx

    4 cos x d)

    senx cos x

    cos x

    e) 3

    1 x f) 2

    cos x 3

    g) 2

    2x xe e h)x 2

    x

    i) 2

    2arctgx

    x1

    1)x1ln(xe

    j)

    1 cos 2x2

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    46

    2 - Determine a funo f que satisfaz a equao "f x x 1 e que verifica as condies 1)0(f e

    0)0(f .

    3.2.2 - PRIMITIVAO POR PARTES

    Quando se pretende primitivar um produto de duas funes e no se est perante uma primitiva imediata,

    usa-se, de um modo geral, o mtodo de primitivao por partes:

    '1 2 1 2 1 2f .f f f f f

    que resulta da seguinte identidade:

    Seja F(x) = Pf(x) e G(x) =Pg(x).

    Derivando o produto de F(x).g(x), obtemos :

    )().()().()().( xgxFxgxFxgxF e ento

    Mas da definio de primitiva de uma funo podemos escrever que fxF )( , e ento a igualdade anterior

    ficar:

    )().())().(()().( xgxFxgxFxgxf

    Primitivando esta igualdade obtemos:

    )().())().(()().( xgxFPxgxFPxgxfP

    =F( x).g( x) -P F( x).g ( x)

    O sucesso da aplicao deste mtodo est na escolha da funo pela qual se comea a primitivar, assim sendo,

    apresentam-se abaixo algumas sugestes:

    1) Sabendo-se primitivar apenas um dos factores, por ele que se comea.

    1

    2

    x ln x dx

    f ln x

    f x

    )().())().(()().( xgxFxgxFxgxF

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    47

    2) Se a funo a primitivar o produto de um polinmio por uma funo transcendente:

    2.1) Se a funo transcendente tal que a sua derivao conduz a outra funo transcendente

    que lhe semelhante ( por exemplo as funes circulares e exponencial), deve-se comear a

    primitivar por ela.

    1

    2

    x 1 sen x dx

    f x 1

    f sen x

    2.2) Quando a derivao da funo transcendente conduz a uma funo no transcendente (

    por exemplo a funo logartmica e as funes circulares inversas), comea-se a primitivar pelo

    polinmio.

    1

    2

    x ln x dx

    f ln x

    f x

    3) Quando existe apenas uma funo cuja primitiva no se conhece, multiplica-se a funo pelo

    factor 1 e comea-se a primitivar por este.

    1

    2

    ln x dx

    1ln x dx

    f ln x

    f 1

    4) Quando se aplica a regra da primitivao por partes vrias vezes seguidas, pode obter-se no

    segundo membro uma primitiva igual que se pretende calcular. Neste caso, isola-se essa

    primitiva num dos membros e a igualdade passa a tratar-se como uma equao, onde a incgnita

    a primitiva em causa.

    12

    sen ln x dx

    f sen ln x

    f 1

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    48

    EXERCCIOS 3

    1- Calcule as primitivas das seguintes funes:

    a) xln x b) senxx 1

    c) ln x d) 2xe senx

    e) arcsenx f) sen(lnx)

    g) xe cos2x h) 2xarctg x

    i) sen( x) ln(1 sen( x) j) xx5

    k) xxe l) )32(3 xe x

    m)sen(2x)cos(3x) n) x 2sec x

    o) 2

    2

    ln x

    x p) 2arcsenx

    q) 2

    3

    1 x

    x

    r) xx 2 e

    s) 3 2x cos( x ) t) x

    xln

    u) x2 e)5x2x( v) arctg

    x

    1

    x) xcos3x y) 23 xx e

    z) 2

    lnx x a1) 3 2cosx x

    b1) 2 sx enx c1) 2 ln( 2)x x

    d1) x xe arctg e e1) 6x 2 ln x

    2 - Determine a funo f que satisfaz 152 xexxf e f 1 f 1 5 .

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    49

    3.2.3 - PRIMITIVAO DE FUNES RACIONAIS

    Funo Racional o quociente de dois polinmios inteiros em x e representada por

    )x(d

    )x(D)x(f

    Onde D(x) o polinmio dividendo e d(x) o polinmio divisor.

    Na primitivao de funes racionais, o primeiro passo a dar tornar a fraco dada numa fraco prpria (o

    grau do numerador menor que o grau do denominador ), caso esta ainda no o seja. Para tal, h que efectuar

    a diviso do polinmio D(x) por d(x), obtendo:

    )x(d

    )x(r)x(Q)x(f

    Onde Q(x) o polinmio quociente e r(x) o polinmio resto.

    Como a fraco )x(d

    )x(r irredutvel, podemos escrever:

    dx)x(d

    )x(rdx)x(Qdx

    )x(d

    )x(D

    dx)x(Q uma primitiva imediata, pois trata-se de um polinmio. dx)x(d)x(r

    poder ser imediata ou no.

    Caso no seja, h que determinar as razes do polinmio do denominador e factoriz-lo. Neste caso,

    poderemos deparar-nos com quatro hipteses possveis:

    A - O polinmio d(x) admite somente razes REAIS E TODAS DIFERENTES.

    B - O polinmio d(x) admite somente razes REAIS , ALGUMAS OU TODAS MLTIPLAS.

    C - O polinmio d(x) admite razes IMAGINRIAS E DIFERENTES, podendo tambm ter razes reais.

    D - O polinmio d(x) admite razes IMAGINRIAS MLTIPLAS, podendo tambm ter quaisquer outras

    razes reais ou imaginrias.

    Analisemos o caso A, ou seja, o caso de o polinmio d(x) admitir somente razes REAIS E TODAS DIFERENTES

    Consideremos d(x) = nnn a...xaxa 110 com razes nx,...,x,x,x 321 todas reais e todas diferentes.

    Factorizando d(x), teremos:

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    50

    nxx...xxxxxxa)x(d 3210

    logo:

    nxx...xxxxxxa)x(r

    )x(d

    )x(r)x(f

    3210

    Esta fraco pode decompor-se em n fraces, cujos numeradores so constantes a determinar e cujos

    denominadores so cada um dos factores da decomposio. Podemos ento escrever:

    n

    n

    n xx

    A...

    xx

    A

    xx

    A

    xx

    A

    axx...xxxxxxa

    )x(r

    3

    3

    2

    2

    1

    1

    03210

    1

    Os coeficientes podem ser determinados atravs de dois mtodos:

    - Mtodo dos coeficientes indeterminados

    - Regra prtica do tapa.

    EXEMPLOS

    1. Determinar a primitiva de

    f(x)=)x)(x(

    x

    32

    Podemos escrever:

    )x(

    A

    )x(

    A

    )x)(x(

    x

    3232

    21

    Vamos determinar as constantes atravs do mtodo dos coeficientes indeterminados:

    Desembaraando de denominadores, temos:

    )AA(x)AA(x

    AxAAxAx

    )x(A)x(Ax

    2121

    2211

    21

    23

    23

    23

    Ento, podemos escrever

    3

    2

    023

    1

    2

    1

    21

    21

    A

    A

    AA

    AA

    Determinemos as mesmas constantes atravs da regra do tapa:

    )x(

    A

    )x(

    A

    )x)(x(

    x

    3232

    21

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    51

    Para determinar 1A : suprime-se fraco )x)(x(

    x

    32 o denominador de

    1A , substituindo na expresso resultante x pelo valor que anula o denominador de 1A , ou seja x = 2:

    1A = 23 2

    xx

    x

    Para determinar 2A : suprime-se fraco )x)(x(

    x

    32 o denominador de

    2A , substituindo na expresso resultante x pelo valor que anula o denominador de 2A , ou seja x = 3 :

    2A =

    3

    32 x

    x

    x

    Ento agora estamos aptos a determinar x

    dx( x 2)( x 3)

    :

    dx

    )x(dx

    )x(dx

    )x)(x(

    x

    3

    3

    2

    2

    32

    = -2ln(x-2)+3ln(x-3)+C.

    2. Calcular 3

    3 2

    x 1dx

    x x 2x

    Estamos perante uma fraco racional imprpria (o grau do numerador igual ao grau do denominador) tendo

    portanto que efectuar em primeiro lugar a diviso de um polinmio pelo outro, para tornar a fraco numa

    fraco prpria:

    xxx

    xx

    xxx

    x

    2

    121

    2

    123

    2

    23

    3

    O segundo passo a dar factorizar o denominador:

    )x)(x(x)xx(xxxx 2122 223

    Vamos agora decompor a fraco em elementos simples:

    2121

    12

    2

    12 3212

    23

    2

    x

    A

    x

    A

    x

    A

    )x)(x(x

    xx

    xxx

    xx

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    52

    Finalmente, determinar os coeficientes 321 AeA,A pela regra do tapa:

    2

    1

    21

    12

    0

    2

    1

    x)x)(x(

    xxA

    3

    2

    2

    12

    1

    2

    2

    x)x(x

    xxA

    6

    7

    1

    12

    2

    2

    3

    x)x(x

    xxA

    Ento:

    dx

    xdx

    xdx

    xdxdx

    xxx

    x

    2

    67

    1

    32

    21

    12

    123

    3

    = C)xln()xln(xlnx 26

    71

    3

    2

    2

    1

    NOTA

    Quando o polinmio d(x) admitir somente razes reais e todas diferentes, qualquer que seja o nmero de

    fraces TODAS AS PRIMITIVAS SO LOGARTMOS.

    Analisemos agora o caso B, ou seja, o caso de o polinmio d(x) admitir razes REAIS , ALGUMAS OU TODAS

    MLTIPLAS

    Consideremos d(x) = nnn a...xaxa 110 com uma raz b de multiplicidade n. Factorizando d(x), teremos:

    nbxa)x(d 0

    logo:

    nbxa)x(r

    )x(d

    )x(r)x(f

    0

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    53

    Esta fraco pode decompor-se em n fraces, cujos numeradores so constantes a determinar e cujos

    denominadores so cada um dos factores da decomposio, ou seja:

    )bx(

    A...

    )bx(

    A

    )bx(

    A

    )bx(

    A

    abxa

    )x(r nnnnn 2

    3

    1

    21

    00

    1

    Os coeficientes podem ser determinados atravs do mtodo dos coeficientes indeterminados.

    3. Determinar dx)x)(x( 311

    1

    O denominador admite uma raiz simples que 1 e uma raz tripla que 1. Ento podemos escrever:

    )x(

    B

    )x(

    B

    )x(

    B

    x

    A

    )x)(x( 111111

    1 32

    2

    3

    1

    3

    A constante A correspondente raiz simples, calculada como j foi visto nos exemplos anteriores. Temos

    ento

    8

    1

    1

    1

    1

    3

    x)x(

    A

    As restantes constantes , relativas raiz de multiplicidade 3, sero calculadas atravs do mtodo dos

    coeficientes indeterminados, como se segue abaixo:

    )BBB()xBxBx()xBxBx()xBx

    (

    )x)(x(B)x)(x(B)x(B)x(A

    32131

    2

    3

    2

    2

    23

    3

    3

    2

    321

    3

    8

    1

    8

    3

    8

    3

    81

    1111111

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    54

    3

    32

    31

    321

    8

    10

    8

    30

    8

    30

    8

    11

    B

    BB

    BB

    BBB

    8

    1

    4

    1

    2

    1

    3

    2

    1

    B

    B

    B

    Finalmente, podemos escrever:

    dx)x(

    dx)x(

    dx)x(

    dxx

    dx)x)(x(

    1

    81

    1

    41

    1

    21

    1

    81

    11

    1233

    Cxln)x()x(xlndx)x)(x(

    181

    14

    111

    8

    1

    11

    1 123

    NOTA

    No caso das razes reais mltiplas, as primitivas cujos expoentes do denominador so um, so logaritmos.

    Todas as outras primitivas so potncias.

    Analisemos agora o caso C, ou seja, o caso em que o polinmio d(x) admite razes IMAGINRIAS

    DIFERENTES, podendo tambm ter razes reais.

    Consideremos o polinmio d(x) = nnn axaxa 110 , cujas razes so:

    1x - raiz real de multiplicidade 1

    2x - raiz real de multiplicidade a

    3x = a+bi (raiz imaginria)

    4x =a-bi (raiz imaginria conjugada de a-bi)

    (Nota: Se um polinmio de coeficientes reais admite uma raiz imaginria admite tambm a sua conjugada).

    Podemos escrever d(x) como:

    d(x) = )bia(x)bia(x)xx()xx(a a 210

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    55

    = 22210 b)ax()xx()xx(a a .

    Para efectuar a decomposio de uma fraco em elementos simples, j vimos que cada raiz real , com

    multiplicidade 1, d origem a uma fraco do tipo )x(

    Ai

    .

    Para as razes imaginrias, cada par de razes da forma bia , corresponde um trinmio do 2 grau que se

    exprime como a soma de quadrados 22 b)ax( e que d origem a uma fraco do tipo 22 b)ax(

    BAx

    .

    4. Decompor a fraco )xx)(xx)(x(x

    x

    1221

    1222

    em fraces simples.

    Vejamos ento quais as razes do denominador

    0 (raiz simples),

    1 (raiz dupla),

    i1 (raiz imaginria)

    i2

    3

    2

    1 (raiz imaginria).

    Sabemos ento que 1122 22 )x(xx (decomposio numa soma de quadrados e que

    4

    3

    2

    11 22 )x(xx . Ento podemos escrever que:

    4

    3

    2

    1111

    12

    222 )x()x()x(x

    x

    4

    3

    2

    11111 22

    3

    2

    21

    )x(

    DCx

    )x(

    BAx

    )x(

    A

    )x(

    A

    x

    A

    Temos assim a fraco dada decomposta em fraces simples.

    5. Calcular dx)x( 1

    13

    .

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    56

    O primeiro passo a dar efectuar a factorizao do denominador para posteriormente se decompor a

    fraco em elementos simples. Aplicando a regra de Ruffini obtemos:

    )xx)(x(x 111 23

    A raiz de (x-1) 1 e as de 12 xx so os nmeros imaginrios i2

    3

    2

    1

    e i

    2

    3

    2

    1

    . Ento o

    polinmio )xx( 12 no se factoriza, mas para efeitos da primitivao decompe-se numa soma de

    quadrados. Assim sendo:

    2

    2 1 3( x x 1) x2 4

    e a decomposio da fraco ser:

    4

    3

    2

    1111

    1

    1

    12

    21

    23

    x

    BxA

    )x(

    A

    )xx)(x(x.

    Teremos agora que determinar o valor das constantes 1A , 2A e B. Para determinar o valor de 1A , usamos a

    regra do tapa e para determinar o valor das restantes usaremos o mtodo dos coeficientes

    indeterminados. Assim sendo, temos:

    3

    1

    1

    1

    1

    21

    xxxA

    Para a determinao de 2A e B:

    BAx)BAA(x)AA(

    )x)(BxA()xx(A

    121

    2

    21

    2

    2

    1

    1

    111

    logo

    1

    0

    0

    1

    21

    21

    BA

    BAA

    AA

    3

    2

    3

    1

    3

    1

    2

    1

    B

    A

    A

    Resta-nos agora calcular a primitiva:

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    57

    32

    1 2x1

    1 3 3 3dx dx dx1 3x 1 ( x 1)

    ( x )2 4

    .

    Comecemos pela primeira parcela, que uma primitiva imediata:

    113 dx ln x 1

    x 1 3

    .

    Vamos agora segunda parcela:

    2

    1 2x

    3 3 dx1 3

    ( x )2 4

    .

    dx

    x

    dx

    x

    x

    dx

    x

    x

    4

    3)

    2

    1(

    3

    2

    4

    3)

    2

    1(

    3

    1

    4

    3)

    2

    1(

    3

    2

    3

    1

    222

    =

    dx

    x

    dx

    x

    x

    4

    3)

    2

    1(

    1

    3

    2

    4

    3)

    2

    1(

    112

    2

    1

    3

    1

    22

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    58

    3.2.4 - PRIMITIVAO DE FUNES TRIGONOMTRICAS

    Atravs de frmulas conhecidas da trigonometria, possvel calcular a primitiva de algumas potncias de

    funes trigonomtricas.

    I - POTNCIAS DE FUNES TRIGONOMTRICAS

    1. Potncias mpares de sen x , cos x

    Destaca-se uma unidade potncia e potncia de expoente par aplica-se uma das frmulas

    fundamentais:

    sen x+ cos x =12 2

    2. Potncias pares de sen x , cos x

    Passam-se para o arco duplo atravs das frmulas :

    sen x =1

    2(1-cos 2x)2

    ou

    cos x =1

    2(1+ cos 2x)2

    3. Potncias pares e mpares de tg x , cotg x

    Destaca-se tg2x, cotg2x, th2x, coth2x e aplica-se uma das frmulas:

    tg x = sec x -12 2

    cotg x = cosec x -12 2

    4. Potncias pares de sec x , cosec x

    Destaca-se sec2x, sech2x, cosec2x, cosech2x e ao factor resultante aplica-se uma das frmulas:

    sec x = 1+ tg x2 2

    cosec x = 1+ cotg x2 2

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    59

    5. Potncias mpares de sec x , cosec x

    Destaca-se xcosec x,sec 22 e primitiva-se por partes comeando por esse factor.

    II - PRODUTOS DE POTNCIAS DAS FUNES SEN X E COS X

    1. Potncia mpar em sen x por qualquer potncia em cos x

    Destaca-se sen x ou sh x e o factor resultante passa-se para a co-funo atravs da frmula fundamental :

    sen x =1-cos x2 2

    2. Potncia mpar em cos x por qualquer potncia de sen x

    Destaca-se cos x e o factor resultante passa-se para a co-funo atravs da frmula fundamental :

    cos x =1-sen x2 2

    3. Potncia par em sen x por potncia par em cos x

    Aplicam-se as frmulas :

    sen 2x=2 sen x cos x

    2 1-cos 2xsen x=2

    ou 21+cos 2x

    cos x=2

    IIIIII -- PPRROODDUUTTOOSS EEMM QQUUEE AAPPAARREECCEEMM FFAACCTTOORREESS DDOO TTIIPPOO SSEENN((mmxx)) EE CCOOSS((nnxx))

    Aplicam-se as frmulas :

    1

    sen x sen y= cos(x-y)-cos(x+y)2

    1

    sen x cos y= sen(x+y)+sen(x-y)2

    1

    cos x cos y= cos(x+y)+cos(x-y)2

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    60

    IIVV -- PPRROODDUUTTOOSS EEMM QQUUEE AAPPAARREECCEEMM PPOOTTNNCCIIAASS DDAASS FFUUNNEESS TTAANN((XX)) EE SSEECC((XX))

    a) Se a potncia da secante par, destaca-se 2sec x e usa-se a frmula 2 2sec x 1 tg x para

    expressar os factores remanescentes em termos de tg(x).

    b) Se a potncia da tangente mpar, destaca-se um factor de sec(x)tg(x) e usa-se a frmula

    2 2tg x sec x 1 para expressar os factores remanescentes em termos de sec(x).

    EXERCCIOS 4

    9- Calcule as primitivas das seguintes funes:

    a) senx cos x b) senx 3 cos x c) cosec x d) 3 2tg x sec x

    e) 3tg xcos x f) 3cos x

    g) 4sen x h) 3sec x i ) 3tg x j) 2 2sen xcos x

    k) 4sec x l) 3tg x + 4tg x

    m) 3sen x n) 2sec x

    cotg x o)

    2sec x

    3 2tgx p)

    2

    2

    sec x

    3 tg x

    q) 4 6sec x tg x r) 7 5sec x tg x

    s) sen 4xcos 5x t) cosx cos(2x)

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    61

    3.2.5 - PRIMITIVAO POR SUBSTITUIO

    Em certos casos no possvel determinar dx)x(f devido natureza da expresso analtica de funo f(x).

    Para contornar este problema, procura-se uma mudana de varivel que permita calcular a primitiva. isto

    que o mtodo da substituio faz.

    Este mtodo consiste no seguinte:

    Seja f(x)dx . Se substituirmos a varivel x por g(t), sendo esta uma funo injectiva e derivvel,

    teremos:

    x = g(t) e dttgxd )()(

    Ento:

    CCdttgtgfdxxf ,

    Primitivando a funo assim obtida em ordem varivel t e seguidamente substituindo t por 1( )g x .

    Tem-se ento:

    CCdttgtgfdxxf xgt ,1

    EXEMPLO

    Determinar dxxa 22

    Vamos efectuar a seguinte substituio: x= g(t) = a sent. Teremos ento tcosa)x(g , logo:

    2 2 2 2a x dx ( a (asent) acost ) dt

    = 2 2( a (1 sen t ) acost ) dt

    = acost acost ) dt

    =a 2 2cos t dt

    Ora esta primitiva j nossa conhecida (primitiva de uma funo trigonomtrica (potncia par de cost). Logo:

    a 2 tdtcos2 =

    dt

    tcosa

    2

    212

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    62

    = dttcos

    adta2

    2

    2

    1 22

    =

    )t(sent

    a2

    2

    1

    2

    2

    Voltando varivel x, temos:

    x = arcsen(t), logo )a

    x(arcsentesent

    a

    x

    sen(2t)=2sen(t)cos(t) e sen(t) = a

    x, logo sen (2t)= 2

    2

    1

    a

    x

    a

    x( lembre-se que 122 tcostsen ).Logo:

    dxxa22

    22

    12

    1

    2 a

    x

    a

    x

    a

    xarcsen

    a+C.

    Resumindo:

    Para efectuar o processo de primitivao por substituio no clculo de uma primitiva f x dx , deve-se

    proceder do seguinte modo:

    i) Identificar a mudana de varivel adequada x g t , onde g uma funo diferencivel e

    invertvel.

    ii) Calcular f g t g t dt

    iii) Substituir no resultado obtido na alnea anterior a varivel t por 1( )g x .

    A escolha da funo que vai substituir a varivel x (passo ii) depende do tipo de funo em causa. A cada tipo

    de funo corresponde uma substituio adequada que pode ser vista nas tabelas de primitivao por

    substituio.

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    63

    EXERCCIOS 5

    1.Calcule as primitivas das funes abaixo, usando primitivao por substituio.

    a) 24 x b)

    x 1

    x 1 c) 21 4x d)

    x

    3x x

    e

    e e e)

    1 sen x

    1 cos x

    f) x

    x

    3

    1 9 g)

    2

    2

    9 x

    x h)

    2ln x

    ,x 0x

    i) 3

    x

    x x j)

    x 1x

    x 1

    k) 3

    2

    x

    2 x l)

    1

    3

    x

    x

    EXERCCIO 6

    1. Utilizando as tcnicas de primitivao que aprendeu, determine as primitivas das seguintes funes:

    a) 2

    3

    4

    2

    x

    x x

    b) xe sen(x) c)

    2

    22 ln

    x

    xxx

    d) cos(ln(x)) e) xx

    xx

    )1(

    132

    2

    f)

    92

    3

    x

    x

    g) )ln1(

    )(ln(2 xx

    xarctg

    h)

    xx

    x

    33

    32

    i) x

    x

    e

    e

    4

    2

    1

    j)

    2ln

    21 4 ln

    arctg xe

    x x k)

    92

    3

    x

    x l) )x(sen)x(gcote x

    m) x

    x))cos(ln( n)

    x

    x

    e

    e2

    3

    1

    o) 2)1(4

    1

    x

    p) 2arcsen xx q)2x1

    x

    r) xx

    x

    2

    s) x

    x )1ln( t )

    )1x(x

    1

    22 u)

    2

    1

    2 xx

    v) 21

    21

    xx

    xx x)

    xx 2

    1

    2 z) 222 xx

    a1) 21

    1

    xx a2)

    24 x a3) x

    x

    1

    a4)

    1

    1

    2 x

    a5) 43

    1

    2

    xx

    x a6)

    3

    1

    xx

    x

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    64

    a7) 1

    2

    x

    x

    e

    e a8)

    161

    3

    x

    x a9)

    )2()1(

    1

    3 xx

    a10) 232 32 xx a11) 23

    31

    2

    xx a12) xe sen(3x)

    a13)

    2

    3

    2 22

    1ln

    5

    11

    1 ln5

    xarcsen

    xx dx

    xx

    a14) x 1

    x

    a15) 5 x

    x a16)

    2arcsenx

    1 x a17)

    x

    2 x

    e

    e 1

    2. a)i) Mostre que

    2 2

    3 4 3

    ln t 1 x 1dt dx

    t ln t ln t 1 x x

    ii) Atendendo a que

    2

    2 31

    4 3 3 2

    A AAx 1 B

    x x x x x x 1, determine as constantes 1 2 3A ,A ,A e B e

    determine

    2

    3

    ln t 1dt

    t ln t ln t 1

    .

    b) Determine a funo que verifica as seguintes condies:

    f x ln x e f 1 1 .

    3. Mostre que

    a)i) dtt

    tdx

    x

    x

    1

    61

    3

    73

    ii) 13

    7

    t

    t=

    134

    t

    ttt

    iii)

    4

    3

    2

    11123

    t

    CBt

    t

    A

    t

    t

    b) Calcule a constante A da alnea anterior.

    4. Determine a funo Df : que satisfaz as condies

    xe

    xxf

    21

    e 00 f .

    5.a) Utilizando o mtodo de primitivao por partes, mostre que

    dxxx

    xdx

    x

    x

    222

    32

    2

    1

    1

    11

    .

  • CAPTULO 3 PRIMITIVAO

    65

    b) Calcule

    dxx 21

    1, usando uma substituio adequada.

    c) Indique uma primitiva para a funo

    232

    2

    11 x

    x

    x

    xxf