CAPÍTULO3 - PRIMITIVAÇÃO
-
Upload
ricardo-rocha -
Category
Documents
-
view
10 -
download
2
description
Transcript of CAPÍTULO3 - PRIMITIVAÇÃO
-
Captulo 3 PRIMITIVAO
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
41
CAPTULO 3 - PRIMITIVAO DE FUNES REAIS DE VARIVEL REAL
DEFINIO 1
Seja f uma funo real de varivel definida no intervalo a,b . Chama-se primitiva da funo f em a ,b a
outra funo F definida em a,b , tal que )()( xfxF , para todo o x a,b .
Temos ento
)()()()( xfxFxFxPf
NOTAO
A primitiva de uma funo f(x) representa-se por f x dx ou por Pf x .
EXEMPLO 1
Dada por exemplo a funo 523 2 xxxf podemos encontrar uma outra funo xF , cuja derivada,
xF , seja xf . No caso presente se tomarmos 2523 xxxxF , temos xF 23x 2x 5 ,
que a funo f(x).
Ento, isto significa que a derivada da funo xF a funo xf e tambm que uma primitiva da funo
xf a funo xF .
Decorre directamente da definio de primitiva de uma funo que, se f primitivvel num intervalo I, ou
seja se existe uma primitiva de f em I, ento:
- Existe um nmero infinito de primitivas de f em I.
(Se dxxfxF , ento dxxfCxF , qualquer que seja a constante real C.
- Toda a primitiva de f em I uma funo contnua em I (uma primitiva uma funo derivvel e portanto
contnua)
OBSERVAO:
H funes que no so primitivveis.
DEFINIO 2
A CxF )( chama-se expresso geral das primitivas de f(x), ou famlia das primitivas de f(x). A f(x) chama-se
funo integranda.
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
42
TEOREMA 1
Se F e H so duas primitivas de f em a,b ento F e H diferem entre si apenas por uma constante no intervalo
a,b , ou seja, C,CxHxF
TEOREMA 2
Se f uma funo contnua em a,b , ento f tem primitiva em a,b , ou seja, primitivvel em a,b .
NOTAO
habitual representar uma primitiva de f(x) por P f(x), ou por dxxf )( .
PROPRIEDADES
1) k,dx)x(fkdx)x(kf
2) Se 1 2 nF(x)=f (x)+f (x)+...+f (x) , em que f1, f2,, fn so primitivveis, ento:
1 2 nF(x)dx= f (x)dx+ f (x)dx +...+ f (x)dx
3. 1 - PRIMITIVAO IMEDIATA
Enquanto que para a derivao o clculo diferencial (em ) nos fornece uma regra de derivao, o mesmo no
acontece com a primitivao.
O problema da primitivao resume-se sempre em transformar a funo que se pretende primitivar numa
decomposio de funes onde cada uma delas d, atravs do seu aspecto, uma pista, da regra de derivao
que a ela conduziu. Em seguida, reduzi-la a uma das chamadas primitivas imediatas que facilmente se
resolver com (ou sem) a ajuda da tabela adequada.
EXERCCIOS 1
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
43
1. Verifique, usando a definio de primitiva de uma funo, se
I) 2 5x e 2 1000x so duas primitivas de 1
x.
II) 44
19
x x uma primitiva de 32x x .
III) 33
ln( x )arctg
uma primitiva de 2
3
3
x
ln x.
IV) 2 3 2 1
73 3
tarctg
uma primitiva de
2
1
1t t .
2. Calcule as seguintes primitivas:
a) 6
5dx b)
3x dx
c) 3 2x dx d)
3 cossen x x dx
e) 1
1dx
x f)
5
2dx
x
f)
6
6 8dx
x g)
cos( )
( )
xdx
sen x
h) tan 2sec
g xe x dx i)
1
, 0ln
x dx xx
j) 2
2 xxe dx k) 3 3sen x dx
l) 25sec 5x dx m)
5
6
6xdx
x
n)
22
1 2dx
x o)
2
5
1 5dx
x
p)
2cos( )
1
xdx
sen x q)
23 2x dx
r) cossen x
e x dx s)
21
1dx
x
3. Calcule as primitivas das seguintes funes:
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
44
a) 3
1
x b) 243 1 xx
c) 21
1
x d) 2sec ( x ) tg( x )
e) 1x .ln x f) 3 2xx
g)
2x41
x2arctg
i) 53 xe
j) x
x10 k)
xx
x
4
22
l) tgx m) 2
1
x
e x
n) 44
x
x o)
sen(ln x )
x
p) 24
x
x q)
1
x
x
e
e
r)21
x
x
e
e s)
45
1
x
x
t)2
cos x
1 sen x u)
4
3x
1 x
v) senxe cos x x))xln1(x
1
y) )x2(tg w) 2
5
4 x
z)
2
4 2
x arctg 1 x
x 2x 2 a1)
x
x
e
e 21
b1) 2
1 ln
1 ln
arcsen x
x x
c1)
)xln1(x
xln2
d1) 22 x1ln1x1
x5
e1)
1
2 1xe
f1) 4x94
x
g1) )ecos(e x2x2
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
45
h1) xsen2
xcossenx
4 i1)
2
3
x
3 ln x
j1) 2x42
1x
k1)
3 2
sen6x
sen 3x 1
l1) 5x
x8
3
m1)
2 23 2
1 2x x
x
n1) 29 25
x
x
e
e 01)
2
2
2
6
x x
x x
e e
e xe
p1) 1
x
x
e
e q1)
21
x
x
e
e
r1) 2
8
3
x
x s1)
28
3 x
t1) 2
8
4
x
x u1)
28
4x
3. 2 - MTODOS DE PRIMITIVAO
3.2.1 - PRIMITIVAO POR DECOMPOSIO
Se 1 2 nF(x)=f (x)+f (x)+...+f (x) , em que f1, f2,, fn so primitivveis, ento
1 2 nF(x)dx= f (x)dx+ f (x)dx +...+ f (x)dx
EXERCCIOS 2
1 - Calcule as primitivas das seguintes funes:
a) 3 2x 5x 2x 1 b) 1 cos( 2x )
2
b) c) 3
2
x tgx
4 cos x d)
senx cos x
cos x
e) 3
1 x f) 2
cos x 3
g) 2
2x xe e h)x 2
x
i) 2
2arctgx
x1
1)x1ln(xe
j)
1 cos 2x2
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
46
2 - Determine a funo f que satisfaz a equao "f x x 1 e que verifica as condies 1)0(f e
0)0(f .
3.2.2 - PRIMITIVAO POR PARTES
Quando se pretende primitivar um produto de duas funes e no se est perante uma primitiva imediata,
usa-se, de um modo geral, o mtodo de primitivao por partes:
'1 2 1 2 1 2f .f f f f f
que resulta da seguinte identidade:
Seja F(x) = Pf(x) e G(x) =Pg(x).
Derivando o produto de F(x).g(x), obtemos :
)().()().()().( xgxFxgxFxgxF e ento
Mas da definio de primitiva de uma funo podemos escrever que fxF )( , e ento a igualdade anterior
ficar:
)().())().(()().( xgxFxgxFxgxf
Primitivando esta igualdade obtemos:
)().())().(()().( xgxFPxgxFPxgxfP
=F( x).g( x) -P F( x).g ( x)
O sucesso da aplicao deste mtodo est na escolha da funo pela qual se comea a primitivar, assim sendo,
apresentam-se abaixo algumas sugestes:
1) Sabendo-se primitivar apenas um dos factores, por ele que se comea.
1
2
x ln x dx
f ln x
f x
)().())().(()().( xgxFxgxFxgxF
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
47
2) Se a funo a primitivar o produto de um polinmio por uma funo transcendente:
2.1) Se a funo transcendente tal que a sua derivao conduz a outra funo transcendente
que lhe semelhante ( por exemplo as funes circulares e exponencial), deve-se comear a
primitivar por ela.
1
2
x 1 sen x dx
f x 1
f sen x
2.2) Quando a derivao da funo transcendente conduz a uma funo no transcendente (
por exemplo a funo logartmica e as funes circulares inversas), comea-se a primitivar pelo
polinmio.
1
2
x ln x dx
f ln x
f x
3) Quando existe apenas uma funo cuja primitiva no se conhece, multiplica-se a funo pelo
factor 1 e comea-se a primitivar por este.
1
2
ln x dx
1ln x dx
f ln x
f 1
4) Quando se aplica a regra da primitivao por partes vrias vezes seguidas, pode obter-se no
segundo membro uma primitiva igual que se pretende calcular. Neste caso, isola-se essa
primitiva num dos membros e a igualdade passa a tratar-se como uma equao, onde a incgnita
a primitiva em causa.
12
sen ln x dx
f sen ln x
f 1
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
48
EXERCCIOS 3
1- Calcule as primitivas das seguintes funes:
a) xln x b) senxx 1
c) ln x d) 2xe senx
e) arcsenx f) sen(lnx)
g) xe cos2x h) 2xarctg x
i) sen( x) ln(1 sen( x) j) xx5
k) xxe l) )32(3 xe x
m)sen(2x)cos(3x) n) x 2sec x
o) 2
2
ln x
x p) 2arcsenx
q) 2
3
1 x
x
r) xx 2 e
s) 3 2x cos( x ) t) x
xln
u) x2 e)5x2x( v) arctg
x
1
x) xcos3x y) 23 xx e
z) 2
lnx x a1) 3 2cosx x
b1) 2 sx enx c1) 2 ln( 2)x x
d1) x xe arctg e e1) 6x 2 ln x
2 - Determine a funo f que satisfaz 152 xexxf e f 1 f 1 5 .
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
49
3.2.3 - PRIMITIVAO DE FUNES RACIONAIS
Funo Racional o quociente de dois polinmios inteiros em x e representada por
)x(d
)x(D)x(f
Onde D(x) o polinmio dividendo e d(x) o polinmio divisor.
Na primitivao de funes racionais, o primeiro passo a dar tornar a fraco dada numa fraco prpria (o
grau do numerador menor que o grau do denominador ), caso esta ainda no o seja. Para tal, h que efectuar
a diviso do polinmio D(x) por d(x), obtendo:
)x(d
)x(r)x(Q)x(f
Onde Q(x) o polinmio quociente e r(x) o polinmio resto.
Como a fraco )x(d
)x(r irredutvel, podemos escrever:
dx)x(d
)x(rdx)x(Qdx
)x(d
)x(D
dx)x(Q uma primitiva imediata, pois trata-se de um polinmio. dx)x(d)x(r
poder ser imediata ou no.
Caso no seja, h que determinar as razes do polinmio do denominador e factoriz-lo. Neste caso,
poderemos deparar-nos com quatro hipteses possveis:
A - O polinmio d(x) admite somente razes REAIS E TODAS DIFERENTES.
B - O polinmio d(x) admite somente razes REAIS , ALGUMAS OU TODAS MLTIPLAS.
C - O polinmio d(x) admite razes IMAGINRIAS E DIFERENTES, podendo tambm ter razes reais.
D - O polinmio d(x) admite razes IMAGINRIAS MLTIPLAS, podendo tambm ter quaisquer outras
razes reais ou imaginrias.
Analisemos o caso A, ou seja, o caso de o polinmio d(x) admitir somente razes REAIS E TODAS DIFERENTES
Consideremos d(x) = nnn a...xaxa 110 com razes nx,...,x,x,x 321 todas reais e todas diferentes.
Factorizando d(x), teremos:
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
50
nxx...xxxxxxa)x(d 3210
logo:
nxx...xxxxxxa)x(r
)x(d
)x(r)x(f
3210
Esta fraco pode decompor-se em n fraces, cujos numeradores so constantes a determinar e cujos
denominadores so cada um dos factores da decomposio. Podemos ento escrever:
n
n
n xx
A...
xx
A
xx
A
xx
A
axx...xxxxxxa
)x(r
3
3
2
2
1
1
03210
1
Os coeficientes podem ser determinados atravs de dois mtodos:
- Mtodo dos coeficientes indeterminados
- Regra prtica do tapa.
EXEMPLOS
1. Determinar a primitiva de
f(x)=)x)(x(
x
32
Podemos escrever:
)x(
A
)x(
A
)x)(x(
x
3232
21
Vamos determinar as constantes atravs do mtodo dos coeficientes indeterminados:
Desembaraando de denominadores, temos:
)AA(x)AA(x
AxAAxAx
)x(A)x(Ax
2121
2211
21
23
23
23
Ento, podemos escrever
3
2
023
1
2
1
21
21
A
A
AA
AA
Determinemos as mesmas constantes atravs da regra do tapa:
)x(
A
)x(
A
)x)(x(
x
3232
21
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
51
Para determinar 1A : suprime-se fraco )x)(x(
x
32 o denominador de
1A , substituindo na expresso resultante x pelo valor que anula o denominador de 1A , ou seja x = 2:
1A = 23 2
xx
x
Para determinar 2A : suprime-se fraco )x)(x(
x
32 o denominador de
2A , substituindo na expresso resultante x pelo valor que anula o denominador de 2A , ou seja x = 3 :
2A =
3
32 x
x
x
Ento agora estamos aptos a determinar x
dx( x 2)( x 3)
:
dx
)x(dx
)x(dx
)x)(x(
x
3
3
2
2
32
= -2ln(x-2)+3ln(x-3)+C.
2. Calcular 3
3 2
x 1dx
x x 2x
Estamos perante uma fraco racional imprpria (o grau do numerador igual ao grau do denominador) tendo
portanto que efectuar em primeiro lugar a diviso de um polinmio pelo outro, para tornar a fraco numa
fraco prpria:
xxx
xx
xxx
x
2
121
2
123
2
23
3
O segundo passo a dar factorizar o denominador:
)x)(x(x)xx(xxxx 2122 223
Vamos agora decompor a fraco em elementos simples:
2121
12
2
12 3212
23
2
x
A
x
A
x
A
)x)(x(x
xx
xxx
xx
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
52
Finalmente, determinar os coeficientes 321 AeA,A pela regra do tapa:
2
1
21
12
0
2
1
x)x)(x(
xxA
3
2
2
12
1
2
2
x)x(x
xxA
6
7
1
12
2
2
3
x)x(x
xxA
Ento:
dx
xdx
xdx
xdxdx
xxx
x
2
67
1
32
21
12
123
3
= C)xln()xln(xlnx 26
71
3
2
2
1
NOTA
Quando o polinmio d(x) admitir somente razes reais e todas diferentes, qualquer que seja o nmero de
fraces TODAS AS PRIMITIVAS SO LOGARTMOS.
Analisemos agora o caso B, ou seja, o caso de o polinmio d(x) admitir razes REAIS , ALGUMAS OU TODAS
MLTIPLAS
Consideremos d(x) = nnn a...xaxa 110 com uma raz b de multiplicidade n. Factorizando d(x), teremos:
nbxa)x(d 0
logo:
nbxa)x(r
)x(d
)x(r)x(f
0
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
53
Esta fraco pode decompor-se em n fraces, cujos numeradores so constantes a determinar e cujos
denominadores so cada um dos factores da decomposio, ou seja:
)bx(
A...
)bx(
A
)bx(
A
)bx(
A
abxa
)x(r nnnnn 2
3
1
21
00
1
Os coeficientes podem ser determinados atravs do mtodo dos coeficientes indeterminados.
3. Determinar dx)x)(x( 311
1
O denominador admite uma raiz simples que 1 e uma raz tripla que 1. Ento podemos escrever:
)x(
B
)x(
B
)x(
B
x
A
)x)(x( 111111
1 32
2
3
1
3
A constante A correspondente raiz simples, calculada como j foi visto nos exemplos anteriores. Temos
ento
8
1
1
1
1
3
x)x(
A
As restantes constantes , relativas raiz de multiplicidade 3, sero calculadas atravs do mtodo dos
coeficientes indeterminados, como se segue abaixo:
)BBB()xBxBx()xBxBx()xBx
(
)x)(x(B)x)(x(B)x(B)x(A
32131
2
3
2
2
23
3
3
2
321
3
8
1
8
3
8
3
81
1111111
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
54
3
32
31
321
8
10
8
30
8
30
8
11
B
BB
BB
BBB
8
1
4
1
2
1
3
2
1
B
B
B
Finalmente, podemos escrever:
dx)x(
dx)x(
dx)x(
dxx
dx)x)(x(
1
81
1
41
1
21
1
81
11
1233
Cxln)x()x(xlndx)x)(x(
181
14
111
8
1
11
1 123
NOTA
No caso das razes reais mltiplas, as primitivas cujos expoentes do denominador so um, so logaritmos.
Todas as outras primitivas so potncias.
Analisemos agora o caso C, ou seja, o caso em que o polinmio d(x) admite razes IMAGINRIAS
DIFERENTES, podendo tambm ter razes reais.
Consideremos o polinmio d(x) = nnn axaxa 110 , cujas razes so:
1x - raiz real de multiplicidade 1
2x - raiz real de multiplicidade a
3x = a+bi (raiz imaginria)
4x =a-bi (raiz imaginria conjugada de a-bi)
(Nota: Se um polinmio de coeficientes reais admite uma raiz imaginria admite tambm a sua conjugada).
Podemos escrever d(x) como:
d(x) = )bia(x)bia(x)xx()xx(a a 210
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
55
= 22210 b)ax()xx()xx(a a .
Para efectuar a decomposio de uma fraco em elementos simples, j vimos que cada raiz real , com
multiplicidade 1, d origem a uma fraco do tipo )x(
Ai
.
Para as razes imaginrias, cada par de razes da forma bia , corresponde um trinmio do 2 grau que se
exprime como a soma de quadrados 22 b)ax( e que d origem a uma fraco do tipo 22 b)ax(
BAx
.
4. Decompor a fraco )xx)(xx)(x(x
x
1221
1222
em fraces simples.
Vejamos ento quais as razes do denominador
0 (raiz simples),
1 (raiz dupla),
i1 (raiz imaginria)
i2
3
2
1 (raiz imaginria).
Sabemos ento que 1122 22 )x(xx (decomposio numa soma de quadrados e que
4
3
2
11 22 )x(xx . Ento podemos escrever que:
4
3
2
1111
12
222 )x()x()x(x
x
4
3
2
11111 22
3
2
21
)x(
DCx
)x(
BAx
)x(
A
)x(
A
x
A
Temos assim a fraco dada decomposta em fraces simples.
5. Calcular dx)x( 1
13
.
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
56
O primeiro passo a dar efectuar a factorizao do denominador para posteriormente se decompor a
fraco em elementos simples. Aplicando a regra de Ruffini obtemos:
)xx)(x(x 111 23
A raiz de (x-1) 1 e as de 12 xx so os nmeros imaginrios i2
3
2
1
e i
2
3
2
1
. Ento o
polinmio )xx( 12 no se factoriza, mas para efeitos da primitivao decompe-se numa soma de
quadrados. Assim sendo:
2
2 1 3( x x 1) x2 4
e a decomposio da fraco ser:
4
3
2
1111
1
1
12
21
23
x
BxA
)x(
A
)xx)(x(x.
Teremos agora que determinar o valor das constantes 1A , 2A e B. Para determinar o valor de 1A , usamos a
regra do tapa e para determinar o valor das restantes usaremos o mtodo dos coeficientes
indeterminados. Assim sendo, temos:
3
1
1
1
1
21
xxxA
Para a determinao de 2A e B:
BAx)BAA(x)AA(
)x)(BxA()xx(A
121
2
21
2
2
1
1
111
logo
1
0
0
1
21
21
BA
BAA
AA
3
2
3
1
3
1
2
1
B
A
A
Resta-nos agora calcular a primitiva:
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
57
32
1 2x1
1 3 3 3dx dx dx1 3x 1 ( x 1)
( x )2 4
.
Comecemos pela primeira parcela, que uma primitiva imediata:
113 dx ln x 1
x 1 3
.
Vamos agora segunda parcela:
2
1 2x
3 3 dx1 3
( x )2 4
.
dx
x
dx
x
x
dx
x
x
4
3)
2
1(
3
2
4
3)
2
1(
3
1
4
3)
2
1(
3
2
3
1
222
=
dx
x
dx
x
x
4
3)
2
1(
1
3
2
4
3)
2
1(
112
2
1
3
1
22
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
58
3.2.4 - PRIMITIVAO DE FUNES TRIGONOMTRICAS
Atravs de frmulas conhecidas da trigonometria, possvel calcular a primitiva de algumas potncias de
funes trigonomtricas.
I - POTNCIAS DE FUNES TRIGONOMTRICAS
1. Potncias mpares de sen x , cos x
Destaca-se uma unidade potncia e potncia de expoente par aplica-se uma das frmulas
fundamentais:
sen x+ cos x =12 2
2. Potncias pares de sen x , cos x
Passam-se para o arco duplo atravs das frmulas :
sen x =1
2(1-cos 2x)2
ou
cos x =1
2(1+ cos 2x)2
3. Potncias pares e mpares de tg x , cotg x
Destaca-se tg2x, cotg2x, th2x, coth2x e aplica-se uma das frmulas:
tg x = sec x -12 2
cotg x = cosec x -12 2
4. Potncias pares de sec x , cosec x
Destaca-se sec2x, sech2x, cosec2x, cosech2x e ao factor resultante aplica-se uma das frmulas:
sec x = 1+ tg x2 2
cosec x = 1+ cotg x2 2
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
59
5. Potncias mpares de sec x , cosec x
Destaca-se xcosec x,sec 22 e primitiva-se por partes comeando por esse factor.
II - PRODUTOS DE POTNCIAS DAS FUNES SEN X E COS X
1. Potncia mpar em sen x por qualquer potncia em cos x
Destaca-se sen x ou sh x e o factor resultante passa-se para a co-funo atravs da frmula fundamental :
sen x =1-cos x2 2
2. Potncia mpar em cos x por qualquer potncia de sen x
Destaca-se cos x e o factor resultante passa-se para a co-funo atravs da frmula fundamental :
cos x =1-sen x2 2
3. Potncia par em sen x por potncia par em cos x
Aplicam-se as frmulas :
sen 2x=2 sen x cos x
2 1-cos 2xsen x=2
ou 21+cos 2x
cos x=2
IIIIII -- PPRROODDUUTTOOSS EEMM QQUUEE AAPPAARREECCEEMM FFAACCTTOORREESS DDOO TTIIPPOO SSEENN((mmxx)) EE CCOOSS((nnxx))
Aplicam-se as frmulas :
1
sen x sen y= cos(x-y)-cos(x+y)2
1
sen x cos y= sen(x+y)+sen(x-y)2
1
cos x cos y= cos(x+y)+cos(x-y)2
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
60
IIVV -- PPRROODDUUTTOOSS EEMM QQUUEE AAPPAARREECCEEMM PPOOTTNNCCIIAASS DDAASS FFUUNNEESS TTAANN((XX)) EE SSEECC((XX))
a) Se a potncia da secante par, destaca-se 2sec x e usa-se a frmula 2 2sec x 1 tg x para
expressar os factores remanescentes em termos de tg(x).
b) Se a potncia da tangente mpar, destaca-se um factor de sec(x)tg(x) e usa-se a frmula
2 2tg x sec x 1 para expressar os factores remanescentes em termos de sec(x).
EXERCCIOS 4
9- Calcule as primitivas das seguintes funes:
a) senx cos x b) senx 3 cos x c) cosec x d) 3 2tg x sec x
e) 3tg xcos x f) 3cos x
g) 4sen x h) 3sec x i ) 3tg x j) 2 2sen xcos x
k) 4sec x l) 3tg x + 4tg x
m) 3sen x n) 2sec x
cotg x o)
2sec x
3 2tgx p)
2
2
sec x
3 tg x
q) 4 6sec x tg x r) 7 5sec x tg x
s) sen 4xcos 5x t) cosx cos(2x)
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
61
3.2.5 - PRIMITIVAO POR SUBSTITUIO
Em certos casos no possvel determinar dx)x(f devido natureza da expresso analtica de funo f(x).
Para contornar este problema, procura-se uma mudana de varivel que permita calcular a primitiva. isto
que o mtodo da substituio faz.
Este mtodo consiste no seguinte:
Seja f(x)dx . Se substituirmos a varivel x por g(t), sendo esta uma funo injectiva e derivvel,
teremos:
x = g(t) e dttgxd )()(
Ento:
CCdttgtgfdxxf ,
Primitivando a funo assim obtida em ordem varivel t e seguidamente substituindo t por 1( )g x .
Tem-se ento:
CCdttgtgfdxxf xgt ,1
EXEMPLO
Determinar dxxa 22
Vamos efectuar a seguinte substituio: x= g(t) = a sent. Teremos ento tcosa)x(g , logo:
2 2 2 2a x dx ( a (asent) acost ) dt
= 2 2( a (1 sen t ) acost ) dt
= acost acost ) dt
=a 2 2cos t dt
Ora esta primitiva j nossa conhecida (primitiva de uma funo trigonomtrica (potncia par de cost). Logo:
a 2 tdtcos2 =
dt
tcosa
2
212
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
62
= dttcos
adta2
2
2
1 22
=
)t(sent
a2
2
1
2
2
Voltando varivel x, temos:
x = arcsen(t), logo )a
x(arcsentesent
a
x
sen(2t)=2sen(t)cos(t) e sen(t) = a
x, logo sen (2t)= 2
2
1
a
x
a
x( lembre-se que 122 tcostsen ).Logo:
dxxa22
22
12
1
2 a
x
a
x
a
xarcsen
a+C.
Resumindo:
Para efectuar o processo de primitivao por substituio no clculo de uma primitiva f x dx , deve-se
proceder do seguinte modo:
i) Identificar a mudana de varivel adequada x g t , onde g uma funo diferencivel e
invertvel.
ii) Calcular f g t g t dt
iii) Substituir no resultado obtido na alnea anterior a varivel t por 1( )g x .
A escolha da funo que vai substituir a varivel x (passo ii) depende do tipo de funo em causa. A cada tipo
de funo corresponde uma substituio adequada que pode ser vista nas tabelas de primitivao por
substituio.
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
63
EXERCCIOS 5
1.Calcule as primitivas das funes abaixo, usando primitivao por substituio.
a) 24 x b)
x 1
x 1 c) 21 4x d)
x
3x x
e
e e e)
1 sen x
1 cos x
f) x
x
3
1 9 g)
2
2
9 x
x h)
2ln x
,x 0x
i) 3
x
x x j)
x 1x
x 1
k) 3
2
x
2 x l)
1
3
x
x
EXERCCIO 6
1. Utilizando as tcnicas de primitivao que aprendeu, determine as primitivas das seguintes funes:
a) 2
3
4
2
x
x x
b) xe sen(x) c)
2
22 ln
x
xxx
d) cos(ln(x)) e) xx
xx
)1(
132
2
f)
92
3
x
x
g) )ln1(
)(ln(2 xx
xarctg
h)
xx
x
33
32
i) x
x
e
e
4
2
1
j)
2ln
21 4 ln
arctg xe
x x k)
92
3
x
x l) )x(sen)x(gcote x
m) x
x))cos(ln( n)
x
x
e
e2
3
1
o) 2)1(4
1
x
p) 2arcsen xx q)2x1
x
r) xx
x
2
s) x
x )1ln( t )
)1x(x
1
22 u)
2
1
2 xx
v) 21
21
xx
xx x)
xx 2
1
2 z) 222 xx
a1) 21
1
xx a2)
24 x a3) x
x
1
a4)
1
1
2 x
a5) 43
1
2
xx
x a6)
3
1
xx
x
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
64
a7) 1
2
x
x
e
e a8)
161
3
x
x a9)
)2()1(
1
3 xx
a10) 232 32 xx a11) 23
31
2
xx a12) xe sen(3x)
a13)
2
3
2 22
1ln
5
11
1 ln5
xarcsen
xx dx
xx
a14) x 1
x
a15) 5 x
x a16)
2arcsenx
1 x a17)
x
2 x
e
e 1
2. a)i) Mostre que
2 2
3 4 3
ln t 1 x 1dt dx
t ln t ln t 1 x x
ii) Atendendo a que
2
2 31
4 3 3 2
A AAx 1 B
x x x x x x 1, determine as constantes 1 2 3A ,A ,A e B e
determine
2
3
ln t 1dt
t ln t ln t 1
.
b) Determine a funo que verifica as seguintes condies:
f x ln x e f 1 1 .
3. Mostre que
a)i) dtt
tdx
x
x
1
61
3
73
ii) 13
7
t
t=
134
t
ttt
iii)
4
3
2
11123
t
CBt
t
A
t
t
b) Calcule a constante A da alnea anterior.
4. Determine a funo Df : que satisfaz as condies
xe
xxf
21
e 00 f .
5.a) Utilizando o mtodo de primitivao por partes, mostre que
dxxx
xdx
x
x
222
32
2
1
1
11
.
-
CAPTULO 3 PRIMITIVAO
65
b) Calcule
dxx 21
1, usando uma substituio adequada.
c) Indique uma primitiva para a funo
232
2
11 x
x
x
xxf