Capítulo I – Política e Estratégia de Transporte – PET · Como as poucas estradas da época...

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1 Capítulo I – Política e Estratégia de Transporte – PET 1. TEMAS CORRENTES PARA REFLEXÃO “ Um pensamento que não resulta em ação não é muita coisa, mas uma ação que não provem de um pensamento não é coisa nenhuma” (George Bernamos) 2. HISTÓRIA DOS TRANSPORTES a. CONSIDERAÇÕES Muito antes da invenção da roda, o homem tinha a necessidade de transportar, de um canto a outro, os poucos apetrechos que serviam à sobrevivência em seu pequeno mundo nômade. De lá para cá, a despeito da inegável evolução nos sistemas de transporte, três fatores permaneceram presentes e imutáveis: a infra- estrutura ou via, o veículo e, por último mas não menos importante, sua correspondente força motriz. Independentemente de época e lugar, esses fatores representam os principais pilares de qualquer meio de transporte e, somados às necessidades de transportar mais volume ou quantidade, de forma cada vez mais rápida e segura, a lugares cada vez mais distantes, serviram de base a tal mudança nas sociedades modernas, que hoje não mais se concebe a inexistência de veículos como o avião, o metrô, os carros de passeio, os trens, os navios, submarinos, tudo aquilo que, de um jeito ou de outro, faz parte da rotina de uma pessoa do século XXI, como bem se pode notar através de sua história. b. HISTÓRICO Na medida em que as pernas do homem foram substituídas pelo lombo de animais, mais e mais precisou-se domesticar eqüinos, bovinos, lhamas, elefantes, sempre em função do tipo do terreno e da quantidade de carga, haja vista que o fator tempo não era uma variável tão importante, em função da pouca diferença de velocidade entre os meios existentes. Esse quadro mudaria drasticamente a partir da invenção da roda, um pouco antes de 3000 AC, quando se têm as primeiras notícias de que povos nômades da Ásia utilizavam-se de carroças bastante rústicas. 1) a roda Provavelmente o antecessor da roda tenha nascido com os egípcios, quando se utilizavam de roletes de madeira, por cima dos quais deslizavam “pranchas” com a carga a ser transportada, por volta de 2000 AC. Obviamente a primeira roda não se parecia muito com a idéia que fazemos dela atualmente; bem como seu avanço tecnológico foi muitíssimo mais moroso do que estamos acostumados a ver.

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Capítulo I – Po lít ica e Estratégia de Transporte – PET 1 . TEMAS CORRENTES PARA REFLEXÃO “ Um pensamento que não resu l ta em ação não é mu i ta co isa , mas uma ação que não p rovem de um pensamento não é co isa nenhuma” (George Bernamos) 2 . H ISTÓRIA DOS TRANSPORTES

a . CONSIDERAÇÕES

Mu i to an tes da invenção da roda , o homem já t i nha a necess idade de t ranspo r ta r , de um can to a out ro , os poucos ape t rechos que serv iam à sobrev ivênc ia em seu pequeno mundo nômade. De lá pa ra cá , a despe i to da inegáve l evo lução nos s i s temas de t ranspor te , t rês fa to res permaneceram presen tes e imutáve is : a in f ra -es t ru tu ra ou v ia , o ve ícu lo e , po r ú l t imo mas não menos impor tan te , sua co r responden te fo rça mot r i z . Independentemente de época e lugar , esses fa to res represen tam os p r inc ipa is p i l a res de qua lquer me io de t ranspor te e , somados às necess idades de t ranspor ta r ma is vo lume ou quant idade, de fo rma cada vez ma is ráp ida e segura , a lugares cada vez ma is d is tan tes , se rv i ram de base a ta l mudança nas soc iedades modernas , que ho je não ma is se concebe a inex is tênc ia de ve ícu los como o av ião , o me t rô , os ca r ros de passe io , os t rens , os nav ios , submar inos , tudo aqu i l o que , de um je i t o ou de ou t ro , f az pa r te da ro t i na de uma pessoa do sécu lo XXI , como bem se pode no ta r a t ravés de sua h is tó r ia .

b . H ISTÓRICO Na med ida em que as pe rnas do homem fo ram subs t i tu ídas pe lo lombo de an ima is , ma is e ma is p rec isou-se domest ica r eqü inos , bov inos , lhamas, e le fan tes , sempre em função do t ipo do te r reno e da quan t idade de ca rga , ha ja v i s ta que o fa to r tempo não e ra uma var iáve l tão impor tan te , em função da pouca d i fe rença de ve loc idade en t re os me ios ex is ten tes . Esse quadro mudar ia d ras t i camente a pa r t i r da invenção da roda , um pouco an tes de 3000 AC, quando se têm as p r ime i ras no t í c ias de que povos nômades da Ás ia u t i l i zavam-se de ca r roças bas tan te rús t i cas .

1) a roda Provave lmente o an tecessor da roda tenha nasc ido com os eg ípc ios , quando se u t i l i zavam de ro le tes de made i ra , por c ima dos qua is des l i zavam “p ranchas” com a ca rga a se r t ranspor tada , po r vo l t a de 2000 AC. Obv iamente a p r ime i ra roda não se parec ia mu i to com a idé ia que fazemos de la a tua lmente ; bem como seu avanço tecno lóg ico fo i mu i t í ss imo ma is moroso do que es tamos acos tumados a ve r .

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Mesmo ass im, passou a imp lementa r os ve ícu los que logo se r iam t rac ionados po r an ima is , fac i l i t ando bas tan te a v ida do homem.

2) t ração an imal Cur iosamente o cava lo não fo i usado in i c ia lmente nesse moda l ,

sendo p reservado para a guer ra ; e ma is cur ioso a inda , e ra a es t ru tu ra dos p r ime i ros ve ícu los t rac ionados , que pod iam ser fac i lmente desmontados , para t ranspor obs tácu los , sendo remontados l ogo em segu ida , a tendendo às cond ições das v ias da época . Por serem caros , des t inavam -se ao t ranspor te de pessoa l , puxados po r bo is e , po r consegu in te , bas tan te len tos . Foram os romanos que se preocuparam em dar ag i l idade ao moda l , i ncorporando-o as suas leg iões , como e lemento bé l i co – as b igas . Somente em 1464, na França, surg i ram as 1ª car ruagens, sun tuosas e con fo r táve is , que em 1634, após a lgumas adap tações , da r iam o r igem ao 1º se rv i ço regu la r de t ranspor te de passage i ros . Como as poucas es t radas da época p ra t i camente não receb iam manutenção e se de te r io ravam com ex t rema fac i l i dade , somada à fa l ta de v isão dos governantes , chego-se mesmo a res t r i ng i r o t rá fego, l im i tando -o ao t ranspor te de en fe rmos ou apenas de ve ícu los de pequeno po r te . Por essa ocas ião, a França ins t i tu iu um imposto que vi sava a recuperação das v ias e bem ma is ta rde , em 1963 , su rg i r ia o pedág io , cu ja ap l i cação de recursos em p rove i to das v ias de t ranspor te p rop ic iou cons ideráve l desenvo lv imento dos ve ícu los que passaram a pe rco r re r ma io res d i s tânc ias em menor tempo. Como o vo lume de cargas e pessoas a ser t ranspor tado aumentava em progressão geomét r i ca , não era ma is poss íve l f i ca r tão dependen te da muscu la tu ra an ima l . Ass im, o adven to da máqu ina a vapor p rop ic iou o es t ímu lo necessár io a novos inves t imentos em exper iênc ias e , em 1804, surg ia o 1º p ro tó t ipo de uma locomot iva , já sobre t r i l hos .

3) as locomot ivas Em 1825 su rg ia o p r ime i ro t recho de es t rada de fe r ro , que compreend ia pouco ma is de 20 km, en t re as c idades de S teek ten e Par t i ng ton . A pa r t i r da í , a l ocomot i va a vapor te r ia um pape l impor tan t í ss imo no desenvo lv imen to da indús t r i a e do comérc io e , po r que não d i ze r , da ocupação te r r i t o r ia l e desenvo lv imen to de d i ve rsos pa íses . Tendo comprovada sua a l ta capac idade de carga , a l iada a ba ixos cus tos , a locomot iva recebeu impu lsos da á rea de pesqu isas , passando a fazer uso de tu rb inas a gás , e a d iese l , to rnado-se ma is ve loz sendo duran te mu i to tempo o p r inc ipa l me io de t ranspor te de ca rgas e de passage i ros , sem encon t ra r concor ren tes a té a chegada do au tomóve l .

4) o au tomóve l e o caminhão Embora as locomot i vas fossem a so lução para uma var iada gama de i tens a t ranspor ta r , l im i tava -se a i r de um pon to a ou t ro por

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i n te rméd io de um t ra je to f i xo , r íg ido . Fa l tava um ve ícu lo de méd io /pequeno po r te , que p rop ic iasse ma is l i be rdade de locomoção , sem depender dos ve ícu los de t ração an ima l . Ass im, em 1824 surg ia a 1ª so lução de sucesso nesse campo: um t ipo rud imenta r de “ôn ibus” a vapor , que pod ia t ranspor ta r a té 15 passage i ros a uma ve loc idade que chegava aos 24 km/h . Nesse caminho surg i ram bons exemplares de máqu inas a vapor , a té a chegada do moto r a combus tão , que com peso e vo lume menores permi t ia um me lhor aprove i tamento de espaço e desempenho , p rovocando o aparec imento dos p r ime i ros au tomóve is com motor a qua t ro tempos . O per íodo fo i de g rande desenvo lv imento na á rea das fábr i cas de au tomóve is na I tá l ia , na França e na A lemanha. Mas fo i Henry Ford , nos Es tados Un idos , quem revo luc ionou a indús t r ia de ve ícu los , es tabe lecendo a montagem em sér ie do famoso mode lo “T ” , em 1907 , ba ixando os cus tos de p rodução e popu la r i zando o au tomóve l . Nesse aspec to , va le observar a quant i f i cação que essa in ic ia t i va gerou:

Ano Nr de car ros vend idos no mundo 1929 31 mi lhões 1939 45 mi lhões 1951 73 mi lhões 1956 ma is de100 m i lhões 1970 ma is de150 m i lhões

F o n t e : F E L I P P E S , M a r c e l o A u g u s t o , T r a n s p o r t e V o l u m e 1 , p á g . 1 4 Embora responsáve l por verdade i ra revo lução na área dos t ranspor tes , o au tomóve l e ra ca ro e a t ing ia poucas c lasses soc ia is . Fa l tavam ve ícu los de t ranspor te de massa , a cus tos ma is ba i xos . Esse p rob lema fo i parc ia lmente so luc ionado com o imp lemento dos moto res a d iese l , ma is robus tos e res is ten tes , a lém de permi t i r o t ranspor te e d is t r ibu ição de mercador ias pon to a pon to , nas pequenas e méd ias d is tânc ias . Em par t i cu la r , no Bras i l , o t ranspor te rodov iá r io , ao con t rá r io de ou t ros pa íses , acabou por sup lan ta r ou t ros moda is , mesmo nas g randes d i s tânc ias , embora fosse ma is ca ro ( f re te ) e menos e f i c ien te . I sso deveu-se a uma po l í t i ca governamenta l que , na ind ispon ib i l idade de recur sos para a cons t rução de fe r rov ias e fa l ta de v isão gerenc ia l , permi t iu que as montadoras de au tomóve is , em meados dos anos 50 , “ co laborassem” com a cons t rução /amp l iação de rodov ias en t re os p r inc ipa is t rechos , como R io de Jane i ro - São Pau lo , São Pau lo - Be lo Hor i zon te , e tc , p rovocando uma expec ta t i va de desenvo lv imento ráp ido em cur to p razo , mas de e fe i tos econômicos devas tado res ao l ongo do tempo .

Ho je , cerca de 60% de tudo que é t ranspor tado no Bras i l u t i l i za o moda l rodov iá r io , encarecendo os p rodutos sobremane i ra quando comparados ao que acon tece em ou t ros pa íses ma is desenvo lv idos .

Esse desenvo lv imento desproporc iona l do moda l rodov iá r io acabou por p rovocar uma fa l ta de c resc imento nos demais moda is .

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De modo que somente a par t i r da década de 1990 surg i ram, de fo rma e fe t i va , o desmon te de ou t ros moda is , como o ae rov iá r io de ca rga e o aquav iá r io , p r inc ipa lmente em h id rov ias .

5) os barcos

Nesse aspec to - Aquav iá r io - o B ras i l t êm p rossegu ido me io que na con t ramão da h is tó r ia , reduz indo d ras t i camente sua f ro ta mercan te a par t i r dos anos 80 , p ra t i camente es tagnando seu desenvo lv imen to na á rea . Ë in te ressante observar que , a exemplo do t ranspor te te r res t re , o aquav iá r io também passou por l ongos per íodos sem evo lução , podendo ser d iv id ido em d iversas fases d is t in tas : a dos p r ime i ros exper imentos ; a dos navegan tes da an t igü idade ; a dos g randes descobr imen tos , a do ba rco a vapor e a da navegação moderna .

Nesse con tex to va le c i ta r os eg ípc ios , com os p r ime i ros barcos de ca rga , que t i nham por fo rça mot r i z , a lém da ve la , ce rca de 20 remadores , po r vo l ta de 3000 AC.

Depo is , os fen íc ios , em 2000 AC, com barcos s ign i f i ca t i vamente ma io res , capazes de navegar pe lo Med i te r râneo e , pe la mesma época , su rgem as ga le ras g regas e romanas , aumentado s ign i f i ca t i vamente a capac idade de carga e ve loc idade das embarcações .

Somente nos sécu los XV, XVI e XVI I a navegação mar í t ima tomou impu lso cons ide ráve l , p rop ic iando os g randes descobr imen tos , l i de rados por Por tuga l e Espanha que , co inc iden temente , e ram os p r inc ipa is a rmadores .

Mesmo com o adven to do barco a vapor , pe lo in íc io de 1800 , os ba rcos à ve la denominados “C l ipper ” - g randes e ráp idos ve le i ros - re ina ram abso lu tos nos oceanos , a inda du ran te quase todo o sécu lo X IX.

A exemplo das locomot ivas , a u t i l i zação de máqu inas a vapor como fo rça mot r iz dos barcos fo i la rgamente imp lementada a té sua subs t i tu ição pe las p r ime i ras tu rb inas , que por sua vez ac ionavam hé l i ces , pe rm i t i ndo ma io r ve loc idade à embarcação .

A chegada dos moto res a combus tão fo i ou t ro acon tec imento impor tan te no un ive rso das embarcações de pequeno e méd io po r te , mas a u t i l i zação de energ ia nuc lear fo i a g rande a lavanca para o desenvo lv imento de embarcações rea lmente vo lumosas como os por ta -av iões e submar inos que su rg i r i am no in te rva lo en t re a 1ª e a 2ª Guerras, as qua is , por sua vez , p resenc ia ram o desenvo lv imento assus tador de uma ou t ra embarcação ex t rao rd iná r ia : o av ião .

6) o av ião Vár ias ten ta t i vas já hav iam s ido fe i tas quando A lber to Santos

Dumont levan tou vôo com sucesso no ma is pesado que o a r – in t i tu lado de “14 B is ” , em 1906 , no Campo de Baga te l l e , na F rança .

De todos os me ios de t ranspor te , com cer teza , o av ião fo i aque le de ma is ráp ida evo lução . In ic ia lmente , com express iva ap l i cação no emprego mi l i t a r , suas ca rac te r í s t i cas ún icas logo permi t i ram que as “d is tânc ias ” ve rdade i ramente d im inu íssem, l i gando

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pontos cons iderados a té en tão como inacess íve is para os s is temas de t ranspor te da época . Obv iamente , mu i tos mode los de boas aeronaves a tenderam às necess idades do t ranspor te aé reo nos i dos do sécu lo XX; mas em 1930 su rg ia o Doug las DC-3 , to rnando-se o av ião de passage i ros ma is popu la r do mundo , po r sua ve rsa t i l i dade e con f iab i l i dade .

A par t i r da í , su rg i ram ou t ros mode los , cada vez ma is ve lozes , con fo r táve is e com ma io r capac idade de ca rga , to rnando o moda l aerov iá r io , u t i l i zado somente pe las c lasses ma is p r i v i l eg iadas a té a metade do sécu lo XX, num me io de t ranspor te acess íve l e , en t re todos os moda is , o ma is con f iáve l e seguro .

Ass im, surg i ram av iões como o Boe ing 737-200 “O Fusqu inha da Av iação Comerc ia l ” , o C -130 Hércu les ( t ranspor te de T ropas ) , o C-5 Ga laxy (duran te bom tempo, o ma io r av ião do mundo) , o Concorde (av ião de passage i ros ma is ráp ido do mundo) , en f im, apare lhos gen ia is que p rop ic ia ram ao homem es tender a tecno log ia ap l i cada em seus desenvo lv imen tos a ou t ros apa re lhos como o ove rc ra f t , o m íss i l e o ôn ibus espac ia l – que pode ser cons iderado como o ve ícu lo de t ranspor te ma is moderno ex is ten te – permi t indo chegar a lugares an tes nunca imag inados pe lo homem na es t rada dos t ranspor tes .

F o n t e : F E L I P P E S , M a r c e l o A u g u s t o , T r a n s p o r t e V o l . I , 2 0 0 1 ; P . 1 0 a 2 2 . F o n t e : B A R S A , E n c i c l o p é d i a B r i t â n i c a , 2 0 0 2 ; L i n h a d o T e m p o . 3 . APLICAÇÃO DA MATRIZ DOFA:

Exemplo 1: P lane jamento est ra tég ico para a tender as necess idades de

t ranspor te do programa de governo “FOME ZERO”

1 . M ISSÃO Plane ja r a execução dos t ranspor tes pa ra rea l i za r a d i s t r i bu ição de a l imen tos do P rog rama FOME ZERO.

2 . S ITUAÇÃO a . An tecedentes H is tó r i cos

Ca lcu la r a quant idade de pessoas su je i tas à fome no Bras i l é um prob lema complexo . Não há consenso sobre o tamanho da popu lação a t ing ida . Tudo depende das med idas e c r i té r ios u t i l i zados pa ra de f in i r quem compõe esse con t ingen te .

A o r igem do p rob lema remonta ao Per íodo Co lon ia l , naque la época já hav ia a p reocupação com a a l imen tação dos esc ravos , e fo i se ag ravando ao longo da evo lução h i s tó r i ca do Pa ís . A Reg ião Nordes te , face aos r igores c l imát icos , tem s ido a ma io r v í t ima. No ano de 1887 , em v i r t ude da g rande seca que asso lou a reg ião , D Pedro I I p ronunc iou a segu in te f rase : “não res ta rá uma ún ica jó ia da coroa , mas nenhum nordes t ino mor re rá de fome” . O ano de 1917 rep resen tou um marco nos p rob lemas de a l imen tação . As d i f i cu ldades ge radas pe la ca res t ia dos a l imen tos fo ram o es top im para a de f lagração de man i fes tações e da p r ime i ra g reve ge ra l operá r ia da nossa h is tó r ia , que teve lugar na c idade de

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São Pau lo . No Governo Vargas inaugurou-se o per íodo de in te rvenções federa is no s is tema de abas tec imento . Ao longo dos anos fo ram c r iados ó rgãos , ta is como: COBAL, SUNAB, CIBRAZEM, CEASA, en t re ou t ros . A par t i r de 1968 , i ns t i t u i u-se uma ex tensa rede de cen t ra i s de abas tec imen to (47 en t repos tos ) e ma is de uma cen tena de ins ta lações vare j i s tas (Rede Somar ) . Ao longo dos anos 70 e 80 , su rg i ram ou t ras cen tenas de va re jões e saco lões admin is t rados por es tados e munic íp ios . O es fo rço de modern ização da agr i cu l tu ra b ras i le i ra impu ls ionada pe la po l í t i ca de c réd i to ru ra l subs id iado a fas tou de imed ia to a p reocupação com a d i spon ib i l i dade de a l imento , no que demandou, ev iden temente , uma rede de es t radas e cor redores para escoar a p rodução , con tudo os p reços dos a l imen tos con t inuaram e levados , aumentando o impac to da fome na popu lação ma is ca ren te . Em 1993 , fo i c r i ado o Conse lho Nac iona l de Segurança A l imentar (Consea) , v incu lado d i re tamente à Pres idênc ia da Repúb l i ca e com a par t i c ipação de o rgan izações não governamenta is . O Consea e ra i n teg rado po r o i to m in i s t ros e 21 rep resen tan tes da soc iedade c iv i l , os qua is coordenar iam a e laboração e a imp lan tação do P lano Nac iona l de Combate à Fome e à M isé r ia den t ro dos p r i nc íp ios da so l ida r iedade, parcer ia e descen t ra l i zação . Com e le fo i pos to em prá t i ca : a descent ra l i zação da merenda esco la r (Programa Nac iona l de A l imentação Esco la r ) ; a con t inu idade do Programa de D is t r ibu ição de A l imentos (Prodea) , com a u t i l i zação de es toques púb l i cos de a l imentos ; e a p r io r idade ao programa de d is t r ibu ição de le i te (Programa de A tend imento ao Desnu t r ido e à Ges tan te em R isco Nut r i c iona l - Le i t e É Saúde) , como es t ra tég ia de comba te à desnut r ição materno - in fan t i l . É de se sa l ien ta r como aspec to a l tamente pos i t i vo , a mob i l i zação da soc iedade em to rno da campanha da Ação da C idadan ia cont ra a Fome, a Misér ia e pe la V ida , coordenada pe lo soc ió logo Herber t de Souza , Be t inho .

b . Si tuação Atua l D ian te das d i f i cu ldades para mensura r a ind igênc ia ou a pobreza no Bras i l , o Programa Fome Zero , ins t i tu ído pe lo Governo Federa l a pa r t i r de 1 de Jane i ro de 2003 , p rocurou es t imar a quant idade de pessoas que passam fome no pa ís tomando por base os m ic ro -dados da Pesqu isa Nac iona l por Amost ra de Domic í l i os ( P N A D ) , d o IBGE, de 1999 , a tua l i zados pos te r io rmente pe la ed ição de 2001 . É de se sa l ien ta r que as pessoas a í i nc lu ídas hab i tam as ma is d iversas reg iões do País , desde as g randes c idades , do tadas de boa in f ra -es t ru tu ra de t ranspor te e a rmazenamento a té os pequenos núcleos hab i tac iona is , onde acesso é d i f í c i l e não ex is tem cond ições de a rmazenamento . Os dados da pesqu isa supra re fe r ida apon tam o número de 46 mi lhões de pessoas pobres no pa ís . Cons idera -se pobre aque la pessoa que tem uma renda méd ia

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mensa l (per cap i ta ) de R$ 43 ,09 . Levando-se em conta que a famí l ia méd ia b ras i l e i ra é compos ta com 4 ,7 pessoas , a renda fami l i a r de uma famí l i a pob re é de R$ 183 ,81 po r mês . Para combate a essa s i tuação de ind igênc ia e m iserab i l i dade de parce la s ign i f i ca t i va da popu lação b ras i le i ra , o Governo Federa l l ançou , a pa r t i r de março do co r ren te ano o P rog rama “FOME ZERO” . O Fome Zero cons t i tu i -se em uma in i c ia t i va que busca in teg ra r 25 po l í t i cas em ma is de 40 p rog ramas . As po l í t i cas que cons t i t uem o “Fome Zero ” são as segu in tes : - Pol í t i cas es t ru tu ra is – vo l tadas para as causas p ro fundas da fome e da pob reza ; - Po l í t i cas espec í f i cas – vo l tadas pa ra a tender d i re tamente as famí l i as no que se re fe re ao acesso ao a l imen to , e - Po l í t i cas l oca i s – que podem ser imp lan tadas po r p re fe i turas e pe la soc iedade . Para a imp lementação dessas po l í t i cas , de fo rma que os p rogramas que as compõem produzam os resu l tados esperados , a a t i v idade de t ranspor te é c ruc ia l no cumpr imento de cada e tapa p lane jada . Nesse con tex to , a Organ ização Pororoca , t rad ic iona l empresa do se to r de t ranspor te de ca rgas e de consu l to r ia , com o ob je t i vo de con t r ibu i r pa ra o sucesso da Po l í t i ca de Segurança A l imen ta r do Governo Federa l , ap resen ta es te p lane jamento es t ra tég ico como uma a l te rna t i va para a tender as necess idades de t ranspor te do Programa Fome Zero

3. ANÁLISE AMBIENTAL

c. Ambiente In terno

1) Forças: - Exper iênc ia no t ranspor te de a l imentos ; - Moderno s i s tema gerenc ia l de in fo rmações ; - Recursos humanos qua l i f i cados e mot i vados ; - So l i dez f i nance i ra ; - Imagem ét ica d a empresa ; - Represen tan tes comerc ia i s em todo o te r r i t ó r io nac iona l ; - Cer t i f i cação I so 9000 ; - C rescen te pa r t i c ipação no mercado de consu l to r ia em t ranspor te e no t ranspor te de ca rga no moda l rodov iá r io ; e - Exper iênc ia na rea l i zação de parcer ias no t ranspor te in te rmoda l e mu l t imoda l .

2)Debi l idades: - Aumento dos cus tos operac iona is ; - D i f i cu ldade da empresa na ob tenção de recursos f i nance i ros pa ra a renovação da f ro ta e pa ra aqu is i ção de equ ipamen tos de segurança ; - Oc ios idade de 20% nos f re tes en t re as cap i ta i s do Su l /Sudes te e os es tados do Nor te /Nordes te ; e - Imposs ib i l i dade de a empresa rea l i za r todo o t ranspor te com f ro ta

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próp r ia .

d . Ambiente Externo

1 ) Opor tun idades - P ro je to In te rm in i s te r ia l , p r io r i t á r io pa ra o Governo Federa l , po r consegu in te te rá todo apo io dos dema is M in i s té r i os ; - Apo io da soc iedade c i v i l , a í i nc lu ídos , Governos Es tadua is e Mun ic ipa is , Poderes Leg is la t i vo e Jud ic iá r io , Empresas , Organ izações Não Governamen ta i s (ONG) e a popu lação em ge ra l ; - Apo io da Soc iedade C iv i l , a í i nc lu ídos , Governos Es tadua is e Mun ic ipa is , Poderes Leg is la t i vo e Jud ic iá r io , Empresas , ONG e a popu lação em ge ra l ; - Apo io de Organ izações In te rnac iona is , como o Fundo das Nações Un idas para a Agr icu l tu ra e A l imentação (FAO) , Banco In te ramer i cano pa ra o Desenvo lv imen to (B ID) e Banco Mund ia l , en t re out ros ; - Poss ib i l i dade de t ranspor te de a l imen tos nos re to rnos oc iosos ; - Capac idade d ispon íve l pa ra a rmazenamento nos a rmazéns da C O N A B ; - Poss ib i l idade de ar rendamento ou cessão gra tu i ta de armazéns ou depós i tos da rede par t i cu la r ; - Aprove i tamento da oc ios idade dos f re tes en t re as cap i ta is do Su l /Sudes te e os es tados do Nor te /Nordes te ; - P rodução ag r í co la e ag ro - indus t r i a l d i spon íve l ; - Poss ib i l i dade da f ro ta nac iona l de t ranspor te de ca rga a tender a toda a demanda de t ranspor tes do Fome Zero ; e - Es t ru tu ra do P rog rama Fome Ze ro .

2) Ameaças - Poss ib i l i dade de assa l tos e roubo de ca rgas ; - Av i l t amen to dos f re tes ; - D is t r i bu ição geográ f i ca da popu lação a se r a tend ida , face às g randes d i s tânc ias en t re as reg iões p rodu to ras e as comun idades ma is pobres ; - Poss ib i l i dade do Programa Fome Zero não apresen ta r os resu l tados esperados , caso os a l imentos não cheguem ao des t ino no momento opo r tuno ; - Fa l ta de um P lano de D is t r i bu i ção F ís i ca de A l imen tos ; - Fa l ta de in f ra-es t ru tu ra aos pequenos mun ic íp ios , em par t i cu la r , os ma is a fas tados dos g randes cen t ros pa ra a rmazenar e escoar a sa f ra dos pequenos agr i cu l to res ; - Aumen to do p reço do pe t ró l eo ; - For te dependênc ia do moda l rodov iá r io para a ma io r par te do pa ís e do moda l ae rov iá r io pa ra se ob te r ma io r e f i c iênc ia na d i s t r i bu i ção na Reg ião Amazôn ica ; - D i f i cu ldade de a rmazenagem nas reg iões ma is a fas tadas ; - Inex is tênc ia de f ro ta o f i c ia l nos n íve is Federa l , Es tadua l e Mun ic ipa l pa ra rea l i za r o t ranspor te ; e - Ma lha rodov iá r ia em mau es tado de conservação em a lgumas

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reg iões do pa ís .

3 ) Concepção Est ra tég ica

a . V i são A tender toda a demanda de t ranspor te do Programa Fome Zero a té o ano de 2006 (7 )

b . Ob je t i vo Es t ra tég ico Rea l i za r o t ranspor te de a l imentos do Programa Fome Zero para todos os mun ic íp ios inc lu ídos no p rograma, u t i l i zando todos os moda is d ispon íve is .

4 ) Estratégias

a . Es t ra tég ia 1 Rea l i zação de amplo levan tamento das empresas que rea l i zam o t ranspor te de cargas das Reg iões Su l /Sudes te para o Nor te /Nordes te , de ta lhando os i t i ne rá r ios pe rco r r i dos e i den t i f i cando aque les com f re tes oc iosos . b . Es t ra tég ia 2 T ranspor te dos a l imen tos dos Cen t ros de D is t r i bu ição nas Reg iões Su l /Sudes te para os a rmazéns da CONAB e para os a rmazéns a r rendados nas Reg iões Nor te /Nordes te a ca rgo do Governo Federa l e des tes a rmazéns para os mun ic íp ios inc lu ídos no p rog rama, a ca rgo dos Es tados e Mun ic íp ios . c . Es t ra tég ia 3 E laboração de p lane jamento de ta lhado da mov imentação rodov iá r ia dos a l imen tos do Programa Fome Zero , en t re os a rmazéns da CONAB, os a r rendados e os mun ic íp ios inc lu ídos no p rograma e des tes à s comun idades a tend idas , po r me io de empresas l oca i s . d . Es t ra tég ia 4 Aprove i tamento da capac idade oc iosa das empresas para o t ranspor te de a l imentos do Programa Fome Zero sem ônus ou a ba ixo cus to , como es t ra tég ia de marke t ing das empresas de t ranspor te . e . Es t ra tég ia 5 E laboração de um P lano de Segurança abrangendo todos os des locamentos das empresas de t ranspor te rodov iá r io a se rv iço do Programa Fome Zero , u t i l i zando os Órgãos de Segurança nas es fe ras Federa l, Es tadua l e Mun ic ipa l .

5 ) OBJETIVOS ESTRATÉGICOS PARTICULARES

a . Es t ra tég ia 1 1) Ev i ta r a t rasos e ou t ros t rans to rnos que possam ocor re r nos

des locamentos e que p re jud iquem o Programa. Para i sso , se rão empregadas , p re fe renc ia lmente , empresas que já

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rea l izem t rans por te de ca rga pa ra os mun ic íp ios ab rang idos pe lo Programa Fome Zero ;

b . Es t ra tég ia 2

1) Cr ia r novos empregos na reg ião , con t ra tando -se mão-de -o b r a loca l pa ra o t ranspor te , embarque e desembarque das ca rgas mov imen tadas dos a rmazéns pa ra os mun ic íp ios e comun idades abrang idas pe lo Programa; e

2) Proporc ionar amp lo compromet imento dos Governos Es tadua is e Mun ic ipa is e das Comun idades loca is com o Programa, sendo co-responsáve is pe la d is t r ibu ição de a l imentos ;

e . Es t ra tég ia 3

1) Garan t i r que a popu lação bene f i c iada receba os a l imen tos , ev i tando a t rasos , desv ios de mercador ia , ações de co r rupção e apadr inhamento po l í t i co ; e

2) Imp lementa r a f i sca l i zação e o con t ro le do ca r regamento , t ranspor te e descar regamento das ca rgas mov imentadas ;

f . Es t ra tég ia 4

1) Reduz i r o cus to dos t ranspor tes , pa ra permi t i r o emprego dos recursos f i nance i ros em ou t ras a t i v idades necessár ias ;

2 ) Rea l izar ampla campanha de marke t ing , buscando novas parcer ias com empresas de t ranspor te ; e

3) Poss ib i l i t a r o escoamento da sa f ra dos pequenos agr i cu l to res nos veícu los que re to rnem sem ca rga .

g . Es t ra tég ia 5

1) Ev i ta r roubos de carga por ações de band idos l igados ao c r ime organ izado, resu l tando na d iminu ição dos cus tos no seguro de ca rga ;

2 ) Imped i r eventua is saques aos comboios , rea l i zados por g rupos o rgan izados ;

3 ) Ev i ta r ac identes e a t rasos que impeçam a carga de chegar ao des t ino no momento opor tuno e sem cus tos ad ic iona is ; e

4) Iden t i f i ca r todos os i t i ne rá r ios de des locamento para fac i l i ta r a execução do P lano de Segurança .

6) ESPAÇO DE TEMPO X PRAZOS DE EXECUÇÃO

a . Es t ra tég ia 1 1 ) C r i a r um s is tema de in fo rmação gerenc ia l para en t ra r

execução a par t i r de 2004 , a té o f i na l do p rograma, que con t ro le p rogress ivamente todo o mov imento de t ranspor te do Fome Zero ; e

2) Conc lu i r a té o f i na l de 2003 um s is tema in fo rmat i zado que in tegre as in fo rmações re la t i vas ao cadas t ramento de pessoas f í s i cas e ju r íd i cas que par t i c ipem do p rograma e os dados per t inen tes a todos os i t i ne rá r ios u t i l i zados no

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Programa para serem u t i l i zadas na execução do P lano de segurança .

b . Es t ra tég ia 2

1) Cr ia r um cadas t ro de pessoa l desempregado por c idade abrang ida pe lo Programa, para con t ra tação dessa mão-de -ob ra no embarque , t ranspor te e desembarque de ca rga a pa r t i r de junho de 2003 .

c . Es t ra tég ia 3

1) imp lementa r o S is tema de f i sca l i zação e con t ro le da mov imentação de carga , a ser execu tado pe los Comi tês Mun ic ipa i s de Segurança A l imen ta r , a pa r t i r de ab r i l de 2003 ;

d . Es t ra tég ia 4

1) Credenc ia r , desde já , os pos tos de combus t í ve is que te rão pr io r idade de venda ao ader i rem ao programa, vendendo seus p rodu tos com desconto aos t ranspor tadores do P rog rama Fome ze ro ;

2 ) Es tabe lecer em 2003 acordos de cooperação com as empresas púb l i cas e p r i vadas de comun icações pa ra a d ivu lgação t r imes t ra l dos resu l tados a lcançados pe lo Programa Fome Zero ; e

3) Rea l i za r em 2003 in te rcâmb io com todas as en t idades e assoc iações de t ranspor tes para t roca de in fo rmações sobre cus tos , oc ios idades e ou t ros subs íd ios que v iab i l i zem a d im inu ição dos cus tos operac iona is e a execução do t ranspor te das sa f ras dos pequenos agr i cu l to res cadas t rados no Fome Zero .

e . Es t ra tég ia 5 1) Imple menta r a té o f i na l de 2003 o P lano de Segurança em

40% de todos os t rechos federa is , es tadua is e mun ic ipa is u t i l i zados no t ranspor te do Fome Zero , inc rementando anua lmente 20% a té 2006 ; e

2) F i rmar convên io com as Po l í c ias Rodov iá r ias e com o Min is té r io dos Transpor tes , em 2003, a f im de inc rementar med idas de s ina l ização do t râns i to e de segurança nas es t radas u t i l i zadas no Programa Fome Zero .

7) MEDIDAS DE AVALIAÇÃO E CONTROLE

a . Es tabe lecer uma comissão inc lu indo membros de todos os n íve is de acompanhamento e e xecução do P rog rama pa ra ava l i a r o desempenho das a t i v idades de t ranspor te e p roporc ionar a re t roa l imen tação do p lane jamen to .

b . Es tabe lecer equ ipes de f i sca l i zação para ver i f i ca r se os a l imentos es tão chegando à popu lação c redenc iada no P rog rama.

c . Es tabe lecer metas e ind icadores de desempenho para ava l ia r se os ob je t i vos es tão sendo a t ing idos .

d . Es tabe lecer normas de segurança para todos os des locamentos

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rea l i zados a se rv i ço do Prog rama. F o n t e : F E L I P P E S , M a r c e l o . A u g u s t o ( O r g ) . T r a n s p o r t e – V o l I , C a r a c a s .

Exemplo 2: P lane jamento es t ra tég ico para a tender as necess idades de t ranspor te do programa de governo “FOME ZERO”

1 . M ISSÃO U t i l i zando a Mat r i z DOFA como fe r ramenta , apresentar um p lane jamento es t ra tég ico que tenha por f ina l idade a tender as necess idades de t ranspor te do p rograma de governo denominado “FOME ZERO”.

2 . S ITUAÇÃO a )His tór ico do Pro je to Fome Zero - 1991 : Po l í t i ca Nac iona l de Segurança A l imenta r ( “Campanha do Bet inho” ) - 1993 /94 : Caravanas da C idadan ia - 1998 : Seca (ab r i l /ma io ) - 2000 -2001 : E laboração do Pro je to Fome Zero - deba te com en t idades em seminár ios reg iona is (For ta leza , São Pau lo , Bras í l ia ) e um seminár io in te rnac iona l (Un icamp) - 16 /10 /01 : Lançamento em Bras í l i a - D ia Mund ia l da A l imentação - P ro je to Ins t i tu to C idadan ia - 02 a 11 /12 /02 : M issão con jun ta FAO/BID/BIRD - Programa de Governo - P lane jamento 2003 - E laborado pe la Equ ipe de T rans ição

b)Resumo da s i tuação a tua l

O Programa Fome Zero fo i c r iado pe lo Governo Federa l para combate r a fome e as causas ma is p ro fundas que ge ram a exc lusão do ind iv íduo da soc iedade b ras i le i ra . T ra ta -se de um con jun to de po l í t i cas e ações vo l tadas para garan t i r a segurança a l imenta r da popu lação b ras i le i ra , o fe recendo cond ições para que todos possam se a l imen ta r , com qua l idade , todos os d ias . P ro je to Fome Zero fo i l ançado no d ia Mund ia l da A l imen tação , em 16 de ou tub ro de 2001 , pe lo Ins t i t u to C idadan ia , uma ONG coordenada então por Lu iz Inác io Lu la da S i lva , a tua l p res idente do Bras i l . Es te p ro je to envo lveu d ive rsas en t idades , s ind ica tos , ONG, pesqu isadores de todo Bras i l e a tua lmente to rnou-se um programa do governo . P rograma Fome Zero p ropõe que a Po l í t i ca de Segurança A l imenta r para o Bras i l se ja execu tada , de fo rma con jun ta , por t rês g rupos de po l í t i cas : Po l í t i cas es t ru tu ra is , que es tão vo l tadas para as causas ma is p ro fundas da fome e da pobreza Po l í t i cas espec í f i cas , que es tão vo l tadas para a tender às famí l ias que não têm segurança a l imenta r , po is não conseguem se

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a l imen ta r , com qua l idade , todos os d ias . Po l í t i cas loca is , que podem ser imp lan tadas imed ia tamente a t ravés da ação das p re fe i tu ras mun ic ipa is e da soc iedade c i v i l . P rograma va i ab ranger , a lém das ações emergenc ia is no combate à fome e à pobreza , um con jun to de po l í t i cas vo l tadas para t ra ta r as suas causas , como por exemp lo : ge ração de emprego e renda , incen t i vo à ag r i cu l tu ra fami l i a r , re fo rma agrá r ia , p rogramas de conv ivênc ia com a seca e p rog rama de a l fabe t i zação . A o r igem dos recursos para o Programa v i rá do o rçamento governamenta l e monta rá na o rdem de 1 ,8 b i lhões para o ano de 2003. Conta rá também com doações de pessoas f í s i cas ou ju r íd icas , nac iona is ou es t range i ras e p ro je tos de cooperação in te rnac iona l . As f ren tes de a tuação es tão d i v id idas em t rês g rupos de ações que se comp lemen tam. São e las : Mut i rão Nac iona l cont ra a Fome: Campanha para a doação de a l imen tos e d inhe i ro e fo rmação de g rupos vo lun tá r ios para combate r a fome no pa ís . CONSEA – Conse lho Nac iona l de Segurança A l imenta r e Nut r i c iona l , que d iscu t i rá sobre as propos tas de po l í t i cas de Segurança A l imentar , com representação d a soc iedade c i v i l e do gove rno . Um con jun to de po l í t i cas púb l i cas a se rem imp lan tadas ao longo dos 4 anos de Governo , coordenado pe lo MESA - M in is té r io da Segurança A l imen ta r e Combate à Fome.

3 . POLÍT ICAS ESTRUTURAIS DO PROGRAMA FOME ZERO:

- Geração de emprego e renda ; - P rev idênc ia Soc ia l Un ive rsa l ; - I ncen t i vo à ag r i cu l tu ra fami l i a r ; - Re fo rma Agrá r ia ; - Bo lsa -Esco la e Renda Mín ima ; - A tenção bás i ca à saúde .

4 . POLÍT ICAS ESPECÍF ICAS DO PROGRAMA FOME ZERO: - Car tão-A l imen tação ; - A l imen tos emergenc ia is ; - Es toques de segurança de a l imen tos ; - Segurança e qua l i dade dos a l imen tos ; - Amp l iação do Programa de A l imen tação do T raba lhador (PAT) ; - Comba te à desnu t r i ção da mãe e da c r i ança ; - Educação pa ra o consumo a l imen ta r ; - Amp l iação da a l imen tação esco la r . Serão bene f i c iadas as famí l ias v í t imas de ca lamidades na tu ra is ( ta i s como enchen tes e secas) , as pessoas que es tão em r i sco quanto à segurança a l imentar , como famí l ias acampadas , comun idades ind ígenas , qu i lombo las e pessoas que se a l imentam dos l i xões Na Po l í t i ca de Es toques de Segurança de A l imentos haverá a c r i ação de es toque mín imo de p rodu tos da ces ta bás ica comprados nas p róp r ias reg iões de consumo. Es tudos e pesqu isas most ram que a pobreza es tá ma is

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concent rada nos es tados da reg ião nordes te , embora ocor ra um cresc imento do número de pessoas pobres em quase todas as reg iões met ropo l i tanas . Para se ava l ia r o número de pessoas cons ideradas pobres no Bras i l fo ram u t i l i zados vár ios es tudos que poss ib i l i tam med i r o n íve l dessa pobreza . Os números var iam en t re 44 mi lhões de pessoas (ou 10 m i lhões de famí l i as ) e 53 m i lhões de pessoas . Sendo ass im, ao f ina l de qua t ro anos , o número de famí l ias a se rem bene f i c iadas pe lo Programa Fome Zero deverá a t ing i r ce rca de 10 m i lhões de famí l i as que es tão em s i t uação de i nsegurança a l imen ta r . Con fo rme anúnc ios ve icu lados pe la míd ia , o ob je t i vo in i c ia l do Governo Federa l com o Programa Fome Zero será o de a t ing i r ma is de mi l mun ic íp ios na reg ião do semi -á r ido nordes t ino .

5 . ANÁLISE - MATRIZ DOFA

a . Debi l idades 1 ) D i scó rd ias e va idades po l í t i cas capazes de causar en t raves

nas d i scussões e conc re t i zação dos d i ve rsos p rocessos ; 2 ) D i fe ren tes es fe ras governamenta is , de d i fe ren tes mat i zes

po l í t i cas , envo lv idas no p rograma; 3) Fa l ta de pessoa l dos ó rgãos governamenta is ex is ten te s com

exper iênc ia necessár ia pa ra desenvo lve r o p rog rama. b . For ta lezas

1) Von tade e d i spos ição governamenta l de conc re t i za r o p lane jamento fe i to . O governo federa l , recém empossado, a lém de d i vu lga r esse p rog rama como sua p r inc ipa l me ta , necess i ta p rovar sua capac idade e d inamismo em fazê - lo bem func ionar . Será sua a f i rmação de competênc ia para todos os se to res nac iona is e in te rnac iona is . Já houve dec la ração do M in i s t ro Ex t rao rd iná r io da Segurança A l imen ta r e Combate à Fome - José Graz iano da S i l va en fa t i zando q ue as doações e es tocagens serão fe i tas nas cap i ta is dos es tados envo lv idos , e de l á pa r t i r ão os t ranspor tes pa ra as á reas de f i n idas ;

2 ) Apo io to ta l das ins t i tu i ções governamenta is no sen t ido do p rograma a lcançar rea lmen te seus ob je t i vos ;

3 ) Propaganda governa menta l mac iça em todas as míd ias d i spon íve is l i gadas à c idadan ia e ao o rgu lho nac iona l .

c . Oportunidades 1) Poss ib i l i dade da in tegração dos d ive rsos moda is de

t ranspor te ex is ten tes no pa ís . A a t i vação do programa poss ib i l i t a rá a u t i l i zação de d i fe ren tes moda lidades de t ranspor te , i nc lus i ve , e em a lguns casos , poss ib i l i t ando a in teg ração de ma is de um moda l ;

2 ) Me lhora das d ive rsas v ias de t ranspor te que poderão v i r a ser u t i l i zadas;

3 ) Opor tun idade de emprego para o se to r t ranspor tador do pa ís . A na tu ra l necess idade de t ranspor te , e a con t ra tação do

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mesmo, a lavancará sobremane i ra o se to r ; 4 ) Me lhora dos serv iços de t ranspor te no pa ís . A u t i l i zação ,

como já anunc iado por au to r idades governamenta is responsáve is , das Forças Armadas e seus me ios de t ranspor tes d ive rsos , ass im como a de d i ve rsas ou t ras ins t i tu i ções governamenta is , gera rá um serv iço de menor cus to e de g rande qua l idade e con f iab i l idade. Esse fa to ob r iga rá as empresas t ranspor tadoras a adequarem seus cus tos e serv iços gerando compet i t i v idade com igua l con f iab i li d a d e ;

5 ) Parcer ias de d ive rsos se to res . A in tegração de moda l idades de t ranspor te d i fe ren tes poss ib i l i ta rá a padron ização de ações e p roced imentos l i gados à a t i v idade , bem como incen t i va rá a parcer ia de empresas l i gadas a um ún ico ob je t i vo ;

6 ) As d ive rsas ações do Programa Fome Zero , a lém de abr i r por tas para a á rea de t ranspor tes , poss ib i l i ta rá também envo lver toda a nação em um rea l e e fe t ivo programa de mob i l i zação com par t i c ipação de vár ios se to res componentes da soc iedade ;

7 ) Apo io da op in ião púb l i ca in te rna e ex te rna . D ive rsas man i fes tações d ivu lgadas nos d i fe ren tes me ios de míd ia exp ressam a boa von tade dos empresár ios , da soc iedade de uma mane i ra gera l e das ins t i tu ições não governamenta is de que o p rog rama rea lmen te a t i n ja seus ob je t i vos ;

8 ) Man i fes tações c la ras de d i ve rsos se to res l i gados ao t ranspor te de p res ta rem to ta l apo io ; e

9) Man i fes tações popu la res de aumento do o rgu lho e da c idadan ia nac iona l .

d . Ameaças

1 ) A ex is tênc ia de desv ios du ran te os p rocessos ; 2 ) Moda l idade de t ranspor te ince r ta dev ido a um g rande número

de cond ic ionan tes aba ixo l i s tadas : 3 ) Número exa to de loca l idades a receberem a a juda , bem como

suas loca l i zações ; 4 ) D ispon ib i l i dade de me ios nos d ive rsos moda is de t ranspor te

em v i r tude das dúv idas , inc lus ive na á rea governamenta l , de que ins t i tu i ções es ta rão envo lv idas nesse t ranspor te ;

5 ) Loca l exa to da sa ída dos p rodutos componentes , dev ido ao var iado número de en t idades que podem e deverão doar ma te r i a l ou co loca r seus se rv i ços a d i spos i ção do P rog rama;

6) P razos de en t rega dev ido à poss ib i l i dade do env io de a limen tos com p razos de du ração d i fe renc iados . ;

7 ) Cond ições das v ias de t ranspor te (es t radas , v ias fé r reas , ex is tênc ia de aeropor tos nos d ive rsos des t inos , h id rov ias d i spon íve is , e tc . ) ;

8 ) Ameaças de ação de aprove i tadores v i sando in te resses p rópr ios e /ou inesc rupu losos . En t idades e comerc ian tes poderão se va le r da urgênc ia em a lgumas s i tuações e da

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necess idade em ou t ras , pa ra desenvo lve rem mecan ismos que possam onerar , ma is que o va lo r de mercado, as d iversas ações necessár ias . Monopó l ios no se to r t ranspor tador , p r inc ipa lmente quando reg iona l i zados , poderão surg i r d i f i cu l tando e enca recendo o cus to f i na l do p rog rama;

9) Caso o governo federa l não cons iga resu l tados a cur to e méd io p razo com o p rograma, suas con f iab i l i dade e capac idade f i ca rão se r iamente compromet idas jun to aos d i ve rsos fo rmadores de op in ião púb l i ca nac iona l e in te rnac iona l ;

10) Grande quan t idade de e tapas e de en t idades envo lv idas desde a o r i gem a té o to ta l cumpr imen to da m issão ;

11) Grande dependênc ia de ações f i l an t róp icas (doações de d ive rsas o r igens e d i fe ren tes na tu rezas) que poss ib i l i tem a lcançar os números dese jados pe lo Governo Federa l ;

12) Ignorar p ro je tos já ex is ten tes na á rea soc ia l - como o Bo lsa A l imentação , Bo lsa-Esco la , va le -gás - que já a tendem e têm cadas t rados 12 m i lhões de pessoas .

Estratégia D – O As d iscórd ias e va idades po l í t i cas , bem como os p rob lemas adv indos de d i fe ren tes es fe ras governamenta is envo lv idas , poderão se r superados pe lo g rande apo io da soc iedade como um todo , pe lo enga jamento da comun idade dos t ranspor tes e pe lo momento que i mpõe uma grande mob i l i zação nac iona l .

Est ra tég ia F – O apo io das ins t i tu i ções governamenta is no t ranspor te , l i gado às empresas par t i cu la res do se to r gerará me lhora na p res tação do serv iço .

Estra tég ia D – A Uma es t ra tég ia c la ra e exp l íc i ta de de f in ição de responsab i l i dades , encargos e funções , i n ib i rá va idades e con f ron tos em todas as es fe ras . A poss íve l ameaça da fa l ta de sucesso do governo f i ca rá ass im m in im izada .

Est ra tég ia F – A A vontade do governo assoc iada ao apo io de todos os seus ó rgãos componen tes na a t i v idade de t ranspor te , d im inu i rá a in tenção da ação de ap rove i tado res e de poss íve i s monopó l i os . 6 . CONCEITO ESTRATÉGICO

Assessorar o governo federa l fo rnecendo um p lane jamento es t ra tég ico que poss ib i l i te a rea l i zação dos t ranspor tes , em todas as fases , do Programa Fome Zero . È sab ido que ex is te a inda uma gama enorme de dúv idas e de inde f in i ções pa ra que se ja poss íve l um p lane jamento lóg ico e p laus íve l e ac ima de tudo exeqü íve l . A d ispos ição e o enga jamento do governo e da soc iedade se rão fa to res dec is i vos pa ra que a ta re fa possa se desenro la r .

7 . OBJETIVO ESTRATÉGICO GERAL

Plane ja r , por um per íodo de 5 (c inco) anos , ações g radua lmente

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imp lementadas ao longo dos per íodos de execução , que se expand i rão complementa rmente a té o a tend imento das metas buscadas na e f i các ia dos t ranspor tes . A cada ano deverá ser a t ing ido um número de reg iões e de munic íp ios . Na pr imei ra fase (ano) é meta a tender mi l mun ic íp ios na reg ião do semi -ár ido nordes t ino . O governo es tabe leceu 4 (quat ro ) anos , mas para f im de exerc íc io f i ca f i rmado o espaço de 5 (c inco) anos .

8 . OBJETIVOS ESTRATÉGICOS PARTICULARES

Garan t i r a con f iab i l i dade do p rograma – Recebendo e t ranspor tando os serv iços e p rodutos receb idos , no ma is cur to tempo, pa ra as cap i ta i s da Reg ião Nordes te . U t i l i za r-se dos me ios d isponíve is em todos os moda is , va lendo-se in i c ia lmen te dos recursos a locados para ta l e dos d ispon ib i l i zados pe las ins t i tu i ções e ó rgãos do governo . Emprego jud ic ioso dos recursos l i be rados , com t ransparênc ia de sua ap l i cação .– As quan t idades a ser t ranspor tadas , ass im como a con t ra tação , se fo r o caso , de empresas de t ranspor te se rá rea l i zada v i sando a tender apenas às demandas in i c ia i s e p rev i s tas nos p r ime i ros anos . A exper iênc ia u t i l i zada nessa fase será bás ica para a me lho ra do p rocesso em anos v indou ros . Descen t ra l i zação de recursos para os t ranspor tes nas es fe ras es tadua l e mun ic ipa l – Deverão ser u t i l i zados , v isando d iminu i r cus tos , con t ra tações necessár ias para o t ranspor te reg iona l i zado em empresas componentes do un iverso daque les loca is . Os recursos para aqu is ição de a l imentos deverão ser , p re fe renc ia lmente , d is t r ibu ídos nos loca is ma is próx imos aos a tend imentos (es tadua l ou mun ic ipa l ) . Novamente o foco deverá se r o a tend imen to de a lguns mun ic íp ios e de popu lações ma is necess i tadas . A t ra t i vos à pa r t i c ipação e ao emprego de vo lun tá r ios – As empresas t ranspor tadoras deverão receber incen t ivos ta is como, d iminu ição de impostos ou subs íd ios ma is em conta , v isando a d ispon ib i l i za r seus me ios para a ta re fa nac iona l . Os vo lun tá r ios , em todos os n íve is , se rão também ressarc idos pe lo menos com a l imentação ou um pró- labore que os poss ib i l i t e aumenta r seus va lo res de subs is tênc ia e mora is (c idadan ia ) . Ressa l ta r o g rande mov imento de mob i l i zação poss íve l com o p rograma – É sem dúv ida a pr imei ra vez que o pa ís se envo lve em ta l t ipo de empreend imento que poss ib i l i ta a mob i l i zação de todas as comun idades . 9 . ÂMBITOS ESPAÇO TEMPORAL X TEMPO DE EXECUÇÃO

a . Espaço Tempora l Abrangênc ia – Todo os necess i tados do pa ís . Na pr ime i ra fase é meta a tender m i l mun ic íp ios na reg ião do semi -á r i do no rdes t i no . Âmb i to tempora l de 5 ( c inco ) anos com fases p lane jadas ano a ano . Embora o p rog rama do governo desc reva 4 (qua t ro ) anos .

b . Tempo de Execução

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Cur to prazo –2003; Méd io p razo – 2004-2007; e Longo prazo - me lhora do p rog rama e imp lan tação de ou t ros de 2007-2010 . Tempo do p rograma – 5 ( c inco ) anos . Tempo para imp lementações e c r iação de novos p rogramas comp lementa res 3 ( t rês ) anos .

Me tas sempre de f i n idas ano a ano .

10. MEDIDAS DE CONTROLE E AVALIAÇÃO

As responsab i l i dades e os ó rgãos de con t ro le já es tão desc r i tos e de f in idos no p rograma governamenta l pub l i cado e em SITE própr io na In ternet .

Reun iões de todas as es fe ras envo lv idas com seus respec t i vos coordenadores e d ivu lgação dos resu l tados .

Cont ro les nas fases de execuç ão deve rão também se r imp lementados pe los d ive rsos n íve is de governo , v i sando ev i ta r o desperd íc io , manter a t ransparênc ia do p rocesso, ressa l ta r a f i rmeza dos p ropós i tos e sua hones t idade , bem como en fa t i za r a responsab i l i dade dos pa r t í c ipes do p rog rama.

Out ro parâmet ro da ma ior impor tânc ia é o n íve l de aprovação da soc iedade e o g rau de sa t i s fação dos a tend idos e dos par t i c ipan tes do p rograma.

1 1 . ARRUMANDO A CASA

Cabo tagem pode se r a l te rna t i va d ian te das d i f i cu ldades do t ranspor te rodov iá r io de ca rgas mas também p rec i sa supera r obs tácu los para c rescer Pena l i zado pe la fa l ta de inves t imentos ao longo dos anos o se to r rodov iá r io de cargas começa a man i fes ta r p reocupação com a perda de espaço para ou t ros moda is . E o t ranspor te de cabo tagem já é v i s to como a l te rna t i va conc re ta em d ive rsos segmen tos da p rodução nac iona l . Uma " rear rumação" do se to r é fa to esperado pe las l i de ranças de en t idades l i gadas ao t ranspor te de ca rgas . Na v i são da ma io r ia , é apenas uma ques tão de rac iona l i zação do uso de d i fe ren tes moda is , a f i na l de con tas o B ras i l com 8 ,5 m i l qu i l ômet ros quadrados de te r r i tó r io e 7 ,3 mi l qu i lômet ros de cos ta , sab idamente t ranspor ta 67% de sua p rodução pe las es t radas . Es tudo rea l i zado en t re 560 empresár ios de se is es tados do pa ís pe la Confederação Nac iona l dos Transpor tes (CNT) demonst ra a p reocupação do se to r com o avanço de ou t ros moda is . En t re os pesqu isados , 46 ,1% ac red i tam que o impac to do c resc imen to da o fe r ta de se rv i ços po r ou t ros moda is va i a fe ta r nega t i vamente os seus negóc ios . Apenas 10 ,5% acred i tam que os resu l tados serão pos i t i vos e 41 ,3% acham que não haverá re f lexos . O t raba lho apon ta como jus t i f i ca t i vas para a tendênc ia de mudança da mat r i z de t ranspor tes b ras i le i ra , en t re ou t ros fa to res , a redução dos cus tos de operação por tuá r ia com o a r rendamento de te rmina is para a in i c ia t i va p r i vada . A tendênc ia de c resc imento do moda l fe r rov iá r io também é de tec tada na pesqu isa .

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No se to r rodov iá r io de cargas , que ho je responde por 3 ,5% do Produto In te rno Bru to (P IB) , já se fa la em ameaça de co lapso. É ho je uma a t i v idade que amarga ba ixa p rodu t i v idade , enve lhec imento da f ro ta , conseqüênc ia do desgas te p rematuro p rovocado pe la má qua l idade das rodov ias , e e levados p re ju ízos com roubo de ca rgas . Quase 25% das 53 m i l empresas que a tuam no se to r , reg i s t rou pe lo menos um caso de roubo de cargas em 2001. As pr inc ipa is v í t imas da ação de c r im inosos (61 ,8%) , fo ram empresas de g rande por te . Os p r inc ipa is a lvos , de acordo com a pesqu isa , fo ram as cargas f rac ionadas (19%) , segu idas de peças (7 ,1%) e do p rópr io caminhã o (7 ,1%) . A mesma pesqu isa mos t ra que 41 ,8% dos en t rev is tados dec la ra ram es ta r ado tando med idas de p revenção ao roubo de cargas . A pr inc ipa l de las é a redução no horár io ou nas ro tas de c i r cu lação , segu ida por ras t reamento po r sa té l i t e e uso de combo ios . F o n t e : C H I A V E G A T T O , V l a d i m i r , P o r t o s e N a v i o s , Q u e b r a - M a r L T D A , P . 4 0

1 2 . A QUEM INTERESSA? Desenvo lv imento h id rov iá r io a inda so f re com a ação de Organ izações Não Governamenta is ONG) de o r igem e in tenções nem sempre t ransparen tes desenvo lv imento do t ranspor te h id rov iá r io b ras i le i ro con t inua esbar rando em prob lemas como ações jud ic ia i s con t ra a des t ru ição do me io ambien te impet rada pe lo Min is té r io Púb l i co . O inc remento da a t i v idade v iab i l i za r ia ma io r mercado para empresas do se to r , e po r conseqüênc ia , da r ia ma io r compet i t i v i dade aos p rodutos b ras i le i ros no mercado in te rnac iona l , dev ido aos menores cus tos de t ranspor te . As ações são mov idas em função de denúnc ias de Organ izações Não Governamenta is i n te rnac iona is , des taca o p res iden te da Federação Nac iona l dos Traba lhadores em Transpor tes Aquav iá r ios e A f ins (FNTTAA) , R ica rdo Ponz i . A denúnc ia é endossada por empresár ios do se tor . De acordo com Ponz i , a a legação das ONG de que a d ragagem dos r ios e as s ina l i zações usadas para o r ien ta r as embarcações p re jud icam a fauna e a f l o ra das reg iões não passa de fachada para de fender in te resses comerc ia i s ma io res . "São o rgan ismos in te rnac iona is , p r inc ipa lmente amer icanos , que f inanc iam es tas ins t i tu ições . A in tenção é ev i ta r o c resc imento da compet i t i v idade da agr i cu l tu ra b ras i l e i ra . Com as h id rov ias em func ionamento , a sa f ra anua l da agr icu l tu ra nac iona l poder ia sa l ta r dos a tua is 115 mi lhões de tone ladas para a lgo em to rno de R$ 250 mi lhões de tone ladas . Haver ia poss ib i l i dade de escoamento da p rodução e todo o po tenc ia l do ce r rado b ras i l e i ro poder ia se r exp lo rado . Os p lan tadores de so ja dos Es tados Un idos temem que a so ja b ras i le i ra ganhe a inda ma is compet i t i v idade em função dos ba ixos cus tos dos t ranspor tes aquav iá r ios " , a f i rma Ponz i . E le d iz a inda que mui tas empresas es t range i ras , p r inc ipa lmente as que operam sob bande i ra bo l i v iana , p ra t i cam dumping soc ia l con t ra tando mão-de -obra não espec ia l i zada para t raba lhar nas embarcações . "Esses t raba lhadores não possuem qua l i f i cação técn ica e por i sso acabam ace i tando t raba lhar p or

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remuneração bem aba ixo da méd ia . Reduz indo os cus tos com esse a r t i f í c io , essas empresas conseguem pra t i ca r p reços ma is ba ixos" , ressa l ta Ponz i .

Desempenho dos modais Transpor te de cargas por h idrov ias

Ano Volume

2000 22 mi lhões de tone ladas

2001 25 mi lhões de tone ladas

2000 27 mi lhões de tone ladas

Tota l de carga movimentada no pa ís Moda l Percentua l

Rodov ia 63% Aquav iá r io 15%

* 14% navegação cabo tagem, 1% h id rov ias D i re to r do Depar tamento de H id rov ias e In te r io res do Min is té r io dos Transpor tes , Lu iz Eduardo Garc ia , a f i rma que não ex is tem provas de que ta is ONG se jam mesmo f inanc iadas . E le con ta , en t re tan to , que a pág ina www. fas .usda.gov / pecad2 /h igh l igh ts /2003 /01 / Ag_expans ion / index .h tm, do s i te do Un i ted S ta tes Depar tament o f Agr i cu l tu re (ÜSDA) , ap resen ta um re la tó r io de ta lhado sobre o po tenc ia l de c resc imento da agr icu l tu ra b ras i le i ra . "É d i f í c i l a f i rmar ca tegor icamente que es tas ONG são f inanc iadas pe los amer icanos , mas a poss ib i l i dade ex is te s im. As ações jud ic ia is p re jud icam as obras de dragagem dos r ios e a const rução de ec lusas que v iab i l i za r iam ma is á reas navegáve is . Es te es tudo mos t ra a p reocupação que os amer i canos têm em re lação ao po tenc ia l de c resc imento da nossa agr i cu l tu ra . p r inc ipa lmente na produção de so ja " , a rgumenta Garc ia . F o n t e : G A R C I A , S é r g i o , P o r t o s e N a v i o s , Q u e b r a -M a r L T D A , P . 1 6

1 3 . NA BUSCA DO CAMINHO MAIS CURTO

Setor de log ís t ica cresce e abre um novo mercado de t raba lho D izem que e les v ie ram para subs t i tu i r a á rea de t ranspor te das empresas , que f i cou , por ass im por d izer , ma is complexa . Ma is i s to se r ia faze r pouco do t raba lho des tes p ro f i ss iona is . E les cu idam, s im, do a rmazenamento , da d is t r ibu ição e da es tocagem dos produtos da companh ia . E a inda o lham para toda a cade ia p rodut iva com um ob je t i vo bas tan te c la ro : reduz i r cus tos , ev i ta r desperd íc ios e o t im izar a p rodução. São os donos da log ís t i ca - se to r que c resce en t re as empresas e que garan te sa lá r ios in i c ia i s da o rdem de R$ 2 .500 , podendo u l t rapassar os R$ 10 .000 .

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Há cerca de dez anos não ex is t ia essa á rea na ma io r ia das empresas . Ho je , 40% das f i rmas já têm a té um d i re to r para esse se to r , mas a tendênc ia é o que o mercado de t raba lho c resça ma is . É que a a t i v idade tem um e levado impacto nos luc ros e no preço dos p rodu tos e é capaz de reduz i r cus tos em a té 20% — exp l i ca Pau lo Fernando F leury , d i re to r do Cent ro de Es tudos de Log ís t i ca do Ins t i tu to Coppead/UFRJ. F o n t e : F a b i a n a R i b e i r o . P o r t o s e N a v i o s , Q u e b r a -M a r L T D A , P . 2 5

1 4 . ENGENHEIROS E ADMINISTRADORES DOMINAM ESSE MERCADO A Du lo ren é uma das empresas que abr iu mercado para esses pro f i ss iona is . I sso porque a companh ia c r iou seu depar tamento de log ís t i ca há quase t rês anos. Fo i uma evo lução do se tor de exped ição da companh ia , d i z seu p res iden te , Ron i A rga l j i : Ao es t ru tu rar uma área de log ís t i ca , con t ro lamos nossa p rodução e consegu imos en t regar nossas peças num prazo menor pa ra todo o pa ís . Fo i uma necess idade impos ta pe lo p róp r io mercado . Engenhe i ros (p r inc ipa lmente os de p rodução) e admin is t radores dominam os postos de t raba lho - o se tor a inda não ganhou um curso super io r espec í f i co no R io e , por enquanto , a lgumas facu ldades apresen tam apenas d isc ip l inas sobre o tema. Pós-graduações e MBAs, no en tan to , já começaram a aparecer nas ins t i tu ições de ens ino ma is t rad ic iona is . A lém de fo rmação, é p rec iso p r inc ipa lmente , dominar técn icas de negoc iação , l i da r com fo rnecedores e saber p lane ja r es t ra teg icamente . A f ina l , o p ro f i ss iona l tem nas suas mãos um orçamento e levado. No meu caso , são R$ 10 mi lhões todo mês – a f i rma Pau lo César Monte i ro , ana l i s ta de d is t r i bu ição da Novar t i s .

1 5 . AT IV IDADE CAUSA IMPACTOS NA IMAGEM DA EMPRESA

Out ra empresa que já inves t iu em log ís t i ca é a Minasgás . Lá , os se is p ro f i ss iona is da á rea p rec i sam f i ca r de o lhos bem aber tos pa ra poder acompanhar a d i s t r i bu i ção de 62 m i l t one ladas de gás po r mês e admin is t ra r a f ro ta da empresa . D ian te d isso , seu geren te de log ís t i ca , Lu iz Henr ique E leu té r io , não hes i ta em d izer que a á rea ex ige mu i ta capac idade para t raba lha r sob p ressão . Nosso t raba lho é ga ran t i r a cada c l i en te que e le não f i ca rá sem gás . Para i sso , desenvo lvemos um s is tema operac iona l p rópr io . Nossa responsab i l i dade , ass im, não é apenas com números . A f ina l , o que fazemos tem impacto na imagem da empresa: se o gás não chegar , essa imagem f i ca compromet ida .

1 6 . LOGÍSTICA V IRA OPORTUNIDADE COMO SERVIÇO TERCEIRIZADO

A t i v i dade ex ige a inda saber ana l i sa r o se to r do c l i en te . F ren te às necess idades c r iadas pe lo mercado , a á rea de log ís t i ca também passou a se r encarada como opor tun idade de negócio . Ta n to que já ex is tem empresas espec ia l i zadas em gerenc ia r a t i v idades para ou t ras companh ias . Ass im, f i cam responsáve is , por

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exemp lo , po r ga ran t i r que de te rm inado p rodu to chegue nas mãos do c l i en te a tempo e em per fe i tas cond ições . É o caso da TA Log ís t i ca , que desenvo lve so luções operac iona is nas cade ias de supr imento de d i fe ren tes empresas . Ho je , a l iás , a f i rma já tem a té cen t ros de d is t r ibu ição próx imos á rodov ias do es tado de São Pau lo .

1 7 . SETOR DE LOGÍSTICA É CONSIDERADO ESTRATÉGICO

Esse mercado es tá c rescendo porque as empresas perceberam sua impor tânc ia . En tão , quando não desenvo lvem seus própr ios depar tamentos , tendem a con t ra ta r serv iços te rce i r i zados , o que c r ia opor tun idades – a f i rma Hernan i Rosc i to , geren te comerc ia l da TA Log ís t i ca .

O grupo Lachma n vo l tado para agenc iamento Mar í t imo e por tuá r io , também percebeu a ex is tênc ia desse n icho e , po r i sso , c r iou uma empresa vo l tada espec i f i camente para p res ta r serv iços na á rea : é a Lachman Log ís t i ca . E , segundo seu d i re to r , Rober to K iss , a empresa pres ta serv iços sob med ida aos c l i en tes e iden t i f i ca ga rga los em sua cade ia p rodu t i va . Com isso , a a t i v idade abr iu as por tas para 53 p ro f i ss iona is de fo rmações em comérc io ex te r io r , l og ís t i ca e t ranspor te , por exemp lo . Como p res tadores de se rv iços , esse p ro f i ss iona is p rec isam te r , a lém de uma exce len te fo rmação , capac idade para en tender o c l ien te e seu t i po de negóc io e ana l i sa r o mercado em que a tua — d iz K iss . De qua lquer mane i ra , esse p ro f i ss iona l é quem va i admin is t ra r es toques , iden t i f i ca r se a empresa deve ter ou não cent ros de d i s t r i bu i ção e p lane jam as me lho res fo rmas de a rmazenar e escoar . Os pro f i ss iona is de log ís t i ca representam uma vantagem compet i t i va na empresa, porque o t raba lho tem um peso enorme nos cus tos da companh ia e a té na fo rmação de seus p reços . Por i sso , essa á rea é tão es t ra tég ica – d i z Pau lo Césa r Mon te i ro , ana l i s ta da Novar t i s .