CAPITULO I - ÉTICA PROFISSIONAL

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Prof. Sidney DAlberto liberal [email protected] MATERIAL DE APOIO 2011 2 Semestre Este compndio tem finalidade didtica para os alunos (as) dos Cursos de Informtica, e contm informaes extradas e trasladadas de vrios livros, autores e internet. Consiste de fato, como material de apoio e visa proporcionar uma ferramenta ao aprendizado facilitando a compreenso da matria.

A utilizao deste material se d sem prejuzo a consulta de apontamentos pessoais de cada aluno e/ou outras obras didticas sobre o tema.

O homem tem a necessidade de viver agrupado, para assim atingir seus objetivos segundo concluses dos estudiosos da natureza humana. A esse grupo de pessoas foi dado o nome de sociedade, matria de estudo da sociologia, que conceitua a sociedade: o conjunto de pessoas que compartilham propsitos, gostos, preocupaes e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade. A sociedade o objeto de estudo das cincias sociais, especialmente da Sociologia. Portanto verifica-se nessa o comportamento do individuo dentro desse grupo, o qual faz parte, suas reaes ao comportamento do outro, assim por diante.

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Sociedade um grupo de indivduos que formam um sistema semi-aberto, no qual a maior parte das interaes feita com outros indivduos pertencentes ao mesmo grupo. Uma sociedade uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade uma comunidade interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada. A origem da palavra sociedade vem do latim societas, uma "associao amistosa com outros". Societas derivado de socius, que significa "companheiro", e assim o significado de sociedade intimamente relacionado quilo que social. Est implcito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou preocupao mtuas sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade muitas vezes usado como sinnimo para o coletivo de cidados de um pas governados por instituies nacionais que lidam com o bem-estar cvico. So pessoas de vrias naes unidas por tradies, crenas ou valores polticos e culturais comuns, em certas ocasies tambm so chamadas de sociedades (por exemplo, Judaico-Crist, Oriental, Ocidental etc.). Quando usado nesse contexto, o termo age como meio de comparar duas ou mais "sociedades" cujos membros representativos representam vises de mundo alternativas, competidoras e conflitantes. Tambm, alguns grupos aplicam o ttulo "sociedade" a eles mesmos, como a "Sociedade Americana de Matemtica". Nos Estados Unidos, isto mais comum no comrcio, em que uma parceria entre investidores para iniciar um negcio usualmente chamada de uma "sociedade". No Reino Unido, parcerias no so chamadas de sociedade, mas cooperativas. s vezes a reflexo tica satisfaz apenas a imaginao da empresa elaboram cdigos de tica ou de condutas, cartas de intenes que no coincidem com seu modo de operar. Mas produtivo seria investigar a cultura organizacional, conhecer as fragilidades que toda a empresa possui, para localizar nesses detalhes as possveis sedues e tentaes de desvio, e implantar, o mais urgentemente possvel, prticas e controles que inibam a falta de idoneidade ou at a erradiquem da organizao. As normas de comportamento devem vir dessas

providncias, dessa forma a reflexo tica se tornar um instrumento de trabalho, fazendo a interveno de maneira til no modus operandi das empresas e contribuindo para

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moldar a identidade corporativa. Fonte: tica Empresarial A Gesto da Reputao, Robert Henry Srour.

Cultura o conjunto de manifestaes humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural. Por seu turno, em biologia uma cultura normalmente uma criao especial de organismos (em geral microscpicos) para fins determinados (por exemplo: estudo de modos de vida bacterianos, estudos microecolgicos, etc.). No dia-a-dia das sociedades civilizadas (especialmente a sociedade ocidental) CULTURA associada aquisio de conhecimentos e prticas de vida reconhecidas como melhores, superiores.

Os principais atributos da CULTURA so: Informao, isto , um conjunto de conhecimentos tericos e prticos que se

aprende e transmite aos contemporneos e aos vindouros. Criao. O homem no s recebe a cultura dos seus antepassados como tambm

cria elementos que a renovam. Humanizao. O homem s se torna homem porque vive no seio de um grupo

cultural.

Portanto cultura corresponde, em sentido amplo, s formas de organizao de um povo, seus costumes e tradies transmitidas de gerao para gerao que, a partir de uma vivncia e tradio comum, se apresentam como a identidade desse povo. A principal caracterstica da cultura o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de responder ao meio de acordo com mudana de hbitos, mais rpida do que uma possvel evoluo biolgica. O homem no precisou, por exemplo, desenvolver longa pelagem e grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais frios ele simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de habitaes. A evoluo cultural mais rpida do que a biolgica.

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Alm disso a cultura tambm um mecanismo cumulativo. As modificaes trazidas por uma gerao passam gerao seguinte, de modo que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados

sobrevivncia, reduzindo o esforo das novas geraes.Um exemplo de vantagem obtida atravs da cultura o desenvolvimento do cultivo do solo, a agricultura. Com ela o homem pde ter maior controle sobre o fornecimento de alimentos, minimizando os efeitos de escassez de caa ou coleta. Tambm pde abandonar o nomadismo; da a fixao em aldeamentos, cidades e estados.

CULTURA E IDENTIDADE

Na percepo individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padres de conduta e ainda as caractersticas prprias de cada grupo humano. Para o terico Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de culturas, sendo a produo de novos conhecimentos e tcnicas, produto direto da interposio de culturas diferenciadas - com o somatrio daquilo que anteriormente existia. Para ele, a globalizao que se verificava j em fins do sculo XX, tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqncias seria o fim da produo cultural, enquanto gerador de novas tcnicas e sua gerao original. Isto refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir at ao plano individual.

MUDANA CULTURAL

Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanas. Traos se perdem, outros se adicionam, em grandes velocidades variadas nas diferentes sociedades.Dois mecanismos bsicos permitem a mudana cultural: a inveno ou introduo de novos conceitos, e a difuso de conceitos a partir de outras culturas. H tambm a descoberta, que um tipo de mudana cultural originado pela revelao de algo desconhecido pela prpria sociedade e que ela decide adotar.

A mudana acarreta normalmente em resistncia. Visto que os aspectos da vida cultural esto ligados entre si, a alterao mnima de somente um

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deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificaes na maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicao de leis. A resistncia mudana representa uma vantagem, no sentido de que somente modificaes realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitveis, sero adotadas evitando o esforo da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito.

O ambiente exerce um papel fundamental sobre as mudanas culturais, embora no seja o nico: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingncias ambientais quanto por transformaes da conscincia social.

Falar em cultura tecnolgica implica dizer que as evolues tecnolgicas vividas pela sociedade atual no se restringem apenas ao uso de novos equipamentos e produtos. Muito mais do que isso, implica a modificao de comportamentos de certa forma, impondo-se a cultura existente e transformando indivduos, grupos e sociedades (Kensiki 2003). Desse modo, entende-se como:

Conceito: A cultura tecnolgica o conjunto completo de valores, comportamentos, linguagens, hbitos e relaes sociais caractersticas dessa sociedade tecnolgica. A sua importncia est relacionada com a possibilidade de o individuo agir socialmente, a partir de um saber tecnolgico do qual se apropria e desenvolve a sua identidade, tornando-se um cidado tecnologicamente competente.

Etimologia do termo tica: O termo tica provm do radical grego ethos. Significa hbito, e propriedade de carter.

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A tica uma rigorosa avaliao sobre o que o bem e o que o mal, indicando os caminhos que realizam o homem enquanto agente do bem, ou seja, a tica prope um caminho para a realizao do homem como ser racional.

A moral representada pelo comportamento comum a todos os homens, baseado nos princpios decorrentes da reflexo que se faz no campo da tica.

Enquanto o direito implica obedincia ao que obrigatrio, a tica envolve obedincia ao que no obrigatrio.

A moral, portanto, um conjunto de princpios que indica qual deve ser o comportamento do indivduo diante da idia do certo ou errado, bom ou mau em determinado contexto social.

Ao nascer, j encontramos regras de conduta moral s quais nos adequamos por meio da educao. Normalmente, no avaliamos essas regras, mas, simplesmente, as aceitamos ou recusamos.

O direito um conjunto de normas condicionadas pelo poder poltico, que se impe coercitivamente (obrigatoriamente). O direito regula a vida social de determinado povo em determinada poca.

TICA SE CONSTRI COM ESCOLHAS E DECISES

Desde as coisas mais simples at as mais difceis, no deixamos de julgar, avaliar e decidir acerca das coisas, pessoas e situaes. Quando compramos uma caneta, avaliamos e procuramos escolher a melhor; quando vamos ao cabeleireiro, sempre escolhemos o que acreditamos ser o melhor corte. At as situaes

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mais complicadas, como decidir qual o curso a fazer ou com quem nos envolvemos seriamente passa pela tomada de decises.

As decises esto presentes em nosso cotidiano, embora s pensamos e nos conscientizamos sobre as mais importantes, srias e relevantes que determinaro os rumos de nossas vidas.

Assim, viver eticamente viver decidindo sempre em direo ao que melhor, procurando a todo instante a felicidade. Segundo Scrates, s no procura a felicidade aquele que ignorante. 1

No entanto, embora possa parecer que todos tomem atitudes buscando o bem estar prprio e benefcios tambm aos semelhantes, h pessoas que no sabem qual o caminho para isso. S aquele que possui uma conduta virtuosa, isto , baseada na conscincia, equilbrio e responsabilidade, que alcana a felicidade. O contrrio a conduta viciosa, na qual as pessoas procuram um carter desequilibrado, o pior para si, no tendo conscincia do que deve ser deixado de lado mas sim se guiando pelas paixes e pelos prazeres da vida material. Ou seja, pela emoo, enquanto viver virtuosamente baseia-se na razo.

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Os Grandes Pensadores, 1988

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As decises que tomamos esto associadas maneira como somos e cultura (cujo conceito j foi visto neste compndio) para a qual pertencemos.

Por essa razo que a tica no absoluta, isto , no tem regras ou padres universalmente aceitos, pois a cultura, os costumes se modificam por fatores sociais e histricos. Sociais porque as pessoas so diferentes, cada sociedade de um jeito. Histricos porque os costumes, hbitos e crenas variam ao longo do tempo. Os valores vigentes em pocas passadas certamente no so os nossos e, seguramente, tambm no sero os de nossos netos e geraes futuras. Ou seja, cada sociedade possui sua tica e, portanto, os valores e decises tambm so diferentes, variam.

No h padro de conduta tica predeterminada, mas orientaes no sentido de agir responsavelmente e com conscincia.

Diante das diferenas no campo da tica, deve-se agir com reciprocidade, isto , o direito que eu reivindico eu devo reconhecer para os outros, respeitando as suas diferenas.

Ser tico, portanto, no s se abster de fazer coisas negativas, mas tambm agir de forma positiva, em direo ao que melhor.

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TICA, MORAL E DIREITO.

Neste contexto, importante saber diferenciar a tica, da Moral e do Direito. Estas trs reas de conhecimento se distinguem, porm tem grandes vnculos e at mesmo sobreposies.

Tanto a Moral quanto o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer certa previsibilidade para as aes humanas, mas ambas se diferenciam. A moral independe das fronteiras geogrficas e garante uma identidade entre as pessoas ao passo que o direito e as normas jurdicas valem para a rea geogrfica representada pelo Estado. Por Estado se entende a combinao dos elementos Povo, Territrio e Governo. O direito aplicado na delimitao destes elementos, para uma populao que vive em determinada rea geogrfica submetida a um determinado governo. E, o direito, ao contrrio da Moral e da tica coercitivo e ningum pode alegar desconhecimento das leis. Ao desobedecer as normas, o violador est sujeito a uma punio. Portanto as normas jurdicas so obrigatrias.

A tica, por seu turno, busca justificar a moral e o direito, os quais visam estabelecer certa previsibilidade para as aes humanas. A tica no possui regras, mas a exemplo da moral assumida pelas pessoas.

DILEMA TICO

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Com toda sorte de princpios e valores, pode ocorrer o que se denomina como dilema tico. Trata-se da situao em que a pessoa se depara com duas condutas possveis, que so igualmente ticas. Por exemplo, uma pessoa encontra uma maleta contendo dinheiro e vem, a saber, quem o dono. Porm, precisa do dinheiro para uma cirurgia de seu pai visando salv-lo do cncer e pensa em usar os recursos para em outro momento devolver ao legtimo dono.

Porque a TICA necessrio e importante?

A

tica

tem

sido

o

principal

regular

do

desenvolvimento histrico-cultural da humanidade. Sem tica, ou seja, sem a referncia a princpios humanitrios fundamentais comuns a todos os povos, naes, religies etc., a humanidade j teria se despedaado at autodestruio. Tambm verdade que a tica no garante ao progresso moral da humanidade. O fato de que os seres humanos so capazes de concordar minimamente entre si sobre princpios de justia, igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, cidadania plena, solidariedade etc., cria chances para que esses princpios possam vir a ser postos em prtica, mas no garante o seu cumprimento. As naes do mundo j entraram em acordo em torno de muitos desses princpios. A DECLARAO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, pela O N U ( 1948), uma demonstrao de o quanto a tica necessria e importante. Mas a tica no basta como teoria, nem como princpios gerais acordados pelas naes, povos, religies etc. Nem basta que as Constituies dos pases reproduzam esses princpios ( como a Constituio Brasileiro o fez, em 1988). preciso que cada cidado e cidad incorporem esses princpios como uma atitude prtica diante da vida cotidiana, de modo a

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pautar

por

eles

seu comportamento.

Isso traz uma

conseqncia

inevitvel:

frequentemente o exerccio pleno da cidadania ( tica) entra em coliso frontal com a moral vigente. At sujeita a freqentes e graves degeneraes. Porque se fala tanto na tica hoje no Brasil? No s no Brasil se fala muito em tica hoje. Mas temos motivos de sobra para nos preocuparmos com a tica no Brasil. O fato de que em nosso Pas, assistimos a uma degradao moral acelerada, principalmente na poltica. Ou ser que essa baixeza moral sempre existiu? Ser que hoje ela est apenas vindo a pblico? Uma e outra razo, ou ambas combinadas, so motivos suficientes para uma reao tica dos cidados conscientes de sua cidadania. O tipo de desenvolvimento econmico vigente no Brasil tem gerado estruturalmente e sistematicamente situaes prticas contrrias aos princpios ticos: gera desigualdades crescentes, gera injustias, rompe laos de solidariedade, reduz ou extinguem direitos, lana populaes inteiras a condies de vida cada vez mais indignas. E tudo isso convive com situaes escandalosas, como o enriquecimento ilcito de alguns a impunidade de outros, a prosperidade da hipocrisia poltica de muitos etc. Afinal, a hipocrisia ser de todos se todos no reagirem eticamente para fazer valer plenamente os direitos civis, polticos e sociais proclamados por nossa Constituio.

tica e convivncia humana? Falar de tica falar de convivncia humana. So os problemas da convivncia humana que geram o problema da tica. H necessidade de

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tica porque os seres humanos no vivem isolados; e os seres humanos convivem no por escolha, mas por sua constituio vital. H necessidade de tica porque h o outro ser humano. Mas o outro, para a tica, no apenas o outro imediato, prximo, com quem convivo ou com quem casualmente me deparo. O outro est presente tambm no futuro (temporalidade) e est presente em qualquer lugar, mesmo que distante (espacialidade). O princpio fundamental que constitui a tica este: o outro um sujeito de direitos e sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser. O fundamento dos direitos e da dignidade do outro a sua prpria vida e a sua liberdade (possibilidade) de viver plenamente. As obrigaes ticas da convivncia humana devem pautar-se no apenas por aquilo que j temos, j realizamos, j somos, mas tambm por tudo aquilo que poderemos vir a ter, a realizar, a ser. As nossas possibilidades de ser so parte de nossos direitos e de nossos deveres. parte da tica da convivncia. A atitude tica uma atitude de amor pela humanidade.

tica e educao A educao uma socializao das novas geraes de uma sociedade e, enquanto tal conserva os valores dominantes (a moral) naquela sociedade. A educao tambm uma possibilidade e um impulso transformao: desenvolvimento das potencialidades dos educandos. Toda educao uma ao interativa: se faz mediante informaes, comunicao, dilogo entre seres humanos. Em toda educao h um outro em relao. Em toda educao, por tudo isso, a tica est

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implicada. Uma educao pode ser eficiente enquanto processo formativo e ao mesmo tempo, eticamente mau, como foi a educao nazista, por exemplo. Pode ser boa do ponto de vista da moral vigente e m do ponto de vista tico.

A educao tica (ou, a tica na educao) acontece quando os valores no contedo e no exerccio do ato de educar so valores humanos e humanizadores: a igualdade cvica, a justia, a dignidade da pessoa, a democracia, a

solidariedade, o desenvolvimento integral de cada um e de todos.tica e cidadania. As instituies sociais e polticas tm uma histria. impossvel no se reconhecer o seu desenvolvimento e o seu progresso em muitos aspectos, pelo menos do ponto de vista formal. A escravido era legal no Brasil at 120 anos atrs. As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar apenas h 60 anos e os analfabetos apenas h 12 anos. Chamamos isso de ampliao da cidadania. Mas h direitos formais (civis, polticos e sociais) que nem sempre se realizam como direitos reais. A cidadania nem sempre uma realidade efetiva, nem para todos. A efetivao da cidadania e a conscincia coletiva dessa condio so indicadores do desenvolvimento moral e tico de uma sociedade. Para a tica no basta que exista um elenco de princpios fundamentais e direitos definidos nas Constituies. O desafio tico para uma nao o de universalizar os direitos reais, permitindo a todos a cidadania plena, cotidiana e ativa.

TICA NAS ORGANIZAES MODERNAS

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Nesses tempos de globalizao e reestruturao competitiva, as empresas que se preocupam com a tica e conseguem converter suas preocupaes em prticas efetivas, mostram-se mais capazes de competir com sucesso e conseguem obter no apenas a satisfao e a motivao dos seus profissionais, mas tambm resultados compensadores em seus negcios.

tica, enquanto filosofia e conscincia moral essencial vida em todos os seus aspectos, seja pessoais, familiares, sociais ou profissionais.

Assim,

enquanto

profissionais

e

pessoas,

dependendo de como nos comportamos, por exemplo, em nossas relaes de trabalho, podemos estar colocando seriamente em risco nossa reputao, nossa empresa e o sucesso em nossos negcios.

A sobrevivncia e evoluo das empresas e de seus negcios, portanto, est associada cada vez mais a sua capacidade de adotar e aperfeioar condutas marcadas pela seriedade, humildade, justia e pela preservao da integridade e dos direitos dos profissionais.

VIRTUDES PROFISSIONAIS

No obstante os deveres de um profissional, os quais so obrigatrios, devem ser levadas em conta s qualidades pessoais que tambm

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concorrem para o enriquecimento de sua atuao profissional, algumas delas facilitando o exerccio da profisso.

Muita destas qualidades poder ser adquirida com esforo e boa vontade, aumentando neste caso o mrito do profissional que, no decorrer de sua atividade profissional, consegue incorpor-las sua personalidade, procurando vivenci-las ao lado dos deveres profissionais.

O

senso

de

responsabilidade

o

elemento

fundamental da empregabilidade. Sem responsabilidade a pessoa no pode demonstrar lealdade, nem esprito de iniciativa [...]. Uma pessoa que se sinta responsvel pelos resultados da equipe ter maior probabilidade de agir de maneira mais favorvel aos interesses da equipe e de seus clientes, dentro e fora da organizao [...]. A conscincia de que se possui uma influncia real constitui uma experincia pessoal muito importante.

algo que fortalece a auto-estima de cada pessoa. S pessoas que tenham auto-estima e um sentimento de poder prprio so capazes de assumir responsabilidade. Elas sentem um sentido na vida, alcanando metas sobre as quais concordam previamente e pelas quais assumiram responsabilidade real, de maneira consciente.

As

pessoas

que

optam

por

no

assumir

responsabilidades podem ter dificuldades em encontrar significado em suas vidas. Seu comportamento regido pelas recompensas e sanes de outras pessoas - chefes e pares [...]. Pessoas desse tipo jamais sero boas integrantes de equipes.

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Gostaramos ainda, de acrescentar outras qualidades que consideramos importantes no exerccio de uma profisso. So elas:

Honestidade,

VIRTUDE

MAGNO

NO

CAMPO

PROFISSIONAL (Livro tica Profissional, autor Antonio Lopes de S, editora Atlas, 8 ed.,pg. 197 e seguintes).

Honestidade:

um

princpio

que

na

admite

relatividade, ou seja, o indivduo ou no honesto; no existe o relativamente honesto nem o aproximadamente honesto, to como existe uma honestidade adaptvel a cada comportamento perante terceiros. (pg. 201).

A tolerncia no entra nas cogitaes nem na fixao de um limite de honestidade.

No existe, tambm, menor ou maior desonestidade, mas simplesmente desonestidade.

Na

h

tambm

desonestidade

temporria

ou

circunstancial, mas unicamente desonestidade.

A honestidade est relacionada com a confiana que nos depositada, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e a manuteno de seus direitos. muito fcil encontrar a falta de honestidade quanto existe a fascinao pelos lucros, privilgios e benefcios fceis, pelo enriquecimento ilcito em cargos que outorgam autoridade e que tm a confiana coletiva de uma coletividade.

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Virtude do Sigilo:

Revelar o que se sabe, quando a respeito do conhecido, quem o confiou pediu reserva, quebra de sigilo. ( pg.204).

O respeito aos segredos das pessoas, dos negcios, das empresas, deve ser desenvolvido na formao de futuros profissionais, pois se trata de algo muito importante. Uma informao sigilosa algo que nos confiado e cuja preservao de silncio obrigatria.

Competncia:

sob

o

aspecto

potencial,

o

conhecimento acumulado por um indivduo, suficiente para o desempenho eficaz de uma tarefa.

Do ponto de vista funcional, o exerccio do conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profisso.(pg.206).

Prudncia: Todo trabalho, para ser executado, exige

muita segurana. A prudncia, fazendo com que o profissional analise situaes complexas e difceis com mais facilidade e de forma mais profunda e minuciosa, contribui para a maior segurana, principalmente das decises a serem tomadas. A prudncia indispensvel nos casos de decises srias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discusses inteis. Coragem: A coragem nos ajuda a reagir s crticas,

quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cnscios de nosso dever.

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Ajuda-nos a no ter medo de defender a verdade e a justia, principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para o bem comum. Temos que ter coragem para tomar decises, indispensveis e importantes, para a eficincia do trabalho, sem levar em conta possveis atitudes ou atos de desagrado dos chefes ou colegas. Perseverana: Qualidade difcil de ser encontrada,

mas necessria, pois todo trabalho est sujeito a incompreenses, insucessos e fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepes ou mgoas. louvvel a perseverana dos profissionais que precisam enfrentar os problemas do subdesenvolvimento. Compreenso: Qualidade que ajuda muito um

profissional, porque bem aceito pelos que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximao e o dilogo, to importante no relacionamento profissional. Humildade: O profissional precisa ter humildade

suficiente para admitir que no o dono da verdade e que o bom senso e a inteligncia so propriedade de um grande nmero de pessoas. Imparcialidade: uma qualidade to importante que

assume as caractersticas do dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos (em nossa poca dinheiro, tcnica, sexo...), a defender os verdadeiros valores sociais e ticos, assumindo principalmente uma posio justa nas situaes que ter que enfrentar. Para ser justo preciso ser imparcial, logo a justia depende muito da imparcialidade.

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Otimismo: Em face das perspectivas das sociedades

modernas, o profissional preciso e deve ser otimista, para acreditar na capacidade de realizao da pessoa humana, no poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom-humor. (http://tpd2000.vilabol.uol.com.br/etica2.htm).

SIGILO E SEGREDO Embora comumente empregados como sinnimos

possuem significados distintos. Enquanto segredo o que no pode ser revelado, sigilo o informe a que se tenha atribudo a qualidade de segredo e que se revelado a terceira pessoa poder causar um dano a seu titular. Ou seja, segredo simplesmente o que est sob reserva, oculto. O sigilo o segredo que no se deve violar. Assim, o sigilo pode ser considerado como o instrumento pelo qual protegido o segredo. Sigilo Profissional aquele que existe em razo de funo, ministrio, ofcio ou profisso, cujas pessoas devam guardar segredo, por lei ou contrato. A lei probe de forma genrica que as pessoas que tem o dever de guardar sigilo de prestarem depoimentos, salvo se desobrigadas pela parte interessada e se quiserem dar declaraes sobre dados sigilosos. Sigilo da Fonte

O sigilo da fonte muito parecido com o sigilo profissional. Contudo, enquanto o sigilo profissional preserva o segredo revelado em virtude de uma relao de trabalho entre o

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confidente e o confitente, o segredo da fonte procura propiciar o livre exerccio profissional. O sigilo da fonte assegurado pela Constituio Federal, art. 5, inciso XIV. Privacidade A vida privada pode envolver, pois, situaes de opo pessoal (como a escolha do regime de bens no casamento), mas que, em certos momentos, podem requerer a comunicao a terceiros. vida privada do indivduo diz respeito a situaes de opo pessoal, mas que podem ser limitados e solicitados por terceiros. Tambm abrange situaes que envolvam aspectos onde, de alguma forma, no gostaramos de qualquer publicidade ao seu redor, seja na suas relaes de trabalho, familiares ou setores da comunidade. Intimidade A intimidade o mbito do exclusivo que algum reserva para si, sem nenhuma repercusso social, nem mesmo ao alcance da sua vida privada que, por mais isolada que seja, sempre um viver entre os outros (na famlia, no trabalho, no lazer comum). Ou seja, a esfera secreta do indivduo na qual ele tem o poder legal de evitar os demais.

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