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~ I . ] 1 Capítulo 5 ,. Introduçãoà teoriada igualação1 Miriam (iareia Mijares e Maria Teresa/lraÚjo Si/v,) LISP "Provavelmente, o trabalho mais interessante que se tem feito em ambas as analises comportamentais, basi. ca e aplicada, nos últimos 20 anos. tem sido nos parâmetros da equação de igualação" Josep/J Cauf1l/l. 1998 - - - A teoria da igualação é uma teoria de escolha, não como um processo intero no de decisão, mas como uma medida extraída da observação do comportamento. Uma situação de escolha pode ser definida como uma situação ambienta Ina qual mais de uma alternativa de resposta está disponível, isto é, qualquer situação na qual o comportamento possa variar (Rachlin, 1997). Dessa forma, em uma situação de escolha, um comporta- mento é emitido em detrimento de outro. Uma vez que os organismos estão continuamen- te se comportando e qtJe, quando certo comportamento é emitido, alguns outros estão deixando de ser emitidos, "não é exagero dizer que todo comportamento 'envolve uma escolha" (de Villiers&Herrnstein, 1976). Por exemplo, em uma situação altamente restri- ta, como a caixa de Skinner, onde estímulos ambientais são minimizados o mais possí- vel, a resposta de pressionar a barra pode ser entendida como uma escolha: poderíamos dizer que "o animal escolhe" pressionar a barra em vez de se coçar, cheirar, etc. Por outro lado, devido ao fato de que todo comportamento é resultado de uma escolha, não faz sentido falar de comportamento de escolha como um subtipo de comportamento, sendo melhor estudar quais os fatores que determinam que um organismo exiba um comporta- 1 Trabalho apresentado n9 VII Encontro da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental. Campinas, de 10 a 13 de setembro de 199B. 40 Miriam Cj,m:i" Miji,res e Mari" Teres" I\r,"'jo Silva mento e não outro, em determinada situação. Em 1961, usando um esquema concorrente com pombos, Herrnstein obteve resul- tados que mostravam que a freqüência relativa de respostas em cada uma das alternativas (discos) igualava a freqüência relativa de reforços obtida em cada alternativa (figura 1), isto é: 81 81+82 -BL R1+R2 -IlL =BL 82+81 R2+R1 (Equação 1) ou onde 81 é a freqüência de respostas na alternativa 1, 82 a freqüência de respostas na alternativa 2, R 1a freqüência de reforço na alternativa 1e R2 a freqüência de reforço na alternativa 2. Essa equação representa a primeira elaboração do que atualmente se co- nhece como lei da igualação ("matching laW'). '" Q) '" c: c ~ Q) rc c: c 't: c ~ Q.. 3 " 5 6 7 8 9 Propor1ion of Reinforcement Figura 1. Freqüência relativa de respostas para uma das alternativas em um procedimento de duas esco- lhas como função da freqüência relativa de reforços nessa alternativa. A linha diagonal mostra igualação entre as freqüências relativas. Extraído de Herrnstein (1970). } Segundo Dean (1980),esse simples mas elegante achado empíricoteve um alto impacto na análise experimental do comportamento. Até 1961, as tentativas de quantificar quanto um comportamento mudava em relação ao reforço tinham falhado por falta de generalidade (Plaud, 1992). Por exemplo, já em 1938, Skinnertinha tentado-quantificany- desempenho dos organismosemesquema de intervalofixo(FI),através da proposta de quea taxa de respostas do organismoem esquemas de FI eradiretam~nteproporcionalà taxade reforçosdada em cada intervalo.Posteriormente,o mesmoSkinner(1940) reco- nheceu que essa proposta só era correta para alguns FI, mas não para todos. A lei da igualação tem provado ser muito mais geral; por exemplo, estudos encontraram igualação entre o tempo relativo da resposta e a freqüência relativa de reforços, entre a magnitude relativado reforçoe a taxa de respostas, e entre a demora relativado reforçoe a taxade respostas (ChUAg& Herrnstein, 1967; Neuringer, 1969;'-6tubbs & Pliskoff,1969). Igual- Sobre comportamento e cognição 41

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Capítulo 5,.

Introduçãoà teoriada igualação1Miriam (iareia Mijares e Maria Teresa/lraÚjo Si/v,)

LISP

"Provavelmente, o trabalho mais interessante quese tem feito em ambas as analises comportamentais, basi.ca e aplicada, nos últimos 20 anos. tem sido nos parâmetrosda equação de igualação"

Josep/J Cauf1l/l. 1998

- - - A teoria da igualação é uma teoria de escolha, não como um processo interono de decisão, mas como uma medida extraída da observação do comportamento. Umasituação de escolha pode ser definida como uma situação ambienta Ina qual mais de umaalternativa de resposta está disponível, isto é, qualquer situação na qual o comportamentopossa variar (Rachlin, 1997). Dessa forma, em uma situação de escolha, um comporta-mento é emitido em detrimento de outro. Uma vez que os organismos estão continuamen-te se comportando e qtJe, quando certo comportamento é emitido, alguns outros estãodeixando de ser emitidos, "não é exagero dizer que todo comportamento 'envolve umaescolha" (de Villiers&Herrnstein, 1976). Por exemplo, em uma situação altamente restri-ta, como a caixa de Skinner, onde estímulos ambientais são minimizados o mais possí-vel, a resposta de pressionar a barra pode ser entendida como uma escolha: poderíamosdizer que "o animal escolhe" pressionar a barra em vez de se coçar, cheirar, etc. Por outrolado, devido ao fato de que todo comportamento é resultado de uma escolha, não fazsentido falar de comportamento de escolha como um subtipo de comportamento, sendomelhor estudar quais os fatores que determinam que um organismo exiba um comporta-

1 Trabalho apresentado n9 VII Encontro da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental.Campinas, de 10 a 13 de setembro de 199B.

40 Miriam Cj,m:i" Miji,res e Mari" Teres" I\r,"'jo Silva

mento e não outro, em determinada situação.Em 1961, usando um esquema concorrente com pombos, Herrnstein obteve resul-

tados que mostravam que a freqüência relativa de respostas em cada uma das alternativas(discos) igualava a freqüência relativa de reforços obtida em cada alternativa (figura 1), istoé:

81

81+82-BLR1+R2

-IlL = BL82+81 R2+R1

(Equação 1)ou

onde 81 é a freqüência de respostas na alternativa 1, 82 a freqüência de respostas naalternativa 2, R 1a freqüência de reforço na alternativa 1 e R2 a freqüência de reforço naalternativa 2. Essa equação representa a primeira elaboração do que atualmente se co-nhece como lei da igualação ("matching laW').

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Propor1ion of Reinforcement

Figura 1. Freqüência relativa de respostas para uma das alternativas em um procedimento de duas esco-lhas como função da freqüência relativa de reforços nessa alternativa. A linha diagonal mostra igualaçãoentre as freqüências relativas. Extraído de Herrnstein (1970). }

Segundo Dean (1980),esse simplesmas elegante achado empíricoteve umaltoimpacto na análise experimental do comportamento. Até 1961, as tentativas de quantificarquanto um comportamento mudava em relação ao reforço tinham falhado por falta degeneralidade (Plaud, 1992). Por exemplo, já em 1938, Skinnertinha tentado-quantificany-desempenho dos organismosem esquema de intervalofixo(FI),através da propostadequea taxa de respostas doorganismoemesquemas de FIera diretam~nteproporcionalàtaxade reforçosdada em cada intervalo.Posteriormente,o mesmoSkinner(1940)reco-nheceu que essa proposta só era correta para alguns FI, mas não para todos. A lei daigualação tem provado ser muito mais geral; por exemplo, estudos encontraram igualaçãoentre o tempo relativo da resposta e a freqüência relativa de reforços, entre a magnituderelativado reforçoe a taxa de respostas, e entre a demora relativado reforçoe a taxaderespostas (ChUAg& Herrnstein, 1967; Neuringer, 1969;'-6tubbs & Pliskoff,1969). Igual-

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mente essa relação tem se mostrado válida nos dois tipos de procedimentos de esque-mas concorrentes (simultâneo e com chave de mudança), no laboratório e em ambientesnaturais, e com várias espécies diferentes (Baum, 1972; Baum, 1974a; McSweeney, 1975;Nevin, 1979; Schroeder & Holland, 1969).

Em 1970, Herrnstein afirma em sua publicação, On lhe Law af effecl, que:

"... em cada momento de ação possível, uma série de alternativas coloca-se ao

animal, e por tanto cada ação poderia se dizer ser o resultado de uma escolha... defato, parece seguro supor que todos os ambientes continuamente demandam es-colhas nesse sentido, ainda que em muitos casos o problema de identificar e mediras alternativas possa ser insolúvel. Esse problema é, no entanto, do experimentadore não do sujeito. Não importa quão empobrecido seja o ambiente, o sujeito terásempre distrações disponíveis, outras coisas que comprometam sua atividade eatenção, ainda que essas não sejam mais que seu próprio corpo... A taxa absolutade respostas ocorre em tal contexto, independentemente de que o experimentadorsaiba quais são as outras alternativas e seus reforços." (p. 254-255)

Dessa forma, Herrnstein propõe que todo evento comportamental é uma situaçãode escolha. Assim, mesmo quando submetido aos procedimentos de resposta única, o

sujeito estaria em uma situação concorrente de múltiplas alternativas e, portanto, sensívelàs mesmas leis de comportamento observadas em paradigmas concorrentes clássicos. -Baseado nesse pressuposto, elaborou uma extensão da proposta original (equação 1), de.forma que a relação entre a taxa absoluta de respostas e a taxa absoluta de reforços, em

situações operantes livres, pudesse ser estudada quantitativamente. A nova equação,conhecida como "hipérbole de Herrnstein", estabelece que a taxa de respostas é funçãohiperbólica da freqüência de reforços para essa resposta. Algebricamente, a equação é -expressa como:

B':- kR- - --(Equaçã0--2)-R+Re

onde B é a taxa de respostas do comportamento observado, R é a taxa de reforços para

esse comportamento e ké uma constante derivada da relação resposta-reforço que repre-senta o número de respostas assintóticas na ausência de reforçadores competitivos, isto

é, quanto o organismo emitiria a resposta estudada, se não existissem outras fontes dereforço no meio. Re é o reforço agregado desconhecido para as outras alternativas. Em ,

termos práticos, Re é o segundo parâmetro a ser extraído dos dados, "mas é também oque tem interpretação empírica definitiva". (Herrnstein, 1970; p. 255). Tradicionalmente, ké medido em frequência de respostas por minuto e Re em freqüência de resposta por hora.Matematicamente, k é o valor da assíntota da taxa de respostas, e Re é a taxa de reforços _relacionada com a metade da assíntota, isto é, kseria a taxa máxima de respostas que o

organismo emite em uma situação experimental, e Re é a taxa de reforços necessária,para manter a metade da taxa máxima de respostas (figura 2). -

42 Miriam Ciarcia Mijares e Milriil Teresa Ârilújo Silva

-

Refarça/hara

Figura 2. Curva hipotética de distribuição de respostas em uma situação de operante livre. O valor krepresenta a assintota da distribuição medida em taxa de respostas por minuto: o valor Re representa a taxade reforços por hora correspondente à metade da assintota.

A generalidade da hipérbole de Herrnstein foi demonstrada em inúmeras situações,mesmo quando de Villiers & Herrnstein (1976) fizeram uma análise pas-hac usando afunção estabelecida pela fórmula e dados de mais de 30 experimentos conduzidos pordiferentes pesquisadores, em diferentes espécies (ratos, pombos, macacos e humanos),com diferentes respostas operantes (velocidade de corrida e de nado, pressão barra), comdiferentes reforçadores (comida, água, estimulação cerebral, sacarose, glucose), comdiferentes parâmetros de resposta (taxa, Ia 'mcia, velocidade), com diferentes parâmetrosdo reforço (taxa, magnitude,latência e concentração) e com diferentes paradigmas (refor-ço positivo e negativo). A r?lação l:1iperbólica foLtambém demonstrada com seres huma-nos (Bradshaw, Szabadi, & Bevan, 1977; Bradshaw, Szabadi & Bevan, 1978; Uartens &Houk, 1989; McDowell & Wood, 1984).

Outras derivações da lei da igualação não menos importantes, embora nãodiretamente ligadas ao objetivo do presente trabalho, vêm sendo feitas desde 1970. Uma

--daS-mais-GGAReGid~-a-ehamada-de..'!~da-igualação genemlizada"; desenvolvida porBaum (1974b), que usa transformações Ioga rítmicas dos dados obtidos em esquemasconcorrentes e que permite quantificar os desvios da igualação, isto é, permite identificaras situações nas quais o princípio de igualação não se cumpre e analisar esses desv)os.

1. Desvios da igualação

Nem todos os arranjos experimentais concorrentes produzem resultados consis-tentes com a lei da igualação (equação 1). Porém, em geral, os desvios da prediçãoestabelecida pela lei da igualação mostram padrões ordenados que poçJemser interpreta-dos. Baum (1974b, 1979) indicou três formas comuns de desvio áa lei da igualação:subigualação, supra-igualação e viés (figura 3). O fenômeno mais freqüentemente encon-trado é o de subigualação, no qual a proporção de respostas emitidas pelo organismos naalternativa menos "vantajosa" (que dispensa menor proporção de reforçadores) é maiorque o predito pela equação. Como resultado, a proporção de respostas nas alternativas émais semE:)lhante.doque deveria, podendo chegar à indiferença (figura 3a). Esse fenômeno

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,é comumente oDservado quando, dentro do esquema concorrente, não é estabelecido otempo da contingência do atraso de reforço (change overdelay- COD) ou quando este émuito pequeno e tem sido explicado basicamente em termos de problemas em discrimi-nação e de reforço supersticioso da resposta de mudança entre alternativas (Baum, 1974b).O outro tipo de desvio, a supra-igualação, bem menos freqüente, resulta de o organismoresponder com maior freqüência do que esperado pela equação na alternativa que dispen-sa a maior proporção de reforçadores (figura 3b). Em geral, esse fenômeno é observadoquando a mudança entre alternativas é altamente penalizada ou exige muito esforço (Mazur,1998). No terceiro tipo de desvio, o viés (figura 3c), o organismo responde mais em umadas alternativas, independentemente da proporção do reforço. Por exemplo, um pombopassa a bicar sempre com maior freqüência o disco localizado do lado esquerdo da caixaexperimental, ainda que a proporção de reforços nesse disco seja variada amplamente.Encontrar viés indica que uma ou mais variáveis estranhas e não controladas estão afetandoo exper[mento. Teoricamente, se essa variável fosse identificada e incorporada à análise,não se obteria viés.

. Desvios da hipérbole de Herrnstein também podem ser observados no laboratório epodem ser definidos como um mau ajuste ou não-ajuste dos dados à equação 2. A inter-pretação do desvio da hipérbole depende de vários fatores, como o esquema de reforçousado, o esquema de privação, o tipo de resposta estudado, etc.

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Figura 3. Nos três gráficos, as linhas diagonais representam o desempenho em esquemas concorrentessegundo o predito pela lei da igualação. As curvas representam três tipos de desvio da igualação. O gráfico(a) representa um caso de subigualação. o gráfico (b) um caso de supra.igualação e o gráfico (c) um casode viés. Adaptado de Mazur. 1998.

//44 Miriam Qarcia Mijares e Maria Teresa Araújo silvá

2. Interpretação da hipérbole de Herrnstein

Como já foi indicado, a equação da hipérbole de Herrnstein contém dois parâmetroslivres, "I<'e "Re", que são obtidos pelo ajuste matemático dos dados à função hiperbólica,sendo que k é o valor da assíntota da hipérbole medido em respostas por minuto e Re ovalor em reforços por hora correspondente à metade da assíntota.

Um conjunto expressivo de dados empíricos mostra que k e Re são diferencialmen-te afetados por variações no procedimento experimental. Assim, o valor de k é mudadopor manipulações na exigência motora da tarefa, como, por exemplo, o peso da barra, aduração da resposta, etc. (Willner, Sampson, Phillips & Muscat, 1990; Porter & Villanueva,1988; Heyman & Monaghan, 1987). Já Re é influenciado por variáveis relacionadas com aeficácia do reforço, como quantidade ou qualidade do reforçado r,demora do reforço, priva-ção, etc. (Heyman & Monaghan, 1994; Willner et aI., 1990; Bradshaw, Szabadi, & Ruddle,1983a; Bradshaw, Szabadi, Ruddle, & Pears, 1983b; de Villiers, 1983). Igualmente Repode ser mudado quando outras fontes de reforço são agregadas ou removidas do meio(Belke & Heyman, 1994; McDowell, 1988). Portanto, mudanças em k são interpretadascomo mudanças na capacidade motora e mudanças em Re representam mudanças naeficácia ou no valor do reforço. É importante atentar para o fato de que aumentos em Reindicam diminuição do valor do reforço, enquanto que a diminuição de tal parâmetro signi-fica o contrário.

A figura 4a mostra um exemplo de duas distribuições de respostas (c e t) quediferem em relação a Re, mas possuem iguais k. Pode-se observar que a mesma quanti-dade de reforço (r) mantém diferentes taxas de resposta em cada curva, ou, o que é omesmo, na curva t é preciso menor quantidade de reforçador que na curva c para mantera mesma taxa de respostas. Isso siginifica que a distribuição possui um valor de Remenor que o da distribuição c. Supondo uma situação experimental em que a curva crepresenta a situação de controle, e a curva t a situação de tratamento, poderia se con-cluir que o tratamento aumentou o valor do estímulo reforçador conseqüente ao comporta-mento estudado em relação aos outros reforçadores do meio. Uma situação diferente érepresentada na figura 4b, na qual o valor de Re é igual para ambas as distribuições, maso valorde kdifere. Pode-seobservarque o valorda assíntotaé maior-paraacurva-t que--para a curva c, porém a quantidade de reforço necessário para manter a taxa de respostasda metade da assíntota é similar. Se, por exemplo, closse a situação de controle e ta de

tratamento, diríamos que o efeito do tratamento foi o de aumentar o desempenhcynotor doanimal, isto é, a taxa máxima de respostas que pode ser exibida pelo animal aumentou.

.,

c

IoQ.na:

cE~oQ.na:

Reforçotlor. Reforçotlora

Figura 4. Exemplo de curvas ajustadas à equação de Herrnstein. 1970. para esquemas .de apenas umaresposta...Q~grafico a representa um exemplo de duas curv~t.~. c) com k iguais e lie diferentes e o gráficob representa um exemplo de duas curvas (t e c) com Re IguálS e k diferentes.

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3. Aplicações da hipérbole de Herrnstein no estudo do comporta-mento

Obviamente, a principal aplicação da lei da igualação tem sido no estudo do com-portamento de escolha. Um dos primeiros problemas a responder era se a relação encon-trada com animais dentro do laboratório era correta também para seres humanos dentrodo laboratório. Resolver esse problema seria o primeiro passo para responder perguntasmais relevantes, como, por exemplo: como as pessoas tomam decisões ou fazem esco-lhas? Por que uma pessoa escolhe uma alternativa e,não outras? Por que as pessoasfazem escolhas que nem sempre são as melhores?

Várias pesquisas de laboratório com seres humanos mostraram que as pessoastendem a se comportar segundo a lei da igualação prediz (McDowell, 1988; Pierce &Epling, 1995). Por exemplo, Schroeder & Holland (1969) instruíram sujeitos para observa-rem quatro relógios localizados em um painel e contarem o número de deflexões de cadauma das agúlhas. Os movimentos das agulhas localizadas à esquerda do painel foramprogramados em um esquema de VI e os dois da direita em outro esquema de VI indepen-d~nte. Os sujeitos foram instruídos a pressionar um de dois botões cada vez que vissemuma deflexão de agulha, sendo que, na realidade, o que era medido eram os movimentosoculares. Todos QSsujeitos foram expostos a várias combinações de esquemas VI. Osresultados obtidos mostraram que o comportamento de "mover os olhos", quando o CODera adequado, seguia o princípio de igualação, isto é, a porcentagem de movimentosoculares para a esquerda era igual à porcentagem de deflexões de agulha dos relógioslocalizados à esquerda. Igualmente Baum (1975), usando um jogo de computador, instruiuos sujeitos a pressionar dois botões para destruir dois tipos de mísseis "inimigos" (cadabotão correspondia a um tipo de "inimigo"). A apresentação dos mísseis foi programadasegundo um esquema concorrente VI VI. O resultado mostrou que o tempo relativo depressão de cada botão igualou a freqüência relativa de deteções de mísseis para..obotãocorrespondente. A igualação dentro do laboratório com seres humanos em esquemasconcorrentes foi também encontrada para outros esquemas de reforço, como, por exem-plo, VI-VR (Savastano & Fantino, 1994).

Com uma abordagem mais natural, Conger & Killeen (1974) utilizaramumesquema...-concorrente para estudar o comportamento verbal em uma situação social. Cinco sujei-tos, um de cada vez, participaram com três experimentadores em discussões relativas aoabuso de drogas. As alternativas eram falar com um ou outro experimentador (o terceiroexperimentador apenas facilitava a discussão), e o reforço era a aprovação social dada porum ou outro experimentado r conforme o caso. Os reforços foram dados em esquemas deVI independentes. O comportamento medido foi o tempo que o sujeito passava falandocom um ou outro experimentador. Os resultados obtidos revelaram que a proporção detempo que os sujeitos falavam com cada experimentado r era controlada pela proporção deelogios recebidos desse experimentador. Uma inferência interessante que se derivou des-se trabalho é que possivelmente os seres humanos tendem a distribuir o tempo de conver-sa de forma que acabam falando mais tempo com aquelas pessoas que Ihes dão atençãoou que as elogiam. -.

Outra questão importante estudada em relação à lei da igualação é a de se osresultados achados no laboratório podem descrever o que acontece "na vida repl". Comanimais, Baum (1974a) mostrou que o comportamento de um grupo de pombos silvestresde bicar por comida seguia o princípio de igualação. Com seres humanos, McDowell(1981), usando como modelo a equação da hipérbole, analisou o comportamento de autoferir-

46 Miri"m (i'lrei" Mijares e M'lri" Teres" Âr"újo Silv"

se por coçar em uma criança de dez anos, comportamento esse que era controlado pelasreprimendas dos membros familiares. Os dados obtidos em observação natural e semintervenção por parte do pesquisador mostraram que a equação da hipérbole explicava99,7% da variância dos dados, ou seja, o comportamento da criança se ajustava ao esta-belecido pela lei da igualação. Como ressalta o autor, o relevante desses resultados é queo comportamento foi medido em um meio não controlado, onde todos os fatores quepoderiam ter influenciado o comportamento estavam presentes e possivelmente o influen-ciaram. Em uma pesquisa com pacientes com síndrome de dor crônica, Fernandez eMcDowell (1995) concluíram que a hipérbole de Herrnstein explicava 86% da variância doscomportamentos de dor (verbalizações de dor, gestos faciais, movimentos ou posturascorporais de dor, etc.), e 76% da variância dos comportamentos "saudáveis" (comunica-ção positiva, exercícios físicos, etc.). Em ambos os casos, a freqüência de respostasestava relacionada hiperbolicamente à freqüência de reforços provenientes de uma pessoasignificativa do ambiente do doente (atenção, cuidados, etc.). Outras pesquisas que visa-ram estudar o comportamento de estudantes normais e retardados, em situação naturalde sala de aula, revelam altos índices de ajuste à equação de Herrnstein (Martens, Lochner& Kelly, 1992; Martens, el. aI., 1989).

Uma das conseqüências mais importantes, dentro da teoria e da práticacomportamental derivada da lei da igualação e especialmente da hipérbole, é que, parapoder predizer como determinado reforçador vai afetar o comportamento, é necessáriolevar em consideração o contexto no qual esse reforçador é contingente ao comportamen-to, isto é, levar em consideração os outros reforçadores presentes no meio e contingentesa outras respostas. Por exemplo, a lei da igualação oferece um marco referencial quepermite compreender os "efeitos colaterais" inexplicados do reforço ou da extinção,freqüentemente relatados na literatura e às vezes chamados por críticos da terapiacomportamental de "substituição de sintoma". Por exemplo, vários autores relataram quea taxa de cOffiPortamenJos inadequados dentro de aula diminui quando comportamentQsacadêmicos são reforçados; outros informaram que a freqüência do comportamento deautoestimulação diminui quando outros comportamentos não relacionados são reforça-dos; igualmente, outros tantos estudos mostram que comportamentos adequados dimi-nuem em freqüência quando outros comportamentos, também adequados, são reforçados

---(M"cDo~t,l98B). Segu,luo-ateoria-daigualação;-esses--efeitos-eolaterais-nãe-sáe---inexplicáveis, mas são conseqüências da mudança do contexto reforçador do ambiente.Assim, a teoria prediz que qualquer intervenção que acrescente ou remova reforçadores,mudando a quantidade total de reforços no ambiente, não apenas mudará o !}>mporta-mento que é objeto da intervenção, mas também os outros comportamentos emitidosnesse ambiente. Nesse sentido, McDowell (1981) relata um estudo no qual a teoria da

igualação foi usada para descrever e desenvolver o tratamento de um rapaz de 22 anoscom retardo mental que apresentava comportamentos agressivos graves contra outraspessoas, incluindo sua mãe. Aparentemente, o compQI!amellto ê-.9ressivodentro de casaestava sendo controlado por reforço social proveniente dos pais. Dada a natureza do com-portamento-problema, a extinção não era um tratamento aceitável, já que podia compro-meter a saúde dos membros da família. Baseado nas predições da lei da igualação

(hipérbole), o tratamento consistiu no reforço com fichas (trocadas por dinheiro ao final dasemana) de comportamentos de autolimpeza corporal, como fazer a barba; trabalhosdomésticos, como ajudar na hora do jantar e atividades educativas, como ler, sendo que ocomportamento-objeto, a agressão, não foi diretamente tratado. Os resultados obtidosmostraram que antes do tratamento o sujeito mostrava episódios agressivos diariamente,mas queõ reforço de outras respostas dimiriüii.Jêsses episódios em-cerca de 80%.

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Por outro lado, da teoria'deriva-se que a eficácia de qualquer tratamento clínico vaiser afetada por quão rico ou pobre seja o ambiente em estímulos ou alternativas. Porexemplo, certos vícios, como comer, fumar, beber, etc., tendem a aumentar em freqüênciaquando as pessoas estão entediadas (Mazur, 1998), o que possivelmente ocorre porque otédio está relacionado com situações em que existem poucos reforçadores competindocom a comida, o cigarro, etc. Assim, em ambientes empobrecidos, a diminuição defreqüência de um comportamento-problema deveria ser mais difícil do que em um ambien-te rico em reforçadores, simplesmente porque a possibilidade de que outras respostasalternativas sejam emitidas e reforçadas está rebaixada.

3.1. Autocontrole

A lei da igualação tem profundas implicações tanto no conceito como no processode autocontrole. Dentro do behaviorismo, o autocontrole é definido como a escolha deuma alternativa que tem um valor reforçador alto, porém distante no tempo, e, emcon~rapartida, a impulsividade se define como a escolha de uma alternativa mais imediata,porém de menor valor reforçado r do que a mais demorada (Fisher, 1997).

Ainslie (1~75) e Rachlin (1974) elaboraram modelos similares de explicação docomportamento ~impulsivo", que posteriormente foram chamados de Teoria de Ainslie-Rachlin (cujos aspectos matemáticos não serão mencionados). Essa teoJia estabeleceque a distância temporal entre o momento da escolha e a obtenção do reforço é determinanteno valor do reforçador e, portanto, na escolha, sendo que quanto maior a demora doreforço menor o valor do estímulo reforçador. Disso, deriva-se que refoçadores próximos notempo têm maior probabilidade de ser escolhidos que aqueles mais demorados. Parailustrar a teoria de Ainslei-Rachlin, podemos usar um exemplo representado na figura 5. Afigura exemplifica o comportamento de um estudante que deve decidir entre estudar ou irao cinema no domingo. Estudar é um comportamento altamente relacionado com obteruma boa nota no final do curso (obter uma boa nota geralmente é um poderoso reforçadorpara estudantes), porém ir ao cinema é também uma atividade reforçadora. No início dasemana, o valor reforçado r da boa nota e do cinema é baixo, porém, quando chega domin-gO,êfevld-oasua'proximidade temporal, o valor ooclnema esta aumentado e e maior queo de obter boas notas. A predição da teoria é que, se o estudante não tem aprendizagemprévia em "técnicas de autocontrole", o mais provável é que vá para o cinema.

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f domingo fimdo curso

Tempo

Figura 5. Exemplo do modelo de Ainslie-Rachlin mostrando como dois reforçadores. boa nota e cinema. mudamde valor em função do tempo. Na sexta-feira. ambas as alternativas têm valor baixo; porém, no domingo, o valorreforçador do cinema está aumentando por estar mais perto de ser obtido. (Adaptado de Mazur, 1998)

48 Miriam Qarcia Mijares e Maria Teresa Araújo Silva

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E tem a ver isto com igualação? Primeiro, e como já foi mencionado. a lei daigual ação estabelece que o valor de um reforçador está inter-relacionado com os outrosreforçadores do meio. Assim, se o valor destes últimos mudam. ele muda também. Se-gundo. como foi mencionado antenormente, a igualação aplica-se para outros parâmetrosalém da taxa de reforços. De fato. vários autores, incluindo o próprio Hermstein (1981),indicam que a taxa relativa de respostas é diretamente proporcional ao valor relativo doreforçador (A) e inversamente proporcional ao atraso relativo ou demora (O). Sem entrarem detalhes matemáticos. a lei da Igualação prediz que os indivíduos tenderão a escolheraquela alternativa que possua o maior valor da fração A/O. Assim. por exemplo. se umacnança tem que escolher entre receber um caramelo daqui a um minuto ou esperar parareceber dOIscaramelos daqui a 30 minutos. a lei prediz que o mais provável é que prefiraa alternativa menor e mais imediata. ou seja, receber um caramelo daqui a um minuto.dado que a fração relativa à primeira alternativa é maior que a da segunda (1/1 = 1 e2/30 = .07)

Quando é incorporado O. a lei da igualação prediz que. com o decorrer do tempo.os indivíduos mudam suas preferências. o que equivale a dizer que o valor do reforçadormuda em função do tempo, o que está de acordo com o modelo proposto por Ainslie eRachlin. De fato. tal como observa Mazur (1998), é porque sabemos dessas mudançasque nós, os seres humanos (e algumas pesquisas têm mostrado que animais em certassituações também). fazemos compromissos e contratos. isto é. fazemos com antecedên-cia escolhas que posteriormente são difíceis ou impossíveis de mudar (contratos de com-pra de bens, cheque pré-datado. noivado, etc.). Igualmente. o uso de técnicas deautocontrole dentro da terapia, istOé. de estratégias que tendem a promover a escolha dealternativas mais demoradas, porém mais benéficas ou adaptativas para o Indivíduo. como.por exemplo, redução de peso, e!lminação do consumo de álcool. etc., parece indicar quea simp1esdeterminação ou "força de vontade" do indivíduo freqüentemente não são sufici-entes para obter autocontrole (Mazur. 1992)

Além dos trabalhos mencionados. Williams (1988) indica outras áreas em que a leida igualação tem trazido contribuições importantes, como, por exemplo, pesquisas nateoria de detecção de sinal (como a manipulação de estímulos discriminativos em experi-memoS-de escolha), pesquisas sobre comportamentos adjuntivos induzidos pelo esque-ma, pesquisas sobre comportamento natural em situações novas e sobre o efeito dedrogas no comportamento. Em relação a essas últimas, a lei da igualação tem se mostra-do uma teoria útil. dado que é um modelo que permite obter estimativas numélicas inde-pendentes dos efeitos motores e reforçado'res de diferentes drogas (Willner et aI., 1990).Por exemplo, alguns estudos revelaram que o efeito estimulante de certas drogas, comoa anfetamina, em doses baixas e médias. é principalmente de diminuição do valor de Re,isto é, de aumento de valor do reforço administrado e não de um incremento geral naatividade motora (Heyman. 1983: Heyman. 1992; Heyman & Seiden, 1985; Silva. 1990).Além disso. a lei da igualação também pode ser usada para avaliar o papel dos receptoresdopaminérgicos 01 e 02 no processo de reforço (Willner et aI.} 1990). Por outro lado..talcomo afirma Todorov (1992), o interesse gerado pelo trabalho dé Herrnstein levou a desen-volvimentos teóricos que aproximaram mais a Psicologia experimental e a Biologia no quese refere à teoria da evolução. Por exemplo, a igualação seria um mecanismo simples.selecionado filogeneticamente: os indivíduos tenderiam a abandonar uma fonte de refor-ços sempre que a taxa local de obtenção de reforçadores diminuísse em relação a fontesalternativas, o que daria como resultado a maxi~ação de reforços-a longo prazo.

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Para concluir, 'pode-se citar as palavras de Plaud (1992) em relação a, quiçá, umadas maiores contribuições teóricas da lei da igualação:

"Como resultado direto da pesquisa na lei da igualação com sujeitos humanos einfra-humanos, a Psicologia está quase em posição de responder à questão queWatson (1928) colocou há 50 anos: 'Chegamos realmente ao ponto de sermoscapazes de predizer algo relevante acerca dos individuos ?'" (p. 30).

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