Capitulo 04 cimento portland

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FACULDADE DE ENGENHARIA DE SOROCABA - FACENS COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL CIMENTO PORTLAND Prof. Dr. Vitor Antonio Ducatti Profª. Engª. Karina Leonetti Lopes Sorocaba - SP

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FACULDADE DE ENGENHARIA DE SOROCABA - FACENS

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL

CIMENTO PORTLAND

Prof. Dr. Vitor Antonio Ducatti

Profª. Engª. Karina Leonetti Lopes

Sorocaba - SP

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BrasilFevereiro-2008

FACULDADE DE ENGENHARIA DE SOROCABA - FACENS

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL

CIMENTO PORTLAND

CAPÍTULO 04

Apostila 04 – parte integrante da disciplina de Materiais do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia de Sorocaba – FACENS.

Sorocaba - SPBrasil

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Page 3: Capitulo 04   cimento portland

Fevereiro-2008

SUMÁRIO

1.1 - Definição............................................................................................................51.2 - Processo de fabricação.....................................................................................51.3 - Composição química.........................................................................................81.4 - Determinação da composição em compostos a partir da análise química ....101.5 - Estrutura cristalina e reatividade dos compostos............................................11

1.5.1 - Silicatos de cálcio.....................................................................................121.5.2 - Aluminato e ferroaluminato de cálcio.......................................................131.5.3 - Óxido de cálcio e óxido de magnésio.......................................................141.5.4 - Compostos alcalinos e sulfatos. ..............................................................15

1.6 - Finura...............................................................................................................15Hidratação do cimento Portland..................................................................................18

1.7 - Importância .....................................................................................................181.8 - Mecanismo da hidratação...............................................................................18

1.8.1 - Mecanismo da dissolução-precipitação....................................................181.8.2 - Mecanismo da hidratação no estado sólido ou topoquímico. .................19

1.9 - Hidratação dos aluminatos..............................................................................191.10 - Hidratação dos silicatos.................................................................................24

1.10.1 - Velocidade de reação.............................................................................25Calor de hidratação.....................................................................................................26Aspectos físicos do processo de pega e de endurecimento......................................29Efeito das características do cimento na resistência e no calor de hidratação..........31Tipos de cimento Portland...........................................................................................34ANEXOS......................................................................................................................39

1.11 - NORMAS BRASILEIRAS PARA O CIMENTO PORTLAND.........................40Referências Bibliográficas...........................................................................................44

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ÍNDICE DE FIGURAS

Índice de Quadros

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CAPÍTULO 04 – CIMENTO PORTLAND

1.1 - Definição

Cimento Portland é um aglomerante hidráulico simples produzido pela

pulverização de clínquer. O clínquer consiste essencialmente de uma mistura de

silicatos e aluminatos de cálcio hidráulicos, obtida pela fusão incipiente (≈ 1450 °C)

de materiais cálcicos e silicosos previamente britados, moídos, pulverizados,

dosados adequadamente e homogeneizados. As pelotas sinterizadas de clínquer (5

a 25 mm) saem do forno em alta temperatura; elas são esfriadas e, em seguida

moídas num moinho de bolas juntamente como uma adição de até 5% de uma das

formas de sulfato de cálcio (gipsita = CaSO4∙H2O ou hemidrato = CaSO4∙1/2 H2O ou

anidrita = CaSO4). Esta adição se destina a controlar as rações iniciais de pega e

endurecimento do cimento.

1.2 - Processo de fabricação

As matérias primas naturais, ricas em cálcio, utilizadas para a fabricação do

clínquer são as rochas calcárias, o mármore, o giz, as conchas marinhas, etc.

Algumas dessas fontes trazem como impurezas a argila, rica em SiO2, Al2O3 e Fe2O3,

e a dolomita (CaCO3∙MgCO3). As fontes suplementares de sílica, para a formação dos

silicatos são representadas pelas argilas e xistos argilosos. Segundo Mehta; Monteiro (1994,

p. 188), os quartzos e os arenitos não são fontes preferidas de sílica por que a sílica

quartzítica não reage facilmente.

Não somente de materiais naturais a indústria do cimento Portland se serve; o

QUADRO 1.1 de (KOSMATKA et al, 2002) apresenta, além das matérias primas de rotina,

outras alternativas, como rejeitos ou subprodutos industriais e materiais naturais de baixo

custo, para a fabricação dos cimentos.

O cimento Portland “ideal” deveria ser constituído somente de silicatos de

cálcio. São estes componentes, como se verá adiante, os responsáveis pela

resistência mecânica do cimento. A presença de argila, como impureza nas pedras

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Page 6: Capitulo 04   cimento portland

calcárias e demais materiais de onde se extrai o cálcio, arrasta para dentro do forno

a alumina (Al2O3), e freqüentemente o óxido de ferro (Fe2O3) e os álcalis (Na2O e

K2O). Assim, na temperatura de clinquerização do forno, vão se formar aluminatos

de cálcio além dos silicatos. Os aluminatos não contribuem em nada para as

propriedades desejáveis do cimento, ao contrário, são até prejudiciais ao bom

desempenho de algumas delas. Acontece que a presença da Al2O3, Fe2O3, MgO e

dos álcalis na mistura das matérias primas tem um efeito mineralizante na formação

dos silicatos de cálcio ; ou seja, propicia a combinação do CaO com a SiO2 na

formação de silicatos de cálcio em temperaturas consideravelmente mais baixas. O

Al2O3 e o Fe2O3 são conhecidos como fundentes na fabricação do cimento; sem eles

não seria possível a fabricação comercial do cimento em escala industrial. Portanto,

o Al2O3 e o Fe2O3 são adicionados, como materiais secundários, à matéria prima

principal, na forma de bauxita e de minério de ferro, quando estes óxidos não estão

presentes em quantidades suficientes (MEHTA; MONTEIRO, 1994). Sendo assim,

além dos silicatos de cálcio, o produto final da clinquerização tem aluminatos e ferro-

aluminatos de cálcio.

As matérias primas são britadas, moídas e pulverizadas e estocadas. De

acordo com suas composições químicas das matérias primas a mistura que irá ao

forno para sofrer a clinquerização é dosada e, em seguida moída a um grau de

finura de 0,075 mm. É a chamada “farinha seca”.

A produção do cimento pode seguir dois processos distintos. No processo de

produção por via úmida as matérias primas são trabalhadas na forma de uma lama

contendo de 30 a 40% de água. No de via seca os materiais são moídos e dosados

secos. Logicamente, o processo por via úmida gasta mais energia do que o a seco,

uma vez que parte do calor no forno é gasta para evaporar a água. Assim, por via

úmida se gasta 1400 kcal por kg de clínquer enquanto que no de via seca, 800 kcal

por kg.

As reações químicas que ocorrem nos fornos podem ser representadas

aproximadamente pelas seguintes equações (MEHTA; MONTEIRO, 1994):

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•••••

+++→

+→

3232

32

2

2

232322

2

OFeOAl4CaOOAl3CaO

SiO2CaOSiO3CaO

OH OFe O Al SiO Argila

CO CaO calcária Pedra

A operação final na fabricação do cimento é a moagem do clínquer. Este material

sai muito quente do forno, é esfriado e estocado. No caso do cimento Portland

comum é feita uma adição de até 5% de gipsita ou de sulfato de cálcio ao clínquer e

esta mistura é moída num moinho de bolas até alcançar uma finura tal que passe na

peneira de abertura 0,075 mm. O sulfato de cálcio é acrescentado aos cimentos

para controlar a pega e o endurecimento. No caso da fabricação de outros cimentos

Portland, como os cimentos compostos ou com adições, o material adicionado

(escória de alto forno, pozolana, filler calcário, etc.) é moído da mesma forma

juntamente com o clínquer e com o sulfato.

QUADRO 1.1 - Fontes de matéria prima usadas na fabricação dos cimentos Portland. (KOSMATKA et al, 2002).

Cálcio Ferro Sílica Alumina Sulfato

Resíduos dos álcalisEscoria Alto

FornoSilicato de cálcio

Restos de minério de alumínio*

Anidrita

Aragonita*= forma de calcita

Argila*Cement rock (=

calcário argiloso)Bauxita

Sulfato de cálcio

Calcita*Minério de

ferro*Argila* Cement rock Gipsita

Poeira dos fornos de cimento

Carepa * Cinza volante* Argila*

Cement Rock = calcario argiloso

Lavagem de minério

Terra de Fuller Escória de Cobre

Greda, gizEscória de

piritaCalcário Cinza Volante*

Argila XistoLoess =solo fértil de coloração amarela

Terra de Fuller

Terra de Fuller Marga GranodioritoCalcário* Lavagem de minério CalcárioMármore Quartzito* Loess

Marga*Cinza da casca de

arrozLavagem de minério

Conchas marinhas Areia Xisto*

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Page 8: Capitulo 04   cimento portland

Xisto* Arenito EscóriaEscória Xisto* Estaurolita

EscóriaBasalto negro

* A maioria das fontes comuns

Loess = A buff to gray windblown deposit of fine-grained, calcareous silt or clay

terras de fuller = A highly adsorbent claylike substance consisting of hydrated aluminum silicates, used predominantly in fulling woolen cloth, in talcum powders, as a filter, and as a catalyst.

aragonita = An orthorhombic mineral form of crystalline calcium carbonate, dimorphous with calcite.

Staurolite = A brownish to black mineral, chiefly (FeMg)2Al9Si4O23(OH), often having crossed intergrown crystals and sometimes used as a gem.

granodiorito = (petrology) A visibly crystalline plutonic rock composed chiefly of sodic plagioclase, alkali feldspar, quartz, and subordinate dark-colored minerals.

1.3 - Composição química

Noventa por cento da composição química do cimento Portland são formados

dos seguintes compostos de cálcio: silicato tricálcico (3CaO∙SiO2), silicato dicálcico

(2CaO∙SiO2), aluminato tricálcico (3CaO∙Al2O3) e ferroaluminato tetracálcico

(4CaO∙Al2O3∙Fe2O3). Os restantes 10% se distribuem pelos óxidos de magnésio

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Page 9: Capitulo 04   cimento portland

(MgO) e óxido de cálcio (CaO) livres, não combinados, óxidos alcalinos (Na2O e

K2O) e sulfatos.

Na química do cimento costuma-se abreviar as fórmulas dos óxidos do

clínquer conforme o QUADRO 1.1. É uma forma de simplificar e, portanto, facilitar a

escrita das reações químicas envolvendo estes compostos.

QUADRO 1.1 – Abreviação dos óxidos do clínquer.

ÓxidoAbreviação

Composto Abreviação

CaO C 3CaO∙SiO2 C3SSiO2 S 2CaO∙SiO2 C2SAl2O3 A 3CaO∙Al2O3 C3AFe2O3 F 4CaO∙Al2O3∙Fe2O3 C4AFMgO M 4CaO∙3Al2O3∙SO3 C4A3SSO3 S 3CaO∙2SiO2∙3H2O C3S2H3

Uma análise química rotineira de um cimento Portland fornece uma lista de

óxidos e suas porcentagens na composição: cal (CaO), sílica (SiO2), alumina (Al2O3),

óxido de ferro (Fe2O3), magnésia (MgO), álcalis (Na2O e K2O), sulfatos (SO3), traços

de outros óxidos (TiO2, Mn3O4, P2O5, etc.) e uma parcela de perda ao fogo e

resíduos insolúveis.

A determinação direta da composição dos compostos requer equipamentos e

técnicas especiais FIGURA 1.1 e, quase sempre não se tem os recursos para

realizá-la. Como é indispensável o conhecimento do teor dos compostos que

formam o cimento, para se examinar a dependência deles com as propriedades do

cimento, lança-se mão, na prática, do cálculo de seus teores a partir da análise dos

óxidos, usando-se uma série de equações empíricas desenvolvidas por R. H. Bogue

(MEHTA; MONTEIRO, 1994):

% C3S = 4,071×C – 7,600×S – 6,718×A - 2,850×S

% C2S = 2,867×S – 0,7544×C3S

% C3A = 2,650×A – 1,692×F

% C3AF = 3,043×F

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Estas equações são aplicáveis somente se a relação A/F ≥ 0,64 no cimento

Portland. Se não for, deve-se consultar outro conjunto de equações na norma ASTM

C150.

FIGURA 1.1 (a) Micrografia da seção polida de uma amostra clínquer obtida por microscopia de luz refletida. (b) Difratograma de raios-X de uma amostra de clínquer pulverizado (MEHTA; MONTEIRO, 1994)

Bogue, ao formular estas equações, admitiu que as reações químicas de

formação dos compostos do clínquer se completassem plenamente, ou seja, não

existissem óxidos livres no produto final do forno e, que a presença de impurezas

como o MgO e os álcalis, pudessem ser ignoradas. Isto não acontece e, como

resultado, em alguns casos do cálculo do C3A e do C4AF, a composição resultante,

calculada segundo Bogue, desvia consideravelmente da composição real

determinada diretamente por microscopia ou por raios X, métodos estes ilustrados

na FIGURA 1.1 . Pelas razões acima expostas, a composição calculada pelas

fórmulas de Bogue costuma ser referida como "composição potencial" ou

"composição de compostos" do cimento Portland.

1.4 - Determinação da composição em compostos a partir da análise

química

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Page 11: Capitulo 04   cimento portland

A QUADRO 1.1 mostra o resultado de análise química em óxidos para 5

amostras de cimento Portland (CP1, CP2,...). Usando as equações de Bogue

calculou-se a composição potencial dos compostos ou composição teórica dos

compostos dos cimentos, na QUADRO 1.2.

Observa-se na QUADRO 1.1 que pequenas mudanças no teor de óxidos

resultam em grandes variações nos teores da composição potencial da QUADRO

1.2. Por exemplo, comparando-se os cimentos CP1 e CP2, nota-se que a redução

de 1% no Al2O3 e um correspondente aumento no Fe2O3 provoca uma diminuição

nas quantidades de C3A e de C2S, de 4,3% e 3,7%, respectivamente; ao mesmo

tempo, esta alteração também resultou num aumento da quantidade de C4AF e de

C2S, de 3,0% e 4,3%, respectivamente. Da mesma forma uma redução de 1% no

teor de CaO e um conseqüente aumento no teor de SiO2 do cimento CP4, faz o teor

de C3S cair em 11,6% e o C2S aumentar da mesma quantidade.

Através deste exemplo simples fica evidenciada a utilidade das fórmulas de

Bogue na estimativa da composição de compostos do cimento Portland e

conseqüentemente na previsão das propriedades do cimento.

QUADRO 1.1 Análise química dos cimentos Portland em óxidos (MEHTA; MONTEIRO, 1994):

Óxido CP1 CP2 CP3 CP4 CP5SiO2 21,1 21,1 21,1 20,1 21,1Al2O3 6,2 5,2 4,2 7,2 7,2Fe2O3 2,9 3,9 4,9 2,9 2,9CaO 65,0 65,0 65,0 65,0 64,0SO3 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0Outros 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8

QUADRO 1.2 Composição potencial dos cimentos Portland (%) (MEHTA; MONTEIRO, 1994):

Compostos CP1 CP2 CP3 CP4 CP5C3S 53,7 58,0 62,3 53,6 42,0C2S 19,9 16,2 12,5 17,2 28,8C3A 11,4 7,1 2,8 14,0 14,0C4AF 8,8 11,9 14,9 8,8 8,8

1.5 - Estrutura cristalina e reatividade dos compostos

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Page 12: Capitulo 04   cimento portland

A reatividade dos cimentos com a água é afetada: a) pelo tamanho das

partículas (finura do cimento); b) pela temperatura de hidratação e c) pelas

estruturas cristalinas dos seus compostos. O controle sobre as duas primeiras

características é fácil, mas, sobre a terceira é praticamente impossível.

A composição química dos compostos presentes nos cimentos Portland não é

exatamente a que é expressa pelas fórmulas comumente utilizadas: C3S, C2S, C3A e

C4AF. Nas altas temperaturas do forno durante a clinquerização existe uma

instabilidade das fases em jogo no sistema. Além disto, a variedade de elementos

químicos presentes, inclusive as impurezas como o magnésio, o sódio, o potássio e

o enxofre, tem a capacidade de se imiscuir no reticulado cristalino daqueles

compostos, formando soluções sólidas com eles. Estas últimas formações

introduzem defeitos e imperfeições nas estruturas cristalinas dos compostos do

clínquer. As imperfeições estruturais alteram a reatividade dos compostos com a

água. Muitas vezes compostos de composição química similar apresentam

reatividades diferentes com a água. A explicação para isto só pode ser baseada nos

graus de instabilidade estrutural dos compostos.

1.5.1 - Silicatos de cálcio.

Os dois silicatos de cálcio normalmente encontrados nos clínqueres de

cimento Portland são os silicatos tricálcico (C3S) e o beta-silicato dicálcico (βC2S).

Os dois apresentam-se com pequenos teores de impureza na forma de íons de

magnésio, alumínio, ferro, potássio, sódio e enxofre. Estas formas impuras são

conhecidas como alita e belita, respectivamente.

Embora três formas de cristalinas principais da alita — triclínica, monoclínica

e romboédrica — tenham sido detectadas em cimentos industriais, estas formas são

uma leve distorção da pseudo-estrutura ideal do C3S constituída de tetraedros de

SiO4, íons de cálcio e íons de oxigênio (FIGURA 1.1 a). De acordo com LEA, um

aspecto notável do empacotamento iônico é que a coordenação dos íons oxigênio

em torno do cálcio é irregular, de tal forma que os íons oxigênio estão concentrados

num lado de cada íon de cálcio. Este arranjo deixa grandes vazios estruturais

responsáveis pela alta energia da estrutura estão concentrados num lado (MEHTA;

MONTEIRO, 1994)

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Page 13: Capitulo 04   cimento portland

Analogamente, a estrutura da belita nos cimentos industriais é irregular, mas

os vazios intersticiais formados são muito menores do que no C3S e isto torna a

belita muito menos reativa que a alita. Para se ter uma idéia disto, outra forma

cristalográfica do silicato dicálcico, denominado γC2S tem estrutura coordenada

regular (FIGURA 1.1 b), tornando o composto não reativo. (MEHTA; MONTEIRO,

1994)

FIGURA 1.1 (a) Leve distorção da pseudo-estrutura ideal do C3S constituída de tetraedros de SiO4, íons de cálcio e íons de oxigênio (b) Cristalográfica do silicato dicálcico, denominado γC2S tem estrutura coordenada regular (MEHTA; MONTEIRO, 1994)

1.5.2 - Aluminato e ferroaluminato de cálcio

Analogamente aos silicatos cálcicos, os dois aluminatos, C3A e C4AF, em

clínqueres industriais contém nas suas estruturas cristalinas, quantidades

importantes de impurezas como o magnésio, sódio, potássio e sílica. A estrutura

cristalina do C3A puro é cúbica; porém o C4AF e o C3A contendo grandes

quantidades de álcalis são ambos ortorrômbicos. As estruturas cristalinas são

bastante complexas, mas são caracterizadas por grandes vazios estruturais,

responsáveis pela reatividade química. (MEHTA; MONTEIRO, 1994).

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Page 14: Capitulo 04   cimento portland

1.5.3 - Óxido de cálcio e óxido de magnésio

O óxido de magnésio no cimento é proveniente da dolomita (CaCO3∙MgCO3)

que está presente no calcário. Uma parte do MgO (até 2%) entra em solução sólida

com os compostos potenciais do cimento. O resto se cristaliza sozinho e este MgO

cristalino é chamado de periclásio. A hidratação desta forma de MgO é lenta e

expansiva e pode causar fissuração e “pop-outs” (pequenos orifícios) no concreto

endurecido.

Hoje em dia é muito difícil se encontrar teores importantes de óxido de cálcio

livre ou não combinado nos cimentos modernos. A cal livre é encarada como um

defeito de fabricação do cimento. Os principais fatores que podem causar o

aparecimento da cal não combinada são: mau proporcionamento da matéria prima,

moagem e homogeneização inadequadas e a temperatura ou tempo de

permanência insuficientes na zona de calcinação do forno. Assim como acontece

com o MgO, o CaO cristalino sofre grande exposição a altas temperaturas no forno e

se torna uma cal de hidratação lenta e expansiva, causando deterioração no

concreto endurecido ao se hidratar, a longo prazo.

Qual dos dois óxidos cristalinos livres é mais nocivo?

Tanto o MgO como o CaO tem estrutura cúbica, sendo cada um íon de

magnésio ou cálcio circundado por seis átomos de oxigênio num octaedro regular. O

tamanho do íon Mg2+ é tal que na estrutura do MgO os íons de oxigênio estão em

contato íntimo com o íon Mg2+ num arranjo compacto nos interstícios. Porém, no

caso da estrutura do CaO, devido ao tamanho bem maior do íon Ca2+ os íons do

oxigênio não estão arranjados compactamente. Conseqüentemente, o MgO

cristalino formado na fase fundida em alta temperatura (1400 °C), no forno de

clínquer de cimento Portland, é muito menos reativo com a água do que o CaO

cristalino, exposto às mesmas condições de temperatura. Esta é a razão pela qual

sob temperaturas comuns de cura a presença de quantidades significativas de CaO

cristalino no cimento Portland pode causar deterioração no concreto, enquanto que

uma quantidade similar de MgO, geralmente, é inofensiva. (MEHTA; MONTEIRO,

1994).

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Page 15: Capitulo 04   cimento portland

1.5.4 - Compostos alcalinos e sulfatos.

Os álcalis do cimento, Na2O e K2O, são provenientes da argila da matéria

prima ou também no carvão combustível. Suas quantidades totais expressas em

termos de Na2O equivalente (% Na2O + 0,64 × % K2O) podem variar de 0,5 a 1,5 %.

Os sulfatos no forno podem ter sua origem no combustível. Dependendo de

sua quantidade no sistema, eles podem combinar com os álcalis dando sulfatos

solúveis, tais como, o 2CaSO4∙Na2SO4 e o 3Na2SO4∙K2SO4.

Quando não há uma quantidade de sulfato suficiente no sistema, os álcalis

são consumidos preferencialmente pelo C3A e C2S, que se modificam em compostos

da forma Na2O∙8CaO∙Al2O3 e K2O∙23CaO∙12SiO2 respectivamente. Às vezes,

grandes quantidades de gipsita são adicionadas propositalmente na farinha para

abaixar a temperatura de calcinação ou para modificar a fase C3A para

3CaO∙3Al2O3∙CaSO4 (C4A3S), o qual é um constituinte importante de certos tipos de

cimentos expansivos e de retração compensada bem como de cimentos de

endurecimento rápido.

A origem da maioria dos sulfatos no cimento Portland comum é a gipsita ou o

sulfato de cálcio numa de suas várias formas adicionadas para retardar a pega. O

sulfato de cálcio pode ocorrer na forma de gipsita, CaSO4∙2H2O, hemidrato ou gesso

de Paris CaSO4∙½H2O, e anidrita CaSO4. A gipsita se dissolve mais rapidamente que

os compostos do clínquer, mas o hemidrato é muito mais solúvel e está

invariavelmente presente nos cimentos devido à decomposição por calor da gipsita

durante a operação de moagem.

1.6 - Finura

Além da composição química e das imperfeições na estrutura cristalina, a

reação do cimento com a água é influenciada pela finura. A finura afeta a taxa de

liberação de calor de hidratação e a velocidade da reação. Maiores finuras do

cimento (menor tamanho das partículas) aumentam a velocidade segundo a qual ele

se hidrata e, portanto acelera o desenvolvimento da resistência mecânica. Os efeitos

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Page 16: Capitulo 04   cimento portland

de uma maior finura na resistência de uma pasta de cimento são manifestados

durante os sete primeiros dias.

Aproximadamente 95% das partículas de cimento são menores que 45

micrometros (0,045 mm), com um tamanho médio de partícula por volta de 15

micrometros (KOSMATKA et al, 2002). Segundo (MEHTA; MONTEIRO, 1994),

considera-se geralmente que as partículas de cimento maiores que 45 μm são

difíceis de hidratar e aquelas maiores que 75 μm nunca se hidratam completamente.

Para efeito de controle de qualidade na indústria do cimento a finura pode ser

facilmente avaliada como o resíduo retido em peneiras padrão como a malha #200

(75 μm) e a malha #375 (5 μm). Mas, da mesma forma que dois cimentos de

composição química idênticas podem suas taxas de reatividade química diferentes,

dois cimentos que “passem” pelo teste finura por peneiramento também podem ter

desempenhos completamente desiguais. Assim, torna-se necessário o

conhecimento da distribuição granulométrica completa (granulometria) do pó para

melhor se estimar o desempenho do cimento. A curva de distribuição granulométrica

completa do cimento por sedimentação pode ser obtida através do ensaio ASTM C

115 pelo uso do aparelho denominado turbidímentro de Wagner. Como este último

ensaio é delicado e requer equipamentos caros é pratica comum na indústria obter

uma medida relativa da distribuição granulométrica pela determinação da área

especifica do cimento pelo método de permeabilidade ao ar (NBR 7224, 1993). A

FIGURA 1.1 de (MEHTA; MONTEIRO, 1994) apresenta dados típicos da distribuição

granulométrica e da área especifica determinada pelo permeabilímetro de Blaine

para duas amostras de cimento Portland produzido industrialmente.

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Page 17: Capitulo 04   cimento portland

FIGURA 1.1 Curvas de dados típicos de análise da distribuição granulométrica de amostras de cimento Portland (Dados cedidos por cortesia da “Southwestern Portland Cement Company, Victorille, Califórnia”). (MEHTA; MONTEIRO, 1994)

No início do século (anos 1900), a finura do cimento era expressa pela da

fração da massa de cimento retida numa peneira especifica. Hoje em dia, a finura é

medida pelo ensaio de permeabilidade ao ar de Blaine que, indiretamente mede a

área da superfície das partículas de cimento por unidade de massa. Cimentos com

partículas mais finas têm maior área especifica em m²/kg. O uso anterior de relatar a

finura em cm²/g hoje é considerado obsoleto. A maioria das especificações sobre

finura de cimento não tem limite máximo, somente limite mínimo. O ensaio com o

turbidímentro de Wagner (ASTM C115), de peneiramento com a peneira # 325

(0,045 mm) (ASTM C 430), com as peneiras #100 (0,150 mm) e #200 (0,075 mm)

(ASTM C 184), com o analisador de tamanho de partículas também podem ser

usados para ensaiar a finura (KOSMATKA et al, 2002).

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Page 18: Capitulo 04   cimento portland

HIDRATAÇÃO DO CIMENTO PORTLAND

1.7 - Importância

Brunauer e Copeland, 1964 apud Mehta e Monteiro, 1994 descreveram a

importância da hidratação do cimento Portland para a tecnologia do concreto com as

seguintes palavras: “A química do concreto é essencialmente a química da reação

entre o cimento Portland e a água… Em qualquer reação química os principais

pontos de interesse são as transformações de matéria, as variações de energia, e a

velocidade de reação. Estes três aspectos de uma reação têm grande importância

prática para o usuário do cimento Portland. O conhecimento das substâncias

formadas quando o cimento Portland reage é importante, pois o cimento em si

mesmo não é um material cimentante; os seus produtos da hidratação, sim, têm

propriedades aglomerantes. O conhecimento da quantidade de calor liberado é

importante porque o calor é algumas vezes favorável e outras vezes, é

desfavorável… O conhecimento da velocidade de reação é importante, porque

determina o tempo de pega e de endurecimento. A reação inicial deve ser lenta o

suficiente para permitir o lançamento do concreto na forma. Por outro lado, após o

lançamento do concreto é sempre desejável um rápido endurecimento”.

1.8 - Mecanismo da hidratação

1.8.1 - Mecanismo da dissolução-precipitação

A hidratação por dissolução-precipitação envolve a dissolução dos compostos

anidros em seus constituintes iônicos, formação de hidratos na solução e, devido às

suas baixas solubilidades, uma eventual precipitação de hidratos a partir da solução

supersaturada. Assim, o mecanismo dissolução-precipitação sugere completa

reorganização dos componentes originais (CaO, SiO2, Al2O3, Fe2O3 e demais óxidos)

nos compostos (C3S, C2S, C3A e C4AF) com o decorrer da hidratação do cimento.

18

Page 19: Capitulo 04   cimento portland

1.8.2 - Mecanismo da hidratação no estado sólido ou topoquímico.

As reações ocorrem diretamente na superfície dos componentes originais do

cimento Portland anidro (C3S, C2S, C3A e C4AF), sem que estes entrem em solução.

A partir de estudos de microscopia eletrônica com pastas de cimento em

processo de hidratação, parece que o mecanismo dissolução-precipitação

predomina nos primeiros estágios da hidratação do cimento. Nas idades posteriores

quando a mobilidade dos íons torna-se restringida, a hidratação das partículas de

cimento restantes talvez ocorram por reações no estado sólido (MEHTA, 1994)

Embora o cimento Portland seja constituído de uma mistura heterogênea de

várias fases, quimicamente e estruturalmente complexas — C3S, C2S, C3A, C4AF,

CaO e MgO livres, CaSO4∙2H2O, CaSO4∙½H2O e CaSO4 — seria de se esperar que o

processo de hidratação se desenvolvesse com as reações destes componentes

anidros com a água ocorrendo simultaneamente. Acontece que nem todos os

componentes do cimento se hidratam com a mesma velocidade. Assim, sabe-se que

os aluminatos se hidratam a um ritmo muito mais veloz que os silicatos. De fato, o

enrijecimento da pasta (perda de consistência) e a pega (solidificação),

características de uma pasta de cimento Portland, em grande parte são atribuídas às

reações de hidratação envolvendo os aluminatos.

Os silicatos, que representam aproximadamente 75% do cimento Portland,

desempenham um papel proeminente na determinação das características de

endurecimento (taxa de crescimento da resistência). Com o objetivo de se obter um

claro entendimento das mudanças físicas e químicas durante a hidratação do

cimento Portland, é desejável discutir separadamente as reações de hidratação dos

aluminatos e dos silicatos.

1.9 - Hidratação dos aluminatos

A reação do C3A com a água é imediata. Vão se formar diversos compostos

cristalinos hidratados, tais como, C3AH6, C4AH19 e C2AH8 com a liberação de grande

quantidade de calor. Se esta reação química não for desacelerada, o cimento

Portland será um produto inútil para a construção.

19

Page 20: Capitulo 04   cimento portland

Quando o C4AF (ferroaluminato de cálcio) reage com a água em presença

dos sulfatos (provenientes do gesso) formam-se produtos de hidratação de

estruturas similares àquelas formadas pela hidratação do C3A. Por exemplo,

dependendo da concentração de sulfatos no sistema, a hidratação do C4AF pode

formar ou o C6A(F)S3H32 (=3CaO∙Al2O3∙Fe2O3∙3CaSO4∙32H2O, por extenso) ou o

C4A(F)S3H18 (= 3CaO∙Al2O3∙Fe2O3∙CaSO4∙18H2O, por extenso) que têm composição

química variável, mas estruturas similares à etringita (C6AS3H32) e ao

monossulfoaluminato (C4ASH18). Entretanto, o papel desempenhado pelo C4AF na

pasta de cimento Portland nas reações de pega e endurecimento depende

principalmente de sua composição química e da temperatura de sua formação no

forno. Geralmente, a reatividade da fase ferrita é um tanto mais lenta do que a do

C3A, mas ela aumenta com o aumento do teor de alumina e com a diminuição da

temperatura de formação durante a fabricação do cimento. De qualquer modo, deve

ser observado que a reação de hidratação dos aluminatos que se fará a seguir se

aplica tanto ao C3A como ao Fss. (Fss significa solução sólida da fase ferrita. Na

literatura moderna os termos AFt e AFm são empregados para designar os produtos

que podem ter composições químicas variáveis mas são estruturalmente similares à

etringita (C6AS3H32) e ao monossulfoaluminato hidratado (C4ASH18).

Varias teorias tem sido propostas para explicar o mecanismo de

retardamento do C3A pela ação da gipsita. De acordo com uma determinada

teoria, como a gipsita e os álcalis se dissolvem rapidamente, a solubilidade do C 3A é

diminuída na presença dos íons hidroxilas (OH-), dos íons alcalinos (Na+, K+) e do

íon sulfato (SO42-). Dependendo da concentração dos íons aluminato (AlO4

-) e sulfato

(SO42-) na solução, o produto cristalino que se precipita é, ou o trissulfoaluminato de

cálcio hidratado (C6AS3H32) ou o monossulfoaluminato de cálcio hidratado (C4ASH18).

Nas soluções saturadas com os íons de cálcio (Ca2-) e hidroxila (OH-), o primeiro se

cristaliza como agulhas prismáticas curtas e costuma também ser chamado de alto

sulfato ou pelo nome mineralógico etringita. A etringita costuma ser denominada

vulgarmente de sal de Candlot e também bacilo do cimento, devido à sua alta

expansibilidade ao se formar. O monossulfoaluminato é também chamado de baixo

sulfato e se cristaliza como placas delgadas hexagonais. As reações químicas

descritas acima podem ser expressas pelas seguintes equações:

[AlO4]- + 3[SO4]2- + 6[Ca]2+ + meio aquoso → C6AS3H32 (etringita)

20

Page 21: Capitulo 04   cimento portland

[AlO4]- + [SO4]2- + 4[Ca]2+ + meio aquoso → C4ASH18 (monossulfato)

A etringita é normalmente o primeiro composto

hidratado a se cristalizar por causa da alta relação

sulfato/aluminato na solução durante a primeira hora da

hidratação. Em cimentos Portland normais que contém de 5

a 6% de gipsita a precipitação da etringita contribui para o

enrijecimento (perda de consistência), pega (solidificação

da pasta) e desenvolvimento da resistência nas primeiras

idades. Depois, após a exaustão do sulfato na solução

quando a concentração do aluminato sobe outra vez devido

à hidratação renovada de C3A e C4AF, a etringita se torna

instável e é gradualmente convertida em monosulfato, que

é o produto final da hidratação de cimentos Portland

contendo mais que 5% de C3A:

C6AS3H32 + 2 C3A → C4ASH18

Como a proporção aluminato/sulfato na fase solução de uma pasta de

cimento Portland hidratada determina basicamente se o comportamento de pega é

normal ou não, alguns fenômenos de pega afetados pelo desequilíbrio da relação

aluminato/sulfato, que têm importância prática na tecnologia do concreto, são

ilustrados na FIGURA 1.1 e discutidas abaixo:

21

Page 22: Capitulo 04   cimento portland

FIGURA 1.1 Influência da relação aluminato/sulfato da fase nas características de pega de pastas de cimento Portland (De “F. W. Locher, W. Richartz, e S. Sprung, Zement Kalk Gips, N. 6, pp. 271-77, 1980”). (MEHTA; MONTEIRO, 1994)

• Caso I : Quando as taxas de disponibilidade dos íons aluminatos (AlO4- ) e

sulfatos (SO42-) na fase solução são baixas, a pasta de cimento permanecerá

trabalhável por mais ou menos 45 minutos; em seguida começará o

enrijecimento conforme o espaço ocupado pela água começa ser preenchido

com cristais de etringita. A maioria dos chamados cimentos Portland de pega

normal pertencem a esta categoria.

• Caso II : Quando as taxas de disponibilidade dos íons aluminatos (AlO4- ) e

sulfatos (SO42-) na fase solução são altas, grandes quantidades de etringita se

formam rapidamente e causam uma considerável perda de consistência em

10 a 45 minutos, com a solidificação da pasta entre 1 e 2 horas. Cimentos

novos, recém fabricados, com alto teor de C3A e contendo quantidades acima

do normal de sulfatos alcalinos (Na2SO4 e K2SO4) ou hemidrato

22

Page 23: Capitulo 04   cimento portland

(CaSO4∙1/2H2O ) são geralmente caracterizados por este tipo de

comportamento.

• Caso III : Quando a quantidade de C3A reativo é alta, mas o sulfato solúvel

presente é menos do que o necessário para o retardamento normal, cristais

hidratados de monosulfato e de aluminato de cálcio, em forma de placas

hexagonais, formam-se rapidamente e em grandes quantidades, com a pasta

de cimento dando pega em menos de 45 minutos após a adição de água. O

fenômeno é conhecido como pega rápida.

• Caso IV : Quando pouco ou nenhum gesso for adicionado ao clínquer moído,

a hidratação do C3A é rápida e cristais de placas hexagonais de aluminato de

cálcio hidratado começam a se formar imediatamente após a adição de água,

causando quase uma pega instantânea. Este fenômeno, conhecido como

pega instantânea, esta associado com grande evolução de calor e pobres

resistências finais.

• Caso V : Quando o teor de C3A no cimento é de baixa reatividade, como no

caso de cimentos parcialmente hidratados ou carbonatados que foram

inadequadamente estocados, e ao mesmo tempo uma grande quantidade de

hemidrato (CaSO4∙1/2H2O) está presente no cimento, a fase solução conterá

baixa concentração de íons aluminatos ((AlO4-) mas se tornará rapidamente

supersaturada com relação aos íons cálcio Ca2+ e sulfato SO42-. Esta situação

conduzirá à rápida formação de grandes cristais de gipsita (CaSO4∙2H2O) com

uma correspondente perda de consistência. O fenômeno, chamado de falsa

pega, não esta associado com grande liberação de calor e pode ser sanado

por uma mistura vigorosa com ou sem água a mais.

EFEITO COLATERAL RESULTANTE DA ADIÇÃO DE GIPSITA

Muito embora a gipsita seja adicionada ao cimento para servir como um

retardador, o que se sabe como o teor ótimo de gipsita no cimento é geralmente

determinado a partir de ensaios padronizados que mostram a máxima resistência do

cimento e a retração mínima em determinadas tempos de hidratação. Os íons

sulfato participaram da solução pela dissolução do gesso para ter um efeito

retardador na hidratação do aluminato além de um efeito acelerador na hidratação

dos silicatos, que são os principais compostos do cimento Portland. Portanto,

23

Page 24: Capitulo 04   cimento portland

dependendo da composição de um cimento, um teor específico de gesso é indicado

para o desempenho ótimo do cimento.

1.10 - Hidratação dos silicatos

A hidratação do C3S e do βC2S gera uma família de silicatos de cálcio

hidratados, CxSyHz, (xCaO∙ySiO2∙zH2O), que são estruturalmente similares mas têm

uma relação cálcio/sílica (CaO/SiO2) e um teor de água de cristalização

tremendamente variáveis. Como é a estrutura que determina as propriedades, as

diferenças nas composições dos silicatos de cálcio hidratadas têm pouca diferença

nas suas características físicas.

A estrutura dos silicatos hidratados é pouco cristalina e forma um sólido

poroso que apresenta características de um gel rígido. Como a composição química

dos silicatos de cálcio hidratados em pastas de cimento em processo de hidratação

varia com a relação água/cimento, temperatura e idade de hidratação, tornou-se

preferível referir-se a estes hidratos simplesmente como C-S-H, uma notação que

não implica em composição fixa. Sob hidratação completa a composição aproximada

do material corresponde a C3S2H3; esta composição é, portanto utilizada nos

cálculos estequiométricos.

As equações estequiométricas para pastas de C3S e de C2S completamente

hidratadas podem ser expressas como:

2C3S + 6H → C3S2H3 + 3CH

2C2S + 4H → C3S2H3 + CH

Além do fato que são formados produtos similares da reação com a

hidratação dos dois silicatos presentes no cimento Portland, há alguns pontos que

devem ser observados:

1- Os cálculos estequiométricas indicam que a hidratação completa do

C3S produziria 61% de C3S2H3 e 39% de hidróxido de cálcio, [Ca(OH)2],

enquanto que a hidratação completa do C2S produziria 82% de

C3S2H3 e 18% de hidróxido de cálcio. Se a área específica e,

consequentemente, a propriedade adesiva da pasta de cimento for

principalmente devida à formação do silicato de cálcio hidratado

espera-se que a resistência final de um cimento Portland com alto teor

24

Page 25: Capitulo 04   cimento portland

de C3S seja menor que a de um cimento de alto teor de C2S. Na

verdade, isto se confirma através de dados de muitas pesquisas.

2- Se a durabilidade de uma pasta endurecida às águas sulfatadas e

ácidas é reduzida devido a presença de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2],

pode-se esperar que um cimento contendo uma proporção maior de

C2S seja mais durável em ambientes ácidos e sulfatados do que outros

contendo uma proporção maior de C3S. Esta observação também é

geralmente confirmada por experiências de campo e de laboratório. Do

ponto de vista da durabilidade a ataques químicos, muitas

especificações objetivam limitar o teor máximo permissível de C3S nos

cimentos; algumas recomendam o uso de pozolanas para remover o

excesso de hidróxido de cálcio na pasta de cimento hidratado.

3- A partir das equações estequiométricas acima se pode calcular que

para a hidratação completa o C3S e o C2S exigem 24% e 21% de água,

respectivamente.

1.10.1 - Velocidade de reação

As equações estequiométricas de hidratação do C3S e do C2S não dizem

nada sobre a velocidade de reação. Do ponto de vista de instabilidade estrutural e

pelos dados de calor de hidratação fornecidos no QUADRO 1.1 abaixo nota-se que

o C3S hidrata-se a uma velocidade maior do que o C2S. Na presença de gipsita, o

C3S em finas partículas começa a se hidratar uma hora após a adição de água ao

cimento, e provavelmente contribui para o tempo final de pega e a resistência inicial

da pasta de cimento. Na verdade, a evolução relativamente rápida de hidratação do

C3S é um fator importante na composição dos cimentos de alta resistência inicial.

As reações da alita e belita são aceleradas na presença de íons sulfato em

solução. Vários pesquisadores observaram que, ao contrário da diminuição de

solubilidade mostrada pelos compostos aluminatos, a solubilidade dos silicatos de

cálcio, tanto para o C3S como para o C2S, é de fato aumentada em soluções de

sulfato, o que explica a aceleração da hidratação. O QUADRO 1.1 mostra os dados

típicos do efeito da adição da gipsita sobre a evolução da hidratação da alita.

Conclui-se que embora o objetivo básico da gipsita no cimento Portland seja o de

25

Page 26: Capitulo 04   cimento portland

retardar a hidratação dos aluminatos, um efeito colateral é a aceleração da

hidratação da alita sem a qual os cimentos industriais endureceriam a uma taxa

muito lenta. IMPORTANTE!

QUADRO 1.1 Efeito acelerador da gipsita sobre o tempo de pega, calor de hidratação e resistência da alita. (MEHTA; MONTEIRO, 1994)

CimentoPortlandNormal

Cimento de alita*

Sem gipsita Com gipsita

Tempo de Pega (h)Início 3,0 8,5 4,5Fim 6,0 11,5 7,5Calor de Hidratação (cal/g)3 dias 61 59 637 dias 75 61 6628 dias 83 85 81Resistência à compressão (MPa)3 dias 13,5 8,5 11,07 dias 21,5 14,0 17,028 dias 35,0 25,0 27,590 dias 37,0 37,0 37,0

*Cimento de alita preparado pela moagem de uma alita monoclínica de alta pureza sintetizada em laboratório até a finura Blaine 330 m²/kg. Um cimento Portland industrial com finura Blaine 330 m²/kg foi incluído com o objetivo de servir de referência.

CALOR DE HIDRATAÇÃO

Por que o cimento Portland reage com a água numa reação exotérmica, ou

seja, que libera calor, e muitas vezes usa-se o calor (na cura térmica, por exemplo)

para acelerar a hidratação do cimento ? Não deveria ser o contrário, isto é, não se

deveria retirar calor do sistema para acelerar a reação?

Na fabricação do cimento a matéria prima é submetida a altas temperaturas

que chegam a provocar a sua fusão parcial. Neste sistema de fases cerâmicas no

forno os componentes não estão em equilíbrio e por isso o sistema está em um

estado de energia elevado. Quando o cimento se hidrata, os compostos reagem com

a água na busca de estados estáveis de baixa energia, e o processo é

acompanhado pela liberação de calor. Assim, o calor fornecido na cura térmica

26

Page 27: Capitulo 04   cimento portland

serve para acelerar este desequilíbrio de energia e aumentar esta busca de

patamares mais estáveis de baixa energia.

O calor de hidratação é muito importante na tecnologia do concreto. Muitas

vezes ele pode ser um problema, como por exemplo, na concretagem de uma

barragem. A grande quantidade de calor gerado pelo concreto lançado vai gerar

gradientes térmicos entre pontos do maciço concretado. Essas diferenças de

temperatura se traduzirão por dilatações diferentes nos vários pontos do concreto o

que resultará em dilatações térmicas diferenciadas e conseqüentemente fissuração

no maciço concretado.

Outras vezes o calor de hidratação é uma solução para o problema da

concretagem. No inverno, em temperaturas próximas de 5°C o cimento praticamente

não reage coma água. A temperatura ambiente não fornece a energia de ativação

para iniciar a reação. Assim, o calor gerado na reação química que tem que ser

iniciada por uso de água quente, por exemplo, deverá servir de energia de ativação

para a própria reação.

A quantidade total de calor liberado e as taxas de liberação de calor pela

hidratação dos compostos individuais podem ser usadas como índices de suas

reatividades. Os dados dos estudos com calor de hidratação podem ser usados para

caracterizar o comportamento de pega e endurecimento do cimento e para prever a

elevação de temperatura.

O gráfico da FIGURA 1.1 mostra os resultados do estudo de Lerch,1946.

Lerch registrou a taxa de evolução de calor nas pastas de cimento durante a pega e

o período inicial de endurecimento.

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Page 28: Capitulo 04   cimento portland

FIGURA 1.1 Taxa de liberação de calor de uma pasta de cimento Portland durante a pega e o período inicial de endurecimento. (MEHTA; MONTEIRO, 1994)

Quando se mistura o cimento com água ocorre uma rápida evolução de calor

durante poucos minutos (Pico A ascendente). Isto representa provavelmente o calor

de dissolução dos aluminatos e sulfatos. Esta evolução de calor inicial termina

rapidamente (Pico A descendente) quando a solubilidade dos aluminatos é reduzida

na presença de sulfatos em solução. O ciclo seguinte da evolução do calor,

culminando no segundo pico depois de aproximadamente quatro ou oito horas de

hidratação para a maioria dos cimentos Portland, representa o calor de formação da

etringita (Pico B descendente). Muitos pesquisadores acreditam que o período de

evolução de calor inclui alguma parcela do calor de dissolução do C3S e ao calor de

formação do C-S-H. A pasta de um cimento devidamente retardado ou desacelerado

reterá muito de sua plasticidade antes do começo deste ciclo de calor e vai enrijecer

e mostrar o início de pega (começo do enrijecimento) antes de atingir o ápice B, o

qual corresponde ao fim de pega (enrijecimento completo e início do

endurecimento).

QUADRO 1.2 Calores de hidratação dos compostos de cimento Portland (Mehta; Monteiro, 1994 apud Verbeck; Foster, 1950)

Compostos Calores de hidratação a uma idade (cal/g)3 dias 90 dias 13 anos

C3S 58 104 122C2S 12 42 59C3A 212 311 324

C4AF 69 98 102

Verbeck; Foster, 1950 apud Mehta; Monteiro calcularam as taxas individuais de

evolução de calor devido aos quatro compostos principais do cimento Portland

(QUADRO 1.2) através da análise de dados de calor de hidratação de um grande

número de cimentos. Como o calor de hidratação do cimento é uma propriedade

aditiva, pode-se estimá-lo por uma expressão do tipo:

H = a × % C3S + b × % C2S + c × % C3A + d × % C4AF

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Page 29: Capitulo 04   cimento portland

Onde H representa o calor de hidratação de uma dada idade e sob dadas condições

e a, b, c, d são coeficientes que representam à contribuição de 1% dos respectivos

compostos ao calor de hidratação.

Para um cimento Portland típico, parece que aproximadamente 50% do calor

potencial são liberados durante os três primeiros dias, e 90 % nos três primeiros

meses de hidratação. Para os cimentos Portland de baixo calor de hidratação (Tipo

IV da ASTM), a norma ASTM C 150 requer que o calor de hidratação aos 7 dias e

aos 28 dias seja limitado a 60 e 70 cal/g, respectivamente. Os cimentos Portland

normais, ASTM Tipo I, geralmente produzem de 80 a 90 cal/g aos 7 dias, e de 90 a

100 cal/g aos 28 dias.

ASPECTOS FÍSICOS DO PROCESSO DE PEGA E DE ENDURECIMENTO

O enrijecimento é a perda de consistência pela pasta plástica de cimento, e

está associado ao fenômeno de perda de abatimento no concreto. A água livre é que

é a responsável pela plasticidade numa pasta de cimento. A perda gradual da água

livre do sistema devido às primeiras reações de hidratação, adsorção física na

superfície dos produtos fracamente cristalinos da hidratação tais como a etringita e o

C-S-H, e a evaporação faz com que a pasta enrijeça e, finalmente, dê pega e

endureça.

O termo pega pressupõe a solidificação da pasta plástica de cimento. O

começo da solidificação, chamado de pega inicial, marca o instante em que a pasta

não é mais trabalhável. Consequentemente, o lançamento, o adensamento e o

acabamento do concreto depois deste estágio serão muito difíceis. A pasta não se

solidifica bruscamente, ela requer tempo considerável para se tornar completamente

sólida. O tempo gasto para solidificar completamente, marca o fim de pega, que não

deve ser muito longo para continuar as atividades de construção dentro de um

tempo razoável após o lançamento do concreto. Em quase todo o mundo, os tempos

de início e de fim de pega são determinados pelo aparelho de Vicat, que mede a

resistência de uma pasta de consistência normal à penetração de uma agulha sob

uma carga total de 300g. O tempo inicial de pega é um tempo arbitrário no processo

de pega que é alcançado quando a agulha não é capaz de penetrar mais, a uma

29

Page 30: Capitulo 04   cimento portland

distância de 5 a 7 mm do fundo, numa pasta fresca de cimento moldada numa forma

tronco-cônico de 40 mm de altura. O fim da pega é atingido quando a agulha faz

uma impressão na superfície da pasta, mas não consegue penetrá-la. A

especificação ASTM C 150 limita o tempo inicial de pega no máximo em 45 minutos,

e o tempo final de pega não mais que 375 minutos, determinados pela agulha de

Vicat. (Para os cimentos brasileiros ver o 1.11QUADRO 1.2)

Uma pasta de cimento Portland de pega recente tem pouca ou nenhuma

resistência porque ela representa somente o início da hidratação do C3S, o principal

componente do cimento. Uma vez iniciada a hidratação do C3S, ela se prolonga por

várias semanas. O processo de progressivo preenchimento dos espaços vazios na

pasta com os produtos da reação resulta numa diminuição na porosidade e na

permeabilidade, e um aumento na resistência. Na tecnologia do concreto o

fenômeno de ganho de resistência com o tempo é chamado de endurecimento. A

FIGURA 2.1 mostra uma representação gráfica da relação entre a química do

processo de hidratação pasta de cimento Portland comum e os fenômenos físicos

graduais de enrijecimento, pega e endurecimento com a correspondente diminuição

na porosidade e na permeabilidade.

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Page 31: Capitulo 04   cimento portland

FIGURA 2.1 (a) Velocidades típicas de formação dos produtos de hidratação numa pasta de cimento comum; (b) Influência da formação dos produtos de hidratação no tempo de pega, na porosidade, na permeabilidade, e na resistência da pasta de cimento. (MEHTA; MONTEIRO, 1994)

EFEITO DAS CARACTERÍSTICAS DO CIMENTO NA RESISTÊNCIA E NO CALOR DE

HIDRATAÇÃO

Como as taxas de desenvolvimento de resistência dos compostos individuais do

cimento Portland variam consideravelmente, é possível mudar as características de

resistência de cimentos sua composição em compostos. Por exemplo, as

resistências iniciais aos 3, 7 e 28 dias seriam altas se o cimento contivesse

relativamente grandes quantidades de C3S e de C3A; e as resistências iniciais seriam

baixas se o cimento contivesse uma proporção maior de C2S. Da mesma forma, a

partir de considerações teóricas vistas anteriormente, a resistência final do cimento

com alto teor de C2S deveria ser maior do que aquela de um cimento de baixo C2S.

Estudos experimentais em laboratório confirmam estas expectativas FIGURA 2.2 (a).

Da mesma forma, como a composição em compostos do cimento afeta o

calor de hidratação, esperar-se-á que cimentos contendo elevado teor de C2S não

somente será de endurecimento lento, mas também de menor produção de calor de

hidratação (FIGURA 2.2 (b)).

Além da composição de compostos, as velocidades de desenvolvimento de

resistência e evolução de calor podem ser prontamente controladas ajustando-se a

finura do cimento. Por exemplo, dependendo de uma determinada composição de

compostos, fazendo uma mudança na área superficial do cimento de 320 para 450

m²/kg (Blaine), é possível aumentar a resistência à compressão da argamassa de

cimento nas idades de 1 dia, 3 dias e 7 dias por volta de 50 a 100 %, 30 a 60 % e 15

a 40 %, respectivamente. Dados típicos sobre a influência da finura na resistência

são mostrados na FIGURA 2.2 (c). Mais dados sobre a influência da composição

dos compostos, finura e temperatura de hidratação no desenvolvimento de calor são

mostrados na FIGURA 2.3 .

31

Page 32: Capitulo 04   cimento portland

32

Page 33: Capitulo 04   cimento portland

FIGURA 2.2 (a) Influência da composição do cimento na resistência; (b) influência da composição do cimento no calor de hidratação; (c) influência da finura do cimento na resistência. (MEHTA; MONTEIRO, 1994)

FIGURA 2.3 Influência da composição de compostos, finura e temperatura de hidratação no desenvolvimento de calor de pastas de cimento (relação água/cimento = 0,40) (MEHTA; MONTEIRO, 1994)

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Page 34: Capitulo 04   cimento portland

TIPOS DE CIMENTO PORTLAND

Um resumo das características fundamentais dos principais compostos de

cimento Portland é mostrado no QUADRO 1.3. A partir do conhecimento das taxas

relativas de reatividade e dos produtos de hidratação dos compostos individuais é

possível projetar cimentos com características especiais tais como alta resistência

inicial, baixo calor de hidratação, alta resistência ao sulfato e moderado calor de

hidratação ou moderado resistência ao sulfato. Consequentemente a norma ASTM

C 150 especifica os seguintes 8 tipos de cimento:

Tipo I – Utilizado quando propriedades especiais especificadas para qualquer um

dos outros tipos não são exigidas. Não há limitação imposta para qualquer um dos

quatro compostos principais. (Os cimentos brasileiros correspondentes a este

tipo são CPI e CPI – S – NBR 5732)

Tipo IA – Cimento Tipo I com aditivo incorporador de ar, no qual o ar incorporado é

desejado (por exemplo, para fazer concreto resistente ao gelo) (Não existe o

cimento correspondente brasileiro).

Tipo II – Uso geral, especialmente quando se deseja moderada resistência ao

sulfato ou moderado calor de hidratação. Como o C3A e o C3S produzem calores

de hidratação elevados, a Especificação limita o teor de C3A do cimento a um

máximo de 8 %, e tem um limite opcional máximo de 58 % sobre a soma de C3A e

C3S (este limite se aplica quando um moderado calor de hidratação é exigido e não

existem resultados de ensaio para calor de hidratação). (Os cimentos brasileiros

correspondentes a este tipo são CPII – E, CPII – Z –RS, CPII – F –RS, CPIII –RS

e CPI V– RS)

34

Page 35: Capitulo 04   cimento portland

Tipo IIA – Cimento Tipo II com aditivo incorporador de ar. Onde o ar incorporado é

desejado. (Não existe o cimento correspondente brasileiro).

Tipo III – Para uso quando alta resistência inicial é desejada. Para assegurar que

a alta resistência inicial não seja devida principalmente aos produtos de hidratação

do C3A, a Especificação limita o teor de C3A do cimento a um máximo de 15 %.

Deve ser notado da FIGURA 2.2 que a alta resistência do cimento Portland

Tipo III é em parte devida a maior área especifica de aproximadamente 500 m²/kg

Blaine, ao invés de 330 a 400 m²/kg para o cimento Portland Tipo I. (O cimento

brasileiro correspondente a este tipo é CPV – ARI – NBR5733)

Tipo IIIA – Cimento Tipo III com aditivo incorporador de ar, onde o ar incorporado é

desejado. (Não existe o cimento correspondente brasileiro).

Tipo IV – Utilizado quando se deseja baixo calor de hidratação. Como o C3A e o

C3S produzem elevado calor de hidratação, mas o C2S libera muito menos calor, a

Especificação exige limites máximos de 35% e 7% sobre o C3S e o C3A,

respectivamente, e fixa um mínimo de 40 % de C2S no cimento. (Os cimentos

brasileiros que mais se aproximam são CPIII (NBR 5735) e CPIV (NBR 5736))

Tipo V – Utilizado quando se deseja alta resistência ao sulfato. A Especificação

exige um limite máximo de 5% no C3A que se aplica quando o ensaio de expansão

por sulfato não é exigido. Deve ser observado que o produto final de hidratação de

cimentos contendo mais de 5% potencial de C3A, calculado pelas equações de

Bogue, é o monossulfoaluminato hidratado que é instável quando exposto solução

de sulfato; a etringita é o produto estável em ambientes de sulfato, e a conversão do

monossulfoaluminato em etringita é geralmente associada à expansão e fissuração.

De acordo com NBR 5737 de 1992, os cinco tipos básico de cimento – CPI, CPII,

35

Page 36: Capitulo 04   cimento portland

CPIII, CPIV e CPV ARI – podem ser resistentes aos sulfatos, desde que se

enquadrem em pelo menos uma das seguintes condições abaixo:

a) Teor de aluminato de cálcio no clínquer e teor de adições carbonáticas de no

máximo 8% e 5%, em massa, respectivamente;

b) Cimento do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória

granulada de alto-forno, em massa;

c) Cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material

pozolânico, em massa;

d) Cimentos que apresentarem antecedentes de resultados de ensaios de longa

duração ou obras que comprovem resistência aos sulfatos.

QUADRO 1.3 Compostos Principais do Cimento Portland e suas características.

ComposiçãoAproximada

3CaO.SiO2 β2CaO.SiO2 3CaO.Al2O3 4CaO.Al2O3.Fe2O3

FórmulaAbreviada

C3S C2S C3A C4AF

Nome comum

Alita Belita -- Fase Ferrita Fss

PrincipaisImpurezas

MgO, Al2O3,

Fe2O3

MgO, Al2O3,

Fe2O3

SiO2, MgO,Álcalis

SiO2, MgO,

Sistema cristalino

Monoclínico MonoclínicoCúbico,

Ortorrômbico

Monoclínico

Proporção dos

CompostosPresentes

Intervalo de Variação

30-65 10-40 0-15 5-15

Média no cimentocomum

50 25 8 8

Velocidade de

Reação com água

média lenta rápida média

Contribuição para a

resistênciaNas

primeiras boa pequena boa boa

36

Page 37: Capitulo 04   cimento portland

idadesNas últimas

idadesboa excelente média média

Calor de hidratação

Típico (cal/g)

médio120

baixo60

elevado320

médio100

Embora a Norma ASTM C 150 prescreva a produção e uso de cimentos

Portland com ar incorporado, os produtores de concreto norte-americanos preferem

cimentos sem ar incorporado porque a aplicação de aditivos incorporadores de ar

durante a fabricação do concreto oferece melhor controle para obter a quantidade

desejada e a distribuição do ar no produto. Consequentemente há uma pequena

demanda pelos cimentos com ar incorporado. Do mesmo modo, cimentos de baixo

calor de hidratação não são mais produzidos nos Estados Unidos porque o uso de

adições minerais no concreto oferece, em geral, um meio mais barato de controlar a

elevação de temperatura. Deve ser observado que mais de 90% dos cimentos

produzidos nos EEUU pertencem às classes ASTM Tipo I e II, aproximadamente ao

Tipo III, e o resto para cimentos especiais, tal como cimento para poços de petróleo

que compreende aproximadamente 5% da produção total de cimentos.

As composições de compostos típicas dos cimentos Portland normalmente

disponíveis nos EEUU são mostradas na QUADRO 1.4. Importantes características

das exigências físicas de acordo com a ASTM C 150, com relação aos métodos

de ensaio, estão resumidas na QUADRO 1.5. Os métodos de ensaio e as

especificações são úteis principalmente para os objetivos de controle do cimento;

eles não devem ser usados para estimar as propriedades do concreto que, entre

outros fatores, são grandemente influenciados pela relação água/cimento,

temperatura de cura, e interação entre cimento e aditivos, quando for o caso. Por

exemplo, comparado com as condições padrões de ensaio, o tempo de pega de um

cimento aumentará com o aumento da relação água cimento e diminuirá com o

abaixamento da temperatura.

Os padrões do cimento no mundo são geralmente similares em princípio, mas

variam um do outro em menores detalhes. Entretanto, algumas exceções devem ser

notadas. Por exemplo, os padrões de cimento não diferenciam o Tipo I do Tipo II de

cimento Portland da ASTM. Também a maioria dos padrões de cimento não apóia o

37

Page 38: Capitulo 04   cimento portland

ensaio de expansão em autoclave e a especificação C 150 de estabilidade de

volume, porque o comportamento de hidratação do cimento Portland é

consideravelmente distorcido sob as condições de autoclave, e porque uma

correlação nunca foi demonstrada entre a expansão máxima permissível de acordo

com o ensaio de estabilidade de volume do cimento em serviço. Ao invés disso, o

ensaio de Le Chatelier, que envolve a exposição de uma pasta de cimento à água

em ebulição (e não as condições de autoclave), é preferido.

QUADRO 1.4 Composição típica dos compostos dos vários tipos de cimentos Portland nos EEUU

Tipo da ASTM C 150

Descrição Geral

Variação da proporção dos componentes (%)C3S C2S C3A C4AF

I Emprego Geral 45-55 20-30 8-12 6-10II MRS e MCH 40-50 25-35 5-7 6-10III ARI 50-65 15-25 8-14 6-10IV RS 40-50 25-35 0-4 10-20

MRS – moderada resistência aos sulfatos; MCH – Moderado calor de hidrataçãoARI – alta resistência inicial; RS – resistente aos sulfatos

QUADRO 1.5 Principais requisitos físicos e características essenciais dos ensaios da ASTM para cimentos Portland.

Exigências da ASTM C 150

Tipo I Tipo II Tipo III Tipo V Método de ensaio

Finura:mínimo (m²/kg)

280 280 nenhum 280

O Método ASTM C 204 cobre a determinação da finura dos cimentos usando o aparelho de permeabilidade ao ar de Blaine. A finura é expressa em área superficial do cimento.

Estabilidade devolume, autoclave:

Expansão (%)0,8 0,8 0,8 0,8

O Método ASTM C 151 cobre a determinação da estabilidade de volume dos cimentos medindo a expansão de prismas de pasta de cimento curados normalmente por 24 horas e subsequentemente a 2 MPa de pressão de vapor de água no autoclave por 3 horas.

Tempo de iniciode pega, mínimo

(min)

45 45 45 45 O Método ASTM C 191 cobre a determinação do tempo de pega de pastas de cimento usando o aparelho de Vicat. O tempo de início de pega é obtido quando uma agulha de 1 mm é capaz de penetrar até 35 mm de

38

Page 39: Capitulo 04   cimento portland

profundidade em uma pasta fresca num pote tronco-cônico de 40 mm de altura.

Tempo de fimde pega, máximo

(min)375 375 375 375

O tempo de fim de pega é obtido quando uma agulha com um orifício de 5mm não penetra visivelmente na pasta.

Resistência à compressão: mínimo (MPa)

1 dia no ar úmido nenhum nenhum 12,4 nenhumO Método ASTM C 109 cobre a determinação da resistência à compressão de cubos de argamassa compostos de 1 parte de cimento, 0,485 partes de água e 2,75 partes de areia normal em massa.

1 dia no ar úmido + 2 dias na água

12,4 10,3a 24,1 8,3

1 dia no ar úmido + 6 dias na água

19,3 17,2a nenhum 15,2

1 dia no ar úmido + 27 dias na água

nenhumb nenhumb nenhum 20,7

a As resistências mínimas à compressão aos 3 e 7 dias devem ser 6,0 MPa e 11,7 MPa, respectivamente, quando o calor de hidratação opcional ou os limites químicos da soma de C3S e C3A são especificados.b Quando especificamente exigido, os valores mínimos da resistência aos 28 dias para os cimentos Tipo I e Tipo II devem ser 27,6 MPa.

ANEXOS

QUADRO 1.6 Equivalência entre os cimentos americanos e os brasileiros

Denominação Sigla/Tipo Norma Denominação Sigla Norma

Portland IASTM C

150Portland Comum CP I

NBR 5732

-- -- --Portland Comum com

AdiçãoCP I-S

Slag-Modified Portland I (SM)ASTM C

595Portland Composto

com EscóriaCP II-E

NBR 11.578

Pozzolan-Modified Portland I (PM)ASTM C

595Portland Composto

com PozolanaCP II-Z

NBR 11.578

-- -- --Portland Composto

com FillerCP II-F

NBR 11.578

Portland Blast-Furnace Slag ISASTM C

595Portland de Alto

FornoCP III

NBR 5735

Portland Pozzolan IPASTM C

595Portland Pozolânico CP IV

NBR 5736

Portland with High Early Strength

IIIASTM C

150Portland de Alta

Resistência InicialCP V-ARI

NBR 5733

Portland with moderate Sulfate Resistence

IIASTM C

150Portland with High Sulfate

ResistanceV

ASTM C 150

Portland Resistente a Sulfatos

CP I-S RS

NBR 5733

Slag Modified Portland – Moderate Sulfate resistance

I (SM) MSASTM C

595Portland Resistente a

SulfatosCP II E

RSNBR 5733

Pozzolan Modified Portland – Moderate Sulfate resistance

I (PM) MSASTM C

595Portland Resistente a

SulfatosCP II Z

RSNBR 5733

Portland Blast furnace Slag – Moderate Sulfate resistance

IS (MS)ASTM C

595Portland Resistente a

SulfatosCP II F

RSNBR 5733

Portland Pozzolan – Moderate sulfate resistance

IP (MS) P (MS)

ASTM C 595

Portland Resistente a Sulfatos

CP IIIRS

NBR 5733

39

Page 40: Capitulo 04   cimento portland

1.11 - NORMAS BRASILEIRAS PARA O CIMENTO PORTLAND

NBR 5732 (1991) Cimento Portland comum, (EB – 1)

NBR 11758 (1991) Cimento Portland Composto, (EB – 2138)

NBR 5735 (1991) Cimento Portland de Alto Forno, (EB – 208)

NBR 5736 (1991) Cimento Portland Pozolânico, (EB – 758)

NBR 5733 (1991) Cimento Portland de Alta Resistência Inicial, (EB – 2)

NBR 5737 (1992) Cimento Portland Resistente a Sulfatos, (EB – 903)

NBR 12.989 (1993) Cimento Portland Branco

NBR 13.116 (1994) Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação

40

Page 41: Capitulo 04   cimento portland

QUADRO 1.1 Tipos de Cimento Portland

Cimento Nome Classe*

Composição (%) fc**

Clínquer + gesso

Escória Pozolana Filler (MPa)

CP I C P Comum 25-32-40 100 - - - 25-32-40

CP I – S C P c/ Adição 25-32-40 99-95 - 1 – 5 - 25-32-40

CP II – E C P Composto com Escória 25-32-40 94-56 6 – 34 - 0 – 10 25-32-40

CP II – Z C P Composto com Pozolana 25-32-40 94-76 - 6 – 14 0 – 10 25-32-40

CP II – F C P Composto com Filler 25-32-40 94-90 - - 0 – 10 25-32-40

CP III C P Alto Forno 25-32-40 65-25 35 – 70 - 0 – 5 25-32-40

CP IV C P Pozolânico 25-32 5 – 45 15 -50 0 – 5 25-32

CP V ARI C P Alta Resistência Inicial - 100-95 - - 0 – 5 fc7*** = 34

CPB (não estrutural) C P Branco Não Estrutural - 74-50 - - 26 – 50 10

CPB – Estrutural C P Branco Estrutural 25-32-40 75 - - 25 25-32-40

CP I – S – BC C P Baixo Calor de Hidratação 32 - - - 25 32

CP III – BC C P Baixo Calor de Hidratação 32 - - - - 32

CP IV – BC C P Baixo Calor de Hidratação 32 - - - - 32

(*) A classe indica a resistência à compressão com a água de consistência normal na pasta(**) Carga de ruptura medida no 28º dia de cura(***) Carga de ruptura medida no 7º dia de cura.

Page 42: Capitulo 04   cimento portland

QUADRO 1.2 Exigências físicas dos cimentos segundo as normas brasileiras

CimentoClass

e

FinuraTempo de

PegaExpansibilidade Le

ChatelierResistência à Compressão

#200 Blaine Inicio Fim Frio Quente 1 dia3

dias7

dias28 dias

(75μm) (m²/kg) (h) (h) (mm)(mm)

(MPa) (MPa) (MPa) (MPa)

25 ≤ 12 ≥ 240 ≥ 8,0 ≥15,0 ≥25,0CPI 32 ≤ 12 ≥ 260 ≥ 1 ≤10 ≤ 5 ≤ 5 -- ≥ 10,0 ≥20,0 ≥32,0

40 ≤ 10 ≥ 280 ≥ 15,0 ≥25,0 ≥40,025 ≤ 12 ≥ 240 ≥ 8,0 ≥15,0 ≥25,0

CPI-S 32 ≤ 12 ≥ 260 ≥ 1 ≤10 ≤ 5 ≤ 5 -- ≥ 10,0 ≥20,0 ≥32,040 ≤ 10 ≥ 280 ≥ 15,0 ≥25,0 ≥40,025 ≤ 12 ≥ 240 ≥ 8,0 ≥15,0 ≥25,0

CPII-E 32 ≤ 12 ≥ 260 ≥ 1 ≤10 ≤ 5 ≤ 5 -- ≥ 10,0 ≥20,0 ≥32,040 ≤ 10 ≥ 280 ≥ 15,0 ≥25,0 ≥40,025 ≤ 12 ≥ 240 ≥ 8,0 ≥15,0 ≥25,0

CPII-Z 32 ≤ 12 ≥ 260 ≥ 1 ≤10 ≤ 5 ≤ 5 -- ≥ 10,0 ≥20,0 ≥32,040 ≤ 10 ≥ 280 ≥ 15,0 ≥25,0 ≥40,025 ≤ 12 ≥ 240 ≥ 8,0 ≥15,0 ≥25,0

CPII-F 32 ≤ 12 ≥ 260 ≥ 1 ≤10 ≤ 5 ≤ 5 -- ≥ 10,0 ≥20,0 ≥32,040 ≤ 10 ≥ 280 ≥ 15,0 ≥25,0 ≥40,025 ≥ 8,0 ≥15,0 ≥25,0

CPIII 32 ≤ 8 -- ≥ 1 ≤10 ≤ 5 ≤ 5 -- ≥ 10,0 ≥20,0 ≥32,040 ≥ 12,0 ≥23,0 ≥40,025 ≥ 8,0 ≥15,0 ≥25,0

CPIV ≤ 8 -- ≥ 1 ≤12 ≤ 5 ≤ 5 --32 ≥ 10,0 ≥20,0 ≥32,0

CPV-ARI

-- ≤ 8 ≥ 300 ≥ 1 ≤12 ≤ 5 ≤ 5 ≥14,0 ≥ 24,0 ≥34,0 --

RS 40 ≥ 300 ≥ 1 ≤12 ≤ 5 ≤ 5 ≥11,0 ≥ 24,0 ≥34,0 --

QUADRO 1.3 Exigências químicas dos cimentos segundo as normas brasileiras

Tipos decimento

NomeResíduoInsolúvel

(%)

Perda ao

Fogo (%)

Teores de óxidos (%)

MgO SO3

CO2

CPI Cimento Portland comum ≤ 1,0 ≤ 2,0 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 1,0CPI-S Cimento Portland c/ adiçao ≤ 5,0 ≤ 4,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 3,0CPII-E Cimento Portland composto c/ Escória ≤ 2,50 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 5,0

CPII-ZCimento Portland composto c/

Pozolana≤ 16,0 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 5,0

CPII-F Cimento Portland composto c/ Filler ≤ 2,5 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 5,0CPIII Cimento Portland de Alto Forno ≤ 1,5 ≤ 4,5 -- ≤ 4,0 ≤ 3,0CPIV Cimento Portland Pozolânico -- ≤ 4,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 3,0

CPV-ARICimento Portland de alta resistência

inicial≤ 1,0 ≤ 4,5 ≤ 6,5 (*) ≤ 3,0

RS Cimento Portland resistente a sulfato -- ≤ 4,5 ≤ 6,5 (*) ≤ 3,0(*) ≤ 3,5 % para C3A 8,0 % e ≤ 4,5 % para C3A >8,0 %

Page 43: Capitulo 04   cimento portland

QUADRO 1.4 Métodos de ensaios químicos e físicos normalizados

Sigla da Norma

Título da Norma

NBR NM 11-2/04

Cimento portland – Análise química –Método optativo para determinação de óxidos principais por complexometria

NBR NM 13/04

Cimento portland – Análise química – Determinação do óxido de cálcio livre pelo etileno glicol.

NBR NM 15/04

Cimento portland – Análise química – Determinação do resíduo insolúvel.

NBR NM 16/04

Cimento portland – Análise química – Determinação do anidrido sulfúrico.

NBR NM 17/04

Cimento portland – Análise química – Método de arbitragem para a determinação do óxido de sódio e óxido de potássio por fotometria de chama.

NBR NM 18/04

Cimento portland – Análise química – Determinação da perda ao fogo.

NBR NM 19/04

Cimento portland – Análise química – Determinação de enxofre na forma de sulfeto.

NBR NM 20/04

Cimento Portland e suas matérias-primas – Análise química – Determinação do dióxido de carbono por gasometria.

NBR 14.832/0

2

Cimento Portland e clínquer – Análise química – Determinação de cloretos pelo método dos íons seletivos – método de ensaio.

NBR 7215/96

Cimento Portland – Determinação da resistência à compressão

NBR 11.582/9

1Cimento Portland – Determinação da expansibilidade de Le Chatelier

NBR 11.579/9

1

Cimento Portland – Determinação da finura por meio da peneira 75 micrometros (nº 200)

NBR 12.826/9

3

Cimento Portland e outros materiais em pó – Determinação do índice de finura por meio do peneirador aerodinâmico.

NBR NM 43/03

Cimento Portland – Determinação da pasta de consistência normal.

NBR NM 65/03

Cimento Portland – Determinação do tempo de pega..

NBR NM 23/01

Cimento Portland e outros materiais em pó – Determinação da massa especifica.

NBR NM 76/98

Cimento Portland – Determinação da finura pelo método da permeabilidade ao ar (Método de Blaine).

NBR 5753/92

Cimento Portland Pozolânico – Determinação da pozolanicidade.

NBR 5754/92

Cimento Portland – Determinação do teor de escoria granulada de alto forno por microscopia.

NBR 12.006/9

0

Cimento Portland – Determinação do calor de hidratação pelo método da garrafa de Langavant.

NBR 13.583/9

6

Cimento Portland – Determinação da variação dimensional das barras de argamassa de cimento Portland expostas à solução de sulfato de sódio

43

Page 44: Capitulo 04   cimento portland

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Structure, properties and materials. 2 Ed. Prentice Hall, Inc. Englewood Cliffs,

New Jersey, USA. 1993, 548 p.

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KOSMATKA, Steven H.; KERKHOFF, Beatrix; PANARESE, William C. Design

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IBRACON – INSTITUTO BRASILEIRO DO CONCRETO. Concreto: ensino,

pesquisa e realizações. São Paulo: Ipsis Gráfica e Editora 2005. 2v.

PETRUCCI, Eládio Gerardo R. Concreto de cimento Portland. 13 ed. São

Paulo: Editora Globo. 1978. 306 p.

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