Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

download Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

of 23

Transcript of Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    1/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    CONTABILIDADE ANALTICA I

    Contabilidade Laboral

    Apontamentos

    Teresa Carmo Costa

    2008/2009

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    2/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    2

    I - INTRODUO

    1.1 Necessidade da Contabilidade Analtica como Instrumento de Apoio

    Gesto

    Objectivos da Contabilidade Geral ou FinanceiraUm dos objectivos da Contabilidade Geral ou Financeira o controlo das relaes com

    terceiros, a relevao contabilstica e o apuramento do resultado global do exerccio

    determinao da situao patrimonial da empresa.

    Demonstrao dos ResultadosCMVMC 1 500,00 Vendas 2 500,00FSE 150,00Impostos 5,00Pessoal 500,00Amortizaes 85,00Custos Financeiros 10,00

    2 250,00Resultado 250,00

    2 500,00 2 500,00

    1. Qual o lucro?

    2. Pressupostos:Se Produo = Vendas

    Se Produo = 500 Camisolas (produo nica)

    Qual o custo por camisola?

    3. Pressupostos:Se Produo = Vendas

    Se Produo = 300 T-Shirts + 200 Camisolas

    Qual o custo por camisola? Qual o custo por T-Shirt?

    4. Pressupostos: A empresa tem trs departamentos:

    PRODUO, ADMINISTRAO e COMERCIAL/DISTRIBUIO

    Qual o custo por departamento?

    5. Pressupondo que o departamento de produo tem trs seces:

    TECELAGEM, TINTURARIA e CONFECO

    Qual o custo por minuto em cada seco?

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    3/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    3

    A Contabilidade Geral ou Financeira no capaz de responder s questes 3, 4, 5

    Algumas Insuficincias da Contabilidade Geral ou Financeira

    No determina o custo unitrio de cada unidade produzida (ou servida). Esta informao

    necessria para a determinao dos preos de venda, para a valorizao das existncias

    finais e para efeitos de controlo dos custos de produo.

    No apura em quanto que cada produto contribui para a formao do resultado do

    exerccio. Esta informao fundamental para sabermos se existe algum produto que d

    prejuzo ou que no suficientemente rentvel.

    incapaz de determinar se mais vantajoso adquirir ou fabricar as matrias-primas e

    outros factores produtivos.

    incapaz de responder se mais vantajoso para a empresa ter uma oficina de reparaes

    ou se esta deve recorrer ao exterior.

    No informa a empresa sobre quando que se deve optar por substituir uma mquina em

    lugar de a reparar.

    1.2 Definio, mbito, objectivos e caractersticas da Contabilidade Analtica

    Definies de Contabilidade Analtica

    Charles Brunet, em "Tcnica de Contabilidade Analtica de Explorao", define

    Contabilidade Analtica como a parte da contabilidade que determina por ramos deactividade, produtos, servios, clientes ou por outros elementos:

    O montante de vendas

    Os custos correspondentes

    O lucro ou prejuzo

    O Plano de Contas Francs (1957) define Contabilidade Analtica como uma forma de

    tratamento de dados que visa pr em evidncia elementos constituintes dos custos e dos

    proveitos que apresentam maior interesse para a gesto da empresa.

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    4/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    4

    A Contabilidade de Custos recebia, at algumas dcadas atrs, a designao de

    Contabilidade Industrial, j que era utilizada essencialmente por empresas industriais,

    sobretudo dos sectores automvel e txtil. Tambm recebe a designao de Contabilidade

    Analtica de Explorao, uma vez que recolhe os custos da conta de explorao e analisa-os

    detalhadamente.

    A Contabilidade de Custos uma parte da contabilidade que tem por objectivo a captao,

    medio, registo, avaliao e controlo da circulao interna dos valores da empresa, visando

    a transmisso de informao sobre a produo, formao interna de preos de custo e sobre

    a poltica de preos e vendas, anlise dos resultados atravs do confronto com a informao

    transmitida pelo mercado de factores e produtos. Assim, trata-se de um subsistema de

    informao que tem em vista a medida e anlise de custos, proveitos e resultados

    relacionados com os diversos objectivos definidos pelas organizaes. Salienta-se, pois, que

    o seu objecto so os custos, os proveitos e o resultado das organizaes, que determina e

    analisa no de uma forma globalizante, como acontece na contabilidade geral, mas sim de

    forma analtica e de acordo com as necessidades da Gesto da organizao em causa.

    Objectivos da Contabilidade Analtica

    Segundo o Plano de Contas Francs os objectivos essenciais da Contabilidade de Custos

    so os seguintes:

    Conhecer os custos das diferentes funes desenvolvidas pela empresa;

    Determinar as bases de valorimetria de alguns elementos do Balano da empresa;

    Explicar os resultados, comparando os custos dos produtos (bens e servios) com oscorrespondentes preos de venda;

    Estabelecer previses de despesas e de receitas correntes;

    Constatar a sua realizao e explicar os desvios resultantes.

    Podemos referir ainda os seguintes objectivos:

    1. Fornecer informaes atempadas e oportunas para facilitar a tomada de decises aos

    gestores, com base em critrios de racionalidade econmica, nomeadamente:

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    5/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    5

    Informao necessria para a planificao e controlo;

    Informao complementar contabilidade financeira;

    Informao para a avaliao das existncias finais (no caso de empresasindustriais).

    2. Reclassificao dos custos por funes

    3. Medida e anlise de custos e proveitos

    4. Apoio a outros instrumentos tcnicos e de gesto

    5. Avaliar aperformanceeconmico-financeira

    Os objectivos da Contabilidade de Custos no podem estar dissociados da sua misso e do

    seu papel, como instrumento que pode e deve contribuir para a criao de valor das

    empresas. Neste sentido, na modelao do sistema contabilstico, deve ter-se presente a:

    Orientao Estratgica

    Utilidade para a Gesto

    A Contabilidade Analtica permitir apoiar a Gesto em decises tais como:

    Comprar ou fabricar?

    Transportes e manuteno prprios? Investir ou no?

    Que programa de produo e de vendas?

    Quais os produtos que a empresa dever fabricar?

    Quais as quantidades a produzir?

    Que preos se devem exigir?

    Quais as modalidades de venda a adoptar?

    Quais as zonas geogrficas que oferecem melhores perspectivas?

    Caractersticas da Contabilidade Analtica

    Objectiva;

    Ope-se rigidez e uniformidade da Contabilidade Geral ou Financeira;

    Permite o estabelecimento de padres e previses;

    Examina todas as situaes que tenham originado desvios em relao ao previsto.

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    6/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    6

    Contabilidade Geral versusContabilidade Analtica

    Critrios de comparao Contabilidade Geral Contabilidade de Custos

    Face lei Obrigatria Facultativa

    Ponto de vista da empresa Global Pormenorizado

    Horizontes Passado Presente e Futuro

    Natureza dos fluxos observados Externos Internos

    Documentos de base Externos Externos e Internos

    Classificao dos encargos Por natureza Por destino

    Objectivos Financeiros Econmicos

    Regras Rgidas e normativas

    (PCGA)

    Maleveis e evolutivas

    Utilizadores Terceiros + Direco Todos os responsveis

    Natureza da informao Precisa, Certificada,

    Histrica, Quantitativa,

    Monetria, Exacta

    Rpida, Pertinente,

    Aproximada, Qualitativa,

    No Monetria

    Princpios subjacentes Consistncia

    Uniformidade

    Verificabilidade

    Relevncia

    Flexibilidade

    Informao sobre a organizao Agregada Segmentada

    Forma de registo Formal Informal

    1.3 Conceitos econmico - financeiros: Custos, Despesas, Pagamentos e

    Perdas; Proveitos, Receitas, Recebimentos e Ganhos

    Custo: Utilizao, consumo dos bens ou servios na expectativa de virmos a ter um

    proveito.

    H que distinguir entre custos do perodo, custos de perodos passados e de perodos

    futuros.

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    7/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    7

    Despesa:Aquisio de bens e servios (facturao, aceitao de uma obrigao).

    Pagamento:Pagamento da despesa, da aquisio do bem ou servio (recibo, cumprimento

    da obrigao).

    Perda: Consumo ou desaparecimento de valor sem a equivalente compensao (sem

    expectativa de proveito). Por exemplo, incndio, roubo, etc.

    Proveito: Acrscimo no patrimnio proveniente da actividade normal, por exemplo, valor

    da produo acabada, trabalhos para a prpria empresa, etc.

    Receita:Venda ou prestao de servios (nossa facturao, aceitao de um direito).

    Recebimento: Recebimento da venda ou da prestao de servios (nosso recibo,

    concretizao do direito).

    Ganho: Acrscimo extraordinrio do patrimnio da empresa, no proveniente da actividade

    normal (subsdio extraordinrio, diferenas cambiais extraordinrias, etc.).

    Resultado: Proveitos e Ganhos Custos e Perdas Se Proveitos > Custos => Lucro

    Se Proveitos < Custos => Prejuzo

    Disponibilidades: Recebimentos Pagamentos

    Cash-Flow: Receitas Despesas

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    8/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    8

    TRS PTICAS:

    1. ptica Financeira:DespesasReceitas

    2. ptica Econmica ou Produtiva ou Tcnica:CustosProveitos

    3. ptica de Tesouraria ou de Caixa:RecebimentosPagamentos

    Meios TericosCrditos

    Empresa

    Despesa(Compra)

    Fornecedores Clientes

    Receita(Venda)

    PagamentoRecebimento

    Caixa, Bancos

    ptica Financeira

    Armazm Fabricao Armazm

    ptica Produtiva, Tcnica ou Econmica

    Custo Proveito

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    9/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    9

    II CUSTOS: RECLASSIFICAES, CONCEITOS, HIERARQUIA DECUSTOS E ANLISE DOS VRIOS TIPOS DE RESULTADOS

    Reclassificao de Custosa) Quanto Identificao com a Actividade Econmica e com o Produto

    Industriais

    Incorporveis

    No incorporveis

    Custos

    No Industriais No incorporveis

    b) Classificao Funcional

    IndustriaisMD

    MOD

    GGF

    Custos Administrativos

    No Industriais Financeiros

    Comerciais, etc.

    c) Quanto Imputao e Relao com o Volume de Produo

    Industriais

    Directos

    Indirectos

    Fixos

    Semi-Variveis

    Variveis

    Custos

    No Industriais

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    10/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    10

    d) Quanto valorimetria das prestaes internas

    Reais

    Custos

    Tericos

    e) Quanto imputao de responsabilidades

    Controlveis

    Custos

    No Controlveis

    f) Quanto sua relevncia

    Relevantes

    Custos

    Irrelevantes

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    11/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    11

    2.1 Custos Industriais e Custos No Industriais

    Custos Industriais

    Diviso Clssica:

    Matrias-Primas

    Mo-de-obra Directa

    Gastos Gerais de Fabrico:

    o Matrias Indirectas

    o Mo-de-obra Indirecta

    o Outros

    Custos No Industriais Custos Administrativos

    Custos Financeiros

    Custos Comerciais ou de Distribuio

    Custos Extraordinrios

    Os custos industriaisso todos aqueles que esto afectos funo de produo. Os

    custos no industriais, por sua vez, so todos os restantes custos, tais como, custos

    administrativos, custos de distribuio, custos financeiros e custos extraordinrios.

    2.2 Custos Directos e Custos Indirectos

    Os custos podem ser agrupados, por exemplo por:

    Contas (classificao por natureza)

    Departamentos, seces, actividades, ()

    Produtos, encomendas, servios, ()

    Podemos classificar os custos em directos ou em indirectos. Neste sentido, podemos

    ter custos directos ou indirectos aos produtos, custos directos ou indirectos s encomendas,

    custos directos ou indirectos aos servios, directos ou indirectos s seces, directos ouindirectos aos departamentos, directos ou indirectos s actividades, etc.

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    12/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    12

    Para esta distino deveremos ter em considerao o objecto de custos, como tal, os

    custos indirectos devero ser relacionados com o objecto de custo atravs de alguma Base

    de Repartio ou de Rateio.

    Regra geral, quando se fala de custos directos ou indirectos, sem especificar em

    relao a qu, pretende-se classificar os custos em relao aos produtos/ encomendas/

    servios.

    Custos directos so aqueles que so especfica e directamente suportados pela

    fabricao de determinado produto ou directamente suportados por uma nica produo ou

    por um nico departamento, seco, actividade e, como tal, exclusivamente imputveis a

    esse produto, produo, departamento ou actividade, etc. (por exemplo, matrias primas,mo de obra directa, alguns gastos gerais de fabrico).

    Custos indirectos so aqueles que no podem ser relacionados directamente com

    um produto, produo, departamento ou actividade, uma vez que no possuem uma relao

    de causalidade especfica entre o input(factor de custo) e o output(por exemplo, o produto).

    2.3 Custos Reais ou Custos Tericos

    Custos Reais so os que realmente se verificaram. So custos histricos,

    determinados posteriori e fornecidos pela Contabilidade Geral ou Financeira.

    Custos Tericos so definidos priori para valorizao interna de matrias,

    produtos e servios prestados. Os critrios seguidos na sua definio podem ser de vrios

    tipos, salientando-se os custos padroe os custos oramentados.

    Custos Oramentados- custos obtidos nos oramentos elaborados pela empresa.

    Custos Padro ou Standard- definidos a partir de estudos especializados.

    Preos de mercado- so custos de substituio, valores existentes no mercado.

    Custos histricos- custos mdios verificados em anos (perodos) anteriores.

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    13/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    13

    2.4 Custos fixos, custos variveis e custos semi-variveis

    Os custos fixos (tambm designados por custos de estrutura) so aqueles que a

    empresa suporta quando opta por uma determinada capacidade de produo, no variando

    quando se altera o volume de produo (at um determinado volume de produo, por

    exemplo capacidade instalada, e dentro de um determinado perodo de tempo, por exemplo

    um ano).

    Grfico 1: Comportamento dos Custos Fixos

    Por sua vez, os custos variveis so custos que variam necessariamente com o

    volume de produo. Existem basicamente trs tipos de custos variveis: proporcionais,

    progressivos e degressivos.

    Grfico 2:Comportamento dos Custos Variveis

    Custo fixo (CF)

    Valor

    Quantidade

    CampoPertinente

    CF

    Valor

    Quantidade

    CampoPertinente

    Custos Progressivos

    Custos Proporcionais

    Custos Degressivos

    Volume Capacidade Instalada

    CUSTO

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    14/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    14

    Os custos semi-variveisso custos nos quais uma parte fixa e a outra varivel.

    Teremos ento:

    Custo Total = Custo Fixo + Custo Varivel

    Custo Mdio = Custo Total / Quantidade

    2.5 Custos controlveis e no controlveis

    Nem sempre todos os custos agrupados em determinado centro so controlveis pelo

    responsvel respectivo. A Contabilidade de Custos dever fazer esta distino.Os custos de funcionamento da empresa devem ser determinados por centros de

    responsabilidadedevendo, pois, haver sempre um e um s responsvel pelo seu controlo.

    necessrio que este conhea os custos que deve controlar.

    Torna-se importante distinguir, nos centros de custos, os custos controlveis pelo

    seu responsvel directo, daqueles no controlveis por ele, mas sim por uma autoridade

    superior.

    2.6 Custos relevantes e irrelevantes

    Por vezes, quando a empresa se encontra perante um leque de escolhas possvel para

    decidir a melhor alternativa, existem determinados custos que no se alteram, quer se opte

    por uma ou outra alternativa. Quando tal acontece, significa que os custos so irrelevantes.

    Se pelo contrrio, a escolha de uma ou outra alternativa implica a alterao de determinados

    custos, significa que estes so relevantes (o que acontece, em geral, com os custos variveis

    que, por vezes, so tambm chamados custos relevantes).

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    15/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    15

    2.7 A hierarquia dos custos

    Os Custos Industriais

    O universo dos custos industriais, na ptica do produto fabricado, pode ser dividido em trs

    sub-conjuntos:

    Custo das matrias directas consumidas (MD);

    Custos referentes mo-de-obra directa aplicada (MOD);

    Gastos Gerais de Fabrico (GGF).

    Os Estgios de Custos

    O desenvolvimento do processo produtivo efectuado numa organizao implica que esta

    incorra num conjunto de custos, os quais podem ser organizados segundo uma hierarquia.

    Assim, ao contrrio das empresas comerciais, as empresas industriais transformam em

    produtos as matrias adquiridas. Em relao a esta matria importante reter que as

    Funes de Gestooriginam custos (funcionais) de:

    Aprovisionamento

    Produo ou Industriais

    Venda ou de Distribuio ou Comercializao

    Administrativos

    Financeiros

    Na ptica do produto fabricado, podemos distinguir diversos estdios:

    1. Custo Industrialou de Produo (MP + MOD + GGF)

    2. Custos No Industriais (Custos de Distribuio + Custos Administrativos +Custos Financeiros + Custos Extraordinrios)

    3. Custo Complexivo ou Completo (CIPV + Custos No Industriais)

    4. Custo EconmicoTcnico (Custo Complexivo + Custos de Oportunidade)

    A Contabilidade de Custos deve, portanto, determinar os custos relativos a cada uma das

    funes da empresa, analis-los e transmiti-los aos responsveis, a fim de servir de base

    sua gesto. Estamos em presena de custos funcionais.

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    16/23

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    16

    2.8

    OsR

    esultadosBrutos,

    Lquido

    sePuros

    APURAME

    NTODOSCUSTOSEDOSRESULTADOS

    OutrosProveitos

    Resultado

    Resultado

    Puro

    C.

    Oportunidade

    Custo

    Resultado

    Lquido

    C.

    Dis

    tribuio

    C.

    Adm

    inistrao

    C.

    Fin

    anceiros

    Custo

    Econmico

    Vendas

    Bruto

    G.

    G.

    F.

    C

    usto

    Complexivo

    Tcnico

    M.O.

    D.

    Custo

    Industrial

    Mat.Pr

    imas.

    Consum

    idas

    Primo

    (Directo)

    (Completo)(*)

    *Referentesaosprodutosvendidos

    Custo

    Primo

    Custo

    de

    Transformao

    MP

    GGF

    MOD

    Nota:MP-MatriasPrimas

    MOD-Mo-de-ObraDire

    cta

    GGF-GastosGeraisdeFabrico

    CIPA-CustoIndustrialdosProdutosAcabados

    CIPV-CustoIndustrialdosProdutosVendidos

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    17/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    17

    2.9 Custos do Produto e Custos do Perodo

    Para se poder fabricar os produtos necessrio consumir, sacrificar bens e servios.Desses consumos nasce o produto, cujo custo unitrio necessrio determinar, uma vez

    que, entre outras finalidades, h que proceder valorizao dos Produtos Acabados que

    se encontram em armazm no final do perodo.

    De acordo com o POC (Critrios de Valorimetria das Existncias)

    Considera-se como Custo de Produo de um bem, a soma dos custos das matrias-

    primas e outros materiais directos consumidos, da mo-de-obra directa, dos custosindustriais variveis e dos custos industriais fixos necessariamente suportados para o

    produzir e colocar no estado em que se encontra e no local de armazenagem.

    Assim:

    1-

    S so custos do perodo:

    O custo das unidades efectivamente vendidas no perodo em causa

    Os custos no industriais

    Os custos industriais no incorporados

    2- Toda a produo do perodo no vendida nesse perodo EFPA - ser custo

    do(s) perodo(s) em que for vendida.

    3- Apenas os custos industriais incorporados so inventariveis e, como tal, s

    estes so considerados na valorizao das existncias.

    Por outras palavras, s os custos industriais so custos do produto. Os custos no

    industriais no so inventariveis.

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    18/23

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    18

    CICLODAPRODUO

    ArmazmdeMateriais

    Fabricao

    ArmazmdeProdutosAcabados

    Resultados

    Ei

    MC

    EIPVF

    CIPA

    EIPA

    CIPV

    CIPV

    Compras

    (Consumos)

    CustosMensais

    CIPA

    Ef

    EFPVF

    EFPA

    MOD

    CustosAdministrativos

    Salrios

    Custo

    CustoMensal

    CustoMensal

    C.

    Administrativo

    Encargos

    Imputado

    aoms

    GGF

    CustosdeDistribuio

    Mat.Sub.

    Gastos

    CustoMensal

    CustoMensal

    C.

    Distribuio

    MOI

    Imputados

    OutrosGGF

    aoms

    CustosFinanceiros

    CustoMensal

    CustoMensal

    C.

    Financeiro

    Custosdo

    ArmazmdeProdutosemCurso

    Perodo

    EIPVF

    EIPVF

    EFPVF

    EFPVF

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    19/23

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    Contab

    ilida

    deAna

    ltica

    19

    Q

    uadroparaadeterm

    inaodocustodo

    produto

    ProdutoX

    ProdutoY

    ProdutoZ

    Total

    ConsumosdeMatriasP

    rimas

    X

    X

    X

    X

    Mo-de-ObraDirecta

    X

    X

    X

    X

    GastosGeraisdeFabrico

    SecoA

    X

    X

    X

    X

    SecoB

    X

    X

    X

    X

    TotalCustosProd

    uo

    X

    X

    X

    X

    EIPVF

    X

    X

    X

    X

    EFPVF

    (X)

    (X)

    (X)

    (X)

    CIPA

    X

    X

    X

    X

    EIPA

    X

    X

    X

    X

    EFPA

    (X)

    (X)

    (X)

    (X)

    CIPV

    X

    X

    X

    X

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    20/23

    Contabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade AnalticaContabilidade Analtica

    EXEMPLO

    Custo das matrias directas consumidas 3 500

    Custos de Transformao 1 500

    Custos de Distribuio 900

    Custos Administrativos 1 000

    Custos Financeiros 600

    Produo Acabada 1 000 unidades

    Vendas 800 unidades

    EIPA 0

    Existncias de PVF 0

    CI = MP + MOD + GGF = 3 500+1 500 = 5 000

    Custo de Transformao

    CI unit. = 5 000 = 5 1 000

    Os 5 000 so custos dos produtos e no do perodo.

    Das 1 000 unidades acabadas venderam-se apenas 800 unidades. Assim,

    Custo do perodo = 800*5 = 4 000 (CIPV)

    O custo industrial (CI) das 200 unidades produzidas (que no foram vendidas) constitui custo do

    perodo em que essas unidades forem vendidas.

    Alm do CIPV constituem ainda custos do perodo, os custos no industriais (CNI), no montante de2 500 .

    Custo Complexivo ou Completo = CIPV + CNI = 4 000 + 2 500 = 6 500

    Custo Complexivo unit. = 6 500 = 8,13 800

    Neste caso fcil determinar o custo complexivo ou completo, dado que a empresa fabrica e

    comercializa um nico produto (produo uniforme). No entanto, se a empresa produzisse diversos

    produtos era mais complicado pois seria necessrio repartir os CNI comuns.

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    21/23

    ContabilidadeContabilidadeContabilidadeContabilidade AnalticaAnalticaAnalticaAnaltica

    21

    2.10 A Demonstrao dos Resultados por Funes: mbito de aplicao eenquadramento normativo

    Segundo o n. 1 do artigo 1. do DL n. 44/99 com redaco dada pelo artigo 1. do

    DL n. 79/2003, as entidades s quais aplicvel, nos termos da legislao em vigor, o

    Plano Oficial de Contabilidade ficam obrigadas, nas condies previstas no presente

    diploma:

    a) A adoptar o sistema de inventrio permanente na contabilizao das suas

    existncias;

    b) A elaborar a Demonstrao dos Resultados por Funes referida no n. 2.3 do

    captulo 2 do POC e prevista no seu captulo 7;

    c) A elaborar a Demonstrao dos Fluxos de Caixa;

    Por Funes Por Naturezas

    Vendas e prestaes de servios X

    Custo das vendas e prestaes de servios (X)

    Resultados brutos X

    Custos de distribuio (X)

    Custos de administrativos (X)

    Outros proveitos operacionais X

    Resultados operacionais X

    Proveitos e ganhos financeiros X

    Custos e perdas financeiros (X)

    Resultados correntes X

    Proveitos e ganhos extraordinrios X

    Custos e perdas extraordinrios (X)

    Resultados antes de impostos X

    Imposto sobre o rendimento do exerccio (X)

    Resultado lquido do exerccio X

    Custos e perdas

    Custo mercadorias vendidas mat. consumidas X

    Fornecimentos e servios externos X

    Custos com o pessoal X

    Amortizaes X

    Provises X

    Impostos X

    Outros custos e perdas operacionais XX

    Custos financeiros X

    Custos extraordinrios X

    Imposto sobre o rendimento do exerccio (X)

    Resultado lquido do exerccio X

    Proveitos e ganhos

    Vendas e prestaes de servios X

    Variao da produo X

    Proveitos financeiros X

    Proveitos extraordinrios X

    X

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    22/23

    ContabilidadeContabilidadeContabilidadeContabilidade AnalticaAnalticaAnalticaAnaltica

    22

    d) A proceder ao inventrio fsico das existncias, de acordo com os procedimentos

    prescritos no captulo 12, classe 3 Existncias, do Plano Oficial de

    Contabilidade.

    Ficam dispensadas as entidades s quais aplicvel o POC que no ultrapassem, no

    perodo de um exerccio, dois dos trs limites definidos no n. 2 do art. 262 do Cdigo das

    Sociedades Comerciais:

    a) Total do balano: 1 500 000 ;

    b) Total das vendas lquidas e outros proveitos: 3 000 000 ;

    c) N. de trabalhadores empregados em mdia durante o exerccio: 50.

    Deixando esta dispensa de produzir efeitos no segundo exerccio seguinte, inclusive,

    aquele em que os limites sejam ultrapassados (n. 2 do artigo 1. do DL n. 44/99 com

    redaco dada pelo artigo 1. do DL n. 79/2003).

  • 7/24/2019 Cap._I_e_II_CAI_Cont_08_09[1].pdf

    23/23

    ContabilidadeContabilidadeContabilidadeContabilidade AnalticaAnalticaAnalticaAnaltica

    23

    Demonstrao dos Resultados por Funes (segundo a DC n. 20) Exerccio

    N N-1

    Vendas e prestao de servios X XCusto das vendas e das prestaes de servios - X - X

    Resultados Brutos +/- X +/- X

    Outros proveitos e ganhos operacionais X XCustos de distribuio - X - XCustos administrativos - X - XOutros custos e perdas operacionais - X - X

    Resultados operacionais +/- X +/- X

    Custo lquido de financiamento - X - XGanhos (perdas) em filiais e associadas

    +/- X +/- XGanhos (perdas) em outros investimentos +/- X +/- X

    Resultados correntes +/- X +/- X

    Impostos sobre os resultados correntes - X - XResultados correntes aps impostos +/- X +/- X

    Resultados Extraordinrios +/- X +/- X

    Impostos sobre os resultados extraordinrios - X - X

    ResultadosLquidos +/- X +/- X

    Resultados por aco +/- X +/- X

    Anexos:Directriz Contabilstica n. 20/97, de 4 de Junho Demonstrao dos Resultados por

    Funes.

    Decreto-Lei n. 44/99, de 12 de Fevereiro (obrigatoriedade da adopo do sistema de

    inventrio permanente e da elaborao da demonstrao dos resultados por funes).

    Decreto-Lei n. 79/2003, de 23 de Abril (alterao ao Decreto-Lei n. 44/99, de 12 de

    Fevereiro).

    Art. 262 do Cdigo das Sociedades Comerciais.