Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 ·...

149

Transcript of Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 ·...

Page 1: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação
Page 2: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação
Page 3: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

i  

Agradecimentos 

Ao Centro Regional de Sangue do Porto do Instituto Português do Sangue, I.P., na pessoa 

da Senhora Directora Dra. Marília Morais, pelo estímulo e disponibilização de todo o apoio 

para a realização do presente trabalho. 

A todos os meus colegas que no Centro Regional de Sangue do Porto apoiaram directa ou 

indirectamente a realização deste trabalho. 

A todos os responsáveis dos Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional de Portugal, e 

seus representantes, que amavelmente se dispuseram a despender algum do seu tempo, 

na resposta ao inquérito realizado. 

Ao Mestre  Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação dinâmica, 

motivadora, rigorosa, paciente, inspiradora e realista. 

Ao Professor Doutor Alberto Freitas, pelo seu contributo científico e orientação rigorosos e 

úteis. 

Ao Dr. Charles Munk  (Suíça), membro do  ISBT Working Party on  Information Technology, 

pela  disponibilidade  demonstrada  e  pela  aberta  troca  de  opiniões  sobre  o  tema  aqui 

abordado que foram sem dúvida fonte de motivação e inspiração. 

Ao Dr.  Jonathan Harber, CIO & Vice‐presidente para Tecnologia da  Informação da Blood 

Systems,  Inc.  em  Scottsdale Arizona,  por me  ter  dado  a  conhecer  a  abordagem  da  sua 

instituição na definição dos requisitos do utilizador do sistema que utiliza e pela partilha da 

sua perspectiva  inovadora  sobre  como devem  ser os  sistemas  informáticos utilizados na 

área da transfusão sanguínea no futuro. 

Ao  Serviço  de  Bioestatística  e  Informática  Médica  da  Faculdade  de  Medicina  da 

Universidade do Porto, na pessoa do Professor Doutor Altamiro da Costa Pereira. 

A todos os Professores do Mestrado pela dinâmica e conhecimentos e transmitidos. 

A todos os colegas do mestrado, por tudo o que realizei e aprendi com eles. 

À Isabel, aquela cujo nome virá em último, mas para mim estará sempre em primeiro, pela 

sinceridade  e  honestidade,  capacidade  de  trabalho  e  competência,  motivação  e 

dinamismo, generosidade e paciência, timidez, graciosidade e amor.   

Page 4: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

ii  

Sumário 

A  rápida  evolução  das  tecnologias  da  informação  e  a  proliferação  do  uso  de  sistemas 

informatizados,  em  contextos  que  envolvem  risco  elevado,  tais  como  a  prestação  de 

cuidados de saúde, levanta questões quanto à qualidade, fiabilidade, validade e segurança 

destes sistemas. Esta preocupação originou a elaboração e publicação de regulamentação 

por várias autoridades reguladoras. 

Apesar  de  relativamente  recentes,  os  sistemas  informáticos  a  operar  nos  Serviços  de 

Sangue  e  Serviços  de  Medicina  Transfusional  Portugueses,  foram  desenvolvidos  em 

contextos muito diferentes do actual contexto organizacional e legal. 

O Ministério da Saúde Português, publicou o Decreto‐Lei n.º 267/2007, que estabelece que 

"(...)  se  utilizados,  (...)  os  sistemas  devem  ser  validados  antes  da  utilização  e  deve  ser 

assegurado  que  continuam  validados  (...)  ".  No  entanto,  após  a  entrada  em  vigor  da 

presente lei, não são conhecidas iniciativas formais para a resolução desta solicitação legal. 

Assim  a  realização  desta  dissertação  apresentou‐se  como  uma  oportunidade  para 

contribuir  através da melhoria da utilização de  Sistemas  Informáticos, para uma prática 

transfusional mais segura. Foi definido como objectivo, estruturar um modelo de validação 

para  sistemas  informatizados  utilizados  em  serviços  de  sangue.  Para  que  este  fosse 

cumprido foi necessário examinar o pensamento actual no que diz respeito aos princípios e 

metodologias  para  a  definição  de  requisitos,  explorar  as  várias  abordagens  e  contextos 

possíveis com base na revisão bibliográfica e propor um conjunto de requisitos elaborados 

com  base  nas  obrigações  legais  e  nas  boas  práticas,  estruturados  num  protocolo  de 

validação. Contemplou‐se também a caracterização da utilização, gestão e actividades de 

validação  dos  Sistemas  Informáticos  dos  Serviços  de  Sangue  e  Serviços  de  Medicina 

Transfusional  Portugueses  de  modo  a  justificar  aplicabilidade  do  modelo,  o  que  foi 

realizado através de entrevistas semi‐estruturadas realizadas aos responsáveis dos serviços 

de sangue e a outros profissionais por eles indicados. 

Os resultados permitiram verificar que a cultura de validação de Sistemas Informáticos não 

está ainda suficientemente enraizada existindo no entanto sinais de que a  importância e 

atenção dada pelos profissionais desta área a esta  temática estão a aumentar, motivada 

tanto por razões legais como pela evolução do estado da arte. A evolução natural a ocorrer 

estará  provavelmente  no  estabelecimento  de  um  consenso  em  relação  aos  requisitos 

mínimos a cumprir para a validação, a disponibilização de formação em Informática e em 

Page 5: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

iii  

particular  daquela  que  se  relaciona  mais  directamente  com  a Medicina  Transfusional, 

conjugando  conhecimentos  das  diferentes  áreas  e  a  criação  de  entidades  externas  de 

regime público ou privado, que possam apoiar o processo de validação. 

 

 

   

Page 6: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

iv  

Abstract 

The  rapid  evolution  of  information  technology  and  the  proliferation  of  the  use  of 

computerized systems in contexts that involve high risks, such as health care delivery, led 

to concerns about its quality, reliability, validity and security, involving the preparation and 

publication of regulation by various regulatory authorities. 

Although  relatively  recent,  the  systems operating  in Blood Banks  and Blood Transfusion 

Services  in  Portugal  were  developed  in  quite  different  contexts  from  the  current 

organizational and legal context. 

The Portuguese Ministry of Health has published  the Decree 267/2007 which states  that 

"(...) if used, informatics systems (...) should be validated before use and it must be ensured 

that they continue validated(...)" However, after entry into force of this legislation, formal 

legal initiatives by national regulators to promote standardized validation schemes are not 

known. 

Thus  the  realization of  this work was presented as an opportunity  to contribute  through 

better use of  IT Systems  for a safer  transfusion practice.  It was defined as objective,  the 

design of a validation model for computerized systems used  in blood services. For this to 

be accomplished was necessary to examine current thinking with regard to the principles 

and  methodologies  for  requirements  definition,  exploring  the  various  approaches  and 

possible  contexts  based  on  literature  review.  A  set  of  requirements  based  on  legal 

obligations and good practices  is proposed as a  structured  validation protocol.  It  is also 

contemplated the characterization of the use, management and validation activities of the 

Informatics  Systems  in  Portuguese Blood  and  Transfusion Medicine  Services  in order  to 

justify applicability of the model, which was conducted through semi‐structured interviews 

with  heads  of  the  Blood  and  Transfusion  Services  or  other  professionals  appointed  by 

them. 

Results showed that the validation culture is not yet sufficiently rooted however there are 

signs that the  importance and attention given by professionals  in this field to this subject 

are  increasing, driven by both  legal  reasons as  the evolution of  the state of  the art. The 

natural  evolution  most  likely  to  occur,  is  establishing  a  consensus  on  the  minimum 

requirements to be met for the validation, the provision of training  in IT and  in particular 

one  that  relates more  directly  to  the  transfusion medicine,  combining  knowledge  from 

Page 7: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

v  

different areas and the development of external entities of public or private regime, which 

could support the validation process. 

 

Keywords:  Computer  Systems,  Computer  Systems  Evaluation,  Software  Validation, 

Validation Studies, Blood Banks. 

   

Page 8: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

vi  

Preâmbulo 

No âmbito dos Serviços de Sangue e Serviços de Medicina Transfusional são constantes os 

desafios relativos à segurança e à qualidade. 

Pelas  potencialidades  facilitadoras  identificadas  de  acesso,  disponibilização  e 

rastreabilidade da informação, o recurso a meios automáticos para tratamento da mesma 

revelou desde muito cedo contribuir significativamente para o aumento da segurança e da 

qualidade da prática transfusional. 

No entanto, nesta área médica com elevados riscos associados e regulada pela aplicação 

de  boas  práticas,  a  criação  e  implementação  dos  primeiros  sistemas  informáticos  (SI) 

desencadeou a necessidade de controlo e garantia do desempenho dos mesmos. 

Nos  Serviços  de  Sangue  e  Serviços  de  Medicina  Transfusional  os  desafios  relativos  à 

segurança e à qualidade são constantes. Pelas potencialidades de acesso, disponibilização 

e rastreabilidade da informação, o recurso a meios automáticos revelou desde muito cedo 

contribuir significativamente para a resposta a estes desafios. 

No entanto, nesta área médica com elevados riscos associados e regulada pela aplicação 

de  boas  práticas,  a  criação  e  implementação  dos  primeiros  sistemas  informáticos  (SI) 

desencadeou a necessidade de controlo e garantia do desempenho dos mesmos. 

Nos  países  pioneiros  nesta  área,  paralelamente  ao  desenvolvimento  de  SI,  surgiram 

conceitos e processos para verificação e validação destes antes da sua  implementação e 

durante a sua utilização. 

Sendo utilizados em Portugal Sistemas Informáticos na área da Medicina Transfusional há 

várias  décadas,  desde  2007  que  existe  a  obrigatoriedade  legal  da  sua  validação. 

Desconhecem‐se  no  entanto  iniciativas  das  entidades  reguladoras  que  orientem  os 

Serviços de Sangue e Serviços de Medicina Transfusional e  facilitem o cumprimento dos 

normativos. 

Apesar desta norma legal nacional ter surgido como transposição de normativos Europeus 

é  recente  a  preocupação  a  nível  europeu  na  emissão  de  orientações  que  conduzam  os 

profissionais e responsáveis dos serviços neste processo. 

Assim,  a  realização  desta  dissertação  apresentou‐se  como  uma  oportunidade  para 

contribuir  através da melhoria da utilização de  Sistemas  Informáticos, para uma prática 

transfusional mais segura. 

Page 9: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

vii  

Pretende‐se  dar  este  contributo  realizando  uma  pesquisa  bibliográfica  sobre  os 

procedimentos para validação de sistemas  informáticos específicos utilizados em Serviços 

de Sangue e Serviços de Medicina Transfusional, caracterizando em Portugal esses Serviços 

e a utilização, gestão e actividades de validação desenvolvidas. 

Estas  actividades  levaram  à  elaboração  de  um  conjunto  de  requisitos  com  base  nas 

obrigações  legais  e  nas  boas  práticas  e  à  proposta  de  um  protocolo  de  validação 

retrospectiva dos Sistemas Informáticos em utilização nos Serviços de Sangue. 

   

Page 10: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

viii  

Acrónimos 

AABB – American Association of Blood Banks 

AMIA – American Medical Informatics Association 

ANSI – American National Standards Institute 

AS – Standards Association of Australia 

CCBBA – Council for Commonality in Blood Bank Automation  

EF – Especificação Funcional 

ERU – Especificação do Requisitos do Utilizador 

FDA – Food and Drug Administration  

FDA – Food and Drug Administration 

GMP – Boas práticas de fabrico (Good Manufacturing Practices) 

GT – Grupo de Trabalho 

GTI – Grupo de Trabalho Inicial 

GxP – Boas Práticas  

IEC – International Electrotechnical Commission 

IEEE – Institute for Electrical and Electronics Engineers 

ISBT – International Society of Blood Transfusion 

ISBT 128 – Sistema global de codificação e rotulagem para a transferência de  informação 

associada  com  a  transplantação  de  tecidos  humanos,  terapia  celular  e  transfusão 

sanguínea (Padrão Internacional) 

ISO – International Organization for Standardization 

ISPE – International Society for Pharmaceutical Engineering 

NIST – National Institute of Standards and Technology 

PIC – Pharmaceutical Inspection Convention 

Page 11: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

ix  

POP – Procedimentos Operativos Padronizados 

PT – Ponto transfusional 

QD – Qualificação do Desempenho 

QI – Qualificação das instalações 

QO – Qualificação das Operações 

SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade 

SI – Sistema informático 

SISS – Sistemas Informáticos dos Serviços de Sangue 

SMT – Serviço de medicina transfusional 

SS – Serviço de sangue 

SS  (Proc.  Ext.)  –  Serviço  de  sangue  com  processamento  das  unidades  colhidas  e  das 

análises no exterior 

SSS – Software dos Serviços de Sangue 

 V&V – Verificação e Validação 

Page 12: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

x  

Organização da tese  

Esta dissertação organiza‐se em 7 capítulos: 1‐ Introdução, 2‐ Estado da arte, 3‐ Proposta 

de  especificação  dos  requisitos  do  utilizador,  4‐  Proposta  de  protocolo  de  validação 

retrospectiva de SI utilizados em SS, 5‐ Caracterização dos Serviços de Sangue e Serviços de 

Medicina Transfusional Portugueses, da utilização e gestão dos seus Sistemas Informáticos, 

actividades e conhecimentos sobre validação, 6‐ Conclusões e recomendações, 7‐ Trabalho 

futuro. 

No  primeiro  capítulo  faz‐se  uma  contextualização  histórica  e  técnica  da  Medicina 

Transfusional, da sua relação com as tecnologias da informação e definem‐se os objectivos 

da dissertação.   

No segundo capítulo, apresenta‐se o resultado da pesquisa bibliográfica efectuada sobre 

validação  de  Sistemas  Informáticos  e  orientada  especificamente  para  os  utilizados  em 

Serviços de Sangue e Serviços de Medicina Transfusional. 

No terceiro capítulo, apresenta‐se uma proposta de requisitos do utilizador elaborada com 

base em normativos legais e de boas práticas transfusionais. 

No quarto capítulo, apresenta‐se uma proposta de protocolo de validação retrospectiva de 

Sistemas Informáticos utilizados em Serviços de Sangue elaborado com base nos requisitos 

obrigatórios propostos no capítulo anterior. 

No quinto capítulo, apresentam‐se e discutem‐se os dados de um  inquérito realizado aos 

Serviços  de  Sangue  e  Serviços  de  Medicina  Transfusional  Portugueses  com  vista  a 

caracterizar  os  Sistemas  Informáticos  por  eles  utilizados  na  sua  actividade,  identificar  e 

caracterizar  os  vários  softwares  utilizados  (na  perspectiva  dos  utilizadores),  a 

responsabilidade de gestão dos sistemas informáticos, as políticas de segurança, registo e 

controlo de propostas e alterações ao sistema, rastreabilidade dos processos, bem como o 

estado, as actividades e as competências relacionadas com a validação destes sistemas. 

No  sexto  capítulo,  apresentam‐se  as  conclusões  obtidas  pela  realização  das  várias 

actividades implicadas nesta dissertação e apresentam‐se algumas recomendações. 

No  sétimo  capítulo,  apresentam‐se  planos  e  recomendações  de  trabalho  futuro  a  ser 

posto em prática, com pretensão de aproveitamento e melhoria de tudo o que foi criado 

com o desenvolver desta dissertação.   

Page 13: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

xi  

Resultados científicos  

Publicações e apresentações 

Leal, J. (2009). Validation of  Informatics Systems  in Use  in Blood Services. 2º Simpósio de Informática Médica. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. 

 Condeço, J., Leal, J. (2010). Requisitos dos Sistemas Informáticos nos Serviços de Sangue e 

de  Medicina  Transfusional.  6º  Simpósio  de  Imuno‐hemoterapia,  Maio  2010, Guimarães, Portugal. 

 

Submissões planeadas para publicação 

“Validation  status  and  characterization of  informatics  systems  in use by  the  Portuguese 

Blood Banks and Transfusion Medicine Services in 2010”. No 21st Regional Congress of the 

ISBT, Junho 18 a 22 de 2011 Europa, Portugal, Lisboa. 

“Caracterização  dos  sistemas  informáticos  em  utilização  pelos  Serviços  de  Sangue  e 

Serviços de Medicina Transfusional Portugueses em 2010” a propor à revista ABO – Revista 

de Medicina Transfusional. 

 

   

Page 14: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

xii  

Índice Agradecimentos ...................................................................................................................... i 

Sumário ....................................................................................................................................ii 

Abstract .................................................................................................................................. iv 

Preâmbulo .............................................................................................................................. vi 

Acrónimos ............................................................................................................................. viii 

Organização da tese ................................................................................................................ x 

1.  Introdução ...................................................................................................................... 1 

1.1  Os sistemas informatizados e a medicina transfusional ........................................... 2 

1.2  Os sistemas informatizados e a medicina transfusional em Portugal ...................... 3 

1.3  Objectivos ................................................................................................................... 4 

1.3.1  Objectivo Geral ............................................................................................... 4 

1.3.2  Objectivos específicos ..................................................................................... 4 

1.3.3  Métodos .......................................................................................................... 5 

1.3.4  Resultados esperados ..................................................................................... 5 

2.  Estado da arte ................................................................................................................. 6 

2.1  Validação de Sistemas Informatizados ...................................................................... 6 

2.2  Quanta validação é necessária: a gestão do risco ................................................... 24 

2.3  Modelos de Validação .............................................................................................. 28 

2.4  Plano de validação ................................................................................................... 33 

2.4.1  Âmbito de Validação ..................................................................................... 34 

2.4.2  Constituição da equipa de validação ............................................................ 34 

2.4.3  Gestão de riscos pela qualidade ................................................................... 34 

2.4.4  Estratégia de validação ................................................................................. 34 

2.4.5  Planeamento operacional da validação, incluindo prazos e recursos .......... 35 

2.4.6  Documentação a produzir no processo de validação ................................... 35 

2.4.7  Critérios de aceitação da validação; resultados de validação ...................... 36 

2.5  Requisitos definidos pelo utilizador ........................................................................ 36 

2.5.1  Requisitos de informação ............................................................................. 37 

2.5.2  Requisitos de segurança ............................................................................... 38 

2.5.3  Requisitos de infra‐estruturas (perspectiva tecnológica) ............................. 38 

2.5.4  Classificação dos requisitos ........................................................................... 39 

2.6  Protocolos de validação ........................................................................................... 42 

2.6.1  Resolução de problemas ............................................................................... 42 

Page 15: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

xiii  

2.6.2  Relatório de Validação e revisão final ........................................................... 43 

2.7  Conclusão .................................................................................................................. 44 

3.  Proposta de Especificação dos Requisitos do Utilizador ............................................ 45 

3.1  Objectivo e Âmbito .................................................................................................. 45 

3.2  Descrição das organizações e suas actividades ....................................................... 46 

3.2.1  Serviço de sangue ......................................................................................... 46 

3.2.2  Serviço de Medicina Transfusional ............................................................... 48 

3.3  Descrição dos Grupos de Utilizadores e Seus Papéis .............................................. 49 

3.3.1  Órgãos de Gestão e Administração ............................................................... 49 

3.3.2  Médicos ......................................................................................................... 49 

3.3.3  Técnicos de Análises Clínicas e S. P. .............................................................. 50 

3.3.4  Enfermeiros ................................................................................................... 50 

3.3.5  Administrativos ............................................................................................. 50 

3.4  Riscos ........................................................................................................................ 50 

3.5  Especificação de Requisitos do Utilizador ............................................................... 50 

4.  Proposta de protocolo de validação ............................................................................ 63 

4.1  Objectivo e Âmbito .................................................................................................. 63 

4.2  Instruções e Metodologia de teste .......................................................................... 63 

5.  Caracterização dos sistemas informáticos dos SS e SMT Portugueses ...................... 82 

5.1  Objectivo................................................................................................................... 82 

5.2  Material e métodos .................................................................................................. 82 

5.2.1  Tipo de Estudo .............................................................................................. 82 

5.2.2  População e Amostra em Estudo .................................................................. 82 

5.3  Metodologia ............................................................................................................. 82 

5.3.1  Elaboração do Questionário ......................................................................... 82 

5.3.2  Tratamento dos Dados .................................................................................. 83 

5.4  Resultados ................................................................................................................ 84 

5.4.1  Tipo de Instituição e Serviço ......................................................................... 85 

5.4.2  Sistema informático utilizado ....................................................................... 89 

5.4.3  Responsabilidades de gestão do sistema informático .................................. 95 

5.4.4  Segurança dos dados e dos equipamentos ................................................... 97 

5.4.5  Registo e controlo de propostas e alterações ao sistema ............................ 98 

5.4.6  Rastreabilidade dos processos .................................................................... 101 

Page 16: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

xiv  

5.4.7  Estado, actividades e competências relacionadas com a validação destes 

sistemas  103 

5.5  Discussão ................................................................................................................ 109 

6.  Conclusões e Recomendações ................................................................................... 113 

7.  Trabalho futuro .......................................................................................................... 115 

8.  Referências ................................................................................................................. 116 

9.  Anexos ........................................................................................................................ 118 

 

   

Page 17: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

xv  

Índice de figuras 

Figura 1 ‐ Modelo em V da GAMP‐1 ..................................................................................... 31 

Figura 2 ‐ Modelo em V da GAMP‐2 ..................................................................................... 31 

Figura 3 ‐ Modelo em V da Engenharia Informática ............................................................. 32 

Figura  4  ‐ Modelo  em  V  resultante  da  combinação  dos modelos  da  GAMP  com  o  da 

Engenharia Informática......................................................................................................... 32 

Figura 5 – Fluxograma da realização do inquérito ................................................................ 84 

Figura 6 – Número de colheitas realizadas em 2009 ............................................................ 86 

Figura 7 – Número de unidades transfundidas em 2009 ..................................................... 86 

Figura 8 ‐ Número de Camas de 45 inquiridos com internamento ...................................... 87 

Figura 9 – Número de profissionais por serviço ................................................................... 87 

Figura 10 – Distribuição dos serviços inquiridos relativamente ao estado de certificação . 89 

Page 18: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

xvi  

Índice de tabelas 

Tabela 1 ‐ Categorias de risco de software clínico ............................................................... 26 

Tabela 2 – Classificação de risco proposta nas directrizes da ISBT ...................................... 27 

Tabela 3 ‐ Legenda de códigos utilizados ............................................................................. 53 

Tabela 4 ‐ Especificação dos requisitos do utilizador ........................................................... 54 

Tabela 5 ‐ Distribuição das respostas por tipos e agrupamentos de serviços ...................... 85 

Tabela 6 ‐ Caracterização das instituições questionadas em 2009 ...................................... 86 

Tabela 7 ‐ População da amostra versus, dados da ASST relativos a 2009 .......................... 88 

Tabela 8 ‐ Software utilizado por tipo de serviço ................................................................. 89 

Tabela  9  ‐  Software  utilizado  por  tipo  de  serviço  após  integração  em  agrupamentos 

hospitalares ........................................................................................................................... 90 

Tabela 10 – Actividades não integradas no sistema informático ou deficitárias ................. 91 

Tabela 11 – Classificação do servidor de cada sistema, por tipo de serviço ........................ 95 

Tabela 12 ‐ Responsabilidade de gestão do hardware e do software .................................. 95 

Tabela  13  ‐  Responsabilidade  de  gestão  do  hardware  e  do  software  versus,  estado  de 

certificação dos serviços ....................................................................................................... 96 

Tabela 14 ‐ Responsabilidade de gestão do hardware versus, tipo de servidor .................. 96 

Tabela 15  ‐ Responsabilidade de gestão do software versus, responsabilidade de gestão 

do hardware .......................................................................................................................... 97 

Tabela 16 ‐ Registo das actividades relacionadas com as propostas de melhoria do SI e suas 

interfaces .............................................................................................................................. 98 

Tabela  17  ‐  Existência  de  procedimentos  para  registo  e  controlo  das  alterações  ao 

hardware e ao software ........................................................................................................ 98 

Tabela 18 ‐ Responsabilidade de gestão do hardware versus, existência de procedimentos 

para registo e controlo do hardware .................................................................................... 99 

Tabela  19  ‐  Responsabilidade  de  gestão  do  hardware  versus,  existência  de  protecções 

físicas dos equipamentos ...................................................................................................... 99 

Tabela  20  –  Existência  de  procedimentos  para  registo  e  controlo  do  hardware  versus, 

existência de procedimentos para registo e controlo do software ...................................... 99 

Tabela  21  ‐  Existência  de  procedimentos  para  registo  e  controlo  do  hardware  versus, 

existência de protecções físicas dos equipamentos ........................................................... 100 

Tabela 22 – Estado de certificação dos serviços versus, existência de protecções físicas dos 

equipamentos ..................................................................................................................... 100 

Tabela 23 ‐ Registo das actividades relacionadas com as propostas de melhoria do SI e suas 

interfaces, Existência de procedimentos para registo e controlo do hardware e do software 

versus, estado de certificação dos serviços ........................................................................ 101 

Page 19: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

xvii  

Tabela  24  ‐  Capacidade  dos  sistemas  para  assegurar  a  rastreabilidade  de  todos  os 

processos relacionados com cada colheita e transfusão .................................................... 102 

Tabela  25  –  Desenvolvimento  nos  serviços  de  actividades  para  validação  dos  sistemas 

informáticos ........................................................................................................................ 103 

Tabela 26  ‐ Estado de validação dos sistemas automáticos  ligados ao sistema  informático

 ............................................................................................................................................ 103 

Tabela 27 ‐ Estado de Validação dos Sistemas Informáticos .............................................. 104 

Tabela 28 ‐ Previsão de Validação dos Sistemas não Validados ......................................... 104 

Tabela 29 ‐ Premência atribuída à validação dos sistemas informáticos ........................... 104 

Tabela 30 ‐ Existência nos serviços de recursos próprios que permitam fazer a validação do 

SI .......................................................................................................................................... 105 

Tabela 31 – Motivos da não existência nos  serviços de  recursos próprios que permitam 

fazer a validação do sistema informático ........................................................................... 105 

Tabela  32  –  Soluções  apresentadas  para  validação  dos  sistemas  informáticos,  pelos 

serviços sem recursos próprios para a sua realização ........................................................ 105 

Tabela 33 – Estado de validação dos SI, realização ou desenvolvimento de actividades para 

validação do SI, estado de validação dos sistemas automáticos  ligados ao SI e previsão de 

validação dos SI versus, estado de certificação dos serviços ............................................. 106 

Tabela 34 ‐ Estado de validação dos sistemas automáticos  ligados ao SI versus, estado de 

validação dos SI ................................................................................................................... 107 

Tabela 35 – Estado de certificação dos serviços, estado de validação dos SI e previsão de 

validação dos SI versus, premência atribuída à validação dos SI ....................................... 107 

Tabela 36  ‐ Existência de recursos próprios para validar os SI versus, estado de validação 

dos SI ................................................................................................................................... 107 

Tabela  37  ‐  Existência  de  recursos  próprios  para  validar  os  SI, motivos  para  a  falta  de 

recursos  próprios  para  validar  os  SI  e  soluções  apresentadas  para  resolver  a  falta  de 

recursos versus, estado de certificação dos serviços ......................................................... 108 

 

 

Page 20: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

 

1  

1. Introdução 

Os progressos da medicina e das tecnologias associadas à prestação de cuidados de saúde 

têm sido constantes e sucedem‐se a um ritmo cada vez mais rápido. 

Neste  contexto,  a  medicina  transfusional  não  constitui  uma  excepção.  Os  constantes 

desafios  a  que  tem  sido  necessário  dar  resposta  desde  o  início  da  sua  prática,  têm 

constituído importantes factores de evolução. 

A existência de sistemas de gestão da informação adequados ao tratamento de volumes de 

dados  cada  vez maiores e  ao processamento de  informação  cada  vez mais  complexa, o 

aumento  da  disponibilidade  de máquinas  cada  vez mais  potentes  e  dos  conhecimentos 

relacionados  com  a  utilização  de  computadores,  são  factores  que  têm  permitido  o 

fornecimento  de  componentes  sanguíneos  cada  vez  mais  seguros  e  a  recolha  e 

armazenamento de informação crítica relacionada com a cadeia transfusional. 

No  entanto  esta  rápida  evolução  das  tecnologias  da  informação  e  a  proliferação  da 

utilização de sistemas informatizados em contextos que envolvem riscos elevados, como a 

prestação de cuidados de saúde, em geral, e da Medicina Transfusional em particular, deu 

origem desde muito cedo a preocupações relativas à sua qualidade, fiabilidade, validade e 

segurança. 

Ao mesmo  tempo  que  se  assistiu  a  esta  rápida  evolução  tecnológica,  e  desde  há  pelo 

menos  duas  décadas,  que  se  tem  investido  nos  serviços  de  sangue  e  de  medicina 

transfusional em Portugal na  implementação de  sistemas de gestão da qualidade,  tendo 

como principais objectivos a obtenção de níveis de  segurança  transfusional óptimos e a 

minimização  do  risco.  Pretende‐se  desta  forma  garantir,  entre  outros,  a  realização  dos 

processos de acordo com as boas práticas estabelecidas a nível nacional e internacional e a 

adopção de políticas de melhoria contínua da qualidade. 

Todas  estas  preocupações  levaram  à  elaboração  de  regulamentação  por  entidades 

reguladoras, que por vezes e em muitas áreas antecipam a aplicação real destas medidas. 

Assim,  estes  regulamentos  deverão  ser  implementados  pelo  trabalho  conjunto  da 

comunidade  científica  e  dos  profissionais  da  área,  disponibilizando  directrizes  e 

procedimentos que possibilitem o cumprimento do que é definido. 

 

Page 21: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

2  

1.1 Os sistemas informatizados e a medicina transfusional  

Na  medicina  transfusional,  os  avanços  científicos  e  tecnológicos  desenvolveram‐se 

simultaneamente. 

Considera‐se que a medicina transfusional moderna começou com a primeira descrição da 

circulação sanguínea por William Harvey, em 1628. Foi necessário esperar até 1785 para 

Philip Syng Physick realizar a primeira transfusão de sangue humano. O século XIX centrou‐

se em diferentes experiências para pesquisar casos em que a transfusão pode melhorar a 

saúde do paciente, bem como no controlo da infecção durante a transfusão e na procura de 

possíveis  substitutos  do  sangue  para  transfusão.  Mas  foi  a  descoberta  dos  grupos 

sanguíneos por Karl Landsteiner e seus colegas Alfred Decastello e Adriano Sturli em 1900, 

o que realmente impulsionou a inovação tecnológica na medicina transfusional. 

O século XX mostrou‐se prolífico para a medicina  transfusional, especialmente a segunda 

metade,  onde  todas  as  actividades  tenderam  a  tornar‐se  mais  especializadas  e,  por 

conseguinte,  ganharam  individualmente  importância  e  especificidade.  Foi  feito  um 

progresso  enorme  para melhorar  a  qualidade  do  produto,  a  segurança  do  doente,  bem 

como a saúde do dador. 

Nos últimos 30 anos, a tecnologia da informação tem contribuído consideravelmente para 

melhorar  a  segurança  da  medicina  transfusional,  especialmente  no  equipamento  de 

laboratórios,  com  sistemas automatizados,  complementando  a  colheita de  sangue  total, 

com a colheita de componentes  sanguíneos específicos com a utilização de máquinas de 

aférese,  automatizando  o  processamento  de  sangue  bem  como  na  implementação  de 

sistemas de gestão de sangue com diferentes graus de complexidade  (desde a gestão de 

dadores à gestão de doentes até compatibilização (crossmatching electrónico), de forma a 

garantir o  fornecimento de  sangue através do  recrutamento de dadores, a qualidade do 

sangue, a segurança do doente, rastreabilidade dador‐produto‐doente e manter o controlo 

de toda a indústria. 

Além  disso,  a  utilização  de  padrões  para  a  identificação  do  sangue  e  dos  produtos 

sanguíneos melhorou consideravelmente o controlo dos processos garantindo a qualidade 

do sangue e dos componentes relacionados, bem como a segurança dos doentes. O padrão 

internacional para identificação do sangue e dos componentes sanguíneos, o sistema ISBT 

128,  gerido  pelo  CCBBA  é  amplamente  reconhecido  em  todo  o  mundo,  fornece  meios 

adequados para garantir a qualidade do sangue, componentes sanguíneos, bem como de 

Page 22: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

3  

todas as outras células humanas, tecidos, e produtos celulares e produtos à base de tecidos 

que deverão ser desenvolvidos no futuro. 

A  tecnologia da  informação hoje disponível é o  resultado da  interacção de mais de dois 

séculos de inovações nesta área. As actuais inovações da tecnologia da informação podem 

contribuir  para  melhorar  a  actividade  da  medicina  transfusional.  O  desafio  é  usar  a 

tecnologia mais adequada, que vai de encontro às expectativas em termos de melhoria da 

actividade e segurança do doente (Munk 2009a). 

As mudanças nos sistemas de saúde na próxima década, vão  fazer parecer os últimos 20 

anos bons  velhos  tempos de  relativa  estabilidade. Vão  continuar  a  surgir novas drogas, 

novos dispositivos e novas técnicas, no entanto, a verdadeira mega mudança da próxima 

década  será  a  recolha,  gestão  e  utilização  da  informação  clínica.  Esta  previsão  deve 

revelar‐se  verdadeira para  todas as áreas da  saúde  incluindo a medicina  transfusional e 

englobará as vertentes administrativas, clínica, de ensino e de investigação. 

 

1.2 Os  sistemas  informatizados  e  a  medicina  transfusional  em 

Portugal 

Apesar de relativamente recentes, os sistemas informatizados que operam nos serviços de 

sangue  (SS)  e  de medicina  transfusional  (SMT)  em  Portugal  foram  desenvolvidos,  e/ou 

implementados,  em  contextos  organizacionais  e  legais  bastante  diferentes  do  contexto 

actual. 

A preocupação contínua com a segurança transfusional, os investimentos realizados com a 

adopção de políticas e de sistemas de garantia da qualidade e as alterações dos normativos 

legais,  produziram  alterações  rápidas  e  profundas  do  ambiente  em  que  este  tipo  de 

sistemas tem que garantir um desempenho optimizado. 

O Ministério da Saúde Português, pelo Decreto‐Lei n.º 267/2007 de 24 de Julho, transpôs 

para a ordem jurídica interna as Directivas números 2002/98/CE, do Parlamento Europeu e 

do  Conselho,  de  27  de  Janeiro  de  2003,  2004/33/CE,  da  Comissão,  de  22  de  Março, 

2005/61/CE,  da  Comissão,  de  30  de  Setembro,  e  2005/62/CE,  da  Comissão,  de  30  de 

Setembro  que  estabelecem  normas  de  qualidade  e  segurança  em  relação  à  colheita, 

análise,  processamento,  armazenamento  e  distribuição  de  sangue  humano  e  de 

componentes sanguíneos. 

Page 23: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

4  

Segundo este Decreto‐Lei, anexo III, § 4.5: “...Se forem utilizados sistemas informatizados, 

os procedimentos relativos ao software, ao hardware e às cópias de segurança devem ser 

periodicamente  analisados  para  assegurar  a  sua  fiabilidade.  Devem  igualmente  ser 

validados antes de  serem utilizados e há que assegurar que  se mantenham validados. O 

hardware  e  o  software  devem  estar  protegidos  em  relação  ao  uso  ou  a  alterações  não 

autorizados. O procedimento de cópia de segurança deve evitar a perda ou a deterioração 

dos  dados  em  situações  de  indisponibilidade  ou  de  avaria  previstas  ou 

imprevistas…”(Portugal. Ministério da Saúde 2007). 

No entanto, após entrada em vigor desta  legislação, não  se  conhecem outras  iniciativas 

legais ou formais por parte das entidades reguladoras nacionais. À semelhança do que se 

tem verificado em outros países, é importante que se forneçam orientações produzidas de 

forma  consensual  e  que  promovam  uma  abordagem  padronizada  do  problema.  É 

necessário  definir  metodologias  tecnicamente  válidas  e  actuais  que,  quando 

implementadas,  permitam  evidenciar  objectivamente  as  capacidades  de  desempenho, 

determinar a segurança e o estado de validação dos sistemas informatizados durante todo 

o seu período de utilização, independentemente da complexidade. 

 

1.3 Objectivos 

1.3.1 Objectivo Geral 

Estruturar e um modelo de validação para sistemas  informatizados utilizados em serviços 

de sangue. 

1.3.2 Objectivos específicos 

1. Analisar  o  pensamento  actual  relativamente  aos  princípios  e  metodologias  de 

validação de sistemas informatizados; 

2. Explorar  as  várias  abordagens  possíveis  deste  problema,  tendo  em  vista  a  sua 

futura aplicação ao nível dos serviços de transfusão sanguínea; 

3. Conceptualizar uma estrutura que possa dar origem a modelos de validação; 

4. Definir um modelo de validação. 

5. Elaborar e aplicar  inquérito para a caracterização dos SS e SMT Portugueses e os 

sistemas informáticos em utilização na sua actividade, identificar e caracterizar os 

Page 24: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

5  

vários softwares utilizados (na perspectiva dos utilizadores), a responsabilidade de 

gestão dos sistemas  informáticos, as políticas de segurança, registo e controlo de 

propostas  e  alterações  ao  sistema,  rastreabilidade  dos  processos,  bem  como  o 

estado,  as  actividades  e  as  competências  relacionadas  com  a  validação  destes 

sistemas. 

1.3.3 Métodos 

Para alcançar os objectivos propostos será realizada pesquisa bibliográfica e elaborado um 

modelo de validação de sistemas informáticos utilizados em serviços de sangue. Os dados 

de  caracterização  serão  obtidos  por  entrevistas  semi‐estruturadas  a  responsáveis  dos 

serviços de sangue e a outros profissionais por eles indicados. 

1.3.4 Resultados esperados 

Compreender o pensamento actual relativamente à validação de Sistemas Informáticos. 

Obter um modelo de validação de sistemas informáticos, aplicável nos serviços de sangue 

portugueses. 

Caracterizar  a  situação  em  Portugal  relativamente  aos  diferentes  sistemas  informáticos 

utilizados nos SS e SMT, e ao seu estado de validação. 

   

Page 25: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

6  

2. Estado da arte 

2.1 Validação de Sistemas Informatizados  

Um dos objectivos da validação é ser capaz de demonstrar rapidamente a alguém externo 

à  organização  (gestão,  auditores,  entidades  reguladoras,  etc.)  que  um  sistema  está 

completamente  validado  através  de  evidências  (FDA/CBER  (U.S.)  2002).  É  inútil  validar 

parte do sistema, ou o hardware e software separadamente e, em seguida, assumir que no 

final eles  irão trabalhar juntos da mesma forma. Deve ser possível demonstrar através de 

evidências  obtidas  nas  instalações  do  utilizador  que,  o  software,  é  adequado  para  as 

operações específicas e  volume de  trabalho,  satisfazendo  repetidamente e  com  rigor as 

necessidades,  e que  existe um  elevado nível de  confiança na  integridade dos processos 

realizados  e  no  controlo  dos  processos  dentro  do  ambiente  de  operação  definido  no 

documento dos requisitos (FDA/CBER (U.S.) 2007; PIC/S 2007). 

A validação de SI e das suas interfaces, seja realizada pelo utilizador final ou por terceiros, 

deve ser conduzida no ambiente onde serão utilizados. Os testes realizados pelo fabricante 

ou fornecedor de software não são um substituto para a validação dos SI nas  instalações 

onde  vai ocorrer o processo de produção.  Também  as  instituições que desenvolvam os 

seus próprios softwares devem ter como referência princípios de validação do software. 

A gravidade das potenciais consequências resultantes da  falta de controlo adequado dos 

SI, e a  seriedade  com que as entidades  reguladoras abordam estas questões originaram 

uma  série  de  avisos  relacionados  com  deficiências  de  controlo  de  software,  controlo 

inadequado  na  qualificação  e  validação  das  instalações,  não  manutenção  de 

documentação  adequada,  ausência  de  procedimentos  escritos,  falha  na manutenção  de 

registos relacionados com a realização de passos significativos na colheita, processamento, 

armazenamento, e distribuição de cada unidade, não  realização de estudos de validação 

de software, documentação não concorrente e casos de falsificação de registos (Wingate 

2004). 

O  processo  de  validação  deve  ser  executado  utilizando  procedimentos  que  deverão 

identificar  as  acções  ou  sequência  de  acções  específicas  a  realizar  para  completar  cada 

actividade.  Os  serviços  devem  desenvolver  um  plano  de  validação  onde  se  define  e 

controla como será realizada a validação e o que se deve obter, incorporando os princípios 

reconhecidos de validação de software, de garantia da qualidade e as actuais boas práticas 

de  engenharia  do  software  (FDA/CBER  (U.S.)  2007).  Os  planos  de  validação  devem 

Page 26: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

7  

especificar  o  âmbito,  abordagem,  recursos,  calendarização,  tipos  e  extensão  das 

actividades,  tarefas,  itens  de  trabalho  e  processo  de  aprovação  (FDA/CBER  (U.S.)  2002; 

FDA/CBER (U.S.) 2007), o que é discutido mais à frente. 

Os  ensaios  do  utilizador  final  podem  repetir  alguma  da  validação  realizada  durante  o 

desenvolvimento,  tais  como  testes  de  carga  ou  stress  e  verificação  de  parâmetros  de 

segurança  e  controlo,  a  fim  de  avaliar  o  desempenho  sob  condições  reais  de 

funcionamento. Além disso, o utilizador final deve avaliar a capacidade dos colaboradores 

para utilizar o SI como se pretende que ele seja utilizado, no contexto dos processos de 

trabalho  reais. Os colaboradores devem  ser capazes de compreender o hardware e  suas 

interfaces com o software e de responder adequadamente às mensagens, avisos, e outras 

funções. 

As  actividades da  validação  têm que  ficar documentadas. O  relatório da  validação deve 

incluir um sumário dos resultados dos testes, incluindo variações nos resultados ou testes 

falhados, alterações feitas aos testes ou ao plano de validação, uma avaliação do resultado 

dos testes e aprovação e assinaturas da gestão. 

Uma  validação  bem  sucedida  de  um  sistema  informatizado  é  um  desafio  que  pode  ser 

superado se for feita uma boa abordagem do problema.  

As  técnicas  de  validação  dos  processos  tradicionais  de  fabrico  não  são  suficientes,  e  as 

técnicas de engenharia de software não abordam todos os aspectos necessários (Tracy and 

Nash  2002).  Contudo,  é  possível  delinear  estratégias  bem  sucedidas  na  difícil  tarefa  de 

validação de sistemas complexos. 

Dependendo da natureza da sua funcionalidade, as alterações ao SISS podem resultar em 

alterações  à  forma  como  um  processo  é  realizado.  Se  isso  ocorrer,  também  deve  ser 

realizada  a  revalidação  processo.  No  processo  de  validação,  os  responsáveis  pela 

supervisão da qualidade devem rever e aprovar os planos de validação, os resultados, e as 

acções  correctivas  e  devem  determinar  se  a  execução  pode  prosseguir  com  ou  sem 

limitações. 

A  abordagem  da  validação  deve  ser  holística,  certificando  o  sistema  como  um  todo  – 

exactamente como ele se destina a ser utilizado operacionalmente (Evans 2004). 

Sendo  reconhecidas  as  complexidades  inerentes  aos projectos de  validação de  sistemas 

automatizados temos neste momento a vantagem de podermos usufruir de orientações e 

Page 27: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

8  

regulamentações  –  provenientes  de  instituições,  sociedades,  associações  nacionais  e 

internacionais – reflexo de anos de experiência, aprofundados debates e de processos de 

construção de consenso com a participação de peritos conceituados. 

Por exemplo, o pensamento actual da  Food and Drug Administration  (FDA) estrutura‐se 

com base em referências e padrões produzidos por diversas instituições como: 

American National Standards Institute (ANSI); 

Institute for Electrical and Electronics Engineers (IEEE); 

National Institute of Standards and Technology (NIST); 

Standards Association of Austrália (AS); 

International Electrotechnical Commission (IEC); 

International Organization for Standardization (ISO); 

International  Society  for  Pharmaceutical  Engineering  (ISPE),  entre  outras 

(FDA/CBER (U.S.) 2002). 

Os mesmos padrões e normas servem como  referências principais a outras organizações 

como, a  International Society of Blood Transfusion  (ISBT)  (ISBT, Bocker et al. 2003; Munk 

2009c),  American  Association  of  Blood  Banks  (AABB)  (AABB  2008)e  a  Pharmaceutical 

Inspection Convention (PIC) (PIC/S 2007). 

De uma forma simplista, pode considerar‐se que os sistemas  informatizados existem com 

três tipos de aplicações principais podendo existir “interfaces” que fazem as ligações entre 

eles (PIC/S 2007):  

1. Sistemas de controlo de processos,  

2. Sistemas de processamento de dados e  

3. Sistemas de armazenamento de dados;  

A  FDA  considera  os  Sistemas  Informáticos  dos  Serviços  de  Sangue  (SISS)  como 

equipamentos  que  incluem  hardware,  software,  dispositivos  periféricos,  pessoas  e 

documentação (Manuais do Utilizador, Procedimentos Operativos Padronizados (POP)). O 

Software dos Serviços de Sangue (SSS) é considerado um dispositivo médico que pode ser 

Page 28: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

9  

fabricado  internamente  (in‐house) ou por uma entidade externa,  fabricante de  software 

(FDA (U.S.) 1995; FDA/CBER (U.S.) 2002; FDA/CBER (U.S.) 2007). 

Nos  EUA,  todos  os  serviços  de  sangue  têm  que  submeter  às  entidades  reguladoras 

informação a descrever os  seus SISS  juntamente com o  seu pedido de  licenciamento do 

estabelecimento. Qualquer alteração “importante” proposta ao sistema original  tem que 

ser comunicada como suplemento ao sistema principal (Wingate 2004). 

Também  a  nível  Europeu  (EU)  se  tem  desenvolvido  trabalho  besta  área  pela  sua 

importância para o mercado e  consumidores.  Foram  aprovadas pela Comissão Europeia 

duas directivas que estabelecem princípios e directrizes das boas práticas de fabrico (GMP) 

para medicamentos. A Directiva 2003/94/CE aplica‐se a medicamentos para uso humano e 

a  Directiva  91/412/CEE  para  uso  veterinário.  Orientações  pormenorizadas,  em 

conformidade  com esses princípios  são publicadas no Guia de Boas Práticas de  Fabrico, 

utilizado na avaliação dos pedidos de autorização de fabrico e como base para a inspecção. 

Além  das  questões  gerais  de  GMP  descritos  na  Parte  I  e  II,  uma  série  de  anexos, 

fornecendo  detalhes  sobre  áreas  específicas  da  actividade  estão  incluídos.  Entre  eles  o 

anexo 11  sobre  sistemas  computorizados  aplica‐se  a  todas  as  formas de  informatização 

utilizada  no  âmbito  das  actividades  reguladas,  incluindo  controlo  de  processos, 

documentação  e  sistemas  de  processamento  de  dados.  Ele  também  abrange  o 

desenvolvimento, selecção, validação e utilização dos sistemas. 

Todos os Estados‐Membros e a  indústria concordam que as exigências de GMP aplicáveis 

ao  fabrico de medicamentos veterinários são os mesmos que os aplicáveis ao  fabrico de 

medicamentos para uso humano, existindo ainda uma aceitação  implícita da extensão do 

seu  âmbito  a  outras  áreas  laboratoriais  como  é  o  caso  dos  Serviços  de  Sangue  e  de 

Transfusão. 

Sempre que um sistema  informatizado substitui uma operação manual, não deverá haver 

diminuição da qualidade de produto, controlo de processos ou controlo de qualidade, não 

devendo  ocorrer  aumento  no  risco  geral  de  falha  do  produto.  A  validação  de  sistemas 

informatizados deve permitir tanto ao titular da autorização de fabrico, como à autoridade 

competente, ter um alto nível de confiança na integridade tanto nos processos executados 

sob o controlo do sistema informático como naqueles processos controlados e/ou ligados 

a sistemas de computadorizados. 

Page 29: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

10  

Para  sistemas  proprietários,  quando  o  fornecedor  tenha  completado  o  ciclo  de 

desenvolvimento  independentemente,  então,  dependendo  da  natureza  da  aplicação 

pretendida, o titular da autorização de fabrico ou comprador, podem necessitar de avaliar 

as  evidências  de  desenvolvimento  /  validação  do  produto,  junto  do  fornecedor, 

nomeadamente nos seguintes pontos (European Commission 2008): 

“… 

1. Gestão de Risco 

1.1. Decisões  sobre  a  extensão  de  validação  e  controlo  de  integridade  dos  dados 

devem  ser  baseadas  e  justificadas  num  documento  de  avaliação  de  risco  do 

sistema  informatizado,  no  que  diz  respeito  ao  seu  impacte  na  qualidade  e 

segurança do produto assim como na segurança e integridade dos dados. 

2. Pessoal  

2.1. É essencial que haja uma grande  colaboração  entre o pessoal  chave,  tais  como 

utilizadores,  administradores  de  sistema,  pessoal  da  garantia  da  qualidade  e 

pessoal  técnico  (tanto  dos  colaboradores  internos  como  dos  prestadores  e 

serviços)  envolvidos  no  desenvolvimento,  validação,  gestão  e  utilização  de 

sistemas  informatizados.  Pessoas  que  exercem  esses  papéis  devem  ter 

qualificações  adequadas  e  documentadas,  formação,  conhecimentos  técnicos, 

responsabilidades e experiência para realizar as funções que lhes estão atribuídas. 

3. Validação  

3.1. O  sistema  de  qualidade  do  titular  da  autorização  de  fabrico,  necessitará  de  

incluir políticas e planos para a validação de sistemas  informatizados, bem como 

listagens actualizadas dos sistemas e das suas  funcionalidades GxP. O estado de 

validação  de  cada  sistema  deve  estar  claramente  definido  no  programa  de 

validação. A extensão da validação necessária dependerá do tipo, complexidade e 

risco dos sistemas informatizados e da avaliação de risco do titular da autorização 

de fabrico. 

3.2. Para  a  validação  de  sistemas  informatizados  significativamente  personalizados, 

deve haver um processo em que  se assegure a avaliação  formal e  comunicação 

dos padrões de qualidade e de desempenho para todas as fases do ciclo de vida do 

software e de desenvolvimento do sistema, a sua  implementação, qualificação e 

Page 30: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

11  

aceitação, operação modificação, requalificação, manutenção, suporte contínuo e 

abate, (em relação aos sistemas personalizados, os controlos acima descritos são 

necessários para os aspectos de personalização e seus impactos no sistema como 

um todo). 

3.3. A documentação de validação deve abranger todas as etapas pertinentes do ciclo 

de  vida  específico  do  projecto,  requerendo métodos  adequados  de medição  e 

comunicação (por exemplo, relatórios de avaliação e os pormenores de qualidade 

e medidas de teste). Os requisitos dos utilizadores devem ser rastreados durante o 

processo de validação / ciclo de vida. Os titulares de autorização de fabrico devem 

ser  capazes  de  justificar  e  defender  os  seus  padrões,  protocolos,  critérios  de 

aceitação, procedimentos e registos, à luz das avaliações complexidade e do risco 

documentado, visando garantir a adequação para o propósito e a conformidade 

regulamentar. 

3.4. A documentação de validação deve incluir o controlo de alterações e os registos de 

erro gerados durante o processo de validação. 

3.5. Em relação à fase de testes do processo de validação:  

Deve  ser  avaliada  a  adequação  das  ferramentas  automatizadas  de  teste 

utilizadas para fins de validação. 

Devem  ser  incluídas evidências dos  testes de provocação, em especial os das 

definições dos parâmetros do sistema e dos dados e tratamento de erro.  

3.6. Na  adequação  das  melhores  práticas  para  avaliação  de  riscos  e  gestão  da 

mudança, o titular da autorização de fabrico deve realizar revisões periódicas aos 

sistemas  informatizados  para  determinar  se mudanças  incrementais,  problemas 

de desempenho do sistema, ou a evolução da regulamentação implicam trabalha 

adicional no sentido de reconfirmar a validação ou a  integridade dos dados. Tais 

revisões  devem  incluir  a  gama  actual  de  funcionalidade,  os  registos  de  erro, 

actualização  da  história,  o  desempenho,  fiabilidade,  segurança  e  relatórios  do 

estado de validação. 

 

 

Page 31: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

12  

3.7. A validação de sistemas apoiados em base de dados deve incluir o seguinte: 

Mecanismos para garantir a  integridade dos dados em  termos de precisão e 

fiabilidade (por exemplo macros, para verificação da estrutura lógica de dados, 

desenho de tabelas, etc.). 

Meios  para  garantir  a  segurança  dos  dados  (controlo  de  acessos,  tipo  de 

visionamento, mecanismos internos de encriptação). 

Controlo de  transacções  / protocolos  (particularmente  importante no que diz 

respeito ao bases de dados distribuídas). 

Articulação  entre  diferentes  bases  de  dados  (o  software  desenvolvido  para 

interligar diferentes bases de dados proprietárias). 

Mecanismos de  recuperação  (recuperação de uma base de dados para o  seu 

estado consistente após um falha). 

O teste de carga (incluindo as necessidades presentes e futuras de crescimento 

da base de dados). 

Meios para monitorização pós‐acompanhamento do desempenho do sistema e 

o crescimento da base de dados. 

Arquivo de dados em tempo real se aplicável. 

3.8. As  folhas  de  cálculo  devem  ser  devidamente  verificadas  quanto  à  precisão  e 

fiabilidade  e  armazenadas  de  forma  que  se  garanta  o  controlo  apropriado  da 

versão. Deve ser garantida a segurança dos cálculos, bloqueando as fórmulas para 

que estas não sejam intencionalmente ou acidentalmente substituídas. Os cálculos 

devem  ser executados  com a precisão exibida  (no monitor ou em  relatórios). As 

fórmulas  devem  ser  protegidas  da  entrada  acidental  de  um  tipo  de  dados 

inapropriado  (por  exemplo:  texto,  num  campo  numérico  e  /  ou  um  formato 

decimal no campo inteiro). 

4.  Sistema  

4.1. Um  inventário,  ou  lista  de  todos  os  sistemas  informatizados  é  essencial.  O 

inventário deve mencionar o  local e a  finalidade do  sistema  informatizado. Esta 

lista deverá  indicar a categoria de  risco avaliada de cada  sistema. Sistemas que 

Page 32: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

13  

têm  uma  influência  em  actividades  reguladas  precisam  ser  identificados.  Os 

titulares  de  autorização  de  fabrico  deverão  manter  registos  detalhados  das 

características físicas, das estruturas  lógicas e das  infra‐estruturas de controlo de 

ambientes  seguros,  conjuntamente  com  descrições  detalhadas  actualizadas  de 

cada sistema, os fluxos de dados e interacções com outros sistemas ou processos. 

Estes devem ser tratados como documentos controlados.  

4.2. As  especificações  actuais  devem  estar  disponíveis  (incluindo  diagramas,  se 

apropriado)  devendo  descrever  as  funções  necessárias  do  sistema,  qualquer 

modularidade e  suas  relações,  suas  interfaces  e  ligações externas, os  limites do 

sistema,  principais  entradas  e  saídas,  principais  tipos  de  dados  armazenados, 

tratados  ou  transformados,  quaisquer  pré‐requisitos  de  hardware  e  software  e 

medidas  de  segurança.  Deve  ser  prestada  atenção  à  localização  em  condições 

adequadas  do  hardware,  onde  factores  estranhos  não  possam  interferir  com  o 

funcionamento do sistema. 

5. Software 

5.1. O  software  é um  componente  crítico de um  sistema  informatizado. O utilizador 

deve  tomar as medidas  razoáveis para garantir que ele  tenha sido produzido de 

acordo  com  um  sistema  adequado  de Garantia  da Qualidade. O  fornecedor  de 

software deve ser devidamente qualificado, o que pode incluir a sua avaliação e / 

ou auditoria.  

5.2. Os sistemas informatizados devem ser concebidos e desenvolvidos de acordo com 

um sistema de gestão de qualidade adequado. A documentação fornecida com os 

produtos comerciais deve ser revista pelos titulares de autorização de fabrico para 

verificar que se os requisitos do utilizador estão satisfeitos.  

5.3. Informações  sobre  o  sistema  de  qualidade  e  de  auditorias,  relativos  aos 

fornecedores  ou  desenvolvedores  de  software  e  sistemas,  implementados  pelo 

titular  da  autorização  de  fabrico,  devem  ser  disponibilizados  aos  inspectores,  a 

pedido,  como  material  de  apoio  destinado  a  demonstrar  a  qualidade  dos 

processos de desenvolvimento. 

 

 

Page 33: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

14  

6. Dados 

6.1. O  sistema  deve  incluir,  se  for  caso  disso,  verificações  internas  para  verificar  da 

entrada e processamento correcto e seguro de dados, incluindo dados transcritos 

manualmente  de  outros  meios  ou  sistemas,  como  por  exemplo,  portáteis  de 

laboratório,  ou  relatórios  de  outros  sistemas  ou  instrumentos,  que  não  estão 

directamente interligados com o sistema informatizado. Os sistemas de controlo e 

gestão  de  dados  e  documentos  devem  ser  concebidos  para  assegurar  a 

integridade dos dados e a gravação irrefutável da identidade dos operadores que 

entram  ou  confirmam  dados  (ou  seja  a  partilha  de  senhas  de  acesso  não  é 

permitida),  assim  como  da  origem  e  fonte  dos  dados  registados  ou  recebidos 

automaticamente.  Sistemas  críticos  devem  ser  projectados  e  protegidos  para 

assegurar que os dados e arquivos não podem ser alterados sem as autorizações 

adequadas.  Devem  existir  registos  de  actividade  electrónicos  imutáveis,  para 

alterações  feitas para todos os níveis de acesso,  incluindo os administradores do 

sistema.  

7. Teste de utilizador e adequação do sistema ao propósito  

7.1. Antes que um sistema  informático substituto, novo ou actualizado seja colocado 

em uso, deverá ser completamente especificado, documentado, validado, testado 

e  aprovado  conforme  referido  nas  secções  anteriores  deste  anexo.  O  pessoal 

utilizador deve  ter  recebido  treino eficaz documentado sobre a utilização de  tais 

sistemas  (ver  anexo  15  que  também  fornece  alguns  conselhos  sobre  o  teste  de 

aceitação  do  utilizador). Quando  estão  a  ser  substituídos,  sistemas manuais  ou 

sistemas  informatizados  pré‐existentes  pode  ser  adequado  realizar  testes 

comparativos “em paralelo", ou "em série". 

8. Segurança  

8.1. Devem  ser  criados  controlos  físicos  e  /  ou  lógicos  para  restringir  o  acesso  dos 

sistemas  informatizados  somente  a  pessoas  autorizadas.  Métodos  eficazes  de 

prevenir a  entrada a áreas de acesso  restrito de  equipamento  informático  e de 

armazenamento de dados, incluem o uso de chaves, cartões magnéticos pessoais, 

códigos com senhas e biometria entre outros. 

8.2. O acesso a aplicações, pastas, arquivos e dados deve  ser  controlado através de 

permissões  de  execução,  definidas  no  sistema  de  gestão  de  segurança  de 

Page 34: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

15  

informação  do  titular  da  autorização  de  fabrico  (Information  Security 

Management System ISMS)  

8.3. Métodos adequados, proporcionais à criticidade dos dados, devem  ser criados e 

implementados  para  impedir  e  registar  a  entrada  e/ou  modificações  não 

autorizada de dados. Estes métodos podem  incluir o  limite do  tempo de acesso, 

encriptação ou reintrodução de identificador único para dados críticos.  

8.4. No  ISMS deve haver um procedimento definido, que permita o  rastreamento da 

atribuição,  alteração  e  cancelamento  de  autorização,  de  acesso  ao  sistema  à 

aplicação ou ao acesso a dados. 

8.5. Devem ser considerados, com base numa avaliação de risco, mecanismos para a 

detecção de tentativas de acesso não autorizado ao sistema, a arquivos e dados, 

de modo a definir acções adequadas.  

9. Verificação de Precisão  

9.1. Para a  inserção manual ou por  transferência de outro sistema, de dados críticos 

(por exemplo: o peso e o número do lote durante a preparação, ou a introdução de 

dados de  laboratório), deve haver uma verificação adicional sobre a precisão do 

registo que é  feito, antes do processamento desses dados. Essa verificação pode 

ser feita por um segundo operador, ou por meio electrónico validado. A criticidade 

e as consequências potenciais de dados errados ou digitados incorrectamente num 

sistema, devem ser avaliados numa avaliação de risco e como parte da validação.  

9.2. Se um sistema informatizado controla um processo crítico (em que a criticidade é 

baseada na avaliação de risco, como documentado por um processo do titular de 

autorização),  uma  verificação  independente  secundária  de  parâmetros  críticos 

desse processo deve ser implementada. 

10. Rastreabilidade para auditoria 

10.1. O sistema deve permitir o registo da identidade única de operadores que inserem 

ou  confirmam  dados  críticos.  Qualquer  entrada  ou  alteração  de  dados  críticos 

deve  ser autorizada e  registada  com a  justificação para a mudança. Deverá  ser 

dada atenção à  implementação no sistema, de um registo completo de todas as 

entradas  e  alterações  (um  sistema  gerando  "rastreabilidade  de  auditoria").  A 

rastreabilidade de auditoria necessita de reflectir com precisão as alterações (por 

Page 35: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

16  

exemplo,  se  um  registo  electrónico  relevante  é  criado  usando  um  determinado 

número  de  campos,  todos  estes  devem  ser  ligados  para  a  rastreabilidade  de 

auditoria. O objectivo é  saber em qualquer ponto do  tempo que  informação  foi 

registada). Os  rastreios  de  auditoria  devem  estar  disponíveis  e  conversíveis  em 

forma legíveis. 

11. Assinaturas  

11.1. Os  registos electrónicos podem  ser assinados, ou electronicamente ou por uma 

assinatura  numa  cópia  impressa  do  registo.  Isso  só  é  aceitável  se  todas  as 

informações  relevantes  de  meta‐dados  estiverem  incluídas  na  impressão.  As 

assinaturas electrónicas e identificação por meios biométricos são desejáveis se:  

São legalmente equivalentes à assinatura manuscrita,  

Estão ligados ao registo respectivo,  

Incluem a data e a hora em que foram aplicados. 

11.2.  Podem  ser  aplicáveis  requisitos  legais  nacionais  para  o  controlo  dos  registos 

electrónicos e das identidades ou assinaturas electrónicas a eles ligadas. As cópias 

impressas  dos documentos  electronicamente  compilados  e  assinados  devem  ser 

rastreavam através da impressão de caminhos na transacção electrónica original. 

12. Controlo de alterações e gestão de configuração 

12.1. A alteração de qualquer componente de um sistema informatizado deve ser feita 

apenas  em  conformidade  com  procedimentos  e  politicas  de  gestão  de  risco 

definidos pelo titular de autorização de fabrico. Estes procedimentos devem incluir 

disposições para a avaliação do  impacte da mudança, na qualidade do produto, 

na integridade do sistema de dados. Deve ainda ser referido o âmbito de qualquer 

trabalho de validação necessário, com o seu relato e revisão, de modo a aprovar e 

implementar a mudança. 

13.  Impressos 

13.1. A  Impressão  de  registos  deve  indicar  se  algum  dos  dados  foi  alterado  desde  a 

entrada original. Para  sistemas  complexos, pode  também  ser necessário que os 

inspectores sejam capazes de aceder e estudar os sistemas de registos electrónicos 

Page 36: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

17  

em  tempo  real  (por  exemplo,  bases  de  dados,  cromatografias,  controlo  de 

processos, etc.)  

14. Armazenamento de Dados 

14.1. A segurança dos dados deve ser garantida por meios físicos e electrónicos contra 

danos dolosos ou acidentais. Os meios de armazenamento utilizados devem  ser 

submetidos a uma avaliação de qualidade,  fiabilidade e durabilidade por ou em 

nome  do  titular  de  autorização  de  fabrico.  Os  dados  armazenados  devem  ser 

verificados  para  a  acessibilidade,  durabilidade,  legibilidade  e  precisão.  Os 

mecanismos de verificação não devem constituir um risco para os dados presentes 

no sistema. Se são propostas mudanças para os equipamentos ou seus programas, 

os  controlos  acima  mencionados  devem  ser  realizados  com  um  frequência 

adequada para o suporte de armazenamento a ser utilizado. O acesso aos dados 

deve ser garantido durante todo o período de retenção. 

15. Cópias de segurança; Migração, Recuperação; Arquivo 

15.1. Devem ser feitas cópias de segurança regulares de todos os dados pertinentes. As 

cópias  de  segurança  dos  dados  devem  ser  armazenadas  num  local  separado  e 

seguro.  A  integridade  e  precisão  das  cópias  e  segurança  dos  dados  devem  ser 

verificados durante ou após a conclusão do processo  

15.2. Caso o sistema não tenha capacidade de retenção de registos para o período de 

tempo especificado os dados devem ser devidamente arquivados. A segurança dos 

dados  arquivado,  deverá  ser  garantida  por  meios  físicos  e/ou  por  meios 

electrónicos  contra  danos  intencionais  e/ou  acidentais.  Estes  dados  devem  ser 

verificados periodicamente sobre a sua acessibilidade, durabilidade, legibilidade e 

integridade.  Se  forem  feitas  alterações  no  equipamento  do  computador  ou  nos 

seus  programas,  deve  ser  em  seguida  verificada  a  capacidade  de  restaurar  os 

dados. 

15.3. As práticas de cópias de segurança, arquivo, recuperação precisam ser definidas, 

testadas e estabelecidas em conformidade com o sistema de gestão da qualidade 

do titular da autorização de fabrico, o ISMS e requisitos de gestão de risco. 

 

 

Page 37: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

18  

16. Continuidade de Operações 

16.1. Para  a  implementação  de  sistemas  informatizados  apoiando  processos 

regulamentares  críticos  ou  de  risco  de  vida,  devem  ser  tomadas medidas  para 

garantir a continuidade do apoio aqueles processos em caso de avaria do sistema 

(por  exemplo,  um  sistema  alternativo  manual).  O  tempo  necessário  para 

implementar  soluções  alternativas  deve  ser  mínimo  e  adequado  para  um 

determinado sistema. Estas disposições deverão ser devidamente documentadas e 

testadas.  

17. Gestão de Incidentes  

17.1. Falhas  do  sistema  e  erros  de  dados  devem  ser  monitorizados,  registados, 

analisados e acções correctivas e preventivas devem  ser executadas  conforme o 

caso. Devem  ser  definidos  e  verificados  os  procedimentos  a  seguir  em  caso  de 

falha ou rotura do sistema 

18. Fornecedores  

18.1. Quando  agências  externas,  fornecedores  ou  outros,  fornecem,  instalam, 

configuram, integram, validam, mantêm ou modificam um sistema informatizado, 

processam dados ou prestam serviços relacionados, deve haver um acordo formal 

explícito definindo claramente as responsabilidades desses agentes  

18.2. Para  que  o  titular  da  autorização  de  fabrico  possa  assegurar  que  os  produtos 

medicinais estão aptos para o uso pretendido, a competência e a fiabilidade dos 

fornecedores  são  factor  essencial  na  escolha  de  um  produto  ou  prestador  de 

serviços  para  que  tal  objectivo  possa  ser  assegurado.  A  necessidade  de  uma 

auditoria  de  apoio  para  este  fim  (selecção  de  fornecedores)  deve  ser  baseada 

numa  avaliação  de  risco  (em  relação  ao  impacto  do  sistema  na  qualidade  e 

segurança  do  produto,  bem  como  na  segurança  e  integridade  de  dados)  para 

determinar se o sistema informatizado foi projectado e desenvolvido, e é mantido, 

em  conformidade  com  um  sistema  adequado  de  gestão  da  qualidade.  A 

continuidade  do  suporte  técnico  dos  fornecedores  deve  ser  documentada  num 

contrato escrito. 

 

 

Page 38: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

19  

19. Libertação de lotes  

19.1. Quando a  libertação de  lotes para venda ou o fornecimento é efectuado através 

de  um  sistema  informático,  o  sistema  deverá  permitir  que  apenas  uma  pessoa 

qualificada ateste a libertação dos lotes e deve claramente identificar e registar a 

pessoa  que  libertou  esses  lotes.  Qualquer  certificação  produzida  por  sistemas 

informatizados  deve  estar  claramente  relacionada  com  a  identidade  da  pessoa 

que certificou. Os nomes devem ser claramente declarados e rastreáveis para as 

operações de verificação ou auditoria, relacionadas com GMP, tanto para o caso 

dos  registos  electrónicos  como para os  impressos,  com a data, hora  contexto  e 

identidades (fonte humana ou electrónica). 

…”  

Também  o  Guia  do  Conselho  da  Europa  (Council  of  Europe.  2009)  descreve  nos  seus 

princípios  e  padrões  a  necessidade  da  realização  por  parte  do  utilizador  final,  de 

procedimentos de validação com pontos semelhantes aos descritos anteriormente. 

Os  SSS  são  desenhados  para  impossibilitarem  a  distribuição  de  sangue  ou  produtos 

sanguíneos inadequados pelo que devem ser considerados dispositivos críticos já que a sua 

utilização está ligada directamente ao processo de produção, teste, rotulagem e libertação 

para transfusão de sangue ou de componentes sanguíneos, e são utilizados para manipular 

e  armazenar  a  informação  relacionada  (ISBT,  Bocker  et  al.  2003;  ISBT,  Sampson  et  al. 

2010). A verificação, validação e certificação são actividades essenciais no ciclo de vida de 

qualquer sistema integrado considerado crítico para a segurança. 

O desenvolvimento de qualquer sistema não está completo sem a realização de um teste 

rigoroso  e  verificação  de  que  a  aplicação  é  compatível  com  as  especificações.  Com  o 

aumento da complexidade do software nos sistemas, o processo de verificação e validação 

(V&V) tem‐se tornado cada vez mais importante e o seu planeamento é necessário a partir 

do início do ciclo de vida do desenvolvimento. 

Durante  os  últimos  30  a  40  anos,  o  desenvolvimento  de  software  tem  evoluído  de 

pequenas  tarefas, envolvendo um pequeno número de pessoas, para  tarefas de grandes 

dimensões  envolvendo muitas mais.  Anteriormente,  verificação  e  validação  consistiam 

num processo informal realizado pelo próprio engenheiro de software. Com o aumento da 

complexidade dos sistemas tornou‐se óbvio que continuar este tipo de teste resultaria em 

Page 39: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

20  

produtos  pouco  fiáveis.  Tornou‐se  necessário  olhar  para  V&V  como  uma  actividade 

independente  integrada  na  perspectiva  global  do  ciclo  de  vida  do  desenvolvimento  de 

software. A V&V actualmente é abordada de uma  forma  significativamente diferente do 

passado, uma vez que é praticada ao longo de todo o ciclo de vida do software. É também 

muito  formalizada  e,  por  vezes,  as  actividades  são  realizadas  por  organizações 

independentes do fabricante do software (Andriole 1986). Além disso, como a V&V é um 

componente importante de apoio à certificação está muito relacionada com a mesma. 

A  qualidade  do  Software  deve  focalizar‐se  na  prevenção  da  introdução  de  defeitos  no 

processo de desenvolvimento e não em tentar "testar e introduzir a qualidade" no código 

fonte,  depois  de  ele  ter  sido  escrito  na  totalidade.  Os  testes  de  software  são  muito 

limitados  na  sua  capacidade  de  detectar  todos  os  defeitos  latentes  no  código  já  que  a 

complexidade da maioria dos softwares  impede que sejam testados exaustivamente. São 

no entanto uma actividade necessária, mas na maioria dos casos, não são suficientes para 

estabelecer  a  confiança  de  que  o  software  está  apto  para  o  uso  pretendido.  Para 

estabelecer  essa  confiança, os programadores de  software devem usar uma mistura de 

métodos  e  técnicas  para  evitar  erros.  A melhor  combinação  de métodos  depende  de 

muitos  factores,  incluindo  o  ambiente  de  desenvolvimento,  aplicação,  tamanho  do 

projecto, a linguagem, e o risco envolvido (FDA/CBER (U.S.) 2002). 

O  termo “validação” é  interpretado de diferentes  formas em  campos diferentes. Alguns 

autores utilizam os termos “verificação” e “validação” sem qualquer distinção e em alguns 

casos é  referido  “verificação, validação e  teste  (VV&T)”  como  sendo um único  conceito, 

sem  distinção  entre  os  três  termos  (FDA/CBER  (U.S.)  2007). No  âmbito  das normas  ISO 

“verificação” e “validação” são tratados como termos distintos e separadamente. 

Verificação é definida como "o processo de avaliação de um sistema ou componente para 

determinar  se  os  produtos  de  uma  determinada  fase  de  desenvolvimento  satisfazem  as 

condições impostas no início dessa fase." (IEEE. 1990; FDA/CBER (U.S.) 2002) A verificação 

de software olha de um modo exaustivo para a consistência, integralidade e exactidão, do 

software e da sua documentação, durante o seu desenvolvimento, e fornece as bases para 

uma decisão posterior  relativa  à  sua  validação  (FDA/CBER  (U.S.) 2002). A  verificação de 

software significa a confirmação por exame e disponibilização de evidências objectivas que 

os  requisitos  especificados  foram  cumpridos  (FDA/CBER  (U.S.)  2002;  FDA/CBER  (U.S.) 

2007). 

Page 40: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

21  

Validação, por outro  lado,  é definida  como  "o  processo  de  avaliação  de  um  sistema  ou 

componente  durante  ou  no  final  do  processo  de  desenvolvimento  para  determinar  se 

satisfaz  os  requisitos  especificados"  (IEEE.  1990)  ou  "confirmação  por  exame  e 

fornecimento  de  evidências  objectivas  de  que  as  especificações  particulares  para  as 

utilizações  pretendidas  do  software  podem  ser  consistentemente  satisfeitas"  (FDA/CBER 

(U.S.) 2007). Para a FDA, a conclusão de que um software está validado está dependente 

de testes que abrangem a inspecção, análise, e outras tarefas de verificação a realizar em 

cada fase do ciclo de vida do desenvolvimento do software. 

Portanto, a verificação demonstra simplesmente a coerência entre a entrada e saída dos 

resultados  nas  diferentes  fases  do  processo.  Não  irá  detectar  erros  resultantes  da 

especificação  incorrecta  de  entradas,  podendo  esses  erros  propagar‐se  sem  serem 

detectados  através  de  fases  posteriores  do  ciclo  de  desenvolvimento.  Não  é  suficiente 

depender apenas da verificação, pelo que a validação é necessária para comprovar se há 

problemas com a especificação e para demonstrar que o sistema está operacional. 

Dependendo da situação e da  fase do ciclo de vida do software ou do sistema podemos 

considerar 3 tipos de validação. 

“Validação  concorrente  é  a  validação  realizada  quando  não  há  possibilidade  de 

completar um programa de validação antes de libertar um produto ou parte dele. 

Neste caso,  todas as preocupações da validação devem  ser documentadas antes 

da libertação do produto. 

Validação prospectiva  é  a  validação  realizada  antes da distribuição de qualquer 

novo produto, ou produto fabricado ao abrigo do processo de fabrico revisto, em 

que as  revisões podem afectar as características do produto”  (ISBT, Bocker et al. 

2003). 

“Validação retrospectiva é a validação de qualquer SISS ou SSS que já esteja a ser 

utilizado  para  gerir  registos  críticos.  Deve  fazer  parte  de  um  programa  de 

correcção  que  pode  incluir  a  retirada  ou  substituição  do  actual  sistema  para 

cumprir  com  as  especificações  reguladoras.  No  caso  de  sistemas  de  bases  de 

dados,  a  validação  retrospectiva pode  ser utilizada para  confirmar  a  integridade 

dos registos existentes” (Wingate 2004). 

 

Page 41: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

22  

Tendo em conta que a validação se pode  tornar uma  tarefa bastante onerosa,  tanto em 

tempo  como economicamente, deve  ser  colocado ênfase em  conseguir obter  resultados 

reprodutíveis  e  de  grande  qualidade,  e  não  em  testes  extensos  desnecessários  e  em 

documentação demasiadamente detalhada (Tracy and Nash 2002).  

Quanto à certificação esta pode ser definida como a demonstração formal da realização de 

um  processo  de  confirmação,  evidenciando  que  um  sistema  ou  componente  está  em 

conformidade  com  os  requisitos  especificados  e  é  aceitável  para  uso  operacional  (IEEE. 

1990). 

Uma das características associadas ao software é a rapidez e facilidade com que este pode 

ser alterado. No entanto, devido à sua complexidade, o processo de desenvolvimento de 

software  deverá  ser  alvo  de  um  controlo  ainda mais  apertado  do  que  o  hardware,  de 

forma  a  prevenir  problemas  que  podem  não  ser  facilmente  detectados mais  tarde  no 

processo de desenvolvimento (FDA/CBER (U.S.) 2002). 

Embora possa não fazer parte da validação do sistema, cada serviço de sangue deve basear 

a sua escolha de um SSS numa avaliação e comparação dos softwares existentes em função 

das  suas  necessidades,  devendo  posteriormente monitorizar  a  existência  de  relatos  de 

ocorrências relativas a esse sistema (FDA/CBER (U.S.) 2007). 

A ISBT considera que a validação deve começar no momento em que se toma a decisão de 

adquirir um  SISS  (cujo  conceito engloba os  sistemas de  informação e equipamentos) ou 

implementar um novo processo (ISBT, Bocker et al. 2003). 

A validação de um SISS deve reflectir e antecipar a verdadeira utilização do sistema nesse 

local específico. 

Alterações  efectuadas  a  um  processo  existente  devem  dar  início  a  um  processo  de 

validação  como  parte  do  procedimento  de  controlo  de  alterações  (ISBT,  Bocker  et  al. 

2003).  É  necessário  garantir  a  implementação  de  um  processo  eficaz  de  gestão  das 

alterações para determinar tanto os seus potenciais benefícios, custos e efeitos, como para 

garantir que foram adequadamente testadas (Evans 2004). 

Devido à complexidade dos SISS e dos SSS, mudanças pontuais aparentemente pequenas 

podem ter um impacte significativo no sistema global. Quando qualquer alteração (mesmo 

que pequena) é feita no SISS, é necessário que seja restabelecido o estado de validação do 

software. Sempre que o software é alterado, deve ser realizada uma análise de validação 

Page 42: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

23  

não  só para  validação de  cada mudança, mas  também para determinar  a  extensão  e o 

impacte dessa alteração sobre a totalidade do sistema. A realização de um nível adequado 

de testes retrospectivos deve permitir determinar se porções inalteradas, mas vulneráveis, 

do sistema não foram prejudicadas. A análise e testes retrospectivos adequados fornecem 

a confiança de que o software está validado após uma alteração. É recomendável, quando 

a análise for  indicativa disso, que se faça a repetição de casos de teste em que o sistema 

passou  previamente,  fazendo  assim  uma  comparação  actual–retrospectiva  (FDA/CBER 

(U.S.) 2002). Quando o  fabricante  realiza  alterações  ao  software,  este deve  informar os 

clientes de que outras funções podem ter sido afectadas. No entanto, a responsabilidade 

por  assegurar  que  o  SISS  foi  validado  para  a  utilização  pretendida  continua  a  ser  do 

utilizador do serviço de sangue ou de medicina transfusional (FDA/CBER (U.S.) 2007). 

Na perspectiva da FDA, as actividades de validação devem ser conduzidas cumprindo com 

o  preceito  básico  da  garantia  da  qualidade  de  “independência  da  revisão”.  A  auto‐

validação  é  difícil.  Quando  possível,  uma  avaliação  independente  é  sempre  melhor, 

especialmente  para  aplicações  de  risco mais  elevado.  Em  alguns  casos  são  contratados 

terceiros  para  uma  verificação  e  validação  independentes, mas  esta  solução  pode  nem 

sempre ser viável. Outra abordagem pode ser a atribuição das actividades de verificação e 

validação a funcionários internos com conhecimentos suficientes para avaliar o projecto e 

que não estão envolvidos na sua concepção ou execução (FDA/CBER (U.S.) 2002). 

O que parece ser óbvio, é que o processo de validação pelo utilizador deve ser realizado 

por uma entidade que não  tenha  conflitos de  interesse  com o  fornecedor, podendo  ser 

realizado pelo próprio utilizador ou por terceiros.  

Os utilizadores finais devem desenvolver e executar o seu próprio plano de validação, mas 

quando necessário e viável, podem contratar consultores independentes para aconselhar e 

desenvolver  os  materiais  necessários  para  a  realização  da  validação  ou  mesmo  para 

realizar todo o processo. Os fornecedores devem fazer a verificação da instalação, mas não 

a  validação  operacional  e  dos  processos.  Permitindo  que  os  fornecedores  do  software 

trabalhem juntos com os utilizadores e terceiros (consultores de software independentes) 

talvez se obtenha um padrão mais elevado de funcionamento do software. 

 

 

Page 43: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

24  

2.2 Quanta validação é necessária: a gestão do risco 

A validação de software consiste, principalmente, em desenvolver um nível de confiança 

de que o dispositivo cumpre todos os requisitos e expectativas do utilizador relativamente 

às  características e  funções automatizadas que possui e pode  constituir uma boa  forma 

dos utilizadores “aprenderem” o sistema. 

O nível de confiança e o nível do esforço de validação necessários variam, dependendo dos 

potenciais perigos que representam as funções automatizadas do sistema. A própria FDA 

refere  que  se  deve  usar  a  abordagem menos  pesada  para  cumprir  com  os  requisitos 

reguladores  (FDA/CBER  (U.S.)  2002).  O  plano  de  teste  e  casos  de  teste  devem  ser 

desenvolvidos  com  base  numa  avaliação  de  risco  numa  fase  precoce  do  processo  de 

validação. Com base nos riscos e pontos críticos identificados, deve ser determinado o grau 

de validação necessária e desenvolvido o plano e casos de teste adequados. Por exemplo, 

as possíveis consequências fatais da falha de uma função automatizada implicam um grau 

de teste mais elevado (FDA/CBER (U.S.) 2007). 

Deve optar‐se por uma abordagem baseada no risco para garantir que se vão focalizar os 

esforços, nos pontos em que é mais provável ocorrerem problemas. Ter em conta o risco 

inerente à falha de diferentes partes do sistema, permite‐nos testar até um nível razoável, 

e evitar gastar muito tempo a testar detalhes (Evans 2004). 

A  avaliação  de  riscos  é  necessária  quando  um  novo  sistema  automatizado  está  a  ser 

implementado,  actualizado  ou  a  sua  retirada  de  funcionamento  está  a  ser  planeada.  A 

avaliação  de  riscos  deve  ser  realizada  para  identificar  pontos  de  controlo  críticos,  para 

determinar  os  tipos  de  testes  necessários  e  definir  planos  de mitigação  de  risco.  Isso 

requer  considerações  sobre o  impacto, probabilidade e detectabilidade de um potencial 

perigo ou de dano para um sistema informatizado. 

A avaliação de  riscos  também analisa os pontos críticos de controlo no  software e pode 

identificar  as  áreas em que,  se houver uma  falha ou mau  funcionamento, pode ocorrer 

dano para o paciente, dador ou actividade/empresa. 

A  avaliação  dos  riscos  tem  um  lugar  importante  no  processo  de  validação,  pois  pode 

maximizar recursos pela utilização de testes "melhores e mais inteligentes”. Uma vez que é 

impossível testar tudo, é melhor identificar as funcionalidades que implicam maior risco e 

gastar proporcionalmente mais  tempo e esforço na validação destes processos. Fornece 

um conjunto de directrizes para garantir que os módulos com o grau de risco mais alto são 

Page 44: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

25  

abordados mais  fortemente.  Uma  vez  definida,  uma  avaliação  de  risco  contribui  para 

explicar  o  impacte  de  uma  falha  do  software,  seja  ele  funcional  ou  financeiro  (ISBT, 

Sampson et al. 2010). 

Muitos sistemas automatizados utilizados em bancos de sangue são considerados pacotes 

de  software configurável. Uma característica  típica destes  sistemas é que eles permitem 

que  cada  utilizador  final  desenvolva  as  suas  próprias  parametrizações, 

personalizando/configurando  o  sistema.  Cada  aplicação  torna‐se  específica  para  esse 

utilizador  e  a manutenção  do  sistema  torna‐se  um  processo  importante,  especialmente 

quando  são  instaladas  novas  actualizações  para  o  sistema.  Muitas  vezes,  o  sistema 

configurável faz parte de uma rede muito maior, que por sua vez constitui todo o sistema. 

Isto  impossibilita  ao  vendedor  a  validação  de  cada  tipo  diferente  de  sistema  final.  A 

quantidade  de  testes  e  quantas  vezes  o  mesmo  processo  é  testado,  dependem  da 

quantidade  de  risco  que  a  funcionalidade  possa  apresentar.  Isso  deve  fornecer  ao 

utilizador  um  maior  grau  de  certeza/garantia  de  que  o  sistema  irá  produzir 

consistentemente um produto de qualidade. 

É necessária uma abordagem sistemática para realizar uma avaliação exaustiva dos riscos. 

Primeiro, deve ser  identificado cada risco potencial de um sistema ou subsistema e deve 

ser rastreado qual o factor, evento ou causa que o activa. As informações relativas a cada 

risco potencial são colhidas, analisadas e classificadas  

Em seguida, devem ser fornecidas opções para a redução do risco, seja para o mitigar e/ou 

eliminar. Pode ser decidido que os riscos no sistema são tão elevados, que este não deve 

ser  implementado.  Se  for decidido  avançar  com  a  implementação, devem  ser utilizados 

controlos,  do  processo  ou  do  produto,  para  reduzir/mitigar  e/ou  eliminar  os  riscos 

potenciais identificados.  

Devem ser dadas opções para reduzir, mitigar e/ou eliminar o risco. A mitigação envolve 

geralmente a criação de soluções alternativas, quer com software  independente ou com 

procedimentos  operatórios  normalizados  escritos  que  impeçam  o  utilizador  final  de 

replicar  o  processo  que  cria  risco  no  sistema  (desvio  em  relação  ao  desejável).  A 

Documentação  de  todo  o  processo  deve  ser  elaborada,  aprovada  e  controlada  (ISBT, 

Bocker et al. 2003; ISBT, Sampson et al. 2010). 

 

 

Page 45: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

26  

Várias abordagens de avaliação de risco são possíveis. 

Um consórcio, no qual se inclui a American Medical Informatics Association (AMIA) definiu 

um conjunto de recomendações à FDA (Miller and Gardner 1997), entre as quais se  inclui 

uma classificação para sistemas de software clínico em quatro categorias conforme o risco 

(tabela 1). 

Tabela 1 ‐ Categorias de risco de software clínico 

Categoria 0  Sistemas  genéricos  ou  informativos  que  fornecem  conteúdo factual 

Categoria 1  Sistemas  de  risco  baixo  específicos  dos  pacientes,  que  efectuam funções  complexas  relacionadas  com  a  saúde  com  risco  clínico relativamente baixo e possibilitam aos profissionais ignorar as suas acções ou indicações 

Categoria 2  Sistemas  de  risco  intermédio  específicos  dos  pacientes,  que efectuam  funções complexas relacionadas com a saúde com risco clínico  relativamente  elevado, mas  possibilitam  aos  profissionais ignorar as suas acções ou indicações 

Categoria 3  Sistemas de risco elevado específicos dos pacientes, que efectuam funções complexas relacionadas com a saúde com  impacte clínico elevado e dão aos profissionais pouca ou nenhuma oportunidade de  intervir  nas  suas  acções  ou  indicações.  A  cada  uma  destas categorias de risco deverá corresponder uma de quatro classes de acções reguladoras. 

 

Uma outra abordagem (guia GAMP), classifica os tipos de software em cinco categorias: 

Categoria 1 – Sistema Operativo; 

Categoria 2 – Firmware; 

Categoria 3 – Pacotes de Software Normalizados; 

Categoria 4 – Pacotes de Software Configuráveis; 

Categoria 5 – Software Personalizado. 

A cada categoria deve corresponder uma abordagem de validação específica, sendo que a 

categoria 5 requer realização de auditoria ao fornecedor e a validação de todo o sistema 

(GAMP Forum. 2001).  

 

Page 46: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

27  

Um outro modo de abordar o risco associado ao processo em análise para validação, é a 

classificação proposta nas directrizes da ISBT, para a validação de sistemas automatizados 

(ISBT, Sampson et al. 2010), que embora mais simples, pode ser facilitador em ambientes 

regulados (Tabela 2). 

 

Tabela 2 – Classificação de risco proposta nas directrizes da ISBT 

Alto 

Médio 

Baixo 

Os riscos são considerados intoleráveis 

Os riscos são indesejáveis 

Os riscos são tão baixos que podem ser negligenciados 

 

Mesmo  as  análises  de  risco  e  avaliações  de  boas  práticas  mais  superficiais  podem 

facilmente confirmar que os SISS devem ser classificados como sistemas que tratam dados 

críticos e de risco elevado, tais como:  

Registo de dadores;  

Selecção de dadores (detalhes pessoais dos dadores);  

Resultados  de  análises  laboratoriais  das  unidades  de  sangue  (ABO/Rh/doenças 

infecciosas, etc); 

Dados de testes de compatibilidade; 

Prazo de validade de produtos sanguíneos, etc. 

Estes  sistemas  devem  ser  validados  prospectivamente  porque  só  assim  se  pode  ter  a 

garantia de que eles cumprem fiável e consistentemente com as funções pretendidas, com 

os  regulamentos  relevantes,  e  acima  de  tudo,  não  põem  em  causa  a  segurança  dos 

receptores do sangue (Wingate 2004). 

 

   

Page 47: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

28  

2.3 Modelos de Validação 

Como já foi referido, a validação de um SISS deve ser abordada de um modo global. Assim, 

a abordagem normalizada de Qualificação das instalações (QI), Qualificação das Operações 

(QO), e Qualificação do Desempenho  (QD) é  fundamental e bem  conhecida na  indústria 

farmacêutica. Segundo as especificações da FDA estes  conceitos definem‐se da  seguinte 

forma. 

 

“Qualificação das instalações – demonstra que o sistema foi instalado correctamente. 

Depois  de  iniciada  a  qualificação  de  instalações  as  alterações  ao  sistema  e  infra‐

estrutura devem manter‐se sob controlo formal. O apoio do fornecedor é obrigatório 

durante os testes de qualificação de instalação. A qualificação de instalação tem como 

objectivo  criar  confiança  de  que  os  equipamentos  e  sistemas  auxiliares  são 

compatíveis com os códigos adequados e  intenções dos modelos aprovados, e que as 

recomendações do  fabricante  foram devidamente  consideradas. Pontos  importantes 

na qualificação de instalações são os seguintes: 

Condições de instalação (hardware, software; cablagem, UPS, etc.); 

Conexões de interface; 

Documentação do fornecedor; 

Documentação de Software e hardware; 

Cópias de segurança do Software; 

Aspectos de segurança; 

Condições ambientais (tais como temperatura, humidade). 

 

   

Page 48: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

29  

Qualificação das operações – Nesta fase, o sistema automatizado e os parâmetros de 

funcionamento processo devem  ser  testados para garantir que o produto  resultante 

cumpre com todo os requisitos definidos pelo utilizador em todas condições de fabrico 

previstas, incluindo testes de pior cenário. Tem como objectivo “estabelecer confiança 

de que os equipamentos e sistemas auxiliares são capazes de operar consistentemente 

com os  limites  e  tolerâncias  estabelecidos.”  Pontos  importantes na qualificação das 

operações são os seguintes: 

Configuração; 

Funcionalidades do sistema, incluindo alarmes e limites; 

Limites de controlo do processo monitorizados pelo sistema; 

Especificações operacionais do sistema; 

Procedimentos operacionais do processo; 

Controlo de alterações ao processo; 

Formação; 

Dados para provar a estabilidade e a capacidade do processo onde o sistema é 

utilizado;  

Avaliações  de  modos  de  falha  potencial  e  das  condições  de  pior  cenário 

(análise  de  riscos  e  pontos  de  controlo  críticos, modo  de  falha  e  análise  de 

efeito, análise da árvore de falhas); 

Cópias de segurança e recuperação; 

Acesso e segurança ao sistema.  

   

Page 49: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

30  

Qualificação de desempenho. O objectivo é demonstrar que o processo informatizado 

produz  resultados  aceitáveis  de  forma  consistente  e  em  condições  normais  de 

funcionamento.  Devido  a  razões  de  ordem  prática  parte  dos  testes  das  condições 

limitantes e extremas muitas vezes realizado nesta fase. 

Poder‐se‐á realizar a QD em duas vertentes: 

Qualificação do desempenho do processo – Estabelecer  confiança de que o 

processo é eficaz e reprodutível. 

Qualificação do desempenho do produto – Estabelecer confiança através de 

ensaios adequados, que o produto final obtido por um determinado processo 

cumpre  todos  os  requisitos  de  libertação  relativos  à  funcionalidade  e 

segurança.” (FDA (U.S.) 1995; ISBT, Bocker et al. 2003) 

Pontos  importantes  na  qualificação  de  desempenho  incluem  os mesmos  pontos  da QO 

realizados em ambiente de produção: 

Devem  ser  utilizados  parâmetros  informatizados  reais  e  procedimentos 

estabelecidos na QO e utilizados durante a operação; 

Reconfirmar a aceitação dos processos  informatizados  como estabelecido na 

QO; 

Reconfirmar  a  reprodutibilidade  do  processo  e  garantir  a  sua  estabilidade 

quando utilizado em ambiente real com operadores treinados; 

Migração de dados para a nova plataforma. 

 

Apesar de toda a variabilidade que se pode verificar na diversidade dos SISS, existem vários 

modelos de validação, sendo os mais “populares” o Modelo em V da GAMP e o Modelo em 

V da Engenharia Informática. 

O  Modelo  em  V  da  GAMP  (figura  1),  apesar  de  incluir  terminologia  (IQ/OQ/PQ), 

conceptualmente não se adequa com uma abordagem lógica para validação de sistemas de 

software,  faltando‐lhe  algumas  relações,  pelo  que  pode  ser  considerado 

fundamentalmente  incompleto  se  considerarmos os  conceitos de verificação e validação 

como complementares. 

Page 50: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

31  

 Figura 1 ‐ Modelo em V da GAMP‐1 

 

 

 Figura 2 ‐ Modelo em V da GAMP‐2 

 

O Modelo  em  V  da  Engenharia  Informática  (figura  3)  pode  ser  considerado  como  uma 

abordagem  muito  mais  compreensiva  da  verificação  como  um  pré‐requisito  para  a 

validação.  Relativamente  ao  primeiro  modelo,  é  mais  detalhado  e  apresenta 

rastreabilidade entre os diferentes níveis. No entanto, ainda lhe falta a realização de testes 

finais e validação. 

Page 51: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

32  

 Figura 3 ‐ Modelo em V da Engenharia Informática 

 

Combinando estes dois modelos, é possível cobrir todos os requisitos de uma abordagem 

compreensiva  da  validação.  Consegue‐se  testar  e  confirmar  a  validação  detalhada  das 

actividades  de  desenvolvimento  do  software  (configuração  e/ou  personalização)  e  os 

aspectos do processo global (Tracy and Nash 2002). 

 

 Figura 4 ‐ Modelo em V resultante da combinação dos modelos da GAMP com o da Engenharia Informática 

 

   

Page 52: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

33  

2.4 Plano de validação 

Um plano de validação deve ser elaborado após ser tomada uma decisão para mudar ou 

implementar de novo, um sistema existente. É um registo histórico que deve ser arquivado 

após a conclusão do processo. 

O plano de validação deve fornecer uma descrição do sistema automatizado, as actividades 

de validação, as  responsabilidades, os procedimentos, como a validação deve  ser  feita e 

resultados esperado, conjuntamente com as exigências de aceitação. Devem ser definidos 

os papéis e  responsabilidades do utilizador e  fornecedor nas actividades de validação. A 

identidade dos autores, revisores e aprovadores dos resultados devem ser identificados no 

plano.  Devem  ser  incluídos  procedimentos  para  documentar,  relatar,  avaliar  e  resolver 

incidentes e desvios detectados durante o processo de validação, bem como mecanismos 

para documentar e justificar excepções a estes procedimentos e ao plano de validação. O 

plano completo de validação deve  ser  revisto e aprovado de acordo com as políticas da 

instalação do sistema de qualidade. Os protocolos de validação serão usados para produzir 

evidências  documentais,  de  que  o  sistema  desempenha  conforme  o  esperado  (ISBT, 

Sampson et al. 2010).  

A abordagem de validação deve abranger os seguintes tópicos, que devem estar incluídos 

no plano de validação: 

Âmbito de Validação; 

Constituição da equipa de validação; 

Gestão do risco pela Qualidade; 

Estratégia de validação: 

Qualificação de instalação; 

Qualificação Operacional; 

Qualificação de Desempenho; 

Planeamento operacional da validação, incluindo prazos e recursos; 

Documentação a produzir no processo de validação; 

Critérios de aceitação da validação; 

Resultados de validação. 

Page 53: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

34  

2.4.1 Âmbito de Validação 

O  âmbito  de  validação  deve  especificar  a  identificação  do  sistema  automatizado,  o 

contexto  do  seu  uso,  os  seus  limites  (ou  seja,  o  que  está  dentro  e  fora  do  âmbito  do 

projecto de validação), os processos a ser empregues, e o objectivo da validação. 

 

2.4.2 Constituição da equipa de validação 

A utilização de uma equipa de validação assegura que os processos de validação estão bem 

analisados,  que  os  protocolos  são  abrangentes  e  que  a  validação  final  está  bem 

documentada  e  é  fácil  de  seguir. A  equipa  deve  aconselhar  sobre  os  "piores"  cenários, 

comunicar com as principais áreas  funcionais sobre produtos novos e alterados e gerir a 

cooperação  inter‐funcional.  Os  elementos  da  equipa  de  validação  devem  incluir, 

utilizadores finais, colaboradores da Garantia de Qualidade, das TI e de outros serviços ou 

departamentos  envolvidos  ou  interessados  (serviços  de  engenharia,  fabricação, 

laboratório, serviços técnicos, pesquisa e desenvolvimento, assuntos regulatórios, compras 

e gestão de topo) dependendo do assunto. 

 

2.4.3 Gestão de riscos pela qualidade 

Deve envolver uma avaliação inicial dos riscos, incluindo uma decisão se o sistema ou parte 

dele  (s)  está  GxP  regulamentado  ou  não.  O  nível  de  risco  é  um  factor  importante  na 

determinação do nível de esforço de validação. 

 

2.4.4 Estratégia de validação 

A  estratégia  a  seguir para  a  validação  vai depender do  tipo  e  complexidade do  sistema 

automatizado e o grau de  risco da sua utilização. Ela deve basear‐se essencialmente nos 

diferentes elementos  identificados na avaliação de risco e nos documentos apresentados 

pelo  fornecedor,  relativos  aos  testes  realizados  utilização  e  gestão  do  sistema 

automatizado em causa. A descrição da quantidade, tipo e resultados dos testes realizados 

pelo  fornecedor,  pode  ser  usada  para  se  decidir  e  concentrar  a  quantidade  de  testes 

necessários  durante  o  esforço  de  validação.  A  estratégia  de  validação  deve  definir  as 

actividades  que  podem  ser  realizadas  de  forma  prospectiva,  retrospectiva  ou 

Page 54: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

35  

concomitantemente. A  estratégia deve definir  a plataforma do(s)  sistema(s)  e  ambiente 

controlado em que os processos de qualificação devem ser realizados.  

A  estratégia  de  validação  implica  também  a  classificação  das  diferentes  tarefas  de 

validação  e  testes  que  devem  ser  realizados  para  garantir  a  qualidade  do  uso  de  um 

sistema automatizado, englobando: 

Qualificação  de  instalação  –  demonstrando  que  o  sistema  tem  foi  instalado 

correctamente.  Depois  de  se  ter  iniciado  a  qualificação  de  instalação  deve  ser 

demonstrado de modo  formal que o sistema e  infra‐estrutura estão sob controlo 

de mudança. O apoio do fornecedor é obrigatório nesta fase. 

Qualificação Operacional – nesta fase devem ser simuladas as condições que serão 

encontradas durante a operação, o que deve incluir a gama de condições cobertas 

pelo  POP.  O  processo  deve  ser  repetido  o  número  de  vezes  suficientes  para 

garantir que os resultados são significativos e consistentes. Terão de ser testados 

os limites superiores e inferiores do processo. 

 

2.4.5 Planeamento operacional da validação, incluindo prazos e recursos 

Dependendo  da  complexidade  da  validação  processo,  um  cronograma  deve  ser 

estabelecido para: 

Avaliar o tempo e os recursos gastos na validação; 

Definir o cronograma em que a validação deve ser executados;  

Definir o momento em que o sistema automatizado deverá estar em operação. 

 

2.4.6 Documentação a produzir no processo de validação 

Devem  ser  elaborados  relatórios  das  actividades  de  qualificação  e  a  aderência  aos 

requisitos  documentados.  A  infra‐estrutura  deve  ser  qualificada  sob  a  mudança  de 

controlo.  

 

Page 55: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

36  

2.4.7 Critérios de aceitação da validação; resultados de validação 

Os critérios gerais de aceitação de testes de validação e os resultados globais de aceitação 

devem ser definidos no plano de validação.  

Devem ser obtidos documentos relevantes durante o processo de teste. Estes documentos 

devem  ser  usados  para  avaliar  se  sistema  automatizado  pode  ou  não  ser  validado  ou 

certificado.  

 

2.5 Requisitos definidos pelo utilizador  

Um processo de validação não pode ser iniciado sem o estabelecimento de especificações 

prévias  dos  requisitos.  Assim,  a  sua  preparação  deve  começar  precocemente,  ou  seja, 

durante o desenho e planeamento do desenvolvimento. É necessário o estabelecimento 

das especificações dos requisitos do utilizador (ERU) para um novo sistema ou para realizar 

alterações  significativas  num  sistema  existente.  Estas  especificações  devem  descrever  o 

que  o  utilizador  quer  ou  espera  do  sistema,  não  descrevendo  como,  mas  afirmando 

claramente  o  que  se  pretende.  Não  sendo  esta  uma  tarefa  fácil,  necessita  do 

conhecimento  de  peritos  e  de  capacidades  analíticas.  Sendo  da  responsabilidade  do 

utilizador,  frequentemente apenas pode  ser  completada após  consulta  com os possíveis 

fornecedores ou peritos  independentes. A aprovação das ERU deve ser documentada de 

acordo com o sistema de gestão da qualidade (SGQ). 

No caso de  software desenvolvido de  forma personalizada as ERU  formarão a base para 

uma  especificação  funcional  (EF),  que  descreve  cada  uma  das  funções  do  sistema 

necessárias para satisfazer os requisitos do utilizador. 

Ao  começar a especificar o que  se quer ou deseja, é possível  “colidir”  com a  linguagem 

técnica dos requisitos. Assim há que definir claramente o que são.  

As  boas  práticas  de  fabrico  automatizado  (GAMP)  recomendam  as  seguintes  directrizes 

durante a elaboração do caderno de especificações:  

Cada  requisito  deve  ser  referenciado  apenas  uma  vez,  não  devem  existir  em 

duplicado ou ser contraditórios; 

Cada requisito não deve ter mais do que 250 palavras;  

Devem ser expressas necessidades e não soluções de desenho;  

Page 56: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

37  

Deve ser possível testar e rastrear cada requisito; 

Tanto  o  utilizador  como  o  fornecedor  devem  compreender  o  caderno  de 

especificações (evitar ambiguidade e jargão); 

Sempre  que  possível,  deve  ser  feita  a  distinção  entre  requisitos  obrigatórios  / 

regulamentares e características desejáveis; 

Devem  ser  incluídos  requisitos  de  boas  práticas  de  fabrico  (GMP)  relativos  ao 

sistema da qualidade do fornecedor; 

Devem  ser  incluídos  requisitos  de  segurança  da  informação  (ISPE  2008;  ISBT, 

Sampson et al. 2010).  

De modo a facilitar a elaboração destes requisitos pode‐se fazer a sua análise, classificação 

e agrupamento nas categorias seguintes. 

 

2.5.1 Requisitos de informação 

A  informação  é  essencial  para  estabelecer  a  estratégia  e  realizar  os  objectivos  da 

organização. No entanto, actualmente  a quantidade de  informação a  ser gerida e a  sua 

complexidade, são grandes desafios para garantir a sua consistência e integridade. 

A  compreensão  destas  definições  ajuda  a  focar  na  informação  essencial  necessária  na 

organização  e  a  organizar  a  mesma  adequadamente  de  forma  a  não  a  interpretar 

erradamente passados muitos anos, já que embora os dados não mudem, o seu significado 

pode mudar  ao  longo  do  tempo  –  INFORMAÇÃO,  bem  como  o  seu  impacte  no  nosso 

julgamento ou juízo – CONHECIMENTO. 

Isto é essencial, especialmente para informação que precisa de ser rastreada por um longo 

período tempo (por exemplo, na medicina transfusional, no que diz respeito às directivas 

da UE, as informações relativas a dador‐produtos‐doente deve ser monitorizada/rastreada 

por 30 anos). O significado da  informação hoje, pode não ser necessariamente o mesmo 

daqui a 30 anos. Há tantos factores que poderiam alterar o significado, tais como: evolução 

do  comportamento  social,  evolução  da  política  e  da  regulamentação,  evolução  dos 

processos do negócio, aquisição de conhecimento (Munk 2009b). 

 

Page 57: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

38  

2.5.2 Requisitos de segurança 

A  complexidade  e  a  quantidade  crescentes  da  informação  a  ser  gerida,  bem  como  a 

disponibilidade da informação a ser dada a organizações externas, exige que o proprietário 

da  informação  tenha  uma  política  de  segurança  da  informação.  A  política  deve  ser 

estabelecida  tendo  em  consideração  os  regulamentos  aplicáveis,  bem  como  as 

vulnerabilidades  relacionadas  com  aspectos,  tais  como  a  configuração  das  redes,  a 

arquitectura  das  aplicações,  as  partes  interessadas  envolvidas  e  as  infra‐estruturas.  As 

organizações  de  medicina  transfusional  devem  assegurar  quanto  a  sua  informação  o 

seguinte: 

Confidencialidade:  entendida  como  "Garantir  que  a  informação  esteja  acessível 

apenas àqueles autorizados a ter acesso" 

Integridade:  entendida  como  "Salvaguardar  a  exactidão  e  a  integridade  das 

informações e métodos de processamento" 

Disponibilidade: entendida como "Garantir que os utilizadores autorizados tenham 

acesso à informação e activos associados quando necessário" (ISO/IEC 2005; ISBT, 

Bobos et al. 2006). 

 

2.5.3 Requisitos de infra‐estruturas (perspectiva tecnológica) 

A  tecnologia  adequada  tem  de  estar  disponível  a  curto, médio  e  longo  prazo.  A  infra‐

estrutura  é  necessária  para  manter  a  informação  sob  controlo  e  para  lhe  dar  acesso 

adequado pelos interessados em momentos e locais adequados. É a principal salvaguarda 

da informação além do factor humano. 

O investimento numa infra‐estrutura depende de diferentes parâmetros relacionados com 

o  tamanho e a  configuração da organização, a  importância da  informação ao  longo dos 

processos, e, sem dúvida, com a estratégia das operações. 

   

Page 58: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

39  

Alguns  exemplos  de  critérios  a  considerar  no  estabelecimento  de  requisitos  de  infra‐

estrutura são: 

Requisitos de informação; 

Quantidade de informação que deve ser gerida num período de tempo adequado; 

Velocidade a que a informação deve estar disponível; 

Política de continuidade do negócio; 

As  funções  relacionadas  com  o  processamento  de  informação,  a  fim  de 

seleccionar/desenvolver aplicações adequadas; 

Interfaces  simultâneas  com  outros  sistemas,  como  sistemas  automatizados, 

sistemas  de  gestão  empresarial  (por  exemplo,  sistemas  de  contabilidade  e  de 

facturação), armazéns de dados, sistemas ERP, Hospital de Base e outros sistemas 

de TI organizacionais; 

Configurações de rede; 

Configurações do local de trabalho; 

Sistemas de gestão dos dados (por exemplo, backup, arquivo) (Munk 2009b). 

 

2.5.4 Classificação dos requisitos 

Como  referido  acima  cada  requisito  deve,  sempre  que  possível,  ser  classificado  em 

requisito obrigatório/regulamentar ou característica desejável. Estas características  tanto 

podem  ser  definidas  por  documentos  externos  regulamentares,  como  baseada  numa 

análise de risco que define alguns deles como críticos para o funcionamento do sistema. 

Na distinção de requisitos e estabelecimento de prioridades, pode ser utilizado o método 

“MoSCoW”  (Must, Should, Could, Won’t)  (Clegg and Barker 1994) em que cada  requisito 

pode ser categorizado da seguinte forma: 

TEM que ter “isto” (prioridade máxima). 

DEVE ter “isto” se for mesmo possível. 

PODERIA ter “isto” se não afectar mais nada. 

NÃO  terá  “isto”  agora,  mas  GOSTARIAMOS  que  tivesse  no  futuro.  (prioridade 

mínima) 

Page 59: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

40  

Do exposto  se  retira da  complexidade de que  se pode  revestir  a  tarefa de definição de 

requisitos. 

Sugere‐se, como orientadora a seguinte metodologia para elaboração da especificação dos 

requisitos  do  utilizador  (Sommerville  2007;  ISPE  2008;  Sage  and  Rouse  2009;  ISBT, 

Sampson et al. 2010): 

1. Formar  grupo  de  trabalho  inicial  (GTI)  com  2‐3  elementos  da  instituição  que 

possuam: 

Bom domínio de conhecimentos sobre a actividade e processos. 

Competências informáticas. 

Capacidades analíticas. 

Nota: Se for necessário e economicamente viável, contratar peritos independentes. 

2. O GTI pesquisa e selecciona os mais  recentes normativos  legais e orientações de 

organizações  e  grupos  de  peritos,  nacionais  e  internacionais,  que  vão  servir  de 

referência para os requisitos. 

3. O  GTI  escreve  uma  primeira  lista  de  requisitos,  com  base  nas  referências 

seleccionadas e nos conhecimentos que cada elemento tem dos processos. 

4. Convidar outros elementos para  integrar o grupo de trabalho (GT), máximo de 12 

elementos: 

A chefia de cada sector. 

Outros profissionais com bom domínio de conhecimentos sobre a actividade e 

processos e com capacidades analíticas. 

5. Organizar  2  a  3  sessões  de  1  dia  (se  possível,  fora  do  local  do  trabalho  para 

minimizar  interferências). A  partir  da  primeira  lista  de  requisitos  vai‐se  analisar, 

discutir, elaborar requisitos consensuais e estabelecer prioridades para cada um de 

acordo com critérios legais, de risco, funcionais, dos processos. 

 

Page 60: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

41  

6. Coligir  todos  os  requisitos  obtidos  e  produzir  um  documento  final  que  se  pode 

basear na seguinte estrutura: 

a. Introdução 

b. Objectivo e Âmbito 

c. Descrição da Instituição e Suas Actividades 

d. Descrição dos Grupos de Utilizadores e Seus Papéis 

e. Riscos 

f. Especificação de Requisitos do Utilizador 

g. Referências 

h. Glossário 

i. Controlo da Versão/Revisão e Data 

j. Assinaturas 

7. Submeter o documento  final à revisão de  todos os utilizadores que  integraram o 

GT, da direcção e da gestão da qualidade. Nesta fase devem surgir as sugestões de 

alteração/correcção que se considerem convenientes. 

8. Reunir  todos  os  utilizadores  que  integraram  o  GT,  a  direcção  e  a  gestão  da 

qualidade para aprovação e assinatura do documento final revisto. O documento 

passa a estar sujeito a controlo. 

 

   

Page 61: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

42  

2.6 Protocolos de validação 

Os testes de validação são frequentemente realizados por meio de protocolos de validação 

detalhados que são desenvolvidos no contexto do plano de validação e de avaliação dos 

riscos. Para a QI, QO e QD, os protocolos de validação devem conter  (ISBT, Bocker et al. 

2003; ISBT, Sampson et al. 2010): 

Âmbito coberto; 

As instruções de teste; 

Os resultados esperados; 

Os critérios de aceitação / rejeição; 

Documentos  para  registo  dos  resultados  dos  testes,  incluindo  declaração  de 

aprovação ou rejeição e uma secção para o operador e o revisor assinar e datar. 

Os protocolos de validação devem ser revistos de forma independente após a conclusão. 

 

2.6.1 Resolução de problemas 

Todos  os  problemas  encontrados  durante  os  testes  devem  ser  documentados.  Para  a 

análise dos problemas estes podem dividir‐se em duas categorias: 

Falhas dos testes de validação 

Devem ser realizadas as seguintes tarefas:  

Documentar todos os casos de falha de teste;  

Investigar todos os incidentes para determinar:  

Se o teste foi descrito correctamente, 

Se houve erro do utilizador na execução do teste, 

Se houve um erro de especificação, 

Se houve uma limitação do sistema; 

Conclusões do documento e resolução;  

Page 62: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

43  

Dependendo da alteração necessária para corrigir o problema, determinar se 

apenas  o  caso  de  teste  deve  ser  repetido,  ou  se  são  necessários  testes  de 

regressão de diversas funções. 

Questões não relacionadas com os ensaios/testes 

Questões ou problemas que surgem devem ser documentados,  investigados e  resolvidos 

antes  de  se  considerar  um  sistema  validado.  Eles  são  encontrados  quando  existem 

limitações do sistema por causa de factores como o ambiente e/ou limitações de recursos. 

Documentar a solução  irá  fornecer  informações históricas que serão úteis na  tomada de 

decisões  futuras.  Dependendo  da  criticidade  da  solução  devem  ser  realizados  testes 

adequados, devendo por isso ser utilizada uma abordagem baseada em risco. 

 

2.6.2  Relatório de Validação e revisão final  

O relatório de validação apresenta os resultados das actividades de validação,  incluindo a 

migração  de  dados,  interpretação  dos  resultados  e  conclusões.  Se  forem  obtidos 

resultados  inesperados  estes  devem  ser  resumidos.  O  resumo  deve  definir  quais  as 

mudanças  e/ou  "soluções"  que  serão  necessárias  para  mitigar  o  risco.  

A  revisão  final  é  feita  por  funcionários  identificados  no  plano  de  validação,  após  a 

conclusão do processo de validação e consiste em analisar todos os documentos gerados 

durante o processo. 

A revisão deve confirmar que: 

A documentação está completa; 

Os  testes  provam,  com  um  elevado  grau  de  fiabilidade,  que  o  sistema  irá 

atender de forma consistente os seus critérios de aceitação; 

A migração de dados está completa e exacta; 

Qualquer não conformidade foi abordada através de resolução de problemas; 

Os requisitos de formação foram cumpridos; 

Que um plano de continuidade das operações negócios está implementado. 

 

Page 63: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

44  

Os possíveis resultados desta revisão são os seguintes: 

Libertação; 

Libertação condicional; 

Não libertar. 

O  sistema  só  pode  ser  libertado  por  pessoal  qualificado.  Se  o  sistema  não  pode  ser 

libertado  ou  só  pode  ser  libertado  condicionalmente,  a  razão  para  a  decisão  deve  ser 

documentada. Em todos os casos, as decisões devem focalizar a importância da segurança 

do doente e do produto. 

Após a libertação, a organização é responsável pela manutenção do estado de validação do 

sistema  automatizado  de  acordo  com  planos  pré‐estabelecidos  (ISBT,  Sampson  et  al. 

2010). 

 

2.7 Conclusão 

A verificação, validação e certificação são essenciais no ciclo de vida de qualquer sistema 

integrado, considerado crítico para a segurança. 

A  validação  de  sistemas  informáticos  é  crítica  nos  serviços  de  sangue  e  de  medicina 

transfusional pelas implicações que tem na segurança transfusional e pela necessidade de 

serem cumpridos normativos legais. 

A  validação  de  sistemas  informáticos  deve  ser  conduzida  no  ambiente  onde  serão 

utilizados. 

A validação não deve ser feita ao hardware e software isoladamente, mas no seu conjunto 

e interfaces. 

É necessário no momento actual definir em Portugal o normativo da validação dos SISS. 

   

Page 64: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

45  

3. Proposta de Especificação dos Requisitos do Utilizador 

A  actividade  da medicina  transfusional  tem  como  objectivo  fundamental,  a  obtenção, 

disponibilização  e  acessibilidade  de  forma  consistente  e  sustentada  de  sangue  e 

componentes sanguíneos de qualidade, seguros e eficazes. 

Num  ambiente  regulado,  como  é  o  caso  dos  serviços  de  sangue  e  de  medicina 

transfusional,  a  definição  de  requisitos  pelo  utilizador  deve  ser  obrigatoriamente 

condicionada pelos mais recentes normativos  legais e orientações, que reflectem as boas 

práticas para a realização dessas actividades. 

A  Especificação de Requisitos do Utilizador  (ERU)  é um documento  chave que descreve 

exactamente o que o dono do processo quer ou espera do  sistema, as necessidades do 

utilizador final. 

 

3.1 Objectivo e Âmbito 

Pretende‐se  com  este  documento  especificar  quais  os  requisitos  para  sistemas 

informáticos  de  serviços  de  sangue  e  medicina  transfusional,  que  os  utilizadores  dos 

mesmos consideram necessários para poder  realizar a  sua actividade cumprindo com os 

normativos  legais  aplicáveis  e  seguindo  as  directrizes  internacionais  de  boas  práticas 

aplicáveis. 

Esta  ERU  deve  formar  a  base  do  contrato  com  o  fornecedor,  e  no  caso  de  sistemas 

desenvolvidos de  forma personalizada  formará  a base para uma especificação  funcional 

(EF),  que  descreve  cada  uma  das  funções  necessárias  para  satisfazer  os  requisitos  do 

utilizador.  

No  caso de  sistemas  já  implementados, esta ERU  servirá de  referência para  a  validação 

retrospectiva dos mesmos, juntamente com o histórico do seu desempenho. 

   

Page 65: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

46  

3.2 Descrição das organizações e suas actividades 

A  actividade dos  Serviços de  Sangue  e Medicina  Transfusional pode  ser  subdividida nas 

seguintes áreas e actividades correspondentes: 

3.2.1 Serviço de sangue 

Promoção da dádiva/ Planeamento de colheitas 

Os  técnicos  administrativos  realizam  o  agendamento  das  sessões  de  colheita,  o 

envio  de  convites  para  a  dádiva,  agradecimentos  ou  material  promocional  da 

dádiva (etiquetas, sms, mails, etc.). 

Recepção / inscrição de dadores 

O técnico administrativo: 

Recebe o dador, presta‐lhe as informações necessárias e/ou solicitadas. 

Faz  a  inscrição  do  dador  com  base  nos  dados  identificativos  fornecidos  pelo 

mesmo ou recuperando informação prévia. 

Corrige dados se necessário. 

O dador preenche o questionário,  assina o  consentimento  informado  e  aguarda 

chamada pelo médico para triagem. 

Triagem Clínica / exame objectivo de dadores 

Os médicos: 

Chamam o dador para a triagem. 

Analisam a história pregressa já registada (analítica e clínica), o questionário e o 

consentimento informado. 

Determinam  e  registam  o  valor  da  hemoglobina  por  um  método  rápido,  a 

pressão arterial e o peso. 

Concluem da triagem clínica: aprova, suspende ou elimina o dador. 

Podem fazer a atribuição do número de colheita. 

 

Page 66: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

47  

Colheitas 

Os enfermeiros: 

Verificam a identificação dos dadores aprovados para a realização da dádiva. 

Preparam e  identificam os sistemas de colheita  (sacos e  tubos) adequados ao 

tipo de colheita a realizar. 

Rotulam os sacos e os tubos. 

Realizam a colheita de sangue total ou selectiva de componentes sanguíneos. 

Confirmam a  identificação das colheitas relativamente aos dadores e registam 

as colheitas ou causas de não validação das mesmas. 

Podem fazer a atribuição do número de colheita. 

Laboratórios (microbiologia, imuno‐hemoterapia e controlo da qualidade) 

Os técnicos de análises clínicas:  

Recebem, verificam e centrifugam as amostras relativas a cada colheita.  

Realizam  todas as análises obrigatórias e necessárias para a caracterização de 

cada dador.  

Procedem  á  transferência  dos  dados  analíticos  obtidos  ou  registam  dados  se 

necessário.  

Verificam e validam todos os resultados obtidos para cada dador. 

Separação de componentes 

Os técnicos de análises clínicas: 

Recebem,  verificam  e  processam  as  colheitas  preparando  os  componentes 

sanguíneos. 

   

Page 67: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

48  

Rotulagem/gestão de stocks/distribuição 

Os técnicos de análises clínicas:  

Rotulam os componentes sanguíneos e procedem à verificação da congruência 

da rotulagem. 

Recebem pedidos de  componentes  sanguíneos para  reposição dos  stocks dos 

serviços de medicina transfusional. 

Enviam  os  componentes  sanguíneos  requisitados  em  função  dos  stocks 

disponíveis em cada momento (gestão dos stocks). 

3.2.2 Serviço de Medicina Transfusional 

Gestão de stocks   

Os responsáveis, sejam médicos ou técnicos fazem:  

Registo  inequívoco  de  cada  unidade  recebida  e  das  suas  características 

relevantes  (tipo de componente, grupo ABO e Rh(D), processamento, data de 

validade…). 

Monitorização  do  stock  existente  –  utilização  de  componentes  com 

características semelhantes, com prioridade à data de validade. 

Preparação de transfusões 

Os técnicos de análises clínicas, os médicos ou os administrativos fazem: 

Registo do pedido transfusional 

 

Os técnicos de análises clínicas ou os médicos fazem: 

Registo de  testes de compatibilização  (pré‐transfusionais, ou pós  relacionados 

com  procedimentos  de  urgência  –  envio  de  unidades  sem  provas  de 

compatibilidade). 

 

   

Page 68: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

49  

Disponibilização para transfusão 

Os técnicos de análises clínicas ou os médicos fazem: 

Rotulagem de disponibilização. 

Libertação e envio para o local de transfusão. 

Administração / Confirmação Positiva da Transfusão 

Os enfermeiros: 

Verificam  da  congruência  da  informação  entre  unidades  disponibilizadas, 

pedido transfusional e identidade do doente. 

Administram a transfusão. 

Monitorizam a transfusão. 

Notificam o serviço de disponibilização de reacções adversas. 

Enviam  para  o  serviço  de  disponibilização  o  registo  do  fim  último  do 

componente / produto (administração, inutilização, devolução). 

 

3.3 Descrição dos Grupos de Utilizadores e Seus Papéis 

3.3.1 Órgãos de Gestão e Administração 

Acesso  a  informação  sistematizada  para  avaliação  dos  níveis  de  actividade  em 

qualquer das áreas. 

3.3.2 Médicos 

Actividades relacionadas com Triagem Clínica e Exame Objectivo de Dadores. 

Nos  Laboratórios  (microbiologia e  imuno‐hemoterapia) no estudo analítico, quer 

da  rotina de dadores  (incluindo  a notificação de dadores) quer de processos de 

estudo retrospectivo de reacções adversas em receptores. 

Na  preparação  de  transfusões,  na  prescrição  de  transfusões  e  na  avaliação  da 

adequação. 

Na  Administração  /  Confirmação  Positiva  da  Transfusão  na  intervenção  e 

investigação de reacções adversas. 

Page 69: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

50  

3.3.3 Técnicos de Análises Clínicas e S. P. 

Actividades  relacionadas  com  Laboratórios  (microbiologia,  imuno‐hemoterapia, 

controlo da qualidade), separação de componentes, rotulagem, gestão de stocks, 

distribuição e preparação de transfusões. 

3.3.4 Enfermeiros 

Actividades  relacionadas  com  colheitas, administração e  confirmação positiva da 

transfusão. 

3.3.5 Administrativos 

Actividades  relacionadas  com  Promoção  da  dádiva/  Planeamento  de  colheitas  e 

Recepção / inscrição de dadores 

 

3.4 Riscos 

Ao  analisar  as  actividades  desenvolvidas  pelos  serviços  de  sangue  que  envolvem  a 

utilização do sistema  informático, foi possível  identificar os seguintes riscos transversais a 

todos os processos, que se encontram muitos deles  interligados e que se manifestam em 

cada área com diferentes ponderações: 

A. Acesso de pessoas não autorizadas 

B. Comprometimento da integridade dos dados 

C. Libertação de produtos ou componentes não conformes 

D. Perda de rastreabilidade (produto / processo) 

E. Perda de eficiência ou diminuição da capacidade de resposta 

F. Administração de componentes não adequados 

 

3.5 Especificação de Requisitos do Utilizador 

Como ponto de partida para a especificação de requisitos foram considerados os seguintes 

requisitos principais de informação, de segurança e de infra‐estruturas. 

 

Page 70: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

51  

Requisitos de informação 

O sistema tem que garantir a coerência (consistência) dos dados 

É  necessário  que  estejam  definidos  identificadores  únicos  que  relacionados  entre  si, 

permitam  de  um  modo  consistente  caracterizar  cada  evento  (e.g.  número  de  dador; 

número de colheita; identificação de utilizador, caracterização de instituição, identificação 

de doente). 

Têm de existir mecanismos que permitam a verificação do registo de dados (tanto a nível 

da sua unicidade, como de estrutura, como de adequação). 

O sistema tem que assegurar a rastreabilidade de todos os processos 

Todas  as operações/transacções  críticas  têm de  ser  registadas,  e/ou  criados  registos de 

actividades electrónicos imutáveis, que permitam rapidamente estabelecer e caracterizar o 

percurso entre um dador e o destino de um componente / produto (receptor, investigação, 

indústria, inutilização, etc.). 

 

Requisitos de segurança 

O sistema tem de garantir a segurança dos acessos 

É  necessário  que  estejam  definidos  níveis  de  acesso  de  acordo  com  as  actividades  a 

desenvolver de modo a garantir a confidencialidade dos dados. 

É  necessário  que  as  áreas  relacionadas  com  equipamentos  críticos  (servidores,  routers, 

etc.) tenham acesso restrito, e tenham condições ambientais controladas. 

O sistema tem de garantir a integridade dos dados  

É necessário ter disponíveis meios que permitam que não haja modificação ou eliminação 

acidental ou propositada de dados. 

Devem  ser  definidas  políticas  para  a  realização  de  cópias  de  segurança,  de  um modo 

adequado ao volume da informação processada pela organização. 

Deve  ser  conseguida  a  deslocalização  das  cópias  de  segurança  com  uma  periodicidade 

adequada. 

Page 71: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

52  

Devem ser feitas verificações periódicas à capacidade de recuperação de dados a partir das 

cópias de segurança. 

Devem  existir  meios  de  garantir  a  realização  de  cópias  de  segurança,  de  um  modo 

adequado ao volume da informação processada pela organização. 

 

Requisitos de infra‐estruturas 

O sistema tem de garantir os meios físicos adequados às operações a desenvolver 

Têm que ser disponibilizados um conjunto de recursos que permitam a gestão e operação 

do sistema para os fins a que se destina, considerando os diferentes requisitos normativos 

e as diferentes configurações das organizações. 

Estes  requisitos  têm  de  ser  definidos  pela  tendência  da  evolução  das  operações  da 

organização a curto, médio e longo prazo. 

Devem ser respondidos os requisitos de segurança e informação acima referidos. 

 

Adicionando a estes  requisitos as necessidades  funcionais  inerentes ao desempenho das 

actividades dos SS e SMT de acordo com as boas práticas e as exigências normativas (BCSH 

1999; BCSH, Ashford et al. 2000; IPS 2002; ISBT, Bocker et al. 2003; BCSH, Chapman et al. 

2004;  IPS 2004;  ISO/IEC 2005;  ISBT, Bobos et al. 2006; BCSH 2007; PIC/S 2007; Portugal. 

Ministério da Saúde 2007; AABB 2008; ASST 2008; European Commission 2008; Grupo de 

Trabalho de Imuno‐hematologia 2008; Council of Europe. 2009; ISBT, Sampson et al. 2010), 

foram especificados no total de 161 requisitos. 

Sendo 88 considerados de prioridade máxima (P1), 63 estão classificados no segundo nível 

de  prioridade  (P2)  e  10  requisitos  no  terceiro  (P3).  Não  se  identificaram  requisitos  de 

menor  prioridade  por  estes  corresponderem  a  necessidades  mais  específicas  de  cada 

utilizador  ou  serviço  e  não  implicarem  em  primeira  análise  o  incumprimento  dos 

normativos tidos como referência. 

Tendo  em  conta  as  várias  actividades  dos  SS  e  SMT  foi  assumida  a  distribuição  dos 

requisitos aqui propostos por 15 processos para facilitar a sua compreensão e verificação. 

Page 72: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

53  

Para melhor compreensão da codificação utilizada na sistematização dos  requisitos deve 

ser utilizada a legenda da tabela 3. 

 

Tabela 3 ‐ Legenda de códigos utilizados 

Código  Legenda 

SS1  Geral 

SS2  Promoção da Dádiva / Planeamento de Colheitas 

SS3  Recepção / Inscrição de Dadores 

SS4  Triagem Clínica / Exame Objectivo de Dadores 

SS5  Colheitas 

SS6  Laboratórios (Microbiologia, Imuno‐hemoterapia e Controlo da Qualidade) 

SS7  Separação de Componentes 

SS8  Rotulagem / Gestão de Stocks / Distribuição 

SMT9  Gestão de Stocks e requisição de componentes aos SS 

SMT10  Registo e Gestão de pedidos 

SMT11  Preparação / Atribuição de Transfusões 

SMT12  Disponibilização para Transfusão 

SMT13  Administração / Confirmação Positiva da Transfusão 

SS‐SMT14  Apoio à Gestão 

Admin15  Administração do Sistema 

P1  Tem que ter (prioridade máxima) 

P2  Deve ter (2º em prioridade) 

P3  Pode ter (3º em prioridade) 

P4  Não terá agora (prioridade mínima) 

 

 

   

Page 73: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

54  

Tabela 4 ‐ Especificação dos requisitos do utilizador 

Número do Processo 

Ordem no Processo  Especificação do Requisito do Utilizador  Prioridade 

SS1  1.1  Tem de estar operacional 24h/365dias.  P1 

SS1  1.2  Tem de garantir o registo de todas as operações (e da identidade dos operadores por elas responsáveis) que possam ter  influência na qualidade dos componentes sanguíneos. 

P1 

SS1  1.3  Tem  de  assegurar  a  rastreabilidade  de  todos  os  processos realizados  pelos  serviços  de  sangue  com:  1)  Identificação  do serviço  de  sangue;  2)  Identificação  do  dador  de  sangue;  3) Identificação  da  unidade  de  sangue;  4)  Identificação  do componente  sanguíneo  individual;  5)  Data  da  colheita (ano/mês/dia);  6)  Instalações  às  quais  são  distribuídas;  7) Unidades  de  sangue  ou  componentes  sanguíneos  ou  destruição subsequente,  e  de  todos  os  processos  realizados  pelos estabelecimentos  com:  1)  Identificação  do  fornecedor  do componente  sanguíneo;  2)  Identificação  do  componente sanguíneo  disponibilizado;  3)  Identificação  do  receptor transfundido;  4)  Para  unidades  de  sangue  não  transfundidas, confirmação da destruição subsequente; 5) Data da transfusão ou da destruição (ano/mês/dia); 6) Número do lote do componente, se relevante. 

P1 

SS1  1.3.1  Tem de garantir o estabelecimento claro de uma relação entre o dador e o sangue, os componentes sanguíneos e as amostras de sangue para análise. 

P1 

SS1  1.3.2  Tem  de  garantir  o  estabelecimento  claro  de  uma  relação  entre cada colheita e o sistema de colheita utilizado. 

P1 

SS1  1.3.3  Tem  de  utilizar  identificadores  previamente  definidos  que relacionados  entre  si,  permitam  de  um  modo  consistente caracterizar cada evento. Estes identificadores englobam: número de dador; número de  colheita;  tipo de dádiva;  tipo de  colheita; locais  de  colheita;  identificação  de  utilizador,  caracterização  de instituição,  identificação  de  doente;  equipamentos;  tipo  de componentes; métodos de colheita; métodos de processamento; métodos  de  análise;  reacções  adversas;  critérios  de  exclusão; critérios de suspensão (definitiva/temporária); serviços; hospitais; destino  final  (inclui  instituição,  transfundido,  devolvido  ou destruído) 

P1 

SS1  1.3.4  Deve ser possível parametrizar o nº de  lote, designação e código de produto, data de validade, componentes relacionados, tipo de dádiva  (sangue  ou  componente),  das  soluções  aditivas,  da embalagem primária (sacos) e equipamentos utilizados. 

P2 

SS1  1.3.5  Tem  de  registar  e  armazenar  detalhes  dos  movimentos  das unidades,  incluindo  transferência  entre  stocks  reservados e não reservados,  transferência de e para  frigoríficos  satélite, envios a enfermarias  e  serviços,  transferências  para  outros  hospitais  e causas de inutilização. 

P1 

SS1  1.3.6  Tem  de  possuir meios  que  permitam  a  conservação  dos  dados necessários  para  assegurar  a  rastreabilidade  integral  pelo  prazo mínimo de 30 anos. 

P1 

SS1  1.4  Tem que  fazer a gestão do acesso dos utilizadores com base em perfis pré‐estabelecidos definidos de acordo com as suas funções. 

P1 

SS1  1.4.1  Deve estabelecer procedimentos de renovação de palavras‐chave.  P2 

SS1  1.4.2  Tem  de  existir  uma  hierarquia  de  permissão  de  acesso  para introduzir, corrigir, ler, ou imprimir dados.     

P1 

Page 74: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

55  

Número do Processo 

Ordem no Processo  Especificação do Requisito do Utilizador  Prioridade 

SS1  1.5  Tem  de  registar  as  operações  de  introdução,  modificação  ou eliminação de dados e de validação, devendo  incluir no mínimo: identidade  do  operador,  data  e  hora  da  operação,  alterações associadas  a  grupos  de  sangue,  pesquisas  de  anticorpos  e fenotipagem,  fusão  de  registos,  qualquer  tomada  de conhecimento de alertas do sistema. 

P1 

SS1  1.6  Tem  de  disponibilizar  meios  que  permitam  que  não  haja modificação ou eliminação acidental ou propositada de dados. 

P1 

SS1  1.7  Tem  de  garantir  a  interoperabilidade  com  os  equipamentos existentes. 

P1 

SS1  1.7.1  Deve  utilizar  preferencialmente  protocolos  estabelecidos  como padrão ou na sua falta os que obtenham maior consenso dentro da área transfusional. 

P2 

SS1  1.8  Tem  de  disponibilizar  um  sistema  de  rotulagem  do  sangue colhido, dos componentes sanguíneos  intermediários e acabados e das amostras que  identifique sem margem para erro o tipo de conteúdo e observe os requisitos de rotulagem e rastreabilidade obrigatórios por lei. 

P1 

SS1  1.9  Deve possuir mecanismos que permitam a verificação do registo de  dados  (tanto  a  nível  da  sua  unicidade,  como  de  estrutura, como de adequação). 

P2 

SS1  1.10  Deve utilizar,  sempre que possível, meios de  leitura  automática das identificações de forma a minimizar qualquer risco de erro de identificação. 

P2 

SS1  1.11  Deve  utilizar  caracteres  de  verificação  em  todas  as  introduções manuais e onde estiverem disponíveis. A validade da  introdução deve ser confirmada. 

P2 

SS1  1.12  Tem de existir um processo de verificação da  introdução manual de dados críticos, tais como resultados de testes laboratoriais. 

P1 

SS1  1.13  Tem  de  impossibilitar  que  uma  unidade  de  sangue  ou  de componentes  sanguíneos  seja  aprovada  até  que  tenham  sido observados todos os requisitos obrigatórios estabelecidos. 

P1 

SS1  1.14  Tem  de  exercer  um  controlo  sobre  os  procedimentos  de libertação e disponibilização de componentes. 

P1 

SS1  1.14.1  Tem que permitir a parametrização das condições de validação e libertação de componentes sanguíneos. 

P1 

SS1  1.14.2  Deve  permitir  validação  automática  dos  componentes  (quando todos os requisitos obrigatórios estiverem satisfeitos). 

P2 

SS1  1.14.3  Deve  permitir  demonstrar  que  um  sangue  ou  componente sanguíneo foi formalmente aprovado para  libertação (manual ou automaticamente) por uma pessoa autorizada. 

P2 

SS1  1.14.4  Tem  de  possuir  mecanismos  que  permitam  assegurar  que  o sangue  e  os  componentes  sanguíneos  com  resultados repetidamente  positivos  nos  testes  serológicos  de  rastreio  das infecções  víricas,  de  acordo  com  o  normativo  existente,  não possam ser utilizados para fins terapêuticos. 

P1 

SS1  1.14.5  Tem  de  possuir  mecanismos  que  permitam  assegurar  que  o sangue  e  os  componentes  sanguíneos  sem  os  estudos imunhematológicos  adequados  não  possam  ser  utilizados  para fins terapêuticos. 

P1 

SS1  1.14.6  Tem  de  possuir  mecanismos  que  permitam  assegurar  que  o sangue  os  componentes  sanguíneos  e  os  lotes  de  onde  eles provêm,  não  possam  ser  utilizados  para  fins  terapêuticos,  sem que haja validação dos resultados de Controlo da Qualidade. 

P1 

SS1  1.14.7  Deve permitir procedimentos de  libertação e de distribuição de sangue e componentes sanguíneos não normalizados, claramente documentados e autorizados por uma pessoa designada. 

P2 

Page 75: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

56  

Número do Processo 

Ordem no Processo  Especificação do Requisito do Utilizador  Prioridade 

SS1  1.15  Tem  de  possuir  protecções  físicas  para  proteger  de  perigos naturais e ambientais, bem como de  intrusões não autorizadas a informação,  os  sistemas  de  tecnologia  de  informação,  e  os edifícios e equipamento relacionados. 

P1 

SS1  1.16  Tem de ter definidas politicas e procedimentos para a realização de cópias de segurança para prevenir perda de registos devido a falhas esperadas ou inesperadas. 

P1 

SS1  1.17  Deve permitir o registo e documentação de reclamações, eventos adversos  ou  reacções  relacionados  com  os  componentes,  bem como dos factores causadores do defeito. 

P2 

SS1  1.18  Deve  ter  avisos de  segurança para procedimentos normalizados com impacte na segurança ou na coerência dos registos. 

P2 

SS1  1.19  Tem  que  garantir  que  nas  transferências  com  outras  bases  de dados  os  registos  ou  dados  incoerentes  não  são  actualizados automaticamente. 

P1 

SS1  1.20  Tem que permitir o acesso ao registo do histórico de cada dador em  função  da  área  de  actividade  que  a  solicita  e  o  perfil  do utilizador. 

P1 

SS1  1.21  Deve  ter meios para bloquear quaisquer dádivas  futuras de um dador que tenha sido previamente eliminado. 

P2 

SS1  1.22  Tem  que  disponibilizar  local  para  atribuição  do  número  de colheita a realizar, assegurando a unicidade da ligação Dador ‐ Nº de colheita. 

P1 

SS1  1.23  Tem  de  existir  um  mecanismo  de  verificação  do  número  de colheita atribuído. 

P1 

SS2  2.1  Pode  permitir  fazer  o  planeamento  e  a  gestão  dos  locais  de colheita. 

P3 

SS2  2.2  Pode  permitir  fazer  a  gestão  de  dadores  por  locais  de  colheita recorrendo  ao  conjunto  de  dados  administrativos  que caracterizam o dador. 

P3 

SS2  2.3  Pode permitir a utilização de meios que  facilitem a comunicação com o dador (cartas, e‐mails, SMS, etc.). 

P3 

SS2  2.4  Deve permitir o agendamento sessões de colheita.  P2 

SS3  3.1  Tem de permitir o registo de dados administrativos de cada dador ou  candidato  a  dador  de  modo  a  obter  uma  identificação individual e inequívoca. 

P1 

SS3  3.2  Tem de verificar e alertar para a existência de dadores com dados administrativos idênticos. 

P1 

SS3  3.3  Tem de permitir  a  consulta dos  registos de dadores  com dados administrativos idênticos. 

P1 

SS3  3.4  Tem de permitir o registo de cada visita do dador ou candidato a dador. 

P1 

SS3  3.5  Tem de permitir a identificação do motivo de inscrição de dadores (tipo de dádiva, análises, etc.). 

P1 

SS4  4.1  Deve  permitir  a  parametrização  dos  critérios  de  suspensão temporária  ou  definitiva  de  dadores  de  dádivas  homólogas  e autólogas. 

P2 

SS4  4.2  Deve disponibilizar a consulta dos dadores ainda sem observação clínica. 

P2 

SS4  4.3  Tem de ser possível registar os resultados dos procedimentos de avaliação clínica. 

P1 

SS4  4.4  Deve  permitir  visualizar  o  registo  do  valor  de  proteínas determinado pelo menos anualmente no sangue dos dadores de plasma por aférese. 

P2 

SS4  4.5  Deve  permitir  visualizar  o  registo  do  valor  de  plaquetas determinado no sangue dos dadores de plaquetas por aférese. 

P2 

Page 76: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

57  

Número do Processo 

Ordem no Processo  Especificação do Requisito do Utilizador  Prioridade 

SS4  4.6  Tem de ser possível registar os resultados das análises efectuadas ao dador no contexto da triagem clínica. 

P1 

SS4  4.6.1  Deve permitir o registo do valor de hemoglobina determinado no sangue dos dadores de sangue total e de componentes celulares. 

P2 

SS4  4.7  Tem que alertar sobre a  inscrição de um dador para colheita se, desde  a  última  dádiva,  ainda  não  tiver  passado  o  intervalo  de tempo determinado para cada tipo de dádiva. 

P1 

SS4  4.8  Tem  de  impedir  a  aprovação  para  colheita  de  um  dador previamente eliminado. 

P1 

SS4  4.9  Tem de permitir o registo dos motivos de suspensão  temporária ou definitiva de dadores homólogos ou autólogos. 

P1 

SS4  4.10  Tem de permitir o  registo do prazo de suspensão  temporária de dadores homólogos. 

P1 

SS5  5.1  Tem  que  permitir  a  parametrização  das  reacções  adversas decorrentes da dádiva de sangue ou células. 

P1 

SS5  5.2  Tem  de  possuir  meios  que  obriguem  à  confirmação  da identificação do dador imediatamente antes da venopunção. 

P1 

SS5  5.3  Tem  de  possuir  meios  que  obriguem  à  confirmação  da identificação  da  dádiva  e  das  amostras  para  análise  após  a venopunção. 

P1 

SS5  5.4  Deve  permitir  o  registo  e  controlo  do  tempo  de  colheita  das dádivas. 

P2 

SS5  5.5  Tem  que  permitir  registar  reacções  adversas  e/ou  lesões decorrentes da dádiva de sangue ou componentes e observações. 

P1 

SS5  5.6  Tem  que  permitir  registar  as  características  dos  dispositivos médicos utilizados na colheita. 

P1 

SS5  5.7  Deve  permitir  o  registo  do  tipo  de  dádiva  (sangue  ou componente),  das  soluções  aditivas,  da  embalagem  primária (sacos) e equipamentos utilizados. 

P2 

SS6  6.1  Tem de permitir a parametrização das análises tendo em atenção factores  como:  área  laboratorial;  normativo  (obrigatório  ou opcional);  história  clínica;  tipos  de  valores  admissíveis;  tipo  de resultados  (qualitativo,  quantitativo);  unidades  de  leitura; intervalos de referência. 

P1 

SS6  6.2  Tem  permitir  fazer  a  gestão  dos  pedidos  de  análises, diferenciando claramente entre análise realizadas e por realizar. 

P1 

SS6  6.3  Tem que permitir fazer o registo de todos os resultados analíticos obtidos  no  laboratório  de  imunohematologia  para  as  análises obrigatórias. 

P1 

SS6  6.3.1  Tem  de  permitir  o  registo  para  todos  os  dadores  dos  grupos sanguíneos AB0 e RhD. 

P1 

SS6  6.3.2  Deve  permitir  o  registo  de  resultados  de  dois  testes independentes AB0 RhD, para dadores novos. 

P2 

SS6  6.3.3  Deve permitir o  registo de  resultados da pesquisa de anticorpos eritrocitários  irregulares clinicamente significativos, para dadores com história de transfusões ou gravidez desde a última dádiva. 

P2 

SS6  6.3.4  Deve  comparar  o  grupo  AB0  e  RhD  da  última  dádiva  com  o registado  no  histórico  do  dador  e  se  forem  detectadas discrepâncias  os  componentes  sanguíneos  devem  ficar bloqueados  até  a  discrepância  ter  sido  resolvida inequivocamente. 

P2 

SS6  6.4  Tem que permitir fazer o registo de todos os resultados analíticos obtidos  no  laboratório  de  microbiologia  para  as  análises obrigatórias. 

P1 

Page 77: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

58  

Número do Processo 

Ordem no Processo  Especificação do Requisito do Utilizador  Prioridade 

SS6  6.4.1  Tem  de  possuir  mecanismos  que  permitam  assegurar  que  os dadores  com  resultados  repetidamente  positivos  nos  testes  de rastreio das infecções víricas tenham um tratamento diferenciado obrigando à intervenção directa de utilizador habilitado. 

P1 

SS6  6.5  Pode ter mecanismos para a apoiar no processo de notificação de dador com resultados anormais, nomeadamente pela emissão de relatórios  ou  cartas  para  comunicação  ao  dador  de  anomalias importantes  dos  resultados  dos  procedimentos  de  avaliação clínica ou das análises efectuadas. 

P3 

SS6  6.6  Deve  permitir  fazer  o  registo  de  todos  os  resultados  analíticos obtidos no laboratório de CQ para as análises obrigatórias. 

P2 

SS6  6.7  Tem que permitir realizar a validação automática de resultados de acordo com critérios pré‐estabelecidos (negatividade do rastreio, comparação com histórico, etc.). 

P1 

SS6  6.8  Tem de permitir o registo do valor de proteínas determinado no sangue  dos  dadores  de  plasma  por  aférese,  pelo  menos anualmente. 

P1 

SS6  6.9  Tem de permitir o registo do valor de plaquetas determinado no sangue dos dadores de plaquetas por aférese. 

P1 

SS6  6.10  Deve  ser  possível  evidenciar  a  resolução  de  resultados discrepantes. 

P2 

SS7  7.1  Tem permitir o  registo do processamento a que  cada  colheita é submetida. 

P1 

SS7  7.2  Tem  permitir  fazer  a  gestão  das  unidades  de  sangue  que aguardam  processamento,  diferenciando  claramente  entre processamentos realizados e por realizar. 

P1 

SS7  7.3  Pode  permitir  o  registo  das  condições  de  transporte (temperatura). 

P3 

SS7  7.4  Deve impedir que as dádivas que excederam o tempo máximo de colheita sejam processadas, ou que dêem origem a determinados componentes. 

P2 

SS7  7.5  Deve  prever  o  registo  de  operações  adicionais  sobre  os componentes  (irradiação  ‐  dose  de  radiação,  lavagem, criopreservação ‐ metodologias de conservação, etc). 

P2 

SS8  8.1  Tem que permitir a  impressão de rótulos normalizados (ISBT128) para  identificação de cada componente  sanguíneo.  "O  rótulo de cada um dos componentes deve conter as seguintes informações: Designação oficial do componente; Volume, peso ou número de células  do  componente  (consoante  o  caso);  Identificação  única, numérica ou alfanumérica, da dádiva; Nome do serviço de sangue de produção; Grupo ABO (não necessária para o plasma destinado exclusivamente  a  fraccionamento);  Grupo  Rh  D,  especificando «Rh  D  positivo»  ou  «Rh  D  negativo»  (não  necessária  para  o plasma  destinado  exclusivamente  a  fraccionamento);  Data  ou prazo  de  validade  (consoante  o  caso);  Temperatura  de armazenamento; Nome, composição e volume do anticoagulante e ou solução aditiva (caso exista)." 

P1 

SS8  8.1.1  Deve  ser  incluída no  rótulo  informação  sobre  leucoredução dos Concentrados Eritrocitários. 

P2 

SS8  8.1.2  Deve  ser  incluída  no  rótulo  a  identificação  do  dador  e  a advertência  "Só para  transfusão autóloga", no caso de  sangue e componentes autólogos. 

P2 

SS8  8.1.3  Deve  ser  incluída  no  rótulo  informação  sobre  processamentos adicionais a que os componentes tenham sido sujeitos. 

P2 

SS8  8.2  Tem  de  permitir  a  rotulagem  dos  componentes  de  dádivas  de dadores novos só após a realização de dois testes independentes AB0 RhD. 

P1 

Page 78: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

59  

Número do Processo 

Ordem no Processo  Especificação do Requisito do Utilizador  Prioridade 

SS8  8.3  Tem de  impedir  a  rotulagem dos  componentes eritrocitários de dádivas de dadores sujeitas a pesquisa de anticorpos eritrocitários irregulares, cujo resultado seja positivo. 

P1 

SS8  8.4  Tem  de  permitir  identificar  todos  os  componentes  sanguíneos resultantes  de  dádivas  com  resultados  repetidamente  positivos para  testes  de  rastreio,  características  não  conformes  com  os parâmetros de qualidade do produto ou dos processos, expiração da validade, estudos imunohematológicos inconclusivos de modo a  que  tenham  um  tratamento  diferenciado,  com  vista  à  sua eliminação ou uso não terapêutico. 

P1 

SS8  8.5  Tem de permitir o registo do envio de componentes sanguíneos a outras instituições. 

P1 

SS8  8.6  Deve registar a identificação da pessoa que realizou a distribuição e do cliente que recebeu os componentes. 

P2 

SS8  8.7  Tem  de  gerar  documentação  comprovativa  do  envio  de componentes sanguíneos a outras instituições. 

P1 

SS8  8.8  Tem que permitir a monitorização do inventário de componentes disponíveis e indisponíveis. 

P1 

SS8  8.9  Deve permitir a recepção de pedidos de componentes sanguíneos de outras instituições. 

P2 

SS8  8.10  Deve  permitir  a  reintegração  do  sangue  e  dos  componentes sanguíneos  no  inventário  com  vista  à  sua  distribuição subsequente  se  estiverem  preenchidos  todos  os  requisitos  e procedimentos de qualidade estabelecidos pelo serviço de sangue para assegurar a integridade dos componentes sanguíneos. 

P2 

SS8  8.10.1  Deve permitir registar as condições de armazenamento a que os componentes estiveram sujeitos e a inspecção realizada antes da redistribuição  no  caso  da  aceitação  da  devolução  de componentes para subsequente distribuição. 

P2 

SMT9  9.1  Tem de permitir o  registo adequado no  inventário das unidades provenientes do exterior. 

P1 

SMT9  9.1.1  Deve  permitir  a  introdução  de  stock  no  sistema  para  todos  os componentes  por  meio  de  transferência  electrónica  ou  leitura electrónica  (leitor de  código de barras, RFID, etc.). As  seguintes informações devem ser capturadas, para cada unidade individual: ‐  identificador  exclusivo  de  dádiva  (não  deve  ocorrer  nova rotulagem  de  unidades);  ‐  grupo  ABO  e  RhD  ;  ‐  código  do componente; ‐ Prazo de validade. 

P2 

SMT9  9.2  Tem  de  permitir  o  registo  de  todas  as  manipulações  de componentes após a recepção. 

P1 

SMT9  9.3  Deve  permitir  o  registo  de  características  adicionais  dos componentes. 

P2 

SMT9  9.4  Deve  permitir  a  visualização  dos  detalhes  do  inventário:  stock reservado  e  não  reservado  apresentado  por  tipo  de  unidade, grupo e características específicas.  ‐Incluir detalhes com o prazo de  validade de  todas as unidades e dar uma  lista ordenada por número dias de validade restantes para qualquer tipo de unidade e grupo AB0 e RhD; ‐Dar detalhes do stock recebido, stock usado e stock eliminado com diferentes intervalos de tempo. 

P2 

SMT9  9.5  Tem de permitir a  “reintegração do  sangue e dos  componentes sanguíneos  no  inventário  com  vista  à  sua  disponibilização subsequente”  (…)  se  estiverem  preenchidos  os  requisitos  e procedimentos de qualidade estabelecidos pelo serviço de sangue para assegurar a integridade dos componentes sanguíneos.” 

P1 

SMT9  9.6  Pode  ser  capaz  de  gerar  um  pedido  de  reposição  de  stock  que possa  ser  transmitido  ao  SS  por  transferência  electrónica  de dados.   

P3 

Page 79: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

60  

Número do Processo 

Ordem no Processo  Especificação do Requisito do Utilizador  Prioridade 

SMT10  10.1  Tem de gerar um código único para identificar cada pedido.  P1 

SMT10  10.2  Tem de permitir o registo dos seguintes dados do pedido: Nome; Apelido; Género; Data de nascimento; nº do hospital; data e hora do  pedido;  Serviço;  tipo  de  pedido  (grupo,  reserva, compatibilidade); Tipo de amostra enviada; razão do pedido; ‐ ID médico;  ‐  Se  forem pedidos  componentes  sanguíneos:  ‐  tipo de componente,  incluindo  requisitos  especiais;  ‐  nº  de  unidades necessárias; ‐ data e hora a que o componente será necessário. ‐ Informação  adicional  desejável:  grupo  sanguíneo;  transfusões anteriores;  história  obstétrica.  DHRN.  Presença  de  anticorpos conhecidos. 

P1 

SMT10  10.3  Deve  permitir  a  realização  de  pedidos  de  componentes sanguíneos  directamente  no  sistema  do  SMT  ou  num  formato electrónico compatível com o mesmo. 

P2 

SMT10  10.4  Tem de existir um interface electrónico para o registo de pedidos manuais de componentes sanguíneos num formato semelhante. 

P1 

SMT10  10.5  Tem de verificar e alertar para a existência de doentes com dados administrativos semelhantes. 

P1 

SMT11  11.1  Deve permitir a identificação das amostras no laboratório por um número de amostra único, associado ao  registo de  cada pedido para o paciente, de preferência com código de barras. 

P2 

SMT11  11.2  Pode permitir um  registo de  reagentes,  contendo o número do lote, fornecedor e data de validade. 

P3 

SMT11  11.3  Devem  ser  guardadas  as  seguintes  informações  para  cada amostra na grupagem ABO e Rh:  ‐ Data e hora de  realização do teste;  ‐  resultados  do  teste;  ‐  identidade  da(s)  pessoa(s)  que introduz / valida os resultados;  ‐ técnica utilizada para realização do teste. 

P2 

SMT11  11.3.1  Pode  guardar  a  imagem  quando  são  utilizados  leitores automáticos para interpretar padrões de reacção. 

P3 

SMT11  11.4  Têm de estar definidos os critérios de compatibilidade por tipo de componentes e grupo. 

P1 

SMT11  11.4.1  Tem de impedir a utilização de componentes incompatíveis.  P1 

SMT11  11.4.2  Tem de permitir a atribuição de unidades ABO‐compatíveis, mas serologicamente incompatíveis desde que realizada por utilizador com nível adequado, em circunstâncias excepcionais previamente definidas. 

P1 

SMT11  11.4.3  Deve  impedir,  nos  testes  de  compatibilidade,  a  selecção  de unidades  de  eritrócitos  ABO‐incompatíveis  e  deve  exigir  a autorização de incompatibilidade RhD. 

P2 

SMT11  11.4.4  Tem de permitir a emissão de unidades de «emergência», O RhD negativo ou O RhD positivo, sem um grupo sanguíneo conhecido do paciente. 

P1 

SMT11  11.4.5  Tem de permitir a emissão de unidades grupo compatíveis, com base  num  grupo  sanguíneo  de  emergência  apenas,  antes  da introdução  da  pesquisa  de  anticorpos  ou  dos  resultados  de compatibilidade. 

P1 

SMT11  11.4.6  Deve  permitir  a  introdução  retrospectiva  de  novos  testes,  por exemplo,  resultados de compatibilidade, com  registo da hora de tais entradas. 

P2 

SMT11  11.4.7  Deve  exigir,  no  caso  de  discrepância  entre  as  provas  directa  e reversa  para  determinação  do  grupo  AB0,  a  confirmação  da interpretação  dos  resultados  após  inspecção  visual  com  registo manual dos resultados da repetição do teste da amostra. 

P2 

SMT11  11.5  Deve alertar o utilizador para requisitos especiais de transfusão.  

P2 

Page 80: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

61  

Número do Processo 

Ordem no Processo  Especificação do Requisito do Utilizador  Prioridade 

SMT11  11.6  Pode  ser  feita  a  introdução  manual  por  meio  de  padrões  de reacção, ou grupo  sanguíneo  interpretado, usando o  teclado ou menu de código de barras. 

P3 

SMT11  11.6.1  Deve  solicitar  que  os  resultados manuais  sejam  verificados  por uma  segunda  entrada  cega,  que  sempre  que  possível  deve  ser realizado por um segundo operador. 

P2 

SMT11  11.7  Deve, nos testes de compatibilidade, permitir definir um período de  reserva  para  as  unidades  compatibilizadas  e  produzir  um retorno  à  lista  de  stock. A data de  reserva não deve  exceder  o prazo de validade do componente. 

P2 

SMT11  11.7.1  Tem, nos testes de compatibilidade, de permitir que os resultados sejam  imputados  a  cada  unidade  compatibilizada  (seja  ela compatível  ou  não).  Têm  de  ser  registadas  as  seguintes informações: Data e hora da realização do teste; identidade da(s) pessoa(s) que introduziu e/ou validou os resultados. 

P1 

SMT11  11.8  Deve  haver  um  mecanismo  para  edição  e  correcção  dos resultados por pessoa autorizada  com  registo da  identificação e operações realizadas. 

P2 

SMT11  11.9  Tem de permitir a substituição do grupo sanguíneo de um doente, diferente  do  registado  no  histórico,  por  pessoa  autorizada  com registo  da  identificação  e  operações  realizadas.  Isto  deve  ser acompanhado por mensagens de aviso adequadas. 

P1 

SMT11  11.10  Tem  de  ser  guardado  o  resultado,  a  data  de  realização  e  a metodologia utilizada na pesquisa e identificação de anticorpos. 

P1 

SMT11  11.10.1  Tem de haver a possibilidade de  inserir mais de um anticorpo na pesquisa e identificação de anticorpos. 

P1 

SMT11  11.10.2  Deve haver um mecanismo para permitir comentários relativos à pesquisa  e  identificação  de  anticorpos,  por  exemplo,  ‐  sem significado  clínico;  ‐  com  significado  clínico;  ‐  Fenótipo  dos eritrócitos do paciente, etc. 

P2 

SMT11  11.10.3  Tem  de  permitir  o  registo  dos  resultados  da  titulação  e  /  ou quantificação de anticorpos. 

P1 

SMT11  11.11  Tem de permitir o registo dos resultados do teste de antiglobulina directa (TAD). 

P1 

SMT11  11.11.1  Deve permitir adicionar comentários ao registo dos resultados do teste de antiglobulina directa (TAD). 

P2 

SMT11  11.11.2  Deve  ser  possível  inserir  os  resultados  obtidos  com  reagentes AHG monoespecíficos para o teste de antiglobulina directa (TAD). 

P2 

SMT11  11.12  Deve ser possível armazenar os resultados dos testes serológicos realizados em caso de suspeita de reacção transfusional. 

P2 

SMT11  11.13  Deve ser possível, no caso de testes relacionados com a Gravidez, associar  o  seguinte  com  o  registo  do  paciente:  ‐  Número  de semanas  de  gestação  no  momento  do  teste;  ‐  Detalhes  da hemorragia  fetomaterna  em  ml;  ‐  Dose  e  número  do  lote  de imunoglobulina anti‐D administrada (possibilidade para múltiplas entradas); ‐ Resultados do teste da criança. 

P2 

SMT11  11.13.1  Deve ser possível, no caso de testes relacionados com a Gravidez, solicitar e inserir os resultados do fenótipo do parceiro. 

P2 

SMT11  11.13.2  Deve ser possível, no caso de testes relacionados com a Gravidez, inserir  comentários  codificados  e  de  texto  livre  contra  os resultados dos pacientes. 

P2 

SMT11  11.14  Tem  de  ser  possível  a  atribuição  de  unidades  individuais  ou múltiplas a doentes e os detalhes gravados e armazenados devem incluir: ‐ identificador do doente; ‐ Data de administração; ‐ Nº de lote; ‐ n º de unidades. 

P1 

Page 81: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

62  

Número do Processo 

Ordem no Processo  Especificação do Requisito do Utilizador  Prioridade 

SMT11  11.14.1  Deve produzir um relatório de compatibilidade e os rótulos após a validação dos resultados dos testes de compatibilidade. 

P2 

SMT12  12.1  Tem  de  permitir  o  registo  adequado  da  disponibilização  de componentes:  ‐identidade  da  pessoa  que  envia  as  unidades;  ‐identidade  da  pessoa  que  recebe  as  unidades;  ‐  destino  da unidade; ‐ data e hora do envio. 

P1 

SMT12  12.2  Pode permitir que os utilizadores nas enfermarias tenham acesso remotamente à disponibilidade de stock reservado para doentes. 

P3 

SMT13  13.1  Deve  permitir  registar  a  administração  de  cada  componente (data, hora e utilizador) e a monitorização pré e pós‐transfusional. 

P2 

SMT13  13.2  Deve  possibilitar  registar  as  reacções  adversas  observadas durante  ou  após  a  transfusão,  incluindo  caracterização, terapêutica e comentários. 

P2 

SMT13  13.3  Deve  permitir  verificar  se  cada  unidade  disponibilizada  foi transfundida ao receptor previsto. 

P2 

SS‐SMT14  14.1  Tem de existir um mecanismo para  identificar múltiplos  registos de  um  mesmo  dador  ou  doente  baseados  em  critérios relacionados com os identificadores. 

P1 

SS‐SMT14  14.1.1  Deve  existir  um  mecanismo  para  ligar  ou  “fundir”  múltiplos registos de um mesmo dador ou doente suportado por critérios definidos localmente. 

P2 

SS‐SMT14  14.1.2  Deve  ser  assegurada  a  rastreabilidade  conservando  todos  os detalhes  dos  dadores/doentes  dos  registos  anteriores  à  fusão  / ligação,  a  data/hora  da  fusão/ligação,  e  o  nome  da  pessoa  que autorizou  a  fusão/ligação,  independentemente  do  mecanismo usado. 

P2 

SS‐SMT14  14.2  Tem  de  permitir  obter  os  dados  necessários  à  realização  do relatório anual para o IPS. 

P1 

SS‐SMT14  14.3  Tem  de  permitir  obter  os  dados  necessários  à  realização  do relatório anual para a ASST. 

P1 

SS‐SMT14  14.4  Deve ser capaz de  realizar consultas quer estejam  integradas no sistema  ou  tornando  a  base  de  dados  disponível  para  acesso externo.  É  importante  que  tal  consulta  ad  hoc  tenha  acesso  a todos os itens de dados. A segurança de acessos deve continuar a ser  aplicada.  Se  não  for  possível  disponibilizar  sistemas  de consulta  sofisticados,  o  sistema  deve  fornecer  um  conjunto mínimo  de  informação  de  gestão  (estatísticas  dos  processos  de colheita, processamento e de utilização)  e médico‐legal. 

P2 

SS‐SMT14  14.5  Deve realizar o registo do inventário de componentes disponíveis e indisponíveis por período. 

P2 

SS‐SMT14  14.6  Tem  de  permitir  o  registo  de  comunicações  do  dador  após  a dádiva (reacções, complicações, infecções, etc.). 

P1 

Admin15  15.1  Deve  exercer  controlo  estrito  sobre  as  propostas  e mudanças/alterações nas bases de dados. 

P2 

Admin15  15.2  Tem de  ser  realizado  treino adequado do pessoal. Programa de treino  documentado  que  cubra  todos  os  POP’s,  que  cumpra  os requisitos documentados da instituição e a um nível de exigência de  competência proporcional à  importância das  tarefas de  cada elemento. 

P1 

Admin15  15.3  Tem de prever e ter implementados meios que visem maximizar a segurança de todas as comunicações externas de dados. 

P1 

Admin15  15.4  Tem de respeitar estritamente as condições estabelecidas na Lei de Protecção de Dados Pessoais, aprovada pela Lei nº. 67/98, de 26 de Outubro ou por outra que a revogue. 

P1 

   

Page 82: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

63  

4. Proposta de protocolo de validação 

4.1 Objectivo e Âmbito 

Validar retrospectivamente o sistema informático de um serviço de sangue de acordo com 

os  requisitos  do  utilizador  para  o  cumprimento  dos  requisitos  legais  do Decreto‐Lei  n.º 

267/2007 e das boas práticas desejáveis na actividade destes serviços. 

4.2 Instruções e Metodologia de teste 

Nome e código do processo: Administração do sistema informático (Admin15) 

Requisitos a testar: 

1.1  Tem de estar operacional em todos os períodos de funcionamento do serviço ou de funcionamento de sistemas em este esteja integrado. 

Instruções de teste 

Pesquisar no sistema se existem registos de diferentes actividades, realizados em diferentes períodos do dia e em dias diferentes e em qualquer período de funcionamento  do  serviço  da  instituição  ou  de  sistemas  em  este  esteja integrado. Imprimir ecrã com indicação de data e hora da realização de cada registo. 

Resultados esperados 

São encontrados registos realizados em diferentes períodos do dia e em dias diferentes  e  em  qualquer  período  de  funcionamento  dos  serviços  da instituição ou de sistemas em este esteja integrado. 

Critérios de aceitação 

É possível evidenciar que o SI permite o registo das actividades da instituição em todos os períodos de funcionamento dos seus serviços. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão    

1.2  Tem  de  garantir  o  registo  de  todas  as  operações  (e  da  identidade  dos operadores por  elas  responsáveis) que  possam  ter  influência na qualidade dos componentes sanguíneos. 

Instruções de teste 

Verificar  nos  registos  de  actividades  se  ficam  registados  a  identidade  dos operadores,  a  operação  realizada  e  a  data  e  hora  tendo  em  particular atenção  a  inscrição  de  dadores,  os  dados  da  triagem  clínica,  os  dados  de colheita,  a  validação  de  componentes,  o  registo  e  validação  dos  dados laboratoriais, realização da rotulagem e as actividades de distribuição. 

Resultados esperados 

São registadas pelo SI todas as operações (e a identidade dos operadores por elas responsáveis) que possam ter influência na qualidade dos componentes sanguíneos. 

Critérios de aceitação 

Foi possível rastrear no SI quem realizou todas as operações com  influência na qualidade dos componentes sanguíneos. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão    

Page 83: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

64  

1.3.6  Tem de possuir meios que permitam a  conservação dos dados necessários para assegurar a rastreabilidade integral pelo prazo mínimo de 30 anos. 

Instruções de teste 

Verificar  quais  os meios  e  capacidade  de  armazenamento  de  informação existentes  e  se  existirem meios  de  armazenamento  amovíveis  verificar  da actualidade da visualização. Verificar se permite aceder aos dados desde 1985, ou desde 2007, ou desde o inicio de funcionamento do serviço (se posterior a 2007), ou desde o inicio de funcionamento do SI (se posterior a 2007). 

Resultados esperados 

Existem meios e capacidade de armazenamento de  informação suficiente a médio prazo (2 anos) para o volume de dados produzido no ano actual. Existe  possibilidade  de  incrementar  continuamente  a  capacidade  de armazenamento  em  função  das  necessidades,  sem  perda  de operacionalidade. É possível aceder aos dados desde o início do funcionamento do SI. 

Critérios de aceitação 

Ter capacidade de armazenamento a médio prazo (2 anos) para o volume de dados produzido no ano actual. Permite aceder aos dados desde 1985, ou desde 2007, ou desde o  inicio de funcionamento  do  serviço  (se  posterior  a  2007),  ou  desde  o  inicio  de funcionamento do SI (se posterior a 2007). 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

1.4  Tem que fazer a gestão do acesso dos utilizadores com base em perfis pré‐estabelecidos definidos de acordo com as suas funções. 

1.4.2  Tem  de  existir  uma  hierarquia  de  permissão  de  acesso  para  introduzir, corrigir, ler, ou imprimir dados. 

1.6  Tem  de  disponibilizar meios  que  permitam  que  não  haja modificação  ou eliminação acidental ou propositada de dados. 

Instruções de teste 

1. Solicitar ao administrador do sistema 3 perfis de utilizadores com funções e níveis de permissão diferentes (descriminando as operações permitidas e em que áreas, e datas de atribuição das palavras‐chave). Imprimir ecrãs desta amostragem. 

2.  Solicitar  a  esses 3 utilizadores que  acedam  e  tentem  realizar operações para as quais estão habilitados e outras para que não estão habilitados. Imprimir ecrãs com caixas  de diálogo e mensagens. 

3. Solicitar a esses 3 utilizadores a realização de modificação e eliminação de dados. Imprimir ecrãs com caixas de diálogo e mensagens. 

Resultados esperados 

1. As configurações dos perfis devem ser distintas e deve existir evidência de renovação periódica das palavras‐chave. 

2.  Os  utilizadores  apenas  devem  conseguir  aceder  e  realizar  operações permitidas pelo seu perfil. 

3. Deve  solicitar  confirmação das modificações e eliminações  antes da  sua gravação. 

Critérios de aceitação 

1. Existem configurações dos perfis distintas 2.  Os  utilizadores  apenas  devem  conseguir  aceder  e  realizar  operações 

permitidas pelo seu perfil. 3.  É  solicitada  confirmação  das modificações  e  eliminações  antes  da  sua 

gravação. 

Resultados obtidos 

 

Page 84: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

65  

Conclusão   

1.15  Tem  de  possuir  protecções  físicas  para  proteger  de  perigos  naturais  e ambientais,  bem  como  de  intrusões  não  autorizadas,  a  informação,  os sistemas  de  tecnologia  de  informação,  e  os  edifícios  e  equipamento relacionados. 

Instruções de teste 

Verificar  as  condições  das  instalações  e  da  rede  eléctrica,  a  existência  de controlo do acesso de pessoas ao edifício e dentro deste aos  terminais do sistema. Se possível documentar com anexos. 

Resultados esperados 

As  instalações e a  rede eléctrica  têm condições adequadas, existe controlo do acesso de pessoas ao edifício e dentro deste aos terminais do sistema. 

Critérios de aceitação 

É evidenciado que as condições das  instalações e da rede eléctrica não são precárias e que existe controlo de acessos. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão    

1.16  

Tem de ter definidas políticas e procedimentos para a realização de cópias de segurança  para  prevenir  perda  de  registos  devido  a  falhas  esperadas  ou inesperadas. 

Instruções de teste 

1.  Verificar  a  existência  de  POP  onde  sejam  descritas  as  condições  de realização de cópias de segurança, sua periodicidade, responsabilidades e manutenção. 

2. Verificar a existência física das cópias de segurança e dos registos da sua realização. Fazer cópia ou impressão de uma página dos registos. 

Resultados esperados 

1. Existem POP para realização de cópias de segurança. 2.  Existem  cópias  de  segurança  realizadas  com  a  periodicidade  definida, mantidas  em  condições  que  não  comprometam  a  sua  integridade  e deslocalizadas relativamente aos dados originais. 

Critérios de aceitação 

Existem  cópias  de  segurança  realizadas  com  a  periodicidade  definida, mantidas em condições que não comprometam a sua  integridade e  registo da realização das mesmas. Caso não existam POP para realização de cópias de segurança, recomendar a sua implementação. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão    

1.19  

Tem  que  garantir  que  nas  transferências  com  outras  bases  de  dados  os registos ou dados incoerentes não são actualizados automaticamente. 

Instruções de teste 

Transferir  resultados/dados  laboratoriais  para  dadores/doentes/amostras não  registadas  na  base  de  dados.  Imprimir  ecrãs  com  caixas  de  diálogo  e mensagens. 

Resultados esperados 

Permite visualizar os dados a  transferir com  sinalização, mensagem  (ns) de erro, de alerta, ou de pedido de confirmação para as incoerências criadas. 

Critérios de aceitação 

É  evidenciada  a  não  actualização  automática,  obrigando  à  verificação  e confirmação pelo utilizador. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão    

Page 85: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

66  

15.2  Tem  de  ser  realizado  treino  adequado  do  pessoal.  Programa  de  treino documentado  que  cubra  todos  os  POP’s,  que  cumpra  os  requisitos documentados  da  instituição  e  a  um  nível  de  exigência  de  competência proporcional à importância das tarefas de cada elemento. 

Instruções de teste 

Verificar se: ‐Existe um plano de formação? ‐Existe calendarização de formações iniciais e de actualização? ‐Existem  registos  das  formações  (quem  recebeu  formação,  quem  foi  o formador, actividades e materiais utilizados)? ‐É  realizada  a  avaliação  de  competências  com  níveis  de  exigência proporcionais à importância das tarefas de cada elemento? Anexar cópia de uma página de cada registo. 

Resultados esperados 

Existe  um  plano  de  formação,  calendarização  de  formações  iniciais  e  de actualização, registos das formações e avaliação de competências. 

Critérios de aceitação 

Verificação integral dos resultados esperados. 

Resultados obtidos 

     

Conclusão   

 

 

15.3  Tem de prever e ter implementados meios que visem maximizar a segurança de todas as comunicações externas de dados. 

Instruções de teste 

Verificar se: ‐Existe uma política para a comunicação de dados? ‐Existem procedimentos específicos para a  transmissão dos diferentes  tipos de  dados  (públicos,  confidenciais,  etc.)  de  acordo  com  o  seu  nível  de confidencialidade  (por  ex.,  encriptação  utilizando  canais  seguros  de comunicação)? ‐Existem firewalls físicos de protecção da rede local? 

Resultados esperados 

Existe uma política para a comunicação de dados, procedimentos específicos para a transmissão dos diferentes tipos de dados de acordo com o seu nível de  confidencialidade  (por  ex.,  encriptação  utilizando  canais  seguros  de comunicação) e firewalls físicos de protecção da rede local. 

Critérios de aceitação 

Verificação integral dos resultados esperados. 

Resultados obtidos 

    

Conclusão      

Page 86: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

67  

15.4  Tem  de  respeitar  estritamente  as  condições  estabelecidas  na  Lei  de Protecção de Dados Pessoais, aprovada pela Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro ou por outra que a revogue. 

Instruções de teste 

Verificar se estão  implementadas medidas para garantir a confidencialidade dos  dados  pessoais  dos  dadores  e  o  acesso  dos  dadores  aos  seus  dados pessoais com possibilidade de correcção. Verificar  se  está  previsto  o  registo  do  acesso  dos  dadores  aos  seus  dados pessoais e dos pedidos e realização de alterações. 

Resultados esperados 

Existem  procedimentos  que  visam  garantir  a  confidencialidade  dos  dados pessoais dos dadores e o acesso dos dadores aos seus dados pessoais com possibilidade de correcção. Está previsto o registo do acesso dos dadores aos seus dados pessoais e dos pedidos e realização de alterações. 

Critérios de aceitação 

Verificação integral dos resultados esperados. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

5.1  Tem  que  permitir  a  parametrização  das  reacções  adversas  decorrentes  da dádiva de sangue ou células. 

6.1  Tem de permitir a parametrização das análises  tendo em atenção  factores como: área laboratorial; normativo (obrigatório ou opcional); história clínica; tipos  de  valores  admissíveis;  tipo  de  resultados  (qualitativo,  quantitativo); unidades de leitura; intervalos de referência. 

Instruções de teste 

1. Solicitar a um utilizador de nível adequado de acesso, a parametrização: ‐ De uma nova reacção adversa decorrente da dádiva de sangue ou células. ‐De uma nova  análise  tendo  em  atenção  factores  como:  área  laboratorial; 

normativo  (obrigatório  ou  opcional);  história  clínica;  tipos  de  valores admissíveis;  tipo  de  resultados  (qualitativo,  quantitativo);  unidades  de leitura; intervalos de referência. 

2.  Verificar  se  as  novas  parametrizações  criadas  ficam  disponíveis  como opções para os utilizadores realizarem registos. 

3. Solicitar ao administrador do  sistema a eliminação da  reacção adversa e análise criadas como teste do funcionamento da sua parametrização. 

Resultados esperados 

É possível fazer as novas parametrizações. As  novas  parametrizações  criadas  ficam  disponíveis  como  opções  para  os utilizadores realizarem registos. 

Critérios de aceitação 

É  evidenciada  a  possibilidade  de  fazer  as  parametrizações  indicadas  e  a funcionalidade das mesmas para realização de registos. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

 

   

Page 87: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

68  

Nome e código do processo: Inscrição de dadores (SS3) 

Requisitos a testar: 

3.1  Tem de permitir o registo de dados administrativos de cada dador ou candidato a dador de modo a obter uma identificação individual e inequívoca. 

3.2  Tem  de  verificar  e  alertar  para  a  existência  de  dadores  com  dados administrativos idênticos. 

3.3  Tem de permitir a consulta dos registos de dadores com dados administrativos idênticos. 

3.4  Tem de permitir o registo de cada visita do dador ou candidato a dador. 

3.5  Tem  de  permitir  a  identificação  do motivo  de  inscrição  de  dadores  (tipo  de dádiva, análises, etc.). 

Instruções de teste 

Solicitar quais os dados de preenchimento obrigatório para identificação de dadores. Solicitar a um profissional com funções de registo de dadores que faça o login no SI. Imprimir os ecrãs de todas as operações seguintes. 1. Solicitar ao profissional com funções de registo de dadores que simule (sem 

gravar  o  registo)  a  inscrição  de  um  dador  com  dados  administrativos idênticos a um existente. 

2. Verificar se o SI informa sobre essa repetição. 3. Verificar como o SI discrimina os repetidos. 4. Verificar se existe registo da (s) última (s) inscrição (ões) do dador. 5.  Verificar  no  histórico  das  inscrições  em  que  tipo  de  dádivas  o  dador  se 

inscreveu. 

Resultados esperados 

1.  Verificar  se  dados  de  identificação  de  preenchimento  obrigatório  são suficientes para distinguir entre dadores com identificações idênticas. 

2.  Durante  a  inscrição  de  um  dador  verificar  se  permite  a  sua  inscrição  por outros motivos além da dádiva. 

Critérios de aceitação 

É  possível  evidenciar  que  os  dados  de  identificação  de  preenchimento obrigatório  são  suficientes  para  distinguir  entre  dadores  com  identificações idênticas e que é possível a sua inscrição por outros motivos além da dádiva. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

 

 

   

Page 88: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

69  

Nome e código do processo: Realização da triagem clínica (SS4) 

Requisitos a testar:  

4.3  Tem  de  ser  possível  registar  os  resultados  dos  procedimentos  de  avaliação clínica. 

4.6  Tem de ser possível registar os resultados das análises efectuadas ao dador no contexto da triagem clínica. 

4.7  Tem que alertar sobre a inscrição de um dador para colheita se, desde a última dádiva,  ainda não  tiver passado o  intervalo de  tempo determinado para  cada tipo de dádiva. 

4.8  Tem de impedir a aprovação para colheita de um dador previamente eliminado. 

4.9  Tem de permitir o registo dos motivos de suspensão temporária ou definitiva de dadores homólogos ou autólogos. 

4.10  Tem  de  permitir  o  registo  do  prazo  de  suspensão  temporária  de  dadores homólogos. 

1.22 Se aplicável 

Tem que disponibilizar  local para atribuição do número de  colheita a  realizar, assegurando a unicidade da ligação Dador ‐ Nº de colheita. 

1.23 Se aplicável 

Tem de existir um mecanismo de verificação do número de colheita atribuído. 

Instruções de teste 

Solicitar quais os dados de preenchimento obrigatório para a triagem clínica de dadores.  Solicitar  ao  profissional  médico  da  triagem  que  aceda  à  ficha  de  registo electrónico dos resultados dos procedimentos de avaliação clínica e que realize os procedimentos a seguir referidos. Imprimir os ecrãs de todas as operações. 1. Verificar  se  permite  registar  todos  os  dados  de  preenchimento  obrigatório 

para a triagem clínica de dadores e os resultados das análises efectuadas ao dador no contexto da triagem clínica. 

2.  Inscrever um dador para colheita dos vários  tipos de dádivas, para os quais ainda  não  tenha  passado  o  intervalo  de  tempo mínimo  determinado  para cada tipo de dádiva. 

3. Aprovar e inscrever para colheita um dador previamente eliminado. 4.  Registar  os  motivos  de  suspensão  temporária  e  definitiva  de  dadores 

homólogos  ou  autólogos  e  do  prazo  de  suspensão  temporária  de  dadores homólogos. 

Se aplicável neste processo: 5. Atribuir a um dador um número de colheita. 6. Atribuir um número de colheita já utilizado ao mesmo e a outro dador, e um 

número de colheita com estrutura errada. 7.  Demonstrar  ligação  unívoca  do  dador  ao  número  de  colheita  atribuído 

(pesquisando por número de colheita e por número de dador)       

Page 89: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

70  

Resultados esperados 

Os dados de preenchimento obrigatório  incluem  forçosamente  todos os dados obrigatórios por lei e necessários para assegurar a rastreabilidade. 

1. A ficha de registo electrónico dos resultados dos procedimentos de avaliação clínica permite registar todos os dados de preenchimento obrigatório para a triagem clínica de dadores e os resultados das análises efectuadas ao dador no contexto da triagem clínica. 

2. O SI NÃO permite inscrever dadores para colheita dos vários tipos de dádivas, para os quais  ainda não  tenha passado o  intervalo de  tempo determinado para cada tipo de dádiva e emite alertas e/ou mensagens de erro adequados a cada situação. 

3. O SI NÃO permite aprovar e  inscrever para  colheita um dador previamente eliminado  e  emite  alertas  e/ou  mensagens  de  erro  adequados  a  cada situação. 

4. O SI tem previsto o registo dos motivos de suspensão temporária e definitiva de dadores homólogos ou autólogos e do prazo de suspensão temporária de dadores homólogos. 

Se aplicável neste processo: 5. O SI permite à atribuição a um dador de um número de colheita a realizar. 6. O SI não permite atribuir um número de colheita já utilizado nem ao mesmo 

nem  a  outro  dador,  nem  atribuir  um  número  de  colheita  com  estrutura errada. 

7. O SI permite demonstrar a  ligação unívoca do dador ao número de colheita atribuído (pesquisando por número de colheita e por número de dador). 

Critérios de aceitação 

Verificação de todos os resultados esperados para as situações aplicáveis. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

 

 

 

   

Page 90: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

71  

Nome e código do processo: Realização da colheita (SS5) 

Requisitos a testar: 

1.22 Se aplicável 

Tem que disponibilizar  local para atribuição do número de  colheita a  realizar, assegurando a unicidade da ligação Dador ‐ Nº de colheita. 

1.23 Se aplicável 

Tem de existir um mecanismo de verificação do número de colheita atribuído. 

5.2  Tem de possuir meios que obriguem à  confirmação da  identificação do dador imediatamente antes da venopunção. 

5.3  Tem de possuir meios que obriguem à confirmação da identificação da dádiva e das amostras para análise após a venopunção. 

5.5  Tem que permitir registar reacções adversas e/ou lesões decorrentes da dádiva de sangue ou componentes e observações. 

1.3.2  Tem de garantir o estabelecimento claro de uma relação entre cada colheita e o sistema de colheita utilizado. 

5.6  Tem que permitir  registar as características dos dispositivos médicos utilizados na colheita. 

Instruções de teste 

Solicitar quais os dados de preenchimento obrigatório para ao registo dos dados de colheita.  Solicitar ao profissional que efectua a colheita que aceda ao registo electrónico dos  procedimentos  de  colheita  e  que  realize  os  procedimentos  a  seguir referidos. Imprimir os ecrãs de todas as operações.  Se aplicável neste processo: 1. Atribuir a um dador um número de colheita. 2. Atribuir um número de colheita já utilizado ao mesmo e a outro dador, e um 

número de colheita com estrutura errada. 3.  Demonstrar  ligação  unívoca  do  dador  ao  número  de  colheita  atribuído 

(pesquisando por número de colheita e por número de dador) Aplicar sempre: 4.  Assistir  aos  procedimentos  de  confirmação  obrigatória  da  identificação  do 

dador imediatamente antes da venopunção. 5.  Assistir  aos  procedimentos  de  confirmação  obrigatória  da  identificação  da 

dádiva e das amostras para análise após a venopunção. 6.  Simular  (sem  gravar),  ou  efectuar  na  ocorrência  de  uma  situação  real,  o 

registo de reacções adversas e/ou lesões decorrentes da dádiva de sangue ou componentes e observações. 

7. Assistir  ao  registo do  tipo  e  características do  sistema de  colheita utilizado relativo a cada colheita, para os tipos de colheita e de sistemas distintos. 

Resultados esperados 

Os dados de preenchimento obrigatório  incluem  forçosamente  todos os dados obrigatórios por lei e necessários para assegurar a rastreabilidade.  Se aplicável neste processo: 1. O SI permite à atribuição a um dador de um número de colheita a realizar. 2. O SI não permite atribuir um número de colheita já utilizado nem ao mesmo 

nem  a  outro  dador,  nem  atribuir  um  número  de  colheita  com  estrutura errada. 

3. O SI permite demonstrar a  ligação unívoca do dador ao número de colheita 

Page 91: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

72  

atribuído (pesquisando por número de colheita e por número de dador).  Verificar sempre 4.  O  SI  permite  e  regista  a  realização  de  procedimentos  de  confirmação  da 

identificação do dador imediatamente antes da venopunção. 5.  O  SI  permite  e  regista  a  realização  de  procedimentos  de  confirmação  de 

identificação da dádiva e das amostras para análise após a venopunção. 6.  O  SI  permite  o  registo  de  reacções  adversas  e/ou  lesões  decorrentes  da 

dádiva de sangue ou componentes e observações. 7. O SI permite o registo do tipo e características do sistema de colheita utilizado 

relativo a cada colheita, para os tipos de colheita e de sistemas distintos. 

Critérios de aceitação 

Verificação de todos os resultados esperados para as situações aplicáveis. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

 

 

   

Page 92: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

73  

Nome e código do processo: Laboratórios de Microbiologia, Imuno‐hemoterapia e 

Controlo da Qualidade (SS6) 

Requisitos a testar: 

6.2  Tem permitir fazer a gestão dos pedidos de análises, diferenciando claramente entre análise realizadas e por realizar. 

6.3  Tem que permitir  fazer o  registo de  todos os  resultados analíticos obtidos no laboratório de imunohematologia para as análises obrigatórias. 

6.3.1  Tem de permitir o registo para todos os dadores dos grupos sanguíneos AB0 e RhD. 

6.4  Tem que permitir  fazer o  registo de  todos os  resultados analíticos obtidos no laboratório de microbiologia para as análises obrigatórias. 

6.4.1  Tem  de  possuir  mecanismos  que  permitam  assegurar  que  os  dadores  com resultados  repetidamente positivos nos  testes de  rastreio das  infecções víricas tenham  um  tratamento  diferenciado  obrigando  à  intervenção  directa  de utilizador habilitado. 

6.7  Tem que permitir realizar a validação automática de resultados de acordo com critérios pré‐estabelecidos (negatividade do rastreio, comparação com histórico, etc.). 

6.8  Tem  de  permitir  o  registo  do  valor  de  proteínas  determinado  no  sangue  dos dadores de plasma por aférese, pelo menos anualmente. 

6.9  Tem  de  permitir  o  registo  do  valor  de  plaquetas  determinado  no  sangue  dos dadores de plaquetas por aférese. 

1.12  Tem  de  existir  um  processo  de  verificação  da  introdução  manual  de  dados críticos, tais como resultados de testes laboratoriais. 

Instruções de teste 

Solicitar quais os dados de preenchimento obrigatório para ao registo dos dados laboratoriais para cada área. Solicitar ao(s) profissional(is)   que efectuam  testes  laboratoriais que  realize os procedimentos a seguir referidos. Imprimir os ecrãs de todas as operações. 1.  Demonstrar  a  gestão  dos  pedidos  de  análises  e  a  distinção  entre  análises 

realizadas e por realizar. 2.  Demonstrar  o  registo  dos  resultados  analíticos  obtidos  no  laboratório  de 

imunohematologia para as análises obrigatórias.  3  Demonstrar  o  registo  dos  resultados  analíticos  obtidos  no  laboratório  de 

microbiologia para as análises obrigatórias. 4.  Demonstrar  que  os  dadores  com  resultados  repetidamente  positivos  nos 

testes  de  rastreio  das  infecções  víricas  têm  um  tratamento  diferenciado obrigando à intervenção directa de utilizador habilitado. 

5. Realizar  a  validação  automática de  resultados de  acordo  com  critérios pré‐estabelecidos  (negatividade do  rastreio,  comparação  com histórico, etc.). e demonstrar  que  dadores  com  resultados  anteriores  não  normais  foram processados de modo diferenciado dos sem antecedentes. 

6.  Demonstrar  o  registo  do  valor  de  proteínas  determinado  no  sangue  dos dadores  de  plasma  por  aférese  e  do  valor  de  plaquetas  determinado  no sangue dos dadores de plaquetas por aférese. 

7.  Realizar  um  processo  de  introdução manual  de  dados  críticos,  tais  como resultados de testes laboratoriais. 

Page 93: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

74  

Resultados esperados 

Os dados de preenchimento obrigatório  incluem  forçosamente  todos os dados obrigatórios por lei e necessários para assegurar a rastreabilidade. 1. O  SI permite  a  gestão dos pedidos de  análises  e  a distinção  entre  análises 

realizadas e por realizar. 2. O  SI  permite  o  registo  dos  resultados  analíticos  obtidos  no  laboratório  de 

imunohematologia para as análises obrigatórias.  3. O  SI  permite  o  registo  dos  resultados  analíticos  obtidos  no  laboratório  de 

microbiologia para as análises obrigatórias. 4. O  SI  permite  que  os  dadores  com  resultados  repetidamente  positivos  nos 

testes de rastreio das  infecções víricas  tenham um tratamento diferenciado obrigando à intervenção directa de utilizador habilitado. 

5. O  SI  permite  realizar  a  validação  automática  de  resultados  de  acordo  com critérios  pré‐estabelecidos  (negatividade  do  rastreio,  comparação  com histórico,  etc.).  e  os  dadores  com  resultados  anteriores  não  normais  são processados de modo diferenciado dos sem antecedentes. 

6.  O  SI  permite  o  registo  do  valor  de  proteínas  determinado  no  sangue  dos dadores  de  plasma  por  aférese,  pelo  menos  anualmente  e  do  valor  de plaquetas determinado no sangue dos dadores de plaquetas por aférese para todas as dádivas. 

7.  O  SI  realiza  um  processo  de  verificação  da  introdução  manual  de  dados críticos, tais como resultados de testes laboratoriais. 

Critérios de aceitação 

Verificação de todos os resultados esperados para as situações aplicáveis. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

   

Page 94: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

75  

Nome e código do processo: Separação de Componentes (SS7) 

Requisitos a testar: 

7.1  Tem permitir o registo do processamento a que cada colheita é submetida. 

7.2  Tem  permitir  fazer  a  gestão  das  unidades  de  sangue  que  aguardam processamento,  diferenciando  claramente  entre  processamentos  realizados  e por realizar. 

Instruções de teste 

Solicitar  quais  os  dados  de  preenchimento  obrigatório  para  o  registo  da Separação de Componentes. Solicitar ao(s) profissional(is)   que efectuam estas actividades que realize(m) os procedimentos a seguir referidos. Imprimir os ecrãs de todas as operações. 1.  Demonstrar  o  registo  do  processamento  de  3  unidades  com  diferentes 

destinos finais. 2.  Demonstrar  a  gestão  da  separação  das  colheitas  de  acordo  com  os  seus 

diferentes estados. 

Resultados esperados 

1. O SI permite o registo do processamento de unidades com diferentes destinos finais  (preparação  de  diferentes  produtos  sanguíneos,  inutilização  por diferentes motivos, etc.). 

2. O  SI  permite  a  gestão  da  separação  das  colheitas  de  acordo  com  os  seus diferentes estados. 

Critérios de aceitação 

Verificação de todos os resultados esperados para as situações aplicáveis. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

 

 

   

Page 95: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

76  

Nome e código do processo: Rotulagem, Gestão de Stocks e Distribuição de componentes 

(SS8) 

Requisitos a testar: 

8.1  Tem  que  permitir  a  impressão  de  rótulos  normalizados  (ISBT128)  para identificação  de  cada  componente  sanguíneo.  "O  rótulo  de  cada  um  dos componentes  deve  conter  as  seguintes  informações:  Designação  oficial  do componente; Volume, peso ou número de células do componente (consoante o caso);  Identificação  única,  numérica  ou  alfanumérica,  da  dádiva;  Nome  do serviço  de  sangue  de  produção;  Grupo  ABO  (não  necessária  para  o  plasma destinado exclusivamente a fraccionamento); Grupo Rh D, especificando «Rh D positivo»  ou  «Rh  D  negativo»  (não  necessária  para  o  plasma  destinado exclusivamente  a  fraccionamento);  Data  ou  prazo  de  validade  (consoante  o caso);  Temperatura  de  armazenamento;  Nome,  composição  e  volume  do anticoagulante e ou solução aditiva (caso exista)." 

8.2  Tem de permitir a rotulagem dos componentes de dádivas de dadores novos só após a realização de dois testes independentes AB0 RhD. 

8.3  Tem  de  impedir  a  rotulagem  dos  componentes  eritrocitários  de  dádivas  de dadores  sujeitas  a  pesquisa  de  anticorpos  eritrocitários  irregulares,  cujo resultado seja positivo. 

8.4  Tem  de  permitir  identificar  todos  os  componentes  sanguíneos  resultantes  de dádivas  com  resultados  repetidamente  positivos  para  testes  de  rastreio, características não conformes com os parâmetros de qualidade do produto ou dos  processos,  expiração  da  validade,  estudos  imunohematológicos inconclusivos de modo a que tenham um tratamento diferenciado, com vista à sua eliminação ou uso não terapêutico. 

8.5  Tem  de  permitir  o  registo  do  envio  de  componentes  sanguíneos  a  outras instituições. 

8.7  Tem  de  gerar  documentação  comprovativa  do  envio  de  componentes sanguíneos a outras instituições. 

8.8  Tem que permitir a monitorização do  inventário de componentes disponíveis e indisponíveis. 

1.3.5  Tem de registar e armazenar detalhes dos movimentos das unidades,  incluindo transferência entre stocks reservados e não reservados, transferência de e para frigoríficos satélite, envios a enfermarias e serviços,  transferências para outros hospitais e causas de inutilização. 

Instruções de teste 

Solicitar ao(s) profissional(is)   que efectuam estas actividades que realize(m) os procedimentos a seguir referidos. Imprimir os ecrãs de todas as operações. 1. Verificar se os rótulos para  identificação de cada componente sanguíneo são 

normalizados segundo a norma ISBT128. 2. Verificar se os rótulos de 3 componentes têm as seguintes informações:  ‐Designação oficial do componente;  ‐Volume, peso ou número de células do componente (consoante o caso); ‐Identificação única, numérica ou alfanumérica, da dádiva;  ‐Nome do serviço de sangue de produção;  ‐Grupo  ABO  (não  necessária  para  o  plasma  destinado  exclusivamente  a fraccionamento);  ‐Grupo Rh D, especificando «Rh D positivo» ou «Rh D negativo» (não necessária para o plasma destinado exclusivamente a fraccionamento);  

Page 96: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

77  

‐Data ou prazo de validade (consoante o caso);  ‐Temperatura de armazenamento;  ‐Nome,  composição  e  volume  do  anticoagulante  e  ou  solução  aditiva  (caso exista). 3.  Demonstrar  como  decorre  a  rotulagem  dos  componentes  de  dádivas  de 

dadores novos com e ainda  sem a  realização de dois  testes  independentes AB0 RhD. 

4.  Demonstrar  como  decorre  a  rotulagem  dos  componentes  de  dádivas  de dadores  sujeitos  a  pesquisa  de  anticorpos  eritrocitários  irregulares,  cujo resultado seja positivo. 

5. Demonstrar como é feita a identificação de todos os componentes sanguíneos resultantes de dádivas  com  resultados  repetidamente positivos para  testes de  rastreio, características não conformes com os parâmetros de qualidade do  produto  ou  dos  processos,  expiração  da  validade,  estudos imunohematológicos inconclusivos e do tratamento diferenciado de que são alvo, com vista à sua eliminação ou uso não terapêutico. 

6. Realizar o registo do envio de componentes sanguíneos a outras instituições e emitir a documentação comprovativa do mesmo. 

7. Realizar a consulta do inventário de componentes disponíveis e indisponíveis. 8.  Demonstrar  o  registo  e  os  detalhes  armazenados  dos  movimentos  das 

unidades,  incluindo transferência entre stocks reservados e não reservados, transferência de e para  frigoríficos satélite, envios a enfermarias e serviços, transferências para outros hospitais e causas de inutilização. 

Resultados esperados 

1.  Os  rótulos  para  identificação  de  cada  componente  sanguíneo  são normalizados segundo a norma ISBT128. 

2. Os rótulos dos vários componentes têm as seguintes informações:  ‐Designação oficial do componente;  ‐Volume, peso ou número de células do componente (consoante o caso); ‐Identificação única, numérica ou alfanumérica, da dádiva;  ‐Nome do serviço de sangue de produção;  ‐Grupo  ABO  (não  necessária  para  o  plasma  destinado  exclusivamente  a fraccionamento);  ‐Grupo Rh D, especificando «Rh D positivo» ou «Rh D negativo» (não necessária para o plasma destinado exclusivamente a fraccionamento); ‐Data ou prazo de validade (consoante o caso); ‐Temperatura de armazenamento; ‐Nome,  composição  e  volume  do  anticoagulante  e  ou  solução  aditiva  (caso exista). 3. O  SI  permite  a  rotulagem  dos  componentes  de  dádivas  de  dadores  novos 

apenas  quando  foram  realizados  dois  testes  independentes AB0  RhD  e  na situação oposta gera uma mensagem de alerta. 

4.  O  SI  não  permite  a  rotulagem  dos  componentes  de  dádivas  de  dadores sujeitos  a  pesquisa  de  anticorpos  eritrocitários  irregulares,  cujo  resultado seja positivo e gera uma mensagem de alerta. 

5. É possível, por meio de listagem, pesquisa ou de outra forma identificar todos os  componentes  sanguíneos  resultantes  de  dádivas  com  resultados repetidamente  positivos  para  testes  de  rastreio,  características  não conformes  com os parâmetros de qualidade do produto ou dos processos, expiração  da  validade,  estudos  imunohematológicos  inconclusivos  e  do tratamento diferenciado de que são alvo, com vista a facilitar e garantir à sua eliminação ou uso não terapêutico. 

Page 97: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

78  

6.  É possível  realizar o  registo do  envio de  componentes  sanguíneos  a outras instituições e emitir a documentação comprovativa do mesmo. 

7.  É  possível  realizar  a  consulta  do  inventário  de  componentes  disponíveis  e indisponíveis. 

8.  É  possível  realizar  o  registo  dos  movimentos  das  unidades  e  armazenar detalhes dos mesmos,  incluindo transferência entre stocks reservados e não reservados, transferência de e para frigoríficos satélite, envios a enfermarias e serviços, transferências para outros hospitais e causas de inutilização. 

Critérios de aceitação 

Verificação de todos os resultados esperados. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

 

 

 

Page 98: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

79  

Nome e código do processo: Apoio à Gestão (SS‐SMT14) 

Requisitos a testar: 

14.1  Tem de existir um mecanismo para  identificar múltiplos registos de um mesmo dador ou doente baseados em critérios relacionados com os identificadores. 

14.2  Tem de permitir obter os dados necessários à realização do relatório anual para o IPS. 

14.3  Tem de permitir obter os dados necessários à realização do relatório anual para a ASST. 

14.6  Tem de permitir o registo de comunicações do dador após a dádiva  (reacções, complicações, infecções, etc.). 

Instruções de teste 

Solicitar  ao(s)  profissional(is)  com  nível  de  permissão  adequado  os procedimentos a seguir referidos. Imprimir os ecrãs de todas as operações. 1. Realizar a pesquisa de dadores com dados demográficos idênticos e realizar a 

comparação dos  registos com base nos  identificadores que permitem a sua distinção inequívoca. 

2. Fazer a consulta dos dados estatísticos e verificar se são produzidos todos os indicadores necessários para a  realização dos  relatórios para o  IPS e para a ASST. 

3. Demonstrar a existência de registos no SI de comunicações do dador após a dádiva  (reacções,  complicações,  infecções,  etc.),  ou  se  não  existirem demonstrar a possibilidade da sua realização. 

Resultados esperados 

1. O SI permite realizar a pesquisa de dadores com dados demográficos idênticos e  realizar  a  comparação  dos  registos  com  base  nos  identificadores  que permitem  a  sua  distinção  inequívoca,  de  forma  a  facilitar  a  detecção  de múltiplos registos do mesmo indivíduo. 

2. O SI permite  realizar a consulta dos dados estatísticos entre datas e produz todos os indicadores necessários para a realização dos relatórios para o IPS e para a ASST. 

3.  O  SI  permite  realizar  registos  de  comunicações  do  dador  após  a  dádiva (reacções,  complicações,  infecções,  etc.),  ficando  estas  comunicações relacionadas com a dádiva e dador em causa. 

Critérios de aceitação 

Verificação de todos os resultados esperados. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

 

   

Page 99: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

80  

Nome e código do processo: SS1 Geral 

1.3  Tem  de  assegurar  a  rastreabilidade  de  todos  os  processos  realizados  pelos serviços de sangue com: 1)  Identificação do serviço de sangue; 2)  Identificação do dador de sangue; 3) Identificação da unidade de sangue; 4) Identificação do componente  sanguíneo  individual;  5)  Data  da  colheita  (ano/mês/dia);  6) Instalações  às quais  são distribuídas; 7) Unidades de  sangue ou  componentes sanguíneos ou destruição subsequente, e de todos os processos realizados pelos estabelecimentos  com:  1)  Identificação  do  fornecedor  do  componente sanguíneo;  2)  Identificação  do  componente  sanguíneo  disponibilizado;  3) Identificação  do  receptor  transfundido;  4)  Para  unidades  de  sangue  não transfundidas, confirmação da destruição subsequente; 5) Data da transfusão ou da destruição (ano/mês/dia); 6) Número do lote do componente, se relevante. 

1.3.1  Tem  de  garantir  o  estabelecimento  claro  de  uma  relação  entre  o  dador  e  o sangue, os componentes sanguíneos e as amostras de sangue para análise. 

1.3.3  Tem de utilizar identificadores previamente definidos que relacionados entre si, permitam  de  um  modo  consistente  caracterizar  cada  evento.  Estes identificadores  englobam:  número  de  dador;  número  de  colheita;  tipo  de dádiva;  tipo  de  colheita;  locais  de  colheita;  identificação  de  utilizador, caracterização  de  instituição,  identificação  de  doente;  equipamentos;  tipo  de componentes; métodos  de  colheita; métodos  de  processamento; métodos  de análise;  reacções  adversas;  critérios  de  exclusão;  critérios  de  suspensão (definitiva/temporária);  serviços;  hospitais;  destino  final  (inclui  instituição, transfundido, devolvido ou destruído) 

1.5  Tem  de  registar  as  operações  de  introdução,  modificação  ou  eliminação  de dados e de validação, devendo incluir no mínimo: identidade do operador, data e  hora  da  operação,  alterações  associadas  a  grupos  de  sangue,  pesquisas  de anticorpos e fenotipagem, fusão de registos, qualquer tomada de conhecimento de alertas do sistema. 

1.6  Tem  de  disponibilizar  meios  que  permitam  que  não  haja  modificação  ou eliminação acidental ou propositada de dados. 

1.7  Tem de garantir a interoperabilidade com os equipamentos existentes. 

1.8  Tem  de  disponibilizar  um  sistema  de  rotulagem  do  sangue  colhido,  dos componentes  sanguíneos  intermediários  e  acabados  e  das  amostras  que identifique sem margem para erro o tipo de conteúdo e observe os requisitos de rotulagem e rastreabilidade obrigatórios por lei. 

1.13  Tem  de  impossibilitar  que  uma  unidade  de  sangue  ou  de  componentes sanguíneos seja aprovada até que  tenham sido observados  todos os requisitos obrigatórios estabelecidos. 

1.14  Tem  de  exercer  um  controlo  sobre  os  procedimentos  de  libertação  e disponibilização de componentes. 

1.14.1  Tem que permitir a parametrização das condições de validação e  libertação de componentes sanguíneos. 

1.14.4  Tem  de  possuir  mecanismos  que  permitam  assegurar  que  o  sangue  e  os componentes  sanguíneos  com  resultados  repetidamente  positivos  nos  testes serológicos  de  rastreio  das  infecções  víricas,  de  acordo  com  o  normativo existente, não possam ser utilizados para fins terapêuticos. 

Page 100: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

81  

1.14.5  Tem  de  possuir  mecanismos  que  permitam  assegurar  que  o  sangue  e  os componentes sanguíneos sem os estudos  imunohematológicos adequados não possam ser utilizados para fins terapêuticos. 

1.14.6  Tem  de  possuir  mecanismos  que  permitam  assegurar  que  o  sangue  os componentes  sanguíneos  e  os  lotes  de  onde  eles  provêm,  não  possam  ser utilizados  para  fins  terapêuticos,  sem  que  haja  validação  dos  resultados  de Controlo da Qualidade. 

1.20  Tem que permitir o acesso ao registo do histórico de cada dador em função da área de actividade que a solicita e o perfil do utilizador. 

Instruções de teste 

Em função dos  incumprimentos detectados nos testes realizados nos processos anteriores será possível identificar quais destes requisitos não são satisfeitos. 

Resultados esperados 

Todos os testes anteriores verificam o cumprimento destes requisitos. 

Critérios de aceitação 

Não se  tendo verificado situações de  incumprimento nos  testes  realizados nos processos  anteriores  pode‐se  considerar  o  cumprimento  de  todos  estes requisitos. 

Resultados obtidos 

 

Conclusão   

 

Resumo global 

Não cumpre com os seguintes requisitos: 

 

 

 

 

 

 

Recomendações: 

 

 

 

   

Page 101: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

82  

5. Caracterização  dos  sistemas  informáticos  dos  SS  e  SMT 

Portugueses 

5.1 Objectivo 

O objectivo deste  inquérito  é  recolher  informação que permita  caracterizar os  sistemas 

informáticos em utilização pelos SS e SMT Portugueses na sua actividade,  identificando e 

caracterizando  segundo  a  perspectiva  dos  utilizadores  os  vários  softwares  utilizados,  a 

responsabilidade de gestão dos sistemas informáticos, as políticas de segurança, registo e 

controlo de propostas e alterações ao sistema, rastreabilidade dos processos, bem como o 

estado, as actividades e as competências relacionadas com a validação destes sistemas. 

5.2 Material e métodos 

5.2.1 Tipo de Estudo 

Estudo  transversal,  descritivo,  observacional  realizado  por  inquérito,  aplicado  por 

entrevistador único. 

5.2.2 População e Amostra em Estudo 

Todos os SS e SMT Portugueses. A população coincide com a amostra. 

5.3 Metodologia 

5.3.1 Elaboração do Questionário 

O  questionário  (Anexo  1)  foi  elaborado  a  partir  da  listagem  de  requisitos  previamente 

preparada  (incluída  no  capítulo  3,  “Proposta  de  Especificação  dos  Requisitos  do 

Utilizador”) e tendo como referências principais o Decreto‐Lei nº 267/2007 de 24 de Julho, 

as Guidelines e as boas práticas já referenciadas. 

A estrutura do questionário foi preparada para caracterizar as seguintes dimensões: 

Tipo de instituição e serviço 

Sistema informático utilizado 

Responsabilidade de gestão do sistema informático 

Segurança dos dados e dos equipamentos 

Registo e controlo de propostas e alterações ao sistema 

Page 102: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

83  

Rastreabilidade dos processos 

Estado, actividades e competências relacionadas com a validação destes sistemas. 

As questões  elaboradas para  caracterizar  cada uma das dimensões deram origem  a um 

Inquérito semi‐estruturado, com perguntas maioritariamente fechadas e algumas abertas 

para  permitir  uma  melhor  caracterização  das  actividades  não  cobertas  pelo  SI  e  de 

comentários importantes a algumas das questões fechadas. 

Testou‐se o  inquérito  com  4  elementos de um  Serviço de  Sangue  e  com  actividade  em 

Medicina Transfusional,  sendo 3 especialistas em  Imuno‐hemoterapia e 1  Licenciado em 

Informática  de  Gestão.  Em  função  destes  testes  foi  decidido  acrescentar,  alterar  e/ou 

adaptar algumas opções de resposta para várias questões. 

O  questionário  foi  aplicado  por  um  único  entrevistador  através  de  contacto  telefónico 

personalizado, com garantia explícita de confidencialidade, aos responsáveis dos serviços 

ou  aos  elementos  dos  serviços  por  si  delegados  por  terem  a  seu  cargo  os  assuntos 

relacionados com a informática. 

Os contactos foram efectuados entre 22‐09‐2010 e 02‐11‐2010. 

5.3.2 Tratamento dos Dados 

Os dados  recolhidos  foram  registados numa base de dados criada expressamente para o 

efeito, utilizando a aplicação SPSS®  tendo‐se posteriormente  realizado o  seu  tratamento 

estatístico uni e bivariado. 

Durante este processo de tratamento foram assumidos os seguintes artifícios: 

Em alguns casos  trataram‐se os “NS  ‐ Não  sabe” e “NA  ‐ Não aplicável” como  respostas 

neutras, sendo obtidas as frequências absolutas e relativas sem considerar estas respostas. 

   

Page 103: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

84  

5.4 Resultados 

Utilizou‐se uma listagem inicial de 143 entidades prestadoras de cuidados de saúde. 

Não foi possível estabelecer contacto telefónico com 16 serviços. 

Dos  127  serviços  contactados  não  se  aplicou  o  questionário  a  35,  por  não  possuírem 

sistema informático, restando assim 92. 

 Destes 92 serviços, verificaram‐se 7  recusas de prosseguir a  resposta durante  realização 

do  questionário.  As  razões  apontadas  para  tal  foram:  estar  impedidos  de  prestar 

declarações  ao  exterior  pela  administração  da  instituição  (3  directores),  apenas  poder 

responder presencialmente (2 directores), 1 director achou as questões iniciais demasiado 

intrusivas e 1  inicialmente demonstrou desconfiança e apesar de várias tentativas não foi 

possível contactar novamente. 

 

Figura 5 – Fluxograma da realização do inquérito 

143 Prestadores de cuidados de saúde com potencial prática 

transfusional

Foi possível contactar 127 serviços:

‐ 24 PT

‐ 69 SMT

‐ 34 SS+SMT

92 Serviços com sistema informático:

‐ 59 SMT

‐ 33 SS+SMT

85 Serviços com sistema informático

(Muitos serviços integrados em agrupamentos hospitalares )

48 Respostas de responsáveis dos agrupamentos :

‐25 SS+SMT

‐23 SMT

7 Recusas de resposta após início do inquérito

‐ 2 SS+SMT

‐ 1 SS Proc. Ext.+SMT

‐ 4 SMT  

35 Serviços sem sistema informático:

‐ 24 PT

‐ 10 SMT

‐ 1 SS+SMT

Não foi possível contactar por telefone 16

Page 104: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

85  

5.4.1 Tipo de Instituição e Serviço 

Pelo facto de muitas Instituições terem sido integradas em agrupamentos hospitalares de 

diferente  tipo  administrativo  a  situação  organizacional  revelou‐se  complexa,  em  alguns 

casos confusa e ainda mal definida. Por vezes não havia uma clara definição e assumir das 

funções  de  direcção  dos  serviços,  o  que  se  pode  atribuir  a  processos  de  reorganização 

ainda em curso. 

Assim,  a  partir  da  classificação  inicial  de  cada  serviço  ou  instituição  como  Ponto 

Transfusional  (PT),  Serviço  de  Sangue,  Serviço  de  Medicina  Transfusional,  Serviço  de 

Sangue e de Medicina Transfusional  (SS + SMT) e Serviço de Sangue com Processamento 

de Análises e Separação de Componentes no Exterior e Serviço de Medicina Transfusional 

(SS  (Proc. Ext.) + SMT), procedeu‐se à reclassificação dos 48 serviços com resposta válida 

ao  inquérito  de  forma  a  explicitar  a  organização  actual  da  instituição  ou  agrupamento 

hospitalar em que se inserem (Erro! A origem da referência não foi encontrada.): 

Tabela 5 ‐ Distribuição das respostas por tipos e agrupamentos de serviços 

Tipos e Agrupamentos de Serviços  N 

SMT  12 

SS (Proc. Ext.) + SMT  3 

SS + SMT  11 

Agrupamento Hospitalar com 1 SS + SMT e 2 PT  1 

Agrupamento Hospitalar com 1 SMT e 1 PT  2 

Agrupamento Hospitalar com 1 SS + SMT e 1 PT  3 

Agrupamento Hospitalar com 1 SS + SMT e 1 SMT  2 

Agrupamento Hospitalar com 1 SS+SMT e 1 PT  1 

Agrupamento Hospitalar com 1 SS+SMT e 1 SMT  1 

Agrupamento Hospitalar com 2 SMT  2 

Agrupamento Hospitalar com 1 SS+SMT e 2 SMT  1 

Agrupamento Hospitalar com 3 SMT  4 

Agrupamento Hospitalar com 3 SS + SMT  1 

Agrupamento Hospitalar com 1 SMT e 3 PT  1 

Agrupamento Hospitalar com 2 SS+SMT e 2 SMT  1 

Agrupamento Hospitalar com 3 SMT e 1 PT  1 

Prestador de Serviços em 15 SMT  1 

Total  48 

 

Não  contabilizando  as  7  recusas  de  resposta  nem  os  pontos  transfusionais,  pode‐se 

considerar que as 48 respostas válidas obtidas caracterizam a realidade de 85 Instituições. 

Page 105: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

86  

 Na  tabela 6 e nas  figuras 6 a 9,  faz‐se a sua caracterização  relativamente ao volume de 

actividade e dimensão das estruturas. 

Tabela 6 ‐ Caracterização das instituições questionadas em 2009 

 Nº de colheitas 

Nº de Unidades Transfundidas 

Nº de Camas Nº de 

Profissionais 

Contagem N válidos  25  47  45  47 

Mediana  6000  5367  450  14 

Mínimo  208  200  54  3 

Máximo  88441  50000  1300  154 

Soma  319971  399977  21180  1056 

Percentis  25  2883  1971  217  8 

50  6000  5367  450  14 

75  9000  10000  613  23 

 

 

Figura 6 ‐ Número de colheitas realizadas em 2009 

 

 

Figura 7 ‐ Número de unidades transfundidas em 2009 

Page 106: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

87  

Dois serviços de sangue não dispõem de  internamento e não  foi possível obter  resposta 

relativamente a alguns serviços englobados num mesmo inquérito. 

 

Figura 8 ‐ Número de Camas de 45 inquiridos com internamento 

 

Quanto ao número de profissionais (figura 5), os resultados obtidos são muito discrepantes 

apontando  para  diferentes  critérios  de  contabilização  de  profissionais  sem  alocação  às 

diferentes  actividades  (SS,  SMT  ou  ambos).  Em  alguns  casos  são  contabilizados  os 

profissionais  dos  laboratórios  de  patologia  por  todos  eles  prestarem  serviço  no  SS, 

escalados regular ou pontualmente. 

 Figura 9 – Número de profissionais por serviço

 

Page 107: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

88  

Comparando o número de SS (28) e de SMT (85), o número total de colheitas (319 971) e 

de unidades transfundidas (399 977) por nós obtido, com o número de SS (29) e de SMT 

(59),  o  número  total  de  unidades  de  eritrócitos  produzidas  (398  429)  e  o  número  de 

unidades de todos os componentes transfundidos (462 366) apresentados pela Autoridade 

para os Serviços de Sangue e da Transplantação (ASST) relativos ao ano de 2009, podemos 

considerar  que  os  dados  obtidos  são  representativos  da  actividade  transfusional 

Portuguesa como se encontra resumido na tabela 7. 

Tabela 7 ‐ População da amostra versus, dados da ASST relativos a 2009  

Inquérito  ASST 

SS  28  29 

SMT  85  59 

Nº total de colheitas  319 971 

Nº total de unidades de eritrócitos produzidas    398 429 

Nº de unidades de todos os componentes transfundidos  399 977  462 366 

Fonte: Autoridade para os Serviços de Sangue e de Transplantação 

 

As causas da diferença  relativamente ao número de SMT contabilizados pela ASST e por 

nós, são difíceis de apurar, pois a metodologia de recolha e tratamento de dados por parte 

daquela  Autoridade  não  está  descrita.  Poder‐se‐á  dever  entre  outras  ao  facto  desta 

Autoridade questionar os responsáveis dos SMT sem ter em conta a realidade que são os 

agrupamentos  hospitalares,  (como  já  descrito  anteriormente  sobre  a  constituição  dos 

agrupamentos hospitalares – tabela 5), ou à falta de registo ou resposta de alguns. 

Dos 48 serviços e agrupamentos hospitalares inquiridos: 

30 (62,50%) estão certificados; 

8 (16,67%) têm o processo de certificação em curso; 

10  (20,83%)  não  estão  certificados  (1  destes  últimos  já  esteve  mas  perdeu  a 

certificação), (figura 10). 

 

Page 108: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

89  

 

Figura 10 – Distribuição dos serviços inquiridos relativamente ao estado de certificação 

 

5.4.2 Sistema informático utilizado 

Na  tabela 8  são apresentadas as  frequências por  tipo de  instituição e  software utilizado 

para as 85 instituições abrangidas pelos 48 inquéritos realizados.  

Tabela 8 ‐ Software utilizado por tipo de serviço

Software  SMT  SS + SMT SS (Proc. Ext.) + SMT  Total (%) 

ASIS  19  13  32 (37,65%) 

SIBAS  14  10  4  28 (32,94%) 

DELPHYN  13  13 (15,29%) 

e‐DELPHYN  3  3 (3,53%) 

ClinidataBST  3  3 (3,53%) 

IMAGINASOFT  1  2  3 (3,53%) 

NOVA HIS  1  1 (1,18%) 

PELICANO  1  1 (1,18%) 

ROCAIL  1  1 (1,18%) 

Total  55  26  4  85 (100,00%) 

 

Contabilizando as  instituições que recusaram a resposta depois do  inicio do  inquérito, foi 

possível saber qual o software utilizado em 92 serviços. Das 7 recusas, 5 utilizam o ASIS e 2 

o SIBAS. 

A  análise dos  softwares utilizados por  agrupamento hospitalar, permite  verificar que os 

softwares ASIS e SIBAS são os mais utilizados pela generalidade dos serviços (tabela 9) 

 

Já esteve1,83%

Não19,00%

Processo em Curso16,67%

Sim62,50%

Page 109: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

90  

Tabela 9 ‐ Software utilizado por tipo de serviço após integração em agrupamentos hospitalares 

SMT  SS + SMT SS (Proc. Ext.) + SMT  Total (%) 

ASIS  11  9    20 (41,67%) 

SIBAS  6  10  3  19 (39,58%) 

IMAGINASOFT  1  2    3 (6,25%) 

ClinidataBST  1    1 (2,08%) 

DELPHYN  1    1 (2,08%) 

e‐DELPHYN  1    1 (2,08%) 

NOVA HIS  1    1 (2,08%) 

PELICANO  1    1 (2,08%) 

ROCAIL  1    1 (2,08%) 

Total  23  22  3  48 (100,00%) 

 

É de salientar que o DELPHIN, apesar de contabilizado apenas uma vez (correspondente a 

um inquérito) está instalado em 13 locais. 

 O SIBAS é utilizado em 13 SS + SMT que realizam 92 566 colheitas, o ASIS é utilizado em 9 

SS + SMT que realizam 204 178 colheitas. 

Relativamente  ao  número  de  unidades  transfundidas,  o  SIBAS  documentou  em  2009,     

221 279 em 28 serviços e o ASIS documentou 132 302 em 32 locais. 

Com outros 2 softwares (IMAGINASOFT e PELICANO) foram registadas as restantes 23 227 

colheitas. 

Os  softwares  IMAGINASOFT,  ClinidataBST, DELPHIN,  e‐DELPHIN, NOVA HIS,  PELICANO  e 

ROCAIL documentaram 46 396  transfusões, no entanto não  se obtiveram dados para 15 

SMT que têm o seu funcionamento assegurado por um prestador de serviços comum. 

   

Page 110: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

91  

Quanto  à  análise  das  actividades  do  serviço  que  os  inquiridos  consideram  não  estar 

integradas no sistema informático, esta está sistematizada na tabela seguinte. 

 

Tabela 10 – Actividades não integradas no sistema informático ou deficitárias 

Actividade  Software  Comentários   Serviços * 

Promoção da Dádiva / Planeamento de Colheitas  IMAGINASOFT Não integrada  1 SS + SMT 

Laboratório de Imuno‐hemoterapia  SIBAS  Apresenta dificuldades quando se trata de doentes com pedido de estudo e sem pedido de transfusão 

1 SS (Proc. Ext.) + SMT 

Laboratório de Controlo da Qualidade  SIBAS  Não integrada  6  SS  +  SMT e 2 SS 

  SIBAS  Rudimentar  1 SS + SMT 

  ASIS  Não integrada  6 SS + SMT 

  PELICANO  Não integrada  1 SS + SMT 

Preparação / Atribuição de Transfusões  ASIS  Não contempla as transfusões emergentes, não permitindo o envio de unidades sem provas nem o registo de alguns grupos e pesquisas de anticorpos 

1 SS + SMT 

Administração / Confirmação Positiva da Transfusão ASIS  

Não integrada  6 SMT e 3 SS + SMT 

  IMAGINASOFT Não integrada  1 SS + SMT 

  NOVAHIS  Não integrada  1 SMT 

  PELICANO  Não integrada  1 SS + SMT 

  SIBAS  Não integrada  1 SMT 

Apoio à Gestão  ASIS  Integrada mas, má ou fraca 

2 SMT e 2 SS + SMT 

  SIBAS  Pouco amigável ou pouco fiável ou confuso ou rudimentar. Referido  por  1  serviço que melhorou  na  última versão. 

6 SS + SMT 

  ClinidataBST  Não integrada  1 SMT 

*Nº e tipo de serviços que fizeram comentários

 

Alguns comentários em  relação à mesma aplicação  foram contraditórios,  talvez devido à 

utilização  de  versões  diferentes  do mesmo  software. Muitos  dos  serviços  não  sabiam 

informar qual seria essa versão, pelo que não foi aqui apresentada qualquer discriminação. 

Apresenta‐se  seguidamente  a  sistematização  da  informação  obtida,  de  acordo  com  os 

diferentes softwares utilizados. 

Page 111: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

92  

ASIS 

Segundo  vários  inquiridos  o  ASIS  não  integra  o  registo  e  gestão  dos  resultados  do 

“Laboratório de Controlo da Qualidade” e não permite a “Administração / Confirmação 

Positiva da Transfusão”. 

Relativamente  à  “Preparação  /  Atribuição  de  Transfusões”,  foi  referido  que  não 

contempla as transfusões emergentes, não permitindo o envio de unidades sem provas. 

Não  contempla  a  possibilidade  de  realização  de  transfusões maciças.  Também  não 

permite o registo de alguns grupos e pesquisas de anticorpos. 

Segundo  outros  utilizadores  o  “Apoio  à Gestão”  é mau,  fraco  ou  insuficiente,  sendo 

mesmo considerado a “parte mais fraca”. 

A  realização de  consultas  e  estatísticas  são  lentas e  segundo 1  inquirido péssimas,  a 

usabilidade é má, gera  consumo excessivo de papel, e a aplicação está ultrapassada. 

Necessita  de  melhorias  ao  nível  da  exploração  da  base  de  dados  e  das  listagens 

disponíveis. 

Ao  imprimir cartas para os dadores por vezes  imprime várias para o mesmo dador ou 

saem apenas as cartas para os que fizeram uma dádiva dos últimos 12 meses ignorando 

assim os dadores menos frequentes. 

A assistência técnica prestada pelo IPS dá pouca resposta as solicitações. 

Um  inquirido  referiu  ter havido  falha na  formação durante a  instalação do novo ASIS 

hospitalar, e que complicaram demais o sistema. 

Vários  serviços  ultrapassam  a  não  integração  de  algumas  actividades  do  serviço 

recorrendo a registos manuais em papel, a folhas de cálculo Excel e a outras aplicações. 

Apresenta  limitações  ao  nível  das  interfaces  com  outros  sistemas  ou  aplicações.  A 

transmissão de dados online é incompleta e requer optimização dos pedidos online. 

Tem algumas funcionalidades que não se utilizam. 

De salientar que existem dois softwares ASIS. Um dedicado à actividade dos SS e outro 

à actividade dos SMT. 

 

Page 112: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

93  

e‐DELPHYN 

Não permite entrada de hemoderivados comerciais. 

Não permite corrigir erros de introdução do fenótipo.  

A resposta da empresa que comercializa e presta assistência decepciona. 

 

IMAGINASOFT 

1  SS  +  SMT não  está  totalmente  satisfeito  com  a  rastreabilidade das  colheitas  e das 

transfusões 

 

NOVA HIS 

A “Administração / Confirmação Positiva da Transfusão” é realizada por registo manual.  

No  registo das unidades provenientes de outras  instituições o  sistema não permite a 

leitura directa das unidades, sendo necessário atribuir um nº interno manual.  

Obriga a excesso de intervenção humana. 

 

PELICANO 

Aplicação que aguarda substituição, foi descontinuada pelo fornecedor. 

Não permite aceder à história clínica do dador.  

Erros complicados e impossíveis de desfazer.  

Sem transferência de resultados (obriga à introdução manual).  

Não  integra  o  registo  e  gestão  dos  resultados  do  “Laboratório  de  Controlo  da 

Qualidade”. 

Não permite a “Administração / Confirmação Positiva da Transfusão”. 

 

Page 113: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

94  

ROCAIL 

Aplicação que aguarda substituição, foi descontinuada pelo fornecedor. 

Não permite a “Administração / Confirmação Positiva da Transfusão”. 

 

SIBAS 

Promoção da Dádiva / Planeamento de Colheitas deve ser melhorada. 

“Laboratório  de  Imuno‐hemoterapia”  apresenta  algumas  dificuldades  no  registo  de 

estudos de doentes sem pedido de transfusão. 

Oito SS referiram que não integra o “Laboratório de Controlo da Qualidade”, enquanto 

outros SS informaram que não integra totalmente, que é muito incompleto, rudimentar 

e outro que tem mas não usa. Informações contraditórias talvez devido à utilização de 

diferentes versões do software, situação difícil de esclarecer por não ser feito adequado 

controlo de versões pelos serviços. 

Não permite a “Administração / Confirmação Positiva da Transfusão”. 

No “Apoio à Gestão” faz tratamento estatístico com apresentação dos resultados pouco 

amigável,  confuso,  rudimentar,  pouco  fiável,  tendo  sido  referido  por  vários  que  é 

necessário pedir a intervenção do fornecedor do software ou do serviço de informática 

da  instituição,  é  dificultado  pelo  conjunto  de  dados  solicitados  pelas  entidades 

reguladoras (mas com tendência a estabilizar). Um referiu que melhorou com a última 

versão. 

Vários  serviços  ultrapassam  a  não  integração  de  algumas  actividades  do  serviço 

recorrendo a registos manuais em papel, a folhas de cálculo Excel e a outras aplicações. 

Não permite o registo de colheitas de plaquetas por aférese, stem cells e outros.  

Não permite criar pools de plaquetas, nem fazer pedidos electrónicos. 

 

   

Page 114: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

95  

5.4.3 Responsabilidades de gestão do sistema informático 

Quando  inquiridos  se  o  servidor  do  sistema  informático  é  próprio  ou  partilhado,  17 

(35,42%) responderam próprio e 31 (64,58%) partilhado. 

 

Tabela 11 – Classificação do servidor de cada sistema, por tipo de serviço 

Tipo de Serviço 

Servidor   

Partilhado  Próprio  Total 

SMT  16 (33,33%)  7 (14,58%)  23 (47,92%) 

SS + SMT  15 (31,25%)  7 (14,58%)  22 (45,83%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT    3 (6,25%)  3 (6,25%) 

Total  31 (64,58%)  17 (35,42%)  48 (100,00%) 

 

 

No que diz respeito à responsabilidade de gestão do hardware e do software dos sistemas 

(Tabela  12),  constatou‐se  que  na  maior  parte  dos  locais  ocorre  partilha  de 

responsabilidades ou delegação das mesmas nos serviços de informática da instituição ou 

a empresas externas. 

 

Tabela 12 ‐ Responsabilidade de gestão do hardware e do software 

   Responsabilidade de gestão 

   Fora do serviço  Partilhada  Do Serviço 

 Tipo de Serviço  Hardware  Software  Hardware  Software  Hardware  Software 

SMT  11 (22,92%)  11 (22,92%)  10 (20,83%)  11 (22,92%)  2 (4,17%)  1 (2,08%) 

SS + SMT  9 (18,75%)  7 (14,58%)  12 (25,00%)  14 (29,17%)  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  3 (6,25%)  3 (6,25%) 

Total  20 (41,67%)  18 (37,50%)  25 (52,08%)  28 (58,33%)  3 (6,25%)  2 (4,17%) 

 

 

A  quase  totalidade  dos  serviços  certificados  ou  com  o  processo  em  curso  atribui  as 

responsabilidades  de  gestão  do  software  e  do  hardware  a  elementos  ou  entidades 

externas, total ou parcialmente (tabela 13). 

 

 

Page 115: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

96  

Tabela 13 ‐ Responsabilidade de gestão do hardware e do software versus, estado de certificação dos serviços 

  Estado de certificação   

Sim Processo em 

Curso  Não  Já esteve  Total 

Responsabilidad

e de 

gestão

 do hardware  Fora do serviço  15 (31,25%)  2 (4,17%)  2 (4,17%)  1 (2,08%)  20 (42,67%) 

Partilhada  14 (29,17%)  6 (12,50%)  5 (10,42%)  

25 (52,08%) 

Serviço  1 (2,08%)  

2 (4,17%)  

3 (6,25%) 

Total  30 (62,50%)  8 (16,67%)  9 (18,75%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

Responsabilidad

e de 

gestão

 do software  Fora do serviço  14 (29,17%)  1 (2,08%)  2 (4,17%)  1 (2,08%)  18 (37,50%) 

Partilhada  15 (31,25%)  7 (14,58%)  6 (12,50%)  

28 (58,33%) 

Serviço  1 (2,08%)  

1 (2,08%)  

2 (4,17%) 

Total  30 (62,50%)  8 (16,67%)  9 (18,75%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

 

Dos 17 (35,42%) com servidor próprio, 15 (88,24%) têm a gestão do mesmo, partilhada ou 

fora do serviço. 

Tabela 14 ‐ Responsabilidade de gestão do hardware versus, tipo de servidor 

Responsabilidade de gestão do hardware 

Servidor   

Partilhado  Próprio  Total 

Fora do serviço  16 (33,33%)  4 (8,33%)  20 (41,67%) 

Partilhada  14 (29,17%)  11 (22,92%)  25 (52,08%) 

Serviço  1 (2,08%)  2 (4,17%)  3 (6,25%) 

Total Geral  31 (64,58%)  17 (35,42%)  48 (100,00%) 

 

É  de  referir  que  apenas  1  serviço  assume  a  responsabilidade  de  gestão  integral  do 

hardware e do software conjuntamente. (Tabela 15) 

Vinte e dois assumem a partilha destas responsabilidades e 16 delegam completamente as 

responsabilidades em entidades externas aos serviços. 

Para  os  restantes  9  não  se  verifica  a  coincidência  da  atribuição  de  responsabilidades 

relativamente ao hardware e software 

 

 

Page 116: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

97  

Tabela 15 ‐ Responsabilidade de gestão do software versus, responsabilidade de gestão do hardware 

Responsabilidade de gestão do software 

Responsabilidade de gestão do hardware    

Fora do serviço  Partilhada  Serviço  Total 

Fora do serviço  16 (33,33%)  2 (4,17%)  18 (37,50%) 

Partilhada  4 (8,33%)  22 (45,83%)  2 (4,17%)  28 (58,33%) 

Serviço  1 (2,08%)  1 (2,08%)  2 (4,17%) 

Total  20 (41,67%)  25 (52,08%)  3 (6,25%)  48 (100,00%) 

 

5.4.4 Segurança dos dados e dos equipamentos 

Quando questionado sobre a capacidade de recuperação de informação e integridade dos 

dados expressa com a questão  ‐ “Estão definidas políticas para a realização de cópias de 

segurança?”, apenas um SS + SMT respondeu não  ter definido políticas para a realização 

das  mesmas.  Este  encontra‐se  com  processo  de  certificação  em  curso,  partilha  as 

responsabilidades de gestão do hardware e do software e realizou cerca de 1 000 colheitas 

e 1 000 transfusões em 2009. 

Todos  responderam afirmativamente à questão sobre a existência de definição de níveis 

de acesso adequados ao tipo de operações. 

À  questão,  “Existem  protecções  físicas  dos  equipamentos?”,  40  (93,02%)  responderam 

“SIM”, 3 SS (Proc. Ext.) + SMT (6,98%) responderam “NÃO” e 5 não sabem. 

 

   

Page 117: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

98  

5.4.5 Registo e controlo de propostas e alterações ao sistema 

Na  tabela  16  verifica‐se  que  43,75%  dos  inquiridos  afirma  que  não  realiza  registos  das 

actividades relacionadas com propostas de melhoria do SI e suas interfaces. No entanto, na 

tabela 17  constata‐se que 60,42% e 64,58% afirmaram não  ter definidos procedimentos 

para  registo  e  controlo  das  alterações  do  hardware  e  software  o  que  pode  estar 

provavelmente  relacionado  com  a  definição  do  que  é  um  procedimento  e  registo 

relacionado. Considerar por exemplo que as mensagens de correio electrónico que enviam 

a  comunicar  problemas,  ou  a  solicitar  alterações,  funcionam  como  registo.  Estas 

percentagens  distribuem‐se  uniformemente  entre  aqueles  com  responsabilidades  de 

gestão partilhadas ou fora do serviço. 

Poder‐se‐á  concluir que em 20 % dos  casos em que  são  feitos  registos estes  terão uma 

utilidade reduzida já que não estando sistematizados a sua análise será difícil.  

 

Tabela 16 ‐ Registo das actividades relacionadas com as propostas de melhoria do SI e suas interfaces 

  Registo das actividades relacionadas com as propostas de melhoria 

do SI e interfaces    

   Não  Sim  Total 

SMT  13 (27,66%)  10 (21,28%)  23 (48,94%) 

SS + SMT  7 (14,89%)  14 (29,79%)  21 (44,68%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  1 (2,13%)  2 (4,26%)  3 (6,38%) 

Total  21 (44,68%)  26 (55,32%)  47 (100,00%) * Um dos 48 inquiridos (2,08%) não soube responder, pelo que não foi contabilizado como resposta válida. 

 

 

Tabela 17 ‐ Existência de procedimentos para registo e controlo das alterações ao hardware e ao software 

  

Existência de procedimentos para registo e controlo das alterações 

Hardware  Software 

Não  Sim  Total  Não  Sim  Total 

SMT  16 (34,04%)  7 (14,89%)  23 (48,94%)  17 (35,42%)  6 (12,50%)  23 (47,92%) 

SS + SMT  10 (21,28%)  11 (23,40%) 21 (44,68%)  11 (22,92%)  11 (22,92%)  22 (45,83%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  3 (6,38%)     3 (6,38%) 3 (6,25%)     3 (6,25%) 

Total  29 (61,70%)  18 (38,30%) 47 (100,00%) 31 (64,58%)  17 (35,42%)  48 (100,00%)*  Um  dos  48  inquiridos  (2,08%)  não  soube  responder  relativamente  ao  hardware,  pelo  que  não  foi 

contabilizado como resposta válida. 

 

Page 118: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

99  

Mesmo quando a responsabilidade de gestão do hardware é pelo menos partilhada pelos 

serviços,  isso  não  parece  influenciar  positivamente  a  existência  de  procedimentos  para 

registo e controlo do mesmo. (tabela 18) 

Tabela 18 ‐ Responsabilidade de gestão do hardware versus, existência de procedimentos para registo e controlo do hardware 

Responsabilidade de gestão do hardware 

Procedimentos para registo e controlo do hardware 

Não  Sim  Total 

Fora do serviço  10 (21,28%)  10 (21,28%)  20 (42,55%) 

Partilhada  18 (38,30%)  6 (12,77%)  24 (51,06%) 

Serviço  1 (2,13%)  2 (4,26%)  3 (6,38%) 

Total  29 (61,70%)  18 (38,30%)  47 (100,00%) 

* Um dos 48 inquiridos (2,08%) não soube responder, pelo que não foi contabilizado como resposta válida. 

 

O desconhecimento da existência de protecções físicas dos equipamentos distribui‐se por 

todas as classes de responsabilidade de gestão do hardware, sendo superior quando esta 

responsabilidade é exclusivamente externa ao serviço. 

Tabela 19 ‐ Responsabilidade de gestão do hardware versus, existência de protecções físicas dos equipamentos 

   Existência de protecções físicas dos equipamentos 

Responsabilidade de gestão do hardware  Não  Sim  Total 

Fora do serviço  17 (39,53%)  17 (39,53%) 

Partilhada  3 (6,98%)  21 (48,84%)  24 (55,81%) 

Serviço  2 (4,65%)  2 (4,65%) 

Total  3 (6,98%)  40 (93,02%)  43 (100,00%) 

* Cinco (10,42%) dos inquiridos não souberam responder relativamente à existência de protecções físicas dos 

equipamentos, pelo que não foram contabilizados como respostas válidas. 

 

A existência de procedimentos para registo e controlo do hardware e do software, além de 

ser pouco frequente, não é coincidente em todos os serviços. 

Tabela 20 – Existência de procedimentos para registo e controlo do hardware versus, existência de procedimentos para registo e controlo do software 

Procedimentos para registo e controlo do hardware 

Procedimentos para registo e controlo do software   

Não  Sim  Total 

Não  27 (57,45%)  2 (4,26%)  29 (61,70%) 

Sim  3 (6,38%)  15 (31,91%)  18 (38,30%) 

Total  30 (63,83%)  17 (36,17%)  47 (100,00%) * Um dos 48 inquiridos (2,08%) não sabe se tem procedimentos para registo e controlo do hardware e não tem 

para o software, pelo que não foi contabilizado como resposta válida. 

Page 119: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

100  

Tabela 21 ‐ Existência de procedimentos para registo e controlo do hardware versus, existência de protecções físicas dos equipamentos 

Procedimentos registo e controlo do hardware 

Existência de protecções físicas dos equipamentos 

Não  Sim  Total 

Não  3 (7,14%)  22 (52,38%)  25 (59,52%) 

Sim  17 (40,48%)  17 (40,48%) 

Total Geral  3 (7,14%)  39 (92,86%)  42 (100,00%) * Cinco (10,42%) dos inquiridos não sabem se existem protecções físicas dos equipamentos e um não sabe se 

existem procedimentos de registo e controlo do hardware, pelo que não foram contabilizados como respostas 

válidas. 

 

As frequências verificadas na tabela 22 revelam que, os serviços envolvidos em actividades 

de certificação parecem estar mais  informados relativamente à necessidade de existência 

de protecções físicas dos equipamentos. 

Tabela 22 – Estado de certificação dos serviços versus, existência de protecções físicas dos equipamentos 

   Existência de protecções físicas dos equipamentos   

Estado de certificação  Não Sabe  Não  Sim  Total 

Sim  2 (4,17%)  2 (4,17%)  26 (54,17%)  30 (62,50%) 

Processo em Curso  2 (4,17%)  1 (2,08%)  5 (10,42%)  8 (16,67%) 

Não  1 (2,08%)    8 (16,67%)  9 (18,75%) 

Já esteve    1 (2,08%)  1 (2,08%) 

Total  5 (10,42%)  3 (6,25%)  40 (83,33%)  48 (100,00%) 

 

 

Dos  serviços  certificados 36,67% não  fazem  registo das  actividades  relacionadas  com  as 

propostas de melhoria do sistema informático e suas interfaces, enquanto esta frequência 

é de 77,78% nas instituições não certificadas. 

O estado de certificação dos serviços não parece influenciar a existência de procedimentos 

para registo e controlo do hardware e do software. 

 

 

 

 

Page 120: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

101  

Tabela 23 ‐ Registo das actividades relacionadas com as propostas de melhoria do SI e suas interfaces, Existência de procedimentos para registo e controlo do hardware e do software versus, estado de certificação dos serviços 

Estado de certificação    

Sim Processo em 

Curso  Não  Já esteve  Total 

Registo das actividades relacionadas 

com as propostas de 

melhoria do SI e suas interfaces 

Sim  19 (39,58%)  5 (10,42%)  2 (4,17%)  

26 (54,17%) 

Não  11 (22,92%)  2 (4,17%)  7 (14,58%)  1 (2,08%)  21 (43,75%) 

Não Sabe  

1 (2,08%)    

1 (2,08%) 

Total  30 (62,50%)  8 (16,67%)  9 (18,75%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

Existência de procedimentos para registo e controlo do hardware 

Não  18 (37,50%)  4 (8,33%)  6 (12,50%)  1 (2,08%)  29 (60,42%) 

Sim  12 (25,00%)  3 (6,25%)  3 (6,25%)  

18 (37,50%) 

Não Sabe  

1 (2,08%)    

1 (2,08%) 

Total  30 (62,50%)  8 (16,67%)  9 (18,75%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

Existência de procedimentos para registo e controlo do software 

Não  18 (37,50%)  5 (10,42%)  7 (14,58%)  1 (2,08%)  31 (64,58%) 

Sim  12 (25,00%)  3 (6,25%)  2 (4,17%)  

17 (35,42%) 

Total  30 (62,50%)  8 (16,67%)  9 (18,75%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

5.4.6 Rastreabilidade dos processos 

Dos  25  serviços  que  realizam  colheitas,  apenas  2  consideram  que  o  seu  sistema  não 

assegura  a  rastreabilidade  de  todos  os  processos  relacionados  com  cada  colheita.  No 

entanto,  quando  questionados  relativamente  às  actividades  do  serviço  que  não  estão 

integradas  no  sistema  informático  20  destes  inquiridos  mencionaram  pelo  menos  1 

actividade. 

   

Page 121: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

102  

Tabela 24 ‐ Capacidade dos sistemas para assegurar a rastreabilidade de todos os processos relacionados com cada colheita e transfusão 

   Rastreabilidade de todos os processos 

   Colheita  Transfusão 

 Tipo de serviço e software 

Não  Sim  Total  Não  Sim  Total 

SMT  2 (8,33%)  21 (43,75%)  23 (47,92%) 

ASIS  1 (2,08%)  10 (20,83%)  11 (22,92%) 

SIBAS  6 (12,50%)  6 (12,50%) 

 IMAGINASOFT  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

ClinidataBST  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

DELPHYN  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

e‐DELPHYN  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

NOVA HIS  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

ROCAIL  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  3 (12,00%)  3 (12,00%)  3 (6,25%)  3 (6,25%) 

SIBAS  3 (12,00%)  3 (12,00%)  3 (6,25%)  3 (6,25%) 

SS + SMT  2 (8,00%)  20 (80,00%) 22 (88,00%)  3 (6,25%)  19 (39%)  22 (45,83%) 

SIBAS  10 (40,00%) 10 (40,00%)  10 (20,83%)  10 (20,83%) 

ASIS  1 (4,00%)  8 (32,00%)  9 (36,00%)  2 (4,17%)  7 (14,58%)  9 (18,75%) 

IMAGINASOFT  1 (4,00%)  1 (4,00%)  2 (8,00%)  1 (2,08%)  1 (2,08%)  2 (4,17%) 

PELICANO  1 (4,00%)  1 (4,00%)  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

Total  2 (8,00%)  23 (92,00%) 25 (100,00%) 5 (10,42%)  43 (89,58%)  48 (100,00%) 

 

Dos  25  serviços  que  realizam  colheitas,  16  (64,00%)  estão  certificados.  Dos  serviços 

certificados  que  realizam  colheitas,  2  (12,50%)  consideram  que  o  SI  não  lhes  assegura 

rastreabilidade de todos os processos relacionados com a colheita e 1 destes afirmou ter o 

sistema validado. 

Dos  30  serviços  certificados,  5  (16,67%)  consideram  que  o  SI  não  lhes  assegura 

rastreabilidade de  todos os processos relacionados com a  transfusão e 1 deles considera 

ter o sistema validado. 

Estes  serviços  referiram  ser  necessário  recorrer  a  alternativas  complementares,  como 

registos manuais, para cumprirem com os normativos legais. 

 

   

Page 122: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

103  

5.4.7 Estado, actividades e  competências  relacionadas  com a validação destes 

sistemas 

Relativamente  às  questões  sobre  validação,  foi  possível  detectar  dúvidas  e  mesmo 

desconhecimento dos conceitos de sistema informático e de validação, tendo nestes casos 

sido explicados os conceitos associados. 

Tabela 25 – Desenvolvimento nos serviços de actividades para validação dos sistemas informáticos 

Tipo de serviço 

Desenvolvimento de actividades para validação dos SI 

Não Sabe  Não  Sim  Total 

SMT  1 (2,08%)  18 (37,50%)  4 (8,33%)  23 (47,92%) 

SS + SMT  15 (31,25%)  7 (14,58%)  22 (45,83%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  3 (6,25%)  3 (6,25%) 

Total  1 (2,08%)  36 (75,00%)  11 (22,92%)  48 (100,00%)

 

Dos 47  inquiridos que  souberam  responder, 76,60 % não esteve nem está envolvido em 

actividades  de  validação  não  sendo  esta  situação  conforme  com  o  expectável  para 

aplicação do normativo legal em vigor. 

Tabela 26 ‐ Estado de validação dos sistemas automáticos ligados ao sistema informático 

   Estado de validação dos sistemas automáticos 

Tipo de serviço  Não  Sim  Total 

SMT  5 (11,91%)  13 (30,95%)  18 (42,86%) 

SS + SMT  3 (7,14%)  18 (42,86%)  21 (50,00%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  2 (4,76%)  1 (2,38%)  3 (7,14%) 

Total  10 (23,81%)  32 (76,19%)  42 (100,00%) 

 

A diferença no total da tabela 26 em relação ao número total de inquéritos deve‐se a que 

seis  inquiridos  não  utilizam  equipamentos  automáticos  para  realização  dos  testes 

laboratoriais, pelo que não consideraram que esta questão lhes era aplicável, e assim não 

foram contabilizados. 

 

   

Page 123: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

104  

Tabela 27 ‐ Estado de Validação dos Sistemas Informáticos 

   Estado de validação dos SI 

Tipo de serviço e software  Não Sabe  Não  Sim  Total 

SMT  18 (37,50%)  5 (10,42%)  23 (47,92%) 

ASIS  9 (18,75%)  2 (4,17%)  11 (22,92%) 

SIBAS  5 (10,42%)  1 (2,08%)  6 (12,50%) 

 IMAGINASOFT  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

e‐DELPHYN  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

NOVA HIS  1(2,08%)  1 (2,08%) 

ROCAIL  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

ClinidataBST  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

DELPHYN  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  3 (6,25%)  3 (6,25%) 

SIBAS  3 (6,25%)  3 (6,25%) 

SS + SMT  1 (2,08%)  15 (31,25%)  6 (12,50%)  22 (45,83%) 

ASIS  8 (16,67%)  1 (2,08%)  9 (18,75%) 

SIBAS  1 (2,08%)  5 (10,42%)  4 (8,33%)  10 (20,83%) 

IMAGINASOFT  1 (2,08%)  1 (2,08%)  2 (4,17%) 

PELICANO  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

Total  36 (75,00%)  11 (22,92%)  48 (100,00%) 

 

 

Tabela 28 ‐ Previsão de Validação dos Sistemas não Validados 

   Se está previsto validar os SI não validados 

 Tipo de serviço  Não Sabe  Não  Sim  Total 

SMT  2 (5,41%)  8 (21,62%)  8 (21,62%)  18 (48,65%) 

SS + SMT  10 (27,03%)  6 (16,22%)  16 (43,24%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  2 (5,41%)  1 (2,70%)  3 (8,11%) 

Total  2 (5,41%)  20 (54,05%)  15 (40,54%)  37 (100,00%) 

 

 

Tabela 29 ‐ Premência atribuída à validação dos sistemas informáticos 

 Tipo de serviço 

Premência (de 0 ‐ nenhuma a 5 ‐ máxima)  Não sabe  Total 0  1 2  3  4  5 

SMT  1 (2,08%) 6 (12,50%) 9 (18,75%) 7 (14,58%)  23 (47,92%)

SS + SMT  1 (2,08%)  13 (27,08%) 7 (14,58%)  1 (2,08%)  22 (45,83%)

SS (Proc. Ext.) + SMT  2 (4,17%)  1 (2,08%)  3 (6,25%) 

Total  2 (4,17%)  1 (2,08%) 8 (16,67%) 22 (45,83%) 14 (29,17%)  1 (2,08%) 48 (100,00%)

 

 

Page 124: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

105  

Tabela 30 ‐ Existência nos serviços de recursos próprios que permitam fazer a validação do SI 

   Existência de recursos para validação do SI 

Tipo de serviço  Não Sabe  Não  Sim  Total 

SMT  1 (2,08%)  11 (22,92%)  11 (22,92%)  23 (47,92%) 

SS + SMT  1 (2,08%)  14 (29,17%)  7 (14,58%)  22 (45,83%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  3 (6,25%)  3 (6,25%) 

Total  2 (4,17%)  28 (58,33%)  18 (37,50%)  48 (100,00%) 

 

Tabela 31 – Motivos da não existência nos serviços de recursos próprios que permitam fazer a validação do sistema informático 

Motivos da não existência de recursos próprios para validar os SI 

  Tipo de serviço 

Falta de formação na 

área 

Falta de recursos humanos 

Falta de formação na área e de recursos humanos 

Não Responde  Não Sabe  Total 

SMT  1 (3,57%)  2 (7,14%)  7 (25,00%)     1 (3,57%)  11 (39,29%)

SS + SMT  1 (3,57%)  1 (3,57%)  12 (42,86%)       14 (50,00%)

SS (Proc. Ext.) + SMT     1 (3,57%)  2 (7,14%)  3 (10,71%) 

Total  2 (7,14%)  3 (10,71%)  20 (71,43%)  2 (7,14%)  1 (3,57%)  28 (100,00%)

 

Em relação à tabela 32 é de realçar 1 SMT que utiliza o ASIS, que sugeriu a realização de 

acções de formação pelo IPS dirigidas aos profissionais de Imuno‐hemoterapia. 

Tabela 32 – Soluções apresentadas para validação dos sistemas informáticos, pelos serviços sem recursos próprios para a sua realização 

  Soluções apresentadas pelos serviços sem recursos 

para validação dos SI 

Tipo de serviçoNão 

Responde 

Formação dos RH na 

área 

IPS e Serviço Informática da Instituição

Outros Serviços da Instituição 

Recursos Externos  Total 

SMT  2 (7,14%)  1 (3,57%)  4 (14,29%)  3 (10,71%)  10 (35,71%)

SS + SMT  1 (3,57%)     5 (17,86%)  9 (32,14%)  15 (53,57%)

SS (Proc. Ext.) + SMT  2 (7,14%)     1 (3,57%)  3 (10,71%) 

Total  2 (7,14%)  3 (10,71%)  1 (3,57%)  10 (35,71%)  12 (42,86%)  28 (100,00%)

 

Na tabela 33 em que se analisa o estado de validação realçam‐se os seguintes aspectos: 

Dois SS (Proc. Ext.) + SMT não vêem necessidade de validar o sistema. 

Dos 30  serviços  certificados 20  (68,97%) não  têm o  sistema  informático validado e 1 

não  sabe.  Dos  18  serviços  não  certificados  2  (11,11%)  afirmaram  ter  o  sistema 

informático validado. 

Page 125: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

106  

Relativamente  ao  desenvolvimento  de  actividades  para  validação  do  sistema,  as 

respostas obtidas foram idênticas às do estado de validação. 

De 28 serviços certificados com sistema automáticos  ligados ao sistema  informático, 6 

(21,43%)  consideram  não  ter  os  sistemas  automáticos  validados,  enquanto  dos  14 

serviços  não  certificados  que  utilizam  sistemas  automáticos,  10  (71,43%)  têm  esses 

sistemas validados e 4 (28,57%) não. 

Dos 37 serviços que não  têm os SI validados, 15  (40,54%)  têm previsto validar  (8 dos 

quais estão certificados). Nos 20 que não têm previsto fazer a validação do SI incluem‐

se 12 certificados e 5 não certificados e 3 com o processo em curso. 

Um serviço certificado não sabe se tem o SI validado. 

Tabela 33 – Estado de validação dos SI, realização ou desenvolvimento de actividades para validação do SI, estado de validação dos sistemas automáticos ligados ao SI e previsão de validação dos SI versus, estado de certificação dos serviços 

      Estado de certificação    

      Sim Processo em 

Curso  Não  Já esteve  Total 

Estado de validação dos SI 

Não  20 (41,67%)  7 (14,58%)  8 (16,67%)  1 (2,08%)  36 (75,00%) 

Sim  9 (18,75%)  1 (2,08%)  1 (2,08%)  11 (22,92%) 

Não Sabe  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

Total  30 (62,50%)  8 (16,67%)  9 (18,75%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

Realização ou desenvolvimento de actividades para validação do SI 

Não  20 (41,67%)  7 (14,58%)  8 (16,67%)  1 (2,08%)  36 (75,00%) 

Sim  9 (18,75%)  1 (2,08%)  1 (2,08%)  11 (22,92%) 

Não Sabe  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

Total  30 (62,50%)  8 (16,67%)  9 (18,75%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

Estado de validação dos sistemas automáticos ligados ao SI 

Não  6 (14,29%)  1 (2,38%)  3 (7,14%)  10 (23,81%) 

Sim  22 (52,38%)  6 (14,29%)  3 (7,14%)  1 (2,38%)  32 (76,19%) 

Total  28 (66,67%)  7 (16,67%)  6 (14,29%)  1 (2,38%)  42 (100,00%)

Previsão de validação dos SI 

Não  12 (32,43%)  3 (8,11%)  5 (13,51%)  20 (54,05%) 

Sim  8 (21,62%)  4 (10,81%)  2 (5,41%)  1 (2,70%)  15 (40,54%) 

Não Sabe  1 (2,70%)  1 (2,70%)  2 (5,41%) 

Total  21 (56,76%)  7 (18,92%)  8 (21,62%)  1 (2,70%)  37 (100,00%)

 

De 32 serviços que afirmam ter os sistemas automáticos  ligados ao SI, apenas 9 (28,13%) 

dizem ter o SI validado e 1 não sabe. 

Dos  6  serviços  que  não  têm  sistemas  automáticos  ligados  ao  SI  (serviços  de  menor 

dimensão), apenas 1 tem o SI validado. 

Page 126: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

107  

Tabela 34 ‐ Estado de validação dos sistemas automáticos ligados ao SI versus, estado de validação dos SI 

Estado  de  validação  dos  sistemas automáticos ligados ao SI 

Estado de validação do SI   

Não  Sim  Não Sabe  Total 

Não  9 (18,75%)  1 (2,08%)    10 (20,83%) 

Sim  22 (45,83%)  9 (18,75%)  1 (2,08%)  32 (66,67%) 

Não aplicável  5 (10,42%)  1 (2,08%)    6 (12,50%) 

Total  36 (75,00%)  11 (22,92%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

 

Os  serviços certificados e os  serviços que afirmaram  ter os SI validados  têm  tendência a 

atribuir níveis de premência mais elevados à validação. Apesar disso, salienta‐se o facto de 

2 serviços certificados que não têm o SI validado atribuírem o nível zero (tabela 35). 

Tabela 35 – Estado de certificação dos serviços, estado de validação dos SI e previsão de validação dos SI versus, premência atribuída à validação dos SI 

Premência que atribuída à validação dos SI 

   0  2  3  4  5  Não sabe  Total 

Estado de 

certificação

 

Sim  2 (4,17%)  4 (8,33%)  15 (31,25%) 8 (16,67%)  1 (2,08%)  30 (62,50%)

Processo em Curso   

1 (2,08%)  2 (4,17%)  5 (10,42%)  

8 (16,67%) 

Não  1 (2,08%) 3 (6,25%)  4 (8,33%)  1 (2,08%)  9 (18,75%) 

Já esteve  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

Total  2 (4,17%)  1 (2,08%) 8 (16,67%)  22 (45,83%) 14 (29,17%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

Estado de 

valid

ação

 dos SI 

Não  2 (4,17%)  1 (2,08%) 7 (14,58%)  17 (35,42%) 9 (18,75%)  36 (75,00%)

Sim  1 (2,08%)  5 (10,42%)  5 (10,42%)  11 (22,92%)

Não sabe  1 (2,08%)  1 (2,08%) 

Total  2 (4,17%)  1 (2,08%) 8 (16,67%)  2 (4,17%)  14 (29,17%)  1 (2,08%)  48 (100,00%)

Previsão da 

valid

ação

  Não  2 (5,41%)  1 (2,70%) 4 (10,81%)  9 (24,32%)  3 (8,11%)  1 (2,70%)  20 (54,05%)

Sim  3 (8,11%)  6 (16,22%)  6 (16,22%)  15 (40,54%)

Não sabe  2 (5,41%)  2 (5,41%) 

Total  2 (5,41%)  1 (2,70%) 7 (18,92%)  17 (45,95%) 9 (24,32%)  1 (2,70%)  37 (100,00%)

 

Dos 11 serviços com SI validado, 7 consideram ter recursos próprios para fazer a validação, 

3 consideram não ter e 1 não sabe. 

Dos 36 que não têm o SI validado, 25 (69,44%) consideram não ter recursos próprios para 

realizar essa actividade. 

Tabela 36 ‐ Existência de recursos próprios para validar os SI versus, estado de validação dos SI 

Existência no serviço de recursos próprios que permitam fazer a validação dos SI 

SI validado? 

Não  Sim  Não sabe  Total 

Não  25 (52,08%)  3 (6,25%)  28 (58,33%) 

Sim  11 (22,92%)  7 (14,58%)  18 (37,50%) 

Não sabe  1 (2,08%)  1 (2,08%)  2 (4,17%) 

Total  36 (75,00%)  11 (22,92%)  1 (2,08%)  48 (100,00%) 

Page 127: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

108  

Comparando a existência de  recursos próprios para validar com estar ou não certificado 

verifica‐se  que,  dos  18  (37,50%)  que  responderam  afirmativamente  à  existência  de 

recursos,  12  (66,67%)  estão  certificados.  Dos  28  (58,33%)  que  responderam 

negativamente, 16 (57,14%) estão certificados. 

A associação dos factores “falta de formação na área e de recursos humanos” salienta‐se 

como a causa principal para os serviços considerarem que não possuem recursos próprios 

para realizar a validação, independentemente de estarem certificados. 

Tabela 37 ‐ Existência de recursos próprios para validar os SI, motivos para a falta de recursos próprios para validar os SI e soluções apresentadas para resolver a falta de recursos versus, estado de certificação dos serviços 

Estado de certificação    

Sim Processo em 

Curso  Não  Já esteve  Total 

Existência no serviço 

de recursos próprios 

que perm

itam

 fazer a 

valid

ação

 dos SI 

Não  16 (33,33%)  7 (14,58%)  4 (8,33%)  1 (2,08%)  28 (58,33%) 

Sim  12 (25,00%) 1 

(2,08%) 5 

(10,42%)   18 (37,50%) 

Não sabe  2 (4,17%)      

2 (4,17%) 

Total  30 (62,50%)  8 (16,67%)  9 (18,75%)  1 (2,08%)  48 (100,00%) 

Motivos para a falta de recursos para 

valid

ar os SI 

Falta de formação na área 

2 (7,14%)      

2 (7,14%) 

Falta de formação na área e de recursos humanos 

10 (35,71%)  7 (25,00%)  2 (7,14%)  1 (3,57%)  20 (71,43%) 

Falta de recursos humanos 

1 (3,57%)  

2 (7,14%)  

3 (10,71%) 

Não responde  2 (7,14%)      

2 (7,14%) 

Não sabe  1 (3,57%)      

1 (3,57%) 

Total  17 (60,71%)  7 (25,00%)  4 (14,29%)  1 (3,57%)  28 (100,00%) 

Soluções ap

resentadas para resolver a 

falta de recursos 

Recursos Externos  6 (21,43%)  2 (7,14%)  3 (10,71%)  1 (3,57%)  12 (42,86%) 

Outros Serviços da Instituição 

5 (17,86%)  4 (14,29%)  1 (3,57%)  

10 (35,71%) 

Formação dos RH na área 

2 (7,14%)  1 (3,57%)    

3 (10,71%) 

IPS e Serviço de Informática da Instituição 

1 (3,57%)      

1 (3,57%) 

Não responde  2 (7,14%)      

2 (7,14%) 

Total  16 (57,14%)  7 (25,00%)  4 (14,29%)  1 (3,57%)  28 (100,00%) 

 

Page 128: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

109  

As  principais  soluções  propostas  para  resolver  a  necessidade  de  validar  os  sistemas 

informáticos  são  recorrer  a  recursos  externos  12  (42,86%)  ou  a  outros  serviços  da 

instituição  10  (35,71%). Apenas  3  serviços  apontaram  como  solução  formar os  recursos 

humanos que dispõem para esse fim. 

 

5.5 Discussão 

 O presente  trabalho de diagnóstico da  situação não  tem antecedentes  identificados em 

termos  de  referências,  pelo  que  a  sua  estruturação  levantou  algumas  dificuldades. 

Pensando ter obviado à variabilidade entre observadores implementando um questionário 

que foi aplicado por um único entrevistador, houve algumas questões que tiverem que ser 

sucessivamente  melhoradas  de  modo  a  obter  a  compreensão  da  maior  parte  dos 

participantes. Este aspecto também se relacionou com a procura de interlocutores válidos 

para responder de um modo completo a perguntas que por um lado se situam na área dos 

Sistema  de  informação  mas  se  relacionam  estreitamente  com  normativos  legais  de 

Medicina Transfusional. Muitos dos dados obtidos sobre as responsabilidades e actividades 

realizadas revelam provavelmente a necessidade de melhorar a  interacção entre Serviços 

de Sangue / Medicina Transfusional e Serviços de Informática. 

A sistematização das organizações também se manifestou complexa e para lá de dificultar 

a  gestão  adequada  dos  sistemas  informáticos,  condicionou  provavelmente  algumas  das 

respostas. Este factor, quando associado a um ambiente de “secretismo”, de desconfiança 

e falta de transparência dificultou também a realização do diagnóstico da situação. 

Quanto  à  caracterização  das  instituições  e  dos  serviços,  constatou‐se  existir 

heterogeneidade tanto pela dimensão, como pela organização institucional e ainda quanto 

ao nível dos utilizadores e das suas expectativas. Da caracterização dos serviços, é possível 

verificar  que  os  sistemas  informáticos  utilizados  têm  que  suportar  números  de  registos 

anuais que podem  variar entre as poucas  centenas e as  centenas de milhar, e gerir um 

número de utilizadores que pode alcançar as centenas. 

A frequência de serviços certificados e com o processo de certificação em curso parecem 

ser  indicativas da repercussão do quadro  legislativo e da  importância que a qualidade e a 

segurança  têm nesta área de actividade. As expectativas e exigências no que  respeita à 

qualidade e segurança dos sistemas informáticos são por consequência também elevadas, 

Page 129: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

110  

o que é evidenciado pelos comentários feitos pelos utilizadores ao sistema que utilizam e 

melhor conhecem. 

Foram  identificados nove softwares diferentes em utilização nos serviços abrangidos pelo 

inquérito, havendo no entanto um predomínio da utilização de três deles. 

Apesar  de  existir  na  prática  liberdade  de  escolha  e  de  configuração  dos  sistemas,  o 

acentuar da convergência para os  três softwares predominantes  tem sem dúvida origem 

em factores que vão desde exigências de qualidade e segurança já referidas, mas também 

factores  de  ordem  económica,  não  desprezíveis  pelas  organizações,  e  outros  de  ordem 

técnica e prática como é o caso da interoperabilidade entre sistemas. 

Os  servidores  utilizados  pelos  sistemas  são  na  sua  maioria  partilhados,  o  que  se 

compreende pelo volume de transacções realizadas por muitos, que não justificam o custo 

de  aquisição  e manutenção  de  um  servidor  próprio  e  dos meios  para  assegurar  a  sua 

segurança. 

Os serviços parecem reconhecer as suas  limitações para efectuar a análise e controlo do 

seu software e hardware o que é manifesto pela uma percentagem elevada de delegação 

de responsabilidades de gestão dos SI, ou então, as políticas de gestão definidas a um nível 

organizacional superior a isso obrigam. Falta no entanto esclarecer se tal delegação se faz 

de um modo informado tanto para quem delega como para quem assume. 

O estado de  certificação não parece  influenciar a necessidade dos  serviços assumirem a 

responsabilidade  de  gestão  do  hardware  e  software  utilizados. Mesmo  a  existência  de 

servidor próprio não parece afectar a responsabilidade de gestão do mesmo. 

Em 18,75% dos  serviços as  responsabilidades de gestão do hardware e do  software não 

são  coincidentes,  o  que  parece  demonstrar  a  falta  de  sensibilidade  para  reconhecer  a 

importância da interacção entre hardware e software. 

Quanto à segurança dos dados e equipamentos as 4 questões colocadas permitiram saber 

que apenas 1 serviço, com processo de certificação em curso, não tem políticas definidas 

para  realização de  cópias de  segurança. Esta  situação expressa o  incumprimento  com  a 

obrigação legal de manutenção dos registos que permitam a rastreabilidade total durante 

30 anos, já que o que é estabelecido não é a minimização do risco de perda de informação, 

mas sim a realização dos procedimentos de cópia. 

Page 130: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

111  

Todos  têm  definidas  políticas  para  a  segurança  de  acessos  aos  dados.  No  entanto,  a 

frequência de serviços que não têm protecções físicas dos equipamentos, ou desconhecem 

se têm, é de 16,67%. 

O delegar da gestão dos  sistemas  informáticos não é acompanhado da evidência de um 

maior  controlo  dos  processos  e  do  sistema,  através  de  procedimentos  para  registo  e 

controlo  das  alterações, mesmo  quando  se  trata  de  instituições  certificadas  em  que  o 

conceito de SI como equipamento não á aplicado. 

Mesmo nas  instituições certificadas parece haver desconhecimento sobre os  requisitos e 

práticas  base  para  a  validação  e  manutenção  do  estado  de  validação  dos  sistemas 

informáticos. 

Relativamente ao assegurar da rastreabilidade de todos os processos as opiniões divergem 

mesmo quando os serviços utilizam o mesmo software. 

Dois  dos  serviços  consideram  que  o  SI  não  lhes  assegura  rastreabilidade  de  todos  os 

processos  relacionados  com  a  colheita  e  5  com  a  transfusão,  sendo  necessário 

complementar os registos com procedimentos manuais, o que sem dúvida  implica menor 

eficiência e provavelmente menores garantias de segurança nos processos. No entanto ao 

analisar  os  serviços  que  não  têm  todas  as  áreas  de  actividade  cobertas,  estes  são  em 

número de 20. Esta incongruência aponta para que a rastreabilidade não seja atingida em 

muitos mais sistemas do que os dois que o referiram. 

Relativamente  às  questões  sobre  validação,  foi  possível  detectar  dúvidas  e  mesmo 

desconhecimento dos conceitos de sistema informático e de validação. 

Dos  48  serviços  questionados,  11  (24,4%)  referiram  ter  o  SI  validado  e  76,60%  não 

estiveram  nem  estão  envolvidos  em  actividades  de  validação  não  sendo  esta  situação 

conforme com o expectável para aplicação do normativo legal em vigor. Curiosamente um 

serviço  certificado  não  sabe  se  tem  o  SI  validado  e  outro  serviço  tendo  o  SI  validado 

afirmou não ter os sistemas automáticos validados. 

Afirmaram não ter o sistema informático validado 20 (68,97%) dos 30 serviços certificados 

e  16  (88,88%)  dos  18  serviços  não  certificados.  Em  relação  a  este  tema  foi  possível 

identificar várias situações discrepantes com o desejável: 

Serviços que não desenvolvem actividades para validação do SI utilizado, 

Page 131: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

112  

Serviços cujos sistemas automáticos ligados ao SI não estão validados, 

Sistemas  informáticos não  validados,  situação agravada pelo  facto de  se  verificar em 

serviços certificados e em que não está prevista a validação. 

Reconhecimento da importância da validação mas sem previsão de validar o SI, 

A premência atribuída à validação variou essencialmente entre média (nível 3) a muito alta 

(nível 5), tendo o nível 4 registado cerca de 45% das respostas. 

O principal motivo para o estado de não validação dos sistemas parece ser a não existência 

de recursos próprios suficientes para validar os SI (58%). As principais causas identificadas 

para  a  falta  de  recursos  serão  a  falta  de  formação  na  área  e  de  recursos  humanos, 

associadas. As principais soluções apontadas para resolver a necessidade de validação dos 

sistemas informáticos serão a contratação de recursos externos ou recorrer aos serviços de 

informática da instituição. 

O estado de certificação dos serviços não parece influenciar positivamente a realização de 

actividades relacionadas com a validação, nem o estado de validação dos SI. Estas parecem 

estar mais condicionadas pela insuficiência de recursos para a sua realização. 

Salienta‐se a  tendência de os  serviços  certificados e os  serviços que afirmaram  ter os SI 

validados atribuir níveis de premência mais elevados à validação. No entanto, 2  serviços 

certificados que não têm o SI validado atribuíram o nível de premência zero. 

Os  dados  obtidos  sobre  as  actividades  não  cobertas  e  os  respectivos  comentários, 

induzem‐nos a pensar que dentro de uma organização a comparação negativa com outras 

aplicações  não  é  justificável,  devendo  sim  ser  implementadas medidas  de  correcção  e 

melhoria se possível obedecendo a requisitos de autoridades reguladoras. 

Sendo  o  controlo  do  Software  e  do  Hardware  condição  básica  para  as  actividades  dos 

serviços,  sendo  inclusive  considerados  dispositivos médicos  quando  aplicados  à  prática 

transfusional, duvida‐se que a maior parte deles consiga fazer este controlo, pela ausência 

verificada numa  frequência  importante de serviços sem controlo e registo das alterações 

ao software e ao hardware. 

 

   

Page 132: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

113  

6. Conclusões e Recomendações 

As actividades de validação têm evoluído paralelamente com a complexidade dos sistemas, 

com o risco associado e ainda com a generalização dos princípios básicos da Qualidade. Na 

área da Medicina Transfusional a cultura de validação de Sistemas  Informáticos não está 

ainda  suficientemente  enraizada.  No  entanto  existem  sinais  de  que  a  importância  e 

atenção dadas pelos profissionais desta área a esta temática estão a aumentar, motivado 

tanto por razões  legais como pela evolução do estado da arte. Obviamente que as razões 

da não validação sistemática destes sistemas tem causas multi‐factoriais: 

As entidades reguladoras não estabeleceram ainda um quadro claro de validação. 

Muitos dos Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional não possuem  recursos para 

realizar estas actividades 

Os  profissionais  da  Medicina  envolvidos  nesta  área  não  dominam  completamente  os 

conhecimentos  da  informática,  nem  os  profissionais  de  informática  dominam 

completamente todas as dimensões deste tema. 

Assim e neste  contexto, parece‐nos que o estabelecimento de um  consenso em  relação 

aos  requisitos  mínimos  a  cumprir  para  a  validação,  seria  o  primeiro  passo  a  atingir, 

podendo  o  presente  trabalho  ser  um  ponto  de  partida  para  este  fim.  A  formação  de 

equipas  multidisciplinares,  de  âmbito  geográfico  e  institucional  a  definir,  integrando 

Profissionais das áreas médica, informática e outras, será também um contributo para que 

tal processo possa ser implementado. 

Também  a  formação  em  Informática  e  em  particular  daquela  que  se  relaciona  mais 

directamente  com  a Medicina  Transfusional,  conjugando  conhecimentos  das  diferentes 

áreas,  pode  e  deve  ajudar  a  resolver  as  necessidades  existentes,  contribuindo  para  a 

melhoria da qualidade e aumento da segurança transfusional. 

A  criação  de  entidades  externas  de  regime  público  ou  privado,  que  possam  apoiar  o 

processo  de  validação  nas  instituições,  estando  condicionado  pelos  pressupostos 

anteriores,  poderá  ser  uma  resposta  para  a  falta  de  recursos  e  formação.  Para  lá  da 

divulgação  de  conceitos  e  da  prática  da  validação,  a  especialização  destas  entidades 

permitirá obter benefícios em termos de eficiência e sinergia: menor tempo para atingir a 

validação, menor dispêndio de recursos em actividades relacionadas e formação. Poderão 

Page 133: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

114  

ainda os serviços utilizadores, ter definido para lá dos requisitos mínimos os seus próprios, 

acrescentando valor ao processo de validação. 

 

 

   

Page 134: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

115  

7. Trabalho futuro  

Propomo‐nos a divulgar os resultados do inquérito e o trabalho realizado, tanto a nível dos 

Serviços  de  Sangue  como  de  Medicina  Transfusional  que  foram  contactados  para  a 

realização  do  inquérito.  Propomo‐nos  ainda  a  fazer  esta  divulgação  às  entidades 

reguladoras. 

Serão  promovidas  acções  de  formação,  no  âmbito  das  actividades  desenvolvidas  pela 

formação do  Instituto Português do Sangue,  I.P. a profissionais da área que  terão  como 

objectivo a divulgação de  conceitos em  informática e validação de Sistemas aplicáveis à 

Medicina Transfusional. 

A breve prazo será feita a aplicação do modelo proposto, a uma instituição com o objectivo 

do  seu  teste.  Com  base  nos  resultados  obtidos,  serão  provavelmente  introduzidas 

alterações  para  a  sua melhoria  e  proposta  formação  nas  necessidades  formativas  que 

forem identificadas. 

Posteriormente  tentar‐se‐á  compatibilizar  o  presente  modelo,  com  alguns  padrões 

referências  de  qualidade  já  existentes  (ultrapassando  assim  o  estabelecimento  de  um 

modelo mínimo).   

Page 135: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

116  

8.  Referências 

AABB (2008). Technical Manual. Bethesda, Md., American Association of Blood Banks. Andriole,  S.  J.  (1986).  Software  Validation,  Verification,  Testing  and  Documentation:  A 

Source Book. Princeton, NJ, USA, Petrocelli Books, Inc. ASST (2008). Circular Normativa n.º 6/GDG de 23 de Junho de 2008. Requisitos em Matéria 

de Análise das Dádivas de Sangue Colhidas. Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação. 6/GDG. 

BCSH (1999). "The administration of blood and blood components and the management of transfused  patients.  British  Committee  for  Standards  in  Haematology,  Blood Transfusion Task Force. Royal College of Nursing and the Royal College of Surgeons of England." Transfus Med 9(3): 227‐238. 

BCSH  (2007).  "The  specification  and  use  of  information  technology  systems  in  blood transfusion  practice.  Working  Party  of  the  British  Committee  for  Standards  in Haematology Blood Transfusion Task Force." Transfusion Medicine. 

BCSH, P. Ashford, et al. (2000). "Guidelines for blood bank computing. Working Party of the British Committee  for Standards  in Haematology, Blood Transfusion Task Force." Transfus Med 10(4): 307‐314. 

BCSH,  J.  F.  Chapman,  et  al.  (2004).  "Guidelines  for  compatibility  procedures  in  blood transfusion  laboratories. Working Party of  the British Commitee  for Standards  in Haematology Blood Transfusion Task Force." Transfus Med 14(1): 59‐73. 

Clegg, D. and R. Barker (1994). Case Method Fast‐Track: A RAD Approach, Addison‐Wesley Pub. Co. 

Council of Europe.  (2009). Guide  to  the preparation, use and quality assurance of blood components, 15th edition. Strasbourg. 

European  Commission  (2008).  EudraLex.  The  Rules  Governing Medical  Products  in  the European Union. EU Guidelines to Good Manufacturing Practice, Medical Products for Human and Veterinary Use. Draft Annex 11. E.  I. D.‐G. European Commission, Consumer Goods, Pharmaceuticals., European Commission. 

Evans, J. (2004). Case study 23: Blood establishment computer systems. Computer Systems Validation. G. Wingate, Interpharm/CRC: 923‐934. 

FDA  (U.S.)  (1995).  Glossary  of  Computer  Systems  Software  Development  Terminology. Division of  field  investigations. Office of  regional operations. office of  regulatory affairs. Rockville, MD, U.S. Dept. of Health  and Human  Services,  Food  and Drug Administration. 

FDA/CBER  (U.S.)  (2002). Guidance  for  industry. General principles of  software validation: Final guidance for  industry and FDA staff. Rockville, MD, U.S. Dept. of Health and Human  Services,  Food  and  Drug  Administration,  Center  for  Biologics  Evaluation and Research. 

FDA/CBER  (U.S.)  (2007).  Guidance  for  industry  blood  establishment  computer  system validation  in  the  user's  facility.  Rockville, MD,  U.S.  Dept.  of  Health  and  Human Services,  Food  and  Drug  Administration,  Center  for  Biologics  Evaluation  and Research: i, 9 p. 

GAMP Forum. (2001). GAMP guide for validation of automated systems. Good automated manufacturing  practice  :  GAMP  4.  Tampa,  FL,  Society  for  Pharmaceutical  and Medical Device Professionals : GAMP Forum. 

Grupo de Trabalho de  Imuno‐hematologia  (2008).  Imuno‐hematologia  ‐ Recomendações, Instituto Português do Sangue, IP. 

IEEE. (1990).  IEEE standard glossary of software engineering terminology. New York, N.Y., Institute  of  Electrical  and  Electronics  Engineers.  Computer  Society.  Software Engineering Technical Committee. 

Page 136: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

117  

IPS (2002). Circular Normativa n.º 003/CN‐IPS/02 de 04 de Dezembro de 2002. Requisitos em Matéria de Rotulagem das Unidades de Sangue:  Identificação Única Nacional da Dádiva de Sangue. Instituto Português do Sangue. 003/CN‐IPS/02. 

IPS  (2004).  Circular  Normativa  n.º  001/CN‐IPS/04  Padrão  Internacional  ISBT  128  para Rotulagem de Componentes Sanguíneos. Nota Técnica sobre a Etiqueta  ISBT 128. Instituto Português do Sangue. 001/CN‐IPS/04. 

ISBT,  A.  Bobos,  et  al.  (2006).  "ISBT  guidelines  for  information  security  in  transfusion medicine.  International  Society  of  Blood  Transfusion  Information  Security  Task Force." Vox Sang 91 Suppl 1: S1‐23. 

ISBT,  W.  Bocker,  et  al.  (2003).  "ISBT  ‐  Guidelines  for  validation  and  maintaining  the validation  state of automated  systems  in blood banking.  International Society of Blood Transfusion Validation Task Force." Vox Sang 85 Suppl 1: S1‐14. 

ISBT,  J.  Sampson,  et  al.  (2010).  "ISBT Guidelines  for  validation of  automated  systems  in blood  establishments. Working Party on  Information  Technology Validation  Task Force." Vox Sang 98 Suppl 1: 1‐19. 

ISO/IEC  (2005).  ISO/IEC  17799:2005:  Information  Technology  ‐  Code  of  Practice  for Information  Security  Management.  Geneva,  Switzerland,  International Organization for Standardization/International Electrotechnical Commission. 

ISPE  (2008). GAMP® 5 A Risk‐based Approach  to Compliant GxP Computerized  Systems, International Society for Pharmaceutical Engineering. 

Miller, R. A. and R. M. Gardner (1997). "Recommendations for responsible monitoring and regulation of clinical software systems. American Medical Informatics Association, Computer‐based Patient Record Institute, Medical Library Association, Association of Academic Health Science Libraries, American Health  Information Management Association, American Nurses Association." J Am Med Inform Assoc 4(6): 442‐457. 

Munk,  C.  (2009a).  What  about  information  technology  in  transfusion  technology. Transfusion Today, International Society of Blood Transfusion: 9‐10. 

Munk,  C.  (2009b).  What  about  information  technology  in  transfusion  medicine  (II). Transfusion Today, International Society of Blood Transfusion: 14‐17. 

Munk,  C.  (2009c). Why  standards  are  important  in  using  infomation  technologies  (III). Transfusion Today, International Society of Blood Transfusion: 11‐12. 

PIC/S  (2007). Good Practices  for computerised  systems  in  regulated  ‘GxP’ environments, Pharmaceutical  Inspection Convention & Pharmaceutical  Inspection Co‐Operation Scheme: 50 p. 

Portugal. Ministério da Saúde (2007). Decreto‐Lei n.º 267/2007. 1.ª série‐N.º 141. Diário da República, Imprensa Nacional‐Casa da Moeda, S. A.: 22. 

Sage, A. P. and W. B. Rouse  (2009). Handbook of systems engineering and management. Hoboken, N.J., John Wiley & Sons. 

Sommerville, I. (2007). Software engineering. Harlow, England, Addison‐Wesley. Tracy,  D.  S.  and  R.  A.  Nash  (2002).  "A  Validation  Approach  for  Laboratory  Information 

Management Systems." Journal of Validation Technology 9(1): 6‐14. Wingate, G.  (2004).  Computer  systems  validation  :  quality  assurance,  risk management, 

and  regulatory  compliance  for  pharmaceutical  and  healthcare  companies.  Boca Raton, Fla., Interpharm/CRC. 

 

 

   

Page 137: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Validação de Sistemas Informáticos de Serviços de Sangue e de Medicina Transfusional 

118  

9. Anexos 

 

 

Page 138: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 1 

1  

Inquérito  aos  Serviços  de  Sangue  e  Serviços  de  Medicina 

Transfusional sobre o Sistema Informático Utilizado 

Tipo de Instituição e Serviço 

1. Nome da Instituição______________________________________________________  

2. Tipo de Serviço 

□ SS   □ SMT    □ SS + SMT 

□ SS (Processamento das análises e das separações no Exterior) + SMT 

 

3. Está Certificado? 

□ SIM  □ NÃO    □ Processo de certificação em curso 

□ Já esteve mas perdeu a certificação 

 

4. Nº de Colheitas (2009)____________________________________________________  

5. Nº de Unidades Transfundidas (2009)________________________________________  

6. Nº de Camas____________________________________________________________  

7. Nº de Profissionais 

7.1 Médicos_______________________________ 

7.2 Especialistas IHT_________________________ 

7.3 Outros especialistas______________________ 

7.4 Técnicos_______________________________ 

7.5 Enfermeiros____________________________ 

7.5 Administrativos_________________________ 

Sistema Informático Utilizado 

8. Tem SI? 

□ Sim  □ Não    □ Não sabe  □ Não responde  

8.1 Se SIM, qual?_________________________________________________________  

9. Tem Servidor Próprio ou Partilhado? 

□ Próprio  □ Partilhado  □ Não sabe  □ Não responde  

   

Page 139: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 1 

2  

10. Quais das seguintes actividades do serviço não estão integradas no SI? 

□ Promoção da Dádiva / Planeamento de Colheitas 

□ Recepção / Inscrição de Dadores □ Triagem Clínica / Exame Objectivo de Dadores 

□ Colheitas □ Laboratório de Microbiologia 

□ Laboratório de Imuno‐hemoterapia 

□ Laboratório de Controlo da Qualidade □ Separação de Componentes 

□ Rotulagem / Gestão de Stocks / Distribuição 

□ Gestão de Stocks e requisição de componentes aos SS 

□ Registo e Gestão de pedidos □ Preparação / Atribuição de Transfusões □ Disponibilização para Transfusão □ Administração / Confirmação Positiva da Transfusão 

□ Apoio à Gestão □ Administração do Sistema 

 Comentários ao Sistema ou Software 

 

 

Responsabilidade de Gestão do Sistema Informático 

11. De quem é a responsabilidade de gestão do SI: 

11.1 Relativamente ao Hardware 

□ Serviço   □ Fora do serviço      □ Partilhada      □ Não sabe  □ Não responde 

11.2 Relativamente ao Software 

□ Serviço   □ Fora do serviço      □ Partilhada      □ Não sabe  □ Não responde 

Segurança dos Dados e dos Equipamentos 

12. Estão definidas políticas para a realização de Cópias de Segurança? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde 

13. Estão definidas políticas para a Segurança dos Acessos ao Software? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde 

14. Existem protecções físicas dos equipamentos? (Utilização de UPS, sala do servidor 

ambientalmente controlada, restrição dos acessos, etc.) 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde 

Registo e Controlo de Propostas e Alterações ao Sistema 

15. As actividades relacionadas com as propostas de melhoria do SI e suas interfaces estão 

registadas? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde 

Page 140: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 1 

3  

16. Estão definidos procedimentos para registo e controlo das alterações: 

17.1 Do hardware? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde 

17.1 Do software? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde 

Rastreabilidade dos Processos 

17. Considera que o seu sistema lhe assegura a rastreabilidade de todos os processos 

relacionados com cada colheita? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde  □ Não aplicável 

18. Considera que o seu sistema lhe assegura a rastreabilidade de todos os processos 

relacionados com cada transfusão? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde  □ Não aplicável 

Estado, Actividades e Competências Relacionadas com a Validação destes 

Sistemas 

19. O seu serviço esteve/está envolvido em actividades ou desenvolve actividades para 

validação do SI? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde 

20. Os sistemas automáticos ligados ao SI estão validados? 

□ Sim  □ Não   □ Alguns    □ Não sabe  □ Não responde  □ Não aplicável  

21. O SI está validado? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde  

21.1 Se NÃO, está prevista a validação? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde 

22. Qual o nível de premência que atribui à validação do SI, numa escala de 0 a 5? 

□ 0          □ 1            □ 2         □ 3        □ 4       □ 5      □ Não sabe 

23. Considera ter no serviço recursos próprios que lhe permitam fazer a validação do SI? 

□ Sim  □ Não  □ Não sabe  □ Não responde 

24.1 Se NÃO, qual o motivo? 

□ Falta de formação na área  □ Falta de recursos humanos 

□ Falta de formação na área e falta de recursos humanos  □ Não sabe  □ Não responde 

24.2 Se NÃO, qual a solução para esta necessidade? 

□ Outros serviços da instituição  □ Recursos externos              □ Formação dos recursos humanos na área 

□ IPS e serviço de informática da instituição  □ Não responde Outras soluções ou comentários: 

 

 

Page 141: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 2 

1  

Tabelas de Resultados do Inquérito 

1 ‐ Software utilizado por tipo de serviço ou agrupamento de serviços 

SMT  12

ASIS  6

SIBAS  3

 IMAGINASOFT 1

NOVA HIS  1

ROCAIL  1

SS Processamento no exterior + SMT 3

SIBAS  3

SS + SMT  11

SIBAS  6

ASIS  4

PELICANO  1

Agrupamento Hospitalar com 1 SS + SMT e 2 PT 1

IMAGINASOFT 1

Agrupamento Hospitalar com 1 SMT e 1 PT 2

ASIS  1

SIBAS  1

Agrupamento Hospitalar com 1 SS + SMT e 1 PT 3

ASIS  2

SIBAS  1

Agrupamento Hospitalar com 1 SS + SMT e 1 SMT 2

SIBAS  2

Agrupamento Hospitalar com 1 SS+SMT e 1 PT 1

ASIS  1

Agrupamento Hospitalar com 1 SS+SMT e 1 SMT 1

SIBAS  1

Agrupamento Hospitalar com 2 SMT 2

ASIS  1

SIBAS  1

Agrupamento Hospitalar com 1 SS+SMT e 2 SMT 1

IMAGINASOFT 1

Agrupamento Hospitalar com 3 SMT 4

ASIS  2

ClinidataBST  1

SIBAS  1

Agrupamento Hospitalar com 3 SS + SMT 1

ASIS  1

Agrupamento Hospitalar com 1 SMT e 3 PT 1

ASIS  1

Agrupamento Hospitalar com 2 SS+SMT e 2 SMT 1

ASIS  1

Agrupamento Hospitalar com 3 SMT e 1 PT 1

e‐DELPHYN  1

Prestador de Serviços em 15 SMT  1

13 DELPHYN, 1 e‐DELPHYN, 1 SIBAS 1

Total  48

 

   

Page 142: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 2 

2  

 2 ‐ Classificação do servidor de cada sistema, por tipo de serviço e software utilizado 

Tipo de Serviço e Software utilizado Tipo de servidor 

Total Partilhado  Próprio 

SMT  16 (33,3%)  7 (14,6%)  23 (47,9%) 

 IMAGINASOFT    1 (2,08%)  1 (2,08%) 

ASIS  9 (18,8%)  2 (4,2%)  11 (22,9%) 

ClinidataBST    1 (2,1%)  1 (2,1%) 

DELPHYN  1 (2,1%)    1 (2,1%) 

e‐DELPHYN  1 (2,1%)    1 (2,1%) 

NOVA HIS    1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ROCAIL  1 (2,1%)    1 (2,1%) 

SIBAS  4 (8,3%)  2 (4,2%)  6 (12,5%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT     3 (6,3%)  3 (6,3%) 

SIBAS    3 (6,3%)  3 (6,3%) 

SS + SMT  15 (31,3%)  7 (14,6%)  22 (45,8%) 

ASIS  6 (12,5%)  3 (6,3%)  9 (18,8%) 

IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%)  2 (4,2%) 

PELICANO    1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  8 (16,7%)  2 (4,2%)  10 (20,8%) 

Total  31 (64,6%)  17 (35,4%)  48 (100,0%) 

 

3 ‐ Responsabilidade de Gestão do Hardware e do Software, por tipo de serviço e software utilizado 

   Fora do serviço  Partilhada  Do Serviço 

   Hardware  Software  Hardware  Software  Hardware  Software 

SMT  11 (22,9%)  11 (22,9%)  10 (20,8%)  11 (22,9%)  2 (4,2%)  1 (2,1%) 

 IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ASIS  4 (8,3%)  4 (8,3%)  6 (12,5%)  7 (14,6%)  1 (2,1%) 

ClinidataBST  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

e‐DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

NOVA HIS  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ROCAIL  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  3 (6,3%)  3 (6,3%)  2 (4,2%)  3 (6,3%)  1 (2,1%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT     3 (6,3%)  3 (6,3%) 

SIBAS  3 (6,3%)  3 (6,3%) 

SS + SMT  9 (18,8%)  7 (14,6%)  12 (25,0%)  14 (29,2%)  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ASIS  2 (4,2%)  2 (4,2%)  7 (14,6%)  7 (14,6%) 

IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%)  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

PELICANO  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  6 (12,5%)  4 (8,3%)  4 (8,3%)  6 (12,5%) 

Total  20 (41,7%)  18 (37,5%)  25 (52,1%)  28 (58,3%)  3 (6,3%)  2 (4,2%) 

 

Page 143: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 2 

3  

4 ‐ Registo das actividades relacionadas com as propostas de melhoria do SI e suas interfaces, por tipo de serviço e software utilizado 

  Registo das actividades relacionadas com as propostas de 

melhoria do SI e suas interfaces 

Total Não  Sim  Não Sabe 

SMT  13 (27,1%)  10 (20,8%)  23 (47,9%) 

IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ASIS  8 (16,7%)  3 (6,3%)  11 (22,9%) 

ClinidataBST  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

e‐DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

NOVA HIS  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ROCAIL  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  4 (8,3%)  2 (4,2%)  6 (12,5%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  1 (2,1%)  2 (4,2%)  3 (6,3%) 

SIBAS  1 (2,1%)  2 (4,2%)  3 (6,3%) 

SS + SMT  7 (14,6%)  14 (29,2%)  1 (2,1%)  22 (45,8%) 

ASIS  3 (6,3%)  6 (12,5%)  9 (18,8%) 

IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%)  2 (4,2%) 

PELICANO  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  3 (6,3%)  7 (14,6%)  10 (20,8%) 

Total  21 (43,8%)  26 (54,2%)  1 (2,1%)  48 (100,0%) 

 

5 ‐ Existência de procedimentos para registo e controlo das alterações ao hardware e ao software, por tipo de serviço e software utilizado 

 

Hardware  Software 

Não Sabe  Não  Sim  Não  Sim 

SMT    16 (33,3%)  7 (14,6%)  17 (35,4%)  6 (12,5%) 

IMAGINASOFT    1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ASIS    7 (14,6%)  4 (8,3%)  9 (18,8%)  2 (4,2%) 

ClinidataBST    1 (2,1%)    1 (2,1%)   

DELPHYN    1 (2,1%)    1 (2,1%) 

e‐DELPHYN    1 (2,1%)    1 (2,1%)   

NOVA HIS    1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ROCAIL    1 (2,1%)    1 (2,1%)   

SIBAS    5 (10,4%)  1 (2,1%)  5 (10,4%)  1 (2,1%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT    3 (6,3%)    3 (6,3%)   

SIBAS    3 (6,3%)    3 (6,3%)   

SS + SMT  1 (2,1%)  10 (20,8%)  11 (22,9%)  11 (22,9%)  11 (22,9%) 

ASIS  1 (2,1%)  5 (10,4%)  3 (6,3%)  6 (12,5%)  3 (6,3%) 

IMAGINASOFT    2 (4,2%)  2 (4,2%) 

PELICANO    1 (2,1%)    1 (2,1%)   

SIBAS    4 (8,3%)  6 (12,5%)  4 (8,3%)  6 (12,5%) 

Total  1 (2,1%)  29 (60,4%)  18 (37,5%)  31 (64,6%)  17 (35,4%) 

Page 144: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 2 

4  

6 ‐ Desenvolvimento nos serviços de actividades para validação dos sistemas informáticos, por tipo de serviço e software utilizado 

  

Desenvolvimento nos serviços de actividades para validação dos sistemas informáticos 

Total Não Sabe  Não  Sim 

SMT  1 (2,1%)  18 (37,5%)  4 (8,3%)  23 (47,9%) 

 IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ASIS  10 (20,8%)  1 (2,1%)  11 (22,9%) 

ClinidataBST  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

e‐DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

NOVA HIS  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ROCAIL  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  5 (10,4%)  1 (2,1%)  6 (12,5%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  3 (6,3%)  3 (6,3%) 

SIBAS  3 (6,3%)  3 (6,3%) 

SS + SMT  15 (31,3%)  7 (14,6%)  22(45,8%) 

ASIS  7 (14,6%)  2 (4,2%)  9 (18,8%) 

IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%)  2 (4,2%) 

PELICANO    1 (2,1%)   1 

(2,1%) 

SIBAS  6 (12,5%)  4 (8,3%)  10 (20,8%) 

Total  1 (2,1%)  36 (75,0%)  11 (22,9%)  48 (100,0%) 

 

7 ‐ Estado de validação dos sistemas automáticos ligados ao sistema informático, por tipo de serviço e software utilizado 

  Estado de validação dos sistemas automáticos ligados ao 

sistema informático 

Total    Não Aplicável  Não  Sim 

SMT  5 (10,4%)  5 (10,4%)  13 (27,1%)  23 (47,9%) 

 IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ASIS  2 (4,2%)  2 (4,2%)  7 (14,6%)  11 (22,9%) 

ClinidataBST  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

e‐DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

NOVA HIS  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ROCAIL  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  2 (4,2%)  1 (2,1%)  3 (6,3%)  6 (12,5%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  2 (4,2%)  1 (2,1%)  3 (6,3%) 

SIBAS  2 (4,2%)  1 (2,1%)  3 (6,3%) 

SS + SMT  1 (2,1%)  3 (6,3%)  18 (37,5%)  22 (45,8%) 

ASIS  1 (2,1%)  2 (4,2%)  6 (12,5%)  9 (18,8%) 

IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%)  2 (4,2%) 

PELICANO  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  10 (20,8%)  10 (20,8%) 

Total  6 (12,5%)  10 (20,8%)  32 (66,7%)  48 (100,0%) 

Page 145: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 2 

5  

8 ‐ Previsão de Validação dos Sistemas não Validados, por tipo de serviço e software utilizado 

   Previsão de Validação dos Sistemas não Validados 

Total Não Sabe  Não  Sim 

SMT  2 (5,5%)  8 (21,6%)  8 (21,6%)  18 (48,7%) 

 IMAGINASOFT  1 (2,7%)  1 (2,7%) 

ASIS  1 (2,7%)  5 (13,5%)  3 (8,1%)  9 (24,3%) 

ClinidataBST 

DELPHYN 

e‐DELPHYN  1 (2,7%)  1 (2,7%) 

NOVA HIS  1 (2,7%)  1 (2,7%) 

ROCAIL  1 (2,7%)  1 (2,7%) 

SIBAS  1 (2,7%)  3 (8,1%)  1 (2,7%)  5 (13,5%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  2 (5,4%)  1 (2,7%)  3 (8,1%) 

SIBAS  2 (5,4%)  1 (2,7%)  3 (8,1%) 

SS + SMT  10 (27,0%)  6 (16,2%)  16 (43,2%) 

ASIS  6 (16,2%)  2 (5,4%)  8 (21,6%) 

IMAGINASOFT  1 (2,7%)  1 (2,7%) 

PELICANO  1 (2,7%)  1 (2,7%) 

SIBAS  4 (10,8%)  2 (5,4%)  6 (16,2%) 

Total  2 (5,5%)  20 (54,0%)  15 (40,5%)  37 (100,0%) 

 

9 ‐ Nível de premência atribuída à validação dos sistemas informáticos, por tipo de serviço e software utilizado 

  Premência ( de 0 nenhuma a 5 máxima)  Não sabe    0  1  2  3  4  5  Total 

SMT  1 (2,1 %)  6 (12,5 %) 9 (18,8 %) 7 (14,6 %)  23 (47,9 %)

IMAGINASOFT  1 (2,1 %)  1 (2,1 %) 

ASIS  1 (2,1 %)  4 (8,3 %)  4 (8,3 %  2 (4,2 %)  11 (22,9 %)

ClinidataBST  1 (2,1 %)  1 (2,1 %) 

DELPHYN  1 (2,1 %)  1 (2,1 %) 

e‐DELPHYN  1 (2,1 %)  1 (2,1 %) 

NOVA HIS  1 (2,1 %)  1 (2,1 %) 

ROCAIL  1 (2,1 %)  1 (2,1 %) 

SIBAS  2 (4,2 %)  4 (8,3 %)  6 (12,5 %) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  2 (4,2 %)  1 (2,1 %)  3 (6,3 %) 

SIBAS  2 (4,2 %)  1 (2,1 %)  3 (6,3 %) 

SS + SMT  1 (2,1 %)  13 (27,1 %) 7 (14,6 %)  1 (2,1 %)  22 (45,8 %)

ASIS  1 (2,1 %)  4 (8,3 %)  4 (8,3 %)  9 (18,8 %) 

IMAGINASOFT  2 (4,2 %)  2 (4,2 %) 

PELICANO  1 (2,1 %)  1 (2,1 %) 

SIBAS  7 (14,6 %) 2 (4,2 %)  1 (2,1 %)  10 (20,8 %)

Total  2 (4,2 %)  1 (2,1 %)  8 (16,7 %) 22 (45,8 %) 14 (29,2 %)  1 (2,1 %)  48 (100,0 %)

 

Page 146: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 2 

6  

10 ‐ Existência nos Serviços de Recursos Próprios que permitam fazer a validação do SI, por tipo de serviço e software utilizado 

    

Existência nos Serviços de Recursos Próprios que permitam fazer a validação do SI 

Total Não Sabe  Não  Sim 

SMT  1 (2,1%)  11 (22,9%)  11 (22,9%)  23 (47,9%) 

IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ASIS  1 (2,1%)  5 (10,4%)  5 (10,4%)  11 (22,9%) 

ClinidataBST  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

e‐DELPHYN  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

NOVA HIS  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

ROCAIL  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  3 (6,3%)  3 (6,3%)  6 (12,5%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  3 (6,3%)    3 (6,3%) 

SIBAS  3 (6,3%)  3 (6,3%) 

SS + SMT  1 (2,1%)  14 (29,2%)  7 (14,6%)  22 (45,8%) 

ASIS  7 (14,6%)  2 (4,2%)  9 (18,8%) 

IMAGINASOFT  1 (2,1%)  1 (2,1%)  2 (4,2%) 

PELICANO  1 (2,1%)  1 (2,1%) 

SIBAS  1 (2,1%)  5 (10,4%)  4 (8,3%)  10 (20,8%) 

Total  2 (4,2%)  28 (58,3%)  18 (37,5%)  48 (100,0%) 

 

   

Page 147: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 2 

7  

11 ‐ Motivos da não existência nos serviços de recursos próprios que permitam fazer a validação do sistema informático, por tipo de serviço e software utilizado 

Motivos da não existência nos serviços de recursos próprios que permitam fazer a validação do sistema informático 

  

Falta de formação na 

área 

Falta de recursos humanos 

Falta de formação na área e de recursos humanos 

Não Responde  Não Sabe  Total 

SMT  1 (3,6%)  2 (7,1%)  7 (25,0%)    1 (3,6%)  11 (39,3%) 

ASIS  2 (7,1%)  3 (10,7%)    1 (3,6%)  6 (21,4%) 

SIBAS       2 (7,1%)       2 (7,1%) 

DELPHYN        1 (3,6%)       1 (3,6%) 

NOVA HIS       1 (3,6%)       1 (3,6%) 

 IMAGINASOFT            

ClinidataBST                

e‐DELPHYN                

ROCAIL  1 (3,6%)             1 (3,6%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT       1 (3,6%)  2 (7,1%)     3 (10,7%) 

SIBAS       1 (3,6%)  2 (7,1%)     3 (10,7%) 

SS + SMT  1 (3,6%)  1 (3,6%)  12 (42,9%)       14 (50,0%) 

ASIS  1 (3,6%)    6 (21,4%)       7 (25,0%) 

SIBAS     1 (3,6%)  4 (14,3%)       6 (21,4%) 

IMAGINASOFT       1 (3,6%)       1 (3,6%) 

PELICANO       1 (3,6%)       1 (3,6%) 

Total Geral  2 (7,1%)  3 (10,7%)  20 (71,4%)  2 (7,1%)  1 (3,6%)  28 (100,0%)

 

   

Page 148: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação

Anexo 2 

8  

12 ‐ Soluções apresentadas pelos serviços sem recursos próprios que permitam fazer a validação do SI para a sua realização, por tipo de serviço e software utilizado 

  Soluções apresentadas pelos serviços sem recursos próprios que 

permitam fazer a validação do SI para a sua realização 

Total   

Formação dos RH na 

área 

IPS e Serviço Informática da Instituição

Outros Serviços da Instituição 

Recursos Externos 

Não Responde 

SMT  2 (7,1%)  1 (3,6%)  4 (14,3%)  3 (10,7%)    10 (35,7%) 

 IMAGINASOFT      

ASIS  1 (3,6%)  2 (7,1%)  2 (7,1%)    5 (17,9%) 

ClinidataBST   

DELPHYN  1 (3,6%)    1 (3,6%) 

e‐DELPHYN     

NOVA HIS  1 (3,6%)    1 (3,6%) 

ROCAIL  1 (3,6%)    1 (3,6%) 

SIBAS  1 (3,6%)  1 (3,6%)    2 (7,1%) 

SS (Proc. Ext.) + SMT  1 (3,6%)  2 (7,1%)  3 (10,7%) 

SIBAS  1 (3,6%)  2 (7,1%)  3 (10,7%) 

SS + SMT  1 (3,6%)  5 (17,9%)  9 (32,1%)    15 (53,6%) 

ASIS  1 (3,6%)  3 (10,7%)  3 (10,7%)    7 (25,0%) 

IMAGINASOFT     1 (3,6%)    1 (3,6%) 

PELICANO  1 (3,6%)    1 (3,6%) 

SIBAS  1 (3,6%)  5 (17,9%)    6 (21,4%) 

Total Geral  3 (10,7%)  1 (3,6%)  10 (35,7%)  12 (42,9%)  2 (7,1%)  28 (100,0%) 

 

 

Page 149: Capa final Jorge - Repositório Aberto › bitstream › 10216 › 55340 › 2... · 2011-08-11 · Ao Mestre Jorge Condeço, pelo seu contributo científico e pela sua orientação