capa entrevista artigos, estudos e reportagens

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Ano 39 • Vol. 2 • Nº 147 E M PA U T A 3 9 Conversa Afinada com Anderson Alves Notas e notícias: Faleceu Dona Joana Key capa 11 Série Musicalização infantil Mônica Coropos entrevista 3 Conversa Afinada com Anderson Alves artigos, estudos e reportagens 9 Notas e notícias 10 Temas mensais da Convenção Batista Brasileira para 2016 15 Música na adolescência Davison Júnior 17 Teatro – Sítio da Vó Dith João Marcos de Souza Soares 25 As intenções por trás da música na igreja Jefferson Lessa Costa 28 Dez anos cantando a mensagem do amor de Deus pelo Brasil – Projeto musical Coro na Bagagem do Seminário do Sul/FABAT Westh Ney Rodrigues Luz 31 Ordem de culto Flávio Quirino LOUVOR 1

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Ano 3

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Vol.

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Nº 1

47E

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3

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Conversa Afinada com Anderson Alves

Notas e notícias: Faleceu Dona Joana Key

capa11 Série Musicalização infantil

Mônica Coropos

entrevista3 Conversa Afinada com Anderson Alves

artigos, estudos e reportagens9 Notas e notícias

10 Temas mensais da Convenção Batista Brasileira para 2016

15 Música na adolescência

Davison Júnior

17 Teatro – Sítio da Vó Dith

João Marcos de Souza Soares

25 As intenções por trás da música na igreja

Jefferson Lessa Costa

28 Dez anos cantando a mensagem do amor de Deus pelo Brasil – Projeto musical Coro na Bagagem do Seminário do Sul/FABAT

Westh Ney Rodrigues Luz

31 Ordem de culto Flávio Quirino

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Mais uma edição da Louvor chega à sua mão e juntamente com Môni-ca Coropos, nossa colaboradora especializada em educação musical in-fantil e organizadora do grupo “Musicalizando com Alegria”, dividimos parte do material que criou e coletou durante muitos anos de experiên-cia com ensino de música para crianças.

Estamos vendo na sociedade a valorização do ensino de música em ONG’s e centros sociais para a mudança da realidade de vida das crian-ças e adolescentes de comunidades espalhadas por todo o Brasil, sendo um grande celeiro nas orquestras profissionais e universidades de música de nosso país. E o que nós estamos fazendo como músicos de igreja para juntar esforços e o que queremos com musicalização de nossos filhos? Pensaremos neste assunto durante alguns meses.

Na Conversa Afinada, a Profª Westh Ney conversa com Anderson Al-ves, um jovem músico do Rio de Janeiro que tem feito um trabalho de excelência no empenho de difundir a boa música sacra. Davison Júnior, também nesta linha de pensamento, escreve para nós sobre Música na adolescência, e tenho certeza que teremos diversas outras colaborações deste excelente especialista nos próximos períodos. Com a colaboração do MM João Marcos de Souza Soares lançamos mão de mais uma fer-ramenta, tanto para musicalização quanto para desenvolvimento de ou-tras artes, uma peça teatral bem divertida e edificante.

A revista Louvor também sempre foi um espaço para os novos articu-listas e temos nesta edição uma reflexão por Jefferson Lessa, seminarista e aluno de Psicologia, que nos faz refletir sobre o poder da música no culto. A nossa colaboradora incansável, Profª Westh Ney, além de fa-zer a entrevista com Anderson Alves também escreve sobre o Projeto Coro na Bagagem do Curso de Música do Seminário do Sul, que este ano completou 10 anos.

Continuo o apelo para você, músico, que divulgue nossa revista e tam-bém contribua com novos artigos, músicas e ideias pelo e-mail [email protected] ou whatsapp 21 98797-3789 (Anderson).

Tenha uma excelente leitura.

E d i t o r i a l

LOUVOR é uma revista destinada aos ministros e diretores de música, estudantes de Música Sacra, professores, regentes, pianistas, organistas, coristas, instrumentistas em geral, pastores, comissão de música, grupos musicais e todos aqueles interessados no programa de música e adoração da igreja local. Inclui matérias de técnica musical, reportagens, artigos inspirativos e partituras sacras. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não expressam necessariamente a opinião da Redação

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Musicalização infantil, nossa

prioridade?ISSN 1984-8676

Literatura BatistaAno 39 • Vol. 2 • Nº 147

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Westh Ney Rodrigues Luz

C O N V E R s A A F i N A D A

Uma história de amor à música, às pessoas e a Deus

Acredito ser interessante conhecer novos e jovens músicos que muito têm feito pelo país e também pelo mundo eclesiástico. A experiência de uma pessoa traz luz pa-

ra alguns que trabalham em lugares dis-tantes dos grandes centros. Com estes depoimentos, a revista Louvor pode che-gar longe e trazer incentivo e ânimo pa-

Com Anderson Alves

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ra os que estão cansados de lutar e que pensam que tudo é tão difícil, quase im-possível.

O jovem pianista, regente e compositor MM Anderson Alves, é natural do Rio de Janeiro. Bacharel em Regência pelo Conservatório Brasileiro de Música, é Ministro de Música da Primeira Igreja Batista no Tingui, em Campo Grande RJ, regente do Coro SEST–SENAT e do Coro Zona Sul/BSB Musical e maes-tro da Orquestra Jovem Música no Mu-seu (série Música no Museu). Fez es-pecialização em Regência na UNIRIO. Estudou Regência com Kirk Trevor (Inglaterra), Isaac Karabtchevsky, Ri-cardo Rocha, Felipe Cattapan (Suíça), Ueslei Banus, Eduardo Lopes (Brasil/França) e Fabio Mechetti. Em 2011 foi finalista do Concurso Jovens Regen-tes da OSPA – Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

Já participou de vários festivais e entre as orquestras que já regeu destacam-se a Sinfônica de Heliópolis, a Sinfônica Nacional – UFF; a Filarmônica de Mi-nas Gerais e Sinfônica de Barra Mansa. Tem se apresentado em importantes salas de concerto e teatros em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro (Rio e Nite-rói) e Pernambuco (Recife).

Como compositor, tem obras para diver-sas formações, dentre elas destacam-se: Divertimento para orquestra; Divertimento para trio (lançado em CD no ano de 2014 pelo Trio Capitu); Fantasia para viola, cla-rineta e cordas; Concertino para clarineta e orquestra; Fantasia para orquestra sinfô-nica (teve sua estreia em 2014 com a Or-questra Sinfônica Nacional, sob a regên-cia do próprio compositor).

Anderson Alves é casado com Laís Mar-tins de Castro Alves, gestora de Recur-sos Humanos.

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Westh Ney – Caro Anderson, sei que você valoriza muito a Educação Musical. Como foi a sua musica-lização?

Anderson Alves – Comecei pelo piano, aos oito anos, na Igreja Batista Monte Horebe. Foi um tempo curto. Depois com 14 anos, entrei para o Coro da igreja, e o interesse pela música foi aumentando. Retornei meu estudo de piano e um ano depois já ajudava os coristas que tinham dificuldade de aprender a sua linha meló-dica. Sempre tocava antes do ensaio começar. Com 15 anos, ingressei na Escola de Música da FAETEC, no bairro de Quintino no Rio, onde estudei flauta doce, piano, participei do Madrigal e toquei na Or-questra de MPB por quatro anos. Comecei partici-pando de vários festivais de música, o que abriu muito meu leque de informações e possibilidades musicais. Dentre eles destaco: Festival Internacional de Música Brasileira e Música Antiga.

Westh Ney – Fico muito feliz por constatar como o processo desencadeador da sua musicalização partiu da igreja. Isto tem acontecido muito. Temos colhido frutos da visão da liderança musical das igrejas que tem investido nas crianças e adolescentes da sua co-munidade. Outro destaque está em que a semente plantada aos 8 anos frutificou em outro caminho que hoje também é muito forte em você, que é a música coral, assunto que ainda iremos enfocar. Vamos con-tinuar conversando sobre musicalização. Você traba-lhou em um projeto chamado Projeto “Educanção”. Fale sobre ele.

Anderson Alves – Por quase cinco anos fui coordena-dor do Projeto “Educanção” desenvolvido pela Pre-feitura Municipal de Paraty, RJ. Ele tinha duas ver-tentes: o ensino de música na “Casa da Música”, com aulas de piano, violão, teoria, sopros, e o trabalho de musicalização nas escolas da zona rural de Paraty. O Projeto contava com cerca de 800 alunos de música. Foi um tempo importante de aprendizado e de con-firmação da vocação.

Westh Ney – Sei que você trabalha com projeto so-cial, compartilhe isto com outros músicos?

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Anderson Alves – Hoje, trabalho com as duas orques-tras do projeto, a Orquestra Juvenil da Providência, que é uma orquestra dos alunos iniciantes e também trabalho com a Orquestra de Câmara, que é uma or-questra formada pelos professores, alunos avançados e músicos convidados. As duas orquestras têm a mes-ma formação, cordas, madeiras e metais.

O Projeto Som+Eu, idealizado pela Associação Cultural Amigos da Providência (ACAP), nasceu em 2011. Aqui crianças, adolescentes e jovens têm a oportunidade de aprender um instrumento musical, complementando a sua educação e apresentando um mundo novo aos que ali vivem no Morro da Provi-dência, um lugar carente no Rio de Janeiro. Aos jo-vens é dada a oportunidade de experimentar o prazer do fazer musical preparando-os para a vida e exercício da cidadania.

Westh Ney – Interessante como com tantas frentes você consegue tempo para realizar um belo ministé-rio de música. Fale sobre isto.

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Anderson Alves – Sirvo ao Senhor nosso Deus como ministro de música da Primeira Igreja Batista no Tin-gui, onde fui ordenado. Hoje, o ministério é bem amplo. Também gosto muito de canto coral, porque comecei minha trajetória musical cantando e regen-do. Vejo nesta prática musical uma grande escola para qualquer pessoa que deseja trabalhar com música, pois independente do instrumento que ela deseja se-guir; o trabalho com vocal, com coro, é simplesmente fascinante. Por isso, sempre que posso atuo apoiando inciativas no campo denominacional (já duas vezes fui regente do Coro dos Músicos Batistas Cariocas).

Na minha igreja contamos com variados grupos vo-cais: o Coral Integração (coro da igreja), Madrigal Jo-vem, Conjunto Masculino Gideões da Fé, Conjunto Feminino Agnus Dei, Coral Infantojuvenil e Equipe de Cânticos.

Iniciamos uma série de Concertos chamada “Con-certos na PIB Tingui”, sempre com músicos de reno-me no cenário musical do Rio de Janeiro e, acima de tudo, servos do Senhor. É nosso objetivo também a evangelização por meio desta série de Concertos, visto que muitas pessoas não aceitam o convite para

ir ao culto, mas aceitam ir assistir a um concerto. O concerto sempre é realizado no domingo antes do culto. Os músicos que se apresentam na Série “Con-certos na PIB Tingui” também participam e tocam no culto. Pretendemos dar sequência a esta série em 2016.

Westh Ney – Fale sobre sua relação com seu pastor, sobre a relação de pastor e ministro de música que você tem vivenciado.

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Anderson Alves – Temos uma relação muito amigável e recebo dele total liberdade e confiança para trabalhar. Nunca negou nada que solicito para o Ministério de Música. Faço as ordens de culto, mas não temos o cos-tume de nos reunir para montar a liturgia. Total con-fiança.

Nos cultos de domingo pela manhã e quarta-feira te-mos um momento que chamamos de “Músicas que fa-lam ao coração”. Nesse momento ensinamos os hinos menos conhecidos do Cantor cristão e do Hinário para o culto cristão. Com isso ampliamos e aumentamos muito o repertório da igreja. Hoje, cantamos quase to-dos os hinos dos nossos hinários.

Na Escola de Música só temos aula de violão. Nosso desafio para o próximo ano é iniciar o projeto de or-questra. Começaremos uma campanha para a compra de alguns instrumentos (cordas e madeiras) inicial-mente.

Todo este esforço seria em vão sem o apoio do nosso pastor João Francisco Ferreira Filho, que sempre olha para a música da igreja com muito carinho e apreço.

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Anderson AlvesAnderson tem organizado cursos de regência e arranjo instrumental em pequenos formatos e, desta forma, ajuda muitos que moram distantes de grandes centros. Visite o site para conhecer mais sobre Anderson Alves - http://maestroanderso2.wix.com/maestro

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N O t A s E N O t Í C i A s

33º CONGRESSO DOS MÚSICOS BATISTAS FLUMINENSES

Com o tema “Músicos totalmente submissos a Cristo”, a Associação dos Músicos Batistas Fluminenses – AMBF – realizou a 33ª edição do seu congresso, na PIB em Araruama, nos dias 16 a 18 de outubro de 2015. Desta vez o preletor oficial e maestro do grande coro e orquestra foi o Dr. Tony Cunha, PhD em Música Sacra e Mestre em Música pelo Southwestern Baptist Teological Seminary (Fort Worth, TX, EUA). O encontro teve um número expressivo de músicos, um total de 620 congressistas devidamente inscritos. Dentre as atrações que abrilhantaram o conclave tivemos: O Trio Schubert da PIB em Araruama, o coro de alunos do Seminário de Niterói, a pianista Lucy Ferreira Rempel, Grupo Louvart da PIB Casimiro de Abreu, Grupo Nova Razão da PIB do Alcântara, Grupo Prisma Brasil e o grande coro e orquestra do congresso. Além das oficinas que anualmente temos nos congressos da AMBF, este anos foram acrescentadas duas novas modalidades: Música e Tecnologia e Ministração de Louvor, ambas bastante concorridas. O próximo congresso, o 34º, será nos dias 16 a 18 de setembro/2016, na PIB em Rio Bonito, onde teremos como preletor oficial e maestro do grande coro e orquestra o MM Paulo Davi da PIB em Curitiba. A Deus oferecemos todo o tributo.

MM ALTIENE CORRÊA DAS FLORESPresidente da AMBF

Nota de falecimentoFaleceu no dia 26 de janeiro nos Estados Unidos a Missionária Joana Key que, como relata seu filho Guy Key, “uma vida preciosa vivida na presença de Deus. Agora ela está nos braços do Senhor Jesus.” Dona Joana nasceu em 23/06/1930 e foi batizada em 1950 pelo próprio esposo, Pr. Jerry Stanley Key. Foi professora de piano no STBSB durante 28 anos. Ela já era formada em Administração de Empresas e no Brasil formou-se Bacharel em Música Sacra pelo próprio Seminário do Sul. Foi missionária no Brasil junto com seu esposo por 37 anos. Agradecemos a Deus pela vida de Dona Joana e a bênção que ela foi para seus alunos, familiares e amigos.

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Temas da CBB para 2016Tema da CBB: Transformados pelo poder do reino de DeusDivisa: “Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder” – 1Coríntios 4.20

JANEIROTema: Transformados pelo reino de Cristo, sejamos discípulos fiéisDivisa: “Porque o reino de Deus não consiste em Palavras, mas em poder” – 1Coríntios 4.20

FEVEREIROTema: Transformados pelo reino de Cristo, cresçamos em amorDivisa: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” – Efésios 4.15

MARÇOTema: Transformados pelo reino de Cristo, celebremos sua paixãoDivisa: “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” – Colossenses 1.13

ABRILTema: Transformados pelo reino de Cristo, assumamos nosso compromissoDivisa: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” – Gálatas 2.20a

MAIOTema: Transformados pelo reino de Cristo, consagremos nossas famíliasDivisa: “Sê, pois, agora servido de abençoar a casa de teu servo, para permanecer para sempre diante de ti, pois tu, ó Senhor DEUS, o disseste; e com a tua bênção será para sempre bendita a casa de teu servo” – 2Samuel 7.29

JUNHOTema: Transformados pelo reino de Cristo, sejamos agradecidosDivisa: “Tudo o que fizerem, seja em palavra seja em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai” – Colossenses 3.17

JULHOTema: Transformados pelo reino de Cristo, mostremos nossas obrasDivisa: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” – Mateus 5.16

AGOSTOTema: Transformados pelo reino de Cristo, testemunhemosDivisa: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza” – 1Timóteo 4.12

SETEMBROTema: Transformados pelo reino de Cristo, edifiquemos nossa naçãoDivisa: “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para sua herança” – Salmo 33.12

OUTUBROTema: Transformados pelo reino de Cristo, ensinemos o CaminhoDivisa: “Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus” – Mateus 19.14

NOVEMBROTema: Transformados pelo reino de Cristo, adoremos ao SenhorDivisa: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” – João 4.23

DEZEMBROTema: Transformados pelo reino de Cristo, celebremos sua PalavraDivisa: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” – João 1.14

MM Rachel Abreu Ministra de Música da PIB em Rio da Prata, Bangu, RJ.

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Teremos durante alguns meses o material de musicalização infan-til produzido por Mônica Coropos. Com o esforço de divulgar a música para crianças e entendendo que podemos fazer uma trans-formação na vida por meio da música e todos os benefícios ligados a ela. Como parte desta empreitada criou-se o grupo Musicalizan-do com alegria, em que Mônica faz a ponte com diversos educa-dores musicais espalhados pelo país, juntando numa força-tarefa esses profissionais com o intuito de iniciar as mudanças no ensino de música no país partindo de nossas igrejas.Você pode entrar em contato com Mônica Coropos pelo site: www.monicacoropos.com.br

PARTE 1 – O TRABALHO MUSICAL COM CRIANÇAS NA IGREJA A incontestável e marcante presença da música na igreja não faz des-ta ferramenta algo que se use com excelência. Diante de um vasto e eclético repertório – disponível hoje facilmente na internet, além de certa facilidade na obtenção de materiais e instrumentos, nem mes-mo o público adulto dispõe das melhores possibilidades quando o assunto é música: consome-se, em geral nas igrejas, cantos com teo-logia rasa – quando não, duvidosa – e o preparo de quem conduz a adoração com música nem sempre é dos mais confiáveis. O resulta-do é o declínio da qualidade nas celebrações, o baixo conteúdo no ensino de hinos e cânticos, crentes sem a dimensão do que se é ado-rar. Neste contexto, as crianças, sem dúvida, recebem os estilhaços da “adoração fast-food” e não crescem recebendo o melhor ensino, a chance de aprender a tocar um instrumento, de participar de um coro infantil (muitas igrejas nem sabem o que é isto), de um gru-po instrumental como a Bandinha ou Flauta doce. Os berçários são verdadeiros depósitos de bebezinhos lindos e indefesos, suscetíveis a ficarem todos o período em que os pais cultuam, a DVDs seculares. A esperança para o quadro se revela em ajuntamentos como este em que estamos. Saber que ainda existe gente preocupada com a capa-citação de liderança para o trabalho com crianças aquece o coração e não deixa o brilho nos olhos se ir. Aqui estamos – alguns conscien-tes, outros ainda não – para nos equipar para o grande desafio de fa-zer diferença quando o assunto é educação cristã infantil. Uma guer-ra, em que o adversário vem com um artefato tecnológico, colorido, atraente, mas que é usado para despertar os sentidos das crianças pa-ra o aprendizado de forma vulgar, erotizada, vulnerável. De outro

A R t i g O

lado, nós, os que detemos o conhecimento ao que é verdadeiro, à Palavra. O alvo? Crianças. Um contingente de pessoinhas cheias de energia e abertas ao que lhes for ensinado. O futuro bem presente. Vamos prepará-las com leitinho espiritual enquanto o mundo vem com força e investimento pesado para tirá-las do Caminho? A resposta que podemos dar é entregar nossa vida, dons e talen-tos por completo ao Senhor, disponíveis para sermos colunas e referência onde estivermos para estas vidinhas tão preciosas pa-ra Jesus e seu reino. Que sejamos incansáveis neste ministério confiado a nós. Que sejamos diligentes. Que sejamos sérios. Que nossa capacidade esteja em Cristo.

Bases necessárias ao trabalho musical com as crianças 1) Firmeza emocional; 2) Firmeza espiritual; 3) Embasamento técnico.

1) Firmeza emocional – Um líder/educador precisa ser alguém que busque o equilíbrio emocional. Estar à frente de um grupo de crianças requer a sensibilidade e doçura no lidar com elas, aliado ao pulso para que elas percebam a autoridade e firmeza na liderança. Trabalhar com música não é ajuntar crian-ças e cantar com elas simplesmente. É transmitir valores, hábi-tos, atitudes, verdades que vão além do entretenimento. Estar emocionalmente firme contribui para que o planejamento flua, a equipe funcione, as crianças aprendam. Precisamos nos avaliar continuamente, tratando do nosso emocional para poder tratar das crianças.

2) Firmeza espiritual – Parece óbvio, mas não se pode ter alguém despreparado espiritualmente falando à frente de um grupo de crianças. Isto é um desastre. O tempo não para, e cada fase do desenvolvimento infantil precisa ser conhecida e aprovei-tada. O líder/educador sem firmeza bíblica, sem vida devocional, sem pastoreio, é raso. Como poderá alguém raso fazer um traba-lho de excelência? No que concerne à música, o desastre vem pela escolha equivocada de canções, em como é passado o conceito de adoração, de culto, de reverência, da importância ao trabalho de Deus, do treinamento de novos líderes.

Musicalizando com alegriaMônica Coropos

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3) Embasamento técnico – A música é uma área do conhecimento. Uma voz afinada ou jeito no lidar com as crian-ças não são requisitos suficientes para dar sustentação e conti-nuidade ao trabalho musical. É preciso estudar música, do con-trário, poderemos ter crianças saindo roucas de um culto in-fantil ou ensaio, porque um líder bem intencionado pediu pa-ra que cantassem “tão alto que os pais ouvissem lá no santuário” ou escolhessem tonalidades inadequadas para a tessitura da voz infantil. É importante que haja músicos inseridos na equipe do ministério infantil para dar este suporte. Pessoas que toquem instrumentos, regentes, cantores que tenham a bagagem técnica aliada ao conhecimento do pedagógico e espiritual. Nem sem-pre a igreja dispõe destas pessoas prontinhas. Mas é um alvo a atingir para um trabalho de excelência.

Áreas de atuação da música no trabalho com crianças

Estímulo no berçário Engana-se quem acha que os bebês não aprendem. Muito mais do que cuidadores, precisamos de educadores no berçário, líde-res embasados e preparados para esta fase do desenvolvimento es-piritual da criança. O uso de instrumentos pequenos, objetos so-noros, músicas com mensagens curtas são alguns exemplos para o trabalho musical no berçário. Recomendo o material da UFM-BB chamado “Eu sou assim” e o CD Três Sementes como base do planejamento.

Desenvolvimento motor, da sensibilidade, ex-pressões e emoções A expressão corporal, as expressões e emoções devem ser traba-lhadas por meio da música. Em geral, crianças gostam de can-ções com gestos e as que promovem cumprimentos, risadas e ou-tras reações. É importante fazê-la perceber que existe uma músi-ca para cada momento. Por exemplo, a música de confraterniza-ção promove deslocamento e cumprimentos; a música de cele-bração, promove alegria e festa na presença do Senhor; a música de oração, promove a contrição, a reverência.

Cantar é a forma mais importante e a mais “barata” para o tra-balho musical com crianças. É claro que ter aparelho de som, CDs diversos é maravilhoso, mas a voz está disponível a qual-quer tempo e em qualquer lugar. A diferença está no conteúdo do que se canta. O líder/educador precisa criar e abastecer conti-nuamente seu acervo de repertório. É importante entender, tam-bém, que existem músicas para cada situação. Nem toda músi-ca é congregacional, ou seja, servem para o culto com crianças. Não é toda música que vem no CD que você vai usar para cantar no momento do culto. Esta diferenciação precisa ser entendida.

Participações musicais no culto infantil É muito importante que a criança seja preparada e tenha espaço para lapidar suas habilidades e talentos. O líder/educador precisa detectar as crianças que cantam e tocam e prepará-las para atuarem e partici-parem do culto. As crianças que participam tocando ou cantando nos cultos precisam entender que são servas e não estrelas. Sabemos que os objetivos do culto infantil na igreja vão muito além do que simples-mente ensinar “musiquinhas”. A música do culto infantil é primordial para ensinar a Palavra de Deus, auxiliar na memorização de versículos, e levar as crianças a terem momentos de profunda adoração e comu-nhão com Deus. As músicas do culto infantil devem ter qualidade, letra apropriada para ao entendimento das crianças e devem ser con-dizentes ao tema do culto infantil, para enfatizar o ensino. Para que a música no culto infantil funcione de forma eficaz, deve-se ter:

– Professores afinados que saibam liderar a adoração com as crianças;– Músicos instrumentistas para acompanhar os cânticos infan-tis, que tenham amor pelas crianças; – Caso não tenha instrumentista, pode usar e abusar dos playbacks; – Letras legíveis nas projeções ou cartazes; – Pastas com cânticos cifrados; – Escala de músicos e professores “cantores”.

Algumas coisas antes de continuar Conduzir crianças para a adoração a Deus não é fazer uma lava-gem cerebral nelas – conduzir significa levar! Conduzir crianças para a adoração a Deus é ter critérios bí-blicos e não adotar músicas com duplos sentidos e danças insi-nuantes para as crianças.

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Curso de música Existem crianças que têm facilidade e o sonho de aprender a tocar algum instrumento. Se o professor perceber este desejo em alguma criança de sua aula, deve conversar com seus pais e encaminhá-la para algum professor ou curso específico. Bom seria se todas as nossas igrejas tivessem escola de música onde as pessoas teriam a oportunidade de aprender qualquer instru-mento tocado nos cultos. A flauta doce é o instrumento que contém características interessantes: ela é um instrumento de sopro direto, melódico, de timbre doce e suave, proporciona o aprendizado dos elementos básicos da teoria musical e da per-cepção rítmica; pode ser tocado individualmente, em conjun-to e acompanhada de outros instrumentos, sendo utilizada em vários estilos musicais. Além disso, seu baixo custo facilita o acesso de todos.

Coro infantil O coro é um dos meios que trabalha todos os aspectos da mu-sicalização acrescendo deles a voz. O trabalho do coro não abrange apenas o cantar melodias, mas desenvolver um ouvin-te pensante, afinado e que saiba se comunicar por meio de sua expressividade e musicalidade.

a) Regente: Amar as crianças e o ensino; ter noção de psicolo-gia infantil; conhecer a voz da criança, tessitura e as possibili-dades de seu grupo para desenvolvê-la; ter noção de regência e técnica vocal e ter empatia.

b) Ensaio : Um ensaio semanal de no máximo 1:15 h; ele-mentos dos ensaios: aquecimento, vocalize, noção postural, exercícios de respiração, exercícios de dicção, repertório e de-saquecimento e deve ser planejado.

c) Aspectos importantes: repertório de linguagem simples e acessível ao grupo; iniciar o trabalho com canções em unís-sono, cânones, pergunta e resposta. Quando o grupo estiver equilibrado, trabalhar vozes; preferir músicas com acompa-nhamento instrumental, pois isto ajuda a percepção auditiva. Trabalhe com um bom instrumentista.

CRIANÇA DESAFINADA – Veja se ela tem dificul-dades de percepção (saber ouvir) ou está com distúrbios fo-noaudiológicos (rouquidão, déficit de audição).

– Na primeira hipótese, treinar ouvido interno;

– Na segunda hipótese, encaminhar ao otorrino ou fonoau-diólogo.

Grupos instrumentais: Conjunto de flau-ta doce, bandas, percussucata, orquestra juvenil Proporcionar aos pequeninos a oportunidade de fazerem mú-sica de qualidade tocando instrumentos é, sem dúvida, o ápice do que se deve esperar, musicalmente falando, em um Minis-tério Infantil. Isto é verdade pois, o tão esperado momento de tocar, acompanhando uma congregação ou experimentando a harmonia dos sons de maneira tão pessoal, torna a criança uma protagonista no Ministério, pois o ato de tocar um instrumen-

Bandinha rítmica

Indicada a partir dos 4 anos, a Bandinha Rítmica é um trabalho rico em musicalização, socialização e preparação das crianças pa-ra tocarem um instrumento. É uma ótima opção ensinar elemen-tos rítmicos, auxiliando o desenvolvimento da percepção musi-cal das crianças e também de sua coordenação motora, pois per-mite que explorem o som dos instrumentos, estimulando-as no universo musical. – Instrumentos específicos para bandinha rítmica; – Instrumentos de sucata; – Instrumentos de bolso (chaveiros, lápis, canetas etc.); – Instrumentos de percussão; – Com os sons do corpo.

Como trabalhar – Ensine pulsação e as células rítmicas; – Exponha os instrumentos e a maneira correta de tocálos, com disciplina e ordem; – Conte uma história que apresente os instrumentos; – Trabalhe com eco e ostinatos; – Ensine as músicas por partes; – Use a improvisação e criação; – Utilize ritmos escritos, definidos.

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Mônica Coropos Mestranda em Música (UFRJ); Pós-graduada em Música e Educação (IBEC/Universidade Gama Filho); Graduada em Licenciatura em Educação Artística – Habilitação em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991). Professora de Educação Musical da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro (SME), Co-diretora e sócia do Instituto Cultural, Social e Recreativo Harmonia; Professora da Disciplina Tópicos Especiais em Educação Musical no IBEC/UGF. Compositora, Produtora, Instrumentista (teclas) e Escritora. Tem vasta experiência na área de Musicalização, ministrando em congressos, treinamentos e oficinas no Brasil e exterior o Curso de Formação Continuada para Educadores Musicalizando com Alegria, prática metodológica que propõe educar musicalmente com músicas. Destaca-se em suas produções, a Série de CDs e livros MUSICALIZANDO COM ALEGRIA e o Hino “Usa, Senhor” do Hinário para o culto cristão (HCC). Currículo completo em: http://lattes.cnpq.br/5444794997576352

to em conjunto no culto e outras ocasiões, fazendo parte de um grupo, dá a ela uma responsabilidade crescente na condução da adoração. Por meio deste trabalho, a criança terá contato com partituras, cifras, regência e ensaios mais elaborados, o que, em médio prazo, a deixará apta a tocar com os músicos adultos da igreja. Aliás, esta transição deve se dar com a inserção de músicos nos grupos das crianças, apoiando e dando a confiança que elas necessitam para tocar. Depois, a inversão: as crianças vão sendo inseridas nos grupos musicais da igreja como um todo. Isto não tem uma faixa etária definida: a maturidade musical, aliada à es-piritual, dará ao líder a certeza do momento certo desta transi-ção ocorrer.

Estímulos às composições das crianças A criação musical não tem muito espaço no trabalho com crian-ças, o que precisa ser mudado. É necessário que o professor pro-mova atividades que estimulem a livre criação das crianças, gra-vem e reproduzam os resultados. A composição é uma ferramen-ta pedagógica fundamental, pois permite que sejam estruturadas propostas musicais adequadas à realidade e à necessidade do que

se está pregando/ensinando. Por meio desta prática, o conteúdo jamais será esquecido, pois, para criar, as crianças terão que re-visitar o versículo, a mensagem, o ensino, várias vezes, até que a música fique pronta. Será enriquecedor o processo de compor, fazer o arranjo, ensaiar e apresentar uma composição feita por uma criança e cantada por todas. Uma experiência inesquecível, que pode resultar numa gravação, desde caseira até uma produ-ção mais profissional. Já pensaram? Outros momentos e programações se somam ao trabalho musical com crianças. Eis alguns deles:

• Oficinas de música;

• Grupos de coreografia;

• Festivais de música;

• Passeios culturais;

• Intercâmbios;

• Evangelismo externo;

• Musicais.

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