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Palatabilizantes Palatabilizantes Pet Food Brasil Pet Food Brasil Revista Ano 3 / Edição 16 / Set - Out 2011 / www.editorastilo.com.br

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Pet Food BrasilPet Food BrasilRevista

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2 3Editorial

Edição 16Setembro / Outubro 2011

Prezado Leitor

Ao voltarmos às atenções para a indústria de pet food nos deparamos

com uma grande variedade de produtos, porém o que vem chamando a

atenção nos últimos anos é que os alimentos estão mais elaborados e

seguros. Exige-se matérias-primas e nutrientes de qualidade, apresentação

diferenciada, melhor consistência, entre outros aspectos, e neste contexto os

palatabilizantes ganham destaque.

Embora o uso ainda esteja concentrado nas rações de maior valor agregado,

percebe-se um avanço significativo na aplicação de alimentos com conceito

mais econômico, isso se deve não só pela alta competitividade que se instala no

mercado de pet food, mas também devido à grande exigência dos consumidores.

Há alguns anos, a indústria de palatabilizantes vem se preocupando em também

exercer um papel funcional. Como resultado, e o que pudemos comprovar

nas entrevistas com os fornecedores de palatabilizantes, é que inovação e

segmentação passam a ser as tendências neste segmento de mercado.

Com os esforços direcionados para o que há de mais avançado em

conceitos nutricionais para cães e gatos, atuando nos setores Premium e

Super Premium, o fabricante de rações, PremieR pet, presente no mercado

desde 1995 trabalha a partir do conceito que denominou Nutrição Ótima, o

que signif ica alimentos produzidos com matérias-primas de alta qualidade,

uso de formulação exclusiva, rígido controle de qualidade nos processos de

fabricação e tecnologia de ponta. Conf ira a entrevista que realizamos com

a gerente de planejamento estratégico e marketing corporativo da empresa,

Madalena Spinazzola.

Boa Leitura!

Daniel GeraldesPalatabilizantesPalatabilizantes

Pet Food BrasilPet Food BrasilRevista

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DiretorDaniel Geraldes

Editor Chefe

Daniel Geraldes – MTB [email protected]

Jornalista Colaboradora

Lia Freire - MTB 30222

[email protected]

Direção de Arte e ProduçãoLeonardo Piva

[email protected]

Conselho EditorialAulus Carciofi

Claudio MathiasDaniel GeraldesEverton Krabbe

Flavia SaadJosé Roberto Sartori

Vildes M. Scussel

Fontes Seção “Notícias” Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão,

Cepea/Esalq, Engormix, CBNA

Impressão Intergraf Ind.Gráfica Ltda

DistribuiçãoACF Alfonso Bovero

Editora StiloRua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000

Fone: (11) 2384-0047

A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas

dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food, Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias

Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos, Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais,

Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia, Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação

Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de

Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares.Distribuída entre as empresas nos setores de

engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores

destes segmentos.Os artigos assinados são de responsabilidade de seus

autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial

das matérias sem expressa autorização da Editora.

Sumário

Notícias

Caderno Científico

Capa

Entrevista 1

Entrevista 2

Em Foco 1

Em Foco 2

Em Foco 3

Em Foco 4

Em Foco 5

Segurança Alimentar

Pet Food Online

Pet Market

Caderno Técnico1

Caderno Técnico2

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6 7Notícias

Imeve exporta linha de aditivo para o Uruguai A Imeve inicia a exportação da linha de aditivo probiótico para o Uruguai, ampliando o mercado internacional que inclui

negócios com o Paraguai. Dentro do planejamento da indústria, até o final de 2012, as exportações devem abranger 5% do

faturamento, mas a meta para os próximos três anos é alcançar entre 15 e 20% do faturamento total da empresa.

“Dominamos a técnica e temos o conhecimento que nos coloca numa posição estratégica ideal. É o momento favorável para

avançarmos no mercado de exportação”, reconhece Geraldo Martins, gerente nacional de vendas e exportação da Imeve.

Ao conquistar mais uma fatia de mercado, a Imeve produz um efeito surpreendente na movimentação financeira dos setores

correspondentes nos países para os quais exporta.

No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de

aditivos probióticos para aves, suínos e pet, bem como a linha de medicamentos para grandes e pequenos animais.

Dentro da linha de aditivo probiótico estão sendo exportados para o Uruguai: PAS TR, DBR Probiótico Pasta, Pet Max Probiótico

Pasta e DBR SACCH. Também está sendo exportado o suplemento para eqüinos Biomeve.

Fonte: Assessoria de Imprensa Imeve

Guabi lança linha de rações para pets diabéticos e obesos As doenças relacionadas à nutrição inadequada são um dos principais fatores que desencadeiam

as enfermidades mais comuns do século XXI – obesidade e diabetes. Engana-se quem pensa que

estes problemas de saúde acometem exclusivamente os seres humanos, os animais de estimação

estão cada vez mais propensos a adquirirem tal quadro clínico.

O Grupo Guabi – um dos maiores produtores de rações e suplementos do país – em parceria

com a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) de Jabotical, desenvolve

estudos desde 1999 para analisar a influência da nutrição como método coadjuvante no tratamento

de doenças. Através destes estudos foi possível desenvolver uma linha exclusiva para auxiliar no

tratamento de diabetes e de obesidade em cães e gatos: Guabi Natural Cães Diabéticos e Guabi

Natural Gatos Obesos e Diabéticos.

O alimento Guabi Natural Cães Diabéticos foi desenvolvido para complementar o tratamento

de diabetes. Seu objetivo é minimizar as alterações de glicose sanguínea e garantir a ingestão dos

nutrientes necessários à saúde do cão. O alimento não possui corantes e nem conservantes (sendo

mantidas naturalmente a partir do extrato de alecrim, vitamina E e ácido cítrico). O uso de fibras

específicas aliados a utilização de fontes de amido de assimilação lenta como o sorgo e a lentilha contribuem para o controle da glicemia.

A ocorrência de diabetes tem aumentado nos últimos anos em cães, sendo mais comum em animais de meia idade (com mais de sete anos) e

em fêmeas (possuem maior predisposição à doença). Os principais sinais que indicam a probabilidade da enfermidade são: aumento da produção de

urina, de sede e fome, catarata e emagrecimento. Para um diagnóstico correto é necessário a avaliação do veterinário.

O alimento Guabi Natural Gatos Obesos e Diabéticos é indicado exclusivamente para gatos que necessitam perder peso e/ou são diabéticos. O

produto garante o balanço entre a restrição calórica e o fornecimento de quantidades ideais de nutrientes, que compensam os efeitos da redução

alimentar. Além de ser um produto natural (sem adição de corantes e nem conservantes), contém componentes que contribuem para articulações

mais saudáveis. Possui em sua formulação alta quantidade de proteína, baixa gordura e L-Carnitina, que proporcionam uma menor ingestão de

energia, o que auxilia na perda de massa gorda e na manutenção de massa magra.

Em gatos, a obesidade é a doença nutricional mais comum. O aumento de peso está associado às diversas consequências. Uma delas consiste em

alterações no metabolismo da glicose sanguínea, predispondo o aparecimento de diabetes. O animal diabético apresenta dificuldades em manter a

quantidade normal de açúcar no sangue. Uma alimentação correta e adequada é importante para auxiliar no tratamento tanto da obesidade como

do diabetes.

Com 37 anos no mercado, o Grupo Guabi é hoje um dos maiores produtores de rações e suplementos do país e conta com oito unidades fabris

localizadas em Campinas (SP), Bastos (SP), Sales Oliveira (SP), Pará de Minas (MG), Anápolis (GO), Além Paraíba (MG), Goiana (PE) e São Gonçalo do

Amarante (CE).

Fonte: LN Comunicação

Guabi Natural Cães Diabéticos e Guabi Natural Gatos Obesos e Diabéticos.

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8 9Notícias

Grupo Revemota inaugura nova linha de extrusão produzida pela Ferraz Máquinas O Grupo Revemota, empresa atuante nos setor de produção

de rações balanceadas para grandes e pequenos animais, já está

operando sua nova linha de produção de alimentos extrusados e

peletizados.

A empresa possui em seu parque industrial, localizado em

Bacabal (Maranhão), linhas de extrusão fabricados e montadas

pela Ferraz Máquinas, o que possibilita a mesma uma atuação que

compreende praticamente todo o País.

Foram instaladas máquinas; instalações de vapor; instalações de

ar comprimido e instalações elétricas.

A Ferraz também foi responsável pelo treinamento dos funcionários da Revemota.

A empresa é uma das mais fortes parceiras da FERRAZ consolidando cada dia mais um relacionamento comercial e de profundo

respeito entre os seus diretores.

Grupo Adisseo anuncia a aquisição de 90% da Innov’ia O Grupo Adisseo, um dos líderes mundiais do mercado de aditivos

para nutrição animal, concluiu a aquisição de 90% da empresa Innov’ia.

Com um volume de negócios de 16 milhões de Euros e 110 funcionários,

Innov’ia é, conjuntamente com suas subsidiárias, uma das líderes

européias na concepção e transformação sob demanda de ingredientes

em pó e granulados para as indústrias alimentícia, de alimentação animal,

de cosméticos, farmacêutica e química fina.

Durante 15 anos, Adisseo e Innov’ia desenvolveram com sucesso

diversas parcerias na produção de aditivos para nutrição animal. Em 2008,

Innov’ia, por meio de sua subsidiária Innocaps, implantou uma unidade de

produção na plataforma industrial da planta da Adisseo, em Commentry

(França).

“Esta aquisição insere-se perfeitamente na nossa estratégia de

crescimento externo, cujos principais objetivos são a melhoria contínua dos nossos produtos e serviços, assim como o acesso a novas

tecnologias. Ela fortalece a expertise em formulação de aditivos do Grupo Adisseo, e agrega valor aos nossos clientes”, salienta Jean-Marc

Dublanc, presidente da Adisseo.

“Esta aliança com o Grupo Adisseo, nosso parceiro corporativo de longo tempo, reforça as relações que já mantínhamos em termos de

pesquisa, desenvolvimento e transferência industrial”, acrescenta Pierre Buisson, CEO (Chief Executive Officer) da Innov’ia.

O objetivo da Adisseo, a partir de agora, é acelerar o crescimento da Innov’ia em diferentes mercados. Nesse sentido, a empresa conservará

uma grande autonomia em sua gestão.

Para obter mais informações, a Adisseo e a Exane BNP Paribas colocam à disposição, conforme solicitações, uma nota informativa em

que detalham a modalidade da operação, a qual poderá igualmente ser consultada por meio do endereço na web da Innov’ia (www.innov-ia.

com).

Fonte: EiraCom

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10 11Notícias

Indústria de ração cresce 4,1% A produção da indústria de alimentação animal no Brasil registrou

incremento de 4,1% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O

volume produzido alcançou 31,4 milhões de toneladas de janeiro a junho deste

ano, contra 30 milhões de igual período de 2010. Os dados são do balanço do

Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

De acordo com Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo da entidade,

a mola propulsora do crescimento mais uma vez foi o setor de avicultura

industrial, que demandou praticamente metade de toda produção do semestre,

apesar de o preço do milho, principal insumo utilizado na alimentação animal,

ter valorizado 60% desde junho do ano passado.

AVICULTURA DE CORTE

A demanda por ração do segmento da avicultura de corte manteve-se

vigorosa no semestre. O consumo somou cerca de 15 milhões de toneladas, com crescimento de mais de 6% no primeiro semestre, em relação ao

mesmo período do ano passado. A temida desvalorização do dólar poderia ter inibido a quantidade de carne de frango exportada, no entanto,

as remessas até junho somaram quase 2 milhões de toneladas, com receita de U$ 4 bilhões.

AVICULTURA DE POSTURA

O consumo de ração para poedeiras apresentou evolução bem moderada e alcançou 2,5 milhões de toneladas no primeiro semestre, frente ao

alojamento de 39 milhões de pintainhas de postura. O incremento de 60% no preço do milho para alimentação prejudicou a rentabilidade do produtor,

já que o preço médio do ovo registrou variação de apenas 17% no mesmo período de junho de 2010 a junho de 2011.

BOVINOCULTURA DE CORTE

O setor de alimentação animal para bovinos de corte produziu no primeiro semestre quase 1,3 milhão de toneladas, com aumento de 6,5% em

relação ao mesmo período de 2010. A manutenção da arroba em patamar superior a R$ 100,00 no ano passado capitalizou o produtor que pôde investir

em melhoramento genético e nutrição nesses primeiros seis meses de 2010, apesar da queda de mais de 17% no número de cabeças abatidas e das

restrições temporárias às exportações de carne bovina para a Rússia.

BOVINOCULTURA DE LEITE

O crescimento de mais de 8% em relação ao primeiro semestre do ano passado e consumo de 2,6 milhões de toneladas de ração pela bovinocultura

leiteira de janeiro a junho de 2011 são resultados da busca por ganho de produtividade, pois, apesar de o rebanho manter-se estabilizado, a produção

leiteira brasileira cresce mais de 3% e deve superar 30 bilhões de litros ao final deste ano, apesar da contínua importação de leite em pó e até leite

integral. A atividade também não saiu ilesa frente à forte valorização do volumoso ensilado e dos concentrados que levam milho na sua composição.

SUINOCULTURA

Apesar do crescimento de 11% na receita das exportações, a quantidade de carne suína exportada no primeiro semestre recuou para 267 mil

toneladas, principalmente por causa do embargo russo imposto aos produtores brasileiros. A estabilidade no plantel de matrizes alojadas e de leitões

resultou no consumo de 7,6 milhões de toneladas de ração de janeiro a junho de 2011.

CÃES E GATOS

A produção de alimentos completos para cães e gatos decresceu 1% no primeiro semestre, quando comparada ao mesmo período do ano

passado, registrando 1,1 milhão de toneladas. A elevação desses animais de companhia ao status de membros do núcleo familiar contemporâneo e sua

participação na quotização do orçamento doméstico pode ter sofrido da conseqüente economia dos gastos correntes em razão do endividamento da

sociedade por conta do generoso crédito disponível e despesas típicas nos primeiros meses de cada ano.

Fonte: Sindirações

Ração de batata-doce A produção de ração no Brasil cresceu de forma expressiva nos últimos 15 anos, em

torno de 7,4%. A base da formulação da ração convencional tem como componente

energético o milho. Em busca de aproveitar resíduos disponíveis nas propriedades rurais

para garantir maior agregação de valor à agricultura familiar, a Embrapa Clima Temperado

(Pelotas/RS) está indicando o uso da ração a base de farinha de batata-doce, especialmente

na criação de frangos coloniais.

Trocar o milho por batata-doce é a estratégia para diminuir custos para o produtor,

ter maior renda de produção, simplificar a oferta de alimento às aves, facilitar o manejo e

contribuir com a preservação do meio ambiente.

“Estamos trabalhando com o sistema colonial de produção de frangos, abatidos após

85 dias, onde a ração das aves deve ser adaptada à idade do animal. Toda a ração deve

fornecer energia (por exemplo, milho ou batata-doce), proteína (por exemplo, farelo de soja ou girassol ou farinha de folhas de mandioca),

vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais”, esclarece João Pedro Zabaleta, pesquisador responsável pelo projeto de pesquisa com aves

coloniais.

A ração a base de batata-doce para aves é viável pelo fato de que o produtor comercializa a parte nobre da batata-doce - as de tamanho

médio e de melhor aspecto visual - para o consumo humano e os resíduos que ficam na lavoura transformam-se em farinha, que adicionada

a uma formulação adequada - vitaminas, minerais, proteínas e aminoácidos - é oferecida às aves.

“O resíduo é transformado em energia, ou seja, em carnes e ovos, com custo muito baixo, está se aproveitando o que se tornaria lixo”, adverte Zabaleta.

Essa farinha passa por um processo de trituração, secagem ao sol, moagem e embalagem (em sacos plásticos), que possuem uma

durabilidade de até dois anos. Nas lavouras de batata-doce da região estudada, região central do Rio Grande do Sul, sobram em termos de

resíduos cerca de sete a dez toneladas.

Benefícios econômicos, sociais e ambientais

Para o agricultor familiar que cultiva batata-doce o uso dos resíduos é mais conveniente que a aquisição de milho, ou mesmo do plantio

do milho. A sua utilização permite que o produtor tenha maior renda e ainda diversifica a oferta de alimentos para os consumidores, através

da produção de frangos coloniais.

Além disso, ganhos ambientais também são destacados como a diminuição da viagem dos insumos (o milho), menor aplicação de

agroquímicos e aproveitamento do produto em toda sua potencialidade (resíduos da batata-doce).

Fonte: Embrapa

Dieta vegetariana para cães requer atenção Especialista alerta que alimentação balanceada com carnes é essencial à saúde dos animais

Cuidar dos animais de estimação como um ser humano, com roupinhas e penteados, hoje em dia é um hábito rotineiro. São camas, sofás,

acessórios, petiscos, todos adaptados para se encaixar no estilo de vida dos bichinhos. Alguns donos, no entanto, vão além. Vegetarianos,

eles também querem mudar a alimentação de seu animal de estimação e, assim, cortam a carne das refeições dos pets.

No entanto, a dieta vegetariana animal ainda é pouco explorada no Brasil. Fábio Viotto, gerente de pet food da Evialis, grupo francês que é referência

mundial em nutrição animal, chama a atenção para alguns cuidados específicos, para donos que optarem pela prática. “É preciso acompanhamento de um

especialista nesse tipo de alimentação, além de visitas periódicas ao veterinário”, informa, complementando que é imprescindível que os animais tenham

dieta balanceada. “Considerando vários aspectos fisiológicos e anatômicos dos cães, uma dieta contendo proteínas de origem animal é de fundamental

importância para a saúde dos cães, principalmente para saúde da pele, pêlos, músculos, ligamentos e está envolvida com certas enzimas digestivas,

hormônios, anticorpos entre outros”, salienta Fábio Viotto, gerente de pet food da Evialis, multinacional francesa, referência mundial em nutrição animal.

A Evialis, por exemplo, não possui entre seus produtos alimentos vegetarianos, por entender que o hábito alimentar dos cães é baseado

em dieta protéica de origem animal.

Fonte: Alfapress Comunicações

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Mercado pet já movimenta R$ 11 bilhões no país Os cuidados com um animal de estimação movimentaram cerca de R$ 11 bilhões

no mercado brasileiro em 2010, e essa indústria cresce 20% ao ano. Os dados são da

Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet).

Segundo a entidade, o Brasil já possui mais de um animal de estimação para cada dois

habitantes (são 98 milhões de bichos).

A venda de ração domina o setor, e é responsável por 66% de todo o faturamento

da indústria. Outros produtos procurados são os medicamentos veterinários, além de

equipamentos e acessórios (produtos de higiene, embelezamento etc).

Para a gerente de marketing da rede de lojas Cobasi, Daniela Bochi, o consumidor

busca comprar primeiramente alimentos (ração) e, depois, medicamento. “A compra de

acessórios (camas, roupas, coleiras) é feita por impulso, ou seja, não é planejada”, declara.

São Paulo tem mesmo número de pet shops e de padarias

Apoiado no crescimento contínuo do mercado de pet shop no país, a loja virtual Meu

Amigo Pet, especializada em produtos para animais de estimação, espera fechar o ano

com um faturamento aproximado de R$ 1 milhão. E ainda existe muito espaço para o

crescimento desse mercado, na opinião do empresário da loja, Daniel Nepomuceno.

“Em São Paulo, são mais de 4.000 pet shops, o mesmo número de padarias. Vimos uma lacuna muito grande na internet para esse

tipo de produto e resolvemos apostar. Nossa ideia é não ficar só no virtual. Queremos também abrir lojas físicas para atrair um número

ainda maior de clientes”, afirma.

Fonte: Matheus Lombardi, Do UOL Economia, em São Paulo

Ração muito cara Com a alta nos preços das commodities agrícolas no mercado

internacional, o custo de produção da pecuária brasileira registrou

altas consideráveis nesse primeiro semestre do ano. De julho

do ano passado até o mesmo mês deste ano, a ração de frango

aumentou 34%, e dos suínos 27%. Para os bovinos o cenário não

é tão assustador, já que a alimentação não subiu tanto quanto

os preços de venda dos ruminantes. O uso de arroz e sorgo na

alimentação dos animais pode ser uma saída momentânea para

minimizar os custos de produção.

Com a estimativa de que a demanda por ração animal cresça

5% esse ano, passando de 63 milhões de toneladas no ano passado,

para 64 milhões de toneladas esse ano, o Sindicato Nacional da

Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), prevê um ano difícil

para os pecuaristas do País.

Segundo o vice-presidente da entidade, Ariovaldo Zani, com a valorização das carnes no ano passado, puxadas pela alta dos

bovinos, os criadores brasileiros, principalmente de gado de corte tiveram a chance de se capitalizar, já que os preços do milho e do

farelo de soja estavam mais baratos que hoje. “No ano passado o produtor de boi teve a obrigação de se capitalizar, porque a arroba

atingiu uma valorização histórica e estratosférica, em boa parte do ano principalmente no primeiro semestre foi muito positivo para

a produção pecuária, porque o custo dos principais ingredientes para alimentação estava mais barato”, contou Zani ao DCI.

Fonte: DCI

Notícias

Índice de preços de alimentos da FAO acumula ganhos de 26% em 12 meses Ainda que muito pouco, os preços médios internacionais dos alimentos recuaram pelo segundo mês

seguido em agosto, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O índice

de preços da entidade ficou em 231 pontos, 0,43% abaixo da média de julho. No entanto, o indicador acumula

alta de 26% nos últimos 12 meses e está apenas 2,94% abaixo do recorde atingido em fevereiro passado.

Apesar da aparente estabilidade, o comportamento dos preços não foi homogêneo. Depois de

registrar uma forte queda em julho, os cereais ficaram 2,2% mais caros e passaram a acumular uma alta

de 36% desde agosto de 2010. Só as cotações do trigo avançaram 9% no último mês, impulsionadas

pela forte demanda para a produção de rações e pelo aperto nos estoques.

Segundo a FAO, a pressão “reflete o fato de que o aumento de produção esperado não será suficiente para compensar o acréscimo de demanda,

de modo que os estoques vão continuar pequenos e os preços seguirão elevados e voláteis”. O órgão estima que a produção mundial de cereais vai

crescer 3% em 2011, mas o volume previsto ontem é quase 6 milhões de toneladas inferior ao estimado em julho. A FAO mostrou-se especialmente

preocupada com a oferta de milho, depois que as lavouras dos EUA foram assoladas por uma forte estiagem entre julho e agosto.

Na média, as carnes ficaram 1% mais caras no mercado internacional, acompanhando a tendência dos cereais. Embora os preços das aves

tenham registrado forte queda, a carne bovina voltou a subir e atingiu novas máximas no mês.

Esses aumentos foram compensados pela queda das demais commodities monitoradas pelo índice, com destaque para os óleos de

cozinha e os produtos lácteos. Os preços do primeiro grupo caíram 2,78%, embora ainda se mantenham 27% acima do nível observado há

um ano. Já os lácteos recuaram 3,07%, em parte influenciados pela valorização do dólar neozelandês. O açúcar também perdeu fôlego,

recuando 2% em relação a julho. A queda, aponta a FAO, reflete o otimismo em relação à produção de Europa, Índia e Tailândia, apesar das

frustrações com o Brasil. Apesar disso, o adoçante acumula valorização de 50% em 12 meses.

No fronte doméstico, dois indicadores divulgados ontem apontam para a manutenção das pressões sobre os alimentos. O IqPR, índice de

preços recebidos pelos produtores de São Paulo, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), encerrou agosto com variação positiva de

1,77%. A alta foi puxada pelas cotações no grupo formado pelos produtos de origem animal, que, em média, subiu 5,64%. Já os produtos de

origem vegetal avançaram 0,33%, na média. Com o resultado de agosto, o IqPR passou a acumular valorização de 28,1% nos últimos 12 meses.

Já o Índice Ceagesp, que acompanha os preços de uma cesta de mais de 100 produtos e serve de referência para as oscilações agrícolas no

atacado de São Paulo, subiu 3,38% em agosto. Dos grupos pesquisados, subiram os pescados, os legumes e as frutas, por questões sazonais

relacionadas ao consumo ou problemas provocados pelo clima. As verduras ficaram, em média, mais baratas, influenciadas pela queda da demanda.

Fonte: Valor Econômico

Na edição de agosto passado foi publicado incorretamente (página 60):

Na tabela 1: não apareceu os dados para 1% de Zeolita

Na Tabela 2: No gráfico apareceu 10% de Zeolita, e o correto é 1% de Zeolita.

Literatura Consultada:

MAIA, G. V. C. Zeólitas (Clinoptilolita) e Yucca schidigera em rações para cães: palatabilidade, digestibilidade e redução

de odores fecais. 2008. 85 p.

Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras.

ROQUE, N. C. Níveis de Zeólita (Clinoptilolita) e Yucca schidigera em rações para gatos. 2009. 95 p. Dissertação (Mestrado

em Zootecnia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras.

Errata – artigo “Zeólita natural x Yucca schidigera na alimentação de cães e gatos”.

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14 15Notícias

Wenger e sua atuação em sintonia com a segurança alimentar Líder mundial em sistemas de extrusão, com mais de

sete décadas de existência, a Wenger tem todos os seus

equipamentos e projetos desenvolvidos em seu Centro

Tecnológico, localizado em Sabetha, no Kansas (USA).

A empresa constantemente oferece inovações, realiza up

grade em seu portfólio e principalmente, atua em função do

que o cliente deseja.

“Há muita conversa entre a nossa equipe técnica e os

clientes para que possamos chegar a um equipamento

mais eficaz, atendendo assim suas reais necessidades. Não

hesitamos em realizar ajustes, promover inúmeros testes e

aprimorar os nossos produtos. É um processo contínuo de

evolução e nestes últimos anos fornecemos muitas novidades

ao mercado, especialmente no que tange a segurança

alimentar. Atualmente a produção de pet food mundial

está se igualando na qualidade e cuidado da produção de

alimentos humanos, ou seja, dentro em breve os critérios para

produção de qualquer alimento, humano ou animal, estarão

no mesmo patamar de qualidade e higiene em seus processos.

É um caminho sem volta e quem não se adequar certamente

perderá o seu espaço”, afirma Mauricio Bernardi, diretor de

vendas da Wenger para a América Latina.

Um dos destaques da Wenger, que segundo o fabricante

veio para revolucionar o setor de extrusão, é o pré-

condicionador HIP (High Intensity Preconditioner), que

dentre os vários benefícios oferecidos estão:

• elevado índice de mistura das matérias-primas;

• menor desgaste do canhão extrusor;

• aumento da gelatinização do amido;

• melhorias da pasteurização e do saneamento de todo o processo;

• possibilidade em oferecer mais recursos de formulações;

• adicionar uma quantidade maior de carne fresca (o que vem sendo uma

forte tendência no setor pet food); além de consumir menos energia.

A Wenger do Brasil, filial da Wenger Manufacturing Inc., está

localizada em Valinhos (SP) e recentemente teve concluído o seu

processo de expansão, programado para acontecer só daqui a dois

anos. “Em virtude da excelente resposta que estamos tendo do mercado

brasileiro nos deparamos com a necessidade de acelerarmos os nossos

investimentos. Hoje, estamos com a capacidade total de manufatura e

prontos para conquistarmos novos clientes”, conclui Bernardi.

Imeve amplia indústria e área construída chegará a quase 2 mil m² Está em construção o novo Laboratório para produção de formas farmacêuticas semi-sólidas e líquidas com ativos probióticos e também

a ampliação de áreas já existentes como Almoxarifados e a área produtiva de aditivos e suplementos em pó da Imeve Biotecnologia. Após a

conclusão das obras, a área construída da empresa chegará a quase 2 mil m², projetados para atenderem aos padrões de BPF – Boas Práticas

de Fabricação do setor pertinente.

“O padrão adotado pela Imeve em sua nova área de Probióticos é de alto nível e TOP nacional. Investir em uma área nova, que possibilite

aumentar exponencialmente a capacidade produtiva, aliada à tecnologia farmacêutica de ponta, em consonância às normas nacionais e

internacionais, oferece aos produtos Imeve e aos produtos com possibilidade de terceirização a serem fabricados nessa área, um grau de

segurança e eficiência produtiva que serão, sem dúvida, grandes diferenciais de mercado”, revela Dr. Rodolpho José Frias Paschoal, consultor

da Integra, empresa responsável pela assessoria técnica para adequação de todo o projeto às BPF.

O profissional lembra que, no Brasil, é o MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que fiscaliza o atendimento das

BPF para o segmento veterinário e procede rigorosas inspeções. Em caso de adequação, o MAPA credencia a empresa para suas atividades.

“Isso vai impactar depois numa série de outras coisas como, registro dos produtos e licença de funcionamento”, esclarece.

A ampliação da Imeve segue um planejamento estratégico e vem de encontro à crescente demanda mundial – e, por conseqüência,

nacional, pelos aditivos probióticos e suas multiutilizações. A tendência de mercado prevê, em médio prazo, por exemplo, a substituição

dos artificiais e prejudiciais promotores de crescimento, pelos “naturais” e saudáveis probióticos. Mas só farão parte das grandes fatias de

mercado, as indústrias que atenderem as exigências de produção e qualidade preconizadas pelos órgãos reguladores, e a Imeve com certeza

estará pronta.

“Realmente o crescimento dos probióticos é uma tendência nacional e internacional. A Imeve é pioneira e detentora de grande tecnologia

nessa área e está dando um passo à frente com esse projeto. Esse investimento traz qualidade para os produtos Imeve, agrega valor à empresa

e traz investimentos, à cidade, ao estado e ao país. Precisamos de empresas que estejam capacitadas para exportarem para qualquer país,

atendendo aos padrões de qualidade que os países exigem e trazendo divisas ao nosso Brasil. E a Imeve com certeza estará entre elas”, afirma

o consultor.

Habituado a acompanhar, por meio de sua assessoria, as transformações que levam as indústrias a atenderem aos altos padrões de

exigências atuais, Dr. Rodolpho explica, de maneira concisa, que tudo se resume ao cumprimento das Boas Práticas de Fabricação.

“A parte física como layout , fluxos e equipamentos, os processos, a tecnologia, a movimentação de pessoas e de materiais, a documentação

e os registros, são pilares que compõem as Boas Práticas de Fabricação. Obviamente, cada uma dessas “macrodisciplinas” dentro das BPF se

subdividem em muitas outras vertentes de execução. Mas a idéia central é trabalhar de forma sistemática e técnica cada um desses temas

até ao status do que chamamos de “validação dos processos” , explica. Sempre focada no aumento exponencial de sua qualidade, às ações

da Imeve preveem, ainda, treinamentos ininterruptos dos colaboradores nos diversos processos e em todos os aspectos de segurança. Entre

os muitos resultados esperados, está à total rastreabilidade de seus produtos, mostrando que as BPF agem de maneira global no processo

fabril, tanto no sentido preventivo como, quando necessário, corretivo, sempre de forma efetiva e eficiente.

Fonte: Assessoria de Imprensa Imeve.

Milho 23% mais caro O preço do milho em grão voltou a subir em São Paulo. Depois do recuo de 1% entre julho e agosto, o insumo voltou a trabalhar em

alta em setembro e está cotado em R$ 526 por tonelada, em média, registrando uma alta de 2% em relação a agosto.

De acordo com a Scot Consultoria, existem relatos de muitos pecuaristas realizando lucro com os insumos de milho e sorgo comprados

ao invés de investir em uma nova rodada de confinamento.

A valorização do produto ao longo do ano, que está 23% mais caro que no mesmo período de 2010, favorece esse comportamento.

Atualmente, para compra de uma tonelada de milho são necessárias 5,23 arrobas de boi gordo. Há um ano, com 4,6 arrobas era possível

comprar a mesma quantidade do insumo.

Fonte: Scot Consultoria

Apresentado em 2010, o pré-condicionador HIP (High Intensity Preconditioner), segundo o fabricante, veio para revolucionar o setor de extrusão.

“Não hesitamos em oferecer o que há de melhor no setor de extrusão. Nestes últimos anos fornecemos muitas novidades ao mercado, especialmente no que tange a segurança alimentar”, Mauricio Bernardi, diretor da Wenger.

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16 17Caderno Científico

á aproximadamente oito décadas atrás uma

investigação sistemática revelou que a rancidez das

gorduras poderia ser retardada ou evitada por muitos

compostos naturais de origem vegetal. Mais tarde, a

descoberta da natureza dos radicais livres e sua relação

com a peroxidação lipídica forneceu a base científica

para a síntese e seleção de compostos capazes de evitar

as reações de autoxidação em gorduras de origem

animal. Desde então, inúmeras substâncias naturais ou

sintéticas foram avaliadas quanto ao uso comercial como

preservadores da qualidade não somente das gorduras,

mas também de proteínas e carboidratos presentes nos

alimentos. Além da preservação da qualidade dos ácidos

graxos insaturados, fundamental para a manutenção

da saúde, os antioxidantes previnem reações que são

responsáveis pela descoloração ou modificação no odor/

sabor do alimento. Os antioxidantes sintéticos como o

BHA (2 ou 3-terc-butil-4-hidroxianisol), BHT (2,6-di-

A segurança do uso de antioxidantes sintéticos em pet foodH

Por: Ricardo Souza Vasconcellos

terc-butil-4-metilfenol), TBHQ (tert-butil-hidroquinona)

e Propil galato são largamente utilizados em alimentos

comerciais para cães e gatos com o objetivo de preservar

as características organolépticas dos produtos.

De uma maneira geral os antioxidantes sintéticos

são compostos fenólicos que apresentam nesta estrutura

um hidrogênio lábil, que pode ser doado ao radical livre.

Diferentemente dos radicais livres, o íon fenólico oxidado

a partir desta reação é relativamente estável e devido a esta

característica as reações de oxidação lipídicas do alimento

podem ser controladas com o uso destes compostos. Os

antioxidantes sintéticos tiveram sua aprovação para o

uso em alimentos para o consumo humano e animal

desde 1948 e desde então a sua utilização se tornou

fundamental para garantir a vida de prateleira de muitos

produtos. Apesar disto, sabe-se que estes compostos,

da mesma forma que ajudam a preservar os alimentos,

podem também apresentar toxicidade aos animais se

utilizados em dosagens excessivas. Por este motivo

muitos proprietários e profissionais são contra o uso de

antioxidantes sintéticos como aditivos preservativos

nos alimentos. Os níveis máximos recomendados de uso

destes compostos para preservar a qualidade das gorduras

é de 100 ppm ou 0,01%.

Existem poucos estudos recentes sobre o assunto,

mas muitos estudos foram conduzidos, especialmente nas

décadas de 60 e 70 utilizando cães e ratos como modelo

experimental para a avaliação dos riscos a saúde frente

a ingestão de dosagens excessivas de antioxidantes

presentes nos alimentos. Por este motivo nesta edição serão

apresentados dois resumos de pesquisas publicadas em

EfEito do Consumo dE Hidroxianisol butilado (bHa) Em CãEs

Autores: O.H.M. Wilder; P.C. Ostby; B.R. Gregory

Resumo: Grupos de f ilhotes de Cocker Spaniel desmamados foram alimentados com níveis de BHA

de 0.0, 5.0, 50 e 250 mg/kg de peso corporal por dia durante um período de 15 meses com o objetivo de

verif icar o efeito da ingestão crônica de BHA. A saúde geral e o ganho de peso foram satisfatórios durante

o estudo. Hemoglobina e contagem de hemácias não foram afetadas pela ingestão de BHA. A urina dos cães

alimentados com BHA apresentou maiores concentrações de glicuronato e maior relação entre sulfatos totais

e inorgânicos, indicando que houve excreção de BHA por esta via. O exame microscópico dos tecidos após a

necropsia não apresentou alteração, exceto em três dos quatro cães que receberam a dose de 250 mg/kg de

peso corporal de BHA, que apresentaram alterações histológicas compatíveis com degeneração hepática. Os

resultados indicam que os cães podem ingerir BHA por longo período sem risco a saúde, até o nível máximo

de 220 vezes o máximo permitido para este antioxidante em alimentos para o consumo humano.

Food Aditives, safety, v.8 (6): 504-506, 1960

http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/jf60112a025

1960 e 1995, respectivamente, e comentados na seqüência.

Neste estudo a dosagem mínima empregada de BHA

foi o equivalente a 0.22% deste composto na gordura da

dieta, ou seja, aproximadamente 22 vezes o nível máximo

recomendado para humanos, enquanto a dosagem mais

elevada (250mg/kg de peso vivo) foi o equivalente

a 11% de BHA na gordura da dieta o equivalente

a aproximadamente 1100 vezes o nível máximo

recomendado para humanos. Nos cães a eliminação do

BHA ocorre pela via fecal e urinária e seus metabólitos

urinários foram identificados no estudo (glicuronato

e sulfatos). Pode-se verificar que mesmo em dosagens

extremamente elevadas, os animais apresentaram

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18 19

antioxidantEs fEnóliCos: Estudos dE protEção da saúdE Com Hidroxianisol butilado (bHa).

Autor: F. Iverson

Resumo: Antioxidantes fenólicos sintéticos têm sido adicionados nos alimentos por décadas para retardar

a autoxidação dos lipídeos que leva a rancidez do alimento. Os principais antioxidantes usados nos alimentos

mundialmente são o hidroxitolueno butilado (BHT) e o hidroxianisol butilado (BHA). Estudos recentes sugerem

que o BHA, e possivelmente o BHT, são carcinogênicos para roedores. Esforços internacionais, incluindo

aqueles da Agência de Proteção à saúde no Canadá têm auxiliado com pesquisas sobre o uso crônico destas

substâncias. Segundo os resultados de tais pesquisas, parece que o efeito neoplásico do BHA e BHT ocorre

em doses extremamente elevadas, somente após os sistemas de defesa biológicos se encontrarem saturados

destes compostos. O interesse no conhecimento sobre a toxicidade destes compostos fenólicos é benéf ico

para o entendimento dos complexos efeitos biológicos dos compostos fenólicos que presentes naturalmente

nos alimentos, incluindo a redução dos níveis de espécies reativas de oxigênio que são associados com várias

doenças do envelhecimento em humanos.

Ao contrário dos efeitos carcinogênicos relatados em estudos nos quais foram utilizadas doses excessivas

de antioxidantes sintéticos, nesta revisão de literatura são discutidos os efeitos dose-dependente destas

substâncias. A habilidade dos compostos fenólicos sintéticos, especialmente o BHA, em alterar as enzimas

metabólicas da cadeia oxidativa mitocondrial parece ser um mecanismo pelo qual estes compostos atuam

reduzindo ou eliminando experimentalmente a atividade carcinogênica de carcinógenos conhecidos. No

entanto a atividade biológica destes antioxidantes foi fortemente questionada quando pesquisas indicaram

que o BHA induziu carcinoma gástrico e esofágico em ratos na dose de 2% da dieta e o BHT na dose de 0,5%

da dieta também produziu efeitos semelhantes. Nesta época as pesquisas se intensif icaram para esclarecer

melhor os possíveis efeitos da ingestão crônica destes compostos no organismo. Os efeitos maléf icos e as

respectivas dosagens, em ratos foram os seguintes: inf lamação epitelial do trato digestório em doses acima de

0.5% da dieta, reversível após a retirada destes compostos da dieta; recusa na ingestão em doses acima de 2%

da dieta; maior taxa de replicação celular (mitoses) em doses acima de 0,5%, mas os efeitos foram revertidos

após a interrupção da ingestão; desenvolvimento de lesões pré-neoplásicas em doses superiores a 2% da dieta.

Nenhum destes efeitos foi observado em doses iguais ou inferiores a 0,25% da dieta.

Embora muitos estudos ainda sejam necessários e poucas pesquisas atualmente estejam sendo conduzidas

sobre o assunto, os estudo verif icados na literatura mostram que estes compostos sintéticos, mesmo se

utilizados até mais de 200 vezes a dosagem máxima recomendada apresentam relativa segurança de uso. Além

da elevada margem de segurança na dosagem destes produtos, outras pesquisas mostram que a estabilidade

à rancidez de alimentos comerciais preservados com antioxidantes sintéticos (BHA ou etoxiquim) é maior do

que aquelas verif icadas com o uso de alguns antioxidantes naturais (tocoferóis), o que aumenta a preferência

ao uso destes compostos quando o foco é a vida de prateleira dos alimentos.

De acordo com os dados verif icados, os antioxidantes sintéticos se utilizados de maneira racional pela

indústria, respeitando-se as dosagens máximas recomendadas, são ef icientes em conservar as propriedades

organolépticas dos alimentos sem oferecer riscos à saúde dos animais.

Cancer Letters 93:49-54,1995

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/030438359503787W

uma tolerância elevada a este antioxidante e nenhuma

alteração histológica foi verificada em doses menores que

2,5%, o que já representa uma dose extremamente elevada

em relação ao máximo recomendado.

O artigo abaixo é uma revisão de literatura sobre os

possíveis efeitos carcinogênicos do BHA em humanos,

mas são discutidas pesquisas realizadas em cães, roedores

e outros modelos experimentais.

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20 21

C

M

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MY

CY

CMY

K

LIMPO.pdf 1 04/10/11 12:36

Capa

o voltarmos às atenções para a indústria de

pet food nos deparamos com uma grande variedade de

produtos, porém o que vem chamando a atenção nos

últimos anos é que os alimentos estão mais elaborados e

seguros. O crescimento do poder aquisitivo da população,

aliado às mudanças nos hábitos alimentares, levou

um aumento de interesse da população por alimentos

industrializados e nutricionalmente balanceados para os

seus animais de estimação.

Exige-se matérias-primas e nutrientes de qualidade,

apresentação diferenciada, melhor consistência, entre

outros aspectos, e neste contexto os palatabilizantes

ganham destaque.

A palatabilidade é def inida como a somatória dos

aspectos sensoriais que podem atuar isoladamente ou

em combinação com as sensações de textura, formato,

tamanho, temperatura, dor, mastigação e deglutição,

envolvidos no ato de ingerir determinado alimento

ou líquido. Pode ser modif icada pela adição de

aditivos f lavorizantes e palatabilizantes, naturais ou

sintéticos, utilizados para acentuar uma característica

desejada ou, por outro lado, mascarar e/ou reduzir

o efeito depressivo de algum componente sobre a

palatabilidade do ingrediente/ração. Muitos animais

de estimação se deparam com circunstâncias especiais

que podem afetar sua dieta, tais como, alergias ou

diabetes, restrições alimentares específ icas da raça ou

devido o estágio de vida que está. Os palatabilizantes,

então, ajudam a assegurar que essas dietas especiais

sejam atrativas para o animal de estimação. Também

são usados para melhorar o sabor dos medicamentos

ou suplementos.

Embora o uso ainda esteja concentrado nas

rações de maior valor agregado, percebe-se um

avanço signif icativo na aplicação de alimentos com

conceito mais econômico, isso se deve não só pela

alta competitividade que se instala no mercado de

pet food, mas também devido à grande exigência dos

consumidores, que buscam oferecer aos animais o

que há de melhor em alimentação, inclusive entre os

públicos das classes C e D, que vêm obtendo ganhos em

seu poder aquisitivo.

EvoluçõEs E dEsafios são ConstantEs

De acordo com Sandra Grossmann, gerente geral

de produtos da Kemin, há vinte anos, os fabricantes

A

PalatabilizantesO ingrediente que não

pode faltar

A indústria de palatabilizantes acompanha lado a lado as tendências do mercado pet food, que hoje são: humanização, saúde, bem-estar e alta performance,

destacando-se ainda a busca por um papel funcional

Por Lia Freire

de palatabilizantes ofereciam um produto muito

rudimentar, como um ingrediente de carne estabilizada

por ser um elemento natural que acentuava o paladar.

“Em constante evolução, a indústria se voltou

para aromas sintéticos a f im de atrair os animais

de estimação para a comida e não parou mais de

aprimorar-se para atender com excelência o mercado.

Como fornecedor de palatabilizantes, entender do que

um animal gosta ou não é o maior desaf io. Quando

fabricantes de alimentos voltados para seres humanos

desenvolvem uma nova receita, eles a enviam para

ser testada em um laboratório sensorial. Sem ver a

comida, os participantes descrevem o sabor e do que

eles gostaram ou não, resultando em importantes

informações para as empresas, porém, quando os

testes são realizados com os animais de estimação, eles

apenas comem ou não, exigindo um complexo trabalho

para detectar o que agradou e o que não agradou.”

“Formulamos palatabilizantes para se adequarem às tendências atuais da alimentação animal, de maneira que os clientes sempre tenham o melhor e mais adequado produto”, Sandra Grossmann, da Kemin.

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22 23Capa

Devido às linhas de pet food estarem cada vez mais

segmentadas, os fabricantes de palatabilizantes passam a

ter de atender tais demandas. Há produtos para cada tipo

de ração. “Para cada espécie de animal existe um produto

específico, assim como uma faixa de dosagem e forma de

aplicação a ser obedecida”, explica Marcelo Beraldo da

Costa, gerente da AFB International, companhia fundada

em 1986 e hoje um dos principais players mundiais em

desenvolver palatabilizantes para alimentos voltados aos

animais de estimação.

Há alguns anos, a indústria de palatabilizantes vem

se preocupando em também exercer um papel funcional.

Como resultado, inovação e segmentação passam a ser as

tendências neste segmento de mercado. Hoje, não basta

oferecer um palatabilizante eficiente, o mercado exige

muito mais. É preciso estar sempre um passo à frente,

absorvendo as necessidades e superando expectativas com

soluções inéditas e inovadoras.

na dosagEm CErta

O gerente da AFB International, Marcelo, explica que

para cada palatabilizante existe uma recomendação de

dosagem, dependendo da performance desejada e como este

será aplicado. “Poderíamos dizer que a faixa de aplicação

de um palatabilizante líquido está entre 1% e 3%. Já a

dosagem do produto em pó aplicado após o recobrimento

do líquido seria de 1%. É importante ter cuidado quando

generalizamos, pois a dosagem depende da base. O

recomendável para quem deseja utilizar o palatabilizante é

entrar em contato com um profissional da área, explicar o

que deseja e este poderá lhe orientar sobre as opções que se

encaixam melhor em seu processo.”

Uma vez que o valor nutricional é fornecido pelo

alimento e não pelo palatabilizante é prática comum

adicionar uma pequena quantidade deste ingrediente. “É

fundamental considerar a fórmula do alimento e o perfil do

palatabilizante. Por exemplo, alguns contêm mais fósforo do

que outros e, nesses casos, seria melhor não adicioná-los às

rações com alto teor de fósforo. Normalmente há um diálogo

técnico entre o fornecedor de palatabilizantes e a empresa

de ração sobre a quantidade a ser usada. Também leva-se

em conta os resultados dos testes feitos com os animais para

checar a aceitabilidade”, destaca a gerente da Kemin, Sandra.

o boom dos palatabilizantEs Segundo informações do mercado, no Brasil, os

palatabilizantes começaram a ser empregados em

alimentos para cães e gatos na década de 80. Os produtos

feitos antigamente consistiam em uma simples hidrólise

sem grandes reações e com performance baixa comparado

ao que existe hoje. “O uso de palatabilizantes começou a ser

notório nas rações à medida que o preço da carne começou

a aumentar. Cães e gatos são carnívoros naturais; quando o

custo da carne deixou de ser rentável, os fabricantes de ração

começaram a acrescentar soja, milho e arroz nos alimentos.

No entanto, essas novas fórmulas não eram atraentes

aos animais, o que levou às empresas acrescentarem os

palatabilizantes”, explica Sandra, da Kemin.

d’tECH 12l: mais um lançamEnto

Referência mundial em palatabilizantes para animais

domésticos, a SPF do Brasil oferece produtos nas versões

líquida e em pó (aplicados através de revestimento ou

inclusão no interior do alimento), além de soluções naturais

e sintéticas, para alimentos secos, úmidos e treats.

São três linhas desenvolvidas: D’tech, especificamente

para os cães, com o objetivo de disponibilizar a melhor

solução em palatabilidade, atendendo as premissas de

competitividade e desempenho exigidas pelo mercado de

pet food para cães; C’sens, que oferece características de

palatabilidade inovadoras, desenvolvidas para atender as

necessidades de diferenciação do mercado de alimentos

para gatos. E, por fim, a Delice, especialmente criada para

assegurar a melhor palatabilidade para os treats, incluindo

biscoitos, snacks semiúmidos e extrusados, bebidas e “Com o D’Tech 12L, a SPF disponibilizou ao mercado um produto que representa anos de investimentos em pesquisa, desenvolvimento, tecnologia e inovação”, Charles Boisson, da SPF.

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24 25Capa

“Operamos com um sistema codificado que assegura a confidencialidade e a imparcialidade dos resultados dos testes de palatabilidade”, George Ben Josef, da SPF.

molhos. Também há produtos específicos para o segmento

farmacêutico veterinário, que melhoram a palatabilidade

dos comprimidos, facilitando a ingestão.

De acordo com Charles Boisson, diretor-presidente

da SPF do Brasil, a companhia entende que o mercado

de palatabilizantes deve estar em sinergia com o de

pet food, que tem como principais tendências três

aspectos: humanização, já que os animais de estimação

têm se aproximado cada vez mais do núcleo familiar,

sendo assim, o pet food demonstra uma relação cada

vez maior com a alimentação humana, culminando com

o surgimento de ingredientes e aromas, que até então

não eram encontrados em alimentos para pets. Também

destacam-se a saúde e o bem-estar. Há uma forte

preocupação em oferecer qualidade de vida aos pets, por

isso, os produtores de pet food buscam cada vez mais

introduzir no mercado produtos funcionais, naturais e

até mesmo estar presentes em nichos como holísticos

e orgânicos, uma realidade presente em mercados mais

Panelis é o centro de testes de palatabilidade do Grupo

Diana (são três unidades: na França, Estados Unidos e no

Brasil), que funciona desde 2003 em território brasileiro,

atendendo também a América Latina, focado em mensurar

e observar a atratividade dos alimentos e o comportamento

de cães e gatos de diferentes raças, que são especialmente

treinados e qualificados com métodos específicos. “O

Panelis foi criado na Europa em 2000, para atender

primeiramente a SPF. Depois, a pedido de clientes, os

seus serviços foram expandidos aos fabricantes de rações,

snacks e medicamentos”, explica Carla Tanaka, supervisora

do Panelis para a América Latina.

O centro de testes no Brasil ocupa uma área de 37

hectares e em sua estrutura há escritórios, refeitório, sala

de recobrimento, estoques, canil, gatil e uma vasta área

externa. A equipe de técnicos é formada por veterinários,

etólogos e estatísticos que atuam a partir de uma

metodologia própria, criada na matriz francesa, que visa

compreender os animais, fornecer respostas confiáveis,

discriminantes e repetitivas.

“Operamos com um sistema codificado que assegura

a confidencialidade e a imparcialidade dos resultados dos

testes de palatabilidade”, observa George.

No centro Panelis estuda-se o comportamento

maduros como na América do Norte e Europa. Por

último, a performance, já que busca-se alimentos de

maior valor agregado. “Esta tendência conhecida como

“premiunização”, teve início com a ascensão da classe

C e o maior poder aquisitivo da população brasileira.

Também permitiu o crescimento de nichos de mercado

que atendem a uma necessidade específica. Alimentos

segmentados em estilo de vida do pet, em uma dieta

específica ou até mesmo produtos desenvolvidos para

determinada raça se tornam cada vez mais comuns no

mercado”, analisa Boisson. Buscando manter-se no topo da performance no

setor de palatabilizantes, a SPF disponibilizou um

produto que representa anos de investimento em

pesquisa, desenvolvimento, tecnologia e inovação: o

D’Tech 12L, um palatabilizante líquido hiper-premium

para alimentação de cães.

De acordo a SPF, a novidade garante maior aceitação dos

alimentos pelos cães, com o melhor desempenho do mercado

nos quesitos atratividade e consumo. “Conseguimos mais

uma vez aliar quesitos tradicionais em nossos produtos

como, inovação e desempenho à segurança e qualidade”,

afirma George Ben Josef, gerente de marketing da SPF

para a América Latina.

A SPF entende que o mercado de palatabilizantes

deve estar em sinergia com o mercado pet food e, por

isso, conta com o apoio de unidades de negócios que

também acompanham estas tendências. Desta forma,

além de palatabilizantes, o Grupo Diana, do qual a SPF

pertence, conta com a unidade de negócios Panelis,

dedicado à mensuração da palatabilidade e ao estudo do

comportamento alimentar de cães e gatos; o VIT2BE que

desenvolve e comercializa ingredientes funcionais para pet

food; Videka, fornecedor de soluções para a proteção do

pet food; e o Aplicalis, expert em aplicação industrial de

palatabilizantes. “Assim, a SPF está atenta às mudanças e

tendências, sempre preocupada em disponibilizar soluções

sob medida e adequadas às necessidades”, reforça o diretor-

presidente, Boisson.

A performance dos palatabilizantes da SPF é aferida

durante o seu desenvolvimento e por meio de um plano

de controle contínuo, garantindo a estabilidade do

desempenho esperado para aquele produto. Uma vez em

linha de produção, o controle de qualidade é realizado por

amostragem, com o objetivo de garantir a não variabilidade

de palatabilidade entre diferentes lotes. O envelhecimento

dos produtos é avaliado da mesma maneira.

a EfiCáCia dos palatabilizantEs sob análisE

Localizado em Descalvado, no interior de São Paulo,

alimentar, desde a atratividade do produto até sua taxa

de consumo, entre outras variáveis que fazem parte da

complexa metodologia empregada. Ressalta-se que o

resultado da palatabilidade não é uma consequência única

e exclusivamente do palatabilizante, apesar deste aditivo

possuir importância fundamental nos quesitos atratividade

e aceitabilidade. É preciso considerar ainda uma somatória

de fatores envolvidos no processo de formulação e

industrialização dos alimentos, desde a moagem, a

escolha das matérias-primas, o processo de extrusão, os

palatabilizantes escolhidos, a maneira de aplicá-los etc.

Seguindo as novas tendências e necessidades

do mercado, foi criado o Panelis in Home, que é a

transferência da metodologia aplicada para condições

reais de alimentação no ambiente doméstico. O teste é

realizado com um painel de 60 cães, representando a

diversidade de raças, porte e idade da população canina

brasileira. Atualmente, o Panelis in Home possui em seu

banco de dados aproximadamente 300 cães.

foCo no atEndimEnto pErsonalizado

Em 2010, a AFB International apresentou uma

nova geração de palatabilizantes para cães e gatos,

além de desenvolver produtos específ icos para alguns

“Para cada espécie de animal existe um palatabilizante específico, assim

como uma faixa de dosagem e forma de aplicação a ser obedecida.”

Page 14: CAPA ed 16.pdf 1 04/10/11 16:22 Pet Food Brasil · No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de aditivos

26 27Capa

clientes. “Ultimamente temos focado nosso trabalho

em soluções específ icas para os clientes e que se adapte

de maneira perfeita na base em que será utilizada.

Apesar da grande demanda de tempo que este modelo

de atendimento consome, estamos muito satisfeitos com

os resultados comerciais obtidos”, analisa o gerente da

AFB International, Marcelo.

Sempre antes de lançar algum produto no mercado,

a AFB testa e avalia a sua interação com outros

componentes do alimento. “Em geral analisamos aspectos

microbiológicos, físico-químicos, shelf-life, performance

em relação aos produtos concorrentes, possíveis interações

com a degradação de vitaminas e estabilidade. Tais análises

são conduzidas obedecendo a periodicidade que cada uma

deve ser feita”, explica.

ExpErtisE Há mais dE duas déCadas

A Kemin está envolvida na pesquisa, fabricação e

comercialização de palatabilizantes há mais de 20 anos.

São oferecidas opções líquidas e está em processo de

acrescentar palatabilizantes secos no seu portfólio para

a América do Sul. A empresa ainda atua em parceria com

os clientes, desenvolvendo fórmulas personalizadas.

“Acreditamos que os fabricantes de ração estão na

vanguarda das pesquisas, proporcionando a melhor

nutrição para os animais de estimação em cada estágio de

suas vidas. Nossa associação com as empresas de pet food

nos permite fazer parte do processo ao combinar o perfil

nutricional que desenvolvem em suas dietas. Por exemplo,

se uma empresa estiver desenvolvendo uma ração que

consiste em uma dieta totalmente de carne, trabalharemos

em conjunto para aumentar o perfil nutricional e

melhorarmos o sabor. A indústria de rações está em

constante mudança e é por isso que sempre formamos

parcerias com nossos clientes, a fim de oferecer-lhes

fórmulas personalizadas, atendendo as necessidades e

exigências dos consumidores. Desenvolvemos os nossos

palatabilizantes para se adequarem a essas diferentes

tendências de forma que nossos clientes sempre tenham

um produto no qual possam confiar”, observa a gerente

geral da Kemin, Sandra.

Para garantir a segurança e qualidade de seus

ingredientes, o fabricante conduz diversos testes

referenciais. Além disso, aposta na ef icácia dos “testes

caseiros”, conferindo a estes o status de forte tendência

no segmento de palatabilizantes. “Acreditamos

seriamente nos testes caseiros. Isso porque os animais

de estimação permanecem em seu ambiente natural

junto aos donos e não serão forçados a comer. Estamos

em processo de acrescentar mais testes deste tipo em

nossas pesquisas e programas de desenvolvimento, pois

o retorno que recebemos vem sendo altamente positivo

e fundamental para o desenvolvimento dos produtos”,

af irma Sandra.

Para a Kemin, o futuro do mercado de palatabilizantes

é promissor e especialmente no Brasil, que tem o

segundo maior mercado mundial de rações para animais

de estimação, por este motivo, a companhia segue

investindo. Em 2008, a Kemin Industries, Inc. comprou

as ações da Nord Palatabilizantes do Brasil, expandindo

com isso os seus negócios na área de palatabilidade nas

Américas Central e do Sul. Esta aquisição estratégica

deu origem à Kemin Nord Palatabilizantes do Brasil

S.A, que alia a experiência e tecnologia da Kemin com o

êxito conquistado pela Nord no país. Nos últimos anos,

a companhia também vem expandindo a sua equipe de

vendas e mais recentemente, passou a usar uma nova

instalação em Veronella, na Itália, para palatabilizantes

líquidos e secos.

Quanto ao futuro do mercado, a executiva da Kemin

mostra-se bastante otimista: “O setor de palatabilizantes

irá crescer proporcionalmente aos vários segmentos

da indústria de rações. É preciso lembrar que ainda

existem muitas regiões onde os animais são alimentados

com restos de comida, portanto, à medida que esses

locais começarem a usar as rações, a demanda por

palatabilizantes irá crescer ainda mais.”

“Há alguns anos, a indústria de palatabilizantes vem se preocupando em também exercer um papel funcional.

Como resultado, inovação e segmentação passam a ser as tendências.”

Page 15: CAPA ed 16.pdf 1 04/10/11 16:22 Pet Food Brasil · No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de aditivos

28 29

“O mercado de palatabilizantes nos últimos anos vem passando por um desafio muito grande no Brasil: o constante aumento dos preços

das matérias-primas aliado a alta competitividade do setor.”

O executivo da AFB International - companhia fundada em 1986, que chegou na América Latina em 2003 e é hoje um importante player mundial no desenvolvimento de palatabilizantes para a alimentação de animais de estimação, com seis plantas industriais espalhadas pelos Estados Unidos, Europa, América Latina e Austrália - faz uma análise do mercado brasileiro de palatabilizantes, comenta sobre tendências, os desafios e particularidades do mercado. “Trata-se de um negócio altamente competitivo e que nos últimos anos vem passando por um desafio muito grande no Brasil: o constante aumento dos preços das matérias-primas aliado a alta competitividade do setor.” Marcelo acrescenta: “Nossos clientes estão sempre em busca das famosas variáveis: melhor e mais barato. Hoje, os fabricantes de palatabilizantes apresentam um padrão de qualidade e performance bastante evoluído e variado. Nos últimos anos, este mercado cresceu mais de 10% ao ano em faturamento, mas para que mantenha taxas crescentes é preciso que a indústria de alimentos para cães e gatos tenha a sua carga tributária adequada à realidade do país em que atua.”

Entrevista 1

Revista Pet Food - Ao longo dos anos houve alguma mudança no conceito dos palatabilizantes empregados na alimentação animal?Marcelo Beraldo da Costa - Palatabilizante é um aditivo usado para tornar o alimento ainda mais saboroso ao animal. Ao longo dos anos o conceito não se alterou, mas a visão sobre a palatabilidade tem mudado. Hoje, os fabricantes de alimentos entendem que cuidar das matérias-primas e do processo de fabricação é de suma importância para a aceitação dos produtos. Nos últimos três anos pudemos observar que as empresas no Brasil priorizam firmar parcerias com fornecedores que possam atender os padrões de qualidade necessários para se fabricar um alimento saboroso. Isto tem nos ajudado muito, pois a grande maioria dos problemas atrelados à aceitação dos alimentos se deve ao cuidado com a fabricação do pellet e não com o tipo de palatabilizante usado. No passado quando os fabricantes de alimentos tinham algum problema entravam em contato com a empresa de palatabilizante para questioná-lo sobre o porque da variação. Hoje em dia isto mudou, as empresas sabem que o controle sobre todas as matérias-primas e processo é de crucial importância.

Revista Pet Food - Quais as particularidades deste mercado? Marcelo - Nos últimos anos o mercado de palatabilizantes vem passando por um desafio muito grande no Brasil: o constante aumento dos preços das matérias-primas aliado a alta competitividade do setor. Os preços praticados são monitorados periodicamente, porém quando as matérias-primas aumentam consideravelmente temos que reajustar nossos preços e como tomar esta medida sem perder o negócio? Não existe uma fórmula. Acredito que cada caso deve ser tratado de maneira particular. O mais importante é que as decisões sejam estratégicas e financeiras. Em geral, as empresas têm o péssimo hábito de olhar apenas dados financeiros e esquecem de fazer um planejamento estratégico para 1, 2 ou 5 anos. Decisões estritamente financeiras têm grande chance de custar mais caro para a empresa a médio e longo prazo. Quando aumentamos o preço de um produto, o cliente vai ao mercado consultar se os concorrentes estão praticando preços semelhantes. Esta consulta é uma oportunidade de entrada para as empresas que ainda não vendem neste cliente e caso ocorra a troca de fornecedor, a empresa que aumentou o preço terá um incremento em seu overhead, poderá perder poder de barganha com alguns fornecedores

Por Lia Freire

“Para 2012 o principal desafio no mercado de palatabilizantes será adequar-se ao crescente aumento internacional nos preços das matérias-primas”

Marcelo Beraldo da Costa

de matéria-prima etc. Aumentar o preço em um determinado cliente é sempre a última alternativa. Antes de partir para esta opção tentamos otimizar processos internos (logísticos e de fabricação), desenvolver mais fornecedores, apresentar soluções alternativas ao cliente, entre outros. Se com todo este trabalho ainda for necessário o aumento de preço, então procedemos tendo consciência do impacto em perder o negócio. Revista Pet Food - Qual é a tendência atual neste mercado?Marcelo - Nossos clientes estão sempre em busca das famosas variáveis: melhor e mais barato. Hoje, os fabricantes de palatabilizantes apresentam um padrão de qualidade e performance bastante evoluído e variado. A tendência atual é auxiliar nossos clientes em seu negócio através da oferta de serviço técnico, logístico, marketing etc. Os clientes desejam mais do que produto, querem informação.

Revista Pet Food - Quais os principais desafios da indústria de palatabilizantes no mercado de nutrição animal?Marcelo - Para 2012 o principal desafio será nos adequar ao crescente aumento internacional nos preços das matérias-primas, que desde janeiro de 2010 vêm em uma curva ascendente e não esperamos que reduza no próximo ano. Isto se deve ao forte consumo chinês de milho e soja; previsão de uso de aproximadamente 25% da produção de óleos e gorduras nos EUA para a fabricação de biodiesel; uso de aproximadamente 40% da produção de milho americana para a produção de etanol, além da variação climática que ocorreu em

“Hoje o mercado oferece palatabilizantes de alta qualidade e performance por um preço competitivo”, Marcelo Beraldo da Costa, da AFB International.

Page 16: CAPA ed 16.pdf 1 04/10/11 16:22 Pet Food Brasil · No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de aditivos

30 31Entrevista 1

2011, fazendo com que os estoques internacionais de milho e soja caíssem e o preço subisse ainda mais. Para 2012 devemos nos atentar em tornar os processos internos mais eficientes e baratos através do desenvolvimento de novas tecnologias, fornecedores e ingredientes de maneira que possamos suportar o incremento de preço que teremos nas matérias-primas.

Revista Pet Food - Quando os palatabilizantes começaram a ser empregados na alimentação animal? Marcelo - Os palatabilizantes começaram a ser empregados em alimentos mais sofisticados para cães e gatos na década de 70 pela Purina, nos EUA. No Brasil, começaram a ser aplicados na década de 80. O produto feito antigamente consistia em uma mera hidrólise sem grandes reações com performance baixa comparado ao que existe hoje.

Revista Pet Food - Quais os principais avanços até hoje obtidos?Marcelo - Hoje o mercado oferece palatabilizantes de alta qualidade e performance por um preço competitivo. Isto fez com que muitas empresas pudessem fazer uso deste ingrediente em seus alimentos.

Revista Pet Food - Como o Brasil está posicionado em relação ao resto do mundo, em termos de desenvolvimento de palatabilizantes?Marcelo - Os palatabilizantes usados no Brasil dispõem da mesma tecnologia que o usado no resto do mundo. Temos totais condições de desenvolver produtos, utilizando o conhecimento de um time internacional de pesquisadores. Como cada país apresenta matérias-primas com preços e disponibilidade diferentes, fazemos o uso do conhecimento para criar localmente um produto que atenda da melhor maneira possível à necessidade de cada cliente.

Revista Pet Food - Qual a projeção do futuro deste mercado?Marcelo - Como todo brasileiro, procuro ser otimista, porém tento ser mais realista do que, por exemplo, os nobres “amigos” do Governo Federal/Estadual - estou aproveitando para escrever amigos entre aspas neste momento, pois depois que aprovarem o Marco Zero da Comunicação não terei oportunidade de manifestar minha opinião. Olhando para 2012 vejo um ano de muitos desafios em função do que já comentei sobre as matérias-primas. A longo prazo a venda de palatabilizantes depende muito do tipo de alimento que o consumidor final está comprando no Brasil. Os mais nobres (caros) fazem uso de mais palatabilizantes e os menos nobres (mais baratos) menos. Desta forma, o poder de compra do brasileiro é que vai guiar o consumo. Nos últimos anos, este mercado cresceu mais de 10% ao ano em faturamento, mas para que mantenha taxas crescentes é preciso que os fabricantes de alimentos para cães e gatos tenham sua carga tributária adequada à realidade dos países em que atua. Readequar a carga tributária/fiscal para o fabricante de alimento pet não significa redução no ganho de impostos pelo Governo Federal e Estadual. Muito pelo contrário, a redução significativa de impostos aumentaria a arrecadação, pois diminuiria a sonegação existente no setor que hoje é monstruosa. Mas, será que o pessoal consegue se reeleger com este tipo de ação? Acho que não, pois temos uma “reforma” tributária em discussão desde 1996... É difícil de prever o futuro deste mercado, considerando que periodicamente recebemos notícias sobre administração incompetente e corrupta, infraestrutura precária, educação falida, etc. Desde pequeno escuto dizer que o Brasil é o país do futuro, o problema é que este futuro não chega nunca!

“Hoje, os fabricantes de alimentos entendem que cuidar das matérias-primas e do processo de fabricação é de

suma importância para a aceitação dos alimentos.”

Page 17: CAPA ed 16.pdf 1 04/10/11 16:22 Pet Food Brasil · No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de aditivos

32 33Entrevista 2

Com os esforços direcionados para o que há de mais avançado em conceitos nutricionais para cães e gatos, atuando nos setores Premium e Super Premium, a PremieR pet presente no mercado desde 1995 trabalha a partir do conceito que denominou Nutrição Ótima, o que significa alimentos produzidos com matérias-primas de alta qualidade, uso de formulação exclusiva, rígido controle de qualidade nos processos de fabricação e tecnologia de ponta. Desde o início de suas atividades, a PremieR investe em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. “Inovamos ao lançar a linha de Raças Específicas, para Ambientes Internos e fomos o primeiro a oferecer um alimento com dois sabores. Somos obcecados em oferecer o que há de melhor em alimentação para animais de estimação”, afirma Madalena Spinazzola, gerente de planejamento estratégico e marketing corporativo. Em entrevista à Revista Pet Food, a executiva fala sobre a atuação da PremieR pet, o seu posicionamento no mercado brasileiro e as projeções para os próximos anos.

Revista Pet Food - Quando a PremieR pet iniciou as atividades e qual o seu posicionamento no mercado de nutrição animal?Madalena Spinazzola - A PremieR pet é especialista em nutrição de alta qualidade para animais de estimação e está no mercado desde 1995, portanto há 16 anos oferece alimentos para cães e gatos, que aliam qualidade superior em matérias-primas, formulação exclusiva, rígido controle de qualidade em processos de produção e tecnologia de ponta. Este conjunto de características é o que a empresa chama de Nutrição Ótima.

Revista Pet Food - O que a motivou a atuar no mercado de nutrição animal?Madalena - A PremieR pet tem como missão fazer com que a relação das pessoas com seus animais de estimação seja a mais prazerosa possível, próxima, duradoura e harmoniosa. Acreditamos que somente a nutrição de alta qualidade pode proporcionar tais benefícios.

Revista Pet Food - Qual o portfólio atual da companhia?Madalena – Atuamos nos segmentos Super Premium e Premium de alimentos para cães e gatos, com produtos específicos para cada idade, estilo de vida, raça e características do pet. São mais de 100 itens, com benefícios comprovados para a saúde, beleza da pelagem e bem-estar, além de sabores diferenciados que agradam os animais de estimação mais exigentes.

Revista Pet Food - Há novos produtos apresentados pela PremieR? Madalena - Uma das mais recentes novidades foi a elaboração do produto Golden Duo, que oferece dois

Por Lia Freire

Madalena Spinazzola

sabores embalados individualmente em um único pacote, podendo ser alternados entre si. Os proprietários gostam de oferecer diferentes sabores de alimentos aos seus pets, porém toda vez que há troca de sabor, o animal tem que passar por um período de adaptação. Com a linha Golden Duo não há a necessidade desta adaptação graças a um conceito nutricional avançado e exclusivo aplicado na formulação. Oferecemos mais variedade com a mesma qualidade nutricional. São duas variações de Golden Duo (Cordeiro e Arroz & Salmão com Ervas, além do Frango a Moda Caipira & Seleção de Carnes ao Molho), ou seja, quatro sabores que podem ser alternados, misturados e oferecidos.

Revista Pet Food – Qual é a tendência de consumo neste segmento?Madalena – Há uma busca constante por alimentos específicos. Consumidores estão mais informados, interessados e preocupados em oferecer o que há de melhor, isso porque os pets deixaram de ser “coadjuvantes” na casa para se tornarem membros da família, recebendo o mesmo cuidado, atenção e dedicação que um filho. Hoje, segmentar os alimentos em linhas para adultos e filhotes não basta. Atenta as novas demandas, a PremieR pet disponibiliza uma ampla oferta ainda mais especializada. Há, por exemplo, alimentos para gatos castrados, divididos por faixas etárias (até 7 anos, de 7 a 12 anos e para acima de 12 anos) e para os cães, os alimentos são para raças específicas, respeitando as particularidades e necessidades de cada uma delas.Revista Pet Food - Qual é a estratégia de atuação adotada pela PremieR pet?Madalena - A PremieR atua somente nos segmentos Super Premium e Premium, comercializando os seus “Estamos à frente do mercado, sempre trazendo o que há de mais avançado em conceitos nutricionais

para pets”, Madalena Spinazzola, gerente de planejamento estratégico e marketing corporativo.

Presente no mercado desde 1995, a companhia atua nos setores Premium e Super Premium.

Page 18: CAPA ed 16.pdf 1 04/10/11 16:22 Pet Food Brasil · No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de aditivos

34 35Entrevista

produtos apenas no chamado canal especializado, ou seja, pet shops e clínicas veterinárias. Fabricamos produtos de altíssima qualidade, com ingredientes selecionados e formulações que garantem níveis nutricionais superiores. Mas, não adiantaria o esforço de pesquisa e produção se não contássemos com uma cadeia de distribuição profissional, eficiente e capacitada.

Revista Pet Food - Quais seriam os aspectos que diferenciam a PremieR pet da concorrência?Madalena - Somos uma empresa especialista em nutrição para pets, com uma equipe altamente qualificada, obcecada em oferecer o que há de melhor em alimentação para animais de estimação. Acreditamos que somente com foco a empresa adquire conhecimentos diferenciados e por consequência a inovação torna-se uma constante. A PremieR pet foi pioneira no lançamento das linhas Ambientes Internos (voltada para cães que vivem dentro de casa e têm necessidades nutricionais especiais) e Raças Específicas (para suprir as necessidades nutricionais de cada raça), além da última novidade: Golden Duo. Estamos à frente do mercado, sempre trazendo o que há de mais avançado em conceitos nutricionais. A PremieR pet confia tanto em seus produtos que oferece 110% de garantia em sua linha Super Premium e 100% na Premium. Isso significa que se por qualquer motivo o consumidor não estiver satisfeito com os produtos, devolvemos o valor pago nos itens Premium e no caso da Super Premium, devolvemos o valor pago mais 10%. Somente uma empresa que confia em seus produtos pode oferecer esse tipo de diferencial.

Revista Pet Food - Como a empresa está estruturada e preparada para atuar? Madalena - A PremieR pet conta com mais de 200 colaboradores atuando na Produção, Logística, Controle de Qualidade, Desenvolvimento de Produtos, RH, Suprimentos, Vendas, Marketing, Trade Marketing, Finanças, Inteligência de Mercado, Relacionamento com Cliente, Treinamento, entre outros. Há também uma equipe específica que tem conhecimento técnico necessário para atender veterinários e criadores. Destacamos que os constantes investimentos em treinamentos e capacitação fazem do time uma equipe altamente qualificada e diferenciada.

Revista Pet Food – Conte-nos sobre os estudos e pesquisas realizados pela companhia. Madalena - Na fábrica está instalado o Centro de Pesquisas PremieR, onde são feitos estudos para desenvolvimento de novos produtos, matérias-primas e processos. A equipe está sempre em contato com o que há de mais moderno no mercado, seja através de pesquisas internas de contato com Universidades ou participando de feiras e congressos internacionais. Além disso, contamos com a consultoria de uma empresa europeia que nos atualiza rapidamente sobre o que há de mais avançado em nutrição para pets.

Revista Pet Food - Quais os desafios da indústria no mercado de nutrição animal?Madalena - A indústria é responsável por liderar o crescimento do mercado, profissionalizando-o, respeitando a qualidade dos produtos e formando

profissionais cada vez mais antenados com conceitos, técnicas e conhecimentos sobre nutrição, marketing, vendas etc. Mediante este cenário, os consumidores também passam a ser mais exigentes e forma-se aí um círculo virtuoso, que beneficia a todos. Muitas empresas caem na tentação de reduzir custos, barateando a formulação ou substituindo ingredientes, o que não acontece na PremieR, já que adotamos uma formulação fixa. Uma vez selecionado um ingrediente ele permanece na formulação mesmo que seu custo aumente. Lembro que ter a formulação fixa não significa que os produtos não mudam. Acreditamos que a qualidade não é um estado e sim um processo, ou seja, sempre podemos melhorar, aprimorar através de pesquisas, de uso de novas tecnologias e processos. Somente uma empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento consegue se reinventar. Todos os produtos passam constantemente por processos de aprimoramento de qualidade. Portanto, ter e manter uma qualidade superior é um desafio permanente.

Revista Pet Food - Quais os avanços até hoje obtidos pelo mercado brasileiro? E, em particular pela PremieR pet? O que poderíamos destacar como as principais contribuições da empresa para o mercado?Madalena - O mercado brasileiro cresce a taxas elevadas e oferece produtos sofisticados e segmentados. A nossa empresa cresce a taxas mais elevadas do que estas e isto se deve aos lançamentos de produtos, ações diferenciadas nos pontos de venda e com os formadores de opinião. As inovações dinamizam o mercado, dão novo fôlego a todos os participantes da cadeia de distribuição. As ações da PremieR pet com lojistas transformaram os pontos de venda. Hoje, aplicamos as técnicas de merchandising usadas em mercados como o de

alimentação humana. O setor profissionaliza-se e o benefício é da indústria, da cadeia de distribuição e, principalmente, do consumidor. Veterinários e criadores também contam com os nossos programas de incentivo, materiais e ações específicas.

Revista Pet Food - Como a indústria brasileira de alimentação animal está posicionada quando levamos em consideração o cenário internacional?Madalena - O Brasil tem a segunda maior população de cães e gatos, ficando atrás somente dos EUA, de acordo com o levantamento da Euromonitor, e oferece uma grande variedade de produtos de alta qualidade que o coloca entre os principais mercados mundiais. Tudo isso caminha em paralelo com uma importante mudança no comportamento dos donos de animais de estimação: cada vez mais nota-se o aumento no consumo de produtos industrializados em detrimento da comida caseira, até então oferecida aos pets.

Revista Pet Food - Qual a projeção para este mercado?Madalena - Segundo a ANFALPET - Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação – o mercado já registrou até julho um crescimento em volume 7% maior do que em relação a 2010.

Revista Pet Food - A PremieR pet pretende ocupar qual posição no mercado nacional de nutrição animal nos próximos anos?Madalena - A PremieR já é referência no mercado de nutrição para pets e está entre os principais players do mercado. Buscamos consolidar e projetar cada vez mais a nossa posição e ser a principal marca para os consumidores e formadores de opinião quando o assunto for alimentação de alta qualidade para pets.

O aprimoramento, o uso de novas tecnologias e os processos diferenciados são constantes nos negócios da PremieR Pet.

Page 19: CAPA ed 16.pdf 1 04/10/11 16:22 Pet Food Brasil · No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de aditivos

36 37Em Foco 16. Classe C2: maior que R$ 950

7. Classe D: maior que R$ 600

8. Classe E: maior que R$ 400

9. Classe F: menor que R$ 200

A maior classe brasileira está na faixa C, ou seja, de

R$ 950,00 a R$ 1.400,00 de receita, demontrando qual é a

capacidade de compra da maior faixa da população. Nessa

classe é onde temos o maior mercado de alimentos para cães

e gatos, portanto, trata-se de uma informação importante

para o nosso planejamento de vendas.

Só no ano passado, quase 31 milhões de brasileiros

aumentaram a sua classificação social. Deste total, cerca

de 19 milhões saíram da D/E e engrossou a grande classe

média, a C. E perto de 12 milhões de pessoas pularam da C

para as classes de maior poder aquisitivo A/B.

DISTRIBUIÇÃO – De acordo com pesquisas, a

classe C já representava em 2010 mais da metade (53%) da

população brasileira de 191,7 milhões de pessoas. Em 2009,

a fatia da classe C era de 49% e em 2005, de 34%. Já as

classes D/E responderam em 2010 por 25% da população,

ante 35% no ano anterior e 51% em 2005. No sentido

oposto, a participação das classes A/B está aumentando.

Cinco anos atrás, elas representavam 15% da população.

Esse índice subiu para 16% em 2009 e atingiu 21% no ano

passado.

Outro resultado relevante da pesquisa é que em 2010

houve ganho de renda disponível para os brasileiros de todas

as classes sociais e especialmente para os estratos mais pobres.

A renda disponível é aquela que sobra no orçamento das

famílias depois de pagas todas as despesas e é basicamente

sinônimo de consumo para as classes sociais de menor renda.

GANHOS – Depois dos mais pobres, as classes mais

ricas, A/B, registraram a maior taxa de crescimento da

renda disponível em 2010, com aumento de 46%, de R$

680 em 2009 para R$ 991 em 2010. Já a classe média teve

o menor ganho de renda disponível no período. Em 2009, a

renda disponível da classe C era de R$ 204 e subiu para R$

243 no ano passado, com acréscimo de 19%.A visão, utilizada

pela maioria dos institutos de pesquisa, considera classes A1

e A2 (classe A), B1 e B2 (classe B), C1 e C2 (classe C), D e F.

MAS, O QUE TEM A VER ESSAS CLASSES COM

O MEU TRABALHO DE VENDAS? – Sabemos que

não há sucesso no mundo dos negócios se não atendermos

os clientes com qualidade e para que possamos ter um

planejamento estratégico adequado, temos que estar de

posse de dados de nossos clientes e assim planejar todo o

negócio. É imprescindível saber:

- Quem são meus clientes e prospects

- Qual a frequência de compra destes clientes e prospects

- Como costuma pagar, com dinheiro, cheque ou boleto

- O que agrada o cliente no PDV? Promoções, ambiente

confortável, sortimento de produtos ou exposição dos

produtos?

- Minha loja está adequada ao cliente que atendo? Está

organizada? Meus produtos têm qualidade? Tenho um bom

atendimento?

Enfim, faça uma análise de seu negócio e onde pode

melhorar. Verifique se o departamento de vendas está

adequado à categoria de clientes que possui, procure saber

qual é a classe social deles e verifique se os produtos que

vende estão adequados.

Boas vendas !

A

Saul Jorge ZeucknerDiretor Comercial Algomix/

Ki-Tal alimentos Ltda

numeroso, que embora não sofra de dificuldades, não vive

propriamente com grande margem financeira. Nota-se,

porém, que nos países do Terceiro Mundo, a classe média é

uma minoria e a baixa predomina. Desta interpretação, é

possível encontrar outras classe. De acordo com a Fundação

Getúlio Vargas a avaliação ideal seria por bens disponíveis

e não pela renda. Já o DIEESE utiliza uma classificação por

salários mínimos :

• Até1SalárioMínimo

• De1a2SaláriosMínimos

• De2a3SaláriosMínimos

• De3a5SaláriosMínimos

• De5a10SaláriosMínimos

• De10a20SaláriosMínimos

• Maisde20SaláriosMínimos

A classificação mais usada é:

1. Classe A1: inclui as famílias com renda mensal maior

que R$ 14.400

2. Classe A2: maior que R$ 8.100

3. Classe B1: maior que R$ 4.600

4. Classe B2: maior que R$ 2.300

5. Classe C1: maior que R$ 1.400

tualmente, muito se fala do aumento de renda

média da população brasileira e das classificações

socioeconômicas, nas categorias A,B,C,D e E. Isso, muitas

vezes gera dúvidas no meio empresarial e, especialmente

para nós da área de vendas. Precisamos sedimentar nossos

mercados para vender produtos adequados às diversas

categorias de clientes e com isso fazer com que as vendas

fluam normalmente. Para auxiliar os leitores decidi fazer

um apanhado do que são essas classes.

Classe social define-se como conjunto de agentes sociais

nas mesmas condições no processo de produção e que têm

afinidades políticas e ideológicas.

A partir da Idade Contemporânea, com o

desenvolvimento do sistema capitalista industrial (e mesmo

do pós-industrial), normalmente existe a noção de que as

classes sociais, em diversos países, podem ser divididas em

três níveis, dentro dos quais há subníveis. Atualmente, a

estratificação das classes sociais segue a convenção baixa,

média e alta, sendo que as duas primeiras designam o

estrato da população com pouca capacidade financeira,

tipicamente com dificuldades económicas, e a última possui

grande margem financeira.

A classe média é o estrato considerado mais comum e

As Vendas e as Classes Econômicas

Page 20: CAPA ed 16.pdf 1 04/10/11 16:22 Pet Food Brasil · No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de aditivos

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Panelis é um centro de treinamento e pesquisa

de cães e gatos dedicado ao estudo do comportamento

alimentar e provas de degustação de alimentos para

pets, também conhecidas como provas de palatabilidade.

Conta atualmente com centros na França, Estados

Unidos e Brasil, sendo este na cidade de Descalvado,

interior do estado de São Paulo.

As provas de palatabilidade são muito importantes

no desenvolvimento de um alimento pet, certif icando a

boa aceitação do produto e garantindo a satisfação dos

animais com o alimento.

O Panelis In Home, programa recentemente

desenvolvido pela empresa, é um painel formado por

voluntários donos de cães e gatos que realizam a

prova de degustação em suas casas com seus próprios

animais. Participando destas provas, o dono, sob

instrução do Panelis, passa a conhecer melhor o seu

próprio companheiro por observá-lo com mais cuidado

antes, durante e após as refeições e também colabora no

desenvolvimento de novos alimentos para seus animais

de estimação, possibilitando o oferecimento de produtos

cada vez mais saborosos e prazerosos para os animais.

Para os fabricantes de pet food o Panelis In Home

permite compreender melhor não somente as preferências

dos animais, mas também a percepção dos seus donos na

escolha do alimento.

O lançamento do Panelis In Homefoi oficializado

em um coquetel no dia 10 de setembro de 2011 durante

a FAIPET (Feira Agroindustrial e de Produtos Pet de

Descalvado).

O lançamento foi um sucesso e contou com a

presença dos participantes do programa, além do

prefeito da cidade de Descalvado, Luís Antonio Panone,

o diretor presidente da SPF do Brasil, Charles Boisson,

O

empresários do segmento, veterinários e diversos profissionais do

mundo pet, além de colaboradores do Panelis e da SPF do Brasil.

Durante a feira centenas de interessados puderam buscar

informações no stand do Panelis In Home. A procura foi grande, já

que além de conhecer melhor seus animais, os participantes também

receberão atendimento veterinário e um acompanhamento constante

do Panelis para seu animal de estimação ao longo do programa.

Em quatro dias de evento, foram realizadas 260 inscrições,

superando as expectativas iniciais e antecipando o sucesso desta

Panelis In Home: Um início de sucesso

nova metodologia para a avaliação da palatabilidade. Fabricantes de

pet food também manifestaram interesse no Panelis In Home, com

o objetivo de buscar respostas que remetem à percepção do dono

quanto ao alimento que é oferecido aos seus animais de estimação.O

Panelis acredita no sucesso do programa embasado na crescente

competitividade do mercado de pet food, o que tem exigido dos

fabricantes a busca constante por alimentos mais palatáveis que

agradem não somente os animais, mas também os proprietários de

cães e gatos.

Page 21: CAPA ed 16.pdf 1 04/10/11 16:22 Pet Food Brasil · No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de aditivos

40 41Em Foco 3

Kemin Industries, Inc. finalizou o processo de

aquisição de equipamentos, propriedades selecionadas e

muitos outros ativos da empresa American Dehydrated

Foods, Inc. (ADF). A aquisição inclui produtos hidrolisado

de fígado em pó, fígado em pó, outros produtos especiais em

pó, e a tecnologia de secagem por spray drying para uso em

rações premium e super premium.

A Kemin já tomou posse da fábrica de proteínas

de carne secada por atomização da ADF, em Verona,

Missouri, conhecida localmente como a fábrica Verona

South. A Kemin instalará um novo equipamento

em Verona South para fabricação de sua linha de

palatabilizantes premium, o PALASURANCE®. Além

disso, a Kemin vai continuar investindo nos produtos em

pós originalmente produzidos pela ADF.

A ADF continua sendo a líder mundial em fabricação e

A

A Kemin finaliza o processo de aquisição da tecnologia de secagem por spray drying e de ativos selecionados da American Dehydrated Foods, Inc

venda de ovos em pó e produtos de frango em pó de para

a indústria de petfood premium e super premium. A ADF

continua operando como proprietária suas instalaçãoes em

Verona North, em Verona e Social Circle em Geórgia.

“Além de ampliar o nosso portfólio, adicionando produtos

à base de proteína de carne, esta aquisição centraliza a

fabricação e distribuição do PALASURANCE® - e isso

nos permite fornecer aos fabricantes de rações a melhor

tecnologia em palatabilizantes e o melhor desempenho

disponível”, disse Giuseppe Abrate, presidente da Kemin

Nutrisurance, departamento de petfood das Kemin Industries.

“Há muito tempo estamos impressionados com a ADF e

seu funcionamento e estamos honrados em receber seus

funcionários da fábrica de Verona South na família Kemin.”

“Estamos confiantes de que os funcionários de Verona

South irão prosperar dentro da estratégia de crescimento

global da Kemin”, disse Kurt Hellweg, presidente e CEO

da American Dehydrated Food, Inc. “Depois da venda, a

ADF continuará a produzir as suas linhas restantes de

proteínas e gorduras de alta qualidade para nossos clientes

da indústria de petfood.”

A Kemin, que já é líder mundial com os antioxidantes

para petfood, está expandindo rapidamente sua produção de

palatabilizantes, e essa aquisição é parte do plano mundial

de expansão da Kemin. Com a aquisição da fábrica de

Verona South, a Kemin aumenta a sua capacidade global

como fabricante de palatabilizantes. A Kemin abriu, no ano

passado, uma nova fábrica de última geração de produção de

palatabilizantes, em Veronella, na Itália, e em 2008, obteve

participação majoritária na Nord Palatabilizantes do Brasil.

A empresa também está expandindo sua matriz em

Des Moines, Iowa, investindo $30 milhões de dólares em

produção, pesquisas e instalações corporativas. Atualmente

a Kemin está buscando oportunidades de expansão na

Bélgica, China, Índia, Rússia e na África do Sul.

“Este investimento é um dentre muitos outros que

estamos fazendo em nome do nosso compromisso com

milhões de proprietários de animais de companhia e

estimação que se preocupam com a qualidade de vida de seus

animais”, disse Chris Nelson, presidente e CEO da Kemin

Industries. “Nossos planos de expansão e de investimentos

globais são parte de nossa visão para melhorar a qualidade de

vida das pessoas e animais do mundo inteiro.”

Kemin - Inspired Molecular Solutions

Fundada em 1961, a Kemin Industries está comemorando

seu 50º aniversário como fornecedora de “Soluções

Moleculares Inspiradas”, especialmente desenvolvidas para

fornecer nutrição e saúde para humanos e animais. A Kemin

fabrica e distribui para o mundo todo, aproximadamente

500 ingredientes especiais para indústrias de alimentos, e

também para os mercados de saúde, nutrição e beleza. Os

ingredientes da Kemin impactam positivamente mais de 1

bilhão e 400 milhões de pessoas por dia.

A Kemin, uma empresa privada, global e que tem sua

matriz em Des Moines, Iowa (USA), alcançou um crescimento

de mais de dois dígitos nos últimos anos. A empresa tem mais

de 1.300 funcionários e opera em 60 países, com fábricas na

Bélgica, no Brasil, na China, na Índia, na Itália, em Cingapura,

na África do Sul e nos Estados Unidos.

American Dehydrated Foods, Inc.

A ADF é líder mundial na fabricação, comercialização

e distribuição de proteínas de alta digestibilidade e energia

metabolizável para a indústria de petfood premium e super-

premium. Desde a sua criação, a ADF tem sido a líder de

mercado na indústria de ingredientes de petfood, oferecendo

produtos inovadores e únicos, e atualmente tem uma gama

de ingredientes de alta qualidade para petfood em seis linhas

de produtos em pó por spray drying.

Para mais informações, contate:

Letícia Zaniolo: [email protected]

Gisele Neri: [email protected]

A Kemin já tomou posse dos ativos adquiridos

Page 22: CAPA ed 16.pdf 1 04/10/11 16:22 Pet Food Brasil · No Paraguai, os trabalhos começaram com a linha de aditivos probióticos para bovinos e agora já envolvem também a linha de aditivos

42 43

Martelos de Moinho com Revestimento Antidesgaste – TUNGSTÊNIO

Em Foco 4

Tecnologia de aplicação de carboneto de tungstênio

– WC para a ponta de martelos não é nova, mas a localização

exata e distribuição das partículas de tungstênio durante

o processo de fabricação é novo, e só pode ser feito usando

equipamento especial e ter o know-how técnico.

A tecnologia de aplicação de Carbeto de Tungstênio

(partículas de 1,0 á 2,0mm) para solicitações aos desgastes,

principalmente a abrasão é feita com equipamento especifico,

desenvolvido pelas empresas que necessitam e não são

encontrados no mercado, pois cada empresa o desenvolve para

a aplicação de sua necessidade.

Encontramos no mercado, alguns equipamentos que

fazem uma aplicação básica, sem resultados expressivos

para as diversas necessidades. A adaptação e os testes levam

ao aprimoramento e ótimos resultados na busca do custo x

beneficio para cada peça e situação de processo.

Recomendamos aos responsáveis, gerentes de fábricas de ração

e responsáveis pelos equipamentos (moinhos) que procuram o

menor custo por tonelada.

Essa tecnologia de aplicação é indispensável no presente e

futuro das empresas que se preocupam com economia e maior

produtividade.

Esse tipo de aplicação prolonga a vida útil do Martelo de

até 500% maior do que os tratados termicamente (cementação);

dependendo do grau de agressividade do processo e do

equipamento utilizado (moinho).

VANTAGENS DA TECNOLOGIA

- Ganho de produção com maior durabilidade dos martelos,

mantendo as medidas originais, alcançando ganhos de até 500%

dependendo dos processos de moagem e rotações utilizados.

- Menos parada de Máquinas (Setup), para troca dos Martelos,

ocasionando a redução de custos de parada de Manutenção.

- Redução de acidentes por quebra de martelos (muito comum

no processo com martelos cementados) pois o material base

permanece com suas características e a dureza fica restrita

apenas as partes solicitadas (cantos e bordas).

- Redução de gastos com energia elétrica, pois com os

martelos permanecendo com as medidas originais, mantém as

amperagens dos motores do moinho menores e constantes por

mais tempo.

- Reduzindo os desgastes dos martelos, conseqüentemente

reduziremos as diferenças de pesos e manteremos o

balanceamento do conjunto (rotor) por um tempo muito maior,

gerando economias e eliminando trocas desnecessárias de

eixos, mancais, rolamentos e outros.

A

Engº Nélio Gaioto Filho - Engenharia de Vendas e Aplicação.Responsável técnico e comercial das empresas “MARTEC” e “MARFUROS”.

Formado em Engenharia Mecânica e Produção pela Faculdade de Ciências Aplicadas – FEI – São Bernardo do Campo/SP.

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44 45Em Foco 5

2ª edição da Expo Pet Food

êxito obtido na primeira edição do evento,

realizado em março de 2011 em São Paulo, e que

contou com a participação dos principais players

do mercado foi um importante aval para que a feira

entrasse def initivamente para o calendário de eventos

do segmento pet food. Tanto que a edição 2012 já está

confirmada. A organizadora da feira, Editora Stilo,

anuncia a data e local da segunda edição, que acontecerá

entre os dias 08 e 09 de maio de 2012, no Espaço Frei

Caneca de Convenções, em São Paulo (SP).

A sete meses do evento, cerca de 90% dos stands já

estão reservados, tendo um aumento de 15% no número

de expositores.

A 2ª Expo Pet Food acontece juntamente com a 7ª

Fenagra – feira que reúne empresas do setor de graxaria

e os responsáveis por fornecer matérias-primas para

a indústria de ração animal, cosméticos, produtos de

higiene e limpeza, para o mercado de combustíveis

alternativos, entre outros.

Novamente, em paralelo às feiras serão promovidos

Congressos e Simpósios, ressaltando o caráter técnico

do evento. O 11º Congresso Internacional de Graxarias,

do SINCOBESP – Sindicato Nacional dos Coletores e

Beneficiadores de SubProdutos de Origem Animal –

terá o apoio e a colaboração na edição 2012, da ABRA

- Associação de Reciclagem Animal. Mais uma vez,

o evento se destaca pelo seu alcance internacional,

reunindo empresas de países como: Itália, Argentina,

Chile, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, Peru,

Venezuela e USA. Também serão realizados o IV

Congresso e XI Simpósio sobre Nutrição de Animais

de Estimação, estes dois últimos de responsabilidade do

CBNA – Colégio Brasileiro de Nutrição Animal - que

abordarão as últimas tendências do setor pet food.

O caráter técnico das feiras, a qualif icação dos

visitantes e a união de dois mercados tão complementares

quanto o de pet food e graxaria despontam como

determinantes para o êxito e a consagração dos eventos.

Mais informações poderão ser obtidas através do

site: www.editorastilo.com.br

O

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46 47Segurança Alimentar

1. introdução

Ficotoxinas são potentes compostos orgânicos

produzidos por microrganismos dinoflagelados,

f lagelados, fitoplancton (ou microalgas) e em especial

por cianobactérias, que habitam ambientes marinhos,

salobra ou de água doce. Os dinoflagelados constituem a

Segurança na qualidade de alimentos para pets

Contaminantes Biológicosparte 14

base alimentar dos moluscos bivalves (ostras, mexilhões e

coquiles), que, por sua vez, são filtradores e concentram as

toxinas produzidas por microalgas em seus tecidos.

Ficotoxinas podem se acumular nas glândulas

digestivas desses moluscos bivalves sem causar qualquer

efeito tóxico sobre eles. No entanto, quando os animais e/

ou seres humanos consomem uma quantidade suficiente de

frutos do mar contaminados, a intoxicação ocorre - Figura

1 (Campas et al., 2007).

Os peixes também podem ser alvos das ficotoxinas.

O dinoflagelado Gambierdiscus toxicus é associado à

intoxicação do peixe pela produção de ficotoxinas que

interferem na homeostase de íons cálcio para as células.

A ingestão de peixes com contaminação expressiva da

ficotoxina pode provocar sintomas como: diarreia, vômitos,

náuseas, dor abdominal, dormência e formigamento na

boca, mãos e pés, cãibras, cegueira temporária, dores

articulares, cianose, depressão, ansiedade, hipotensão,

bradicardia, ataxia e paralisia (Oliveira et al., 2010).

Contudo, em se tratando das toxinas destes

organismos, o maior risco pode estar em contaminações

crônicas que podem afetar tanto animais de estimação,

com a ingestão de ração contendo ingredientes que possam

estar contaminados com ficotoxinas, quanto para os seres

humanos, com a ingestão de frutos do mar e seus derivados.

Em estudos no LABMICO foi verificado que entre 46

rações para cães de diferentes marcas analisadas, 8 (17%)

amostras continham na sua composição farinha de peixe.

Já entre 19 rações para gatos analisadas, 8 (42%) amostras

apresentaram este ingrediente. Além disso, farinhas de

peixe e de algas marinhas também foram encontradas

relatadas nas embalagens de rações para peixes. Em rações

úmidas provenientes do Canadápara cães e gatos, foram

encontradas marcas que apresentavam nos ingredientes

74% de peixe (atum, bacalhau, salmão, e/ou truta) e camarão.

Em alguns produtos foram adicionados conservantes e em

outros não (de Souza Koerich e Scussel, 2010; de Souza

Koerich et al, 2011).

A importância do conhecimento e controle da

contaminação de alimentos com f icotoxinas (e outros

Figura 1. Ingredientes – frutos do mar, e alimentos secos contendo farinha de peixe que podem apresentar contaminação com ficotoxinas.

contaminantes) se deve ao fato de que para pets, a ração

é fornecida diariamente. Portanto, não tendo variedade

do alimento, a exposição se torna mais constante e

intensa com possível surgimento dos sintomas em

tempo mais curto.

Figura 2. Embalagens de rações para gatos a base de peixe - lista de ingredientes.

2. Estruturas químiCas E ClassifiCação dos EnvEnEnamEntos por fiCotoxinas

São compostos químicos altamente polares e solúveis

em lipídios e/ou água. Apresentam estruturas químicas

bastante variáveis (Figura 3). São compostos químicos

altamente polares e solúveis em água com estruturas

como mostrado na Figura 3.

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48 49Segurança Alimentar

Figura 3. Estrutura química das toxinas marinhas.

Figura 4. Dinophysis e Gymnodium causadores de PSP e DSP em sedimento de águas da região da Galícia na Espanha.

Ácido Domóico Tetrodoxina

Saxitoxina

Brevetoxina(PbTx-3)

Ácido Ocadóico

As f icotoxinas que podem chegar aos animais e ao

homem através de ingestão de mariscos contaminados

são divididas em 5 grupos: (a) envenenamento

paralisante (PSP - paralytic shellf ish poisoning), (b)

envenenamento diarréico (DSP - diarrhetic shellf ish

poisoning), (c) envenenamento amnésico (ASP -

amnesic shellf ish poisoning), (d) envenenamento

neurotóxico (NSP - neurotoxic shellf ish poisoning) e (e)

CFP (Ciguatera f ish poisoning). A Tabela 1 sumariza

as toxinas por Tipo de envenamento e tempo para

surgirem os primeiros sintomas no consumidor.

3. sintomas E mECanismo dE ação

A intoxicação por f icotoxinas tem sido

majoritariamente atribuída a ingestão de bivalves

contaminados. Os sintomas se apresentam de minutos

a horas após o consumo do alimento contaminado.

Dependendo do quadro, a sintomatologia pode ser:

Leve: os primeiros sintomas são formigamento/

dormência (inchaço, coceiras ou ardor) na boca

e ao redor da língua e face. Estes sintomas estão

presentes na totalidade dos casos, sendo que, cefaléia,

tonturas, náuseas e vômitos também podem ocorrer.

Sintomas gastrointestinais são raros. Moderada: ao

aumentar a intoxicação, o formigamento/dormência

progride na musculatura dos membros. São comuns as

manifestações do cerebelo, do tipo ataxia (condição de

falta de coordenação dos movimentos podendo afetar

a força muscular e o equilíbrio do animal), como a

falta de coordenação motora e/ou dismetria (erro na

medida de movimentos) e hipertensão. Severa: nas

formas mais graves de intoxicação ocorrem paralisias

musculares intensas e difusas, com dif iculdade

respiratória importante, sensação de falta de ar e risco

de morte iminente, acompanhadas desde o começo de

acidez láctica. São raras às vezes em que a consciência

é comprometida. Quando acontece, a morte é causada

por insuficiência respiratória. Nestes casos, a evolução

é muito rápida, ocorrendo morte entre 2 e 24 horas (em

média 8 horas) após a ingestão dependendo do Tipo de

toxina contaminante. A Tabela 2 apresenta os principais

organismos produtores para algumas toxinas.

4. téCniCas analítiCas dE dEtErminação

Entre as técnicas análiticas utilizadas para a

detecção de f icotoxinas, a cromatograf ia mais ef icaz

e sensível é a líquida acoplada com espectrometria

de massa (LC-MS/MS). Este método permite a

quantif icação e detectação até de picogramas de toxinas

de diversas matrizes complexas, incluindo água, tecidos

de mariscos e células de f itoplâncton. Por isso, é o

método de escolha na estratégia de monitoramento

de toxinas lipofílicas de acordo com a comunidade

européia (EU, 2010).

5. mEdidas dE ControlE E prEvEnção da Contaminação por fiCotoxinas

A detecção da toxina deve ser feita diretamente

na carne do organismo, já que os níveis determinados

na água marinha não correspondem aos encontrados

nos tecidos. O controle efetivo é realizado antes que os

alimentos sejam comercializados.

Se houver diagnóstico de intoxicação alimentar

DSP: diarrhetic shellfish poisoning; PSP: paralytic shellfish poisoning; ASP: amnesic shellfish poisoning; NSP: neurotoxic shellfish poisoning; CFP: Ciguatera fish poisoning * a Tabela 2 apresenta mais detalhes ** cães e suinos são extremamente sensíveis a exposição de

neurotoxinas por via oral *** morte em 6 hs após ingestão

Tabela 1 - Principais ficotoxinas de peixes e mariscos, ingestão, efeitos tóxicos no consumidor e resistência a temperatura

TEMPERATURA

Termo estável

Termo estávelTermo estável

Termo estável

Termo estável

SOLUBILIDADE

Hidrossolúvel

LipossolúvelHidrossolúvel

Lipossolúvel

Lipossolúvel

SINTOMASMin15

3015

30

5

Horas10

1-2

3

30

EFEITOS TÓXICOS

Neurológicos: formigamento e dormência da face, braços e pernas, queimação, torpor, sonolência,

fala incoerente, ausência de coordenação muscular, sensação de flutuação e paralisia respiratória

Náuseas, vômitos, dor abdominalGastrointestinais (náuseas, vômitos, diarréia e cólicas

abdominais); neurológicos (perda de memória)Fenômeno de reversão de temperatura quente e

fria, formigamento, câimbras, hipotensão, arritmias, convulsões, paralisia e coma **

Diarréia, náuseas, vômitos, dor abdominal, dormência e formigamento na boca, mãos e pés,

fenômeno de reversão de temperatura quente e fria, cãibras, cegueira temporária, depressão, ansiedade,

hipotensão, ataxia, braquicardia e paralisia***

TOXINAS

PSP (saxitoxina)

DSP (ácido ocadáico)ASP(ácido domóico)

NSP(brevetoxina)

CFP(tetrodotoxina)

INGESTÃO*

Mariscos*

Mariscos*Mariscos*

Peixes*

DSP: diarrhetic shellfish poisoning; PSP: paralytic shellfish poisoning; ASP: amnesic shellfish poisoning; NSP: neurotoxic shellfish poisoning; CFP: Ciguatera fish poisoning

Tabela 2. Principais organismos produtores e infectados pelas diferentes ficotoxinas

Moluscos, carangueijos, bacalhaus, gastrópodes, arenques, lagostas, cavalas, mexilhões, ostras, peixes baiacu, salmões, vieiras, estrela-do-mar, baleias e búzios.

Mariscos, mexilhões, ostras e vieiras

Anchovas, mariscos, carangueijos, gastrópodes, lagostas, cavalas, mexilhões, ostras e vieiras.

Mexilhões, ostras, atum e búzios.

Peixes: dardo, cavalas, moréias, barracudas, espada, tainha, garoupa, atum. Carangueijos,

caracóis marinhos e camarões.

ORGANISMOS INFECTADOSORGANISMOS PRODUTORES

Alexandrium andersonii, A. catenella, A.cohorticula, A. fraterculus, A. fundyense, A.minutum (ou A. excavata), A. tamarensis,

Aphanazomenon flos-aquae, Gymnodiniumcatenatum, Pyrodinium bahamense,Spondylus butler, Zosimous acnus

Dinophysis acuminata, D. acuta; D.caudata, D. ortii, D. hastata, D. mitra, D.norvegica, D.

rotundata, D. sacculus, D. tripos, Gonyaulax polyhedra, Phalacroma rotundatum, Protoceratium reticulatum,

Protoperidinium oceanicum, P. pellucidum, Prorocentrum arenarium, P.belizeanum, P. concavum (ou P. maculosum), P. lima, P. redfieldi

Alsidium corallinum, Amphora coffaeformis,Chondria armata, C. baileyana, Nitzschia

navis-varingica, Pseudo-nitzschia australis,P. fraudulenta, P. multiseries, P. multistriata,

P. pseudodelicatissima, P. pungens, P. seriata, P. turgidulaChattonella antiqua, C. marina,

Fibrocapsa japonica, Gymnodinium breve(or Ptychodiscus breve), Heterosigma

akashiwo, RaphidophyceaeGymnodinium sangieneum, G. polyedra, Gambierdiscus toxicus,

Ostreopsislenticularis, Prorocentrum concavum,

P. mexicanum, P. rhathytum

TOXINAS

PSP(saxitoxina)

DSP(ácido ocadáico)

ASP(ácido domóico)

NSP(brevetoxina)

CFP(tetrodotoxina)

(no caso do ser humano), notif icação deve ser feita

com urgência as autoridades sanitárias para realizar

os procedimentos necessários de retirada do alimento

do mercado, evitando a intoxicação de mais pessoas.

Como medida preventiva, é necessário intensif icar

o sistema de vigilância que, a princípio de forma

rotineira, realize análises das águas marinhas coletadas

em pontos pré-determinados e com frequência pré-

estabelecida para identif icar espécies e concentrações

celulares potencialmente tóxicas. Quando os

resultados das análises indicam índices perigosos e/

ou que as circunstâncias ecológicas são favoráveis ao

desenvolvimento de dinof lagelados tóxicos, se deve

f icar alerta, multiplicando os pontos de amostragem

e elevando a frequência das coletas, para evidenciar o

possível aumento da sua densidade (Figura 4). A rapidez

na execução deste plano e a agilidade na comunicação

dos resultados garantem a defesa adequada da saúde

pública, até que sejam adotadas medidas de controle

mais ef icazes.

Algumas medidas preventivas devem ser seguidas para

evitar contaminação de pet food levando a intoxicações por

ficotoxinas: (a) evitar utilização de peixes e outros mariscos

de locais onde há concentração ou crescimento excessivo

de algas; (b) não usar frutos do mar aplicados como iscas;

(c) quando o organismo do animal estiver debilitado, em

geral, deve-se evitar a ingestão de alimentos contendo

peixe e/ou mariscos, lembrando que as toxinas marinhas

não são destruídas pelo calor; (d) o controle de qualidade

da empresa deve estar atento à qualidade da matéria prima

que chega na indústria de pet food (e) as autoridades locais

devem monitorar o crescimento de dinoflagelados e evitar

ou proibir a pesca nos períodos de risco; (f) a vigilância

sanitária deve monitorar as áreas de risco e a vigilância

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50 51Segurança Alimentar

epidemiológica fornecer suporte para a investigação de

casos e identificação das causas (CVE, 2003).

Para rações animais, a conscientização do risco

possibilitaria a redução das f icotoxinas por meio de

ações como as análises das rações em laboratório e/

ou exigir uma certif icação de segurança, comprovando

que os ingredientes, especialmente a base de peixe

não estejam contaminados (Figura 5). O controle da

qualidade e segurança dos produtos é importante

como medida preventiva a f im de impedir a inclusão

de contaminantes alimentares provenientes dos

ingredientes nos pet foods.

6. EfEitos do proCEssamEnto

Alguns estudos têm investigado a inf luência do

cozimento sobre as ficotoxinas. O cozimento a vapor

de mexilhões (Mytilus edulis) contaminados com ácido

domóico teve um efeito mínimo sobre o resultado da

análise de tecido inteiro mexilhão. O enlatamento

resultou em uma redução significativa da toxicidade

PSP em mexilhões naturalmente contaminado (M.

Figura 5. Embalagens de rações para cães a base de peixe (Canadá) – sem utilização de aditivos e/ou conservantes.

galloprovincialis). Pesquisadores avaliaram quatro

métodos para diminuir os níveis de toxinas marinhas em

mexilhões, vieiras e berbigão: evisceração, congelamento,

ozonização e processamento térmico. Os resultados

mostraram que para ASP uma diminuição significativa

dos níveis de toxinas abaixo do limite legal (20 mg / g)

foi obtido por ablação de hepatopâncreas ou combinação

de passos simples (evisceração e/ou processamento

térmico e/ou congelamento). Os níveis de toxina PSP

foram reduzidos abaixo do limite de detecção (35 mg

STX eq/100g) após processamento térmico, induzindo

percentagens de desintoxicação superior a 50%. O

efeito do congelamento sobre os níveis de PSP foi muito

dependente da matriz estudada. Já as toxinas DSP não

foram significativamente reduzidos com nenhum destes

métodos. Os autores ainda esterilizaram mexilhões a

121°C, conforme as recomendações da EFSA (2008),

porém, nenhum efeito sobre as DSP foi observado (Vieites

et al., 1999; McCarron; Hess, 2006; Reboreda et al.,2010),

Importante enfatizar a necessidade de um cuidado

maior na inclusão de farinha de peixe/frutos do mar em

pet food secos (Figura 1). Esse ingrediente é produzido

a partir de resíduos marinhos (vísceras, ossos e partes

de descarte do músculo de pescado / mariscos / ostras)

podendo carrear contaminantes, incluindo as ficotoxinas.

Portanto, cuidado deve ser tomado na seleção tanto da

farinha de peixe quando das matérias primas de mesma

origem. Observar que quando surtos ocorrem e alimentos

(frutos do mar) para consumo humano são proibidos

(pela Vigilância Sanitária) de serem capturados e/ou

comercializados devido a contaminação – eles poderão

ser direcionados para a alimentação animal e aí é que a

situação poderá se complicar para a saúde dos pets.

rEfErênCias rEComEndadas para lEitura • CAMPAS, M.; PRIETO-SIMON, B.; MARTY, J.L.

Review: Biosensors to detect marine toxins: Assessing seafood

safety. Talanta, v. 72, p. 884–895, 2007.

• CAMPAS, M.; PRIETO-SIMON, B.; MARTY, J.L.

Review: Biosensors to detect marine toxins: Assessing seafood

safety. Talanta, v. 72, p. 884–895, 2007.

• DE SOUZA KOERICH, K; SCUSSEL V. M. Main

pathologies and neoplasias reported in pet hospitals and their

relation to food contaminants. In: SCUSSEL, VM; NONES,

J; DE SOUZA KOERICH, K; SANTANA, FCDEO;

BEBER, M; NEVES, LSD’E; MANFIO, D. Pet Food

International Conference on Quality and Safety Florianopolis,

25 – 28 Outbro, TLK-petfood 009, 2010.

• EFSA, 2008. Opinion of the scientific panel on contaminants

in the food chain on a request from the European Commission

on marine biotoxins in shellfish-okadaic acid and analogues.

The EFSA Journal 589, 1–62.

• EU – European Union. Harmonized standard operating

procedure for determination of lipophilic marine biotoxins in

mollusks by LC-MS/MS, 2010. Disponível em: <http://www.

aesan.msps.es/en/CRLMB/web/home.shtml>

• OLIVEIRA, M. M.; SILVA, M. V. F.; BASTOS, J. C.;

NEVES, M. H. C. B.Toxins of yanobacteria and microalgae:

a challenge for aquatic ecotoxicology. Boletim do Observatório

Ambiental Alberto Ribeiro Lamego, v. 4, p. 57-80, 2010.

• CVE - CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA.

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Manual

das doenças transmitidas por alimentos: Toxinas de frutos

do mar e pescados. Produzido pelo Centro de Divisão de

Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, São Paulo,

2003. Disponível em: <http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/

hidrica/Frutos_mar.htm>.

• MCCARRON, P., HESS, P. Tissue distribution and effects

of heat treatments on the content of domoic acid in blue mussels,

Mytilus edulis. Toxicon, 2006, 47, 473–479.

• REBOREDA, A., LAGO, J., CHAPELA, M.J., VIEITES,

J.M., BOTANA, L.M., ALFONSO, A., CABADO, A.G.

Decrease of marine toxin content in bivalves by industrial

processes. Toxicon, 2010, v.55, p.235–243.

• VIEITES, J.M., BOTANA, L.M., VIEYTES, M.R.,

LEIRA, F.J. Canning process that diminishes paralytic

shellfish poison in naturally contaminated mussels (Mytilus

galloprovincialis). J. Food Protect, 1999, v.62, p.515–519.

No próximo exemplar serão abordados outros

Grupos de compostos que podem contaminar pet foods.

Os agrotóxicos. Isso pode ocorrer quando da utilização

de ingredientes contendo níveis elevados de fungicidas,

inseticidas e/ou acaricidas aplicados no campo e/ou

na armazenagem dos ingredientes vegetais ou serem

transferidos para os tecidos animais de corte utilizados na

indústria de pet food.

Profa. Vildes M Scussel, Janaina Nones, Geovana Savi,

Karina Koerich de Souza, Karina M. Tonon, Daniel Manfio.

Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes

Alimentares - LABMICO, www.labmico.ufsc.br Depto de

Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências

Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina,

Florianópolis, SC – Brasil.

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52 53

Processo de Extrusãofibras

CLAUDIO MATHIASANDRITZ FEED & BIOFUEL

EXTRUSION DIVISION [email protected]

[email protected]

Pet Food Online

Continuação na próxima edição

s condições de crescimento, propriedades

de moagem e a variedade do trigo fará com que o

teor de amido no farelo de trigo possa variar entre

16 a 40%. E quando o nível do amido se aproxima

do limite superior desta escala, o farelo de trigo

poderá ser incorporado entre 18 a 20% dos níveis

totais de amido na fórmula sem efeitos ruins para o

processo.

continuação

A Os alimentos com calorias reduzidas para

pet food com o objetivo de atender as dietas de

animais obesos ou inativos estão se tornando cada

vez mais comuns no mercado. Estas dietas podem

conter níveis signif icativos de celulose e hemi

celulose. Raramente as condições do processo de

extrusão afetarão de maneira grave o suf iciente

a digestibilidade aparente da f ibra dietética.

No entanto, os ingredientes f ibrosos possuem

densidades e propriedades de hidratação bem

diferentes a partir de ingredientes tradicionais e

requerem conf igurações diferentes das extrusoras

e as condições de processamento.

Embora os efeitos de gelatinização por

extrusão sobre o teor de f ibra alimentar tem sido

estudadas, houve, no entanto e foram muito poucos

dados publicados sobre o impacto do processo de

extrusão sobre as propriedades f isiológicas das

f ibras alimentares. A gelatinização no processo

de extrusão do trigo tem solubilizado f ibras

dietéticas e aumento de sua disponibilidade para a

fermentação.

Quando o farelo de trigo foi extrusado,

o conteúdo de f ibra solúvel foi aumentado

signif icativamente. SEM (varredura eletrônica

microscopica) observações indicaram que as

paredes celulares de produtos extrusados foram

mais f inas e sua superfície mais àspera do que a

matéria prima. Estes estudos iniciais indicam que

a gelatinização do processo de extrusão do farelo

de trigo e outros produtos f ibrosos é ef icaz na

melhoria de disponibilidade de f ibras dietéticas

(Aoe, 1989).

A extrusão de f ibras tem sido realizada sob

condições de extrusão intensas o suf iciente para

efetivamente hidrolisá-la em seus componentes

individuais. Celulose e hemi celulose foram

hidrolisadas nos seus mono sacarídes sob baixo

pH, altas temperaturas e extrusão de alta pressão.

No entanto, a gelatinização por processo de

extrusão utilizado na maioria das aplicações de

processamento alimentar mostra apenas efeitos

menores sobre a digestibilidade aparente da f ibra

dietética.

Continuaremos na proxima edição.....

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54 55Pet Market

Limma JúniorDiretor da Nutridani Alimentos

Uma grande lembrança

inha esposa e eu estamos na onda de nos

alimentarmos de forma saudável. Cortamos do nosso

cardápio grande parte do óleo do bife (quem nunca passou

pão francês naquele óleo que fica na panela logo após

fritar o bife). Usamos apenas o necessário para fritá-lo.

Parei de comer aquela gordurinha da carne e eliminamos

a fritura. Para mim foi uma ação radical, mas concordei

plenamente com a idéia.

Sempre fui adepto da alimentação errada e fora de hora.

Desde a faculdade, longe dos pais, virei um fã das comidas

gordurosas. Mas tudo bem, os lindos olhos da minha esposa

me convenceram a mudar. Mas, há alguns dias, ela inventou

de comprar arroz integral. Na verdade, era um mix de

arroz integral, com triticale, arroz selvagem e outros itens.

Fizemos e não gostamos. No prato, junto com o feijão e

alface, a imagem fez lembrar-me do arroz especial para cães

que minha mãe comprava, há 15 anos, e fazia com polenta

para dar para os nossos cachorros do sítio.

Contei esse pequeno episódio para ilustrar o avanço

que a indústria petfood conseguiu alcançar nos últimos

anos. Há 15 anos, não havia tanta variedade de rações.

Os cães eram alimentados com sobras do almoço e

janta, ou então, comprava-se aquele arroz especial, que

era barato. Na verdade, a relação que as pessoas tinham

com seus animais era muito diferente. Os cães eram

apenas o protetor da casa.

Atualmente, a variedade de produtos para o setor

tornou-se tão vasta e completa, que comprar uma ração

para o seu cão deixou de ser uma tarefa fácil. As lojas

possuem, a cada dia, uma relação maior de produtos

destinados para os animais de estimação. E a escolha não

pode ser feita simplesmente pela cor ou preço.

Alimentar os cães com restos do almoço ou

com aqueles produtos que minha mãe comprava no

M supermercado, aos poucos, está virando um costume

do passado. A mudança de simples cão de guarda para

membro da família, com lugar cativo na casa, faz com

que as pessoas se preocupem mais com os produtos

comprados para seus cães.

Investigar a fundo os níveis energéticos da ração virou

rotina obrigatória para grande parte das pessoas que

possuem animais de estimação em casa. E essa procura

pela alimentação perfeita obriga a indústria a buscar

novas opções de produtos que satisfaçam os clientes.

Quer um exemplo: se seu cão está acima do peso

indicado para a raça, vá até uma casa agropecuária ou

pet shop e explique a situação para algum vendedor.

Ele vai te indicar alguma ração para cães obesos.

Seu cachorro passa a maior parte do tempo deitado,

sem vontade de correr ou brincar, o problema pode

ser resolvido com uma ração específ ica para dar mais

energia. E assim você pode encontrar todos os tipos de

produtos para o seu melhor amigo.

Essa é a nova realidade. Novos produtos para

atender a demanda que não pára de crescer. Cada vez

mais veremos novidades e rações específicas para

determinadas situações e raças.

E aliado a tudo isso, a indústria busca trazer para o

mercado ração de qualidade com preços mais acessíveis. Os

investimentos em processos mais eficazes e que reduzam o

custo de produção são constantes. Esse panorama acontece

por conta do acirramento da concorrência. Mais empresas

são criadas e querem a sua fatia de mercado. Ou seja, o

espaço no ponto de venda está cada vez menor, devido ao

surgimento de novos produtos.

E quem ganha com isso? Os consumidores. Essa

batalha faz com que os produtos estejam cada vez

melhores e com preços mais acessíveis.

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56 57

1 introdução

Ao longo dos anos, durante o processo de

domesticação dos cães criou-se uma interação social

de forte grau de envolvimento e afeto. Esses animais,

que antes tinham uma função utilitária, como caça ou

guarda; atualmente são considerados “membros da

família”.

Desse modo, os consumidores estão cada vez mais

atentos e informados quanto aos produtos oferecidos

aos seus animais, priorizando a qualidade de vida e o

bem estar dos mesmos, deixando em segundo plano o

custo que isso pode lhes acarretar.

A maioria dos pacientes enfermos apresenta

aumento da exigência nutricional devido ao

hipermetabolismo, o qual é geralmente acompanhado

por anorexia, inapetência ou alguma deficiência

na ingestão, digestão ou absorção de nutrientes,

Caderno Técnico 1

Suporte Nutricional Hospitalar em Animais de Companhia

dependendo da afecção primária (Torrance, 1996).

Uma conseqüente desnutrição causa comprometimento

funcional em diversos órgãos e sistemas (Allen, 1992;

Lewis et al., 1994; Tennant, 1996), tais como queda

de imunidade e comprometimento dos mecanismos

de defesa orgânicos, perda de massa muscular, de

redução das chances de recuperação ou aumento no

período de convalescença, menor tolerância à terapia

antineoplásica, entre outros (Allen, 1992; Lewis et al.,

1994).

Assim, além de uma dieta balanceada e rica

principalmente em aminoácidos, carboidratos

e lipídios, com objetivo de fornecer energia aos

pacientes; deve-se atentar para o fato de que

estes nutrientes apresentem alta digestibilidade e

estejam prontamente disponíveis para seu melhor

aproveitamento.

Esses nutrientes, no caso de animais

hospitalizados, geralmente são fornecidos por um

suporte nutricional, através de tubos ou sondas

localizados em alguma parte do trato digestivo, no

caso da nutrição enteral; ou pela via endovenosa,

quando utilizar a nutrição parenteral.

Diante do crescimento da linha pet no Brasil

e no mundo, as empresas estão atentas também

às necessidades da Nutrição Clínica Veterinária,

buscando vantagens em dietas de formulação

específica, com ingredientes de alta qualidade

para casos que exigem maior atenção, além da sua

esterilidade e praticidade de armazenamento.

2 nutrição x doEnça

A assistência nutricional ao paciente hospitalizado

tem como objetivos manter ou evitar o decréscimo da

imunocompetência, da síntese e reparação tecidual

e do metabolismo intermediário de drogas, as três

principais conseqüências da desnutrição (Hand et al.,

2000).

Entende-se como desnutrição ou má nutrição

o consumo insuficiente de calorias, proteínas e

oligoelementos necessários para o metabolismo

tecidual normal, o que prejudica diretamente o

manejo médico ou cirúrgico do paciente (Remillard et

al., 2001; Bataglia, 2001).

A má nutrição de animais hospitalizados é mais

comum do que usualmente se reconhece. Em estudo

envolvendo 276 cães e 821 dias de hospitalização,

Remillard et al.(2001) encontraram que em apenas

27% dos dias os animais ingeriram alimento suficiente

para atingirem balanço calórico positivo. Entre as

causas que levaram ao balanço energético negativo

listaram a recusa do animal em se alimentar, ou

anorexia (43%), prescrição de jejum (34%) e prescrição

dietética incorreta por parte do veterinário (22%).

Pallaro (2003) afirma que a má nutrição pode

afetar os mecanismos de defesa não específicos. As

barreiras anatômicas se adelgaçam e atrofiam; já

as secreções mucosas e as substâncias bactericidas/

bacteriostáticas, como lisozimas, diminuem. As

Para a sua ração ser a preferida do mercado ela precisa ser a melhor. E a melhor ração para cães e gatos é a ração que utiliza os produtos da linha Hidrofoc, que são desenvolvidos nos mais altos padrões de qualidade para agregar valor ao seu produto.

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58 59Caderno Técnico 1

sínteses de proteínas como as do complemento, a

transferrina e o interferón se reduzem e aumenta a

produção hepática de proteínas de fase aguda, quando

se sobrepõe a um processo infeccioso.

Baixa ingestão calórico-protéica é a causa mais

comum de imunodeficiência em pacientes humanos.

Verifica-se um decréscimo progressivo da resposta

imune incluindo a resposta imediada por células,

produção de IgA secretória, fagocitose, funcionamento

do sistema complemento, afinidade de anticorpos e

produção de citoquinas (Chandra, 1981; Chandra,

1992a). Mesmo a deficiência de um nutriente isolado,

como zinco, ferro, piridoxina, vitamina A, cobre ou

selênio compromete a resposta imune (Chandra, 1992b).

2.1 mECanismo dE dEsnutrição nas doEnças

gastrintEstinais

Animais com disfunções gastrintestinais,

assim como aqueles com outras alterações

sistêmicas, freqüentemente apresentam anorexia,

ou comprometimento da capacidade de ingestão,

condução, digestão e absorção alimentar, de forma

isolada ou em conjunto (Lippert, 1989; Allen 1992;

Lewis, 1994).

De acordo com Lippert (1989), a anorexia é

mais comum em animais portadores de distúrbios

gastrintestinais graves, pois a ingestão e a passagem

do alimento pelo TGI podem agravar o quadro clínico.

Além disso, em alguns casos, a síndrome de má

absorção limita o aproveitamento de nutrientes que

alcançam o intestino delgado e; nestes casos, diarréia

e perda de peso são esperados. Lippert (1989) &

Williams (1996) acreditam que quando isso ocorre no

lúmen intestinal, promove a diminuição da secreção

de enzimas pancreáticas, acarretando em insuficiência

pancreática exócrina e; conseqüentemente, na má

digestão de lipídeos e proteínas.

Lippert (1989) cita que a solubilização de lipídeos

no lúmen intestinal pode estar comprometida se o

f luxo de bile para o intestino estiver interrompido,

como ocorre nas obstruções pré-hepáticas, hepáticas e

pós-hepáticas (colestases). Na colestase há diminuição

no aporte de bile (sais biliares) para o duodeno,

promovendo redução no crescimento bacteriano

intestinal e na taxa de desconjugação dos sais biliares,

comprometendo a absorção desses últimos. Ressecção

ileal ou graves doenças que acometem o íleo resultam

em excessiva perda de sais biliares, uma vez que a

maior parte de sua absorção ocorre neste segmento

intestinal.

Outro mecanismo que pode estar envolvido

com má absorção intestinal é o transporte linfático

de nutrientes a partir do intestino delgado.

Anormalidades de f luxo linfático, decorrentes de má

formações congênitas ou obstrução do sistema linfático

intestinal ou do ducto torácico devido a inf lamações,

f ibroses ou neoplasias, assim como trombose da veia

porta ou insuficiência cardíaca congestiva, podem

causar má absorção de carboidratos e lipídeos.

É sabido, entretanto, que o aproveitamento

inadequado de gorduras compromete a absorção de

vitaminas lipossolúveis (Lippert, 1989; Lewis, 1994;

Hall, 1996). Portanto, Lippert (1989) concluiu que

este seja o mecanismo responsável pelos episódios

hemorrágicos em felinos acometidos por enterite

linfocítica-plasmocítica.

Alguns nutrientes podem ter sua absorção

comprometida pela ação de bactérias da f lora

intestinal, sendo este o segundo principal mecanismo

causador da desnutrição. Segundo Lippert (1989)

& Hall (1996), gorduras e fibras são agentes

complicadores quando há um comprometimento do

esvaziamento gástrico porque servem de substratos

para fermentação bacteriana.

A digestão de carboidratos nos enterócitos, mais

especificamente nas células conhecidas como “células

em bordadura de escova”, f ica prejudicada pela

deficiência de dissacaridases, que por sua vez, causa

intolerância à lactose em cães, a qual pode também

advir de outras enteropatias que comprometam a

absorção. O transporte de nutrientes pelos enterócitos

pode ser comprometido por processos que promovam

atrofia de vilosidades e subseqüente perda de células

epiteliais (Lippert, 1989).

Dentre as doenças associadas à atrofia de

vilosidades estão as enterites virais ou por

Campylobacter, enterite linfocítica-plasmática

canina e felina, enteropatias por hipersensibilidade,

enteropatia do Basenji, alterações na f lora bacteriana

do intestino delgado, com um hipercrescimento

bacteriano acima do normal, linfangietasia e

linfossarcoma (Lippert, 1989).

Segundo Lippert (1989), Lewis (1994) & Hall

(1996), a perda de proteínas e minerais devido ao

comprometimento da integridade da mucosa intestinal

é outra causa do comprometimento nutricional nas

disfunções gastrintestinais. No caso das proteínas,

suas perdas estão associadas à linfangiectasia

intestinal, neoplasias gastrintestinais, úlceras,

enterites parasitárias, enterite granulomatosa,

enterite linfocítica-plasmocítica, enterite eosinofílica,

gastrenterite hemorrágica e histoplasmoses.

2.2 anorExia, EnfErmidadE, inanição E injúria

Lewis et al. (1994) define inanição como a condição

resultante da privação alimentar. Assim como Tennant

(1996) define anorexia como a perda completa de

apetite, sem que haja desejo algum de alimentação,

enquanto que inapetência é caracterizada apenas pela

diminuição do apetite por parte do paciente.

Injúrias e/ou enfermidades geralmente induzem a

estados de anorexia ou inapetência; ao mesmo tempo

promovem aumento das necessidades nutricionais.

Isto ocorre em conseqüência de alterações metabólicas

induzidas por situações de estresse, pirexia, infecções

generalizadas, dor, traumas ou cirurgias (Allen, 1992;

Lewis et al, 1994; Donoghue, 1996; Tennant, 1996).

De acordo com Lewis et al. (1994), o paciente

pode apresentar algumas respostas de adaptações

decorrentes desta privação alimentar, as quais variam

com a presença ou não de determinada afecção, grau

de comprometimento ao qual o animal está submetido

na presença da mesma e, quais as conseqüências

diretas e/ou indiretas sobre o metabolismo orgânico.

2.2.1 altEraçõEs mEtabóliCas durantE Curtos

pEríodos dE inanição Em indivíduos saudávEis

Animais normais, porém desnutridos,

apresentaram uma diminuição na taxa metabólica

acompanhada por um aumento na oxidação de

gorduras e uma redução no catabolismo protéico

(Torrance, 1996). Allen (1992) cita que em animais

clinicamente normais, a inanição promove redução

dos níveis de glicose, aminoácidos e ácido graxos na

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60 61Caderno Técnico 1

circulação portal.

Durante os primeiros dias de inanição, o aumento

do nível sérico de corpos cetônicos promove mudanças

enzimáticas em alguns tecidos, elevando, também o

uso dos mesmos, diminuindo o uso de glicose para

obtenção de energia. Desta forma, há redução na

utilização de aminoácidos para produção de glicose,

preservando assim, as proteínas corpóreas, situação

esta conhecida como fase de transição. Na seqüência,

as reservas corpóreas de gordura tornam-se a

principal fonte de energia para o metabolismo, já que

o tecido adiposo funciona como reserva para produção

de energia, além de isolante térmico e protetor

mecânico de órgãos internos (Lewis et al., 1994).

Nos períodos de privação alimentar, o tecido

adiposo é consumido de maneira progressiva,

inicialmente não colocando em risco a sobrevivência

do animal. Entretanto, mesmo após a fase de transição,

o catabolismo protéico ocorre continuamente e

de forma pré-estabelecida, uma vez que algumas

proteínas são mais disponíveis que outras. Enquanto

aproximadamente 50% do total de proteínas do

corpo apresentam relativa estabilidade e conseqüente

inatividade metabólica (como aquelas presentes nos

ossos, ligamentos, tendões e cartilagem), as demais

são mais ativas e, por isso, mais fáceis de serem

removidas e consumidas. Este fato compromete

precocemente a funcionalidade de tecidos e sistemas

que contenham estas proteínas, tais como plasma,

vísceras e tecido muscular (Lewis et al., 1994).

2.2.2 rEaçõEs do organismo à anorExia assoCiada

a injúrias, infECçõEs E/ou EnfErmidadEs

As respostas endócrinas, metabólicas e fisiológicas

apresentadas por animais com anorexia portadores

de injúrias, infecções e/ou enfermidades diferem, em

alguns aspectos, da resposta orgânica observada nos

casos de desnutrição induzida por inanição (Allen,

1992; Lewis et al., 1994).

De acordo com Allen (1992), Lewis et al. (1994)

& Andrade (2002), durante o período de inanição, o

organismo apresenta-se hipometabólico, objetivando

uma economia energética. Em contrapartida,

neoplasias, traumatismos, infecções ou queimaduras

induzem alterações orgânicas contrárias àquelas

de economia de energia, promovendo um estado

hipermetabólico, ocasionando acréscimo das

necessidades nutricionais.

O estado hipermetabólico é caracterizado por um

aumento no consumo de oxigênio e gasto energético

e depende, sobretudo, da severidade da injúria.

Ele provavelmente representa uma tentativa do

organismo em prover adequados níveis de glicose,

afim de otimizar as defesas do hospedeiro e reparação

de feridas no sítio da injúria. Secreção aumentada

de glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do

crescimento antagonizam os efeitos da insulina e

induzem a hiperglicemia, degradação de proteínas

tecidual para fornecer substrato para a gliconeogênese

e aumento da oxidação de gorduras com contínua

perda de glicose (Torrance, 1996).

Doenças primárias podem exacerbar imbalanços

nutricionais e a terapia pode alterar a capacidade

homeostática do animal. Feridas e tumores podem

atuar como fatores adicionais, levando a exigências

(Donoghue, 1989). Fatores relativos à doença podem

aumentar o gasto energético em 1,05 a 1,2 vezes em

casos de traumas simples, em 1,2 a 1,3 vezes para

múltiplas fraturas e queimaduras severas e podendo

atngir o dobro das necessidades em traumas cranianos

severos (Donoghue & Kronfeld, 1994).

A respeito do sistema imune, a competência do

mesmo requer uma interação equilibrada entre células

efetoras e moléculas imunomoduladoras, cuja síntese,

função e balanço necessitam de um aporte igualmente

equilibrado de energia, aminoácidos e demais

nutrientes. Por esta razão, qualquer desequilíbrio

nutricional afetará em alguma medida a competência

do sistema imune, o que determina que órgãos, células

e moléculas que o compõem sejam susceptíveis de

análises em estudos de nutrição. (Pupa et al., 2004).

2.3 nEoplasias

Lewis et al. (1994) citam que tumores geralmente

apresentam metabolismo ineficiente, pois utilizam

glicose em rota de anaerobiose e; portanto, estimulam

a glicólise e aumentam a concentração sérica de ácido

lático.

Assim, o manejo nutricional nestes casos é de

fundamental importância para prevenir ou tratar o

quadro de caquexia, o qual compreende perda de peso

progressiva involuntária, mesmo na fase de nutrição

adequada; além de anorexia e degeneração celular

em resposta ao crescimento tumoral (Ogilvie & Vail,

1990; Andrade, 2002).

Andrade (2002) acredita que a causa da desnutrição

é multifatorial, podendo decorrer da anorexia (devido

às condutas terapêuticas utilizadas, como cirurgia,

radio e quimioterapias), da dor e/ou da obstrução do

trato gastrintestinal.

2.4 nECEssidadEs nutriCionais dE CãEs

gEriátriCos

O animal que envelhece necessita dos mesmos

nutrientes descritos para os estágios fisiológicos

anteriores. Entretanto, a quantidade de

nutrientes que requerem por unidade de peso

corporal pode variar, assim como a maneira de se

fazer o aporte destes nutrientes. Normalmente essas

mudanças dependem da presença ou intensidade de

uma enfermidade degenerativa (Branan, 1987; Hayek,

1998; Debraekelleer et al., 2000; Kirk et al., 2000;

Venn, 2000).

Segundo Markham & Hodkins (1989), a redução

da taxa metabólica e da atividade física do animal

geriátrico produz uma queda das necessidades

energéticas totais diárias e somente a inatividade

pode produzir uma queda de até 20% das necessidades

energéticas totais diárias do animal. Esta diminuição,

associada ao decréscimo da taxa metabólica basal

pode produzir uma redução total dos requerimentos

energéticos de até 30 a 40% (Moiser, 1989; Armstrong

& Lund, 1996; Debraekelleer et al., 2000; Kirk et al.,

2000).

As necessidades energéticas nos cães mais velhos

são muito variáveis dependendo de seu temperamento

individual, da presença de enfermidades degenerativas

e da quantidade de exercício diário que realizam.

Nos cães idosos deve-se controlar cuidadosamente a

ingestão calórica para assegurar uma ingesta adequada

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62 63Caderno Técnico 1

Vivian de Aro José

Zootecnista, MSc Nutrição de Cães e Gatos UFLA

Técnica em formulações Lupus Alimentos

Email; [email protected]

Flávia Maria de Oliveira Borges Saad

Médica Veterinária, MSc. DSc Nutrição Animal

Professora Associada da UFLA – Departamento de Zootecnia

e-mail: [email protected]

de nutrientes e de calorias, prevenindo ao mesmo

tempo o desenvolvimento de obesidade (Armstrong

& Lund, 1996; Donogue, 1996; Debraekelleer et al.,

2000; Kirk et al., 2000).

O efeito do envelhecimento no sistema digestório

pode afetar diretamente a capacidade do animal de

consumir, digerir ou metabolizar o alimento. Diminui

também a motilidade do cólon, podendo predispor, em

alguns animais velhos a sua estenose (Moiser, 1989;

Strasse et al., 1993; Laf lamme, 1997).

Sheffy & William (1981) citam que o aumento na

porcentagem de gordura corporal que se apresenta

com a idade é, em parte, o resultado de uma diminuição

da capacidade do organismo em metabolizar os

lipídeos. Desse modo, diminuir discretamente as

quantidades de gordura dietética pode beneficiar cães

e gatos geriátricos, por ser muito digestível e rica em

ácidos graxos essenciais (Corner & Thatcher, 1990;

Chew et al., 2000)

Animais senis devem ser alimentados com dietas

que contenham uma menor quantidade de calorias

obtidas das proteínas que dietas utilizadas para o

crescimento, mas com uma porcentagem mais elevada

que o mínimo necessário para a manutenção da idade

adulta (Sheffy & William, 1981; Laf lamme, 1997;

Debraekeller et al., 2000; Kirk et al., 2000).

A diminuição do conteúdo de fibra muscular que se

apresenta com a idade produz uma perda de reservas

protéicas que o organismo poderia utilizar durante

uma reação ao estresse e enfermidade. Como animais

geriátricos estão sujeitos a uma elevada incidência de

enfermidades e estresse, estarão, portanto, vulneráveis

se sua capacidade de resposta estiver comprometida.

Por isso, é importante que estes animais recebam

proteínas de alta qualidade a um nível suficiente para

suprir as necessidades dos aminoácidos essenciais

para a manutenção do organismo e para minimizar

as perdas de tecido muscular (Davenport et al., 1998;

Debraekelleer et al., 2000; Kirk et al., 2000).

Apesar da polêmica discussão existente em relação

às proteínas dietéticas e a função renal do animal

geriátrico, aceita-se que a diminuição da função renal

é uma conseqüência normal do envelhecimento. Por

isso, alguns pesquisadores têm recomendado que

todos os animais geriátricos recebam uma dieta

com uma redução moderada de proteínas para tentar

prevenir ou minimizar a progressão da disfunção

renal (Garvey, 1987; Bovee, 1991; Laf lamme, 1997;

Davenport & Reinhart, 2000).

Segundo Polzin et al. (1998), a enfermidade renal

causa perda de peso; catabolismo dos músculos;

alteração no perfil protéico plasmático; diminuição da

ingesta, assimilação e uso de nutrientes e diminuição

da ingestão calórica.

Acredita-se que o acúmulo de produtos metabólicos

das proteínas, dos quais a uréia é o mais abundante,

contribuem ainda mais para o desenvolvimento de

anomalias clínicas e fisiológicas da insuficiência

renal. As modificações dietéticas minimizam o

acúmulo destes produtos do catabolismo na corrente

sangüínea, fornecendo uma quantidade adequada de

energia e de proteínas suficiente para manter o peso

e diminuir o catabolismo muscular, associado à idade

avançada e à alteração da função renal (Finco et al.,

1985; Bovee, 1991; Laf lamme, 1997).

As dietas hiperprotéicas são apontadas como

indutoras de doenças do esqueleto. Entretanto, não se

pode atribuir a elas a responsabilidade direta ou única,

já o excesso de proteína é convertido em energia e

qualquer fator acelerador do crescimento e do ganho

de peso, em animais geneticamente predispostos, são

indutores de osteopatias (Jorgensen, 1995; Cherel,

1993). Isso pode ser observado em animais com

alimentação restrita, mas inativos, situação em que há

maior disponibilidade de energia para o crescimento

e o ganho de peso, com conseqüente aparecimento

ou agravamento de problemas ósseos (Lavelle, 1989;

Zentek & Meyer, 1995).

Ainda que haja uma evidência de que a redução

da ingesta protéica exerça um efeito significativo

sobre os sinais clínicos da insuficiência renal crônica,

uma vez que se tenha produzido um certo nível de

alteração, não há nenhuma evidência que justifique a

redução sistemática do nível de proteínas nas dietas

do animal geriátrico, porém sadio (Carey, 1996;

Laf lamme, 1997).

Cães mais idosos apresentam uma incidência

maior de lesões renais crônicas do que cães mais

jovens. Finco e Brown (1996) alimentaram cães com

7 a 8 anos de idade, de diferentes raças, com dietas de

18% e 34% de proteína, respectivamente para o grupo

1 e grupo 2, durante 48 meses. O consumo semanal

de ração foi maior no grupo 1 do que no grupo 2.

Em geral, o estudo demonstrou que os cães não

apresentaram qualquer redução na taxa de filtração

glomerular, durante 4 anos de estudos compreendidos

entre 7-8 anos até 11-12 anos de idade. O mesmo

estudo mostrou que cães idosos não apresentam

qualquer evidência de danos derivados do uso de uma

dieta com 34% de proteína ministrada por quatro anos

consecutivos.

Cowgill & Spangler (1981) realizaram um

estudo que avaliou as alterações clínicas na função

renal de Beagles durante 13 anos e relatam que a

nefroesclerose era a alteração renal diagnosticada

com maior incidência em cães idosos.

Recomenda-se que o suprimento de proteínas do

cão geriátrico não se restrinja simplesmente à idade;

porém, caso seja diagnosticada a insuficiência renal

crônica, pode-se implantar uma moderada restrição

protéica, segundo a necessidade individual do animal

(Garvey, 1987; Laf lamme et al., 1997; Laf lamme &

Kealy, 2000).

A quantidade de proteína a ser administrada vai

depender da situação clínica do animal. Armstrong

& Lippert (1988) recomendam a utilização de 4g/

kg de peso vivo/dia para um cão adulto e 1,5 g/kg/

dia para cães com insuficiência renal ou hepática.

Remillard e Thatcher (1989) recomendam, para cães,

4g de proteína/100 kcal de energia metabolizável;

e em patologias associadas à perda excessiva, como

glomerulopatias, diarréia e feridas extensas, deve-se

usar 8g de proteína/100 kcal. Armstrong & Lippert

(1988) preconizam a utilização de 4g de proteína/kg,

em cães; e 6g/kg, em gatos.

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s alimentos para gatos possuem uma gama extensa de formatos, tamanhos, texturas, composições, além de diferentes características nutricionais e de palatabilidade. Como um dos elementos diferenciais dentro da formulação, o critério palatabilidade desempenha um papel bastante importante já que estimula os gatos aconsumirem e terem prazer com a refeição. A palatabilidade possui dois aspectos indissociáveis a serem estudados: o efeito que os atributos sensoriais do produto produzirão no gato e a sua resposta a estes estímulos. Apesar dos gatos possuírem algumas preferências, existe uma alta variabilidade dentro das populações felinas, o que tende a complicar a abordagem universal para a palatabilidade em gatos. Assim, a SPF se propõe a apresentar um artigo sobre a palatabilidade em gatos separado em duas partes:

•aprimeiraexplicandoahabilidadedogatoemreagiraalgunsatributos organolépticos do produto;•easegundaparteressaltandocomoosgatossecomportamereagem a estes estímulos.

Nesta área faz-se necessário prestar uma atenção especial à impressão sensorial do gato, ao seu comportamento e à mensuração destes critérios através de metodologias precisas.

a rEfEição do gato: uma CasCata dE EfEitos sEnsoriais

Comparado aos cães, no qual o estimulo olfativo é determinante para o consumo do pet food, a palatabilidade em

Caderno Técnico 2

Palatabilidade em GatosParte 1

gatos deve ser estudada através de uma plataforma sensorial multifatorial, e em proporções relativamente equivalentes.

Efeitodosprodutos:∑(a.Textura+b.Aroma+c.Sabor+d.Somestesia+…)onde a, b, c, d diferem de um sistema para outro Ainda mais complexa é a avaliação dos fatores que influenciam na decisão do consumo da refeição: a importância do olfato comparado à avaliação do sabor ou textura podem se apresentar sequencialmente ou simultaneamente, e sua correlação com a palatabilidade se alternará qualitativa e quantitativamente durante o período da refeição.

o sistEma sEnsorial do gato

Assim como os humanos, o gato é possui receptores sensoriais dispersos pela boca ecavidade nasal. A presença de compostos no ambiente ao redor do pet food ou mesmo em sua composição faz com que os gatos reajam e enviem – através de quatro diferentes vias do sistema nervoso – um sinal elétrico ao cérebro que será interpretado como positivo ou negativo. Sua habilidade em perceber o sabor não está diretamente ligada ao número de papilas gustativas, que é menor em gatos que em humanos (Kare & Maller, 1963, Leitbetseder 1980), mas provavelmente mais relacionada aos tipos de receptores e seus respectivos limiares. Os receptores foram classificados em três categorias principais: aminoácidos, ácidos e nucleotídeos (Boudreau et al 1985). Os predominantes são os do grupo de aminoácidos, relacionados à origem estritamente carnívora do

gato. São estimulados positivamente por alguns aminoácidos doces como a alanina e prolina, e inibidos por aminoácidos amargos como o triptofano e a arginina. Esta característica pode estar relacionada ao comportamento natural do gato que prefere presas frescas, evitando assim carne deteriorada rica em compostos amargos e substâncias tóxicas. Os ácidos são muito apreciados pelos gatos, assim como os nucleotídeos, responsáveis pelo sabor Umami. Mais complexo ainda é o fato de algumas substâncias possuírem efeito positivo em um grupo de sensores, e negativo em outro grupo, ou simplesmente interagir com outras substâncias para criar um novo composto eassim um novo sabor. Até o momento não há nenhuma menção quanto aos receptores para o sabor salgado. Os sais podem agir como inibidores ou ativadores de receptores existentes. O olfato dos gatos não foi amplamente relatado, mas sabe-se que possuem sete vezes mais células olfativas que os humanos, permitindo que detectem algumas substâncias em concentração 1.000 ou 10.000 vezes menores que a necessária para a identificação humana. Para provar a importância do olfato, durante uma refeição foram oferecidos dois alimentos úmidos de sabor neutro para 40 gatos. Sob um dos alimentos foi colocado em um fundo falso um palatabilizante normalmente utilizado neste tipo de pet food (como um difusor de odor). O resultado mostrou que a primeira escolha de 94% dos gatos foi a opção com odor da vasilha de fundo falso. 89% dos animais ingeriram estealimento por completo. A boca dos gatos também possui terminais livres (e não receptores) responsáveis pelas sensações somestésicas como dor, calor, pressão e tato (Ayer Le Lièvre et al, 2004). Estes terminais também estão envolvidos na preferência dos felinos por presas frescas, uma vez que os gatos preferem ingeri-las quentes ao invés de frias. Propriedades reológicas do pet food também desempenham um papel importante no sistema da palatabilidade (Bradshaw et al., 1996). Foi estabelecido que o controle inadequado da textura diminui significativamente a palatabilidade dos alimentos enlatados (Shi, 2003). A textura dos alimentos úmidos, como elasticidade, dureza, bem como sua rigidez, desempenham um papel importante na apreciação destes enlatados pelos gatos (El Khaloui & de Ratuld , 2006). Da mesma forma, alguns valores de dureza ideal para os extrusados secos levam a uma melhora da palatabilidade (Bramoulle et al, 2010). A combinação destes objetivos organolépticos em um produto deverá levar em consideração todas as possíveis interaçõesno produto, como as físico-químicas que relacionam, por exemplo, uma melhor expressão do sabor com a matriz do pet food, variando entre as matrizes duras, macias, úmidas ou secas. Também devem ser consideradas interações sensoriais durante a refeição, comopor exemplo um sinal olfativo positivo que pode ser anulado por um sabor negativo durante a sensação causada na mastigação. Adicionalmente, podemos afirmar que a equação da palatabilidade deve ser modulada por outros fatores como, por exemplo, os valores nutricionais (energia, distribuição dos macro nutrientes, composição de micro nutrientes) que podem afetar a apreciação da refeição pelo gato e consequentemente a palatabilidade do pet food. Aurélie de RATULD, Gerente de Pesquisa da Plataforma Gato, Diana Petfood, Elven, França

rEfErênCias bibliográfiCas:Boudreau et al, 1985, Neurophysiology of geniculate ganglion (facial nerve) taste system: Species comparisons. Chem senses, 10,89-127Bradshaw, J.W.S., Goodwin, D., Legrand-Defrétin, V., Nott, H.M.R. (1996). Food Selection by the Domestic Cat, an Obligate Canivore. In Biochem.Physiol. Vol 114A, No.3, 205-209El Khaloui, K. and de Ratuld, A. , (2006) – Play with Texture - Internal work and SPF Asia symposium 2008.Bramoulle, L. et al.,, (2010) – method for producing highly palatable dry catfood- PCT Patent WO2010/146061A1Shi, Z. 2003 – Palatability, a critical component of petfoods. Feed Tech., 4,34-37Kare, M.R. and Maller, O. (1963) In Zotterman (Ed), Olfaction and taste I, Pergamon press, Oxford, pp 285-297Leitbetseder, J. (1980), Introduction to animal olfactory and taste physiology, in Palatability and flavor use in animal feeds. Zurich, Switzerland, 11-20Ayer Le Lièvre et al, (2004), Physiologie sensorielle à

l’usage des IAA, tech et Doc lavoisier, (Ed)

O

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