Canto na história

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Mudanças na técnica vocal, durante a história da música

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  • 1. O canto na histriaCanto; cantare (latim) = cantar, representar, recitar, orar, celebrar, encantar celebrar encantar, praticar rituais mgicosIDADE MDIA (300-1450) Msica Sacra Canto gregoriano g g Influncia da msica do antigo oriente e grega na msica da Igreja crist. Monodia ( 1 melodia sem acompanhamentos). Msica vocal funcional. Estabelecimento da SCHOLA CANTORUM, no sc. IV, para treinamento de meninos e adultos, na qualidade de msicos eclesisticos. Somente vozes masculinas. Execuo direta (sem alternncia); responsorial (solista X coro); antifonal (coro X coro) Silbica (para o celebrante e a congregao), neumatica (para o coro em unssono), melismtica (para o solista) nssono) Melodia com ritmo livre, seguindo o ritmo das palavras, canto salmodiado. Extenso pequena. Regio central da voz. pequena voz Pequenos intervalos Linhas meldicas longas e fluentes Proibido P ibid o uso de instrumentos para acompanhamento. d i t t h t Texto em latim Voz lisa, canto suave. Sem variao de dinmicas. Sem passar qualquer sentimento. Dificuldades no estudo da msica medieval devido no existncia de notao musical. Somente partir do sc. IX surgem exemplos de notao musical (Guido DArezzo). A notao rtmica, somente nos sc. XII a XIII.

2. Msica secular ou profana Canes em latim Msicos (mulheres e homens) profissionais, que viajavam em fi i i i j pequenos grupos ou szinhos, se apresentando. (Menestris) Poetas cantores dos sc. XI, XII e , XIII na Frana e AlemanhaCanes danas acompanhadas ou no por instrumentos C ed h d i t t (geralmente os instrumentos tocavam em unssono com a voz ou faziam outra linha) Textos na lngua verncula gOs instrumentos eram utilizados como acompanhadores das vozes, ou em danas instrumentais. A msica medieval era basicamente vocal, monofonica ou polifonica. f i lif i Os instrumentos utilizados como acompanhadores eram geralmente os de p pouco som como os de corda com arco (cordas de tripa) ou trastes, as flautas e harpa. As mulheres participavam de performances seculares, mas tinham o f l ti h status de cortess (era oficialmente proibido pela Igreja)Polifonia Ars Antiqua - Sc. IX a XIII Inicia-se a subdiviso das vozes partir do sc. IX Organum livreOrganum melismticoDiviso em duas vozes: voz organal(a voz acrescentada) e voz principal ( voz superior que sustenta o cantocho) Sc. XII a voz principal, fica abaixo e passa a sustentar notas longas. Tenor (do latim tenere): A voz que sustenta o cantocho ou cantus firmus firmus. As vozes se cruzam e a extenso bem limitada (praticamente a mesma para cada voz).quadruplum triplumVozes superiores ao tenor chamadas de duplum, triplum duplum e quadruplumduplumMsica vocaltenorOrganum quadruplum PerotinModos rtmicos Msica secular Motetos (do francs Mot = Palavra) onde voz superior, ou duplum (agora motetus), se aplicava um texto em outra lngua ou apenas diferente do tenor. Triplum do moteto com ritmos mais subdivididos que o duplum (carter de voz solista) 3. Polifonia Ars Nova Sc. XIV e XV Evoluo da polifonia (vrias vozes) Liderana musical na Frana e na Itlia Msica sacra ordinrio da missa em estilo polifnico (Machaut) Msica secular baladas e canes, motetos, madrigais Rtmos mais livres Polifonia mais fluente Aumento da extenso das vozes (ainda no to significativo). significativo) Meninos e adultos falsetistas fazem as vozes agudas. (Ainda no permitida a castrao pela igreja). Contratenor: a voz acima do tenor. Tambm chamada de altus, por i d b h d d l ser a voz mais aguda.Ainda acontecem cruzamento de vozesPresena predominantemente masculina na msica, apesar de existirem referncias presena feminina (Canterbury Tales de Geoffry Chaucer A voz contrapontstica que surge acima passa a se chamar sopranus, (1328-1400), to bem ela cantou o servio superius (do latim supra = sobre) ou ainda discant divino, docemente anasalado...) Mais tarde a voz que se entrelaa dos altos,ou o seu contracanto chamada contraltoTratado de Moravia (sc. XIII) cita trs registros vocais: vox Os grupos musicais so pequenos e quando se pectoris (voz de peito), vox guttoris (voz mdia) e vox capitis (voz de utilizam de instrumentos para acompanhamento cabea), este ltimo se referindo voz de falsete. ou dobramento das vozes, utilizam-se do instrumento que tem mo (no pr-definido)RENASCENA (1450-1600) Surgimento da msica impressa facilitando a divulgao e preciso da msica. Msica M i sacra: msica polifnica (vrias vozes) em estilo i lif i ( i ) til imitativo, em latim, a capella (sem acompanhamento). Utilizao do registro grave abaixo do tenor, o bassus ( (abaixo) e o bartono (do prefixo grego bari-= grave). ) ( p g g g ) No mais temos trs ou mais linhas de timbres contrastantes (o tenor no mais sustenta notas longas, enquanto a voz superior tem mais movimento). Todas as vozes possuem o mesmo grau d i de importncia. t i Ritmo fluido com textura imitativa na msica sacra e alguns estilos de msica profana X ritmos marcados em g p algumas danas instrumentais e msica vocal profana. Polifonia (horizontal) X inicio da homofonia (vertical). A msica sacra ainda vocal. No expressa sentimentos. Extrema subdiviso das vozes, a ponto de no mais se E t bdi i d t d i entender o texto (msica a 32 vozes) msica sacra. Na msica secular, temos o madrigal, cano polifnica na lngua verncula, descritiva e expressiva. g , p Preocupao em expressar os sentimentos da letra atravs da msica, dramaticidade. 4. Grande desenvolvimento na histria do canto, na segunda metade do sc. XVI, com o interesse de mulheres da nobreza pela msica. A voz aguda aumenta msica a extenso de D4 (escrito para os falsetistas) para G4 (para a voz feminina). Com a proibio das mulheres de cantar na Igreja (prescrito em Corintios 14:34), e com o grande interesse do pblico pela voz aguda, a Igreja permite a castrao. O primeiro castrati vem da Espanha. Os instrumentos imitam a voz, o instrumento mais voz perfeito. Timbres anasalados dos instrumentos. (Referncias ao anasalamento da voz em textos de poca). Quadros de poca mostrando os cantores com rostos retesados Comeam a surgir formas instrumentais puras, alm das danas, danas e das peas com a mesma forma da msica vocal, polifnica imitativa, ou da msica vocal profana. A principal funo dos instrumentos ainda o acompanhamento. Conjuntos instrumentais pequenos, formados pelos instrumentos disponveis no momento. Natividade de Piero della Francesca A partir da segunda metade do sc. XVI surgem os primeiros tratados de cantoInstrumentos classificados pelo volume de som (desde a Idade Mdia) Instrumentos bas ou suaves destinados Mdia).Instrumentos suaves, msica domstica, e os haut ou altos, para serem tocados nas Igrejas, grandes sales e locais abertos.BARROCO (1600 -1750) Movimento da reforma no sc. XVI - uso da lngua verncula e simplicidade na msica, permitindo aos membros da congregao cantarem durante o servio (Hinos e corais homofnicos). Homofonia Linha meldica baseada em um acompanhamento vertical, harmonico. Subordinao da msica ao texto. Expresso dos sentimentos. Compreenso do texto. Permanncia do uso da polifonia stile antico - (dominncia da msica sobre o texto), principalmente na msica sacra e msica coral, coexistindo junto homofonia stile moderno - (dominncia do texto sobre a msica). Camerata Florentina grupo de intelectuais e msicos, estudiosos do drama grego e seu estilo representativo criao da pera Domnio Italiano exceo da Frana que busca estilo prprio e no aceita os castrati. 1637 Construo da primeira casa de pera em Veneza A msica teatral deixa de ser exclusivamente feita para a realeza e a corte (como nos madrigais). Qualquer um que pudesse pagar o ingresso poderia assistir pera. Custos altos da montagem da pera, exigindo grandes teatros, grande pblico, orquestras expandidas, maior nmero de rcitas, elenco limitado a 6 ou 8 cantores, reduo do coral at a sua eliminao por completo, maior nmero de obras e compositores comissionados para produzi-las. produzi-las As apresentaes duravam muitas horas, durante as quais o pblico conversava, comia, namorava, jogava e s vezes parava para escutar o mais novo astro da pera (como em um bar, um show de rock ou em um jogo de futebol, na atualidade). No piso principal no havia assentos. Os que podiam compravam camarotes, para os quais podia-se levar cadeiras. Grande importncia do cenrio, com efeitos extraordinrios. 5. Experimentao com o surgimento da pera: p passam a escrever no novo estilo representativo, experimentando modos p , p -Compositores p de representar as emoes e a dramaticidade atravs da msica. -Os papis mais importantes so dados aos cantores mais hbeis e no uma voz especfica ou sexo especfico (o heri poderia ser representado por uma voz feminina, j que soprano na poca poderia ser uma mulher, um castrato, um falsetista ou um menino, d i lh t t f l ti t i e o mesmo para o contralto). -Pesquisa com relao posio que os instrumentistas deveriam ocupar no teatro ( (sobre, acima, atrs ou frente do p , , palco). Deciso final: frente do p ) palco, no local , chamado pelos gregos, em seus anfiteatros, como orcheisthrai, ou local para danar. -Os compositores comeam a especificar os instrumentos na partitura. Incio da definio da orquestra. -Devido ao alto nvel de rudo, criam-se convenes para o final dos recitativos: os acordes cadenciais so tocados mais sonoros, de forma a indicar platia, que uma importante ria ir comear. -Para mascarar o rudo do maquinrio usado para os efeitos cnicos, os compositores Para cnicos passam a compor msica instrumental. -Definio da temporada de pera: o grande calor no vero italiano, aliado poluio dentro do teatro, causada pelas velas e lmpadas leo, o acmulo de p p p pessoas e o cheiro de comida, fez com que se convencionassem os meses frios para as apresentaes. -Os compositores escreviam as obras para cantores especficos, valorizando as suas qualidades e minimizando as suas dificuldades tcnicas. Se alguma pera fosse tcnicas reapresentada por outra companhia, o papel era ento reescrito para este novo cantor.-Grande produo por parte do compositor, implicando numa escrita rpida, baixo cifrado, sem especificao de dinmica, tempo, fermatas, etc. (o metrnomo s ser inventado no final do sc. XVIII). -A dramaticidade era dada atravs da movimentao rtmica, pela rapidez do movimento musical, e no pela extenso ou pela dinmica. -A afinao dos instrumentos no era padronizada. Temperamentos circulares nos quais algumas quintas eram menores do que a justa. -Criao do recitativo seco: meio cantado, meio recitado, seguindo o ritmo das palavras, acompanhado de acordes harpejados, dados pelo teclado (cravo), juntamente com o cello sustentando a linha do baixo. Estabelecendo firmemente as mudanas baixo harmnicas para o cantor. Dava seqncia na narrativa. -Aria: como uma cano, geralmente estrfica ou com sees contrastantes na forma AABB ou ABB e posteriormente na forma DA CAPO (ABA). Momento no qual acontecia uma pausa na narrativa, e concentrava-se na reflexo do personagem sobre a sua condio ou suas emoes. Oportunidade para o cantor mostrar as suas habilidades. -O Arioso, a terceira unidade formal, era um recitativo mtrico, acompanhado pela orquestra. orquestra Momento de grande dramaticidade dramaticidade. -Alm da pera, surgimento de novas formas vocais: A cantata (sacra ou profana) e o oratrio (como a pera, mas com um tema sacro e sem encenao, e com a utilizao de corais). -Formas instrumentais tambm surgiram, como o ballet, na Frana, as aberturas e os interldios instrumentais(mascarando os rudos do cenrio). Alm de outras formas independentes da pera. -Todos os cantores da companhia, tinham rias para cantar. Os papis menores tinham um menor nmero. As rias de um mesmo cantor nunca poderiam ser sucessivas. 6. -O compositor poderia reutilizar trechos de uma antiga ria em uma nova pera, ou at emprestar de outra obra (ainda no existiam os direitos autorais). -Estilo concertato (concerto = disputar, lutar), estilo no qual se revezam uma voz contra um disputar lutar) instrumento ou outra voz, ou um solista contra um grupo. Orquestra Barroca: -Basicamente de cordas -Substituio das violas pelos violinos (na Itlia). -Na Frana ainda h um grande uso das violas. -Surgimento de formas exclusivamente instrumentais. Incio da Surgimento instrumentais independncia da msica instrumental. -Indicao dos instrumentos na partitura. -Uso do baixo continuo (cravo + cello). Geralmente o compositor Uso cello) tocava o cravo e dirigia a orquestra. -Ao final do barroco, o rgo, o cravo e o alade tem a extenses aumentadas no registro grave. Os baixos se juntam orquestra. O obo, o fagote, os trompetes,as trompas e os tmpanos so por vezes acrescentados ao ncleo central de cordas. Doutrina dos afetos: clichs musicais, ou convenes meldicas para expressar um determinado sentimento. Com a evoluo da pera, esta se torna uma industria de entretenimento, com produtores e empresrios tentando aumentar a audincia. Com isto os libretistas e cengrafos passam a ocupar um plano secundrio, em favor das novas estrelas do canto. Criao d C i das companhias de pera, cada uma com a sua prima donna ( hi d d i d (soprano-herona); seconda donna ( t lt h ) d d (contraltoconfidente ou rival da herona); primo uomo (castrato); secondo uomo (baixo-vilo, padre, rei, pai); comprimrios (pequeno grupo de cantores que contracenava com os principais).Revoluo no canto atravs da pera: -Vozes femininas utilizadas. -Dramaticidade. -Melodias longas Desenvolvimento -Desenvolvimento das habilidades para cantar e encenar ao mesmo tempo. -Troca da acstica reverberante da Igreja pela acstica mais seca dos teatros. -Presena competitiva do acompanhamento instrumental. -Aumento d di i entre o cantor e a platia, com a orquestra posicionada entre eles; A da distncia l i i i d l grande nvel de rudos; grandiosidade dos teatros; grande platia; rudos da maquinaria do cenrio, ocasionando a necessidade de maior projeo vocal, alm da poluio ambiental causada pelas velas, lmpadas a leo e grande acmulo de pessoas. -Surgimento dos astros da pera (surge pela primeira vez o solista, propriamente dito).Os castrati exerceram grande fascnio e fizeram fama, principalmente por sua agilidade vocal e capacidade de improvisao. O cantor possua o mesmo grau de importncia que o compositor na produo da pera -Liberdade de interpretao. -Uso de contrastes de dinmica (forte-piano) como forma de expresso. -Cultivo da ornamentao e improvisao no canto, chegando-se ao extremo no final do C lti d t i i t h d t fi l d barroco. -O vibrato utilizado apenas como ornamento em notas longas (apesar da necessidade de maior projeo, os conjuntos instrumentais ainda so pequenos e a beleza da voz p j , j p q reside em sua leveza e agilidade, no em seu volume). -Surgimento de vrias escolas e dinastias de canto. 7. -Ainda no se utilizava uma grande extenso vocal (maior do que na renascena, mas geralmente, no mais do que uma oitava e meia). Apenas nas cadencias e ornamentaes (no eram escritas na partitura). -Formao e di F disseminao d estilo it li i do til italiano d cantar (BEL CANTO) baseado no de t CANTO), b d entendimento e controle vocal. Exceo da Frana, que tem o seu prprio estilo. -Diferenas do canto na Frana e na Italia (diferenas baseadas na diferena da lngua): Itlia: estilo mais expressivo; baseado nas vogais; variao da velocidade e Itli til i i b d i i d l id d volume de ar, de acordo com a intensidade emocional do texto (apoio); vibrato produzido atravs da presso da respirao; articulao de garganta para os ornamentos. Frana: estilo mais plano e falado; baseado nas consoantes; apoio como na p ; ; p fala; vibrato produzido na garganta; articulao de garganta para os ornamentos. -Grande parte do treinamento do cantor era dedicado ao desenvolvimento da agilidade e da flexibilidade. VIRTUOSISMO. Excessiva ornamentao por parte dos cantores. i d Retorno do coral, na pera sria, no final do barroco (a funo do coro no barroco era apenas comentar e no participar das cenas). Temperamento d instrumentos dos i Construo do primeiro pianoforte em 1700 (novo instrumento de teclado com possibilidade de realizao de dinmicas).CLSSICO (1750 -1810) Naturalismo, racionalismo. Equilbrio entre a forma e a expresso. Textura homofonica, melodia sustentada por acompanhamento de acordes. Contraste de tonalidades, melodias, ritmos, timbres e dinmicas (crescendo e sforzando). Melodias curtas. p passam a ter maior importncia do q os cantores ( p que (no mais p podem improvisar to livremente, p , Compositores p apenas nas cadencias). A pera buffa italiana se dissemina para os outros pases, na lngua materna de cada pas, com finais felizes, estilo musical ecltico, dilogos falados (em lugar dos cantados), e tendo o drama como principal premissa. Personagens e situaes naturais e realistas. Arias no mais dirigidas audincia. Solilquios ou comunicaes entre personagens. No mais rias DA CAPO, mas com uma breve recapitulao. Desenvolvimento da cena final onde todos os personagens cantam em conjunto. Desenvolvimento da habilidade de atuar enquanto canta (movimentao no palco). p p p Os corais passam a ter papel mais ativo na cena. Maior detalhamento das partituras (dinmica, andamento, instrumentao, etc.). 8. A orquestra deixa o seu p p subservincia e passa a ocupar uma importante posio: q papel p p p p -Desenvolvimento dos instrumentos (extenso, volume de som, mecnica). -O continuo cai em desuso e substitudo por partes escritas para instrumentos da orquestra. -Aumento da orquestra. Aumento orquestra -As madeiras se tornam uma seo independente. -A msica instrumental passa a ter a mesma importncia da msica vocal (Sonata, concerto, sinfonia) -A orquestra passa a ser usada para acompanhar alguns recitativos. O piano passa a substituir o cravo. cravo Nova forma vocal em miniatura: a cano. Aumento extenso ocal tili ada A mento da e tenso vocal utilizada registro ag do agudo (mas as obras ainda so escritas para cantores especficos).ROMANTISMO (1810 -1910) Liberdade formal e de concepo. Expresso intensa das emoes. Grandes mudanas na histria do canto ocidental. Amplitude e agilidade se fazem necessrias, levando um enfoque mais cientfico em relao voz, encarando-a como um instrumento musical e levando a uma maior preocupao em relao produo vocal vocal. As casas de pera aumentam para abrigar um maior pblico, com assentos para toda a platia (o que aumenta ainda mais). Aumento do palco com reas laterais, criao do ponto e um grande fosso para a orquestra, com o maestro posicionado de tal forma, que permita aos msicos direcionar o som para a platia enquanto o seguem. Aumento das orquestras. Em 1816 o Teatro La Escala possua um naipe de cordas de 50 msicos. Reforo do brao dos instrumentos de cordas para receber o novo tipo de corda de alta tenso (cordas de ao), com um som mais brilhante e mais forte. i b ilh i f Evoluo na mecnica dos instrumentos de sopro, aumentando a sua amplitude. Introduo de instrumentos como o corne-ingles, clarinete baixo, contrafagote e a harpa moderna. Elevao da afinao. 9. Explorao por parte dos compositores da amplitude e da flexibilidade, levando necessidade de uma maior p p p especializao por parte dos cantores. Subdiviso das classificaes (tenor robusto, tenor de fora, baritono verdiniano, soprano dramtico, soprano spinto, etc), refletindo a grande demanda do repertrio. g g g Registros agudos mais brilhantes, graves mais sonoros. Grande volume em geral. Necessidade de uma maior explorao do uso das ressonncias para aumentar a projeo da voz (negligenciado antes pela tradio do bel canto). Cantar com o nariz ( defendido pelo tenor Jean de Reszke). Grande aumento da extenso vocal na pera. Maior uso do vibrato devido uma maior presso da coluna de ar, ocasionada pela necessidade de maior volume de voz. Preferncia pelos timbres mais pesados, grande volume e dramaticidade ao invs do estilo gil e ornamentado dos castratti (Napoleo proibiu a castrao na Itlia em 1806, a Frana nunca aceitou e a Inglaterra ouviu um castratto pela ltima vez em 1844; o ltimo castrato do coral episcopal morreu em 1922). Reorganizao da escola de canto de Munique visando a formao de cantores para as peras de Wagner. A distribuio dos papis na pera passa agora a ser feita de acordo com o tipo de voz e o gnero, ao invs das habilidades vocais e permanece at os nossos dias. Apenas as peras de Rossini privilegiam a voz de contralto dramtico coloratura, tanto para papis femininos quanto masculinos. coloratura masculinos Repertrio de canes (lieder) com carter mais intimista, cheio de expressividade e dramaticidade, nascido do gnero de salo. No incio apenas cantores de reputao insignificante (pouco volume) o realizavam, mais tarde os cantores mais famosos passam a se interessar tambm por este repertrio. Profundidade literria. Retorno do gosto pelo repertrio virtuosstico.Nova classe de cantores especializada em recitais e oratrios. Surgimento do interesse pela dramaticidade (capacidade de atuao) em detrimento do volume na operacmica em Paris. i i As temporadas de pera, alm de novas peras, tambm remontam as antigas peras, que so reescritas para as novas habilidades da orquestra e com mulheres nos papis de castratti. Companhias de pera com vrios cantores e mais de um para o mesmo papel em noites alternadas. C hi d i i d l i l d A pera no mais dominada pelos artistas italianos. Vrias escolas desenvolvidas, com base nas diferenas lingsticas. Era d b l E do bel canto, termo comumente usado para designar a virtuosidade e a beleza do repertrio vocal, d d i i id d b l d i l particularmente do perodo romntico. 10. Wagner Dramas musicais perfeita fuso entre todas as artes cnicas msica e letra escrita pelo compositor Leitmotiv (motivos condutores) expressando determinado tipo de emoo ou carter, ou algum objeto, personagem ou lugar. Estes motivos vo e vem e se alteram de acordo com a situao (com isto a orquestra tambm passa a narrar a histria juntamente com o cantor, e no apenas a acompanh-lo). No h mais lugares para as cadncias, onde o cantor pode mostrar a leveza e beleza da voz. Nos poucos cadncias voz momentos possveis, deve-se mostrar a fora e o poder vocal aliados dramaticidade. Os dramas musicais no se estruturavam em nmeros distintos (rias, duetos, recitativos, coros, etc.), mas em uma melodia ininterrupta, tecida do incio ao fim de cada ato. As melodias se baseiam no ritmo da lngua germnica germnica. Wagner escrevia o que a sua imaginao lhe pedia, depois buscava algum cantor que fosse capaz de cantar. Grande extenso das peras, chegando a durar de 4 a 5 horas,exigindo do cantor no apenas grande poder vocal, Devido ao tamanho das orquestras, mas tambm stamina, ou habilidade de cantar por perodos extensos. Construo de um teatro especialmente para a montagem de suas peras. peras Posicionamento da orquestra em um fosso abaixo do palco, de forma que o som da orquestra se projetava mais em direo aos cantores do que platia, aliviando os cantores. Mudanas tambm com relao aos efeitos visuais: luzes da platia apagadas durante a pera, abertura da cortina do meio do palco para os cantos. cantos Cromatismo excessivo, com harmonias audaciosas para seu tempo.Ve d Verdi Manteve o formato tradicional da pera (arias, recitativos, duetos, etc.). O cantor como principal protagonista da trama, tendo a orquestra como acompanhadora. Preferncia para as vozes dramticas. Grande detalhamento na partitura, assim como Wagner.Grandes avanos na cincia, tecnologia e no sistema legal, no que diz respeito voz e ao canto, no final do sculo: Em 1860, Manuel Garcia, cantor e professor, cria o laringoscpio. Observao das pregas vocais em funcionamento pela primeira vez. Criao de um mtodo de produo vocal visando a ampliao do volume f i t l i i Ci d t d d d l i d li d l de som, baseado no entendimento do aparelho fonador (laringe, garganta, palato , lngua, etc.),enfocando aspectos como postura, controle da respirao, pronuncia, e o uso dos trs registros (peito, mdio e de cabea). Em 1877, Thomas Edison cria o fongrafo. Apenas em 1904 ele utilizado seriamente em gravaes da cantora Adelina P tti Ad li Patti. As cortes reais da Europa vo caindo uma a uma e assim tambm o seu patronato vital de artistas e das artes. Torna-se importante prover os compositores financeiramente com os direitos autorais, o que acontece a partir de 1886. Em 1889 E 1889, em Viena, adota-se o L de 435 vibraes por segundo como oficial na E Vi d t d ib d fi i l Europa. Nova escola de pera na Itlia, o Verismo. A pera passa a retratar cada vez mais a realidade (injustias sociais, traio, tortura, etc.). Musicalmente, d-se continuidade linha de Verdi, com a orquestra seguindo na sua posio de Acompanhamento. (Cavalleria Rusticana Mascagni; I Pagliacci Leoncavallo; La Boheme Puccini). 11. SCULO XX Impressionismo p Debussy como seu primeiro representante busca uma nova forma de composio em reao ao pesado estilo romntico alemo e ao excessivamente passional estilo italiano, se utilizando das harmonias e timbres instrumentais como as cores e luzes da pintura impressionista. Cubismo Assim como na I Guerra Mundial temos exploses e defragmentaes, com a conseqente transformao do mundo, que nunca mais seria o mesmo, na arte tambm temos um estilo abstrato no qual os fragmento so ordenados de forma inusitadaExpressionismo Tons vigorosos revelando um mundo tenebroso dos terrores mais secretos, sugerindo uma desagregao vigorosos, tenebroso, secretos mental. Na msica, temos harmonias cada vez mais cromticas que chegam ao atonalismo. Como seus representantes temos Schnberg, Alban Berg e Webern.Sprechgesang - forma vocal entre o canto e a fala, na qual o cantor ataca a nota na afinao indicada e depois tem a liberdade de infleccionar a afinao como na fala, ao invs de sustenta-la como no canto. Utilizao de tessituras no convencionais, extenses extremas, grandes intervalos, trechos recitados para coral, boca chiusa, glissandos e gritos controlados. Partituras cada vez mais detalhadas, revelando um desejo de controle total da performance por parte do compositor.O pblico no consegue acompanhar a excessiva defragmentao da msica contempornea e se volta para uma msica mais accessvel como o jazz, o blue, o swing e outros estilos populares. A separao entre a msica erudita se torna mais evidente com a criao e evoluo do microfone, para o qual no se faz necessrio um estudo vocal to aprofundado, nem uma grande projeo vocal. O uso da amplificao eletrnica diminui o esforo da produo vocal, permitindo uma maior concentrao no texto (retorno da idia da camerata florentina, onde o texto deve ser o principal), e o uso apenas de uma regio mais central da voz. As gravaes e o rdio levam msica aos lares, facilitando o acesso tanto msica erudita quanto popular. Alm disso podemos conhecer e perpetuar as grandes vozes do passado e do presente e observar as diferentes interpretaes de uma mesma obra ou por diferentes interpretes, ou pelo mesmo nas diferentes fases de sua carreira. A inveno do microfone e das tcnicas eletrnicas de amplificao iro contribuir para o surgimento de novos estilos tambm na msica erudita, onde o microfone utilizado para manipular eletrnicamente as vozes ou para criar novos efeitos. Ainda na msica erudita, vamos ter uma corrente nacionalista, que se inicia na segunda metade do sc. XIX, que vai se valer de melodias folclricas, danas, marchas e hinos em suas composies. Vamos ter tambm a influncia direta do jazz em determinados compositores como Gershwin, Ravel, Stravinsky e outros.