Canto Mozárabe

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Universidade Federal de Santa Maria

Trabalho de Histria da Msica I.Prof Maria Del Carmen. Canto Mozrabe. Aluno: Juliano Gustavo Ozga.

Canto Mozrabe.Proveniente da liturgia visigtica, o Canto MOZRABE apresenta ao mesmo tempo divergncias da liturgia romana como semelhanas. Sua histria tem relao com a invaso muulmana no sculo VIII, onde os cristos do sul da Espanha foram obrigados a se adaptarem as novas normas polticas e religiosas. No entanto, os cristos , chamados agora mozrabes, continuaram praticando sua religio com permisso do novo governo. Pode se entender o canto mozrabe como o canto de liturgia crist praticado pelo povo do sul da Espanha no perodo de dominao muulmana. Os cantos mozrabes mais antigos datam do final do sculo IX. O mais completo e mais conservado vem a ser o antifonrio de Leon do sculo XI. A influncia da liturgia e do canto mozrabe ultrapassou o domnio territorial muulmano at a ltima metade do sculo XI. Apesar de sofrer algumas restries de Roma, o canto mozrabe teve uma grande produo na cidade de Toledo, onde acabou sendo conservado em 6 templos, onde pode sobreviver por mais alguns sculos aps a dominao muulmana. O que nos restou de registro do canto mozrabe consta de um legado de livros de canto, porm totalmente indecifrveis devido a sua escrita original composta de uma notao de neumas em que no se empregavam intervalos. Umas das nicas melodias realmente mozrabes que foram decifradas at pertencentes ao ofcio dos defuntos. No sculo XV o cardeal Francisco de Cisneros tentou compilar e reavivar o antigo rito mozrabe. Nestes livros se empregou a notao mensural com a inteno de fuso com melodias mozrabes. Com o abandono do rito medido da notao e eliminao de material extranho, houve um desejo de retornar a influncia do canto anterior ao sculo XV. Algumas das melodias mozrabes so semelhantes com o canto do repertrio ambrosiano. As melodias que se conservaram para as preces do ofcio dos defuntos, so muito simples, com partes tomadas das interpretaes ao cantar a resposta ou responsrio. nossos dias contam de piezas,

Estas oraes enpanholas eram formadas por estrofes breves e a resposta assumia o papel de estribilho. Estas preces eram cantadas em certos dias de penitncia, depois do salmo. Todos os exemplos mozrabes autnticos podem adaptar-se ao sistema modal gregoriano, entre eles os modos I, II, III e provavelmente o VIII. Por esse motivo pode-se levantar a hiptese de que o canto gregoriano, ambrosiano, mozrabe e galicano- os 4 grandes cantos do Ocidente- representam 4 dialetos musicais de uma mesma lngua de origem comum.

O Canto meldico de Toledo: algumas reflexes sobre sua origem e estilo.KARL-WERNER GMPEL Quisera discutir no meu estudo uma tradio musical conhecida por ns como Cantus Melodicus. Melodias ou Cantus Eugenianus, a qual acrescenta nossos conhecimentos acerca do papel que Toledo tomou a respeito da excecuo e transmisso do canto medieval. Mesmo quando, obviamente, seu papel de partida deve haver sido originado desde tempos mais antigos, no existe documentao direta em que se refere a esta pratica particular de canto, at meados do sculo XV, e a maior parte desta provm do sculo XVIII, quando o Canto meldico j havia entrado em um estado artstico deteriorado. Portanto no surpreendente que em tais circunstncias resultou somente um conceito muito limitado da investigao neste campo. Entretanto, sem embargo, foram descobertos novos e mais detalhados aspectos do Canto Meldico de Toledo em uma fonte do sculo XVI, os quais nos desafiam a reconsiderar e reavaliar a pratica deste canto, em particular com respeito a sua origem, estrutura interna e estilo musical. Em uma perspectiva mais ampla, encontramos aqui uma tradio local profundamente enraizada em um mundo criativo da rea mediterrnea, e como tal, contribui com amplitude ao ambiente musical da Igreja Primada da Espanha.

Geronimo Romero de vila, Maestro de melodia desde 1.749 at 1.779, explica que o Cantus Melodicus representa uma verso de canto gregoriano embelezado com certos ornamentos meldicos e rtmicos. Era cantado, acrescentando, ( talternatium cum cantu Gregoriano), isto , -alternando em uma e mesma pieza-como o canto tradicional. Romero faz distino entre as formas de Cantus Meldicus: a Glossa e a Glossa Simples; sem embargo, a seleo correta depende da classificao litrgica do dia especfico no calendrio da Igreja. Como regra geral, s certas piezas da Missa e das Horas litrgicas se executavam neste estilo, sendo que o resto se destinava ao Canto gregoriano ou a polifonia. Os cantores eram chamados Seises (ou infantes-crianas do coro), meninos especialmente treinados neste estilo pelo Maestro de melodia. Segundo Romero, a prtica do Cantus Melodicus existia somente na Catedral de Toledo, onde gozava de altssima estima. Uma observao semelhante se encontra em um trabalho publicado em 1.776 por Francisco Marcos y Navas: Canto Meldico uma certa glosa, com que os filhos da Santa Igreja de Toledo adornam os versculos das Horas, e outras coisas. Pedro de Loyola guevara, terico do sculo XVI, nos fornece uma discusso crtica disto que em Toledo chamam Melodia, que os meninos dizem nos Versetes das Horas, e em outros Responsrios. O qual no se faz em outra parte da Espanha, nem fora dela... Romero de vila tambm nos relata que este canto teve sua origem com Eugnio II, o arcebispo visigtico de Toledo, que morreu em 675 d.C. Podemos formar uma idia do Cantus Melodicus no tempo de Romero, referindo-nos as seguintes ilustraes: o primeiro exemplo da Glossa Duplex (Glosa dupla) a qual era usada ad omnes festivitates per annum (para tudo o que no justo); enquanto que o segundo exemplo mostra a Glossa simplex( Glosa simples) usada ad Frias, Responsoria et Tractus (para justas, responsrio e tratos). Amos os exemplos foram tomados da dissertao de Romero Sobre el Canto Gothico, y eugeniano, vulgo Melodia, escrita em 1.774 a pedido do Cardeal Francisco Antonio de Lorenzana. Um ano mais tarde uma verso latina do texto foi publicada no Breviarium Gothicum de Lorenzana. Obviamente as ilustraes refletem mumerosas medidas reformistas que Romero aplicou ao Cantus melodicus tal como havia sido transmitido desde tempos mais antigos. o mesmo maestro que em seu tratado Sobre el Canto Gothico refere a expurgao que foi realizada em este ltimo tempo, dos vcios que possua, a causa do transcurso de tantos sculos e a sua reduo a Arte. Desde o ponto de vista musical um se sente bastante embaraado pela maneira estereotipada com que a melodia gregoriana foi ornamentada. Na realidade, Romero usa uma verso simplificada do Graduale Constitues eos prncipes, como base pra seu procedimento de

ornamentao, limitando-se este aplicao de muitas figuras com respeito ao ritmo e melodia. Apesar de tais implicaes negativas, deve-se destacar que o Cantus melodicus de Romero de vila pertence a uma tradio continua, ainda que s uma reflexo pobre do que em outro tempo foi uma etapa mais vital. ... Trecho do traduzido do estudo: El canto meldico de Toledo:

algunas reflexiones sobre su origen y estilo deGMPEL editado na Recerca Musicologica VIII, 1988, 25-45.

KARL-WERNER

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Bibliografia nica:REESE, Gustave.La Musica em la Edad Media. Ed. Alianza Msica. Discografia: Deutsch Gramophone.