CANOA Jose Carlos 2013 Encontro Com Luís Amaro in Blogue Literatura Literatura Literatura

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«mas deixemos os poetas livres, deixemos viver, em cada época, até para exemplo, um punhado de almas livres, inteiramente livres, de almas desviadas, mas que se castiguem e fiquem presas na sua própria liberdade!...» - António Ferro Literatura Literatura Literatura Início Autores Ligações Loja Pesquisar 21/05/2013 Encontro com Luís Amaro Só a luz! só a luz vale a vida! A luz interior ou a luz exterior. Raul Brandão (Epígrafe que abre Diário íntimo, 3.ª ed., 2011) Exposição na BNP - 2013 (clique aqui) Assinalando o nonagésimo aniversário de Luís Amaro (n. 1923), a Biblioteca Nacional de Portugal (BN) apresenta uma mostra documental da sua obra e atividade literária, 1. … na Biblioteca Nacional Partilhar 0 Mais Blogue seguinte» Criar blogue Iniciar sessão

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«mas deixemos os poetas livres, deixemos viver, em cada época, até para exemplo, um punhado de

almas livres, inteiramente livres, de almas desviadas, mas que se castiguem e fiquem presas na sua

própria liberdade!...» - António Ferro

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Encontro com Luís Amaro

Só a luz! só a luz vale a vida! A luz interior ou a luz exterior.

Raul Brandão(Epígrafe que abre Diário íntimo, 3.ª ed., 2011)

Exposição na BNP - 2013 (clique aqui)

Assinalando o nonagésimo aniversário de Luís Amaro (n. 1923), a Biblioteca Nacional

de Portugal (BN) apresenta uma mostra documental da sua obra e atividade literária,

1. … na Biblioteca Nacional

Partilhar 0 Mais Blogue seguinte» Criar blogue Iniciar sessão

aberta ao público entre 7 de maio e 29 de junho de 2013.

Na sala de referência, o visitante encontra à direita uma área com três vitrinas

identificadas por um belo poster com o perfil recatado do Poeta: apresenta-se a

poesia publicada em livro (Dádiva, 1949, e Diário íntimo, 1975), posteriormente

reeditada e ampliada (Diário íntimo: Dádiva e outros poemas, 2.ª ed., Lisboa: &etc.,

2006 / 3ª ed., revista, Évora: Licorne, 2011), integrada em antologias poéticas

coletivas ( Antologia de poetas alentejanos, 1984, org. de Orlando Neves) ou ainda na

revista literária Árvore, que o Autor cofundou e dirigiu. Outra obra impressa, que

editou, reviu textualmente ou mesmo traduziu, está igualmente exposta.

O encontro realiza-se plenamente na descoberta de documentação manuscrita que

permite reconfigurar a existência convivial pública e privada – postais, cartas, poemas

que lhe foram enviados ou dedicados por poetas amigos, o manuscrito da recensão

crítica de Vergílio Ferreira a Dádiva (publicado em Vértice, n.º 76, Coimbra, dez.

1949), ou a reprodução de um texto jornalístico sobre o percurso de escrita de Luís

Amaro iniciado aos 12 anos de idade (Henrique Zarco, «Às portas de Mértola. A vida

do jornalista», O Distrito de Beja, 14.12.1935).

As vitrinas da exposição colocam assim em evidência o Espólio N5 da BNP, o de Luís

Amaro, composto por 54 caixas depositadas desde 1981, através do epistolário

recebido e colecionado pelo poeta – estão expostos originais de Vergílio Ferreira,

Irene Lisboa e Jorge de Sena, entre outros documentos biográficos.

No dia 13 de maio de 2013, na sala de referência da BN,

antes da Sessão evocativa do nonagésimo aniversário

de Luís Amaro, com intervenção de Eugénio Lisboa.

2. … na Vida e na Obra

Luís Amaro (n. Aljustrel / Alentejo, a 5 de maio de 1923), também conhecidocomo Francisco Luís Amaro, é um poeta e um investigador escrupuloso que dedicoutoda sua vida à literatura portuguesa.

A sua generosidade, de verdadeiro formador, para com investigadores, ensaístas eescritores é sobejamente conhecida por quem dele se abeira para falar de literaturaou solicitar algum apoio: agradecemos-lhe as «preciosas indicações, achegas ou atéa correção de erros e falhas».

Chegado à capital em setembro de 1971, aí desempenhará atividades nas Portugálias(livraria e editora) durante cerca de 28 anos, tendo contactado com as principaisfiguras da cultura portuguesa de então, “cuidando” da edição dos seus livros: desdepoetas, romancistas, ensaístas, tradutores e editores até ao Prémio Nobel daMedicina, Egas Moniz (1874-1955), que lhe confiou as suas Conferências médicas eliterárias (vols. IV e V, Lisboa: Portugália, 1950 e 52).

Neste extenso período da sua atividade na Portugália Editora, Luís Amaro devotougrande parte do seu tempo à revisão textual de obras literárias, geralmente com ospróprios autores: Dia longo (1944) de Ribeiro Couto; Mar de Cristo (1957) de MárioBeirão; Líricas portuguesas, 3.ª série (1958) organização de Jorge de Sena; ObrasCompletas de M. Teixeira-Gomes – revisão textual dos 11 primeiros vols., de Cartasa Columbano (nov. 1957) a Novelas Eróticas (março 1961); A letra e o leitor (1969)de Jacinto do Prado Coelho; Poesias completas: 1929-1969 (1969) de Adolfo CasaisMonteiro; e em parceria com Alberto de Serpa: Música ligeira (1970), obra póstumade José Régio. Entre as muitas dedicatórias que Luís Amaro recebeu pela assistênciaque prestou durante a edição da obra de um autor, destaco a lapidarmente escritapelo autor de Vidas são vidas: romance - Lisboa: Portugália, 1966:

Ao Luís Amaro, à sua sensibilidade de Poeta e à sua

inteligência de revisor-crítico e leitor esclarecido, este livro que

lhe deve tantos cuidados…, com um abraço grato do seu amigo

José Régio / Portalegre, Fevereiro 1966.

Em 1970, é convidado a fazer parte da redação da revista Colóquio/Letras, onde

Retrato de L. A., «a partir de uma fotografia de 1950»,

por Luís Manuel Gaspar (n. 1960, artista plástico e poeta).

Publicado na badana de Diário Íntimo, 2ª ed., Lisboa: & etc., 2006.

ocupa sucessivamente os cargos de secretário (1971-86), diretor-adjunto (1986-89) e

consultor editorial (1989-1996). Ao serviço desta revista literária prestigiada em

Portugal e além-fronteiras, Luís Amaro realizou «uma contínua dádiva de si mesmo,

através de um imenso rigor na supervisão dos textos, de uma erudição única no

campo da bibliografia e da crítica da literatura portuguesa», demonstrando «uma

excecional capacidade de trabalho, tão minucioso e apaixonado nas tarefas mais

humildes como na investigação mais especializada» (“Editorial” da

Colóquio/Letras, n.º 108, mar. 1989).

Luís Amaro elaborou bibliografias da revista presença e de autores presencistas, de poetas e

ensaístas, da produção literária de uma década (os anos 40) e de meio século de literatura

portuguesa (1936-86). Uma das atividades de inventariação bibliográfica que mais terá amado,

pese os cuidados do percurso, terá sido a compilação de excertos críticos sobre a obra de um

Autor: a considerada fortuna crítica de uma obra. Para além da sua atenção votada

regularmente à bibliografia regiana, é de destacar a magnífica «Marginália crítica e biográfica»

sobre Mário Beirão, em Poesias Completas, (Lisboa: IN-CM, 1996 – org. António Cândido

Franco e Luís Amaro; pref. José Carlos Seabra Pereira).

Como poeta, cedo publicou as suas primícias em jornais (A Ideia Livre, Anadia, 1939; Revista

Transtagana, Évora, 1941; Seara Nova, Lisboa, 1943, 1945, 1948; Almanaque de

Lembranças Alentejanas, Elvas, 1944; Diário de Lisboa, 1946; Viagem, 1947; O Primeiro

de Janeiro, Porto, 1948), publicando a primeira vez em volume Dádiva – poemas (Lisboa:

Portugália, julho de 1949), com capa de Manuel Ribeiro de Pavia.

Foi, juntamente com António Luís Moita, António Ramos Rosa, José Terra e Raul de

Carvalho, um dos fundadores e editores da revista Árvore – folhas de poesia, de que

saíram quatro fascículos, de Outono de 1951 a 1953, onde também publicou alguns

dos seus poemas.

Continuou a colaborar com poesia nas mais diversas publicações periódicas: Távola

Redonda, Lisboa, 1950; Horizonte, Évora, 1951; supl. “Cultura e Arte” de O Comércio

do Porto, 1952; “Artes e Letras” do Diário de Notícias, 1955, 1956, 1957, 1967, 1968,

1969, 1970, 1971, 1972, 1974; Diário Ilustrado, 1957; “Literatura & Arte” de A Capital,

Lisboa, 1968, 1969; Colóquio/Letras, Lisboa, 1989; Letras & Letras, Porto, 1991.

Publicou igualmente nas pastinhas de Poesia, publicadas na Queima das Fitas da

Universidade de Coimbra, organizadas por Fernando Pinto Ribeiro, Coimbra, 1968,

1969, 1971.

A sua poesia está reunida e acessível em

DIÁRIO ÍNTIMO: Dádiva e Outros Poemas,3ª edição, revista, com MargináliaCrítica e trecho epistolar inédito de Jorge de Sena, Évora: Licorne, 2011.

BIOGRAFIA

Extrair poesia duma alma

precária, qual a minha,

num corpo frágil,

eu sei… é quase heroico.

Porque cá dentro é escuro,

3. … na poesia

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Publicada por José Carlos Canoa à(s) 02:30

Etiquetas: Luís Amaro

como falar senão da noite louca,

da morte que nos ronda

e se interpõe

entre o meu olhar e a luz do dia?

E anda um fantasma a corroer a nossa,

nossa alegria…

Como cantar as paisagens belas

se a noite é sem estrelas?

Como falar dos tempos de criança

se nunca tive infância?

E tanto que eu quisera

vibrar à luz do sol

e enleado esquecer-me no mistério

duma flor que nasce

aberta para o mundo

na manhã em que tudo é primavera!

Luís Amaro

(Diário íntimo: dádiva e outros poemas, 3ª ed., 2011, p. 75)

JC CanoaMassamá, 21.05.2013

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