Cânfora - Cinnamomun comphora (L.) J. Presl. - Ficha Completa Ilustrada

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Cânfora Nome científico: Cinnamomum camphora (L.) J. Presl Sinonímia popular: Canforeiro, alcanforeira, erva-cavaleira, rabugem-de-cachorro, alcanforero. Sinonímia científica: Laurus camphora L. Família: Lauraceae Partes usadas: Folhas Princípio ativo: Terpenos (alfa-pineno, nopineno, canfeno, dipenteno, cariofileno, cadineno, bisaboleno, canfazuleno, etc.), álcoois (borneol, linalol, alfa-terpinol, etc.), cetonas (cânfora,piperitona), óxidos (cineol, etc.). Propriedade terapêutica: Antiséptica, estimulante, excitante, anti-reumática, parasiticida, anti-nevrálgica, revulsiva, anestésico local, anti-térmica, anti- diarréica,anti-helmíntica, moderadora das secreções sudoral e láctea. Indicação terapêutica: Contusões, dores musculares, reumatismo, frieira. Nome em outros idiomas

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Sinonímia popular – Sinonímia científica – Família – Partes usadas – Princípio ativo – Propriedade terapêutica – Curiosidades – Receitas

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Cânfora

Nome científico: Cinnamomum camphora (L.) J. Presl

Sinonímia popular: Canforeiro, alcanforeira, erva-cavaleira, rabugem-de-cachorro, alcanforero.

Sinonímia científica: Laurus camphora L.

Família: Lauraceae

Partes usadas: Folhas

Princípio ativo: Terpenos (alfa-pineno, nopineno, canfeno, dipenteno, cariofileno, cadineno, bisaboleno, canfazuleno, etc.), álcoois (borneol, linalol, alfa-terpinol, etc.), cetonas (cânfora,piperitona), óxidos (cineol, etc.).

Propriedade terapêutica: Antiséptica, estimulante, excitante, anti-reumática, parasiticida, anti-nevrálgica, revulsiva, anestésico local, anti-térmica, anti-diarréica,anti-helmíntica, moderadora das secreções sudoral e láctea.

Indicação terapêutica: Contusões, dores musculares, reumatismo, frieira.

Nome em outros idiomas

Espanhol: canforeto Francês: champhre

Inglês: camphor tree

Italiano: cânfora

OrigemÁsia Oriental, particularmente da ilha de Formosa, Japão e China Meridional.

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Outros princípios ativosCompostos da série aromática (p-cimeno, eugenol, safrol, etc.), aldeídos, ácidos da série gorda.

Uso medicinalUtilizada na terapêutica, a cânfora vem sendo substituída por outras substâncias, algumas de constituição química análoga.

Da madeira triturada dos troncos e submetida a manufaturações oportunas, extrai-se o produto conhecido pelo nome de cânfora, cujas qualidades anti-sépticas, estimulantes, excitantes lhes são atribuídas.

Externamente é utilizado por suas propriedades revulsivas, a que se associa a uma ação anestésica local, em fricções, geralmente sob a forma de soluções alcólicas. Suas ações também são parasiticidas.

Tem aplicações também nas hemorragias uterinas e como vermífugo.

Internamente, administra-se por via hipordérmica em soluções oleosas. Atua sobre o sistema nervoso central, produz ação benéfica sobre o centro respiratório bulbar, com o aumento da amplitude dos movimentos respiratórios sem acelerar o ritmo, mas a sua ação mais notável é sobre o coração. É um cardiocinético, pois estimula o músculo cardíaco e reforça a sístole, regulariza as pulsações e a pressão sanguínea.

O óleo canforado, embora seja um cardiotônico eficiente, sua administração deve ficar a cargo do médico. Devido porém à sua insolubilidade na água (o que reduz uma ação lenta e a impossibilidade de administrar por via endovenosa), foi substituída por sucedâneos hidrossolúveis.

Como sedativo, recomenda-se nas doenças nervosas, hipocondria, histerismo, convulsões, epilepsia, melancolia, nevralgias, reumatismo.

 Dosagem indicadaContusões, dores musculares e reumatismoVinagre aromático para fricções e massagens: macerar em

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uma garrafa, por 10 dias, 400g de vinagre puríssimo de vinho, 50g de álcool a 90º, 50g no total das seguintes ervas frescas: sumidades floridas de alfazema, folhas de laranjeira, folhas de alecrim, folhas de hortelã, folhas de sálvia.

Antes de colocá-los nos líquidos indicados, esmagá-las um pouco, a fim de facilitar a saída dos humores. Tapar bem a garrafa, conservando-a em local fresco. Após os dez dias prescritos, dissolver 4gr de cânfora em 10gr de ácido acético, colocando este líquido na garrafa com todos os outros ingredientes.

Filtrar o líquido após algumas horas e vertê-lo em uma garrafa com tampa esmerilhada. Este vinagre aromático é prodigioso para todas as dores causadas por traumas ou dores reumáticas.Aguardente canforada: misturar 300gr de aguardente a 60º, ou de álcool na mesma graduação e 5gr. de cânfora triturada. Conservar o líquido em uma garrafa bem tapada e empregá-lo para friccionar os músculos doloridos.

FrieirasLoção: em uma garrafa de boca larga, colocar 200g de óleo de rícino desodorizado, aquecendo o recipiente em banho-maria. Enquanto a água se aquece (não deve nunca ferver), colocar na garrafa 10gr de essência de bergamota e 5 gr de cânfora. Deixar tudo em banho-maria por cerca de uma hora, depois afastar a panela do fogo. Quando o líquido estiver frio, tapar a garrafa herméticamente. Com esta loção fazer massagens três a quatro vezes ao dia sobre a região atingida pela frieira. Para prevenir é suficiente fazer uma única fricção ao dia.

Outros usosPara flores e plantasQuando uma planta sofreu a ação do vento ou a ausência de água, tomará rapidamente força e vigor se for regada com água canforada. A proporção é de uma colherinha de cânfora em pó em uma garrafa de água.

TraçasContra as traças não há nem um produto igual à cânfora, cujo odor é particularmente desagradável a estes insetos. Espalhar alguns cubinhos pelos armários e gavetas, as roupas estarão assim seguras.

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Desinfetante para empregos caseiros (Vinagre dos quatros ladrões de Marselha)

20gr de sumidades floridas de alguma destas plantas: losna, alecrim, sálvia, hortelã, arruda ou flores de alfazema

30gr de cada um destes aromáticos: casca de canela, ácoro, noz-moscada, cravo e alho.

5gr de cânfora

1250gr de puríssimo vinagre de vinho branco.

Os ingredientes devem ser deixados em maceração no vinagre, por dez dias. Filtrar o líquido e conservá-lo em um vidro com tampa esmerilhada. Serve para limpar as feridas e desinfetar as mãos que tenham tocado qualquer coisa infectada.

Muitas são as aplicações da cânfora, particularmente na produção de celulóide, matéria-prima doutras indústrias importantes: fabrico de pólvoras, plásticos, tintas.

A canforeira é extremamente decorativa, indicada para ornamentação de vias públicas e também para quebra-ventos.

Curiosidades

Vinagre dos quatro ladrões de Marselha

Conta a lenda que por volta de 1300, enquanto se alastrava uma peste terrível, quatro bandidos marselheses executavam assaltos nos locais infestados pela peste, saqueando casas e o comércio. Era porém um mistério o fato de passarem incólumes pelos locais infestados, sem adquirirem o terrível mal. Dizem que o segredo era uma mistura milagrosa que preparavam antes de iniciarem as suas incursões, com a qual enxaguavam a boca e limpavam as mãos. A sua receita chegou até nós. Trata-se de um excelente desinfetante, que todos fariam bem em ter esta receita em casa.

Um pouco de históriaO Japão depois de ocupar a ilha de Formosa (Taiwan) organizou o próprio monopólio da produção e comércio da cânfora natural e sua essência, que perdurou até à perda do

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seu domínio em 1944; entretanto estabeleceu a cultura na própria pátria.

Concorrências surgiram para combater este monopólio, com plantações de canforeiro em outros países (Java, Estados Malaios, Austrália, Flórida, Brasil, Argélia, etc.), porém a organização japonesa inutilizou estas tentativas.

As circunstâncias modificaram-se depois da II Grande Guerra, em resultado do desenvolvimento da indústria da síntese química da cânfora, em particular nos EUA.

 Referências

Balmé, François. Plantas Medicinais. Hemus Editora Limitada, São Paulo.

Chiej, Roberto. The Macdonald Encyclopedia of Medicinal Plants. Macdonald & CO Ltd. London.

Costa, Aloísio Fernandes. Farmacognosia - vol.II. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.

Graf, Alfred Byrd. Tropica - color cyclopedia of exotic plants and trees. 4º edição. Roehrs Company. N. J. USA.

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