Candomble - Livro de Orlando Santos

7/29/2019 Candomble - Livro de Orlando Santos

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Natureza Em

Sintonia Com AVida


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OGAN ALAB

ORLANDO SANTOS

* ORIS *NATUREZA EM SINTONIA

COM A VIDA

Editora MultiplicidadeVitria ES


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!IST"RICO

Orla#do Co$ta Sa#to$ou simplesmente Ogan Alab Orlando Santos, filho dos Oriss ssi,Osn e Obaluai, nasceu em Pontal da Cidade de So orge dos !lh"us, #ahia, pela saudosa

$aloris da %a&o 'etu, (aria Amlia da Sil)a *uimares, irm mais )elha do as" em +uetamb"m foi formada a conceituada Olga do Alaeto de (atat- de #rotas, #ahia, no barraco de

Osm (i., em Sal)ador/

Orlando Santos integrou0se nos preceitos das consagradas ra12es da cultura afro0brasileira, 3untoao saudoso 4duardo !3e5, Crist6)o de Ogun da na&o do 4fon e de di)ersos outros ogans/

Aprendeu a cantar e a tocar ataba+ue e conheceu todos os ritmos do candombl"/4m 789: chegou a ;it6ria, 4sp1rito Santo, tra2endo em sua bagagem documentos +uecompro)am a sua carreira profissional de comunicador de +uase todas as emissoras de rdio etele)iso da capital baiana,


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F sabido +ue a nature2a +uando no a3udada e protegida fracassa/ As planta&Bes, se noreceberem os de)idos cuidados morrem ou no produ2em o +ue delas se espera/ O mesmoacontece com os animais e seres humanos/

Gesde crian&a )im a entender +ue antes de se tomar +ual+uer deciso ou praticar algum ato,tanto " bom como fa2 bem ao )i)ente +ue sempre de)e procurar estar bem humorado e de bemcom a )ida/ Gessa forma, dou sempre gra&as a Geus HO5alI, por estar constantemente ao ladode pessoas generosas, de boa 1ndole e de surpreendentes orienta&Bes ligadas a nature2a/

Ge con)ersa em con)ersa " +ue tenho conseguido obter bons resultados, 3untamente com aminha fam1lia, +ue pertence a (ina do SantJ, e com os considerados amigos #abalori5 ooui2 de Ogun , Ogan *eraldo do *antois, #abalori5 ui2 da (uri&oca, Ogan #oboca, tia Olgado Alaeto, cabocla de O5ossi, (inac6, !adolamin, Oiatol, Alg3ebK, !ndenbeleu1, %enel #aiano,Ogan @lE, Ogan oselito OguinK, (atambeu, Lilson de O5ossi, OdessK @ilho da $ %itinha,(ogb, @lorindo de MangE, *imu, 4minha de $emon3, Ge2inha de Osun, $ eocdia

u5emburgo/ Omin ola e de todos os umbandistas e candomblecistas do 4sp1rito Santo e do#rasil +ue tenho total respeito e admira&o/

4spero +ue os demais sacerdotes no me le)em a mal por no terem sido citados nesta pginaNde bem com a nature2a, pois tenham certe2a de +ue Ntudo +ue est longe dos olhos est pertodo cora&o/ Creiam todos, +ue " desse meu 3eito de ser +ue tenho conseguido as necessriasinforma&Bes, as +uais so partidas de fontes inesgot)eis e +ue )enho encontrando a respostafundamental para todo tipo de assuntos e a solu&o para os mais di)ersos problemas/

Orlando Santos


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CANDOM+,- E UM+ANDA. CONTINUIDADE E TRANS/ORMA01O

4mbora as circunstncias da escra)ido impossibilitassem os africanos de preser)arem algunsaspectos de sua cultura, sobretudo as formas de organi2a&o econEmica, social e familiar/

Algumas tradi&Bes religiosas demonstraram not)el tenacidade, retendo concep&Bes e prticas,mantendo, reformulando e recriando em um esp1rito de grande fidelidade, muitos ob3etos de artesacra/ 4ntre os contingentes sudaneses tra2idos para o #rasil, sobretudo para a #ahia, outroracapital da colEnia, os !orubas, precedentes de regiBes +ue atualmente integram o sudoeste da%ig"ria e o da


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como uma a+uisi&o familiar, transmitida por linhagem paterna/ O de)oto, no #rasil, consagra0sea um ori5 considerado o Ndono de sua cabe&a e tal concep&o nada tem a )er com la&osfamiliares/ O local de culto e a religio como um todo " conhecido como candombl", o +ue nodei5a de ser um )ocbulo de origem bantu, com o significado dec Nreunio/ O candombl", areligio de possesso, de grande ri+ue2a lit-rgica, e5pressa0se atra)"s dos rituais deadi)inha&oR de uma r1gida hierar+uia sacerdotal, com fun&Bes muito delimitadasR do atendimentoa uma clientela +ue sempre anda em busca da solu&o para as suas afli&Bes materiais eespirituaisR dos rituais pri)ados e p-blicos de inicia&o, a +ual comporta )rias etapas ao longodo tempo dos cuidados profilticos com o corpo, suporte material das di)indades, doconhecimento das propriedades teraputicas e religiosas do reino )egetal, da m-sica, da dan&a,da indumentria, da culinria sagrada, da ar+uitetura dos templos, denominados terreiros e porfim, dos ob3etos de arte sacra/ Parte desses ob3etos como os altares Hpegis e papelsI, +ue soerigidos em certos espa&os do terreiro e aos +uais, de modo geral, tem acesso apenas osiniciados/ Outros se fa2em presentes por ocasio das cerimEnias p-blicas, usados naparamenta&o das di)indades Hcoroas, le+ues, arco, flechas, escudos, espadas, alfan3es,coura&as, colares e pulseiras de metal, colares de contas de cristal Hmi&angasI, lou&as,porcelanas, b-2ios, palha tran&ada, etc/I/ ais ob3etos so preparados, isto ", ad+uirem um

carter sagrado atra)"s de cerimEnias especiais durante as +uais poderes espec1ficos lhes sotransferidos/

Caso contrrio, seriam apenas uma e5presso artesanal ou art1stica, conforme obser)a aantrop6loga uana 4lbein dos Santos N4les no so apenas representa&o material, masemblemas essenciais em +ue o sagrado est representando e ao mesmo tempo simboli2ando oesp1rito m1stico/ 4m rela&o atitude com +ue se de)e abordar essas obras, a mesma autora fa2uma coloca&o fundamental/ Apreciar ob3etos de arte sacra e cu3os cnones est"ticos se achamfortemente associados a um conte5to cultural pouco ou mal conhecido, e5ige do obser)ador,despo3amento etnocntrico, grande abertura e liberdade de sensibilidade para pre2ar asdiferen&as culturais como meio fundamental de dar )alidade e enri+uecer a todas as rela&Bes

humanas/F surpreendente notar a identidade ou semelhan&a formal e funcional das pe&as de arte sacra docandombl" com as +ue se encontram nos espa&os religiosos da Cultura $orub, ap6s umasepara&o de +uase dois s"culos, indicando prolongamento, reformula&o e integra&o/ Certaspe&as e)idenciam a presen&a de m-ltiplos contatos culturais +ue o africano estabeleceu no no)omundo He5emplo de $emon3 e Osun, di)indades a+uticas, representadas como sereias decertas mitologias europ"ias, e as figura&Bes Ndemon1acas do ori5 4s-I, e +ue, apressadamente,poderia se rotular como sincretismo/ 4ste, entretanto, " apenas aparente/

Conforme obser)a (ariano Carneiro da Cunha, em seu fundamental estudo sobre a arte afro0brasileira NO essencial da mensagem religiosa, escre)e ele, Ncontinua africano, isto ", acosmologia criadora do real continua capa2 ao mesmo tempo de incorporar no)os elementos epermanecer africana/ 4lementos brasileiros se en5ertam em elementos africanos, dando0lhesconota&Bes diferentes das origens sem tirar0lhes nada da fun&o bsica/ A presen&a da religiodos ori5s e ;oduns, na %ig"ria, #enin e Sal)ador, #ahia, foi registrada por Pierre ;erger +ue, apartir de suas fundamentais in)estiga&Bes e numerosos escritos sobre o tema, tamb"m adocumentou por meio da fotografia, arte a +ue se dedicou por mais de setenta anos/


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O candombl", religio negra e de negros em seus in1cios, congrega fi"is em n-meros cada )e2maiores/ Atualmente, sobretudo no sul do pa1s, " uma religio multi0"tnica, +ue rompe asfronteiras de classe social e est em constante e5panso/ Somente na cidade de So Paulo,estimou0se, no final da d"cada de 78TD, a e5istncia de dois mil e +uinhentos terreiros decandombl"/ Uuarenta anos antes, nenhum terreiro ha)ia sido registrado na+uela cidade/

Outra religio +ue se constitui no pa1s, mais especificamente em %iter6i, no


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classe m"dia, os es-s so )istos como entidades das tre)as, +ue ocupam o -ltimo lugar nahierar+uia espiritual e no recebem nenhum tipo de culto/

%a )ertente mais popular da umbanda se reconhece nos es-s um aspecto amb1guo, mas nonecessariamente maligno/


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4s- mora na encru2ilhada e " contro)ertido/ em um gnio tra)esso e fa2 o +ue lhe pedem/ %otem no&o de bem e de mal e se mo)imenta apontando o pnis para o lugar onde +uer ir/ %oe5iste lugar no passado, presente ou futuro a +ue 4s- no possa ir/ amb"m " associado ase5ualidade ? a segunda fome humana/

@ilho primognito de !emon3 com Orunmila, o deus da adi)inha&o e irmo de Ogun, MangE eO5ossi, era )ora2 e insaci)el/ Conseguiu comer todos os animais da aldeia em +ue )i)ia/ Gepoisdisso, passou a comer as r)ores, os pastos, tudo o +ue )ia at" chegar ao mar/ Orunmila pre)iuento +ue 4u no pararia e acabaria comendo os homens, e tudo o +ue )isse pela frente,chegando mesmo a comer o c"u/ Ordenou ento a Ogun +ue conti)esse o irmo 4s- a +ual+uercusto/ Para conseguir isso, Ogun foi obrigado a matar 4s-, a fim de preser)ar a terra criada e osseres humanos/ (esmo assim, depois da morte de 4s-, a nature2a, os pastos, as r)ores e osrios, tudo permaneceu ressecado e sem )ida, doente e morrendo/ =m babalaE Hrepresentante deOrunmila na terraI alertou Orunmila de +ue o esp1rito de 4s- sentia fome e dese3a)a ser saciado,amea&ando pro)ocar a disc6rdia entre os po)os como )ingan&a pelo +ue Orunmila e Ogunha)iam feito/ Orunmila determinou ento +ue em toda e +ual+uer oferenda +ue fosse feita pelos

homens a um ori5, hou)esse uma parte em homenagem a 4s-, e +ue essa parte seria anterior a+ual+uer outra, para +ue se manti)esse sempre satisfeito e assim possibilitasse a conc6rdia/

Dia da $ea#a.segunda0feiraCore$.preto e a2ul escuro Hentre os !orubasI e preto e )ermelho HangolanosI/Elee#to.@ogo e arS')olo.Og6 Hum pnis de madeira, com b-2ios pendurados simboli2ando o smenI/N3ero.7Coida.farofaSauda4&o.aro0K, 4s-Y

O5UM

Com a cunha pode le)antar grandes pesos e assim aconteceu de Ogun, com a espada +uefor3ou, poder guerrear e con+uistar territ6rios para seu po)o/%o entanto, no +uis ser rei, pois preferia os desafios ao poder/ Continuou lutando e in)entandopara sempre/ >o3e em dia, di20se +ue os computadores e todos os analistas de sistemas so deOgun/

O ori(6 O7u# 8 u do$ ai$ aado$ #a cultura 9oru)6% Al8 de ter $ido o prieiro:erreiro; :oi ele


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A guerra " de Ogun, cu3o nome significa e5atamente guerra/ Ogun nunca se cansa de lutar,costuma0se chamar por sua a3uda em situa&Bes +ue " e5tremamente dif1cil continuar lutando ou+uando o inimigo " e5tremamente forte/ %o se de)e in)ocar Ogun a toa, pois seu gnio ee5tremamente )iolento/ F um solteiro con)icto/ e)e muitas mulheres, mas no )i)e comnenhuma/ Criou um filho adoti)o, abandonado nas mos dele por !ansan, a deusa dos )entos eraios, +ue por sua )e2 o ha)ia adotado de Osun, a deusa do amor e da ri+ue2a/ =m dos mitossobre ele di2 +ue Ogun " filho de !emon3 com Odudu.a/ Gesde crian&a sempre foi destemido,impetuoso, arro3ado e )iril, tendo se tornado sempre mais e mais um brilhante guerreiro econ+uistado muitos reinos para seu pai/ %o hou)e um s6 caminho +ue Ogun no tenhapercorrido/

=m irmo dedicado, Ogun tinha por O5ossi uma afei&o muito especial, defendendo0o )rias)e2es de seus inimigos e passando mesmo a morar fora de casa com O5ossi, +uando este foie5pulso de casa por !emon3/ @oi Ogun +uem ensinou O5ossi a defender0se, a ca&ar e a abrirseus pr6prios caminhos nas matas onde reina/ Ogun te)e muitas mulheres, a principal delas!ansan, guerreira como ele, tendo sido roubada por MangE, +ue " seu irmo por parte de me/Ogun passou a )i)er so2inho, para a guerra e para a metalurgia/

Dia da $ea#a ter&a0feiraCore$.a2ul0cobalto Hou a2ul0ferreiro, como chamam algunsI/ A cor e5ata " o a2ul dachama do fogo/S')olo 4spadaN3ero.:Coida.fei3oadaSauda4&o.Ogun !pY

OBOSSI

Gi2em os mitos +ue aprendeu a ca&ar com seu irmo Ogun, +uando este lhe deu as pontas deflechas e, mais tarde, a espingarda/ A essncia de O5ossi " Natingir um ob3eti)o/ @i5ar o al)o eatingi0lo/ Alimentar a fam1lia/ O5ossi sempre foi o respons)el por alimentar a fam1lia/ Fconsiderado o ori5 +ue d de comer Qs pessoas, pois sob seus dom1nios esto os animais e os

)egetais/ Assim, in)oca0se a energia de O5ossi +uando se +uer encontrar algo ou atingir algumob3eti)o e para pro)er sustento Hmoral ou f1sicoI durante as 3ornadas/

!n)oca0se O5ossi, o patrono da nature2a, +uando se +uer encontrar rem"dios para certos males,embora se3a necessrio pedir para Ossain +ue o rem"dio fa&a efeito/ Ogum assim o fe2, mascomo O5ossi relutasse em )oltar ao lar, e ao )oltar desfeiteasse sua me, esta o proibiu de )i)erdentro da casa, dei5ando0o ao relento/ Como ha)ia prometido ao irmo ser sempre seucompanheiro, Ogum foi )i)er tamb"m do lado de fora da casa/

O(o$$i 8 :il?o de Ieo#6 co Oru#ila% - a di=i#ia4&o da :lore$ta; rei#a#do $o)re o

=erde; $o)re o$ a#iai$ $el=a7e#$; do$


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O5ossi tornou0se o melhor dos ca&adores e di2 o mito +ue foi ele +uem li)rou Araetu, suacidade, de um grande feiti&o das perigos1ssimas a3"s Hfeiticeiras africanasI !Kami Osorong, +uese transformam em pssaros e atacam as pessoas e cidades com doen&a e mis"ria/

endo uma das feiticeiras pousado sobre o palcio do rei do 'etu e os demais ca&adores doreino perdido todas as suas flechas tentando mata0la, O5ossi, com apenas uma, deu cabo doperigoso pssaro, tendo sido conclamado o rei do 'etu/ Pede0se a O5ossi, portanto +ue destruafeiti&os ou energias mal"ficas/

=m dia, en+uanto ca&a)a elefantes para retirar0lhe as presas, O5ossi encontrou e apai5onou0sepor Osun, a deusa das guas doces e do ouro +ue repousa em seus leitos, e com ela te)e umfilho, ogun04d"/ @ilho da floresta com as guas dos rios, ogun04d" " considerado o ori5 dari+ue2a e da fartura, +ue ambos os dom1nios apresentam e dos +uais compartilha/

Dia da $ea#a.ter&a0feiraCore$.a2ul e )erde Ha2ul pela rela&o com o ar ? no lan&amento das flechas ? e )erde

pelas matasI/S')olo Of Harco e flechaIElee#to.ar e terraN3ero.ZCoida.milho e cocoSauda4&o.O Aro, O5ossiY

OSSAIN

Sentindo0se so2inho, enfeiti&ou O5ossi, a +uem sempre encontra)a nas matas, e o le)ou para osfundos destas onde lhe ensinou muitos segredos e pretendia mant0lo, Halguns mitos di2em +uecomo amigo, outros di2em +ue como amanteI o +ue $emon3 e Ogum no permitiram, )oltandoOssain a sua solido/Segundo o mito, MangE, o deus do tro)o, dese3ando obter os fundamentais poderes de Ossain,

pediu Q sua mulher, !ansan, a deusa dos )entos e das tempestades, +ue )entasse muito no lugaronde mora)a Ossain, para +ue as folhas sagradas +ue guarda)a em sua caba&a de segredosfossem espalhadas e ela pudesse apanha0las/ Por seu amor a MangE, !ansan assim fe2/ %oentanto, +uando o )ento espalhou as folhas todos os ori5s correram para apanha0las, sabendode seus poderes/

Ossain, ao )er o +ue acontecia, pronunciou pala)ras mgicas +ue solicita)am +ue as folhas)oltassem Qs matas, sua casa e seu dom1nio/ odas as folhas )oltaram, mas cada ori5 ficou

O$$ai# 8 a e#er7ia 67icocurati=a da$ :ol?a$ e por i$$o di=i#iada #a :ora do $e#?or da$:ol?a$ e do$ re8dio$% Seu i#tere$$e pela ci#cia tor#ou@o u $olit6rio de$de


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conhecendo o poder da+uelas +ue conseguiu apanhar/ S6 +ue elas no tinham o mesmo As"Hpoder e energiaI do +ue +uando esta)am sob o dom1nio de Ossain/ Para e)itar no)os epis6diosde roubo e in)e3a, Ossain permitiu, ento, +ue cada ori5 se tornasse dono de algumas folhascu3o poder mgico de conhecimento e de cura ele liberaria +uando lhe pedissem ao retira0las desuas plantas/ 4m troca e5igiu +ue 3amais cortassem ou permitissem o corte de uma plantacurati)a ou mgica/

oda a medicina $oruba se baseia, portanto, nos poderes de Ossain, sobre as folhas0rem"dio eObaluai, o deus +ue rege as doen&as gra)es/ Ambos os ori5s so muito temidos e respeitados,por+ue tamb"m entre os !orubas, o mesmo princ1pio +ue cura, mata/


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angustiado, saiu do po)oado e continuou pelos arredores, obser)ando as pessoas/ Gurante estetempo os dias es+uentaram, o sol +ueimou as planta&Bes, as mulheres ficaram est"reis, ascrian&as cheias de )ar1ola e os homens doentes/ Acreditando +ue o desconhecido coberto depalha amaldi&oara o lugar, imploraram seu perdo e pediram +ue ele no)amente pisasse na terraseca/

Ainda com fome e sede, Obaluai atendeu ao pedido dos moradores do lugar e no)amenteentrou na aldeia, fa2endo com +ue todo o mal acabasse/ 4nto homens os alimentaram e lhederam de beber, rendendo0lhe muitas homenagens/ @oi +uando Obaluai disse +ue 3amaisnegassem alimento e gua a +uem +uer +ue fosse, ti)esse a aparncia +ue ti)esse/ 4 seguiu seucaminho/

Chegando Q sua terra, encontrou uma imensa festa dos ori5s/ Como no se sentia bementrando numa festa coberto de palhas, ficou obser)ando pelas frestas da casa/ %este momento!ansan, a deusa dos )entos, o )iu nesta situa&o e, com seus )entos le)antou as palhas,dei5ando +ue todos )issem um belo homem, 3 sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e)irilidade/ 4 dan&ou com ele pela noite adentro/ A partir deste dia, Obaluai e !ansan0#al" se

uniram contra o poder da morte, das doen&as e dos esp1ritos dos mortos, e)itando +ue desgra&asaconte&am entre os homens/

Os $orubas acreditam +ue este mito nos mostra +ue o mal e5iste, +ue ele pode ser curado, masprincipalmente +ue " preciso ter conscincia do momento em +ue ele terminou, sabendorecome&ar ap6s um )iolento sofrimento/

Obaluai rege tamb"m a for&a da terra Hherdado de sua filia&o a %anaI, a umidade dela Hpor suaado&o por $emon3I e as doen&as das planta&Bes/

Dia da $ea#a segunda0feiraCore$ preto, )ermelho e brancoS')olo Ma5ar Hum tubo de palha tran&ada com sementes mgicas e segredos dentroI/N3ero 7ZCoida pipocaSauda4&o AtotEY


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OBUMAR

Osumar entretanto possu1a grande capacidade adaptati)a e, mesmo sem membros paralocomo)er0se, possu1a imensa ast-cia e inteligncia, aprendeu a subir em r)ores, a ca&ar para

comer, a colher as batatas doces de +ue tento gosta)a, e a nadar/

Orunmila, o deus da adi)inha&o do futuro, admirando0se e apiedando0se dele, tornou0o um ori5belo, de sete cores de lu2, encarregando0o de le)ar e tra2er as guas do c"u para o palcio deMangE/ [ O5umar, portanto +uem tra2 as guas da chu)a e " a ele +ue se pede +ue cho)a/

Como seu percurso era longo, O5al, seu pai, fe2 com +ue ele tomasse a forma do arco01ris+uando ti)esse essa misso a reali2ar/ Com as guas da chu)a, O5umar tra2 as ri+ue2as aoshomens ou a pobre2a/ O5umar )i)e com sua irm 4.a no fim do arco01ris/

Dia da $ea#a.+uinta0feiraCore$.as do arco01risS')olo.Gan Huma serpente enrolada numa r)ore, simboli2ando o poder da adapta&oI/N3ero. 7DCoida.batata doceSauda4&o.Arroboboi O5umarY

O$uar ou O$uar8; 8 a e#er7ia da$ core$; da lu; do $ol ap$ a$ c?u=a$; o arco@'ri$; epor i$$o e$o 8 a$$ociado J$ $erpe#te$;


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BAN5K

MangE, em seu a)atar AKr " a for&a representada pelo som do tro)o, e no a)atar Agan3u, " aterra firme/ F um ori5 +ue representa o poder em todas as suas dimensBes da ri+ue2a, dasedu&o, da 3usti&a, da for&a f1sica, da inteligncia/ [ irmo de Ogum, por parte de me, etamb"m de O5ossi, sendo um filho mais caseiro e pr65imo de $emon3/

Xang Aganju, a terra firme, apaixonou-se por sua me Yemonj, o mar,perseguindo-a por longo tempo at que ela, cansada, caiu e Aganju a possuiu. Desteincesto nasceram outros orixs, filos de Yemonj e Aganju, entre eles os !unges.

MangE era e5tremamente mulherengo e competiti)o, tendo roubado as mulheres fa)oritas deseus dois irmos, Qs +uais sedu2iu com sua bele2a, inteligncia e poder, pois ele reinou sobre

todas as terras e te)e como esposas Osun, a deusa do amor e da bele2a, roubada de O5ossi, odeus das matas, e !ansan, a sensual deusa dos )entos e tempestades, roubada de seu irmoOgum, o deus da guerra/ 4le mante)e sempre trs esposas, sendo a terceira delas a poderosaOba, guerreira forte, a -nica a enfrentar Ogum numa luta f1sica Hembora, perdendo a lutaI esenhora dos segredos da co2inha, aos +uais MangE no resistiu, embora Ob no fosse umamulher bonita/

4m suas lutas MangE conta sempre com a )idncia e magia da deusa dos rios, Osun , com acoragem e impetuosidade de !ansan e com a for&a bruta de Ob/ MangE mora num palcio nosc"us, onde prepara as chu)as para sua me $emon3/ em poderes secretos, e seu machadobipene " o portador de sua 3usti&a/ O barulho dos tro)Bes " o machado de MangE caindo do c"upara fa2er 3usti&a/

Dia da $ea#a +uarta0feiraCore$ )ermelho e brancoS')olo OGF Hmachado de dois cortesICoida Amal H+uiabo mo1doISauda4&o 'aE 'abiecil, MangEY


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OSUN

Osun " por isso associada Q maternidade, da mesma maneira +ue $emon3/ Por sua do&ura efeminilidade, por sua e5trema )oluptosidade ad)inda da gua, O5um " considerada a deusa doamor/ A ;nus africana/

Como acontece com as guas, nunca se pode pre)er o estado em +ue encontraremos O5um, etamb"m no podemos segura0la em nossas mos/ Assim, O5um " o ardil feminino/ A sedu&o/ Adeusa +ue sedu2iu a todos os ori5s masculinos/

Gi2 o mito +ue O5um era a mais bela e amada filha de O5al/ Gona de bele2a e meiguice semiguais, a todos sedu2ia pela gra&a e inteligncia/ O5um era tamb"m e5tremamente curiosa eapai5onada por um dos ori5s, +uis aprender com Orunmil, o melhor amigo do seu pai, a )er ofuturo/ Como o cargo de OluE Hdono do segredoI no podia ser ocupado por uma mulher,Orunmil, 3 )elho, recusou0se a ensinar o +ue sabia a O5um/

O5um ento sedu2iu 4s-, +ue no pode resistir ao encanto de sua bele2a e pediu0lhe +ueroubasse o 3ogo de iin Hcascas de coco de dende2eiroI de Orunmil/ Para assegurar seuempreendimento O5um partiu para a floresta em busca das !Kami Oshorong, as perigosasfeiticeiras africanas, a fim de pedir tamb"m a elas +ue a ensinassem a )er o futuro/ Como as!Kami dese3a)am pro)ocar 4s- h tempos, no ensinaram O5um a )er o futuro, pois sabiam +ue4s- 3 ha)ia roubado os segredos de Orunmil, mas a fa2er in-meros feiti&os em troca de +uecada um deles recebessem sua parte/

endo 4s- conseguido roubar os segredos de Orunmil, o deus da adi)inha&o se )iu obrigado apartilhar com O5um os segredos do orculo e lhe entregou os de2esseis b-2ios com +ue at" ho3e

3ogam/ O5um representa, assim a sabedoria e o poder feminino/ 4m agradecimento a 4s-, O5umdeu0lhe a honra de ser o primeiro ori5 a ser lou)ado no 3ogo de b-2ios, e entrega a eles suaspala)ras para +ue as traga aos sacerdotes/ Assim, O5um " tamb"m a for&a da )idncia feminina/

O$u# 8 a :or4a do$ rio$;


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(ais tarde O5um encontrou O5ossi na mata e apai5onou0se por ele/ A gua dos rios e asflorestas ti)eram ento um filho chamado ogun04d", a crian&a mais linda, inteligente e rica +ue

3 e5istiu/

Apesar do seu amor por O5ossi, numa das longas ausncias deste, O5um foi sedu2ida pelabele2a, os presentes HO5um adora presentesI e o poder de MangE, irmo de O5ossi, rompendosua unio com o deus da floresta e da ca&a/ Como MangE no aceitou ogun04d" em seupalcio, O5um abandonou seu filho, usando como prete5to a curiosidade do menino, +ue um diafoi )0la banhar0se no rio/ O5um pretendia abandon0lo so2inho na floresta, mas o menino seesconde sob a saia de !ans, a deusa dos raios, +ue esta)a por perto/ O5um deu ento seu filhoa !ans e partiu com MangE tornando0se, a partir de ento, sua esposa predileta e companheiracotidiana/

Dia da $ea#a sbadoCore$ amarelo0ouroN3ero \

S')olo Abeb HespelhoICoida !pet Hfei3o fradinho com camaroISauda4&o Ora ieieu, O5umY

,O5UN@ED-

Gi2em os mitos +ue sendo O5ossi e Ogum e5tremamente )aidosos, no puderam )i)er 3untos,pois competiam pelo prest1gio e admira&o das pessoas e terminaram separando0se/ @icoucombinado entre eles +ue ogun04d" )i)eria seis meses nas guas dos rios com O5um e seismeses nas matas, com seu pai O5ossi/ Ambos ensinariam a ogun a nature2a dos seusdom1nios/ 4le seria poderoso e rico, al"m de belo/

%o entanto, o hbito da espreita aprendido com seu pai, fe2 com +ue, um dia, curioso a respeitoda bele2a do corpo de sua me, de +ue tanto se fala)a nos reinos das guas, ogun04d")estindo0se de mulher fosse espi0la no banho/ Como O5um esti)esse )i)endo seu romance comMangE, tio de ogun, e MangE ti)esse e5igido como condi&o do casamento +ue ela se li)rassede ogun, O5um apro)eitou a oportunidade para punir ogun com sua transforma&o num ori5me3i HhermafroditaI e abandona0lo na beira do rio/ !ans o encontra, e fascinada pela bele2a dacrian&a le)a ogun para casa onde, 3untamente com Ogum, passa a cria0lo e educa0lo/

ogun04d", chamado geralmente apenas de ogun, " o ponto de encontro entre os rios e asflorestas, as barrancas, beiras de rios, e tamb"m o )apor fino sobre as lagoas, +ue se espalhanos dias +uentes pelas florestas/ ogun representa o encontro de nature2a distintas sem +ueambas percam suas caracter1sticas/ F filho de O5ossi com O5um, dos +uais herdou as

caracter1sticas/ Assim, tornou0se o amado, doce e respeitado pr1ncipe das matas e dos rios, etudo +ue alimenta os homens, como as plantas, pei5es e outros animais, sendo consideradoento o dono da ri+ue2a e da bele2a masculina/ em a ast-cia dos ca&adores e a pacincia dospescadores como principais )irtudes/


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Com Ogum, ogun04d" aprendeu a arte da guerra e da for3a, e com !ans, o amor a liberdade/Gi2 o mito +ue ogun tinha tudo, menos o amor das mulheres, pois mesmo !ans, +uandoroubada de Ogum por MangE, abandona ogun com seu tio, criando assim um profundoantagonismo entre MangE e ogun, 3 +ue por duas )e2es MangE lhe tira a me/

4m outro epis6dio ogun )ai brincar nas guas re)oltas Ha deusa Ob, tamb"m esposa deMangEI e esta tenta mata0lo como )ingan&a contra O5um +ue lhe fi2era uma enorme falsidade/O5um, )endo em seu 3ogo de b-2ios o +ue esta)a sucedendo com seu filho abandonado, pede aOrunmil +ue o sal)e e este, +ue sempre atendia Qs preces da filha de O5al, fa2 uma oferenda aOb +ue permite ento +ue os pescadores sal)em ogun04d", encarregando0o de proteger, apartir da+uele dia,os pescadores, as na)ega&Bes pelos rios e todos os +ue )i)essem Q beira dasguas doces/

ogun nunca se casou, de)ido ao seu carter infantil e hermafrodita, e sua companhia predileta "4., +ue tamb"m )i)e, como ele, solitria e no limite de dois mundos diferentes/

Dia da $ea#a +uinta0feiraCore$ A2ul e amareloS')olo Of Harco e flechaI e Abeb Hespelho de moIN3ero ZCoida milho e coco e pei5esSauda4&o oci loci, ogunY

IANS1

Gi2 o mito, tamb"m, +ue !ans era to linda +ue, para fugir ao ass"dio masculino )estia0se comuma pele de b-falo, e sa1a para a guerra/ Uue era amiga to leal +ue foi ela a primeira a reali2aruma cerimEnia de encaminhamento da alma de um amigo ca&ador ao orum Hc"uI/ !ans nopara)a 3amais/

=m dia em +ue MangE foi )isitar seu irmo Ogum e encomendar0lhe armas para a guerra, !ansHtamb"m conhecida como OKI apai5onou0se por MangE, e partiu para )i)er com ele, dei5andoogun04d" com Ogum, +ue terminaria de cria0lo/ A partir de ento, tornou0se uma das trsesposas de MangE e com ele reina e luta, en)iando seus )entos para limpar o mundo eanunciando a chegada dos raios e tro)Bes de seu amado/

!ans " a for&as dos )entos, dos furacBes, das brisas +ue acalmam, das coisas +ue passam comoo )ento, dos amores efmeros, sensuais, das tempestades, +ue assolam a e5istncia, mas no

duram para sempre/ !ans a3uda)a Ogum na for3a dos metais, soprando o fogo com o fole paraa)i)a0lo mais e mais, e assim fabricarem mais ferramentas para trabalhar o mundo e armas paraas guerras de +ue ambos tanto gosta)am/ Por seu temperamento li)re e guerreiro, !ans era umacompanheira perfeita para Ogum/ Gi2 o mito +ue !ans no podia ter filhos, por isso adotouogun04d", filho abandonado por O5um, e o criou durante algum tempo/


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Dia da $ea#a +uarta0feiraCore$ )ermelho, rosa, marron/S')olo 4ru5in Hrabo de ca)alo, signo de poder iorubaI e Ob" HespadaI/N3ero.8Coida acara3"Sauda4&o 4parrei, OKY

O+

Sendo uma co2inheira e5celente foi escolhida para ser a terceira esposa de MangE, o deustro)o/ Sempre se sentindo menos dese3ada por seu amado +ue O5um e !ans, Ob seesmera)a em agrada0lo com seus pratos cada )e2 mais aprimorados/ (as O5um era sempre apreferida de MangE/

=m dia Ob no se conte)e e perguntou a O5um +ual o segredo de sua sedu&o/ O5um, +ue)i)ia com a cabe&a enrolada em turbantes mara)ilhosos, disse +ue ha)ia cortado a pr6pria orelhaes+uerda e colocado no Amal Huma comida Q base de +uiaboI de MangE +ue, ao come0lo, porela se perdera de pai5o para sempre/ Ob ento cortou a pr6pria orelha e a colocou no Amal/

Ao )er Ob com um ferimento no lugar da orelha, MangE +uis saber o +ue hou)era e Ob contou/%este momento O5um tirou seu turbante e, mostrando as duas orelhas intactas, a Ob desatou arir/

MangE, 2angado com a insensate2 de Ob e en3oado por )er sua orelha na comida, e5pulsou0ade seu palcio e Ob tanto chorou e te)e rai)a +ue se transformou num rio re)oltoso/ %a ]frica,no lugar onde se encontram os rios Ob e O5um o estouro das guas " e5tremamente )iolento/

Dia da $ea#a +uarta0feiraCore$ )ermelho com amareloS')olo Ob"N3ero ^Coida +uiabo

Sauda4&o Ob 5irY

EL

(uito pouco se sabe sobre o ori5 4./ 4la tamb"m " filha de %an, e " )ista como hori2onte, oencontro do c"u com a terra, do c"u com o mar/ 4. representa ainda outros hori2ontes, com a

Ob representa as guas re)oltas dos rios/ As pororocas, as guas fortes, o lugar das +uedas soconsiderados dom1nios de Ob/ 4la representa tamb"m o aspecto masculino das mulheresHfisicamenteI e a transforma&o dos alimentos de crus em co2idos/Por sua en)ergadura f1sica, tornou0se uma guerreira, a -nica mulher capa2 de desafiar Ogum parauma luta, e por ser Ob e5tremamente forte e destemida, Ogum se )iu obrigado a usar de umtru+ue contra ela, espalhando +uiabo amassado no cho, e atraindo Ob para a+uele canto, ondea guerreira escorregou e no apenas perdeu a luta como foi possu1da Q for&a por Ogum, +ue setornou seu inimigo/


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interface onde se tocam a )ida e a morte, o dia e a noite, e outros/ Assim, todas astransforma&Bes, mudan&as e adapta&Bes so regidas por ela/

"# !irgem, $ela e iluminada. Apesar desta $ele%a e do assdio dos orixsmasculinos, nunca quis se casar, sendo uma mo&a quieta e isolada, !oltada para oconecimento dos segredos das transforma&'es

%an, preocupada com sua filha, pediu a Orunmil +ue lhe arran3asse um amor, um casamento,mas 4. dese3a)a )i)er so2inha, dedicada Q sua tarefa de fa2er cair a noite no hori2onte,pu5ando o sol com seu arpo/ Pediu a3uda ao seu irmo O5umar, o arco01ris, +ue a escondeu nolugar onde ele se acaba, por trs do hori2onte, e %an no mais pode alcan&a0la/ Assim, os doisirmos passaram a )i)er 3untos, para sempre inating1)eis/ Ambos regem o inating1)el e 4.tamb"m " compreendida como a energia +ue torna poss1)el o abandono do corpo e a entrada doesp1rito numa no)a dimenso/

%o #rasil, poucos candombl"s cultuam 4.,pois di2em +ue o conhecimento sobre as folhas

necessrias ao seu culto foiperdido durante o processo de acultura&o dos africanos escra)os/

Dia da $ea#a segunda0feiraCore$.)erde0mar e rosa Ho tom do rosa " o do cair da tardeI/S')olo Arpo com uma serpente enrolada, por sua liga&o com O5umar/Coida batata doceSauda4&o


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arco01risI e uma filha, 4., +ue teria nascido de uma rela&o entre %an e O5ossi, ou ainda entre%an e Orunmil/ Alguns mitos di2em tamb"m +ue ela " me de !ans, os )entos, +ue foi e5pulsade casa para no matar sua me, a lama, ressecando0a/

Como 3 )imos nos mitos de Obaluai o O5umar , ela os gerou defeituosos, por ter +uebradouma interdi&o e mantido rela&Bes se5uais com O5al, marido de !eman3/ Abandonou a ambos,+ue foram criados por outros ori5s, e acabou so2inha +uando 4., para fugir de um casamento+ue sua me lhe impingia, foi morar no hori2onte entre o c"u e o mar/

%an sempre este)e em demanda com Ogum, +ue ama)a muito sua me !eman3, tomandopartido desta na disputa +ue se estabeleceu entre elas pelo amor de O5al/

Ogum, muitas )e2es tentou se apoderar dos territ6rios lamacentos de %an sem conseguir/ Comodi)erso, Ogum gosta)a de pro)ocar a ori5, +ue e5igia de O5al +ue este fosse castigado, semnunca ter conseguido, pois Ogum tinha fama de 3usto/ antas )e2es irritou %an +ue ela norecebe nenhuma oferenda feita ou cortada com ob3etos de metal e mesmo o sacrif1cio de animaisfeito em sua homenagem de)e ser feito com faca de madeira ou coberta por um pano/

Dia da $ea#a segunda0feiraCore$ ro5o ou lilsS')olo !biri Hconhecido como N;assoura de %an, um instrumento de palha, comelementos mgicos dentro, semelhante ao usado por Obaluai, com a +ual %an )arre aterraI/N3ero 7\Coida mostardaSauda4&o SalubaY

IROO

!roo representa o tempo/ F a r)ore primordial/ A primeira ddi)a da terra HOdudu.aI aoshomens/ 45iste desde o princ1pio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu e resistira/ (esmoassim " pouco cultuado no candombl" brasileiro/!roo " a essncia da )ida reproduti)a/ Go poder da terra/ Alguns mitos di2em +ue !roo " oca3ado de Odudu.a, a terra, +ue atra)"s dele ensina os homens o sentido da )ida/ F apermanncia dentro da impermanncia e impermanncia na permanncia/ O ciclo )ital +ue nomuda com o transcorrer da eternidade/ A infinita e generosa oferta +ue a nature2a nos fa2, desde+ue saibamos re)erenci0la e lou)a0la/

F tamb"m conhecido nos candombl"s como Nempo, embora se3a uma designa&o pr6pria dorito angola/ Gi2 o mito +ue no princ1pio de tudo, a primeira r)ore nascida foi !roo/ 4le era capa2de muita magia, tanto para o bem +uanto para o mal, e se di)ertia atirando frutos aos p"s daspessoas +ue passa)am/

Uuando no tinha o +ue fa2er, brinca)a com as pedras +ue guarda)a nos ocos de seu tronco/ =mdia, as mulheres de uma aldeia pr65ima ficaram todas est"reis, por a&o das !Kami/ 4nto elas


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foram a !roo e pediram a fertilidade/ !roo, contudo, e5igiu ddi)as em troca, pois " preciso abrirespa&o para receber dons, como " preciso perder as flores para receber frutos/ As mulheresconcordaram e prometeram muitos presentes/ =ma delas, contudo, tendo como -nica ri+ue2a seufilho, prometeu dar a !roo esta crian&a/ Uuando engra)idaram, as mulheres foram a !roo efi2eram as oferendas/ (enos a +ue prometera a crian&a, pois ela ama)a muito o filinho/

!roo ficou muito 2angado e aguardou o dia em +ue a crian&a brinca)a ao redor dele e a raptou/Uuando a me foi buscar a crian&a, !roo lembrou a mulher de sua promessa, amea&ando mataro outro filho +ue lhe dera, caso ela retirasse Nsua crian&a dali/ 4nto a mulher, desesperada,procurou o babalaE, +ue 3ogando os b-2ios sugeriu +ue ela mandasse fa2er um boneco demadeira com as fei&Bes de uma crian&a, banhasse com determinadas er)as e +uando !rooesti)esse dormindo, substitu1sse o a crian&a pelo boneco/ 4 assim ela fe2/ At" ho3e se pode )er,nas gameleiras brancas o beb de !roo, repousando deitado em seus galhos/ 4m suas copas)i)em tamb"m as !Kami Oshorong, as a3"s HfeiticeirasI da floresta/

Dia da $ea#a.+uinta0feira

Core$.)erde`marromS')olo *relha Hrepresentando as dire&Bes do tempoI/N3ero 77Coida.inhame e carneiro

IEMAN

!eman3 uniu0se a O5al, a cria&o, e com ele te)e os filhos Ogum, O5ossi e MangE/ Como seusfilhos se afastaram, !eman3 foi aos poucos se sentindo mais e mais so2inha e resol)eu correr omundo, at" chegar a Oer, onde foi adorada por sua bele2a, inteligncia e meiguice/ , o rei

Alafin apai5onou0se por ela, dese3ando +ue se tornasse sua mulher/ !eman3 ento fugiu, mas orei colocou seus e5"rcitos para persegui0la/ Gurante sua fuga, foi encurralada por Oe HasmontanhasI e caiu, cortando seus enormes seios, de onde nasceram os rios/ Assim, ela "tamb"m a me de O5um, Ob e !ans Hem alguns mitosI/

Conta0se +ue a bele2a de !eman3 " tamanha +ue seu filho MangE no resistiu a ela e passou a

persegui0la, com o dese3o incestuoso de possu10la/ %a fuga, !eman3 caiu e cortou os seios,dando origem as guas do mundo e aos )unges, filhos de MangE com !eman3/ Outro mito aindanarra a sedu&o em sentido contrrio/ F !eman3 +uem persegue seu filho Agan3u Ha terra firmeI eeste " +uem foge/


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Dia da $ea#a sbadoCore$.a2ul claro e )erde, nos tons do mar/S')olo Abeb Hespelho, s1mbolo das guas em geralI/N3ero 7DCoida.arro2 com melSauda4&o.OdE !KY

VUN5E OU I+EI

=m dos mitos di2 +ue os ori5s crian&as, os gmeos !be3is, eram companheiros de brincadeira deogun04d" e de 4., sendo filhos de !eman3/ =m dia, en+uanto brinca)am numa cachoeira, umdeles acabou se afogando/ O ;unge +ue ficou come&ou ento a se tornar a cada dia menos forte,mais melanc6lico e sem interesse pela )ida/ @oi ento a Orunmil e suplicou +ue este lhetrou5esse seu irmo de )olta/ %o podendo fa2er tal coisa, Orunmil transformou ambos emimagens de madeira, e os deu de presente a O5um, para +ue deles cuidasse e para +uepudessem ficar 3untos para sempre/

Dia da $ea#a domingoCore$ rosa e a2ulN3ero VCoida caruruSauda4&o 4re .aY

I9AMI OS!ORON5

Os ;unges ou os !be3is representam a solidariedade, a gemelaridade H+ualidade das coisasgmeas, compostas de dois insepar)eis, e assim do pr6prio processo de conhecimento humano,composto de pares insepar)eis de oposi&BesI/


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45istem tamb"m feiticeiros entre os homens, os o5E, por"m seriam infinitamente menos)irulentos e cru"is +ue as a3" HfeiticeirasI/ Ao +ue se di2, ambos so capa2es de matar, mas osprimeiros 3amais atacam membros de sua fam1lia, en+uanto as segundas no hesitam em matarseus pr6prios filhos/ As !Kamis so tena2es, )ingati)as e atacam em segredo/ Gi2er seu nome em)o2 alta " perigoso, pois elas ou)em e se apro5imam pra )er +uem fala delas, tra2endo suainfluncia/!Kami " fre+_entemente denominada eleK", dona do pssaro " o poder da feiticeiraR " recebendo0o +ue ela se torna a3"/ 4 ao mesmo tempo o esp1rito e o pssaro +ue )o fa2er os trabalhosmal"ficos/Gurante as e5pedi&Bes do pssaro, o corpo da feiticeira permanece em casa, inerte na cama at"o momento do retorno da a)e/ Para combater uma a3", bastaria, ao +ue se di2, esfregar pimenta)ermelha no corpo deitado e indefeso/ Uuando o esp1rito )oltasse no poderia mais ocupar ocorpo maculado por seu interdito/

!Kami possui uma caba&a e um pssaro/ A coru3a " um dos seus pssaros/ [ este pssaro +uemle)a os feiti&os at" seus destinos/ 4le " pssaro bonito e elegante, pousa sua)emente nos tetosdas casas e " silencioso/ Se ela di2 +ue " pra matar, eles matam, se ela di2 +ue " pra le)ar os

intestinos de algu"m, le)aro/ 4la en)ia pesadelos, fra+ue2a nos corpos, doen&as, dor debarriga, le)am embora os olhos e os pulmBes das pessoas d dores de cabe&a e febre, no dei5a+ue as mulheres engra)idem e no dei5a as gr)idas darem Q lu2/

As !Kami costumam se reunir e beberem 3untas o sangue de suas )1timas/ oda !Kami de)e le)aruma )1tima ou o sangue de uma pessoa Q reunio das feiticeiras/ (as elas tm seus protegidos,e uma !Kami no pode atacar os protegidos de outra !Kami/

!Kami Oshorong est sempre encoleri2ada e sempre pronta a desencadear sua ira contra osseres humanos/ 4st sempre irritada, se3a ou no maltratada, este3a em companhia numerosa ousolitria, +uer se fale bem ou mal dela, ou at" mesmo +ue no se fale, dei5ando0a assim num

es+uecimento despro)ido de gl6ria/ udo " prete5to para +ue !Kami se sinta ofendida/ F muitoastuciosa/

Para 3ustificar sua c6lera, institui proibi&Bes/ %o as d a conhecer )oluntariamente, pois assimpoder alegar +ue os homens as transgridem e poder punir com rigor, mesmo +ue as proibi&Besno se3am )ioladas/ !Kami fica ofendida se algu"m le)a uma )ida muito )irtuosa, se algu"m "muito feli2 nos neg6cios e 3unta uma fortuna honesta, se uma pessoa " por demais bela ouagrad)el, se go2a de muito boa sa-de, se tem muitos filhos, e se essa pessoa no pensa emacalmar os sentimentos de ci-me dela com oferendas em segredo/ F preciso muito cuidado comelas/ 4 s6 Orunmil consegue acalma0la/

ORUNMI,

Orunmil, tamb"m conhecido como !f, " o princ1pio da intui&o, da premoni&o, os sentidos doesp1rito, o olhar +ue conhece o futuro/ F o deus in)ocado no 3ogo de b-2ios, pois " ele +uemconhece todos os destinos HodusI, cabe&as HorisI e caminhos/ 4le di2 a 4s- +ue mo)imente suaspala)ras at" os b-2ios, indicando +ue ori5 est regendo uma pessoa, por+ue, com +ue destino/ Fconsiderado um a)atar de O5al, pois ele esta)a no come&o do mundo/ Olodumare Ho uni)ersoI,Obatal Ho princ1pioI, O5al Ha cria&oI, O5agui Ho conflitoI, Orunmil Hintui&oI, Odudu. Hoplaneta erraI, A3al Ho oleiro +ue molda os oris ? cabe&asI e @ururu Ho sopro da )idaI soconsiderados O5al todos eles/ O come&o de tudo/ O princ1pio di)idido em oito, o infinito/


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Gi2 o mito +ue Obatal ha)ia reunido todos os materiais necessrios Q cria&o do mundo e +uemandou a 4strela da (anh con)ocar todos os ori5s a fim de come&ar o trabalho com suaa3uda/ (as na hora marcada, apenas Orunmil apareceu/ Obatal gostou muito da atitude deOrunmil e o recompensou, ordenando a estrela da (anh +ue re)elasse a Orunmil todos ossegredos da cria&o e do pro)ir/ 4 ela entregou a Orunmil todos os segredos e materiais +uecompBem a )ida humana, e +ue esta)am escondidos h muito tempo dentro de uma concha decaramu3o guardada num )aso +ue fica)a entre as pernas de Obatal/ Orunmil tornou0se, desdeeste dia, o dono dos segredos, das magias, das f6rmulas dos eb6s, dos rituais, de tudo +uantoen)ol)ia o conhecimento da alma humana e de seu destino/ 4le conhece a )ontade dos ori5s esabe com +ue mat"ria foi feito cada homem/

Outro mito narra +ue Orunmil`!f e filho dos dois princ1pios mgicos nasceu mudo e no disseuma s6 pala)ra at" a adolescncia, +uando seu pai lhe bateu com um basto/ 4 neste dia eledisse N*b0med3i, pala)ra +ue ningu"m compreendia/ Uuando apanhou de no)o, temposdepois, disse N$eu0med3i/ 4 assim, em di)ersas ocasiBes, ele foi di2endo pala)ras, asde2esseis pala)ras +ue compBem o opel0if/ Gepois disse a seu pai +ue se apanhasse maispoderia di2er muito mais +ue uma s6 pala)ra/ O pai ento bateu muito em Orunmil, +ue disse

ento +ue no ficaria na terra, mas +ue entregaria a seu pai uma heran&a +ue ser)iriaeternamente para todos os deuses de O5al/ 4 e5plicou +ue os de2esseis nomes +ue ha)ia ditoeram os nomes de seus futuros filhos e +ue cada um deles tinha um conhecimento/ Uue setransformaria numa palmeira e +ue com os caro&os de seus frutos Hseus filhosI se faria o 3ogo de!f, +ue poderia ser consultado +uando se +uisesse saber o futuro ou como resol)er problemas/

Dia da $ea#a se5ta0feiraCore$.)erde`amareloS')olo.!rue Hum basto de madeira cur)oIN3ero 79

Coida banana com sal

ORI

Gurante o processo inicitico a primeira entidade a ser e+uilibrada " 3ustamente o Ori, aindi)idualidade pessoal, para +ue a pessoa no se transforme em um mero espelho do ori5/ AcerimEnia do e+uil1brio do Ori d0se o nome de #ori Hbo comer, Ori cabe&aR dar comida para acabe&aR fortalece0laI/

Ori " o deus portador da indi)idualidade de cada ser humano/


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=m dos mitos sobre Ori di2 +ue ele pode, depois de enterrado, )oltar ao Orum le)ado por %anou 4./ Gi2 este mito +ue um dia Ori percebeu +ue era o momento de nascer e foi falar comOlorum, o uni)erso, solicitando permisso para nascer na mesma fam1lia +ue ha)ia nascidoantes/ Olorum permitiu, com a condi&o de +ue apenas ele, Olorum, pudesse conhecer o dia desua morte, sem +ue Ori pudesse opinar sobre esta +uesto/ 4 +ue o destino de Ori s6 pudesseser mudado +uando !f fosse consultado/

4ste ori5 no tem caracter1sticas est"ticas, pois no incorpora/ Apenas " cultuado 3untamentecom os ori5s, possuindo um n-mero no 3ogo de b-2ios onde Nfala/ A +ui2ila de Ori " a mentira/

AA,

A3al " o oleiro primordial/ A parte de O5al respons)el pela cria&o f1sica dos homens, por seucorpo, sua cabe&a Honde )i)e OriI/ 4le representa o aspecto mais orgnico do ser humanoR o tipode barro, de maior ou menor +ualidade, mais ou menos co2ido Ho +ue implica maior ou menor

n-mero de problemasI, mais claro ou escuro/ A3al mistura ao barro folhas, frutas, min"rios,sangues e uma s"rie de materiais +ue determinam como ser a+uela pessoa, como Ori poderagir nela/ 4stes ingredientes, com o tempo perdem o a5" HenergiaI e precisam ser, de )e2 em+uando, repostos, o +ue " feito nos rituais de candombl", entre eles a inicia&o/

Gi2 um dos mitos +ue A3al foi incumbido de moldar as cabe&as dos homens com a lama do fundodos rios e outros elementos da nature2a/ 4le molda)a as cabe&as e as punha para assar em seuforno/ A3al tinha, contudo, o hbito de embriagar0se en+uanto co2ia o barro e criou muitascabe&as defeituosas, +ueimando algumas e dei5ando outras com o barro cru/ A causa dosproblemas +ue muitas pessoas apresentam antes de serem iniciadas )iria e5atamente de um oricru, ou +ueimado, ou mal proporcionado feito durante alguma bebedeira de A3al/ Como os ori5s

no gostam de cabe&as ruins, a pessoa ficaria desprotegida, sem a energia do ori5/ Gepois +ueA3al termina)a de fa2er os oris Hcabe&asI Obatal sopra)a nelas e lhes da)a eni, a )ida/

A3al " considerado a)atar de O5al, mantendo as mesmas caracter1sticas/ %o " cultuado/Apenas lou)ado/

OBA5UI1

O5agui, tamb"m " conhecido como A3agun, " o conflito +ue antecede a pa2R a re)olu&o +ue

antecede as transforma&Bes profundasR a instabilidade necessria ao dinamismo da )ida e dasociedade e a busca do conhecimento/ Por isso " compreendido como O5al mo&o, en+uanto apa2, a tran+_ilidade, a estabilidade, a sabedoria so compreendidos como O5al )elho, O5aluf/4le " tamb"m guerreiro, e sente pra2er em destruir para +ue o no)o se estabele&a/=m dos mitos di2 +ue O5agui nasceu apenas de Obatal/ %o te)e me/ %asceu dentro de umaconcha de caramu3o/


27/33

4 +uando nasceu, no tinha cabe&a, por isso perambula)a pelo mundo, sem sentido/ =m diaencontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabe&a feita de inhame pilado, branca/ Apesarde feli2 com sua cabe&a, ela es+uenta)a muito, e +uando es+uenta)a O5agui cria)a maisconflitos/ 4 sofria muito/ @oi +uando um dia encontrou !u Ha morteI, +ue lhe ofereceu umacabe&a fria/ Apesar do medo +ue sentia, o calor era insuport)el, e ele acabou aceitando acabe&a preta +ue a morte lhe deu/ (as essa cabe&a era dolorida e fria demais/ O5agui ficoutriste, por+ue a morte, com sua frie2a, esta)a o tempo todo acompanhando o ori5/ @oi ento +ueOgum apareceu e deu sua espada para O5agui, +ue espantou !u/ Ogum tamb"m tentouarrancar a cabe&a preta de cima da cabe&a de inhame, mas tanto apertou +ue as duas sefundiram e O5agui ficou com a cabe&a a2ul, agora e+uilibrada e sem problemas/

A partir deste dia ele e Ogum andam 3untos transformando o mundo/ O5agui depositando oconflito de id"ias e )alores +ue mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para atransforma&o, se3a a tecnologia ou a guerra/

Dia da $ea#a se5ta0feiraCore$ branco e a2ul

N3ero ^Coida inhame piladoSauda4&o 45eu, babY 4pa #abY

OBA,U/1

Para saber se a longa )iagem lhe seria prop1cia, foi consultar Orunmil, o deus adi)inho, seugrande amigo/ 4ste 3ogou os iins Hcasca de caro&os de dende2eiroI di)inat6rios e lhe disse +uea )iagem no se encontra)a sob bons ausp1cios/ 4 +ue se ele dese3asse +ue tudo corresse bemde)eria se )estir inteiramente de branco e no su3ar suas roupas at" chegar ao palcio, de)endotamb"m manter silncio absoluto at" o momento em +ue encontrasse seu filho/ 4 assim fe2O5al/

4s-, contudo, +ue adora)a atormentar O5al, disfar&ou0se de mendigo e apareceu no caminhodeste, pedindo a a3uda para le)antar um pesado saco de car)o +ue se encontra)a no cho/ Sempoder responder nada e sendo piedoso, O5al le)anta o saco de car)o para 4s-, mas estandoeste saco com o fundo rasgado, abre0se e cai sobre O5al su3ando a roupa branca/ 4s- riloucamente e se )ai/

Pre)enido como sempre fora, O5al toma banho num rio e )este roupas brancas no)amente/ 4segue seu caminho/ %o)amente 4s- se disfar&a e pede a3uda ao )ia3ante, dessa )e2 paraentornar um barril de 6leo num tacho/ Sem poder responder para e5plicar e tendo boa )ontade

O5aluf " o princ1pio da cria&o, o )a2io, o branco, a lu2, o espa&o onde tudo pode ser criado, etamb"m a pa2, a harmonia, a sabedoria +ue )em depois do conflito HO5aguiI/ O fim do c1rculo eo recome&o/ O5aluf " o compasso da terra, Odudu./ Caminha apoiado em seu ca3adocerimonial, +ue " tamb"m o s1mbolo da liga&o +ue ele estabeleceu entre o Orun Hc"uI e o AKHterraI/ O grande pai ioruba, considerado a bondade masculina/

So muitos os mitos +ue falam de O5al, mas o mais conhecido nos candombl"s " o +ue conta+ue O5al sentia muitas saudades de seu filho MangE, e resol)eu )isit0lo/


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em a3udar, O5al le)anta o barril e 4s- o derrama sobre suas roupas, +ue desta )e2 no podiammais ser trocadas, pois eram as -ltimas roupas limpas +ue O5al tinha para trocar/

Su3o e cansado, O5al )ai seguindo seu caminho +uando ) o e5"rcito de MangE se apro5imardele, sinal de +ue esta)a bem perto de seu destino/ 4ste, contudo, prende O5al, confundindo0ocom um procurado ladro/ Como no podia falar, O5al nada di2 e acaba 3ogado numa prisodurante sete anos/

%este meio tempo o reino de MangE entra em decadncia suas terras no mais produ2emalimentos, os animais morrem e o po)o fica doente/ Gesesperado MangE chama um babalaE +ueao 3ogar o iin lhe di2 +ue todo o mal do reino ad)"m do fato de ha)er in3usti&a na terra do senhorda 3usti&a/

MangE )ai ento a)eriguar pessoalmente todos os presos do seu reino e descobre O5al pai napriso/ Gesolado, coloca o )elho pai sobre suas pr6prias costas e o carrega para o palcio, ondese encarrega de banha0lo e )esti0lo com suas al)as roupas, reali2ando a seguir uma grandefesta/ A cerimEnia do candombl" chamada N]guas de O5al rememora este epis6dio/

Gia da $ea#a se5ta0feiraCor brancoCoida can3icaN3ero$ 79 e TSauda4&o 4pa, #abY 45eu, babY

N1O - +OM SER DESUMANO

[ muito fcil a gente falar sobre cultura negra, desigualdade, discrimina&o racial, racismo,

umbi dos Palmares, Gia %acional da Conscincia %egra, +uando as leis +ue protegem todasessas coisas encontram0se presas e acorrentadas nas mos dos poderosos homens p-blicos epol1ticos at" acham gra&a de uma desgra&ada luta de um po)o dono da ra2o +ue )i)e famintode dese3o em )er a )erdadeira liberta&o, +ue s6 poder acontecer realmente, +uando hou)eruma conscienti2a&o entre toda a humanidade, principalmente entre os +ue se pronunciam edi2em serem representantes disso e da+uilo/

F sabido +ue toda contenda para ter fim, depende unicamente da )ergonha e do medo da)erdade/ #em disse o senhor prefeito da cidade de ;it6ria, Gr/ ui2 Paulo ;ello2o ucas, no li)ro

A Cor da 4speran&a, lan&ado pela P(;, +ue combater o racismo combater o atraso. Valoriarcada com!onente de nossa di"ersidade tnica de"er do !oder !blico e tambm com!romissode nossa "ontade#.

Apro)eito o ense3o para di2er aos demais homens p-blicos +ue essa )ontade no de)e sersomente utili2ada aos seus escolhidos grupos, para +ue se e)ite ferir em definiti)o os anseios detantos outros grupos, +ue tamb"m )em h muitos e longos tempos defendendo, sem artif1ciosmentirosos, a real hist6ria da cultura negra dei5ada por um po)o +ue nada pode falar por falta deespa&o, +ue )em sendo ocupado pelos espertalhBes e apro)eitadores/ 4)itar " melhor do +ueremediar/ Caso contrrio/ (e fa2 lembrar a estrofe de uma antiga m-sica +ue di2 Neu tenho )istoco+ueiro alto cair/ 4u tenho )isto castelo se desmoronar/ H%o sei o restoI, mas sei colocar um


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ponto final nesta intermin)el no)el, di2endo +ue NO sol s6 brilhar com mais intensidade setodos trilharem no mesmo caminho/

5I5ANTES E,A R"RIA NATUREZA

F sempre nas coisas de antigamente +ue temos encontrado respostas para +ual+uer finalidade,principalmente nos casos +ue en)ol)am a sa-de e o bem estar/

A cincia e a tecnologia, atualmente nos tm surpreendido com os no)os a)an&os e descobertas/(as, se nos coubesse 3ulgar o +ue tem acontecido com as pessoas ho3e em dia, certamente osantigos sairiam )encendo/ Principalmente pela sabedoria com +ue trata)am e desfruta)am anature2a/

Como e5emplo, uma senhora gestante, +ue em outros tempos no podia contar com o apoiomedicinal das drogas farmacuticas, hospitais e m"dicos, conseguiam WparirX seus filhos, fortes erobustos/ Al"m disso, em poucos dias de resguardo, 3 esta)am Q beira de rios e cacimbas

la)ando roupasR co2inhandoR plantando e colhendo mandioca, para fa2er farinha e be3us, al"m dedesen)ol)er todas as tarefas dom"sticas e bra&ais/

Causa0nos grande admira&o, +uando nos deparamos com essas pessoas, +ue consideramosN*igantes pela pr6pria nature2a e +ue at" ho3e continuam sendo medicadas pelas e5perinciasobtidas com as ra12es e er)as medicinais/

4ntre as plantas e ra12es milagrosas, e5iste uma +ue " conhecida por Wuncariem tomentosaX, +ueest sendo e5portada para o Peru e para alguns pa1ses da 4uropa, indicada como eficiente notratamento da Aids e do cncer/ O com"rcio dessa planta tem crescido bastante nos -ltimos

tempos e " pouco e5plorada cientificamente a+ui no #rasil/4sta planta medicinal, muito encontrada no este da Ama2Enia, " conhecida por a+ui por Wunha0de0gatoX e 4spinheira Santa/ =ma pena " +ue pouca gente conhece seus poderes e " bem poucoutili2ada/

9EMAN M1E UE SA,VA VIDAS

4mbora sendo filho de O56ssi com O5um e Obaluai, e criado pelo ori5 O5um (i.a, tenho

grande admira&o por todos os ori5s/ 4specialmente por $eman3, pois foi ela +uem nopermitiu +ue meu pai carnal me 3ogasse no alto mar, dentro de um saco, acompanhado de maistrs irms/!sto aconteceu ap6s a morte de minha me, +uando do nascimento de suas duas filhas gmeasH(aba&asI/


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4 ficou registrado em Pontal de !lh"us, #ahia, pelos anos de 78ZT/ %o fosse a interferncia da$alori5 (aria Amlia da Sil)a *uimares, filha do ori5 O5um (e., ho3e, eu no estariareali2ando as grandiosas festas a $eman3 no estado do 4sp1rito Santo/

$eman3 ", realmente, a (e, +ue tem os seus filhos como pei5es/ F o ori5 +ue reina nas guasformadas por Od.du.a/ F no encantador reino do mar +ue ela, indistintamente, re)itali2a ahumanidade em cada mergulho em suas ondas, e nos alimentos fornecidos ? pei5es e crustceos

? +ue calcificam as mentes em dese+uil1brio/ NOdoiY S6 os conscientes umbandistas ecandomblecistas conseguem reconhecer o )alor e o poder infinito +ue tem $eman3, o ori5 doamor natural/ NSal)e a (e SereiaYYY

Os ori5s +ue se manifestam em seus representantes e preparados filhos de terreiro, estodesempenhando, a+ui na terra, um importante papel/ So chamados, por alguns, deWcurandeirosX, por tratarem os filhos de f" com suas er)as medicinais, ben2imentos e rituaislit-rgicos/

DEUS OBA, E SEUS MENSA5EIROS ORIBS

>o3e em dia e5iste uma tendncia crescente de interliga&o das er)as medicinais no tratamentodas mais di)ersas e deturpadas doen&as/ %o " s6 no ambiente familiar +ue os rem"dioscaseiros esto ganhando terreno/ =sados com conhecimento e cautela, apresentam umacompro)ada solu&o e custo bai5o/

%esse magn1fico e surpreendente manancial campo, +ue sara e cura, " +ue esto nossos ori5s,cu3as di)indades so preser)adas nas ocas ind1genas, ro&as de caboclos e pretos0)elhos, +ue semanifestam tanto nos sacerdotes da cultura afro0brasileira como na umbandista/

5UA - ,IUIDO RECIOSO

A sensa&o de sede " mais imperiosa do +ue a fome, pelo +ue a )ida " mais indispens)el Qgua do +ue a comida/ Assim como o autom6)el re+uer lubrificante, nosso organismo re+uergua/ Se esta lhe falta, h s"rios riscos e gra)es pre3u12os para a sa-de/ Aparecem, ento,muitos dist-rbios, como Wpeso no estEmagoX, inapetncia, dispepsia, pregui&a intestinal eindisposi&o geral/ i)remo0nos, pois, das desagrad)eis conse+_ncias da Wse+uidoX no nossocorpo, e procuremos desen)ol)er o hbito salutar de beber gua em +uantidade suficiente,lembrando0nos de +ue no )ero " necessrio tomar esse l1+uido mais +ue no in)erno/ =ma

Geus O5al +uando criou o mundo en)iou para a terra seus guardiBes e deu a cada um umatarefa de preser)ar cuidadosamente a me0nature2a/ %o caso espec1fico dos nossos ori5s,foram incumbidos de proteger, orientar e at" sal)ar )idas atra)"s da cura por er)as medicinais/ Otempo encarregou0se de mostrar a humanidade e dar pro)as cabais aos enfermos, deprimidos,desnorteados e sofridos, de +ue neste mundo terr+ueo e5iste sal)a&o para todo tipo dedoen&a/ NA f" remo)e montanhas/


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pessoa adulta perde +uotidianamente dois litros ou mais, +ue so e5pelidos em maior parte pelaurina, pela respira&o, pela transpira&o e pelas fe2es/

Cerca de um litro nos " fornecido, cada dia, pelos alimentos +ue tomamos, mormente pelas frutase hortali&as/ Os restos de)em pro)er, bebendo seis ou oito copos de gua por dia/ Ge pra5e "bom beber dois copos em 3e3um, dois entre o des3e3um e mais dois entre o almo&o e o 3antar/ 4+uanto espa&o se de)e dei5ar tanto antes como depois de cada refei&o O essencial " e tomargua uma hora antes, ou duas horas depois/ %unca durante as refei&Bes/ Se a comida, noestEmago, for encharcada, a digesto ser pre3udicada/

4m muitos casos, a gua de po&o " melhor do +ue a gua de torneira, mas re+uer precau&Bes/ Agua e5erce ainda outras fun&Bes de grande importncia no organismo regulari2a e distribui ocalor, segundo a sua maior ou menor e)apora&o pelos pulmBes e pela pele/ Pelos pulmBes,eliminamos apro5imadamente meio litro de gua por dia/ A e)apora&o pulmonar tira0nos cercade 7\ do calor do organismo/ %a composi&o dos tecidos, tamb"m, a gua est presente, comoparte integrante das mol"culas prot"icas, na forma&o do plasma sangu1neo, na linfa e nosdemais rumores do organismo/

Alguns regimes de emagrecimento prescre)em um m1nimo de gua/ !sto " um erro/ Uuem adotaum regime de emagrecimento de)e beber mais gua do +ue de costume/ As c"lulas de gordura+ue se desfa2em sob as dietas, fornecem muitos detritos cidos +ue necessitam ser e5pulsos/!mpondo, com isso, Qs glndulas sudor1paras e, principalmente, os rins, +ue re+uerem muito maisdeste precioso l1+uido ? a gua/

TODAS AS GUAS DO MUNDOK Sandra (edeiros 4pega

A princ1pio o mundo era l1+uido/

A frente do mundo era gua, o fundo do mundo era gua/

;ieram os rsQ, trou5eram uma estranha mat"ria castanha, +ue foi espalhada sobre a gua com a a3udade uma galinha de cinco dedos, de um pombo e de um grande caracol/ rsQ Osumare, o Arco 1ris,transformou0se em uma imensa cobra e arrastando0se sobre a erra rec"m criada, determinou ageografia do planeta, fe2 )ales e grandes cordilheiras, plan1cies e pe+uenos montes, ao redor daimensido dos mares e oceanos/

A gua escasseou/ ;ieram os rsQ morar por um tempo na erra, e todas as Geusas, chamadas AKabHaKa ? esposa, Oba ?


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Se um ser humano +uisesse dar outro tipo de oferenda, ela seria colocada na margem do


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refletir sobre sermos a semelhan&a do criador, +ue no nos deu o direito de 3ulgarmos +ue omundo, a nature2a e a )ida, tm e5clusi)idade nossa/

Candomble - Livro de Orlando Santos

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