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    Canas e as suas características

    Qual a mais indicada para mim?

    Nuno Paulino

    Setembro.2009

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    Com alguma frequência, assistimos a conversas e discussões acerca da

    cana mais adequada para determinado tipo de pesca, com os

    intervenientes a esgrimirem argumentos nem sempre muito válidos. Isto

    porque, na maioria dos casos, cada um acaba por se basear apenas nasua experiência pessoal, invocando factos e argumentos que até poderão

    ser válidos para o seu caso em concreto mas desajustados quando

    aplicados ao interlocutor.

    Regra geral, acaba-se por falar mais nas marcas e modelos do que

    propriamente nas características das canas mais adequadas a cada perfil

    de pescador e que devem ser tidas em consideração, já que são essenciais

    para uma escolha certa e para a melhoria das suas prestações.Referimo-nos ao tamanho, acção e peso da cana, ao tipo de passadores

    nela montados, ao porta-carretos e à distância a que está fixado da

    extremidade da cana, à qualidade de acabamentos em termos de pintura

    e até mesmo ao enrolamento de fixação dos passadores, ao material que

    entra na composição da cana, bem como à idade, condição física e própria

    estatura do pescador.

    É sobre tudo isto que, de uma forma simples e sem utilizar aqueles

    termos técnicos complicados e os inglesismos existentes em abundância

    no vocabulário da pesca desportiva, procurarei transmitir alguns

    conhecimentos para que possam fazer uma escolha mais acertada das

    canas independentemente de marcas e também melhorar as vossas

    prestações em acção de pesca.

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    Carbono, fibra de vidro e outras misturas

    É de extrema importância perceberem o que estão a comprar, se carbono,

    fibra de vidro, uma mistura dos dois ou outra qualquer fibra como por

    exemplo, fibras epóxicas. Leiam sempre nas canas as indicações acerca da

    sua composição, verifiquem se são de carbono ou se têm mistura com

    fibra de vidro (o que é o mais comum) e não se deixem enganar por

    aqueles fios enrolados à volta dos elementos. São por vezes apontados

    como “reforço em Kevlar” ou “Titânio” mas na maioria dos casos não

    passam de um efeito estético.

    Algumas marcas explicam a composição das canas assim como as suas

    principais características. Se não encontrar nenhuma indicação acerca

    dessa composição, pergunte a si mesmo porque será.

    Apesar das indicações, por vezes o Algumas marcas preocupam-se em

    carbono não está lá fornecer uma informação completa

    Para a escolha da cana, o facto de terem uma percentagem de fibra de

    vidro, não é necessariamente mau! Quanto maior quantidade de carbonoa cana tiver, mais leve será mas também pode perder elasticidade e

    tornar-se mais quebradiça consoante a qualidade e tipo de carbono

    empregues.

    Perante isto, quando for adquirir uma cana, leve em linha de conta os

    materiais de que a cana é composta e a finalidade da compra:

    •  Se a quer utilisar em zonas mais rochosas, onde normalmente se acaba

    por “abusar” um pouco mais delas, procure canas com misturas de

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    fibra de vidro e carbono, com este a variar entre os 50% e os 80%.

    São um pouco mais pesadas mas mais resistentes a “maus tratos” e

    com maior elasticidade.

    • 

    Se o que pretende dela são performances mais elevadas em termos delançamento, porque essencialmente pratica Surfcasting em areais,

    procure então canas com maiores percentagens de carbono, mais rijas

    e mais eficazes em termos de lançamento.

    •  Tenha ainda em consideração que a eficácia do lançamento com uma

    cana mais rija, com mais “acção de ponteira”, ou com uma cana mais

    macia, com mais “acção progressiva” ou até “acção parabólica”,

    depende muito da maneira como está acostumado a lançar e do modocomo desenvolveu a sua própria técnica de lançamento. Tenha mesmo

    presente que a habituação a uma cana com acção de ponteira pode ser

    demorada e frustrante no início mas a médio prazo irá com certeza

    melhorar os seus lançamentos.

    Mais fibra de vidro implica Mais carbono equivale a melhores

    mais elasticidade performances nos lançamentos

    Não se esqueça então de se informar acerca da composição dos

    componentes da cana, mais que não seja para não comprar gato por

    lebre, dado que existem no mercado muitas canas com a indicação de que

    são feitas em carbono e na realidade pouco carbono existe lá.

    E desconfie sempre à partida das canas em carbono muito baratas! Note

    que até podem ser boas canas mas o carbono é uma matéria prima cara.Se acreditar em milagres...

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    Em resumo, antes de adquirir uma cana, analise os tipos de pesca que

    pratica, a maneira como pesca e depois faça a sua escolha baseada na

    sua experiência porque a cana mais adequada para mim pode não servir

    para si!

    Aspectos importantes a reter acerca da composição das canas:

    •  Em carbono ou composta com uma percentagem variável de fibra de

    vidro ou de outra qualquer fibra. Deve fazer a escolha com base no

    conhecimento que tem da sua maneira de pescar e no tipo de pesca

    que vai praticar.

    •  Tente escolher em função daquilo que realmente precisa e não porque

    a cana é de determinada marca, escolha pelas caracteristicas

    relevantes e não pela quantidade de brilho ou cor que a cana tem!

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    Passadores, ponteiras e acabamentos

    A qualidade da pintura e dos passadores assim como do enrolamento dos

    passadores, dizem muito acerca do estado em que vai estar a sua cana ao

    fim de algumas pescarias com os habituais “maus tratos” e algum

    descuido na limpeza da cana. São estes e outros pormenores que

    tentaremos em seguida escalpelizar para melhor o poder ajudar.

    Passadores e ponteiras

    Actualmente existem inúmeros passadores fabricados nos mais diversosmateriais e formatos. Com duas patas, com apenas uma, de argola para

    canas telescópicas, com armação reforçada para pesca embarcada e um

    sem número de estilos, cores e matérias primas. Na sua maioria, a

    qualidade até é bastante razoável mas há cuidados a ter com eles,

    considerando o tipo de pesca a que a cana se destina.

    Procure adquirir canas com passadores com as argolas em SiC (Sílica deCarbono). Porquê? Porque são uma cerâmica dura, resistente e durável e

    porque hoje é frequente encontrá-los em canas de preços razoáveis uma

    vez que quase todas as marcas utilizam já este tipo de materiais. Existem

    outras ligas usadas no fabrico das argolas e até de maior qualidade, mas

    com preços quase proibitivos para o comum dos mortais!

    Passador com argola em SIC Passador com armação em açoe armação em Titânio e argola em SIC

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    Mas a qualidade de um passador não se avalia só pela argola, a armação

    tem igual peso na durabilidade do mesmo. Pode encontrar passadores

    com armação em titânio, aço inox, aço e numa série de ligas metálicas de

    menor qualidade e no caso dos passadores de argola, até em plástico!Então, como distingui-las? E como identificar e escolher passadores de

    qualidade? Pode não ser tarefa fácil! Mas vamos tentar dar-lhe algumas

    dicas para que possa pelo menos eliminar os de pior qualidade!

    O passador ideal será constituído por uma armação em titânio, 3 vezes

    mais resistente que o aço inox normalmente utilizado na sua construção e

    50% mais leve que este e por uma argola de SiC ou uma outra cerâmica

    de grande qualidade como a Gold Cermet ou Nanolite.Para os distinguir, terá que confiar nas indicações fornecidas pelas marcas

    e pelo lojista onde adquirir a cana. A profusão de materiais é tanta que

    torna dificil a identificação de alguns materiais ao pescador comum!

    Passador com armação reforçada, Passador Low Rider

    ideal para canas de Jigging

    A opção por canas com passadores de determinadas marcas, também

    ajuda.

    Das marcas de topo, praticamente só a Fuji é que chega a Portugal e é

    sem dúvida uma referência no que respeita à qualidade. Mas existem

    muitas outras, como por exemplo a American Tackle ou a Pacific Bay.

    E se procura qualidade, não compre canas com passadores que ainda têm

    amortecedores em plástico entre a cerâmica e a armação.

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    Mais uma vez, desconfie de canas muito baratas com passadores em

    titânio. Este tipo de passadores é caro!

    Passador de duas patas Passador monopata

    com amortecedor de plástico

    Por último, tenha em conta a frequência com que tenciona usar o seu

    material de pesca e invista conforme as suas necessidades. Uma cana

    com passadores de fraca qualidade, também apanha peixe! Só que a sua

    duração é bem menor e requer mais cuidados de manutenção.

    As ponteiras sofrem do mesmo mal, ou seja, a variedade é enorme!Os materiais utilizados no seu fabrico são os mesmos que os dos

    passadores sendo que a importância de uma ponteira de qualidade é

    ainda mais relevante do que a dos passadores! Não se esqueça que

    grande parte da saúde da sua linha depende da ponteira, pelo que é

    fundamental que esta tenha qualidade e esteja sempre em bom estado.

    Ponteira sem reforços laterais Ponteira com reforços laterais

    e rebordão

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    Ponteira Low Rider Ponteira com reforços laterais

    Com reforços laterais, sem reforços ou de rebordão, requerem um cuidado

    especial tanto na escolha como na manutenção!

    Que tipo de passadores e ponteira escolher para cada tipo de pesca é o

    que vamos tentar esclarecer em seguida.

    Surfcasting e pesca ao fundo

    Que passadores e ponteira escolher?

    Poderão dizer que são a mesma coisa e não estariam errados. Mas, em

    termos de passadores, fazer esta distinção é importante porque para cada

    modalidade existe um tipo mais adequado de passador.

    Zonas rochosas são mais exigentes Nas praias, o uso de Low Rider’s

    para o material é mais eficaz

    Se essencialmente faz pesca em zonas rochosas, deve evitar usar canascom passadores mais frágeis como por exemplo os tipo Low Rider. São

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    muito bons e optimizam o seu lançamento mas são bastante mais frágeis

    que os passadores tradicionais, devido ao comprimento das suas hastes

    laterais.

    Isto não significa que não possa pescar nas pedras com este tipo de

    passadores, apenas deve ter mais cuidado pois não são tão resistentes.

    Se a sua pesca se baseia nos areais, então os Low Rider são uma óptima

    escolha.

    As ponteiras neste tipo de pesca devem ser de rebordão com hastes

    laterais, pois são as que melhor protegem a sua linha. Em termos de

    materiais e qualidade, aplicam-se os mesmos principios dos passadores.

    Resumindo, no Surfcasting pode usar passadores Low Rider ou

    tradicionais, preferencialmente com argolas em SiC e armações em titânio

    e ponteiras de rebordão, compostas pelos mesmos materiais. Isto não é

    uma regra, apenas aquilo que é o mais indicado.

    Nas pescas de fundo em zonas rochosas e mais exigentes para o material,

    a proposta é a mesma com a diferença que deve usar passadores comarmação tradicional por serem mais resistentes.

    Quanto aos diâmetros dos passadores, surge a velha questão se os

    passadores mais largos optimizam mais o lançamento ou se, pelo

    contrário, são os mais estreitos! Ao longo dos anos fui observando e

    experimentando várias soluções e cheguei a uma conclusão, que é apenas

    isso mesmo, uma conclusão pessoal!Os passadores mais estreitos optimizam de facto os lançamentos pois

    existe menor atrito da linha nos mesmos! Esta sai mais direita sem

    efectuar círculos tão grandes na sua saída, logo com menor atrito.

    E a utilização de linhas cada vez mais finas também está directamente

    ligada ao facto de as canas serem fabricadas com passadores de

    diâmetros reduzidos.

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    Por outro lado, os passadores mais largos também têm algumas

    vantagens, como por exemplo em situações de muito lixo na água, o

    nosso amigo “tabaco”. Aí são mais eficazes na limpeza da linha!

    Daí que a escolha mais acertada seja sua e conforme com aquilo quepretenda, se optimizar o seu lançamento ou a acção de pesca

    independentemente das condições do mar!

    Bóia

    Uma escolha dificil!

    Para a pesca à bóia, devemos considerar à partida a seguinte questão:- Faço uma pesca mais ligeira, pelo que pretendo uma cana o mais leve

    possível? Ou faço uma pesca mais pesada, pelo que preciso de uma cana

    mais forte, de passadores igualmente fortes, com sacrifício de alguma

    leveza?

    Poderá parecer que estou a simplificar demais, mas não!

    Se optarmos pela pesca ligeira, os passadores monopata serão os mais

    indicados, pela sua leveza e pela uma montagem também mais leve.

    Sempre que possível, argolas em SiC e armações em Titânio. As ponteiras

    deverão ser simples, sem reforços laterais, pela mesma razão - a sua

    leveza.

    Cana de bóia com montagem “tipo italiana” Passadores com encaixe em plástico

    não são a melhor opção

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    Atenção à montagem que deve ser preferencialmente “tipo italiana”, mas

    bem feita, para melhor proteger a ponta dos elementos quando se fecha a

    cana.

    Já uma pesca mais pesada exige passadores de duas patas, com umamontagem “tipo italiana” pela mesma razão acima referida. As argolas em

    SiC e armações em Titânio são quase obrigatórias.

    Pode também optar por passadores de argola com a parte que encaixa no

    elemento da cana em plástico! Leve em linha de conta que se precisar de

    substituir um passador de um elemento do meio o mais provável é que

    acabe por ter que substituir os outros até lá chegar. As armações em

    plástico não resistem, na maioria das vezes, ao calor necessário para osdescolar da cana.

    Nas canas de maior comprimento, de 6, 7 ou 8 metros, a utilização de

    passadores de duas patas poderá dar à cana uma propensão para dobrar

    excessivamente nos três primeiros elementos devido ao peso, assumindo

    ainda mais importância um passador mais leve com a armação em

    Titânio.

    Pontos essenciais a reter:

    •  Dê preferência a montagens “tipo italiana” pois são as que melhor

    protegem a sua cana!

    •  Escolha sempre passadores monopata ou com duas patas consoante o

    tipo de pesca que pratica com mais frequência!

    •  Evite passadores com armações de plástico!

    Embarcada

    Outra técnica, o mesmo dilema!

    Também na embarcada, a leveza versus resistência tem um papel

    preponderante na sua escolha.

    Em Portugal, e especifico porque desenvolvemos uma forma de pescar

    que praticamente só é utilizda por nós, utilizam-se canas cada vez mais

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    finas, leves e compridas! É frequente usarem-se canas de 3.50, 4 ou até 5

    metros quando há 15 anos atrás tudo o que fosse mais comprido que 1,80

    ou 2,10 metros era para pescar na praia.

    Este “crescimento” da cana implica que se usem passadores leves mas aomesmo tempo resistentes ao ponto de suportarem as vigorosas e

    constantes ferragens.

    Passadores de duas patas são os mais Os Low Rider são cada vez mais

    indicados para a embarcada utilizados nesta técnica

    Podem também verificar-se várias opções de passadores numa cana: Low

    Rider, tradicionais, monopata ou de duas patas ou mesmo em algunscasos a mistura de dois tipos diferentes.

    Difícil escolha esta mas a minha opção passa pelos Low Rider ou com

    armações tradicionais de duas patas, sendo de evitar os monopata, apesar

    da sua leveza, por serem mais frágeis. Argolas em SiC e armações em

    Titânio são quase obrigatórias, pois o contacto permanente com a água

    salgada e com a maresia obriga a que tenham muito boa qualidade sob

    pena de sucumbirem rapidamente aos maus tratos que esta pesca

    oferece.

    Normalmente os primeiros elementos destas canas trazem passadores

    monopata de reduzidas dimensões, com os resultados desastrosos que

    conhecemos.

    Embora não haja muitas opções, dentro daquilo que pretende, procure

    escolher canas que tenham passadores de duas patas também no

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    primeiro elemento. Com esta escolha reduz consideravelmente as quebras

    de passadores, embora com algum prejuízo da leveza.

    Quanto às ponteiras devem ter reforços laterais! Serem de rebordão seria

    o ideal, mas não é fácil de encontrar ponteiras deste tipo com diâmetrosreduzidos do tubo.

    Outro detalhe de extrema importância para quem pesca com multifilar são

    as argolas em SiC. Indispensáveis sob pena de ver os seus passadores

    serem “serrados” pela linha.

    Recapitulando:

    •  Procure canas com passadores de duas patas, Low Rider ou

    tradicionais, mesmo que tenha de abdicar de alguma leveza.

    •  Argolas SiC e armações em Titânio

    •  Primeiros elementos também com passadores de duas patas

    •  Atenção à qualidade dos passadores se pesca com multifilar

    Enrolamento e acabamento dos passadores

    Estes são dois pormenores de extrema importância! Pode ter os melhores

    passadores do mundo que, se estiverem mal aplicados, não vão durar

    muito.

    Observe o enrolamento nas hastes dos passadores e verifique se está

    uniforme e com a cobertura de epoxy lisa e sem fissuras. Uma fissura no

    epoxy significa água infiltrada em contacto permanente com a haste do

    passador, o que pode levar a uma rápida deterioração.

    Para ter um acabamento de qualidade, o epoxy utilizado deve ter um

    tratamento anti-UV que impede que amareleça e estale e ter elasticidade

    suficiente para suportar as curvaturas a que a cana vai estar sujeita em

    acção de pesca.

    Como podem facilmente perceber, isto é praticamente impossivel de saber

    numa cana feita em série! Mas pode verificar pelo menos a elasticidade do

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    epoxy, vergando a ponteira e verificando se ele não estala em volta dos

    passadores. Atenção não esforce demais a cana pois pode partir a

    ponteira!

    Bons acabamentos são fundamentais Enrolamentos bem feitos, prolongam a

    a vida dos passadores

    Outro pormenor importante é verificar se o passador está directamente

    aplicado na cana ou se tem uma camada de linha entre o passador e a

    vara. A situação ideal é quando tem pois evita o contacto do metal com a

    fibra, o que no caso de um passador estar mal aplicado pode provocar

    danos. É de notar que em canas que se pretendem mais ligeiras é normalnão se usar esta protecção.

    Estes são apenas alguns aspectos que deve considerar quando for adquirir

    uma cana. Poderíamos ter recorrido a um vocabulário mais técnico e a

    uma análise mais profunda das virtudes e defeitos desta ou daquela

    matéria prima utilizada em determinado tipo de passador! Embora

    correndo o risco de poder achar que tecnicamente este documento deixa a

    desejar, prefiro que quando se dirigir à loja não seja um expert na

    matéria mas consiga escolher uma cana adequada às suas necessidades e

    saiba porque o fez e com o que pode contar!

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    Porta-carretos

    Tal como os passadores, os porta-carretos sofreram uma evolução enorme

    nos últimos 15 anos. De duas ou três opções que existiam no mercado,

    passamos para um sem número de modelos e materiais de que são

    compostos. Alumínio, grafite ou com o tubo em carbono, nylon, inox,

    madeira  ou até com misturas de dois materiais são apenas as opções

    mais comuns. Serão estas que iremos analisar e escolher quais as mais

    indicadas para cada tipo de pesca.

    ModelosSão muitos os que existem embora sejam dois os mais comuns: os

    tubulares e os de chapa. Depois existem algumas variações como por

    exemplo tubos com os engates para o carreto iguais aos de chapa, com

    gatilho para o spinning e outras opções menos conhecidas.

    Todos eles se podem encontrar nos mais diversos materiais.

    Modelos para todos os gostos. Tubular com engates de chapa e tubular com gatilho

    Composição

    Alumínio

    Leve e resistente à dureza do mar o que o torna indicado para qualquer

    tipo de pesca. Mais robustos uns, mais leves outros, é possivel encontrarum modelo adequado a todas as disciplinas. Para pescas mais exigentes

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    como o Jigging pesado ou até o Big Game, usam-se porta-carretos em

    alumínio com os encaixes do carreto reforçados. Para o Surfcasting e a

    Embarcada usam-se os mais leves e ligeiros.

    É importante não confundir os actuais, feitos em alumínio, com oscromados que se usavam há alguns anos atrás.

    Alumínio, uma escolha sempre acertada 

    Grafite

    Os mais conhecidos são os da Fuji, feitos em grafite normalmente de cor

    cinzenta. Leves e robustos, com roscas mais duradouras e semproblemas, este tipo de porta-carretos é amplamente utilizado em canas

    de todas as técnicas, muito “por culpa” das caracteristicas já referidas.

    Leveza e resistência é o que se encontra na grafite 

    Pela sua coloração podem levar a ser confundidos com os de nylon de tom

    semelhante. 

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    Nylon

    Quem ainda não teve um porta-carretos onde a parte metálica se separa

    da “porca” de aperto? Ou que a mesma “porca” se encavalita na rosca?

    Esses são quase de certeza de nylon.Infelizmente, no nosso mercado, são também os mais comuns nas canas

    das mais diversas modalidades.

    As semelhanças com os de grafite são muitas 

    Uns melhores que outros mas no geral a sua qualidade deixa sempre

    muito a desejar. São mais económicos mas a evitar.

    Inox

    De todos os porta-carretos, os de inox são os mais robustos por razões

    óbvias. Regra geral este material é usado apenas em alguns componentes

    ou no fabrico de porta-carretos de chapa.É uma opção sempre válida para todos os tipos de cana.

    Porta carretos de chapa em inox. Sempre uma boa escolha.

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    Madeira

    Mais raros de encontrar e normalmente usados em canas de Pesca à

    Mosca ou Spinning. São peças mais delicadas e por vezes verdadeiras

    obras de arte.A madeira é tambem utilizada para o fabrico de porta-carretos

    personalizados, o que ainda é pouco comum em Portugal. Valem mais

    pela sua beleza e estética do que propriamente pela qualidade.

    A beleza ao serviço da pesca 

    Compostos

    Com tubos em carbono e roscas e porcas de aperto em alumínio,

    começam a ser mais utilizados principalmente nas boas canas de

    embarcada, pela leveza do carbono e robustez do alumínio. Uma

    alternativa a considerar quando adquirir uma cana de embarcada.

    Carbono e alumínio são cada vez mais usados em

    conjunto 

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    Que porta-carretos devo escolher?

    Para cada tipo de pesca e de cana, existem modelos de porta-carretos e

    materiais mais adequados que outros. É essa relação que vamos

    descrever agora.

    Surfcasting e Pesca de fundo

    Areia e sal são dois inimigos deste componente das canas e no surfcasting

    estão constantemente os dois presentes. A qualidade é fundamental para

    poder aproveitar os atributos da sua vara. Alumínio ou grafite são os

    materiais mais indicados por serem leves e fortes.

    Bóia

    Leveza e robustez são qualidades que se procuram nas canas de bóia,

    sendo fundamental componentes com essas mesmas qualidades. De

    chapa, feitos em grafite, serão os mais indicados. Mas são também uma

    boa opção os tubulares, no mesmo material, para as canas mais robustas.

    Evite o nylon principalmente em varas com reduzido diâmetro de cabo.

    Isso implica um porta-carretos também pequeno, com roscas mais

    frágeis, o que gera a necessidade de serem feitos de materiais mais

    fiáveis.

    Embarcada

    Mais uma vez serem leves e fortes são factores fundamentais, até pelo

    tamanho e peso dos carretos normalmente utilizados. Alumínio e grafitesão boas escolhas mas no meu entender a melhor solução será um

    composto - tubo em carbono e roscas e porcas de aperto em alumínio.

    Porquê? Diâmetros de cabo reduzidos criam o mesmo problema citado em

    relação às canas de bóia, roscas mais pequenas e fracas. Feitas em

    alumínio, eliminam esse problema.

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    A que distância devem estar colocados?

    Muito se discute sobre este tema mas a realidade é só uma: cada

    pescador tem o seu estilo e técnica de pescar, o que faz que a distância

    ideal a que se deve colocar o porta-carretos da ponta da cana varia depescador para pescador.

    Podemos apenas falar em algumas medidas mais ou menos standard.

    Na generalidade das canas de surfcasting, entre a extremidade da cana e

    o início do porta-carretos distam 70 cm.

    Nas de embarcada existem mais variações mas a maioria tem entre 35 e

    45 cm.

    As medidas que vêm de fábrica são quase standard

    Nas canas de bóia, a distância é semelhante à das de embarcada.

    Ou seja, de fábrica, as distâncias de colocação do porta-carretos à

    extremidade da cana são em regra as que se adaptam mais facilmente à

    estrutura física da maioria das pessoas. No entanto, se tem os braços

    mais compridos ou mais curtos que o pescador “comum” não se sentirá

    tão confortável com a sua cana e o mesmo sucederá se a sua técnica de

    pesca é de alguma forma diferente da habitual.

    Soluções? Apesar de poucas variações nas medidas, elas existem. Procure

    no acto da compra simular os movimentos que faz em acção de pesca everifique se a colocação do porta-carretos é a mais adequada para si. 5cm

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    podem fazer toda a diferença. Se mesmo assim não encontrar uma cana

    que o satisfaça, poderá ainda tentar uma cana com porta-carretos

    regulável, pouco comum mas passível de ser encontrada.

    Uma cana personalizada é uma boa opção

    A compra de uma cana personalizada é uma outra solução, já que lhe

    permite escolher os acabamentos e os componentes assim como a

    distância a que pretende o porta-carretos aplicado.

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    Conclusão

    Depois de analisarmos todos os componentes que constituem uma cana e

    de falarmos das diversas características das varas, espero sinceramente

    que se sinta melhor preparado para escolher a cana que melhor se adequa

    a si.

    Escolha em conformidade com aquilo que precisa e não pela marca ou

    modelo que toda a gente usa.

    O que é bom para mim pode não o ser para si.

    Peça ao lojista informação técnica acerca da vara e dos componentes, pois

    ele tem a obrigação de lhe prestar esses esclarecimentos.

    Espero ter contribuído para melhores compras no futuro.

    Boas pescarias!