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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018 1 “Canal GNT”: Feminismo e política em pauta na plataforma Web do canal de televisão brasileiro 1 Amanda VELASCO 2 Camila RAMOS 3 Mayara NEVES 4 Universidade Federal do Pará, Belém, PA RESUMO Este artigo objetiva analisar o modo em que o Canal de televisão GNT, em sua conta na plataforma YouTube, traz à tona a discussão sobre feminismo e política, à luz das Teorias da Sociedade em Rede, de Manuel Castells (1999) e do Espaço Público Contemporâneo, de Bernard Miège (2014) e das considerações de Flávia Biroli, sobre a Teoria Político Feminista. Dessa forma, examinamos três vídeos disponíveis no Canal GNT, no Youtube, referentes à discussão sobre o feminismo e comportamentos contraditórios que as protagonistas passaram e sua repercussão. Os vídeos são curtos e mostram mulheres contando algumas experiências machistas que viveram e como foi relevante dentro do contexto de cada uma, além da sua opinião própria acerca desse tema tão em pauta. PALAVRAS-CHAVE: feminismo; política; comunicação. TEXTO DO TRABALHO Não é novidade dizer que vivemos em uma sociedade informatizada e caracterizada pelos inúmeros avanços científicos e tecnológicos. A internet, com sua desenvoltura e simplicidade, assume um papel de grande relevância na comunicação mundial. Segundo Raquel da Cunha Recuero, “uma das características mais profundas da influência de um meio de comunicação nas sociedades é a reconfiguração dos espaços percebidos por esta sociedade” (RECUERO, 2000). Trata-se da possibilidade de, não apenas obter informações sobre qualquer assunto, como principalmente alterar e reconfigurar essas informações, assunto que será tratado ao longo deste trabalho. Ao pensar na internet como remodeladora das relações sociais, por meio das comunidades virtuais, chegamos no ponto deste trabalho. É desse modo que o sociólogo 1 Trabalho apresentado no GP Comunicação e Cultura Digital XVIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Estudante de Graduação 5º semestre do Curso de Jornalismo da UFPa, e-mail: [email protected] 3 Estudante de Graduação 5º. semestre do Curso de Jornalismo da UFPa, e-mail: [email protected] 4 Estudante de Graduação 5º. semestre do Curso de Jornalismo da UFPa, e-mail: [email protected]

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“Canal GNT”: Feminismo e política em pauta na plataforma Web do canal de

televisão brasileiro1

Amanda VELASCO2

Camila RAMOS3

Mayara NEVES4

Universidade Federal do Pará, Belém, PA

RESUMO

Este artigo objetiva analisar o modo em que o Canal de televisão GNT, em sua conta na

plataforma YouTube, traz à tona a discussão sobre feminismo e política, à luz das Teorias

da Sociedade em Rede, de Manuel Castells (1999) e do Espaço Público Contemporâneo,

de Bernard Miège (2014) e das considerações de Flávia Biroli, sobre a Teoria Político

Feminista. Dessa forma, examinamos três vídeos disponíveis no Canal GNT, no Youtube,

referentes à discussão sobre o feminismo e comportamentos contraditórios que as

protagonistas passaram e sua repercussão. Os vídeos são curtos e mostram mulheres

contando algumas experiências machistas que viveram e como foi relevante dentro do

contexto de cada uma, além da sua opinião própria acerca desse tema tão em pauta.

PALAVRAS-CHAVE: feminismo; política; comunicação.

TEXTO DO TRABALHO

Não é novidade dizer que vivemos em uma sociedade informatizada e caracterizada pelos

inúmeros avanços científicos e tecnológicos. A internet, com sua desenvoltura e

simplicidade, assume um papel de grande relevância na comunicação mundial. Segundo

Raquel da Cunha Recuero, “uma das características mais profundas da influência de um

meio de comunicação nas sociedades é a reconfiguração dos espaços percebidos por esta

sociedade” (RECUERO, 2000). Trata-se da possibilidade de, não apenas obter

informações sobre qualquer assunto, como principalmente alterar e reconfigurar essas

informações, assunto que será tratado ao longo deste trabalho.

Ao pensar na internet como remodeladora das relações sociais, por meio das

comunidades virtuais, chegamos no ponto deste trabalho. É desse modo que o sociólogo

1 Trabalho apresentado no GP Comunicação e Cultura Digital XVIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Estudante de Graduação 5º semestre do Curso de Jornalismo da UFPa, e-mail: [email protected] 3 Estudante de Graduação 5º. semestre do Curso de Jornalismo da UFPa, e-mail: [email protected] 4 Estudante de Graduação 5º. semestre do Curso de Jornalismo da UFPa, e-mail: [email protected]

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espanhol Manuel Castells desenvolve sua teoria acerca da Sociedade em Rede. Para ele,

esta caracteriza-se pela relação intimamente direta com o fenômeno da globalização.

Trata-se de uma sociabilidade fundada na dimensão virtual, impulsionada pelas novas

tecnologias, que transcende o tempo e o espaço (CASTELLS, 1999).

Podemos afirmar, a partir dessa proposição, que o mundo está cada vez mais

cooperativo e interligado. De qualquer lugar, podemos observar, conversar, opinar sobre

qualquer notícia ou assunto em pauta. E isso configura as mudanças ocorridas em nossa

sociedade. Não é excepcional, então, compartilhar nossas experiências e tornar-se o

centro de um debate, como o canal da rede de televisão fechada GNT realizou sobre o

feminismo em seus vídeos, que serão analisados neste artigo.

“As pessoas acham muitas vezes que o feminismo é o contrário do machismo e é

claro que não; o feminismo quer a igualdade (...) o machismo levado ao extremo mata; o

feminismo, levado ao extremo, salva vidas”. Foi com essas palavras que a atriz e

apresentadora Mônica Iozzi terminou o vídeo: “O feminismo está dividido ou querem

polemizar?” do Canal GNT, no Youtube. Ela refere-se à divergência do conceito de

feminismo.

Consideramos que o feminismo esteja intrinsecamente interligado com o

empoderamento das mulheres. Para Dijamila Ribeiro, ativista dos direitos humanos, isto

significa “uma ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando participam de espaços

privilegiados de decisões, de consciência social dos direitos sociais (...) É uma nova

concepção de poder que produz resultados democráticos e coletivos.” (RIBEIRO, 2017).

Mais ainda, Marcia Tiburi completa: “o feminismo cresce como filosofia que tenta rever

o posicionamento da mulher diante da estrutura social e da produção do conhecimento.”

(TIBURI, 2003)

Flávia Biroli, cientista política brasileira, especialista em teoria político feminista,

tenta explicar em sua tese que o feminismo é a “oposição binária ao masculino” (BIROLI,

2013). Para o dicionário online de português, feminismo significa “doutrina cujos

preceitos indicam e defendem a igualdade de direitos entre mulheres e homens”,

“movimento que combate a desigualdade de direitos entre mulheres e homens”,

“ideologia que defende a igualdade, em todos os aspectos (social, político, econômico),

entre homens e mulheres”.

Diante desse contexto, Ana Alice Costa também defende a idéia de que todos os

grupos sociais são políticos, e que pretendem cooperar com transformações sociais

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significativas (COSTA, 2014). Dessa forma, as mulheres em seu pleiteio, lutam pela

participação política, afim de superar o contexto de subalternidade em que historicamente

foram submetidas: “a mulher tem no movimento feminista a sua instância privilegiada de

luta política” (COSTA, 2014). Essa é a importância do movimento, desde o seu

surgimento, alicerçado na Revolução Francesa, na segunda metade do século XVIII, onde

elas despertaram-se para a contradição existente e a desigualdade na produção social, em

comparação ao homem.

A Teoria Político Feminista começou a ser desenvolvida em meados dos anos 70,

colocando em pauta o resgate - sob uma ótima diferenciada - algumas questões

fundamentais do regime, mas dessa vez sob o prisma do movimento. Esse, até então novo

campo de estudo, tratou de pôr em destaque não somente o papel das mulheres nas

questões já tratadas (como gênero, igualdade, violência e opressão), mas principalmente

evidenciando o caráter político dessas práticas.

Luís Felipe Miguel, professor de Ciência Política da Universidade Nacional de

Brasília foi lacônico e singular em delimitar “Sete ensinamentos do feminismo para a

teoria política” em contribuição ao Blog Boitempo. Tomamos como base seus escritos

para embasar o objeto de análise deste trabalho.

“(...) o movimento feminista tem estado muito mais presente, tem sido muito mais eficaz na sua atuação dentro da chamada “sociedade

civil” que, propriamente, dentro das três esferas em que se divide o

poder político institucional. As reivindicações do movimento e suas figuras de expressão e representatividade sempre estiveram muito mais

no interior da sociedade civil em suas formas de organização política

que, propriamente, nas instâncias oficiais do poder político.” (COSTA,

2014)

É diante dessa conjuntura, no seio da sociedade civil, que pretende-se analisar os

vídeos do Canal GNT: seu posicionamento e relatos, sua contribuição para o movimento

e para a formação da opinião do público-alvo e dos telespectadores, o teor político

apresentado os desdobramentos que o tema gerou, dentro dos limites da própria

plataforma utilizada pela rede.

Youtube como ferramenta de divulgação e o Canal GNT

O Youtube surgiu em 2005, como uma ferramenta para publicar e se compartilhar

vídeos. Com a crescente influência da Internet no cotidiano das pessoas, fez com que a

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forma de comunicação mudasse. As grandes empresas e corporações tomaram a

plataforma como meio de vincular suas mídias e atrair um público diferenciado. “Através

de canais próprios, disponibilizados no site, estas empresas divulgam seus vídeos

institucionais se utilizando da enorme capacidade de armazenamento e da fenomenal

popularidade do Youtube” (NETO, 2009)

Como uma plataforma mais acessível e de horários mais flexíveis, já que o usuário

tem acesso ao conteúdo na hora que desejar e a partir de diversos aparelhos com acesso à

internet (smartphones, tablets, computadores, ipad’s), as empresas televisivas viram aí

um meio de se divulgar e produzir conteúdo exclusivos para plataforma, como é o caso

do Canal GNT.

A comunicação e o marketing na internet, para José Augusto Neto (2009),

possuem as seguintes vantagens básicas: direcionamento da mensagem, mensuração,

agilidade, flexibilidade e custos relativamente baixos, conforto, informações,

possibilidades de coleta de dados, vendas etc.

O Canal GNT, originalmente Globosat News Television, é um canal de televisão

por assinatura brasileiro fundado em 1991. Entrou no ar primeiramente com um programa

de moda e comportamento, que era baseado em roteiro internacionais. O GNT faz parte

do Grupo Globo, que é uma grande rede de mídia brasileira, contando com diversos canais

abertas e fechadas, revistas, jornais e rádios.

No decorrer dos anos, a GNT continuou com pequenas programações voltadas

para comportamento, saúde, moda e beleza e também trazendo jornais internacionais para

o Brasil. Fez grandes coberturas como a posse do presidente Clinton. Em Março de 2011

o canal passou por uma grande mudança de marca e identidade visual, o que trouxe novas

programações e a matriz do formato que ela possui até hoje.

Apesar da GNT ter sua inscrição no YouTube em 21 de julho de 2010, o primeiro

vídeo do canal na plataforma data somente de 2 de outubro de 2014, com “Dicas da

Grazi”, com a atriz Grazi Massafera. Até dia 23 de janeiro de 2018 o canal contava com

360 vídeos divididos em 25 playlist com temas diferenciados. Entre esses, 11 vídeos

tratam de assuntos totalmente feministas, com discussões atuais sobre o movimentos entre

mulheres estudiosas da área, cantores e atrizes que levantam a bandeira do movimento.

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O presente artigo trabalho com dois deles: “O feminismo está dividido ou querem

polemizar?”, uma discussão feita no programa “Papo de Segunda Verão” e o “Mexeu

com uma, mexeu conosco com Clarice Falcão”, um programa feito com interação do

público no programa exclusivo para o youtube “Fale Conosco” apresentado pela Júlia

Rabello. Em seguida se apresentará o documentário feito pelo canal GNT, chamado

“Primavera das Mulheres”, dirigido por Antônia Pellegrino e Isabel Nascimento Silva,

que têm como objetivo mostrar o movimento feminista para as pessoas que não fazem

parte do movimento e/ou desconhecem a causa e são leigas no assunto.

“O feminismo está dividido ou querem polemizar?”

A crescente discussão principalmente nas mídias virtuais acerca de assuntos

polêmicos, ou pouco abordado na mídia tradicional, fomenta debates importantes para a

sociedade. O GNT ao abordar a temática do feminismo, se apropria do impulso que a luta

feminista ganhou nos últimos anos e de práticas características da sociedade

contemporânea e que emergiram com as novas tecnologias, para divulgar vídeos na

plataforma youtube, contribuindo assim para processos de territorialização e

desterritorialização. “As mídias eletrônicas criam assim processos desterritorializantes

em níveis político, econômico, social, cultural e subjetivo” (LEMOS, 2006).

Dentre esses vídeos, analisamos o publicado no dia 18 de janeiro de 2018 pelo

GNT em seu canal no youtube. O vídeo analisado possui dois minutos e dez segundos e

aborda a questão da divisão do feminismo. Nele a atriz Débora Lamm, questiona se

realmente há essa divisão do feminismo ou é uma polêmica à parte para atrasar o

movimento e beneficiar o opressor, promovendo assim um debate no ciberespaço sobre

a temática proposta no vídeo.

A atriz deixa clara sua posição a respeito da divisão feminista: “polêmicas à parte

atrasam ainda mais um movimento que já caminha lentamente”. Com base no

questionamento da atriz, os internautas opinam sobre o movimento feminista, sendo

possível concluir que de fato há uma divisão no feminismo. Nos comentários, essa

divergência é perceptível; existem pessoas que apoiam o movimento e outras que são

contra, outras ainda que divergem no conceito do que seria a luta feminista.

O movimento feminista é um movimento de articulação política que não tem um

pensamento, uma ideologia única, homogênea. Existem diferentes formas de exercer a

prática do feminismo. As divergências sobre o conceito de feminismo, ou pelo que ele

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luta, decorre das diversas vertentes existentes dentro do movimento. Essas vertentes

apresentam diversas raízes para a opressão, machismo e formas de combatê-las, havendo

assim, divisão dentro do próprio movimento, mas ambas se posicionando politicamente

em busca de uma mudança social.

Consideramos neste trabalho, o que Ana Alice Costa descreve sobre o feminismo:

“um movimento que questiona o papel da mulher na família, no trabalho e na sociedade,

luta por uma transformação nas relações humanas e pela extinção das relações baseadas

na discriminação social” (COSTA, 2014).

“Mexeu com uma, mexeu conosco com Clarice Falcão”

Motivado pela campanha nacional iniciada e liderada por atrizes brasileiras após

uma funcionária da Rede Globo de Televisão ter denunciado um assédio sofrido por um

ator da mesma emissora, o programa “Fale Conosco” apresentado por Júlia Rabello, do

canal GNT no Youtube, contou com a participação de Clarice Falcão, grande militante

do feminismo no país, além de atriz e cantora. No vídeo, que tem duração de 10 minutos,

as atrizes usaram a camiseta da campanha feminista #MexeuComUmaMexeuComTodas,

e responderam às mensagens deixadas, por homens e mulheres, onde os mesmos

reproduziam comentários abusivos e de teor machista, tanto à apresentadora do programa

em questão, quanto a todas as mulheres que defendem a causa feminista.

O grande objetivo do vídeo seria mostrar aos telespectadores do programa, de

forma sarcástica e criativa, o quanto a sociedade, no geral, ainda rejeita o movimento

feminista mesmo sem conhecer profundamente suas finalidades, seja através de

xingamentos as mulheres militantes ou seja através de comentários propagados pelo senso

comum social. Estes, por sua vez, diminuem e deslegitimam a importância da causa

feminista na atualidade. O bate-papo descontraído entre Júlia e Clarice carrega o

propósito de combater as falácias e mitos que ainda existem no discurso do patriarcado

com relação ao movimento feminista através das respostas que as atrizes deram aos

telespectadores e suas críticas.

O machismo como tema central de um programa de longo alcance, em um

momento onde a questão da valorização da identidade feminina, da sua autonomia física

e psicológica e da própria ascensão do feminismo enquanto ferramenta de resistência da

mulher para com as opiniões, além dos conceitos morais do que se diz “ser mulher”,

reflete que, em nossa sociedade, as concepções são ainda formadas de maneira desiguais

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e assimétricas, prevalecendo os privilégios coletivos e de gênero. Sobre essa propositura,

Flávia Biroli explica que:

O processo de produção das opiniões, das preferências e dos

interesses não é individual, mas remete às posições em uma coletividade, em redes desiguais que se estabelecem em

contextos sociais concretos. Essa compreensão vincula as

opções dos indivíduos aos padrões de socialização e às

variantes institucionais. São estes que definem o horizonte em relação ao qual se organizam identidades que estão, por sua

vez, na base do entendimento que se tem dos próprios projetos

e ambições, assim como daquilo que define o bem-estar para cada indivíduo. Pode-se, nesse sentido, considerar que as

preferências são “aprendidas” ou “adaptativas”, constituídas

por fatores que incluem “o contexto em que a preferência é expressa, as regras legais existentes, escolhas passadas de

consumo e a cultura em geral”. (BIROLI, 2013)

A importância da propagação de vídeos com esse teor crítico, acerca da

intensificação do machismo na era digital destaca também, a ligação entre a questão da

estereotipação e a internalização da opressão, no caso em específico, sofrida por

mulheres, como no vídeo do programa em análise. Grande parte das ofensas e críticas

recebidas nas mensagens enviadas pelos telespectadores atuam na intenção de diminuir e

depreciar a razão de ser da causa feminista, suas conquistas e persistência no discurso de

igualdade entre os gêneros.

Os termos “feminazis”, “dragão”,” sujas”, e frases como “mulher tem que ficar

em casa cuidando dos filhos”, assédio é culpa da roupa da mulher”, “toda feminista é feia

e sem cultura”, “homens também são vítimas como vocês mulheres”, bastante utilizadas

nas mensagens do programa, na sua maioria, por telespectadores homens, reforçam a tese

de que:

“As mulheres são marcadas pelo corpo de maneiras socialmente

diversas dos homens (...) A crítica à objetificação das mulheres passa,

assim, pelo fato de que o feminino (como oposição binária ao

masculino) seja perfilado a partir do olhar dos homens, de seu ponto de vista, sem que isso implique reciprocidade na definição do que

caracterizaria as identidades de umas e outros.” (BIROLI, 2013).

É importante observar também, que o vídeo conta com algumas críticas e ofensas

proferidas, também, por algumas mulheres, que adquirem o comportamento machista de

uma parte da sociedade, reproduzindo o discurso de opressão em seu próprio gênero.

Simone de Beauvoir, ativista política e teórica social francesa, além de um grande

nome do movimento feminista do século XX, em seu livro “O segundo sexo”, afirma que

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a construção do conceito do que representa “ser mulher” também advém das relações de

poder entre os dois gêneros. O homem não precisa se apresentar como homem à

sociedade, pois sê-lo, já significa algo natural, neutro e positivo. Para a mulher, seu corpo

e identidade são observados através de suas características física e social, analisados pelo

olhar masculino.

Com isso, algumas mulheres constroem suas visões de mundo e de si mesmas

através desse olhar, adaptando-se, subordinadamente, aos conceitos e interesses

masculinos do patriarcado. Há, inclusive, o que Beauvoir chama de “incentivos sociais”,

como a desvantagem socioeconômica entre homens e mulheres e o prestígio social que o

casamento confere as mulheres de um modo geral; estes seriam fatores importantes a

serem levados em consideração no que diz respeito a acomodação e passividade na

aceitação de algumas à opressão masculina velada, seja ao seu corpo, suas concepções ou

seu papel na sociedade. Segundo Beauvoir:

“A mulher se conhece e se escolhe, não tal como existe para si, mas tal qual o homem a define”. (...) “A mulher é

adaptada às necessidades do óvulo mais do que a ela

própria. Da puberdade à menopausa, é o núcleo de uma história que nela se desenrola e que não lhe diz respeito

pessoalmente”. E, numa formulação que serve como uma

síntese dessa percepção de que o corpo feminino é

opressivo, a mulher, como o homem, é o seu corpo, mas o seu corpo não é ela, é outra coisa”. (BEAUVOIR apud

BIROLI, 2013)

Nota-se também, por fim, que as manifestações de opressão que o machismo causa

em nossa sociedade contemporânea refletem na dominação masculina que é, de certa

forma antiga e estrutural e moldou todo o pensamento moral desde o início da história da

sociedade moderna até os dias de hoje, e que vem sendo combatida atualmente com o

crescimento do movimento feminista, através da defesa do fim do predomínio masculino

imposto e avaliado como natural, o que coloca o gênero feminino em desvantagens há

milhões de anos, forçando a mulher ao papel de coadjuvante na sociedade, seja em caráter

social, econômico ou moral, como ficou amplamente observado durante todo o programa

em análise.

“As percepções individuais podem resultar de formas de

opressão que mobilizam e naturalizam valores que, mesmo sendo

desvantajosos e colocando os indivíduos em posições de subordinação,

estão na base de suas identidades – e, portanto, de como percebem seus interesses e elaboram suas preferências. Por outro lado, o destaque à

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opressão como forma de apagamento da autonomia poderia desdobrar-se em uma desvalorização (política e cognitiva) das opções feitas pelos

indivíduos, assim como de sua vivência concreta e específica. Também

as ressignificações das normas e convenções sociais ao longo do tempo, com seu impacto sobre a vivência dos indivíduos e a construção das

identidades, poderiam ser desconsideradas ou perder peso nas análises.”

(BIROLI, 2013)

“Primavera das mulheres”

“#EuMeAmo #EuMeCuido #EuDecido”, “Com mãe feminista, eu não cresço

submissa!”, “Meu corpo, meus direitos”. Esses são alguns dos cartazes mostrados no

vídeo, que fazem referência sobre o documentário produzido pela GNT, intitulado

“Primavera das Mulheres”.

Em 4 minutos e 27 segundos, a produção mostra pequenos relatos de mulheres

acerca de suas experiências pessoais de opressão e sobre o contexto político feminista

atual. Personagens famosas e nomes referências também contribuem com o diálogo,

como as artistas Nathalia Dill, Juliana Alves e Olivia Byington, além das especialistas

Carla Rodrigues, Marcia Tiburi e Djamila Ribeiro. Este vídeo, na verdade, faz parte da

prévia lançada pela canal do documentário com o mesmo nome.

Primavera Árabe foi um grande período que abalou os países do Oriente Médio e

do Norte da África pelos meados de 2010/2011, justificados pela luta em busca da

derrubada das ditaduras em prol da democracia. Há quem diga que as transformações

históricas e os protestos perduram até os dias de hoje. Tudo começou em dezembro de

2010, com a deposição do ditador Zine El Abidin, até então presidente da Tunísia.

A falta de democracia e violação aos direitos humanos marcaram os 23 anos em

que esteve no poder, ocasionando na crescente insatisfação popular com a sua “mão de

ferro” (política). As manifestações contra seu regime só cresciam. Os protestos denotaram

a resistência civil. Redes sociais – twitter, facebook, youtube – serviram de plataforma

para consumar as manifestações, passeatas e comícios. O resto do globo, por meio dos

mesmos instrumentos, foram comunicados, sensibilizados e passaram a apoiar a causa

(comunicação).

Observando o sucesso da Tunísia, outros países como Egito, Jordânia, Síria, entre

outros, seguiram a mesma sorte e lutaram em prol da democracia. Percebe-se então, que

a política e comunicação estiveram estritamente interligados. Sem as novas formas de

comunicabilidade, as reformas políticas seriam impossíveis.

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É diante desse contexto, que o canal de televisão GNT, sob realização da roteirista

Antonia Pellegrino e da diretora Isabel Nascimento Silva colocou em pauta o feminismo.

O documentário, intitulado “Primavera Das Mulheres” faz uma alusão ao evento descrito

anteriormente. A luta das mulheres pela igualdade de gênero, as manifestações em prol

da maior visibilidade da política, as narrativas dos últimos anos desse movimento foram

documentados no filme.

Uma das hashtags que é citada no documentário é “#PrimeiroAssédio”. Trata-se

de uma campanha lançada pela ONG feminista Olga em sua conta no Twitter, onde

incentivava as mulheres a dividir a história da primeira vez em que estiveram diante de

uma situação de assédio, expondo assim, um problema enraizado na cultura machista que

é entendido como “brincadeira” ou “elogio despretensioso”. Segundo a instituição,

“A campanha surgiu em apoio à menina de 12 anos que foi alvo de

comentários de cunho sexual na internet durante sua participação em

um reality show de culinária. Criamos a hashtag #primeiroassedio no Twitter e convidamos nossas leitoras a compartilhar suas histórias de

primeiro assédio. Não é uma missão simples, indolor, fácil. Mas se

apoderar da própria história é importante, de forma que a vítima assim se reconhece como vítima. A respostas nos ajudaram a constatar que a

idade média do primeiro assédio é de 9,7 anos – e grande parte dos

crimes, 65%, são cometidos por conhecidos. Ou seja, aqueles em que

mais deveríamos confiar. Mas também descobrimos que anos de silêncio têm a capacidade de

tornar as vozes ensurdecedores quando redescobertas. Nunca duvide do

poder das redes sociais para provocar reflexão e empoderamento. Até a meia-noite de domingo, a hashtag foi replicada mais de 82 mil vezes,

entre tweets e retweets. Analisamos um grupo de 3.111 histórias

compartilhadas no Twitter.” (OLGA, 2015)

Foi em vista ao sucesso que a hashtag obteve nas redes sociais, com cerca de 82

mil tweets em apenas poucos dia de campanha, que o GNT decidiu colocar em pauta o

movimento. “Não à toa, a tela é permeada por hashtags que povoam a internet, como

as emblemáticas #MexeuComUma-MexeuComTodas e #PrimeiroAssédio.”

(RODINI, 2017)

Esse incidente é uma exemplificação do que Flávia Biroli destaca como

produção social da identidade. Para ela, a ressignificação da experiência e as

situações de opressão que viemos a passar contribuem para a construção das nossas

identidades.

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“As convenções e constrangimentos sociais são vivenciados por indivíduos concretos que, por sua vez, definem-se e tomam forma em

relação a elas. Há, assim, uma vivência ativa dos constrangimentos, que

em contextos sociais em transformação pode significar uma transformação das identidades que se definem.” (BIROLI, 2005)

Dessa forma, podemos considerar que o resultado da campanha lançada pela Olga

sobre a experiência de primeiro assedio das mulheres, pode configurar uma hipótese de

alteração das identidades das mesmas, em decorrência de constrangimentos sociais que

estas passaram. “Nesse sentido, é possível que algumas mulheres transcendam ou

escapem, de diferentes maneiras, aos padrões que tipicamente definiriam a feminilidade

e que são condicionados pela estrutura social." (BIROLI, 2005)

E não podemos deixar de destacar que as plataformas de comunicação tiveram

valor ímpar nesse alcance. Sem o twitter e a comunidade virtual, o resultado não seria tão

meritório. Dessa forma, citamos mais uma vez, uma reflexão da ilustre cientista política

brasileira, Flávia Biroli:

“Dizer que uma pessoa é uma mulher pode antecipar algo sobre os

constrangimentos e expectativas em geral com os quais ela precisa lidar.

Mas não antecipa qualquer coisa em particular sobre quem ela é, o que ela faz, como ela vivencia sua posição social”. Em outras palavras, as

marcas de gênero não podem ser evitadas, mas o modo como o gênero

marca uma vida individual é específico e variável.” (BIROLI, 2013)

Conclusão

O desenvolvimento do presente artigo, nos possibilitou observar e refletir sobre o

papel relevante da comunicação mundial através da internet como remodelador social do

espaço público, que por meio de plataformas e redes sociais, nos permite não apenas obter

informações sobre qualquer assunto, mas principalmente contribuir, opinar, alterar ou

reconfigurar essas informações.

Para isso, analisamos o método usado pelo canal GNT, por meio de sua conta na

plataforma YouTube, na discussão entre feminismo e política, apresentada através de três

vídeos, sob um olhar embasado nas teorias de Manuel Castells (Sociedade em Rede),

Bernard Miège (Espaço Público Contemporâneo) e das reflexões de Flávia Biroli sobre a

Teoria Político Feminista.

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Pudemos observar que o GNT, originalmente um canal de tv por assinatura, ao

utilizar o canal do YouTube como opção, obteve a opção de uma maior interatividade

com o espectador a custo relativamente baixo, sem falar na aferição imediata da

audiência.

Os temas discutidos nos vídeos, apesar de um mesmo enfoque, alcançaram

diferentes repercussões:

O vídeo “O feminismo está dividido ou querem polemizar?” trouxe à tona uma

pergunta: A quem interessa dividir e a quem interessa polemizar¿ promovendo nos

comentários, posições contrárias e conceitos divergentes da luta feminista.

Já o vídeo “Mexeu com uma, mexeu conosco com Clarice Falcão”, um programa

interativo, onde o público manifesta suas opiniões abusivas, contrárias ao tema

feminismo. Tendo a apresentadora e sua convidada respondido com inteligente sarcasmo

às críticas machistas.

Por sua vez, o documentário “Primavera das Mulheres”, baseado em um

movimento de luta por direitos em países do norte Africano e do oriente médio em meados

de 2010-2011, buscou através de relatos de mulheres (algumas artistas), informar sobre o

movimento feminista para as pessoas que desconhecem ou não fazem parte do mesmo.

Vale enfatizar que tal evento provocou grande apoio através das redes sociais em todo o

mundo, inspirando assim, outros países na luta pela democracia. O que nos mostra a força

da interligação entre política e comunicação para as conquistas de direitos, sem as quais

seriam impossíveis tais reformas.

A análise e a discussão em torno da comunicação social atual, movida pelo avanço

da tecnologia e do alcance das redes sociais (que por sua vez promovem interatividade,

compartilhamento e grande visibilidade), apontam o espaço público como um bem

necessário para a compreensão e reformulação dos direitos sociais, políticos e

democráticos. E nesse ambiente o campo da comunicação surge como poderoso

instrumento de estímulo para uma contemporaneidade que a interatividade fácil e

acessível ao redor do globo.

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