Campo Magnético Terrestre e Suas Anomalias

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Campo magnético terrestre e suas anomalias Posted on mar 15, 2013 in Geologia | 2 comments O campo magnético da Terra funciona como uma proteção da radiação espacial, interagindo com as mesmas e desviando-as de sua trajetória inicial. Por isso, pode-se dizer que a Terra se comporta como um ímã gigante. De acordo com o livro Geofísica de Exploração, nas vizinhanças de uma barra magnética desenvolve-se um fluxo magnético que flui de uma extremidade a outra, sendo estas extremidades conhecidas também como pólos. Na Terra, o pólo do magneto que tende a apontar na direção do pólo norte é chamado de norte magnético ou pólo positivo. Este pólo é balanceado por um sul magnético, ou pólo negativo de força idêntica, que fica na extremidade oposta do magneto. Confira na imagem abaixo: Este fluxo magnético observado acima descreve a estrutura do campo magnético. A agulha da bússola aponta ao longo de uma linha de campo. Quanto mais próximas as linhas de campo, maior será a intensidade do mesmo e quanto mais afastado, mais fracos os campos magnéticos. A força destes campos pode ser definida por constantes correspondentes a permeabilidade magnética do vácuo e a permeabilidade magnética relativa do meio que separa os pólos. Com isso, as forças podem ser atrativas se os pólos forem de sinais diferentes, ou repulsivas se forem do mesmo sinal. Embora ainda não exista uma hipótese concreta para a origem do campo magnético terrestre, a teoria mais aceita diz que o campo magnético terrestre se origina das intensas correntes elétricas que circulam seu interior e não da existência de grande quantidade de ferro magnetizado também em seu interior. Porque o campo magnético é importante para a geofísica? Os geofísicos estudam o comportamento do campo geomagnético da terra, que consiste em um conjunto de fenômenos que resultam das

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Campo magnético e suas generalidades

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Campo magnético terrestre e suas anomaliasPosted on mar 15, 2013 in Geologia | 2 comments

O campo magnético da Terra funciona como uma proteção da radiação espacial, interagindo com as

mesmas e desviando-as de sua trajetória inicial. Por isso, pode-se dizer que a Terra se comporta como

um ímã gigante.

De acordo com o livro Geofísica de Exploração, nas vizinhanças de uma barra magnética desenvolve-se

um fluxo magnético que flui de uma extremidade a outra, sendo estas extremidades conhecidas também

como pólos. Na Terra, o pólo do magneto que tende a apontar na direção do pólo norte é chamado de

norte magnético ou pólo positivo. Este pólo é balanceado por um sul magnético, ou pólo negativo de força

idêntica, que fica na extremidade oposta do magneto. Confira na imagem abaixo:

Este fluxo magnético observado acima descreve a estrutura do campo magnético. A agulha da bússola

aponta ao longo de uma linha de campo. Quanto mais próximas as linhas de campo, maior será a

intensidade do mesmo e quanto mais afastado, mais fracos os campos magnéticos.

A força destes campos pode ser definida por constantes correspondentes a permeabilidade magnética do

vácuo e a permeabilidade magnética relativa do meio que separa os pólos. Com isso, as forças podem

ser atrativas se os pólos forem de sinais diferentes, ou repulsivas se forem do mesmo sinal.

Embora ainda não exista uma hipótese concreta para a origem do campo magnético terrestre, a teoria

mais aceita diz que o campo magnético terrestre se origina das intensas correntes elétricas que circulam

seu interior e não da existência de grande quantidade de ferro magnetizado também em seu interior.

Porque o campo magnético é importante para a geofísica?

Os geofísicos estudam o comportamento do campo geomagnético da terra, que consiste em

um conjunto de fenômenos que resultam das propriedades magnéticas das rochas. Estas pesquisas são

necessárias tanto para a redução de dados magnéticos para um datum apropriado quanto para a

interpretação das anomalias resultantes dos processos. Além disso, o campo geomagnético é

geometricamente mais complexo que o campo gravitacional da Terra, exibindo variações irregulares que

precisam ser melhor compreendidas.

Anomalia Magnética do Atlântico Sul 

O fenômeno, que acontece na região Sul do oceano Atlântico, passou a ser visível a partir da década de

1940 com o início da elaboração de mapas magnéticos. Apesar disto, as causas desta anomalia

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permaneceram desconhecidas até 2006, quando um estudo do Instituto de Astronomia, Geofísica e

Ciências Atmosféricas (IAG) da USP mostrou que um fluxo reverso no núcleo da Terra é o responsável

pelo fenômeno.

A pesquisa foi elaborada pelo geofísico Gelvam Hartmann que detectou pontos na região de encontro do

manto e do núcleo terrestre, do fluxo reverso que se reflete na área da anomalia. De acordo com a

pesquisa divulgada pela FAPESP, essas áreas de campo magnético de intensidade muito baixa

comportam-se como janelas, falhas na teia magnética que protege a Terra do fluxo de partículas do Sol e

do universo. Por isso, nessas regiões os astronautas ficam mais expostos à radiação, e há maior chance

de ocorrer interferências nas ondas de rádio e problemas na transmissão de energia elétrica.

Apesar da descoberta, ainda não se sabe por que este fenômeno acontece somente no Atlântico Sul.

Atualmente, o Brasil está completamente dentro da área de abrangência da Anomalia, e o seu centro

encontra-se no Paraguai, mas, de acordo com Hartmann, há 400 anos ela se localizava no Sul do

continente africano e apresentava intensidades maiores.

Você sabia…

… Que a NASA divulgou a descoberta de portais no campo magnético terrestre?

Segundo o portal da agência americana, Jack Scudder, cientista da Universidade de Iowa, nos Estados

Unidos, conseguiu identificar a presença destas passagens no campo magnético terrestre por meio da

análise de dados coletados pelas espaçonaves Themis e Polar da NASA e sondas espaciais da agência

espacial européia. O cientista observou cinco combinações simples entre campo magnético e executou a

medição de partículas que indicam a presença de portais, que de acordo com Scudder, são pontos nos

quais o campo magnético terrestre se conecta ao do Sol, criando uma passagem ininterrupta entre o

nosso planeta e a atmosfera solar, que se encontra a 150 milhões de quilômetros.

Ainda de acordo com as observações, estes portais possuem diferentes tamanhos e se abrem e fecham

diversas vezes por dia. As passagens permitem a entrada de partículas capazes de aquecer as camadas

mais externas da atmosfera do planeta, podendo desencadear tempestades geomagnéticas e dar origem

às auroras boreais.

A agência espacial norte-americana pretende lançar uma missão em 2014 para estudar as passagens.

Confira um vídeo divulgado pela agência e saiba mais sobre o fenômeno.

Tudo a ver

Se você gostou desta matéria, vai se interessar pela obra Geofísica de

Exploração, escrita por Philip Kearey, Michael Brooks e Ian Hill. Em sua primeira edição em português,

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este livro tem como objetivo suprir a deficiência de textos didáticos na área, que vem crescendo muito nos

últimos 20 anos, seja pela expansão dos cursos de graduação e pós-graduação em Geofísica no País,

seja pela explosão das áreas de pesquisa de petróleo e gás, além de outras aplicações.

Entre os métodos geofísicos abordados estão sísmica de reflexão e refração, eletromagnéticos e

gravimétricos, todos com apresentações teóricas didáticas e exercícios que fornecerão ao leitor confiança

na aplicação das técnicas geofísicas durante a aquisição, processamento e interpretação dos dados.

A obra é recomendada para estudantes, professores e profissionais de áreas técnicas e científicas que de

algum modo utilizam aplicações geofísicas em seu trabalho.