CAMPELLO, B. S.; CENDÓN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informação Para Pesquisadores e...
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7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.
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F O N T E S D E I N F O R M A O
P A R A P E S Q U I S A D O R E S E
P R O F I S S I O N A I S
ADETE SANTOS CAMPELLO
: VALADARES CENDN
ETTE MARGUERITE KREMER
IZAOORAS
P R E S S O
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BELO HORIZONTE
EDITOKAJjfl
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Copyright 2000 by Bemadete Santos Campello e outras.2003 - I' reimpresso
Este livro ou parte dele no pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorizao escrita do Editor.
EDITORAO DE TEXTO: Ana Maria de MoraesPROJETO GRFICO: Escritrio de DesignCAPA: Glria CamposREVISO DE PROVAS: Lilian Valderez Felicio, Maria Aparecida Ribeiro, Maria Stela Souza Reis e RbiaFlvia dos Santos ^FORMATAO: Jonas Rodrigues Fris \ J ( '".PRODUO GRFICA: Warren M. Santos J w ,J " ""'
{- ) '' yEditora UFMG *Av. Antnio Carlos, 6627Ala direita da Biblioteca Central - Trreo - Campus Pampulha31270-901 Belo Horizonte/MGTel. (31) 3499-4650Fax. (31) [email protected]
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISREITORA: Ana Lcia Almeida GazzolaVICE-REITOR: Marcos Borato Viana
CONSELHO EDITORIAL:
Antnio Luiz Pinho Ribeiro, Beatriz Rezende Dantas, Carlos Antnio Leite Brando, Heloisa Maria MurgeStarling, Luiz Otvio Fagundes Amaral, Maria das Graas Santa Brbara, Maria Helena Damasceno e SilvaMegale, Romeu Cardoso Guimares, Wander Melo Miranda (Presidente)SUPLENTES
Cristiano Machado Gontijo, Denise Ribeiro Soares, Leonardo Barci Castriota, Lucas Jos Brets dosSantos, Maria Aparecida dos Santos Paiva, Maurlio Nunes Vieira, Newton Bignotto de Souza, ReinaldoMartiniano Marques, Ricardo Castanheira Pimenta Figueiredo
F683 Fontes de informao para pesquisadores e profissionais / Bernadete Santos
Campello, Beatriz Valadares Cendn, Jeannette Marguerite Kremer,
Organizadoras. - Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000.
3l9p. - (Aprender)
I. Bibliografia especializada - Fontes de informao I. Campello, Bernadete
Santos II. Cendn, Beatriz Valadares III. Kremer, Jeannette Marguerite IV.
Ttulo V. Srie
CDD: 025.5
CDU: 025.5
Catalogao na publicao: Diviso de Planejamento e Divulgao da Biblioteca Universitria - UFMG
ISBN: 85-7041-209-6
mailto:[email protected]://www.editora.ufmg.br/http://www.editora.ufmg.br/mailto:[email protected] -
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r
S U M R I O
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
07
A P R E S E N T A O | 7
A cincia, o sistema de comunicao cientfica e a literatura cientfica
Suzana Pinheiro Machado Mueller 21
2 Organizaes como fonte de informao
Bernadete Santos Campello 35
3 Pesquisas em andamento
Bernadete Santos Campello 49
4 Encontros cientficos
Bernadete Santos Campello 55
5 O peridico cientfico
Suzana Pinheiro Machado Mueller 73
11 Literatura cinzenta
Sandra Lcia Rebel Gomes
Marlia Alvarenga Rocha Mendona
Clarice Muhlethaler de Souza 97
7 Relatrios tcnicos
Bernadete Santos Campello 105
8 Publicaes governamentais
Waldomiro Vergueiro 111
MTeses e dissertaes
Bernadete Santos Campello 121
10 Tradues
Bernadete Santos Campello 129"liNormas tcnicas
Maria Matilde Kronka Dias 137
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mA patente
Ricardo Oriandi Frana 153
ff Literatura comercialEduardo Wense Dias
Bemadete Santos Campello 183
M* Revises de literatura
Daisy Pires Noronha
Sueli Mara Soares Pinto Ferreira 191
ISiObras de referncia
Eduardo Wense Dias 199
U Servios de indexao e resumo
Beatriz Valadares Cendn 217
17* ndices de citao
Daisy Pires Noronha
Sueli Mara Soares Pinto Ferreira 249
18 Guias de literatura
Paulo da Terra Caldeira 263
Mi A Internet
Beatriz Valadares Cendn 275
Anexo
Endereos na Internet 301
ndice 307
Sobre os autores
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p
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABDF Associao de Bibliotecrios do Distrito Federal
ABERJE Associao Brasileira de Comunicao Empresarial
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ABONG Associao Brasileira de ONGs
AFITEC Agncia Fornecedora de Informaes Tcnicas eComerciais
AFNOR Association Franaise de Normalisation
AGREP AGricultural REsearch Projects in the European
Community
AGRCOLA Agricultural Online Access
AGRIS Agricultural Information System
Agrobase Base Bibliogrfica da Agricultura Brasileira
ALA American Library Association
AN PI Associao Nacional de Provedores de Internet
ANSI American National Standards Institution
Antares Rede de Servios de Informao em Cincia eTecnologia
ANUI Associao Nacional dos Usurios da Internet
APA American Psychological Association
API American Petroleum Institute
ARIST Annual Review of Information Science and Technology
ARL Association of Research Libraries
ARPANET Advanced Research Projects Agency Network
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ASIS
Aslib
ASME
ASTM
BIDTEC
BINAGRI
BIOREP
BIREME
BLDSC
BLLD
BS
BSI
CAB
CAICYT
CAS
CCN
CD-ROM
CEC
CEDIN
CEE
CEMIG
American Society for Information Science
Association for Information Management
American Society of Mechanical Engineers
American Society for Testing and Materials
Biblioteca Tcnica INPI
Biblioteca Nacional de Agricultura
BlOtechnical REsearch Projects in the European
CommunityCentro Latino-Americano e do Caribe de
Informao em Cincias da Sade
British Library Document Supply Centre
British Library Lending Division
British Standard
British Standard Institution
Commonwealth Agricultural Bureau
Centro Argentino de Informacin Cientfica y
Tecnolgica
Chemical Abstracts Service
Catlogo Coletivo Nacional de Publicaes
Seriadas
Compact Disc Read Only Memory
Commission of the European Communities
Centro de Documentao e Informao
Tecnolgica do INPIInternational Commission on Rules for the
Approval of Electrical Equipment
Companhia Energtica de Minas Gerais
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CEN Comit Europen de Normalisation
CENAGRI Coordenao de Informao Documental
Agrcola
CEPAL Comisso Econmica para a Amrica Latina e
Caribe
CERN Centre Europen de Recherche Nucleire
CETEC Fundao Centro Tecnolgico de Minas Gerais
CEWIN Controle Eletrnico de Normas para Windows
CIN/CNEN Centro de Informaes Nucleares/Comisso
Nacional de Energia Nuclear
CINDOC/ Centro de Informacin y Documentacin
CSIC Cientfica/Consejo Superior de Investigaciones
Cientficas
CIP Classificao Internacional de PatentesCMN Comit Mercosul de Normalizao
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento
Cientfico e Tecnolgico
CNRS Centre National de la Recherche Scientifique et
Technique
COBEI, CB-03 Comit Brasileiro de Eletricidade
CODATA Committee on Data for Science and Technology
COMUT Programa de Comutao Bibliogrfica
CONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao
e Qualidade Industrial
COPANT Comisso Pan-Americana de Normas TcnicasCPOB Comisso de Publicaes Oficiais Brasileiras
CRC Chemical Rubber Company
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D D C Defense Documentation Center
DeCS Descritores em Cincias da Sade
DIDOC Diviso de Documentao INPI
DIN Deutsches Institu fur Normung
DINTEC Diviso de Informao Tecnolgica INPI
DNPM Departamento Nacional de Produo Mineral
DVD-R OM Digital Versatile Disc Read Only Memory
EAGLE European Association for Grey Literature
Exploitation
Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria
EMBRATEL Empresa Brasileira de Telecomunicaes
EPC European Patent Convention
EPO European Patent Office
ERIC Educational Resources Information Center
ESDU Engineering Science Data Unit
EUA Estados Unidos da Amrica
FAO Food and Agriculture Organization
FAPESP Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de SoPaulo
FAQ Frequently Asked Questions
FBIS Foreign Broadcast Information Service
FEDRIP Federal Research in Progress Database
FINEP Financiadora de Estudos e ProjetosFTP File Transfer Protocol
FUCAPI Fundao Centro de Anlise, Pesquisa e Inovao
Tecnolgica
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GANA Grupo de Apoio Normalizao Ambiental
GPO Government Printing Office
GreyNet The Grey Literature Network Service
HMSO Her Majesty's Stationery Office
IAC Information Access Company
IAEA International Atomic Energy Agency
IASI International Association for Sport Information
IBBD Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentao
IBBE ndice Brasileiro de Bibliografia Econmica -
Orientador - Adviser
IBICT Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e
Tecnologia
ICSU International Council of Scientific UnionsIEC International Electrotechnical Commission
IFLA International Federation of Library Associations
and Institutions
IHS Information Handling Services Group
INEP Instituto Nacional de Estudos e PesquisasEducacionais
Infoterm International Information Center for Terminology
INID Internationaly-agreed Numbers forthe
Identification of Bibliographic Data on Patent
Documents
INIS International Nuclear Information SystemINMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e
Qualidade Industrial
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IN PADOC International Patent Documentation Center
INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial
INSPEC The Database for Physics, Electronics and
Computing
INT Instituto Nacional de Tecnologia
INTec Setor de Informaes sobre Normas Tcnicas IPT
INTERCOM Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares
de Comunicao
INTN Instituto Nacional de Tecnologia y Normalizacion
IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas/So Paulo
IRAM Instituto Argentino de Normalizacion
ISBN International Standard Book Number
ISDS International Seriais Data SystemISI Institute for Scientific Information
ISO Organizao Internacional de Normalizao
ISSN International Standard Serial Number
ITC International Translations Center
JUIS Jurisprudncia Informatizada SaraivaLANL Los Alamos National Laboratory
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Cincias da Sade
LIS Legislao Informatizada Saraiva
LNCC Laboratrio Nacional de Computao Cientfica
M.Sc Master of Science
MA Master of Art s
MBA Master of Business Administration
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MCT Ministrio de Cincia e Tecnologia
MD Medicai Doctor
MEC Ministrio da Educao
Mercosul Mercado Comum do Cone Sul
NASA National Aeronautics and Space Administration
NBS National Bureau of Standards
NEI Noticirio de Equipamentos Industriais
NSRDS National Standard Reference Data SystemNTC National Translations Center
NTIS National Technical Information Service
OCLC Online Computer Library Center
OMPI Organizao Mundial de Propriedade Intelectual
ou WIPO - World Intellectual Property Organization
OMS Organizao Mundial da Sade ou WH O - World
Health Organization
ONG Organizao No Governamental
ONU Organizao das Naes Unidas
OPAC Online Public Access Catalog
OPAS Organizao Pan-Americana da SadeOSRD Office for Scientific Research and Development
OSTI Office for Scientiflc and Technical Information
P & D Pesquisa e Desenvolvimento
PADCT Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico
e Tecnolgico
PADCT/ICT Subprograma de Informao em Cincia e
Tecnologia do Programa de Apoio ao
Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico
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Ph.D. Philosophy Doctor
PRODASEN Centro de Informtica e Processamento de
Dados do Senado Federal
PROFINT Programa de Fornecimento Automtico de
Informao Tecnolgica
PTI Publicaes Tcnicas Internacionais
RENPAC Rede Nacional de Comunicao de Dados por
Comutao de PacotesRLG Research Libraries Group
RNP Rede Nacional de Pesquisa
SABI Subsistema de Administrao de Bibliotecas/
PRODASEN
SADIVU Seo de Divulgao/INPISADTEP Seo de Documentao/INPI
SAOBUS Seo de Orientao e Buscas/INPI
SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia
SciELO Scientific Electronic Librar/ Online
SEBRAE Sistema Brasileiro de Apoio a Micro e PequenasEmpresas
SELAP Sistema em Linha de Acompanhamento de
Projetos
SEPIN Secretaria de Poltica de Informtica e Automao
SESU Secretaria Nacional de Educao Superior
SIABE Sistema Integrado de Automao de BibliografiasEspecializadas
SIBRADID Sistema Brasileiro de Documentao e
Informao Desportiva
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SIGLE System for Information on Grey Literature
in Europe
SINMETRO Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e
Qualidade Industrial
SINORXEC Sistema Nacional de Informaes sobre Normas
e Regulamentos Tcnicos
SIRC Sport Information Research Center
SITE Sistema de Informaes sobre Teses
SNIDA Sistema Nacional de Informao e
Documentao Agrcola
SRB Sistema de Registro Bibliogrfico
SSIE Smithsonian Scientific Information Exchange
STN International Scientific and Technical Information
Network
TCP Tratado de Cooperao sobre Patentes
TCP/IP Transmission Contrai Protocol /lnternet Protocol
TELEBRAS Telecomunicaes Brasileiras S. A.
TIC/USAEC Technical Information Center/United States Atomic
Energy CommissionTMS The Minerais, Metals and Materials Society
TRC Techonology Reports Centre
TRIPS Trade-related Aspects of Intellectual Property Rights
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFPa Universidade Federal da Paraba
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
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UIA Union of International Associations
UKAEA United Kingdom Atomic Energy Agency
UMI University Microfilms International
UNESCO Organizao das Naes Unidas para a Educao,
Cincia e Cultura
Unisist Universal System for Information in Science
and Technology
UNIT Instituto Uruguayo de Normas Tcnicas
URL Uniform Resource Locator
USP Universidade de So Paulo
WAIS Wide rea Information Server
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APRESENTAO
No incio da dcada de 90, quando a profa. Cariita Maria Campos
e eu preparvamos a segunda edio do livroFontes de Informao
Especializada,a Internet constitua apenas uma palavra nova no extenso
vocabulrio de siglas do universo da informtica e estava disponvel a
um nmero reduzido de pesquisadores brasileiros. Hoje a rede j faz
parte do cotidiano de um nmero significativo de pessoas e estmodificando inteiramente o paradigma da comunicao cientfica, incor
porando novas prticas ao processo e introduzindo novas formas
de inter-relao entre os membros da comunidade de pesquisa.
Assim, uma reviso completa do livro se fez necessria, para permitir
um melhor entendimento dessa nova realidade.
Esta uma nova verso bastante modificada deFontes de Informao Especializada,que foi publicado em 1988 e 1993 (respectiva
mente primeira e segunda edies) pela Editora UFMG. Alm do novo
ttulo, o livro aprofunda tpicos j abordados nas edies anteriores,
acrescentando mudanas que ocorreram nos ltimos sete anos. Por
exemplo, passamos a utilizar o termo literatura cinzenta ao invs de
publicaes no convencionais, pois acreditamos que a expresso jfoi devidamente incorporada ao vocabulrio da biblioteconomia e da
cincia da informao no Brasil. Foi tambm acrescentado um captulo
dedicado inteiramente Internet, e claro que praticamente todos os
outros captulos abordam a rede a partir de sua perspectiva particular.
Os professores que utilizaramFontes de Informao Especializada
j esto familiarizados com a estrutura da obra (por tipo de material),que foi aqui mantida, pois consideramos que a maneira mais adequada
de facilitar ao estudante a compreenso da natureza, da dinmica de
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produo e do controle da literatura cientfica, que so peculiares a
cada um dos diversos tipos de documentos que a compem. Cada
captulo procura apresentar inicialmente uma viso histrica do tipode material que aborda, descrevendo em seguida suas caractersticas
e acrescentando as formas de acesso quele material. No houve a
preocupao de se esgotar as fontes de informao existentes,
mas de apresentar apenas as mais importantes como exemplos,
dando nfase s obras brasileiras.
Os endereos da Internet mencionados no texto foram marcados
com um cone("^),e uma lista completa de URLs apresentada no
Anexo.
Houve uma grande mudana com relao autoria dos captulos.
Esta nova edio uma obra coletiva e constitui o resultado do trabalho
de I 3 autores, oriundos de quatro escolas e departamentos debiblioteconomia e cincia da informao do Brasil, Essa empreitada
representa uma forma de trabalho conjunto que deveramos realizar
cada vez mais (aproveitando os recursos da Internet), reunindo compe
ncias e esforos para aperfeioar p ensino de biblioteconomia e
cincia da informao no Brasil.
O livro objetiva atingir principalmente o estudante debiblioteconomia, mas pode ser de utilidade para qualquer pessoa
nteressada em conhecer os meandros da comunicao cientfica e
o papel que os diferentes tipos de documentos representam nesse
universo.
No nossa expectativa que esta obra seja utilizada como
recurso didtico nico nas disciplinas de fontes especializadas. A nossapretenso que, reunindo informaes dispersas na literatura, ela
facilite o trabalho do professor, criando espao nas disciplinas para a
explorao e aprofundamento de temas atuais e de elaborao de
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trabalhos prticos, no qual o aluno possa, criativa e conscientemente,
construir seu conhecimento e, a partir de sua prpria vivncia, com
preender a dinmica de produo do conhecimento cientfico etecnolgico. A sntese, que dar ao estudante a noo da
dinamicidade do processo de comunicao cientfica e tecnolgica
e da variedade de formas que a compem, ser alcanada mediante
o trabalho do professor em sala de aula e preparar o aluno para
lidar de forma competente com esse universo informacional.
Agradecemos a todos os autores que atenderam com prestezaao nosso convite para colaborar nessa tarefa, especialmente s profes
soras Beatriz Valadares Cendn e Jeannette Marguerite Kremer que
mostraram enorme interesse e dedicao na organizao e reviso
dos textos.
Especial meno deve ser feita profa. Carlita Maria Campos,
co-autora da obra que serviu de base para a produo do presente
trabalho e que, mesmo no tendo participado diretamente da reviso,
sempre apoiou e estimulou o nosso esforo.
Esperamos que nossos leitores, principalmente aqueles que
utilizarem o livro como auxiliar didtico, possam nos ajudar no apri
moramento do mesmo com suas crticas e sugestes. Elas sero
sempre bem-vindas.
Bemadete Santos CampelloBelo Horizonte, maio de 1999
e-mail [email protected]
mailto:[email protected]:[email protected] -
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A CINCIA, O SISTEMA DE COMUNICAO
CIENTFICA E A LITERATURA CIENTFICA
SUZANA PINHEIRO MACHADO MUELLER
Aprendemos sobre o mundo e sobre ns mesmos de muitas
maneiras: observamos, ouvimos, lemos e experimentamos, e assim
aumentamos nosso conhecimento. No entanto, nem sempre a
percepo que obtemos da realidade confivel. Mas quando o
conhecimento sobre determinado fenmeno obtido segundo
uma metodologia cientfica, ou seja, o resultado de pesquisas
realizadas por cientistas, de acordo com regras definidas e contro
ladas, ento aumentam muito as probabilidades de que nossa com
preenso desse fenmeno seja correta. Chamamos ao conheci
mento assim obtido de conhecimento cientfico ou cincia
(KERLINGER, 1979).
A confiabilidade , portanto, uma das caractersticas maisimportantes da cincia, pois a distingue do conhecimento popular,
no cientfico. Para obter confiabilidade, alm da utilizao de uma
rigorosa metodologia cientfica para a gerao do conhecimento,
importante que os resultados obtidos pelas pesquisas de um
cientista sejam divulgados e submetidos ao julgamento de outros
cientistas, seus pares.
A ampla exposio dos resultados de pesquisa ao julgamento
da comunidade cientfica e sua aprovao por ela propicia confiana
nesses resultados. Por essa razo, todo trabalho intelectual de
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estudiosos e pesquisadores depende de um intrincado sistema
de comunicao, que compreende canais formais e informais, os
quais os cientistas utilizam tanto para comunicar os resultadosque obtm quanto para se informarem dos resultados alcanados
por outros pesquisadores. Assim, toda pesquisa envolve atividades
diversas de comunicao e produz pelo menos uma publicao for
mal. Na verdade, uma determinada pesquisa costuma produzir vrias
publicaes, geradas durante a realizao da pesquisa e aps o seu
trmino. Tais publicaes variam no formato (relatrios, trabalhosapresentados em congressos, palestras, artigos de peridicos, livros
e outros), no suporte (papel, meio eletrnico e outros), audincias
(colegas, estudantes, pblico em geral) e funo (informar, obter
reaes, registrar autoria, indicar e localizar documentos, entre
outras). O conjunto dessas publicaes, que chamamos de lite
ratura cientfica, permite expor o trabalho dos pesquisadores ao
julgamento constante de seus pares, em busca do consenso que
confere a confiabilidade. Em resumo, sem sua literatura, uma rea
cientfica no poder existir pois, sem o aval dos seus pares, o
conhecimento resultante da pesquisa conduzida pelos cientistas
no ser validado e no ser considerado cientfico (ZIMAN, 1968).
A produo da literatura de uma rea cientfica envolve muitas
e diferentes atividades de comunicao entre os pesquisadores,
algumas das quais antecedem e outras se seguem a sua publicao.
Conforme suas caractersticas, essas atividades costumam ser
chamadas de comunicao informal ou comunicao formal. A
comunicao informal utiliza os chamados canais informais e incluinormalmente comunicaes de carter mais pessoal ou que se
referem pesquisa ainda no concluda, como comunicao de
pesquisa em andamento, certos trabalhos de congressos e outras
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com caractersticas semelhantes. A comunicao formal se utiliza
de canais formais, como so geralmente chamadas as publicaes
com divulgao mais ampla, como peridicos e livros. Dentreesses ltimos, o mais importante, para a cincia, so os artigos
publicados em peridicos cientficos.
O conjunto dessas atividades constitui o sistema de comuni
cao cientfica de uma determinada rea da cincia. Esse sistema
inclui, portanto, todas as formas de comunicao utilizadas pelos
cientistas que pesquisam e contribuem para o conhecimentonessa determinada rea, alm das publicaes formais. Com o
desenvolvimento da tecnologia de comunicao, especialmente
computadores e redes eletrnicas, as formas de comunicao
disponveis comunidade cientfica vm se modificando, ampliando
e diversificando, tomando-se cada vez mais eficientes, rpidas e
abrangentes, vencendo barreiras geogrficas, hierrquicas e financeiras. Essas mudanas esto ocorrendo tanto nos canais informais
como nos formais. Dentre esses ltimos, os mais importantes,
para a cincia, ainda so os artigos publicados em peridicos cient
ficos impressos.
1.1 CARACTERSTICAS DA LITERATURA ESPECIALIZADA
Embora a literatura produzida por diferentes reas do conhe
cimento apresente diferenas e peculiaridades, pode-se dizer que a
literatura cientfica, como um todo, possui vrias caractersticas
comuns e sofre influncias de um conjunto comum de fatores.
O trabalho do profissional de informao em grande partebaseado no conhecimento e uso de fontes de informao sobre a
literatura cientfica, a qual reflete as caractersticas prprias da
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cincia e tecnologia modernas. Algumas dessas caractersticas
afetam e dificultam bastante o trabalho profissional, entre as quais
esto: o fenmeno da exploso bibliogrfica, a diversificao deformatos de apresentao e divulgao, a eliminao de barreiras
no acesso (geogrficas, hierrquicas e outras), a acelerao do
avano do conhecimento e consequente obsolescncia mais rpida
das publicaes, a intensificao da interdisciplinaridade (unindo reas
cientficas antes isoladas) e a tendncia pesquisa em colaborao.
A exploso bibliogrfica, fenmeno comum a todas as reas
do conhecimento e talvez a caracterstica mais visvel das litera
turas cientficas, pode ser definida como a quantidade crescente
de documentos cientficos produzidos e a rapidez com que esse
nmero aumenta. Esse fenmeno no novo, pois vem ocor
rendo de maneira exponencial desde o estabelecimento da cincia
moderna e da publicao dos primeiros peridicos, no fim do
sculo XVII (SOLLA PRICE, 1963).
Recentemente, com o desenvolvimento das tecnologias
eletrnicas de comunicao, especialmente da Internet, a questo
da exploso da literatura tornou-se ainda mais complexa. Novos
formatos e canais de comunicao se tornaram disponveis, expandindo de maneira nunca vista as possibilidades da comunicao
e eliminando barreiras geogrficas. O fenmeno tem consequncias
profundas na organizao de centros de informao. Como jamais
ser possvel a qualquer centro possuir tudo o que interessa sobre
um assunto, chegou-se concluso que melhor dirigir todos os
esforos no sentido de garantir acesso. A poltica de seleo doacervo deve ser muito bem planejada e suplementada por esquemas
de cooperao com outras bibliotecas. Mas o desenvolvimento
das tecnologias de informao, ao mesmo tempo que aumentou
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a quantidade de textos e informaes disponveis, abriu alternativas
muito eficientes para satisfazer demandas que ultrapassam as pos
sibilidades do acervo local, entre as quais incluem-se a compra decpia ou de acesso ao documento especfico em demanda, via
meio eletrnico. Isso implica, ento, na necessidade de reserva de
recursos especficos nos oramentos dos centros de informao
(ou no pagamento de tais servios pelos usurios) e tambm na
necessidade de treinamento de profissionais capazes de reconhecer
as fontes e as maneiras mais eficientes e econmicas de acesso.Os resultados alcanados por determinado pesquisador so
frequentemente retomados por outros cientistas, tericos ou
aplicados, que do continuidade ao estudo, fazendo avanar a cincia
ou produzindo tecnologias ou produtos neles baseados. Tem sido
uma caracterstica do mundo atual que o lapso do tempo, durante
o qual uma novidade cientfica permanece novidade, cada vezmenor, ou seja, o tempo entre a publicao inicial de determinados
resultados da pesquisa e publicaes que avanam em relao a
eles est encurtando cada vez mais. A velocidade com que o conheci
mento renovado, tornando ultrapassada a literatura ainda recente
especialmente em algumas reas do conhecimento acarreta
problemas para todos os interessados: difcil para o cientistamanter-se informado ou atualizado e tambm difcil e caro para
os centros de informao manter suas colees atualizadas, pois
o nmero de fontes aumenta com igual velocidade. Da mesma
forma, tambm o profissional encarregado de atender demandas e
administrar colees encontra dificuldades. Toma-se assim impor
tante saber o que est sendo pesquisado antes mesmo que apesquisa termine; conhecer as tendncias e frentes de pesquisa;
conhecer grupos e centros de pesquisa que trabalham na rea de
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interesse. Tendo em vista esses problemas, este manual inclui
captulos sobre pesquisas em andamento, encontros cientficos,
literatura cinzenta, relatrios tcnicos, teses e dissertaes, alm
de outros que se referem informao j formalmente divulgada:
peridicos cientficos, normas tcnicas, patentes e literatura
comercial, e outros ainda que se referem literatura secundria e
terciria, que tm por finalidade apresentar o conhecimento conso
lidado e ajudar a encontrar o que se procura.
Diferentemente da literatura cientfica ou acadmica, a lite
ratura tecnolgica nem sempre recebe divulgao ampla. Isso se
explica pelas suas finalidades: a cincia se baseia no consenso
dos cientistas, e os autores se destacam pela frequncia com que
so lidos e citados, portanto procuram ampla divulgao para seus
trabalhos. Por outro lado, as empresas e indstrias que patrocinam
a tecnologia visam o lucro e no lhes interessa ampla divulgao
de suas tecnologias, mas sim o domnio do mercado em que seu
produto se insere. Consequentemente, divulgao restrita a
norma para a literatura tecnolgica. Para o profissional que pre
tende atender a demandas nessa rea, esses fatos tornam difcil a
identificao e o acesso a documentos que potencialmente seriam
de interesse para seus usurios.
tradio considerar a cincia como se fosse composta de
reas diversas, cada qual com suas caractersticas e limites bem
estabelecidos. Assim, referimo-nos s cincias exatas e naturais, s
cincias sociais e humanidades, s reas tecnolgicas e engenharias
como se fossem realmente separadas. Mas todas as cincias etecnologias referem-se natureza, e esta uma s. As divises
ajudam no esforo da pesquisa e na organizao da literatura pro
duzida, mas a verdade que, medida que nosso conhecimento
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avana, diminui a clareza da diviso estabelecida. Chamamos a isso
de interdisciplinaridade da cincia ou de uma determinada rea do
conhecimento. As consequncias prticas desse fenmeno, quetem ocorrido de maneira muito rpida, afetam fortemente a literatura
especializada, especialmente a literatura peridica: surgem novos
ttulos, que se referem a novas reas de pesquisa, novas especiali
dades, gerando problemas de disperso de artigos e dificultando o
trabalho de identificao e localizao. Significa tambm a necessi
dade de maiores investimentos na seleo de ttulos e na habilidadedo profissional de informao.
Paralelamente ao crescimento dos estudos interdisciplinares,
o trabalho em equipe tambm tem sido uma caracterstica crescente
da cincia moderna. Isso especialmente verdade para as chamadas
cincias exatas e da natureza, mas tambm ocorre nas demais reas
de conhecimento. O reflexo dessa caracterstica na literaturacientfica est na autoria mltipla de artigos e livros* Nas reas
tecnolgicas, por razes que incluem a sua natureza, comum a
autoria institucional.
1.2 ESTRUTURA DA LITERATURA ESPECIALIZADA
Esquemas de estruturao da literatura especializada tm
sido apresentados por diversos autores como GROGAN (I992)
< e SUBRAMANYAN (I98I) . Tais classificaes se baseiam com
frequncia no fluxo da informao, isto , os documentos so
classificados de acordo com o lugar e funo que ocupam no
fluxo de informao. Este um conceito que pretende representaro caminho percorrido pela pesquisa, desde que nasce uma ideia
na mente de um pesquisador, passa pelo ponto mais alto que a
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publicao formal dos resultados, geralmente em um artigo cient
fico, e continua at que a informao sobre esse artigo possa ser
recuperada na literatura secundria ou aparea como citaes emoutros trabalhos. Em alguns casos, continua at que os resultados
da pesquisa sejam integrados em um tratado sobre o assunto.
Durante o processo, a informao veiculada por meios e canais
diversos.
O fluxo da informao cientfica geralmente representado
atravs de um modelo. O mais famoso deles foi desenvolvido na
dcada de 70 por dois autores americanos, Garvey e Griffith
(GARVEY e GRIFFITH, 1972; GARVEY, 1979), que observaram
como os cientistas da rea de psicologia se comunicavam e divul
gavam suas pesquisas.
O modelo resultante dos estudos desses dois autores foilogo adaptado para todas as reas do conhecimento. Nele o pro
cesso de comunicao aparece representado por um contnuo,
onde se situam, em sucesso e por ramificaes, as diversas ativi-
dades cumpridas por um pesquisador e os documentos que tais
atividades geram. Por exemplo, o incio da pesquisa logo seguido
por relatrios preliminares e comunicaes de pesquisas emandamento; um pouco antes e logo aps o trmino da pesquisa
h uma sucesso de seminrios, colquios, conferncias e rela
trios, que geram trabalhos escritos completos ou resumos
(publicados geralmente em anais) e que j sero indexados em
fontes adequadas; ao submeter o seu original para publicao em
peridico cientfico, aparecem as verses preliminares (preprnts),distribudas comunidade de pares; aps a publicao do artigo
em peridico haver normalmente uma srie de notcias sobre
ele, em veculos de alerta, ndices e resumos e talvez, tambm,
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MODELO TRADICIONAL DA COMUNICAOCIENTFICA DE GARVEY E GRIFFITH (ADAPTADO)
Apresentao em seminrios, colquios
Relatriospreliminares
laieiodapesquisa
Verses preliminares so
distribudas aos pares
O artigo indexado
em boletins de alerta
Enviado aeditor (eavaliadores)paraavaliao
O artigo publicado emperidicocientfico
Relatrios sioapresentados emcongressos
O artigo indexadoem ndices eperidicosde resumo
Citao em
revises
bibliogrficas
anuais (annuai
revietvs)
O artigoaparece
citado naliteratura
Contedos aparecemem textos didticos,manuais, enciclopdias
Registro (meneio) emlutas de trabalhosaceitos para publicao
Publicaoem Anais decongressos
Registros em ndicesde trabalhosapresentados emcongressos
TEMPO
Readaptao da verso apresentada. HURD, Julie M. Models of scentiic communication. In: CRAWFORD, S. Y., HURD, J. M.,WELLER, A. C.From print to electronic:the transformation ofscientifc communication. Medford: Information Today, Inc., 1996.p.l 1. (ASISMonographSeries)
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em obras que realizam ensaios bibliogrficos sobre as tendncias
de pesquisa e desenvolvimento da rea, tipoannual reviews.Se a
pesquisa teve o impacto desejado pelo seu autor, citaes aotrabalho comeam a aparecer assim que o artigo se toma disponvel.
Nesse modelo fcil perceber que a informao flui por muitos
canais e que diferentes tipos de documentos so produzidos, cujas
caractersticas variam conforme o estgio da pesquisa e tipo de
pblico a que se destina e o objetivo de quem a comunica. Com
base em modelos como esse, os canais de informao foram clas
sificados como canais informais ou canais formais.
Os canais informais apresentam uma srie de caractersticas
comuns: so geralmente aqueles usados na parte inicial do contnuo
do modelo; o prprio pesquisador que o escolhe; a informao
veiculada recente e destina-se a pblicos restritos e, portanto,
o acesso limitado. As informaes veiculadas nem sempre sero
armazenadas e assim ser difcil recuper-las. Exemplos tradicionais
so os relatrios de pesquisa, os textos apresentados em seminrios
ou reunies pequenas e mesmo os anais de alguns simpsios.
Os canais formais tambm apresentam uma srie de carac
tersticas comuns: permitem o acesso amplo, de maneira que asinformaes so facilmente coletadas e armazenadas; essas infor
maes so geralmente mais trabalhadas, correspondendo aos
estgios mais adiantados do contnuo do modelo. Ao contrrio
dos canais informais, o destinatrio da mensagem e no o pes
quisador que o escolhe e consulta. Enquanto os canais informais
permitem um bom nvel de interao com o pesquisador, os canaisformais tradicionais geralmente no prevem isso (MEADOWS, 1974).
Da mesma forma, os documentos (ou fontes) produzidos
ao longo do processo de pesquisa podem ser classificados como
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primrios, secundrios e tercirios.1 Documentos primrios so
geralmente aqueles produzidos com a interferncia direta do autor
da pesquisa. Considerando o contnuo do modelo de Garvey eGriffith, estariam principalmente no incio do processo, incluindo,
por exemplo, relatrios tcnicos, trabalhos apresentados em
congressos, teses e dissertaes, patentes, normas tcnicas e o
artigo cientfico. Segundo GROGAN (1992), as fontes primrias,
por sua natureza, so dispersas e desorganizadas do ponto de vista
da produo, divulgao e controle. Registram informaes que
esto sendo lanadas, no momento de sua publicao, no corpo
de conhecimento cientfico e tecnolgico. As fontes primrias so,
por essas razes, difceis de serem identificadas e localizadas.
Esse fato gerou o aparecimento das fontes secundrias, que
tm justamente a funo de facilitar o uso do conhecimento dis
perso nas fontes primrias. As fontes secundrias apresentam a
informao filtrada e organizada de acordo com um arranjo definido,
dependendo de sua finalidade. So representadas, por exemplo, pelas
enciclopdias, dicionrios, manuais, tabelas, revises da literatura,
tratados, certas monografias e livros-texto, anurios e outras.
As fontes tercirias so aquelas que tm a funo de guiar
o usurio pra as fontes primrias e secundrias. So as bibliografias,
os servios de indexao e resumos, os catlogos coletivos, os guias
de literatura, os diretrios e outras. Aps a publicao do artigo
relatando a pesquisa em peridico cientfico, so principalmente as
fontes secundrias e tercirias que ocorrem no contnuo do fluxo.
I. Embora aqui considerados como fontes tercirias, os servios bibliogrficos so tambmchamados deservios secundrios,com base em algumas classificaes da literatura, cujosautores consideram que h apenas dois tipos de fontes: primrias (a literatura propriamentedita) e secundrias (os servios bibliogrficos).
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Desde o desenvolvimento do modelo de Garvey e Griffith,
quase trinta anos atrs, houve um avano enorme das tecnologias
da informao, que mudaram de maneira dramtica alguns aspectosda comunicao cientfica, oferecendo alternativas inovadoras para
cada ponto daquele modelo. Por exemplo, o uso do computador na
editorao e publicao de documentos tradicionais impressos pro
piciou a emergncia de bases de dadosonlinee textos legveis por
mquina; em seguida apareceram tambm peridicos inteiramente
eletrnicos. O computador pessoal ligado em rede abriu novaspossibilidades de comunicao pessoal o correio eletrnico e
suas variaes enquanto as redes, especialmente a Internet, colocou
disposio de pesquisadores formas de comunicao e divulgao
nunca antes sonhadas, oferecendo ainda possibilidades de conexo
entre textos, de busca, localizao e aquisio de informao.
Em resumo, o modelo inicial proposto por Garvey e Griffith
j no representa to bem o processo de comunicao cientfica
moderno. Todas as fases desse processo foram e continuam sendo
afetadas pelo emprego da tecnologia (CRAWFORD, HURT e
WELLER, 1996). O quadro geral est mudando e j se antevem
formas de comunicao que provavelmente colocaro o peridico
tradicional em cheque, num futuro prximo.
As mudanas causadas pela tecnologia tm sido to
abrangentes e inovadoras que at mesmo conceitos estabelecidos
comocanais informaisecanais formaisso questionados por alguns
autores, que alegam j no ser possvel distinguir com clareza as
diferenas entre eles. De fato, tornou-se difcil definir o que sejacomunicao formal e informal, documento primrio ou secundrio.
Dada a importncia da literatura especializada para uma deter
minada rea de conhecimento, a sua identificao, coleta, organizao
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e preservao esto entre as responsabilidades mais importantes do
profissional da informao. No uma tarefa muito fcil pois, como
foi dito, o volume de publicaes muito grande e continua a crescer,e os formatos em que ocorrem esto tambm em evoluo, com
plicando a identificao do material pertinente. Faltam instrumentos
de busca adequados e abrangentes, especialmente quando a questo
envolve pesquisas produzidas no Brasil.
Apesar de toda a evoluo tecnolgica e mesmo por
causa dela a necessidade de se conhecer as fontes e saberidentificar e promover o acesso informao pertinente continua
sendo to importante quanto sempre foi para os profissionais
que se dedicam ao atendimento do usurio. A finalidade deste
manual contribuir para isso.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CRAWFORD, S. Y., HURD, J. M., WELLER, A. C.From prnt to electronic:the
transfomnation of scientific communication. Medford: Information Today, 1996.
(ASIS Monograph Series).
GARVEY, W. D. Communication: the essence of science. Oxford: Pergamon
Press, 1979.
GARVEY, W. D, GRIFFITH, B. C Communication and information processing
within scientific disciplines: empirical findings for psychology. Information
Storage and Retrieval,v.8., n.3, p. 123-1 36, 1972.
GROGAN, D.Science and technology:an introduction to the literature. 2nd.ed.
London: C. Bingley, 1992. Cap. I: The literature, p. 14-19.
HURD, Julie M. Models of scientific communication. In: CRAWFORD, S. Y HURD,J. M WELLER, A. C,From prnt to electronic:the transformation of scientific
communication. Medford: Information Today, 1996. (ASIS Monograph Series), p. 11.
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KERLINGER, F. N.Metodologia da pesquisa em cincias sociais:um tratamento
conceituai. So Paulo: EPU/ EDUSP, 1979.
SOLLA PRICE, D. J.Little science, big science.New York: Columbia University
Press, 1993.
MEADOWS, A. J.Communication in science.London: Butterworths, 1974.
MUELLER, S. P. M. O crescimento da cincia, o comportamento cientfico e a
comunicao cientfica: algumas reflexes. Revista da Escola de
Biblioteconomia da UFMG,v.24, n.2, p.63-84, jun./dez. 1995.
SUBRAMANYAN, K.Scientific and technical information resources.New York:
M. Dekker, 1981.
ZIMAN, John. Public knowledge: the social dimension of science. London:
Cambridge University Press, 1968.
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ORGANIZAES COMO FONTE DE
INFORMAO
BRNADETE SANTOS CAMPELLO
A palavraorganizaocostuma ser usada com dois significados.
O primeiro est ligado ideia de mtodo, ordem, sistematizao. O
segundo refere-se a uma entidade que rene pessoas que desen
volvem um trabalho coordenado, estruturado em torno de metas
definidas, consistindo de vrios grupos ou subsistemas
interrelacionados. E dirigida visando atingir metas estabelecidas, e asregras para seu funcionamento so determinadas de forma clara e
registradas por escrito. E sob este aspecto que se pretende discutir as
organizaes neste captulo.
2.1 CONCEITO
As organizaes tm cada vez mais importncia na sociedade
contempornea. Caracterizam-se como um espao de aes
econmicas no qual se concentram capital, gerncia, mo-de-obra
e tecnologia, proporcionando um ambiente de convvio e de
interaes constantes entre os diversos atores envolvidos em
cada um dos setores acima mencionados. Constituem um ponto
de convergncia da sociedade, pois geram empregos, desenvolvem
tecnologia e atraem investimentos. Para sobreviverem devem
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estar constantemente ligadas a outras organizaes e instituies.
Por necessitarem de recursos financeiros para manter seu nvel
de produo, precisam relacionar-se com as instituies financeiras
e com o mercado de capitais. Para gerar produtos ou servios
lucrativos (ou que tenham aceitao, no caso de empresas no
lucrativas) tm que estar constantemente atentas s tendncias
do mercado consumidor e s necessidades de seus clientes.
Como consumidoras de matria-prima e de servios, dependem de
outras organizaes e, finalmente, dependem tambm do governo,
devendo estar alertas para as polticas pblicas e suas alteraes,
principalmente no que diz respeito legislao tributria, trabalhista,
de transferncia de tecnologia e de patentes.
O desenvolvimento do capitalismo levou ao aparecimento
das grandes empresas transnacionais que, hoje, com seu poder
econmico e sua estrutura extremamente burocratizada, influenciam
governos e ditam polticas. O aparecimento das transnacionais e
das multinacionais, entretanto, no significou o fim das pequenas
empresas que tm um papel preponderante nas economias, prin
cipalmente de pases perifricos. A caracterstica marcante das
pequenas empresas a limitao de seus papis sociais internos
que se resumem nos relacionamentos entre patro e empregados,
muito diferente do que ocorre nas grandes organizaes. Nas
pequenas empresas o patro desempenha vrias funes e s
vezes chega a ombrear-se com os empregados na produo, sobre
tudo se ele prprio foi um arteso ou um operrio que por um
grande esforo criou sua prpria empresa.
Na grande organizao, os papis tendem a diferenciar-se. Os
papis de proprietrio-acionista, empresrio, gerente so exercidos
por pessoas diferentes e, alm desses, existem os de especialistas,
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tcnicos, operrios qualificados, pessoal de escritrio etc. Em
consequncia, os relacionamentos entre indivduos e grupos nas
grandes organizaes tornam-se extremamente complexos.Os processos formais que ocorrem numa organizao so
definidos em funo da racionalizao e da eficincia, sendo repre
sentados em diversos tipos de documentos, tais como organogramas,
regulamentos e normas internas. Entretanto, existe toda uma gama
de relacionamentos no formais que podem influenciaras formas de
acesso informao nas organizaes. Esse aspecto informal resultados processos sociais, dos relacionamentos humanos e das ten
dncias culturais. As chamadas amizades de escritrio costumam ter
um papel importantenodesempenho das funes formais, embora
no estando, claro, refletidas no organograma formal da organi
zao, e podem ter influncia decisiva na obteno de informaes
junto a ela.
2.2 AS ORGANIZAES E A INFORMAO
As organizaes constituem importante fonte de informao.
O acesso s informaes de uma organizao pode se dar atravs
dos indivduos a ela ligados ou dos documentos que ela gera.Algumas organizaes, por sua natureza, tm na divulgao de
informaes sua prpria razo de ser. o caso da maioria das
organizaes no lucrativas que produzem uma variedade de docu
mentos que podem ser facilmente obtidos, muitas vezes gratui
tamente. As organizaes que visam o lucro, embora no tor
nem disponveis as informaes que consideram sigilosas, costumamdivulgar documentos teis, tais como relatrios, catlogos de pro
dutos e servios,house organse outros.
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Uma forma de se ter acesso aos documentos de uma organi
zao atravs de sua biblioteca ou centro de informao. Desse
modo, pode-se viabilizar permutas, doaes ou aquisio de materiaisda prpria organizao ou utilizar-se de seus recursos bibliogrficos,
atravs do emprstimo entre bibliotecas.
2.3 IDENTIFICAO DE ORGANIZAES
Os diretrios so as fontes tradicionais para a identificaode organizaes: essas obras listam os nomes das organizaes
fornecendo em geral informaes tais como endereo, telefone,
fax,e-mail,produtos e servios, nomes e cargos dos dirigentes e
outras do gnero. As listas telefnicas, com suasPginas Amarelas,
constituem a forma mais primria de diretrio, mas atualmente
uma grande variedade de diretrios tem sido publicada, cobrindoorganizaes de reas especficas, com diversas opes de for
matos e com informaes detalhadas sobre as organizaes que
incluem. Como exemplos temos: oGuia dos Museus Brasileiros,
publicado em 1997 pela Comisso de Patrimnio Cultural da
Universidade de So Paulo (USP); oGuia de Bibliotecas de Instituies
Brasileiras de Ensino Superior,produzido pelo Sistema de Bibliotecas
e Informao da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
em disquete.
Existem grandes empresas especializadas na produo de
diretrios, atuando na rea h muitos anos, como o Gale Group,
a Dunn & Bradstreet e a Europa Publications, que oferecem seus
produtos em vrias opes: impressos, em CD-ROM ou online.
Essas empresas possuem enormes bases de dados com informaes
sobre milhes de organizaes e divulgam e tornam disponveis
seus produtos em stios na Internet.
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Para identificao de diretrios, a fonte mais conhecida o
Directories in Print, publicada pelo Gale Group =, que, na sua
17a edio de 1999, rene dados sobre mais de 15 mil diretrioscientficos, profissionais e comerciais de diferentes reas, no mun
do inteiro, com nfase para os Estados Unidos.
A natureza mutante das informaes sobre organizaes torna,
neste caso, a Internet a fonte mais adequada para buscas. Muitas
organizaes tm seu prprio stio, e esta uma boa opo para
se obter informaes sobre organizaes que j foram identificadas
e que esto presentes na rede. O importante verificar a correo
das informaes, garantida pela data de atualizao do stio.
2.4 ORGANIZAES COMERCIAIS
Organizaes comerciais so aquelas que trabalham com
finalidade de lucro. Podem ser empresas industriais que fabricamprodutos ou organizaes que prestam servios.
Uma fonte tradicional para identificao desse tipo de organi
zao so asPginas Amarelasdas listas telefnicas que relacionam
as empresas pelo produto ou servio que oferecem, indicando
simplesmente seu endereo e telefone. Fontes mais sofisticadas
so as publicaes da Dunn & Bradstreet, empresa multinacionalespecializada em informao sobre empresas e que produz uma
srie de diretrios com a finalidade de atender a diferentes necessi
dades de informao. O stio da Dunn & Bradstreet na Internet ^
lista seus produtos e servios e informa que a base de dados da
empresa contm informaes sobre mais de 53 milhes de compa
nhias pblicas e privadas do mundo todo.
Informaes sobre organizaes comerciais brasileiras na
Internet podem ser encontradas em stios tais como o Brazilian
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Business Connection"*, produzido pelo Grupo Quattro Digital Media,
que tem como objetivo informar sobre a presena de empresasbrasileiras na Internet.
2.5 ORGANIZAES EDUCACIONAIS E DE PESQUISA
Universidades, centros ou institutos de pesquisa, bibliotecas,
arquivos, museus e academias podem ser excelentes fontes de
informao, pois produzem um grande volume de documentos
tcnicos em suas especialidades (ver, por exemplo, o Captulo 9:
Teses e Dissertaes).
A fonte mais tradicional para a identificao dessas organi
zaes o diretrio The World ofLearning, editado anualmente
desde 1950 pela Europa Publications ~, tendo atingido em 1999
sua 49aedio. Tem cobertura mundial e organizado por pas,
contendo um ndice de organizaes. A editora americana Gale
tem tambm uma longa tradio na publicao de diretrios e
produz alguns dos mais conhecidos, como, por exemplo, o
Associations Unimited,disponvelonlinee que d informaes sobre
cerca de quinhentas mil organizaes no lucrativas no mundo
inteiro.
No Brasil, oAnurio Brasileiro de Educao, publicado em
disquete em 1999, contm informaes sobre cerca de mil insti
tuies brasileiras de ensino superior.
A identificao de organizaes educacionais e de pesquisa
brasileiras via Internet pode ser feita atravs do Prossiga, que
constitui uma boa fonte para essas organizaes, apresentando
diretrios como, por exemplo,Universidades e Programas de Ps-
GraduaoeInstitutos de Pesquisa, Centros, Fundaes e Laboratrios
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de P & De doUniversities.com s>,stio que incluilinkspra home
pagesde milhares de universidades e escolas do mundo todo.
2.6 ORGANIZAES GOVERNAMENTAIS
As organizaes ligadas ao governo em todos os nveis
costumam publicar muitos documentos de interesse do cidado.
O papel dessas organizaes como produtoras de informao
ser estudado no Captulo 8: Publicaes Governamentais.
2.7 ORGANIZAES PROFISSIONAIS E SOCIEDADES CIENTFICAS
As organizaes profissionais so criadas com a finalidade
de estimular o aperfeioamento de determinada classe profissional.
So mantidas atravs de contribuies dos scios e no tm fins
lucrativos, embora costumem cobrar pelos produtos que oferecem,
que consistem geralmente de documentos resultantes de eventos
que organizam.
As sociedades cientficas tm uma caracterstica que as dis
tingue das associaes profissionais, que o fato de seu foco de
interesse ser normalmente uma rea do conhecimento e no uma
classe profissional. Tm origem no sculo XII, quando a comunicaocientfica passou a ter importncia fundamental no desenvolvimento
da cincia. O principal veculo para essa comunicao eram as socie
dades cientficas, cujos membros se reuniam periodicamente para
discutir os resultados de suas pesquisas, estabelecer contatos,
trocar ideias. Muitas sociedades estabeleceram programas de pu
blicaes editando peridicos especializados e anais dos encontrosque realizavam. O papel das sociedades cientficas continua basica
mente o mesmo e, atualmente, alm das atividades j mencionadas,
http://universities.com/http://universities.com/ -
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elas so as interlocutoras das comunidades cientficas que representam
junto s agncias financiadoras de pesquisa.Na identificao de associaes profissionais e de sociedades
cientficas pode-se utilizar o diretrio The World of Learning, j
mencionado, que cobre tambm essas organizaes em mbito
mundial, alm doResearch Centers and Services Directories,produzido
pela conhecida editora Gale e que lista aproximadamente 30 mil
organizaes de pesquisa governamentais, acadmicas e independentes no lucrativas. Na Internet encontram-se inmeros stios
que possibilitam sua identificao. Scientific Organizations and
Associations~ eScientific Societies ~&so alguns exemplos. Para enti
dades brasileiras pode-se consultar o stioSociedades e Associaes
Cientficas e Tecnolgicas,atravs dahome pagedo Instituto Brasileiro
de Informao em Cincia e Tecnologia (IBICT) * e doUniversities.com " que inclui linkspara stios de universidades do
mundo inteiro.
2.8 ORGANIZAES INTERNACIONAIS
Muitas organizaes internacionais foram criadas para promover a colaborao entre os Estados membros, eliminando
conflitos e estabelecendo esquemas de cooperao entre eles.
So organizaes intergovernamentais baseadas em acordos ou tra
tados formais, firmados entre os governos dos pases membros.
Constituem importante instrumento de relaes internacionais e
atuam em diferentes setores. A Organizao das Naes Unidas
(ONU) *^ a maior e mais conhecida dessas organizaes. Surgiu
em 1945, substituindo a Liga das Naes, com o objetivo de
resolver pacificamente as questes internacionais e de promover
http://universities.com/http://universities.com/ -
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o desenvolvimento econmico e social dos povos. E formada
por inmeras agncias que cobrem os mais variados assuntos,
incluindo, entre outros, alimentao (Food and AgricultureOrganization, FAO), sade (Organizao Mundial da Sade, OMS),
educao e cultura (Organizao das Naes Unidas para a Edu
cao, Cincia e Cultura, UNESCO).
Outra categoria de organizao internacional aquela que
congrega pessoas e entidades particulares de vrios pases, sendo
mantidas por contribuies de seus associados, com a finalidadede promover atividades em determinado setor cujos interesses
extrapolam as fronteiras de um pas. o caso da Organizao
Internacional de Normalizao (ISO) ", que desenvolve atividades
de normalizao tcnica que vo afetar todas as naes industria
lizadas e em processo de industrializao. Outro exemplo a
Federao Internacional de Associaes e Instituies Bibliotecrias(IFLA) "S5, que congrega pessoas e associaes do mundo inteiro
interessadas no aperfeioamento das bibliotecas e das questes
da biblioteconomia.
As organizaes internacionais constituem fontes de infor
mao importantes, dada a variedade de suas atividades que cobrem
os mais diversos assuntos e a quantidade de materiais que publicam. difcil calcular a quantidade de documentos publicados pelas orga
nizaes internacionais, mas sabe-se que eles so produzidos em
grande nmero, resultantes das atividades tpicas dessas organizaes,
ou seja, estudos, encontros, conferncias, pesquisas, trabalhos de
campo, dentre outros. Essa documentao produzida para agilizar
a participao dos membros, sejam eles governos ou indivduos notrabalho da organizao. O uso dessa documentao por pessoas no
pertencentes instituiono est previsto.Assim, o conhecimento
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da estrutura e das atividades das organizaes internacionais
fundamental para quem deseja obter seus documentos. Analisando
documentos das organizaes intergovernamentais, WILLIAMS
(1989) observa que, devido diversidade do seu tamanho e a
abrangncia de suas responsabilidades, a natureza e a qualidade
dos documentos que essas organizaes geram tambm so bastante
diversificadas. O autor identifica os seguintes tipos de documentos
e sistema de informao das organizaes intergovernamentais:
publicaes para distribuio externa
So documentos disponveis para venda ou para distribuio
gratuita ao pblico externo. Podem variar em formato e
em nmero de cpias e serem adquiridos na prpria organi
zao ou em distribuidores autorizados. Esses documentos
podem, inclusive, ser publicados por editoras comerciaisprivadas;
documentos internos
So geralmente acessveis apenas aos funcionrios e aos
governos membros da organizao. Podem estar listados
em bibliografias, catlogos ou ndices publicados pela organi
zao, com indicaes tais comodistribuio limitada, restrito
oupara uso interno.Pessoas interessadas nesse tipo de docu
mento podem contatar diretamente o setor que o produziu
ou o representante do seu governo naquela organizao;
documentos de arquivo
So quaisquer documentos produzidos pela organizao,mantidos permanentemente nos seus arquivos, para fins
administrativos ou histricos. O acesso a esses documentos
depende de critrios estabelecidos pela organizao;
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bibliotecas/centros de informao
Quase todas as organizaes internacionais mantm biblio
tecas ou centros de informao, e seus servios esto, geralmente, disponveis ao pblico externo. A biblioteca da ONU,
em Nova Iorque, por exemplo, fornece uma srie de servios
aos usurios externos, alm de elaborar ndices e outros
instrumentos bibliogrficos para acesso documentao da
organizao;
redes de informao
A abrangncia de suas atividades, bem como o grande volume
de material sobre assuntos de seus interesses, tem levado
algumas organizaes intergovernamentais a criar redes sofis
ticadas de informao. Esses sistemas algumas vezes em
cooperao com outras organizaes colecionam, resu
mem, indexam e disseminam informaes sobre os assuntos
de interesse da organizao e so de grande utilidade paraa
comunidade cientfica. Um exemplo desses sistemas o
International Nuclear Information System (INIS) da International
Atomic Energy Agency (IAEA).
Essas categorias de documentos e recursos informacionais
l io, de maneira geral, comuns s organizaes internacionais,
l imborapossam variar em termos de acessibilidade de umaorga
nizaopara a outra.
A entidade que congrega as organizaes internacionais, a
Union of International Associatons (UIA), publica, j h algum
tempo,oYearbook of International Organizations,j na 34a
ediom 1997. O stio da UIA "* na Internet contm links para um
nmero enorme de organizaes internacionais, facilitando sua
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identificao e proporcionando o acesso a informaes sobre as
mesmas. Nos stios dessas organizaes possvel encontrar as
ltimas novidades sobre suas atividades (eventos, programas, ser
vios de informao, publicaes, quadro de associados etc), alm
de links para stios de outras organizaes e documentos muitas
vezes em texto completo que podem ser de grande interesse.
2.9 AsONGsOrganizao No Governamental ou ONG o termo usado
internacionalmente para designar organizaes que realizam tra
balhos voltados para o bem pblico, sem ligao com o Estado e
sem compromisso com as polticas oficiais. O termo foi criado na
dcada de 40 pela ONU que reconheceu a importncia dessas
organizaes como representantes da sociedade civil participativa.
Embora a concepo original da ONG suponha sua inde
pendncia poltica, muitas delas tm ligaes com os governos
de seus pases (como o casp das ONGs na Sucia, que so
financiadas pelo Estado) e com organizaes internacionais (isto
acontece com algumas que mantm relaes oficiais com a ONU,
atuando como membros do seu Conselho Econmico e Social e
servindo como porta-vozes de outras).
As ONGs surgiram no bojo dos movimentos sociais que
buscavam o reconhecimento dos direitos de setores excludos
ou discriminados. A questo ecolgica, em evidncia a partir do
incio da dcada de 90, tambm se constituiu num propulsor para
a criao de ONGs.
No Brasil, as primeiras ONGs surgiram na dcada de 60 como
uma reao ao regime militar, voltadas para a defesa de presos
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polticos e para a anistia de exilados. A busca do reconhecimento
dos direitos sade, educao, moradia etc. dos setores sociais
excludos foi o fator que levou ao aparecimento de muitas hojeatuantes. Aquelas dedicadas s causas ecolgicas tambm existem
em grande nmero. Das cinco mil que se estimavam haver no Pas, na
dcada de 90, cerca de 40% eram voltadas a questes ecolgicas.
A democratizao da sociedade brasileira na dcada de 90
refora o papel das ONGs como promotoras da cidadania e sua
busca de articulao com outras instituies que lutam por umasociedade democrtica, ampliando o espao das pessoas que, cada
vez mais, tm interesse em participar das solues dos problemas
coletivos.
A identificao de ONGs pode ser feita nas mesmas fontes
utilizadas para identificar organizaes internacionais, pois muitas
delas atuam nesse nvel. As brasileiras se congregam em torno daAssociao Brasileira de ONGs (ABONG) e podem ser
identificadas a partir de stios mantidos por determinadasONGs
na Internet, que fazem linkspara organizaes congneres. o
caso do OCARA "*\ stio que promove o intercmbio de infor
maes e experincias entre ONGs, associaes e movimentos
populares, indicandolinkspara vrias das organizaes brasileiras.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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democrtico.Revista do Servio Pblico,v. 18, n.3, p.97-100, 1994.
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Cincia da Informao,v.26, n.3, p.321-326, 1997.
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Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1986. p.848-850.
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PESQUISAS EM ANDAMENTO
BERNADETE SANTOS CAMPELLO
O ritmo acelerado em que as mudanas cientficas etecnolgicas ocorrem atualmente faz com que muitos dos resul
tados de pesquisa divulgados nos canais formais de comunicao
(peridicos e livros, principalmente) j estejam ultrapassados quando
so publicados. Isso mais evidente ainda no que se refere
tecnologia e desenvolvimento industrial, quando o produto desen
volvido hoje torna-se obsoleto amanh.A morosidade de publicao do peridico cientfico, que
ainda o principal veculo de divulgao da pesquisa em muitas
reas do conhecimento, tem levado ao aparecimento de formas
alternativas de divulgao, sendo a mais recente delas a publicao
eletrnica (ver Captulo 5: O Peridico Cientfico). A comunicao
entre pesquisadores, atravs de correio eletrnico e de listas dediscusso, via Internet, tambm vem possibilitando uma maior
rapidez no processo de divulgao da cincia (ver Captulo 4:
Encontros Cientficos).
Outras tentativas, que tm contribudo para agilizar o processo
formal de comunicao cientfica, incluem o lanamento de revistas
destinadas exclusivamente publicao de resultados parciais de
pesquisas e o uso de relatrios tcnicos como veculo de relatos de
pesquisa. No entanto, o ritmo em que a cincia e a tecnologia tm
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evoludo exige mais do que a agilizao dos meios de comunicao
formais, pressionando os pesquisadores a tomar conhecimento
do que est sendo pesquisado antes que os resultados atinjam a
fase de divulgao formal, ou seja, h uma demanda crescente
por informaes sobre pesquisas em andamento.
Embora em algumas circunstncias seja necessria a realizao
de pesquisas sobre um mesmo tema por vrios cientistas, como no
caso das investigaes sobre AIDS, a maioria dos pesquisadoresdeseja empreender trabalhos inditos e originais. Isto ocorre princi
palmente na rea acadmica, onde o candidato obteno do grau
de doutor obrigado a desenvolver pesquisa original como requi
sito obteno do ttulo.
H tambm uma grande preocupao por parte dos rgos
financiadores da pesquisa em divulgar amplamente os trabalhos queesto financiando, de maneira a evitar pesquisas desnecessariamente
repetitivas, aproveitando melhor os recursos financeiros, geralmente
escassos.
3.1 FONTES PARA IDENTIFICAO
A forma mais comum pela qual um pesquisador toma conheci
mento das pesquisas que seus colegas esto realizando atravs
do contato pessoal. Essa prtica ocorre com intensidade na vida
de cientistas, que mantm conversas frequentes com colegas da
mesma rea, atravs de telefonemas ou correio eletrnico, por
ocasio da realizao de eventos como congressos ou seminrios,ou quando se renem em bancas de avaliao de teses e disser
taes e de concursos docentes. Entretanto, para a maioria dos
pesquisadores necessrio recorrer a fontes formais, uma vez
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que as oportunidades de contato pessoal com seus pares podem
ser restritas.
Instituies, tais como universidades, institutos e centrosde pesquisa e desenvolvimento geralmente divulgam os traba
lhos que esto sendo realizados por suas equipes atravs de suas
prprias publicaes: boletins, revistas, jornais ou mesmo listas
elaboradas especialmente para dar conhecimento de sua produo
cientfica. Mas essas iniciativas tm utilidade bastante limitada por
fornecer informaes dispersas e fragmentadas. A natureza passageira desse tipo de informao, que exige atualizao constante,
sempre foi um empecilho para que as fontes impressas se consti
tussem em instrumentos adequados para identificao de pes
quisas em andamento. Nesse sentido, a Internet provocou um
grande impacto na rea cientfica, ao possibilitar a divulgao dessas
pesquisas em dois nveis: atravs do correio eletrnico, facilita oscontatos pessoais entre pesquisadores e, atravs das listas de
discusso, dos stios de instituies de pesquisa e de servios
especficos para este fim, possibilita o acesso formal aos dados
que tm uma atualizao mais garantida.
As entidades financiadoras de pesquisa, geralmente rgos
governamentais ou fundaes, tm interesse em divulgar informaes sobre as pesquisas que financiam (no os resultados pro
priamente ditos) e mantm bases de dados que constituem uma
excelente fonte para identificao de pesquisas em andamento.
AFederal Research in Progress Database(FEDRJP) um exemplo.
Mantida pelo governo americano e disponvel atravs de provedores
comerciais, uma enorme base de dados sobre projetos financiadospelo governo federal dos Estados Unidos, incluindo ttulo do projeto,
data de incio da pesquisa, data provvel do trmino, pesquisador
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principal, instituio onde se realiza a pesquisa, resumo da pesquisa
e relatrio do seu andamento (esses dados podem variar, depen
dendo da origem da informao). A FEDRIP substituiu em parte afuno exercida pela Smithsonian Scientific Information Exchange
(SSIE), servio especializado em divulgar pesquisas em andamento
e que funcionou desde 1949, incluindo, inicialmente, apenas pes
quisas desenvolvidas na rea de medicina. Atualmente, a FEDRIP
cobre as reas de cincias fsicas, engenharia e cincias da vida.
um servio que cobrado e pode ser obtido atravs do National
Technical Information Service (NTIS) .
Existem bases de dados que cobrem determinado assunto,
como, por exemplo, aBlOtechnical REsearch Projects in the European
Cbmmun/y (BIOREP) e aAGricuttural REsearch Projects in the European
Community(AGREP); como seus prprios nomes indicam, abrangem
projetos no mbito da Unio Europeia. Universidades e centros de
pesquisa costumam manter listas de pesquisas em andamento.
Essas listas encontram-se dispersas na Internet e so teis apenas
quando o usurio j identificou as instituies que deseja consultar;
para buscas por assunto elas so bastante inadequadas. Outra
opo para identificao de pesquisas em andamento so osdiretrios de pesquisadores. H na Internet um stio que rene
esses diretrios: oDirectores ofScientists on the WWWfrom Micro
World=. Nesse caso a busca feita pelo nome do pesquisador,
sendo necessrio identific-lo para fazer contato e, ento, obter
dados sobre seu projeto.
No Brasil, a fonte mais abrangente oDiretrio dos Gruposde Pesquisa no Brasil, criado pelo Conselho Nacional de Desen
volvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) em 1992. As infor
maes a respeito esto disponveis gratuitamente na Internet
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atravs do Prossiga "&e incluem o nome do grupo, pesquisadores
participantes, linhas de pesquisas em andamento, produo cien
tfica e tecnolgica e publicaes. O Diretrio representa a novafilosofia de divulgao de dados do CNPq, que passa a trabalhar
no mais com base nos projetos de pesquisa, mas nos grupos de
pesquisadores existentes em universidades, instituies isoladas
de ensino superior, institutos de pesquisa cientfica e tecnolgica,
laboratrios e organizaes no governamentais com atuao em
pesquisa. Os dados so fornecidos pelas prprias instituies depesquisa atravs de levantamentos realizados a cada dois anos.
O esforo do CNPq em sistematizar e divulgar dados de
pesquisas em andamento teve incio em 1968, com a publicao
Pesquisas em Processo no Brasil,que teve mais duas edies, em
1969 e 1970. Em 1976, foi criado o Sistema em Linha de Acompa
nhamento de Projetos (SELAP) com a finalidade de acompanharprogramas, projetos e outras atividades do II Plano Bsico de
Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico. O SELAP, projetado
para constituir um sistema de informaes para gerncia de ativi
dades em cincia e tecnologia, era tambm uma fonte de infor
maes para pesquisas em andamento, mas as dificuldades rela
cionadas coleta de dados e atualizao das publicaes levou sua desativao.
Alguns peridicos especializados costumam apresentar not
cias de pesquisas em andamento em suas sees de notas prvias.
Existem tambm peridicos dedicados exclusivamente publicao
de resultados parciais de pesquisas: so os chamadosletters journals
(ver Captulo 5: O Peridico Cientfico). Essas publicaes surgiram especificamente para atender necessidade que os pesquisa
dores tm de garantir a prioridade de suas descobertas e ideias
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o que s ocorre a partir do momento em que essa descoberta
divulgada , mas podem ser uma fonte importante para identifi
cao de pesquisas em andamento. Durante algum tempo, essetipo de peridico gerou polmica entre os pesquisadores: muitos
consideravam que a pesquisa s deveria ser divulgada aps ter
sido finalizada e que os resultados deveriam ser publicados como
relatos completos, avaliados pelas comisses editoriais dos peri
dicos aos quais fossem submetidos. Acrtica feita aosletters journals
baseava-se no argumento de que a avaliao dos resultados parciaisno seria suficiente para garantir a qualidade e a seriedade da
pesquisa. As crticas, entretanto, no foram suficientes para evitar
o aparecimento de tais publicaes e, atualmente, existe um nmero
significativo delas em todas as reas do conhecimento, principalmente
naquelas em que a publicao a garantia de prioridade da ideia.
Exemplos desse tipo de publicao so Letters in Mathematical
PhysicseMaterials Letters.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS -
FREEMAN, Robert R. Current research information in the USA. Journal of
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Boletin de la Unesco para las Bibliotecas, v.32, n.5, p.347-357, 1978.
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f f
ENCONTROS CIENTFICOS
BERNADETE SANTOS CAMPELLO
A pesquisa cientfica um processo complexo, e durante
sua execuo o pesquisador assume diversas funes: a de lder
de equipe, a de captador de recursos, a de comunicador, dentre
outras. A funo de comunicador de fundamental importncia
nesse processo, pois o pesquisador precisa estar constantemente
atualizado em relao aos avanos de sua rea, inteirando-se do
que outros cientistas esto fazendo e, por outro lado, mostrando
o que ele prprio est realizando, como forma de ter seu trabalho
avaliado pelos seus pares e de garantir a prioridade de suas desco
bertas.
4.1 CONTATOS PESSOAIS E ELETRNICOS
O processo de comunicao cientfica tem sido objeto de
inmeros estudos que abordam tanto a comunicao formal, que
ocorre atravs da literatura, quanto a comunicao que acontece
informalmente, por meio de contatos pessoais. Esses estudos
indicam que os contatos pessoais individuais face a face, por
correspondncia, telefone e, hoje, cada vez mais frequentemente,
atravs de correio eletrnico so comuns no processo decomunicao e ocorrem sempre entre os membros de determinada
comunidade cientfica.
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Outra possibilidade de contatos pessoais entre pesquisadores
so os encontros ou eventos que renem, em um nico local,
nmero significativo de membros de uma comunidade cientfica,ampliando a comunicao pessoal, na medida em que permitem troca
de informaes de maneira intensa, envolvendo maior nmero
de pessoas.
A grande quantidade de eventos de carter cientfico que
ocorrem atualmente em todas as reas do conhecimento mostra
que o encontro pessoal ainda uma forma de comunicao que
muito agrada aos cientistas e pesquisadores. Mesmo com as novas
possibilidades trazidas pela tecnologia, como, por exemplo, as
teleconferncias e as listas de discusso via correio eletrnico,
que permitem a comunicao rpida e a baixo custo, os encontros
continuam a ocorrer com frequncia, reunindo os membros deuma comunidade cientfica e/ou tcnica para exporem e discutirem
seus trabalhos, envolvendo-os num processo de avaliao que
constitui o cerne da atividade de pesquisa.
A apresentao de trabalhos em encontros constitui a opor
tunidade que o pesquisador tem de ver seu trabalho avaliado pelos
pares ou colegas, de forma mais ampla, diferentemente do queocorre, por exemplo, quando submete um artigo a um peridico
cientfico que avaliado por uma comisso editorial composta
por um nmero restrito de membros e que, normalmente, demora
meses para completar o trabalho de julgamento. A apresentao
oral do trabalho no encontro tem a vantagem de possibilitar que
crticas e sugestes sejam feitas na hora, de forma a permitir uma
retroalimentao instantnea, podendo envolver vrios pontos
de vista. A possibilidade de se comunicar pessoalmente com seus
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pares de fundamental importncia para o cientista, constituindo
uma das maiores motivaes para seu comparecimento a eventos,
e a impossibilidade de participar pode trazer uma sensao deisolamento e frustrao.
Esse processo tradicional de comunicao cientfica poder,
aos poucos, ser substitudo pelos encontros eletrnicos possibi
litados pela tecnologia de redes. Em primeiro lugar, sabe-se que
o volume de comunicao via listas de discusso na Internet est
aumentando significativamente no mbito da cincia. Algumasvantagens desse tipo de comunicao j so visveis e podem ser
assim resumidas: possibilidade de acesso informal a um nmero
enorme de informaes, interao facilitada e rpida com os pares,
permitindo compartilhar ideias, obter uma variedade de sugestes
e crticas e oportunidade de descobrir pesquisadores com os
mesmos interesses. Alm disso, existem outras vantagens da chamada comunicao mediada por computador(computer mediated
communication) sobre os meios tradicionais de comunicao: o
receptor no precisa estar no local na hora em que a mensagem
est sendo transmitida, e essa pode ser transmitida a qualquer
hora, independentemente de fuso horrio; no h o domnio da
discusso por um nmero pequeno de indivduos, tendo todosos participantes, at os mais tmidos, a mesma oportunidade de
expor suas ideias; h o nivelamento dos participantes em termos de
titulao, pois a nica identificao usada o nome da instituio; e,
finalmente, h tempo suficiente para preparar os comentrios.
O processo de participao em listas de discusso, via correio
eletrnico, parecido com o que ocorre em encontros pessoais:
sendo a utilizao da linguagem cada vez mais informal nesse meio,
a comunicao assemelha-se apresentao de um trabalho em
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evento; um meio de comunicao escrita que reproduz a
espontaneidade e a flexibilidade da conversao verbal. Essa
informalidade, embora benfica no sentido de facilitar e agilizar a
comunicao, traz problemas no que diz respeito s citaes, que
constituem um mecanismo essencial no processo de criao cien
tfica e que no podem ser ignoradas. Nas listas de discusso, as
citaes ao material existente na prpria rede carecem de maior
normalizao por estarem ainda incipientes as tentativas de padroni
zao, e as citaes ao material bibliogrfico tradicional (peridicos,
livros etc.) so falhas, dificultando a recuperao.
H uma poltica de auto-regulao que previne falhas nas dis
cusses, tais como afastar-se do tpico do debate, fazer comentrios
de natureza pessoal e chamar ateno utilizando-se de recursos
como pontos de exclamao ou maisculas. De qualquer forma, o
papel do mediador ou dono da lista o de intervir para evitar
estes problemas, podendo tomar conhecimento das mensagens
antes de divulg-las. No h preocupao em fazer a sntese da
discusso, e isso tambm aproxima a lista de discusso da comu
nicao verbal. Tudo indi