CAMPELLO, B. S.; CENDÓN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informação Para Pesquisadores e...

download CAMPELLO, B. S.; CENDÓN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informação Para Pesquisadores e Profissionais. UFMG.

of 128

Transcript of CAMPELLO, B. S.; CENDÓN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informação Para Pesquisadores e...

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    1/128

    F O N T E S D E I N F O R M A O

    P A R A P E S Q U I S A D O R E S E

    P R O F I S S I O N A I S

    ADETE SANTOS CAMPELLO

    : VALADARES CENDN

    ETTE MARGUERITE KREMER

    IZAOORAS

    P R E S S O

    ' V i ,

    UJ

    mM

    ---i&

    t ifciiTiiiiil^iirMiiii iiiir-'

    BELO HORIZONTE

    EDITOKAJjfl

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    2/128

    Copyright 2000 by Bemadete Santos Campello e outras.2003 - I' reimpresso

    Este livro ou parte dele no pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorizao escrita do Editor.

    EDITORAO DE TEXTO: Ana Maria de MoraesPROJETO GRFICO: Escritrio de DesignCAPA: Glria CamposREVISO DE PROVAS: Lilian Valderez Felicio, Maria Aparecida Ribeiro, Maria Stela Souza Reis e RbiaFlvia dos Santos ^FORMATAO: Jonas Rodrigues Fris \ J ( '".PRODUO GRFICA: Warren M. Santos J w ,J " ""'

    {- ) '' yEditora UFMG *Av. Antnio Carlos, 6627Ala direita da Biblioteca Central - Trreo - Campus Pampulha31270-901 Belo Horizonte/MGTel. (31) 3499-4650Fax. (31) [email protected]

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISREITORA: Ana Lcia Almeida GazzolaVICE-REITOR: Marcos Borato Viana

    CONSELHO EDITORIAL:

    Antnio Luiz Pinho Ribeiro, Beatriz Rezende Dantas, Carlos Antnio Leite Brando, Heloisa Maria MurgeStarling, Luiz Otvio Fagundes Amaral, Maria das Graas Santa Brbara, Maria Helena Damasceno e SilvaMegale, Romeu Cardoso Guimares, Wander Melo Miranda (Presidente)SUPLENTES

    Cristiano Machado Gontijo, Denise Ribeiro Soares, Leonardo Barci Castriota, Lucas Jos Brets dosSantos, Maria Aparecida dos Santos Paiva, Maurlio Nunes Vieira, Newton Bignotto de Souza, ReinaldoMartiniano Marques, Ricardo Castanheira Pimenta Figueiredo

    F683 Fontes de informao para pesquisadores e profissionais / Bernadete Santos

    Campello, Beatriz Valadares Cendn, Jeannette Marguerite Kremer,

    Organizadoras. - Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000.

    3l9p. - (Aprender)

    I. Bibliografia especializada - Fontes de informao I. Campello, Bernadete

    Santos II. Cendn, Beatriz Valadares III. Kremer, Jeannette Marguerite IV.

    Ttulo V. Srie

    CDD: 025.5

    CDU: 025.5

    Catalogao na publicao: Diviso de Planejamento e Divulgao da Biblioteca Universitria - UFMG

    ISBN: 85-7041-209-6

    mailto:[email protected]://www.editora.ufmg.br/http://www.editora.ufmg.br/mailto:[email protected]
  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    3/128

    r

    S U M R I O

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    07

    A P R E S E N T A O | 7

    A cincia, o sistema de comunicao cientfica e a literatura cientfica

    Suzana Pinheiro Machado Mueller 21

    2 Organizaes como fonte de informao

    Bernadete Santos Campello 35

    3 Pesquisas em andamento

    Bernadete Santos Campello 49

    4 Encontros cientficos

    Bernadete Santos Campello 55

    5 O peridico cientfico

    Suzana Pinheiro Machado Mueller 73

    11 Literatura cinzenta

    Sandra Lcia Rebel Gomes

    Marlia Alvarenga Rocha Mendona

    Clarice Muhlethaler de Souza 97

    7 Relatrios tcnicos

    Bernadete Santos Campello 105

    8 Publicaes governamentais

    Waldomiro Vergueiro 111

    MTeses e dissertaes

    Bernadete Santos Campello 121

    10 Tradues

    Bernadete Santos Campello 129"liNormas tcnicas

    Maria Matilde Kronka Dias 137

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    4/128

    mA patente

    Ricardo Oriandi Frana 153

    ff Literatura comercialEduardo Wense Dias

    Bemadete Santos Campello 183

    M* Revises de literatura

    Daisy Pires Noronha

    Sueli Mara Soares Pinto Ferreira 191

    ISiObras de referncia

    Eduardo Wense Dias 199

    U Servios de indexao e resumo

    Beatriz Valadares Cendn 217

    17* ndices de citao

    Daisy Pires Noronha

    Sueli Mara Soares Pinto Ferreira 249

    18 Guias de literatura

    Paulo da Terra Caldeira 263

    Mi A Internet

    Beatriz Valadares Cendn 275

    Anexo

    Endereos na Internet 301

    ndice 307

    Sobre os autores

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    5/128

    p

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    ABDF Associao de Bibliotecrios do Distrito Federal

    ABERJE Associao Brasileira de Comunicao Empresarial

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ABONG Associao Brasileira de ONGs

    AFITEC Agncia Fornecedora de Informaes Tcnicas eComerciais

    AFNOR Association Franaise de Normalisation

    AGREP AGricultural REsearch Projects in the European

    Community

    AGRCOLA Agricultural Online Access

    AGRIS Agricultural Information System

    Agrobase Base Bibliogrfica da Agricultura Brasileira

    ALA American Library Association

    AN PI Associao Nacional de Provedores de Internet

    ANSI American National Standards Institution

    Antares Rede de Servios de Informao em Cincia eTecnologia

    ANUI Associao Nacional dos Usurios da Internet

    APA American Psychological Association

    API American Petroleum Institute

    ARIST Annual Review of Information Science and Technology

    ARL Association of Research Libraries

    ARPANET Advanced Research Projects Agency Network

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    6/128

    ASIS

    Aslib

    ASME

    ASTM

    BIDTEC

    BINAGRI

    BIOREP

    BIREME

    BLDSC

    BLLD

    BS

    BSI

    CAB

    CAICYT

    CAS

    CCN

    CD-ROM

    CEC

    CEDIN

    CEE

    CEMIG

    American Society for Information Science

    Association for Information Management

    American Society of Mechanical Engineers

    American Society for Testing and Materials

    Biblioteca Tcnica INPI

    Biblioteca Nacional de Agricultura

    BlOtechnical REsearch Projects in the European

    CommunityCentro Latino-Americano e do Caribe de

    Informao em Cincias da Sade

    British Library Document Supply Centre

    British Library Lending Division

    British Standard

    British Standard Institution

    Commonwealth Agricultural Bureau

    Centro Argentino de Informacin Cientfica y

    Tecnolgica

    Chemical Abstracts Service

    Catlogo Coletivo Nacional de Publicaes

    Seriadas

    Compact Disc Read Only Memory

    Commission of the European Communities

    Centro de Documentao e Informao

    Tecnolgica do INPIInternational Commission on Rules for the

    Approval of Electrical Equipment

    Companhia Energtica de Minas Gerais

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    7/128

    CEN Comit Europen de Normalisation

    CENAGRI Coordenao de Informao Documental

    Agrcola

    CEPAL Comisso Econmica para a Amrica Latina e

    Caribe

    CERN Centre Europen de Recherche Nucleire

    CETEC Fundao Centro Tecnolgico de Minas Gerais

    CEWIN Controle Eletrnico de Normas para Windows

    CIN/CNEN Centro de Informaes Nucleares/Comisso

    Nacional de Energia Nuclear

    CINDOC/ Centro de Informacin y Documentacin

    CSIC Cientfica/Consejo Superior de Investigaciones

    Cientficas

    CIP Classificao Internacional de PatentesCMN Comit Mercosul de Normalizao

    CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento

    Cientfico e Tecnolgico

    CNRS Centre National de la Recherche Scientifique et

    Technique

    COBEI, CB-03 Comit Brasileiro de Eletricidade

    CODATA Committee on Data for Science and Technology

    COMUT Programa de Comutao Bibliogrfica

    CONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao

    e Qualidade Industrial

    COPANT Comisso Pan-Americana de Normas TcnicasCPOB Comisso de Publicaes Oficiais Brasileiras

    CRC Chemical Rubber Company

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    8/128

    D D C Defense Documentation Center

    DeCS Descritores em Cincias da Sade

    DIDOC Diviso de Documentao INPI

    DIN Deutsches Institu fur Normung

    DINTEC Diviso de Informao Tecnolgica INPI

    DNPM Departamento Nacional de Produo Mineral

    DVD-R OM Digital Versatile Disc Read Only Memory

    EAGLE European Association for Grey Literature

    Exploitation

    Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    EMBRATEL Empresa Brasileira de Telecomunicaes

    EPC European Patent Convention

    EPO European Patent Office

    ERIC Educational Resources Information Center

    ESDU Engineering Science Data Unit

    EUA Estados Unidos da Amrica

    FAO Food and Agriculture Organization

    FAPESP Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de SoPaulo

    FAQ Frequently Asked Questions

    FBIS Foreign Broadcast Information Service

    FEDRIP Federal Research in Progress Database

    FINEP Financiadora de Estudos e ProjetosFTP File Transfer Protocol

    FUCAPI Fundao Centro de Anlise, Pesquisa e Inovao

    Tecnolgica

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    9/128

    GANA Grupo de Apoio Normalizao Ambiental

    GPO Government Printing Office

    GreyNet The Grey Literature Network Service

    HMSO Her Majesty's Stationery Office

    IAC Information Access Company

    IAEA International Atomic Energy Agency

    IASI International Association for Sport Information

    IBBD Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentao

    IBBE ndice Brasileiro de Bibliografia Econmica -

    Orientador - Adviser

    IBICT Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e

    Tecnologia

    ICSU International Council of Scientific UnionsIEC International Electrotechnical Commission

    IFLA International Federation of Library Associations

    and Institutions

    IHS Information Handling Services Group

    INEP Instituto Nacional de Estudos e PesquisasEducacionais

    Infoterm International Information Center for Terminology

    INID Internationaly-agreed Numbers forthe

    Identification of Bibliographic Data on Patent

    Documents

    INIS International Nuclear Information SystemINMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e

    Qualidade Industrial

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    10/128

    IN PADOC International Patent Documentation Center

    INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial

    INSPEC The Database for Physics, Electronics and

    Computing

    INT Instituto Nacional de Tecnologia

    INTec Setor de Informaes sobre Normas Tcnicas IPT

    INTERCOM Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares

    de Comunicao

    INTN Instituto Nacional de Tecnologia y Normalizacion

    IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas/So Paulo

    IRAM Instituto Argentino de Normalizacion

    ISBN International Standard Book Number

    ISDS International Seriais Data SystemISI Institute for Scientific Information

    ISO Organizao Internacional de Normalizao

    ISSN International Standard Serial Number

    ITC International Translations Center

    JUIS Jurisprudncia Informatizada SaraivaLANL Los Alamos National Laboratory

    LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em

    Cincias da Sade

    LIS Legislao Informatizada Saraiva

    LNCC Laboratrio Nacional de Computao Cientfica

    M.Sc Master of Science

    MA Master of Art s

    MBA Master of Business Administration

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    11/128

    MCT Ministrio de Cincia e Tecnologia

    MD Medicai Doctor

    MEC Ministrio da Educao

    Mercosul Mercado Comum do Cone Sul

    NASA National Aeronautics and Space Administration

    NBS National Bureau of Standards

    NEI Noticirio de Equipamentos Industriais

    NSRDS National Standard Reference Data SystemNTC National Translations Center

    NTIS National Technical Information Service

    OCLC Online Computer Library Center

    OMPI Organizao Mundial de Propriedade Intelectual

    ou WIPO - World Intellectual Property Organization

    OMS Organizao Mundial da Sade ou WH O - World

    Health Organization

    ONG Organizao No Governamental

    ONU Organizao das Naes Unidas

    OPAC Online Public Access Catalog

    OPAS Organizao Pan-Americana da SadeOSRD Office for Scientific Research and Development

    OSTI Office for Scientiflc and Technical Information

    P & D Pesquisa e Desenvolvimento

    PADCT Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico

    e Tecnolgico

    PADCT/ICT Subprograma de Informao em Cincia e

    Tecnologia do Programa de Apoio ao

    Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    12/128

    Ph.D. Philosophy Doctor

    PRODASEN Centro de Informtica e Processamento de

    Dados do Senado Federal

    PROFINT Programa de Fornecimento Automtico de

    Informao Tecnolgica

    PTI Publicaes Tcnicas Internacionais

    RENPAC Rede Nacional de Comunicao de Dados por

    Comutao de PacotesRLG Research Libraries Group

    RNP Rede Nacional de Pesquisa

    SABI Subsistema de Administrao de Bibliotecas/

    PRODASEN

    SADIVU Seo de Divulgao/INPISADTEP Seo de Documentao/INPI

    SAOBUS Seo de Orientao e Buscas/INPI

    SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia

    SciELO Scientific Electronic Librar/ Online

    SEBRAE Sistema Brasileiro de Apoio a Micro e PequenasEmpresas

    SELAP Sistema em Linha de Acompanhamento de

    Projetos

    SEPIN Secretaria de Poltica de Informtica e Automao

    SESU Secretaria Nacional de Educao Superior

    SIABE Sistema Integrado de Automao de BibliografiasEspecializadas

    SIBRADID Sistema Brasileiro de Documentao e

    Informao Desportiva

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    13/128

    SIGLE System for Information on Grey Literature

    in Europe

    SINMETRO Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e

    Qualidade Industrial

    SINORXEC Sistema Nacional de Informaes sobre Normas

    e Regulamentos Tcnicos

    SIRC Sport Information Research Center

    SITE Sistema de Informaes sobre Teses

    SNIDA Sistema Nacional de Informao e

    Documentao Agrcola

    SRB Sistema de Registro Bibliogrfico

    SSIE Smithsonian Scientific Information Exchange

    STN International Scientific and Technical Information

    Network

    TCP Tratado de Cooperao sobre Patentes

    TCP/IP Transmission Contrai Protocol /lnternet Protocol

    TELEBRAS Telecomunicaes Brasileiras S. A.

    TIC/USAEC Technical Information Center/United States Atomic

    Energy CommissionTMS The Minerais, Metals and Materials Society

    TRC Techonology Reports Centre

    TRIPS Trade-related Aspects of Intellectual Property Rights

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    UFPa Universidade Federal da Paraba

    UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    14/128

    UIA Union of International Associations

    UKAEA United Kingdom Atomic Energy Agency

    UMI University Microfilms International

    UNESCO Organizao das Naes Unidas para a Educao,

    Cincia e Cultura

    Unisist Universal System for Information in Science

    and Technology

    UNIT Instituto Uruguayo de Normas Tcnicas

    URL Uniform Resource Locator

    USP Universidade de So Paulo

    WAIS Wide rea Information Server

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    15/128

    APRESENTAO

    No incio da dcada de 90, quando a profa. Cariita Maria Campos

    e eu preparvamos a segunda edio do livroFontes de Informao

    Especializada,a Internet constitua apenas uma palavra nova no extenso

    vocabulrio de siglas do universo da informtica e estava disponvel a

    um nmero reduzido de pesquisadores brasileiros. Hoje a rede j faz

    parte do cotidiano de um nmero significativo de pessoas e estmodificando inteiramente o paradigma da comunicao cientfica, incor

    porando novas prticas ao processo e introduzindo novas formas

    de inter-relao entre os membros da comunidade de pesquisa.

    Assim, uma reviso completa do livro se fez necessria, para permitir

    um melhor entendimento dessa nova realidade.

    Esta uma nova verso bastante modificada deFontes de Informao Especializada,que foi publicado em 1988 e 1993 (respectiva

    mente primeira e segunda edies) pela Editora UFMG. Alm do novo

    ttulo, o livro aprofunda tpicos j abordados nas edies anteriores,

    acrescentando mudanas que ocorreram nos ltimos sete anos. Por

    exemplo, passamos a utilizar o termo literatura cinzenta ao invs de

    publicaes no convencionais, pois acreditamos que a expresso jfoi devidamente incorporada ao vocabulrio da biblioteconomia e da

    cincia da informao no Brasil. Foi tambm acrescentado um captulo

    dedicado inteiramente Internet, e claro que praticamente todos os

    outros captulos abordam a rede a partir de sua perspectiva particular.

    Os professores que utilizaramFontes de Informao Especializada

    j esto familiarizados com a estrutura da obra (por tipo de material),que foi aqui mantida, pois consideramos que a maneira mais adequada

    de facilitar ao estudante a compreenso da natureza, da dinmica de

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    16/128

    produo e do controle da literatura cientfica, que so peculiares a

    cada um dos diversos tipos de documentos que a compem. Cada

    captulo procura apresentar inicialmente uma viso histrica do tipode material que aborda, descrevendo em seguida suas caractersticas

    e acrescentando as formas de acesso quele material. No houve a

    preocupao de se esgotar as fontes de informao existentes,

    mas de apresentar apenas as mais importantes como exemplos,

    dando nfase s obras brasileiras.

    Os endereos da Internet mencionados no texto foram marcados

    com um cone("^),e uma lista completa de URLs apresentada no

    Anexo.

    Houve uma grande mudana com relao autoria dos captulos.

    Esta nova edio uma obra coletiva e constitui o resultado do trabalho

    de I 3 autores, oriundos de quatro escolas e departamentos debiblioteconomia e cincia da informao do Brasil, Essa empreitada

    representa uma forma de trabalho conjunto que deveramos realizar

    cada vez mais (aproveitando os recursos da Internet), reunindo compe

    ncias e esforos para aperfeioar p ensino de biblioteconomia e

    cincia da informao no Brasil.

    O livro objetiva atingir principalmente o estudante debiblioteconomia, mas pode ser de utilidade para qualquer pessoa

    nteressada em conhecer os meandros da comunicao cientfica e

    o papel que os diferentes tipos de documentos representam nesse

    universo.

    No nossa expectativa que esta obra seja utilizada como

    recurso didtico nico nas disciplinas de fontes especializadas. A nossapretenso que, reunindo informaes dispersas na literatura, ela

    facilite o trabalho do professor, criando espao nas disciplinas para a

    explorao e aprofundamento de temas atuais e de elaborao de

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    17/128

    trabalhos prticos, no qual o aluno possa, criativa e conscientemente,

    construir seu conhecimento e, a partir de sua prpria vivncia, com

    preender a dinmica de produo do conhecimento cientfico etecnolgico. A sntese, que dar ao estudante a noo da

    dinamicidade do processo de comunicao cientfica e tecnolgica

    e da variedade de formas que a compem, ser alcanada mediante

    o trabalho do professor em sala de aula e preparar o aluno para

    lidar de forma competente com esse universo informacional.

    Agradecemos a todos os autores que atenderam com prestezaao nosso convite para colaborar nessa tarefa, especialmente s profes

    soras Beatriz Valadares Cendn e Jeannette Marguerite Kremer que

    mostraram enorme interesse e dedicao na organizao e reviso

    dos textos.

    Especial meno deve ser feita profa. Carlita Maria Campos,

    co-autora da obra que serviu de base para a produo do presente

    trabalho e que, mesmo no tendo participado diretamente da reviso,

    sempre apoiou e estimulou o nosso esforo.

    Esperamos que nossos leitores, principalmente aqueles que

    utilizarem o livro como auxiliar didtico, possam nos ajudar no apri

    moramento do mesmo com suas crticas e sugestes. Elas sero

    sempre bem-vindas.

    Bemadete Santos CampelloBelo Horizonte, maio de 1999

    e-mail [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]
  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    18/128

    A CINCIA, O SISTEMA DE COMUNICAO

    CIENTFICA E A LITERATURA CIENTFICA

    SUZANA PINHEIRO MACHADO MUELLER

    Aprendemos sobre o mundo e sobre ns mesmos de muitas

    maneiras: observamos, ouvimos, lemos e experimentamos, e assim

    aumentamos nosso conhecimento. No entanto, nem sempre a

    percepo que obtemos da realidade confivel. Mas quando o

    conhecimento sobre determinado fenmeno obtido segundo

    uma metodologia cientfica, ou seja, o resultado de pesquisas

    realizadas por cientistas, de acordo com regras definidas e contro

    ladas, ento aumentam muito as probabilidades de que nossa com

    preenso desse fenmeno seja correta. Chamamos ao conheci

    mento assim obtido de conhecimento cientfico ou cincia

    (KERLINGER, 1979).

    A confiabilidade , portanto, uma das caractersticas maisimportantes da cincia, pois a distingue do conhecimento popular,

    no cientfico. Para obter confiabilidade, alm da utilizao de uma

    rigorosa metodologia cientfica para a gerao do conhecimento,

    importante que os resultados obtidos pelas pesquisas de um

    cientista sejam divulgados e submetidos ao julgamento de outros

    cientistas, seus pares.

    A ampla exposio dos resultados de pesquisa ao julgamento

    da comunidade cientfica e sua aprovao por ela propicia confiana

    nesses resultados. Por essa razo, todo trabalho intelectual de

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    19/128

    estudiosos e pesquisadores depende de um intrincado sistema

    de comunicao, que compreende canais formais e informais, os

    quais os cientistas utilizam tanto para comunicar os resultadosque obtm quanto para se informarem dos resultados alcanados

    por outros pesquisadores. Assim, toda pesquisa envolve atividades

    diversas de comunicao e produz pelo menos uma publicao for

    mal. Na verdade, uma determinada pesquisa costuma produzir vrias

    publicaes, geradas durante a realizao da pesquisa e aps o seu

    trmino. Tais publicaes variam no formato (relatrios, trabalhosapresentados em congressos, palestras, artigos de peridicos, livros

    e outros), no suporte (papel, meio eletrnico e outros), audincias

    (colegas, estudantes, pblico em geral) e funo (informar, obter

    reaes, registrar autoria, indicar e localizar documentos, entre

    outras). O conjunto dessas publicaes, que chamamos de lite

    ratura cientfica, permite expor o trabalho dos pesquisadores ao

    julgamento constante de seus pares, em busca do consenso que

    confere a confiabilidade. Em resumo, sem sua literatura, uma rea

    cientfica no poder existir pois, sem o aval dos seus pares, o

    conhecimento resultante da pesquisa conduzida pelos cientistas

    no ser validado e no ser considerado cientfico (ZIMAN, 1968).

    A produo da literatura de uma rea cientfica envolve muitas

    e diferentes atividades de comunicao entre os pesquisadores,

    algumas das quais antecedem e outras se seguem a sua publicao.

    Conforme suas caractersticas, essas atividades costumam ser

    chamadas de comunicao informal ou comunicao formal. A

    comunicao informal utiliza os chamados canais informais e incluinormalmente comunicaes de carter mais pessoal ou que se

    referem pesquisa ainda no concluda, como comunicao de

    pesquisa em andamento, certos trabalhos de congressos e outras

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    20/128

    com caractersticas semelhantes. A comunicao formal se utiliza

    de canais formais, como so geralmente chamadas as publicaes

    com divulgao mais ampla, como peridicos e livros. Dentreesses ltimos, o mais importante, para a cincia, so os artigos

    publicados em peridicos cientficos.

    O conjunto dessas atividades constitui o sistema de comuni

    cao cientfica de uma determinada rea da cincia. Esse sistema

    inclui, portanto, todas as formas de comunicao utilizadas pelos

    cientistas que pesquisam e contribuem para o conhecimentonessa determinada rea, alm das publicaes formais. Com o

    desenvolvimento da tecnologia de comunicao, especialmente

    computadores e redes eletrnicas, as formas de comunicao

    disponveis comunidade cientfica vm se modificando, ampliando

    e diversificando, tomando-se cada vez mais eficientes, rpidas e

    abrangentes, vencendo barreiras geogrficas, hierrquicas e financeiras. Essas mudanas esto ocorrendo tanto nos canais informais

    como nos formais. Dentre esses ltimos, os mais importantes,

    para a cincia, ainda so os artigos publicados em peridicos cient

    ficos impressos.

    1.1 CARACTERSTICAS DA LITERATURA ESPECIALIZADA

    Embora a literatura produzida por diferentes reas do conhe

    cimento apresente diferenas e peculiaridades, pode-se dizer que a

    literatura cientfica, como um todo, possui vrias caractersticas

    comuns e sofre influncias de um conjunto comum de fatores.

    O trabalho do profissional de informao em grande partebaseado no conhecimento e uso de fontes de informao sobre a

    literatura cientfica, a qual reflete as caractersticas prprias da

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    21/128

    cincia e tecnologia modernas. Algumas dessas caractersticas

    afetam e dificultam bastante o trabalho profissional, entre as quais

    esto: o fenmeno da exploso bibliogrfica, a diversificao deformatos de apresentao e divulgao, a eliminao de barreiras

    no acesso (geogrficas, hierrquicas e outras), a acelerao do

    avano do conhecimento e consequente obsolescncia mais rpida

    das publicaes, a intensificao da interdisciplinaridade (unindo reas

    cientficas antes isoladas) e a tendncia pesquisa em colaborao.

    A exploso bibliogrfica, fenmeno comum a todas as reas

    do conhecimento e talvez a caracterstica mais visvel das litera

    turas cientficas, pode ser definida como a quantidade crescente

    de documentos cientficos produzidos e a rapidez com que esse

    nmero aumenta. Esse fenmeno no novo, pois vem ocor

    rendo de maneira exponencial desde o estabelecimento da cincia

    moderna e da publicao dos primeiros peridicos, no fim do

    sculo XVII (SOLLA PRICE, 1963).

    Recentemente, com o desenvolvimento das tecnologias

    eletrnicas de comunicao, especialmente da Internet, a questo

    da exploso da literatura tornou-se ainda mais complexa. Novos

    formatos e canais de comunicao se tornaram disponveis, expandindo de maneira nunca vista as possibilidades da comunicao

    e eliminando barreiras geogrficas. O fenmeno tem consequncias

    profundas na organizao de centros de informao. Como jamais

    ser possvel a qualquer centro possuir tudo o que interessa sobre

    um assunto, chegou-se concluso que melhor dirigir todos os

    esforos no sentido de garantir acesso. A poltica de seleo doacervo deve ser muito bem planejada e suplementada por esquemas

    de cooperao com outras bibliotecas. Mas o desenvolvimento

    das tecnologias de informao, ao mesmo tempo que aumentou

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    22/128

    a quantidade de textos e informaes disponveis, abriu alternativas

    muito eficientes para satisfazer demandas que ultrapassam as pos

    sibilidades do acervo local, entre as quais incluem-se a compra decpia ou de acesso ao documento especfico em demanda, via

    meio eletrnico. Isso implica, ento, na necessidade de reserva de

    recursos especficos nos oramentos dos centros de informao

    (ou no pagamento de tais servios pelos usurios) e tambm na

    necessidade de treinamento de profissionais capazes de reconhecer

    as fontes e as maneiras mais eficientes e econmicas de acesso.Os resultados alcanados por determinado pesquisador so

    frequentemente retomados por outros cientistas, tericos ou

    aplicados, que do continuidade ao estudo, fazendo avanar a cincia

    ou produzindo tecnologias ou produtos neles baseados. Tem sido

    uma caracterstica do mundo atual que o lapso do tempo, durante

    o qual uma novidade cientfica permanece novidade, cada vezmenor, ou seja, o tempo entre a publicao inicial de determinados

    resultados da pesquisa e publicaes que avanam em relao a

    eles est encurtando cada vez mais. A velocidade com que o conheci

    mento renovado, tornando ultrapassada a literatura ainda recente

    especialmente em algumas reas do conhecimento acarreta

    problemas para todos os interessados: difcil para o cientistamanter-se informado ou atualizado e tambm difcil e caro para

    os centros de informao manter suas colees atualizadas, pois

    o nmero de fontes aumenta com igual velocidade. Da mesma

    forma, tambm o profissional encarregado de atender demandas e

    administrar colees encontra dificuldades. Toma-se assim impor

    tante saber o que est sendo pesquisado antes mesmo que apesquisa termine; conhecer as tendncias e frentes de pesquisa;

    conhecer grupos e centros de pesquisa que trabalham na rea de

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    23/128

    interesse. Tendo em vista esses problemas, este manual inclui

    captulos sobre pesquisas em andamento, encontros cientficos,

    literatura cinzenta, relatrios tcnicos, teses e dissertaes, alm

    de outros que se referem informao j formalmente divulgada:

    peridicos cientficos, normas tcnicas, patentes e literatura

    comercial, e outros ainda que se referem literatura secundria e

    terciria, que tm por finalidade apresentar o conhecimento conso

    lidado e ajudar a encontrar o que se procura.

    Diferentemente da literatura cientfica ou acadmica, a lite

    ratura tecnolgica nem sempre recebe divulgao ampla. Isso se

    explica pelas suas finalidades: a cincia se baseia no consenso

    dos cientistas, e os autores se destacam pela frequncia com que

    so lidos e citados, portanto procuram ampla divulgao para seus

    trabalhos. Por outro lado, as empresas e indstrias que patrocinam

    a tecnologia visam o lucro e no lhes interessa ampla divulgao

    de suas tecnologias, mas sim o domnio do mercado em que seu

    produto se insere. Consequentemente, divulgao restrita a

    norma para a literatura tecnolgica. Para o profissional que pre

    tende atender a demandas nessa rea, esses fatos tornam difcil a

    identificao e o acesso a documentos que potencialmente seriam

    de interesse para seus usurios.

    tradio considerar a cincia como se fosse composta de

    reas diversas, cada qual com suas caractersticas e limites bem

    estabelecidos. Assim, referimo-nos s cincias exatas e naturais, s

    cincias sociais e humanidades, s reas tecnolgicas e engenharias

    como se fossem realmente separadas. Mas todas as cincias etecnologias referem-se natureza, e esta uma s. As divises

    ajudam no esforo da pesquisa e na organizao da literatura pro

    duzida, mas a verdade que, medida que nosso conhecimento

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    24/128

    avana, diminui a clareza da diviso estabelecida. Chamamos a isso

    de interdisciplinaridade da cincia ou de uma determinada rea do

    conhecimento. As consequncias prticas desse fenmeno, quetem ocorrido de maneira muito rpida, afetam fortemente a literatura

    especializada, especialmente a literatura peridica: surgem novos

    ttulos, que se referem a novas reas de pesquisa, novas especiali

    dades, gerando problemas de disperso de artigos e dificultando o

    trabalho de identificao e localizao. Significa tambm a necessi

    dade de maiores investimentos na seleo de ttulos e na habilidadedo profissional de informao.

    Paralelamente ao crescimento dos estudos interdisciplinares,

    o trabalho em equipe tambm tem sido uma caracterstica crescente

    da cincia moderna. Isso especialmente verdade para as chamadas

    cincias exatas e da natureza, mas tambm ocorre nas demais reas

    de conhecimento. O reflexo dessa caracterstica na literaturacientfica est na autoria mltipla de artigos e livros* Nas reas

    tecnolgicas, por razes que incluem a sua natureza, comum a

    autoria institucional.

    1.2 ESTRUTURA DA LITERATURA ESPECIALIZADA

    Esquemas de estruturao da literatura especializada tm

    sido apresentados por diversos autores como GROGAN (I992)

    < e SUBRAMANYAN (I98I) . Tais classificaes se baseiam com

    frequncia no fluxo da informao, isto , os documentos so

    classificados de acordo com o lugar e funo que ocupam no

    fluxo de informao. Este um conceito que pretende representaro caminho percorrido pela pesquisa, desde que nasce uma ideia

    na mente de um pesquisador, passa pelo ponto mais alto que a

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    25/128

    publicao formal dos resultados, geralmente em um artigo cient

    fico, e continua at que a informao sobre esse artigo possa ser

    recuperada na literatura secundria ou aparea como citaes emoutros trabalhos. Em alguns casos, continua at que os resultados

    da pesquisa sejam integrados em um tratado sobre o assunto.

    Durante o processo, a informao veiculada por meios e canais

    diversos.

    O fluxo da informao cientfica geralmente representado

    atravs de um modelo. O mais famoso deles foi desenvolvido na

    dcada de 70 por dois autores americanos, Garvey e Griffith

    (GARVEY e GRIFFITH, 1972; GARVEY, 1979), que observaram

    como os cientistas da rea de psicologia se comunicavam e divul

    gavam suas pesquisas.

    O modelo resultante dos estudos desses dois autores foilogo adaptado para todas as reas do conhecimento. Nele o pro

    cesso de comunicao aparece representado por um contnuo,

    onde se situam, em sucesso e por ramificaes, as diversas ativi-

    dades cumpridas por um pesquisador e os documentos que tais

    atividades geram. Por exemplo, o incio da pesquisa logo seguido

    por relatrios preliminares e comunicaes de pesquisas emandamento; um pouco antes e logo aps o trmino da pesquisa

    h uma sucesso de seminrios, colquios, conferncias e rela

    trios, que geram trabalhos escritos completos ou resumos

    (publicados geralmente em anais) e que j sero indexados em

    fontes adequadas; ao submeter o seu original para publicao em

    peridico cientfico, aparecem as verses preliminares (preprnts),distribudas comunidade de pares; aps a publicao do artigo

    em peridico haver normalmente uma srie de notcias sobre

    ele, em veculos de alerta, ndices e resumos e talvez, tambm,

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    26/128

    MODELO TRADICIONAL DA COMUNICAOCIENTFICA DE GARVEY E GRIFFITH (ADAPTADO)

    Apresentao em seminrios, colquios

    Relatriospreliminares

    laieiodapesquisa

    Verses preliminares so

    distribudas aos pares

    O artigo indexado

    em boletins de alerta

    Enviado aeditor (eavaliadores)paraavaliao

    O artigo publicado emperidicocientfico

    Relatrios sioapresentados emcongressos

    O artigo indexadoem ndices eperidicosde resumo

    Citao em

    revises

    bibliogrficas

    anuais (annuai

    revietvs)

    O artigoaparece

    citado naliteratura

    Contedos aparecemem textos didticos,manuais, enciclopdias

    Registro (meneio) emlutas de trabalhosaceitos para publicao

    Publicaoem Anais decongressos

    Registros em ndicesde trabalhosapresentados emcongressos

    TEMPO

    Readaptao da verso apresentada. HURD, Julie M. Models of scentiic communication. In: CRAWFORD, S. Y., HURD, J. M.,WELLER, A. C.From print to electronic:the transformation ofscientifc communication. Medford: Information Today, Inc., 1996.p.l 1. (ASISMonographSeries)

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    27/128

    em obras que realizam ensaios bibliogrficos sobre as tendncias

    de pesquisa e desenvolvimento da rea, tipoannual reviews.Se a

    pesquisa teve o impacto desejado pelo seu autor, citaes aotrabalho comeam a aparecer assim que o artigo se toma disponvel.

    Nesse modelo fcil perceber que a informao flui por muitos

    canais e que diferentes tipos de documentos so produzidos, cujas

    caractersticas variam conforme o estgio da pesquisa e tipo de

    pblico a que se destina e o objetivo de quem a comunica. Com

    base em modelos como esse, os canais de informao foram clas

    sificados como canais informais ou canais formais.

    Os canais informais apresentam uma srie de caractersticas

    comuns: so geralmente aqueles usados na parte inicial do contnuo

    do modelo; o prprio pesquisador que o escolhe; a informao

    veiculada recente e destina-se a pblicos restritos e, portanto,

    o acesso limitado. As informaes veiculadas nem sempre sero

    armazenadas e assim ser difcil recuper-las. Exemplos tradicionais

    so os relatrios de pesquisa, os textos apresentados em seminrios

    ou reunies pequenas e mesmo os anais de alguns simpsios.

    Os canais formais tambm apresentam uma srie de carac

    tersticas comuns: permitem o acesso amplo, de maneira que asinformaes so facilmente coletadas e armazenadas; essas infor

    maes so geralmente mais trabalhadas, correspondendo aos

    estgios mais adiantados do contnuo do modelo. Ao contrrio

    dos canais informais, o destinatrio da mensagem e no o pes

    quisador que o escolhe e consulta. Enquanto os canais informais

    permitem um bom nvel de interao com o pesquisador, os canaisformais tradicionais geralmente no prevem isso (MEADOWS, 1974).

    Da mesma forma, os documentos (ou fontes) produzidos

    ao longo do processo de pesquisa podem ser classificados como

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    28/128

    primrios, secundrios e tercirios.1 Documentos primrios so

    geralmente aqueles produzidos com a interferncia direta do autor

    da pesquisa. Considerando o contnuo do modelo de Garvey eGriffith, estariam principalmente no incio do processo, incluindo,

    por exemplo, relatrios tcnicos, trabalhos apresentados em

    congressos, teses e dissertaes, patentes, normas tcnicas e o

    artigo cientfico. Segundo GROGAN (1992), as fontes primrias,

    por sua natureza, so dispersas e desorganizadas do ponto de vista

    da produo, divulgao e controle. Registram informaes que

    esto sendo lanadas, no momento de sua publicao, no corpo

    de conhecimento cientfico e tecnolgico. As fontes primrias so,

    por essas razes, difceis de serem identificadas e localizadas.

    Esse fato gerou o aparecimento das fontes secundrias, que

    tm justamente a funo de facilitar o uso do conhecimento dis

    perso nas fontes primrias. As fontes secundrias apresentam a

    informao filtrada e organizada de acordo com um arranjo definido,

    dependendo de sua finalidade. So representadas, por exemplo, pelas

    enciclopdias, dicionrios, manuais, tabelas, revises da literatura,

    tratados, certas monografias e livros-texto, anurios e outras.

    As fontes tercirias so aquelas que tm a funo de guiar

    o usurio pra as fontes primrias e secundrias. So as bibliografias,

    os servios de indexao e resumos, os catlogos coletivos, os guias

    de literatura, os diretrios e outras. Aps a publicao do artigo

    relatando a pesquisa em peridico cientfico, so principalmente as

    fontes secundrias e tercirias que ocorrem no contnuo do fluxo.

    I. Embora aqui considerados como fontes tercirias, os servios bibliogrficos so tambmchamados deservios secundrios,com base em algumas classificaes da literatura, cujosautores consideram que h apenas dois tipos de fontes: primrias (a literatura propriamentedita) e secundrias (os servios bibliogrficos).

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    29/128

    Desde o desenvolvimento do modelo de Garvey e Griffith,

    quase trinta anos atrs, houve um avano enorme das tecnologias

    da informao, que mudaram de maneira dramtica alguns aspectosda comunicao cientfica, oferecendo alternativas inovadoras para

    cada ponto daquele modelo. Por exemplo, o uso do computador na

    editorao e publicao de documentos tradicionais impressos pro

    piciou a emergncia de bases de dadosonlinee textos legveis por

    mquina; em seguida apareceram tambm peridicos inteiramente

    eletrnicos. O computador pessoal ligado em rede abriu novaspossibilidades de comunicao pessoal o correio eletrnico e

    suas variaes enquanto as redes, especialmente a Internet, colocou

    disposio de pesquisadores formas de comunicao e divulgao

    nunca antes sonhadas, oferecendo ainda possibilidades de conexo

    entre textos, de busca, localizao e aquisio de informao.

    Em resumo, o modelo inicial proposto por Garvey e Griffith

    j no representa to bem o processo de comunicao cientfica

    moderno. Todas as fases desse processo foram e continuam sendo

    afetadas pelo emprego da tecnologia (CRAWFORD, HURT e

    WELLER, 1996). O quadro geral est mudando e j se antevem

    formas de comunicao que provavelmente colocaro o peridico

    tradicional em cheque, num futuro prximo.

    As mudanas causadas pela tecnologia tm sido to

    abrangentes e inovadoras que at mesmo conceitos estabelecidos

    comocanais informaisecanais formaisso questionados por alguns

    autores, que alegam j no ser possvel distinguir com clareza as

    diferenas entre eles. De fato, tornou-se difcil definir o que sejacomunicao formal e informal, documento primrio ou secundrio.

    Dada a importncia da literatura especializada para uma deter

    minada rea de conhecimento, a sua identificao, coleta, organizao

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    30/128

    e preservao esto entre as responsabilidades mais importantes do

    profissional da informao. No uma tarefa muito fcil pois, como

    foi dito, o volume de publicaes muito grande e continua a crescer,e os formatos em que ocorrem esto tambm em evoluo, com

    plicando a identificao do material pertinente. Faltam instrumentos

    de busca adequados e abrangentes, especialmente quando a questo

    envolve pesquisas produzidas no Brasil.

    Apesar de toda a evoluo tecnolgica e mesmo por

    causa dela a necessidade de se conhecer as fontes e saberidentificar e promover o acesso informao pertinente continua

    sendo to importante quanto sempre foi para os profissionais

    que se dedicam ao atendimento do usurio. A finalidade deste

    manual contribuir para isso.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CRAWFORD, S. Y., HURD, J. M., WELLER, A. C.From prnt to electronic:the

    transfomnation of scientific communication. Medford: Information Today, 1996.

    (ASIS Monograph Series).

    GARVEY, W. D. Communication: the essence of science. Oxford: Pergamon

    Press, 1979.

    GARVEY, W. D, GRIFFITH, B. C Communication and information processing

    within scientific disciplines: empirical findings for psychology. Information

    Storage and Retrieval,v.8., n.3, p. 123-1 36, 1972.

    GROGAN, D.Science and technology:an introduction to the literature. 2nd.ed.

    London: C. Bingley, 1992. Cap. I: The literature, p. 14-19.

    HURD, Julie M. Models of scientific communication. In: CRAWFORD, S. Y HURD,J. M WELLER, A. C,From prnt to electronic:the transformation of scientific

    communication. Medford: Information Today, 1996. (ASIS Monograph Series), p. 11.

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    31/128

    KERLINGER, F. N.Metodologia da pesquisa em cincias sociais:um tratamento

    conceituai. So Paulo: EPU/ EDUSP, 1979.

    SOLLA PRICE, D. J.Little science, big science.New York: Columbia University

    Press, 1993.

    MEADOWS, A. J.Communication in science.London: Butterworths, 1974.

    MUELLER, S. P. M. O crescimento da cincia, o comportamento cientfico e a

    comunicao cientfica: algumas reflexes. Revista da Escola de

    Biblioteconomia da UFMG,v.24, n.2, p.63-84, jun./dez. 1995.

    SUBRAMANYAN, K.Scientific and technical information resources.New York:

    M. Dekker, 1981.

    ZIMAN, John. Public knowledge: the social dimension of science. London:

    Cambridge University Press, 1968.

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    32/128

    ORGANIZAES COMO FONTE DE

    INFORMAO

    BRNADETE SANTOS CAMPELLO

    A palavraorganizaocostuma ser usada com dois significados.

    O primeiro est ligado ideia de mtodo, ordem, sistematizao. O

    segundo refere-se a uma entidade que rene pessoas que desen

    volvem um trabalho coordenado, estruturado em torno de metas

    definidas, consistindo de vrios grupos ou subsistemas

    interrelacionados. E dirigida visando atingir metas estabelecidas, e asregras para seu funcionamento so determinadas de forma clara e

    registradas por escrito. E sob este aspecto que se pretende discutir as

    organizaes neste captulo.

    2.1 CONCEITO

    As organizaes tm cada vez mais importncia na sociedade

    contempornea. Caracterizam-se como um espao de aes

    econmicas no qual se concentram capital, gerncia, mo-de-obra

    e tecnologia, proporcionando um ambiente de convvio e de

    interaes constantes entre os diversos atores envolvidos em

    cada um dos setores acima mencionados. Constituem um ponto

    de convergncia da sociedade, pois geram empregos, desenvolvem

    tecnologia e atraem investimentos. Para sobreviverem devem

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    33/128

    estar constantemente ligadas a outras organizaes e instituies.

    Por necessitarem de recursos financeiros para manter seu nvel

    de produo, precisam relacionar-se com as instituies financeiras

    e com o mercado de capitais. Para gerar produtos ou servios

    lucrativos (ou que tenham aceitao, no caso de empresas no

    lucrativas) tm que estar constantemente atentas s tendncias

    do mercado consumidor e s necessidades de seus clientes.

    Como consumidoras de matria-prima e de servios, dependem de

    outras organizaes e, finalmente, dependem tambm do governo,

    devendo estar alertas para as polticas pblicas e suas alteraes,

    principalmente no que diz respeito legislao tributria, trabalhista,

    de transferncia de tecnologia e de patentes.

    O desenvolvimento do capitalismo levou ao aparecimento

    das grandes empresas transnacionais que, hoje, com seu poder

    econmico e sua estrutura extremamente burocratizada, influenciam

    governos e ditam polticas. O aparecimento das transnacionais e

    das multinacionais, entretanto, no significou o fim das pequenas

    empresas que tm um papel preponderante nas economias, prin

    cipalmente de pases perifricos. A caracterstica marcante das

    pequenas empresas a limitao de seus papis sociais internos

    que se resumem nos relacionamentos entre patro e empregados,

    muito diferente do que ocorre nas grandes organizaes. Nas

    pequenas empresas o patro desempenha vrias funes e s

    vezes chega a ombrear-se com os empregados na produo, sobre

    tudo se ele prprio foi um arteso ou um operrio que por um

    grande esforo criou sua prpria empresa.

    Na grande organizao, os papis tendem a diferenciar-se. Os

    papis de proprietrio-acionista, empresrio, gerente so exercidos

    por pessoas diferentes e, alm desses, existem os de especialistas,

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    34/128

    tcnicos, operrios qualificados, pessoal de escritrio etc. Em

    consequncia, os relacionamentos entre indivduos e grupos nas

    grandes organizaes tornam-se extremamente complexos.Os processos formais que ocorrem numa organizao so

    definidos em funo da racionalizao e da eficincia, sendo repre

    sentados em diversos tipos de documentos, tais como organogramas,

    regulamentos e normas internas. Entretanto, existe toda uma gama

    de relacionamentos no formais que podem influenciaras formas de

    acesso informao nas organizaes. Esse aspecto informal resultados processos sociais, dos relacionamentos humanos e das ten

    dncias culturais. As chamadas amizades de escritrio costumam ter

    um papel importantenodesempenho das funes formais, embora

    no estando, claro, refletidas no organograma formal da organi

    zao, e podem ter influncia decisiva na obteno de informaes

    junto a ela.

    2.2 AS ORGANIZAES E A INFORMAO

    As organizaes constituem importante fonte de informao.

    O acesso s informaes de uma organizao pode se dar atravs

    dos indivduos a ela ligados ou dos documentos que ela gera.Algumas organizaes, por sua natureza, tm na divulgao de

    informaes sua prpria razo de ser. o caso da maioria das

    organizaes no lucrativas que produzem uma variedade de docu

    mentos que podem ser facilmente obtidos, muitas vezes gratui

    tamente. As organizaes que visam o lucro, embora no tor

    nem disponveis as informaes que consideram sigilosas, costumamdivulgar documentos teis, tais como relatrios, catlogos de pro

    dutos e servios,house organse outros.

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    35/128

    Uma forma de se ter acesso aos documentos de uma organi

    zao atravs de sua biblioteca ou centro de informao. Desse

    modo, pode-se viabilizar permutas, doaes ou aquisio de materiaisda prpria organizao ou utilizar-se de seus recursos bibliogrficos,

    atravs do emprstimo entre bibliotecas.

    2.3 IDENTIFICAO DE ORGANIZAES

    Os diretrios so as fontes tradicionais para a identificaode organizaes: essas obras listam os nomes das organizaes

    fornecendo em geral informaes tais como endereo, telefone,

    fax,e-mail,produtos e servios, nomes e cargos dos dirigentes e

    outras do gnero. As listas telefnicas, com suasPginas Amarelas,

    constituem a forma mais primria de diretrio, mas atualmente

    uma grande variedade de diretrios tem sido publicada, cobrindoorganizaes de reas especficas, com diversas opes de for

    matos e com informaes detalhadas sobre as organizaes que

    incluem. Como exemplos temos: oGuia dos Museus Brasileiros,

    publicado em 1997 pela Comisso de Patrimnio Cultural da

    Universidade de So Paulo (USP); oGuia de Bibliotecas de Instituies

    Brasileiras de Ensino Superior,produzido pelo Sistema de Bibliotecas

    e Informao da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),

    em disquete.

    Existem grandes empresas especializadas na produo de

    diretrios, atuando na rea h muitos anos, como o Gale Group,

    a Dunn & Bradstreet e a Europa Publications, que oferecem seus

    produtos em vrias opes: impressos, em CD-ROM ou online.

    Essas empresas possuem enormes bases de dados com informaes

    sobre milhes de organizaes e divulgam e tornam disponveis

    seus produtos em stios na Internet.

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    36/128

    Para identificao de diretrios, a fonte mais conhecida o

    Directories in Print, publicada pelo Gale Group =, que, na sua

    17a edio de 1999, rene dados sobre mais de 15 mil diretrioscientficos, profissionais e comerciais de diferentes reas, no mun

    do inteiro, com nfase para os Estados Unidos.

    A natureza mutante das informaes sobre organizaes torna,

    neste caso, a Internet a fonte mais adequada para buscas. Muitas

    organizaes tm seu prprio stio, e esta uma boa opo para

    se obter informaes sobre organizaes que j foram identificadas

    e que esto presentes na rede. O importante verificar a correo

    das informaes, garantida pela data de atualizao do stio.

    2.4 ORGANIZAES COMERCIAIS

    Organizaes comerciais so aquelas que trabalham com

    finalidade de lucro. Podem ser empresas industriais que fabricamprodutos ou organizaes que prestam servios.

    Uma fonte tradicional para identificao desse tipo de organi

    zao so asPginas Amarelasdas listas telefnicas que relacionam

    as empresas pelo produto ou servio que oferecem, indicando

    simplesmente seu endereo e telefone. Fontes mais sofisticadas

    so as publicaes da Dunn & Bradstreet, empresa multinacionalespecializada em informao sobre empresas e que produz uma

    srie de diretrios com a finalidade de atender a diferentes necessi

    dades de informao. O stio da Dunn & Bradstreet na Internet ^

    lista seus produtos e servios e informa que a base de dados da

    empresa contm informaes sobre mais de 53 milhes de compa

    nhias pblicas e privadas do mundo todo.

    Informaes sobre organizaes comerciais brasileiras na

    Internet podem ser encontradas em stios tais como o Brazilian

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    37/128

    Business Connection"*, produzido pelo Grupo Quattro Digital Media,

    que tem como objetivo informar sobre a presena de empresasbrasileiras na Internet.

    2.5 ORGANIZAES EDUCACIONAIS E DE PESQUISA

    Universidades, centros ou institutos de pesquisa, bibliotecas,

    arquivos, museus e academias podem ser excelentes fontes de

    informao, pois produzem um grande volume de documentos

    tcnicos em suas especialidades (ver, por exemplo, o Captulo 9:

    Teses e Dissertaes).

    A fonte mais tradicional para a identificao dessas organi

    zaes o diretrio The World ofLearning, editado anualmente

    desde 1950 pela Europa Publications ~, tendo atingido em 1999

    sua 49aedio. Tem cobertura mundial e organizado por pas,

    contendo um ndice de organizaes. A editora americana Gale

    tem tambm uma longa tradio na publicao de diretrios e

    produz alguns dos mais conhecidos, como, por exemplo, o

    Associations Unimited,disponvelonlinee que d informaes sobre

    cerca de quinhentas mil organizaes no lucrativas no mundo

    inteiro.

    No Brasil, oAnurio Brasileiro de Educao, publicado em

    disquete em 1999, contm informaes sobre cerca de mil insti

    tuies brasileiras de ensino superior.

    A identificao de organizaes educacionais e de pesquisa

    brasileiras via Internet pode ser feita atravs do Prossiga, que

    constitui uma boa fonte para essas organizaes, apresentando

    diretrios como, por exemplo,Universidades e Programas de Ps-

    GraduaoeInstitutos de Pesquisa, Centros, Fundaes e Laboratrios

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    38/128

    de P & De doUniversities.com s>,stio que incluilinkspra home

    pagesde milhares de universidades e escolas do mundo todo.

    2.6 ORGANIZAES GOVERNAMENTAIS

    As organizaes ligadas ao governo em todos os nveis

    costumam publicar muitos documentos de interesse do cidado.

    O papel dessas organizaes como produtoras de informao

    ser estudado no Captulo 8: Publicaes Governamentais.

    2.7 ORGANIZAES PROFISSIONAIS E SOCIEDADES CIENTFICAS

    As organizaes profissionais so criadas com a finalidade

    de estimular o aperfeioamento de determinada classe profissional.

    So mantidas atravs de contribuies dos scios e no tm fins

    lucrativos, embora costumem cobrar pelos produtos que oferecem,

    que consistem geralmente de documentos resultantes de eventos

    que organizam.

    As sociedades cientficas tm uma caracterstica que as dis

    tingue das associaes profissionais, que o fato de seu foco de

    interesse ser normalmente uma rea do conhecimento e no uma

    classe profissional. Tm origem no sculo XII, quando a comunicaocientfica passou a ter importncia fundamental no desenvolvimento

    da cincia. O principal veculo para essa comunicao eram as socie

    dades cientficas, cujos membros se reuniam periodicamente para

    discutir os resultados de suas pesquisas, estabelecer contatos,

    trocar ideias. Muitas sociedades estabeleceram programas de pu

    blicaes editando peridicos especializados e anais dos encontrosque realizavam. O papel das sociedades cientficas continua basica

    mente o mesmo e, atualmente, alm das atividades j mencionadas,

    http://universities.com/http://universities.com/
  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    39/128

    elas so as interlocutoras das comunidades cientficas que representam

    junto s agncias financiadoras de pesquisa.Na identificao de associaes profissionais e de sociedades

    cientficas pode-se utilizar o diretrio The World of Learning, j

    mencionado, que cobre tambm essas organizaes em mbito

    mundial, alm doResearch Centers and Services Directories,produzido

    pela conhecida editora Gale e que lista aproximadamente 30 mil

    organizaes de pesquisa governamentais, acadmicas e independentes no lucrativas. Na Internet encontram-se inmeros stios

    que possibilitam sua identificao. Scientific Organizations and

    Associations~ eScientific Societies ~&so alguns exemplos. Para enti

    dades brasileiras pode-se consultar o stioSociedades e Associaes

    Cientficas e Tecnolgicas,atravs dahome pagedo Instituto Brasileiro

    de Informao em Cincia e Tecnologia (IBICT) * e doUniversities.com " que inclui linkspara stios de universidades do

    mundo inteiro.

    2.8 ORGANIZAES INTERNACIONAIS

    Muitas organizaes internacionais foram criadas para promover a colaborao entre os Estados membros, eliminando

    conflitos e estabelecendo esquemas de cooperao entre eles.

    So organizaes intergovernamentais baseadas em acordos ou tra

    tados formais, firmados entre os governos dos pases membros.

    Constituem importante instrumento de relaes internacionais e

    atuam em diferentes setores. A Organizao das Naes Unidas

    (ONU) *^ a maior e mais conhecida dessas organizaes. Surgiu

    em 1945, substituindo a Liga das Naes, com o objetivo de

    resolver pacificamente as questes internacionais e de promover

    http://universities.com/http://universities.com/
  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    40/128

    o desenvolvimento econmico e social dos povos. E formada

    por inmeras agncias que cobrem os mais variados assuntos,

    incluindo, entre outros, alimentao (Food and AgricultureOrganization, FAO), sade (Organizao Mundial da Sade, OMS),

    educao e cultura (Organizao das Naes Unidas para a Edu

    cao, Cincia e Cultura, UNESCO).

    Outra categoria de organizao internacional aquela que

    congrega pessoas e entidades particulares de vrios pases, sendo

    mantidas por contribuies de seus associados, com a finalidadede promover atividades em determinado setor cujos interesses

    extrapolam as fronteiras de um pas. o caso da Organizao

    Internacional de Normalizao (ISO) ", que desenvolve atividades

    de normalizao tcnica que vo afetar todas as naes industria

    lizadas e em processo de industrializao. Outro exemplo a

    Federao Internacional de Associaes e Instituies Bibliotecrias(IFLA) "S5, que congrega pessoas e associaes do mundo inteiro

    interessadas no aperfeioamento das bibliotecas e das questes

    da biblioteconomia.

    As organizaes internacionais constituem fontes de infor

    mao importantes, dada a variedade de suas atividades que cobrem

    os mais diversos assuntos e a quantidade de materiais que publicam. difcil calcular a quantidade de documentos publicados pelas orga

    nizaes internacionais, mas sabe-se que eles so produzidos em

    grande nmero, resultantes das atividades tpicas dessas organizaes,

    ou seja, estudos, encontros, conferncias, pesquisas, trabalhos de

    campo, dentre outros. Essa documentao produzida para agilizar

    a participao dos membros, sejam eles governos ou indivduos notrabalho da organizao. O uso dessa documentao por pessoas no

    pertencentes instituiono est previsto.Assim, o conhecimento

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    41/128

    da estrutura e das atividades das organizaes internacionais

    fundamental para quem deseja obter seus documentos. Analisando

    documentos das organizaes intergovernamentais, WILLIAMS

    (1989) observa que, devido diversidade do seu tamanho e a

    abrangncia de suas responsabilidades, a natureza e a qualidade

    dos documentos que essas organizaes geram tambm so bastante

    diversificadas. O autor identifica os seguintes tipos de documentos

    e sistema de informao das organizaes intergovernamentais:

    publicaes para distribuio externa

    So documentos disponveis para venda ou para distribuio

    gratuita ao pblico externo. Podem variar em formato e

    em nmero de cpias e serem adquiridos na prpria organi

    zao ou em distribuidores autorizados. Esses documentos

    podem, inclusive, ser publicados por editoras comerciaisprivadas;

    documentos internos

    So geralmente acessveis apenas aos funcionrios e aos

    governos membros da organizao. Podem estar listados

    em bibliografias, catlogos ou ndices publicados pela organi

    zao, com indicaes tais comodistribuio limitada, restrito

    oupara uso interno.Pessoas interessadas nesse tipo de docu

    mento podem contatar diretamente o setor que o produziu

    ou o representante do seu governo naquela organizao;

    documentos de arquivo

    So quaisquer documentos produzidos pela organizao,mantidos permanentemente nos seus arquivos, para fins

    administrativos ou histricos. O acesso a esses documentos

    depende de critrios estabelecidos pela organizao;

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    42/128

    bibliotecas/centros de informao

    Quase todas as organizaes internacionais mantm biblio

    tecas ou centros de informao, e seus servios esto, geralmente, disponveis ao pblico externo. A biblioteca da ONU,

    em Nova Iorque, por exemplo, fornece uma srie de servios

    aos usurios externos, alm de elaborar ndices e outros

    instrumentos bibliogrficos para acesso documentao da

    organizao;

    redes de informao

    A abrangncia de suas atividades, bem como o grande volume

    de material sobre assuntos de seus interesses, tem levado

    algumas organizaes intergovernamentais a criar redes sofis

    ticadas de informao. Esses sistemas algumas vezes em

    cooperao com outras organizaes colecionam, resu

    mem, indexam e disseminam informaes sobre os assuntos

    de interesse da organizao e so de grande utilidade paraa

    comunidade cientfica. Um exemplo desses sistemas o

    International Nuclear Information System (INIS) da International

    Atomic Energy Agency (IAEA).

    Essas categorias de documentos e recursos informacionais

    l io, de maneira geral, comuns s organizaes internacionais,

    l imborapossam variar em termos de acessibilidade de umaorga

    nizaopara a outra.

    A entidade que congrega as organizaes internacionais, a

    Union of International Associatons (UIA), publica, j h algum

    tempo,oYearbook of International Organizations,j na 34a

    ediom 1997. O stio da UIA "* na Internet contm links para um

    nmero enorme de organizaes internacionais, facilitando sua

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    43/128

    identificao e proporcionando o acesso a informaes sobre as

    mesmas. Nos stios dessas organizaes possvel encontrar as

    ltimas novidades sobre suas atividades (eventos, programas, ser

    vios de informao, publicaes, quadro de associados etc), alm

    de links para stios de outras organizaes e documentos muitas

    vezes em texto completo que podem ser de grande interesse.

    2.9 AsONGsOrganizao No Governamental ou ONG o termo usado

    internacionalmente para designar organizaes que realizam tra

    balhos voltados para o bem pblico, sem ligao com o Estado e

    sem compromisso com as polticas oficiais. O termo foi criado na

    dcada de 40 pela ONU que reconheceu a importncia dessas

    organizaes como representantes da sociedade civil participativa.

    Embora a concepo original da ONG suponha sua inde

    pendncia poltica, muitas delas tm ligaes com os governos

    de seus pases (como o casp das ONGs na Sucia, que so

    financiadas pelo Estado) e com organizaes internacionais (isto

    acontece com algumas que mantm relaes oficiais com a ONU,

    atuando como membros do seu Conselho Econmico e Social e

    servindo como porta-vozes de outras).

    As ONGs surgiram no bojo dos movimentos sociais que

    buscavam o reconhecimento dos direitos de setores excludos

    ou discriminados. A questo ecolgica, em evidncia a partir do

    incio da dcada de 90, tambm se constituiu num propulsor para

    a criao de ONGs.

    No Brasil, as primeiras ONGs surgiram na dcada de 60 como

    uma reao ao regime militar, voltadas para a defesa de presos

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    44/128

    polticos e para a anistia de exilados. A busca do reconhecimento

    dos direitos sade, educao, moradia etc. dos setores sociais

    excludos foi o fator que levou ao aparecimento de muitas hojeatuantes. Aquelas dedicadas s causas ecolgicas tambm existem

    em grande nmero. Das cinco mil que se estimavam haver no Pas, na

    dcada de 90, cerca de 40% eram voltadas a questes ecolgicas.

    A democratizao da sociedade brasileira na dcada de 90

    refora o papel das ONGs como promotoras da cidadania e sua

    busca de articulao com outras instituies que lutam por umasociedade democrtica, ampliando o espao das pessoas que, cada

    vez mais, tm interesse em participar das solues dos problemas

    coletivos.

    A identificao de ONGs pode ser feita nas mesmas fontes

    utilizadas para identificar organizaes internacionais, pois muitas

    delas atuam nesse nvel. As brasileiras se congregam em torno daAssociao Brasileira de ONGs (ABONG) e podem ser

    identificadas a partir de stios mantidos por determinadasONGs

    na Internet, que fazem linkspara organizaes congneres. o

    caso do OCARA "*\ stio que promove o intercmbio de infor

    maes e experincias entre ONGs, associaes e movimentos

    populares, indicandolinkspara vrias das organizaes brasileiras.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BAVA, Silvio Caceia. As ONGs e as polticas pblicas na construo do estado

    democrtico.Revista do Servio Pblico,v. 18, n.3, p.97-100, 1994.

    FERREIRA, Meireluce da Silva, MUSSI, Raimundo Nonato Fialho. Organismosinternacionais para cincia e tecnologia.Cincia da Informao,v. 17, n.2,

    p.93-97, 1988.

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    45/128

    KOMOROWSKI, Walter J. An analysis of United Nations serial publishing patterns

    and practices.The Seriais Librarian,v. 16, n. 112,p.205-223, 1989.

    MONTALLI, Ktia Maria Lemos, CAMPELLO, Bemadete Santos. Fontes de infor

    mao sobre companhias e produtos industriais: uma reviso de literatura.

    Cincia da Informao,v.26, n.3, p.321-326, 1997.

    RIOS, Jos Arthur. Organizaes. In: DICIONRIO de cincias sociais. Rio de

    Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1986. p.848-850.

    WILLIAMS, Robert V. Using the information resources of the global village: the

    information systems of international intergovemmental organizations.Special

    Libraries, v.80, n.l, p.l-8, 1989.

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    46/128

    PESQUISAS EM ANDAMENTO

    BERNADETE SANTOS CAMPELLO

    O ritmo acelerado em que as mudanas cientficas etecnolgicas ocorrem atualmente faz com que muitos dos resul

    tados de pesquisa divulgados nos canais formais de comunicao

    (peridicos e livros, principalmente) j estejam ultrapassados quando

    so publicados. Isso mais evidente ainda no que se refere

    tecnologia e desenvolvimento industrial, quando o produto desen

    volvido hoje torna-se obsoleto amanh.A morosidade de publicao do peridico cientfico, que

    ainda o principal veculo de divulgao da pesquisa em muitas

    reas do conhecimento, tem levado ao aparecimento de formas

    alternativas de divulgao, sendo a mais recente delas a publicao

    eletrnica (ver Captulo 5: O Peridico Cientfico). A comunicao

    entre pesquisadores, atravs de correio eletrnico e de listas dediscusso, via Internet, tambm vem possibilitando uma maior

    rapidez no processo de divulgao da cincia (ver Captulo 4:

    Encontros Cientficos).

    Outras tentativas, que tm contribudo para agilizar o processo

    formal de comunicao cientfica, incluem o lanamento de revistas

    destinadas exclusivamente publicao de resultados parciais de

    pesquisas e o uso de relatrios tcnicos como veculo de relatos de

    pesquisa. No entanto, o ritmo em que a cincia e a tecnologia tm

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    47/128

    evoludo exige mais do que a agilizao dos meios de comunicao

    formais, pressionando os pesquisadores a tomar conhecimento

    do que est sendo pesquisado antes que os resultados atinjam a

    fase de divulgao formal, ou seja, h uma demanda crescente

    por informaes sobre pesquisas em andamento.

    Embora em algumas circunstncias seja necessria a realizao

    de pesquisas sobre um mesmo tema por vrios cientistas, como no

    caso das investigaes sobre AIDS, a maioria dos pesquisadoresdeseja empreender trabalhos inditos e originais. Isto ocorre princi

    palmente na rea acadmica, onde o candidato obteno do grau

    de doutor obrigado a desenvolver pesquisa original como requi

    sito obteno do ttulo.

    H tambm uma grande preocupao por parte dos rgos

    financiadores da pesquisa em divulgar amplamente os trabalhos queesto financiando, de maneira a evitar pesquisas desnecessariamente

    repetitivas, aproveitando melhor os recursos financeiros, geralmente

    escassos.

    3.1 FONTES PARA IDENTIFICAO

    A forma mais comum pela qual um pesquisador toma conheci

    mento das pesquisas que seus colegas esto realizando atravs

    do contato pessoal. Essa prtica ocorre com intensidade na vida

    de cientistas, que mantm conversas frequentes com colegas da

    mesma rea, atravs de telefonemas ou correio eletrnico, por

    ocasio da realizao de eventos como congressos ou seminrios,ou quando se renem em bancas de avaliao de teses e disser

    taes e de concursos docentes. Entretanto, para a maioria dos

    pesquisadores necessrio recorrer a fontes formais, uma vez

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    48/128

    que as oportunidades de contato pessoal com seus pares podem

    ser restritas.

    Instituies, tais como universidades, institutos e centrosde pesquisa e desenvolvimento geralmente divulgam os traba

    lhos que esto sendo realizados por suas equipes atravs de suas

    prprias publicaes: boletins, revistas, jornais ou mesmo listas

    elaboradas especialmente para dar conhecimento de sua produo

    cientfica. Mas essas iniciativas tm utilidade bastante limitada por

    fornecer informaes dispersas e fragmentadas. A natureza passageira desse tipo de informao, que exige atualizao constante,

    sempre foi um empecilho para que as fontes impressas se consti

    tussem em instrumentos adequados para identificao de pes

    quisas em andamento. Nesse sentido, a Internet provocou um

    grande impacto na rea cientfica, ao possibilitar a divulgao dessas

    pesquisas em dois nveis: atravs do correio eletrnico, facilita oscontatos pessoais entre pesquisadores e, atravs das listas de

    discusso, dos stios de instituies de pesquisa e de servios

    especficos para este fim, possibilita o acesso formal aos dados

    que tm uma atualizao mais garantida.

    As entidades financiadoras de pesquisa, geralmente rgos

    governamentais ou fundaes, tm interesse em divulgar informaes sobre as pesquisas que financiam (no os resultados pro

    priamente ditos) e mantm bases de dados que constituem uma

    excelente fonte para identificao de pesquisas em andamento.

    AFederal Research in Progress Database(FEDRJP) um exemplo.

    Mantida pelo governo americano e disponvel atravs de provedores

    comerciais, uma enorme base de dados sobre projetos financiadospelo governo federal dos Estados Unidos, incluindo ttulo do projeto,

    data de incio da pesquisa, data provvel do trmino, pesquisador

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    49/128

    principal, instituio onde se realiza a pesquisa, resumo da pesquisa

    e relatrio do seu andamento (esses dados podem variar, depen

    dendo da origem da informao). A FEDRIP substituiu em parte afuno exercida pela Smithsonian Scientific Information Exchange

    (SSIE), servio especializado em divulgar pesquisas em andamento

    e que funcionou desde 1949, incluindo, inicialmente, apenas pes

    quisas desenvolvidas na rea de medicina. Atualmente, a FEDRIP

    cobre as reas de cincias fsicas, engenharia e cincias da vida.

    um servio que cobrado e pode ser obtido atravs do National

    Technical Information Service (NTIS) .

    Existem bases de dados que cobrem determinado assunto,

    como, por exemplo, aBlOtechnical REsearch Projects in the European

    Cbmmun/y (BIOREP) e aAGricuttural REsearch Projects in the European

    Community(AGREP); como seus prprios nomes indicam, abrangem

    projetos no mbito da Unio Europeia. Universidades e centros de

    pesquisa costumam manter listas de pesquisas em andamento.

    Essas listas encontram-se dispersas na Internet e so teis apenas

    quando o usurio j identificou as instituies que deseja consultar;

    para buscas por assunto elas so bastante inadequadas. Outra

    opo para identificao de pesquisas em andamento so osdiretrios de pesquisadores. H na Internet um stio que rene

    esses diretrios: oDirectores ofScientists on the WWWfrom Micro

    World=. Nesse caso a busca feita pelo nome do pesquisador,

    sendo necessrio identific-lo para fazer contato e, ento, obter

    dados sobre seu projeto.

    No Brasil, a fonte mais abrangente oDiretrio dos Gruposde Pesquisa no Brasil, criado pelo Conselho Nacional de Desen

    volvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) em 1992. As infor

    maes a respeito esto disponveis gratuitamente na Internet

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    50/128

    atravs do Prossiga "&e incluem o nome do grupo, pesquisadores

    participantes, linhas de pesquisas em andamento, produo cien

    tfica e tecnolgica e publicaes. O Diretrio representa a novafilosofia de divulgao de dados do CNPq, que passa a trabalhar

    no mais com base nos projetos de pesquisa, mas nos grupos de

    pesquisadores existentes em universidades, instituies isoladas

    de ensino superior, institutos de pesquisa cientfica e tecnolgica,

    laboratrios e organizaes no governamentais com atuao em

    pesquisa. Os dados so fornecidos pelas prprias instituies depesquisa atravs de levantamentos realizados a cada dois anos.

    O esforo do CNPq em sistematizar e divulgar dados de

    pesquisas em andamento teve incio em 1968, com a publicao

    Pesquisas em Processo no Brasil,que teve mais duas edies, em

    1969 e 1970. Em 1976, foi criado o Sistema em Linha de Acompa

    nhamento de Projetos (SELAP) com a finalidade de acompanharprogramas, projetos e outras atividades do II Plano Bsico de

    Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico. O SELAP, projetado

    para constituir um sistema de informaes para gerncia de ativi

    dades em cincia e tecnologia, era tambm uma fonte de infor

    maes para pesquisas em andamento, mas as dificuldades rela

    cionadas coleta de dados e atualizao das publicaes levou sua desativao.

    Alguns peridicos especializados costumam apresentar not

    cias de pesquisas em andamento em suas sees de notas prvias.

    Existem tambm peridicos dedicados exclusivamente publicao

    de resultados parciais de pesquisas: so os chamadosletters journals

    (ver Captulo 5: O Peridico Cientfico). Essas publicaes surgiram especificamente para atender necessidade que os pesquisa

    dores tm de garantir a prioridade de suas descobertas e ideias

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    51/128

    o que s ocorre a partir do momento em que essa descoberta

    divulgada , mas podem ser uma fonte importante para identifi

    cao de pesquisas em andamento. Durante algum tempo, essetipo de peridico gerou polmica entre os pesquisadores: muitos

    consideravam que a pesquisa s deveria ser divulgada aps ter

    sido finalizada e que os resultados deveriam ser publicados como

    relatos completos, avaliados pelas comisses editoriais dos peri

    dicos aos quais fossem submetidos. Acrtica feita aosletters journals

    baseava-se no argumento de que a avaliao dos resultados parciaisno seria suficiente para garantir a qualidade e a seriedade da

    pesquisa. As crticas, entretanto, no foram suficientes para evitar

    o aparecimento de tais publicaes e, atualmente, existe um nmero

    significativo delas em todas as reas do conhecimento, principalmente

    naquelas em que a publicao a garantia de prioridade da ideia.

    Exemplos desse tipo de publicao so Letters in Mathematical

    PhysicseMaterials Letters.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS -

    FREEMAN, Robert R. Current research information in the USA. Journal of

    Information Science,v.20, n.5, p.356-362, 1994.

    LANCASTER, F. W. Acessibilidade da informao na pesquisa cientfica em processo.

    Cincia da Informao,v.4, n.2, p. 109-117, 1975.

    SAMAHA, E. La informacin sobre las investigaciones em curso de realizacin.

    Boletin de la Unesco para las Bibliotecas, v.32, n.5, p.347-357, 1978.

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    52/128

    f f

    ENCONTROS CIENTFICOS

    BERNADETE SANTOS CAMPELLO

    A pesquisa cientfica um processo complexo, e durante

    sua execuo o pesquisador assume diversas funes: a de lder

    de equipe, a de captador de recursos, a de comunicador, dentre

    outras. A funo de comunicador de fundamental importncia

    nesse processo, pois o pesquisador precisa estar constantemente

    atualizado em relao aos avanos de sua rea, inteirando-se do

    que outros cientistas esto fazendo e, por outro lado, mostrando

    o que ele prprio est realizando, como forma de ter seu trabalho

    avaliado pelos seus pares e de garantir a prioridade de suas desco

    bertas.

    4.1 CONTATOS PESSOAIS E ELETRNICOS

    O processo de comunicao cientfica tem sido objeto de

    inmeros estudos que abordam tanto a comunicao formal, que

    ocorre atravs da literatura, quanto a comunicao que acontece

    informalmente, por meio de contatos pessoais. Esses estudos

    indicam que os contatos pessoais individuais face a face, por

    correspondncia, telefone e, hoje, cada vez mais frequentemente,

    atravs de correio eletrnico so comuns no processo decomunicao e ocorrem sempre entre os membros de determinada

    comunidade cientfica.

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    53/128

    Outra possibilidade de contatos pessoais entre pesquisadores

    so os encontros ou eventos que renem, em um nico local,

    nmero significativo de membros de uma comunidade cientfica,ampliando a comunicao pessoal, na medida em que permitem troca

    de informaes de maneira intensa, envolvendo maior nmero

    de pessoas.

    A grande quantidade de eventos de carter cientfico que

    ocorrem atualmente em todas as reas do conhecimento mostra

    que o encontro pessoal ainda uma forma de comunicao que

    muito agrada aos cientistas e pesquisadores. Mesmo com as novas

    possibilidades trazidas pela tecnologia, como, por exemplo, as

    teleconferncias e as listas de discusso via correio eletrnico,

    que permitem a comunicao rpida e a baixo custo, os encontros

    continuam a ocorrer com frequncia, reunindo os membros deuma comunidade cientfica e/ou tcnica para exporem e discutirem

    seus trabalhos, envolvendo-os num processo de avaliao que

    constitui o cerne da atividade de pesquisa.

    A apresentao de trabalhos em encontros constitui a opor

    tunidade que o pesquisador tem de ver seu trabalho avaliado pelos

    pares ou colegas, de forma mais ampla, diferentemente do queocorre, por exemplo, quando submete um artigo a um peridico

    cientfico que avaliado por uma comisso editorial composta

    por um nmero restrito de membros e que, normalmente, demora

    meses para completar o trabalho de julgamento. A apresentao

    oral do trabalho no encontro tem a vantagem de possibilitar que

    crticas e sugestes sejam feitas na hora, de forma a permitir uma

    retroalimentao instantnea, podendo envolver vrios pontos

    de vista. A possibilidade de se comunicar pessoalmente com seus

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    54/128

    pares de fundamental importncia para o cientista, constituindo

    uma das maiores motivaes para seu comparecimento a eventos,

    e a impossibilidade de participar pode trazer uma sensao deisolamento e frustrao.

    Esse processo tradicional de comunicao cientfica poder,

    aos poucos, ser substitudo pelos encontros eletrnicos possibi

    litados pela tecnologia de redes. Em primeiro lugar, sabe-se que

    o volume de comunicao via listas de discusso na Internet est

    aumentando significativamente no mbito da cincia. Algumasvantagens desse tipo de comunicao j so visveis e podem ser

    assim resumidas: possibilidade de acesso informal a um nmero

    enorme de informaes, interao facilitada e rpida com os pares,

    permitindo compartilhar ideias, obter uma variedade de sugestes

    e crticas e oportunidade de descobrir pesquisadores com os

    mesmos interesses. Alm disso, existem outras vantagens da chamada comunicao mediada por computador(computer mediated

    communication) sobre os meios tradicionais de comunicao: o

    receptor no precisa estar no local na hora em que a mensagem

    est sendo transmitida, e essa pode ser transmitida a qualquer

    hora, independentemente de fuso horrio; no h o domnio da

    discusso por um nmero pequeno de indivduos, tendo todosos participantes, at os mais tmidos, a mesma oportunidade de

    expor suas ideias; h o nivelamento dos participantes em termos de

    titulao, pois a nica identificao usada o nome da instituio; e,

    finalmente, h tempo suficiente para preparar os comentrios.

    O processo de participao em listas de discusso, via correio

    eletrnico, parecido com o que ocorre em encontros pessoais:

    sendo a utilizao da linguagem cada vez mais informal nesse meio,

    a comunicao assemelha-se apresentao de um trabalho em

  • 7/21/2019 CAMPELLO, B. S.; CENDN, B. v.; KREMER, J. M. (Org.). Fontes de Informao Para Pesquisadores e Profissionais.

    55/128

    evento; um meio de comunicao escrita que reproduz a

    espontaneidade e a flexibilidade da conversao verbal. Essa

    informalidade, embora benfica no sentido de facilitar e agilizar a

    comunicao, traz problemas no que diz respeito s citaes, que

    constituem um mecanismo essencial no processo de criao cien

    tfica e que no podem ser ignoradas. Nas listas de discusso, as

    citaes ao material existente na prpria rede carecem de maior

    normalizao por estarem ainda incipientes as tentativas de padroni

    zao, e as citaes ao material bibliogrfico tradicional (peridicos,

    livros etc.) so falhas, dificultando a recuperao.

    H uma poltica de auto-regulao que previne falhas nas dis

    cusses, tais como afastar-se do tpico do debate, fazer comentrios

    de natureza pessoal e chamar ateno utilizando-se de recursos

    como pontos de exclamao ou maisculas. De qualquer forma, o

    papel do mediador ou dono da lista o de intervir para evitar

    estes problemas, podendo tomar conhecimento das mensagens

    antes de divulg-las. No h preocupao em fazer a sntese da

    discusso, e isso tambm aproxima a lista de discusso da comu

    nicao verbal. Tudo indi