CAMÕES ÉPICO

49
CAMÕES ÉPICO LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA 1ª. ANOS – ENSINO MÉDIO – III TRIMESTRE PROFA. KARLA MASCARENHAS REVISÃO

description

CAMÕES ÉPICO. LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA 1ª. Anos – ENSINO MÉDIO – III TRIMESTRE Profa. Karla Mascarenhas REVISÃO. OS LUSÍADAS. É Composto de 10 cantos – capítulos; 1102 estrofes de 8 versos decassílabos, com rima abababcc. - PowerPoint PPT Presentation

Transcript of CAMÕES ÉPICO

Page 1: CAMÕES ÉPICO

CAMÕES ÉPICOLÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA1ª. ANOS – ENSINO MÉDIO – III TRIMESTREPROFA. KARLA MASCARENHASREVISÃO

Page 2: CAMÕES ÉPICO

OS LUSÍADAS

Page 3: CAMÕES ÉPICO

É Composto de • 10 cantos – capítulos;

• 1102 estrofes de 8 versos decassílabos,

• com rima abababcc

Page 4: CAMÕES ÉPICO
Page 5: CAMÕES ÉPICO

Camões pretendia traduzir em Os Lusíadas toda a história do povo português

Page 6: CAMÕES ÉPICO

e suas grandes conquistas, tomando como motivo central, a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama.

Page 7: CAMÕES ÉPICO
Page 8: CAMÕES ÉPICO

PROPOSIÇÃOApresentação da matéria a ser cantada:

Os feitos dos navegadores portugueses, em especial os da esquadra de Vasco da Gama e a história do povo português.

Page 9: CAMÕES ÉPICO

• 1. Proposição (Canto 1, estrofes 1 a 3) –

As armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando, Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Page 10: CAMÕES ÉPICO

Cessem do sábio Grego e do TroianoAs navegações grandes que fizeram;Cale-se de Alexandro e de TrajanoA fama das vitórias que tiveram;Que eu canto o peito ilustre Lusitano,A quem Neptuno e Marte obedeceram.Cesse tudo o que a Musa antiga canta,Que outro valor mais alto se alevanta.

Page 11: CAMÕES ÉPICO

INVOCAÇÃOO poeta invoca o auxílio das musas do Tejo, as Tágides, que irão inspirá-lo na composição da obra:

Page 12: CAMÕES ÉPICO

E vós, Tágides minhas, pois criadoTendes em mi um novo engenho ardente,Se sempre em verso humilde celebradoFoi de mi vosso rio alegremente,Dai-me agora um som alto e sublimado,Um estilo grandíloco e corrente,Por que de vossas águas Febo ordeneQue não tenham enveja às de Hipocrene.

Dai-me üa fúria grande e sonorosa,E não de agreste avena ou frauta ruda,Mas de tuba canora e belicosa,Que o peito acende e a cor ao gesto muda;Dai-me igual canto aos feitos da famosaGente vossa, que a Marte tanto ajuda;Que se espalhe e se cante no universo,Se tão sublime preço cabe em verso.

Page 13: CAMÕES ÉPICO

DEDICATÓRIAO poema é dedicado ao rei D. Sebastião, visto

como a esperança de propagação da fé católica e continuação das grandes

conquistas portuguesas pelo mundo.

Page 14: CAMÕES ÉPICO

Vós, tenro e novo ramo florecenteDe üa árvore, de Cristo mais amadaQue nenhü a nascida no Ocidente,Cesárea ou Cristianíssima chamada(Vede-o no vosso escudo, que presenteVos amostra a vitória já passada,Na qual vos deu por armas e deixouAs que Ele pera si na Cruz tomou);

Vós, poderoso Rei, cujo alto ImpérioO Sol, logo em nascendo, vê primeiro,Vê-o também no meio do Hemisfério,E quando dece o deixa derradeiro;Vós, que esperamos jugo e vitupérioDo torpe Ismaelita cavaleiro,Do Turco Oriental e do GentioQue inda bebe o licor do santo Rio:

Page 15: CAMÕES ÉPICO

NARRAÇÃOA viagem de Vasco da Gama e as glórias da

história heroica portuguesa – Canto I, estrofe 19 a Canto X, estrofe 144

Page 16: CAMÕES ÉPICO

RESUMO:

Inicia-se em media res, Vasco da Gama e sua frota se dirigem para o Cabo da Boa Esperança, com o intuito de alcançarem a Índia pelo mar. Auxiliados pelos deuses do Olimpo, Vênus e Marte, e perseguidos por Baco e Netuno, os heróis lusitanos passam por diversas aventuras, sempre comprovando seu valor e fazendo prevalecer a fé cristã. Ao pararem em Melinde, ao atingirem Calicute, ou mesmo durante a viagem, os portugueses vão contando a história dos feitos heroicos de seu povo. Completada a viagem, são recompensados por Vênus com um momento de descanso e prazer na Ilha dos Amores, verdadeiro paraíso natural que em muito lembra a Idade do Ouro ou o Paraíso Terreal.

Page 17: CAMÕES ÉPICO

OS PLANOS DA EPOPEIA

Page 18: CAMÕES ÉPICO

O PLANO DOS DEUSES

- SAGRADO – DECIDEM O DESTINO DOS PORTUGUESES

O PLANO DOS HOMENS – PROFANO – ONDE A HISTÓRIA SE

DESENROLA- A VIAGEM DA ESQUADRA DE

VASCO DA GAMA E SUAS AVETURAS

Page 19: CAMÕES ÉPICO

Quando os Deuses no Olimpo luminoso,Onde o governo está da humana gente,Se ajuntam em consílio glorioso,Sobre as cousas futuras do Oriente.Pisando o cristalino Céu fermoso,Vêm pela Via Láctea juntamente,Convocados, da parte de Tonante,Pelo neto gentil do velho Atlante.(...)

Estas palavras Júpiter dizia,Quando os Deuses, por ordem respondendo,Na sentença um do outro diferia,Razões diversas dando e recebendo.O padre Baco ali não consentiaNo que Júpiter disse, conhecendoQue esquecerão seus feitos no OrienteSe lá passar a Lusitana gente.

Page 20: CAMÕES ÉPICO

Já no largo Oceano navegavam,As inquietas ondas apartando;Os ventos brandamente respiravam,Das naus as velas côncavas inchando;Da branca escuma os mares se mostravamCobertos, onde as proas vão cortandoAs marítimas águas consagradas,Que do gado de Próteu são cortadas,

Page 21: CAMÕES ÉPICO

OS NARRADORES DA HISTÓRIA

Page 22: CAMÕES ÉPICO

RELATO DE VASCO DA

GAMARELATO DE

VELOSORELATO DE PAULO DA

GAMA

NARRAÇÃO DA VIAGEM DOS LUSÍADAS

Há três narrações distintas:Vasco da Gama relata a história de Portugal anteriores a ele, até a própria viagem que está sendo pano de fundo a história;Veloso narra o episódio dos 12 da Inglaterra;Paulo Gama, irmão de Vasco, explica o significado das figuras nas bandeiras hasteadas no navio ao catual e os feitos e heróis relacionados a elas.

Page 23: CAMÕES ÉPICO

EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO

CANTO III, estrofes 118 a 135

Page 24: CAMÕES ÉPICO
Page 25: CAMÕES ÉPICO

Resumo: Em Camões, a história da mulher que foi rainha depois de morta, Inês de Castro, a amada do herdeiro do trono de Portugal, é contada de forma fictícia, dando como culpado pela morte da dama o amor e não o pai do príncipe, D. Afonso IV (1291-1357). Nessa versão, este até quis desistir do assassinato mas o povo não permitiu.D.Pedro era casado e Inês de Castro era sua amante. Após a morte da esposa, D. Pedro negou-se a se casar novamente e passou a viver abertamente com Inês. Tiveram filhos, e esses, por motivos políticos, eram uma ameaça ao trono português, já que Inês era de origem castelhana e a influência de seus irmãos sobre o herdeiro era grande. Solução do rei: Matar a moça, o que se fez. As crônicas da época dizem que D. Pedro, quando se tornou rei de Portugal, declarou ter se casado em segredo com Inês e seus filhos perderam o estigma de bastardos, e Inês tornou-se rainha depois de morta. Segundo a tradição portuguesa, D.Pedro desenterrou o cadáver de Inês de Castro e a coroou rainha e fez seus algozes curvaram-se ante ela para depois dar-lhes uma morte cruel.

Page 26: CAMÕES ÉPICO

Passada esta tão próspera vitória,Tornado Afonso à Lusitana terra,A se lograr da paz com tanta glóriaQuanta soube ganhar na dura guerra,O caso triste, e dino da memóriaQue do sepulcro os homens desenterra,Aconteceu da mísera e mesquinhaQue depois de ser morta foi Rainha.

Tu só, tu, puro Amor, com força crua,Que os corações humanos tanto obriga,Deste causa à molesta morte sua,Como se fora pérfida inimiga.Se dizem, fero Amor, que a sede tuaNem com lágrimas tristes se mitiga,É porque queres, áspero e tirano,Tuas aras banhar em sangue humano.

Page 27: CAMÕES ÉPICO

De outras belas senhoras e PrincesasOs desejados tálamos enjeita, Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezasQuando um gesto suave te sujeita.Vendo estas namoradas estranhezas,O velho pai sesudo, que respeitaO murmurar do povo e a fantasia Do filho, que casar-se não queria,

Tirar Inês ao mundo determina,Por lhe tirar o filho que tem preso,Crendo co sangue só da morte indina Matar do firme amor o fogo aceso.Que furor consentiu que a espada fina Que pôde sustentar o grande pesoDo furor Mauro, fosse alevantadaContra ua fraca dama delicada?

Page 28: CAMÕES ÉPICO
Page 29: CAMÕES ÉPICO

Pera o céu cristalino alevantando,Com lágrimas, os olhos piedosos(Os olhos, porque as mãos lhe estava atandoUm dos duros ministros rigorosos);E depois nos mininos atentando,Que tão queridos tinha e tão mimosos,Cuja orfindade como mãe temia,Pera o avô cruel assim dizia:

-«Se já nas brutas feras, cuja mente Natura fez cruel de nascimento,E nas aves agrestes, que somenteNas rapinas aéreas têm o intento,Com pequenas crianças viu a gente Terem tão piadoso sentimentoComo com a mãe de Nino já mostraram,E cos irmãos que Roma edificaram:

Page 30: CAMÕES ÉPICO
Page 31: CAMÕES ÉPICO

Queria perdoar-lhe o Rei benino,Movido das palavras que o magoam;Mas o pertinaz povo e seu destino(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.Arrancam das espadas de aço fino Os que por bom tal feito ali apregoam.Contra ua dama, ó peitos carniceiros, Feros vos amostrais - e cavaleiros?

Não correu muito tempo que a vingançaNão visse Pedro das mortais feridas,Que, em tomando do Reino a governança, A tomou dos fugidos homicidas; Do outro Pedro cruíssimo os alcança, Que ambos, imigos das humanas vidas,O concerto fizeram, duro e injusto,Que com Lépido e António fez Augusto.

Page 32: CAMÕES ÉPICO

O EPISÓDIO DO VELHO DO RESTELO

CANTO IV, estrofes 90 a 104

Page 33: CAMÕES ÉPICO
Page 34: CAMÕES ÉPICO

RESUMO: No exato momento em que a Esquadra de Vasco da Gama parte de Portugal, do cais do Restelo, as pessoas que ali vieram vê-los partir – mães, esposas, filhos, pais - manifestam suas dores e futuros sofrimentos por causa daqueles que podem não voltar. É quando um senhor idoso dirige aos navegantes, em alta voz – e que foi claramente ouvida por eles - , algumas palavras sábias: o alto preço que esta empreitada iria custar, em vidas perdidas por causa da ambição, e da destemperança dos homens que desejam mais do que podem ter e não pensam nas consequências de seus atos. O Episódio do Velho do Restelo e o que ele diz serve de anticlímax ao tom otimista de todo o poema, que exalta os grandes feitos dos portugueses de então.

Page 35: CAMÕES ÉPICO

Mas um velho d'aspeito venerando, Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito:

—"Ó glória de mandar! Ó vã cobiça Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!

— "Mas ó tu, geração daquele insano, Cujo pecado e desobediência, Não somente do reino soberano Te pôs neste desterro e triste ausência, Mas inda doutro estado mais que humano Da quieta e da simples inocência, Idade d'ouro, tanto te privou, Que na de ferro e d'armas te deitou:

— "Já que nesta gostosa vaidade Tanto enlevas a leve fantasia, Já que à bruta crueza e feridade Puseste nome esforço e valentia, Já que prezas em tanta quantidades O desprezo da vida, que devia De ser sempre estimada, pois que já Temeu tanto perdê-la quem a dá:

Page 36: CAMÕES ÉPICO
Page 37: CAMÕES ÉPICO
Page 38: CAMÕES ÉPICO

RESUMO: Quando a esquadra de Vasco da Gama atinge o Cabo da Boa Esperança – confluência do Atlântico e do Índico - , o limite então do mundo conhecido na época das grande navegações, surge um monstro mitológico que se dirige a eles trazendo consigo uma grande tempestade que quase afunda os navios portugueses, ato que era de seu costume realizar contra qualquer embarcação que tentasse romper essa fronteira. Adamastor representa o último limite - bem como todos os perigos – que os portugueses enfrentaram e enfrentariam para alcançar o feito de chegar às Índias.

Page 39: CAMÕES ÉPICO

Porém já cinco sóis eram passadosQue dali nos partíramos, cortandoOs mares nunca doutrem navegados,Prosperamente os ventos assoprando,Quando uma noite, estando descuidadosNa cortadora proa vigiando,Uma nuvem, que os ares escurece,Sobre nossas cabeças aparece.

Não acabava, quando uma figuraSe nos mostra no ar, robusta e válida,De disforme e grandíssima estatura;O rosto carregado, a barba esquálida,Os olhos encovados, e a posturaMedonha e má e a cor terrena e pálida;Cheios de terra e crespos os cabelos,A boca negra, os dentes amarelos.

Page 40: CAMÕES ÉPICO

E disse: "Ó gente ousada, mais que quantasNo mundo cometeram grandes cousas,Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,E por trabalhos vãos nunca repousas,Pois os vedados términos quebrantasE navegar nos longos mares ousas,Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,Nunca arados d’estranho ou próprio lenho:

Pois vens ver os segredos escondidosDa natureza e do úmido elemento,A nenhum grande humano concedidosDe nobre ou de imortal merecimento,Ouve os danos de mi que apercebidosEstão a teu sobejo atrevimento,Por todo largo mar e pola terraQue inda hás de sojugar com dura guerra.

Eu sou aquele oculto e grande CaboA quem chamais vós outros Tormentório,Que nunca a Ptolomeu, Pompônio, Estrabo,Plínio e quantos passaram fui notório.Aqui toda a africana costa acaboNeste meu nunca visto promontório,Que pera o Pólo Antártico se estende,A quem vossa ousadia tanto ofende.

Page 41: CAMÕES ÉPICO

EPISÓDIO DA ILHA DOS AMORES

CANTO IX, 40 A 95

Page 42: CAMÕES ÉPICO
Page 43: CAMÕES ÉPICO

RESUMO: Depois de todos os sofrimentos e dificuldades pelos quais os navegantes portugueses passaram para chegar às Índias, Vênus, a protetora deles, ordena à Eros, seu filho, que crie uma ilha onde, como recompensa, os heróis devem descansar de suas aventuras e encontrar o amor. Nessa ilha cada um deles encontrará um par, uma ninfa, e deverá se esquecer de suas dores e provações.

Page 44: CAMÕES ÉPICO

«E pera isso queria que, feridas As filhas de Nereu no ponto fundo, D' amor dos Lusitanos incendidas Que vêm de descobrir o novo mundo, Todas nũa ilha juntas e subidas, (Ilha que nas entranhas do profundo Oceano terei aparelhada, De dões de Flora e Zéfiro adornada);

«Ali, com mil refrescos e manjares, Com vinhos odoríferos e rosas, Em cristalinos paços singulares, Fermosos leitos, e elas mais fermosas; Enfim, com mil deleites não vulgares, Os esperem as Ninfas amorosas, D' amor feridas, pera lhe entregarem Quanto delas os olhos cobiçarem.

Cortando vão as naus a larga via Do mar ingente pera a pátria amada, Desejando prover-se de água fria Pera a grande viagem prolongada, Quando, juntas, com súbita alegria, Houveram vista da Ilha namorada, Rompendo pelo céu a mãe fermosa De Menónio, suave e deleitosa.

«Sigamos estas Deusas e vejamos Se fantásticas são, se verdadeiras.»Isto dito, veloces mais que gamos, Se lançam a correr pelas ribeiras. Fugindo as Ninfas vão por entre os ramos, Mas, mais industriosas que ligeiras, Pouco e pouco, sorrindo e gritos dando, Se deixam ir dos galgos alcançando.

Page 45: CAMÕES ÉPICO

O CLÍMAXA MÁQUINA DO MUNDO

CANTO X

Page 46: CAMÕES ÉPICO
Page 47: CAMÕES ÉPICO

RESUMO: A ninfa designada por Vênus a Gama é Tetis, que, tomando-o pela mão o leva a um monte elevado da Ilha dos Amores e lhe mostra o futuro de Portugal através da Máquina do Mundo - prevendo as conquistas futuras e o auge de Portugal – conquista da Ásia e África - como potência ultramarina.

Page 48: CAMÕES ÉPICO

Cantava a bela Ninfa, e cos acentos, Que pelos altos paços vão soando, Em consonância igual, os instumentos Suaves vêm a um tempo conformando. Um súbito silêncio enfreia os ventos E faz ir docemente murmurando As águas, e nas casas naturais Adormecer os brutos animais.

Com doce voz está subindo ao Céu Altos varões que estão por vir ao mundo, Cujas claras Ideias viu Proteu Num globo vão, diáfano, rotundo, Que Júpiter em dom lho concedeu Em sonhos, e despois no Reino fundo, Vaticinando, o disse, e na memória Recolheu logo a Ninfa a clara história.

Fazei, Senhor, que nunca os admirados Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses, Possam dizer que são pera mandados, Mais que pera mandar, os Portugueses. Tomai conselho só d' exprimentados, Que viram largos anos, largos meses, Que, posto que em cientes muito cabe, Mais em particular o experto sabe.

Page 49: CAMÕES ÉPICO

BIBLIOGRAFIA:

BELETTI, Sylmara e BARBOSA, Frederico. Inês de Castro e Velho do Restelo. Landy: São Paulo. 2001.