Camões - contextualização

40
VIDA E OBRA DE CAMÕES • Sumariamente, neste trabalho, pretende-se contextualizar a vida e obra de Camões.

description

Camões / Contextualização: - Renascimento; - Humanismo; - Classicismo.

Transcript of Camões - contextualização

Page 1: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES

• Sumariamente, neste trabalho, pretende-se contextualizar a vida e obra de Camões.

Page 2: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES Contextualização

• O Homem, medida de todas as coisas

Page 3: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES Contextualização

• A Idade Média foi considerada uma época de trevas, de ignorância e de barbárie.

Page 4: Camões - contextualização

• À Idade Média, no entanto, deve reconhecer-se-lhe uma grande vitalidade intelectual já que, durante esse longo período, se sucederam os “renascimentos” e os esforços para reelaborar a sabedoria clássica.

Page 5: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES Contextualização

A Idade Média preparou, pouco a pouco, o Renascimento…

Page 6: Camões - contextualização

O Renascimento, designação ainda que imperfeita…, indica uma época dotada de individualidade própria, caracterizada por um novo espírito crítico, um escrupuloso desejo de restituir os textos à pureza original, uma confiança nova nas forças naturais do homem – medida de todas as coisas.

Page 7: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES Contextualização

A grande contribuição portuguesa para o Renascimento foi a expansão pelos Descobrimentos.

Page 8: Camões - contextualização

• Os Descobrimentos desvendaram novos mundos, alargando assim o conhecimento do Mundo e do Homem, ostentando a primazia da observação e da experiência sobre o saber livresco

Page 9: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES Contextualização

Em Portugal, é com Sá de Miranda, que passara anos estudando na Itália, que as inovações dos poetas do Renascimento italiano, como o verso decassílabo e as posturas amorosas do Doce stil nouvo são conhecidos.

Page 10: Camões - contextualização

É Sá de Miranda que introduz em Portugal a medida nova. Medida caracterizada pelo verso decassílabo (clássico ou heróico) e pelos novos subgéneros de origem greco-latina ou italiana: a ode, o soneto, a canção, a epopeia, a tragédia, etc

Page 11: Camões - contextualização

À medida nova opõe-se a medida velha, caracterizada por estruturas como a esparsa, o vilancete, em redondilha menor ou maior.

Page 12: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES Contextualização

A ideia de tomar os antigos como padrão veio com o Renascimento, mas ao conceito de literatura, expresso ou implícito, que tem raízes nessa Antiguidade greco-latina, chamamos Classicismo.

Page 13: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES Contextualização

É nesta época que, associado ao Renascimento e ao Classicismo, impera o humanista.

Page 14: Camões - contextualização

• Humanista - estudioso e cultor das artes humanitatis, e litterae humaniores, expressões ciceronianas cujo sentido indica que o conhecimento das letras torna o homem mais humano por aquilo que elas revelam sobre a sua natureza e condição.

Page 15: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES Contextualização

O Humanismo é um vigoroso movimento de descoberta e reabilitação da literatura e do pensamento da Antiguidade clássica e de afirmação das potencialidades do Homem.

Page 16: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES ContextualizaçãoMovimentos / Quadro

Renascimento

- “Movimento cultural que, baseado no conhecimento e na imitação dos clássicos (latinos e gregos), trouxe uma nova concepção de homem, encarado na sua integridade, e veio abrir novos horizontes à Humanidade e rasgar os caminhos da Idade Moderna.” – Buescu

Page 17: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES ContextualizaçãoMovimentos / Quadro

Classicismo

- “…a harmoniosa arquitectura da composição, a subordinação dos pormenores à ideia do todo, a clara simplicidade estrutural, a nítida e equilibrada perfeição das formas.” – António Sérgio- São tais qualidades artísticas que, existindo nas obras dos Antigos, os nosso escritores procuram imitar.

Page 18: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES ContextualizaçãoMovimentos / Quadro

Humanismo

- “Não designa apenas uma tendência literária, uma escola de filólogos, mas também uma direcção de vida, caracterizada pelo interesse que se confere ao elemento humano, objecto de observação e como fundamento da acção.” – Hoffding

- Pode sintetizar-se na famosa frase de Terêncio: “Nada do que é humano me é estranho.”

Page 19: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal

texto de apoio, excerto de Os LusíadasOrganização, introdução e notas de Amélia Pinto Pais

“O nosso século XVI vai ser marcado, ao nível do desenvolvimento socioeconómico, por:

- grande riqueza proveniente dos Descobrimentos e conquistas;

- reforço do poder real (centralização do poder) acompanhado pela decadência da velha nobreza e o aumento do poder económico e político da burguesia;

Page 20: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal

- abandono da agricultura, por uma vida mais fácil em Lisboa, onde se enriquecia rapidamente;

- decadência moral de costumes, denunciada por Gil Vicente e Sá de Miranda.

Page 21: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal

A nível cultural, este século [XVI] vai ser marcado por duas grandes linhas de força:

- uma, de influência estrangeira (contributo do Renascimento europeu, através de viajantes, muitos deles bolseiros);

- outra, oriunda do nosso contacto privilegiado com as novas realidades ultramarinas…

Page 22: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal

A assimilação do Humanismo e Classicismo vai ser, nos dois casos, realizada sob a égide e protecção da Coroa, tornando-se o Paço o principal foco de cultura.

Page 23: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal

O nosso principal contributo para a cultura europeia está ligado à actividade de humanistas portugueses no estrangeiro (André de Resende, por exemplo) e com a actividade marítima dos Descobrimentos (Garcia de Orta, por exemplo, com os seus Colóquios

dos Simples e outras Drogas da Índia).

Page 24: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal

[...] A assimilação das doutrinas literárias do classicismo será feita primeiramente através de Sá de Miranda, que delas tomou conhecimento aquando duma sua viagem a Itália; depois, António Ferreira procederá à difusão dessas doutrinas.

Page 25: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal

Do ponto de vista da literatura marcada pelos Descobrimentos, vamos encontrar toda uma literatura de viagens:

- relatos de naufrágios e expedições (História Trágico-Marítima, Carta do Achamento do Brasil);

- desenvolvimento da historiografia: Ásia de João de Barros; História do Descobrimento e Conquista da Índia pelos Portugueses de Fernão Lopes de Castanheda;

- obras destinadas à formação específica: O Soldado Prático de Diogo do Couto; obras de carácter picaresco Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto. [...]

Page 26: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES O Renascimento em Portugal

Entre os grandes os poetas do nosso Renascimento convém ainda destacar Diogo Bernardes e, naturalmente, Luís de Camões.

A este último se deve a obra máxima da nossa literatura resultante da confluência de duas linhas: a vontade de fazer renascer o género épico e a literatura ligada a viagens – justamente Os Lusíadas, publicada em 1572.”

Page 27: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES Datas importantes da época, em Portugal…

1525 Data provável do nascimento de Camões.

1531 Terramoto em Lisboa. D.João III requer ao Papa o estabelecimento da Inquisição em Portugal.

1532 Crise financeira.

1535 Cortes de Évora. A fortaleza de Diu é entregue aos portugueses.

1536 Estabelecimento da Inquisição. Fernão de Oliveira publica a primeira Gramática.

Page 28: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES

1537 Pedro Nunes ocupa-se, pela primeira vez em bases científicas, da carta de marear. Tradução do Tratado de Esfera por Pedro Nunes.

1539 O Santo Ofício inicia a sua actividade em Lisboa, sendo o Cardeal D. Henrique o primeiro Inquisidor-mor. Damião Góis publica, em Lovaina, Comentari rerum gestarum in India.

1540 O Santo Ofício inicia a censura. Primeiros autos-de-fé. Chegada dos Jesuítas a Portugal. João de Barros publica Gramática.

Page 29: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES

1541 Estabelecimento, no Porto, do tribunal da Inquisição.

1545 Damião de Góis é denunciado à Inquisição. D. João de Castro é nomeado Vice-Rei da Índia.

1547 Fundação do Colégio da Companhia de Jesus em Lisboa.

1548 D. João III funda o Colégio das Artes em Coimbra.

1550 Abandono de Arzila (Marrocos). Primeiros contactos com Macau.

1554 Nascimento de D. Sebastião, neto de D. João III; futuro rei.

Page 30: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES

1557 Morte de D. João III. Regência de D. Catarina de Ataíde.

1562 O cardeal D. Henrique, que assume a regência, institui o Conselho de Estado.

1568 D. Sebastião atinge a maioridade e assume o Governo.

1569 Surto da Peste Negra no país.

1570 Alvarás contra a mendicidade. Luís de Camões regressa a Lisboa, vindo do Oriente.

Page 31: Camões - contextualização

VIDA E OBRA DE CAMÕES

1571 Processo de Damião de Góis, instaurado pela Inquisição.

1572 Damião de Góis é condenado pela Inquisição. Publicam-se Os Lusíadas, de Luís de Camões.

1574 Primeira expedição de D. Sebastião ao Norte de África.

1578 Batalha de Alcácer-Quibir; derrota portuguesa; morte de D. Sebastião.

1580 Cortes de Almeirim. Invasão de Portugal pelo exército espanhol. Fernão Mendes Pinto conclui a Peregrinação. Morte de Luís de Camões.

Page 33: Camões - contextualização

IMAGEM DE FUNDO…

• Era um projecto relativamente simples e despretensioso, no início, destinado ao culto particular dos papas e da alta hierarquia eclesiástica, contudo, fruto de uma época de expansão política e territorial da Santa Sé, viria a tornar-se num dos símbolos desta, tamanha magnificência adquiriu.

Page 34: Camões - contextualização

IMAGEM DE FUNDO…

• A celebridade da capela deve-se, também, ao fato de que nela se realizam os conclaves para a eleição do Sumo Pontífice da Igreja Católica Romana

Page 35: Camões - contextualização

IMAGEM DE FUNDO…

Contexto histórico

A virada do Quattrocento para o Cinquecento foi um dos momentos mais marcantes para a História da Arte Ocidental, quiçá mundial. A Itália, com epicentro em Florença, deu ao mundo uma tal gama de geniais artistas que parece milagrosa. “Não há como explicar a existência do génio. É preferível apreciá-lo”, diz Gombrich, tentando entender por que tantos grandes mestres nasceram no mesmo período.

Page 36: Camões - contextualização

IMAGEM DE FUNDO…

A Capela Sistina é um dos locais mais propícios para aquilatar a dimensão desta explosão criativa.

Para a sua feitura concorreram os maiores nomes de que dispunha a Itália no momento.

Page 37: Camões - contextualização

Vista externa da Capela Sistina do alto da Basílica de São Pedro.

Page 38: Camões - contextualização

IMAGEM DE FUNDO…

Baccio Pontelli foi o autor do projecto arquitectónico para a construção da capela. Este florentino era um dos responsáveis pela reformulação e revitalização urbanística que Sisto IV efectuava em Roma, tendo realizado dezenas de obras públicas.

Page 39: Camões - contextualização

IMAGEM DE FUNDO…

No projecto, construído com a supervisão de Giovannino de Dolci entre 1473 e 1484, emprestaram seus dons: Perugino, Botticelli, Ghirlandaio, Rosselli, Signorelli, Pinturicchio, Piero di Cosimo, Bartolomeo della Gatta, Rafael e outros. Coroando este festival, alguns anos depois, um dos maiores génios artísticos de todos os tempos: Michelangelo Buonarroti.

Page 40: Camões - contextualização

IMAGEM DE FUNDO…

As dimensões do projecto de Baccio Pontelli tiveram como inspiração as descrições contidas no Antigo Testamento relativas ao Templo de Salomão. A sua forma é rectangular medindo 40,93 m de longitude, 13,41 m e largura e 20,70 m de altura. Os numerosos artistas vestiram o seu interior, esculpindo e pintando as suas paredes, transformando-a em um estupendo e célebre lugar conhecido em todo o mundo pelas maravilhosas obras de arte que encerra.