CAMINHO E MEMÓRIA, A RUA COMO ARQUIVO · de conservação de imóveis históricos, relação de...

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CAMINHO E MEMÓRIA, A RUA COMO ARQUIVO: Um Estudo Sobre A Rua Do Livramento Localizada Na Zona Especial De Preservação 2 Centro (Zep 2), Maceió/ Al SILVA, SARA CRISTINA DA (1); HIDAKA, LÚCIA TONE FERREIRA (2) 1. Universidade Federal de Alagoas - UFAL. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo FAU, Núcleo de Programa de Educação Tutorial PET Arquitetura e Urbanismo Av. Lourival Melo Mota, S/N Tabuleiro dos Martins, Maceió - AL [email protected] 2 Universidade Federal de Alagoas UFAL, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo FAU, Núcleo de Estudo de Projetos Especiais NUPES Av. Lourival Melo Mota, S/N Tabuleiro dos Martins, Maceió - AL [email protected] RESUMO O que são arquivos? São apenas documentos escritos, fotográficos ou microfilmados guardados em armários? Pode uma rua guardar história? Pode ser ela um arquivo? Edgar Allan Poe, em MS. Found in a Bottle (1833), citou “Os cabelos brancos são arquivos do passado”. Assim como os cabelos brancos, os sítios, as praças, as ruas e os imóveis podem também ser arquivos. O aspecto antigo não conceitua algo como velho, ultrapassado, o aspecto antigo significa que determinado objeto construído no passado ainda é referência na atualidade. As ruas de uma cidade podem falar muito se observadas com atenção, através dos imóveis presentes, dos gabaritos destes, dos marcos existentes, do ponto de partida onde nasce; do ponto de chegada onde termina e até mesmo o pavimento. Este artigo apresenta uma pesquisa que se propõem a analisar a significância cultural da Rua do Livramento. Especificamente busca-se investigar seu surgimento, desenvolvimento, bem como as transformações sofridas ao longo do tempo e caracterizar os atributos materiais e não materiais que comunicam os valores patrimoniais, investigando os mais diversos tipos de arquivos e registros. Para a realização deste trabalho e o cumprimento de seus objetivos, foram investigados os registros de atributos materiais e imateriais, através de levantamento documental (estudo dos registros que fazem referência à Rua. Exemplo: registros fotográficos, escritos, entrevistas, reportagens, dentre outros) e levantamento in loco dos lotes lindeiros da Rua do Livramento. Os dados levantados a partir da investigação foram

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CAMINHO E MEMÓRIA, A RUA COMO ARQUIVO:

Um Estudo Sobre A Rua Do Livramento Localizada Na Zona Especial

De Preservação 2 – Centro (Zep 2), Maceió/ Al

SILVA, SARA CRISTINA DA (1); HIDAKA, LÚCIA TONE FERREIRA (2)

1. Universidade Federal de Alagoas - UFAL. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU, Núcleo de

Programa de Educação Tutorial – PET Arquitetura e Urbanismo

Av. Lourival Melo Mota, S/N – Tabuleiro dos Martins, Maceió - AL

[email protected]

2 Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU, Núcleo de

Estudo de Projetos Especiais – NUPES

Av. Lourival Melo Mota, S/N – Tabuleiro dos Martins, Maceió - AL

[email protected]

RESUMO O que são arquivos? São apenas documentos escritos, fotográficos ou microfilmados guardados em armários? Pode uma rua guardar história? Pode ser ela um arquivo? Edgar Allan Poe, em MS. Found in a Bottle (1833), citou “Os cabelos brancos são arquivos do passado”. Assim como os cabelos brancos, os sítios, as praças, as ruas e os imóveis podem também ser arquivos. O aspecto antigo não conceitua algo como velho, ultrapassado, o aspecto antigo significa que determinado objeto construído no passado ainda é referência na atualidade. As ruas de uma cidade podem falar muito se observadas com atenção, através dos imóveis presentes, dos gabaritos destes, dos marcos existentes, do ponto de partida onde nasce; do ponto de chegada onde termina e até mesmo o pavimento. Este artigo apresenta uma pesquisa que se propõem a analisar a significância cultural da Rua do Livramento. Especificamente busca-se investigar seu surgimento, desenvolvimento, bem como as transformações sofridas ao longo do tempo e caracterizar os atributos materiais e não materiais que comunicam os valores patrimoniais, investigando os mais diversos tipos de arquivos e registros. Para a realização deste trabalho e o cumprimento de seus objetivos, foram investigados os registros de atributos materiais e imateriais, através de levantamento documental (estudo dos registros que fazem referência à Rua. Exemplo: registros fotográficos, escritos, entrevistas, reportagens, dentre outros) e levantamento in loco dos lotes lindeiros da Rua do Livramento. Os dados levantados a partir da investigação foram

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analisados e geraram resultados que expressam o desenvolvimento da rua no decorrer dos anos e sua influência no entorno. Foi evidenciada a caracterização de uso dos lotes, estado de conservação de imóveis históricos, relação de altura entre as edificações – como a correlação entre a Igreja de Nossa Senhora do Livramento e os Edifícios do Banco do Brasil e o Walmap – trazendo a tona parte da história da cidade. Localizada Na Zona Especial De Preservação 2 no Centro de Maceió, em Alagoas, a Rua do Livramento define um dos traços mais importantes do tecido urbano do bairro no qual está inserida. O traço desenhado no papel representa um caminho há muitas décadas definido. As edificações localizadas ao longo da rua carregam valores sagrados e profanos, de usos religiosos e comerciais. Estas construções possuem formas características de diversos tempos arquitetônicos, o que enriquece e embeleza mais o objeto estudado. A rua é conhecida pela Igreja de Nossa Senhora do Livramento, uma das mais belas obras construídas no bairro, ela também margeia a Praça Marechal Deodoro, uma das mais famosas praças da cidade. Na rua estão locados também dois prédios públicos, o Ministério do Trabalho e a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio. Dada essa complexidade que o objeto estudado abriga, percebe-se que a Rua é um arquivo vivo, aberto, com o qual vivemos e interagimos, deixando nela registros materiais e imateriais na incessante construção de um patrimônio da cidade. Palavras-chave: Significância Cultural; Rua do Livramento; Patrimônio Urbano.

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INTRODUÇÃO

Este projeto foi impulsionado pela observação da formação da cidade e a contribuição do

objeto para a construção do patrimônio urbano. O trabalho tem como objetivo apresentar a

rua como um arquivo aberto e de fácil acesso, arquivo este que guarda diversas histórias e

memórias.

Maceió é uma cidade jovem, de apenas 200 anos. Mas mesmo jovem, tem sua história

construída de forma muito artesanal, por operários e trabalhadores. A cidade surgiu de um

engenho, construído onde, atualmente, é o bairro do Centro. Dentro desse bairro as ruas

foram desenhadas, também artesanalmente, seguindo o caminho dos carros de bois que

partiam do Largo dos Martírios em direção ao engenho. Dentre essas ruas há a Rua do

Livramento, objeto deste estudo, contribui de forma muito intensa para a formação da Vila

que logo se tornaria cidade.

A pesquisa1, que ainda encontra-se em desenvolvimento, visa identificar a significância

cultural da Rua do Livramento, observando seu surgimento, desenvolvimento, as

transformações as quais a rua sofreu no decorrer dos anos e a influência da mesma em seu

entorno. Especificamente, procura caracterizar os atributos materiais e não materiais que

possam expressar os valores patrimoniais, investigando os mais diversos tipos de arquivos

e registros.

Para que isto fosse possível foram adotadas etapas que partiam da revisão de referências

bibliografias sobre objeto empírico e dos conceitos utilizados neste trabalho, culminando

com a caracterização e análise do mesmo. Assim, o estudo para preservação deste

patrimônio é de fundamental importância para contribuição cultural da sociedade.

1 A autora Sara Cristina da Silva é bolsista do Programa de Educação Tutorial no Curso de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas, e a professora Dra.Lúcia Tone Ferreira Hidaka é a orientadora.

Esta pesquisa se desenvolve no Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos de Projetos Especiais (NUPES) e conta

com o apoio institucional da Universidade Federal de Alagoas.

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1 MÉTODOS E TÉCNICAS

1.1 METODOLOGIA

Para que o estudo sobre o objeto fosse realizado com êxito, foi necessária a divisão da

pesquisa em três etapas: 1ª- levantamento documental; 2ª - levantamento in loco dos lotes

lindeiros da Rua do Livramento e 3ª - Análise dos resultados obtidos. Por encontrar-se em

desenvolvimento, nem todas as etapas foram concluídas no aprofundamento necessário.

Portanto serão apresentados neste trabalho apenas resultados parciais.

1ª etapa - Levantamento documental: nesta etapa foram consultadas diversas referências e

documentos a respeito do objeto de estudo (tanto sobre a formação da cidade, o contexto

no qual surgiu o logradouro), sobre o conceito de significância e conservação urbana. Para

isto, foram feitas visitas aos acervos da Biblioteca da Universidade Federal de Alagoas, da

Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos, o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas

(locais de extrema importância para a realização deste trabalho, pois neles estão

concentrados a maior parte dos registros históricos sobre o município), e acervos eletrônicos

de portais virtuais, como Vitruvius. O objetivo desta etapa era reunir o máximo de

informações sobre o objeto de estudo e os conceitos que serão aplicados ao trabalho;

2ª etapa - Levantamento in loco dos lotes lindeiros da Rua do Livramento: nesta etapa foram

realizadas três visitas à rua: a primeira, para observar o objeto como usuário do mesmo – o

objetivo desta visita era reconhecer e vivenciar a rua como os demais cidadãos; a finalidade

da segunda visita era fazer o reconhecimento do uso dos lotes e a influência desses usos na

rua, verificação do estado de preservação de prédios históricos, da situação atual da rua e a

caracterização dos atributos materiais e imateriais da rua, tomando como instrumento

orientador o quadro a seguir; a terceira visita teve como propósito colher depoimentos,

através de diálogos informais, a fim de montar a imagem da rua aos olhos da população;

Para a pesquisa, todos os elementos, serão estudados. No entanto, inicialmente, pelo

andamento do projeto, estes foram pouco explorados, tendo assim informações um pouco

restritas desses objetos. Todavia, percebe-se que há necessidade de uma análise mais

profunda destes itens. O estudo mais detalhado destes elementos se dará no decorrer da

pesquisa.

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Tabela 1 – Elementos Morfológicos. Fonte: Autora. 2015.

A coleta destes dados tem como objetivo auxiliar no estudo do objeto, da seguinte forma: 1)

O primeiro item da tabela (Traçado/Rua) visa estudar a forma do objeto, seu surgimento,

usos e mudanças; 2) O segundo item, Implantação do edifício no lote, visa estudar a

locação dos edifícios nos lotes lindeiros da rua; 3) Fachadas, o terceiro elemento, visa

avaliar as fachadas das edificações, a tipologia e estado de conservação; 4) Elementos

complementares (mobiliário urbano), quarto e último item da tabela, tem como objetivo

avaliar e estudar o mobiliário urbano disposto pela rua, sua caracterização, sua organização,

seu uso e sua influência. O estudo se dará através dos métodos dispostos na tabela.

3ª - Análise dos resultados obtidos: neste momento será realizado o confronto dos dados

encontrados na análise documental e no levantamento in loco a fim de evidenciar as

MATERIAL IMATERIAL

ELEMENTOS/ITENS FORMA

CAMPOS E

EFEITOS VISUAIS USO

1 Traçado/Rua

Mapas;

Desenhos;

Desenhos;

Fotografias;

Registro perceptivo

no local;

Avaliação

comparativa;

Listagem;

Mapeamento;

2

Implantação do

edifício no lote

Desenhos;

Tipologia edificada

e limites do lote;

Desenhos;

Fotografias;

Registro perceptivo

no local;

Listagem;

Mapeamento;

3

Fachadas

Desenhos;

Tipologias;

Desenhos;

Fotografias;

Registro perceptivo

no local;

Avaliação

comparativa;

Listagem;

Mapeamento;

4

Elementos

complementares

(mobiliário urbano)

Avaliação

comparativa

Desenhos;

Fotografias;

Registro perceptivo

no local;

Mapeamento;

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mudanças ocorridas na rua, no decorrer do tempo. Este confronto será feito através do

cruzamento das informações encontradas nos mapas, nas pinturas, nas fotografias, nos

registros e nos depoimentos coletados.

1.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Memória, faculdade psíquica, lembrança ou recordação? Durante décadas a definição de

memória esteve em discussão nas mesas filosóficas espalhadas pelo mundo. Santo

Agostinho (Sec. IV) chegava a igualar mente e memória. Já René Descartes (1979), alegava

que memória não existia. Mas para Bertrand Russell (1921), memória e recordação se

assemelham em eventos singulares que aconteceram no passado, para ele é uma

capacidade que só é possível a partir de duas condições: registros “fotográficos” dos fatos e

a convicção de que os mesmos aconteceram. (CUNHA e SILVA, 2010).

Com base nesta teoria de Russell (CUNHA e SILVA, 2010) destaca-se a questão: apenas

objetos abstratos podem ser considerados memória? O que acontece com objetos concretos

- que carregam consigo histórias, registros de um tempo e sentimentos de seus construtores

- construídos no passado? Apenas pessoas possuem memórias? Cidades, estados e países

não podem possuir memórias? O que significam os grandes templos gregos, que apesar da

passagem do tempo ainda contam histórias?

Segundo Craveiro Costa (1981), Maceió nasceu de um povoado que surgiu num engenho

de açúcar, localizado abaixo de uma ladeira, ao lado da antiga Capela de São Gonçalo.

Deste engenho não foram encontrados registros, dele, apenas sabe-se que era situado

onde hoje está o Palacete da Assembleia Legislativa.

No entorno do engenho foram construídas pequenas casas distribuídas de modo a formar

um pátio na frente da capela. Com o passar dos anos, o crescimento da população e o

desenvolvimento econômico percebeu-se a necessidade do povoado tornar-se vila, logo

depois, tornar-se capital da comarca. O antigo povoado estava situado na região do atual

bairro do Centro de Maceió. Bairro que possui o traçado de muitas ruas definidos séculos

atrás. (COSTA, 2010).

Dentre essas ruas seculares está a Rua do Livramento, objeto de estudo desta pesquisa,

que se principiava na Rua do Comércio e terminava no largo da Cotinguiba, atual Praça

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Marechal Deodoro. Por este logradouro, estão distribuídos imóveis históricos, patrimônios

históricos, prédios públicos e comerciais.

Não somente pessoas possuem memórias, cidades, estados e países também possuem. Os

templos gregos são memórias, documentos de um povo. As provas (estejam elas impressas

na arquitetura, no tecido urbano, nos registros literários ou nos depoimentos de indivíduos)

que o antigo povoado possui, são memórias. Memórias concretas, herdadas de artesãos

que com muito trabalho construíram um patrimônio por muitos desvalorizado.

1.2.1 O CAMINHO

Segundo Santos (2005), o ano era 1700 quando foi criada a Vila de Maceió com as ruas:

Rua da Boa Vista, Rua do Alecrim (Rua Barão de Alagoas), Largo do Cotinguiba (Praça

Marechal Deodoro) e Rua da Rosa (Rua do Livramento), dentre outras. No entanto, o

registro mais antigo da rua está no mapa elaborado, em 1820, por José da Silva Pinto a

pedido de Sebastião Francisco de Mello Povoas, presidente da província no determinado

período.

A Rua do Livramento nem sempre teve este nome, de acordo com Lima Jr. (1986) o

caminho inicialmente chamava-se Rua do Livramento e mudou seu nome quatro vezes: De

Rua do Livramento para Rua da Rosa, de Rua da Rosa para Rua do Livramento, depois

para Rua Senador Mendonça, e novamente, Rua do Livramento, nome que mantém até

hoje. (LIMA JR, 1986).

Figura 1- Pintura da Antiga capela de São Gonçalo em Maceió, sem data, autor desconhecido. Fonte: Costa,

1981.

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Mapa 1- Mapa de Maceió, 1820. Tratado pela autora.

Fonte: Reprodução de cópia existente no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. O original se encontra no IHGAL.

Dentro de uma malha em parte ortogonal, uma vez que a maioria das ruas do Centro está

distribuída de forma retilínea, a Rua do Livramento destaca-se pela influência comercial e

religiosa. Seguindo o traçado retilíneo, e não paralelo, das ruas circunvizinhas - fato que

passa despercebido aos olhos dos transeuntes -, a Antiga Rua Senador Mendonça possui

cerca de 590,00m de comprimento.

Atualmente, a Rua do Livramento é um dos logradouros mais importantes do Centro de

Maceió, tanto pela carga histórica que carrega quanto pela influência religiosa, econômica e

social que possui. No início do século passado se concentrava naquela rua o comércio mais

importante da Capital alagoana. (COSTA, 1981).

Ruas – A partir de 1700

Rua do Livramento

1 – Antiga Rua do Alecrim; 2 – Atual Rua Melo Morais; 3 – Rua Boa Vista; 4 – Rua do Comércio; 5 – Travessa Boa Vista; 6 – Antiga Trav. do Alecrim; 7 – Largo do Cotinguiba.

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Mapa 2 - Mapa de identificação de da Rua do Livramento na SPR 01.

Fonte: SEMPLA, 2007. Tratado pela autora.

Apesar das constantes mudanças por quais as edificações dispostas na Rua passam, é

notável que o traçado da rua, assim como o tecido urbano daquele entorno quase não

mudou.

E mesmo abrigando diversos imóveis e monumentos históricos e uma das praças mais

importantes do Bairro no qual está inserida, a Rua do Livramento não pertence totalmente

ao Setor de Preservação Rigorosa 01 (SPR 01), localizada na ZEP 2.

Observando o caminho é possível identificar quinze imóveis históricos existentes na rua.

Apesar do valor histórico grande parte dessas edificações, as mesmas não tiveram a sorte

do tecido urbano. Caminhando pelo logradouro é possível notar que boa parte dessas

edificações é utilizada para usos comerciais ou serviços e estão parcialmente degradadas.

Abaixo, segue um quadro com a identificação dos imóveis históricos, segundo o mapa

citado acima, seus usos e estado de conservação das fachadas.

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LEVANTAMENTO RUA DO LIVRAMENTO – PARTE 01

IMÓVEIS HISTÓRICOS

IMÓVEL USO

ESTADO DE

CONVERVAÇÃO DA

FACHADA

Observações

01 Comercial.

Não possui letreiros em

sua fachada. Observa-

se esforço na tentativa

de conservação da

fachada mantendo-a

sem modificações na

estrutura. Não possui

esquadrias originais

----

02

Comercial

(Galeria de lojas:

Drogaria São Luiz,

Gasoline, Lady Gi,

AQ Presentes e

Embalagens e Franci-

Color).

Péssimo estado de

conservação.

Mantem as esquadrias

originais apenas no

pavimento superior.

Mesmo com o

excesso de

equipamentos de

comunicação

visual ainda é

possível perceber

a arquitetura da

edificação.

03 Comercial – AKL

Móveis

Observa-se esforço na

tentativa de

conservação da

fachada, mantendo-a

sem modificações na

estrutura. Não há

esquadrias originais.

Apresenta, porém

grande letreiro. O

que dificulta a

leitura da

edificação.

04 Comercial –

Magazine Luiza

Percebe-se esforço na

tentativa de

conservação da

fachada. No entanto

foram fechadas algumas

Apresenta

letreiros discretos

que não

prejudicam a

leitura visual do

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aberturas no pavimento

térreo. Há apenas

esquadrias originais nos

pavimentos superiores.

objeto.

05

Misto (Galeria de

lojas e serviços:

Sorrifácil, Puppy

Moda Infantil,

Ragaza, INOFF e

Cromus.

Percebe-se

conservação da

fachada. No entanto

pátina leve. Ainda é

possível notar a

presença de esquadrias

antigas. Há apenas

esquadrias originais

somente nos

pavimentos superiores

Há excesso do

uso de letreiros

06 Comercial - Festança Não possui esquadrias

originais.

Devido ao

excesso de

letreiros não é

possível

identificar a

fachada principal.

07

Público – Secretária

de Planejamento e

Gestão

Estado de Conservação

considerado regular. No

entanto a pátina

encontra-se prejudicada.

Não há mudanças na

estrutura do edifício.

Possui ainda as

esquadrias originais da

edificação.

Mantém

esquadrias

originais

08 Comercial – Atual Bar

do Chopp

Atualmente, fechado

(durante o período de

levantamentos não foi

esclarecido o motivo de

fechamento – se era o

caso reforma ou não).

---

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09 Comercial - Paráclito ---

Devido ao

excesso de

letreiros não é

possível

identificar a

fachada principal.

10

Comercial –

Pastelaria Korban /

Requinte

Estado de conservação

considerado regular.

Pois não há mudanças

na estrutura. No entanto

pátina leve. Há apenas

esquadrias originais no

pavimento superior da

edificação.

Há excesso do

uso de letreiros.

11

Comercial – Farmácia

do Trabalhador de

Alagoas

Bom estado de

conservação. Não há

esquadrias originais.

Há presença do

uso de grande

letreiro.

12 Comercial – O

Boticário

Bom estado de

conservação. Pátina

prejudicada. Possui

esquadrias originais

apenas nos pavimentos

superiores.

Há presença de

letreiros

13 Comercial – Polo

Ótica

Bom estado de

conservação. Pátina

prejudicada. Possui

esquadrias originais

apenas nos pavimentos

superiores.

Não há presença

de letreiros.

14

Comercial –

Armarinho Cearense /

Korban

Bom estado de

conservação. Pátina

prejudicada. Possui

esquadrias originais

apenas nos pavimentos

superiores, as mesmas

Há presença do

uso de grande

letreiro.

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se encontram

danificadas.

Durante o levantamento foi constatado que apenas duas das catorze edificações históricas

espalhadas pela rua não possuem equipamentos de comunicação visual e apenas duas das

doze restantes procuram respeitar o imóvel adotando letreiros menores. Portanto dez dos

catorze imóveis abusam de grandes telas usadas como letreiros das lojas. Esses escondem,

muitas vezes, boa parte das fachadas onde estão instalados. São usados com o objetivo de

calar as expressões, registros de tempos arquitetônicos.

Aos olhos dos comerciantes essas expressões são ultrapassadas, banais e sem valor

algum. Ainda assim, com um olhar mais atento é possível constatar que por trás das

grandes telas há ainda vestígios destes imóveis. Muitos dessas edificações passaram por

muitas mudanças, tanto internas quanto externas, fato que cooperou para a degradação

desses objetos. Entretanto, são nas fachadas - principalmente nos pavimentos superiores,

que sofrem menos intervenções em suas reformas - que estão mais explícitos os traços das

edificações originais.

Percebendo ainda o mapa, notam-se três construções considerados patrimônios, são elas:

1) Museu Marechal Deodoro; 2) Academia Alagoana de Letras e 3) Igreja de Nossa Senhora

do Livramento. Além de imóveis e monumentos históricos, a Rua do Livramento ainda

margeia a Praça Marechal Deodoro.

Essas edificações que formam a paisagem e compõem a rua, atualmente dividem espaço

com comerciantes informais, com passeatas, manifestações e protestos, com bicicletas,

skates e carros dos correios. Mas principalmente com o grande número de barracas de

lanches e revistas, que tumultuam a paisagem e obstruem o fluxo de pessoas que transitam

pela rua.

No entanto, apesar de tudo não é o mobiliário urbano que se destaca neste contexto. Há

três elementos que marcam de forma profunda a história da rua: a construção da Igreja e a

demolição da antiga Praça da Rosa, a Praça Marechal Deodoro e o Edifício Breda, que

apesar de não se encontrar na rua está situado perto e trouxe muita influência para o

logradouro. Estes serão abordados a seguir:

Tabela 2 – Quadro com resultados do primeiro levantamento in loco. Fonte: Autor, 2015.

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Do Sacro ao Profano

Ainda segundo Santos (2005), junto com as primeiras populações surgiram, também, as

edificações de caráter religioso, que geralmente se encontravam em frente às praças. As

construções mais antigas eram caracterizadas pelo estilo românico, com uma única porta,

frontão triangular e óculo.

Como é o caso da Igreja que compartilha seu nome com a Rua. No lugar onde, atualmente,

está localizada a famosa Igreja de Nossa senhora do Livramento, inaugurada em 17 de

fevereiro de 1883, existia uma capela, modesta, que segundo Costa (1986), era coberta de

palha, fato que comprovava que os devotos de tal capela eram humildes tanto quanto ela.

Em frente à capelinha, de acordo com Lima Jr. (1986), existia a Praça de Nossa Senhora do

Livramento.

A praça que foi construída em frente à Igreja parecia não receber a mesma proteção que a

santa proporcionava ao templo. A Praça passou por três reformas: a primeira, após ter uma

reforma autorizada, em maio de 1909, por Demócrito Gracindo, então intendente, que

encarregou Rosalvo Ribeiro de elaborar um novo projeto para a praça, surgiu também a

proposta de trocar seu nome. Segundo Ticianeli (2015), em 21 de setembro do mesmo ano,

o Conselho Municipal de Maceió, hoje a Câmara Municipal, aprovou o Projeto nº 26 que

decretava que a Praça Do Livramento passaria a se chamar de Praça Dona Rosa da

Fonseca. Este mesmo decreto autorizava a disposição da um busto feito em bronze da

alagoana homenageada. O projeto nº 26 foi sancionado por Gracindo e transformado na Lei

nº 147, de 23 de setembro de 1909. (TICIANELI, 2015).

Ainda segundo Ticianeli (2015), o novo nome da Praça era uma homenagem à Dona Rosa

Maria Paulina Barros da Fonseca, esposa do Capitão Manoel Mendes e mãe de Marechal

Manuel Deodoro da Fonseca. A inauguração da Praça reformada e o Busto de Dona Rosa

aconteceram no dia 7 de setembro de 1910, e contou com a participação de militares e

estudantes que haviam desfilado pelas ruas de Maceió em homenagem à Independência do

Brasil. (TICIANELI, 2015).

A segunda reforma aconteceu em 1936, Álvaro Guedes Nogueira, prefeito na ocasião,

mudou a posição do busto da Praça que, anteriormente, estava voltado para a igreja

nascente pela frente. (TICIANELI, 2015).

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Figura 3 – Atual Bar do Chopp.

Fonte: Acervo pessoal, 2015.

A terceira e última reforma foi, de todas, a mais dolorosa. Ocorreu na década de 50, quando

a edificação onde funcionava a Mercearia Boa Vista passou a funcionar o Bar do Chopp. O

novo estabelecimento recebeu autorização para usar a Praça como extensão do Bar. Aos

poucos a Praça foi desaparecendo e hoje, a única lembrança que se tem é a estrutura do

bar que tomou para si a Praça. (TICIANELI, 2015).

Figura 2 - Antiga Praça Dona Rosa da Fonseca.

Disponível em : <http://alagoasbytonicavalcante.blogspot.com.br/2011/04/maceio-

antiga.html>. Acesso em: 19 ago 2015.

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O Ponto de Encontro

Ainda caminhando pela Rua do Livramento, encontra-se uma das três praças históricas do

bairro do Centro, a Praça Marechal Deodoro. Segundo Costa (1981), o local onde hoje está

localizada a Praça, funcionava um Largo destinado à parada dos carros de boi, que saíam

do atual bairro do Trapiche da Barra em direção ao Porto.

Cercada por diversos prédios comerciais e edificações de valores históricos – como a

Academia Alagoana de Letras, o Tribunal de Justiça e o Teatro Marechal Deodoro – a Praça

que substitui o Antigo Largo do Cotinguiba passou por 12 reformas desde que foi

inaugurada em, segundo Braga, em 03 de maio de 1910, na gestão do Intendente

Demócrito Gracindo, sob projeto de Rosalvo Ribeiro. (COSTA, 2015).

Figura 4 – Pintura da Capela de Nossa Senhora do Livramento.

Fonte: Costa, 1981, tratado pela autora.

Figura 5 – Foto da Igreja De Nossa Senhora do Livramento.

Fonte: Acervo pessoal, 2015.

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Desde sua inauguração a Praça passou a movimentar mais a rua (COSTA,1981) - que até

então era usada como acesso comercial - trazendo pessoas que saiam de suas residências

em busca de lazer. O espaço que em seus primeiros anos reunia famílias e amigos,

atualmente, é usado como: local de passagem e descanso; local de trabalho, como é o caso

dos jovens engraxates, taxistas e vendedores ambulantes que desfrutam do movimento de

pessoas que passam pela praça; e lazer, uma vez que, uma pequena parcela de jovens

costumam andar de skate no interior da Praça.

O FUTURO ENVELHECIDO

O prédio imponente, de estrutura extremamente marcada é um ícone de avanço no Centro

de Maceió. Construído em 1958 é referência modernista e ator marcante na história do

bairro e da cidade. (AMARAL e FERRARE, 2008).

A construção deste prédio foi um marco para a população, que intimidada via ganhando

forma a primeira edificação vertical de 11 pavimentos da cidade. No entanto, o edifício não

foi só por seu encanto marcado, em sua história há registros de diversos suicídios de jovens

que se jogavam do alto do prédio. (Silva, 1991, apud, Cavalcante, 2014, p. 55).

A edificação causou muito impacto, não só por ser o primeiro prédio com mais de seis

pavimentos, ou pelos inúmeros suicídios, mas também pela localização próxima à Igreja de

Figura 6 – Praça Marechal Deodoro.

Fonte: Autor. 2015.

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

Nossa Senhora do Livramento, patrimônio histórico situado na Rua. Apesar da diferença na

altura das duas edificações não é constatado uma quebra na leitura da paisagem ou

descortesia por parte do edifício em relação ao patrimônio.

CONCLUSÃO

Observando a história da formação da cidade, nota-se a importância do bairro do Centro e

das ruas que o compõem. Foi visando o valor histórico deste sítio que se propôs o estudo da

Rua do Livramento. Um dos logradouros que mais contribuíram e ainda contribuem para a

formação e desenvolvimento da cidade.

O projeto base deste artigo tem como objetivo explorar a rua enquanto componente do sítio

histórico, relatando sua contribuição para a formação e desenvolvimento do bairro e da

cidade à qual pertence.

Ao estudar a rua, percebeu-se que a influência desta é maior do que se acreditava. A

história do logradouro, dos imóveis históricos e dos patrimônios existentes nele coopera

ricamente para construção da história, não só do município, mas também dos cidadãos e

usuários.

Através das visitas aos acervos bibliotecários, foi possível conhecer mais da história da

cidade e entender o contexto de sua formação. Foi possível, também, entender o cenário e

Figura 7 – Edifício Breda.

Fonte: Autor. 2015.

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

o processo pelo qual se formou a rua. Foi permitido que através da narração dos autores

percebesse a percepção dos mesmos sobre a ambiência do objeto.

Através das visitas foi possível a percepção do espaço, e ambiência do objeto pela autora.

O Contato com a sob um novo olhar rua foi de extrema importância para entender os usos

que os transeuntes lhes dão. Os diálogos informais complementaram a construção do artigo.

Para o restante do projeto, espera-se o cruzamento das informações de forma mais

detalhada a fim de construir um arquivo, mais forte sobre a rua. Analisar a significância do

objeto e a conservação urbana do mesmo

Com base nos dados colhidos e nos resultados obtidos é imprescindível a importância da

rua diante da história da cidade e das mais variadas pessoas que passam e usam a rua.

Sua contribuição não é constatada apenas no crescimento econômico do munícipio, mas

também na vida dos cidadãos que constantemente constroem suas histórias ao mesmo

tempo em que interagem e deixam suas contribuições para a história da Rua.

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