Cairbar Schutel - Interpretação Sintética do Apocalipse

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    www.autoresespiritasclassicos.com

    Cairbar Schutel

    Interpretao Sinttica do Apocalipse

    1918

    Thodore Rousseau

    O campo

    Contedo resumido

    o livro das predies que narra aquilo que havia desuceder no mundo religioso. Trazendo um novo enfoque

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    atravs da Doutrina Esprita sobre os acontecimentos futurosdo nosso mundo e da nossa alma imortal.

    IntroduoCap. I, II, III E IV - Introduo do ApocalipseCap. V - O livro dos sete selosCap. VI - O primeiro seloCap. VII - Ainda o sexto seloCap. VIII - O Stimo SeloCap. IX -Cap. X - Anncio da stima trombetaCap. XI - O incio da bestaCap. XII - A mulher e o dragoCap. XIII - As bestas e os seus caracteresCap. XIV - A pregao do evangelho - Os tempos da

    ceifaCap. XV E XVI - O sinal no cu - Os sete anjos - As sete

    ltimas pragasCap. XVII - Explicao e viso da grande prostitutaCap. XVIII - A queda da BabilniaCap. XIX - A grande espiritualizao - A vinda do CristoCap. XX - Priso de Satans por mil anos e sua

    libertao por pouco tempo - A liberdade dos mrtires - Ojuzo final

    Cap. XXI - Novo Cu e nova TerraCap. XXII - Remate final da viso - As ltimas palavras

    do anjoConcluso

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    INTRODUO

    Anexo ao Novo Testamento, ou Evangelho de NossoSenhor Jesus Cristo, encontra-se um livro denominadoAPOCALIPSE DE SO JOO. Essa obra o resultado deuma comunicao que o "desterrado de Patmos" recebeu doEsprito de Jesus.

    o livro das predies que narra, em linhas gerais,aquilo que havia de suceder no mundo religioso, e que esttendo o seu cumprimento literal.

    Alm das exortaes, recomendaes s diversas igrejas,a parte mais interessante e, por isso mesmo, a apocalptica, a que faz referncia s Bestas, aos Drages, e grandeProstituta, que, no dizer do profeta, a falsa Religio, queconduz os homens perdio.

    Baseados em diversos autores que tm mais ou menosaprofundado as suas pesquisas, removendo os mistrios que

    embaraam a interpretao de to extraordinria revelao,vamos estudar os principais trechos que, pode-se dizer,constituem o enredo de dita obra.

    "Nada h escondido que no haja de aparecer; nada hoculto que no seja mais tarde revelado", disse oincomparvel Mestre.

    Enquanto h ignorncia, tudo mistrio, tudo indecifrvel; mas depois que o sol do progresso aquece asnossas almas, partem-se as cascas do mistrio, rasga-se o vuda letra, e as coisas nos aparecem tais como so, a verdadeostentando a beleza da sua nudez.

    O movimento da Terra, a gravitao dos corpos, acirculao do sangue, as vibraes, base da viso e da

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    audio, foram outros tantos mistrios nas noites daignorncia. Mas a alavanca do progresso conseguiu removeras pedras que encerravam, no tmulo do preconceito, todos

    esses conhecimentos de que se ufana a gerao deste sculo.O "espelho de enigma" precede sempre a viso face aface, e, enquanto isso no acontece, cada qual v os homense as coisas atravs dos culos da sua miopia e da mesma cordas suas opinies preconcebidas. E por isso que muitoszoilos (maus crticos, invejosos), folheando as memorveispginas do Apocalipse, delas se servem como se fossemtintas de vrias cores, onde costumam molhar a sua penapara satirizar fatos que no experimentaram e idias que noestudaram.

    Queremos referir-nos queles que, aproveitando-se dosnomes que o tornam admirados, abusam da estima de seusadmiradores e, ultrapassando os limites do seu saber, crivamde setas envenenadas de sectarismo os fatos e a teoriaesprita.

    Foi prevendo a impresso que os conceitos dessesescribas produzem no nimo popular, propenso, quasesempre, a aceitar tudo o que mau e a repelir o livre exame,que nos propusemos, em bem do ideal, a escrever a"Interpretao Sinttica do Apocalipse".

    Mais de uma das ilustres personalidades do mundocatlico, clrigos e leigos, tm tido a incrvel coragem de,sem mesmo conhecerem a matria de que tratam, afirmarque o "Drago" e a "Besta", caracterizados no Apocalipse deSo Joo, so representados pela Maonaria, peloEspiritismo e por todos aqueles que no participam de suasidias dogmticas.

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    Felizmente, porm, no tm passado de afirmaesgratuitas, sem apresentao de provas, despidas mesmo doesprito de raciocnio que deve acompanhar a todos os

    pesquisadores da Cincia ou da Religio.No queremos fazer crtica balofa, sem exame severo emeditao profunda, porque o nosso fim no atacaragremiaes nem personalidades, mas aclarar idias, estudarquestes que se ligam ao bem-estar geral, e, verberando oerro que subjuga as conscincias, fazer brilhar a verdade,qual rtila estrela que nos mostra a Terra da Promisso.

    Assim orientados, que pretendemos penetrar osmistrios do Apocalipse, e, semelhana do pescador deprolas, oferecer, aos que nos lem, a "prola de raro valor",de que fala a parbola evanglica.

    Nota da Editora: A primeira edio deste livro ocorreu no dia 21 de setembro de

    1918, com capa encadernada em percaline, ao preo de 2$500 (dois mil e quinhentos

    ris).

    EXPOSIO SINTTICA

    A RELIGIO EM SUA MAIS SIMPLES EXPRESSO

    A Religio o lao que nos une a Deus, e a manifestaomais simples, e tambm, mais alta de religio, que o homem,com facilidade, concebe, a caridade. A caridade , pois, oexpoente mximo da Religio.

    No dizemos que a Religio a verdade, porque seriaisso dificultar a conquista da Religio, que, com tantasabedoria, tanto amor e tanto sacrifcio, Jesus ps ao alcancede todas as criaturas humanas.

    A caridade se faz compreender por todos, e a todosacessveis. Mas a verdade s se alcana atravs dos grandes

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    impulsos da inteligncia. Esta, contudo, somente quandoiluminada pela claridade, pode aspirar contemplaointerior de Deus. Por isso que s a caridade salva.

    Em resumo: a Religio, que ensina e conduz caridade,tem o seu ponto de apoio no Evangelho de Jesus, porque foieste o maior Esprito que baixou a Terra, e soube, comonenhum outro, praticar a caridade em sua plenitude.

    Eis, pois, o Cdigo Religioso, em sua mais simplesexpresso:

    EVANGELHO DE MATEUS

    Captulo V (43 a 48) - "Amai os vossos inimigos e oraipelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos dovosso Pai que est nos cus, o qual faz nascer o sol sobrebons e maus e vir chuvas sobre justos e injustos. Por que, sevs no amais seno os que vos amam, que recompensahaveis de ter? no fazem os publicanos tambm o mesmo? E

    se vs saudardes somente os vossos irmos, que fazeis nissode especial? no fazem tambm assim os gentios?"Captulo VII (12): "Tudo o que quiserdes que os homens

    vos faam, fazei-o, assim, tambm, vs a eles; porque esta a Lei e os Profetas."

    Captulo XXII (37 a 40): "Amars ao Senhor, teu Deus,de todo o teu corao, de todo o teu entendimento e de toda atua alma. Este o grande e primeiro mandamento. E osegundo, semelhante ao primeiro, : Amars ao teu prximocomo a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem todaa Lei e os Profetas.

    Esses artigos e pargrafos do Cdigo Divino resumemtodas as virtudes que o homem pode praticar para obter a sua

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    "perfeio espiritual". , portanto, na obedincia ativa dessaLei que consiste a religiosidade.

    DEDUES FILOSFICAS DA RELIGIOA idia religiosa traz, como conseqncia, a

    sobrevivncia do Esprito morte do corpo, e deste axiomaderivam as condies fsicas e morais do homem depois damorte. De onde se conclui que, para ser religioso, precisoque o homem tenha f nos seus destinos. Parece claro queningum pode ter "f na vida futura", sem que dela tenhanoo; e, para que dela tenha noo, preciso que estude,investigue, compreenda.

    Ningum pode, pois, ser religioso sem que estude aReligio sob os seus vrios aspectos.

    E o Apstolo das gentes, interpretando a Religio pelacaridade, diz em uma de suas epstolas: "Que a vossacaridade abunde em todos os conhecimentos para que

    aproveis o melhor e no tenhais tropeos no dia do Cristo".A Religio no dispensa os seus dois atributos: pureza esimplicidade. Estas condies, entretanto, que revestem aReligio, no a impedem de ser racional e experimental. Enesse sentido que a Religio manifesta, nas almas, o seucarter verdadeiramente moral, pois representa a f ativa eno a "f cega", obcecada, filha do fanatismo.

    Essas consideraes eram indispensveis para entrarmosno tema "Apocalipse", que pretendemos explicar.

    CAPTULOS I, II, III E IV

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    INTRODUO DO APOCALIPSE

    O autor do apocalipse abre o seu livro apresentando-ocomo uma revelao de Jesus Cristo, sobre as coisas quehaviam de acontecer, inclusive a futura vinda do Mestre Terra, em Esprito, e cercado da glria de seus anjos. (1)

    (1) - Apocalipse, I, 7 (S. Mateus, XXV, 31 a 46)

    Narra como se deu a sua viso e as palavras que ouviu"como a voz de trombeta", e a recomendao que teve de sedirigir s "sete igrejas", representadas por "sete candeeiros",

    assistidas por "sete espritos", simbolizados por "seteestrelas". (2)(2) - Apocalipse, I, 10 a 20

    Nessa viso salienta-se a "espada de dois gumes" que saida boca do excelso Esprito (Jesus). Essa espada o smbolodo poder e da justia. E a palavra divina, que no dizer de SoPaulo, a poderosa arma, com a qual ser restabelecido oreinado do Cristo na Terra. , finalmente, o Evangelho, o

    Verbo, essa espada que vibra golpes arrojados matando ahipocrisia, aniquilando o erro e defendendo os espritos deboa vontade na luta terrvel das "trevas" contra a "luz".

    Em seguida, transcreve as "cartas s sete igrejas"(1):feso, Esmirna, Prgamo, Tiatira, Sardes, Filadlfia eLaodicia, cartas essas dignas de serem lidas, e quedispensam perfeitamente o trabalho de traduo, pois se

    acham escritas em linguagem popular e ao alcance de todos.(1) - Apocalipse, II e IIINo captulo IV, o autor continua escrevendo sobre a sua

    viso cheia de quadros que se desdobram s suas vistas e querepresentam as letras com que se escrevem as "coisasespirituais", que as palavras humanas no podem traduzir. A

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    linguagem espiritual se manifesta por meio de smbolos queferem a imaginao e do uma idia relativa das coisas queexistem. Entretanto, no podem ser percebidas pelos nossos

    sentidos materiais, grosseiros.Por exemplo ns lemos: "um mar de vidro semelhante aocristal, (2) que representa o cu; as quatro criaturas viventes:o leo, o novilho, o homem e a guia voando" (3), querepresentam o poder, a criao, a sabedoria e a eternidade;todos entoando o cntico celeste: "Santo, santo, santo oSenhor Deus Todo-poderoso, que era e que h de ser."

    (2) - Apocalipse, IV, 6(3) - Apocalipse, IV, 7 e 8

    Os Espritos puros, mensageiros da Revelao, que apedra fundamental da igreja do Cristo, (4) so representadospor " 24 ancios vestidos de roupas brancas, tendo nas suascabeas coroas de ouro." (1)

    (4) - S. Mateus, XVI, 17 e 19

    (1) - Apocalipse, IV, 4 e 5

    CAPTULO VO LIVRO DOS SETE SELOS

    A VISO DO CORDEIRO

    No CAPTULO V aparece, ao vidente um "livro seladocom 7 selos". E o "livro do futuro", que, "fechado" paratodos, s podia ser aberto pelo "Cordeiro", Jesus, o Cristo,que "venceu para romper os 7 selos" (1).

    (1) - Apocalipse, V, 5

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    Ento, aparece, a Joo, o "Cordeiro" com sete chifres esete olhos, que so os sete Espritos de Deus enviados a todaa Terra".

    O nmero sete simboliza a perfeio, o nmerocompleto, d a idia do desenvolvimento integral doEsprito. Vemos as sete virtudes, que encarnam a perfeio;as sete cores, os sete sons, as sete formas (cone, tringulo,crculo, elipse, parbola, hiprbole, trapzio); os sete dias,etc....O chifre, na velha poesia hebraica, o smbolo dafora.

    Ao receber o Cordeiro o livro, desenrola-se umespetculo maravilhoso: "Os quatro animais" e os "24ancios" caem, de joelhos, diante do Eleito; tm todos nasmos ctaras e vasos de ouro cheios de incenso (as oraesdos santos) (1), e cantam um cntico novo: "Tu, s tu sdigno de pegar no livro e de lhe abrir os selos; porque tufoste morto e com o teu sangue ganhaste para Deus umagrande quantidade de eleitos de todas as tribos, de todas as

    lnguas, de todos os povos, de todas as raas, e os elegeste, para nosso Deus, reino e sacerdotes, e reinaro sobre aTerra". (2) No mesmo momento, Joo v muitos anjos "aoredor do trono, das criaturas viventes e dos ancios, e ouve-os clamando com uma grande voz: "Digno o Cordeiro, quefoi morto, de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a fora,a honra, a glria, a bno". (3)

    (1) - Apocalipse, VIII, 13

    (2) - Apocalipse, XIV, 1(3) - Apocalipse, V, 1 e 12

    Vai comear a abertura do "livro", e vo ser rasgados osselos.

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    CAPTULO VI

    O PRIMEIRO SELO

    "E vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouviuma das quatro criaturas viventes dizendo, como em voz detrovo: Vem. Olhei, e eis um cavalo branco, e o que estavamontado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, eele saiu vencendo e para vencer". (1)

    (1) - Apocalipse, VI, 1 e 2

    A abertura do "primeiro selo" representa uma datagrandiosa para a Terra, com o RENASCIMENTO doCristianismo. E o aparecimento do Espiritismo, (2)sistematizado judiciosamente por Allan Kardec em suasobras fundamentais: "O Livro dos Espritos", "O Livro dosMdiuns", "O Cu e o Inferno", "O Evangelho Segundo oEspiritismo", "A Gnese", e "Obras Pstumas".

    (2) - S. Joo, XIV, 15, 16, 17 e 26. XV, 26 e 27. XVI, 12, 13 e 14.

    O cavaleiro que "trazia um arco", e a quem foi dada umacoroa e "saiu vencendo e para vencer", no pode ser outrapersonagem. E inegvel que Allan Kardec "saiu vencendo",pois as edies e reedies de suas obras, traduzidas emtodas as lnguas e espalhadas por todo o mundo, so provasconcludentes da "sua vitria". Os milhes de espritas que,em toda a parte, procuram apresentar ao mundo o

    Cristianismo renascido, autntico e belo, e o progresso,verdadeiramente maravilhoso que assinala as idias espritas,o atestam.

    No h, com efeito, na Histria, exemplo de outradoutrina que, em to curto prazo, contasse tantos adeptos ese impusesse sabedoria dos sbios, como esta que constitui

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    o maior acontecimento do sculo 19. Entretanto, AllanKardec no concluiu a sua tarefa, e voltar para completar asua obra (1) e, portanto, para vencer.

    (1) - Obras Pstumas, 5a. edio portuguesa, pg. 261 e 269.

    O SEGUNDO SELO

    As naes, assim como as sociedades e os indivduos,tm a sua liberdade de ao, donde resulta o mrito ou odemrito de cada qual. Grande a "liberdade individual",maior a das sociedades, e ainda mais ampla, a das naes,

    e todos ns para o futuro s colheremos os frutos dassementes que plantarmos bons, quando estas so boas, emaus, quando forem ms. No existem nos "arquivoscelestiais" livros que registrem antecipadamente os destinosdos indivduos, das sociedades, das naes, mas, sim, "livrosem branco onde se vo escrevendo os feitos dos indivduos eda coletividade", visto que h a liberdade individual e a

    coletiva. Mas, assim como ns podemos prever, da rvoreque hoje nasce, o tempo da frutificao, a qualidade dos seusfrutos, igualmente os Espritos de grande elevao, paraquem o TEMPO e o ESPAO no so medidos pelo metro epelo pndulo, podem remontar s profundezas do passado oufazer com que seus olhares perscrutadores se estendam auma parcela considervel do futuro, que os olhares humanosno podem abranger.

    No caso de que tratamos, do Apocalipse, em que soabertos os "selos" do grandioso "Livro do Futuro", ns jvimos que, apesar de tantos eleitos haver nas Regies daLuz, s UM conseguiu reunir todos os atributos dos seteEspritos, para poder chegar ao ponto culminante da

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    HISTRIA DO MUNDO, que marcar o REINADO DEDEUS NA TERRA.

    Em cada Esprito se assinala o DOM DA PREVISO;

    uns tm-no em pequena escala, outros em maior, de acordosempre com a sua elevao moral e capacidade cientfica;mas para ver o que se acha descrito no Apocalipse, e foitransmitido ao Mdium Exttico desterrado em Patmos,eram precisos "SETE OLHOS", que s AQUELE QUEVENCEU TODOS OS OBSTCULOS possua, para"romper os sete selos" (1).

    (1) - Apocalipse, V, 2 e 6.

    Estas consideraes deviam preceder a abertura dosegundo selo, para que se no nos atribua a crena num"Deus Vingativo", que tem s suas ordens "Espritos doMal", a quem manda produzir a morte, a peste, a fome.Cremos que existem "instrumentos" que, no uso de sualiberdade, podem produzir o mal, assim como hmissionrios para o Bem. Cada um responder pelos seus

    feitos. O mesmo Apocalipse, na parte referente ao Juzo, diz:"cada um foi julgado segundo SUAS OBRAS" (2).(2) - Apocalipse XX, 12.

    Vamos, agora, interpretao do exposto no "segundoselo":

    "Saiu outro cavalo, VERMELHO, e ao que estavamontado nele foi-lhe dado que tirasse da Terra a paz, e paraque os homens se matassem uns aos outros, e foi-lhe

    entregue uma grande espada.No preciso ter o dom de discernimento muito apuradopara ver o Imperador da Alemanha, o Kaiser encarnando apersonagem referida pelo profeta.

    O trecho que se leu est em relao com o SERMOPROFTICO, (1) que descreve, com preciso matemtica,

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    tudo o que o mundo tem passado nestes ltimos 19 sculos eo que vai passar para a realizao do REINADO CRISTOna Terra.

    (1) - S. Mateus XXIV.

    Ainda uma considerao, acerca do ltimo trecho do cap.VI do Apocalipse, versculo 4: "E foi-lhe entregue umagrande espada".

    Foi entregue por quem? - perguntar o leitor. Por todosaqueles, respondemos, que desviados dos preceitosevanglicos concorreram para a ereo da FORA contra oDIREITO.

    TERCEIRO, QUARTO, QUINTO E SEXTO SELOS

    Aberto o terceiro selo, aparece um cavalo PRETO e umcavaleiro que trazia uma balana na mo; oCOMERCIALISMO ganancioso, uma das grandes causasdas tormentas por que passa o mundo. "Uma voz diz: uma

    medida de trigo por um dinheiro, trs medidas de cevada porum dinheiro": (1) - a FOME.(1) - Medida de um litro.

    Ningum ignora que a fome faz milhares de vtimas naEuropa, na sia, na frica, e j vem chegando Amrica. Acarestia a nota do dia e ser a causa das revoluesintestinas de amanh.

    Ao abrir o quarto selo, Joo v um cavalo AMARELO e,

    montado sobre ele, a MORTE; o Hades o seguia; "Foi-lhedado poder sobre a quarta parte da Terra, para matar com aespada, com a fome, com a peste e pelas feras da Terra".Esses grandes flagelos que aoitam a humanidade soconseqncias do rebaixamento do carter. O cavaloAMARELO representa o desespero e a repulsa de tudo o que

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    santo, divino e verdadeiro e o declnio da humanidade paraa animalidade, entregando-se, assim, morte. O cavaloAMARELO encarna todos os "orientadores do povo" que

    criaram a falsa Poltica, a falsa Cincia e a falsa Religio.A abertura do quinto selo aparece um incio bemacentuado da DIFUSO ESPIRITUAL.(1) Os Espritos dosmrtires, os que trabalharam pela realizao do Ideal Cristose esforam por uma RESSURREIO visvel e tangvel,no mundo, mas recomenda-se-lhes que "esperem um poucoat que seja completado o nmero dos co-servidores eirmos".

    (1) - Joel II, 28 a 32; Atos dos Apstolos II, 14 a 21 e 39; 1. aos Corntios XII, 4 a11; XIV.

    Na pgina "selada com o sexto selo" se vemcaracterizados os fenmenos ssmicos, os cataclismos pelosquais o mundo tem ultimamente passado, e por que ainda hde passar. Os terremotos, as inundaes, os maremotosltimos, que tantas vtimas j tm feito, no so estranhos aessas previses que assinalam o fim do captulo VI do

    Apocalipse."As estrelas caindo do cu, como caem os figos de uma

    figueira agitada pelo vento" (2) - nos parecem bem umamanifestao ostensiva de Espritos orientados por Jesus, para a implantao da F nos coraes. E, com essasmanifestaes, os grandes e poderosos, os infratores da Leicomearo a fugir espavoridos; e, fustigados pelo remorso,

    sero abatidos dos falsos tronos que construram para suaprpria perdio. Eles no quiseram compreender o DEUSDE AMOR, e ficaro aterrorizados diante da Luz que osofuscar.

    (2) - Apocalipse VI, 12 a 17.

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    CAPTULO VII

    AINDA O SEXTO SELO

    Fenmenos Psquicos - Comeo da Espiritualizao

    Neste captulo ainda est includa parte dos fatosarquivados sob o "sexto selo": - fenmenos atmosfricos,que prejudicaro as plantaes, - quem sabe se uma grandeseca? - mas que talvez no perdure a ponto de o prejuzo sertotal, devido interveno de um ESPRITO SUPERIOR,(1) para que sejam primeiro "marcados" os servidores doCORDEIRO, (2) escolhidos "cento e quarenta e quatro mil",de todas as partes do mundo, de todas as raas, representadasnas DOZE TRIBOS DE ISRAEL. (3).

    (1) - Apocalipse, VII, 1.(2) - Apocalipse, VII, 4 a 8.

    (3) - Apocalipse, VII, 9 a 17.

    No versculo 9, comea a grande espiritualizao,confirmada pelas "comunicaes espritas", dadas em todosos pases. E, aos cristos porque esto PASTOREADOSpelo BOM PASTOR, Deus enxugar toda a lgrima dos seusolhos, e eles bebero nas fontes da GUA DA VIDA (4).

    (4) - Apocalipse, VII, 17.

    CAPTULO VIII

    O STIMO SELO

    As oraes dos santos e o som das trombetas

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    A abertura do "stimo selo" principia salientando as"oraes dos santos", que, para ns, representam os "atos de

    amor a Deus e ao prximo, praticados pelos Espritos decaridade e pelos encarnados que se dedicarem a essetrabalho"; elas se salientam tanto que chegam a abalar aspotncias inferiores do espao, que atuaro de forma quasevisvel na sua luta contra o bem. Referimo-nos s "potnciasdo mal", pois, como sabido entre os espritas, a luta no s no mundo visvel, mas tambm no invisvel.

    Segue-se o "som das trombetas".As quatro primeiras trombetas so os avisos incessantes

    e reiterados, que j tm sido e continuam a ser feitos, doscataclismos de ordem moral e material, por que tinham depassar, est passando e vai passar o nosso planeta. Tais soas erupes vulcnicas, os terremotos, os maremotos, asinundaes, as tempestades, desmoronamentos de terras -cidades atiradas no abismo dos mares, como vai acontecer

    principalmente na Itlia, pas bem assinalado no Apocalipse,as guerras em terra, no mar e nos ares, os fenmenosatmosfricos, os eclipses, - ao que tambm se refere o cap.XXIV do Evangelho de S. Mateus, para no citar os doisoutros evangelistas: Marcos e Lucas.

    Entre a 4. e a 5. trombeta, voa uma GUIA, querepresenta iam Esprito de sabedoria que se compadece doshabitantes da Terra, pois o perodo de transformao fsica,da Terra, e moral, dos habitantes, no cessou ainda, e maistrs trombetas ho de soar.

    "Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra por causa dasoutras vozes da trombeta dos trs anjos, que ainda tm detocar"! (1).

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    (1) - Apocalipse, VIII, 13.

    CAPTULO IX

    Ao som da quinta trombeta cai do cu na terra umaESTRELA. Deve ser um Esprito decado, um gnioaltamente cientfico, mas atrasado em moral, o qual baixou aeste mundo com uma nova inveno, que foi destinada aosartifcios de guerra - quem sabe se os avies de artilharia,que lanam bombas nas cidades, levando o pnico spopulaes, mas que poucos estragos relativamente fazem,produzindo mais o terror que a destruio e a morte? "Sogafanhotos alados que no fazem danos s ervas, masatormentam os homens"!

    Este o primeiro ai.Quando soou a sexta trombeta (2) apareceram diante do

    profeta os exrcitos em p de guerra; "os cavalos tinham

    cabeas como de lees, e das suas bocas saam fogo e fumo eenxofre, e os que estavam montados sobre eles tinhamcouraas de fogo, de jacinto e de enxofre". So os quatroanjos presos junto do grande rio Eufrates que foram soltos".

    (2) - Apocalipse, IX, 13.

    Esta viso, que sucedeu imediatamente do quinto selo,nos parece uma aluso clara s quatro naes: Alemanha,ustria-Hungria, Turquia e Bulgria, (1) que foram, pode-se

    dizer, as potncias promotoras da guerra e que maisprximas se acham do rio Eufrates.

    (1) - Referncia a acontecimento da Primeira Grande Guerra Mundial - 1.914 -

    1.918.

    A referncia deste captulo se encontrar - parece-nos -no captulo VI, 2 e 3, j por ns explicado, lembrando os

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    horrores ocasionados pela guerra, no momento em queescrevemos, com a circunstncia de j se ter ela estendido por quase todo o mundo, sendo sustentada pelas quatro

    naes acima referidas.Chamamos a ateno do leitor para a decadncia moral,para a falta de sentimento religioso que lavra nas sociedadeshumanas, fato exarado no mesmo captulo do Apocalipse pelas seguintes expresses: "Os outros homens, que noforam mortos por estas pragas, no se arrependeram dasabras de suas mos, para que no adorassem os demnios eos dolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra, de pau, quenem podem ver, nem ouvir, nem andar; e no searrependeram dos seus homicdios nem das suas feitiarias,nem da sua devassido, nem dos seus furtos" (2).

    (2) - Apocalipse, IX, 20 e 21.

    CAPTULO X

    ANNCIO DA STIMA TROMBETA

    Uma Revelao

    Grandes acontecimentos sero anunciados pelo som dastima trombeta. (1) "Nos dias do stimo anjo, quando este

    estiver para tocar a trombeta, ento se cumprir o mistrio deDeus, segundo ele anunciou aos seus servos, os profetas."

    (1) - Apocalipse, X, 7.

    Que ser?No precipitemos a revelao; continuemos na traduo

    e estudemos atentamente o captulo X.

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    S. Joo viu descendo do cu "um anjo forte vestido deuma nuvem; o arco-ris estava sobre a sua cabea, e o seurosto era como o Sol, e os seus ps como colunas de fogo, e

    tinha na mo um livro aberto".No h dvida de que um mensageiro de revelao. Asua fronte, a sua vestimenta, as luzes que aureolam a suatesta, simbolizada nas sete cores do ris, as colunas de fogoque o sustentam e que representam o fogo sagrado daVerdade, todos esses caractersticos assinalam bem uma altapersonagem celestial; e o livro aberto, que traz na mo, aREVELAO que havia de ser dada ao vidente.

    "O anjo ps o p direito sobre o mar e o esquerdo sobre aterra, e bradou, com grande voz: os sete troves fizeram soaras as suas vozes, mas ao profeta foi proibido escrever o quedisseram os sete troves". Ento o anjo levantou a modireita para o cu e jurou que no haveria mais demora nocumprimento do mistrio de Deus.

    Uma voz do cu ordena ao profeta receber o livro, que

    est aberto na mo do anjo.Joo se aproxima do mensageiro, pede-lhe o livro, eaquele lhe diz: "Toma-o e come-o, e te causar amargor noventre, mas na tua boca ser doce como mel".

    Joo tomou o livro, comeu-o, e outra voz lhe disse:"Cumpre que ainda "profetizes" a respeito de muitos povos,raas, lnguas e reis".

    Que conter o livro que o vidente recebeu? Sem dvida uma profecia, uma REVELAO, porque o "esprito doprofeta est sujeito ao profeta", como disse S. Paulo.

    Mas, sobre que ser a profecia?Os ltimos trechos do captulo - "cumpre ainda que

    profetizes a respeito de muitos povos, lnguas, raas e reis" -

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    parecem indicar que o livro trata do DRAGO, dasMULHERES e das BESTAS, tanto mais que, quando Joo ocomeu, "causou-lhe amargor no ventre".

    A profecia sempre doce na boca; quando recebida, ocorao se alegra, porque a alma exulta quando est emcomunicao com o mundo espiritual. Mas, se a profecia nosanuncia coisas desagradveis, que vo suceder, nosentristecemos (causa-nos amargor no ventre).

    bom lembrar desde j que duas so as BESTASAPOCALPTICAS; assim tambm teremos de encontrar,nos captulos seguintes, duas MULHERES, uma querepresenta a RELIGIO, descrita no cap. XII, outra querepresenta a falsa RELIGIO, citada no captulo XVII: 4, 5,6.

    CAPTULO XI

    O INCIO DA BESTAO dom do discernimento. As duas testemunhas e o

    esprito da profecia.

    O cap. XI, que parece conter um resumo preparatrio - os prolegmenos do livro que pelo "anjo foi entregue aovidente", - inicia a histria da BESTA, bem caracterizada,como se vai ver, no captulo XIII.

    Depois de ter sido dada ao profeta a vara para medir o"templo de Deus, o altar e os que nele adoram" - medida essaque no pode ser outra que o dom do discernimento, (1) -

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    aparecem, ao lado dos "gentios, que pisam a CIDADESANTA, por quarenta e dois meses", as duas testemunhasque, como sinal de protesto contra a falsa religiosidade,

    haviam de profetizar (com sacrifcio) por mil duzentos esessenta dias".(1) l. aos Corntios, XII, 10.

    "Estas so as duas oliveiras e os dois candeeiros postosdiante do Senhor da Terra", (2) disse o anjo.

    (2) - Apocalipse, XI, 4.

    Entendemos por duas oliveiras, os dois Espritosencarregados, um do ministrio da Lei, outro do ministrio

    dos profetas; (1) - e os candeeiros sero, talvez, os mdiuns,atravs dos quais eles se manifestam. A oliveira produz oleo, que o smbolo da f, e o candeeiro o suporte, paraque o leo ardente produza a luz.

    (1) - S. Mateus, XVII, 3.

    J tivemos ocasio de dizer que a revelao se manifesta por smbolos, por parbolas, para que os homens ainterpretem. A palavra espiritual sempre aparece no mundo

    por meio de alegorias.Os "poderes" concedidos s "testemunhas" significam averdade da revelao, cujos fatos subjugaro a todos os seusinimigos.

    A morte "por trs dias e meio" das "testemunhas",produzida pela BESTA, a opresso que sofreu a Revelao, pela antiga e nova Roma, - a chacina dos cristos, os processos de Loudun, finalmente, o martirolgio dosmdiuns pelo fogo e pelas mais selvagens torturas, quefizeram calar o mundo espiritual, fato este de que "seregozijaram vrios povos, lnguas e naes", (2) que tinhamsido atormentados em sua vaidade, em seu orgulho, em suastorpes paixes e vcios execrandos. Livres das censuras, das

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    exortaes para renegao, congratularam-se por poderemreerguer os seus dolos prediletos.

    (2) - Apocalipse, XI, 10.

    Mas o esprito da profecia ressurgiu, como o Cristo noterceiro dia, e a confuso se estabeleceu entre os seusinimigos; ao soar da stima trombeta, o cu se abrir: - "veioo tempo dos mortos", (haver grande difuso de Espritos) -e o mundo espiritual aparecer aos olhos de todos.

    Na interpretao do Apocalipse, como na dosEvangelhos e epstolas, o estudante no pode salientarcaptulos e versculos, mas deve observar a relao que

    existe entre uns e outros, para compreender o pensamentodos escritores. assim que j demonstramos as relaes existentes entre

    os Evangelhos e o Apocalipse; assim como - ver o leitor - aexposio de um versculo apocalptico, que se acha nocomeo do CAPTULO, tem, s vezes, a sua explicao nofinal desse mesmo captulo. Por exemplo: o versculo 18 a

    explicao do versculo 8, do cap. XVII.

    CAPTULO XII

    A MULHER E O DRAGO

    Perseguio aos cristos.

    A aluso BESTA, feita no captulo precedente, deviaseguir o "grande sinal visto do cu" pelo evangelista: "Uma

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    mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus ps euma coroa de doze estrelas sobre a sua cabea".

    Essa MULHER, positivamente, no pode representar

    seno a RELIGIO. A sua vestidura coma o sol,representando a fora criadora das almas; as doze, estrelassobre a sua cabea, o que uma aluso aos doze apstolos,que a representam nas doze tribos de Israel, conformeexplicamos no captulo stimo; a lua sob seus pssimbolizando as fases progressivas com que ela se apresenta,so sinais bem caractersticos para orientar-nos nainterpretao da viso descrita pelo solitrio de Patmos.

    "A mulher estava grvida, e com dores de parto, e gritavacom nsias de dar luz".

    Este trecho uma referncia ao aparecimento doCRISTIANISMO, encarnado na pessoa de Jesus: "O Verbose fez carne e habitou entre ns". (1).

    (1) - Evangelho S. Joo I, 14.

    Em seguida ao primeiro sinal, aparece um outro: "Um

    Drago vermelho com sete cabeas e dez chifres e sobre assuas cabeas sete diademas. E a sua cauda levava aps si atera parte das estrelas do cu, e lanou-as sobre a terra; e odrago parou diante da mulher que havia de dar luz, paraque, dando ela luz, lhe tragasse o filho".

    o IMPRIO ROMANO; o vermelho representa aprpura imperial; as sete cabeas com os diademas so ossete Csares: Julio Csar, Augusto, Tibrio, Calgula,

    Cludio, Nero e Galba, que haviam reinado at o momentoem que o desterrado de Patmos recebera a revelaoapocalptica. Os dez chifres so os dez procnsules,governadores das provncias.

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    As "'estrelas" significam os Espritos assistentes doImprio Romano. A ameaa do DRAGO diante daMULHER se explica nas passagens do Evangelho, S.

    Mateus: II, 1 a 8; 13 a 15.A fuga da MULHER para o DESERTO, por espao demil duzentos e sessenta dias, corresponde ao tempo em que aBESTA acentuou a sua fase de maior poderio, que durouquarenta e dois meses, (2) como se vai ver na traduo docaptulo seguinte.

    (2) - Apocalipse, XIII, 5.

    A RELIGIO foi execrada pelo Poder Romano, e os

    seus mandamentos foram substitudos pelosMANDAMENTOS DA IGREJA, pelos dogmas dosConclios, pelos cultos exteriores, condenadosexpressamente pelos Evangelhos.

    Foi, tambm, quando se deu a BATALHA NO CU:"Miguel e seus anjos batalharam contra o DRAGO, e osseus anjos. Mas no prevaleceram, nem mais o seu lugar se

    achou nos cus. E foi lanado o grande drago, a antigaserpente, chamada Diabo e Satans, que engana a todomundo; ELE FOI LANADO NA TERRA E OS SEUSANJOS FORAM LANADOS COM ELE". (1 ).

    (1) - Apocalipse, XII, 7 e 8.Essa batalha, que se deu no Espao (no cu), foi, pelo

    que se v, decisiva; Os Espritos aliados do DRAGO, e queem hostes malficas dominavam o mundo, ficaram uns

    presos baixa atmosfera da Terra, outros encarnaram, e, pelas suas obras, se tornaram conhecidos e detestados detodos os homens de boa vontade, a quem no cessaram deoprimir.

    Os habitantes do Espao, libertos dos terrveis inimigos,entoaram hosanas aos cus: "alegrai-vos, cus e os que

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    neles habitam. Ai dos que habitam NA TERRA E NO MAR,porque o DIABO DESCEU A VS cheio de grande ira,SABENDO QUE TEM POUCO TEMPO". (2).

    (2) - Apocalipse, XII, 12.

    E o DRAGO com todo o seu poder (embora esse poderfosse por pouco tempo) perseguiu a MULHER (a Religio),que enviara ao mundo o seu dileto Filho (Jesus); e dessa perseguio resultou o desaparecimento do sentimentoreligioso do cenrio da Terra; at aqueles poucos queguardavam os mandamentos de Deus, e tem o testemunho deJesus Cristo, sofreram a guerra, sem trguas, do DRAGO,

    que os segregou do convvio social. (3).(3) - Apocalipse, XI II, 3, 4.Este captulo aparece to claro aos olhos daqueles que j

    viram desenrolar-se, diante de si, os quadros da histriaromana, que dispensava at as explicaes que acabamos dedar.

    A mensagem recebida pelo vidente realizou-se em toda asua linha geral.

    Vamos entrar no captulo XIII do Apocalipse. nele queencontraremos a chave do mistrio de todo o livro, em que oprofeta descreve o que viu e o que ouviu dos Espritos quelhe abriram as portas do futuro, para que conhecesse as dorespor que o mundo havia de passar.

    A traduo do captulo seguinte vai ser uma contribuioinestimvel para o leitor que precisa firmar a sua opinio

    sobre a verdade religiosa.

    CAPTULO XIII

    AS BESTAS E OS SEUS CARACTERES

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    Chegamos ao captulo XIII, chamado, pelo vidente, o

    captulo da SABEDORIA, porque, para sua interpretao,no basta o auxilio da inspirao; preciso estudo,conhecimento amplo, preciso, ntido das Escrituras e daHistria.

    BESTA, em linguagem bblica, significa O PODERINFERIOR, A FORA MATERIAL sobrepujando todos osdireitos e sufocando todos os nobres sentimentos; aDEIFICAO de um HOMEM, para quem se voltam todasas vistas e diante do qual todas as cabeas se curvam.

    A histria de Nabucodonosor um exemplo frisante daBESTIALIDADE guindada ao "poder supremo".

    O seu SONHO, (1) que representa a sua prpria pessoaalada s culminncias do PODER, d a idia perfeita daBESTA, expresso empregada, pelos profetas, parasignificar o absolutismo e a ignorncia impondo leis e

    costumes, leis e costumes que s dominavam com o auxlioda FORA ARMADA.(1) - Daniel, II

    No "livro de DANIEL", este profeta, em suas vises, vdiversas BESTAS, uma que encarna os reis da Mdia e daPrsia, outra que encarna o rei da Grcia, esta ltimarepresentada por um BODE PELUDO (1).

    (1) - Daniel, VIII, 21.

    A BESTA sempre um sinal da violncia, do poderdesptico. Na idade mdia, eram chamados BESTAS, os

    instrumentos de GUERRA. Havia a BESTA DEGARRUCHA, com que se despediam garrochas, virotes,(setas curtas); a do BODOQUE, que servia para atirar balas

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    de barro; a do PELOURO, com que se atiravam balas dechumbo; a do ESCORPIO, que arremessava setas ervadascom helboro, uma erva venenosa, chamada, em Portugal,

    erva besteira.Os soldados da idade mdia chamavam-se BESTEIROS,E se dividiam em besteiros da cmara, besteiros de cavalo, besteiros de garrucha, besteiros de fraldilha, besteiros domar, besteiros do monte e besteiros do conto.

    Estes ltimos eram os besteiros arrolados, fornecidospelos municpios, sendo, cada corpo de tropas, comandado pelo seu anadel (capito de besteiros) e todos eles peloanadelmor, e que, usando da BESTA, formavam, emPortugal, uma milcia semelhante dos Yeomin ingleses,que tambm eram as bestas das comunas.

    Traduzida, pois, a expresso enftica "BESTA", quedesigna o PODER DAS TREVAS, em linguagemevanglica, vamos iniciar a traduo do captulo, quesintetiza, pode-se dizer, todo o Apocalipse.

    pena que no pudssemos obter um exemplar da obra"SPACIO DELA BESTIA TRIONFANTE" (Expulso daBesta Triunfante), do inolvidvel Giordano Bruno, livro ques conhecemos de nome, mas que dizem ser a sua maisfamosa obra, que explica, antecipadamente, o motivo porque a Igreja o mandou queimar no dia 17 de fevereiro de1600.

    Mas entremos no assunto, sem nos esquecermos de que ocap. XIII acha-se intimamente ligado ao cap. XVII.

    No cap. XIII, o vidente v desenrolar-se ante seus olhoso quadro das BESTAS com todos os seus feitos.

    No cap. XVII, UM DOS SETE ANJOS d ao profeta ainterpretao da sua viso.

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    Recomendamos a leitura de ambos os captulos, para boacompreenso do estudo que fazemos.

    A PRIMEIRA BESTA"O vidente v sair do MAR uma BESTA que se

    assemelha muito ao DRAGO. Tem sete cabeas e dezchifres; em cada cabea um nome de blasfmia. (1).

    (1) - Apocalipse, XIII, 1.

    A BESTA semelhante ao LEOPARDO; (2) mas os seusps so de URSO, a boca de LEO, e o DRAGO deu-lhe o

    seu poder e o seu trono e grande poderio.(2) - Apocalipse, XIII, 4 e 5.Uma BESTA surge do MAR; esta que, em primeiro

    lugar, procuramos decifrar; a outra surge da TERRA.A expresso MAR no significa - "a grande massa de

    gua salgada que cobre aproximadamente trs quartas partesdo globo terrqueo"; - foi empregada pelo profeta em sentidofigurado, e uma aluso aos povos, s naes, que haviam

    de dar importncia BESTA, que, como veremos, depoisadotou o ttulo de UNIVERSAL, CATLICA.

    No versculo 15 do cap. XVII do Apocalipse, quando ovidente escreve a explicao que o anjo lhe d, explica bemo seu pensamento: "as GUAS QUE VISTE, onde estsentada a prostituta, SO POVOS E MULTIDES,NAES E LNGUAS".

    As "SETE CABEAS", diz o anjo no captulo XVII, 9 e10, "so sete montes sobre os quais est sentada aMULHER". "So tambm sete reis; cinco caram, um est, eo outro no veio ainda, e, quando vier, durar pouco tempo".

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    E, no versculo seguinte, acrescenta: "E a besta, que era ej no , tambm o OITAVO REI e UM DOS SETE evai ser a perdio".

    Estes trechos fazem j descortinar, s nossas vistas, agrande cidade de ROMA, pois a nica no mundo fundadasobre sete montes: Capitolino, Palatino, Aventino, Coelio,Esquilino, Quirinal e Viminal.

    Os SETE REIS devem ser as sete formas de governo quese sucederam em ROMA:

    1a.) Monarquia Primitiva, ou o perodo de domnio dossete reis: Rmulo, Numa Pomplio, Tulo Ostlio, AncoMrcio, Tarqunio Prisco, Srvio Tlio e Tarqunio, oSoberbo.

    2a.) Repblica Aristocrtica, em que governam oscnsules e senadores.

    3a.) Repblica Democrtica, em que, ao lado dossenadores, havia os tribunos do povo, os quais tinham odireito de recusar as leis do Senado, quando eram

    prejudiciais ao povo.4a.) O Triunvirato: o de Csar, Pompeu e Crasso, (queformam o 1. triunvirato); e o de Otvio, Antnio e Lpido(que formam o 2. triunvirato).

    5a.) A Ditadura, forma de governo que por vrias vezesimperou em Roma.

    6a.) O Imprio Romano, que teve incio no ano 29 antesde Cristo, do qual foi primeiro imperador Lpido, um dosmembros do 2. triunvirato, recebendo do Senado o nome deAugusto.

    7a.) Reino da Itlia, proclamado por Odoacro, no ano de475, e o reinado posterior da Casa de Sabia.

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    O OITAVO REI, de que fala o versculo 11, do citadocaptulo XVII, no pode ser outro seno o PAPADO, "QUE DOS SETE", diz o texto. - Ora, o PAPA, intitulando-se

    REI DOS REIS, como o fazia, e usando sobre a sua cabea atrplice coroa de ouro com brilhantes, REI, e o DOSREIS; reveste-se dos caractersticos de que fala S. Joo.

    Mas continuemos o nosso estudo; j interpretamos omistrio das sete cabeas; vamos tratar agora dos DEZCHIFRES.

    Estes so, forosamente, as DEZ NAES, que jtinham aparecido no tempo em que S. Joo recebeu a palavra proftica de que nos ocupamos, as quais, depois dodesmembramento do Imprio Romano, agiram de acordocom o PAPADO:

    1a.) A Frana, que at 1870 conservou um exrcito emRoma para proteger o Papa.

    2a.) A Espanha que foi um dos braos fortes daInquisio, e que, at hoje, obedece poltica de Roma.

    3a.) Portugal, com as suas colnias, foco do fanatismoromano.4a.) A Inglaterra, onde tanto sangue foi derramado por

    ocasio da reforma protestante.5a.) A Itlia, bero do Vaticano.6a.) A Alemanha e suas possesses, onde, por ordem do

    Papa Eugnio IV, foram queimados, em um palheiro, milpartidrios de Joo Huss.

    7a.) A ustria-Hungria, (1) que tanta fora tem dado aoPapado.

    (1) - Lembremo-nos de que o autor trata dos acontecimentos de acordo com a

    situao poltica das naes, na poca, situao essa hoje bastante modificada.

    8a.) A Rssia.9a.) A Grcia.

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    10a.) A Pennsula Escandinava, compreendendo a Suciae a Noruega.

    Foi sobre essas GUAS: "povos, naes e lnguas", (2)

    que Roma assentou o seu poder e dominou pelo ferro e pelofogo, como todos sabem. (Leia-se a "Histria dos Papas" e a"Histria de Roma").

    (2) - Apocalipse, XVII, 15.

    Continuemos o estudo do captulo XIII: "vi uma de suascabeas como que ferida de morte, e a sua chaga mortal foicurada, e toda a Terra se maravilhou aps a besta; adoraramo drago que deu besta o seu poder, dizendo:QUEM

    SEMELHANTE A BESTA? QUEM PODERBATALHAR CONTRA ELA?" (3).(3) - Apocalipse, XIII, 4.

    A cabea ferida de morte, e depois curada, o brado daREFORMA, com as teses afixadas em 31 de outubro de1517, na principal igreja de Wittenberg, por MartinhoLutero, e a repercusso produzida no mundo pela audcia dogrande reformador, que foi seguido por muitos outros, e

    precedido por homens eminentes que no cessavam decriticar os dogmas absurdos de Roma e a sua ao nefasta,sustentada pelos reis e imperadores.

    Wycliffe, Joo Huss, Erasmo e tantos outros que lhesseguiram as pegadas, - Melanchthon, Farel, Calvino, etc....etc....

    O ltimo trecho do versculo, que imprimimos com

    caracteres maisculos, sempre repetido pelos padres epelos catlicos: quando se lhes observa o erro do papado ecaducidade de suas doutrinas, eles bradam com todas as suasforas: - QUAL RELIGIO SEMELHANTE CATLICA? QUEM PODER LUTAR CONTRA ELA,

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    QUE SEMPRE FOI BATIDA, MAS NUNCA FOIVENCIDA?

    Mas os padres ignoravam talvez que "a boca que lhes

    fora dada, para falar grandezas e blasfmias", (1) no durariamais de 42 meses.O poder "para fazer guerra aos santos e venc-los, e para

    DOMINAR toda a lngua, tribo, nao", (2) no se podiaestender ao infinito; o mal no se pode eternizar; s Deus e asua Lei so eternos.

    Mas procuremos a interpretao dos 42 MESESFATAIS, anunciados por S. Joo. J dissemos que alinguagem apocalptica ordenada de alegorias, catacreses,metforas; O Evangelho, em geral, cheio de PARBOLASedificantes, para prender melhor a nossa imaginao e nosobrigar a raciocinar, a estudar a parte esotrica, ou interior,espiritual.

    assim que devemos interpretar meses de trinta anos,em vez de meses de trinta dias, os referidos pelo profeta.

    O calendrio tem variado segundo os tempos e os povos.Por exemplo: o calendrio dos romanos, importado dossabinos e dos albanos, tinha, primitivamente, 304 dias,distribudos por 10 meses. Numa Pomplio reformulou essecalendrio, instituindo um ano de 355 dias, juntando, aosmeses antigos, mais dois: januarius e februarius, eacrescentando (para harmonizar o ano lunar com o anosolar), de dois em dois anos, um ms suplementar a quechamou mercedonius ou mercidinus, que foi colocado entrefebruarius e maius. Jlio Csar suprimiu esse mssuplementar e estabeleceu o ano de 365 dias. O mesmo temacontecido com a contagem do tempo em meses, dias ehoras, etc..

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    As semanas de Daniel, por exemplo, eram de sete anoscada uma. Os Egpcios contavam, antigamente, um dia - Umano. Depois, chamaram ano a uma s idade da lua, ou ms.

    Mesmo no catolicismo romano h o DIA ARTIFICIAL;assim se chama o momento em que o Sol aparece nohorizonte e h luz para os tratos e ofcios religiosos.

    As HORAS DOS HEBREUS abrangiam, cada uma, trsdas nossas, AS HORAS DO ANO so as quatro estaes,cada uma de trs meses; inverno, primavera, estio, outono.Por isso Homero (como explica Eustquio) introduz quatrodeusas HORAS na sua Ilada, as quais tinham por ofcio:duas fechar o Ano, desde que os dias minguam, e duas abri-lo, desde que crescem.

    Contando, pois, como dissemos, um dia apocalptico porum ano, temos 30 x 42 = 1260 anos, que correspondem, justamente, aos 1260 dias, tambm de anos, tempo estepredito pelo profeta no cap. XII, a acerca da fuga da mulherpara o deserto, onde Deus lhe havia preparado um lugar para

    ser alimentada.Newton, que escreveu um livro sobre as PROFECIASDE DANIEL, que, como o Apocalipse, diz serem asBESTAS os inimigos do Reino de Deus, fez estudoselucidativos dessas ALIMRIAS, baseado na lista doseclipses notados por Ptolomeu, e, estendendo-se em largasconsideraes astronmicas, citou o testemunho de muitoshistoriadores antigos, que trataram dos anos lunares e dosanos solares, nas suas interpretaes bblicas. argumentodeles que, tendo Deus "criado o sol e a lua para iluminarem aTerra, aquele para GOVERNAR o dia, e a outra paraGOVERNAR a noite", (1) o tempo poderia ser contadocomo ano solar ou lunar.

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    (1) - Gnese, de Moiss cap. I, 14 a 16.

    E dessas dedues fazem consideraes sobre as velhas bestas que representam o Reino Babilnico, o ImprioMedo-Persa, etc..

    Mas continuemos a anlise dos 120 dias do ano, eexaminemos se, com efeito, no foi esse o perodo em que oPAPADO exerceu toda a soberania.

    A Histria narra o surgimento do PAPADO no stimosculo, justamente no ano de 610 depois de Cristo. No ano607, o Imperador Focas elevou o Papa ao supremo poder,mas s em 610, e, da em diante, que ele pde exercer

    amplamente a sua supremacia. De 607 a 1866, temosexatamente, 1260 anos solares. Em 1866, como se sabe,acentuou-se uma ao terrvel, em toda a parte, contra asdoutrinas da IGREJA ROMANA e o PAPADO, o que fezestremecer os alicerces de Roma. Com o intuito de refor-los, Pio IX reuniu um Conclio, que decretou, em 1870, aINFALIBILIDADE DO PAPA. (2) No dia imediato, foi

    declarada a guerra franco-alem. Em conseqncia daderrota da Frana, as tropas francesas, que guardavam Roma,servindo de brao forte ao Papa, foram retiradas e, no dia 20de setembro, as tropas de Victor Emmanuel entraram emRoma e despojaram o Papa do seu PODER TEMPORAL.

    (2) - "Roma e o Evangelho", discurso do Bispo Strossmayer.

    Interessante que Focas, assassinado por ordem deHeraclio, morreu a 5 de outubro do ano de 610, e, dessa data

    a 1870, temos justamente 1260 anos.So coincidncias estas, mas que tambm concordamcom as profecias apocalpticas que estamos estudando.

    A OUTRA BESTA

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    O primeiro aspecto que o vidente nos apresenta a outraBESTA, "que subiu da terra", (1) j nos d a pensar naCOMPANHIA DE JESUS - OS JESUTAS.

    (1) - Apocalipse, XIII, 11.

    "Ela tem dois chifres SEMELHANTES AO DOCORDEIRO, mas fala como o DRAGO". J dissemos ser ochifre o smbolo da fora. No CORDEIRO o vidente viu setechifres, que indicam todo o PODER, que aquele possui nomais alto grau.

    Nesse OUTRO CORDEIRO (1), o profeta s v DOISCHIFRES, que podem representar os dois poderes, na

    aparncia, distintos, mas que encarnam ambos a mesma idiade domnio: PADRES E FRADES. - Ns vemos o Papanegro e o Papa branco, ALIMRIAS que se reforammutuamente.

    (1) - Apocalipse, XIII, 11.

    A outra BESTA surgiu do mar, mas esta surgiu da terra.Vamos procurar, pois, o seu nascimento, ou melhor ainda, oseu "surgimento".

    Diz a Histria que Incio de Loiola, depois de terfraturado a perna direita no cerco de Pamplona, vendoesvair-se os seus sonhos de glria militar, iniciou a leitura da"VIDA DOS SANTOS", livro que lhe trouxeram, no seuleito de dor. Esse livro o impressionou to vivamente queno tardou ele, Incio de Loiola, a ter vises e xtases.

    Maravilhado pelo que via, dedicou-se ao estudo da

    "Teologia Catlica", e fundou, a 15 de agosto de 1534, aCOMPANHIA DE JESUS.Lutero j havia dado comeo ao seu movimento

    reformatrio, e Incio de Loiola, concebendo o projeto defortalecer o Catolicismo, assegurando-lhe o imprio sobre asalmas, no relutou em pr mos obra, obtendo do papa

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    Paulo III, pela bula Regimini militantis Eclesia, datada de 17de setembro de 1540, o reconhecimento da referidaCompanhia. Diz a Histria que "quando Loiola, Lainez e

    Lefevr apresentaram, ao Papa, os estatutos da ordem quequeriam fundar, este ficou encantado pelo seu zelo e,sobretudo, pelo voto que eles faziam de se colocareminteiramente disposio da Santa S."

    Essa BESTA que "exerce todo o poder da primeiraBESTA na sua presena e faz que a Terra e os que nelahabitam adorem a primeira Besta, cuja chaga mortal foicurada, e faz grandes sinais e engana os habitantes da Terra",(1) no pode ser mesmo outra seno o JESUITISMO.

    (1) - Apocalipse, XI II, 13 e 14.

    A sua semelhana com o CORDEIRO vem do nome deJesus, que ela adotou, mas se diferencia do Senhor, porquefala como o DRAGO.

    Os versculos 16 e 17 dizem: "E faz que todos, pequenose grandes, ricos e pobres, livres e servos, ponham um sinal

    na sua mo direita ou nas suas testas, e que ningum possacomprar ou vender seno aquele que tiver o sinal, ou nomeda besta, ou o nmero do seu nome".

    E conclui o evangelista com o seguinte trecho: "Aqui hsabedoria. Aquele que tem entendimento conte o nmero dabesta, porque o NUMERO DE UM HOMEM; e o seunmero 666". (1)

    (1) - Apocalipse, XIII, 18.

    OS SINAIS APOCALPTICOS E O NMERO 666

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    A RELIGIO ROMANA uma instituio em quepredominam o SMBOLO E O MISTRIO.

    Todos os seus sacramentos so sinais: o batismo um

    sinal (diz o catecismo); a crisma um sinal; o casamento um sinal; enfim, todos os seus ritos no passam de sinais dosdogmas decretados pelos papas e pelos conclios, dogmasque tm por explicao final: MISTRIO!

    O prprio "deus" concebido pelo Catolicismo de Romano passa de um MISTRIO. "Em Deus h trs pessoas, queformam o MISTRIO da Santssima Trindade", diz oCatecismo.

    Sendo os MISTRIOS diversos, os SINAIS tambm somuitos, para que cada sinal possa representar um mistrio.

    Assim, temos o batismo, com um sinal na cabea (agua); a crisma, com um sinal na face; e o casamento, comum sinal na mo, e assim por diante. Por sua vez ossacerdotes so assinalados na cabea - a tonsura - pararepresentar a aurola da santidade; os graduados, como os

    cnegos, monsenhores, bispos, trazem o anel na mo direita.E, para que possam exercer o seu comrcio, quer dizer, assuas relaes religiosas, indispensvel o SINAL. Porexemplo: um homem ou mulher que no sejam batizados ouno sejam catlicos romanos no podem participar dossacramentos, nem mesmo indiretamente, como para batizaruma criana.

    O que no tiver ordens, anel ou tonsura, no podeministrar as "graas de Deus". " preciso ter o nome daBESTA ou o seu nmero", diz o cap. XIII, 17.

    Dito isto, passemos a esquadrinhar, com ESPRITO desabedoria, o nmero 666, que portador de grandesrevelaes.

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    Sendo ROMA a nica cidade no mundo assentada sobresete montes, e afirmando o anjo que "as sete cabeas so ossete montes sobre que est sentada a mulher", (1) vamos a

    ver se ela tem o nmero fatdico, visto pelo profeta.(1) - Apocalipse, XVII, 9 e 10.ROMA, em hebraico, ROMIITH. Se aproveitarmos as

    letras-algarismos, usadas em hebraico, e as somarmos,verificaremos que coincidem, exatamente, com a vidncia doapstolo.

    Assim:R O M I I TH

    200 + 6 + 40 + 10 + 10 + 400 = 666Mas S. Joo acrescenta que o nmero da BESTA nmero de um homem (2).

    (5) - Apocalipse, XIII,18.

    Ora, ningum ignora que o PAPA se intitula: VICARIVSGENERALIS DEI IN TERRIS: VICARIVS FILII DEI;DVX CLERI, (que significam: Vigrio Geral de Deus naTerra; Vigrio do Filho de Deus, Prncipe Chefe do Clero).

    Aproveitando, em cada um desses ttulos as letras quetm valor como algarismos romanos (desprezadas as mais),temos, do primeiro:

    V I C I V L I D I I I5 + 1 + 100 +1 + 5 + 50 + 1 + 500 + 1 + 1 + 1 = 666Do segundo:V I C I V I L I I D I

    5 + 1 + 100 + 1 + 5 + 1 + 50 + 1+ 1 + 500 +1= 666Do terceiro:D V X C L I500+5 + 10+100+50+1=666Tambm ningum ignora que o idioma que a Igreja de

    Roma usa, em todos os seus atos oficiais, o latino, e S.

  • 8/14/2019 Cairbar Schutel - Interpretao Sinttica do Apocalipse

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    Irineu, discpulo de Policarpo, lembra o nome gregoLATEINOS, isto , latino, como satisfazendo plenamente ainterpretao do enigma 666, proposto por S. Joo.

    L A T E I N O S30 + 1 + 300 + 5 + 10 + 50 + 70 + 200 = 666E j que analisamos o alfabeto grego para a interpretao

    da numerao apocalptica, no nos esqueamos de queTEITAN (grego) significa SATANS, e a soma das letrasdaquela palavra d 666.

    T E I T A N300+5+10+300+1+50=666Satans uma expresso bblica, que longe de intitular

    um ente eternamente devotado ao mal, quer dizer adversrio,inimigo do Bem, da Verdade.

    Que o Catolicismo, com os seus dogmas, cultos emistrios, o Teitan (adversrio) do Cristianismo, ningumousar negar. E como a soma dos nmeros-letras do Papadod o mesmo produto, ou representa a mesma cousa que os de

    TEITAN... interessante, ainda, a coincidncia que se d com a palavra ROMA, cujas letras esto colocadas em sentidoinverso da palavra AMOR.

    Quereria o "destino", em sua sbia previdncia,demonstrar que ROMA, apesar de se inculcar DIVINA, seriao inverso, a anttese da Divindade?

    CAPTULO XIV

    A PREGAO DO EVANGELHO

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    OS TEMPOS DA CEIFA

    Diz o Eclesiastes que tudo tem o seu tempo, e todopropsito debaixo do cu tem o seu tempo."H tempo de nascer, de morrer, de plantar e de arrancar

    o que se plantou"."Tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e

    tempo de edificar; tempo de guerra e tempo de paz".Na "Parbola do Joio e do Trigo", (1) Jesus fortifica esta

    lio, dizendo aos seus servos que deixassem crescer o trigoe o joio, at o tempo da ceifa, para no suceder que fosse otrigo tambm prejudicado.

    (1) - S. Mateus, XIII 21 a 30.

    E o joio foi conservado no meio do trigo, at h pouco,tempo em que comeou a ceifa.

    So Joo abre o captulo XIV narrando a viso que tevedo "CORDEIRO", em p, sobre o monte Sio, e com ele

    cento e quarenta e quatro mil que tinham escrito o nome delee de seu Pai sobre as suas testas".Nesse nterim, o profeta ouve uma "voz como a voz de

    muitas guas e como a voz de um grande trovo; e a voz eracomo de harpistas que tocavam nas suas harpas".

    O cntico, diz ainda o vidente, " um novo cntico diantedo trono e das quatro criaturas viventes e dos ancios; eningum podia aprender aquele cntico, seno os cento e

    quarenta e quatro mil, que foram comprados na terra. So osque seguem o Cordeiro e foram comprados dentre os homenspara ser as primcias para Deus e para o Cordeiro".

    O CNTICO NOVO, indubitavelmente, o Espiritismo,e dos cento e quarenta e quatro mil fazem parte aqueles que

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    estudam com amor esse todo harmnico e belo, que constituia FILOSOFIA ESPRITA. Eles foram adquiridos para ser asprimcias para Deus e para o Cordeiro, porque, pelo seu

    trabalho constante na propaganda, quer como Espritos, noInvisvel, quer como encarnados, que a Verdade brilha ereala, concitando os homens obedincia dos preceitos daMORAL CRIST e convidando-os adorao do SerSupremo, em esprito e verdade, como ensinou o Mestre mulher samaritana.

    Empregando o evangelista a expresso "foramcomprados da terra", quis significar que os cento e quarentae quatro mil se devem fazer reconhecer pelo seudesprendimento das coisas do mundo, pela sua moral, pelasua humildade, finalmente, pela sua caridade, virtude que aprimcia para Deus.

    Significa, ainda, que os cento e quarenta e quatro milreceberam a palavra, pela graa, para pregao da F, comodiz o Apstolo das gentes.

    ESPRITA, quer dizer adepto da Filosofia Esprita, quese cr Esprito Imortal, que est em relao com os Espritos,que trata da sua Vida Espiritual, que propaga asmanifestaes espritas, que interpreta os Evangelhos emesprito, e no a letra, que adora a Deus em esprito everdade, que admira o Cristo Jesus e segue seusensinamentos, que cr no Cristo Jesus e sabe que ele existeem Esprito; por isso, assim o ama, mas no o adora numafigura, numa estatueta, numa imagem, onde ele no est.

    Deus Esprito, e seus filhos so Espritos, porque acarne, o corpo oriundo de pais carnais. Proclamando-meesprita, proclamo-me "filho de Deus", e, portanto,"primcias para Deus"', como diz So Joo.

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    O CNTICO NOVO , pois, a pregao do Evangelho,em esprito e verdade, graa essa que havia sido prometidapor Jesus (1) e que nos liberta da ignorncia e do cativeiro

    sacerdotal, que tanto nos tem oprimido.(1) - S. Joo XIV, 26; XVI, 7 e 8, 9 e 10. No versculo 6, S. Joo v um ANJO com este

    Evangelho Eterno que havia de ser anunciado "aoshabitantes da Terra, e a toda a nao e tribo, e lngua e povo".

    A segunda VOZ (2) anuncia a destruio da GRANDEBABILNIA, "que deu a beber a TODAS AS NAES do

    vinho da ira da sua devassido": ROMA PAPAL, cujasdoutrinas se tinham infiltrado em todos os povos e dominadotodas as naes.

    (2) - Apocalipse, XIV, 8.

    A terceira voz (1) um terrvel libelo contra os queADORAM a BESTA ou recebem a MARCA DO SEUNOME. O apstolo recomenda, por fim, aos que receberamos mandamentos de Deus e a f em Jesus, que perseverem na

    S Doutrina.(1) - Apocalipse, XIV, 9 a 12.

    A quarta VOZ (2) um cntico aos mortos que morremno Senhor.

    (2) - Apocalipse, XIV, 13.

    Logo depois que soou a quarta VOZ, o VIDENTE olha ev a SEARA DA TERRA (3) toda madura e os quatroANJOS metendo a foice afiada, ceifando a seara da terra e

    vindimando os cachos da videira da terra, porque suas uvasestavam bem maduras. E tudo o que foi vidimado foilanado no lagar e saiu sangue do lagar por espao de mil eseiscentos estdios.

    (3) - Apocalipse, XIV, 14 a 20.

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    Este quadro estampa todas as doutrinas que esto sendolanadas execrao, porque no correspondem snecessidades espirituais, e, ainda mais, reflete a guerra

    mundial, produto da cincia humana, elevada categoria dedeusa.

    CAPTULOS XV E XVI

    O SINAL NO CU

    OS SETE ANJOS

    AS SETE LTIMAS PRAGAS

    No comeo deste captulo (XVI) a viso premonitriado "fim do mundo": fim do absolutismo, da prepotncia, do

    orgulho, do egosmo; fim das aristocracias, dos governosvenais; fim das castas privilegiadas que usurpam os direitosdos povos; fim, em suma, do mundo material, que dar lugarao mundo moral, em que reinar o Bem, haver justia, e aVerdade ser procurada e abraada por todos.

    Mas, at que chegue esse tempo, a humanidade h de passar por grandes sofrimentos, que extirparo as suas paixes, os seus vcios, a fim de preparar os homens,tornando-os limpos de pecados, para se revestirem da alvatnica a que alude a Parbola do Festim de Npcias.

    Os sete anjos representam os poderes celestiais atuandona transformao do nosso planeta. O nmero sete, como jvimos, indica um nmero completo. As sete ltimas pragas

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    indicam todas as fases de transformao por que h de passaro mundo, para que se torne uma regio de felicidade.

    O mundo, atingindo um perodo de maturidade, se agita,

    como para expelir os elementos parasitrios que seajuntaram, como a lhe dar uma decrepitude nociva.A lei da evoluo, que rege todas as cousas, do simples

    gro de areia aos gigantescos astros, do mais insignificantezofito ao Esprito de Santidade, atuando sobre o planetaterreno, pelos seus executores, o transforma, produzindorevolues intestinas que explodem na sua superfcie. Todasas renovaes so acompanhadas de abalos.

    Acresce, ainda, que a modificao atmosfrica acarreta,forosamente, a modificao das condies do planeta que,juntamente com o sistema solar, de que faz parte, caminhacom velocidade superior de uma bala de fuzil, pelo espaoafora, em busca da Constelao de Hrcules.

    natural, pois, que a atmosfera se v modificando, fato bem notado nos ltimos tempos, sendo que essa

    transformao h de necessariamente dar lugar a fenmenosfsicos, lembrados no Apocalipse, e que, ao VIDENTE,foram mostrados em forma alegrica de "taas derramadassobre o mar, sobre a terra, sobre os rios, etc ". (1).

    (1) - Apocalipse, XVI, 3 a 7.

    fato historicamente registrado que as perturbaesmorais da humanidade coincidem com as perturbaes denatureza fsica.

    Parece que cada poca de 2.000 anos, mais ou menos, assinalada por grandes fenmenos de ordem moral. Nessasocasies, parece fazer-se necessria uma nova Revelao,porque a depresso do carter, a propenso para o mal, parao crime, se acentua de tal forma que toda cincia se torna

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    estril, toda religio v. No tempo em que Buda recebeu aRevelao dos cus, reinava uma verdadeira anarquia moral,e foi preciso que viesse mais uma VERDADE NOVA tirar

    os homens da apatia em que se achavam, para renascidosespiritualmente, cumprirem os seus deveres morais.A Revelao Budista precedeu 2.000 anos de Moiss,

    e, nessa ocasio, provavelmente, realizou-se a agitao domundo produzindo-se cataclismos.

    Por ocasio da Revelao Mosaica, a Histria Sagrada, aBblia, d testemunho dos fatos surpreendentes ocorridosnaquela poca.

    Dois mil anos depois, aparece Jesus; foi a poca donascimento do Cristianismo, e, ocioso se torna recapitular oque, ento, se deu, porque a esto os Evangelhos para seremestudados por todos, e que, melhor do que ns, levaro aoconhecimento dos leitores no s os fenmenos ssmicos eatmosfricos, que aterrorizavam as gentes, mas tambm osfatos portentosos de ordem espiritual que eram como

    vergastas a aoitar o torpor de uma raa transviada.Estamos quase alcanando os 2.000 anos que nosseparam do aparecimento do Cristianismo, e que o quedeparam em nossos dias?

    Sem falar na guerra da Rssia com o Japo, que foi umamedonha carnificina; na guerra talo-turca, que foi o incioda conflagrao mundial que enche de luto a nossa poca,"h como diz um nosso erudito companheiro - um verdadeirorosrio de desastres a assinalar: erupes vulcnicas,terremotos de horrveis conseqncias, como os da Calbria,de S. Francisco da Califrnia, de Valparaso e, recentemente,os da Guatemala; inundaes em diversos pases, naufrgios,exploses; de vez em vez, a fria dos elementos ceifando

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    vidas aos milhares, e, ao lado desses horrores naturais, aforre, o dio de classes e de crenas, os suicdios, osassassnios".

    Deus, porm, nunca desampara os seus filhos, e suamisericrdia se faz sentir nos grandes momentos em que ohomem dela mais necessita. A temos a REVELAOESPRITA, que a tbua de salvao oferecida a todos. (1)Ao lado do materialismo desesperador e tenebroso,manifesta-se a luz da imortalidade, revive nos coraes aesperana; os aflitos recebem a consolao e os deserdados aCaridade.

    (1) - O Evangelho Segundo o Espiritismo.

    Os "mortos" se manifestam para demonstrar a Vida noAlm, e os Mensageiros de Deus se esforam paraespiritualizar as almas, nelas solicitando as virtudes que aselevaro felicidade.

    Estes dois quadros que, rapidamente, desenhamos - deum lado a agonia do mundo velho, do outro o nascimento do

    mundo novo - no sero o "mar de vidro misturado comfogo", (2) visto pelo profeta?(2) - Apocalipse, XV, 2.

    No ser o ESPIRITISMO o CNTICO que "os quevenceram a besta, a sua imagem e nmero do seu nome,entoavam, repetindo o CNTICO DE MOISS (ODECLOGO) E O CNTICO DO CORDEIRO (OCRISTIANISMO). (3).

    (3) - Deuteronmio V, 6 e 7; S. Mateus V, VI .

    Prosseguindo com a leitura das SETE PRAGAS, vemosaqueles que tratam de revolues materiais, outras referentess de ordem moral e espiritual. Ao lado de uma grande secalembrada nos versculos 8 e 9 do cap. XVI, a "TAA DETREVAS" derramada sobre o trono da BESTA, ficando o

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    seu reino mergulhado em trevas". (1) E a ignorncia dascousas espirituais, que, como um manto negro, envolve aCria Romana engolfada na materialidade. No vemos o

    Papa cerceado pelo "poder das trevas" sem se pronunciarsobre a conflagrao mundial? No vemos os seus ministros,de todas as naes, cada qual invocando sentimentos de patriotismo, empunhando o bacamarte: padres alemes,austracos, turcos, etc., contra franceses, ingleses, italianos, evice-versa, embora se digam todos discpulos daquele quemandou "nos amssemos uns aos outros"?

    (1) - S. Mateus, XXI, 33 a 46; XXIII, 1 a 39.

    Estamos em vsperas da derrocada catlica.Em seguida a essa viso, outra se mostrou ao profeta, aqual anuncia "grandes tempestades, relmpagos, troves,vozes e mais terremotos", ao ponto de um deles dividir aGRANDE CIDADE em TRS PARTES e as cidades dasnaes carem. A GRANDE BABILNIA no escapou:fugiu toda a ilha e os montes no foram achados. (2)

    (2) - Apocalipse, XVI, 17 a 21.

    Se pusermos este captulo em concordncia com oversculo 21 do cap. XVI II, concluiremos que no s umaqueda moral que aguarda Roma, seno tambm a suadestruio completa.

    No terminam ainda aqui os grandes acontecimentos;outras expiaes e provaes esto preparadas para os quesobreviverem a todos esses cataclismos: "uma grande chuva

    de pedras, pedras do peso de um talento caiu do cu sobre oshomens, e os homens blasfemaram de Deus, por causa dapraga da chuva de pedras".

    PRAGAS

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    No queremos fechar este captulo sem dizer algumacousa sobre as chamadas PRAGAS DE DEUS.

    Era crena antiga, que todo o mal que sobrevinha aos

    homens, era mandado por Deus, como castigo da suadesobedincia.Mas o mal vinha e vem para todos, e tanto os bons como

    os maus sofrem as suas conseqncias; uns sofrem mais,outros sofrem menos.

    As religies dogmticas, como o Romanismo e oProtestantismo, que interpretam o Evangelho e as Escrituras letra, esto subordinadas, ainda, a esse "deus" mau,vingativo, cruel, e, por isso, afirmam que Deus quemmanda as pragas massacrar os homens.

    Para ns espritas, que encontramos nos EnsinosEvanglicos o ESPRITO QUE VIVIFICA, as Escriturascomportam interpretao muito diferente das queconceberam os padres romanos e protestantes.

    Deus no pode fazer o mal, porque, se assim fosse, o seu

    reino, estaria destrudo. Quando os fariseus disseram queJesus agia pelo esprito do mal, o Mestre respondeu: "Todoreino dividido contra si mesmo no pode subsistir". Edemais, como possvel exterminar um mal com outro mal?

    O fato, porm, que o Apocalipse diz que as "PRAGASSO MANDADAS POR DEUS". E as pragas so astempestades, os raios, os terremotos, a seca, etc... Jdissemos que a evoluo do Planeta traz como conseqnciauma revoluo, quer na sua crosta, quer no seu centro, quernas suas camadas atmosfricas; e as revolues no se fazemsem dores. Entretanto, o homem poderia perfeitamente selivrar dessas dores se, usando bem da liberdade que oCriador lhe facultou, aplicasse a sua inteligncia trabalhando

  • 8/14/2019 Cairbar Schutel - Interpretao Sinttica do Apocalipse

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    para remover esses males, ou aparelhando-se a fim de osenfrentar sem perigo para a sua sade e para a sua vida.

    Assim como levaram anos e anos inventando mquinas

    de guerra, organizando planos sinistros, em que scogitavam do mal, por que no trabalharam para preservar asade e a prpria vida e dos seus semelhantes? Assim comodescobriram o pra-raios, que livra uma casa ou edifcio dafasca eltrica, no poderiam tambm descobrir isoladores defenmenos ssmicos? Ns temos, por exemplo, o sismgrafo,que um aparelho que registra a hora, a durao e aamplitude dos fenmenos ssmicos. No poderamos ter umoutro aparelho para reduzir essa amplitude?

    No poderamos mesmo prever o momento em que sedeveria dar um desses fenmenos, como o astrnomo vantecipadamente um eclipse, e fazermos sair da cidade ou dapovoao ameaada, as pessoas que a morassem, para nosofrerem as suas conseqncias?

    A mesma coisa se d com a peste que, com muito

    trabalho e cautelas higinicas, pode ser evitada perfeitamente, assim como se podem amenizar asconseqncias da seca, etc., etc... Diz o Antigo Testamentoque, no reinado de Fara, houve sete anos de fartura e seteanos de misria, de seca, que absorveu todas as colheitas.Nomeado, porm, Jos, filho de Jac, vice-rei do Egito, fezlargas previses para os anos de carestia e o povo foiremediado nas suas necessidades.

    Tanto "vice-rei" temos ns na Terra, assim como temostantos Faras, e nenhum se lembrou de chamar um novo Jospara remediar as necessidades do povo e precav-lo da futuracrise que terrivelmente o ameaa!

  • 8/14/2019 Cairbar Schutel - Interpretao Sinttica do Apocalipse

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    mais fcil dizer que " castigo de Deus", mais fcilblasfemar, negar a Divindade do que se submeter sua santavontade, que sempre boa e vem ao encontro de nossas

    necessidades.Dir o leitor que os nossos projetos seriam irrealizveis,por ser impossvel descobrir os meios de p-los em prtica.E ns responderemos com o Doutor Pinheiro Guedes: "Oimpossvel est sempre diante da fraqueza humana. Masquantos impossveis o homem de gnio tem vencido?! Que a vida seno uma luta sem trguas contra o impossvel?!

    "A vida impossvel sem o fogo; e a criatura humanadescobre o meio de produzir o fogo. Era impossvel transporos mares; o homem venceu os mares. Quantos impossveisse erguem ante o homem, so outras tantas batalhas a vencer.O progresso representa uma srie de vitrias incruentas; acivilizao, os despojos opimos. A cincia, as artes, asindstrias so conquistas, representam assinalados triunfosdo esprito humano".

    E que ser mais fcil: provises para sustentar umaguerra 4 anos, ou provises para dar que comer a um povo,que ainda trabalha, por espao de 4 anos? Ser mais fcilfazer um vapor que ande no fundo do mar, ou reservatriosque guardem a gua esterilizada para matar a sede de umpovo?

    No, no digam, apegando-se letra e desprezando oesprito, que Deus quem mandou as PRAGAS, porquepraguento o homem que usa mal da sua liberdade, e noDeus que nos d luz e inteligncia para evitarmos o mal egozarmos os frutos do bem que fizemos.

    O que Deus faz, estatuindo suas leis, sbias e imutveis,de toda a eternidade, deixar que os homens, no uso de seu

  • 8/14/2019 Cairbar Schutel - Interpretao Sinttica do Apocalipse

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    livre arbtrio, atraiam sobre si as reaes naturais, tanto dobem como do mal. Os anjos representam, figuradamente, aao viva e inteligente da Lei, de que so os executores, em

    todas as ordens da criao, no como instrumentosvingativos de um Deus pessoal, mas como vigilantesauxiliares do Ser Infinito, a fim de que "cada um recebaconforme suas obras", e sempre, amorosamente, paraexperincia e retorno dos culpados, ou para estmulo erecompensa aos justos.

    Felizes sero os que sofreram com pacincia eresignao, "porque novas terras e novos cus, onde habita ajustia, ser-lhes-o dados por herana.

    CAPTULO XVII

    EXPLICAO E VISO DA GRANDE PROSTITUTA

    J vimos no captulo X que, na revelao dada a S. Joo,figuram DUAS MULHERES que simbolizam, uma aRELIGIO, outra a FALSA RELIGIO. Esta ltimarepresenta papel proeminente neste captulo que vamosinterpretar.

    Abre o Vidente a sua narrativa com a grande revelaoque o ANJO lhe fez da GRANDE PROSTITUTA, que outrano seno a RELIGIO CATLICA ROMANA "com aqual coabitaram os reis da terra e os habitantes da terra quese embebedaram com o vinho de sua devassido". (1)

    (1) - Apocalipse, XVII, 1 e 2.

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    Estes versculos, por si ss, j falam bem alto,especificando claramente o carter UNIVERSAL (catlico),o qual Roma declarou pertencer sua religio.

    Seguem os outros sinais, bem caracterizados, nosministros romanos.A MULHER estava vestida de prpura escarlate e de

    prolas, tendo na mo um clice de ouro cheio deabominaes, as imundcies da sua devassido e na sua testaestava escrito o nome: MISTRIO, A GRANDEBABILNIA, A ME DAS PROSTITUTAS E DASABOMINAOES DA TERRA".

    Agora, perguntamos ns, quais outros ministrosreligiosos, ou mesmo pessoas do povo, se vestem assim, ano ser o PAPA E OS CARDEAIS? Todos sabem que aprpura tornou-se um privilgio da Igreja Romana e que s oPapa e os Cardeais usam o chapu escarlate. As pedraspreciosas e prolas, ningum as tem em maior quantidade doque as que enchem o Vaticano. So anis, cruzes, medalhas,

    sem falar na trplice coroa de ouro cravejada de brilhantesque o Papa usa como distintivo de REI DOS REIS.Que o ROMANISMO a PROSTITUIO DO

    CRISTIANISMO, ningum h que o possa contestar, seestudar, sem esprito preconcebido os Evangelhos.

    No ser CLICE DE ABOMINAO, o clice quetransforma o vinho com gua em sangue do Cristo, que ingerido pelo sacerdote e vai ter depois a lugar escuso?

    Sobre o MISTRIO j falamos, pois no Catolicismo tudo mistrio.

    Julgamos no ser necessrio repisar explicaes queforam todas dadas claramente no captulo XIII sobre osdemais trechos deste captulo. Mas no ser demais recordar

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    que o captulo XVII termina com esta advertncia, bemfrisante, do anjo, ao vidente (vers. 18):

    "E A MULHER que viste a GRANDE CIDADE QUE

    REINA SOBRE OS REIS DA TERRA". Passemos aocaptulo seguinte.

    CAPTULO XVIII

    A QUEDA DA BABILNIA

    O captulo XVIII abre-se com o anncio da queda daGRANDE BABILNIA ROMANA, que foi anunciada a S.Joo por um ANJO "de grande autoridade". ROMA que demos dadas com todos os reis da terra, se desviou daRELIGIO do CRISTO, constituindo uma FALSARELIGIO (PROSTITUTA) que um acervo de

    DOGMAS, de SACRAMENTOS e de MISTRIOS;ROMA, que perseguiu os "santos" que se no submetiam aosseus mandamentos; que mercantilizou as graas de Deus eenriqueceu os mercadores com a sua excessiva luxria, vaicair - diz o Anjo. (1)

    (1) - Apocalipse, XVIII, 1 a 4.

    E uma VOZ DO CU acrescenta: "SAI DELA POVOMEU, para no serdes participantes dos seus pecados, nem

    terdes parte nas suas pragas".Abandonai a PROSTITUTA, vs que quereis seguir o

    Manso Cordeiro; deixai o Romanismo com os seusbentinhos, suas medalhas, suas esttuas mudas e surdas, seus paramentos, suas missas, seus sacramentos, suas

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    indulgncias, sua prata, seu ouro, sua prpura, finalmente -sua IDOLATRIA; porque so essas exterioridades que atornaram prostituta. Esses ornamentos so os ornamentos da

    VAIDADE, so vestes para cobrir a nudez da suaHIPOCRISIA; so mscaras para esconder a suaFEALDADE; so pecados que se acumulam at o cu, porque transviaram os homens da RELIGIO PURA EIMACULADA que nos legou o Filho Amado de Deus. Ela"est sentada como rainha, diz que no viva e no ver o pranto", (1) mas as trevas j a envolvem e seus dentesrangem ao frio do abandono que j comeou.

    (1) - Apocalipse, XVIII, 7.

    "Fugi dela, povo meu"!Os reis j se apartam dela e j no ouvem os seus

    LAMENTOS! - mas j comeam a proferir, num estribilhocontnuo, os trs ais da sua queda: "Ai, ai, ai da grandecidade, da Babilnia, da cidade forte! pois em uma s horaveio a tua sentena". (2) Todos os Estados se separaram da

    Igreja, e o Catolicismo, com a queda do Poder temporal, nomais pode fazer valer as suas doutrinas, comoobrigatoriamente o fazia no mundo.

    (2) - Apocalipse, XVIII, 10.

    Os mercadores de imagens feitas de madeiras preciosas,de lato, de ferro, de ouro, de prata, de mrmores; dosperfumes, da mirra, do incenso, do azeite para os "santosleos", da flor de farinha para as "hstias", do vinho para as

    "missas", mercadores esses que enriqueceram nas igrejas, jvm paralisando o seu comrcio e breve prantearo, dizendo:"Ai, ai da grande cidade que estava vestida de LINHOFINSSIMO E DE PRPURA E DE ESCARLATE E QUESE ADORNAVA DE OURO E DE PEDRAS PRECIOSAS

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    E DE PROLAS! porque numa s hora se tm perdidotantas riquezas!" (1)

    (1) - Apocalipse, XVIII, 11 a 17.

    E, logo depois de toda essa tribulao, que o comeo daagonia de Roma e que foi mostrada antecipadamente aoVIDENTE, lhe aparece um outro "Anjo Forte", que levantouuma pedra, como uma grande pedra de moinho, e lanou-aao mar, dizendo: Assim com violncia ser lanada aBabilnia, a grande cidade e ela no mais ser achada". (2)

    (2) - Apocalipse, XVIII, 21.

    Este trecho, como precedentemente o dissemos, indica

    no s a queda moral do Catolicismo, mas, ainda, odesaparecimento do Vaticano por um grande cataclismo.Roma vai ser destruda por um grande terremoto que

    fender a terra em trs partes. "Sa dela povo meu, para nosofrerdes as conseqncias dos seus pecados".

    No se ouvir mais nela, diz o texto, o "som dosharpistas, dos msicos, dos tocadores de flauta e detrombeta, nem se ver nela artfice de qualquer arte". (3)

    (3) - Apocalipse, XVIII, 22 a 24.

    Roma no se pode livrar da condenao apocalptica,porque s ela reveste todos os caracteres apresentados naRevelao feita a So Joo.

    a Religio Catlica Romana a PROSTITUTA, aBESTA que ela representa e se acha assentada na GrandeCidade, colocada sobre sete montes:

    "Fugi dela, povo meu!"

    CAPTULO XIX

    A GRANDE ESPIRITUALIZAO

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    A VINDA DO CRISTO

    Depois de tantas lutas, de tantos sacrifcios, vem-seaproximando, finalmente, o dia de N. S. Jesus Cristo.

    Aquele que nos veio trazer o VERBO DIVINO, em suapureza, no poderia deixar de vencer todos os inimigos e deimplantar no corao humano a bendita semente de que sefez portador.

    Mas quantos sculos de decepes, de trabalhos, foramprecisos para que o MESTRE subjugasse a Besta e o FalsoProfeta, e restabelecesse a verdade dos seus Ensinamentos!

    Depois da desolao da Babilnia, diz S. Joo: "ouvi nocu uma grande voz de uma imensa multido dizendo:Aleluia; a salvao e a glria, e o poder pertencem a Deus, porque verdadeiros e justos so os seus Juzos; pois elecondenou a grande prostituta que corrompia a Terra com a

    sua devassido, e das mos dela vingou o sangue dos seusservos". (1)( l ) - Apocalipse, XIX, 1 e 2.

    a VOZ DOS ESPRITOS que ecoa j por toda parte; a VOZ dos servos de Jesus que trabalham pela regeneraoda humanidade e sustentaM luta cerrada com o poderclerical, que os qualificou de satnicos, diablicos, imorais.

    "E outra vez disseram: Aleluia! E o fumo dela sobe pelos

    sculos dos sculos. Ento, os vinte e quatro ancios e asquatro criaturas viventes prostraram-se e adoraram a Deusassentado no trono, dizendo Amm; Aleluia". (1)

    (1) - Apocalipse, XIX, 3 e 4.

    Os vinte e quatro ancios representam os ESPRITOSPUROS, dos quais tratamos no intrito do Apocalipse, que

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    so os auxiliares de Jesus, e as quatro criaturas viventes, queno captulo so figuradas por um leo, um novilho, umhomem e uma guia voando, e que dissemos representarem o

    poder, a criao, a sabedoria e a eternidade, no so outrosseno os quatro Evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e Joo.Todos bradam: Aleluia, Aleluia, porque o Evangelho podeser reconstitudo em sua pureza primitiva e se constituir oLIVRO DA VIDA para todos os humanos viventes.

    "Saiu depois uma voz do trono, dizendo: Dai louvores aonosso Deus todos vs que o temeis, os seus servos, ospequenos e os grandes." (2)

    (2) - Apocalipse, XIX, 5.

    a VOZ DE JESUS glorificando e mandando que todosglorifiquem o supremo criador.

    "E ouvi uma voz, como a voz de uma grande multido, ecomo a voz de muitas guas e como a voz de fortes troves,dizendo: Aleluia, porque o Senhor nosso Deus; o Todo- poderoso, reina. Alegremo-nos e exultemos e lhe demos

    glria, porque so chegadas as bodas do Cordeiro e suaesposa j se preparou, e foi-lhe permitido vestir-se de linhofinssimo, resplandecente e puro, pois o linho finssimo soos atos da justia dos santos".

    o cntico dos eleitos, dos que conheceram a Verdade e procuraram pratic-la com F Viva, Esperana sincera eCaridade inabalvel.

    a IGREJA TRIUNFANTE, que baixou Terra para

    unir as suas vozes dos que com ela comungam e ainda seacham na terra. So os convertidos que repudiaram asmarcas da Besta e o nmero do seu nome, para sorverem onctar que deveria saciar a sua sede, a GUA DA VIDA,

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    que jorra da mesma fonte, da qual falou Jesus Samaritana beira do poo de Jac.

    Aparece, depois, um Anjo a S. Joo e lhe manda que

    escreva o seguinte, ao que o profeta obedece: "Bem-aventurados os que tm sido chamados ceia ds bodas doCordeiro". E, acrescentou: "Estas so verdadeiras palavrasde Deus" (1).

    (1) - Apocalipse, XIX, 9.

    Era, sem dvida, um dos ESPRITOS SANTOS, umMensageiro da Nova Revelao que fora anunciado porJesus. (2)

    (2) - Evangelho S. Joo XIV, 26.

    To brilhante era a sua luz, to grande era o seu poder e averdade da sua caridade, que So Joo "prostrou-se ante seusps para o adorar"; mas ele disse: "No faas tal, sou servocontigo e com teus irmos que guardam o testemunho deJesus; ADORA A DEUS. (1) Pois o TESTEMUNHO DEJESUS O ESPRITO DA PROFECIA". (2)

    (1) - S. Joo IV, 4 a 26.

    (2) - Apocalipse, XIX, 10.

    Que luminoso quadro, que belssima lio! Um Espritoque toma parte nos Conselhos de Deus no admite quealgum se curve diante da grande majestade com que seapresenta, porque, ADORAR, s a DEUS se deve, e, aomesmo tempo, proclama o ESPRITO DA PROFECIA que a Comunicao Medinica como TESTEMUNHO DEJESUS; e o papa e os padres querem que os homens se

    ajoelhem diante deles e lhes beijem as mos e os ps, aomesmo tempo em que verberam o Esprito da Profecia(Comunicao Medinica) como uma manifestao dodiabo.

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    Que contraste edificante para aquele que estuda, e comoest bem caracterizada a BESTA!

    O versculo seguinte trata da Vinda de Jesus com todo o

    cortejo dos seus Anjos. (3)(3) - Apocalipse, XIX, 11 a 16; S. Mateus XXV, 31 a 46; XXIV, 29 a 51.A simples leitura do trecho, de combinao com os

    trechos evanglicos que lembramos, orientar o leitor noestudo desta passagem.

    Aparece, depois, a S. Joo, um Anjo em p no sol erene todos os pssaros que voam e manda-os terra paracomer carnes de reis, de comandantes, de poderosos, etc...

    Estabelece-se, ento, a confuso. A BESTA tenta resistir,mas PRESA, e, com ela, o Falso Profeta; e as aves sefartaram das carnes deles. (1)

    (1) - Apocalipse, XIX, 17 a 21.

    So as ltimas agonias do mundo velho, da Roma dosidlatras, dos orgulhosos, dos grandes, dos dspotas. OsEspritos da Erraticidade, representados como aves do cu,as Potestades dos Ares, como os chamou o Apstolo dos

    gentios, assistem todos ao terrvel espetculo queantecipadamente se desenrolou s vistas do Profeta na Ilhade Patmos.

    Temeroso dia para os maus, glorioso dia para oshumildes, ser aquele em que o Senhor chegar, e ns, comtodas as foras da nossa alma, pudermos dizer: Graas,Senhor do Cu e da Terra, porque o VOSSO REINO J

    BAIXOU A NS.

    CAPTULO XX

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    PRISO DE SATANS POR MIL ANOS E SUALIBERTAO POR POUCO TEMPO

    A LIBERDADE DOS MRTIRESO JUZO FINAL

    Este captulo se acha em admirvel concordncia com ocaptulo XII e, para ns, ele no seno a explicao e ocomplemento do outro.

    O exegeta bblico ao rebuscar, nas pginas do livro santo,o esprito que vivifica, a f que ilumina a alma, no deve eno pode separar trechos ou captulos para, a seu talante,interpretar a obra que lhe foi oferecida, mas, pelo estudocriterioso de todo o livro, esforar-se para erguer o vu quecobre a alma da profecia. isso que temos procurado fazer.Livre dos dogmas das igrejas que cerceiam o pensamento,

    sem outro escopo seno o de apresentar aos olhos de todos aVerdade tal como , deixamos de lado as interpretaesinfantis, abstivemo-nos de dissertaes inteis, que levamconfuso ao entendimento, e quebrando a casca do mistrio,que vedava aos homens a compreenso