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    Braslia

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    VALORESDAMSICA

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    CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA CNI

    Armando de Queiroz Monteiro NetoPresidente

    SERVIO SOCIAL DA INDSTRIA SESIConselho Nacional

    Jair Meneguelli Presidente

    SESI Departamento Nacional

    Armando de Queiroz Monteiro NetoDiretor

    Antonio Carlos Brito Maciel Diretor-Superintendente

    Carlos Henrique Ramos FonsecaDiretor de Operaes

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    2009. SESI Departamento NacionalQualquer parte desta obra poder ser reproduzida, desde que citada a fonte.

    SESI/DNUnidade de Cultura, Esporte e Lazer UCEL

    FICHA CATALOGRFICA

    S491v

    Servio Social da Indstria. Departamento Nacional.Valores da Msica: cadernos tcnicos: valores da msica / Servio

    Social da Indstria. Braslia, 2009.203p. : il.

    ISBN 978-85-7710-186-3

    1. Msica 2. Msica Talento 3. Msica Teoria I. Ttulo

    CDU: 78

    SESI SedeServio Social da Indstria Setor Bancrio NorteDepartamento Nacional Quadra 1 Bloco C

    Edi cio Roberto Simonsen70040-903 Braslia DFTel.: (61) 3317-9001Fax: (61) 3317-9190http://www.sesi.org.br

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos PARA APRENDER MSICA

    Captulo 1

    O Programa SESI Msica se inspira no exemplo e na trajet-ria de Silvio Barbato. Desse carioca talentoso e inesquec-vel, discpulo predileto de Claudio Santoro, que dedicou

    grande parte do seu trabalho em prol da democratizao da msica emnosso pas. A nal, era ele um homem ousado, dedicado e obstinado,envolvido pela ora, emoo e energia criativa da msica brasileira.

    Por anos oi Diretor Musical e Regente itular da Orquestra do ea-tro Nacional de Braslia. Colaborou com renomados complexos artsti-

    cos em diversos pases e, entre suas inmeras realizaes, destaca-se, por

    Homenagem ao Maestro Silvio BarbatoFoto: M Tinoc

    Maestro Silvio Barbato

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    exemplo, um importante ciclo de gravaes de obras raras, inica pera Colombo, de Carlos Gomes. Barbato oi, tambm, co

    de pera, de msica sin nica, de msica para bal e para cintrilha sonora para o lme Villa-Lobos recebeu o Grande Prsil de Cinema. Desde Barbato era Diretor Musical da Strina, em Roma, lugar sagrado da msica de concerto na capitaconstruda em . Em maro de , abriu o Festival Intdo Azerbaijo, regendo a Filarmnica Nacional daquele pas,orquestra undada aps a revoluo sovitica, em .

    Por seu reconhecido trabalho e por importantes projetos dedidivulgao da msica brasileira no exterior, oi condecoradOrdem do Mrito Cultural da Presidncia da Repblica e a de Rio Branco.

    No SESI, organizou a etapa nacional do Festival SESI Mrealizada em Braslia, em , com participao de do Distrito Federal. Alm disso, atuou como apresentador Valores da Msica, que aborda os elementos da msica e de pevidenciando, entre outros temas, os ritmos brasileiros e osocial e educacional da msica. Esta srie oi lanada em realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a prede importantes artistas nacionais, acompanhados por orque jovens sob a regncia de Barbato.

    Para os pro ssionais e alunos do SESI que tiveram o priviconvivncia com o Maestro, ca a lembrana do seu exemcomprometimento, garra, ousadia, paixo e pro ssionalismainda, a responsabilidade de tornar realidade o sonho de democada vez mais a msica no Brasil.

    Obrigado, maestro Silvio Barbato. O SESI tem a lhe dizer: BR

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    Silvio Barbato

    Nasceu em maio de , carioca, discpulo predileto deClaudio Santoro, diplomou-se em Composio e Regnciade Orquestra no Conservatrio Giuseppe Verdi de Milo,

    na Accademia Musicale Chigiana de Siena e na Universidade deChicago, sob orientao dos grandes maestros Azio Corghi, RomanoGandol e Philip Gossett.

    De a , oi Maestro Estvel do Corpo Artstico do TeatroMunicipal do Rio de Janeiro, onde regeu as principais produes dasltimas dcadas, como risto e Isolda, Macbeth, Idomeneo e a FlautaMgica. Maestro Barbato um dos que regeu mais apresentaes nahistria do grande teatro lrico do Rio de Janeiro.

    Por anos oi Diretor Musical da Orquestra do eatro Nacionalde Braslia. Colaborou regularmente com importantes complexosartsticos, como a Florida Orchestra, o Festival dei Due Mondi -Spo-leto, o Festival de Arhus na Dinamarca, a Orquestra Metropolitanade Lisboa, a Orquestra Sin nica de Roma e a Orquestra Sin nicaSiciliana. Com a Orquestra e Coro do eatro Bellini de Catania, rea-lizando um importante ciclo de gravaes de obras raras, iniciado coma pera Colombo, de Carlos Gomes, lanado na Europa em julho de

    . Com a Filarmnica da Eslovnia, regeu o Concerto de AnoNovo , estreando a sua srie de Danas Brasileiras compostasespecialmente para a ocasio.

    Em maro de , abriu o Festival Internacional do Azerbaijo, coma Filarmnica Nacional, primeira orquestra undada aps a revoluorussa, em .

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    Barbato tambm oi compositor de pera, bal, msica sinpara o cinema. Sua trilha sonora para o lme Villa-Lobos re

    Grande Prmio Brasil de Cinema. A sua pera O Cientista estreia mundial no Teatro Municipal, obtendo amplo sucespblico e crtica. Em , O Cientista oi apresentado nSanta Izabel, em Reci e, e sucessivamente no eatro Castro Salvador, no eatro Jos de Alencar, em Fortaleza, e no novde Oscar Niemeyer em Duque de Caxias. Sua nova pera, Cteve sua pr-estreia em novembro de em Roma, e estavpara estrear no Brasil em outubro de .

    Desde , Barbato era Diretor Musical da Sala PalesRoma, lugar sagrado da msica de concerto na capital iconstruda em . Por seu trabalho de democratizao dapor importantes projetos dedicados divulgao da msica bno exterior, oi condecorado com a Ordem do Mrito CultPresidncia da Repblica e a Ordem do Rio Branco do MinistRelaes Exteriores.

    Durante participou do projetoValores da Musica, uma dasiniciativas que compem o programa SESI Msica, compostsries de minutos sobre o ascinante mundo da msica, abtemas como: elementos da msica (o que perceber ao escuta- melodia, ritmo e harmonia); partitura; a ormao de uma osin nica; o que um coral; a ormao do msico; os instmusicais e sua abricao; msicas brasileiras - chorinho, rea msica e outras artes - pera, cinema e ballet; a msica e sociais; a msica e a educao; o que acontece com o nossoquando ouvimos ou tocamos msica; musicoterapia, entre o

    Faleceu em de maio de .

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    Sumrio

    APRESENTAO

    1 Captulo 1 APRENDER MSICA 211.1 Educao 231.2 Elementos da Msica 281.3 Orquestra Cidad 31

    2 Captulo 2 MSICA DE ORQUESTRA 352.1 Formao da Orquestra 372.2 Regente 412.3 Partitura 45

    3 Captulo 3 INSTRUMENTOS MUSICAIS 533.1 As Vozes do Coral 553.2 Luthier 573.3 Fbrica 61

    4 Atividades Pedaggicas Captulos 1,2 e 3 67

    5 Captulo 4 QUEM FAZ MSICA 775.1 Formao do Msico 795.2 Canto Lrico 835.3 Compositor 88

    6 Captulo 5 MSICA BRASILEIRA II 956.1 Msica Indgena 976.2 Viola Caipira 996.3 Hino Nacional 104

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    7 Captulo 6 MSICA BRASILEIRA I 1097.1 Chorinho 1117.2 Frevo 1147.3 Samba 118

    8 Atividades Pedaggicas Captulos 4,5 e 6 125

    9 Captulo 7 ARTES COM MSICA 1379.1 pera 1399.2 Bal 1429.3 Cinema 146

    10 Captulo 8 MULHERES NA MSICA 15310.1 Lazer 15510.2 Mercado de Trabalho 15710.3 Carreira 161

    11 Captulo 9 MSICA E... 16511.1 Valores 16711.2 Incluso 17011.3 Sade 174

    12 Atividades Pedaggicas Captulos 7,8 e 9 183

    REFERNCIAS 191

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    Apresentao

    Considerada a mais acessvel e envolvente orma de expresso artstica,a msica tambm pode atuar como poderoso instrumento educativoe trans ormador. Por meio dela, adultos e crianas descobrem umuniverso que contribui para o desenvolvimento do raciocnio lgico,da coordenao motora, do senso rtmico, da percepo auditiva e dasensibilidade esttica.

    Sabemos que o Brasil reconhecido como um pas extremamentemusical. At no jeito de alar, no jeito de andar, no jeito de jogar bola,o brasileiro mostra o seu ritmo, a sua gingada.

    Por sua vez, o compromisso social do SESI, atravs de toda a suahistria, tem sido importante na ormao cultural da sociedade, oque certamente tem includo um sem-nmero de iniciativas e aesrelacionadas msica. Muitos nomes do cenrio artstico-musicalpassaram pelo SESI, azendo com que este tambm se trans ormasseem ponto de re erncia na atrao e, mesmo, na ormao demsicos, se atentarmos para o ato de que muitos talentos musicaisse desenvolveram a partir de atividades e experincias ocorridas nasescolas e da participao em grupos orquestrais ou corais amadores.

    Investir em cultura e estimular os trabalhadores da indstria e seusdependentes a ouvir e produzir msica: esta uma das maneirasque o SESI tem de prepar-los para uma vida melhor, de ampliarseu potencial humano e garantir sua integrao em todas as es erasda sociedade, estimulando o desenvolvimento de potencialidadesrelacionadas a valores artsticos e habilidades que se encontravam emestado latente e que lhes sero teis e ben cas na complementaoda sua ormao pro ssional.

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    A msica, quando aprendida e utilizada como linguagem,acesso a uma educao para a vida que inclui o desenvol

    da sensibilidade, propiciando a integrao do sentimento pensamento. E, na verdade, a msica como linguagem no dapenas de talento ou dom especial, mas est ao alcance de to

    De ato, quando assumida como linguagem que incorpundamentos que a tornam arte, a msica nos permite i

    competncias lingusticas, corporais, espaciais, de raciocnipercepo de si prprio e percepo do outro, alm das mpropriamente ditas.

    Portanto, por que no dizer que uma indstria orte se trabalhadores preparados, capacitados e musicais? Nesse a experincia que este livro pretende ser necessariamente encontro com um maior conhecimento sobre o signi cado dae com as sensaes e a beleza que ela pode propiciar.

    Esperamos que esta obra possa servir no apenas aos leigos oamantes dessa arte, mas tambm a pro essores, na sua mensin-la, e aos artistas, na sua ine vel atividade de cri-la.

    Antonio Carlos Brito MacielDiretor-Superintendente do SESI/D

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    1 Captulo 1 APRENDER MSICA

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos PARA APRENDER MSICA

    Captulo 1

    Educao1.1

    A companhar a histria da msica o mesmo que acompanharo desenvolvimento do ser humano na erra: desde ostempos pr-histricos at hoje, a msica est presente entre

    o homo sapiens . Na busca de uma arqueologia musical, podemosimaginar que, antes do aparecimento dos primeiros instrumentos, o j homem azia a sua msica, imitando os sons da natureza: gritos,sons corporais, batendo com paus, ramos, pedras, conchas. Quando ohomem comeou a produzir sons intencionalmente se iniciou a longacaminhada que chamamos Histria da msica.

    H diversos vestgios, especialmente entre as pinturas nas cavernasespalhadas pelas mais di erentes regies do mundo, de que o homempr-histrico, antes mesmo do perodo Neoltico, utilizava a msica.Ela era utilizada basicamente nas cerimnias rituais: encorajamentopara a caa, evocao das oras da natureza, culto aos mortos. Noincio, eram usados somente a voz e outros sons do corpo, mas, aolongo do tempo, o homem pr-histrico oi construindo instrumentose com eles acompanhou essas msicas e danas para torn-las maisricas e assim agradar aos deuses.

    Essa investigao arqueolgica sobre a relao do homem pr-histrico com a msica apresenta muitas di culdades. Contudo, umaboa maneira de tentar compreender como o homem desse perodovivenciava a msica conhecer um pouco mais sobre a msica indgenabrasileira. Este grupo de nossa sociedade preserva uma rica culturamusical, correspondente ao perodo Neoltico da histria humana.No captulo sobre a Breve Histria do Brasil Musical, saberemos umpouco mais sobre como a msica indgena brasileira e ser possvel,ento, azer uma verdadeira viagem no tempo para compreender a

    relao do homem, em seu perodo tribal, com a msica.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    medida que as sociedades humanas adquiriam uma orgamais complexa, tambm a msica se tornava mais elabora

    a criao de novos instrumentos. Na regio da Mesopotmiviviam os sumrios, assrios e babilnios em . a.C, orbertas harpas de a cordas e ctaras. ambm oram deescritas para acompanhamento de harpa. No Egito, instrumecorda, harpas e ctaras eram artisticamente elaborados. Os

    aziam suas msicas para acompanhar cultos, momentos prde trabalho. Na Grcia antiga, a msica era a glori cao dda natureza. Expressava um anseio constante pela per eioharmonia, o apreo pelos valores espirituais e o culto da bele

    Os gregos construram teorias musicais mais elaboradas que outro povo na Antiguidade. Pitgoras, um lso o e pgrego que viveu no sculo VI antes de Cristo, dizia que a ma matemtica eram as chaves para os segredos do mundo. Eque os planetas produziam di erentes tonalidades harmnico Universo cantava! Ento, voc pode imaginar como a mimportante para este povo, n?

    Os gregos ainda usavam as letras do seu al abeto para represenmusicais, que eles dividiam em tetracordes uma sucesso de quCombinando esses tetracordes de vrias maneiras, criaram ude notas chamado modos. Os modos oram utilizados durantempo na msica ocidental, especialmente na Idade Mdia, e aconhecimento sobre os modos gregos um grande auxlio aosque querem aprimorar sua arte de improvisar sobre uma msic

    O povo mais diretamente infuenciado pela teoria musical dosoi o romano. Com a expanso do Imprio Romano por

    Europa, quando a populao romana no mundo aumentou de

    para % de todos os habitantes do planeta, a teoria musical

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos PARA APRENDER MSICA

    Captulo 1

    pelos gregos se di undiu e se agregou a diversas culturas musicais. Foiessa uni cao de culturas, iniciada com a expanso romana, que deu

    incio histria musical do Ocidente. Nesse momento, assim comoem vrios outros, histrias mundial e musical andaram lado a lado.

    Outro ato histrico muito importante aconteceu logo aps o perododa expanso romana: o surgimento e crescimento do cristianismo. Ocristianismo, assim como diversas outras religies, utilizava a msicaem seus cultos. A igreja passou a ter um papel undamental para odesenvolvimento e evoluo da msica, pois oram os monges que, nosmosteiros, continuaram a desenvolver a escrita e a teoria musical.

    Os cnticos nada mais eram do que uma melodia simples, com apenasuma linha meldica, que era tocada e cantada por todos os executantese que seguia o ritmo das palavras. Eram os cnticos litrgicos vocaise de transmisso oral, que aziam parte do repertrio mais usado namsica da Idade Mdia.

    Sentindo necessidade de uni car e ortalecer o cristianismo, SoGregrio Magno, monge beneditino eleito papa em d.C.,compilou e selecionou uma srie de cnticos em uma coletneadenominada Anti onrio. A essa orma de cantar deu-se o nomede canto gregoriano, que era basicamente uma orma de orao parademonstrar o amor a Deus.

    A msica religiosa tocada na Idade Mdia possua uma caractersticaprimordial, a mono onia, ou seja, havia apenas uma linha meldicacantada e tocada por todos os executantes. Como na Idade Mdia aIgreja Catlica possua uma enorme infuncia sobre toda a sociedade,essa era a doutrina musical que prevalecia. Assim, todas as msicasdaquele tempo, sacras ou pro anas, eram executadas na orma

    mono nica.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Msica e religio: momento da ruptura

    Mais ou menos no sculo IX, na Europa, surgiu a vontade de uma msica mais complexa, reunindo duas ou mais melodiasento a msica poli nica ou a poli onia, ou seja, muitos sonos anos seguintes que o contraponto, que a escrita polidesenvolveu e, com ela, nasceu a msica renascentista.

    O Renascentismo rompeu muitas barreiras. A primeira oimonoplio da Igreja e dos cantos mono nicos e usar cada uma linha meldica prpria. O estilo da poca era o madrignasceu no sculo XIV, na Itlia, e podia ser escrito em sua lngua, abolindo o latim usado nas msicas at ento. Alitalianos, os ingleses tambm oram destaque nessa poca.compositores madrigalistas musicaram a poesia da poca.

    A partir do Renascentismo, surgiu outro movimento mdenominado Barroco, que dominou a msica europeia atde . A pera era a grande sensao do momento, seguoratrio. O Barroco, elaborado e emocional, propunha a prdos sons simultneos como meio de alcanar o belo. Umconstante nas orquestras barrocas era a presena do cravo ocomo contnuo, azendo o baixo e preenchendo a harmonia

    ormas de composio oram criadas, como a uga, a sonao concerto.

    A msica barroca atingiu seu auge quando surgiu o pop star do italiano Antonio Vivaldi. Sua obra mais amosa, composta chamada As Quatro Estaes e az sucesso at hoje. Qulembra dos comerciais do sabonete Vinlia, em que trechos dade Vivaldi eram tocados? Quem tiver mais de anos vai se l

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos PARA APRENDER MSICA

    Captulo 1

    A msica barroca nos deixou outros dois compositores antsticos:Bach e Handel. Bach, nascido na Alemanha, em uma amlia de

    msicos, oi o maior destaque do movimento e at hoje consideradoum gnio. Foi com ele que a msica barroca atingiu seu apogeu e, comsua morte, em , tambm o seu declnio.

    O estilo barroco, apesar do tremendo sucesso que alcanou naEuropa, aos poucos comeou a mostrar sinais de desgaste e a buscapela simplicidade e elegncia musical deu incio ao perodo Clssico.Este perodo musical era caracterizado pela objetividade, controle,claridade e equilbrio na composio. A nova ideologia musicalcoincidiu com as mudanas do contexto histrico da Europa: oIluminismo estava no auge na Europa e Mozart, compositor geniale um dos maiores representantes do perodo, oi considerado ocompositor do Iluminismo.

    anta objetividade e controle provocaram questionamentos por partede uma nova sa ra de msicos, que de endiam que arte emoo eno razo: os romnticos. Beethoven, Franz Schubert, Carl Maria Von Weber, Mendelssonh e Frederic Chopin oram os expoentes do novoperodo. O Romantismo na msica seguiu mais uma vez o contextogeral artstico da Europa: romantismo na literatura, na loso a e nasartes plsticas. Esse oi o mote do sculo XVIII at meados do sculo XIX.

    O Romantismo abriu as portas para o nacionalismo. Os compositoresda poca queriam mostrar e expressar o sentimento do seu povo coma sua arte. peras como Carmem surgiram nessa poca, na Frana,composta por George Bizet. Richard Wagner tambm dominou a

    orma operstica com seus dramas musicais. Johann Strauss lanouo estilo da valsa vienense e, na Itlia, surgiam os nomes de Rossini,

    Puccini e Verdi, tambm compondo peras riqussimas, levando a

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    pera s paradas de sucesso. Em todo este contexto, a Rssiateve destaque, com chaikovsky.

    No Brasil, um dos compositores mais bem-sucedidos em sua pnacionalista oi Heitor Villa-Lobos, que produziu obrasAs Bachianas, renzinho Caipira e Choros. Sua obrareconhecimento internacional e resgatou nossas razes. E j essculo XX! Alm de Villa-Lobos, Maurice Ravel e Claude Deautores do sculo XX que azem parte de outro movimentochamado Impressionismo.

    At onde vai a evoluo da msica? Certamente acompaevoluo do homem sempre! Mas, melhor que ler sobre a eda msica, acompanh-la! Aps lermos sobre composieou novas, dos mais diversos estilos e movimentos musicais, chegar a uma concluso: parece que ohomo sapiens , desde os temposda caverna, az questo de ter uma trilha sonora em sua vi

    Elementos da Msica1.2

    Como perceber a msica?

    A sensao de um turista que assiste a uma pea de teatro lngua di erente da sua interessante: possvel perceber ado gesto do ator, s vezes possvel at prever o que acontecemas, sem o conhecimento da lngua usada em cena, no se centender as palavras trocadas entre os atores. Quase semprea essncia da pea assistida.

    Na msica tambm assim. Como a msica no s tcni

    tambm arte, todos podemos sentir, desde a in ncia, a emo

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos PARA APRENDER MSICA

    Captulo 1

    uma msica busca despertar. Mas, alm de sentir a msica, possveltambm deci rar sualngua, compreend-la, conhec-la um pouco

    mais. E, assim como possvel aumentar o prazer da degustao quandoreconhecemos um ingrediente raro em um prato que apreciamos,podemos aumentar ainda mais o prazer de ouvir uma bela msica aoconhecer alinguagemutilizada.

    Para conhecer melhor a msica e seus instrumentos, importanteestar atento a quatro de seus aspectos essenciais:

    o timbre;o ritmo;

    a melodia; ea harmonia.

    Os quatro elementos da msica

    O timbre a caracterstica sonora que cada instrumento tem que o azdi erente de outro. Isso vale inclusive para as cordas vocais humanas.So sons de mesma requncia que, produzidos por ontes sonorasdiversas, produzem sons diversos. Uma mesma nota musical tocadapor uma fauta e por um violo certamente ter sons di erentes entresi. Dois tenores, mesmo que estejam cantando a mesma nota musical,tambm possuem timbres di erentes, pessoais e nicos, como seinstrumentos ossem. Podemos considerar que o timbre, ento, aimpresso digital sonora de um instrumento musical.

    Depois de tentar explicar o timbre, um conceito to sutil, ca muito cilentender o ritmo, porque ele est presente em toda a natureza: o ritmodo nosso corao, o ritmo das ondas e at de nossa respirao. O ritmo

    est presente em nossas vidas desde que nascemos, o tempo todo.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Assim como o ritmo existe na natureza, o ritmo sonoro conum ato (no caso da msica, o som) que surge com certa regu

    temporal. a pulsao existente na msica, aquela batida cho, as palmas, o som que regula e repetidamente surge emsica. O ritmo pode surgir manso, no compasso das marstambm pode surgir acelerado, como os passos de um corred

    Mas no d para alar em ritmo sem alar em melodia, poandam de mos dadas. A melodia tambm consiste em uma de sons, mas ela vai alm de sons surgindo de orma regmelodia, os sons surgem con orme o autor decidiu que dsurgir. mais ou menos como as palavras surgem em uma centre duas pessoas, cada uma escolhe a palavra que considerpara expressar suas ideias, no mesmo?

    Em uma msica, ritmo e melodia caminham de mos produzindo algo que vai tornar aquela sucesso de sons umaUm exame mais minucioso de uma melodia mostra tambm qcaracterstica importante desse aspecto da msica o equilbtenso e repouso. Silncio e som.

    Portanto, melodia a sequncia de sons escolhidos para a pda msica, assim como a sequncia de palavras em uma cono ritmo a velocidade e regularidade com que essas palavrana msica.

    E a harmonia, do que trata? A harmonia musical pode ser dtambm como os sons existentes na msica; mas, enquanto nona melodia alamos de sons produzidos sequencialmente, na hestes sons surgem de orma combinada.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos PARA APRENDER MSICA

    Captulo 1

    Na msica, os acordes musicais so encadeados de acordo comregras baseadas nas experincias acsticas e estticas em vigor para

    produzirem harmonia musical, ou seja, o uso consciente e deliberadode dois ou mais elementos musicais para gerarem um som que produzasigni cado ao ouvinte. Uma msica sem harmonia semelhante a umtexto que se utiliza de rases sem lgica para expressar suas ideias. Noproduz signi cado, diz-se que altou harmonia. Sons misturadosaleatoriamente tambm no so capazes de produzir msica. necessrio que haja a undamental harmonia.

    Agora hora de todos se reunirem e de comear a msica! Som nacaixa, maestro!

    Orquestra Cidad1.3

    Quem j teve oportunidade de assistir a uma orquestra pessoalmenteca impressionado com a grandiosidade, a per eio e at mesmo

    a suntuosidade da apresentao desse tipo de organizao musical.Quem nunca presenciou ao vivo certamente j viu em algum lme,novela ou programa cultural de msica. E muita gente que assistiucertamente logo pensou: Orquestra coisa muito luxuosa, chique,inacessvel... Nada mais errado!

    Uma das orquestras mais antigas e admiradas no mundo, atualmente,a Orquestra Gewandhaus de Leipzig, sediada na cidade de Leipzig, Alemanha, no incio tocava em residncias particulares e hospedarias.Era bancada por um grupo de comerciantes apaixonados por msica.Sua primeira sede oi construda em , cerca de anos depois doincio de seus concertos. Apesar de ter iniciado suas apresentaes emlocais improvisados, anos de persistncia e dedicao zeram com

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    que a orquestra pudesse contar hoje com uma sala para aprescom . lugares, localizada na cidade de Leipzig, Alema

    na base do improviso, persistncia e muita boa vontade qucomo a grande orquestra de Leipzig, muitas orquestras briniciaram suas apresentaes e continuam at hoje atuanorquestras ormadas por msicos amadores e por pessoas dIdade, orquestras de berimbaus, entre outras. E h tambm dorquestras que possuem como uno principal no somenteda msica, mas tambm um trabalho social.

    Por meio da participao em uma orquestra possvel promincluso social de crianas e jovens em situao de risco. Ase torna no somente uma atividade extracurricular, maoportunidade para que essas crianas e adolescentes possam seus sentimentos e angstias, compartilhar alegrias, deseresponsabilidade, coleguismo, melhorar a autoestima e, aiquebra, iniciar uma carreira de msico.

    Existem diversas outras orquestras no Brasil que utilizam acomo instrumento de incluso social: a Orquestra de Cordas dem Niteri (RJ), a Orquestra Popular da Bomba do HemetrReci e (PE), e a Orquestra Jovem de Contagem, em ContagemH muitas outras orquestras com esse objetivo atuando noalgumas com patrocnio de entidades governamentais ou da iprivada. Vrias delas, contudo, contam apenas com a boa vonunio de uma comunidade.

    Mas no somente para a incluso social que pode ser criaorquestra. Como orma de exercitar o prazer da msica, prhistria musical de uma regio ou levar ao povo belas com

    populares e eruditas. Foi com base na vontade de ver as

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos PARA APRENDER MSICA

    Captulo 1

    populares de outrora preservadas que a Orquestra Paulista de ViolaCaipira se ormou. Para divulgar as canes regionais do Par, a

    Orquestra de Carimb mantm um repertrio exclusivo desse estilomusical de origem indgena. E, para promover a uso musical, hinclusive uma Orquestra de Berimbaus no Rio de Janeiro.

    En m, para ormar uma orquestra, esquea o luxo, a grandiosidade oua ostentao: orquestras nascem pelo simples prazer de se executar umamsica, reunir pessoas com o mesmo objetivo ou buscar, cada vez mais,a per eio e aprimoramento no universo musical. Pode ser num quarteldo exrcito, quintal de casa, quadra de esportes ou barraco. No im-porta. A nal, uma orquestra sempre sabe onde comea, mas nunca sabeonde vai terminar que o digam os msicos da Orquestra de Leipzig!

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    2 Captulo 2 MSICA DE ORQUESTRA

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos PARA APRENDER MSICA

    Captulo 1

    Formao da Orquestra2.1

    Ordem A primeira lio da msica

    Voc j acompanhou o trabalho de operrios na construo deuma obra? incrvel como aqueles homens, que parecem ormigastrabalhando, conseguem, prego a prego, tijolo a tijolo, construiredi cios de , andares. Mas como ser que conseguem se organizarpara que nada d errado e cada um aa sua parte a contento?

    Para que uma obra de engenharia saia do cho e se trans orme em algoconcreto, undamental a gura de uma pessoa que organize cadaetapa do trabalho, dando instrues e marcando o ritmo de trabalhode cada ase. Geralmente, essa gura o responsvel tcnico ou oengenheiro da obra. ambm importante que cada operrio saibaexecutar sua parte da orma e no tempo programados.

    Mas o que isso tem a ver com a msica? A execuo de uma obramusical mais ou menos semelhante execuo de uma construo:temos os operrios, que so os msicos, cada um em sua uno. emoso regente, que harmoniza os trabalhos. E assim temos a orquestra, que o canteiro de obras de uma construo, com todos os seus sons.

    A orquestra tem uma complexa e poderosa capacidade de produosonora, que, em termos de intensidade, a zeram competir com osvrios rudos da brica industrial. Era essa a inteno no sculo XIX. A orquestra era uma idealizao das aspiraes desse sculo, um modeloque a indstria tentava igualar na rotina de suas bricas.

    No incio, l pelos anos de , as orquestras eram ormadas por

    poucos msicos e composta por instrumentos de uma mesma amlia,

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    como as fautas doces ou as violas tocando emconsort , ou em grandesgrupos instrumentos de corda, instrumentos de sopro e per

    Dentro desses grupos existem outras classes:Instrumentos de cordas incluem todos os instrumentos em qucordas so entesadas, ou seja, endurecidas, apertadas e se divtrs grupos, de acordo com a vibrao que gerada. Assim, tinstrumentos de arco, cujo membro mais importante o viol

    Alm do violino, temos, dentro desta amlia, a viola, o violocontrabaixo. So as cordas que cam em primeiro plano, mais ao regente ou maestro. Esses instrumentos so extremamente spodem reproduzir as mais delicadas nuanas de sonoridade e ddade. Existe ainda um instrumento denominado de cordas picharpa, um dos mais antigos instrumentos, que sobrevive h mu

    Por incrvel que parea, o piano tambm um instrumento de est dentro do grupo de cordas percutidas. Isso quer dizer que no so riccionadas por um arco, como o violino, ou dedcomo a harpa (caso haja uma harpa na orquestra), mas bat

    eridas por um martelo de eltro que ca dentro do instrum

    Instrumentos de sopro os instrumentos de sopro produzsom pela vibrao do ar num tubo e so divididos em duasprincipais: as madeiras e os metais. Mas, vale dizer, essa didada mais ao modo como eles produzem o som e sua sonorque ao material do qual so eitos.

    Por exemplo: a fauta um instrumento de sopro de madeira fauta moderna construda, em geral, com prata. E h tamfautim, tambm conhecido como piccolo. Alm desses, outros instr

    mentos esto na classe de madeira e so chamados de instrum

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos PARA APRENDER MSICA

    Captulo 1

    palheta, ou seja, que usam um agente gerador de som, conhecido comopalheta, que so: o obo, o corne ingls, o clarinete e o agote. Esses

    instrumentos aparecem logo depois da ormao de violinos e violas.O grupo de instrumentos de sopro de metal consiste de instrumentosem que o som produzido pela vibrao direta dos lbios do executantesobre um bocal. A trompa um instrumento de sopro da classe dosmetais, assim como o trompete, a tuba e os trombones.

    Instrumentos de percusso golpear e sacudir vrios materiais einstrumentos com a inteno de criar e tirar sons rtmicos um dosmodos mais antigos e espontneos da humanidade de azer msicainstrumental. Na msica, esta ao chama-se percusso.

    Os mais conhecidos e comumente usados nas orquestras so: os tmpa-nos, a caixa clara, o bumbo, os pratos, o tringulo e o tamborim. Eles sodivididos em duas categorias: os que produzem uma nota de uma alturade nida e os que no a produzem. Eles azem tanto barulho que, por isso,

    cam mais distantes do maestro e do pblico na ormao da orquestra.

    Existem dois pro ssionais de extrema importncia para que a orquestrauncione bem. Um ospallae o outro, o regente.Spalla um nome

    de origem italiana, que signi ca ombro, e tambm o nome quese d ao primeiro violino de uma orquestra sin nica. Ospalla oltimo msico a entrar em palco e ele quem a na a orquestra antesda entrada do maestro.

    O maestro tem a uno de um engenheiro. Ou seja, o regente precisacuidar para que a orquestra no se perca no meio das partituras. preciso manter o ritmo e o tempo certos. Podemos resumir o trabalhode um regente em duas principais unes: saber onde est a melodia

    e dar orquestra o andamento justo.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    A ormao da orquestra geralmente segue a seguinte oinstrumentos de maior ressonncia acstica vo cando para tr

    menor ressonncia, para rente, indo progressivamente dos maos mais ortes. Por essa razo que as cordas (violinos, vioe contrabaixos) encontram-se no primeiro plano do palco, spelas madeiras (fautas, obos, clarinetas e agotes), metais trompetes, trombones e tuba) e, l no undo, a percusso, precisa azer muito es oro para produzir um barulho conEste esquema retrata bem a disposio mais comum numa omoderna, apesar de que, a critrio do maestro, ela possa mud

    A quantidade de instrumentos dentro de uma orquestra variaUma orquestra de tamanho padro possui entre e m J uma orquestra sin nica completa, por exemplo, tem cerviolinos, alcanando de a msicos. Existem, enorquestras de um grupo s, como as orquestras de cordas, comquantidade de msicos.

    Como voc pde perceber, a orquestra uma das mais signicriaes artsticas de nossa civilizao. Por intermdio dela vislumbrar a engrenagem de dezenas ou centenas de sons enum mesmo sentido a msica escrita em uma partitura. instrumentos, tanta variedade de timbres, tantas unes,soando com per eio. Cada homem, no importa o quedesempenhando, da melhor maneira possvel, individualme

    uno, para que o conjunto seja belo e rena harmonia capavibrar o sentimento humano ao admirar uma obra.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos MSICA DE ORQUESTRA

    Captulo 2

    Regente2.2

    Em quase toda partida de utebol possvel notar uma gura mpar,parada ao lado do campo, geralmente gritando e esbravejando comos jogadores, que tentam acompanhar suas ordens, no mesmo? a

    gura do tcnico, que, apesar de no encostar na bola durante o jogo,controla como ningum o momento de atacar, de ender, realizar as jogadas e substituir um jogador. E vibra com cada gol eito como se dele

    osse. Este tcnico de utebol como omaestroouregente do jogo.

    As unes do maestro

    A orquestra, portanto, o instrumento pelo qual o maestro transmiteao pblico a sua interpretao de uma obra musical. Ao maestrocompete tentar apresentar ao pblico aquilo que o compositor tinhaem mente. Para isso tem de tentar entender o que o compositorpretendeu demonstrar quando escreveu a obra.

    Alm de entender a obra, para reger uma orquestra preciso entenderbem quais so as unes do maestro. Para melhor compreender essaatividade, vamos dividir a tare a em trs nveis:

    num primeiro nvel, os gestos do maestro devem indicar ao msicoquando e como tocar;

    num segundo nvel, cabe ao maestro demonstrar o raseamentomusical que quer dar sua interpretao da obra, tentar dar a cadaparte ou rase da msica sua infexo adequada, destacando-a dosacompanhamentos; e,

    nalmente, ele deve ser capaz de articular a orma da msica,

    conseguindo estruturar o jogo ormado entre a apresentao,

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    desenvolvimento e concluso dos temas musicais presecada obra.

    A ormao do maestro

    No to simples quanto balanar os braos, no mesmo? Mcomo que se orma um maestro? Em primeiro lugar, um botro deve ter uma slida ormao musical. Precisa conheceda msica, a harmonia, o contraponto, as ormas musicais e da msica, alm de ter um bom treinamento em percepo e

    ambm preciso dominar as caractersticas e peculiaridadede cada instrumento da orquestra. No caso de regentes de cpreciso conhecer as potencialidades da voz humana.

    Na prtica, os maestros trabalham bastante a parte gestual, ocoreogra a dos braos, pulsos, mos, dedos e batuta. Cada um signi cado para o msico e o regente. O gestual o nicde comunicao entre os msicos e o maestro. Por isso, a capde comunicao pelas mos e olhos, associada expresso dcorpo, constituem qualidades essenciais. Assim, quando umlevanta os dois braos ao mesmo tempo, na comunicao estaentre os dois, aquilo pode signi car que o maestro quer uma ena ora. oda esta linguagem estabelecida durante os ensso undamentais para que orquestra e regente se a nem.

    Alm de habilidades tcnicas, o maestro necessita ter caractersticas de personalidade importantes para a unocomunicar, trabalhar em grupo, ter responsabilidade e ascesobre os msicos da orquestra. Sem essas caractersticas, ccomplicado reger uma orquestra, j que, muitas vezes, o mcomparado ao lder de um grupo. Mas isso no quer dizer a

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos MSICA DE ORQUESTRA

    Captulo 2

    rismo! Saber ouvir tambm uma qualidade muito importante paraesta uno: ouvir o instrumento e ouvir o msico!

    Figura nica

    A gura do regente surgiu principalmente com o crescimento dasorquestras, que passaram a ser maiores para a execuo das obrasmusicais do perodo do Romantismo musical (sculos XVIII a XIX). Antes, quem liderava os msicos era ospalla, hoje, o primeiro violi-nista. Antigamente, ospallaera o msico que tocava um instrumentodenominado cravo (parecido com o piano), chamado cravista. Ini-cialmente, a uno do regente surgiu pela necessidade de medir otempo de execuo da msica (mtrica musical), mas, com os anos,ele tambm passou a interpretar a msica, dar a sua marca pessoal. A mesma obra pode soar, inclusive, completamente nova, dependendodo regente; o que se mantm sempre a base da composio. Alis, amarca pessoal do maestro to presente no exerccio dessa pro ssoque motivo inclusive de diversas stiras e charges mundo a ora arespeito do regente, com sua casaca e batuta.

    A batuta

    A batuta tem uma histria parte. A maior evoluo da maestria oieste instrumento. Durante anos a o, a erramenta de trabalho doregente era o cajado. Era batendo no cho que ele se comunicava comsua equipe. O instrumento era pesado, atrapalhava a msica e aindatinha um qu de arrogncia. O cajado s oi substitudo quando omaestro Jean-Baptiste Lully, em uma apresentao, eriu o p, contraiugangrena e morreu logo em seguida.

    A batuta oi uma inveno de Carl Maria Von Weber. A palavra vem

    do italiano e signi ca batida ou compasso. O instrumento surgiu s

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    na idade moderna. A vareta unciona como a extenso da pdedos do regente, bastante leve e acabou se tornando o sm

    uno de maestro.Houve algumas experincias de orquestras sem maestros. Adelas oi em , em Nova Iorque. Dois anos depois, sMoscou a Pervyi Sim onicheskyi Amsambl, com o mesmo pO Primeiro Conjunto Sin nico s durou cinco temporadapoucos, ospallaassumiu a uno de liderana, indicava o teregulava o balanceamento dos instrumentos, azendo sinacabea ou com o corpo para os outros msicos, at que a orcontratou regentes de ora. Anos depois, a Pervyi Sim o Amsambl deixou de existir, junto com a sua proposta. Hoje,orquestra nos mesmos moldes a Orpheus Chamber OrcheUniversidade de Berkeley.

    A despeito das tentativas de algumas orquestras de uncionaum maestro, a complexidade sonora das obras modernas eobtido por alguns maestros na interpretao pessoal de obrastm demonstrado que esta gura essencial no uncionamorquestra. Vrios maestros acabam, inclusive, tornando-

    amosos que o grupo com o qual trabalham, em uno da qde sua interpretao pessoal para as obras que executam.

    Portanto, uma orquestra sem maestro mais ou menos com pelada de vrzea:todo mundo corre atrs da bola e gol, quaacontece, por acaso. undamental, na execuo de obrasque haja algum pensando no andamento e na articulao da Os msicos precisam se concentrar na execuo da obra e o

    ca, ento, responsvel por encadear e harmonizar todos Por isso, para ser um regente, necessria muita responsab

    metodologia, capacidade de concentrao e de organizade conjunto e acilidade para trabalhar em grupo. E, especiadorar a msica.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos MSICA DE ORQUESTRA

    Captulo 2

    Partitura2.3

    Como bom ouvir uma msica de que gostamos, no mesmo? Melhor ainda podermos registrar esta msica erepetir sempre que der vontade, bem como mostrar a cano

    s pessoas que amamos. Hoje em dia, com os meios de registro demsica, como CDs e DVDs, MP e outras tecnologias, cou muito

    cil. possvel enviar uma msica para quem amamos, aos amigos,at mesmo pela internet.

    Mas, como se enviava uma msica para algum antigamente?

    Durante muito tempo, a msica era passada de gerao em geraoapenas pela audio. As pessoas simplesmente aprendiam a cant-la eno havia registro de nada. Mas, obviamente, algumas eram alteradaspela memria do ouvinte ou at mesmo esquecidas, cando perdidaspara sempre.

    Quando a partitura surgiu, houve uma verdadeira revoluo namsica, equivalente ao surgimento dos equipamentos de MP e Ipodsultramodernos de hoje.

    Nos sculos V ao VII da nossa era, a msica ganhou seus primeirossmbolos, que eram usados para notar a recitao grega e oriental eque indicavam vagamente a tendncia geral do movimento meldico.Contudo, isso no adiantava, j que dava apenas uma ideia aproximadaao cantor de como era a melodia. Era preciso mais. Ento, no sculoIX, a pauta surgiu, mas ainda di erente do que temos hoje, com apenasuma linha colorida, mais tarde aumentada para duas. Um mongechamado Guido dArezzo sugeriu que ossem criadas trs ou quatrolinhas, que seriam usadas para de nir a altura das notas nos cantos

    gregorianos, padro que at hoje mantido.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Foi tambm o monge Guido dArezzo quem batizou as notacais com os nomes que conhecemos hoje: d, r, mi, , so

    baseando-se em um texto sagrado em latim. O sistema dedArezzo so reu algumas pequenas trans ormaes no detempo: a nota Ut passou a ser chamada de d, derivado dedominus (Senhor, em latim), e a nota San passou a ser chamada deserem as iniciais em latim de So Joo:Sancte Ioannes ). O texto erao seguinte:

    Ut queant laxis Re sonare bris Mi ra gestorumFa muli tuorumSol ve polluti La bi reatumSan cte Ioannes

    Esta msica era cantada pelas crianas do coral para que Sprotegesse da rouquido, e signi ca, em portugus:

    Para que ns, teus servos, possamos elogiar claramente o milagre e a ora dos teus atos,absolve nossos lbios impuros, So Joo.

    Portanto, uma sequncia de pautas reunidas constitui a conpartitura. Cada pauta possui cinco linhas (uma oi acrescencausa da evoluo das melodias, harmonias e ritmos aps XIII) e quatro espaos entre as linhas. Por isso, a pauta ta

    conhecida como um pentagrama e possui a seguinte orma:

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos MSICA DE ORQUESTRA

    Captulo 2

    (Cpia livre . Disponvel em: )

    Uma partitura completa mais ou menos assim:

    (Cpia livre. Disponvel em: )

    Como ler a msica

    Mas como possvel ler uma partitura, j que se parece com outralngua? Da mesma maneira que se aprende outra lngua: aprendendoseus smbolos. No entanto, com duas vantagens: a partitura umalngua bem mais cil que as outras lnguas e universal podeser entendida igualmente por pessoas do Japo, da Hungria ou da Jamaica.

    Que tal aprender a ler uma partitura?

    simples, acompanhe a explicao:

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Os smbolos das notas podem ser escritos sobre cada ucinco linhas ou dentro dos quatro espaos da pauta. A

    das notas depende desta posio. Cada linha ou espao drepresenta uma nota musical ou uma tecla branca do pianR Mi, F, Sol, L, Si, D):

    Disponvel em:

    As claves atribuem notas espec cas a linhas e espaos

    nados. As claves mais utilizadas so a clave de sol, a clavclave de d:

    Clave de SolO centro da espiral de ne a linha em que ela pouNa posio mostrada, o Sol est na segunda linhpauta. Qualquer nota colocada nesta linha torna-

    um Sol. E a sequncia das notas musicais nesta ppassa a ser: Sol, L, Si, D, R, Mi, F, Sol, e as

    sucessivamente.

    Clave de DEsta clave indica qual linha representa o D. Nposio, a terceira linha que assume a nota D. La sequncia das notas musicais passa a ser D, RF, Sol, L, Si, D, R...

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos MSICA DE ORQUESTRA

    Captulo 2

    Clave de F A linha entre os pontos indica o F abaixo do Dcentral do piano. Nesta posio, a quarta linhaindica a nota F e as notas a seguir passam a ser Sol,L, Si...

    (Disponvel em: .

    Disponvel em: )

    Se or preciso representar notas mais graves ou agudas do que asnove notas representveis nas linhas ou espaos do pentagrama,utilizam-se linhas e espaos suplementares abaixo ou acima dapauta:

    Disponvel em:

    Mas a msica no eita s de sons, tambm eita de silncios.O momento de produzir um som, de realizar uma pausa, ou deacelerar o ritmo, tambm vai marcando as notas musicais registradasnas partituras. Esse registro das notas e pausas eito por meio desmbolos, convenes de uso comum, como estes a seguir:

    Nota Semibreve a nota usada como re erncia de tempo. Cada nota quevem a seguir representa a metade do tempo da anterior.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Pausa Semibreve a pausa usada como re erncia de tempo. Cada paque vem a seguir representa a metade do tempo daanterior.

    Nomes:Semibreve, mnima, semnima, colcheia, semicolche

    usa e semi usa.

    Nomes:Semibreve, mnima, semnima, colcheia, semicolche

    usa e semi usa.

    Disponvel em:

    Ser que agora, apenas com essas breves explicaes, cou entender uma partitura? Bem mais cil, no mesmo? Podnesta primeira aula no seja possvel sair lendo uma partitura cmas j no parece mais um bicho-de-sete-cabeas aprender elngua, certo? E aquela primeira partitura apresentada no text mais algo assim to estranho!

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    E hoje em dia, ainda se usa partitura? A resposta um sonoro... sim! A partitura continua a ser usada porque o melhor meio de mostrar a

    outra pessoa como reproduzir uma msica exatamente como o autordela quer que seja tocada.

    Foi graas a essa simples linguagem que hoje podemos ouvir, damaneira como oram criadas pelos autores, msicas belssimas deautores atuais e antigos, que oram preservadas por diversos museus,entre eles a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. L voc podeencontrar o maior acervo da Amrica Latina de msica popular eerudita. Isso sem contar partituras que guardam as msicas de Mozart,Bach, Villa-Lobos e outros autores maravilhosos espalhadas pelomundo, que puderam ter suas criaes preservadas graas invenode um monge italiano... Amm!

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    3 Captulo 3 INSTRUMENTOS MUSICAIS

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos OS INSTRUMENTOS E SEUSSONS MARAVILHOSOS

    Captulo 3

    As Vozes do Coral3.1

    A mais antiga e a mais natural onte sonora capaz de produzirmsica a voz humana. As cordas vocais humanas, utilizadasdesde os primrdios, uncionam com o mesmo princpio dos

    demais instrumentos de corda: o som produzido a partir da vibrao deduas minsculas cordas situadas em nossa laringe. As cordas vocais sopostas em vibrao a partir do ar expelido por nossos pulmes, pela aodo dia ragma.

    Utilizar a voz como instrumento to natural e instintivo que no soraros os casos na histria musical de cantores amosos que iniciaramsuas carreiras praticamente prontos para en rentar uma plateia. A musado jazz, Billie Holiday, por exemplo, ao tentar em uma boate ocuparuma vaga de axineira que, elizmente, j havia sido preenchida, voltoupara casa com o emprego de cantora. Quando questionada sobre sesabia cantar, antes de azer o teste, respondeu: E quem no sabe?.

    H uma di erena evidente entre vozes masculinas e emininas, e estadi erena se explica porque, nos homens, a vibrao das cordas vocais

    ca em torno de vezes em segundo, produzindo um som maisgrave. Na mulher, a vibrao das cordas vocais ca em torno de vezes por segundo, o que gera um som mais agudo. A essa caracterstica dado o nome de requncia.

    A qualidade da voz depende da fexibilidade e tenso existentes emcada corda vocal. A partir dessas variaes que surgiram cincocategorias bsicas da voz humana, utilizadas para descrever o registroe o timbre:

    para vozes masculinas: tenor, bartono e baixo;

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    para vozes emininas: soprano e contralto.

    Um timbre muito valorizado na msica o de soprano. o mais agudo entre os registros emininos e se distingue dacontralto, que mais grave.

    Nas vozes masculinas, o tenor equivale soprano, s que seucorresponde aixa de sons mais aguda que pode ser emitidalrico, por um indivduo do sexo masculino. O bartono possvoz masculina que se encontra entre as extenses vocais de umum tenor. rata-se de uma voz mais grave e aveludada que a doElvis Presley, o Rei, tem seu registro de voz entre os bartono

    O baixo a voz masculina com extenso mais grave. O baixoem dois tipos de vozes: uma prxima ao bartono, mais lrdramtica, e outra de grande extenso e amplitude no registr

    Mas nem sempre oi utilizada essa classi cao. No sculoexemplo, existiam homens que cantavam com voz de criansucesso de pblico e bilheteria. Eram chamados decastrati porqueeram castrados na in ncia, o que impedia que alteraes hoprovocassem a natural mudana da voz masculina na adolesccastrati surgiram porque, poca, era proibida a presena de mnos corais das igrejas e era necessrio que existissem vozes aa interpretao adequada das msicas. O ltimocastrato amoso, oitaliano Moreschi, morreu em .

    odas as pessoas, na verdade, podem produzir dois tipos devoz de peito que mono sica e a voz de alsete (de cab bi sica. possvel identi car a voz de peito aos colocarmno peito e sentir a vibrao quando se ala. A voz de alsete

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    A liuteria, ou lutheria, como chamada a pro sso, enconstruo, manuteno e restaurao de instrumentos com

    de ressonncia, ou seja, violas, violinos, contrabaixos egeneralizao, o nomeluthier tambm utilizado para instrumende corda, arco, sopro ou percusso.

    A palavra tem origem no italiano,liuto, o nome do instrumentoalade. Portanto,liutaiosigni cava quem az alades. O tchegou lngua portuguesa por meio da palavra rancesluthier ( abricante de instrumentos de corda), derivada da palavluth (alade) mais o su xo -ier. Aos poucos, o termo passou a serpara todos os pro ssionais envolvidos na construo e mande instrumentos.

    A pro sso deluthier j az parte da Classi cao BrasileiOcupaes, do Ministrio do rabalho. So consideradosluthier aqueles que Projetam instrumentos musicais, distinguem ade materiais para a abricao dos instrumentos musicais e matrias-primas para a con eco dos instrumentos. Con ecomponentes dos instrumentos, realizam acabamentos, ma nam, consertam e vendem instrumentos musicais. Aindacontudo, a regulamentao da pro sso, processo realizado por meio de lei.

    Os pro ssionais em atuao no Pas so autodidatas, em sua Aprenderam os segredos da pro sso lendo e testando, naas possibilidades de construo de um instrumento. Alguns aprenderam a tcnica como segredo, passado de gerao emCurso? S no exterior. Contudo, o quadro atual de surgimdiversas escolas, na sua maioria, particulares, para ensinar ado o cio.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos OS INSTRUMENTOS E SEUSSONS MARAVILHOSOS

    Captulo 3

    Geralmente, os cursos envolvem disciplinas relacionadas a tipos deinstrumentos, matria-prima, ormas de instrumentos, conservao,

    regulagens, passo-a-passo da construo de instrumentos. H aulastericas e prticas. A durao dos cursos varia de escola para escola epode levar de horas/aula a trs meses, a depender do aper eioamentodesejado. Contudo, para ser tornar umluthier reconhecido nobasta azer um curso, so necessrios muita dedicao, empenho eseriedade.

    Mas como algum se interessa em se tornar umluthier ? Um doscaminhos mais comuns o do msico que ganha experincia e passaa buscar uma qualidade superior para o seu instrumento; ento,decide abric-lo. H, contudo, quem tenha chegado lutheria peloscaminhos mais diversos.

    Da Funabem para os palcos do mundo

    Jonas Caldas,luthier brasileiro de renome internacional, comeoua aprender a arte da lutheria quando tinha anos, no perodo emque oi interno da antiga Funabem, no subrbio do Rio de Janeiro.Como sua me era empregada domstica e no tinha como sustentaros quatro lhos, seu patro sugeriu que ela encaminhasse as crianaspara a instituio. O curso de lutheria na Funabem s o erecia duasvagas para mais de mil meninos. Foi l onde Jonas Caldas ez o cursocom o pro essor Guido Pascoli, durante trs anos.

    Jonas obteve reconhecimento internacional quando um msicobrasileiro que oi tocar em Stuttgart, na Alemanha, mostrou a umluthier alemo uma viola de gamba (instrumento antigo de arcocom trastes e seis cordas) eito por Jonas. Encantado com a pea, oarteso o convidou para trabalhar com ele na Alemanha, em Sttutgart,

    por um ano. Desde ento os instrumentos doluthier brasileiro vmencantando msicos do mundo inteiro.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Morador do Rio de Janeiro, ele capaz de construir apenainstrumentos por ano. Para azer cada um deles, ele leva em

    trs a quatro meses, trabalhando das s horas. Na arte dageralmente, tudo eito mo, em um processo basicamente Pacincia, per eccionismo e muito amor arte so os ingprincipais dessa pro sso. Alm disso, preciso saber atender sde nidas pelo artista que encomenda o instrumento. anta dedi

    ez com que o o cio deluthier osse comparado ao de um artista.

    A arte de abricar instrumentos alcanou seu auge com oseitos por Antonio Stradivari, os amosos Stradivarius

    hoje no oram superados em qualidade de som, mesmo ca tecnologia moderna. A sua qualidade sonora to impresque intriga at os cientistas, que j levantaram diversas hiptexplicar a qualidade de seus violinos: desde o tipo de verniz pelo luthier at a utilizao de madeira endurecida pelas coclimticas excepcionais do perodo em que viveu Stradivari.luthier no repassava seus segredos a ningum, sua tcnica seno tempo. Os violinos da marca Stradivarius valem mildlares no mercado de instrumentos musicais.

    Para ser um bomluthier no determinante que o pro ssional msico, mas importante gostar e entender de msica. Alm um trabalho manual; por isso, o candidato pro sso necehabilidade com erramentas, madeiras e vernizes. O pro ssion

    azer uma pea boa para agradar ao mercado e ortalecer o seu npro ssional. Por se tratar de servio personalizado, costumaremunerado. Atualmente, os bons pro ssionais espalhados p

    azem lista de espera para conseguir atender demanda depara a construo de instrumentos musicais com per ormance equalidade superiores.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos OS INSTRUMENTOS E SEUSSONS MARAVILHOSOS

    Captulo 3

    Fbrica3.3

    Instrumentos em srie

    O que az uma msica ser boa? A capacidade do autor da obra musical?Mas, e quem a executa, no precisa ser bom tambm? Alm disso, no preciso compreender bem a msica para apreci-la em toda suaextenso?

    O autor, o msico e o ouvinte so elementos essenciais para que umamsica seja boa. Mas, alm deles, existe outro elemento de sumaimportncia para a qualidade da msica: o instrumento musical. A alta de um bom instrumento musical pode comprometer toda aqualidade da msica executada.

    Por toda essa importncia, a produo dos instrumentos musicaisbusca, cada vez mais, aliar tecnologia e conhecimento artstico paraproduzir instrumentos ideais. Por esse motivo, os abricantes deinstrumento adquirem as tecnologias mais avanadas existentes nomercado. O objetivo conseguir produzir instrumentos em largaescala com qualidade cada vez maior.

    Enquanto num processo artesanal todas as etapas de construode um instrumento so realizadas pela mesma pessoa, na bricade instrumentos musicais da era industrial oram incorporados osprocessos de produo modernos. Assim, cada etapa da construodo instrumento oi separada: projeto, produo, acabamento, testesde qualidade, entre outros.

    A ase de projeto o momento em que se de ne como ser o instrumentomusical: alm das caractersticas bsicas de um violo ou trompete, que

    outro tipo de caracterstica aquele instrumento pode ter ser maior,

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos OS INSTRUMENTOS E SEUSSONS MARAVILHOSOS

    Captulo 3

    projeto, odesigner diminui a quantidade de roscas existentes em umtrompete? Como o msico poder executar as notas desejadas?

    Assim que o projeto do instrumento aprovado, inicia-se suaabricao. Quem chega, hoje, a uma brica de instrumentos musicais,

    no saber di erenci-la de outra brica qualquer: os instrumentosso produzidos por mquinas de alta tecnologia, monitoradas porcomputadores.

    Ser que no so mais utilizados uncionrios, pessoas de verdade, nasbricas atuais? claro que sim, mas essas pessoas executam tare as

    mais delicadas e minuciosas, enquanto o maquinrio executa a partepesada da abricao do instrumento, como o corte, o lixamento, otorno, entre outras tare as.

    Alm disso, as pessoas da brica se concentram em azer o controleda qualidade dos instrumentos abricados, um dos mais aguadosde todos, que realizado nas vrias etapas da construo de uminstrumento. Quem trabalha no controle de qualidade de uma

    brica de instrumentos, muitas vezes, tem as mos e os ouvidos maistreinados para as imper eies de um instrumento que muitos msicosda orquestra. A nal, mquina nenhuma conseguiu ainda substituir acapacidade do homem de reconhecer um instrumento per eito...

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    4 ATIVIDADES PEDAggICASCaptulos 1, 2 e 3

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    ATIVIDADES PEDAggICASCaptulos 1, 2 e 3

    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Captulo 01 Para aprender msica Tema: Histria da Msica

    Na leitura do texto Histria da Msica possvel perceber que o desenvolvi-mento da msica tem tudo a ver com o processo poltico, social e econmicoda histria mundial. Vamos entender a relao da msica com o seu perodohistrico? Para isso, os alunos devero azer uma entrevista com os avs oupessoas mais velhas, com as seguintes perguntas: Qual a msica de quemais gostava quando jovem e por qu? O que estava acontecendo de impor-tante na poca da msica? Pode ser um ato poltico, cultural, econmico ousocial. Pedir para alguns alunos apresentarem a sua entrevista. Para promoveruma boa integrao com os mais velhos, interessante propor ao aluno queescute a msica juntamente com o seu entrevistado.

    Dividir os alunos em grupos, procurando distribu-los de acordo com o estilode msica ou a poca dos entrevistados. Os grupos vo escolher uma dasmsicas para azer uma pesquisa, com os seguintes passos: Encontrar a letra,a msica, o autor e o ano em que oi criada. Pesquisar na histria o que estavaacontecendo de mais importante no Pas em termos polticos, sociais e cultu-rais (citar os pontos principais). Discutir se h na msica alguma re erncia aesses acontecimentos. Os grupos iro apresentar a msica e a pesquisa. Parafnalizar a atividade, os alunos devero alar sobre a relao da msica com operodo histrico. Esse trabalho pode ser eito em conjunto com o pro essorde Histria.

    Colocar um canto gregoriano para os alunos ouvirem; em seguida, umamsica poli nica. Pedir aos alunos que comparem os sons das msicas,verifcando se existem semelhanas ou quais as di erenas. Identifque qual aideia ou imagem que o aluno cria ao ouvir a msica. Ao fnal das discusses,

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    explicar aos alunos o que a msica mono nica e poli nica, ressaltandosuas caractersticas. Fale tambm sobre o canto gregoriano. Voc pode gravaro canto executado pelo Coral Gregoriano de Belo Horizonte, acessando o site.Disponvel em: .

    Escrever no quadro as caractersticas da msica no estilo barroco, clssico eromntico. Explicar cada estilo. Executar uma msica de cada estilo, coloca-das aleatoriamente. Falar para os alunos identifcarem a que estilo pertencecada msica e justifcar por qu. Depois do debate, identifcar qual o estilode cada msica, a que autor pertence e a poca em que oi criada.

    Dependendo da aixa etria dos alunos, voc poder assistir ao flme Ama-deus, de Milos Forman. O flme retrata uma parte da vida do msico Wol gangAmadeus Mozart e mostra como era a sociedade da poca.

    Tema: Elementos da msica

    Escolher algumas msicas com di erentes ritmos, bem marcados. Pea paratodos acompanharem o ritmo de cada msica apenas com batidas de ps oumos, identifcando qual o ritmo da msica (lento, acelerado).

    Pedir aos alunos que indiquem enmenos naturais que possuem ritmo (mar,dia/noite, vento, batimentos cardacos etc.

    Escolher dois ou trs alunos para lerem o poema abaixo. A turma deververifcar se h mudana de timbre e ritmo entre uma leitura e outra.

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    ATIVIDADES PEDAggICASCaptulos 1, 2 e 3

    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    uncionamento. A mquina s uncionar a partir do toque de um elementopara outro do grupo. Ao fnal das apresentaes, os alunos devero descobrirque tipo de mquina o outro grupo simulou. Perguntar aos alunos quais oramas atitudes essenciais para que a mquina tivesse um bom uncionamento: oesprito de equipe, sincronia, respeito.

    Assistir ao vdeo e responder s questes: numa orquestra, quais instrumentosso responsveis pela melodia? Quais so responsveis pela harmonia? Citeos instrumentos de sopro de madeira e os de metal. Qual deles o re erencialde afnao? Quais so os instrumentos responsveis pela percusso?

    Pedir aos alunos que, em duplas, criem e desenhem a disposio de umaorquestra, identifcando os naipes e seus instrumentos. Os alunos deverousar ao mximo a criatividade para produzirem uma nova orquestra. Fazeruma exposio dos trabalhos.

    Tema: Regente

    Dividir a turma em grupos. Cada grupo dever criar um movimento e umsom vocal. Os grupos devero ensaiar o movimento e o som, at que estejaharmnico. Cada grupo indicar o seu regente. Juntar todos os grupos, comose osse uma orquestra. O regente de cada grupo dever reger a orquestrade movimentos e sons. Antes, o regente vai defnir com a orquestra qual ogestual que utilizar para cada naipe de sons e movimentos. Para fnalizar aatividade, os alunos devero relatar a experincia.

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    ATIVIDADES PEDAggICASCaptulos 1, 2 e 3

    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Tema: Luthier

    Cada aluno dever escolher um instrumento para sobre ele azer uma pesquisa,com as seguintes questes: sua origem, caractersticas, maneira como o som produzido, ormas de execuo, materiais e processos utilizados para a suacon eco, msico que se destaca ao tocar o instrumento (complementar aatividade com questes que achar importante).

    Pedir para os alunos que pesquisem em sua cidade e descubram um luthier.Pode ser um que abrique instrumentos olclricos, regionais. Convide-o parauma conversa com a turma, pedindo para que ale sobre seu trabalho. Osalunos devero basear suas perguntas na pesquisa eita anteriormente.

    Tema: A Fabricao de Instrumentos

    Em grupos, os alunos podero escolher entre os naipes da orquestra, os ins-trumentos de metal, de corda e de percusso. Em seguida, pesquisar sobre oinstrumento musical de sua pre erncia, discorrer sobre sua histria e evolu-o, seu processo de abricao, curiosidades a respeito dele, seus maioresintrpretes, e apresentar para a turma.

    No esquea!

    A msica pode ser usada em sala de aula como apoio a outras matrias.No livro Como usar a msica em sala de aul a, de Ferreira Martins, existeminmeras atividades que podem e devem ser usadas. Boa aula!

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    5 Captulo 4 QUEM FAZ MSICA

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Jos Milton Vieira Leite Filho tem apenas anos, mas, almemprego, obtido em uma seleo pblica extremamente conc

    msico respeitado no exterior e possui inclusive diversos conse aper eioar l ora. reina seis horas por dia com o trombdo estudo do repertrio musical a ser tocado pela orquestra.

    Como oi possvel perceber, a carreira de Miltinho oi mavrios acontecimentos importantes, comuns carreira detodo msico. Em primeiro lugar, Miltinho comeou seus estmsica aos nove anos, em uma banda militar. Este oi o ivrios msicos amosos.

    Comeou a ter contato com a msica ainda na in ncia, ato muito na ormao musical do pro ssional. Alis, hoje j seh perodos cruciais no desenvolvimento da criana, especentre e anos, durante os quais o ambiente pode infuemaneira como o crebro ativado para exercer diversas unelas, a msica. Em reconhecimento desse ato, o governo brecentemente tornou a iniciao musical na educao idisciplina obrigatria entre os e anos.

    Miltinho tambm se dedicou a estudar a teoria musical. Mas,isso importante para um msico?

    Chega um momento na vida do msico em que apenas o talensu ciente, preciso tambm ter conhecimento. Nosso msicteria passado em um concurso pblico de msico na escola dou na orquestra se no soubesse a teoria musical, matria exigtipo de prova. Alm disso, o msico conhecedor da teoria temmais acilidade para reger, compor, ensinar e dirigir espetcuoutras possibilidades. mais ou menos como saber no ape

    em uma lngua estrangeira, mas tambm escrever nesta lngu

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos QUEM FAZ MSICA

    Captulo 4

    Saber a teoria importante, mas ela tem que andar de mos dadas coma prtica, no mesmo? Por isso, treino e dedicao so princpios

    bsicos na vida de quem quer se tornar msico. No incio, possveldedicar apenas uma hora de treino por dia. Mas, medida que oestudo da msica or se apro undando, mais e mais horas de dedicaosero necessrias. Miltinho, por exemplo, az trs horas de ensaio,diariamente, na orquestra em que trabalha. Alm dessas horas, otrombonista acrescenta mais duas a trs horas de estudo, por contaprpria, sua dedicao diria ao instrumento. So cerca de seis horaspor dia de trabalho.

    Com tanta dedicao, o que a msica traz de retorno? A msicadesenvolve e enriquece capacidades mltiplas, como a percepo,ateno, disciplina, dedicao, sensibilidade, pacincia, capacidadede trabalhar coletivamente, autonomia, administrao do tempo ecoordenao motora. Alm disso, ainda pode se tornar uma carreira.

    Em suma, aprender msica um timo negcio. Mas, para entrar nesteramo no somente como amador, mas tambm como pro ssional,no se deve esquecer de procurar conhecer as regras da pro sso. Paratrabalhar como msico pro ssional necessrio azer uma prova eobter uma carteira de msico pro ssional nas organizaes de classeinstitudas pela Lei n. . / , norma que regulamenta o exerccioda pro sso de msico no Brasil.

    Para comear uma carreira de msico, amador ou pro ssional, nadamelhor que contar com o apoio de uma escola de msica. H diversasescolas de msica pblicas, estaduais e municipais, espalhadas peloPas. Na alta de uma escola de msica em sua cidade, h ainda apossibilidade de azer parte de uma banda, como as da PM ou dosbombeiros. ambm existem bandas de igrejas e conservatrios.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    En m, oportunidade o que no alta para quem tem vontatornar msico. Apenas uma coisa no pode altar: muita von

    Escolas de msica pelo Brasil e instituies mantenedoras:

    Escola de Msica da Universidade Federal do Rio Grande do

    Norte Governo Federal

    Disponvel em:

    Escola de Msica de Braslia Governo do Distrito Federal

    Disponvel em:

    Escola Municipal de Msica Pre eitura de So Paulo

    Disponvel em:

    Escola de Msica da Universidade Federal do Par Governo

    Federal

    Disponvel em:

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos QUEM FAZ MSICA

    Captulo 4

    Conservatrio de Msica de Sergipe Governo do Estado de

    Sergipe

    Disponvel em:

    Conservatrio de Msica Alberto Nepomuceno Governo do

    Estado do Cear

    Disponvel em:

    Conservatrio Dramtico e Musical Dr. Carlos de Campos

    Tatu Governo do Estado de So Paulo

    Disponvel em:

    Escola de Msica Villa-Lobos Governo do Estado do Rio de

    Janeiro

    Disponvel em:

    Escola de Msica da Rocinha ONG do Rio de Janeiro

    Disponvel em:

    Canto Lrico5.2

    Instrumento embutido

    H um instrumento musical que universal para a humanidade eacompanha o ser humano desde o incio de sua vida no planeta erra:

    a voz. Este instrumento maravilhoso, verstil e acessvel a todos

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    utilizado no canto lrico. Essa modalidade de canto nasceuuma das primeiras expresses vocais do ser humano, provav

    inspirada por algum culto primitivo. Depois, o canto teve uminfuncia das religies e da esttica em todo o mundo, e oi esurgiram as di erentes maneiras de emisso da voz.

    O termo canto lrico surgiu da palavra lira, espcie de hsete cordas, que servia para acompanhar os cantores nos code msica na Grcia Antiga. O canto lrico se distingue dpopular por no utilizar micro ones. Os msicos utilizam a sua potncia vocal obtida por meio de tcnicas, estudo, muita dedicao para que todos os ouvintes de um teatro osejam capazes de escut-los.

    Como havamos visto no captulo sobre A Voz Humana, exclassi cao bsica para os diversos tipos de vozes existentespor gnero, do mais grave para o mais agudo:

    Masculinas: baixo, tenor e bartono.

    Femininas: contralto e soprano.

    No universo do canto lrico, as vozes recebem mais algumavises, a m de melhor identi car o tipo de voz do cantor lnmeros correspondem s oitavas do piano):

    Femininas

    Soprano voz eminina mais aguda, recobre a extenso do DD ;

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos QUEM FAZ MSICA

    Captulo 4

    Mezzo-soprano voz eminina intermediria entre o soprano e ocontralto;

    Alto ou Contralto timbre eminino mais pesado, que soa quase coma plenitude de uma voz masculina, com tessitura do L ao F .

    Masculinas:

    Sopranista a voz desenvolvida na tessitura do soprano emalsete;

    Contratenor voz com tessitura correspondente do contralto ouat mesmo do soprano;

    Tenor voz tradicionalmente identi cada como a normalmente(sem recorrer tcnica de alsete) mais aguda dentro de um grupovocal masculino, possui extenso padro dentro dos limites do Dao L ;

    Bartono trata-se de uma voz mais grave e aveludada que a dostenores, mas no to grave quanto a do baixo, dentro dos limites doSol ao La ;

    Baixo-bartono timbre intermedirio com uma extenso vocal quepode abranger tanto baixo como bartono. Sua tessitura usual doF ao Sol ;

    Baixo voz com a extenso mais grave, vai do F ao Mi ;

    Castrato (em desuso) extenso vocal correspondente das vozesemininas, seja de soprano, mezzo-soprano ou contralto.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Cenrios do canto lrico

    Agora voc deve se perguntar: para que tantas divises e clasvocais no canto lrico? A resposta simples: arte! que o capor ser uma atividade musical altamente relacionada com possui a caracterstica de distribuir os papis con orme o tipcapacidade vocal do cantor e, portanto, necessita dessas identde vozes. Na verdade, existem ainda mais subdivises, macompreenso inicial do assunto, estas so su cientes.

    No repertrio operstico clssico e romntico, os tenores codesempenhar os papis masculinos principais, enquancoadjuvantes mais importantes esto a cargo das vozes ma(bartono ou baixo). Em muitos casos, o enredo gira em tornodisputa entre heri e vilo, com o primeiro quase invariavatribudo a um tenor. Os papis emininos da pera, por shabitualmente tm uma soprano no papel da mocinha.

    Mas no somente para a pera que o canto lrico existe. Aexiste muito antes mesmo da criao da pera, l pelos idos O canto lrico tambm muito utilizado em corais, msica de msica olclrica e at msica popular. H diversos cantores de sucesso que iniciaram sua trajetria musical pelo canto lreconhecerem que este canto o que habilita o cantor a tsegurana e domnio vocal.

    A tcnica do lrico

    Qualquer pessoa pode se tornar um cantor lrico, desde quecapacidade de produzir sons com o seu aparelho onador. Nao que di ere os cantores lricos das pessoas normais q

    dedicaram a estudar as tcnicas do canto. Existem vrias t

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos QUEM FAZ MSICA

    Captulo 4

    rancesa, a italiana, a alem, mas, em geral, o estudo do canto consisteem aprender a conhecer e dominar a voz, a respirao, a emisso, a

    ressonncia, a articulao etc. O domnio dessas tcnicas que provocatoda a di erena na potncia vocal de um lrico, em contraste com osom do cantor que no possui o conhecimento e domnio sobre oprprio aparelho onador.

    Um bom cantor lrico leva de cinco a oito anos para estar completa-mente ormado. Parece muito tempo, j que praticamente qualquerpessoa pode cantar, mas preciso lembrar que a voz do cantor lrico o seuinstrumento, assim como o piano e o violino o so para osdemais msicos. Logo, cinco anos no tanto tempo assim para oaprendizado do canto, no mesmo?

    Para estudar canto lrico preciso buscar escolas ou pro essores decanto. Nas aulas de canto, o aluno vai aprender a conhecer sua voz,as tcnicas de canto, a respirao, entre outras orientaes individuaisadequadas s necessidades vocais de cada aluno. A maioria das escolasde canto particular, mas alguns estados e municpios possuem escolasabertas a toda a populao.

    No canto, no existe separao entre a voz-instrumento e o cantor-ins-trumentista. O prprio cantor o instrumento e tudo o que podeinter erir no bem-estar e na sade doinstrumento/ instrumentista ensinado para a melhormanutenodo instrumento. Por isso, muitasvezes os alunos recebem tambm orientaes de onoaudilogos,que ensinam a melhor maneira de cuidar da prpria voz, os tipos dealimentos adequados, a postura correta, a quantidade de descansonecessria e o que azer em caso de doenas respiratrias.

    Alm de saber dominar oinstrumento, no caso, a voz, o cantor lrico,

    assim como todos aqueles que gostam e querem azer parte do universo

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    da msica, tm tambm que buscar se apro undar nos estilos conhecer as pocas importantes do canto lrico, as tendncias

    atuais de cantar. A pera, universo do canto lrico por excelntema vasto e inesgotvel. Alm de tudo isso, deve aprimorarmais a sua interpretao, j que o cantor lrico no s instrumas tambm instrumentista e por isso mesmo no s podedeve, dar a sua interpretao ao que toca.

    Depois de algum tempo estudando e se aprimorando, o cantoest apto a azer apresentaes em teatros, arenas e at estdi(neste caso, com a utilizao de micro ones, devido alta ddos locais), como oi o caso do estrondoso sucesso popular ppelas turns mundiais, na dcada de , dos rs enoresPavarotti, Plcido Domingo e Jos Carreras. Este trio de clricos obteve a aanha de produzir o lbum de msica clsvendido no mundo: cerca de milhes de cpias. Um reco

    oi parar no Guiness Book o livro dos recordes e no equide som de muita gente que jamais sonhou que iria apreciarclssica na vida!

    Compositor5.3

    Crio. Logo, existo.

    Ao passearmos por um museu ou exposio, podemos vinmeras pinturas, algumas de artistas renomados: Picasso, PMonet, Rembrandt, entre tantos outros. possvel distingucada quadro, as caractersticas do pintor: pinceladas suavesgeomtricas, temas romnticos. Em uma biblioteca, cada lium universo particular: romances, comdias, dramas e pico

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos QUEM FAZ MSICA

    Captulo 4

    por autores das mais variadas pocas e estilos: Shakespeare, VictorHugo, Fernando Pessoa, Machado de Assis.

    Quando nos detemos na admirao de obras literrias, telas, esculturas, possvel perceber que, em cada uma delas, existe a marca pessoal deseu autor. O mesmo acontece na msica. Beethoven, Mozart, Vivaldi,Bach, Villa-Lobos e outros cones imprimiram seus estilos na hora decompor e revolucionaram a msica ocidental, o que az com que suasobras sejam reproduzidas no mundo todo e revisitadas por artistascontemporneos.

    O processo de composio musical inerente ao ser humano. Desdecrianas, inventamos histrias, danas e desenhos. Contudo, algumaspessoas se dedicam a compor msicas de maneira sistemtica etrans ormam isso em uma atividade a que se dedicam com a nco, svezes trans ormando essa paixo em o cio. o que az o pro ssionalchamado compositor musical.

    A composio musical pode ser de nida como uma pea original demsica, eita para repetidas execues. Os mtodos utilizados pelocompositor musical podem ser extremamente variados: desde a simplesseleo de sons naturais, passando pela composio tradicional queutiliza os sistemas de escalas, tonalidades e notao musical, at a msicaaleatria, em que sons so escolhidos por programas de computador,obedecendo a algoritmos programados pelo compositor.

    Usualmente, os compositores utilizam a partitura como mtodo denotao, ou seja, como orma de registrar sua msica para uturasutilizaes pelos msicos. Existem, inclusive, editoras especializadasem msica que publicam essas partituras.

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Criar ou no criar: eis a questo!

    Existem diversas maneiras de se elaborar uma msica. autores escutam msicas de que gostam como onte de inOutros percebem no ambiente sonoridades ainda no exploas trans ormam em msica, como Villa-Lobos, que transcanto dos pssaros e o barulho do trem em composio. Existecompositores como Mozart, que ouvem suas composies edormem ou esto relaxados.

    A orma de comear uma composio incerta. Mas, u certa na obra de todos os grandes compositores musicaobra-prima % inspirao e % transpirao. er a insprelativamente cil; contudo, para colocar no papel com suas ideias, preciso ter um bocado de conhecimento music

    Por isso, undamental para o compositor possuir um slidcimento musical, como contraponto, harmonia, orquestraonotao musical, arranjos musicais, entre outras competncias No caso da composio musical, quanto mais conhecimento, m

    Por isso, existem vrios cursos no mercado da chamada commusical. As aulas abordam assuntos como teorias e estilos tcnicas musicais, notao musical, entre outros conheciimportantes para o compositor. Existem desde cursos de curtadurao at cursos de graduao em composio musical.

    Uma disciplina obrigatria em um bom curso a de utilizacomputador para a composio musical. Por meio deso twares, possvel compor, gravar, simular, mixar e produzir msiprogramas de produo musical vm sendo utilizados princip

    por msicos independentes que no tm condies de pag

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos QUEM FAZ MSICA

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    estdio pro ssional. Com o auxlio do computador, o msico podecolocar um determinado instrumento na msica, um movimento,

    e de imediato ouvir tudo, sem precisar ormar uma orquestra paraconhecer sua obra. Isso acilita muito a vida do compositor. Vivaldi,por exemplo, s teve noo das Quatro Estaes quando ela oi de

    ato executada.

    Atualmente, o mercado de trabalho para o compositor vai desde acriao de trilha sonora para teatro, cinema e jingles publicitrios ato trabalho de composio autoral.

    Compositores no Brasil

    Ao contrrio do que muita gente pensa, continuam surgindo talentosna composio de obras eruditas no Brasil. Um dos grandes composito-res da atualidade Almeida Prado, um dos principais expoentes da m-sica contempornea brasileira, autor de mais de obras, que vo des-de ormaes camersticas e solistas at grandes ormaes sin nicas.

    Almeida Prado teve os mais renomados pro essores de composioe piano da poca no Brasil: Camargo Guarnieri e Dinor deCarvalho. Em , embora ainda muito jovem, ganhou o I Prmioda Guanabara, com uma cantata chamada Pequenos FuneraisCantantes, concorrendo com grandes compositores. O prmio erauma bolsa de estudos. Foi para Paris ter aulas com Olivier Messiaen eNadia Boulanger, ambos de ama internacional.

    De volta ao Pas, comps, em , o primeiro volume de CartasCelestes, que hoje conta com volumes e considerada sua obramais importante, inclusive pelo compositor. Ele oi instigado por umconvite do Planetrio do Ibirapuera, cujos astrnomos queriam uma

    msica de undo para a observao de um acontecimento especial no

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    cu. Ento, Almeida Prado criou um acorde para cada planmomento de interseco de dois planetas, colocava dois aco

    comps uma obra completamente inovadora.Uma das maiores barreiras encontradas pelos novos comp a prpria timidez e autocrtica. Compor uma obra e apresao pblico pode resultar em consagrao, assim como emrejeio. Que o diga Villa-Lobos, que chegou a ser vaiado a apresentao de suas obras na Semana de Arte Mode

    . Mas, convicto da revoluo que sua sonoridade prdesprezou a ignorncia dos crticos que o denominavam mdemais e trans ormou-se num compositor brasileiro recomundialmente. Por isso, adicione ormao de compositorconhecimento musical, um pouco de ousadia e cara-de-pauvenham mais brasileiros para o universo dos compositores!

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    6 Captulo 5 MSICA BRASILEIRA II

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos BREVE HISTRIA DOBRASIL MUSICAL

    Captulo 5

    Msica Indgena6.1

    A mais antiga orma de expresso

    A msica uma das expresses mais universais e antigas do homem.Esse conhecimento acerca da antiguidade e universalidade da msicapode ser constatado no contato com os povos indgenas de todo omundo. No h povo indgena que no tenha a sua msica. No Brasil,

    elizmente, ainda possvel entrar em contato com os povos indgenase conhecer a sua msica.

    Os ndios das diversas tribos existentes no Brasil produzem msicapara ninar, msica para ir para a roa, msica para rituais religiosos,para chorar, para azer contato com os brancos. Na tribo assim: cadamomento importante da rotina tem sua msica espec ca. Msicano apenas entretenimento, mas parte integrante do momentovivido coletivamente.

    Na tradio musical da tribo, a autoria da msica unciona de ormadi erente do universo do homem branco: l, a msica, apesar de ser

    eita por um indivduo, depois de aprovada pelo paj, passa a ser dedomnio da tribo. Por isso, conhecer os autores das canes dos ndios verdadeiro trabalho de pesquisador!

    Por ser de propriedade da tribo, os cnticos e msicas entoadosnas tribos indgenas so passados de gerao em gerao, em umatradio oral que busca preservar a tradio daquele povo. bomlembrar que a partitura e a escrita no aziam parte da vivncia dospovos indgenas do Brasil. Na tribo indgena, h msica para homense msica para mulheres. E apenas uma msica pode durar horas, diase at semanas!

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    Valores da MsicaCadernos Tcnicos

    Alm da criao do cntico, os ndios tambm se dedicam ie construo de diversos instrumentos musicais para acomp

    rituais. E, como no poderia deixar de ser, o material bsia construo desses instrumentos colhido na natureza: cbambus, madeiras, sementes e at ossos de animais so utiliza produo dos mgicos sons que aro parte do ritual indg

    No Brasil, existem cerca de povos indgenas. isso meisso, possvel imaginar a quantidade imensa de msicas iexistentes, j que cada um dos povos tem seu repertrio musprepara a rotina da tribo.

    Para tentar reunir todas essas canes, na busca de preservar toconhecimentos, o Instituto de radies Indgenas (Ideti) prum CD de msicas indgenas. Batizado de Rito de Passagemrene msicas dos povos Xavante, Karaj, Mehinaku, Bororo,Guarani, Krikati, Kaxinaw, Yawanaw, Pankararu, Namb

    apeba, rememb, Pitaguari, Jenipapo Kanind, Patax, FuKiriri.

    rabalho de pesquisa e organizao da musicloga Marlui Mque h mais de anos se dedica a pesquisar a diversidade dindgena, o projeto Ritos de Passagem acontece desde preservar no apenas as msicas, mas tambm as danas daque, na cultura indgena, dana e msica andam sempre ddadas. Por isso, as apresentaes acontecem em teatros, opalco, reproduzido todo o cerimonial.