caderno vestibular
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8 | VESTIBULAR | SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 3/3/2008 9| VESTIBULAR |SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 3/3/2008
Dip
lom
aARQUIVO PESSOAL
João Gabriel fazintercâmbio na
Espanha pelaUfba
Curso e mochilão pela EuropaDuas cartas de recomendação deprofessores; uma de apresentação àuniversidade traduzida na língua dodestino; um semestre de espanholterminado e outros dois a cursarnum intensivão, previsão de gastosde 500 euros por mês e os CDsdevidamente guardado na mala –nem pensar em esquecê-los aqui.Yara Faria, 21, quer cursar doissemestres de fonoaudiologia naEspanha ainda este ano e não se
assusta com os preparativos:“Entregando tudo em dias, é fácil“.Seu prazo é março.
Os planos de viagem também jávão adiantados. Primeiro, uns diasna Holanda. As aulas começam emsetembro e nas férias já marcou ummochilão pela Europa. Além doupgrade no currículo, Yara vê naviagem uma chance de crescimento.”Gosto muito de viajar, sempre queposso. Acho que vou me virar bem,
fazer amizade fácil. Tem muitoslugares que quero conhecer.”
O futuro de fonoaudióloga seráo beneficiado imediato pelatemporada estrangeira. “Querocomplementar minha formação comas matérias que andam em segundoplano no meu curso da Ufba, comoa área de voz. Quando eu voltar,terei um diferencial, e é justamentenessa área que quero meespecializar”.
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a n g e
i ro Para valerno Brasil
Esquemaintercâmbio: umpé lá outro cáJoão Gabriel Castro já se acostumoua pegar dois ônibus por dia até odistante campus da Universidade daCoruña. O baiano de 22 anos está nosétimo semestre de administração eviajou para a Espanha peloPrograma de Intercâmbio da Ufba.Para acompanhar as matériaspuxadas e o espanhol avançado,João fez um curso intensivo delínguas. "Quero usar a fluência paraconseguir bons estágios e trabalharnuma grande empresa".
O intercâmbio é uma boaoportunidade para quem não querficar muito tempo fora do País, masdeseja ter uma experiênciainternacional. Na Bahia, duasuniversidades oferecem o programa:Ufba e Unifacs.
Só em 2007, 252 intercambistas seinscreveram na Ufba. Os destinosmais procurados foram Alemanha,Espanha e França, dentre os 17países conveniados. Para viajar, osalunos devem ter terminado oquarto semestre e ter um escore[nota global] acima de 7. Adocumentação necessária deve serentregue de 3 a 31 de março, para osegundo semestre de 2008.
Na Unifacs os pré-requisitos sãoos mesmos, e o aluno tem que sebasear no calendário dauniversidade de destino paraentregar a documentação – quatromeses antes. A matrícula e amensalidade no Brasil continuamsendo pagas, mas essas mesmastaxas lá fora não são cobradas.
BANZO – Sair de casa, ganharcredencial de cosmopolita, tudomuito sedutor. Lidar com a mudançaé que é difícil. A soteropolitanaBeatriz Garcia, 20, aprendeu isso nasprimeiras 24 horas morando só. "Foipisar o pé em Portugal que fiqueidoente. De saudades, de medo, desolidão, de tudo".
O primeiro dia foi digno denovela mexicana. Às seis da manhãaterrisava em Lisboa, à caminho doapartamento que ia dividir comamigas brasileiras, em Coimbra. Avisão do novo lar, nada hospitaleiro,fez com que voltasse para a capitalportuguesa. "A casa estava muitopior do que pensei". Hoje, adaptada,Beatriz gasta em média 500 eurospor mês [R$ 1.300] em despesas deviagem e hospedagem, com avantagem de estudar de graça, comotodo intercambista da Ufba.
Em busca damedicinap re v e n t i v aO subúrbio de Playa se esparrama noAtlântico, e como em quase todaHavana, tem mais palmeiras do quepedras nas ruas de calçamentoantigo. Foi nesse balneário que apaulista Paula Guidio, 25, passousete anos estudando duro. Ela foibolsista na Escuela Latino Americanade Medicina [ELAM], de Cuba, cursoque concluiu no ano passado.
A dica sobre o programa desubsídios integrais do governocubano veio da madrinha e deprimeira a estudante entrou na listados 100 brasileiros anualmenteselecionados. Paula teve de passarpelo crivo de uma comissão deadmissão com professores daEscuela, além de fazer testespsicológicos e de conhecimentosgerais. A convocação dos candidatosé intermediada por instituiçõespolíticas, religiosas e ONGs.
A conselheira da embaixadacubana Maria Antônia Ramos explicao processo: "A preferência é dejovens de baixa renda, que nãopodem pagar os estudos no Brasil".O diploma não é automaticamentereconhecido pelo MEC, mas segundoa conselheira, “os dois governosestão negociando isso”.
Em Cuba, Paula encontrou umamedicina voltada para cuidadosbásicos e clínica geral. A bolsista teveacesso às mesmas condições dequalquer cidadão cubano: os serviçosbásicos, como alimentação, livros,cadernos, assistência médica, atémesmo os jalecos foram gratuitos.
As faculdades de medicina daBolívia e da Argentina também sãopopulares entre brasileiros,seduzidos pela suposta "medicinasem vestibular“, um mito entre osestudantes daqui. Segundo RicardoGuedes, da Medicina na Bolívia,empresa prestadora de serviços, nemtudo é tão mole assim.
Essa anulação do vestibular nadamais é que uma pré-seleção onde osalunos devem fazer um cursinho deum ano, que avalia sua adaptação doestudante enquanto ele faz matériasligadas à graduação. "Não é umvestibular clássico, mas nada garanteque você vá necessariamenteentrar", diz.
i Notícia integrada: Ve j a a listade testes de proficiêncialinguística em: vestibular.grupoatarde.com.br
MIRELA PORTUGALm p o r t u g a l @ g r u p o a t a rd e . c o m . b r
A Fresno City College, na Califórnia,é igual às faculdades típicas de filmeadolescente americano. Prédioantigo de tijolos avermelhados,árvores na frente, alunosconversando na grama. A classe ondeGabriela Marques, 21, tem aula deciências sociais é quase umaconvenção da ONU – europeus,africanos, asiáticos, mexicanos. Oidioma é inglês adaptado a muitossotaques.
Há dois anos Gabriela arrumou asmalas com metade de um curso derelações internacionais na bagageme a sensação de que queria mais."Percebi que não havia muito paramim em Salvador. Aí é tudo voltadopara comércio exterior. Aqui dá paradirecionar o curso com o meuinteresse. Quero trabalhar complanejamento urbano ou educação".
Nos EUA ela complementou a
formação num “ensino médio maisaprofundado“, com aulas dematemática, humanidades, ciências,artes e análise de filmes. Agorapretende se transferir para algumaUniversidade da Califórnia. Para ela,nada de Brasil por enquanto. “Tenhoo mundo inteiro pra conhecer. Prasaudade é que existe internet,telefone, MSN“.
As cadeiras de universidades doexterior são como terra prometidapara estudantes que planejam cedoo sucesso profissional. Para oconsultor organizacional de carreirase membro da Associação Brasileirade Recursos Humanos [ABRH]Antônio Amorim, estudar noexterior é uma vantagem no projetode vida de cada um. “Estudar foraenriquece o currículo e ampliapossibilidades“.
Os estudantes brasileiros ansiosospor viajar podem optar por umagraduação completa ou pelointercâmbio, onde parte do curso éfeito fora. Há intercâmbiosparticulares e outros mediados poruniversidades, que cobrem gastoscom os estudos. O aluno pagaalimentação, transporte e moradia.Na volta para o Brasil, antes decomeçar a trabalhar é preciso validaro diploma. [veja boxe].
QUALIDADE SÓ LÁ FORA? –Comparado à instituiçõesestrangeiras, o ensino nacionalanda mal das pernas. No AcademicRanking of World Universitys,pesquisa da universidade chinesa deShangai com o top 500 anual doensino superior, a primeirauniversidade brasileira apareceapenas no 146º lugar no ranking de2007 [USP]. Dos 10 primeiros lugares,
oito são faculdades americanas eduas do Reino Unido.
A dobradinha se repete noranking de 2007 do The TimesHigher Education Supplement. AUSP ocupa o 175º lugar, empatadacom a Universidade deMassachusetts. A Unicamp ficou no177º lugar, junto com o UniversityCollege de Dublin [Irlanda]. Outrasinstituições ou ocupam lugaresobscuros ou nem foram citadas.
O reitor da Universidade Federalda Bahia, Naomar Almeida,questiona os critérios de avaliação.”O ranking limita o número deinstituições. Além disso, usa otamanho como critério,favorecendo a USP, que tem 90 milalunos. O ranking é um bomindicador relativo, porém é parcial“.
Mesmo sem conhecer nenhumdos rankings, Gabriela não searrepende de ter escolhido umagraduação estrangeira. ”Não é queo ensino brasileiro não sirva paranada. Mas nos EUA havia umaformação mais completa para aminha área. Quis investir em mim.“
1. Para seu diploma estrangeirovaler aqui é preciso solicitar aconfirmaçãodos documentosrelativos ao curso na Embaixadabrasileira do país onde fez agraduação;
2. Entrar com um requerimentode revalidação em uma instituiçãopública e brasileira de ensinosuperior;
3. O processo começa nadiretoria acadêmica de cadainstituição no períodocorrespondente ao calendárioescolar;
4. Apresentar além dorequerimento, cópia do
diploma a ser revalidado, duraçãoe currículo do curso, conteúdoprogramático, bibliografia ehistórico escolar. Tudoautenticado pela autoridade
consular e com tradução oficial;5. Pagamento de taxa referenteao custeio das despesasadministrativas. O valor varia deinstituição para instituição;
6. O julgamento final é feito poruma comissão especial deprofessores da própriauniversidade ou de outrasinstituições que tenhamqualificação compatível com aárea do conhecimento e com onível do título a ser revalidado;
7. Se houver dúvida quanto àsimilaridade do curso [confirmarse ambos têm as mesmasdisciplinas, se os conteúdos sãocorrespondentes] a Comissãopoderá realizar ainda exames eprovas em português;
8. O graduado poderá aindarealizar estudos complementares,se na comparação dos títulos,exames e provas ficar comprovadoo não preenchimento dascondições mínimas;
9. O prazo para o resultado doprocesso é de seis meses.
FONTE Secretaria de Educação Superior[MEC]
CAPA ❚ Fazergraduação noexterior éinvestir nocurrículo.Difícil évalidar odiploma aqui