Caderno Diretrizes_terceiraparte - Cópia

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33 Documentação Museológica Maria Inez Cândido * * Bacharel e licenciada em História pela UFMG, especialista em Cultura e Arte Barroca pela UFOP. Ex coordenadora do projeto de inventário do Museu Mineiro. Atualmente, Superintendente de Documentação e Informação do IEPHA/MG. (...) os escafandristas virão explorar sua casa seu quarto, suas coisas sua alma, desvãos. Sábios em vão tentarão decifrar o eco de antigas palavras fragmentos de cartas, poemas mentiras, retratos vestígios de estranha civilização. (Chico Buarque)

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Diretrizes museológicas

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    Documentao Museolgica

    Maria Inez Cndido*

    * Bacharel e licenciada em Histria pela UFMG, especialista em Cultura e Arte Barroca pela UFOP. Ex coordenadora do projeto de inventrio do Museu Mineiro. Atualmente, Superintendente de Documentao e Informao do IEPHA/MG.

    (...)os escafandristas viro

    explorar sua casaseu quarto, suas coisas

    sua alma, desvos.

    Sbios em votentaro decifrar

    o eco de antigas palavrasfragmentos de cartas, poemas

    mentiras, retratosvestgios de estranha civilizao.

    (Chico Buarque)

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    1 CHAGAS. Muselia, p. 46-47.2 FERREZ. Documentao museo-lgica: teoria para uma boa prtica, p. 65.

    1 Consideraes iniciais

    Um museu constitui um espao privilegiado para a produo e reproduo do conhecimento, tendo a cultura material como instrumento de trabalho. Nesta perspectiva, para alm de suas salas de exposies, preciso conhec-lo em seus bastidores, question-lo em suas aes dirias, demandando uma postura tica na construo de sua identidade sociocultural.

    Sabe-se que premissa bsica das instituies museolgicas realizar aes voltadas para a preservao, a investigao e a comunicao dos bens culturais. Em sentido amplo, o ato de preservar inclui a coleta, aquisio, o acondiciona-mento e a conservao desses bens; a misso de comunicar se realiza por meio das exposies, publicaes, projetos educativos e culturais; e o exerccio de investigar permeia todas as atividades de um museu, fundamentando-as cientifi-camente.

    Partindo-se do pressuposto de que objetos / documentos so suportes de informao, o grande desafio de um museu preservar o objeto e a possibilidade de informao que ele contm e que o qualifica como documento. Portanto, deve-se entender a preservao no como um fim, mas como um meio de se instaurar o processo de comunicao, pois

    pela comunicao homem / bem cultural preservado que a condio de documento emerge (...). Em contrapartida, o processo de investigao amplia as possibilidades de comunicao do bem cultural e d sentido preservao (...). A pesquisa a garantia da possibilidade de uma viso crtica sobre a rea da documentao, envolvendo a relao homem-documento-espao, o patrimnio cultural, a memria, a preservao e a comunicao.1

    O desenvolvimento articulado dessas aes evidencia que os museus so organismos estreitamente ligados informao. Os objetos museolgicos ve-culos de informao tm na conservao e na documentao as bases para a sua transformao em fontes de pesquisa cientfica e de comunicao, e estas, por sua vez, produzem e disseminam novas informaes, cumprindo-se o ciclo museolgico.2

    Objetos comuns e annimos, frutos do trabalho humano e vestgios ma-teriais do passado, correspondem s condies e circunstncias de produo e reproduo de determinadas sociedades ou grupos sociais. Na natureza latente desses objetos, h marcas especficas da memria, reveladoras da vida de seus produtores e usurios originais. Mas nenhum atributo de sentido imanente, sendo vo buscar no prprio objeto o seu sentido. Para que responda s neces-sidades do presente e seja tomado como semiforo, necessrio traz-lo para o campo do conhecimento histrico e investi-lo de significados. Isto pressupe interrog-lo e qualific-lo, decodificando seus atributos fsicos, emocionais e sim-blicos como fonte de pesquisa. Assim, dentro do contexto museolgico, em especial o expositivo, o objeto se ressemantiza em seu enunciado, alcanando o status de documento.

    Como parte integrante dos sistemas de preservao do Patrimnio Cultural, papel dos museus criar mtodos e mecanismos que permitam o levantamento e o acesso s informaes das quais objetos / documentos so suportes, estabe-

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    lecendo a intermediao institucionalizada entre o indivduo e o acervo preser-vado.

    Segundo a profa. Waldisa Rssio,3 a Museologia tem por matria de estudo a relao entre homem / sujeito e objeto / bem cultural, num espao cenrio denominado museu. Do mesmo modo, o conceito de documento aqui adotado aquilo que ensina (doccere) surge a partir da relao que se pode manter com o documento / testemunho. Vale repetir que objetos s se tornam docu-mentos quando so interrogados de diversas formas, e que todos os objetos produzidos pelo homem apresentam informaes intrnsecas e extrnsecas a se-rem identificadas. As informaes intrnsecas so deduzidas do prprio objeto, a partir da descrio e anlise das suas propriedades fsicas (discurso do objeto); as extrnsecas, denominadas de informaes de natureza documental e contextual, so aquelas obtidas de outras fontes que no o objeto (discurso sobre o objeto). Essas ltimas nos permitem conhecer a conjuntura na qual o objeto existiu, fun-cionou e adquiriu significado e, geralmente, so fornecidas durante a sua entrada no museu e/ou por meio de fontes arquivsticas e bibliogrficas.

    Peter Van Mensch, professor de Teoria Museolgica da Reinwardt Academy - Museology Department,4 identifica trs matrizes dimensionais para a abordagem dos objetos museolgicos como portadores de informaes necessrias para aes de preservao, pesquisa e comunicao, as quais redimensionam o papel da documentao dentro dos museus. So elas:

    1. Propriedades fsicasa - Composio materialb - Construo tcnicac - Morfologia, subdividida em:

    forma espacial e dimenses estrutura de superfcie cor padres de cor e imagens texto, se existente

    2. Funes e significadosa - Significado primrio

    significado funcional significado expressivo (valor emocional)

    b - Significado secundrio significado simblico significado metafsico

    3. Histriaa - Gnese

    processo de criao do objeto (idia + matria-prima)b - Uso

    uso inicial (geralmente corresponde s intenes do criador / fabricante) reutilizao

    3 Citada por CHAGAS. op. cit. p. 41-42.4 Citado por CHAGAS. op. cit. p. 43-44 e FERREZ. op. cit. p. 66.

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    c - Deteriorao fatores endgenos fatores exgenos

    d - Conservao, restaurao

    Assim, o potencial de um objeto museolgico como bem cultural se esta-belece a partir do somatrio das informaes de que ele se torna portador. Ou seja, materiais, tcnicas, usos, funes, alteraes, associados a valores estticos, histricos, simblicos e cientficos, so imprescindveis para a definio do lu-gar e da importncia do objeto como testemunho da cultura material. Mas para alm desta abordagem, contendo informaes intrnsecas e extrnsecas sobre o objeto, importante ressaltar que este s se torna um bem cultural quando o indivduo / a coletividade assim o reconhece.

    Por outro lado, ao ser incorporado a um museu, o objeto continua sua histria de vida, estando sujeito permanentemente a transformaes de toda a espcie, em particular de morfologia, funo e sentido, as quais devem ser sistematicamente documentadas e agregadas sua trajetria. Referimo-nos a re-gistros de intervenes, novos contedos obtidos por meio de pesquisas sobre o acervo, participaes em mostras, entre outras, exigindo uma permanente atua-lizao das informaes.

    Diante das constataes acima, podemos afirmar que a documentao de acervos museolgicos procedimento essencial dentro de um museu, re-presentando o conjunto de informaes sobre os objetos por meio da palavra (documentao textual) e da imagem (documentao iconogrfica). Trata-se, ao mesmo tempo, de um sistema de recuperao de informao capaz de transfor-mar acervos em fontes de pesquisa cientfica e/ou em agentes de transmisso de conhecimento, o que exige a aplicao de conceitos e tcnicas prprios, alm de algumas convenes, visando padronizao de contedos e linguagens.

    2 Sistemas de documentao museolgica

    O processo de fornecer informaes a partir dos dados existentes da rea comum dos profissionais das chamadas cincias documentais. Arquivos, biblio-tecas, centros de documentao e museus so co-responsveis no processo de recuperao da informao, em favor da divulgao cientfica, cultural e social, bem como do testemunho jurdico e histrico. Partindo de materiais diversos e por meio de mecanismos tcnicos distintos, essas instituies devem estar ap-tas a cobrir determinados campos de investigao. Assim, a forma / funo do documento em sua origem que define o seu uso e destino de armazenamento futuro, independentemente do seu suporte.5

    Nas ltimas dcadas, o sistema museolgico tem passado por grandes trans-formaes. A Museologia, concebida e considerada antes como uma tcnica de preservar, classificar, organizar e expor objetos culturais e naturais, passou a ser reconhecida como disciplina cientfica, levando os profissionais da rea a um es-foro em favor da elaborao de uma teoria museolgica.

    5 BELLOTTO. Arquivos permanen-tes: tratamento documental, p. 14. Para maior aprofundamento do assunto, ver todo o captulo 2 da referida obra, p. 14-21.

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    consenso hoje que as atividades no campo da Museologia no se podem restringir a compilaes, tipologias, levantamentos de dados e consultas a fich-rios por parte dos pesquisadores, pois a apropriao do conhecimento que cria o sistema documental. Isto significa dizer que o pesquisador no faz o documento falar: o pesquisador quem fala, e a explicitao de seus critrios e procedimen-tos fundamental para definir o alcance de sua fala, como em qualquer outra pesquisa histrica.6

    Como sintetiza Mrio Chagas, a discusso deve ser em direo a apontar uma unidade conceitual possvel, definida pela relao homem / bem cultural / espao, e de articul-la com os conceitos de patrimnio, memria, preservao, comunicao e investigao, tudo isso tendo como pano de fundo o tempo, em permanente fluir.7

    Assim, a produo de conhecimento dentro de um museu demanda uma rotina de pesquisa interdisciplinar, associada a discusses tericas, alm de uma constante interlocuo com outras reas que operam, de algum modo, com a questo do documento / bem cultural. Esses so os fundamentos bsicos para a aplicao de um sistema de documentao museolgica que atenda s demandas contemporneas de socializao de informaes e de construo contnua de memrias e identidades.

    Para Helena Dodd Ferrez,8 um sistema de documentao de colees mu-seolgicas eficiente representa um instrumento essencial para todas as atividade do museu, devendo seguir, em linhas gerais, o esquema abaixo:

    Quanto aos objetivos:- conservar os itens da coleo;- maximizar o acesso aos itens;- maximizar o uso das informaes contidas nos itens.

    Quanto funo:- estabelecer contatos efetivos entre as fontes de informaes (itens) e

    os usurios (transmisso e apropriao de conhecimento).

    Quanto aos seus componentes:- entradas: seleo; aquisio;- organizao e controle: registro; nmero de identificao / marcao;- armazenagem / localizao; classificao / catalogao; indexao.

    Cabe ao profissional de museu acionar e gerenciar o sistema, armazenando as informaes individuais sobre os objetos, ampliando os contedos documen-tais existentes (textuais e iconogrficos) e disponibilizando a base de dados para consultas internas e externas. O profissional de museu o elo intermedirio en-tre a coletividade e os bens culturais, o agente capaz de explorar as potencialida-des e estabelecer as necessidades do acervo. Portanto, deve ter o domnio sobre as questes relativas informao, sejam estas de forma manual ou automatiza-da, garantindo seu o rpido e fcil acesso por parte do usurio (pesquisadores e pblico em geral).

    6 MENESES. Memria e cultura material: documentos pessoais no espao pblico, p. 95.7 CHAGAS. op. cit. p. 50.8 FERREZ. op. cit. p. 68.

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    O sistema de documentao deve garantir, ainda, que certos dados sobre os objetos sejam documentados antes ou concomitantemente sua entrada no museu, evitando-se o risco de perd-los. o caso de informaes relacionadas aos proprietrios dos bens, ao uso que dos mesmos fizeram, entre outras.

    Desta forma, considerando-se a complexidade informativa dos objetos conservados num museu, especialistas destacam algumas medidas de natureza tcnica, consideradas essenciais para a eficcia do sistema de documentao mu-seolgica. So elas:

    clareza e exatido no registro dos dados sobre os objetos, sejam textuais, numricos (cdigos de identificao) ou iconogrficos;

    definio dos campos de informao integrantes da base de dados do sistema (cdigo do objeto, seu nome, origem, procedncia, datao, material e tcnica, autoria, entre outros);

    obedincia a normas e procedimentos pr-definidos, os quais devem estar consolidados em manuais especficos (prticas de controle de entrada e sada de objetos, de registro, classificao, inventrio, indexao, etc.);

    controle de terminologia por meio de vocabulrios controlados (listas autorizadas para campos, tais como: nome do objeto, material, tcnica, tema, assunto, etc.);

    elaborao de instrumentos de pesquisa diversos (guias, catlogos, inventrios, listagens), visando identificar, classificar, descrever e localizar os objetos dentro do sistema, favorecendo a recuperao rpida e eficiente da informao;

    previso de medidas de segurana com relao manuteno do sistema, garantindo-se a integridade da informao.9

    Finalmente, salientamos que os sistemas de documentao museolgica po-dem e devem formular uma sintaxe, mediando a comunicao entre o pblico e o museu, com o propsito de romper espaos, distncias e temporalidades.

    3 Metodologia de inventrio

    Os museus revelam territrios historicamente condicionados, onde se pro-cessam relaes culturais referenciadas nos acervos preservados. Ali, cada obje-to, nico em suas possibilidades temticas, guarda significados que ultrapassam a esfera do real para atingir uma conceituao simblica: a de relquia e documen-to, impondo uma leitura que lhe credita uma mensagem e destinao de bem cultural.

    A gesto de acervos museolgicos demanda um programa de pesquisa perma-nente, envolvendo um sistema de documentao capaz de oferecer a base conceitual e cognitiva para as demais aes institucionais. Neste sentido, deve disponibilizar instrumentos de pesquisa eficientes, que atendam s finalidades de identificao, clas-sificao e inventrio dos bens culturais, ampliando o acesso informao.

    O projeto Inventrio de Acervos Museolgicos, desenvolvido pela Superin-tendncia de Museus da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, rene

    9 Para maior detalhamento desse assunto, ver: FERREZ. op. cit. p. 70-72.

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    e formaliza um conjunto de instrumentos de pesquisa para a documentao e o gerenciamento de acervos museolgicos no Estado. Caracterizado como um projeto aberto e dinmico, de carter sistemtico e permanente, possibilita, a qualquer tempo, a inscrio de novos contedos histrico-documentais sobre os objetos, assegurando o circuito de comunicao das colees com o pblico e a prtica de polticas culturais que promovam a preservao e a difuso do conhecimento.

    Vale ressaltar que a metodologia do Projeto de Inventrio ora apresentada, j implantada no Museu Mineiro, resulta do aprimoramento de experincias tc-nicas bastante positivas, acumuladas por parte da equipe da Superintendncia de Museus ao longo dos anos, fruto de atuao profissional em outros rgos de de-fesa do Patrimnio Cultural, como o IEPHA/MG, o IPHAN e o Museu Histrico Ablio Barreto, em Belo Horizonte. Esta prerrogativa amplia as fronteiras da re-flexo e da prtica que do sustentao ao Projeto, conferindo maior legitimida-de atuao institucional e reafirmando seu papel como rgo empreendedor e disseminador da poltica de museus para Minas Gerais.

    Procurando aproximar-se de conceitos e procedimentos comuns a outros inventrios de bens culturais, de modo a favorecer uma futura padronizao de linguagens, o Projeto visa reunir o mximo de informaes sobre cada objeto, de modo a responder, de forma eficaz, s demandas de pesquisa, curadoria de exposies, ao educativa e difuso cultural, alm de sinalizar prioridades com relao a medidas de conservao, restaurao e valorizao do acervo.

    Em seu formato final, o inventrio adota modelo nico de planilha, cujo pre-enchimento dos campos obedece a orientaes prescritas em manual prprio. Portanto, a cada objeto do acervo deve corresponder uma planilha, contendo informaes especficas sobre o mesmo, ficando todo o conjunto disponibilizado num banco de dados, segundo a ordem numrica de registro dos bens.

    Fundamentando-se em princpios gerais da Museologia, o Projeto de Inventrio prev o cumprimento de etapas distintas e complementares do pro-cessamento da documentao museolgica, decisivas para o desenvolvimento do trabalho. Estas etapas devem gerar uma srie de instrumentos de pesquisa inter-medirios, consolidados em manuais e articulados pelo sistema de informao.

    4 Etapas do projeto de inventrio

    Identificao e registro dos objetos

    Um objeto museolgico no pode ser tomado como mais um item dentro do acervo. Ao contrrio, deve revelar-se nico em suas mltiplas possibilidades de abordagem, para ser utilizado em todo o seu potencial.

    A documentao dos objetos de um acervo constitui fator imprescindvel para esta abordagem, acompanhando todas as atividades desenvolvidas dentro da instituio. Documentar cada pea, de forma completa, exige um sistema apropriado, baseado em estruturas tcnicas gerais e especializadas e na adoo de algumas convenes.

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    O procedimento primeiro de tratamento da informao sobre um obje-to museolgico consiste no registro individual do objeto, atravs de um cdigo prprio, que o identificar de forma permanente dentro do acervo. Entende-se, portanto, como cdigo de registro ou cdigo de inventrio, o processo de nume-rao pelo qual o objeto incorporado oficialmente ao acervo de um museu.

    O cdigo de inventrio ou cdigo de registro representa o elemento bsico de todo o sistema de identificao e controle do objeto, pois atravs dele que se pode recuperar rapidamente as informaes documentais. Por isso, deve ser necessariamente usado como referncia numrica nica do objeto em todas as atividades do museu.

    Embora a Museologia estabelea algumas recomendaes metodolgicas para o registro dos objetos, no h uma norma oficial para isso. Assim cada mu-seu adota uma sistemtica prpria, segundo sua convenincia.

    Durante muito tempo, conservou-se a tradio da numerao tripartida, ou seja, composta por trs partes de diferentes significaes. Segundo a museloga Fernanda de Camargo-Moro,10 nos dias atuais este tipo de codificao vem sen-do alijado, em favor de um cdigo mais simples, seguro e funcional: o registro binrio seqencial. Este compreende o uso dos trs algarismos ou do nmero to-tal, neste caso quatro algarismos, relativo ao ano em que o objeto deu entrada ao museu, seguindo-se um elemento de separao e, ento, a numerao comum, de forma seqencial, composta por quatro dgitos. Alguns museus optam por introduzir a sigla da instituio (letras maisculas) no cdigo, antes da seqncia de nmeros. Naturalmente, esta numerao binria seqencial deve ter incio no registro da primeira pea do acervo.

    No caso de objetos formados por partes xcara e pires, por exemplo , o cdigo de registro deve ser o mesmo, acrescido ao final de letras minsculas tambm seqenciais (a,b,c...), as quais diferenciaro as partes.

    O cdigo de identificao de cada objeto deve ser obrigatoriamente re-gistrado no prprio objeto, atravs de etiquetas ou outros tipos de marcao, sendo imprescindvel a participao de um conservador nesse processo.11

    Paralelamente marcao fsica dos objetos, deve ser produzido um ins-trumento de pesquisa, Listagem de Registro ou Inventrio do Acervo, no qual to-dos os objetos devem estar identificados, tomando como referncia primeira a codificao do acervo (ordem crescente), seguida do termo / nome do objeto previamente definido por terminologia controlada, obtida a partir da consulta de um thesaurus.12

    Classificao dos objetos

    As diversas tipologias de objetos existentes em acervos museolgicos cons-tituem um amplo campo de pesquisa da cultura material, proporcionando uma contribuio crtica sobre a relao passado / presente.

    Segundo aplicao adaptada do Esquema Classificatrio proposto pelo Thesaurus para Acervos Museolgicos,13 a Superintendncia de Museus adota um sistema de classificao para os objetos que reconhece conceitos termos, classes e subclasses do referido manual.14 Nesta etapa do processamento tc-

    10 CAMARGO-MORO. Museu: aquisio-documentao, p. 49.11 A marcao dos objetos muse-olgicos envolve critrios metodo-lgicos bastante diferenciados, re-lacionados sua natureza/espcie. Mas, principalmente, est subme-tida a critrios rigorosos definidos pela rea de Conservao. Para maior detalhamento deste assunto, ver: CAMARGO-MORO. op. cit. p. 55-63.12 Thesaurus um instrumento de controle da terminologia utilizada para designar os documento/obje-tos, funcionando como um sistema internamente consistente de clas-sificao e denominao de artefa-tos. Trata-se, portanto, de recurso metodolgico fundamental para o processamento tcnico de acervos museolgicos.13 FERREZ; BIANCHINI. Thesaurus para acervos museolgicos, 1987.14 Ver documento anexo, reprodu-zindo uma adaptao simplificada do Esquema Classificatrio propos-to pelo referido Thesaurus.

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    nico formaliza-se um importante instrumento de pesquisa, no qual cada objeto vem nomeado e classificado de forma geral e de forma especfica.

    A classificao de cada objeto se fundamenta no critrio funo. Esta fun-o, na maioria das vezes entendida como original utilitria primria, portanto de significado funcional, atributo imutvel e presente em todos os objetos, consti-tuindo o critrio bsico da classificao.

    Mas em alguns casos, a classificao do objeto adota como critrio uma funo original secundria, tambm inerente sua fatura, mas de significado sim-blico, que se revela pela leitura de seu sentido documental e que vem associada sua funo utilitria primria. Como exemplo, podemos citar a classificao de um espadim. Se aplicarmos a sua funo original / utilitria como critrio, deve-mos classific-lo como arma. Entretanto, podemos optar por classificar o mesmo espadim como insgnia, por sua funo original / simblica, objetivando prioriz-lo como signo de distino. Neste segundo caso, arbitra-se que o significado documental intrnseco do objeto determinante e tacitamente reconhecido, so-brepondo-se sua funo original utilitria.

    De qualquer forma, em todos os objetos com mais de uma funo original, seja de significado primrio ou secundrio, deve-se optar por uma nica classifica-o, evitando-se, assim, a disperso de um mesmo termo em diferentes classes.

    A metodologia deste instrumento de pesquisa, o qual pode ser denominado de Esquema Classificatrio do Acervo, permite estabelecer um quadro geral, em ordem crescente, contendo termo / ttulo, o cdigo de registro ou de inventrio, a classe e a subclasse de cada objeto.

    A ttulo de ilustrao, segue-se uma amostragem do Esquema Classificatrio dos Objetos do Museu Mineiro.

    TERMO\TTULONMERO DE

    INVENTRIOCLASSE SUBCLASSE

    Imagem\ N. Sra. da Conceio MMI.988.0005a Artes Visuais Escultura Religiosa

    Base MMI.988.0005b Interiores Pedestal

    Coroa MMI.988.0005c Insgnias Atributo de Escultura Religiosa

    Imagem \ Cristo da Agonia MMI.988.0019a Artes Visuais Escultura Religiosa

    Cruz MMI.988.0019b Insgnias Atributo de Escultura Religiosa

    Oratrio porttil MMI.988.0024a Interiores Pea de Mobilirio Religioso

    Imagem \ Senhor do Bonfim MMI.988.0024b Artes Visuais Escultura Religiosa

    Imagem \ Nossa Senhora MMI.988.0024c Artes Visuais Escultura Religiosa

    Imagem \ So Jos de Botas MMI.988.0024d Artes Visuais Escultura Religiosa

    Imagem \ So Francisco de Assis MMI.988.0024e Artes Visuais Escultura Religiosa

    Imagem \ Santa Brbara MMI.988.0024f Artes Visuais Escultura Religiosa

    Imagem \ So Joo Evangelista MMI.988.0024g Artes Visuais Escultura Religiosa

    Imagem \ Menino Deus MMI.988.0024h Artes Visuais Escultura Religiosa

    Rei Mago MMI.988.0024l Artes Visuais Escultura Religiosa

    Pastor MMI.988.0024m Artes Visuais Escultura Figurativacontinua

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    TERMO\TTULO NMERO DE INVENTRIO CLASSE SUBCLASSE

    Cordeiro MMI.988.0024o Artes Visuais Escultura Figurativa

    Boi MMI.988.0024p Artes Visuais Escultura Figurativa

    Cavalo MMI.988.0024q Artes Visuais Escultura Figurativa

    Resplendor MMI.988.0026 Insgnias Atributo de Escultura Religiosa

    Pia de gua benta MMI.988.0116 Construo Fragmento de Construo

    Caixa MMI.988.0136a Embalagens / Recipientes Embalagem / Recipiente

    Pena de escrita MMI.988.0136b Comunicao Equipamento de Comunicao Escrita

    Ostensrio MMI.988.0211 Objetos Cerimoniais Objeto de Culto

    Turbulo MMI.988.0212 Objetos Cerimoniais Objeto de Culto

    Clice MMI.988.0213 Objetos Cerimoniais Objeto de Culto

    Naveta MMI.988.0214 Objetos Cerimoniais Objeto de Culto

    mbula MMI.988.0216 Objetos Cerimoniais Objeto de Culto

    Patena MMI.988.0218 Objetos Cerimoniais Objeto de Culto

    Medalha Comemorativa / Descobrimento do Brasil MMI.989.0243 Objetos Cerimoniais Objeto Comemorativo

    Medalha Comemorativa / Inaugurao da Avenida Central MMI.989.0254 Objetos Cerimoniais Objeto Comemorativo

    Quadro / Retrato de Aleijadinho MMI.990.0725 Artes Visuais Pintura

    Quadro / O Menino Jesus dos Atribulados MMI.990.0728 Artes Visuais Pintura

    Quadro / Planta Geodsica, Topografia da Nova Capital MMI.990.0746 Comunicao Documento

    Carapaa de Tartaruga MMI.990.0796 Amostras / Fragmentos Amostra Animal

    Mmia (Miniatura) MMI.990.0799a Insgnias Miniatura

    Sarcfago (Miniatura) MMI.990.0799b Insgnias Miniatura

    Cuscuzeira parte inferior MMI.990.0859a Interiores Utenslio de Cozinha / Mesa

    Cuscuzeira parte superior MMI.990.0859b Interiores Utenslio de Cozinha / Mesa

    Cuscuzeira tampa MMI.990.0859c Interiores Utenslio de Cozinha / Mesa

    Candeia MMI.990.0862 Interiores Objeto de Iluminao

    Arco MMI.990.0898 Caa / Guerra Arma

    Flecha MMI.990.0899 Caa / Guerra Munio e Acessrio

    Escrivaninha MMI.990.0900 Interiores Pea de Mobilirio

    Mesa MMI.990.0926 Interiores Pea de Mobilirio

    Cadeira MMI.990.0927 Interiores Pea de Mobilirio

    Credncia MMI.991.0942 Interiores Pea de Mobilirio

    Mesa de altar MMI.991.1034 Interiores Pea de Mobilirio Religioso

    Fssil folha MMI.991.1198 Amostras / Fragmentos Amostra Vegetal

    Carteira de dinheiro MMI.999.1307 Objetos Pessoais Objeto de auxlio / Conforto Pessoais

    Guarda-chuva MMI.999.1309 Objetos Pessoais Objeto de auxlio / Conforto Pessoais

    Prato MMI.999.1314 Interiores Utenslio de Cozinha / Mesa

    Tigela MMI.999.1320a Interiores Utenslio de Cozinha / Mesa

    continuao

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    Definio de categorias de acervo

    A vida dos objetos est intimamente ligada ao trabalho humano, revelan-do usos, costumes, tcnicas, prticas e valores de diferentes pocas e culturas. Socialmente produzidos, os objetos materiais, usando um vocabulrio diverso, podem nos falar sobre as vrias formas de presena do homem em seu meio ambiente.

    Mas qual o princpio que fundamenta a insero desses objetos num museu? Recorrendo a Ulpiano B. Meneses, lembramos que um museu lida com proble-mas histricos e no com objetos histricos. Os objetos, como outras fontes his-tricas, permitem a formulao e o encaminhamento dos problemas histricos, que devem ser trabalhados segundo cortes temticos e cronolgicos.

    Neste sentido, o objeto incorporado a um museu, ao ser retirado do con-texto original e transferido para um local de domnio pblico especialmente pre-parado para a sua guarda e exibio, perde seu valor de uso / funo e assume o papel de bem museal, cuja preciosidade balizada por sua carga documental e simblica, que o distingue da condio anterior.

    Assim, o objeto museolgico sai do circuito material para o qual foi conce-bido, para ser ndice de si mesmo, ou de sua categoria. As categorias de acervo, tambm chamadas de subdivises tipolgicas, podem atender a critrios diver-sos, sustentados pela escolha interpretativa do acervo pelo sistema de documen-tao, que lhe fornece uma identidade artificial preestabelecida. Vale dizer que os objetos pertencentes ao mesmo endereo, ou seja, mesma categoria, tm como interface uma mensagem simblica, dentro do universo das relaes do acervo.

    Esta categorizao de acervos museolgicos deve ter a prerrogativa de sub-sidiar o desenvolvimento de estudos da cultura material, congregando objetos que estabeleam um dilogo coerente, com relao aos seus sentidos documen-tais e/ou simblicos.

    O desenvolvimento dessa etapa do processamento tcnico permite a ela-borao de um outro instrumento de pesquisa: Categorias de Acervo, compondo quadros parciais do acervo por diferentes categorias. Em cada uma dessas lista-gens os objetos sero relacionados em ordem crescente, tambm segundo os cdigos individuais de registro do acervo.

    A ttulo de ilustrao, segue-se abaixo a nomeao das 16 (dezesseis) Categorias de Acervo do Museu Mineiro, identificadas pelo Projeto de Inventrio em andamento na instituio.

    1. Achados Arqueolgicos2. Armaria3. Arte Sacra4. Castigo e Penitncia5. Comunicao6. Equipamentos Domsticos7. Escultura8. Fragmentos de Construo9. Histria Natural

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    10. Insgnias11. Mobilirio12. Objetos Cerimoniais13. Objetos Pecunirios14. Objetos Pessoais15. Pinacoteca16. Trabalho

    Arranjo do acervo em colees

    O arranjo de um acervo museolgico por colees pode atender a diferen-tes propsitos institucionais, devendo pressupor um debate rigoroso na eleio dos critrios que definiro esse arranjo. Estudos sobre arranjos de objetos impli-cam formulaes e estabelecimentos de metas, dentro de padres previamente analisados, para a garantia de que possam conferir sentidos aos testemunhos culturais preservados.

    Grande parte dos museus brasileiros adotam o critrio procedncia como determinante no arranjo das colees. Esse critrio de organizao permite re-cuperar a histria de formao de um acervo, elucidando contextos, formas e polticas de aquisio que balizaram as incorporaes dos objetos, alm de fa-vorecer as anlises de possveis processos que institucionalizaram memrias e identidades sociais dentro desses espaos culturais. Como nas demais etapas do processamento de documentao museolgica citadas, esta abordagem meto-dolgica permite a elaborao de um instrumento de pesquisa, o qual pode ser denominado de Arranjo das Colees, tendo como resultado o mapeamento do acervo, de acordo com sua procedncia.

    Outra forma tradicional de arranjo das colees museolgicas aquela que privilegia tipologias especficas de acervo, favorecendo a recuperao de con-juntos de objetos pertencentes a uma mesma classe funcional ou categoria. Por razes bvias, a opo por esse arranjo de colees dispensa a etapa de proces-samento de documentao museolgica que recupera os objetos por categoria de acervo, tratada acima.

    Finalmente, importa salientar que, independentemente do critrio escolhi-do para arranjar colees museolgicas, tal procedimento metodolgico deve pautar-se numa reflexo crtica, referenciada na vocao do museu que abriga as referidas colees.

    Pesquisa arquivstica e bibliogrfica

    Esta etapa do processamento de documentao museolgica tem o objetivo de desenvolver uma ampla pesquisa sobre o acervo, a partir de uma abordagem individual de cada objeto. Essas informaes devem ser organizadas em dossis por coleo, obedecendo a ordem crescente dos cdigos de registro do acervo. Trata-se de material de consulta indispensvel para os pesquisadores respons-veis pelo preenchimento das planilhas do Projeto de Inventrio.

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    Reproduo fotogrfica do acervo

    O registro fotogrfico individual dos objetos constitui medida de relevncia para o desenvolvimento do Projeto de Inventrio, o qual prev a informao iconogrfica como um dos campos de identificao da planilha. Tem, ainda, a contribuio de formalizar um banco de imagens para usos e consultas diversas sobre o acervo. Trata-se de procedimento prvio para a digitalizao de imagens num banco de dados, durante a implantao de um programa de gerenciamento informatizado no museu.

    Alm disso, o desenvolvimento desta etapa do processamento tcnico per-mite a elaborao de outro instrumento de pesquisa: Controle da Reproduo Fotogrfica do Acervo, com listagens associando o cdigo de registro e o termo de cada objeto a cdigos especficos correspondentes sua identificao dentro da documentao de reproduo fotogrfica do acervo.

    Informatizao do projeto de inventrio (banco de dados)

    A implementao de um programa permanente de gerenciamento informa-tizado do Inventrio representa um passo decisivo para o Projeto. A implanta-o desse programa possibilita a uniformizao da base de informao sobre os objetos, alm de disponibilizar processos diversos e articulados de recuperao e atualizao dos dados contidos nas planilhas e nos demais instrumentos de pes-quisa (instrumentos intermedirios).

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    5 Modelos de planilhas de inventrio

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    Quadro de formato retangular, divi-dido em duas reas: uma externa, marrom, simulando moldura, e uma interna ovalada, com pintura figurativa. Esta apresenta, em primeiro plano, figura masculina, de meia-idade, ligeiramente calva, posicionada a 3/4 de perfil. Cabe-a reta, rosto oval, imberbe, olhos grandes, nariz largo, boca cerrada, lbios carnudos, queixo afilado, cabelos curtos e penteados para trs. Braos flexionados junto ao ventre, o esquerdo prendendo chapu. Mos encobertas pelas vestimentas. Traja camisa preta, de colarinho alto, casaco verde-acinzentado, de gola e botes pretos, vendo-se parte de um livro no bolso direito do casaco. Em segundo plano, destacam-se dois pedestais, um sustentando vaso de flores e o outro, uma esttua masculina. Ao fundo, cu em tons de azul. Moldura dourada com ve-dao em vidro.

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    6 Manual de preenchimento da planilha de inventrio

    O presente manual, elaborado pela Superintendncia de Museus do Estado de Minas Gerais SUM / MG, estabelece normas metodolgicas para o preenchi-mento do modelo de planilha de Inventrio de Acervos apresentada anterior-mente. A planilha compe-se de 37 (trinta e sete) campos, divididos em 6 (seis) partes, alm de um anexo:

    1 parte: Identificao do Objeto - campo 1 ao 19;

    2 parte: Anlise do Objeto - campo 20 ao 23;

    3 parte: Conservao do Objeto - campo 24 ao 26;

    4 parte: Notas - campo 27 ao 32;

    5 parte: Reproduo Fotogrfica - campos 33 e 34;

    6 parte: Dados de Preenchimento campo 35 ao 37;

    Anexo: Imagem Digitalizada.

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    1 PARTE IDENTIFICAO DO OBJETO

    Os dados sistematizados nos campos desta parte da planilha devem conter infor-maes objetivas sobre a pea, permitindo sua leitura imediata, situando-a, de forma especfica, dentro do universo do Acervo.

    Campo 1 - Coleo

    Registrar por extenso o nome da coleo na qual o objeto est inserido, dentro do Arranjo de Colees do Acervo adotado pelo Museu. O preenchimento des-te campo pressupe a elaborao de um instrumento de pesquisa, denominado Arranjo das Colees do Acervo, no qual cada objeto est identificado a uma coleo especfica, segundo critrios preestabelecidos.

    Campo 2 - Categoria de acervo

    Registrar por extenso a categorizao do objeto, dentro das Categorias do Acervo adotadas pelo Museu. O preenchimento deste campo pressupe a ela-borao de um instrumento de pesquisa, denominado Categorias do Acervo, no qual cada objeto est identificado a uma categoria especfica, segundo critrios preestabelecidos.

    Campo 3 - Cdigo de inventrio

    O cdigo de inventrio corresponde ao registro individual de identificao e con-trole do objeto dentro do Acervo do Museu, podendo combinar letras e nme-ros, conforme critrios preestabelecidos. As letras maisculas no incio do cdi-go correspondem s iniciais da instituio, seguidas do ano de incorporao do objeto ao acervo e de seu nmero de identificao individual. As trs referncias alfanumricas que constituem o nmero de registro so separadas por ponto.

    Exemplo: Museu Mineiro MMI.990.0654

    No caso de objetos compostos por mais de uma parte, indica-se o uso de um nico cdigo para todas as partes do todo, diferenciadas entre si apenas por uma letra minscula do alfabeto acrescida ao final do respectivo cdigo (na ordem crescente, de a - z). Caso o nmero de partes seja superior ao nmero de letras do alfabeto, deve-se reiniciar o alfabeto, acrescentando-se um apstrofe em cada nova letra (a, b, c, ...).

    Recomendam-se a abertura e o preenchimento de uma planilha individual para cada parte do objeto identificada por uma letra.

    Exemplos: MMI.988.0024 a MMI.988.0024 b; ... ; MMI.988.0024 a

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    Campo 4 - Nmero de inventrio anterior

    Registrar o cdigo anterior da pea, caso o inventrio em vigor tenha vindo a substituir um outro mais antigo. Em caso de desconhecimento dessa informao, registrar s/r (iniciais da expresso sem referncia).

    Campo 5 - Termo

    Registrar o substantivo comum que identifica o objeto dentro do acervo do Museu, utilizando-se letra inicial maiscula. O termo para cada objeto encontra-se previamente determinado no instrumento de pesquisa denominado Esquema Classificatrio do Acervo.

    Devem ser observadas situaes excepcionais, para as quais se recomendam procedimentos especficos:

    1. quando se tratar de um fragmento de uma obra, registrar, aps o termo, entre parnteses, a palavra fragmento;

    2. caso a obra seja um detalhe de uma outra obra, registrar, aps o termo, a palavra detalhe;

    3. obras compostas de mais de uma parte devem registrar depois do termo, en-tre parnteses, a informao que a identifica como tal;

    4. algumas obras podem ser uma repetio ou uma rplica, isto , cpias execu-tadas pelo prprio autor ou sob sua direo, ou uma reproduo (obra feita por meios mecnicos, como o molde ou o processo fotogrfico). Nestes ca-sos, registrar, aps o termo, a informao entre parnteses.

    Exemplos: ImagemMedalhaEscultura (fragmento)Composio EscultricaQuadroDesenho (detalhe)Foto-pintura (trptico)Busto (repetio)Escudo (rplica)Baixo-relevo (reproduo do original)Fotografia (reproduo do original)

    Campo 6 - Classificao

    Registrar a classificao especfica do objeto, segundo critrios estabelecidos pelo Esquema Classificatrio do Acervo, elaborado a partir da consulta do seguinte thesaurus: FERREZ, Helena Dodd; BIANCHINI, Maria Helena S. Thesaurus para acervos museolgicos. Rio de Janeiro: MinC / SPHAN / Fundao Nacional Pr-Memria / MHN, 1987. 2 v.

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    A classificao do objeto corresponde sempre sua subclasse, definida previa-mente no referido Esquema Classificatrio do Acervo. Portanto, para o preen-chimento deste campo, imprescindvel recorrer ao referido instrumento de pesquisa.

    Campo 7 - Ttulo

    O ttulo do objeto corresponde sua denominao particular, que pode ter sido atribuda por seu autor ou antigo proprietrio, ou mesmo pelo prprio Museu. Deve ser destacado por aspas, excetuando-se, apenas, o caso da imaginria re-ligiosa, que associado a uma invocao, dispensa as aspas. O ttulo de cada obje-to deve estar previamente determinado no Esquema Classificatrio do Acervo, instrumento de pesquisa j citado acima. H peas, entretanto, que no tm um ttulo. Neste ltimo caso, registrar s/r (iniciais da expresso sem referncia).

    Quando o ttulo necessitar de algum esclarecimento, registr-lo sucintamente, entre colchetes.

    Exemplos: Nossa Senhora da ConceioCongresso Eucarstico NacionalPaisagem das GeraisNeblina de Vila Rica [Ouro Preto]Afonso Pena [avenida]

    Campo 8 - Data

    Registrar, preferencialmente, a data completa da confeco da pea, seguindo a ordem: dia, ms, ano. Em caso de no haver esta informao, registrar s/r (iniciais da expresso sem referncia). Informaes, mesmo que parciais (ms e ano ou somente o ano), devem ser registradas, ficando os demais espaos em branco.

    Exemplos: 14 - 08 - 1935 07 - 1925 1897

    Campo 9 - Data atribuda

    Este campo dever ser preenchido somente se o anterior (campo 8) estiver preen-chido com as iniciais da expresso sem referncia (s/r), ou seja, se no houver in-formao exata sobre a data de confeco do objeto. Registrar, conseqentemente, uma datao aproximada, baseada em critrios tais como: informaes histricas, caractersticas tcnicas e/ou estilsticas, etc. Seu preenchimento deve ser padroniza-do, aproximando a datao, segundo uma das trs formas previstas neste manual:

    1 - com uma aproximao de 100 anos;

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    Exemplos: sculo XVIIIsculo XIXsculo XX

    2 - com uma aproximao de 50 anos;

    Exemplos: 1 metade sculo XVIII1 metade sculo XIX1 metade sculo XX2 metade sculo XVIII2 metade sculo XIX

    3 - com uma aproximao de 33 anos;

    Exemplos: princ. sculo XVIIIprinc. sculo XIXprinc. sculo XXmeados sculo XVIIImeados sculo XIXmeados sculo XXfins sculo XVIIIfins sculo XIXfins sculo XX

    Obs.: Pode-se fazer as seguintes abreviaes:sculo -> sc.metade -> met.princpios -> princ.

    Campo 10 - Autoria

    Registrar o(s) nome(s) do(s) autor(es) da pea ou de seu(s) fabricante(s), atuali-zando a grafia de vocbulos brasileiros e portugueses e obedecendo grafia ori-ginal de nomes estrangeiros. Para isso, consultar a obra da Academia Brasileira de Letras, denominada Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa (Bloch Editores, Rio de Janeiro, 1981).

    Para o preenchimento desse campo, devem ser observadas as seguintes situa-es especficas:

    1. quando um autor apresentar um pseudnimo de uso consagrado, devemos registr-lo aps o nome, separado por vrgula;

    2. nos casos de desconhecimento do verdadeiro nome, colocar o pseudnimo pelo qual o artista tornou-se conhecido, seguido da palavra pseudnimo, en-tre colchetes;

  • 54

    3. caso o artista seja conhecido publicamente por apenas parte do seu nome completo, registr-la, desconsiderando as demais;

    4. caso no exista informao documental sobre a autoria da pea, esta pode re-ceber uma autoria atribuda, desde que sustentada em critrios rigorosos de avaliao tcnico-estilstica feita por profissional especializado, registrando-se o nome do possvel autor seguido da palavra atribuio, entre parnteses;

    5. caso a autoria da obra no seja passvel de identificao por documentao ou por atribuio, registrar s/r (sem referncia).

    Obs.: O estilo, a datao e a temtica da pea so elementos de anlise impor-tantes durante o processo de atribuio de autoria. Esta atribuio, apontando um nome conhecido como o possvel autor da obra, dever ser justificada nos campos 20, 21, 22 e 23 (Anlise do Objeto) da planilha. Uma tela, de autoria desconhecida, pode ser atribuda ao pintor Manuel da Costa Atade, a partir da conjuno das seguintes evidncias:- a obra apresenta caractersticas estilsticas muito semelhantes s de outras

    obras comprovadamente de autoria do referido artista; - a poca de fatura do quadro contempornea produo de Manuel da

    Costa Atade (final sc. XVIII, incio sc. XIX); - a temtica representada recorrente nas obras do grande mestre da pintura

    Rococ mineira.Exemplos: Antnio Francisco Lisboa, O Aleijadinho

    Mestre Piranga [pseudnimo]Jeanne Milde; Lcio CostaManuel da Costa Atade (atribuio)

    Campo 11- Material / tcnica

    Registrar o(s) material(ais) e tcnicas) empregados na fabricao do objeto. O detalhamento dessa informao dever ser feito no campo 23 (Caractersticas Tcnicas) da planilha. Em caso de dvida quanto especificidade do material em-pregado na fatura do objeto, prefervel a adoo de um termo mais genrico, para se evitar o risco de erro. Por exemplo, se h dificuldade em se identificar se um turbulo de prata ou de alpaca, deve-se registrar metal prateado; se h dvida quanto espcie da madeira empregada na confeco de uma moblia, re-gistrar apenas madeira; se h dvida quanto ao nome especfico de uma pedra, registrar simplesmente pedra.

    Deve-se colocar uma barra, separando os materiais das tcnicas. Quando uma obra possui mais de trs tipos de tcnicas, identificadas ou no, usar o termo tcnica mista.

    Exemplos: madeira / escultura, policromia, douramentoporcelana / cozedura, pinturamadeira / entalhe, ptinamadeira / entalhe, recorte, encaixeprata / martelagem, burilagem

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    tecido / costura, bordadobronze / fundiogesso / moldagem

    Nos casos de pinturas e desenhos, a identificao do material e/ou da tcnica deve ser na ordem direta, sem separao por barra, acompanhada do tipo de su-porte, este antecedido da preposio sobre. Quando houver mais de um tipo de suporte, acrescentar a expresso colado(a) em, mais a especificao do suporte secundrio. Quando recursos como folha de ouro, de prata, de cobre, de purpu-rina forem empregados para efeito de realce, registr-los aps material / tcnica / suporte, usando a seguinte expresso: com aplicao de.

    Exemplos: leo sobre madeira leo sobre tela colada em madeiragrafite e aquarela sobre papelleo sobre madeira com aplicao de folha de prataleo sobre tela com aplicao de purpurina

    As obras que possurem duas ou mais imagens distintas, produzidas por materiais e tcnicas diferentes, devem conter os respectivos registros, separados por pon-to e vrgula, na ordem de predominncia, seguidos do tipo de suporte.

    Exemplos: grafite; sangnea sobre papelcolagem; guache sobre carto

    As obras impressas que apresentarem algum tipo de interveno posterior de-vem conter este registro, em seguida especificao da tcnica.Exemplos: pedra / litografia colorida a guache

    madeira / xilografia aquarelada

    Exemplo: mrmore / litografia com crayon

    Campo 12 - Origem

    Indicar, por extenso, o pas, estado ou a cidade onde a pea foi fabricada, mesmo que essa informao aparea abreviada ou incompleta. No necessrio preen-cher os trs nveis de informao (pas, estado, cidade).

    O preenchimento deve ser feito da seguinte forma: nome do Estado, seguido de barra e do nome da cidade ou somente o nome do Estado, quando se desconhe-cer a cidade. Deve-se atualizar a grafia dos nomes brasileiros e portugueses. Para os nomes estrangeiros, usar a forma traduzida para o portugus.

    Nos casos de peas estrangeiras, escrever o nome do pas, seguido de barra e do nome da cidade. Caso a origem da pea seja desconhecida, registrar s/r (sem referncia).

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    Exemplos: Minas Gerais / Barbacena; Bahia / Salvador.Minas Gerais; Rio de Janeiro.Frana / Paris; Inglaterra / Londres.

    Campo 13 - Procedncia

    Registrar o nome da pessoa ou o nome da instituio que detinha a propriedade / guarda do objeto em data imediatamente anterior sua incorporao ao acervo do museu. A procedncia identifica sempre quem o responsvel oficial pela doao, transferncia ou venda do objeto.

    Nos casos de procedncia do Poder Pblico, esta deve identificar o nome da instituio e no o nome de seu representante legal (presidente, diretor), que poder ser identificado no campo 20 da planilha (Dados Histricos). No caso de mais de um doador, registrar todos os nomes, usando vrgula para separ-los. Caso a procedncia seja desconhecida, registrar s/r (sem referncia).

    Exemplos: Arquivo Pblico MineiroJeanne MildeJos Pedrosa, Augusto Seixas

    Campo 14 - Modo de aquisio

    Assinalar a forma pela qual o objeto passou a integrar o acervo do Museu. So seis possibilidades:

    1. compra;2. doao - aquisies de particulares, pessoas fsicas ou jurdicas e instituies

    pblicas de instncias diferentes;3. produto de oficina - acervos provenientes de oficinas culturais realizadas pelo

    Museu;4. recolhimento - acervos provenientes de polticas de aquisio especficas; 5. transferncia - aquisies provenientes de outros rgos do Poder Pblico

    (Executivo, Legislativo, Judicirio), de mesma instncia; 6. permuta - aquisies provenientes de trocas com outros rgos pblicos.

    Campo 15 - Data de aquisio

    Registrar a data (dia, ms, ano) da incorporao da pea, utilizando o algarismo zero antes de dias e meses de um a nove (01, 02, 03...) e quatro algarismos para identificar o ano. Caso a data de aquisio da pea seja desconhecida, registrar s/r (sem referncia).

    Exemplo: 15 - 03 - 1978

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    Campo 16 - Marcas e inscries

    Transcrever, entre aspas, inscries, legendas, gravaes e marcas simblicas, conforme redao, ordem e grafia existentes na pea. Essas inscries e marcas podem ser contextualizadas e detalhadas nos campos 20 - Dados Histricos e/ou 21 - Caractersticas Iconogrficas.

    Caso a pea no tenha qualquer tipo de marca ou inscrio, registrar n/t (iniciais da expresso no tem). Inscries referentes forma de registro e controle das peas dentro do acervo (inventrio atual e/ou anterior) no devem ser consi-deradas neste caso, sendo identificadas no campo 3 (Cdigo de Inventrio) e/ou no campo 4 (Nmero de Inventrio Anterior) da planilha.

    Exemplos: H. Esteves (assinatura do pintor)JAF (gravao do monograma do prateiro)Athayde fez 1828JHS (inscrio na cartela do crucifixo)

    Campo 17 - Estado de conservao

    timo Bom Regular Pssimo

    Preencher a quadrcula obedecendo, tanto quanto possvel, aos seguintes critrios:

    timo - a pea encontra-se em excelentes condies de conservao, estando totalmente ntegra, no necessitando de interveno ou restaurao, nem tendo passado por nenhum processo semelhante antes. Neste estado, o objeto apre-senta suas caractersticas originais preservadas, podendo possuir uma tnue pti-na do tempo, o que no impede sua perfeita leitura esttica.

    Bom - a pea apresenta caractersticas fsicas e estticas originais em boas condi-es, mesmo que j tenha sido restaurada. Ela pode, tambm, estar necessitando de uma pequena interveno ou troca de algum elemento anexo (moldura no original, vidro, arame de fixao, pregos, etc.). importante considerar que nes-te estado o objeto no deve conter descaracterizaes e/ou processo degrada-tivo (ataque de insetos, microorganismos em desenvolvimento, desprendimento de camada pictrica, etc.).

    Regular - a pea possui sujeira aderida, pequenas perdas e/ou passa por pro-cesso inicial de deteriorao (ataque de insetos, desenvolvimento de fungos, desprendimentos de policromia, fissuras, rachaduras, escurecimento de verniz, etc.). Neste estado, mesmo que o objeto apresente problemas, sua leitura estti-ca legvel, podendo necessitar, contudo, de uma higienizao mais aprofundada e/ou de pequenas intervenes, as quais devem ser realizadas por um profissio-nal especializado (restaurador), capaz de interromper seu processo degradativo, consolidar sua estrutura fsica e valorizar suas caractersticas formais.

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    Pssimo - a pea apresenta-se em processos graves de degradao, tais como grandes e irreversveis perdas de sua matria original, descaracterizaes, partes apodrecidas, alteraes provocadas por intervenes anteriores inadequadas, intenso ataque de insetos, proliferao acentuada de microorganismos, manchas e escorrimentos de gua, distores fortes, desprendimento de policromia e ou-tros. Neste estado, o objeto necessita de interveno mais criteriosa, na qual devem ser utilizadas tcnicas mais sofisticadas, a serem definidas por um profis-sional especializado em conservao.

    Campo 18 - Dimenses

    A medio do objeto museolgico deve atender aos seguintes objetivos:- identificao e segurana;- dimensionamento do espao e da carga exigidos para sua exposio, guarda

    em reserva tcnica e para o seu transporte;- confeco de embalagens.

    s vezes, um mesmo objeto requer o registro de mais de uma medio. o caso, por exemplo, de um quadro, no qual se devem considerar o seu tamanho abso-luto e o seu tamanho acrescido de moldura, base ou passe-partout. tambm o caso de objetos compostos por uma parte principal acrescida de complementos (elementos secundrios), a exemplo de uma escultura religiosa, contendo base / atributos / acessrios, estes executados separadamente.Por isso, esse campo prev o registro de duas dimenses:

    a primeira, referindo-se apenas pea principal (Alt. 1; Comp. 1; Larg. 1; Dim.1; Prof. 1; Peso 1);

    a segunda, totalizando a pea, inclusive seus complementos (Alt. 2; Comp. 2; Larg. 2; Dim. 2; Prof. 2; Peso 2).

    Entretanto, se todos os elementos da obra forem entalhados, fundidos ou modelados juntamente, deve-se manter uma nica medio.

    Conforme recomendao feita no campo 3 (Cdigo de Inventrio), objetos tridimensionais, contendo uma parte principal acrescida de partes complemen-tares diferenciadas por letras minsculas do alfabeto (letra a, parte principal; le-tra b em diante, partes complementares), devem possuir uma planilha individual correspondente a cada parte, o mesmo valendo para os objetos acompanhados de embalagens. Nestes casos, somente as planilhas correspondentes letra a (parte principal) devem ser preenchidas com as dimenses 1 (medidas da parte principal) e dimenses 2 (medida total da pea). As demais planilhas (letra b em diante) devem trazer registros somente das dimenses 1, correspondentes s suas medidas especficas, ficando as dimenses 2 em branco.

    As medidas devem ser dadas sempre em centmetros e gramas, anotando-se rigorosamente as referncias mximas: maior altura, maior largura e maior profundidade.

  • 59

    Em peas circulares, registra-se o dimetro; em peas bidimensionais, a al-tura e a largura (a primeira medida corresponde sempre altura); em peas tridimensionais, a altura, a largura e a profundidade. Em peas escultricas, cuja parte frontal no possa ser nitidamente identificvel, deve-se considerar como profundidade a maior medida horizontal.

    Para a medio, recomenda-se o uso de trenas e paqumetros de metal, rguas antropomtricas e balanas, devendo evitar-se o uso de fitas mtricas de madeira ou tecido.

    As medidas a serem identificadas neste campo so as seguintes:

    Altura - Alt. 1 e Alt. 2 Comprimento - Comp. 1 e Comp. 2Largura - Larg. 1 e Larg. 2 Dimetro - Dim. 1 e Dim. 2Profundidade - Prof. 1 e Prof. 2 Peso - Peso 1 e Peso 2

    Exemplo: JarraDevem ser anotadas as maiores dimenses do objeto no campo referentes s dimenses 1. Se for uma jarra com ala e asa, registrar sua maior altura (incluin-do, portanto, a ala); sua maior largura (incluindo, portanto, a asa) e seu maior dimetro (em caso de peas de perfis ondulados). Quando a pea no possui complementos ou partes, suas medidas devem ser anotadas nas dimenses de nmero 1, ficando as de nmero 2 em branco.

    Exemplo: Imaginria religiosaAltura 1: maior altura da pea, excluindo a base e os atributos do Santo;Largura 1: maior largura da pea, excluindo a base e os atributos;Profundidade 1: maior profundidade da pea, excluindo a base e os atributos;Altura 2: maior altura, incluindo a base e os atributos;Largura 2: maior largura, incluindo a base e os atributos;Profundidade 2: maior profundidade, incluindo a base e os atributos.

    Exemplo: CrucifixoA altura e a largura do Cristo, sem a cruz, correspondem Alt. 1 e Larg. 1; a altura e a largura da pea completa (Cristo e Cruz) correspondem Alt. 2 e Larg. 2. Quanto s dimenses especficas da cruz, estas devem constar na sua ficha especfica. Para dimensionar o Cristo; devem seguir as mesmas orientaes definidas para um objeto tridimensional (considerar sempre maior altura, maior largura e maior profundidade).

    13

    2

    4 1 - altura2 - largura3 profundidade / espessura4 - dimetro

  • 60

    Exemplo: QuadroNas obras de pinacoteca, as medidas principais, relativas ao chassi, devem ser medidas pelo verso, correspondendo s dimenses 1. As dimenses da obra como um todo, ou seja, incluindo a moldura, so registradas nas dimenses 2.

    Quadro sem a moldura Quadro com a molduraAlt. 1: 35 cm Alt. 2: 42 cmLarg. 1: 26,5 cm Larg. 2: 33,5 cm

    Campo 19 - Descrio do objeto

    A pea deve ser descrita de forma objetiva, partindo sempre do geral para o particular. O texto deve criar um referencial de leitura, indicando direes e sentidos de olhar, tendo o observador como ponto de partida. So excees, apenas, as representaes de figuras humanas e as peas de indumentria, onde as referncias de direo so dadas pelos prprios objetos. A descrio deve ser direta e sucinta, evitando-se adjetivaes e, principalmente, informaes que pressupem um conhecimento anterior, no traduzvel em uma leitura expressa-mente formal. Como exemplos, podemos citar:- uma imagem religiosa, representando So Francisco de Assis, deve ser identi-

    ficada neste campo apenas como uma figura masculina, trajando hbito reli-gioso, etc.

    - uma pintura, representando o centro histrico de Ouro Preto, deve ser identi-ficada neste campo apenas como uma paisagem urbana, marcada por terre-nos ngremes, arruamentos irregulares, onde se destacam conjuntos edifica-dos trreos, assobradados e igrejas esparsas....

    ROTEIRO PARA DESCRIO DE REPRESENTAES HUMANAS ESCULTURAS, BUSTOS, RETRATOS PINTADOS

    - Figura masculina / feminina,jovem / ancio / meia-idade.

    - De p / sentada / fixada cruz / ajoelhada / em posio frontal / de perfil / a 3/4 de perfil.

    - Fisionomia triste / alegre / contemplativa / serena.- Cabea inclinada direita / esquerda / pendente para frente / pendente para

    trs / reta.- Rosto oval / triangular / arredondado.- Olhos amendoados / grandes / cerrados.- Nariz aquilino / reto / afilado / largo.- Boca cerrada / semi-aberta / aberta.- Lbios carnudos / afilados.- Queixo em montculo / anguloso / bipartido.- Cabelos longos / curtos / em mechas / em estrias.- Barba bipartida / em rolo.- Bigode vasto / fino / saindo das narinas.

  • 61

    - Pescoo curto / longo / com veias aparentes.- Braos estendidos ao longo do corpo / para trs / atados s costas / flexiona-

    dos frente / flexionados, o direito para o alto e o esquerdo altura da cintura / brao direito carregando..., o esquerdo flexionado junto ao tronco.

    - Mos espalmadas / postas / entreabertas / fechadas / mo direita de abenoar / mo esquerda segurando...

    - Pernas estendidas / flexionadas / semi-flexionadas / perna direita em recuo / perna esquerda ligeiramente flexionada frente.

    - Ps paralelos / em ngulo / calados / descalados / em marcha.- Veste tnica preta, sobretnica bege, manto branco, terno marrom, vestido

    vermelho, com detalhes...- Base atributiva em forma de nuvens circulares, onde se destacam quatro (4)

    querubins, seguida de base de formato retangular, de quinas chanfradas, com pintura marmorizada, em tons de bege, ocre e marrom.

    - Base lisa, quadrangular / oval.- Pedestal em forma de cone invertido, marcado por frisos retos e torcidos...

    ROTEIRO PARA DESCRIO DE PINTURAS, GRAVURAS E DESENHOS DE PAISAGENS NATURAIS E URBANAS, DE INTERIORES, NATUREZAS MORTAS, ETC.

    A leitura formal do quadro deve ser feita, preferencialmente, observando o sen-tido horizontal, dividido por planos (nveis de profundidade, de baixo para cima e da esquerda para a direita) e apontando representaes em destaque, contrastes de traos e de policromia, etc.

    Exemplo: leo sobre tela / paisagem naturalPaisagem natural, campestre, margeando um rio. Em primeiro plano, v-se ve-getao rasteira, verdejante cortada por uma trilha que conduz margem de um rio. Ao centro da composio, destaca-se uma rvore seca, desfolhada; direita, postam-se duas outras rvores, uma tambm desfolhada e outra frondosa. Em segundo plano, arbustos alinham-se margem do rio, vendo-se, ao fundo, arvo-redo de copas espessas, de tonalidades verde-escuras. Em ltimo plano, esten-de-se formao rochosa, regular, encimada por cu azul com nuvens peroladas. Passe-partout branco, moldura dourada, com frisos escalonados, em motivos fitomorfos.

    Exemplo: Aquarela sobre papel / paisagem urbanaPaisagem urbana, representando, em primeiro plano, uma praa de formato quadrangular. Destaca-se, ao centro, um coreto de linhas sbrias e, nas extremi-dades, canteiros geomtricos, com rvores arbustivas e motivos florais variados. Em segundo plano, direita, concentram-se edificaes verticalizadas, que se estendem, em diagonal, at o fundo da composio; mais esquerda, margeando a praa lateralmente, v-se uma ampla avenida, tambm marcada por altos edif-cios em toda sua extenso. Acima, em ltimo plano, avista-se cu azul-acinzenta-do. Vedao em vidro duplo, com moldura de metal prateado, em frisos retos.

  • 62

    ROTEIRO PARA DESCRIO DE OBJETOS DIVERSOS

    Na descrio formal da pea, deve-se partir do geral para o particular, informan-do, inicialmente, o material e formato do objeto. Preferencialmente, deve-se observar o sentido horizontal, de baixo para cima, destacando-se elementos or-namentais, recursos pictricos, etc.

    Exemplo: mbulambula em alpaca prateada, de formato campanular. Base circular arrematada por friso perolado. Coluna lisa, marcada por anis, estrangulamentos e ns, des-tacando-se n central, de maiores propores. Bojo em forma de taa, com friso fitomorfo na borda. Tampa abaulada, arrematada por frisos escalonados lisos, com cruz central, de ponteiras trilobadas. Interior dourado.

    Exemplo: CastialCastial em metal dourado, de formato circular. Base lisa, frisada na borda, de centro cncavo e arremate campanular. Anel fixado base para transportar a pea. Coluna com parte inferior torneada e frisada, seguida de ns e estrangu-lamentos. Arandela em forma de prato liso, destacando-se, ao centro, cavidade circular para colocao da vela.

    Exemplo: Medalha comemorativaMedalha de metal, de formato circular, com borda marcada por friso em relevo. Contm inscries e gravaes em ambas as faces; no anverso, l-se Bicentenrio de Villa Rica e vem-se montanhas e um pico em relevo; no reverso, l-se: 8 de julho 1711 / 1911 e vem-se elementos florais e um tringulo em relevo com a inscrio Libertas quae sera tamen.

    Exemplo: Sof de palhinhaSof de trs lugares, estruturado em madeira, com revestimento de palhinha tranada. Espaldar dividido em trs quadros retangulares, com moldura de ma-deira e encosto de palhinha, destacando-se, no arremate, entalhes de madeira em motivos fitomorfos. Ps posteriores curvos, dando continuidade s traves externas; ps dianteiros torneados. Braos torneados, em curvas sinuosas, com decorao floral. Assento de palhinha, com moldura lisa.

    Exemplo: Panela de barroPanela de formato circular, confeccionada em argila. Apresenta borda revirada, decorada por friso torcido em relevo. Em posio mediana, vem-se trs frisos, sendo o central torcido e os outros dois lisos.

    Exemplo: Balana porttilBalana confeccionada em metal, de formato retangular, com dois pratos circu-lares. Partes frontais compostas por dois ornatos fitomorfos, alongados e curvos, que se encontram ao centro, emoldurando cartela com a inscrio 2 k. Parte superior reservada engrenagem do maquinrio, composta por traves mveis.

  • 63

    Apoio para os pratos arrematado por ornatos curvos, utilizado como nvel (fiel) da balana.

    Exemplo: EsporaEspora de metal, de formato irregular. Haste curva, onde se destaca gravao em motivos fitomorfos. Dois arrebites nas extremidades prendem uma correia de couro. Da parte central da haste, projeta-se uma outra haste menor, com fenda, onde se encaixa uma roseta dentilhada.

    Exemplo: PistolaPea de metal e madeira, de formato ligeiramente curvo. Cano cilndrico, alon-gado, vendo-se na parte inferior de sua extremidade um elemento curvo fixado por parafuso. Em posio mediana, vem-se duas hastes ligadas por um anel. Cabo de madeira fixado ao cano por dois parafusos. Na parte posterior, ao cen-tro, projeta-se o gatilho.

    2 PARTE ANLISE DO OBJETO

    O contedo desta parte da planilha, sistematizado em 03 (trs) campos, contm informaes histricas sobre a pea, obtidas a partir de pesquisas arquivsticas / bibliogrficas e de sua anlise formal.

    Campo 20 Dados histricos

    Este campo visa conceituar o objeto, identificando seus possveis usos e altera-es de uso ao longo do tempo, alm de detalhar as informaes histricas for-necidas nos campos 8, 9 (Data e Data de Atribuio), 10 (Autoria), 12 (Origem), 13, 14 e 15 (Procedncia, Modo de Aquisio e Data de Aquisio) e 16 (Marcas e Inscries). Entretanto, nem sempre a pesquisa permite o aprofundamento destas informaes. Mas quando possvel, o detalhamento deve buscar, prin-cipalmente, revelar o sentido documental do objeto enquanto fonte histrica. Recomenda-se o uso de perodos curtos, sem adjetivaes e juzos de valores. Nos casos em que no forem localizadas informaes histricas, registrar: No foram encontrados, at o momento, dados histricos sobre o objeto.

    Exemplo: GomilComo a pea pouco conhecida na atualidade, deve-se conceitu-la, fazendo-se referncia ao seu uso: Pea semelhante a um jarro de boca estreita, usualmente acompanhada de bacia, tradicionalmente utilizada na higiene domstica, antes da gua encanada (higiene do rosto, das mos, dos ps).

    Exemplo: BengalaNeste objeto, observa-se alterao de uso ao longo do tempo que deve ser men-cionada da seguinte forma: A princpio, o uso do objeto era restrito aos homens, sendo pea indispensvel do vesturio masculino. Hoje usada por homens e mulheres, em geral por pessoas idosas.

  • 64

    Exemplo: Aquarela / Vista de Ouro Preto Renato de Lima, 1934Sabe-se, comprovadamente, que o quadro de autoria do pintor Renato de Lima, conforme informao j registrada no campo 10 (Autoria). Neste campo 20, devem constar referncias sobre a vida e formao do artista, seguidas de in-formaes especficas, de natureza histrica, sobre a obra em questo. A mesma recomendao vlida nos casos de autoria atribuda.

    Obra datada de 1934, assinada por Renato de Lima, artista mineiro nascido em Ouro Preto / MG em 1893 e falecido em Belo Horizonte em 1978. Pintor autodi-data, realizou inmeras exposies individuais e coletivas de 1933 a 1977, espe-cializando-se nas tcnicas de pintura a leo, aquarela e bico-de-pena. Inicialmente identificado com o academismo, aproximou-se depois do impressionismo. Renato de Lima utilizou especialmente Ouro Preto como tema, sendo esta aquarela um exemplar bastante expressivo da referida temtica.

    Exemplo: Piano verticalSabe-se que a pea foi fabricada na Inglaterra. Neste campo, devem, portanto, ser identificados, sempre que possvel, elementos que indiquem e/ou confirmem a informao, j registrada nos campos 12 (Origem) e 16 (Marcas e Inscries).Pea datvel da segunda metade do sculo XIX, de origem inglesa, confor-me inscrio do fabricante existente na parte interna da tampa, onde se l: Great Exhibition Prize Medal Awarded 1851 n 18. Soho Square, London, England.

    Campo 21 - Caractersticas iconogrficas

    Campo reservado anlise de temas iconogrficos j indicados no campo 16 (Marcas e Inscries), campo 19 (Descrio) e campo 20 (Dados Histricos). Em alguns casos, podem ser feitas anlises iconolgicas, buscando registrar o senti-do simblico observado no objeto. Usar dicionrios de iconografia e simbologia como fontes bibliogrficas.

    Exemplo: Imagem de So BeneditoRepresentao de So Benedito de Palermo (1526/1589). Nascido na Siclia, sua descendncia africana conferiu-lhe o cognome de o mouro, o qual foi dissemi-nado pelos portugueses, levando-o a ser caracterizado com pigmentao escura ou negra da epiderme e com os cabelos crespos. Em sua iconografia tradicional, desde o sculo XVIII, So Benedito apresenta-se vestido com hbito franciscano, tendo nas mos flores, cruz ou lrio. No Brasil, a esses atributos originais, foi acrescida a figura do Menino Jesus no colo do Santo, embora no haja uma base historiogrfica para isso.

    Exemplo: leo sobre tela / Panorama do Curral del Rei mile Rude, 1894Vista do antigo Arraial do Curral del Rei / MG, tomada a partir do alto do Cruzeiro, de onde a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem se configura como ponto de convergncia no traado urbano, dando origem a arruamentos e indi-

  • 65

    cando o sentido de adensamento do povoado. Alm do largo da Matriz, com seu casario, podem ser identificados, esquerda, a rua do Capo, e aos fundos, a rua General Deodoro e o largo do Rosrio.

    Exemplo: ResplendorCrculo ou aurola com raios, a origem do resplendor atribuda aura ou halo luminoso que circundava a cabea dos santos, em sinal de glria e santidade. Em pintura, representado por raios e feixes de luz.

    Obs.:Eventualmente, o campo 16 (Marcas e Inscries) pode ser detalhado iconogra-ficamente. o caso de smbolos, monogramas, marcas de fabricante, patente, etc.

    Campo 22 - Caractersticas estilsticas

    Este campo constitui um detalhamento dos campos 8, 9 e 10 (Data, Data Atribuda, Autoria), devendo contextualizar a pea em seu universo cultural, atravs da identificao de estilos, autores, escolas, etc.

    A caracterizao de um estilo est associada idia de um sistema de cdigo com relaes entre si e a um determinado processo histrico. Assim, peas de autoria e data comprovadas devem conter referncias sobre caractersticas estilsticas prprias do seu autor, contextualizadas no seu tempo (estilo pessoal).

    Exemplo: leo sobre tela / Morro do Castelo - Genesco Murta, 1920Pintura de autoria de Genesco Murta, considerado um dos autnticos valores do impressionismo no pas e um pioneiro do pontilhismo em nosso meio. (VIEIRA, Ivone Luzia. Genesco Murta. Belo Horizonte: BDMG Cultural, 2000. p. 59-85).Retratando runas da paisagem colonial do Rio de Janeiro, obra representativa da fase pontilhista de Genesco Murta. Atravs do uso de amplas manchas de tin-ta, de aparncia macia e sedosa, o artista consegue o efeito de uma luminosidade clara e brilhante, realando os ngulos na totalidade das formas arquitetnicas retratadas e o contraste de luz e sombra nos volumes.

    Em casos de peas cujas autorias (comprovadas ou atribudas) no sejam iden-tificadas, deve-se fazer meno aos aspectos formais que as interpretem estilis-ticamente, como aspectos de sua composio e de seu tratamento decorativo, referenciados na relao arte / tempo / histria.

    Exemplo: Imagem de So BeneditoImagem mineira presumivelmente datada da segunda metade do sculo XVIII, apresentando tratamento escultrico esmerado, embora desprovido de requinte ornamental. Suas massas esto simetricamente divididas por um eixo central, resultando na movimentao tmida da pea. A singularidade do seu entalhe re-side na expresso fisionmica da obra, onde os traos negrides evidenciam a

  • 66

    inteno tnica por parte de seu autor. Este, um artista regional annimo at o momento, parece ser tambm o responsvel pela fatura de outras duas imagens religiosas do acervo, segundo estudos formais comparativos das trs.

    Exemplo: Guarda-roupaMoblia datvel de fins do sculo XIX ou incio do sculo XX, confeccionada no Rio de Janeiro, conforme atesta gravao do fabricante, identificada em sua parte posterior. Com caractersticas estilsticas do ecletismo, a pea revela uma ten-dncia da poca: adotar elementos de estilos diversos numa mesma obra, como ilustra seu desenho neoclssico, favorecendo linhas retas e curvas bem suaves, combinado sua decorao neo-rococ, marcada por lminas de madeira lisa e arranjos assimtricos florais.

    Campo 23 - Caractersticas tcnicas

    Este campo constitui um detalhamento do campo 11 (Material e Tcnica). Deve conter informaes sobre os materiais e os processos tcnicos utilizados na con-feco do objeto, assinalando o nmero de partes, os tipos de encaixes, revesti-mentos, tonalidades (em caso de pinturas, esculturas), etc.

    Exemplo: EstatuetaPea confeccionada em trs blocos de madeira entalhada, recortada e policro-mada, fixada por encaixes (figura humana) e por pregos (base). Policromia em tons de verde, rosa, vermelho, branco, dourado (indumentria), marrom, ocre (base) e bege-escuro (carnao de tez morena).

    Exemplo: MesaPea composta por diversas partes de madeira envernizada, fixadas por cravos, destacando-se elementos recortados e torneados (ps). Apresenta tampo em mrmore branco-acinzentado.

    Exemplo: mbulaPea executada em alpaca prensada e torneada, composta por trs partes: base/coluna; bojo e tampa. Bojo atarraxado coluna. Tampa de presso. Base soldada. Interior do bojo banhado a ouro.

    3 PARTE CONSERVAO DO OBJETO

    Esta parte da planilha deve ser preenchida por profissional especializado em con-servao e restaurao de bens culturais. Seus campos detalham informaes sobre aspectos estruturais e formais da pea, relacionados sua integridade e conservao: condies fsicas, riscos potenciais, intervenes anteriores, reco-mendaes tcnicas, etc.

  • 67

    Campo 24 - Diagnstico

    Campo reservado ao detalhamento do atual estado fsico da pea, devendo ser identificadas as condies de conservao de seus elementos estruturais e estticos, os possveis processos de degradao existentes e/ou ocorridos e as suas causas.

    Exemplo: leo sobre telaO quadro encontra-se em precrio estado de conservao, apresentando, no chassi, orifcios e perdas caractersticos de ataque de insetos xilfagos (trmitas). O suporte possui distores, manchas de gua e perda de plano. A camada pic-trica est em grave processo de desprendimento, com craquels e perdas, de-vido a penetraes de gua e a variaes climticas. Observam-se, ainda, sujeira aderida na camada pictrica e amarelecimento do verniz. Campo 25 - Intervenes anteriores

    Registrar informaes sobre iniciativas de conservao e restaurao, bem como substituies, complementaes, acrscimos, descaracterizaes ou qualquer interferncia realizada anteriormente na pea. H trs possibilidades, distintas e complementares, de se obter tais informaes:- atravs da pesquisa histrica sobre o objeto (acesso e consulta a laudos tcni-

    cos, relatrios de restaurao, etc.);- atravs de exame a olho nu da pea, a ser efetuado pelo conservador / res-

    taurador, o qual poder identificar e apontar as possveis intervenes ocorri-das;

    - atravs de exames especiais, realizados com lupas e luzes especficas, poden-do abranger anlises qumicas.

    Exemplo: leo sobre tela- 1993 / setembro: limpeza superficial da tela com trincha e limpeza da moldu-

    ra com trincha e algodo umedecido (equipe do Museu);- 1997 / maro: imunizao preventiva contra insetos xilfagos com K-

    OTHRINE diludo a 10% em aguarrs, limpeza da moldura e do chassi com trincha, fixao da camada pictrica com cola branca (PVA) diluda em gua a 1:1 e lcool, colocao de pites e de arame para fixao da obra (servio terceirizado);

    - 1999 / fevereiro: limpeza superficial com trincha e fixao dos relevos da mol-dura com PVA.

    Campo 26 Recomendaes

    Campo destinado ao registro de procedimentos relativos conservao pre-ventiva ou restaurao do objeto, visando garantir ou recuperar sua integridade fsica. Este campo uma complementao dos campos 24 e 25 (Diagnstico e Intervenes Anteriores), indicando medidas necessrias resoluo de proble-mas identificados, alm de orientaes quanto s melhores formas de acondicio-namento e de exposio do objeto.

  • 68

    Exemplo: leo sobre tela A obra necessita de restauro, devendo ser realizados os seguintes servios:- desmonte da moldura e de chassi;- limpeza e planificao do suporte;- reforo da borda e remoo do tecido de proteo do verso;- limpeza e fixao da camada pictrica;- emassamento e nivelamento das lacunas;- reintegrao cromtica e aplicao de verniz de proteo;- complementao das perdas no relevo e aplicao de nova camada de purpu-

    rina.

    4 PARTE NOTAS

    Esta parte da planilha se reserva ao registro de referncias diversas sobre o obje-to: atividades relacionadas sua divulgao, citaes bibliogrficas e documentais das fontes consultadas durante o preenchimento da planilha, alm de outras in-formaes complementares.

    Campo 27 - Histrico de exposies / prmios

    Relacionar, de forma cronolgica crescente, as exposies das quais o objeto par-ticipou, bem como os prmios recebidos, obedecendo seguinte ordem: nome da exposio; nome do local de realizao do evento; nome da cidade (estado ou pas) em que o evento se realizou; perodo em que ocorreu; prmio recebido. Usar recursos de pontuao para separar essas informaes. Cada referncia de exposio deve marcar o incio de um novo pargrafo, antecedido de travesso. Para os ttulos de exposies de carter internacional, realizadas no exterior, registr-los em portugus.

    Exemplos:- XXIV Exposio Geral de Belas-Artes. Edifcio Mariana, Belo Horizonte / MG,

    1942; meno honrosa.- Exposio: Belo Horizonte, o Nascimento de uma Capital. Escola Guignard,

    Belo Horizonte, 15 abr. 12 maio 1996.- Exposio: A Arte Barroca de Minas. Museu Mineiro, Nova Iorque / USA, dez.

    1981.- Exposio: Anibal Mattos e seu tempo. Museu de Arte de Belo Horizonte, Belo

    Horizonte, 1991.

    Campo 28 - Histrico de publicaes

    Fazer citao de publicaes que contm referncias documentais e/ou icono-grficas sobre a pea (revistas, livros, catlogos de exposies, etc.). fundamen-tal que seja registrado o nmero da pgina.

  • 69

    Exemplos:SALGUEIRO, Heliana Angotti. Belo Horizonte, o nascimento de uma Capital. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Cultura, 1996. p. 12. Catlogo de exposio.LAPHIS. Laboratrio de Pesquisa Histrica. Anibal Mattos e seu tempo. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Cultura, 1991. p. 23. Catlogo de exposio.

    Campo 29 - Referncias arquivsticas / bibliogrficas

    Fazer a citao de livros e catlogos, contendo informaes utilizadas no preen-chimento da planilha.

    Exemplos:DAMASCENO, Sueli (Org.). Glossrio de bens mveis; igrejas mineiras. Ouro Preto: IAC / UFOP, 1987. p. 17.REAL, Regina M. Dicionrio de belas-artes; termos tcnicos e matrias afins. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1962. p. 48.

    Campo 30 - Valor de seguro

    Campo destinado ao registro do valor estimado da pea, para fins de seguro. O valor deve ser registrado em moeda nacional ou em dlares, acrescido da data da avaliao.

    Exemplos: R$ 4.600,00 24/10/2001US$ 2.300 24/10/2001

    Campo 31 - Observaes

    Espao reservado para registrar qualquer informao de natureza complementar sobre o objeto, cujo contedo no se enquadre nas especificaes previstas nos campos 1 ao 30.

    H peas que formam um conjunto, embora recebam identificao individual no Inventrio. Esta informao importante e deve constar neste campo, conforme o exemplo abaixo.

    Exemplo: Cadeira de palhinhaEsta pea faz conjunto com a(s) de registro M...

    Campo 32 - Localizao

    Marcar a quadrcula de acordo com o local em que o objeto se encontra na data do preenchimento da planilha.- SE / LD - Salas de exposies de longa durao- SE / T - Salas de exposies temporrias- RT - Reserva Tcnica- Outros

  • 70

    5 PARTE REPRODUO FOTOGRFICA

    Campo 33 Controle

    Registrar o nmero de arquivamento interno do filme, seguido do(s) nmero(s) do(s) negativo(s) correspondente(s) reproduo fotogrfica da pea.

    Exemplo: Filme 3, negativo 12 A.

    Campo 34 - Fotgrafo / data

    Registrar o nome do fotgrafo e a data de execuo do trabalho, separando as informaes por uma barra.

    Exemplo: Ins Gomes / novembro de 2001. - DADOS DE PREENCHIMENTO

    6 PARTE DADOS DE PREENCHIMENTO

    Campo 35 Preenchimento / data

    Registrar o nome do tcnico responsvel pelo preenchimento da planilha e a data do referido preenchimento, que deve constar de, pelo menos, ms (por extenso) e ano (numeral com quatro dgitos). As duas informaes devem ser separadas por barra.

    Exemplo: Emerson Nogueira; Carla Castro Silva / dezembro de 2001.

    Campo 36 Reviso / data

    Registrar o nome do tcnico responsvel pela reviso da planilha, seguindo os mesmos procedimentos indicados no campo acima.

    Exemplo: Maria Inez Cndido / 07 de dezembro de 2001.

    Campo 37 Digitao / data

    Registrar o nome do tcnico responsvel pela digitao da planilha, seguindo os mesmos procedimentos indicados no campo acima.

    ANEXO

    Imagem digitalizada

    A imagem do objeto deve estar disponibilizada no Banco de Dados como anexo da planilha, podendo ser reproduzida, se for necessrio, pelo consulente.

  • 71

    CLASSE SUBCLASSE TERMOS (OBJETOS)

    1

    ARTES VISUAIS

    Objetos de arte (exclui fotografia e cpias fotomecnicas).

    Pintura Quadro, pintura.1

    Desenho Quadro, desenho.*

    Gravura imagens sobre papel, produzidas atravs das tcnicas de gravura e/ou impresso.

    Quadro, gravura. *

    EsculturaBusto, herma, cabea, escultura abstrata, escultura figurativa, relevo, imagem, esttua, estatueta, etc.

    Construo Artstica - objetos artsticos no definidos como uma das subclasses acima, por usar mais de uma tcnica.

    Construo pictrica, colagem, construo escultrica, mbile, etc.

    2

    AMOSTRAS /FRAGMENTOS

    Amostras / Fragmentos - partes que no constituem um objeto; acessrios de objetos no identificados; amostras de natureza animal, vegetal ou mineral; fragmentos de renda, tecido, couro, madeira.

    Fragmento de renda, fita, cadeado, chave, tbua, prego, parafuso, casco de tartaruga, fssil folha, pedra, etc.

    3

    CAA / GUERRA

    Objetos utilizados em atividades de caa, guerra, treinamento,

    proteo pessoal (exclui indumentria e meios de

    transporte).

    Acessrio da Armaria - objetos necessrios para o funcionamento e a conservao de armas.

    Bainha, reparo, vareta, tarugo, escova de limpeza, etc.

    ArmaEspingarda, revlver, pistola, arpo, espada, faca, florete, punhal, adaga, machado de guerra, etc.

    Equipamento de Defesa objetos de proteo do corpo do homem e dos animais.

    Armadura, capacete, couraa, escudo, etc.

    Munio e AcessrioMina, projtil, bala, granada, dardo, flecha, espoleta, cartucheira, etc.

    Petrecho de Caa Alapo, arapuca, ratoeira, etc.

    4

    CASTIGO / PENITNCIA

    Objetos utilizados para castigar e instrumentos de autopenitncia.

    Instrumento de AutopenitnciaCilcio, disciplina, etc.

    Instrumento de CastigoChibata, aoite, algema, tronco, forca, gargalheira, palmatria, mordaa, vira-mundo, etc.

    1 O termo quadro adotado, de modo geral, para trabalhos emol-durados. Obras no emolduradas adotam a mesma identificao no termo e na subclasse.

    7 Modelo de esquema classificatrio para acervos museolgicos

  • 72

    CLASSE SUBCLASSE TERMOS (OBJETOS)

    5

    COMUNICAO

    Objetos utilizados pelos seres humanos para a comunicao

    sonora, visual ou escrita.

    Documento documentos textuais, cartogrficos, iconogrficos; livros, peridicos, lbuns, documentos arquivsticos tratados como acervo museolgico.

    Adesivo, agenda, lbum, atlas, caderno, carteira de identidade, certido, convite, diploma, documento fotogrfico (fotografia, daguerretipo, etc.), folheto, jornal, livro, mapa, recibo, telegrama e similares.

    Equipamento de Comunicao Escrita objetos utilizados na escrita, autenticao, proteo e transporte de documentos textuais; acessrios de escrita e leitura; exclui mobilirio.

    Apontador, borracha, caneta, capa de livro, carimbo, envelope, grampeador, mata-borro, pena de escrita, peso de papel, quadro-negro, tinteiro, etc.

    Equipamento de Comunicao Sonora/Visual objetos utilizados para emitir, registrar, armazenar e reproduzir sons relativos a comunicao humana; sinalizadores, projetores, visores de imagens e material didtico visual.

    Alarme, alto-falante, apito, disco, globo terrestre, letreiro, microfone, placa de rua, projetor, sinalizador, sino, toca-discos, toca-fitas, etc.

    Equipamento de Telecomunicao objetos utilizados para a comunicao a distncia.

    Antena, aparelho telegrfico, rdio, telefone, televiso, transmissor, etc.

    Material de Propaganda objetos cuja principal funo a propaganda.

    Adesivo de propaganda, boto de propaganda, carto comercial, cartaz, figurinha de propaganda, prospecto, reclamo monetiforme, etc.

    6

    CONSTRUO

    Construes elaboradas com o intuito de atender s necessidades humanas em local relativamente

    permanente.

    Abrigo - inclui os frgeis e portteisCasa, casa de cachorro, capela, barraca, mausolu, etc.

    Edificao edificaes criadas para servir a alguma necessidade humana; exclui abrigos; edificaes dissociadas de edifcios.

    Chafariz, pelourinho, etc.

    Equipamento Hidrulico objetos utilizados em edificaes conectados ao sistema de gua e esgoto (inclui os acessrios).

    Aquecedor de gua, banheira, torneira, cano, manilha, pia, chuveiro, vaso sanitrio, tanque, etc.

    Fragmento de Construo objetos criados para serem partes de uma construo ou acessrios.

    Altar, azulejo, balastre, caixa de luz, capitel, chave de porta, coluna, dobradia, dormente, fechadura, grade, janela, maaneta, pia batismal, tijolo, etc.

    7

    EMBALAGENS/RECIPIENTES

    Embalagens/Recipientes objetos usados como embalagem de produtos e mercadorias. (inclui recipientes com funo no determinada).

    Barrica, barril, bruaca, caixa, caixote, estojo, cesta, balaio, jequi, engradado, garrafa, lata, pipa, pote, saco, tacho, tina, tonel, etc.

  • 73

    CLASSE SUBCLASSE TERMOS (OBJETOS)

    8

    INSGNIAS

    Insgnias objetos usados como sinais distintivos, individuais ou coletivos, de funo, dignidade, posto, nobreza, nao; exclui mobilirio e indumentria.

    Acessrio de insgnia, bandeira, flmula, estandarte, braso, miniatura, placa, atributo de escultura religiosa, basto, cetro, vara, coroa de congada, espadim, tridente, etc.

    9

    INTERIORES

    Objetos usados no interior ou em torno de edifcios, com

    o propsito de proporcionar conforto, cuidado e prazer aos

    seus ocupantes.

    Acessrio de Interiores objetos com propsitos utilitrios menores; objetos que no se enquadram nas outras subclasses.

    Cobertor, colcha, estrado, fronha, travesseiro, almofada, arranjo floral, bengaleiro, cabide, cesta de lixo, cortina, escarradeira, espelho de parede, porta-retrato, rede, tapete, vaso, etc.

    Condicionador de Temperatura - objetos criados para modificar e controlar a temperatura ou a umidade de ambientes fechados.

    Estufa, ar-condicionado, conjunto de lareira, fole, ventilador, etc.

    Equipamento de Servios Domsticos - objetos utilizados na limpeza de recintos e na lavagem de roupa.

    Aspirador de p, bacia, balde, enceradeira, espanador, ferro de passar, lata de lixo, pano de limpeza, rodo, vassoura, etc.

    Objeto de Iluminao - inclui acessrios. Acessrio de luminria, abajur, arandela, candeia, castial, tocheiro, lampio, lanterna, tocha, vela, etc.

    Pea de Mobilirio

    Altar porttil, arca, ba, canastra, armrio, vitrina, biblioteca, cristaleira, oratrio, banco, biombo, cabide, cadeira, cofre, cmoda, arcaz, escada, estante, leito, bero, mesa, poltrona, sof, etc.

    Utenslio de Cozinha / Mesa - objetos e aparelhos utilizados no preparo, armazenamento e consumo de alimentos e bebidas.

    Abridor de garrafas, aucareiro, frma de bolo, bule, bandeja, cafeteira, caneca, cesta de po, colher de pau, copo, cuscuzeiro, espremedor de fruta, fogo, jarro, mo de pilo, panela, talher, terrina, etc.

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    CLASSE SUBCLASSE TERMOS (OBJETOS)

    10

    LAZER / DESPORTO

    Lazer / Desporto - brinquedos e objetos utilizados em jogos, sorteios e atividades esportivas (exclui indumentria e mobilirio).

    Acessrio de jogos, baralho, bola, carta de baralho, florete de esgrima, pea de domin, peteca, bilboqu, boneco, ioi, pio, carrapeta, bilhete de jogo, damas, xadrez, quebra-cabea, etc.

    11

    MEDIO / REGISTRO / OBSERVAO /

    PROCESSAMENTO

    Instrumento de Preciso ptico - objetos utilizados na medio, registro e observao de fenmenos, substncias, propriedades, volume e massa (exclui objetos de correo de defeitos visuais, como culos, e os que registram sons).

    Acessrio de instrumento de preciso/ptico, ampulheta, balana, barmetro, binculo, bssola, compasso, cronmetro, esquadro, fita mtrica, lupa, microscpio, nvel, paqumetro, rgua, relgio, sextante, telescpio, luneta, etc.

    Processador de Dados - aparelhos manuais, mecnicos ou eletrnicos usados para processar dados.

    baco, calculadora, rgua de clculo etc.

    12

    OBJETOS CERIMONIAIS

    Objetos usados em cerimnias e/ou rituais civis, religiosos ou militares; exclui instrumentos

    musicais, mobilirio e indumentria.

    Objeto Cerimonial de Instituies usados em cerimnias de instituies pblicas ou privadas, civis ou militares.

    Urna de sorteio militar, urna eleitoral, etc.

    Objeto Comemorativo objetos usados para homenagear pessoas e lugares ou comemorar eventos; objetos que geralmente no cumprem funo utilitria.

    Chave simblica, coroa de louros, ex-voto, ferramenta simblica, fita inaugural, medalha, pedra fundamental, placa comemorativa, tocha simblica, trofu, etc.

    Objeto de Culto objetos utilizados em cerimnias de culto e rituais religiosos.

    mbula, andor, clice, cibrio, cruz, defumador, esmoleiro, mscara ritual, naveta, ostensrio, plio, relicrio, vela litrgica, xere, etc.

    Objeto Funerrio objetos relativos aos mortos e s cerimnias fnebres (inclui os acessrios).

    Caixo, catafalco, chave de caixo, coroa funerria, cruz de sepultura, lpide sepulcral, urna funerria, etc.

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    OBJETOS PECUNIRIOS

    Objetos Pecunirios objetos relativos a dinheiro ou representativos de dinheiro; objetos que servem de instrumento para obteno de determinados servios.

    Barra de casa de fundio, cdula, documento de cmbio, documento de comrcio, aplice de seguro, duplicata, carto de crdito, cheque, vale, selo postal, documento