Caderno de Resumos_I Jornada Pierre Bourdieu_2015

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I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Ciências CADERNO DE PROGRAMA E RESUMOS 28 de julho de 2015 Instituto de Física Universidade de São Paulo São Paulo - SP TeHCo Universidade de São Paulo Instituto de Física TeHCo PROFIS

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  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias

    CADERNO DE PROGRAMA E RESUMOS

    28 de julho de 2015 Instituto de Fsica

    Universidade de So Paulo So Paulo - SP

    TeHCo

    Universidade de So Paulo Instituto de Fsica TeHCo PROFIS

  • FICHA CATALOGRFICA

    Universidade de So Paulo, Instituto de Fsica Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias. Caderno de Programa e Resumos. -- So Paulo: Instituto de Fsica - USP, 2015. I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias: Caderno de Programas e Resumos, 28 de julho de 2015, So Paulo. / Org. Kawamura, M. R. D., Gurgel, I., Tomizaki, K., Watanabe, G., Ribeiro, R. A. -- So Paulo: Instituto de Fsica, 2015. 1. Cincias - Estudo e Ensino I. Instituto de Fsica da USP. II. Ttulo. III. Ttulo: Caderno de Programa e Resumos.

    CDD

  • TeHCo

    INSTITUTO DE FSICA UNIVERSIDADE DE SO PAULO PROFIS Espao de Apoio, Pesquisa e Cooperao de Professores de Fsica TeHCo Grupo de Teoria e Histria do Conhecimento Cientfico e Escolar

    Comisso Organizadora Profa. Dra. Maria Regina Dubeux Kawamura (IFUSP) Prof. Dr. Iv Gurgel (IFUSP) Profa. Dra. Kimi Tomizaki (FEUSP) Graciella Watanabe (IFUSP) Renata Ribeiro (PROFIS-IFUSP)

    Realizao Instituto de Fsica da Universidade de So Paulo [portal.if.usp.br/ifusp] ProFis - Espao de Apoio, Pesquisa e Cooperao de Professores de Fsica [www.if.usp.br/profis] TeHCo - Grupo de Teoria e Histria do Conhecimento Cientfico e Escolar

    Impresso: Grfica do Instituto de Fsica da USP

    O contedo dos resumos de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias - 28 de Julho de 2015 IFUSP

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    APRESENTAO O socilogo Pierre Bourdieu construiu ao longo de sua trajetria intelectual um

    importante conjunto de reflexes acerca de diferentes campos sociais. Suas obras

    influenciaram diversos intelectuais, internacionais e nacionais, que encontraram, em

    seus escritos, dilogo com os estudos sobre as desigualdades sociais e o entendimento

    das dimenses polticas que perpassam os espaos de lutas. Mais recentemente, no

    Ensino de Cincias, vem crescendo o interesse pelas ideias de Bourdieu, no sentido de

    incorpor-las a diferentes reflexes acerca da educao cientfica e seus mbitos

    sociais.

    A proposta da I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias reunir professores

    da escola bsica e do ensino superior e pesquisadores interessados nessas temticas,

    com o objetivo de estimular um dilogo de aproximao entre eles. Assim, sua

    programao inclui um ciclo de debates e apresentaes de trabalhos que possam

    promover reflexes e novas perspectivas de aprendizagem.

    So Paulo, julho de 2015

    Comisso Organizadora

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    PROGRAMA

    HORRIO PROGRAMAO

    9h00 - 10h30

    ABERTURA Palestra: "Pierre Bourdieu, Educao e Ensino de Cincias"

    Maria Alice Nogueira (UFMG)

    [Auditrio Abraho de Moraes]

    10h30 - 11h00 Coffee Break

    11h00 - 12h30

    MESA REDONDA "Conceitos centrais da sociologia de Bourdieu e a cincia"

    Rosario Silvana Genta Lugli (UNIFESP) Graziela Serroni Perosa (USP)

    Mediao: Kimi Tomizaki (USP)

    [Auditrio Abraho de Moraes]

    12h30 - 14h00 Almoo

    14h00 - 17h00

    Sesses de Comunicaes

    Sesso 1

    [Auditrio Norte]

    Sesso 2

    [Auditrio Sul]

    Sesso 3

    [Sala 202 - Ala II]

    17h00 - 17h30 Coffee Break

    17h30 - 19h00

    MESA REDONDA "As contribuies de Pierre Bourdieu para o Ensino de Cincias"

    Iv Gurgel (USP) Paulo Roberto Menezes Lima Junior (UnB)

    [Auditrio Abraho de Moraes]

    19h00 ENCERRAMENTO

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    SESSES DE COMUNICAO ORAL SESSO 1 - PIERRE BOURDIEU E O ENSINO DE CINCIAS

    [14h00 - 17h00] Auditrio Norte

    14h00

    A EDUCAO EM CINCIAS: CONSTITUIO E ARTICULAES DE UM CAMPO CIENTFICO

    Karla dos Santos Guterres Alves (UFGRS) Jos Cludio Del Pino (UFRGS) Maura Ventura Chinelli (UFF)

    12

    14h20

    APROPRIAES BOURDIANAS NAS LINHAS DE PESQUISA EM EDUCAO EM CINCIAS

    Dirlene Lima Valado (UFJF) Luciana Massi (UNESP)

    13

    14h40 O MOVIMENTO DA ETNOMATEMTICA NO CONTEXTO EDUCACIONAL

    Caroline Mendes dos Passos (UFV) 14

    15h00

    A DIVULGAO CIENTFICA COMO INSTRUMENTO DE PODER: O PAPEL DOS CIENTISTAS NO PROCESSO DE APROXIMAO COM A ESCOLA

    Graciella Watanabe (USP) Maria Regina Dubeux Kawamura (USP)

    15

    15h20

    A LEGITIMIDADE DA EDUCAO EM CINCIAS: VIOLNCIA SIMBLICA OU CONQUISTA PEDAGGICA?

    Tlio Ferneda (UFSCar)

    16

    15h40

    INSIDERS: A DROMOCRACIA CIBERCULTURAL E O HABITUS NO ENSINO DE CINCIAS E INOVAO TECNOLGICA NO MUSEU BRASILEIRO

    Janaina Cardoso de Mello (UFS/UFRJ)

    17

    16h00

    EDUCAO CIENTFICA PARA A EMANCIPAO: REFLEXES A PARTIR DE DILOGOS ENTRE A SOCIOLOGIA DE PIERRE BOURDIEU E O ENFOQUE CINCIA-TECNOLOGIA-SOCIEDADE (CTS)

    Lus Fernando Marques Dorvill (UERJ/FFP) Adrian Evelyn Lima Henriques (UERJ/FFP)

    18

    16h20

    ENSINO DE EVOLUO E CRIACIONISMO: IMPORTNCIA DE CONCEITOS DA SOCIOLOGIA DE PIERRE BOURDIEU PARA O ENSINO DE CINCIAS E BIOLOGIA

    Lus Fernando Marques Dorvill (UERJ/FFP) Sandra Lcia Escovedo Selles (UFF)

    19

    16h40

    ENSINO DE CINCIAS E A FORMAO DE CAMPOS DE SABER NA VISO DE FOUCAULT E BOURDIEU

    Margarethe Born Steinberger-Elias (UFABC) Vandr Kopcak (UFABC)

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    SESSO 2 - PIERRE BOURDIEU E A FORMAO DE PROFESSORES

    [14h00 - 17h00] Auditrio Sul

    14h00

    FORMAO CONTINUADA DE PROFESSORES SUPERVISORES DE ESTGIO SUPERVISIONADO DE CINCIAS BIOLGICAS

    Ana Ceclia Romano de Mello (UFPR) Ivanilda Higa (UFPR) Everton Ribeiro (UFPR)

    22

    14h20

    A SOCIOLOGIA EDUCACIONAL DE PIERRE BORDIEU E O ENSINO DE CINCIAS NATURAIS DESENVOLVIDO POR BOLSISTAS PIBID

    Natlia Ferreira Dias (UNIFESP) Marilena Rosalen (UNIFESP)

    23

    14h40

    INFLUNCIA DA HERANA CULTURAL NO PERFIL DE ALUNOS INGRESSANTES NA USP

    Carla Alves de Souza (USP) Maria Regina Dubeux Kawamura (USP)

    24

    15h00

    EVASO E PERMANNCIA NUM CURSO DE LICENCIATURA EM FSICA

    Everton Ribeiro (UFPR) Ivanilda Higa (UFPR) Ana Ceclia Romano de Mello (UFPR)

    25

    15h20

    A FORMAO DO PROFESSOR COMO UM INSTRUMENTO ESTRATGICO NO CAMPO DA MATEMTICA

    Jos Vilani de Farias (IFRN)

    26

    15h40

    HABITUS NA FORMAO DE PROFESSORES: BOURDIEU, LAHIRE, PERRENOUD E TARDIF

    Luciana Massi (UNESP)

    27

    16h00

    A FORMAO DE PROFESSORES DE CINCIAS NO BRASIL COMO CAMPO DE DISPUTAS

    Elisabeth Barolli (UNICAMP) Alberto Villani (USP)

    28

    16h20

    TENSES SIMBLICAS: PERSPECTIVAS DA DOCNCIA APS O 29 DE ABRIL

    Ana Paula Giacomassi Luciano (UEM) Vernica Klepka (UFTM)

    29

    16h40

    A REPRODUO SOCIAL EM UM CURSINHO POPULAR: TRABALHANDO COM HISTRIA DA CINCIA E SE DEFRONTANDO COM A EVASO

    Gabriel Matos Chaves de Almeida (UNICAMP)

    30

    17h00 FORMAO DE PROFESSORES DE FSICA ENTRE DISTINTOS HABITUS

    Srgio Choiti Yamazaki (UEMS) 31

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    SESSO 3 - PIERRE BOURDIEU E A EDUCAO

    [14h00 - 17h00] Sala 202 - Ala II

    14h00

    IMPLICAES DA NOO DE CAMPO INTELECTUAL NA TRAJETRIA PROFISSIONAL DE PROFESSORES UNIVERSITRIOS

    Carmem Silvia da Fonseca Kummer Liblik (UFPR)

    34

    14h20

    O AMBIENTE ESCOLAR COMO VIA DE TRANSMISSO HETERODOXA DO HABITUS ENXADRSTICO NO SUBCAMPO ESPORTIVO DO XADREZ BRASILEIRO

    Jssica dos Anjos Janurio (USP) Renato Francisco Rodrigues Marques (USP)

    35

    14h40

    ANLISE SOCIOLGICA DAS INFLUNCIAS DO ENADE NA PRTICA DOCENTE UNIVERSITRIA

    Leandro Gonalves Martins (ESAMC - Santos)

    36

    15h00

    O DIREITO E A NATUREZA AMBIVALENTE DO CAPITAL JURDICO-SIMBLICO DOS ADVOGADOS E JUZES BRASILEIROS

    Luiz Carlos de Souza Junior (FDSM)

    37

    15h20

    REPRESENTAES DE GNERO NOS ESPAOS PBLICO E PRIVADO: EDUCAO E DOMINAO SEGUNDO PIERRE BOURDIEU

    Angela Limongi Alvarenga Alves (USP)

    38

    15h40

    COMPORTAMENTO E ATITUDE DOCENTE: O HABITUS EM PIERRE BOURDIEU COMO POSSIBILIDADE DE MUDANA SOCIOEDUCACIONAL

    Jos Flvio da Paz (FPA/UNIMAR) Nstor Ral Gonzlez Gutirrez (UNIMAR)

    39

    16h00

    EDUCANDO POR MEIO DAS LINGUAGENS MUSEAIS: UMA REFLEXO SOBRE O CURSO "AES MULTIPLICADORAS: O MUSEU E A INCLUSO SOCIOCULTURAL" DA PINACOTECA DO ESTADO DE SO PAULO

    Flvia dos Santos Oliveira Gama (USP)

    40

    16h20

    O CONCEITO DE HABITUS DE BOURDIEU E A FORMAO DE UMA IDENTIDADE JESUTICA

    Giovana Massaretto da Silva (USP)

    41

    16h40

    CONCEITOS DE BORDIEU EM UM MAPA CONCEITUAL

    Regiani Magalhes de Oliveira Yamazaki (UFSC) Srgio Choiti Yamazaki (UEMS)

    42

  • RESUMOS [SESSO 1 - PIERRE BOURDIEU E O ENSINO DE CINCIAS]

  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias - 28 de Julho de 2015 IFUSP

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    A EDUCAO EM CINCIAS: CONSTITUIO E ARTICULAES DE UM CAMPO CIENTFICO

    Karla dos Santos Guterres Alves (UFRGS) [email protected] Jos Cludio Del Pino (UFRGS) [email protected] Maura Ventura Chinelli (UFF) [email protected]

    Este trabalho tem por escopo compreender constituio estrutural do campo cientfico da

    Educao em Cincias atravs da caracterizao da articulao entre os seus componentes

    constitutivos. Atravs de um estudo terico, baseado em reviso bibliogrfica sobre o tema,

    foi identificado que o campo cientfico da Educao em Cincias constitudo por dois

    subcampos ou campos disciplinares que interagem e se retroalimentam, ao mesmo tempo

    sendo independentes entre si. O campo metacientfico de Didtica das Cincias realiza estudos

    epistemolgicos e o campo disciplinar de Ensino de Cincias os estudos antropolgicos e

    praxiolgicos sobre o ensino, a aprendizagem e a formao docente para disciplinas cientficas.

    Concluiu-se que estudos sobre a estrutura do campo cientfico de Educao em Cincias

    podem contribuir para a construo da autonomia do campo e o avano do conhecimento na

    rea.

  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias - 28 de Julho de 2015 IFUSP

    13

    APROPRIAES BOURDIANAS NAS LINHAS DE PESQUISA EM EDUCAO EM CINCIAS

    Dirlene Lima Valado (UFJF) [email protected] Luciana Massi (UNESP) [email protected]

    Esse trabalho parte de uma pesquisa em andamento parcialmente publicada,nesse sentido, o

    presente trabalho tem como objetivo apresentar qualitativamente a apropriao da teoria de

    Bourdieu nas linhas de pesquisa da rea de Educao em Cincias. Os trabalhos encontrados

    atravs do levantamento bibliogrfico foram agrupados conforme o forma de apropriao do

    autor. Na categoria Apropriao do Modo do Trabalho reconhecemos sua vinculao

    diferentes linhas de pesquisa da rea. Assim, podemos inferir que atravs da sub diviso das

    pesquisas em linhas temticas foi possvel traar semelhanas nos temas, como tambm

    visualizar a multiplicidade dos temas. A respeito do uso do referencial terico de Bourdieu,

    podemos destacar como possibilita uma matriz conceitual ampla para as pesquisas na rea de

    Educao em Cincias, criando a possibilidade de emergir no prprio campo, confrontos,

    avanos e pesquisas com um perfil muito crtico e de alta relevncia para rea.

  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias - 28 de Julho de 2015 IFUSP

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    O MOVIMENTO DA ETNOMATEMTICA NO CONTEXTO EDUCACIONAL

    Caroline Mendes dos Passos (UFV) [email protected]

    Este trabalho apresenta os resultados parciais de uma pesquisa de doutorado que tem como

    objetivo observar como a etnomatemtica se insere na educao, tendo como perspectiva

    metodolgica e de anlise a teoria de Bourdieu. Por estarmos tomando como base as

    formulaes bourdieusianas (BOURDIEU, 1996, 2004), buscaremos focalizar em uma filosofia

    da ao que rompe com o discurso acadmico. Nesse contexto, a etnomatemtica ser

    considerada como um movimento que caminha em direo sala de aula. Um movimento

    incorporado por uma forma de pensar a matemtica e que, por isso, pressupe a aceitao de

    regras e o estabelecimento de alianas que nem sempre corroboram com os fundamentos

    preconizados pela corrente a que se pretende estudar. Nessa perspectiva, vamos observar

    alguns agentes mobilizados e as estratgias e articulaes por eles utilizados que propiciaram,

    quando no, a insero da etnomatemtica na sala de aula, uma agenda de discusso em

    torno do tema e suas relaes com o ensino de matemtica.

  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias - 28 de Julho de 2015 IFUSP

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    A DIVULGAO CIENTFICA COMO INSTRUMENTO DE PODER: O PAPEL DOS CIENTISTAS NO PROCESSO DE APROXIMAO COM A ESCOLA

    Graciella Watanabe (USP) [email protected] Maria Regina Dubeux Kawamura (USP) [email protected]

    A divulgao cientfica um dos possveis instrumentos de aproximao entre cientistas e a

    sociedade, ganhando, nos dias atuais, importante papel na construo de parcerias entre

    escola e universidade. Dentre essas aes, esto atividades que buscam apresentar o trabalho

    cientfico atravs de atividades de cunho educacional. Nesse sentido, pretende-se discutir

    elementos implcitos que essas aes prticas esto trazendo para as interaes entre escola e

    cientistas: instrumentos ideolgicos e capitais simblicos, como fontes de supremacia do

    campo cientfico. Para compreender tais dimenses, proposta a anlise dos discursos de

    cientistas que produzem o evento Masterclasses Hands On do CERN, atravs de entrevistas

    cedidas para a tese de doutoramento do qual esse trabalho faz parte. Em especial, busca-se

    compreender como fsicos europeus e brasileiros esto tratando as aes de divulgao e

    como esses objetivos dialogam com a imposio da legitimidade do campo cientfico. Por outro

    lado, apresentam-se as percepes dos alunos participantes do evento, com o intuito de tratar

    os sentidos que esto sendo negociados nessa interao. Em funo de tal debate, pretende-se

    defender a divulgao cientfica como uma ao constituda na fronteira entre campos e que

    possa compreender as relaes de poder e, ao mesmo tempo, promover as interaes

    dialgicas objetivadas pelas pesquisas em educao cientfica. Para tanto, sero analisados os

    conceitos de fronteira como frente, fronteira que separa e fronteira que une, como

    instrumentos reflexivos que conduzem percepo de uma divulgao cientfica que possa

    promover o dilogo e a produo coletiva de saberes institudos na aproximao com o outro.

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    A LEGITIMIDADE DA EDUCAO EM CINCIAS: VIOLNCIA SIMBLICA OU CONQUISTA PEDAGGICA?

    Tlio Ferneda (UFSCar) [email protected]

    Neste trabalho, apresento algumas consideraes tericas, reflexes e questionamentos a

    respeito do sentido do ensino de cincias na escola. Fao esse movimento com base na

    perspectiva da teoria de Bourdieu para o sistema de ensino, em particular sua obra A

    Reproduo. Focalizo a noo de violncia simblica na educao, e busco problematizar a

    legitimao do ensino de cincias frente aos estudantes. Para tanto, proponho pensarmos em

    dois modos de legitimao: o modo reprodutivo, proveniente de uma sujeio dos alunos

    frente s estruturas do sistema de ensino, e o modo significativo, proveniente de uma adeso

    espontnea ou conquistada junto aos educandos. Levanto algumas questes-chave para a rea

    de pesquisa no ensino de cincias, a respeito da relao entre os modos de legitimao e as

    condies da educao escolar, sejam estas marcadas por fatores estruturantes internos ou

    externos escola. Em sntese, busco problematizar variados aspectos do currculo do ensino de

    cincias, em termos de sua legitimidade.

  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias - 28 de Julho de 2015 IFUSP

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    INSIDERS: A DROMOCRACIA CIBERCULTURAL E O HABITUS NO ENSINO DE CINCIAS E INOVAO TECNOLGICA NO MUSEU BRASILEIRO

    Janaina Cardoso de Mello (UFS/UFRJ) [email protected]

    Esse paper parte de um debate entre a dromocracia cibercultural proposta por Eugnio

    Trivinho (2007) e a epistemologia das obras economia das trocas simblicas (2007) e o

    poder simblico (2002) de Pierre Bourdieu para investigar o ensino de Cincias e Inovao

    Tecnolgica no museu brasileiro. Vivem-se tempos onde a necessidade e a velocidade de

    interatividade tornaram-se um habitus culturalmente construdo, compondo segregaes ou

    possibilidades alternativas. A violncia high tech introjeta-se como uma violncia simblica

    na ordem dos dias para formar dromoaptides requeridas sobrevivncia fsica, psquica e

    virtual num mundo transpoltico. Nesses parmetros o ensino alcana um amplo relevo num

    universo de pensamentos autnomos escassos e mquinas abundantes em seus usos e

    desusos. A excluso tecnolgica assume ares temerosos. Nesse panorama o Museu Paraense

    Emlio Goeldi (MPEG) abordado em sua relao com a produo/difuso e

    instrumentalizao da Cincia e Inovao Tecnolgica junto s comunidades tradicionais

    amaznicas.

  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias - 28 de Julho de 2015 IFUSP

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    EDUCAO CIENTFICA PARA A EMANCIPAO: REFLEXES A PARTIR DE DILOGOS ENTRE A SOCIOLOGIA DE PIERRE BOURDIEU E O ENFOQUE CINCIA-

    TECNOLOGIA-SOCIEDADE (CTS)

    Lus Fernando Marques Dorvill (UERJ/FFP) [email protected] Adrian Evelyn Lima Henriques (UERJ/FFP) [email protected]

    Este trabalho de natureza qualitativa busca gerar reflexes o papel da escola, dos professores

    de Cincias e Biologia e da educao cientfica e tecnolgica na formao de cidados mais

    capazes de mobilizar valores e construir conhecimentos que lhes auxiliem na atuao social

    efetiva. Levando em considerao o potencial do processo de escolarizao tanto para a

    formao de indivduos democraticamente ativos, quanto para a manuteno e reproduo de

    desigualdades sociais, procuramos apresentar reflexes a partir da seguinte questo

    norteadora: Como a articulao entre a perspectiva CTS para o ensino de Cincias e a

    Sociologia de Pierre Bourdieu podem instrumentalizar professores de Cincias e Biologia?

    Justificamos a importncia desta temtica no entendimento de que as reflexes geradas a

    partir desta interao configuram-se como uma poderosa ferramenta de anlise crtica e

    sistemtica da marcadamente assimtrica realidade social em que estamos inseridos.

    Entendemos que a Formao Inicial est longe de suprir todas as necessidades formativas

    daqueles que se graduam, entretanto, acreditamos que o tratamento de questes que

    envolvem aspectos cientficos, tecnolgicos e sociais, como aqueles defendidos pela

    perspectiva CTS para o ensino de Cincias, pode propiciar a estes educadores uma maior

    possibilidade de articular conhecimentos e mobilizar valores favorecendo uma prtica mais

    crtica e contextualizada. Da mesma maneira, acreditamos que a compreenso crtica dos

    diferentes mecanismos envolvidos na reproduo e legitimao de desigualdades que operam

    dentro na sociedade como todo, bem como dentro do processo de escolarizao,

    proporcionado pela Sociologia de Bourdieu, possibilita um maior entendimento a cerca da

    realidade desigual que vivemos.

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    ENSINO DE EVOLUO E CRIACIONISMO: IMPORTNCIA DE CONCEITOS DA SOCIOLOGIA DE PIERRE BOURDIEU PARA O ENSINO DE CINCIAS E BIOLOGIA

    Lus Fernando Marques Dorvill (UERJ/FFP) [email protected] Sandra Lcia Escovedo Selles (UFF) [email protected]

    Este trabalho procura destacar a importncia de conceitos da sociologia de Pierre Boudieu

    como campo, habitus, estratgia e os diversos tipos de capitais como dotados de grande

    relevncia para o ensino de Cincias e Biologia, em funo de seu elevado potencial explicativo

    e grande capacidade de instrumentalizao. Essa relevncia especialmente importante em

    relao ao ensino de evoluo biolgica no cenrio religioso brasileiro das ltimas dcadas,

    caracterizado pelo crescimento vertiginoso do nmero de evanglicos pentecostais,

    especialmente na periferia das grandes metrpoles e sua estreita associao a um forte

    movimento criacionista, inclusive em sua vertente mais moderna, na forma do Desenho

    Inteligente. Enfatizamos a importncia da delimitao dos campos cientfico e escolar como

    poltica no apenas para preserv-los da ingerncia indevida dos criacionistas como tambm

    para garantir a qualidade das aes desenvolvidas no seu interior. A partir de entrevistas com

    licenciandos em Cincias Biolgicas com forte pertencimento religioso procuramos demonstrar

    tambm que a sociologia de Bourdieu possui conceitos e pressupe situaes que podem ter

    como resultado, se implantadas, o potencial de subsidiar alteraes nas vises de mundo de

    nossos alunos, especialmente atravs da promoo de situaes dissonantes com o habitus

    original dos mesmos.A anlise das diferentes possibilidades de acomodao ou rejeio dos

    conceitos cientficos por parte desses alunos parece obedecer a estratgias no calculadas em

    que procuram no se desempoderar. Assim, a aceitao, ainda que parcial, da potencialidade

    explicativa dos conceitos evolutivos no lugar de interpretaes bblicas literalistas, depende

    no apenas de questes de convencimento ou argumentao, mas tambm das suas posies

    nos diferentes campos, sendo menos provvel quando esses alunos ocupam alguma posio

    de destaque no campo religioso ou possuam familiares ou companheiros que o fazem.

  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias - 28 de Julho de 2015 IFUSP

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    ENSINO DE CINCIAS E A FORMAO DE CAMPOS DE SABER NA VISO DE FOUCAULT E BOURDIEU

    Margarethe Born Steinberger-Elias (UFABC) [email protected] Vandr Kopcak (UFABC) [email protected]

    O conceito de campo cientfico, um dos mais importantes introduzidos por Pierre Bourdieu na

    Sociologia da Cincia (Bourdieu, 2003), encontra uma forte afinidade com o pensamento

    foucaultiano sobre a arqueologia dos saberes (Foucault, 2009). A anlise dos discursos

    foucaultiana pergunta quais so as condies de produo que permitem, durante um perodo

    histrico dado, o aparecimento dos objetos de saber. Para Foucault, a unidade de um discurso

    feita pelo espao onde diversos objetos se perfilam e continuamente se transformam, e no

    pela permanncia e singularidade de um objeto (2009:37). Neste espao circulam enunciados a

    princpio dispersos, mas no uma percepo de afinidade que poder lev-los a constituir-se

    como corpus de conhecimentos que supe a mesma viso das coisas (2009:38). A formao

    de campos de saber tais como os que chamamos de a medicina, ou a economia, ou a

    gramtica (2009:42) nasce de um processo de disputas em um espao que operado e que

    opera atravs de enunciados, ou seja, da linguagem. A contribuio de Bourdieu ser decisiva

    ao mostrar que tais enunciados expressam posies que se candidatam verdade, algumas

    prevalecendo, outras sendo suprimidas, at que esta dinmica de luta discursiva possa

    finalmente gerar um campo de saber autnomo. A institucionalizao dos discursos da cincia

    d-se atravs da acumulao de maior capital cientfico por alguns agentes dentro do campo,

    cujas posies passaro a ser tratadas como referncia no ensino formal de cincias aplicado

    ao sistema escolar.

  • RESUMOS [SESSO 2 - PIERRE BOURDIEU E A FORMAO DE PROFESSORES]

  • I Jornada Pierre Bourdieu e o Ensino de Cincias - 28 de Julho de 2015 IFUSP

    22

    FORMAO CONTINUADA DE PROFESSORES SUPERVISORES DE ESTGIO SUPERVISIONADO DE CINCIAS BIOLGICAS

    Ana Ceclia Romano de Mello (UFPR) [email protected] Ivanilda Higa (UFPR) [email protected]

    Everton Ribeiro (UFPR) [email protected]

    Este trabalho faz parte da dissertao de mestrado em andamento com o objetivo de discutir

    as possibilidades de formao continuada do professor supervisor durante o estgio

    supervisionado de Cincias Biolgicas de uma universidade pblica. Para tanto, foram

    realizadas entrevistas com cinco professores supervisores, das quais uma analisada neste

    trabalho. Uma das anlises sugere que ao longo de sua trajetria de formao o habitus do

    professor construdo com disposies para um professor que se percebe em formao e que

    alia a pesquisa ao ensino, o que se relaciona com a sua propenso formao durante a

    superviso de estagirios. Sob contribuies de Bourdieu, percebe-se que se faz importante a

    discusso da trajetria pessoal e profissional dos professores alm das condies objetivas de

    superviso para que sejam feitas propostas de formao continuada no sentido de desenvolver

    maior autonomia profissional do professor supervisor e maior autonomia do campo escolar em

    relao ao campo universitrio.

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    A SOCIOLOGIA EDUCACIONAL DE PIERRE BORDIEU E O ENSINO DE CINCIAS NATURAIS DESENVOLVIDO POR BOLSISTAS PIBID

    Natlia Ferreira Dias (UNIFESP) [email protected] Marilena Rosalen (UNIFESP) [email protected]

    Este trabalho procurou desvelar lgicas intrnsecas reproduo social, presentes no discurso

    da democratizao da educao, na perspectiva do Ensino de Cincias, em especial nas

    prticas pedaggicas desenvolvidas pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciao a

    Docncia (PIBID) - Cincias, do curso de Cincias Licenciatura, da Universidade Federal de So

    Paulo (Unifesp) / campus Diadema. Para tal, adotamos uma metodologia qualitativa de

    participao. Considerando este contexto, participantes do PIBID, desenvolveram aes

    pedaggicas de Cincias no Ensino Fundamental II de uma escola estadual pblica de

    Diadema/SP, considerando a praxilogia de que os estudantes so agentes sociais, no qual so

    indivduos inseridos em um contexto social, numa teia de relaes sociais. Elucubrando o

    mtodo de analise social, baseado na metodologia construtivista estruturalista de Pierre, com

    este trabalho chegamos a algumas concluses como: na sala de aula existiam grupos de

    estudantes que se conferiam o titulo de superiores dado o seu poder de aquisio material e

    de capital; as aes pedaggicas tiveram um carter transformador diminuindo as

    desigualdades em sala de aula ao invs de evidenci-las; e mesmo considerando o contexto

    social, as aes pedaggicas ainda conferiam violncia simblica aos estudantes. Com isso o

    Ensino de Cincias deve buscar superar o discurso da reproduo e legitimar suas aes de

    forma a diminuir as desigualdades no mbito escolar e social.

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    INFLUNCIA DA HERANA CULTURAL NO PERFIL DE ALUNOS INGRESSANTES NA USP

    Carla Alves de Souza (USP) [email protected] Maria Regina Dubeux Kawamura (USP) [email protected]

    A Universidade de So Paulo (USP) realiza todos os anos um processo seletivo ao qual

    concorrem mais de 120 000 candidatos, dos quais pouco mais de 10 000 so selecionados para

    o ingresso em seus diversos cursos. Em que medida possvel que esses exames vestibulares

    expressem tambm uma seleo cultural? Para procurar investigar essa questo, foram

    analisados, comparativamente, os perfis scio-econmicos dos alunos ingressantes em dois

    conjuntos distintos de carreiras, com status sociais especficos. Por um lado, no Grupo I,

    reuniram-se dados de ingressantes para cursarem carreiras como Direito, Engenharia e

    Medicina. Por outro, no Grupo II, ingressantes para alguns cursos de Licenciatura e Pedagogia.

    Foram analisadas caractersticas de alunos desses dois conjuntos, no perodo 2000-2009. Das

    informaes disponveis, foram consideradas: a escolaridade do pai/me, a renda familiar, a

    cor declarada e a instituio em que foi cursado o ensino mdio (pblica/particular). Em

    relao a todos esses aspectos, foi possvel caracterizar um perfil expressivamente diferente

    nos dois grupos. No Grupo I, 70% dos alunos provm de famlias em que os pais tm

    escolaridade em nvel superior ou maior, cursaram escolas particulares e tm renda

    relativamente mais alta. J dentre os alunos do Grupo II, esse mesmo percentual , em mdia,

    inferior a 40%, tm rendas familiares menores e cursaram escolas pblicas. Em conjunto, foi

    possvel constatar o grande peso que a deteno de um capital cultural maior representa no

    processo seletivo, aspecto esse que, quase sempre, tende a permanecer oculto ou implcito.

    Ao mesmo tempo, com esse quadro, fica evidente como a herana cultural gera processos que

    vo perpetuando as estruturas sociais e econmicas.

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    EVASO E PERMANNCIA NUM CURSO DE LICENCIATURA EM FSICA

    Everton Ribeiro (UFPR) [email protected] Ivanilda Higa (UFPR) [email protected]

    Ana Ceclia Romano de Mello (UFPR) [email protected]

    O fenmeno de abandono de curso no Ensino Superior, conhecido como evaso, bastante

    presente no Brasil, ocorre em vrias instituies, independente da regio geogrfica e da rea

    de estudos. Nos cursos de licenciatura as taxas de evaso so alarmantes, em especial no curso

    de Fsica. Nessa perspectiva apresentam-se resultados parciais de uma dissertao que busca

    entender os elementos que favorecem a permanncia dos estudantes num curso de

    Licenciatura em Fsica, a partir do ponto de vista dos discentes de uma universidade federal,

    interpretando esses resultados luz da teoria sociolgica de Pierre Bourdieu. Os elementos

    indicados pelos discentes, atravs de um questionrio, foram distribudos em quatro nveis

    analticos: Estrutural, quando se referem a elementos de ordem social; Institucional, quando

    esto ligados instituio, universidade; Profissional, quando existem relaes com a profisso

    e Pessoal para aspectos individuais dos alunos. Elementos dos nveis analticos Estrutural,

    Institucional e Profissional foram indicados pelos alunos como contribuintes para a evaso e

    elementos dos nveis analticos Institucional, Profissional e Pessoal para a permanncia. Dentro

    os elementos de destaque para a permanncia, encontram-se: Desejo de ser Professor e Fazer

    o que Gosta, de nvel analtico Pessoal. O que nos leva a refletir que para compreenso desse

    fenmeno so necessrias reflexes que no so apenas de aspecto social, mas que se

    completam com essas.

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    A FORMAO DO PROFESSOR COMO UM INSTRUMENTO ESTRATGICO NO CAMPO DA MATEMTICA

    Jos Vilani de Farias (IFRN) [email protected]

    A preocupao com a formao continuada de professores de Matemtica est inserida no

    debate que se trava quando abordamos a melhoria na qualidade do ensino bsico das escolas

    pblicas. O objeto de estudo dessa pesquisa a formao continuada de professores em nvel

    de mestrado, especificamente o Mestrado Profissional em Matemtica em Rede Nacional -

    PROFMAT. Para conhecer e compreender esse mestrado analisaremos os documentos

    constituintes dessa pesquisa: documentos oficiais, questionrios e entrevistas. Para essa

    anlise consideramos os estudos da teoria da prtica do socilogo Pierre Bourdieu,

    principalmente no que diz respeito aos conceitos de campo, capital e habitus; e estudos a

    respeito da formao continuada de professores. Analisaremos o PROFMAT a partir desses

    fundamentos tericos, procurando identificar elementos que caracterizam as relaes,

    tenses, existentes no campo da Matemtica: entre matemticos e educadores, entre a

    matemtica acadmica e a matemtica escolar. Buscaremos identificar os elementos que

    caracterizam os agentes atuantes no PROFMAT, ora como dominados ora como dominantes,

    de acordo com os agentes e as relaes estabelecidas entre eles. Nesse aspecto essa teoria

    sociolgica pode nos oferecer um modelo que nos permita olhar para esse mestrado como um

    instrumento estratgico, ora de subverso, ora de conservao da ordem estabelecida no

    campo da matemtica.

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    HABITUS NA FORMAO DE PROFESSORES: BOURDIEU, LAHIRE, PERRENOUD E TARDIF

    Luciana Massi (UNESP) [email protected]

    As pesquisas sobre formao de professores tm crescido em quantidade e diversidade ao

    longo dos anos, nos quais possvel reconhecer diferentes tendncias. Atualmente as

    perspectivas de valorizao da prtica e do professor como indivduo favoreceram um

    movimento de incorporao das contribuies da Sociologia da Educao de Pierre Bourdieu

    para investigar a formao de professores. Esse movimento se pauta principalmente na

    mobilizao do conceito de habitus por Maurice Tardif e Philippe Perrenoud. Resumidamente,

    para Bourdieu (1983) habitus um sistema de disposies, modos de perceber, de sentir, de

    fazer, de pensar, que nos leva a agir de determinada forma em uma circunstncia dada. Neste

    trabalho, confrontamos duas obras desses autores com os textos de Bourdieu e Lahire sobre

    esse conceito avaliando seu uso e potencialidade. A retomada dos fundamentos da categoria

    habitus, pelo prprio Bourdieu e por Lahire,nos leva a questionar a apropriao conceitual e do

    modo de trabalho operada por Perrenoud e Tardif . Concluindo essa breve anlise,

    acreditamos que se a mobilizao da noo de habitus na formao de professores passvel

    de questionamento, o conceito de disposio nos parece muito mais adequado e frutfero para

    a anlise da formao e do trabalho docente ao permitir analisar prticas dos indivduos que

    no pressupem um sistema homogneo vinculado as classes.

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    A FORMAO DE PROFESSORES DE CINCIAS NO BRASIL COMO CAMPO DE DISPUTAS

    Elisabeth Barolli (UNICAMP) [email protected] Alberto Villani (USP) [email protected]

    As orientaes que a formao de professores na rea de cincias naturais recebeu, no Brasil,

    ao longo dos ltimos 50 anos so focalizadas na perspectiva de explicitar as tenses entre

    grupos que compem esse campo social. Para fins de anlise decidimos considerar

    basicamente quatro posies dentro deste campo ocupadas pelas instituies governamentais

    representantes dos interesses da sociedade e que compreendem instituies como o

    Ministrio da Educao e Cultura, os Conselhos de Educao e as Secretarias de Educao ;

    por duas comunidades de pesquisadores integrantes da instituio cientfica: aquela que

    rene pesquisadores de reas especficas das cincias naturais e aquela constituda mais

    especificamente por pesquisadores da rea de ensino de cincias naturais; e por fim a

    instituio escolar representada pela comunidade de professores. A tese que defendemos

    que o campo da formao de professores, tomado como campo social, em analogia teoria de

    Bourdieu, caracteriza-se por uma tenso constante entre esses agentes que disputam a

    prerrogativa de estabelecer as diretrizes para o campo.

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    TENSES SIMBLICAS: PERSPECTIVAS DA DOCNCIA APS O 29 DE ABRIL

    Ana Paula Giacomassi Luciano (UEM) [email protected] Vernica Klepka (UFTM) [email protected]

    O presente trabalho, no formato de resumo expandido, prope examinar os aspectos polticos,

    sociais e pedaggicos que influenciam a formao e atuao docente na rea de Cincias. Para

    isso, aplicou-se um questionrio aberto cuja temtica explorada correspondeu aos ataques

    truculentos do Estado contra a manifestao dos professores do Estado do Paran ocorridos

    em abril de 2015 em Curitiba. Pautando-se na Anlise Textual Discursiva procurou-se analisar,

    segundo a tica do socilogo Pierre Bourdieu (1930-2002), as categorias de sentido que

    emergiram dos discursos dos sujeitos pesquisados, especificamente alunos de licenciatura em

    Fsica e Professores da Rede Estadual de Ensino em formao continuada. Paralelamente, uma

    reflexo terica quanto os saberes, epistemologias e identidade docentes que lhes orienta e

    subjaz a prtica pedaggica explorada. Observou-se que apesar dos sentimentos de medo,

    indignao e decepo os estudantes de licenciatura pesquisados analisam o embate ocorrido

    no incio deste ano como um motivador para continuar a luta pela educao e pelos direitos do

    trabalhador docente. J os professores da rede estadual analisados encaram com bastante

    pessimismo a atual conjuntura, e traam diferentes perfis ao profissional docente a partir da

    percepo tida da sociedade.

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    A REPRODUO SOCIAL EM UM CURSINHO POPULAR: TRABALHANDO COM HISTRIA DA CINCIA E SE DEFRONTANDO COM A EVASO

    Gabriel Matos Chaves de Almeida (UNICAMP) [email protected]

    Diante da atual situao educacional brasileira, com a escolarizao a nvel fundamental e

    mdio extremamente precarizado, provocando descontentamento de estudantes, professores

    e sociedade o acesso ao ensino superior se torna possvel, para muitos jovens carentes, atravs

    dos projetos de Cursinhos Populares. Projetos de educao no-formal, comumente gratuitos,

    voltados populao de baixa renda, muitas vezes com recortes minoritrios, dos movimentos

    sociais (negro, feminista, campesino, etc.). Nesses projetos, como um todo a trajetria escolar,

    bem como toda a formao experienciada durante a vida desse estudante influenciam em sua

    relao com o ambiente do cursinho. Em um trabalho de pesquisa ao com o objetivo de

    desenvolver a Histria, Filosofia e Sociologia (HFS) da cincia no projeto, observou-se com

    (n=100) estudantes do Cursinho Popular Dandara dos Palmares Campinas, que

    aparentemente a reproduo social em espaos escolares no ocorria, no entanto em anlise

    com a literatura, observamos que esses estudantes evadidos apresentam destinos diferentes

    de acordo com o capital cultural inculcado pela familia.

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    FORMAO DE PROFESSORES DE FSICA ENTRE DISTINTOS HABITUS

    Srgio Choiti Yamazaki (UEMS) [email protected]

    Este trabalho aborda a complexa relao dicotmica existente entre as distintas disciplinas que

    compem os cursos de licenciaturas, particularmente da fsica. O trabalho sustenta que as

    disciplinas das cincias humanas e das cincias da natureza so fundamentadas em habitus

    incongruentes, que obstaculizam compreenses e dilogos entre as reas. Alm disso, a Lei de

    Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) citada como documento que pouco auxilia

    para que haja um todo coerente entre elas, com o objetivo de proporcionar uma formao

    mais eficaz da docncia. A inteno com este trabalho contribuir com uma discusso tendo

    em vista mudanas futuras na disposio dos elementos que compem os currculos de

    licenciaturas de cincias do Brasil. A proposta de discusso vem da preocupao, j disposta na

    literatura da rea, de que a formao didtico-pedaggica presente nos cursos de formao

    inicial de professores insuficiente tanto para o exerccio efetivo profissional quanto para

    pensar o processo educacional.

  • RESUMOS [SESSO 3 - PIERRE BOURDIEU E A EDUCAO]

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    IMPLICAES DA NOO DE CAMPO INTELECTUAL NA TRAJETRIA PROFISSIONAL DE PROFESSORES UNIVERSITRIOS

    Carmem Silvia da Fonseca Kummer Liblik (UFPR) [email protected]

    A noo campo intelectual e campo cientfico, de Pierre Bourdieu pode ser muito

    promissora para pesquisas que problematizam a trajetria profissional de professores e

    pesquisadores universitrios. A respeito das consideraes, sobre o campo intelectual e

    cientfico, somos levados a compreend-lo, em um primeiro momento, como um espao

    neutro, autnomo, meritocrtico e imparcial. Na contramo desta crena, temos como

    objetivo encontrar ferramentas que nos permitem refletir a ideia que, como afirma Bourdieu,

    a cincia neutra uma fico, uma fico interessada. Por no ser neutro, o espao

    universitrio e o campo cientfico necessitam ser analisados como um campo real, tendo em

    vista sua estrutura objetiva dada pelas experincias e relaes simblicas e polticas entre seus

    agentes.

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    O AMBIENTE ESCOLAR COMO VIA DE TRANSMISSO HETERODOXA DO HABITUS ENXADRSTICO NO SUBCAMPO ESPORTIVO DO XADREZ BRASILEIRO

    Jssica dos Anjos Janurio (USP) [email protected] Renato Francisco Rodrigues Marques (USP) [email protected]

    O xadrez uma prtica constituda por processos histrico-estruturais legtimos s normas,

    regras e capitais de disputa prprios do campo esportivo (MARQUES, 2015). Por esta razo,

    caracteriza e configura o subcampo esportivo do xadrez (SOUZA, 2010). Neste, as dificuldades

    que permeiam o enxadrismo profissional em alto rendimento (JANURIO; MARQUES, no prelo)

    contrastam necessidade de democratizao da modalidade. Considerando que a escola

    formal pode se apresentar como um espao promissor para a democratizao do xadrez, tanto

    em uma esfera educativa quanto esportiva, o objetivo deste trabalho foi investigar a

    perspectiva de Grandes Mestres, titulao mxima da modalidade, sobre o potencial do

    ambiente escolar como meio de formao e disseminao do habitus enxadrstico.O grupo de

    participantes abrangeu a totalidade do universo de 11 enxadristas Grandes Mestres do Brasil.

    Os dados foram coletados atravs de entrevistas retrospectivas disponveis no site Clube de

    Xadrez Online (CLUBE DE XADREZ ONLINE, 2014) e analisados pela Teoria Fundamentada

    (STRAUSS; CORBIN, 2008; CHARMAZ, 2009). Os discursos apontaram para duas principais vias

    de transmisso do habitus enxadrstico no interior da sociedade contempornea brasileira o

    ambiente familiar e o ambiente escolar. Entre eles, o ambiente escolar configura-se como via

    de transmisso heterodoxa de formao e disseminao do habitus enxadrstico. Questiona-se,

    entretanto, se a simples oferta desta prtica neste espao seja suficiente para a lgica de

    democratizao e ruptura da doxa instalada. Por esta razo, processos pedaggicos relativos

    ao xadrez no ambiente escolar devem ser alvo de reflexo no sentido de no reforarem

    desigualdades sociais expressas pela carga de capital cultural anterior dos sujeitos (herana

    familiar), mas, sim, como meios didticos para, de fato, democratizar o habitus enxadrstico de

    modo a minimizar a reproduo de esteretipos que favoream sujeitos j favorecidos,

    dotados de um conhecimento anterior e, sobretudo primrio, sobre esta prtica.

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    ANLISE SOCIOLGICA DAS INFLUNCIAS DO ENADE NA PRTICA DOCENTE UNIVERSITRIA

    Leandro Gonalves Martins (ESAMC - Santos) [email protected]

    O objetivo desta pesquisa analisar a influncia do Exame Nacional de Desempenho de

    Estudantes (ENADE), na prtica docente universitria. Visa assim compreender, com uma

    interpretao sociolgica, e dentro do contexto das IES privadas, as principais influncias que o

    SINAES pode trazer para a prtica docente universitria, na percepo dos professores

    pesquisados, expondo a percepo e o entendimento destes sobre o conceito e o escopo do

    ENADE e ainda analisa o que estes tm sentido e alterado s suas prticas, em decorrncia

    desta avaliao externa. Selecionaram-se quatro IES privadas localizadas na cidade de Santos

    SP para serem pesquisadas. Os docentes participantes atuam no curso superior em

    administrao de suas respectivas instituies. A anlise sociolgica do discurso (ASD), baseada

    em Ibez, foi escolhida como tcnica de anlise. Os conceitos de ethos, habitus e campo de

    Bourdieu contriburam na anlise realizada nesta pesquisa, buscando melhor compreender as

    falas e as aes sociais do contexto exposto. Os resultados mostram algumas das percepes

    que os investigados possuem sobre as influncias sentidas provenientes do ENADE, dentre elas

    destacam-se: limitao do conceito de ENADE simples avaliao de alunos; modificaes no

    formato de questes e avaliaes para adequao ao modelo proposto pelo ENADE; e ainda

    mudanas nos planos de ensino e nos contedos programticos por conta desta avaliao. No

    se objetiva concluir, simplesmente, se este modelo avaliativo bom ou ruim para as

    universidades ou os docentes envolvidos, mas sim apresentar que esta avaliao traz

    influncias nas prticas docentes.

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    O DIREITO E A NATUREZA AMBIVALENTE DO CAPITAL JURDICO-SIMBLICO DOS ADVOGADOS E JUZES BRASILEIROS

    Luiz Carlos de Souza Junior (FDSM) [email protected]

    O presente trabalho objetiva analisar, luz da perspectiva terica de Pierre Bourdieu, a

    configurao do campo jurdico brasileiro a partir da concentrao de capital jurdico-simblico

    e da relao de poder simblico que se estabelecem entre juzes a advogados. Atravs do

    mtodo analtico, explicitamos a expressiva tendncia ao conflito e distanciamento que h

    entre os referidos juristas no interior do campo,no qual estes agentes confrontam-se pelo

    monoplio do direito de dizer o direito. Ao longo dos nossos escritos buscamos apresentar

    as noes dos conceitos de campo, capital e habitus desenvolvidos pelo socilogo francs e,

    conjuntamente, desvelar a natureza, os meandros e os resultados do embate ora abordado,

    tendo em vista o acmulo do capital jurdico-simblico e a diviso do trabalho jurdico. Com

    isso, verificamos que a atuao dos aludidos agentes jurdicos, devido natureza ambivalente

    do capital jurdico-simblico, baseia-se no s em exigncias normativas e competncias

    tcnicas, mas em interesses subjetivos que viabilizam somar recursos no alcance do

    reconhecimento que os tornam porta-vozes legtimos dentro do campo. E, diante desse

    cenrio, constatamos que o Direito exerce a funo no s de instrumento de promoo da

    justia, mas configura-se como um meio de manuteno do poder simblico e do status de

    dominante da arena jurdica.

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    REPRESENTAES DE GNERO NOS ESPAOS PBLICO E PRIVADO: EDUCAO E DOMINAO SEGUNDO PIERRE BOURDIEU

    Angela Limongi Alvarenga Alves (USP) [email protected]

    O presente trabalho analisa as representaes de gnero na ocupao dos espaos pblico e

    privado por homens e mulheres e as suas interseces com as prticas educacionais. A viso

    androcntrica do mundo ainda muito presente na contemporaneidade, acaba por conduzir a

    uma tessitura curvilnea das relaes sociais, re-produzidas por discursos etnocntricos e

    retroalimentada pela concepo de inferioridade introjetada no mago das prprias mulheres,

    que acaba sendo (re)produzida pela escola. Nesse sentido, recorre-se ao pensamento de Pierre

    Bourdieu (1995), que percebe a dominao masculina como forma de violncia simblica.

    Atravs dessa perspectiva, Bourdieu compreende o poder que impe significaes,

    legitimando-as, de forma a dissimular as relaes de fora que sustentam a prpria fora.

    Apesar das transformaes no sistema educacional, mais aberto e receptivo diversidade, o

    que se pretende colocar em debate so os discursos reprodutores da dominao masculina na

    escola, seus reflexos na estrutura social, carreada de inflexes culturais normatizadoras e

    naturalizada por discursos sexistas e, por fim, a discusso acerca dos processos educacionais

    atinentes construo de identidades e representaes acerca do masculino e do feminino e

    da ocupao dos espaos pblico e privado por homens e mulheres que deveras relevante,

    permitindo, destarte, a compreenso da prpria sociedade contempornea.

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    COMPORTAMENTO E ATITUDE DOCENTE: O HABITUS EM PIERRE BOURDIEU COMO POSSIBILIDADE DE MUDANA SOCIOEDUCACIONAL

    Jos Flvio da Paz (FPA/UNIMAR) [email protected] Nstor Ral Gonzlez Gutirrez (UNIMAR) [email protected]

    A sociedade contempornea passa por transformaes rpidas e exige dos sujeitos, seja

    profissional ou pessoal, adaptabilidade, aprendizados e apreenses de saberes, conhecimentos

    e informaes necessrias permanncia evolutiva nesse cenrio de partcipes, (re)produtores

    e (re)construtores de condies dignas de estada aqui. A educao no foge a regra e requer

    profissionais ticos e comprometidos com essa possibilidade de transformao social e, para

    tanto, cabe a sociedade, as organizaes e aos agentes se constiturem crticos e capazes de

    formar indivduos igualmente (co)responsveis planetariamente. Todavia, no consciente das

    concepes do habitus em Pierre Bourdieu (1992), comprometem todas essas alternativas de

    interveno. Logo, acredita-se, que uma formao inconsistente compromete a socializao

    dos conhecimentos e, conseqentemente conduz ao fracasso escolar. Esta Comunicao

    objetiva, portanto, analisar prticas docentes luz da teoria do habitus em Bourdieu,

    considerando o papel e a contribuio social do professor e as suas prticas socioculturais

    diante da escola na atualidade, bem como, reafirmar, apesar das dificuldades, o professor

    como agente modelador de indivduos. A pesquisa teve como locus uma escola de ensino

    fundamental privada, localizado na zona norte de So Paulo-SP e, para obter os dados e

    conhecer melhor os docentes da utilizou-se como mtodo de pesquisa a entrevista focalizada

    que to livre quanto a entrevista informal, mas tem como enfoque um tema especfico, neste

    caso a formao docente luz das concepes de Bourdieu.

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    EDUCANDO POR MEIO DAS LINGUAGENS MUSEAIS: UMA REFLEXO SOBRE O CURSO "AES MULTIPLICADORAS: O MUSEU E A INCLUSO SOCIOCULTURAL"

    DA PINACOTECA DO ESTADO DE SO PAULO

    Flvia dos Santos Oliveira Gama (USP) [email protected]

    O trabalho visa analisar o impacto do curso de formao para educadores sociais e

    conseqentemente compreender o processo de democratizao cultural que norteia a poltica

    de incluso sociocultural da Pinacoteca do Estado de So Paulo. Ao tentar promover o

    encontro entre o pblico em vulnerabilidade social e as obras de artes, acredita-se estar

    reduzindo a desigualdade do acesso aos bens e servios culturais. Todavia, alguns autores

    criticam essa abordagem afirmando no ser possvel criar um vnculo profundo e duradouro.

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    O CONCEITO DE HABITUS DE BOURDIEU E A FORMAO DE UMA IDENTIDADE JESUTICA

    Giovana Massaretto da Silva (USP) [email protected]

    A Companhia de Jesus foi uma ordem religiosa extremamente influente em todo o mundo, de

    meados do sculo XVI a meados do XVIII, em considervel medida a partir da efetivao dos

    seus prprios colgios. Dentro dos muros desses colgios era realizada a formao dos futuros

    jesutas, inclusive daqueles que seriam enviados em misses, sendo que a atividade

    missionria foi importante dentro da Companhia de Jesus, j que por meio dela era possvel

    salvar novas almas e disseminar ainda mais a f catlica aspectos indissociveis do

    processo de expanso mercantil e colonial da Europa. Porm, durante as misses os jesutas

    partiam sem a fiscalizao efetiva de seus superiores e, por isso era necessrio garantir um

    controle por meio de uma rede de longa distncia que assegurasse que os jesutas

    desempenhavam suas funes da maneira esperada. Assim, a educao nos colgios da ordem

    e a formao de uma possvel identidade jesutica garantiam que os objetivos traados pelos

    superiores em Roma fossem cumpridos at certo ponto.

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    42

    CONCEITOS DE BORDIEU EM UM MAPA CONCEITUAL

    Regiani Magalhes de Oliveira Yamazaki (UFSC) [email protected] Srgio Choiti Yamazaki (UEMS) [email protected]

    Considerando a obra de Pierre Bourdieu um rico caminho para compreender, problematizar e

    buscar possveis alternativas para transformao e progresso da educao cientfica, este

    trabalho tem como objetivo apresentar um mapa conceitual de alguns dos principais conceitos

    abordados pelo socilogo. Os mapas conceituais podem ser vistos como instrumentos

    didticos com grande potencial para analisar o todo e as partes de um modelo, sistema ou

    teoria. Neste mapa conceitual, utilizamos conceitos centrais de sua obra, como campo,

    habitus, capital, poder, violncia e distino, alm de outros que auxiliam na compreenso de

    seus argumentos, o Desconhecimento Coletivo do Arbitrrio da Criao de Valor (DCA) e

    Denegao. Com a elaborao deste mapa esperamos contribuir com a investigao e a prtica

    de ensino de outros pesquisadores e professores, de instituies que representam os vrios

    nveis de ensino do pas. Tambm temos como expectativa a abertura de um dilogo que

    permita avanos tericos capazes de afunilar entendimentos sobre questes atuais da

    educao cientfica.

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    ANOTAES

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