CADERNO DE RESUMOS DO Número 4 · uma discussão multidisciplinar da saúde em geral e da medicina...

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CADERNO DE RESUMOS DO ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA Ano 2 Número 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Ouro Preto Minas Gerais 2011

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CADERNO DE RESUMOS DO

ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO

DO CURSO DE MEDICINA

Ano 2 – Número 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Ouro Preto – Minas Gerais

2011

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VIII ENCONTRO

DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

João Luiz Martins

Reitor

Antenor Rodrigues Barbosa Júnior

Vice-Reitor

ESCOLA DE FARMÁCIA

Marta de Lana

Diretora

Carla Penido Serra

Vice-Diretora

CADERNO DE RESUMOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS

George Luiz Lins Machado Coelho

Chefe do Departamento

COLEGIADO DE MEDICINA

Márcio Antonio Moreira Galvão

Presidente

27 e 28 de junho de 2011

CENTRO DE ARTES E CONVENÇÕES DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

OURO PRETO – MINAS GERAIS

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CADERNO DE RESUMOS

REALIZAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

COMISSÃO ORGANIZADORA

Professor Dr. Márcio Antônio Moreira Galvão

Professora Dra. Palmira de Fátima Bonolo

Professora Dra. Fabiana Alves Nunes Maksud

Professor Dr. Rodrigo Pastor Alves Pereira

Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)

Acadêmica de Medicina Bárbara Vidigal dos Santos (UFOP)

Acadêmica de Medicina Joyce Carvalho Martins (UFOP)

Acadêmico de Medicina Breno Bernardes de Souza (UFOP)

CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR

Professor Dr. Rodrigo Pastor Alves Pereira

Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)

Acadêmica de Medicina Bárbara Vidigal dos Santos (UFOP)

Acadêmico de Medicina Alessandro de Sousa Veiga (UFOP)

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SUMÁRIO

PREFÁCIO

1 APRESENTAÇÕES ORAIS

Avaliação de ações educativas para a melhoria da qualidade de vida e da

convivência com a dor crônica na ESF Bem Viver – Cachoeira do Campo, Ouro

Preto – MG.

O papel da atenção primaria no diagnóstico tratamento, prevenção e promoção

das principais doenças crônicas do Brasil.

Projeto “Menos sal, mais vida”: ação educativa para o controle da hipertensão e

prevenção de agravantes na estratégia de saúde de Padre Viegas, Mariana – MG.

Mortalidade infantil no município de Ouro Preto caracterizando a população

pediátrica.

Ação educativa sobre verminoses endêmicas na região do PSF-Vida (Cachoeira

do Campo/MG).

Projeto Fala Sério – educação sexual para adolescentes e suas dificuldades de

realização na Unidade Básica de Saúde – Vida, Cachoeira do Campo, distrito de

Ouro Preto – Minas Gerais.

Estratégias educacionais com adolescentes para a vivência da sexualidade e da

atividade sexual segura.

“Fala Sério” - Educação em saúde com adolescentes do distrito de Bandeirantes

em Mariana-MG.

Depressão do idoso.

Projeto de intervenção no Lar São Vicente de Paulo para melhora do quadro

depressivo e da qualidade de vida dos idosos – PSF Alvorada, Ouro Preto –

Minas Gerais.

Atividades educativas e recreativas com grupos de idosos na Estratégia de Saúde

da Família-1 Cabanas em Mariana – MG.

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Transtornos mentais e as estratégias de acolhimento da rede pública de saúde

brasileira.

Curso de medicamentos e urgência/emergência: formação continuada dos

monitores da Comunidade da Figueira, Casa Lar Estrela e APAE – Mariana,

MG. Projeto Acolher na Figueira.

Métodos para o estudo da qualidade de vida de médicos e de estudantes de

medicina.

O controle social do SUS no município de Ouro Preto.

Análise da percepção dos usuários acerca da ESF (Estratégia de Saúde da

Família), no distrito de Cachoeira do Campo – Ouro Preto – MG.

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2 APRESENTAÇÃO DE PÔSTERES

Abdome agudo hemorrágico em paciente com leucemia.

Abordagem inicial do atendimento à urgência do paciente pediátrico com

anemia falciforme.

Acompanhamento e avaliação do risco de um paciente com diabetes e

soropositivo para HIV e hepatite B.

Alterações neuroanatômicas vinculadas ao transtorno do déficit de atenção e

hiperatividade.

Análise anatomoclínica do adenoma hipofisário: estudo de caso.

Análise comparativa da abordagem convencional e videolaparoscópica da

apendicite aguda

Análise comparativa da abordagem convencional e videolaparoscópica da

apendicite aguda

Análise da percepção dos usuários acerca da ESF (estratégia de saúde da

família), no distrito de Cachoeira do Campo – Ouro Preto – MG.

Aplicação de escala de risco familiar e genograma no contexto da disciplina

vigilância em saúde.

Asma em crianças de 0 a 5 anos no PSF Caminhar – Piedade.

Aspectos anatomoclínicos da encefalite letárgica.

Aspectos atuais em cirurgia bariátrica.

Avaliação dos fatores de risco para hipertensão arterial em pacientes cadastrados

em uma unidade básica de saúde de Patrocínio-MG.

Avaliação do risco cardiovascular em pacientes cadastrados no hiperdia – PSF

Bauxita.

Baixo peso infantil: um projeto de manejo e resolução.

Cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais (notes) – realidade

atual.

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Correlações neuroanatômicas, neuroquímicas e clínicas entre a privação

sensorial da visão e o ciclo sono vigília.

Considerações anatomoclínicas do autismo: envolvimento dos lobos temporais.

Considerações anatomoclínicas da plexopatia braquial bilateral: relato de caso

raro.

Déficits neurológicos aumentam o risco de queda em idosos: uma revisão da

literatura.

Diagnóstico diferencial entre o coma, o estado vegetativo persistente e a

síndrome do encarceramento: considerações anatomo-clínicas.

Dinâmica de raciocínio clínico em discussão de casos na disciplina de

semiologia.

Fatores relacionados ao aumento das taxas de cesariana no brasil, suas

consequências e reais indicações.

Geografia médica no Brasil: um perfil histórico e bibliográfico.

Planejamento em saúde: uma intervenção contra a diarréia na escola dó-ré-mi do

bairro Bauxita, Ouro Preto, Minas Gerais.

Prevalência de queixas de incontinência urinária de esforço no pré-parto e pós-

parto imediato em gestantes e púerperas da Santa Casa de Misericórdia de

Patrocínio-MG.

Projeto Saúde em Dia. Grupos operativos como estratégia de educação

em pacientes com diabetes mellitus: relato de experiência.

Projeto Saúde em Dia. O impacto de grupos operativos no controle de diabetes

mellitus.

Promoção da saúde aplicada à hipertensão arterial sistêmica.

Síndrome de Alice no País das Maravilhas.

Síndrome do membro fantasma: bases anatômicas e neurofisiopatológicas.

Teoria da ocupação do espaço-doença: a contextualização da Doença de Chagas

no estado de São Paulo.

Teoria dos fatores de risco de Macmahon aplicada ao uso de drogas por

adolescentes.

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Terapêutica da doença do refluxo gastroesofágico.

Transtorno do Pânico: considerações neuroanatômicas e neuroquímicas.

Uma análise sobre gravidez ectópica.

Visita domiciliar como ferramenta de abordagem em vigilância em saúde.

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PREFÁCIO

Prezados colegas,

O curso de graduação em Medicina da Universidade Federal de Ouro

Preto vem, desde 2007, promovendo a formação de médicos com

visão ampla e integral de sua inserção social e profissional. Para isso,

atua em conjunto com as instituições e serviços de saúde desde a

entrada até aos períodos finais do curso. Como não poderia deixar de

ser, tal interação vem se mostrando profícua na produção de

conhecimentos contextualizados para a melhoria das práticas locais

em saúde. O Encontro Didático-Científico, que nasceu junto ao curso,

tem como objetivo apresentar e discutir a sua produção científica.

Mais ainda, assim fazendo também oportuniza aos seus participantes

a aprendizagem ativa de habilidades caras a profissionais

contemporâneos tais como, a apresentação em público, a confecção

de pôsteres e a discussão de casos e protocolos de cuidado, dentre

outros.

Nos últimos anos, tem crescido o interesse e participação de

professores e alunos de diversas áreas do curso, favorecendo assim a

uma discussão multidisciplinar da saúde em geral e da medicina em

particular. Este caderno de resumos é prova concreta dessa

diversidade e riqueza.

Bom proveito,

Prof. Rodrigo Pastor Alves Pereira

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

AVALIAÇÃO DE AÇÕES EDUCATIVAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E

DA CONVIVÊNCIA COM A DOR CRÔNICA NA ESF BEM VIVER – CACHOEIRA DO

CAMPO, OURO PRETO - MG

Aihancreson Kirchoff Vaz Oliveira

Breno Bernardes de Souza

Liliane Alves Matos

Natália Corrêa de Assis

Nayane Maia Moura

Patrícia Junqueira Resende

Leonardo Cançado Monteiro Savassi

Ana Paula Pereira Carlota

Raphaela Caroline Damas de

Oliveira

Introdução: Qualidade de Vida (QV) é um termo subjetivo e amplo, influenciado por várias

dimensões, que são marcas de sociedades e culturas diferentes. Uma dimensão de grande influência

na QV é a saúde, já que sem ela não é possível sentir-se bem. Dentre as facetas da saúde, as dores

crônicas – dores persistentes por mais de três meses – interferem na QV do indivíduo em vários

níveis, como no psicológico, social, físico e religioso. Os distúrbios orgânicos que levam à dor

crônica não estão bem elucidados e o tratamento farmacológico não é tão eficiente. Assim, seu

tratamento é sintomático e visa restaurar o desempenho e QV do paciente, sendo as atividades

físicas e fisioterápicas uma possibilidade. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida e a convivência

com a dor em pessoas com dores crônicas antes e depois de intervenções realizadas por um grupo

operativo com ensino de técnicas fisioterápicas. Metodologia: selecionou-se 19 participantes com

queixa de dores prolongadas. O grupo teve seis encontros em um espaço reservado para o

ensinamento das técnicas educativas fisioterápicas. No primeiro e no último encontro, foram

aplicados 2 questionários: o WHOQoL-Bref1 e o Brief Pain Inventory

2 (versão reduzida),

destinados a aferir qualidade de vida (nos domínios físico, psicológico, social e ambiental) e

quantificação da dor, respectivamente. Resultados: Quatro indivíduos desistiram e seus dados não

foram incluídos na análise. Os resultados do WHOQoL-Bref, antes e após a ação, sugerem melhora

na QV. No domínio físico, na primeira aplicação, o escore obtido foi 63,23 e, na segunda, 71,93; no

domínio psicológico, na primeira aplicação, o escore foi 61,51 e, na segunda, 70,83; no domínio

social, na primeira aplicação, 65,44 e, na segunda, 75,59; no domínio ambiente, na primeira

aplicação, 67,38 e, na segunda, 72,67. Quanto ao Brief Pain Inventory, a análise dos dados revelou

que, na primeira avaliação, a média da pontuação das questões de dimensão da intensidade da dor

foi 3,77 e, na segunda aplicação, 2,98. Na dimensão da interferência da dor nas atividades gerais, a

média da pontuação das questões na primeira avaliação foi 2,90 e, na segunda aplicação, 2,71. Em

relação ao diagrama corporal do Brief Pain Inventory para a localização da dor, observou-se

diminuição da área de dor dos participantes após a ação educativa. Esta última análise se deu pela

visualização da área corporal colorida em vermelho nos diagramas. Conclusão: A intervenção

educativa do grupo operativo parece ter melhorado a QV das pessoas, bem como reduzido a dor

percebida. É necessário aprofundar a avaliação e ampliar o número de participantes para confirmar

esta hipótese.

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Palavras-chave: dor crônica; qualidade de vida; atividades fisioterápicas.

Referências:

1. FLECK, Marcelo PA et al. Application of the Portuguese version of the abbreviated

instrument of quality life WHOQOL-bref. Rev. Saúde Pública. 2000, v.34, n.2, pp. 178-

183.

2. FERREIRA, Katarine A., TEIXEIRA, Manuel Jacobsen, MENDONZA, Tito R,

CLEELAND Charles S. Validation of brief pain inventory to Brazilian patients with

pain. Support Care Cancer (2011) 19:505–511, 2010.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

O PAPEL DA ATENÇÃO PRIMARIA NO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO, PREVENÇÃO E

PROMOÇÃO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS DO BRASIL.

Christiane Felício Torres

Larissa Lauriano Amaral

Nathália Alves Pedroso

Kassio Lohner Prado

Túlio Henrique Versiani de Oliveira

Palmira de Fátima Bonolo

Introdução: Diabetes e Hipertensão são as principais doenças crônicas da saúde publica

brasileira. Estas doenças representam grande custo econômico para o governo, visto que ambas

demandam altos custos para o seus respectivos tratamentos, além alto custo não econômico para

essas doenças como o impacto da doença nas famílias, amigos e comunidade a qual o portador

pertence. A Atenção Primária possui um importante papel frente a esse quadro. Seus pilares,

prevenção, promoção, diagnóstico, tratamento e reabilitação fazem parte de um conjunto de

intervenções de saúde que devem ser focados para que melhorias frente às doenças crônicas

possam ser atingidas. Portanto, o sistema de Atenção Primária deve ser orientado de forma a

lidar com os problemas educativos, de comportamento, nutricionais e de assistência e cuidado

continuado que estão impulsionando as doenças crônicas, principalmente, a diabetes e a

hipertensão.

Objetivos: Explicitar o papel da atenção primária na prevenção e promoção das principais

doenças crônicas do brasil, estabelecendo parâmetros de comparação de dados nacionais e

regionais, através dos dados do hiperdia.

Discussão: As doenças cardiovasculares representam hoje no Brasil as maiores causas de

mortes. O numero estimado de portadores de diabetes e hipertensão é de 23 milhões. Na região

de Ouro Preto-Minas Gerais, o distrito de Antônio Pereira apresenta o diagnóstico de ambas as

doenças em cerca de 11,9% da população( dados do cadastro do hiperdia). O diabetes mellitus

se configura hoje como uma epidemia mundial sendo um grande desafio para os sistemas de

saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de

estilos de vida pouco saudaveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os

grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes. A carga econômica

dessas doenças produz elevados custos para os sistemas de saúde e da previdência social devido

à mortalidade e invalidez precoces.

Conclusões: A política da atenção primaria a saúde em Minas Gerais vem sendo implantada

através do Programa de Saúde da Família, atuando na prevenção e promoção das doenças

crônicas, através do cadastro do hiperdia. No município de Ouro Preto cerca de 43.3% é

hipertensa, no distrito de Antônio Pereira o cadastro do hiperdia registrou cerca de 96,3% de

hipertensos, 3,7% de diabetes exclusivos e 11,9% de portadores simultaneos dessas doenças.

Palvras Chave: Atenção primária, Hiperdia, doenças crônicas

Referências:

1-RAMIRO, L.P.; ARAUJO, S.A.; CRUZ, T.A.R.; BONOLO, P.F. Paciente de Ouro:Fatores de

Risco em Pacientes Hipertensos na APS. In: XI Congresso Brasileiro de Medicina de Família e

Comunidade, 2011.

2-MINAS GERAIS, Escola de Saúde Pública. Implantação do plano diretor da atenção primária

á saude, 2009.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

PROJETO “MENOS SAL, MAIS VIDA”: AÇÃO EDUCATIVA PARA O

CONTROLE DA HIPERTENSÃO E PREVENÇÃO DE AGRAVANTES NA

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DE PADRE VIEGAS, MARIANA – MG

Guilherme Rezende

Isabella Neiva

Laura Sefair

Laurice Freitas

Michelle Montrezor

Adriana Maria de Figueiredo.

Taís Efigênia de Faria

Introdução: O projeto foi realizado no Posto de Saúde de Padre Viegas, distrito de Mariana –

Minas Gerais, após realização de reunião com a equipe do Posto e análise de dados fornecidos

pela mesma, na qual verificamos, dentre os principais problemas de saúde da população, a

presença de um grande número de hipertensos. Devido a isso, iniciamos um trabalho de ação

educativa focado nesse grupo, sendo que fomos os primeiros acadêmicos a realizarem um

projeto educativo nesse distrito. Objetivos: Iniciar um trabalho de ação educativa, mostrando à

população atendida a importância e a necessidade do auto-cuidado, além da interação com a

equipe do Posto de Saúde e com o grupo operativo na promoção a saúde. Pretendemos, também,

detectar as principais dúvidas a serem esclarecidas em relação à doença e as principais

demandas referentes ao Posto de Saúde, visando direcionar trabalhos futuros.

Desenvolvimento: Foi realizada análise de dados da população cadastrada no PSF, com

posterior separação de quatro grupos de hipertensos, que participariam de dinâmicas em quatro

dias diferentes. Em cada encontro completamos as fichas de hiperdia, coletamos dados

antropométricos e realizamos duas dinâmicas. A primeira, “Dinâmica do Espelho”, foi realizada

para falarmos a respeito da importância de cada um para o projeto e da necessidade do auto-

cuidado. A segunda dinâmica, denominada “Dinâmica da Batata-quente”, consistiu em

perguntas feitas aos participantes a respeito da doença. Assim poderíamos detectar o

conhecimento que eles possuem sobre a hipertensão e a forma com que lidam com ela. Algumas

dúvidas puderam ser esclarecidas durante os encontros. Além disso, abrimos um espaço ao final

das dinâmicas para que cada participante pudesse falar o que aprendeu naquele dia e quais

assuntos gostaria que fossem abordados em encontros futuros. Resultados: A população se

mostrou interessada e receptiva aos encontros. Além disso, se tornou mais informada a respeito

do funcionamento do PSF, o que pode levar a uma maior relação entre ela e a equipe do Posto.

A intervenção contribuiu de forma valorosa para o grupo, pois aprendemos a lidar com pessoas

que possuem conhecimento restrito em relação à doença, melhorando nossa comunicação e nos

acrescentando tanto como indivíduos quanto como acadêmicos. Quanto às demandas

apresentadas pelos participantes, as principais foram a aquisição de glicosímetros para o Posto,

a presença de um fisioterapeuta e o esclarecimento futuro de dúvidas pontuais, como “o que é

colesterol”. Conclusão: A maioria das pessoas desconhece a definição correta da doença.

Porém, quanto às consequências e às formas de controle, mostraram ter um conhecimento

básico, apesar de defasado. De uma forma geral, os participantes não seguem todas as

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recomendações para o controle da hipertensão, mesmo aqueles que mostraram maior

conhecimento. Verificou-se a importância de se iniciar um grupo operativo para estabelecer um

primeiro contato conscientizador com a população, abrindo espaço para realização de trabalhos

futuros. É importante, também, o empenho da equipe em atrair a população para as atividades

educativas. Existe dificuldade em se obter resultados altamente eficazes, pois muitas pessoas já

possuem pensamentos e opiniões pré-formadas e difíceis de serem mudadas.

Palavras- chave: hipertensão, Padre Viegas, prevenção.

Referências:

1. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção a saúde do adulto:

hipertensão e diabetes. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. p.198. Disponível em:

<http://www.saude.mg.gov.br/publicacoes/linha-guia/linhas-

guia/LinhaGuiaHiperdia.pdf />. Acessado em 09 de mar. 2011.

2. ZIMERMAN, D. E. & OSORIO, L .C. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre,

1997: Artes Médicas.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

MORTALIDADE INFANTIL NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO

CARACTERIZANDO A POPULAÇÃO PEDIÁTRICA

Fabiana Paula Bueno da Silva

Fernanda de Faria Mariano

Maria Júlia Martins Mourão

Mariana Gonçalves Teixeira

Renata Barbosa Nogueira

Roberta Alves Pereira

Talles Augusto Martins Gomes

Fátima Lúcia Guedes Silva

Introdução: A taxa de mortalidade infantil é uma referência que caracteriza o desenvolvimento

socioeconômico de uma determinada região. A partir deles é possível relacionar as condições de

saúde infantil e as condições socioeconômicas e ambientais da população de um determinado

espaço de convivência. Em Ouro Preto, as taxas foram analisadas pelo grupo e identificadas

como altas em relação ao aceitável pela OMS(10 mortes para cada mil nascimentos). A

mortalidade infantil por causas evitáveis é uma problemática de ordem mundial que atrai cada

vez mais as atenções das áreas de saúde, e por isso, é relevante propor algumas soluções.

Objetivos: Caracterizar a população pediátrica de Ouro Preto considerando a mortalidade

infantil e propor subsídios para políticas públicas. Realizar uma comparação entre dados

nacionais e do município, estudando os fatores determinantes que culminam na mortalidade

infantil de Ouro Preto. Metodologia: Estudo retrospectivo e descritivo, utilizando dados

fornecidos ou divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto, pelo Painel de

Monitoramento de Mortalidade Infantil e Fetal do Ministério da Saúde (DataSUS), e pelo

Comitê de Prevenção de Óbitos Maternos e Infantis da Microrregião de Itabirito. Resultados: A

partir da análise numérica dos dados, nota-se que os índices de mortalidade infantil no

município de Ouro Preto, por mais que se identifique no decorrer das últimas décadas uma

melhora, encontram-se ainda indesejáveis dentro dos parâmetros da OMS. Os óbitos neonatais

precoces são os mais significativos nessas taxas. Em 2009, por exemplo, foram registrados 13

óbitos em 796 partos e destes, seis eram neonatos precoces, perfazendo, portanto, quase 50% da

amostra. Conclusões: A caracterização da população pediátrica dentro dos parâmetros de

mortalidade permite identificar as necessidades ou falhas do sistema de saúde e a partir disso,

sugerir políticas públicas com objetivo de sanar esses problemas. O investimento em saúde

materna, por exemplo, envolvendo a atenção primária, promovendo o acompanhamento pré-

natal é fundamental para uma gestação saudável. Além disso, a infraestrutura para neonatos

precoces e o acompanhamento pediátrico durante os partos (Portaria 031/SAS-MS) são

condições que devem ser seguidas para contribuir para a melhora dos índices do município.

Palavras-chave: Mortalidade infantil; população pediátrica; neonatos precoces.

Referências:

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1. Painel de monitoramento da Mortalidade infantil e fetal. Disponível em:

<http://svs.aids.gov.br/dashboard/mortalidade/infantil.show.mtw>. Acesso em: 16 de

junho de 2011.

2. GUERRA, Adriana. Comitê de Prevenção de Óbitos Maternos e Infantis da

Microrregião de Itabirito. Itabirito, Junho de 2011. (Comunicação Oral)

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

AÇÃO EDUCATIVA SOBRE VERMINOSES ENDÊMICAS NA REGIÃO DO PSF-

VIDA (CACHOEIRA DO CAMPO/MG)

Bryan Ferraz Freitas

Jordan Mariano de Souza Araújo

Mariana Augusta Sacramento Sobral

Marcos Santana Firme

Marcos Vinicios Rasmussen

Leonardo Cançado Monteiro Savassi

INTRODUÇÃO: As verminoses apresentam, ainda hoje, uma ameaça à saúde da

população brasileira, principalmente nas zonas rurais, sendo responsável por

significativo número de intervenções curativas nos centros de saúde brasileiros. A

prevalência de uma dada parasitose reflete deficiências de saneamento básico, nível de

vida, higiene pessoal e coletiva, sendo a educação uma ferramenta de combate a essas

doenças. OBJETIVO: Fazer dos estudantes do CAIC disseminadores de conhecimento

sobre as principais verminoses que acometem a sua região (ascaridíase, teníase,

cisticercose, oxiurose e esquistossomose), por meio de uma ação educativa lúdica,

visando prevenir a transmissão das doenças aos alunos e às pessoas de seu convívio.

MÉTODOS: Foi desenvolvida uma palestra na qual se utilizou vídeos, gravuras e

textos didáticos para tornar a apresentação mais envolvente e facilitar a compreensão

dos estudantes. O CAIC foi o local escolhido para a atuação do grupo. Com o intuito de

concretizar a temática trabalhada, obtivemos parasitas provenientes dos laboratórios de

parasitologia e zoologia do Departamento de Ciências Biológicas da UFOP. A fim de

verificar o aprendizado com a intervenção, foi montada uma dinâmica, na qual os

alunos foram divididos em grupos que deveriam montar o ciclo de uma das parasitoses.

RESULTADOS: Ao termino da oficina e da dinâmica, pode-se dizer que o do

conhecimento grupo de alunos foi consolidado, pois os alunos corretamente

identificaram os ciclos na atividade lúdica. DISCUSSÃO: A oficina e a dinâmica

ocorreram no auditório da escola que possui capacidade para se trabalhar com as duas

salas do sétimo ano na data em que não estava prevista a ocorrência de nenhuma

paralisação dos professores da rede municipal. As conversas paralelas foram um

empecilho durante a apresentação da oficina devido ao grande número de alunos

(aproximadamente 60). As paralisações escolares e a paralisação dos técnico-

administrativos da UFOP impediram-nos de cumprir as mesmas oficinas com as turmas

do oitavos anos. Também não podemos atribuir essa concretização do saber à oficina ou

às aulas ministradas pelo professor de ciências ou a ambos. CONCLUSÃO: Para

afirmar se a ação educativa foi efetiva ou não com os alunos do CAIC e tornar os

estudantes disseminadores de conhecimento é preciso um trabalho contínuo em

conjunto com a escola por um período prolongado. Seria interessante também a

realização de uma palestra para conscientizar os pais dos estudantes e as cozinheiras

escolares da comunidade sobre os perigos dessas verminoses e como evitá-las, já que

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esses são os responsáveis pela preparação dos alimentos, principal via de contaminação

de verminoses.

Palavras-chave: verminoses, atividade lúdica, ação educativa.

Referências:

1. FREI, Fernando; JUNCANSEN, Camila; RIBEIRO-PAES, João Tadeu.Levantamento

epidemiológico das parasitoses intestinais: viés analíticodecorrente do tratamento

profilático. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n.12, Dec. 2008 . Available

from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

311X2008001200021&lng=en&nrm=iso&gt;.access on 20 June 2011. doi:

10.1590/S0102-311X2008001200021

2. FERREIRA, Glauco Rogério; ANDRADE, Carlos Fernando Salgueirosa. Alguns

aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais e avaliação de uma

intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP. Rev. Soc. Bras. Med.

Trop., Uberaba, v. 38, n. 5, Oct. 2005. Available from

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-

86822005000500008&lng=en&nrm=iso&gt;. access on 20 June 2011. doi:

10.1590/S0037-86822005000500008.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

PROJETO FALA SÉRIO – EDUCAÇÃO SEXUAL PARA ADOLESCENTES E SUAS

DIFICULDADES DE REALIZAÇÃO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE – VIDA, CACHOEIRA

DO CAMPO, DISTRITO DE OURO PRETO – MINAS GERAIS

Gabriel Guandalini

Gustavo Resende Furtado

Joyce Carvalho Martins

Marília Fontenelle e Silva

Naline Silva Jaques

Leonardo Savassi

Norberto José dos Reis

Introdução: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) desenvolvido

no primeiro semestre de 2011 na Unidade Básica de Saúde- UBS Vida, em Cachoeira do

Campo, distrito de Ouro Preto, Minas Gerais teve como foco o desenvolvimento de

intervenções com a faixa etária adolescente. Para isso, levantou-se as principais necessidades da

comunidade e, por meio de depoimentos de profissionais da área de saúde e de educação e pelos

dados fornecidos pela UBS, verificou-se a relevância da intervenção. Criou-se o Projeto Fala

Sério que abordaria o tema sexualidade, tendo como local de atuação a Escola Munipal

Professra Haydée Antunes, e como público-alvo os alunos do sexto ano do Ensino Fundamental.

Durante a intervenção, foram encontradas dificuldades para a realização do Projeto planejado,

que mudou, no decorrer do processo, a forma de abordagem e as atividades pretendidas pelo

grupo. Assim, decidiu-se incluir a discussão desses empecilhos na temática do trabalho.

Objetivos: Acrescentar informações acerca do tema sexualidade em sua abrangência aos

adolescentes da escola, de modo que esses possam fazer suas próprias escolhas a partir do que

lhes foi passado; desmitificar preconceitos e quebrar tabus a respeito do tema apresentado;

expor as principais dificuldades em se desenvolver atividades de intervenção no programa PET-

Saúde. Desenvolvimento: Inicialmente foi planejado uma intervenção educativa com aulas e

dinâmicas expositivas com os alunos do sexto ano da escola sobre o tema sexualidade. A

abordagem tangeria os aspectos biológico e psicossocial, buscando não se limitar ao conceito

puramente técnico. Conheceu-se os alunos do sexto ano, por meio de dinâmicas e conversas

informais que introduziram o tema. Realizou-se posteriormente aula expositiva diferenciando os

aspectos envolvidos com a temática e finalizou-se a intervenção com a cartilha “Sexualidade e

Saúde”, que conteria assuntos que não foram abordados nas aulas e incentivaria a procura dos

adolescentes pelo posto de saúde, sendo esta distribuída na escola e na UBS. Durante a

execução do Projeto, o atraso do transporte responsável por levar o grupo à UBS, as diversas

paralisações que ocorreram nas Escolas Municipais de Ouro Preto e os conflitos de opiniões

entre UBS, o grupo e a escola sobre a abordagem do tema com os alunos surgiram como

problemas e provocaram mudanças no cronograma, inviabilizando ações do grupo e mudando a

forma de intervenção direta com os adolescentes. Resultados: Não houve uma forma de

mensurar a efetividade da ação realizada, já que o número de intervenções com os alunos foi

insuficiente. Dessa forma, fez-se necessária a confecção de uma cartilha informativa como

intervenção indireta na faixa etária proposta. Ressaltou-se a complexidade de se desenvolver

ações que envolvam educação em saúde. Conclusão: Trabalhar o tema sexualidade com

adolescentes é de suma importância para garantir a qualidade de vida dos jovens; há inúmeras

barreiras que podem surgir no desenvolvimento de um projeto do PET-Saúde sendo que

algumas delas fogem da esfera de resolução do grupo; é possível contornar eventualidades e

ainda assim realizar algum tipo de ação para a comunidade.

Palavras-chave: sexualidade, ação interventiva, problematização.

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Referências: TAQUETTE, S. R. Sexualidade na Adolescência. Portal virtual do Ministério do Saúde, 2005.

CALAZANS, G. Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. Ed.

Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2005.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS COM ADOLESCENTES PARA A VIVÊNCIA

DA SEXUALIDADE E DA ATIVIDADE SEXUAL SEGURA .

Fernanda Souza Pereira

Geysa Carvalho Mendes Silva

Janaína Drumond Rocha Fraga

Marcelo Pinto Maciel

Marina Letícia Massote Couto

Viviane Felício da Cunha Rodrigues

Leonardo Cançado Monteiro Savassi

Deivison Lopes Alves da Silva

Identificação do Problema: A sexualidade é um tema de importância pelas circunstâncias

das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e ao aspecto psicossocial que a envolve. A

iniciação sexual de adolescentes é precoce¹, e 26% das meninas de 15 a 24 anos já

engravidaram, sendo esta gravidez indesejada para 40% delas2. A iniciação sexual não se

acompanha de cuidados com a anticoncepção e prevenção de DST. Objetiva-se neste estudo

promover a educação sexual para adolescentes visando conscientizá-los sobre os riscos da

vida sexual, DST, métodos contraceptivos e incentivar a procura pela Equipe de Saúde da

Família (ESF) para orientação sexual. Cenário: O trabalho desenvolve-se com alunos do 9º

ano escolar, na faixa etária de 13 a 17 anos, da Escola Municipal Juventina Drummond

sobre cuidados para a vida sexual saudável. Sua unidade de saúde de referência é a ESF

Andorinhas, que atende cerca de 5.000 pessoas de Morro Santana e Morro da Queimada.

Desenvolvimento: Foram utilizados métodos pedagógicos verbais, com aulas expositivas

sobre os Sistemas Reprodutores e DST; intuitivos, pela demonstração dos métodos

contraceptivos através de modelos artificiais; e ativos, por grupos de discussão e

apresentação pelos alunos da escola. Realizaram-se cinco encontros com participação ativa

dos alunos. A temática desenvolvida foi: sistemas reprodutores feminino e masculino,

métodos contraceptivos, aspectos gerais das DST, seguidos de um encontro de fechamento.

O trabalho sofreu influência de greves da UFOP e dos servidores municipais. Uma

dificuldade percebida pelo grupo foi trabalhar a sexualidade sem incentivar a vida sexual,

sendo esta também uma preocupação compartilhada pela escola. Resultados. Ao final dos

encontros, a maioria dos alunos demonstrou conhecimento do conteúdo proposto de

maneira expositiva. Conclusão: Questões sobre DST e gravidez indesejada são importes e

muitas vezes ignoradas ou raramente expostas de maneira clara para adolescentes. É

aconselhavel que a orientação sexual para adolescentes inicie-se no lar, onde a própria

família pode desvendar mitos e esclarecer dúvidas. Projetos e campanhas no âmbito escolar

também podem conscientizá-los acerca da sexualidade. Estas abordagens podem minimizar

o contágio por DST e a ocorrência de gravidez indesejada.

Palavras chaves : Saúde do Adolescente, Educação Sexual, Doenças Sexualmente

Transmissíveis;

Referências:

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1. FURLANI, Jimena. Sexos, sexualidades e gêneros: monstruosidades no currículo da

Educação Sexual. Educ. rev. [online]. 2007, n.46, pp. 269-285. ISSN 0102-4698. doi:

10.1590/S0102-46982007000200011.

2. CANO, M.A.T.; FERRIANI, M.das G.C. Sexualidade na adolescência: um estudo

bibliográfico. Rev.latino- am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

“FALA SÉRIO” - EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ADOLESCENTES

DO DISTRITO DE BANDEIRANTES EM MARIANA-MG

Douglas Donadone Soares

Pauline Dias Soares

Rodrigo Magno

Vinícius Chinellato L. de Carvalho

Adriana Maria de Figueiredo

Silvia Vilaça

Caroline M. Magalhães

Janaína Bartelega

Maria Gabriela R. Madeira

Natália Carvalho

Thales Miranda Sales

Introdução: A falta de oportunidade para construir e concretizar um projeto de vida pode levar

o jovem a um futuro menos promissor, podendo ocasionar problemas sociais como alcoolismo,

violência doméstica, drogadição e diminuição da expectativa de vida. Com base na necessidade

da população jovem em ter uma melhor perspectiva de vida, assim sendo capazes de ter

condições melhores de vida e trabalho, foram realizadas atividades com pré-adolescentes e

adolescentes do 6º ao 9º ano da E. E. Cônego Mauro de Faria, da comunidade de Bandeirantes,

distrito de Mariana-MG, através do PET-Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho em

Saúde) em associação com a disciplina de Práticas em Serviços de Saúde II, do curso de

Medicina. Objetivos: Estimular o senso crítico nos jovens participantes e aumentar o

conhecimento de temas como sexualidade, afetividade, higiene, autoestima, entre outros.

Desenvolvimento: Sob a temática da melhoria da perspectiva de vida dos alunos, sexualidade e

doenças sexualmente transmissíveis, foram realizadas dinâmicas, grupos de discussão e

exposições dialogadas. Conclusões: A partir do trabalho desenvolvido com os alunos da escola

em questão verificamos um grande interesse dos mesmos para com os temas discutidos durante

os encontros, o que nos revela a necessidade dessas reflexões ao longo da formação dos jovens.

Os alunos puderam ainda sugerir outros temas, o que poderá ser utilizado em futuros projetos a

serem desenvolvidos pelo PET-Saúde, na comunidade dos Bandeirantes, assim como em outros

locais.

Palavras-chave: Adolescentes, sexualidade, escola.

Referências:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Atenção Básica. Saúde na escola – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 96 p.: il. –

(Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica; n. 24)

2. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção à saúde do adolescente: Belo

Horizonte: SAS/MG, 2006. 152 p.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

DEPRESSÃO DO IDOSO

Aline Ferreira Ricieri

Gabriella Noronha Frois

João Luís de Freitas

Maria Gabriela Ribeiro Madeira

Natália Cristina Carvalho de Souza

Samuel Silva Ferreira

Dra. Ana Maria Lopes de Figueiredo

Introdução: A depressão em idosos caracteriza-se como uma síndrome heterogênea quanto à

etiologia e às manifestações clínicas. As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de

um conjunto amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e

abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. Os pacientes e seus familiares nem sempre são

capazes de identificar os sintomas apresentados como decorrentes de um quadro depressivo.

Tais sintomas ainda podem ser confundidos com tristeza ou até mesmo como uma tentativa de

chamar a atenção dos familiares. Objetivos: O grupo teve como objetivo evidenciar a

dificuldade de a sociedade como um todo perceber que a depressão do idoso é uma doença

perigosa e frequente, que pode provocar danos psicológicos e ate mesmo a manifestação de

problemas fisícos. Tentamos ressaltar que a prevenção ainda é a melhor alternativa, devido à

dificuldade de administrar medicamentos, já que esses geralmente são de alto custo e podem

causar efeitos colaterais, que podem agravar doenças pré-existentes. Discussão: A análise de

situações como aposentadoria, luto, perda do status social, perda da capacidade de realizar

atividades rotineiras, podem desencadear um quadro de depressão, que muitas vezes é

negligenciado por médicos e familiares que podem interpretar os sintomas como uma

consequência natural do envelhecimento. Conclusões: Ao analisar o impacto positivo de

projetos como o RecriaVida de Mariana, que visa melhorar a qualidade de vida dos idosos,

concluímos que a criação de mais programas voltados para a promoção da saúde mental e física

destinados a essa faixa etária são de fundamental importância para a prevenção e para o

tratamento eficaz da depressão do idoso. Porém, não se deve excluir a importância da

participação da família na percepção dos sintomas, no estímulo à prevenção e nos cuidados com

o tratamento.

Palavras-chave: depressão do idoso, envelhecimento, diagnóstico

Referências:

1. Cançado,F .A. Noções Práticas de Geriatria. Belo Horizonte,1994. Coopmed Editora.

2. Guimarães, R.M; Cunha, U.G.V. Sinais e Sintomas em Geriatria, 2ª Edição. Editora Atheneu.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

PROJETO DE INTERVENÇÃO NO LAR SÃO VICENTE DE

PAULO PARA MELHORA DO QUADRO DEPRESSIVO E DA

QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS – PSF ALVORADA, OURO

PRETO – MINAS GERAIS

Rafael Resende do Vale

Filipe Vidica Teodoro Barcelos

Leonardo Augusto Panzera

Taylla Mendes

Prof. Dr. Leonardo Savassi

Maria Luiza Introdução: Graças à transição demográfica, o número de idosos está crescendo

enormemente. Esse fato, com certeza, é motivo de comemoração. Mas, ele também traz

vários problemas, cujo principal é uma nova procura por atendimentos médicos, pois os

idosos necessitam de um atendimento especial. Atendimento este que é voltado para as

peculiaridades dos idosos, incluindo as doenças que mais os acometem: doenças

cardiovasculares, doenças cérebro–vasculares, câncer, artrite, diabetes e transtornos

mentais, sendo a depressão o principal. No caso da depressão, o número de idosos afetados

torna-se ainda maior se analisarmos os que foram abandonados pelas famílias. Segundo

vários estudos, os idosos institucionalizados são os que mais sofrem de depressão. Por isso,

surgiu o interesse do grupo de trabalhar em um asilo para tentar melhorar esse quadro

depressivo. O asilo escolhido foi o Lar São Vicente de Paulo, localizado no bairro Cabeças,

aonde residem 65 idosos, sendo a maioria dependente para atividades de vida diárias básicas

e alguns apresentando características depressivas. Objetivos: É importante salientar que

esse projeto de intervenção é um projeto de longa duração (2 anos), e que foi designado para

nosso grupo apenas a aplicação e análise dos questionários que avaliam os quadros

depressivos nos idosos. Dessa forma, o objetivo específico do grupo foi: avaliar os quadros

sugestivos de depressão nos idosos no início da intervenção. E o objetivo geral do projeto é:

tentar melhorar o quadro depressivo e a qualidade de vida dos idosos. Metodologia: Antes

de iniciarmos a aplicação dos questionários, foi necessária a aplicação do TCLE (Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido) com os idosos participantes. Depois disso, iniciamos

então a aplicação das Escalas Geriátricas de Yesavage e de Whoqol, que avaliam os quadros

depressivos em idosos e o Índice de Katz, que avalia a dependência para atividades de vida

diárias básicas. Com o termino da aplicação dos questionários, iremos iniciar as

atividades/dinâmicas com os idosos. E ao fim do projeto, iremos aplicar os questionários

novamente para avaliar se houve alguma melhora no quadro depressivo dos idosos

participantes. Resultados: Os questionários foram aplicados com 34 idosos. A análise das

escalas que avaliam os quadros sugestivos de depressão mostrou que 23 idosos estão

normais, 5 apresentam indícios de quadros depressivos leves e 6 apresentam provável

depressão severa. A análise do Índice de Katz mostrou que 23 idosos são independentes, 2

são parcialmente dependentes, 1 é dependente e 8 são totalmente dependentes para

atividades de vida diárias básicas. Nós buscamos ainda uma relação entre os dois

questionários e observamos que os idosos dependentes para atividades de vida diária básicas

possuem os maiores índices de depressão dentre os outros idosos do asilo. Conclusão: A

partir da análise dos questionários foi observado que os idosos do Lar São Vicente de Paulo

confirmam a tese de que idosos institucionalizados possuem maiores índices de depressão, o

que acaba justificando os objetivos da nossa intervenção no asilo, ou seja, a intervenção se

faz necessária no asilo, como já esperávamos. Esperamos agora por meio das atividades

trazer algum benefício à vida dessas pessoas.

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Palavras-chave: depressão, idosos institucionalizados e intervenção.

Referências:

1. CHELONI, C. F. P., PINHEIRO, F. L. S., FILHO, M. C., MEDEIROS, A. L.

Prevalência de depressão em idosos institucionalizados no município de

Mossoró/RN segundo escala de depressão geriátrica (Yesavage). Expressão,

Mossoró, 34(1-2); p. 61-73; jan.-dez.-2003.

2. GAZALLE F. K. et al. Sintomas depressivos e fatores associados em população

idosa no sul do Brasil. Rev. de Saúde Pública, 38(3), p. 365-71, 2004.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

ATIVIDADES EDUCATIVAS E RECREATIVAS

COM GRUPOS DE IDOSOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA

FAMÍLIA-1 CABANAS EM MARIANA – MG Bárbara Alves Salgado Costa

Camila Biazussi Damasceno

Maíra Lopes Xavier

Mirla Fiuza Diniz

Nícolas Santos de Oliveira.

Adriana Maria de Figueiredo

Kássia Castro Correa

Introdução: A área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família-1 (ESF-1) localizada em

Marina- MG, ilustra a tendência demográfica brasileira de envelhecimento da população, já que

apresenta um número relativamente grande de idosos adscrito e ainda não oferece opções de

lazer ou atividades educativas no contexto da saúde desse grupo etário. Objetivo: Melhorar a

qualidade de vida dos idosos, promover a aproximação entre os integrantes do grupo operativo e

a unidade de saúde, através de atividades recreativas e educativas. Metodologia: Os idosos

foram divididos em três grupos, de aproximadamente 20 integrantes, para possibilitar maior

contato e maior atenção a cada um deles. Visando conhecer melhor as preferências do grupo

atendido pelo projeto, foi elaborado um questionário para ser aplicado no primeiro encontro.

Após o primeiro contato, os dados obtidos pelos questionários serviram de base para o

planejamento das atividades subseqüentes. Os grupos operativos seriam reunidos,

aproximadamente, uma vez por mês e contarão com atividades educativas e recreativas

desenvolvidas previamente pela equipe do PET-Saúde. Resultados: Nos três encontros

realizados podemos perceber a boa aceitação e interesse dos integrantes do grupo. Com isso

espera-se que os nossos objetivos de melhorar a qualidade de vida dos idosos, de intrui-los para

o auto-cuidado e aproxima-los da unidade de saúde sejam alcançados. Conclusão: A boa

aceitação dos idosos pelas atividades desenvolvidas pela equipe do PET-Saúde demonstra que

existe a necessidade do desenvolvimento de programas voltados para a atenção a essa faixa

etária, visando a melhoria da qualidade de vida dessa crescente população.

Palavras-chave: Atividades educativas e recreativas, Idoso e Atenção Básica de Saúde.

Referências:

1. Garrido, R. e Menezes, P. R. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por uma

perspectiva epidemiológica. Rev Bras Psiquiatr 2002;24(Supl I):3-6.

2. Ministério da saúde. Cadernos de atenção básica: envelhecimento e saúde da pessoa

idosa. Brasília, DF; 2006

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

TRANSTORNOS MENTAIS E AS ESTRATÉGIAS DE

ACOLHIMENTO DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE BRASILEIRA

Amanda Freire Vieira

Heloisa Cirilo Sousa

Raquel Domingos da Costa

Waleska Brito Rabelo

Wanessa Torres Bernardes

Professor Dr. Márcio A. Moreira Galvão

Professor Hugo Alejandro Cano Prais

Introdução: Transtornos mentais acometem a população brasileira e tornam-se mais comuns a

cada dia. Foi pensando nesse assunto que o grupo escolheu abordar três doenças muito

frequentes, como: o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que é um transtorno de

ansiedade caracterizado por obsessões; a Síndrome do Pânico, que se manifesta com uma

ansiedade em pico; e o Transtorno Bipolar do Humor, que se caracteriza por variações extremas

de humor. Objetivo: O projeto tem como objetivo buscar uma maior compreensão sobre o

assunto, bem como um maior conhecimento sobre o suporte oferecido a esses doentes pelo

sistema público de saúde e a atitude da sociedade com relação aos doentes. Metodologia:

Foram realizadas pesquisas sobre os distúrbios abordados e também a sua relação com o sistema

de saúde público brasileiro, com enfoque na cidade de Ouro Preto. Especialistas foram

entrevistados e posteriormente realizou-se um questionário com a população para se conhecer o

grau de informação acerca do assunto. Resultados: O questionário mostrou que é de

conhecimento da maioria da população as três doenças abordadas (sendo a Síndrome do Pânico

do conhecimento de todos), como também pessoas que tiveram pelo menos uma delas. Com

relação à ajuda que essas pessoas procurariam, houve várias sugestões, sendo a ajuda de

psicólogo e/ou psiquiatra a mais comum. Além disso, a grande parte dos entrevistados acredita

que o SUS não está preparado para receber os doentes e que a população possui preconceito

com essas pessoas.Conclusão: Após realização do trabalho, chega-se à conclusão que a

população apresenta um breve conhecimento das doenças, pois ainda desconhece alguns

aspectos relacionados a esses distúrbios, tais como o diagnóstico e seu tratamento. Apesar de o

SUS apresentar em sua estrutura um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), a população

acredita que esse sistema não esteja preparado para atender os doentes, uma vez que ela não

conhece esse serviço que é pouco divulgado.

Palavras-chave: Transtornos mentais; Centro de Atenção Psicossocial (CAPS); Sistema

Público de Saúde (SUS).

Referências:

1. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_caps.pdf.

Acessado em 18/06/2011.

2. AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial, 2.ed.,Rio de Janeiro,2008.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

CURSO DE MEDICAMENTOS E URGÊNCIA/EMERGÊNCIA:

FORMAÇÃO CONTINUADA DOS MONITORES DA COMUNIDADE

DA FIGUEIRA, CASA LAR ESTRELA E APAE – MARIANA, MG

PROJETO ACOLHER NA FIGUEIRA Bárbara Vidigal dos Santos

Keilly Fonseca e Andrade

Lillian Guimarães de Faria

Lívia do Ó e Souza

Luiza Fagundes Lima

Rafaela Carvalho Gersanti

Rayanna Mara de Oliveira Santos Pereira

Thales Miranda Sales

Adriana Maria de Figueiredo

Márcio Antonio Pereira Galvão

Célia Maria Fernandes Nunes

Naiara Alves

PET-Pedagogia

Pollyana Zadra Valadares

Ricardo Luis Narciso Moebus

Identificação do problema: O despreparo dos cuidadores de deficientes de diversas

instituições de Mariana-MG para lidar com situações cotidianas que exigem atendimento de

urgência/emergência e administração de medicamentos. Cenário: A Lei de Diretrizes e Bases

da educação número 9394 prevê a introdução de portadores de necessidades especiais no ensino

regular, desde que amparados por profissionais especializados. Na Comunidade Figueira, que

assiste deficientes físicos e mentais, os cuidadores não possuem conhecimento específico de

noções básicas de urgência/emergência e do uso de medicamentos. Outra dificuldade dessa

instituição é a competição entre os cuidadores que compõem a equipe. Desenvolvimento:

Realizamos visitas de campo para diagnóstico das necessidades da Comunidade Figueira, como

o déficit de capacitação para lidar com crises convulsivas, com desmaios, com superdosagem de

medicamentos e outras intercorrências. Com auxílio de profissionais de saúde do Previne de

Mariana, elaboramos um curso de primeiros socorros na forma de quatro estações: desmaio

visto e engasgo; desmaio encontrado e parada cardiorrespiratória; crise convulsiva, crise

conversiva e febre; ferimentos e queimaduras. Durante o curso, os cuidadores tiveram

oportunidade de colocar em prática o conteúdo aprendido. Confeccionamos, junto ao PET-

Pedagogia, uma apostila para esse curso, como posterior fonte de consulta. Para abordar a

questão da superdosagem de medicamentos, recebemos informações do professor de psiquiatria

da Universidade Federal de Ouro Preto sobre as classes de medicação utilizada pelos deficientes

da Comunidade Figueira. O curso de medicamentos foi ministrado na forma de palestra com

auxílio do professor Márcio Galvão, na qual abrimos espaço para discussões sobre

superdosagem, bem como para relatos vivenciados pelos cuidadores. Além de auxiliar na

apostila, o PET-pedagogia nos ajudou a montar a programação do dia dos cursos: o cronograma

das atividades e as dinâmicas de integração e confiança para tentar resolver a desagregação da

equipe da Figueira. No dia dos cursos, também foi ministrada uma palestra sobre o que é

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deficiência, pelo sociólogo Ubiratan Vieira. Ao fim do dia, distribuímos aos participantes

questionários nos quais constavam questões sobre a relevância e a efetividade dos cursos

realizados. Principais resultados: Constatamos que os cuidadores demonstraram desenvoltura

em grande parte dos procedimentos básicos de primeiros socorros ensinados. O curso de

medicamentos suscitou muitas discussões e relatos de casos, propiciando uma boa integração do

grupo, assim como as dinâmicas. Identificamos, através dos questionários, uma boa aceitação

do curso e o desejo de estendê-lo a outras instituições. Conclusões: As apresentadas pelos

cuidadores puderam, em sua grande parte, ser sanadas por meio das instruções que fornecemos.

Dessa forma, é evidente que o trabalho realizado por uma equipe multiprofissional consegue ter

um impacto significativo. Vê-se, além disso, que projetos como este são o primeiro passo para a

educação permanente em saúde, pois esta se constrói a longo prazo e com a troca de saberes

entre profissionais e a população.

Palavras-chave: Curso de medicamentos; Curso de urgência/emergência; Despreparo dos

cuidadores.

Referências

1. FRAME, Scott. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado

2. BRASIL 1996, Lei de Diretrizes e Bases

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

MÉTODOS PARA O ESTUDO DA QUALIDADE DE VIDA DE

MÉDICOS E DE ESTUDANTES DE MEDICINA Ana Luiza Martins Reggiani

Bruno de Araújo Pinheiro

Gabriela Oliveira Leopoldo

Jéssica Almeida Horta Duarte

Lígia de Oliveira Barros

Luísa Martino Avelar

Adriana Maria de Figueiredo

Gustavo Meirelles Ribeiro

Introdução: Trabalho desenvolvido a partir de uma revisão literária tem como propósito

analisar a importância da qualidade de vida dos estudantes de medicina e dos médicos,

investigando sobre a dificuldade de se definir um conceito para a qualidade de vida e os seus

métodos de avaliação (quantitativos e qualitativos). Objetivos do estudo: Visamos uma futura

pesquisa sobre a Percepção da qualidade de vida dos estudantes de medicina da Universidade

Federal de Ouro Preto. Métodos: Revisão literária como a primeira parte do nosso trabalho,

tendo em vista que precisamos de maiores estudos no assunto para continuar com o projeto.

Discussão: A qualidade de vida tem sido analisada por meio de diferentes instrumentos de

acordo com a finalidade das pesquisas tais como (citar whoqol, IDH e ets.), mostrando-se

temática de relevância , mas de complexidade ainda não plenamente delineada, o que justifica a

construção de estratégias diferentes e complementares para sua análise. Qualidade de vida é

uma noção eminentemente humana, trata-se de uma síntese cultural de todos os fatores que

determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. É um termo dotado de

relatividade, mesmo dentro de uma mesma sociedade, uma vez que dependente de

conhecimentos, experiências e valores adquiridos não só em coletividade, mas também

individualmente. O curso de medicina é marcado por inúmeros fatores geradores de estresse que

podem influenciar a qualidade de vida do estudante. Para sobreviver a tantos desafios, é

necessário que haja adaptação e mudança de estilo de vida, porém nem sempre essas alterações

são benéficas. Conclusão: O desgaste profissional do médico, devido à falta de tempo, aos

estressores acadêmicos, à sobrecarga de trabalho, fadiga e privação de sono e tempo para lazer,

se reflete na sua vida pessoal, provavelmente em maior medida do que ocorre em outros ofícios.

Palavras-chave: Qualidade de vida, Estudantes de Medicina, Médicos, Saúde

Referências:

1. SEIDL, Eliane Maria Fleury; ZANNON, Célia Maria Lana da Costa. Qualidade de vida

e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.

20, n. 2, Apr. 2004 . Available

from<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X20040002

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00027&lng=en&nrm=iso>. access on 21 June 2011. doi: 10.1590/S0102-

311X2004000200027.

2. RAMOS-DIAS, João Carlos et al . Qualidade de vida em cem alunos do curso de

Medicina de Sorocaba PUC/SP. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 34, n.

1, Mar. 2010 . Available

from<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100550220100001000

14&lng=en&nrm=iso>.ccess on 14 Sept. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-

55022010000100014.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

O CONTROLE SOCIAL DO SUS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO

Wanderley Souza

Christian Gomes Cardoso

Viana

Rodrigo Vilela Venturra

Keyla Aline de Souza Duarte

Luiza Lima

Sílvio Vassão

Andre Silva Groberio

Palmira de Fátima Bonolo

Introdução:O embasamento para a propositura do controle social do Sistema Único de Saúde

(SUS) no município de Ouro Preto está contido na constituição federal de 1988, , na Lei

Orgânica da Saúde e a resolução nº 333, do Conselho Nacional de Saúde. A legislação citada

preconiza o envolvimento da população no controle social do sistema de saúde como forma de

exercício da cidadania, e mecanismo estratégico na garantia do direito à saúde, fundamentado

na democratização do poder decisório no SUS1.Desde o movimento da reforma sanitária, no

início da década de 1970, a participação popular assumiu importante papel na saúde coletiva,

em que os conselhos de saúde vêm convergindo como instâncias de ação política, para

transformar e reconstruir, democraticamente, o espaço público e as relações entre a sociedade

civil e o poder público. Os conselhos facilitam a disseminação de uma cultura participativa

própria de uma comunidade cívica que encontra na justiça, na solidariedade, na equidade, na

confiança e na tolerância seus princípios fundamentais. Estudos têm demonstrado entraves para

a efetiva participação da sociedade civil nos conselhos de saúde, além de uma diversidade no

modo de funcionamento nos municípios brasileiros2. Entrevistas com pessoas envolvidas no

conselho de saúde da cidade de Ouro Preto e análise da legislação municipal 18/98 nos revela

uma noção dos desafios encontrados, e as possibilidades apresentadas para uma efetiva

participação popular no SUS. Objetivo: Diante das perspectivas expostas, o trabalho ora

apresentado tem como objetivo analisar a estrutura e atuação do conselho de saúde de Ouro

Preto nas decisões na área da saúde, destacando os aspectos de previsão legal, além da

legitimidade, representatividade, autonomia, organicidade, permeabilidade, visibilidade e

articulação. Discussão: Embora implementado e atuante, o conselho municipal de saúde de

Ouro Preto, apresenta algumas dificuldades no seu efetivo papel, principalmente em relação a

divergências da legislação municipal e a legislação federal. Dos aspectos analisados, todos

apresentam deficiências, que segundo integrantes do conselho dependem de uma participação

popular mais ampla na formulação e deliberação das políticas públicas, que pode ser feito por

meio de uma articulação entre as Comissões Administrativas de Unidade (CAU) e o conselho e

uma adequação das deliberações da Secretaria de Saúde Municipal com os regulamentos

vigentes. Acrescenta-se, a necessidade de educação permanente dos integrantes do conselho

para que possam atuar de forma a seguir as atualizações legais pertinentes ao exercício de sua

respectiva representatividade.

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Conclusões: Os conselhos de saúde representam uma inovação política institucional e cultural

do SUS, apesar dos imensos avanços propostos em lei, ou seja, participação na formulação e

deliberação das políticas públicas em saúde, ainda se vislumbram muitos desafios e conquistas

aos atores envolvidos na efetivação das futuras ações em políticas de saúde pública, como há de

ser em todo processo democrático e de exercício da cidadania. Ademais, vale ressaltar que o

mero funcionamento regular do conselho não garante que exista efetivo controle social. Sugere-

se que outras análises sejam feitas, como forma de levantar e divulgar aspectos relacionados ao

funcionamento dos Conselhos de Saúde, conduzindo ao fortalecimento do controle social no

SUS.

Palavras-chave: controle social do SUS; participação social; cidadania.

Referências:

1.Brasil, Ministério da Saúde. Saúde no Brasil: desafios e perspectivas. Brasília: Ministério da

Saúde; 1988.

2.Correia MVC. Desafios para o controle social: subsídios para capacitação de conselheiros da

saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2005.

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APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS ACERCA DA ESF

(ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA), NO DISTRITO DE

CACHOEIRA DO CAMPO – OURO PRETO – MG

Catarine Alves Silveira

Cecília Carneiro e Silva

Fernanda Mendes de Oliveira Rossi

Letícia Aparecida de Figueiredo

Lídia Lélis Leal

Mariana Cardoso Gomes Segato

Palmira de Fátima Bonolo

Introdução: O sistema de saúde brasileiro vem desenvolvendo intervenções que buscam maiores e

melhores resultados. Com o Programa Saúde da Família (PSF), o Sistema Único de Saúde (SUS)

passou a incorporar atividades de cunho mais coletivo e abrangente, com o objetivo de gerar um

impacto significativo na qualidade de saúde e de vida da população. Na esfera da atenção básica, a

Estratégia Saúde da Família (ESF), uma ampliação do PSF, busca romper com paradigmas

cristalizados e incorpora novo modo de pensar e agir na perspectiva de mudança e conversão do

modelo assistencial. Além disso, o cuidado deve considerar o princípio da integralidade e usuário é

visto como protagonista. Objetivos: verificar se as pessoas utilizam os serviços da ESF e identificar a

percepção de usuários sobre a atuação da ESF e o nível de satisfação da comunidade, por meio de

métodos qualitativos. Metodologia: Para realizar a pesquisa sobre conhecimento e apreciação sobre a

Estratégia Saúde da Família (ESF), houve participação do grupo numa ação da Secretaria de Meio

Ambiente para os moradores de Cachoeira do Campo, Ouro Preto – MG. Houve alerta sobre o

dengue, brinquedos para as crianças, aferição de pressão e aplicação de questionário com perguntas

semi-estruturadas sobre a ESF. Não houve a assinatura de um termo de consentimento livre e

esclarecido. Apenas perguntava-se às pessoas se elas gostariam de responder algumas perguntas, em

caráter de anonimato, para contribuir para a melhora do atendimento da unidade básica de saúde,

caracterizando uma amostra de conveniência. Resultados Participaram 55 pessoas, sendo a maioria do

sexo masculino (n=34; 61,8%), com média de idade de 56 anos (idade mínima de 24 e máxima de 85

anos); com baixa escolaridade (≤ 8 anos) (n=33; 60%; 41,8% com 1º grau incompleto e 18,2% com o

1º grau completo), variando do 1º grau incompleto até superior completo. A maioria dos entrevistados

conhece a ESF (64,8%) e utiliza a ESF (80%) para diversos tipos de atendimentos (consultas,

vacinação, aferição de pressão arterial, glicemia, preventivo ginecológico, etc.). A maioria recebe

vistas domiciliares (52,7%) principalmente das ACS. As principais sugestões dadas pelos

entrevistados para melhoria da ESF foram maior rapidez de atendimento e de resultados de exames, e

aumento do número de profissionais, incluindo inserção de especialistas. Conclusão Apesar de que a

maioria dos entrevistados tenha afirmado conhecer a ESF, percebe-se que a estratégia ainda não é bem

aceita pela população ou ainda não está bem estabelecida no local, visto que alguns usuários ainda

sugerem a presença de mais especialistas na Unidade de ESF (sendo que as especialidades são

características da atenção secundária). Pode-se atribuir esse fato à recente implantação da ESF e

considerar que os usuários estão passando por um período de adaptação a esse sistema.

Palavras-chave: Estratégia de Saúde da Família, percepção, Sistema Único de Saúde, conhecimento.

Referências:

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1. NEVES, C. F.; CAVALCANTE, J. P. R.; BEZERRA, J. I. A.; PEREIRA, J. F.;

PITTERI, J. S. M.; BARBOSA, M. A. - Percepções da população sobre o programa

saúde da família em Palmas-TO. Revista da UFG, Vol. 6, No. Especial, dez 2004 on

line (www.proec.ufg.br)

2. ARAÚJO, M.F.S et al. (2005) - O Programa de Saúde da Família (PSF) sob a ótica dos

usuários nas comunidades Santa Clara e Alto do Céu em João Pessoa-PB CAOS -

Revista Eletrônica de Ciências Sociais Número 9 –Pág. 1-15

3. SOUZA, E.C.F. et al (2008) - Acesso e acolhimento na atenção básica: uma análise da

percepção dos usuários e profissionais de saúde Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24

Sup 1:S100-S110

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POSTERES

ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO EM PACIENTE COM

LEUCEMIA

Giselle Oliveira Silva

Marco Antônio Marçon

Iure Kalinine Ferraz de Souza

Hugo Correa de Andrade Urbano

Frederico Anselmo

Keyla Chiristy C. Mendes Sampaio

Cunha

Luis Paulo Vilela Lemos Introdução - O termo abdome agudo refere-se a um quadro de dor abdominal súbita de

pouco tempo de evolução, que requer diagnóstico urgente e cujo tratamento, geralmente,

envolve cirurgia. No caso do abdome agudo hemorrágico ocorre dor abdominal de início súbito,

de intensidade moderada, sem sinais de irritação peritoneal importante e com sinais de choque

hipovolêmico diretamente proporcionais à intensidade do sangramento. A Leucemia pró-

mielocítica é um subtipo da Leucemia mielóide aguda, que acarreta em uma redução das três

séries sanguíneas (eritrograma, coagulograma e leucograma), tendo como manifestações

frequentes a anemia, risco aumentado de sangramentos e infecções. Este trabalho apresenta um

caso clínico de abdome agudo hemorrágico em paciente com leucemia pró-mielocítica aguda,

com ênfase nas principais complicações pós-operatórias decorrentes dessa doença. Metodologia

- As informações apresentadas foram obtidas a partir de dados dos registros de internação da

paciente na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Vila da Serra (Nova Lima-MG),

sendo a discussão embasada em revisão da literatura sobre o tema. Resultados - LFAR, 25

anos, gênero feminino, foi submetida a uma laparotomia de urgência após chegada no pronto

atendimento, que identificou cisto ovariano roto e bridas. No pós-operatório imediato foi

admitida com pancitopenia e neutropenia febril, sendo prescrito linezolida, cefepime, ácido

transretinóico (ATRA), e transfusão de concentrado de hemácias e de plaquetas, além de plasma

fresco. Evoluiu com queda dos níveis hematimétricos e derrame pleural à direita no raio-x de

tórax. Hemotórax descartado e síndrome ATRA confirmada após ultrassonografia. Iniciou-se a

quimioterapia, diurético e corticóide. Após 30 dias de internação paciente recebeu alta, mas

voltou ao CTI com quadro de queda do estado geral, febre, palidez cutâneo-mucosa, dispnéia,

taquicardia, sem edema, jugulares planas e presença de lesões sugestivas de mucosite, herpes e

candidíase na cavidade oral. Iniciou com fluconazol e aciclovir, com alta após 60 dias, em bom

estado geral. Encontra-se em recuperação com tratamento quimioterápico. Discussão - É

discutida a redução das células sanguíneas no paciente com leucemia pró-mielocítica aguda,

lembrando-se que o próprio processo quimioterápico também compromete a produção de

hemácias, leucócitos e plaquetas. Isso leva então a um aumento significativo no risco de

sangramentos devido à plaquetopenia e maior risco de infecções devido à leucocitose.

Transfusões de hemácias e plaquetas podem ser usadas como medidas de suporte ao tratamento,

além de antibióticos, mesmo sem se localizar o foco infeccioso. Discute-se ainda o uso do ácido

transretinóico como terapia para Leucemia pró-mielocítica aguda, associado à quimioterapia, e

os efeitos colaterais que podem advir dessa terapia, chamados Síndrome de atra-like. Com a

análise do caso e baseado em dados literários, conclui-se que as possíveis complicações pós-

operatórias em um paciente leucêmico são significativamente mais graves e frequentes, em

comparação com aquelas em pacientes não portadores dessa enfermidade, sendo tal achado de

suma importância em uma abordagem mais específica aos portadores dessa doença.

Palavras-chave: Abdome agudo hemorrágico – Leucemia – Complicações pós-

operatórias

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Referências:

1 – Consenso do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia. Algoritmo no Diagnóstico do

Abdome Agudo. Boletim CBC ed esp; 2006;

2 – Estey E, Dohner H. Acute myeloid leukaemia. Lancet 2006; 368: 1894-907

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POSTERES

ABORDAGEM CLÍNICO-CIRÚRGICA INICIAL DO PACIENTE

QUEIMADO Paula Baccarini

Thaís Marina Batisteli Camêlo

Introdução: As queimaduras estão entre as principais causas externas de morte

registradas no Brasil. Os avanços no atendimento hospitalar têm contribuído para a

sobrevivência de pacientes que sofreram trauma térmico, resultando em redução na

taxa de mortalidade entre vítimas de lesões por queimaduras. O médico deve estar

preparado para o primeiro atendimento deste paciente, ou encaminhamento quando

necessário. Objetivo: O objetivo principal é orientar o médico da atenção primária

sobre a melhor maneira de abordar o paciente para que as seqüelas e danos sejam

minimizados e para que o paciente tenha as melhores possibilidades de recuperação.

Metodologia: Para estudo do tema foram usados livros didáticos e artigos

científicos retirados dos bancos de dados Scielo e PubMed. Desenvolvimento: A

abordagem inicial do paciente queimado deve incluir a avaliação da profundidade,

severidade, localização e extensão da queimadura, a escolha do tratamento

apropriado da ferida e anelgesia adequada do paciente. A literatura apresenta

diversas possibilidades de manejo adequado da dor, proteção do local da ferida e

controle de cicatrizes. Para isso, o médico deve conhecer a anatomia da pele,

fisiopatologia da queimadura, bem como os primeiros cuidados ao paciente vítima

de trauma. Conclusão: A abordagem do paciente vítima de queimadura deve ser

integral e multidisciplinar. O médico da atenção primária precisa estar preparado

para prover os primeiros cuidados e saber quando encaminhar para o centro

epecializado. Deve-se considerar que tratamento do paciente queimado tem como

objetivos principais a manutenção da vida e redução das seqüelas futuras.

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POSTERES

ABORDAGEM INICIAL DO ATENDIMENTO À URGÊNCIA DO

PACIENTE PEDIÁTRICO COM ANEMIA FALCIFORME

Geysla Almeida Carvalhais Mourão

Lídia Lacerda Guimarães

Luciano de Barros Mendes

Marcos Vinícius Pimentel Cardoso

Keila Cristhy C. M. Sampaio Cunha

Introdução: a doença falciforme é o distúrbio hereditário mais comum, sendo um grupo de

alterações caracterizadas pela predominância da hemoglobina (Hb) S: anemia falciforme

(HbSS), HbSC, S-talassemias e outras. A produção da hemoglobina S decorre da troca de um

aminoácido na cadeia β da globina, alterando as propriedades físico-químicas da molécula

desoxigenada. Isso causa a mudança da forma da célula para a de foice, sendo este o principal

mecanismo fisiopatológico. A gravidade varia, mas muitos têm doença crônica e grave,

exacerbada pelas “crises". A morbidade e a mortalidade resultam de infecções, anemia

hemolítica e de micro-infartos decorrentes de oclusão microvascular. De 1998 a 2001, em

1.060.757 exames, foram encontrados 34.765 pacientes com traço falciforme e 811 com doença

falciforme. Objetivo: Explicitar a conduta médica adequada frente às crises de falcização na

criança. Métodos: Consulta bibliográfica de livros, protocolos de centros de referência e bases

de dados do PubMed, Scielo e Cochrane, acerca do manejo das crises infantis. Resultados: Nas

primeiras 2 décadas, os eventos mais comuns são episódios álgicos, síndrome torácica aguda,

acidente vascular encefálico, crise de seqüestro esplênico agudo e infecções. Crises de dor:

níveis de HbF são inversamente relacionados à freqüência. Muitas vezes a dor é tratada em casa

(40% não apresentam dor que justifique ida ao hospital), sendo a freqüência da dor subestimada

pelas idas ao hospital. A dor costuma preceder a síndrome torácica aguda, que pode ocasionar

falência orgânica múltipla. Assim, dor intensa ou contagem leucocitária muito alta ou de

hematócrito muito baixo, exigem mais cuidado. Deve ser tratada com analgésicos em doses

habituais e fixas, via oral e hidratação (1.5 a 2 vezes o valor das necessidades). Se não houver

melhora, o paciente deve ser internado. Infecções: Patógenos mais freqüentes: bactérias

encapsuladas (o pneumococo causa 70%). Outros: Haemophilus influenzae, estafilococos,

neisseria e mycoplasma. Salmonelas podem ser causa de infecção grave, alcançando o sangue

devido à vaso-oclusão intestinal. Menores de 3 anos são mais propensos a septicemias

(mortalidade de 20%) e meningites. Internação nos casos sem localização do foco infeccioso,

para antibioticoterapia venosa. Crise de Sequestro Esplênico Agudo: 2° causa mais comum de

morte em menores de 5 anos, de etiologia desconhecida, mas infecções virais parecem preceder

a maioria. Hospitalização imediata. Correção da hipovolemia com cristalóides, enquanto se

aguarda a transfusão de hemácias. Síndrome Torácica Aguda: tratamento hospitalar, por tratar-

se de complicação complexa, multifatorial, com alto risco de gravidade e complicação. A

1°causa de morte, em qualquer idade. O tratamento visa corrigir hipoxemia, elevação dos níveis

de hemoglobina e redução da HbS. Acidente Vascular Encefálico: principalmente, em pacientes

com HbSS, raro nos com HbSC e Sβ-talassemias. As crianças são mais afetadas (5% a 10% até

os 17 anos). O tratamento é hospitalar. Devem passar por avaliação neurológica. Crise aplásica:

principal causa é o Parvovírus B19, devido ao tropismo pelas células precursoras eritropoiéticas,

que acomete principalmente crianças de 4 a 10 anos. É transitória e o tratamento consiste na

estabilização hemodinâmica por transfusão de hemácias. Conclusão: Hidratação e analgesia são

fundamentais para o manejo das complicações da anemia falciforme. Opióides são necessários

nas crises álgicas graves. O desenvolvimento de centros de referência é necessário, pois tais

centros nos Estados Unidos reduziram a incidência de natimortos, neomortos e prematuridade.

Palavras chave: anemia falciforme, manejo, crises agudas.

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Referências:

1. Protocolo de Atendimento aos Eventos Agudos na Doença Falciforme - Centro de

Educação e Apoio às Hemoglobinopatias (CEHMOB).

2. LEE, G. Richard, BITHELL, Thomas C., FOERSTER, John et al. Wintrobe

Hematologia Clínica. 1.ed. São Paulo: Manole,1998. 2v. 2623p.

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POSTERES

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO RISCO DE UM

PACIENTE COM DIABETES E SOROPOSITIVO PARA HIV E

HEPATITE B Bruno Terra Junho

Cássia Rafaela Leão de Brito

Geizon Souza Barbosa

Guilherme Almeida Maia

Lívia Ferreira Fernandes

Marcos Kamilo de Castro e Fonseca

Mariana Carla Santos Rossini

Nathália Silveira Vieira

Tatiane Rufino Vieira

Palmira de Fátima Bonolo

Introdução: O início da pandemia de HIV gerou um novo paradigma na atenção médica,

demandando para o seu tratamento um esforço conjunto de uma equipe multiprofissional. O

que se observa é que apesar dos imensos avanços e opções farmacológicas, os pacientes ainda

padecem dos graves efeitos colaterais desse arsenal. Assim, uma atenção global aos pacientes é

fundamental e possibilita uma significativa redução da morbimortalidade, além do aumento da

qualidade de vida. Objetivos: Analisar as relações de apoio e vínculo com a equipe de saúde da

área de residência de um paciente diabético, HIV + e co-infectado pelo vírus HBV. Métodos:

Entrevista com o paciente e análise das múltiplas relações envolvidas em sua assistência bem

como avaliação de seu risco. Consulta para monitoramento da diabetes. Resultados: Durante a

entrevista médica foi possível estabelecer o vínculo para assistência ao problema diabetes

apresentado pelo paciente. Além disso, foi possível trabalhar com o paciente e aumentar seu

conhecimento acerca da dieta, cuidados com os pés e possíveis complicações da doença,

aumentando assim o auto-cuidado e co-responsabilidade no tratamento. Conclusões: A

assistência integral e a criação de vínculos entre a equipe de saúde e o paciente constitui

ferramenta imprescindível na melhora da qualidade de vida e diminuição da morbimortalidade.

Palavras-chave: HIV; diabetes; risco.

Referências:

1. COELHO, F. L. G.; SAVASSI, L.C. M. Aplicação de Escala de Risco Familiar como

instrumento de priorização das Visitas Domiciliares. Revista Brasileira de Medicina de

Família e Comunidade.

2. PIRES, A. C.; HIV-AIDS e Diabetes Melito: O encontro de duas epidemias. Sociendade

Brasileira de Diabetes, 8 de Abril de 2010. Disponível em : http://

www.diabetes.org.br/colunistas-dasbd/diabetes-em-evidencia/1277. Acesso em : 20 de

junho de 2011.

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POSTERES

ALTERAÇÕES NEUROANATÔMICAS VINCULADAS AO

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

Marcelo Pinto Maciel

Marcos Vinicios Rasmussen

Loures

Vanessa Cristine Rezende

Guilherme Freitas Bernardo

Ferreira

Luciana Hoffert Castro Cruz

Introdução: O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno

neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda

a sua vida. Caracteriza-se por desatenção, inquietude e impulsividade que são atribuídos, em

parte, a variações neuroanatômicas. As alterações anatômicas presentes nos portadores de

TDAH foram descobertas recentemente e caracterizam-se por modificações no volume cerebral

e presença de anormalidades no tálamo, estrutura diencefálica relacionada com o processamento

de informações motoras, sensoriais e responsável pela ativação cortical difusa. Estudos de

imagem associados ao conhecimento neuroanatômico são fundamentais para o entendimento do

TDAH e de suas alterações morfológicas. Objetivos: Integrar as descobertas neuroanatômicas

aos dados neuroquímicos já estabelecidamente relacionados ao TDAH e relatar as

conseqüências neurológicas advindas do tratamento farmacológico por meio de drogas

psicoativas do sistema nervoso central. Discussão: Estudos anatômicos de pacientes com

TDAH sugerem redução generalizada do volume total do cérebro e cerebelo, enquanto estudos

de neuroimagem funcional sugerem que indivíduos afetados ativam áreas mais difusas do que o

grupo controle durante a execução de tarefas cognitivas. Mais precisamente, as reduções foram

observadas no volume total do cérebro, no córtex pré-frontal, núcleos da base (principalmente o

estriado), córtex cingulado anterior dorsal, corpo caloso e cerebelo. Através de exames de

ressonância magnética foram feitos mapas da superfície do tálamo que revelaram volumes

significativamente menores na região do pulvinar, bilateralmente em jovens com TDAH em

relação ao grupo controle. Volumes menores na região lateral direita e esquerda posterior da

superfície do tálamo foram associados com sintomas predominantes de hiperatividade, enquanto

os maiores volumes regionais na superfície talâmica medial direita foram associadas com

sintomas mais severos de desatenção. A área pulvinar é relativamente alargada em pacientes

tratados com estimulantes quando comparados aos não tratados. Conclusão : O conhecimento

da neuroanatomia encefálica permite melhor compreensão e entendimento da gênese do TDAH

e hiperatividade. Alterações neuroanatômicas são verificadas nos portadores através de

diferentes exames de imagem. Dependendo da área que sofre variação, os sintomas podem ser

mais ou menos graves. A ação medicamentosa tem mostrado bons resultados, como no

alargamento na área pulvinar de pacientes acometidos por esse transtorno.

Palavras chaves : TDAH; alterações neuroanatômicas; exames neuroimagem.

Referências:

1. EMOND, V.; JOYAL, C.; POISSANT, H. [Structural and functional neuroanatomy of

attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD)]. Encephale, v. 35, n. 2, p. 107-14,

Apr 2009. ISSN 0013-7006. Disponível em: <

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19393378 >. Acesso em 4/junho/2011.

2. IVANOV, I. et al. Morphological abnormalities of the thalamus in youths with

attention deficit hyperactivity disorder. Am J Psychiatry, v. 167, n. 4, p. 397-408, Apr

2010. ISSN 1535-7228. Disponível em: <

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20123910 >. Acesso dia 4/juhno/2011.

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POSTERES

ANÁLISE ANATOMOCLÍNICA DO ADENOMA HIPOFISÁRIO:

ESTUDO DE CASO

Isabella Neiva Liboreiro

Laura Rodrigues Sefair

Taylla Mendes Silva

Vinícius Boaratti Ciarlariello

Luciana Hoffert Castro Cruz

Introdução: O adenoma hipofisário é uma neoplasia benigna que pode causar sintomas

neurológicos e endócrinos. Morfologicamente pode ser classificado como microadenoma, que

esta localizada no interior da sela túrcica na base do osso esfenóide ou macroadenoma, tumor

com diâmetro maior que se estende além dos limites da sela, comprimindo estruturas adjacentes.

Funcionalmente, é dividido em adenoma secretor de hormônios e não secretor. Os sinais e

sintomas dessa patologia incluem anormalidades endócrinas e efeitos de massa. No estudo de

caso em questão apenas os efeitos de massa foram relevantes na expressão de sinais e sintomas

característicos da lesão. Entre esses efeitos destacam-se a perda visual por compressão do nervo

óptico que percorre a hipófise lateralmente e cefaléia, pela distensão das estruturas próxima à

sela túrcica, em especial a dura-máter. Objetivos: Geral: Apresentar as características

anatômicas gerais do adenoma hipofisário e a sintomatologia causada pela doença. Específicos:

Correlacionar a neuroanatomia por meio de exames tomográficos e de ressonância magnética

com os sintomas clínicos do quadro da paciente D.N.L., 21 anos de idade, a fim de esclarecer

quais prováveis estruturas anatômicas podem ser lesadas por compressão pelo adenoma.

Associar os sintomas apresentados pela paciente com a classificação, o tamanho e a posição do

tumor. Analisar o tipo de tratamento a que a mesma foi submetida. Discussão: O diagnóstico

preciso do adenoma hipofisário requer grande conhecimento neuroanatômico para análise das

imagens de ressonância magnética da região da sela túrcica, visto que muitos sintomas por ele

apresentados podem ser confundidos com outras patologias. Além disso, a imagem por

ressonância magnética facilita o acesso cirúrgico e a distinção da hipófise normal do tecido

tumoral. No estudo de caso em questão, D.N.L. apresentava frequentes queixas de cefaléia e

somente a ressonância magnética permitiu o diagnóstico conclusivo. Alterações endócrinas não

foram observadas uma vez que o adenoma era não secretor. Devido à extensão da massa

tumoral, a ressecção do tumor via transesfeniodal foi o tratamento indicado para a paciente. A

única sequela observada em D.N.L. foi o desenvolvimento de diabetes insípidus devido à baixa

secreção de hormônio antidiurético por lesão do lobo posterior da hipófise na ressecção tumoral.

Conclusão: A sintomatologia do adenoma depende do tipo (secretor ou não secretor), da

extensão do tumor e das áreas adjacentes afetadas. Como o estudo de caso em questão analisa os

efeitos de um microadenoma não secretor, não foram observadas perda visual nem alterações

endócrinas. A análise das imagens da ressonância magnética permitiu a detecção precisa da

localização tumoral, além do nível de lesão provada pelo adenoma. A ressecção tumoral via

cirurgia transesfenoidal provocou lesão do lobo posterior da hipófise, resultando em deficiência

na secreção de hormônio antidiurético.

Palavras-chave: adenoma hipofisário, ressonância magnética, neuroanatomia

Referências:

1. Robbins e Cotran, bases patológicas das doenças/Vinay Kumar[et al.]

Tradução de Patrícia Dias Fernandes et al. –Rio de Janeiro:Elsiever,2010

2. BRONSTEIN, Marcello D. and MELMED, Shlomo. Tumorigênese hipofisária. Arq

Bras Endocrinol Metab [online]. 2005, vol.49, n.5, pp. 615-625. ISSN 0004-2730 <

acessado em 05/06/11 via www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-

27302005000500003&lang=pt>.

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POSTERES

ANÁLISE COMPARATIVA DA ABORDAGEM

CONVENCIONAL E VIDEOLAPAROSCÓPICA DA

APENDICITE AGUDA João Duarte de Carvalho

Luis Paulo Vilela Lemos

Introdução- A apendicectomia é o tratamento de escolha para os casos de apendicite

aguda e a evolução das técnicas operatórias faz da videocirurgia boa opção terapêutica,

assim como a cirurgia convencional. Objetivo - Analisar e comparar dados a respeito da

apendicectomia convencional e laparoscópica, a fim de entender a viabilidade, as

vantagens e desvantagens dessas técnicas, bem como a evolução intra e pós-operatório

dos pacientes submetidos a apendicectomia. Métodos - Foram utilizados artigos da

Sociedade Americana de Cirurgia Gastrointestinal, do Serviço de Cirurgia do Aparelho

Digestivo – Hospital das Clínicas de Porto Alegre, da Revista Brasileira de

Coloproctologia e Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva disponíveis nos sites da

Scientific Eletronic Library Online, do PubMed e da COCHRANE. Resultados – O

tempo de internação hospitalar normalmente é maior para pacientes submetidos à

apendicectomia aberta, entretanto em crianças não foram observadas diferenças quanto

ao tempo. O tempo cirúrgico depende do estágio em que se encontra a apendicite,

entretanto a videolaparoscopia normalmente é mais demorada. A videolaparoscopia tem

boa indicação para pacientes nos estágios iniciais da apendicite, classificados com I ou

II de acordo com American Society of Anesthesiologists (ASA), do sexo feminino,

obesos e grávidas. Além disso, a videolaparoscopia tem na maioria das vezes maior

custo, menor incidência de infecção da ferida pós-operatória, mais abscessos intra-

abdominais, motilidade intestinal normalizada em menor tempo. Em relação ao pré-

âmbulo e ao retorno às atividades diárias os resultados ainda são controversos.

Conclusão - Percebe-se que existe uma gama de variáveis quanto à melhor intervenção

cirúrgica na apendicite aguda, e apesar de vários estudos, é inconclusiva a melhor

abordagem para esta situação. Portanto, uma análise clínica do paciente, condições do

hospital e experiência do médico irão levar a uma intervenção mais viável, mas não

necessariamente mais adequada.

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POSTERES

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS ACERCA DA ESF

(ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA), NO DISTRITO DE

CACHOEIRA DO CAMPO – OURO PRETO – MG

Catarine Alves Silveira

Cecília Carneiro e Silva

Fernanda Mendes de Oliveira Rossi

Letícia Aparecida de Figueiredo

Lídia Lélis Leal

Mariana Cardoso Gomes Segato

Palmira de Fátima Bonolo

Introdução: O sistema de saúde brasileiro vem desenvolvendo intervenções que buscam

maiores e melhores resultados. Com o Programa Saúde da Família (PSF), o Sistema Único de

Saúde (SUS) passou a incorporar atividades de cunho mais coletivo e abrangente, com o

objetivo de gerar um impacto significativo na qualidade de saúde e de vida da população. Na

esfera da atenção básica, a Estratégia Saúde da Família (ESF), uma ampliação do PSF, busca

romper com paradigmas cristalizados e incorpora novo modo de pensar e agir na perspectiva de

mudança e conversão do modelo assistencial. Além disso, o cuidado deve considerar o princípio

da integralidade e usuário é visto como protagonista. Objetivos: verificar se as pessoas utilizam

os serviços da ESF e identificar a percepção de usuários sobre a atuação da ESF e o nível de

satisfação da comunidade, por meio de métodos qualitativos. Metodologia: Para realizar a

pesquisa sobre conhecimento e apreciação sobre a Estratégia Saúde da Família (ESF), houve

participação do grupo numa ação da Secretaria de Meio Ambiente para os moradores de

Cachoeira do Campo, Ouro Preto – MG. Houve alerta sobre o dengue, brinquedos para as

crianças, aferição de pressão e aplicação de questionário com perguntas semi-estruturadas sobre

a ESF. Não houve a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Apenas

perguntava-se às pessoas se elas gostariam de responder algumas perguntas, em caráter de

anonimato, para contribuir para a melhora do atendimento da unidade básica de saúde,

caracterizando uma amostra de conveniência. Resultados Participaram 55 pessoas, sendo a

maioria do sexo masculino (n=34; 61,8%), com média de idade de 56 anos (idade mínima de 24

e máxima de 85 anos); com baixa escolaridade (≤ 8 anos) (n=33; 60%; 41,8% com 1º grau

incompleto e 18,2% com o 1º grau completo), variando do 1º grau incompleto até superior

completo. A maioria dos entrevistados conhece a ESF (64,8%) e utiliza a ESF (80%) para

diversos tipos de atendimentos (consultas, vacinação, aferição de pressão arterial, glicemia,

preventivo ginecológico, etc.). A maioria recebe vistas domiciliares (52,7%) principalmente das

ACS. As principais sugestões dadas pelos entrevistados para melhoria da ESF foram maior

rapidez de atendimento e de resultados de exames, e aumento do número de profissionais,

incluindo inserção de especialistas. Conclusão Apesar de que a maioria dos entrevistados tenha

afirmado conhecer a ESF, percebe-se que a estratégia ainda não é bem aceita pela população ou

ainda não está bem estabelecida no local, visto que alguns usuários ainda sugerem a presença de

mais especialistas na Unidade de ESF (sendo que as especialidades são características da

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atenção secundária). Pode-se atribuir esse fato à recente implantação da ESF e considerar que os

usuários estão passando por um período de adaptação a esse sistema.

Palavras-chave: Estratégia de Saúde da Família, percepção, Sistema Único de Saúde, conhecimento.

Referências:

1. NEVES, C. F.; CAVALCANTE, J. P. R.; BEZERRA, J. I. A.; PEREIRA, J. F.;

PITTERI, J. S. M.; BARBOSA, M. A. - Percepções da população sobre o programa

saúde da família em Palmas-TO. Revista da UFG, Vol. 6, No. Especial, dez 2004 on

line (www.proec.ufg.br)

2. ARAÚJO, M.F.S et al. (2005) - O Programa de Saúde da Família (PSF) sob a ótica dos

usuários nas comunidades Santa Clara e Alto do Céu em João Pessoa-PB CAOS -

Revista Eletrônica de Ciências Sociais Número 9 –Pág. 1-15

3. SOUZA, E.C.F. et al (2008) - Acesso e acolhimento na atenção básica: uma análise da

percepção dos usuários e profissionais de saúde Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24

Sup 1:S100-S110

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POSTERES

APLICAÇÃO DE ESCALA DE RISCO FAMILIAR E GENOGRAMA

NO CONTEXTO DA DISCIPLINA VIGILÂNCIA EM SAÚDE Palmira de Fátima Bonolo

Alexandrina Batista Rodrigues

Diego Andrade Leal

Fabiana Chamon de Moura

Helivelton Rocha Azevedo

Leonardo Pereira Ramiro

Samuel de Andrade Araújo

Stéphanie Duffles Rocha Franco

Vitor Alves Dourado

Introdução: O Plano Estadual de Saúde – MG propõe que “(...) realizar o diagnóstico local,

tendo em vista a territorialização, o cadastramento das famílias, o levantamento dos problemas

das famílias e a classificação familiar por grau de risco.”1Dentre os ferramentas propostas está a

estratificação de risco das famílias sob cobertura de cada Unidade Básica1. Através dessa

classificação podem-se identificar as famílias que apresentam maior vulnerabilidade quanto a

morbidades e agravos. O Genograma é uma representação gráfica da família e tem sido

utilizado em diversos contextos. As informações reunidas nesse instrumento podem incluir

aspectos genéticos, médicos, sociais, comportamentais, relacionais e culturais, que denotam a

estrutura e configuração da família dando indícios de seu funcionamento e dinâmica. Objetivos:

Aplicar o Roteiro para Classificação das Famílias por Grau de Risco da Secretaria Estadual de

Saúde – MG e construir um Genograma de uma família atendida pela Unidade Básica de Saúde

de Passagem, Mariana – MG. Métodos: Uma família foi selecionada pelo Grau de Risco Médio

ou Alto previamente avaliado pela equipe e pela disponibilidade para receber visitas dos alunos.

Foram realizadas duas visitas em que foi aplicado o Roteiro para Classificação das Famílias por

Grau de Risco e o construído o Genograma Familiar. Resultados e Conclusão:A família

selecionada foi classificada como Grau de Risco Médio - 3 (Fatores Socioeconômicos = 0,

Presença de Condições ou Patologias Crônicas Prioritárias = 3). Através do Genograma foi

possível identificar relações hostis intrafamiliares para com o indivíduo etilista crônico, o que

implica em menor apoio familiar levando a uma situação de vulnerabilidade não identificável

pela estratificação de risco. Apesar de se dispor de um roteiro para a classificação familiar por

grau de risco, o levantamento dos problemas das famílias transcende os itens que constam nesse

instrumento. Pelas características de aplicação e pelas informações reunidas, o Genograma se

mostrou um instrumento válido para ampliar o diagnóstico local focando a saúde da família

como uma unidade, considerando-se tanto os fatores individuais quanto contextuais dos

determinantes do processo saúde-doença.

Palavras-chave: Vigilância em saúde, Atenção Primária à Saúde, risco familiar.

Referências:

1- MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Saúde. Plano Estadual de Saúde 2008-

2011. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/publicacoes/planejamento-gestao-

em-saude/sistema-de-gestao-do-sus/Plano%20Estadual%20de%20Saude.pdf> aceso em

1 jun. 2011

2- WENDT, Naiane Carvalho; CREPALDI, Maria Aparecida. A Utilização do

Genograma como instrumento de coleta de dados na pesquisa qualitativa. Psicol.

Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 21, n. 2, 2008 .

Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

79722008000200016&lng=en&nrm=iso>. accesson 06 June 2011. doi:

10.1590/S0102-7972200800020

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POSTERES

ASMA EM CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS NO PSF CAMINHAR –

PIEDADE

Aline Fernandes Silva

Bruno de Oliveira Rocha

Monize Romualdo de Carvalho Rocha

Natália Maira Resende

Núbia Bernardes Carvalho

Tatiane Cínthia Nascimento

Palmira de Fátima Bonolo

Introdução: A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade

das vias aéreas. Manifesta-se por meio de episódios recorrentes de sibilância, dispnéia,

desconforto torácico e tosse, particularmente à noite e pela manhã. Levou à internação de 10

crianças de zero a nove anos em Ouro Preto, 2,5% do total das internações, evidenciando a

necessidade de uma sistematização do serviço de saúde local a fim de melhorar a qualidade de

vida dessas crianças e de evitar o agravamento dessa doença. Objetivos: Adequar o protocolo

de manejo da asma à realidade da comunidade do bairro Piedade, em Ouro Preto – MG;

Melhorar o conhecimento acerca da doença e a adesão ao tratamento da asma; Promover uma

educação continuada da equipe de saúde do PSF Caminhar – Piedade para melhor

identificação/captação das crianças asmáticas. Metodologia: Foram feitas visitas domiciliares

supervisionadas pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). Para a elaboração do protocolo,

realizou-se pesquisa bibliográfica sobre a fisiopatologia, classificação, diagnóstico e tratamento

da asma nas bases de dados MEDLINE, Scielo, BVS e nos sites da Secretaria de Saúde do

Governo Federal e da Associação Médica Brasileira. Promoveu-se educação continuada da

equipe de saúde por meio de palestras que abordavam a fisiopatologia da asma e o uso dos

medicamentos. Além disso, realizaram-se grupos operativos com os cuidadores das crianças e

foram distribuídas cartilhas explicativas para a comunidade. Discussão: O diagnóstico da asma

é um grande desafio, refletindo em subdiagnóstico e em baixa adesão ao tratamento. Além

disso, a ausência de um acompanhamento sistemático dessa população no serviço primário

resulta em maior número de procura de Unidades de Atendimento Secundário e,

consequentemente, em maior número de internações. A adequação de um protocolo para o

manejo da asma possibilitou maior e melhor identificação desses pacientes, sistematizando as

condutas a serem tomadas. Juntamente com o protocolo, a educação continuada das ACSs

propiciou a formação de multiplicadores dos conhecimentos básicos da asma. A realização de

grupos operativos com as mães tornou possível o esclarecimento de dúvidas pré-existentes

quanto ao conceito de asma e seus tratamentos e de condutas para minimizar o número de

crises. Nos grupos operativos, o ensino de técnicas simples de armazenamento e limpeza de

bombinhas e espaçadores, além da confecção destes com materiais recicláveis, propiciaram a

conscientização da corresponsabilidade diante do tratamento. Conclusão: As características

climáticas de Ouro Preto e, mais precisamente, a situação social da comunidade do bairro

Piedade contribuem para o agravamento do quadro clínico de pacientes asmáticos. Essa situação

peculiar respalda a necessidade de intervenções como as iniciadas pelo Projeto. A falta de uma

sistematização gera uma sobrecarga de determinados profissionais e do sistema secundário de

saúde, além da cronificação e agravamento da doença. A continuidade do Projeto possibilitará

um melhor acompanhamento de crianças portadoras de asma, reduzindo diretamente as

morbidades decorrentes desta doença.

Palavras-chave: asma, educação continuada, protocolo.

Referências:

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POSTERES

ASPECTOS ANATOMOCLÍNICOS DA ENCEFALITE LETÁRGICA

Mirla Fiuza Diniz

Camila Biazussi Damasceno

Thiago Andrade

Luciana Hoffert Castro Cruz

Introdução: A encefalite letárgica é uma encefalite viral que se manifesta por sonolência

progressiva, letargia e tremores, sendo que o tipo de vírus vinculado ainda não foi descoberto.

No inicio do século XX houve uma epidemia desta doença e os indivíduos que sobreviveram à

infecção inicial exibiram várias sequelas graves, como o desenvolvimento de parkinsonismo

pós-encefalítico, com sintomas de bradicinesia ou acinesia, tremor em repouso e rigidez

muscular, sintomas cardinais do parkinsonismo. Fármacos como a levodopa, precursor de

dopamina, foram administrados a pacientes acometidos pela encefalite letárgica, contudo a

resistência ao medicamento foi desenvolvida com o tempo e os efeitos que deveriam ser

benéficos foram inferiores aos inconvenientes posteriores. Alguns estudos visam compreender

os mecanismos por traz dessa doença, como o dano oxidativo advindo de produtos da

metabolização da dopamina, contudo as informações a esse respeito ainda são restritas. A

revisão a respeito deste abrangeria o conhecimento em núcleos da base com o enfoque

patológico e, desta forma, complementariam as informações obtidas na graduação. Objetivos:

Evidenciar os aspectos neuroanatômicos envolvidos na encefalite letárgica ao promover uma

revisão bibliográfica sobre esta doença complexa. Discussão: As principais estruturas

envolvidas na encefalite letárgica são os núcleos da base, compostos principalmente pelos

núcleos caudado, putâmen, subtalâmico, globo pálido e substância negra do mesecéfalo. Estas

áreas compreendem um grupo de núcleos do encéfalo funcionalmente interconectados com o

córtex cerebral, tálamo e tronco encefálico. O mistério que envolve a encefalite letárgica foi a

principal motivação para a busca por trabalhos publicados a seu respeito, pois se trata de uma

encefalite atípica, que se relaciona com o parkinsinismo pos-encefalitico por provocar tremores.

A epidemia de 1915 não foi compreendida completamente, e um dos primeiros a descrever a

doença e seus sintomas foi Constantin von Economo. O relato dessa epidemia esta presente,

também, na obra do neurologista Oliver Sachs, Awakenings (1973), que relata o efeito

temporário da levodopa no tratamento de pacientes com encefalite letárgica, já que não existe

cura conhecida para a encefalite letárgica e o tratamento consiste em cuidados paliativos.

Conclusão: A encefalite letárgica está fortemente correlacionada ao parkinsonismo secundário,

sua etiologia é controversa e estudos adicionais são necessários para uma maior compreensão

dessa doença. Observou-se também, que o tratamento com levodopa mostrou-se ineficiente de

acordo com os autores. A revisão realizada possibilitou um aprendizado mais profundo das

informações adquiridas na graduação sobre as várias áreas neuroanatômicas, suas funções e toda

a sintomatologia decorrente de suas lesões.

Palavras-chave: Encefalite letárgica – Parkinsonismo – Neuroanatomia.

Referências:

1. DALE, R. C. et al. Encephalitis lethargica syndrome: 20 new cases and evidence of

basal ganglia autoimmunity. Brain [S.I.], v. 127, n. Pt 1, p. 21-33, Jan 2004.

2. FOSTER, H. D.; HOFFER, A. The two faces of L-DOPA: benefits and adverse side

effects in the treatment of Encephalitis lethargica, Parkinson's disease, multiple

sclerosis and amyotrophic lateral sclerosis. Med Hypotheses [S.I.], v. 62, n. 2, p. 177-

81, 2004.

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POSTERES

ASPECTOS ATUAIS EM CIRURGIA BARIÁTRICA

Lídia Lacerda Guimarães

Luciano de Barros Mendes

Prof. Iure Kalinine

Introdução: A obesidade é caracterizada por um aumento no acúmulo de tecido adiposo no

organismo resultante de um balanço calórico positivo.Sua causa é multifatorial e compreende

além de fatores genéticos e metabólicos, aspectos comportamentais, sociais e culturais. De

acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) 1,6 bilhões de pessoas acima de 15

anos foram classificadas em sobrepeso e 400 milhões estavam obesas em 2005.Nesse contexto,

a cirurgia bariátrica tem alcançado um papel cada vez mais importante no tratamento da

obesidade. De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), foram realizadas, em todo

o Brasil, 6.155 cirurgias bariátricas entre 2001 a 2005.Objetivo:Realizar uma revisão ampla dos

aspectos atuais relacionados à cirurgia bariátrica.Discussão:A obesidade é classificada de

acordo com o índice de massa corporal (IMC) em grau I (moderado excesso de peso) com IMC

entre 30 e 34,9 kg/m², grau II (obesidade leve ou moderada) com IMC entre 35 e 39,9 kg/m² e

grau III (obesidade mórbida) com IMC maior ou igual a 40 kg/m². Dependendo do grau da

obesidade, a intervenção terapêutica pode envolver várias abordagens que variam de

tratamentos não farmacológicos, farmacológicos até cirúrgicos. O tratamento não farmacológico

consiste principalmente na mudança de estilo de vida, o qual envolve principalmente a dieta e a

atividade física. O tratamento farmacológico da obesidade está indicado quando o paciente tem

IMC maior que 30 ou quando o indivíduo apresenta doenças associadas ao excesso de peso com

IMC superior a 25 em situações nas quais não obteve sucesso com a mudança de estilo de vida.

Os medicamentos são classificados em pré-absortivos (derivados β-fenetilamínicos e

fenilpropanolamínicos, Mazindol e inibidores seletivos da recaptação de serotonina) e em pós-

absortivos (análogos da lipstatina). O balão intragástrico é uma modalidade não cirúrgica que

pode ser usado por tempo limitado com o intuito de auxiliar o pré-cirúrgico. O tratamento

cirúrgico é indicado para pacientes com IMC > 40kg/m² ou com IMC > 35kg/m² associado a

determinadas comorbidades. No que tange às técnicas cirúrgicas temos a seguinte

classificação:cirurgias puramente restritivas, como a bandagem gástrica ajustável, e as cirurgias

restritivas e mal-absortivas, como a derivação gástrica em Y de ROUX. Como complicações da

cirurgia pode-se citar a má absorção de nutrientes e a síndrome de dumping.Conclusão:A

cirurgia bariátrica tem se mostrado uma importante ferramenta no tratamento da obesidade.

Contudo , sua eficácia depende do comprometimento do paciente e equipe de saúde.

Palavras-chave: obesidade, tratamento,cirurgia.

Referência:

1. GONZAGA,M.F.M.Manejo clínico de pacientes com obesidade grave tratados com

cirurgia bariátrica. Brasília Med 2008;45(3):198-207.

2. FANDIÑO,J.;BENCHIMOL,A.K.;COUTINHO,W.F.;APPOLINÁRIO,J.C.Cirurgia

Bariátrica: aspectos clínicos-cirúrgicos e psiquiátricos R. Psiquiatr. RS, 26'(1): 47-51,

jan./abr. 2004.

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POSTERES

AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO

ARTERIAL EM PACIENTES CADASTRADOS EM UMA UNIDADE

BÁSICA DE SAÚDE DE PATROCÍNIO-MG

Ademar Gonçalves Caixeta Neto

Andréa Caixeta Gonçalves

Fernanda Machado de Sá Ferreira

Geraldo Magela Cardoso Filho

Introdução: A hipertensão arterial é conceituada pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão

Arterial (2009), como uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados,

associados a alterações metabólicas, hormonais e fenômenos tróficos, sendo considerada um dos

principais fatores de risco para morbi-mortalidade cardiovascular, representando no Brasil um

dos problemas de saúde pública mais comuns. No país, estudos epidemiológicos estimam

prevalências de 22% a 43% da população adulta com mais de 40 anos. Objetivo: Verificar

quais fatores de risco sugerem maior associação com a hipertensão arterial e quais são as classes

de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados por pacientes cadastrados em uma Unidade

Básica de Saúde de Patrocínio-MG. Metodologia: Trabalho realizado em julho de 2010, após

aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI). Foi

selecionada amostra aleatória de 50 pacientes (35 mulheres e 15 homens) - de um universo de

200 indivíduos - com idades entre 24 e 86 anos, atendidos em uma unidade básica de saúde do

município de Patrocínio-MG. A coleta de dados envolveu questionário semi-estruturado,

aferição da pressão arterial, peso e altura. Quanto às variáveis antropométricas, o peso foi

aferido por meio da balança Conthey®, enquanto que a estatura foi determinada pela utilização

do estadiômetro da marca ALTURAEXATA®. Foi calculado o Índice de Massa Corporal

(IMC) como a razão do peso (kg) pela altura (cm²), sendo os indivíduos classificados como

portadores de baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade, segundo as recomendações propostas

pela World Health Organization (WHO, 1998) para adultos e por Lipschitz (1994) para idosos.

Em relação à estatística, a base de dados foi construída em planilha de Excel (Office versão

2003) e os resultados foram expressos em média, desvio-padrão e/ou porcentagem. Para

aferição da pressão artéria, a qual foi medida 3 vezes, com intervalo de 5 minutos entre as

mesmas, e obtida pela média aritmética destas, utilizou-se esfigmomanômetro mecânico

aneróide da marca BD® (735095, Brasil), estetoscópio da marca Littmann® (Classic II S.E.). A

hipertensão foi diagnosticada através da pressão arterial sistólica > 140 mmHg e/ou pressão

arterial diastólica > 90 mmHg e/ou uso de medicação anti-hipertensiva. Resultados: A

prevalência de hipertensão arterial foi maior em indivíduos do sexo feminino (70%), brancos

(76%), sobrepeso/obesidade (74%) e com idade igual ou superior à 40 anos (96%). Os anti-

hipertensivos mais utilizados foram os inibidores de ECA (48%) e os diuréticos tiazídicos

(46%). Conclusão: Os resultados sugerem associação positiva com idade, IMC, sedentarismo,

sexo e etnia com Hipertensão Arterial. As classes de medicamentos anti-hipertensivos mais

utilizadas foram inibidores de ECA, diuréticos tiazídicos, betabloqueadores, diuréticos de alça e

inibidores adrenérgicos.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial, Fatores de Risco, Anti-hipertensivos.

Referências:

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1. WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Obesity: preenting and managing the

global epidemic. Genebra, 1998.;

2. LIPSCHITZ, D.A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care. 1994;

21(1):55-67.

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POSTERES

AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES

CADASTRADOS NO HIPERDIA – PSF BAUXITA

Ana Carolina Santana e Silva

Jean Felipe Medeiros

João Antônio Tempesta Baratti²

Juliana Nascimento

Natália Reis de Carvalho

Renato Souza Malverde

Robert Eduardo Emídio

Palmira de Fátima Bonolo

Introdução: A constatação da prevalência da hipertensão arterial criou a necessidade de

programas governamentais para acompanhamento da população acometida. O HIPERDIA é um

Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos captados no Plano

Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus.

Objetivo: O objetivo do estudo foi classificar os pacientes da Estratégia Saúde da Família

(ESF) Bauxita na cidade de Ouro Preto cadastrados no HIPERDIA segundo risco cardiovascular

e relacioná-lo à pressão arterial sistólica (PAS). Métodos: Estudo desenvolvido por monitores

do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), Universidade Federal de

Ouro Preto e Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto. Análise de corte transversal a partir

da avaliação de registros dos pacientes cadastrados no HIPERDIA da ESF Bauxita, tendo como

critério de inclusão ter consulta em 2010 ou 2011. O escore de Framingham (Mafra et al, 2008)

foi usado para o cálculo do risco cardiovascular (RCV). Realizou-se análise descritiva de

características sociodemográficas (idade, sexo); comportamental (tabagismo) e clínicas

(controle da Pressão Arterial Sistêmica – PAS –, diabetes). O parâmetro da PAS foi

compensada (<140 mmHg) e descompensada (≥140 mmHg) e do RCV foi agrupado em risco

muito baixo e baixo (RCVb) e risco moderado e alto (RCVa). Para a análise estatística avaliou-

se a associação entre as variáveis de exposição e o RCV. Foi verificada a Razão de Chances

(OR) com p ≤ 0,05. Resultados: Analisou-se 564 registros, dos quais 253 tinham consulta em

2010 e 2011. Destes, 95 (37,5%) continham dados necessários para o cálculo do RCV. Padrão

de frequências: idade maior que 60 anos (63,2%), sexo feminino (76,8%), não diabéticos

mellitus (61%), não tabagistas (84,2%), PAS controlada (53,7%), HDLc > 40 (83,2%), e RCVb

(73,7%). O grupo com PAS não controlada mostrou uma propensão quatro vezes maior de

desenvolver o RCVa (OR=4,35 e p>0,0027). Conclusão: A análise do perfil dos cadastrados no

HIPERDIA com consultas entre 2010 e 2011 permitirá o estabelecimento de protocolos mais

eficientes de atendimento. Apesar dos registros médicos incompletos inviabilizarem uma

amostra maior, a associação entre PAS não controlada e RCVa confirmou os resultados

esperados pela literatura.

Palavras-Chave: PET-Saúde, Risco Cardiovascular, HIPERDIA.

Referências:

1) MAFRA, Felipa; OLIVEIRA, Helena. Avaliação do Risco Cardiovascular –

Metodologias e suas implicações na prática clínica. Rev Port Clin Geral

2008;24:391-400. [cited 2011-04-04]. Available from:

<http://www.apmcg.pt/files/54/documentos/20080717113606390471.pdf>.

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2) SBC. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Portal Cardiol. 2006. [cited

2011-06-06]. Available from:

<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2006/VDiretriz-HA.asp>.

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POSTERES

BAIXO PESO INFANTIL: UM PROJETO DE MANEJO E

RESOLUÇÃO

André Aguiar Souza Furtado de Toledo

André Mendonça Henriques Diniz

Chimeny Brugnara Penido

Isabella Santiago Ramos

Mariana Benzaquen Ferreira

Marilucy de Oliveira Santos

Michelline Guilherme Corrêa

Natália Baldin Bastos

Pedro Henrique Braga

Identificação do problema: A desnutrição é considerada um problema social e de saúde

pública, por causa da sua natureza multicausal. A principal causa de desnutrição infantil é a

pobreza, a qual está diretamente relacionada com baixa ingestão de alimentos, dieta inadequada,

capacidade de cuidado da mãe, falta de orientação nutricional, aprendizado cultural,

desemprego/subemprego familiar, saneamento básico escasso e atenção primária à saúde

deficitária. Cenário: Centro de Saúde Flor de Liz (Padre Faria), localizado no município de

Ouro Preto – MG, que apresenta uma população adscrita de 4.132 pessoas, divida em sete

microrregiões. Desenvolvimento: Diante da magnitude e complexidade deste problema, foram

propostas intervenções que minimizem a desnutrição e buscou-se avaliar a evolução do quadro

em um integrante de uma família de risco. Na entrevista, constatou-se que a criança foi

alimentada exclusivamente com leite materno até 13 meses de vida e que, somente a partir dessa

idade, introduziram-se outros alimentos. É digno de nota a baixa renda familiar, o analfabetismo

do pai e o transtorno psiquiátrico da mãe. Realizaram-se medidas antropométricas periódicas, a

fim de se avaliar o ganho ponderal e o desenvolvimento da paciente em questão. Resultados:

Quanto à avaliação antropométrica, verificou-se um aumento da estatura e uma redução do

IMC, em função da lenta e variável evolução do ganho de peso nos quatro momentos de

aferição. Além disso, foi detectado o frágil vínculo da família com o centro de saúde, refletindo

no não comparecimento da mãe às consultas e na sua resistência às visitas domiciliares.

Conclusões: A partir dos resultados, nota-se a complexidade da intervenção em um quadro de

desnutrição dada à ampla gama de fatores implicados na sua gênese e manutenção. Neste

contexto, ressalta-se o não estabelecimento de um vínculo efetivo entre família e sistema de

saúde como possível determinante do insucesso desta intervenção. Provoca-se, assim, devido a

uma reação de defesa da família, uma consulta que não reflete a realidade vivida e,

consequentemente, adotam-se medidas incompatíveis com as necessidades identificadas no

quadro do paciente.

Palavras-chave: desnutrição, intervenção, vínculo.

Referências:

1. Blössner, Monika, de Onis, Mercedes. Malnutrition: quantifying the health impact at

national and local levels. Geneva, World Health Organization, 2005. (WHO

Environmental Burden of Disease Series, No. 12

2. COUTINHO, Janine Giuberti; GENTIL, Patrícia Chaves and TORAL, Natacha. A

desnutrição e obesidade no Brasil: o enfrentamento com base na agenda única da

nutrição. Cad. Saúde Pública [online]. 2008, vol.24, suppl.2, pp. s332-s340. ISSN

0102-311X. doi: 10.1590/S0102-311X2008001400018.

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POSTERES

CIRURGIA ENDOSCÓPICA TRANSLUMINAL POR ORIFÍCIOS

NATURAIS (NOTES) – REALIDADE ATUAL

Geysla Almeida Carvalhais Mourão

Marcos Vinícius Pimentel Cardoso

Iure Kalinine Souza

Introdução: A prática médica é marcada por constante evolução em todos seus ramos. Isso

também ocorre na Clínica Cirúrgica. O advento da anti-sepsia e assepsia, a

antibioticoterapia e o entendimento cada vez mais profundo da biologia molecular, são

exemplos desses avanços. As técnicas também evoluem cada à medida que novas medidas

diagnósticas e terapêuticas são criadas. A busca por procedimentos minimamente invasivos

e de baixo custo ocorre desde o século 19. Um grande avanço que marcou a cirurgia

moderna foi a videolaparoscopia (cirurgia minimamente invasiva), em 1985, quando Muhe

realizou uma colecistectomia laparoscópica. Devido as suas já conhecidas vantagens, a

laparoscopia foi difundida e é utilizada como rotina em diversas especialidades cirúrgicas.

O próximo passo na evolução das cirurgias pode ser representado pelas cirurgias sem

incisões abdominais. Objetivos: revisamos a literatura utilizando o banco de dados da

pubmed a fim de esclarecer o que são as cirurgias endoscópicas transluminais através de

orifícios naturais (NOTES, do inglês “Natural Orifice Translumenal Endoscopic Surgery) e

evidenciar seus avanços, limitações e perspectivas. Discussão: As NOTES englobam novas

vias de abordagem endoscópica do abdome fundamentadas na possibilidade de operar a

partir de orifícios naturais, surgindo como uma nova perspectiva da cirurgia, baseada no

princípio da abordagem sem incisões abdominais. É uma abordagem que converge técnicas

endoscópicas intraluminais (endoscopia) e extraluminais (laparoscopia), que requer novos

equipamentos, treinamento especial e colaboração interdisciplinar. A maioria das críticas

contra as NOTES ecoa do que foi dito contra aqueles que foram pioneiros em cirurgia

laparoscópica. Já existe número crescente de adeptos desta técnica, com sociedades já

formadas e outras em criação. Atualmente, um dos principais órgãos de desenvolvimento

das operações por orifícios naturais é a Sociedade Européia de Cirurgia com intuito de

oferecer recomendações, guia e suporte para esta nova modalidade. Existem questões

técnicas que ainda não estão devidamente esclarecidas na literatura, como o

desenvolvimento de instrumentos adaptados; o local ideal para realizar a incisão; a forma de

proteção dos órgãos adjacentes; como os tecidos vizinhos seriam afastados; como alterações

fisiológicas seriam controladas caso; como seria a aproximação e síntese dos tecidos; como

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enfrentar situações de peritonite ou gordura intra-abdominal excessiva; em quais centros

seriam realizados treinamentos para aquisição de conhecimentos e experiência.

Teoricamente, apresentam vantagens, mas precisam ser consolidadas como prática segura

factível e com bons resultados não só a curto, mas também a longo prazo. Para tal, estudos

prospectivos necessitam ser realizados. Conclusões: É esperado que em breve seja possível

saber se as NOTES serão de fato a nova tendência cirúrgica mundial, se será uma técnica

complementar à laparoscopia ou utilizada em pacientes selecionados, ou se não passarão

apenas de uma promessa.

Palavras chave: cirurgias orificiais, cicatriz, incisões

Referências: 1-ZORRON, Ricardo; COELHO, Djalma; FLACH, Luciana; LEMOS,

Fabiano B.; MOREIRA, Moacyr S.; OLIVEIRA, Priscila S.; BARBOSA, Alain M. Cirurgia

por orifíciosnaturais transcolônica: acesso NOTES peri-retal (PNA) para excisão mesoretal

total. Rev bras. colo-proctol. vol.30 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2010

2-Portincasa P, Moschetta A, Palasciano G. Cholesterol gallstone disease. Lancet. 2006;

368(9531):230-9.

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POSTERES

CORRELAÇÕES NEUROANATÔMICAS, NEUROQUÍMICAS E

CLÍNICAS ENTRE A PRIVAÇÃO SENSORIAL DA VISÃO E O CICLO

SONO VIGÍLIA

Lillian Guimarães de Faria

Luiza Fagundes Lima

Maíra Lopes Xavier

Vinícius Boaratti Ciarlariello

Luciana Hoffert Castro Cruz

Introdução: O ciclo sono vigília é o mais proeminente de todos os ritmos biológicos

circadianos. Um ritmo circadiano tem duração aproximada de 24 horas, podendo haver

variações para mais ou para menos. Além do ciclo sono vigília, há diversos outros processos

que se repetem diariamente no organismo. Para que haja ritmicidade endógena é necessário que

alguma estrutura opere como um marcapasso. Em mamíferos, neurônios dos núcleos

supraquiasmáticos, localizados no hipotálamo e adjacentes ao quiasma óptico, exercem esse

papel. Esses sistemas de temporização interna são sincronizados à variação temporal exógena

principalmente pela alternância claro- escuro. A luz que passa através do nervo óptico não tem a

finalidade apenas de ser transformada em cores e imagens, ela também exerce papel

fundamental no sistema circadiano. Objetivos: Investigar através de revisão da literatura as

bases fisiopatológicas dos distúrbios no ciclo sono vigília e sua relação com a privação sensorial

da visão. Discussão: Sabe-se que o estímulo luminoso, após ser captado pela retina, segue pelo

nervo óptico até o núcleo supraquiasmático, que funciona como um sensor para inibir a

produção de melatonina pela glândula pineal. Essa dependência da luz solar para sincronização

da ritmicidade circadiana levanta uma questão: há um perfil diferenciado no ritmo circadiano de

indivíduos com privação sensorial da visão? Em indivíduos cegos, a captação precária de luz

pela retina pode alterar o funcionamento do sistema circadiano, pois sem informações corretas

sobre o ambiente externo, o organismo pode não ser capaz de estabelecer uma relação de

sincronia entre a ritmicidade endógena e exógena. Comparados às pessoas que enxergam

normalmente, deficientes visuais apresentam distúrbios do sono com mais freqüência, contudo,

as mesmas investigações enfatizam que é necessária uma avaliação criteriosa antes de se

deduzir que tais problemas do sono são produto da cegueira, visto que a maioria das pessoas

consideradas realmente cegas tem pelo menos alguma percepção da luz. Pesquisas demonstram

que mesmo com a ruptura do nervo óptico de ratos, o ciclo circadiano persiste, sugerindo a

existência de outros mecanismos endógenos naturais, além do estímulo luminoso, participantes

do sistema circadiano. As implicações desses estudos são múltiplas: já é sabido que relógios

biológicos perturbados estão associados a distúrbios metabólicos, como diabetes, problemas de

saúde mental e mesmo câncer. Conclusão: A luz solar tem sido identificada como principal

mecanismo oscilatório ambiental usado pelo sistema de temporização circadiano. Apesar disso,

constatou-se que muitos deficientes visuais mantêm um mecanismo de temporização endógeno

a despeito de sua percepção luminosa reduzida ou ausente. Esse fato sugere a existência de

padrões intrínsecos de regulação cronotrópica independentes do estímulo luminoso, sendo

necessários mais estudos que permitam a identificação precisa de tais padrões.

Palavras-chave: ciclo circadiano; privação sensorial da visão; estímulo luminoso

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Referências:

1- FELIPPE, Maria Cristina Godoy Cruz. Estudo da ocorrência das queixas de distúrbios

do sono em crianças e adolescentes com deficiência visual: cegueira e baixa visão,

2008.

2- ARAUJO, John Fontenele. Relógios Biológicos Existem? Revista Neurociências;

Editora ATLÂNTICA, volume 2, julho/agosto 2005.

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POSTERES

CONSIDERAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS DO AUTISMO:

ENVOLVIMENTO DOS LOBOS TEMPORAIS

Aihancreson Kirchoff Vaz Oliveira

Michelle Simões Montrezor

Thiago Pereira Andrade

Luciana Hoffert Castro Cruz

Introdução: O autismo infantil é um grave transtorno de desenvolvimento que atinge a

linguagem, a cognição e a interação social. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o

autismo é uma síndrome que tem como características respostas anormais a estímulos auditivos

e/ou visuais, como também dificuldade na compreensão da linguagem e padrões de

comportamento estereotipados. O entendimento atual da neuropatologia do autismo é possível

devido às novas técnicas de imagens cerebral, como a tomografia por emissão de pósitrons,

tomografia por emissão de fóton único, a morfometria baseada em voxels e ressonância

magnética funcional. O diagnóstico complementar baseado em imagens requer grande

conhecimento neuroanatômico de estruturas cerebrais para possível identificação de

anormalidades que poderão ser correlacionadas às evidências clínicas do aspecto autista.

Objetivo: Relatar algumas áreas cerebrais envolvidas no transtorno autista, possibilitando uma

melhor compreensão das relações entre os lobos temporais e a maioria dos comportamentos

evidenciados nesta síndrome. Discussão: Estudos que realizaram estimulação auditiva em

pessoas autistas sugeriram que o autismo está associado a um padrão anormal de ativação

auditiva do córtex temporal esquerdo. Esta área se relaciona com a organização da linguagem e,

portanto, uma anormalidade nessa região pode causar prejuízos na linguagem e na resposta aos

sons. Estudos de neuroimagem funcional detectaram, em indivíduos não acometidos pelo

autismo, acentuada ativação dos giros occipto-temporais laterais ou giros fusiformes de cada

lobo temporal em resposta ao reconhecimento de faces. Esta resposta estava notavelmente

diminuída em autistas. Em indivíduos não afetados existe uma área seletiva para a voz e esta

encontra-se ausente em autistas. Combinando-se os resultados de percepção anormal de faces e

vozes, pode-se explicar porque os portadores do transtorno autista possuem dificuldade de

interação social. Além disso, alterações foram detectadas nas bordas do sulco temporal superior

de indivíduos autistas, como a redução de substância cinzenta. Este local é importante para a

percepção da voz e para os movimentos biológicos (movimentos dos olhos, boca, mãos e

corpo). Estes dados ajudam a explicar porque os autistas possuem déficits na percepção do

olhar, contato visual pobre durante a comunicação e padrões de comportamento estereotipados.

Todas as disfunções mencionadas ocorrem nos lobos temporais, que se acredita ser uma área

central para o processamento de estímulos ambientais que ingressam no sistema nervoso por

meio dos órgãos sensoriais visuais e auditivos. Portanto, anomalias nessa área explicam a

maioria dos sinais clínicos observados no autismo. Conclusão: O conhecimento da

neuroanatomia clínica é imprescindível para o entendimento da clínica neurológica do autismo,

pois áreas dos lobos temporais apresentam-se hipoativas no transtorno autista. Isso é compatível

com os sintomas clínicos apresentados e explica a dificuldade na execução de tarefas que

requerem interação social.

Palavras-chaves: autismo, lobo temporal, anatomia clínica.

Referências:

1. Fernandes FDM. Sugestões de procedimentos terapêuticos de linguagem em distúrbios do

espectro autístico. In: Limongi S, organizadora. Procedimentos terapêuticos em linguagem.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. p. 55-66.

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2. ZILBOVICIUS, Mônica; MERESSE, Isabelle and BODDAERT, Nathalie. Autismo:

neuroimagem. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2006, vol.28, suppl.1, pp. s21-s28. ISSN

1516-4446. doi: 10.1590/S1516-44462006000500004.

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POSTERES

CONSIDERAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS DA PLEXOPATIA

BRAQUIAL BILATERAL: RELATO DE CASO RARO

INTRODUÇÃO: O plexo braquial representa o suprimento nervoso para os membros

superiores. É formado pelos ramos anteriores dos nervos C5, C6, C7, C8 e T1. Por meio da

união dos ramos, formam-se três troncos: superior (C5 e C6); médio (C7) e inferior (C8 e T1).

Cada tronco forma duas divisões: uma anterior e uma posterior. As divisões posteriores se unem

para formar o fascículo posterior; as divisões anteriores do tronco superior e do médio formam o

fascículo lateral e a divisão anterior do tronco inferior forma o fascículo medial. Os nervos

terminais originados após a formação dos fascículos são: musculocutâneo, ulnar, axilar, radial,

mediano. As lesões do plexo braquial acima descrito são comuns, pois o membro superior é

pouco fixado ao tronco quando comparado ao membro inferior e mais facilmente afetado por

forças de tração. Ocorrem na maioria dos acidentes motociclísticos (causa de 54% de lesões

desse plexo) e também em recém nascidos devido à tração de seu braço durante o parto, com

prevalência entre 0,2 a 2,0 a cada 1000 partos. Os músculos supridos pelos nervos periféricos

lesados exibem paralisia flácida e atrofia. Lesões bilaterais do plexo braquial são raras e podem

ser confundidas com lesões da medula espinhal. OBJETIVO: Descrever um relato de caso de

plexopatia braquial bilateral grave e suas considerações anatomoclínicas. DISCUSSÃO: A.S,

20 anos, sexo masculino sofreu acidente motociclistico e foi encaminhado ao Hospital João

XXIII, em Belo Horizonte – Minas Gerais, onde foi diagnosticada lesão bilateral do plexo

braquial. Após ressonância magnética da coluna cervical, se observou sinais de avulsão da raiz

neural esquerda C6 e uma coleção líquida epidural anterior, desde a altura de C1 até T1-T2,

causando compressão da face ventral da medula. A eletroneuromiografia dos membros

superiores encontrou potenciais de ação sensitivos com amplitudes bastante reduzidas nos

nervos medianos e ulnar direito e ausentes nos radiais e no ulnar esquerdo. Os potenciais de

ação motor estavam reduzidos à esquerda e ausentes à direita nos nervos medianos (deficiência

de músculos da eminência tênar, músculo abdutor curto do polegar e oponente do polegar) e

ulnares. As velocidades de condução sensitiva estavam normais bilateralmente e a velocidade

motora estava levemente diminuída à esquerda. Dado essas anormalidades neurofuncionais de

caráter axonal, o diagnóstico foi de plexopatia braquial bilateral grave. Para o tratamento, foi

indicado acompanhamento de fisioterapia e terapia ocupacional, além do uso contínuo de

injeções de vitamina B12 intramuscular. Esse medicamento possui um mecanismo de ação

antiálgica por intervenção no metabolismo da mielina, possibilitando condições de regeneração

do cilindro-eixo da célula nervosa. CONCLUSÃO: O conhecimento neuroanatômico do plexo

braquial é indispensável para o entendimento da plexopatia braquial, para que, desta forma, seja

possível orientar as ações de saúde tanto para o planejamento da assistência ao traumatizado

como para a definição de manobras para prevenção.

PALAVRAS-CHAVE: Lesão do plexo braquial bilateral. Acidente motociclístico. Relações

anatomoclínicas.

REFERÊNCIAS:

1. MOORE, K. L.; DALLEY, A.F. Anatomia Orientada para a Clínica. Quinta Edição. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2007. 1101 p.

2. FLORES, L. P. Estudo epidemiológico das lesões traumáticas do plexo braquial em

adultos. Disponível em: <http://www.scielo.org>. Acesso em 02 de jun. 2011.

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POSTERES

DÉFICITS NEUROLÓGICOS AUMENTAM O RISCO DE QUEDA EM

IDOSOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Marina Letícia Massote Couto

Nayane Moura Maia

Patrícia Junqueira de Resende

Thiago Pereira Andrade

Luciana Hoffert Castro Cruz

Introdução: Com o aumento da expectativa de vida da população a partir dos investimentos

médicos e socioeconômicos na área da saúde, a discussão sobre geriatria está se tornando cada

vez evidente. Os problemas de saúde relacionados aos idosos geram conseqüências importantes

para a funcionalidade e independência. As quedas são eventos traumáticos na vida dos idosos e

interferem diretamente na qualidade de vida, podendo acontecer tanto dentro das residências

quanto fora e por diversos fatores. O equilíbrio é um processo complexo que envolve os

esforços conjugados de mecanismos aferentes dos sistemas sensoriais visual, vestibular e

proprioceptivo, assim como de mecanismos eferentes dos sistemas motores, que compreendem

a força muscular dos membros superiores e inferiores e flexibilidade articular. As respostas

aferentes e eferentes são organizadas por uma variedade de mecanismos centrais ou funções do

sistema nervoso central que recebem e organizam as informações sensoriais e programam

respostas motoras apropriadas. Com o aumento da idade, a atividade deste processo se torna

mais difícil e ocorrem as quedas. Objetivo: Analisar as causas neurológicas associadas às

quedas em pessoas idosas. Discussão: A origem da queda pode ser associada a fatores

intrínsecos – decorrentes de alterações fisiológicas do envelhecimento, doenças e efeitos de

medicamentos, e a fatores extrínsecos – circunstâncias sociais e ambientais que oferecem

desafios ao idoso. Existem fatores ambientais que oferecem riscos de quedas aos idosos, como

exemplo piso escorregadio no banheiro e calçados inadequados. Existem déficits neurológicos

associados ao avançar da idade que influenciam a marcha e o equilíbrio, tais como eficácia

reduzida dos neurotransmissores, redução da eficácia das conexões sinápticas, número

diminuído de neurônios, tempo de reação prolongado, número diminuído de unidades motoras,

capacidade sensorial reduzida e aumento do limiar para as informações sensoriais. Paralelo a

isso, existem doenças neurológicas que podem ser causas de quedas como doença de Alzheimer,

compressão da medula espinhal, doença de Parkinson, degeneração espinocerebelar, doença

labiríntica e lesão vestibular. Estudos recentes mostraram que as mulheres idosas são mais

susceptíveis às quedas do que os homens idosos. As quedas apresentam diversos impactos na

vida de um idoso, que podem incluir morbidade importante, mortalidade, deterioração

funcional, hospitalização, institucionalização e consumo de serviços sociais e de saúde. Além

das conseqüências diretas da queda, os idosos restringem suas atividades devido a dores,

incapacidades, medo de cair, atitudes protetoras de familiares e cuidadores ou até mesmo por

aconselhamento de profissionais de saúde. Por isso, deve-se buscar de todas as formas evitá-las

através da redução dos fatores de riscos ambientais e prática de atividade física. Conclusão:

Doenças e disfunções neurológicas podem ser consideradas umas das principais causas de

quedas.

Palavras-chave: doença de Alzheimer, idosos, fraturas

Referências:

1. Melo, Eduardo Gomes de; Azevedo, Elaine. Quedas no idoso. Temas de Reumatologia

clínica- vol.8- nº4- dezembro de 2007.p.121-127.

2. Ribeiro, Adalgisa Peixoto; Souza, Edinilsa Ramos de; Atie, Soraya; Souza, Amaro

Crispim de; Schilithz, Arthur Orlando. Influências das quedas na qualidade de vida

dos idosos. Ciênc. saúde coletiva;13(4):1265-1273, jul.-ago. 2008.

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POSTERES

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE O COMA, O ESTADO

VEGETATIVO PERSISTENTE E A SÍNDROME DO

ENCARCERAMENTO: CONSIDERAÇÕES ANATOMO-CLÍNICAS

Bárbara Vidigal dos Santos

Joyce Carvalho Martins

Marília Fontenelle e Silva

Vinícius Boaratti Ciarlariello

Luciana Hoffert Castro Cruz

Introdução: O coma é o estado em que o indivíduo não demonstra conhecimento de si e do

ambiente, caracterizado pela diminuição do nível de consciência. No estado vegetativo

persistente, o paciente pode apresentar abertura de olhos, mas não orientados por estímulo, sem

percepção do ambiente e passa a readquirir ciclos normais de vigília-sono. A síndrome do

encarceramento, decorrente da lesão da porção ventral da ponte, leva à perda da motricidade

sem afetar a consciência do indivíduo. A única forma de comunicação deste paciente com o

meio externo dá-se por movimentos verticais dos olhos. Comumente, coma, estado vegetativo

persistente e síndrome do encarceramento podem ser confundidos devido às similaridades dos

quadros clínicos e das classificações dadas pela Escala de Coma de Glasgow, que utiliza três

parâmetros para análise do nível de consciência: abertura ocular, reação motora e resposta

verbal. Objetivo: Evidenciar as diferenças anatômicas e sintomatológicas entre os três estados

clínicos. Discussão: A diminuição do nível de consciência é gerada por lesão do sistema

ativador reticular ascendente ou lesão intensa e difusa do córtex cerebral ou de ambas as áreas.

Após três semanas de instalação do coma, o paciente pode apresentar quadro de estado

vegetativo persistente, cujas atividades do tálamo e do tronco cerebral, que controlam os ciclos

do sono, a temperatura corporal, a respiração e a frequência cardíaca mantém-se preservadas. Se

o estado vegetativo persistente se prolongar durante mais alguns meses, é improvável que o

paciente recupere a consciência. No entanto, uma pessoa pode viver muitos anos nesta situação,

o que gera reflexões éticas acerca dos limites entre a vida e a morte. A síndrome do

encarceramento ocorre por lesões, geralmente de natureza vascular, deixando preservado o

tegmento pontino e os segmentos mais craniais do tronco encefálico. Fibras eferentes motoras

que provêm do córtex cerebral não conseguem chegar ao destino, dado que estão interrompidas

ao nível da ponte. Os pacientes permanecem conscientes, já que a porção dorsal da ponte, onde

se situa o sistema ativador reticular ascendente, mantém-se íntegra. Para medir a consciência do

indivíduo e a evolução das lesões, como as citadas anteriormente, usa-se a escala de coma de

Glasgow. O neurologista pede para que os indivíduos abram os olhos e provoca situações

capazes de gerar reações motoras e verbais, oferecendo pontos de acordo com a resposta do

paciente: 13 a 15 pontos-Lesão leve; 10 a 12 pontos-Lesão moderada; 4 a 9 pontos-Lesão grave;

3 pontos-Morte cerebral. Conclusão: A escala de coma de Glasgow pode ser considerada

limitada para realizar diagnóstico diferencial entre os estados de coma, vegetativo persistente e a

síndrome do encarceramento, já que ela avalia respostas que, muitas vezes, são comuns nesses

três estados clínicos. Assim, faz-se necessário uma investigação detalhada por meio de

ressonância magnética e monitoramento do grau de consciência a fim de evitar um diagnóstico

equivocado.

Palavras-chave: Neuroanatomia do coma, Estado Vegetativo Persistente, Síndrome do

Encarceramento.

Referências:

1. Muniz, Elaine Cristina S et al. Utilization of the Glasgow Coma Scale and Jouvet Coma

Scale to evaluate the level of consciousness. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.

Data de acesso: 03/06/2011

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2. NITRINI, R.; BACHESCHI, L.A.: A neurologia que todo médico deve saber.; 2003;

Editoração;Livro; Português; 490; ; Atheneu; São Paulo; BRASIL; Impresso.

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POSTERES

DINÂMICA DE RACIOCÍNIO CLÍNICO EM DISCUSSÃO DE CASOS

NA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA

Ana Carolina Santana e Silva

Ana Yin Yin Mao

Fernanda Valério Henriques

Laissa Reis Paixão

Maria Eugenia Silveira

Robert Eduardo Emídio

Rosana Aparecida Rodrigues Cardoso

Fabiana Alves Nunes Maksud

Identificação do problema: O aprendizado baseado em discussão de casos é cada vez mais

utilizado em diferentes disciplinas e estratégias no ensino médico. A disciplina de Semiologia II

do 6º período do curso de Medicina da UFOP tem como objetivo continuar o aprendizado da

semiologia médica; e entre os domínios cognitivos de aprendizagem desta, destacamos o

desenvolvimento de habilidades para identificar queixas clínicas e achados semiológicos ao

exame físico e elaborar hipóteses diagnósticas, etapas essenciais no raciocínio clínico efetivo.

Cenário: Atividade de grupos de discussão (GD) de temas relativos ao programa da disciplina.

Desenvolvimento: A cada tema teórico previamente definido para os GDs, um aluno

apresentava um ou dois casos clínicos verídicos ou fictícios. Após esta apresentação, o grupo de

estudantes discutia sobre o assunto do GD e os possíveis diagnósticos diferenciais das

síndromes clínicas abordadas, em seguida o aluno apresentava novamente os casos clínicos e

cada estudante definia de forma anônima a provável hipótese diagnóstica (HD). Após a

elucidação da verdadeira hipótese diagnóstica, cada estudante expunha seu ponto de vista caso a

sua hipótese fosse diferente. Principais resultados: A docente que acompanhou o grupo

reconhece que atividade foi muito proveitosa, pois os estudantes participaram mais ativamente

da discussão, trazendo diferentes fontes de estudo e reforça que esta atividade não tem como

objetivo a busca de consenso entre os participantes, e sim recolher diferentes pontos de vista

utilizando conhecimentos adquiridos anteriormente em estudos individuais, aulas teóricas e/ou

atendimentos realizados. A definição da HD de forma anônima pode ter propiciado uma menor

pressão de acerto pelos estudantes. Na visão dos alunos a estratégia desperta um interesse maior

pelo assunto discutido, contribuindo não somente para o interesse na busca de atualizações e

semiotécnicas por vezes extrapolando o objetivo da disciplina, ao comtemplar tratamentos e

seus efeitos; como também para a sedimentação dos conhecimentos e esquematização de uma

ordem de pensamento lógico, colaborando para a memorização dos sinais de alerta que devem

ser pesquisados em cada queixa. A ponderação do professor juntamente com o conhecimento

prévio do aluno é fundamental para direcionar argumentações e conclusões. O ensino

ministrado durante os anos de graduação deve visar o aprendizado não apenas de

conhecimentos, mas de habilidades e atitudes, discutidas nessa atividade, a qual incentiva a

autonomia de raciocínio por parte dos alunos. Conclusões: Estratégias didáticas que favorecem

a aprendizagem da semiologia, valorizando o conhecimento prévio do aluno e a avaliação crítica

dos achados clínicos podem ser uma importante ferramenta no desenvolvimento do raciocínio

clínico.

Palavras-chave: Ensino, Semiologia, Raciocínio Clínico.

Referências:

1. REA-NETO, A. Raciocínio clínico: o processo de decisão diagnóstica e terapêutica. Rev.

Assoc. Med. Bras., 44 (4), 1998.

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2. PEDROSO, J. L. A importância do raciocínio clínico e do diagnóstico diferencial: uma

abordagem em atenção primária para “dor na perna”. 2005. Disponível em:

<www.nates.ufjf.br/novo/revista/pdf/v008n2/importancia>.

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POSTERES

FATORES RELACIONADOS AO AUMENTO DAS TAXAS DE

CESARIANA NO BRASIL, SUAS CONSEQUÊNCIAS E REAIS

INDICAÇÕES

Tábata Passos Ferreira

Raíssa Lage Coimbra

Iure Kalinine Ferraz de Souza

Introdução: Cesariana é a intervenção cirúrgica que consiste na retirada do feto da cavidade

uterina por via abdominal. Na era moderna, o aumento da quantidade de cesáreas a partir da

década de 1970 vem alertando a comunidade científica. Objetivo: O presente estudo tem como

objetivo enumerar as indicações obstétricas e as complicações clínicas nas quais a cesariana é a

melhor opção, além de abordar questões referentes ao aumento crescente da incidência de

cesarianas eletivas, através de revisão da literatura especializada. Discussão: O Brasil possui

uma das taxas de realização de cirurgias cesarianas mais elevadas do mundo. Este fato está

relacionado a fatores socioculturais, institucionais, financeiros e legais. Existem situações

especificas em que a cesariana é o melhor método a ser empregado. Nas demais, o parto normal

é a melhor opção uma vez que é mais seguro, mais barato, a recuperação é mais rápida e possui

menor índice de complicações per e pós operatórias. Conclusão: Portanto, a opção pela

cesariana deverá feita quando a equipe médica, a paciente e a família estiverem em comum

acordo que este é o método mais seguro e mais adequado à paciente e ao feto.

Palavras-chave: cesariana, obstetrícia, cirurgia obstétrica

Referências:

1. Faúndes A, Cecatti JG. A operação cesariana no Brasil. Incidência, tendências, causas,

consequências e proposta de ação. Cad Saúde Pública 1991; 7 150 - 73

2. Belizan JM, Althabe F, Barros FC, Alexander S. Rates and inplications of caesarean

section in Latin America: ecological study. BJM 1999; 319 397 – 400

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POSTERES

GEOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL: UM PERFIL HISTÓRICO E

BIBLIOGRÁFICO Ludmylla Gomes

Neves

Camila de Alcântara Casagrande

Castro

Carolina Silva Bernardes

César Augusto Nunes Costa

Lorena de Souza Bueno

Flávia Assad Gostaldon

Marina Costa Jonas

Sarah Mendes Mendonça

Souza

Márcio Antônio Moreira Galvão

Introdução: “A Geografia Médica tem por fim o estudo da distribuição e da prevalência das

doenças na superfície da terra, bem como de todas as modificações que nelas possam advir por

influência dos mais variados fatores geográficos e humanos” (PESSOA, 1960). Resultante da

interligação dos conhecimentos geográficos e médicos, a Geografia Médica nasceu com

Hipócrates. Representou o primeiro esforço sistemático para apresentar as relações causais entre

fatores do meio físico e doença. No Brasil, a construção dos conceitos de Medicina Geográfica

iniciou-se com a conquista e colonização pelos países imperialistas. Objetivos: Traçar o perfil

da história da Geografia Médica no Brasil; avaliar e divulgar a produção científica sobre

geografia e saúde no Brasil. Discussão: O desenvolvimento da Geografia Médica no Brasil

iniciou-se com os relatos de viajantes que descreveram as moléstias locais. Posteriormente, a

fundação da Faculdade de Medicina do Brasil (1808) fez surgir inúmeras teses em patologia ou

higiene, que abordaram questões referentes à geografia das doenças. Em 1844, Sigaud publicou

“Du Climat et des maladies du Brasil” com o objetivo de traçar uma climatologia, esboçar a

geografia médica do país e descrever as doenças que constituíam a patologia intertropical. Essa

obra foi considerada o primeiro tratado brasileiro de Geografia Médica. No final do século XIX,

houve um declínio da Medicina Geográfica com o surgimento da Era Bacteriológica e a Teoria

da Unicausalidade, em que se enfocava a etiologia e o modo de transmissão das doenças

infecciosas. Em 1908, a Academia Nacional de Medicina publicou uma lista bibliográfica que

pontuava aspectos topográficos e climatologia médica. Santos Filho, por sua vez, em História

da Medicina no Brasil, retrata memórias dessa época versando sobre Geografia Médica. A partir

da metade do século XX, surge a Teoria da Multicausalidade, em que a doença é considerada

um processo decorrente de diversas causas – biológica, ambiental, social, econômica,

psicológica e cultural – que agem sobre um indivíduo susceptível. Essa concepção, assim,

reconsiderou a importância da Geografia Médica e sua correlação com as doenças. Dentre as

publicações da época, estão: “A Geografia da fome”, de Josué de Castro; “Clima e Saúde”, de

Afrânio Peixoto; e “Ensaios Médico-Sociais”, de Samuel Pessoa. Conclusão: A documentação

das observações sobre Geografia Médica tem se mostrado importante para os estudos

epidemiológicos e, consequentemente, para o planejamento de estratégias em vigilância em

saúde. Dessa forma, existe a necessidade de que mais pesquisadores desenvolvam estudos dos

laços que unem o homem ao seu ambiente biológico e social.

Palavras-chave: Geografia Médica, Era Bacteriológica, Teoria da Multicausalidade.

Referências:

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1. PAIVA, C.H.A, Samuel Pessoa: uma trajetória científica no contexto do sanitarismo

campanhista e desenvolvimentista no Brasil, Instituto de Medicina Social/Uerj, Hist.

cienc. saude-Manguinhos vol.13 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2006 .

2. LEMOS, J.C, LIMA, S. C. A geografia médica e as doenças infecto-parasitárias.

Caminhos de Geografia 3(6), jun/ 2002.

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POSTERES

PLANEJAMENTO EM SAÚDE: UMA INTERVENÇÃO CONTRA A

DIARRÉIA NA ESCOLA DÓ-RÉ-MI DO BAIRRO BAUXITA, OURO

PRETO, MINAS GERAIS. Ariane Cavalcante do Nascimento

Felipe Moreira Dias

Flávio Alexandre Pereira Pinto

Ismael Eliazer Azevedo Alves

Felício

Ludmila Naves Magalhães

Luis Felipe Conceição

Palmira de Fátima Bonolo

Introdução: A diarréia constitui importante problema de saúde pública em países em

desenvolvimento. De acordo com relatório da UNICEF e OMS, a afecção é responsável por

uma em cada cinco mortes em crianças de 0-5 anos. Segundo Departamento de Água e Esgoto

Municipal, o único tratamento que a água de Ouro Preto recebe é a cloração. Dados do

DATASUS mostram, em 2009, uma taxa de mortalidade infantil por diarréia em Ouro Preto de

1,4 por 1000 nascidos vivos; em 2008, a taxa de hospitalização por desidratação foi 17,3 por

1000 crianças menores de 5 anos. Uma dentre as vinte e cinco crianças da escola DO-RE-MI,

bairro Bauxita, Ouro Preto – MG, foi hospitalizada esse ano devido a desidratação como

complicação de diarréia. A partir de questionário, foi constatada, nessa comunidade, a

deficiência de projetos de orientação e educação de mães e cuidadores de crianças de 0-5 anos,

no que tange a prevenção e tratamento apropriado da diarréia, o que constitui importante fator

determinante de complicações, como desidratação. Esse fato justifica a intervenção deste

projeto. OBJETIVO: Aumentar de 68% para 90,0% a porcentagem de mães e cuidadores que

tomam alguma precaução para evitar a diarréia. Aumentar de 56% para 100,0% a porcentagem

das mães participantes que conhecem a Terapia de Reidratação Oral. Assim como, aumentar a

iniciativa e frequência de lavagem das mãos (avaliado por observação de mudança de hábito de

higienização das mãos). MÉTODOS: No planejamento da intervenção, utilizou-se o método de

Estimativa Rápida Participativa para o diagnóstico situacional de saúde. No processo de

intervenção foram realizados: grupo de discussão com as cuidadoras da escola, teatro de

marionetes com os alunos e confecção de cartazes e cartilhas. Resultados: Após a intervenção o

número de mães que tomam algum cuidado para evitar diarréia passou de 17 em 25 (68%) para

24 (96%). O número de mães que conhecem a Terapia de Reidratação Oral passou de 14 em

25(56%) para 25 (100%). O número de cuidadores que tomam alguma precaução para evitar

diarréia para evitar diarréia passou de 4 em 5 (80%) para 5 (100%). Todas cuidadores acharam

que a intervenção dos alunos do 6º período de medicina na escola Dó-ré-mi abordando foi

importante para prevenir diarréias nas crianças. Conclusão: Com o término do projeto

verificou-se que ações educativas para minimizar a incidência e prevalência da diarréia e os

impactos da afecção instalada têm grande validade ao informar sobre o assunto,

simultaneamente conscientizando pais e cuidadores de crianças de 0 a 5 anos. Contudo ficou

notório que a mudança dos hábitos de higiene das crianças e a implantação de medidas de

prevenção pelos pais depende de uma ação mais ampla e abrangente.

Palavras-chave: Diarreia, criança, prevenção, educação, pais, cuidadores

Referências:

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Informante-chave – Diretora da escola Dó-ré-mi. Bauxita – MG

Neves, K.O. Estudo microbiológico da água de consumo de bairros periféricos de Ouro Preto e

diarréia infantil. 2002.

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POSTERES

PREVALÊNCIA DE QUEIXAS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE

ESFORÇO NO PRÉ-PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO EM

GESTANTES E PÚERPERAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

DE PATROCÍNIO-MG

Andréa Caixeta Gonçalves

Ademar Gonçalves Caixeta Neto

Juliana Araújo Freitas Silva

Introdução: A incontinência urinária (IU) é definida por Baracho (2002) como uma condição

em que a perda involuntária de urina é um problema social, higiênico e objetivamente

demonstrável. Segundo Ramos (2006), cerca de 45% da população feminina apresenta algum

tipo de incontinência urinária. Estima-se que 50% das pacientes tenham incontinência urinária

de esforço, 20% tenham incontinência urinária de urgência e 30% apresentam a sintomática.

Objetivo: Mostrar a prevalência de queixas de Incontinência Urinária de Esforço pré e pós-

parto em gestantes internadas na Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio-MG e identificar o

tipo de sintomas urinários mais freqüentes no pré e pós-parto imediato. Metodologia: Trabalho

realizado entre os meses de julho à setembro de 2008, após aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa do Centro Universitário do Cerrado - Patrocínio (UNICERP). Foi selecionada amostra

aleatória de 80 mulheres, sendo 40 gestantes que se encontravam no 3° trimestre de gestação e

40 puérperas no pós-parto imediato. Foi realizada a coleta de dados através do King’s Health

Questionnaire validado por Fonseca et al. (2005), traduzido e modificado de acordo com as

necessidades da pesquisa. Foram adotados como critérios de inclusão gestantes no 3° trimestre e

puérperas no pós-parto imediato, tendo como idade mínima 15 anos e máxima 40 anos. Foram

excluídas gestantes nos 2 primeiros trimestres de gestação, idade inferior a 15 anos e superior a

40 anos e que estejam no pós-parto imediato. A análise estatística foi realizada de forma

qualitativa e quantitativa, por meio do teste do qui-quadrado (x²), com índice de significância

estabelecido com p < 0,05. Resultados: A prevalência de queixas de IU em gestantes foi de

42.5%, enquanto que nas puérperas foi de 25%. As situações em que houve perda urinária em

gestantes de forma mais comum foram: espirar (70.58%), tossir (58.22%), rir (17.64%), pegar

peso (11.76%) e andar (5.88%). Nas púerperas houve perda urinária ao espirar (70%), tossir

(60%), rir (20%) e andar (10%). Conclusão: A prevalência de IU foi maior em gestantes

quando comparados às púerperas. Não houve diferença significante estatisticamente entre

púerperas e gestantes quanto à perda urinária ao espirar, tossir e rir. Não foi relatada perda

urinária ao carregar peso em púerperas.

Palavras-chave: Incontinência Urinária de Esforço, Pré-Parto, Pós-Parto Imediato.

Referências bibliográficas:

1. BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia. 3ª ed., Rio de Janeiro: Medsi.,

2002;

2. FONSECA, E.S.M. et al. Validação do questionário de qualidade de vida (King’s

Health Questionnaire) em mulheres brasileiras com incontinência urinária. Rev Bras

Ginecol Obstet. 2005; 27(5): 235-42.

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POSTERES

PROJETO SAÚDE EM DIA. GRUPOS OPERATIVOS COMO

ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM PACIENTES COM

DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Ana Luiza Leite Costa

Gustavo André A. Oliveira

Juliana Nascimento

Robert Eduardo Emídio

Rosana Aparecida Rodrigues

Cardoso

Adriana Maria de Figueiredo

Adriana Carla Oliveira

Identificação do Problema. Foi identificado, pela Equipe de Saúde da Família juntamente com

os monitores do PET-Saúde no início de 2010, um total de 96 diabéticos na ESF-03 Cabanas,

dentre estes 38 portadores de Diabetes Mellitus exclusivamente e/ou que fazem uso de insulina,

os quais eram até o momento pouco assistidos pela equipe. Os demais eram acompanhados

pelos grupos operativos do programa HiperDia, voltado para hipertensos. Diante disso, optamos

por acompanharmos a saúde desses pacientes por meio de grupos operativos, de forma a

minimizar as complicações decorrentes da doença. O trabalho vem ao encontro da possibilidade

de desenvolvimento de estratégias de autocuidado e de estabelecimento de vínculos entre

participantes e profissionais de saúde, propondo o desenvolvimento de grupos operativos, a fim

de promover a socialização da experiência e o acolhimento pela equipe de saúde. Cenário. A

Unidade de Saúde Cabanas, em Mariana-MG, atende os bairros Santa Rita de Cássia, Cabanas,

São José e Vale Verde. De acordo com os dados referentes à equipe 03, o total de famílias

cadastradas é de 954, sendo 96 pessoas portadoras do DM, 402 pessoas são portadoras da

Hipertensão Arterial Sistêmica. O padrão sócio econômico baixo é realidade de grande parte da

população. Desenvolvimento. Os grupos operativos aconteceram de junho a dezembro de 2010,

quinzenalmente, de forma simples e objetiva com dinâmicas e atividades práticas externas. Os

temas eram escolhidos em conjunto ao longo do trabalho, abordando sinais e sintomas,

complicações do diabetes, alimentação, atividade física, contando com a participação da

nutricionista e da médica da unidade de saúde em momentos estratégicos. Resultados. Mais que

informações, foi oferecido um tratamento diferenciado que se preocupava com o bem-estar

físico e mental, proporcionando um ambiente acolhedor, contribuindo para os efeitos

alcançados. Aos monitores, as experiências tiveram âmbito particular e coletivo, com troca de

vivências entre os participantes, no entendimento da doença na percepção dos diabéticos. O

acompanhamento dado pela atenção primária apresenta uma grande relevância no

encorajamento do paciente ao autocuidado, estratégias de aproximação da equipe médica com

os pacientes são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida da população de qualquer

nível social. Foi experimentado na prática, tudo o que foi passado aos monitores na teoria, como

princípios básicos do SUS e da cidadania que estão presentes na Carta dos Direitos dos Usuários

da Saúde. Conclusões. O enriquecimento na formação profissional, tanto no âmbito da

humanização na relação médico/paciente quanto no conhecimento intelectual sobre os assuntos

abordados, foi significante e diferencial para os monitores. Encarar um problema sozinho,

qualquer que seja ele, gera medo e muitas dúvidas. O convívio com um Grupo de pessoas que

partilham essa característica ajuda a encará-la. À medida que se constrói uma relação de

cumplicidade e confiança, as pessoas tendem a expor seus sentimentos e dúvidas de modo a

saná-las em conjunto.

Palavras chaves: Grupo Operativo, Diabetes Mellitus, autocuidado.

Referências:

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1- Pereira, F. R. L.; Torres, H.C.; Cândido, N. A.; Alexandre, L. R. Promovendo o

autocuidado em diabetes na educação individual e em grupo. Cienc Cuid Saude 2009

Out/Dez; 8(4):594-599

2- Torres, H.C.; Franco, L. J. ; Stradioto, M. A.; Hortale, V. A.; Schall, V. T. Avaliação

estratégica de educação em grupo e individual no programa educativo em diabetes Rev.

Saúde Pública vol.43 no.2 São Paulo Apr. 2009 Epub Feb 13, 2009.

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POSTERES

PROJETO SAÚDE EM DIA.

O IMPACTO DE GRUPOS OPERATIVOS NO CONTROLE DE

DIABETES MELLITUS.

Ana Luiza Leite Costa

Gustavo André A. Oliveira

Juliana Nascimento

Robert Eduardo Emídio

Rosana Aparecida Rodrigues

Cardoso

Adriana Maria de Figueiredo

Adriana Carla Oliveira

Introdução. Em termos mundiais, cerca de 240 milhões de indivíduos apresentavam Diabetes

Mellitus (DM) em 2005, com projeção de atingir 366 milhões em 2030, dos quais dois terços

habitarão países em desenvolvimento, sendo no Brasil a estimativa de 11,3 milhões de pessoas

para o ano de 2030. Foi identificado, pela Equipe de Saúde da Família juntamente com os

monitores do PET-Saúde no início de 2010, um total de 96 diabéticos na ESF-03 Cabanas,

dentre estes 38 portadores de Diabetes Mellitus exclusivamente e/ou que fazem uso de insulina,

os quais eram até o momento pouco assistidos pela equipe. Os demais eram acompanhados

pelos grupos operativos do programa HiperDia, voltado para hipertensos. Objetivos.

Conscientizar os portadores de Diabetes Mellitus a respeito de sua patologia através da

educação em saúde/grupo operativo, favorecendo maior adesão ao tratamento e promoção de

saúde, evitando complicações decorrentes da doença. Métodos. Os grupos operativos

aconteceram de junho a dezembro de 2010, quinzenalmente, de forma simples e objetiva com

dinâmicas e atividades práticas externas. Os temas eram escolhidos pelos monitores e pelos

participantes ao longo do trabalho, abordando sinais e sintomas, complicações do diabetes,

alimentação, atividade física, contando com a participação da nutricionista e da médica da

unidade de saúde em momentos estratégicos. Verificou-se a glicemia em jejum ou pós-prandial,

IMC, Pressão Arterial Sistólica e Diastólica e circunferência Abdominal em cada grupo

operativo, classificando-se os pacientes em um score atribuindo-se +1 ponto para cada fator

dentro da normalidade e -1 para cada fator fora desta, utilizando-se os critérios da IDF (2005).

Resultados. Além de uma melhora do controle do Diabetes, vista por exames laboratoriais,

houve uma melhora no autocuidado, na compreensão da doença e uma minimização do impacto

da doença no psicossocial dos pacientes. Dos pacientes mais assíduos, apenas um paciente teve

declínio em seu score, mesmo assim teve a pontuação nos dois últimos GO estáveis. Ressalta-se

a situação de uma paciente, que no início apresentava score -5, e ao final -3, fato este

importantíssimo para a sua saúde. Ela se apresentava com DM descontrolado e encontrava

muitas dificuldades para manter o tratamento por ser analfabeta e depender de terceiros para

aplicação da insulina. Conclusões. A dinâmica em grupo favorece melhor assimilação pelos

usuários quanto ao tema abordado, reafirmando a importância da Atenção Primária para a

promoção da saúde e prevenção de doenças. A adequação da linguagem utilizada nos GO foi

fundamental para melhor compreensão dos assuntos trabalhados. Isso favoreceu o aumento da

aderência dos pacientes aos cuidados da doença e desenvolveu uma maior proximidade dos

participantes com a unidade de saúde. As atividades realizadas apresentaram potencial para

estimular o diabético a refletir sobre a adoção de um estilo de vida saudável, bem como a

adoção do autocuidado para melhorar sua qualidade de vida, maior adesão ao tratamento e

assim prevenir possíveis complicações.

Palavras chaves: Grupo Operativo, Diabetes Mellitus, autocuidado.

Referências:

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1- SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), Aspectos epidemiológicos do diabetes mellitus e

seu impacto no indivíduo e na sociedade. [On-line]. Disponível em:

http://www.diabetesebook.org.br/novo/modulo-1/2-aspectos-epidemiologicos-do-diabetes-

mellitus-e-seu-impacto-no-individuo-e-na-sociedade. Acessado em 17 de Outubro de 2010.

2- Wild S, Roglic G, Green A, Sicree R, King H. Global prevalence of diabetes. Estimates for

the year 2000 and projections for 2030: Diabetes Care 27(5): 1047-53, 2004.

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POSTERES

PROMOÇÃO DA SAÚDE APLICADA À HIPERTENSÃO ARTERIAL

SISTÊMICA

Alyne Hoth Trindade

Amanda de Assis Silveira

Camila Nicolela Geraldo Martins

Caroline Guimarães Dantas de Siqueira

Luiza Gonçalves Martins

Lahis Cristina Bragança de Souza

Ramine Almeida Torreão Mota

Márcio Antônio de Moreira Galvão

Introdução: História natural da doença é o conjunto de processos interativos compreendendo as

inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu

desenvolvimento. É divida em dois períodos: o pré-patogênico e o patogênico. Essa divisão

permite definir pontos no curso da doença nos quais é possível interferir em seu

desenvolvimento por meio de medidas inseridas em diferentes níveis de prevenção. Entretanto,

esse modelo mostrou-se insuficiente para caracterizar a evolução das doenças crônico-

degenerativas que se tornaram mais prevalentes devido a mudança no perfil epidemiológico. A

hipertensão arterial sistêmica, doença crônico-degenerativa, é potente fator de risco para

doenças cerebrovasculares, predominante causa de morte no Brasil. Objetivo: Considerar as

diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) para analisar a história natural da

hipertensão e avaliar a relevância dessas medidas na prevenção dessa doença. Metodologia:

Revisão bibliográfica sobre a prevenção da hipertensão arterial sistêmica baseada nas diretrizes

da PNPS e artigos relacionados. A partir disso, correlação com o modelo da História Natural da

Doença. Discussão: Ao desenvolverem esse modelo, Leavell & Clark utilizaram o conceito de

promoção da saúde, constituído por níveis de prevenção, nos quais é possível aplicar medidas

estratégicas, de acordo com a história natural de cada doença. Entretanto, após a segunda

revolução epidemiológica, a promoção da saúde passou a associar-se a medidas preventivas

sobre o ambiente físico e os estilos de vida, e não mais voltadas exclusivamente para indivíduos

e famílias. Nesse contexto a PNPS mostra-se mais abrangente para definir estratégias

profiláticas para doenças crônico-degenerativas no intuito de impedir a instalação e reduzir a

incidência. Modificações de estilo de vida são importantes na terapêutica e na prevenção da

hipertensão. Evidências demonstram que essas modificações são eficazes para controlar os

níveis pressóricos e no Brasil, os programas educativos sobre tais fatores de risco são escassos.

Conclusão: A prevenção de doenças e a promoção à saúde são temas que ganharam relevância

dentro das ações de saúde. No entanto, essas ações podem ser potencializadas se houver união

de esforços no que diz respeito à redução dos fatores de risco de doenças crônico-degenerativas,

como é o caso da hipertensão.

Palavras-chave: História natural da doença, promoção da saúde, hipertensão

Referências:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. 2005. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pd

f> Acessado em jun. 2011

2. QUADRA, A.A. Viver é resistir: o modelo de história natural das doenças. Rio de

Janeiro, Achite, 1983.

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POSTERES

SÍNDROME DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Breno Bernardes de Souza

Liliane Alves Mattos

Natália Corrêa de Assis

Guilherme Freitas Bernardo Ferreira

Luciana Hoffert Castro Cruz

Introdução: A Síndrome de Alice no País das Maravilhas (SAPM), também conhecida por

Síndrome de Todd foi descrita em 1955 pelo psiquiatra inglês John Todd. Trata-se de uma

desordem neurológica caracterizada por uma distorção na percepção do formato, tamanho,

distância e relação espacial dos objetos e do próprio corpo. Esses sintomas são condizentes com

a situação vivenciada pela personagem Alice, de Lewis Carroll, o que justifica a nome da

síndrome. Objetivos: Definir a síndrome, sua etiologia, áreas cerebrais acometidas,

fisiopatologia e tratamento por meio de revisão bibliográfica. Discussão: A SAPM caracteriza-

se por uma percepção distorcida do formato e tamanho das pessoas ou objetos, os quais parecem

ser maiores (macropsia) ou menores (micropsia) que o normal. Dessa forma, um cachorro pode

aparentar o tamanho de um rato e um carro pode apresentar-se reduzido em escala. Além disso,

na SAPM, também há uma alteração considerável da perspectiva, do senso de tempo, da

sensibilidade tátil, da audição e da linguagem. O portador pode perceber o tempo passar mais

rápido ou lentamente, ouvir sons contínuos e que não existem, sentir que o chão não está firme,

que está caminhando em uma estrada sem fim, que as partes do corpo estão aumentando ou

diminuindo, que os objetos estão perdendo as cores, entre outros. Esses episódios alucinantes

acontecem por aproximadamente vinte minutos, podendo ocorrer uma ou mais vezes na semana,

deixando o indivíduo atordoado, fazendo-o procurar um ambiente isolado para que ele possa se

acalmar. Essa síndrome acomete principalmente crianças, desaparecendo quando se atinge a

adolescência. A SAPM é uma rara manifestação de muitas doenças comuns, como enxaqueca,

epilepsia, mononucleose devido ao vírus Epstein-Barr, tumores cerebrais, hiperpirexia, uso de

drogas psicoativas, encefalopatia tifóide, distúrbios psiquiátricos como depressão e dores de

cabeça pulsantes. Técnicas de medicina nuclear demonstraram que os portadores da SAPM

possuem perfusão cerebral anormal na região temporal-medial, hipocampal, temporo-occipital

ou temporo-parieto-occipital. Não existe tratamento direto para esta síndrome, uma vez que a

sua causa raiz é quem deve ser tratada. Conclusão: A Síndrome de Alice no País das

Maravilhas é um distúrbio do sistema nervoso central que é uma rara conseqüência de algumas

doenças. Assim, o conhecimento dessa síndrome é importante para que o médico, quando

diagnosticar sintomas desta, conduza seu pensamento clínico no caminho da enxaqueca,

epilepsia, encefalopatia tifóide, entre outros; podendo fornecer um diagnóstico e tratamento

antecipados, resultando em um melhor prognóstico.

Palavras-chave: Síndrome de Alice no país das Maravilhas, distorção, neuroanatomia.

Referências:

1. TODD, John. Syndrome of Alice in Wonderland. Canadian Medical Association

Journal, Ottawa, 1955, 73: 701-70.

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2. KITCHENER, Nabil. The International Journal of Child Neuropsychiatry Vol. 1 (1) -

Sep. 2004.

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POSTERES

SÍNDROME DO MEMBRO FANTASMA: BASES ANATÔMICAS

E NEUROFISIOPATOLÓGICAS

Bryan Ferraz Freitas

Janaina Drumond Fraga

Thiago Pereira Andrade

Vinicius Chinellato Lima de

Carvalho

Luciana Hoffert Castro Cruz

INTRODUÇÃO: A síndrome do membro fantasma se refere a um fenômeno no qual o

paciente amputado apresenta a experiência de uma sensação desagradável na parte

cirurgicamente removida ou amputada por origem traumática. A incidência deste

fenômeno varia de 2% até 97%. Este transtorno pode ser caracterizado pela sensação,

percepção e cinesia do membro ausente, com alto grau de realidade. Também pode estar

presente a dor do membro fantasma, causada pela despolarização de vias álgicas e

interpretação pelo córtex cerebral desta informação como sendo provenientes da região

amputada. A dor aparece geralmente na primeira semana após a amputação e persiste

por meses ou até anos. OBJETIVO: Analisar os princípios neuroanatômicos e

neurofisiológicos envolvidos no fenômeno do membro fantasma, correlacionando-os à

sintomatologia apresentada pelos pacientes. DISCUSSÃO: A síndrome do membro

fantasma advém do fato que um nervo, quando estimulado ao longo de seu trajeto, gera

a sensação tátil, térmica e dolorosa, além da percepção e cinesia não no ponto

estimulado, mas no território cortical por ele inervado. Em pacientes amputados, áreas

corticais adjacentes assumem a função do território sensorial responsável pela região

amputada, devido à plasticidade cerebral, o que permite a sensação do membro

fantasma quando estimula dermátodos diferentes daqueles localizados no membro

amputado.A dor do membro fantasma decorre da atividade dos nociceptores (modulada

pela ação de algogênicos liberados em elevada concentração nos tecidos em decorrência

de processos inflamatórios, traumáticos e/ou isquêmicos), que conduzem impulsos

nervosos aos neurônios que se encontram no corno posterior da medula espinhal. Esses

neurônios emitem axônios que seguem pelo tracto espino-talâmico lateral. Junto a esse

tracto seguem fibras espino-reticulares, também condutoras de impulsos dolorosos até o

tálamo, onde novas sinapses ocorrem. Axônios talâmicos dirigem-se para o giro pós-

central do córtex cerebral de mesmo lado, local de processamento de informação

sensorial. Influxos anormais de estímulos nociceptivos, podem modificar a atividade no

próprio sistema nervoso central, de maneira que estes impulsos nervosos podem ser

desencadeados por informações aferentes cutâneas e eferentes simpáticas, modulados

pela atividade cerebral. Achados clínicos sugerem que a medula espinhal tem atuação

na modulação da dor do membro fantasma, pois lesões deste órgão estão associadas à

dor fantasma também observadas em pacientes amputados. CONCLUSÃO: Apesar do

alto nível de complexidade de entendimento e funcionamento do sistema nervoso

central e das suas vias grandes aferentes e eferentes, muitos aspectos da síndrome do

membro fantasma ainda devem ser elucidados, com a utilização de técnicas de imagem

e exames eletroneuromiográficos, sempre associados às correlações anatomoclínicas

presentes em cada caso.

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Palavras-chave: síndrome do membro fantasma, neuroanatomia, dor neuropática

Referências:

1. LENT, Robert. O sistema Sensorial Somático. In: LENT, Robert.Cem Bilhões de

Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência. Rio de Janeiro: Atheneu,

2004. p. 387-422.

2. SCHMIDT, André Prato; TAKAHASHI, Márcia Emy; POSSO, Irimar de Paula.

Phantom limb pain induced by spinal anesthesia. Clinics, São Paulo, v. 60, n. 3, June

2005 . Available from

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-

59322005000300014&lng=en&nrm=iso>. access on 06 June 2011. doi:

10.1590/S1807-59322005000300014.

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POSTERES

TEORIA DA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO-DOENÇA: A

CONTEXTUALIZAÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DE

SÃO PAULO

Armanda Resende

Diógenes Coelho Júnior

Helbert José da Silva

Humberto Rodrigues Parreira

Michele Carolina de Araújo

Pedro Marcos Silva e Gonçalves

Rogério Magno do Nascimento Filho

Márcio Antônio Moreira Galvão

Introdução: O modelo clássico epidemiológico é usado para explicar a distribuição de doenças

infecto-parasitárias, baseando-se em fatores como a imunidade, temperatura e virulência lado a

lado com a pobreza, ocupação e desequilíbrio ecológico de modo que estes últimos diante desse

modelo perdem a historicidade que lhes é própria. Sendo assim esse modelo é insuficiente para

explicar certos processos de saúde-doença que são intrínsecos à historicidade local,

correlacionada com a história da doença.No caso da distribuição da doença de Chagas em São

Paulo, uma análise da expansão da fronteira agrícola cafeeira paulista ajuda a entender como se

deu a chegada do Triatoma infestans e a consequente endemia chagásica, intrinsecamente

relacionada com a economia vigente local. Objetivos: Através da teoria de ocupação do espaço

geográfico mostrar a evolução da doença de Chagas com a expansão da fronteira agrícola no

Estado de São Paulo. A partir dessa correlação, mostrar a necessidade de readequação dos

modelos clássicos para um entendimento mais completo da doença a partir de sua historicidade.

Metodologia: Realização de busca e revisão de textos na literatura que descrevem a temática.

Discussão: Segundo Luiz Jacintho, a existência do T. infestans no Brasil não é mencionada em

correlatos históricos anteriores a era da expansão verde em São Paulo, evidenciando que este

vetor é de introdução recente no estado. A hipótese mais aceita é a de que o T. infestans se

introduziu através do contato terrestre do comércio de equinos e muares vindos da Argentina

para o centro-sul brasileiro para suprir a demanda da agricultura cafeeira, encontrando uma um

espaço bastante propício para sua disseminação: aspectos climáticos favoráveis, alta densidade

demográfica, maior dispersão na organização dos empreendimentos agrícolas e grande

mobilidade populacional, aliados aos aspectos socioeconômicos. Além disso, um aspecto

importante é que a doença se limitou a um espaço específico, o planalto ocidental, mas não se

desenvolveu tão bem no Vale do Paraíba, mesmo esta área não sendo inóspita ao T. infestans.

Podemos notar certa inadequação da conceituação clássica, pois no estado de São Paulo não

percebemos a domicialiação do T. infestans e nem a relação casa de pau-a-pique/doença no

local. Além disso, é notório que se o espaço não oferecesse condições favoráveis para sustentar

a transmissão da doença, o vetor poderia ter sido introduzido, mas existiriam apenas pequenos

focos que se extinguiriam com o passar do tempo, sem que se estabelecesse uma situação

endêmica. Assim, para melhor explicar os fatores epidemiológicos determinantes no

surgimento da endemia chagásica em São Paulo, propôs-se a teoria de ocupação do espaço-

doença, que leva em conta diversos fatores que acompanham a historicidade da doença

paralelamente com a historicidade do local. Conclusão: A reestruturação do espaço agrário

levou ao maior declínio da transmissão da doença de Chagas, o que evidenciou a influência da

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economia cafeeira no aumento da distribuição da doença no estado de São Paulo. O êxodo rural

decorrente da mecanização da agricultura levou a uma diminuição no processo de transmissão e

disseminação da doença, pois houve uma diminuição da população e de domicílios rurais à

partir da década de 1950. Observa-se assim que não houve influência direta do processo de

melhoria das condições socioeconômicas para o controle da endemia chagásica em São Paulo,

mas sim uma reabilitação de um cenário agrário, economicamente importante, através de

investimento maciço de capital e trabalho. Portanto, a teoria de ocupação do espaço-doença foi

determinante para a melhor compreensão de como se deu o estabelecimento da doença e de seu

vetor no estado de São Paulo.

Palavras-chave: Doença de Chagas, São Paulo, Teoria de ocupação do espaço e doença.

Referências Bibliográficas

1. SILVA, Luiz Jacintho da; Organização do Espaço e Doença. Textos de apoio,

epidemiologia. Ed. Abrasco, 1985.

2. SILVA, Luiz Jacintho da; Desbravamento, agricultura e doença: a doença de Chagas

no Estado de São Paulo. Cadernos de Saúde Pública, 1986. 2(2):124-140.

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POSTERES

TEORIA DOS FATORES DE RISCO DE MACMAHON APLICADA AO

USO DE DROGAS POR ADOLESCENTES

Cynthia Mairink Félix da Silveira

Débora Londe Moura

Fernanda Carolina Moreira

Gabriela Miranda Mendes

Ivy Carolina Capeoli Pereira de

Oliveira

Lívia Isabela de Oliveira

Maria Cristina Fernandes

Tânia Mara Quintão Castro

Marcio Antônio Moreira Galvão

Introdução: A teoria dos fatores de risco, desenvolvida pelo epidemiologista Brian MacMahon,

aborda os padrões de saúde e doença que podem ser explicados por uma complexa trama de

fatores de risco e fatores de proteção interligados. Essa teoria leva à compreensão da situação de

vulnerabilidade que desencadeia o desenvolvimento ou não de determinada enfermidade pelo

indivíduo. Na área da saúde, risco é um conceito que envolve conhecimento e experiência

acumulada sobre o perigo de alguém ou de a coletividade ser acometida por doenças e agravos.

Os fatores de risco se referem às características dos indivíduos, ao seu meio social ou, ainda, a

condições estruturais e socioculturais mais amplas. Os levantamentos epidemiológicos sobre o

consumo de drogas lícitas e ilícitas entre os jovens no mundo e no Brasil, mostram que a adesão

a estes entorpecentes é iniciada geralmente na passagem da infância para a adolescência. Isso

ocorre em virtude de a adolescência constituir uma época de exposição e vulnerabilidade ao uso

de substâncias químicas viciantes, já que se trata de um período crítico para o desenvolvimento

de competências pessoais e interpessoais. Objetivos: Correlacionar os fatores que levam ao uso

de droga por adolescentes à Teoria dos Fatores de Risco de MacMahon. Metodologia: Foi

realizada pesquisa bibliográfica de artigos científicos relacionados ao tema, sequida de

discussão para melhor compreensão do assunto abordado. Resultados: Os fatores de risco para

a adesão às drogas incluem conflitos familiares graves, comportamentos problemáticos, baixo

aproveitamento escolar e susceptibilidade ao uso. É fundamental que pais e educadores estejam

atentos a alguns parâmetros relacionais, tais como comunicação livre e fluente; elogios às

conquistas dos filhos e dos educadores a seus alunos; compartilhamento de valores, atitudes e

crenças; educação com autoridade, porém com afeto; incentivo ao engajamento nas atividades

da escola, da comunidade e de movimentos sociais. Essas características promovem o

fortalecimento emocional do jovem, evitam o envolvimento em comportamentos de risco,

aumentam a auto-estima, favorecem o desenvolvimento psicológico saudável e o sucesso

escolar do adolescente. Discussão: O uso de drogas é uma questão complexa que envolve a vida

individual e social nas quais as representações sociais que levam à adesão ou à não adesão

dependem do contexto sociocultural, familiar e religioso. A família tem um papel fundamental,

pois possibilita ao jovem mais chance de ter um desenvolvimento saudável. É importante

ressaltar que a problemática não se reduz ao contexto familiar, pois o jovem está inserido numa

rede de relações que envolvem o histórico de vida e o ambiente no qual ele está inserido.

Deficiências nessas relações promovem uma situação de vulnerabilidade, aumentando os fatores

de risco para o abuso de drogas. Conclusão: Como o uso de drogas freqüentemente inicia-se na

adolescência, torna-se importante conhecer a população exposta ao risco do abuso destas

substâncias para agir de forma eficiente. Além disso, para minimizar os fatores de risco é

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primordial refletir sobre condições que podem ser protetoras e que portanto previnam a adesão a

entorpecentes.

Palavras chaves: fatores de risco, adolescência, droga

Referências:

1. SCHENKER, M., MINAYO, M. C. S. Fatores de risco e de proteção para o uso de

drogas na adolescência. Ciência e Saúde coletiva, 10 (3): 707-717, 2006.

2. PENNA, M. L. F. Reflexões sobre a Epidemiologia Atual. Revista de Saúde Coletiva,

Rio de Janeiro, 7 (1): 109-121, 1997.

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TERAPÊUTICA DA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Tiago César Pereira Ferreira

Marlus Sergio Borges Salomão-Junior

Iure Kalinine Ferraz Souza

Introdução:A Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE) caracteriza-se pelo defeito da

barreira anti-refluxo, permitindo o retorno anormal de conteúdo gástrico para o esôfago.

Possui alta prevalência na população ocidental acometendo tanto homens quanto mulheres.

As manifestações usualmente dependem da gravidade do quadro e variam desde pirose a

lesões teciduais podendo apresentar ou não complicações. Para um diagnóstico mais

acurado, diversos exames complementares são citados na literatura, sendo a pHmetria o

exame de escolha. Objetivos: Apresentar e comparar os principais tipos de técnicas

realizadas para fundoplicatura. Discussão: Com o objetivo de aliviar a sintomatologia do

paciente, o tratamento clínico é a primeira opção. A medicação usada dependerá do grau de

gravidade do quadro segundo os critérios de classificação endoscópica. Tal classificação e

resposta ao tratamento clínico são alguns dos critérios que nortearão a indicação ao

tratamento cirúrgico. O tratamento cirúrgico da DRGE tem como objetivo o

estabelecimento de uma anatomia anti-refluxo. A escolha da técnica para a cirurgia tem sido

tradicionalmente baseada em considerações anatômicas, levando em conta a experiência e

preferência do cirurgião. Conclusão: É recomendado realizar a fundoplicatura por

videolaparoscopia em detrimento da técnica de cirurgia aberta. Através da laparoscopia

observam-se os resultados mais precocemente, reduz-se a permanência do doente no

hospital e retorno das atividades habituais, além das menores complicações pós-operatórias.

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TRANSTORNO DO PÂNICO: CONSIDERAÇÕES NEUROANATÔMICAS E

NEUROQUÍMICAS Luciana Hoffert Castro Cruz

Guilherme Rezende

Gustavo Resende Furtado

Introdução: O transtorno do pânico é um fenômeno neuropsiquiátrico caracterizado pela presença de

ataques súbitos de ansiedade, acompanhados de sintomas físicos e afetivos. Trata-se de um grave

problema de saúde pública que tem um curso crônico, afetando 3,5% da população geral ao longo da

vida. Esse mal interfere de modo prejudicial na qualidade de vida de pacientes, estando frequentemente

relacionado a outros quadros, como ansiedade (simples e generalizada) e agorafobia (medo de locais de

difícil escape). Nesse sentido, é de fundamental relevância a explicitação da patologia, abrangendo seus

aspectos anatômicos, fisiológicos e neurológicos clínicos. Objetivo: Analisar as bases neuroanatômicas

e neuroquímicas envolvidas nas diferentes vias de desencadeamento de ataques de pânico, a fim de

possibilitar um maior entendimento acerca das suas causas biológicas. Discussão: O transtorno do

pânico ou síndrome do pânico caracteriza-se pela ocorrência de ataques de pânico recorrentes, com

crises súbitas de mal-estar envolvendo sensação de perigo iminente e sintomas como taquicardia,

sudorese, tremores, sensação de sufocamento ou asfixia, desconforto torácico ou abdominal, tontura e

parestesias. Esse mal se dá pelo disparo anormal das vias neurais relacionadas ao medo. As estruturas

encefálicas responsáveis pelo desencadeamento do mecanismo fóbico envolvem o núcleo central do

corpo amigdalóide, que capta as informações provenientes do tronco cerebral e tálamo sensorial e atua

como centro de disseminação dessas informações. Daí partem vias eferentes para o núcleo parabraquial,

núcleo lateral do hipotálamo, locus ceruleus, núcleo paraventricular do hipotálamo e substância

cinzenta periaquedutal. A resposta do organismo aos estímulos do medo se dá pelo desencadeamento do

aumento da frequência respiratória (núcleo parabraquial), atuação simpática (núcleo lateral do

hipotálamo), maior liberação de noradrenalina (locus ceruleus) e adrenocorticóides (núcleo

paraventricular do hipotálamo) e respostas comportamentais de evitação fóbica (substância cinzenta

periaquedutal). Há hipóteses neuroquímicas que relacionam o desencadeamento de ataques de pânico a

três diferentes vias: noradrenérgica, serotoninérgica e gabaérgica. Apesar de envolverem vias distintas,

as teorias não são excludentes entre si. Conclusões: Os ataques de pânico envolvem não uma estrutura

determinada do sistema nervoso central, mas sim uma rede de estruturas cerebrais e vias neuroquímicas.

A compreensão desse complexo como um todo faz-se indispensável na compreensão do transtorno do

pânico em si e na elaboração de tratamentos adequados destinados ao quadro.

Palavras-chave: transtorno do pânico, medo, neurofisiologia

Referências

1. MEZZASALMA, M. A. et al. Neuroanatomia do transtorno de pânico. Rev. Bras.

Psiquiatr., São Paulo, v. 26, n. 3, Sept. 2004 . Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-

44462004000300010&lng=en&nrm=iso>. doi: 10.1590/S1516-44462004000300010.

Acesso em: 4 de jun. 2011.

2. RAMOS, R. T. As bases biológicas do transtorno de pânico. Disponível em:

http://www.amban.org.br/profissionais/artigos.asp?hyperlink=artigos&art=2. Acesso

em: 4 de jun. 2011.

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UMA ANÁLISE SOBRE GRAVIDEZ ECTÓPICA

Cecília de Souza Monteiro

Márcio Figueiredo Mendonça

Iure Kalinine Ferraz de Souza

Introdução: A gravidez ectópica é denominada a gestação cuja implantação e desenvolvimento do

ovo ocorrem no exterior da cavidade corpórea do útero. A gravidez ectópica é um problema grave e

uma condição de saúde comum que pode acarretar em consideráveis riscos para mulheres em idade

reprodutiva. Além dos riscos imediatos de hemorragia ameaçadora da vida e aos relacionados ao seu

tratamento, as mulheres que já tiveram uma gravidez ectópica apresentam um risco subseqüente

aumentado de infertilidade e de ocorrência de gestações ectópicas recorrentes. Objetivo: O objetivo

do atual estudo consiste na elaboração de uma revisão sobre o tema gravidez ectópica, abordando,

com ênfase, o tratamento cirúrgico como também outros aspectos dessa enfermidade como:

definição, antecedentes históricos, epidemiologia, fisiopatologia, etiologia, classificações, quadro

clínico, exames complementares e tratamento clínico. Em virtude da sua crescente incidência e

significativos índices de morbi-mortalidade no mundo, a gravidez ectópica é considerada questão de

saúde pública. Dessa forma, a escolha do tema gravidez ectópica para elaboração desta monografia

justifica-se pela tamanha relevância desta enfermidade nos sistemas de saúde em todo o mundo.

Discussão: A gravidez ectópica geralmente está associada a fatores de risco que causam lesão

tubária ou prejuízo no transporte ovular. A doença inflamatória pélvica causa obstrução tubária,

diminuição do número e movimento dos cílios e destruição das fímbrias. O uso de dispositivo intra-

uterino aumenta a chance de gravidez ectópica em 6,4 vezes. Mulher com antecedente de gravidez

ectópica tem risco de 6 a 8 vezes maior de nova gravidez ectópica. Tanto a estimulação da ovulação,

quanto as técnicas de transferência de embriões estão relacionadas ao aumento da gravidez ectópica.

A tuba uterina representa o local mais freqüente de gravidez ectópica, sendo responsável por cerca

de 98% dos casos. A gravidez ectópica de localização extratubária é uma entidade rara, somente

1,4% é ovariana, 0,15% é abdominal e 0,15% é cervical. São descritas nesse trabalho as

classificações da gravidez ectópica. O diagnóstico fundamenta-se nas manifestações clínicas, na

presença de fatores de risco, no exame físico e nos exames complementares. Dor abdominal,

sangramento vaginal e atraso menstrual são considerados a tríade clássica que compõem o quadro

clínico da gravidez ectópica. O diagnóstico confirmatório de gravidez ectópica é definido pela

dosagem sérica de gonadotrofina coriônica humana associada ao exame ultra-sonográfico do útero.

Conclusão: A necessidade de diagnóstico e tratamento cada vez mais precoce levou ao

desenvolvimento de opções cirúrgicas e não-cirúrgicas. A escolha do tratamento, incluindo conduta

médica expectante e abordagens cirúrgicas, depende da localização ectópica, sintomas, idade

gestacional, e desejo futuro de engravidar. O objetivo está em prol de realizar diagnóstico o mais

precoce possível e prover o procedimento mais adequado e menos invasivo, ao mesmo tempo que se

poupa a fertilidade caso desejado pela paciente.

Palavras-chave: gravidez, ectópica, cirurgia

Referências:

1. Zugaib M. Zugaib Obstetrícia, 1. ed., Manole, 2008. 550-63p.

2. Junior JE. et al.Gravidez ectópica não rota:diagnóstico e tratamento.Situação

atual. Rev Bras Ginecol Obstet., 2008; 30(3):149-59

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POSTERES

VISITA DOMICILIAR COMO FERRAMENTA

DE ABORDAGEM EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE

André Silva Rodrigues

Felipe dos Santos Nascimento

Filipe Garcia Moreira

Júlia Bamberg Cunha Melo

Luís Felipe Cintra Pereira

Luiz Augusto Martins Silva

Taís Dias Murta

Tiago Soares Baumfeld

Professora Palmira de Fátima Bonolo

Identificação do problema: O aumento da prevalência da obesidade tem se verificado,

também, em países em desenvolvimento, como o Brasil. Estamos assistindo em nosso país à

chamada transição nutricional, que consiste na redução dos índices de desnutrição e

aumento na prevalência da obesidade. Cenário: No contexto da disciplina Vigilância em

Saúde, realizou-se uma pesquisa-ação utilizando-se como ferramenta de exploração a visita

domiciliar com uma paciente selecionada do Centro de Saúde São Cristovão - Ouro

Preto/MG. O objetivo desse trabalho foi compreender o processo saúde doença e o contexto

social da família em estudo. Objetivou-se também desenvolver práticas de prevenção e

promoção à saúde, de modo a impactar positivamente a qualidade de vida da paciente e de

seus familiares. Desenvolvimento: Paciente chegou ao ambulatório para uma consulta de

retorno já em tratamento de HAS, com Raio-X que indicava um discreto aumento da área

cardíaca e uma leve congestão pulmonar. À fundoscopia apresentou retinopatia

hipertensiva. Paciente obesa de grau I. Não aderiu à prescrição dietética. Queixou-se de

episódios anteriores de eliminação anal de “vermes”. O cônjuge da paciente é hipertenso e

já sofreu um IAM. Filha, 30 anos, com diagnóstico de epilepsia, tem 2 filhos e é gestante.

Os dois netos são hígidos e são cuidados pela avó materna. Principais resultados: De

acordo com os dados da visita relacionados a ficha A do SIAB, o score de risco da família é

de 2: HAS (1 ponto);Analfabetismo (1 ponto), caracterizando um baixo risco. Quanto às

verminoses, nenhuma das duas crianças apresentou alterações clínicas significativas ao

exame físico feito na visita. O principal fator a ser destacado é em relação à má higiene das

crianças, com dentes em péssimo estado de conservação. A família foi orientada quanto à

necessidade de lavar alimentos, bem como utilizar água filtrada e fervida. A mãe foi

aconselhada a levar as crianças ao ambulatório para acompanhamento médico. Na consulta,

foi prescrita dieta para a paciente e durante a visita reiterou-se sua importância. Procurou-se

conhecer o cotidiano alimentar da família, de modo a aumentar a chance de adesão da

paciente. Conclusão: Apesar do limitado poder em mudar hábitos de vida próprios da

família, a visita domiciliar representa uma importante ferramenta na tentativa de se

aproximar a família dos serviços de saúde, trabalhar os risco e vulnerabilidades eminentes e

promover a saúde de forma mais integral . Segundo a paciente, a visita no dia anterior ao

que ela completaria 67 anos foi como um presente de aniversário, um importante dado

qualitativo da importância dessa intervenção. Além disso, apesar da família ter baixo risco

verificado na aplicação do SIAB (Ficha A), e por isso não ser priorizada em visitação da

Agente Comunitária de Saúde (ACS), percebe-se, com a aplicação da classificação do Grau

de Risco proposta pela Secretaria Estadual de Saude de Minas Gerais, que a família

apresenta risco alto. Tal achado justifica a importância da visita e, talvez, o viés relacionado

à priorização das visitas domiciliares segundo as diferentes ferramentas de classificação de

risco.

Palavras-chave: Vigilância em saúde, visita domiciliar, genograma

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Referências:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Saúde da Família. Manual de Enfermagem

Institudo de Desenvolvimento da Saúde. Universidade de São Paulo. Brasília – DF –

2001.

2. MAZZA, M. M. P. R. A visitar domiciliar como instrumento de assistência à saúde.

Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento. 4 (2) 60-68. Jul-Dez 1994