Cadeira de Rodas Inteligente

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FACULDADE GOVERNADOR OZANAM COELHO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO CADEIRA DE RODAS INTELIGENTE: O uso de técnicas de programação, automação e eletrônica para maior autonomia e qualidade de vida dos cidadãos de mobilidade reduzida ALDEIR DE SOUZA MOREIRA UBÁ MINAS GERAIS 2012

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Cadeira de rodas inteligente

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  • FACULDADE GOVERNADOR OZANAM COELHO

    CURSO DE BACHARELADO EM CINCIA DA COMPUTAO

    CADEIRA DE RODAS INTELIGENTE:

    O uso de tcnicas de programao, automao e eletrnica para maior autonomia e

    qualidade de vida dos cidados de mobilidade reduzida

    ALDEIR DE SOUZA MOREIRA

    UB

    MINAS GERAIS

    2012

  • ALDEIR DE SOUZA MOREIRA

    CADEIRA DE RODAS INTELIGENTE:

    O uso de tcnicas de programao, automao e eletrnica para maior autonomia e

    qualidade de vida aos cidados de mobilidade reduzida

    Monografia apresentado como parte das

    exigncias para a obteno do ttulo de

    Bacharel em Cincia da Computao da

    Faculdade Governador Ozanam Coelho,

    FAGOC.

    Orientador: Prof. M. Sc. Waldir Andrade

    Trevizano.

    UB

    MINAS GERAIS

    2012

  • ALDEIR DE SOUZA MOREIRA

    CADEIRA DE RODAS INTELIGENTE:

    O uso de tcnicas de programao, automao e eletrnica para maior autonomia e

    qualidade de vida aos cidados de mobilidade reduzida

    Monografia apresentada e aprovada em 17 de dezembro de 2012.

    _______________________________

    Prof. M. Sc. Jos Weslei Baia (Examinador)

    _______________________________

    Prof. M. Sc. Marcelo Santos Daibert (Examinador)

    _______________________________

    Prof. M. Sc. Waldir Andrade Trevizano

    (Orientador)

  • i

    AGRADECIMENTOS

    Gostaria de agradecer, em primeiro lugar a Deus, por ter me auxiliado com

    sabedoria, sade e fora ao decorrer de todo curso.

    A minha famlia que sempre me incentivou para que eu chegasse at esta

    etapa de minha vida.

    Ao professor e orientador Waldir Andrade Trevizano e a todos os professores

    do Curso de Cincia da Computao da Faculdade Governador Ozanam Coelho, foi

    o conhecimento transmitido por vocs que me levaram a execuo e concluso

    desta monografia.

    Aos amigos, colegas e todas as pessoas que estiveram comigo durante esta

    caminhada. Obrigado pelo constante apoio e incentivo de vocs.

  • ii

    RESUMO

    Existe uma crescente necessidade do desenvolvimento de produtos que atendam as

    pessoas portadoras de deficincias, melhorando assim sua qualidade de vida e

    integrao na sociedade. Tendo isso em mente, nada mais justo que usar os

    conhecimentos cientficos para colaborar na melhoria da qualidade de vida desta

    parcela da sociedade, que muitas vezes deixada em segundo plano. Neste

    trabalho so apresentados elementos e tcnicas de computao, automao e

    eletrnica para o desenvolvimento de mecanismo (software, hardware) que

    possibilite a deteco de objetos por uma cadeira de rodas motorizada evitando a

    coliso com os mesmos. Inicialmente feita uma introduo sobre o

    desenvolvimento da automao, em seguida se fala sobre a cadeira de rodas e a

    importncia de se desenvolver um dispositivo de controle como este. Por fim

    especificado a montagem de um prottipo utilizando a plataforma Arduino assim com

    detalhes de implementao e funcionalidades do software e os resultados dos testes

    realizados com um prottipo que simula uma cadeira de rodas motorizada.

    Palavras-chave: software embarcado, Cadeira de rodas, automao, Arduino.

  • iii

    SUMRIO

    RESUMO....................................................................................................................... ii

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................ v

    LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... vi

    LISTA DE TABELAS .................................................................................................. viii

    LISTA DE CDIGOS FONTES .................................................................................... ix

    INTRODUO ................................................................................................... 1 1.1.1. PROBLEMA E SUA IMPORTNCIA .................................................................. 2

    1.2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 4

    1.2.1. Objetivo Geral ................................................................................................. 4

    1.2.2. Objetivos Especficos ...................................................................................... 4

    1.3. MTODO DE DESENVOLVIMENTO ................................................................. 5

    1.4. ORGANIZAO DO TRABALHO ...................................................................... 6

    AUTOMAO .................................................................................................... 8 2.2.1. COMPONENTES DA AUTOMAO ................................................................. 8

    2.2. SENSORES...................................................................................................... 10

    2.2.1. Sensor de distncia Ultrassnico .................................................................. 12

    2.2.2. Sensor de distncia Infravermelho. ............................................................... 14

    2.3. ATUADORES ................................................................................................... 16

    2.3.1. MOTORES ELETRICOS ............................................................................... 16

    2.3.1.1 Motores de Corrente Alternada .................................................................. 16

    2.3.1.2 Motores de Corrente Continua ................................................................... 17

    2.3.2. LED ............................................................................................................... 18

    2.3.3. BUZZER ........................................................................................................ 19

    2.4. PONTE H ......................................................................................................... 20

    O ARDUINO ..................................................................................................... 23 3.3.1. CARACTERISTICAS ........................................................................................ 24

    3.2. IDE DO ARDUINO ............................................................................................ 28

    3.3. LINGUAGEM DE PROGRAMAO DO ARDUINO ......................................... 30

    TRABALHOS RELACIONADOS ...................................................................... 34 4.

    DESENVOLVIMENTO DO HARDWARE ......................................................... 36 5.5.1. Arduino ............................................................................................................. 37

    5.2. Sensor Ultrassnico e Infravermelho. ............................................................... 38

  • iv

    5.3. Ponte H ............................................................................................................ 42

    5.4. Motores ............................................................................................................ 45

    5.5. Buzzer piezoeltrico ......................................................................................... 47

    5.6. LEDs ................................................................................................................. 48

    5.7. Baterias ............................................................................................................ 48

    5.8. Montagem da estrutura do prottipo ................................................................. 49

    DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE .......................................................... 51 6.

    TESTES COM O PROTTIPO ........................................................................ 63 7.

    CONSIDERAES FINAIS.............................................................................. 67 8.8.1. TRABALHOS FUTUROS.................................................................................. 68

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................... 69

  • v

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AC/DC - Alternating Current/Direct Current

    AREF - Analog Reference

    CA - Corrente Alternada

    CC - Corrente Continua

    CLP - Controlador Lgico Programvel

    E.V.A - Etil Vinil Acetato

    E/S - Entrada/Saida

    EEPROM - Erasable Programmable Read-Only Memory

    GND - GrouND

    IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IDE - Integrated Development Enviroment

    IR - Infra Red

    kB - Kilobyte

    Kg - Quilograma

    Khz - Kilohertz

    Km/h - Quilmetro por hora

    LED - Light Emitting Diode

    m/s - Metro por segundo

    mA - Miliampre

    MHz - Megahertz

    mm - Milmetro

    PSD - Position Sensing Device

    PWM - Pulse Width Modulation

    RX - Receiver Data

    SPI - Session Initiation Protocol

    SRAM - Static Random Access Memory

    TX - Transmit Data

    USB - Universal Serial Bus

    F - Microfarad

  • vi

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: CLP Pic40. .................................................................................................... 1

    Figura 2: Cadeira de rodas motorizada. ....................................................................... 3

    Figura 3: Elementos da automao. ............................................................................. 9

    Figura 4: Sada do tipo digital ou binria de um sensor ............................................. 11

    Figura 5: Sada do tipo analgica de um sensor ........................................................ 12

    Figura 6: Funcionamento do sensor ultrassnico ....................................................... 13

    Figura 7: Funcionamento sensor de distncia infravermelho ..................................... 14

    Figura 8: Pinos do sensor de distncia GP2Y0A21YK fabricado pele Sharp ............. 15

    Figura 9: Representao da estrutura de um motor de corrente continua ................. 17

    Figura10: LEDs de diferentes formatos ...................................................................... 18

    Figura 11: Buzzer ....................................................................................................... 20

    Figura 12: Esquema Ponte H ..................................................................................... 20

    Figura 13: Fluxo da corrente eltrica na Ponte H ....................................................... 21

    Figura 14: Ponte H constituda de componentes discretos ........................................ 22

    Figura 15: Circuito Integrado Ponte H ........................................................................ 22

    Figura 16: Diagrama de blocos .................................................................................. 24

    Figura 17: Arduino Uno componentes ........................................................................ 26

    Figura 18: Ambiente grfico do Arduino ..................................................................... 28

    Figura 19: estrutura formada pelas funes setup() e loop() ...................................... 30

    Figura 20: Pinos e funes do Arduino ...................................................................... 31

    Figura 21: Editor de programao do Arduino com cdigo exemplo .......................... 33

    Figura 22: Prottipo finalizado .................................................................................... 36

    Figura 23: Diagrama de bloco .................................................................................... 37

    Figura 24: Arduino Uno usado no prottipo ................................................................ 38

    Figura 25: Sensor ultrassnico HC-SR04 (vista frontal, traseira e lateral) ................. 39

    Figura 26: Ligao dos sensores ultrassnicos ao Arduino ....................................... 39

    Figura 27: sensor IR utilizado no prottipo ................................................................. 40

    Figura 28: Controle Remoto ....................................................................................... 41

    Figura 29: Ligao do sensor infravermelho ao Arduino ............................................ 42

    Figura 30: Diagrama eltrico Ponte H ........................................................................ 43

  • vii

    Figura 31: Ponte H utilizada no prottipo ................................................................... 44

    Figura 32: Conexo da Ponte H com motores, Arduino e bateria .............................. 44

    Figura 33: Adaptao de servo motor para giro contnuo .......................................... 46

    Figura 34: Adaptao motor na estrutura do prottipo ............................................... 46

    Figura 35: ligao eltrica do buzzer ao Arduino ....................................................... 47

    Figura 36: ligao eltrica dos LEDs ao Arduino ........................................................ 48

    Figura 37: ligao das baterias ao Arduino ................................................................ 49

    Figura 38: Estrutura do prottipo ................................................................................ 49

    Figura 39: Disposio dos componentes eletrnicos no prottipo ............................. 50

    Figura 40: Teste deteco de obstculos na horizontal ............................................. 63

    Figura 41: Teste deteco de obstculos na vertical ................................................. 64

    Figura 42: Teste para deteco de buracos ............................................................... 65

    Figura 43: Teste com pequenos desnveis ................................................................. 65

  • viii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Caractersticas tcnicas Arduino UNO ....................................................... 25

    Tabela 2: Comandos da Toolbar Arduino e suas funes .......................................... 29

    Tabela 3: Interao software usurio ......................................................................... 51

  • ix

    LISTA DE CDIGOS FONTES

    Cdigo 1: Bibliotecas .................................................................................................. 52

    Cdigo 2: Funo Setup() .......................................................................................... 53

    Cdigo 3: Funo Loop() ............................................................................................ 54

    Cdigo 4: Funo Detecta() ....................................................................................... 56

    Cdigo 5: Funo CalibraDistVer() ............................................................................. 59

    Cdigo 6: Funes para movimentao e parada do prottipo .................................. 60

    Cdigo 7: Funo Bip() .............................................................................................. 62

  • 1

    INTRODUO 1.

    A automao teve incio na indstria, particularmente na criao das linhas

    de montagens automobilsticas com Henry Ford, na dcada de 20. Desde ento o

    crescimento tecnolgico nas mais diversas reas da automao tem sido cada vez

    maior. O avano da automao est ligado, em grande parte, ao avano da

    microeletrnica e da informtica, mais diretamente ao surgimento dos CLPs

    (Controlador Lgico Programvel) na dcada de 60 que veio substituir os reles,

    dispositivos mecnicos utilizados na poca (SOUZA; OLIVEIRA, 2004). A Figura 1

    mostra uma placa CLP (Controlador Lgico Programvel) disponvel no mercado.

    Figura 1: CLP Pic40.

    Fonte: VW SOLUES, 2012

    Os CLPs so dispositivos digitais que permitem controlar equipamentos e

    maquinas atravs de comandos que so armazenados em sua memria

    programvel. Desde que foi introduzindo na indstria o CLP vem evoluindo e

  • 2

    adquirindo novas funes, como execuo, sequenciamento, temporizao,

    contagem e manipulao de dados, e outras mais. Eles tambm possuem uma

    linguagem prpria de programao, podendo ser programados atravs de

    computadores, caracterstica que colaborou muito com sua popularizao

    (GOEKING, 2010).

    O cenrio atual da automao mostra que, em busca do aperfeioamento

    industrial, foram criadas novas tcnicas de implementao de funcionalidades,

    dispositivos de processamento com maior capacidade computacional,

    desenvolvimento de sistemas embarcados e implementao de hardware, alm da

    construo em larga escala de dispositivos simples e baratos, que proporcionaram o

    surgimento de uma grande variedade de alternativas para a implementao de

    solues eficientes na resoluo de problemas, criando assim um leque infinito de

    possibilidades de utilizao desses circuitos nas mais diversas reas (NEVES. et al,

    2007).

    1.1. PROBLEMA E SUA IMPORTNCIA

    Uma caracterstica comum aos pases em desenvolvimento, como o Brasil,

    a precariedade na ateno dispensada as pessoas com deficincia fsica, seja esta

    deficincia por motivos traumatolgicos, enfermidades ou vitimas de problemas

    congnitos (HAMANAKA, 2002). Segundo o ltimo senso realizado pelo Instituto

    Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE (2010), o Brasil possui um contingente

    de aproximadamente 13 milhes de pessoas com deficincia motora, ou seja, as

    pessoas com dificuldade de se movimentar representavam cerca de 7% da

    populao brasileira.

    A cadeira de rodas um equipamento que foi desenvolvido com o intuito de

    auxiliar o deslocamento, e est entre as tecnologias utilizadas por pessoas que

    apresentam a impossibilidade, temporria ou definitiva, de deslocar-se utilizando os

    membros inferiores (MEDINA AG, COELHO DB; 2007). Segundo Albrey (2007 citado

    por Madeira, 2008) seu surgimento esta ligado a utilizao da roda como forma de

    facilitar o transporte de objetos em (4000 A.C.) e em carruagens em (1300 A.C.). J

    em 1595 um modelo sofisticado foi construdo para o Rei Filipe II da Espanha. Tal

    cadeira possua rodas e ajustes de altura, sendo carregada pelos seus servos, e era

    utilizada para realizar caminhos domsticos e percorrer os jardins do palcio.

  • 3

    Desde as primeiras dcadas do sculo XX, devido ao progresso industrial

    com surgimento de matria-prima mais leve e moldvel, as cadeiras de rodas vm

    evoluindo de maneira crescente. possvel se encontrar diversos modelos de

    cadeira de rodas, desde as manuais, passando pelas adaptadas prtica de

    esportes, circulao em terrenos diversos at as motorizadas (Figura 2) sendo que

    essas ltimas aos poucos vo tomando conta do mercado(SILVA; DEL`ACQUA,

    2012).

    Figura 2: Cadeira de rodas motorizada.

    Fonte: LOCMED, 2012

    Cadeiras de rodas motorizadas so geralmente prescritas a usurios que no

    possuem fora ou coordenao motora suficiente para acionar manualmente uma

    cadeira de rodas convencional. A escolha desta modalidade de cadeira deve levar

    em conta tanto as habilidades motoras e sensoriais do usurio quanto o seu desejo

    de se locomover de forma independente.

    Desta forma, no basta apenas o usurio de uma cadeira de rodas manifestar

    a vontade de usar um modelo motorizado, antes deve ser avaliada suas condies

    motora e cognitiva para controlar este equipamento. Vale ressaltar que o peso de

    uma cadeira de rodas motorizada somado ao peso do usurio pode chegar a mais

    de 120 kg e atingir velocidades mximas de 10 a 15 Km/h. notrio que se uma

    cadeira de rodas nestas condies se desgovernar poder causar danos tanto para

    seu usurio quanto para as pessoas ao seu redor (BECKER, 2000).

  • 4

    Ainda segundo Becker (2000) h uma crescente necessidade do

    desenvolvimento de produtos que atendam as pessoas portadoras de deficincias,

    melhorando assim sua qualidade de vida e integrao na sociedade. E esta

    necessidade no se restringe apenas a pases desenvolvidos, mas esta cada vez

    mais presente nos pases em desenvolvimento como o Brasil. Dentre as causas de

    uma maior demanda desses produtos esto, o aumento na expectativa de vida da

    populao e das exigncias de qualidade de vida, at a conscientizao de que uma

    pessoa com deficincia um cidado comum com direitos e deveres e deve ser

    tratado como tal. Tendo isso em mente nada mais justo que usar os conhecimentos

    cientficos para colaborar na melhoria da qualidade de vida desta parcela da

    sociedade que muitas vezes deixada em segundo plano.

    1.2. OBJETIVOS

    1.2.1. Objetivo Geral

    Desenvolver um mecanismo (software, hardware) que detecte e alerte sobre a

    presena de obstculos que impeam ou comprometam a circulao de uma cadeira

    de rodas motorizada, evitando uma possvel coliso.

    1.2.2. Objetivos Especficos

    Desenvolver um software que gerencie o controle de uma cadeira de rodas

    motorizada com base nos sinais de entrada enviados por sensores

    Propor um hardware que seja compatvel com os requisitos do projeto.

    Propor a configurao dos sensores para uma melhor percepo do

    ambiente.

    Montar um prottipo semelhante a uma cadeira de rodas motorizada para que

    se possa testar as funcionalidades do software.

  • 5

    1.3. MTODO DE DESENVOLVIMENTO

    Para se chegar ao objetivo final deste trabalho, houve uma alternncia

    constante entre montagem do hardware e desenvolvimento do software, uma vez

    que se trata de um software embarcado, comunicando-se diretamente com o

    hardware. O computador apenas o ambiente para o desenvolvimento do software,

    no sendo possvel atravs do mesmo verificar o correto funcionamento dos

    comandos programados, como nos softwares comuns desenvolvidos para

    computadores de um modo geral.

    Sendo assim, para se testar qualquer funcionalidade do software era

    necessrio transferi-lo para o microcontrolador, via porta USB. Alm disso, os

    diversos componentes que o software gerencia tambm deviam estar conectados ao

    micro controlador para que fosse possvel a interao entre software e hardware. Por

    isso, a cada novo componente de hardware acrescentado no prottipo, como

    sensores, motores, LEDs, havia a necessidade do desenvolvimento de um mdulo

    de software exclusivo para teste individual do componente. Todos os outros

    componentes eram removidos do microcontrolador e apenas o novo componente era

    conectado, sendo ento, transferido o cdigo produzido especificamente para o teste

    desse novo componente, evitando dessa forma qualquer dvida causada por um

    possvel mau funcionamento entre software e hardware.

    Aps ter verificado o correto funcionamento tanto dos trechos de cdigo fonte

    do software como dos componentes do hardware, foi feito um acoplamento entre

    eles ligando-se todos os componentes ao Arduino, e integrando os trechos de

    cdigos a um programa principal.

    O desenvolvimento do hardware fez-se necessrio para o teste das

    funcionalidades do software. Com este intuito, foi montado um prottipo que, por

    motivo de reduo de custos, teve suas dimenses reduzidas, embora seus

    componentes, resguardadas as devidas propores, foram escolhidos para se

    assemelhar ao mximo com os componentes usados nas cadeiras de rodas

    motorizadas convencionais. Desta forma, a interao software/hardware conseguida

    no prottipo foi praticamente a mesma que ocorreria em uma cadeira de rodas

    motorizada convencional.

    Da mesma forma, o software foi desenvolvimento de acordo com o hardware,

    baseado no seguinte propsito: funcionar embarcado em um microcontrolador para

  • 6

    gerenciar o funcionamento de uma cadeira de rodas motorizada de acordo com

    informaes fornecidas por sensores nela instalados, de forma a monitorar o

    percurso feito pela cadeira, detectando a presena de obstculos, alertando o

    usurio sobre a presena desses obstculos atravs de sinais luminosos e sonoros,

    alm de interferir no controle de deslocamento e velocidade da cadeira quando

    necessrio, independente dos comandos exercidos pelo usurio. Dessa forma,

    pretende-se que mesmo pessoas de baixa capacidade cognitiva possam conduzir o

    veculo em segurana.

    Para um melhor entendimento dos detalhes do desenvolvimento, este foi

    dividido em duas partes distintas, desenvolvimento do hardware e desenvolvimento

    do software, tpicos estes a serem detalhados nos captulos 5 e 6 deste trabalho.

    1.4. ORGANIZAO DO TRABALHO

    Para facilitar o entendimento, este trabalho foi dividido em oito captulos que

    sero descritos a seguir:

    Captulo 1 - Introduo, neste captulo apresentada uma contextualizao

    sobre o tema abordado, trazendo um breve histrico da automao. Tambm

    relatada a importncia de se desenvolver um dispositivo como o proposto neste

    trabalho, finalizando so apresentados o objetivo geral e os especficos.

    Captulo 2 - Automao, apresentada uma definio de automao e seu

    princpio de funcionamento. Tambm so apresentados alguns componentes

    utilizados em processos de automao como sensores e atuadores.

    Captulo 3 - O Arduino, no captulo 3 feita a apresentao da plataforma

    Arduino utilizada no trabalho, sendo citadas as principais caractersticas tcnicas do

    hardware e tambm as caractersticas de seu ambiente de desenvolvimento e sua

    linguagem de programao.

    Captulo 4 - Trabalhos Relacionados, neste captulo so apresentados

    trabalhos que tratam de assuntos que tem alguma relao e que tiveram alguma

    contribuio para o desenvolvimento deste trabalho.

    Captulo 5 - Desenvolvimento do Hardware, neste captulo foi feito uma

    especificao exclusiva da montagem do hardware. Cada componente utilizado no

    prottipo como o Arduino, motores, sensores, LEDs e outros foram especificados.

  • 7

    Captulo 6 - Desenvolvimento do Software, neste captulo descrito como o

    software foi implementado, suas principais funes e os principais trechos de cdigo

    fonte foram explicados.

    Captulo 7 - Testes com o Prottipo. Foram realizados testes com o prottipo

    a fim de verificar na prtica o funcionamento tanto do software como do hardware

    neste captulo so vistos detalhes de como foram realizados estes testes bem como

    os seus resultados.

    Captulo 8 - Consideraes Finais. feito uma abordagem sobre tudo o que

    foi abordado no trabalho, relacionando os resultados obtidos com as expectativas.

    Nele tambm se encontram as sugestes para trabalhos futuros.

  • 8

    AUTOMAO 2.

    Segundo Aihara (2005) automao pode ser definida como um conjunto de

    tecnologias que constituem sistemas ativos, capazes de agir com eficincia no

    ambiente em que atuam, e com base em informaes recebidas, na maioria das

    vezes de sensores, se autocorrigem sempre em busca de uma soluo tima. Ainda

    pode-se definir automao como sendo uma forma de aumentar a eficincia de

    processos em um determinado sistema.

    Usando como exemplo a automao industrial, tem-se que na maioria das

    vezes o processo ocorre desta forma: vrios instrumentos de medida de uma fbrica

    enviam seus sinais coletados a um computador, que por sua vez compara estes

    sinais com valores ideais para o contexto em questo, e executa uma srie de

    clculos para gerar sinais de correo que so enviados aos dispositivos atuadores

    com o objetivo de se alcanar uma produo tima.

    2.1. COMPONENTES DA AUTOMAO

    Segundo Abramam (2012), os sistemas de automao utilizados em

    empresas como as indstrias automobilsticas, indstria petroqumica e nos

    supermercados, requerem muitos ciclos de realimentao e so complexos.

    Basicamente cada sistema de automao compe-se de destes elementos:

    Acionamento: prov o sistema de energia para atingir determinado objetivo.

    o caso dos motores eltricos, pistes hidrulicos entre outros;

  • 9

    Sensoriamento: mede o desempenho do sistema de automao ou uma

    propriedade particular de algum de seus componentes. Exemplos: termopares

    para medio de temperatura e encoders para medio de velocidade;

    Controle: baseado em informaes dos sensores, regula o funcionamento

    dos atuadores. Como exemplo, pode ser citada uma sirene que acionada

    quando um sensor detecta presena de um corpo estranho em um

    determinado ambiente;

    Comparador ou elemento de deciso: compara os valores medidos com

    valores preestabelecidos e toma a deciso de quando atuar no sistema. Aqui

    se incluem os softwares de automao;

    A Figura 3 mostra o fluxo dos componentes de um sistema de automao. O

    elemento comparador recebe um sinal proveniente de um elemento de

    sensoriamento e faz a comparao entre os valores do sinal recebido e os valores

    preestabelecidos em sua memria de acordo com a programao. Se for necessrio

    acionar algum atuador o elemento comparador envia um sinal com instrues ao

    elemento de controle que por sua vez regula o funcionamento dos atuadores atravs

    do elemento de acionamento. O ciclo continua com o elemento de sensoriamento

    que faz a realimentao do circuito enviando novamente sinais com informaes do

    ambiente monitorado para o elemento comparando.

    Figura 3: Elementos da automao.

    Fonte ABRAMAM, 2012

  • 10

    Existem vrios tipos de classificao para a automao, de acordo com suas

    reas de aplicao. Por exemplo: automao bancria, comercial, industrial,

    agrcola, de comunicaes, transportes. Cada tipo tem suas peculiaridades, mas

    todos esto relacionados ao mesmo conceito de fazer com que as aplicaes

    funcionem com cada vez mais eficincia e sem a interveno do homem.

    2.2. SENSORES

    Segundo Wendling (2010) sensores so dispositivos sensveis a algum tipo

    de energia do ambiente, podendo ser luminosa, trmica, cintica. Eles agem

    fazendo uma relao dessa sua sensibilidade com grandezas fsicas que devem ser

    medidas como: posio, acelerao, corrente, temperatura, presso, umidade, etc.

    Algumas vezes, necessrio um circuito de interface que faa a adaptao do sinal

    gerado pelo sensor, afim de que ele possa ser utilizado pelo controlador. Isso se d

    por que nem sempre o sinal gerado pelos sensores tem as caractersticas eltricas

    adequadas utilizao em um sistema de controle. O sistema de interface faz a

    manipulao do sinal de sada dos sensores com o intuito de adequ-lo aos padres

    de entrada do controlador. Por exemplo, quando um sensor excitado por um fator

    externo qualquer e apresenta uma tenso muito baixa como sinal de sada, surge

    ento a necessidade que o sistema de interface atue amplificando esta tenso para

    que a mesma possa ser interpretada pelo controlador. Quando o sensor faz parte de

    um dispositivo completo j com o sistema de interface ele ser nomeado transdutor.

    Ainda segundo Wendling (2010) Os sensores so usados para obter valores

    das variveis fsicas do ambiente a ser monitorado, no importa o ramo da

    automao (industrial, comercial, automobilstica, domestica, entre outras). sempre

    necessrio se fazer uso dos sensores para se determinar as condies ou variveis

    do sistema. Basicamente, eles podem ser definidos como dispositivos que

    monitoram o ambiente e informam a um circuito eletrnico quando h alterao

    neste ambiente monitorado. A partir das informaes obtidas pelos sensores, o

    dispositivo eletrnico executa aes predeterminadas para aquela situao. H uma

    srie de caractersticas fundamentais, que devem ser levadas em considerao na

    hora da escolha de um sensor para uma aplicao, e elas devem ser analisadas de

  • 11

    acordo com o foco do projeto. As principais caractersticas so: tipo de sada,

    linearidade, alcance e velocidade de resposta;

    Tipo de sada:

    Digital ou Binria: a sada do sensor assume apenas dois valores lgicos 1

    ou 0, (ligado ou desligado). Desta forma este tipo de sensor apenas capas de

    determinar se uma grandeza fsica atingiu ou no um valor determinado. A Figura 4

    mostra a sada de um sensor digital conforme a variao na entrada ao longo do

    tempo.

    Figura 4: Sada do tipo digital ou binria de um sensor

    Fonte: WENDLING, 2010

    Analgica: desde que esteja dentro de sua faixa de atuao este tipo de

    sensor pode assumir qualquer grandeza no seu sinal de sada ao longo do tempo.

    Essas grandezas so medidas por circuitos eletrnicos sensveis no digitais. A

    Figura 5 mostra a tenso ou corrente de sada de um sensor analgico com relao

    a grandeza fsica em um determinado intervalo de tempo.

  • 12

    Figura 5: Sada do tipo analgica de um sensor

    Fonte: WENDLING, 2010

    Linearidade

    O conceito de linearidade aplica-se apenas aos sensores analgicos. Est

    relacionado curva de sada do sensor de acordo com a grandeza medida. Como

    alguns sensores no so lineares, nem sempre so conseguidas respostas

    proporcionais s entradas, que so desejveis para facilitar os circuitos de interface;

    Alcance

    Esta caracterstica representa toda a faixa de valores da entrada de um sensor

    quanto maior o alcance de um sensor mais precisa ser sua sada;

    Velocidade de Resposta

    o tempo que o sensor demora entre perceber uma variao no ambiente e sua

    resposta de sada, o ideal e que um sensor tenha velocidade de resposta

    instantnea. Sensores com velocidade de resposta baixa podem prejudicar o

    sistema de controle;

    2.2.1. Sensor de distncia Ultrassnico

    Segundo Pinto (2006) e Wendling (2010) os sensores ultrassnicos so teis

    para deteco de objetos a certa distncia, desde que estes objetos tenham

    tamanho razovel e sejam capazes de refletir a radiao ultrassnica. Eles

    funcionam da seguinte maneira: um oscilador emite ondas ultrassnicas com uma

  • 13

    frequncia em torno de 42 khz. Estas ondas se propagam pelo ambiente e quando

    se deparam com algum obstculo so refletidas. As ondas refletidas so captadas

    pelo sensor, e com base no tempo de resposta desde o seu envio at o seu retorno,

    possvel se fazer um processamento e obter informaes sobre a distncia do

    objeto que refletiu o sinal. A figura 6 mostra o comportamento das ondas

    ultrassnicas ou se chocaram com um objeto em seu percurso.

    Figura 6: Funcionamento do sensor ultrassnico

    Fonte: SLAK NEWS CENTER, 2012

    Em geral estes sensores so constitudos por duas partes: um gatilho

    (emissor) e o eco (receptor), funcionando basicamente como um sonar, um pulso

    ultrassnico emitido e ento se espera pelo retorno de um eco, quanto mais tempo

    demorar o eco, maior a distncia, e quanto menor for o tempo que demorar o eco

    tambm menor ser a distncia. A partir deste princpio conseguimos medir a

    distncia entre um objeto qualquer e o sensor. A velocidade do sinal ultrassnico

    de aproximadamente 340 m/s, assim, se o sensor estiver a uma distncia d do

    objeto, o sinal percorrer uma distncia equivalente a 2d para sair e retornar ao

    sensor. Dessa forma, o tempo que o sinal leva para sair e retornar ao sensor permite

    calcular a distncia d pela equao:

    velocidade = distncia/tempo => v = 2d/t => d = v*t/2 => d = 120*t

  • 14

    Os sensores ultrassnicos podem ser usados em diversas reas da

    automao, como ferramentas de deteco sem contato, pois possibilitam que

    objetos de vrias formas, cores e texturas diferentes sejam percebidos em seu

    campo de atuao. As possibilidades de aplicao deste tipo de sensor so diversas

    como:

    Deteco de nvel e altura.

    Medida de separao.

    Medida de dimetro em bobinas.

    Deteco de objetos transparentes, sujos, em ambientes com vapor e ate

    mesmo em estado liquido, sendo utilizados para medir nvel em reservatrios

    (AUTOMATIZE, 2012).

    2.2.2. Sensor de distncia Infravermelho.

    Este tipo de sensor baseasse no princpio da triangulao de raios

    infravermelhos para medir distancias. Um LED emite um feixe de luz infravermelha

    que quando refletido em um objeto esse feixe capitado por um PSD (Position

    Sensing Device Dispositivo de Monitoramento de Posio). A incidncia do feixe

    de luz refletido no PSD varia de acordo com a distncia do objeto, permitindo assim

    que mea a distncia do mesmo.

    Figura 7: Funcionamento sensor de distncia infravermelho

    Fonte: PATSKO, 2006

    A Figura 7 mostra funcionamento do sensor de distncia infravermelho

    baseado no princpio da triangulao, dependendo da distncia que est o objeto do

  • 15

    sensor ele reflete o os raios infravermelhos emitidos pelo LED em uma posio

    diferente no PSD. O PSD um elemento constitudo de diversos componentes

    sensveis a luz e monitorado por um modulo de processamento que identifica com

    preciso o exato local em que a luz incidir sobre o PSD. Como essa posio em que

    o feixe de luz incidiu no PSD est relacionada distncia do objeto refletor, o

    mdulo processa essa informao de forma a produzir em sua sada um sinal

    equivalente a essa distncia. Quanto mais perto estiver o objeto maior ser a

    intensidade do sinal na sada do sensor bem como quanto maior for a distncia do

    objeto menor ser a intensidade do sinal.

    Na Figura 8 mostrado um sensor GP2Y0A21YK, fabricado pela Sharp, que

    utiliza a tecnologia infravermelha para medir distncia. O pino V+ utilizado para

    alimentao do sensor, que funciona com 5 volts; o pino 0 V (GND) deve ser ligado

    ao terra (negativo da fonte de energia); e o pino V0 a sada do sensor, devendo

    ser conectado a uma porta adequada de um microprocessador para que as

    informao gerada, em forma de corrente eltrica, seja interpretadas pelo micro

    controlador, a fim de se conseguir a distncia entre o sensor e o objeto refletor.

    Figura 8: Pinos do sensor de distncia GP2Y0A21YK fabricado pele Sharp

    Fonte: PATSKO, 2006

    O sensor infravermelho tem como caracterstica positiva seu tamanho

    compacto, alm de uma fcil instalao e configurao, e como caracterstica

    negativa o fato da luz do sol e lmpadas incandescentes interferirem em seu

    funcionamento, assim como objetos transparentes ao infravermelho como vidros e

    superfcies lustrosas no serem corretamente identificado pelo sensor.

  • 16

    2.3. ATUADORES

    Segundo Wendling (2010), atuadores so dispositivos que interferem em um

    ambiente, modificando uma varivel controlada. Sua ao acontece quando

    recebem um sinal proveniente do controlador, geralmente depois que o controlador

    fez algum processamento de um sinal de entrada qualquer. A seguir alguns

    exemplos de atuadores:

    Motores

    LEDs

    Buzzers

    2.3.1. MOTORES ELETRICOS

    Segundo Gioppo, (2009) motores eltricos convertem energia eltrica em energia

    mecnica e podem utilizar corrente continua (CC) ou alternada (CA), mas a escolha

    do tipo de motor para uma determinada aplicao deve estar relacionada a suas

    caractersticas.

    2.3.1.1 Motores de Corrente Alternada

    Segundo Spamer (2009) motores de corrente alternada geralmente so

    utilizados por maquinas de grande porte e so alimentados diretamente da rede de

    distribuio de energia. Os principais tipos de motores de corrente alternada so:

    Motores sncronos: possuem esse nome porque seu eixo gira com a

    mesma frequncia da rede de energia eltrica, ou seja, com velocidade

    fixa. Sua utilizao mais vivel em potencias acima de 15 CV devido ao

    alto custo em potencia mais baixar.

    Motores assncronos ou de induo: So os mais utilizados na

    indstria, cerca de 90% dos motores so de induo. Suas principais

    vantagens so baixo custo, elevada confiabilidade, baixa manuteno e

    como desvantagem possui baixo rendimentos fora de sua condio plena

    de carga e uma elevada corrente de partida.

  • 17

    2.3.1.2 Motores de Corrente Continua

    Motores de corrente continua tem seu uso voltado a aplicaes moveis ou de

    menor porte, pelo fato de sua alimentao ser proveniente de pilhas, baterias ou

    uma fonte de alimentao que converte a corrente alternada da rede eltrica para

    corrente continua. Os motores de corrente continua comuns possuem dois terminais

    que quando energizados fazem o motor girar em um determinado sentido, sendo

    que quando se inverte a polaridade da fonte eltrica nestes terminais o motor gira

    em sentido contrrio (GIOPPO, 2009).

    Figura 9: Representao da estrutura de um motor de corrente continua

    Fonte: GIOPPO, 2009

    Na Figura 9 vemos a representao da estrutura interna simplificada de um

    motor de corrente contnua com ims fixos. Ao se aplicar uma corrente (i) sobre um

    condutor (Armadura) gerado um campo magntico que pode ser repelido ou

    atrado pelos ims permanentes (N e S) dependendo do sentido da corrente que

    chega ao comutador atravs da escova. Duas vezes por ciclo o os comutadores

    mudam de contato invertendo o sentido da corrente na armadura esta mudana faz

    com que a armadura gire sempre no mesmo sentido produzindo uma rotao

    continua enquanto se tem uma carga aplicada as escovas. Estes motores tm como

    caracterstica uma alta velocidade de giro e um pequeno torque.

  • 18

    Existem alguns tipos de motores CC que possuem mais de dois terminais,

    como o caso dos motores de passo. Nestes dispositivos, a energia distribuda de

    forma organizada em suas bobinas internas, proporcionando um controle do ciclo

    interno do motor. Isso trs como vantagem um controle preciso da posio do motor

    a cada instante, e um maior controle da velocidade de rotao. Estes motores so

    usados em aplicaes que exigem maior preciso (GIOPPO, 2009).

    2.3.2. LED

    Segundo Utiluz (2012), o LED (Light emitter diode) ou diodo emissor de luz

    um dispositivo eletrnico semicondutor que tem a capacidade de transformar energia

    eltrica em luz. A Figura 10 mostra alguns LEDS de diferentes formatos.

    Figura10: LEDs de diferentes formatos

    um componente bipolar, ou seja, possui dois polos um chamado anodo e o

    outro catodo. De acordo com a polarizao de seus terminais ele permite ou no a

    passagem de corrente eltrica gerando ou no luminosidade. Diferentemente das

    lmpadas convencionais, o LED no utiliza filamentos metlicos ou descarga de

    gases para gerao de luz, sendo, portanto mais eficiente em determinadas

    aplicaes.

    Alguns dos principais benefcios do uso do LED so:

    Menor custo de manuteno: apresentam uma longa vida til (por volta de

    50,000 horas) no sendo necessrias manutenes peridicas.

  • 19

    Maior resistncia a impactos e vibraes: utiliza uma tecnologia de estado

    solido, ou seja, no utiliza filamentos vidros ou similares, possui uma maior

    robustez.

    Ecologicamente correto: no utiliza metais pesados como o mercrio ou

    outros elementos que agridam a natureza.

    Baixa voltagem de operao: funcionam com voltagens que no

    apresentam risco ao usurio.

    De acordo com Morais (2005) existem outros tipos de LEDs especficos para

    determinadas aplicaes como o LED emissor infravermelho, que ao invs de luz

    visvel, emite raios infravermelhos quando aplicada uma tenso em seus terminais.

    Esses raios podem ser captados por sensores nessa faixa de frequncia, lembrando

    que a luz infravermelha esta em um espectro de frequncia que no pode ser

    percebida pelo olho humano. O uso mais comum desses dispositivos em controles

    remotos de aparelhos eletrnicos domsticos, como TVs, DVDs e aparelhos de som.

    2.3.3. BUZZER

    O Buzzer visto na Figura 11 um pequeno dispositivo eletrnico que tem a

    finalidade nica de emitir sinais sonoros de alerta (bips). diferente de um

    autofalante comum, pois se baseia no efeito piezoeltrico de alguns cristais, ou seja,

    quando recebe um sinal eltrico em sua entrada produz uma expanso ou

    compresso, sendo assim se este sinal for variante de tempo ele capaz de vibrar

    de acordo com a frequncia do sinal, produzindo um som. Sua vantagem em relao

    ao altofalante o seu tamanho reduzido e a capacidade de produzir um maior

    volume sonoro a partir de um sinal de mesma intensidade. Os buzzers so muito

    utilizados na placa me de computadores, produzindo sinais sonoros de indicao

    do funcionamento correto ou adverso da mesma (ANDRADE, 2010).

  • 20

    Figura 11: Buzzer

    2.4. PONTE H

    A Ponte H um circuito importante na elaborao de sistemas automatizados.

    Tem a caracterstica de controlar um motor de corrente continua utilizando sinais

    gerados por um micro controlador. Esse controle se d pela disposio de seus

    componentes tornando extremamente fcil controlar a polaridade da tenso nos

    terminais de entrada do motor alternando assim o sentido de rotao e tambm a

    velocidade que o mesmo gira com o uso de modulao PWM. Uma Ponte H bsica e

    composta por 4 chaves mecnicas ou eletrnicas posicionadas formando a letra H,

    sendo que cada uma localiza-se num extremo e o motor posicionado no meio

    como pode ser visto na Figura 12 (PATSKO, 2012).

    Figura 12: Esquema Ponte H

    Adaptado de: PATSKO, 2012

  • 21

    Para que o motor funcione devem ser acionadas duas chaves em diagonal

    fazendo com que a corrente flua pelo motor fazendo o girar em um determinado

    sentido. Para que o motor gire no sentido contrrio basta desligar as chaves que

    esto ligadas e ligar as outras duas. Esse funcionamento pode ser mais bem

    entendido observando a Figura 12 (PATSKO, 2012)

    Figura 13: Fluxo da corrente eltrica na Ponte H

    Adaptado de: PATSKO, 2012

    Caso se queira parar o motor, existem duas maneiras de se fazer isso usando

    a Ponte H. A primeira seria desligando todas as chaves, o motor para suavemente,

    devido fora do atrito, uma vez que no se tem nenhuma corrente aplicada no

    dispositivo. A outra forma se acionar as duas chaves superiores ligadas ao positivo

    da fonte de energia ou as duas chaves inferiores ligadas ao negativo da fonte de

    energia. Dessa forma se tem uma parada instantnea (freio eletrnico), porque o

    acionamento destas chaves faz com que a corrente eltrica flua de tal maneira nas

    bobinas que promova a parada do motor e no o seu giro. Entretanto, deve-se tomar

    cuidado para no fechar as quatro chaves, ou duas de um mesmo lado, ao mesmo

    tempo, pois isso gerar um curto-circuito na fonte de energia provocando danos na

    mesma e nas chaves da Ponte H.

    Podemos encontrar Pontes H de duas formas diferentes, mas que tem o

    mesmo princpio de funcionamento, construdas a partir de componentes discretos,

    transistores, diodos, resistores entre outros como visto na Figura 14.

  • 22

    Figura 14: Ponte H constituda de componentes discretos

    Existe ainda um circuito integrado que tem todos estes componentes

    alocados no interior de um chip como o CI L298N visto na Figura 15 .O uso de um

    modelo ou de outro vai depender da aplicao em que os mesmos sero usadas.

    Normalmente o Circuito integrado usado em aplicaes onde no se trabalha com

    correntes elevadas e se tem um espao reduzido para adaptar o componente

    (PATSKO, 2012).

    Figura 15: Circuito Integrado Ponte H

    Fonte: Mercado Livre 2012

  • 23

    O ARDUINO 3.

    Segundo Fonseca, Beppu (2010) a plataforma Arduino surgiu na Itlia em

    2005. Seu objetivo era criar um dispositivo para controlar projetos de uma forma

    menos custosa e mais eficiente do que os outros dispositivos existentes no mercado

    at ento. Este projeto livre para o uso de todos gratuitamente, pois faz parte do

    conceito de hardware e software livres, ou seja, os usurios de todo mundo podem

    ter acesso a todas as suas especificaes e colaborar para o seu aperfeioamento.

    O Arduino basicamente uma placa de entra e sada que foi desenvolvida

    sobre uma biblioteca que simplifica a linguagem de programao C/C++. uma

    plataforma de computao fsica, ou seja, o software interage diretamente com o

    hardware, possibilitando assim uma fcil integrao com uma grande gama de

    dispositivos eletrnicos como sensores e atuadores. Ele tambm permite que os

    projetos desenvolvidos possam tanto funcionar de forma livre, ou seja,

    independendo de um computador, ou conectados ao PC atravs de diversas

    estratgias de comunicao.

    O Arduino usa um microprocessador embarcado (com processador, memria

    e controladores de entrada e sada no mesmo chip), que pode controlar suas aes

    ou funes. Ele pode ser programado para funes especificas, diferentemente dos

    microprocessadores utilizados nos PCs que englobam um propsito geral. .

    Ele tambm pode ser visto como um conjunto de desenvolvimento capaz de

    interpretar variaes no ambiente, transformadas em sinais eltricos por sensores

    conectados em suas entradas, e acionar dispositivos atuadores em suas sadas

    como lmpadas ou motores. Ou seja, pode ser visto como um dispositivo de controle

    de entrada e sada de dados, com um tratamento desses dados entre a entrada e a

    sada. Por exemplo, um sensor de temperatura pode ser conectado em um de seus

    terminais de entrada, e os dados coletados por este sensor sero transformados em

  • 24

    sinais eltricos e processados pelo micro controlador e em seguida, de acordo com

    os valores coletados e o tratamento feito no processamento, pode ser acionada uma

    sirene conectada um de seus terminais de sada, para alertar sobre possveis

    excessos de temperatura (FONSECA; BEPPU, 2010).

    A Figura 16 mostra o diagrama de bloco para que se possa identificar melhor

    os elementos principais do sistema.

    Figura 16: Diagrama de blocos

    Fonte: FONSECA, BEPPU, 2010

    O processamento do Arduino realizado pelo micro controlador (Atmega)

    atravs da linguagem de programao C/C++.Desta forma, as aes do hardware

    so controladas de acordo com o software, tornando-o malevel para uma infinidade

    de projetos diferentes. ,Junta-se a isso com o fato do Arduino ser uma ferramenta

    open-source, ou seja, aberta para que todos com conhecimento em programao

    possam utiliz-la, modific-la e ampli-la de acordo com as necessidades, sempre

    com o intuito da melhoria de suas aplicaes(FONSECA; BEPPU, 2010).

    3.1. CARACTERISTICAS

    Desde que surgiu, em 2005, foram criadas varias verses do Arduino. Entre

    elas podem ser citadas o Arduino Nano, Arduino Diecimila, Arduino Duemilanove,

    Arduino Mega, Arduino UNO (verso atual) e diversas outras verses (ARDUINO,

    2012). Na tabela 1 podem ser observadas as caractersticas tcnicas de uma placa

    Arduino UNO.

  • 25

    Tabela 1: Caractersticas tcnicas Arduino UNO

    Fonte: FONSECA, BEPPU, 2010

    De acordo com Arduino (2012) a placa Arduino UNO pode ser alimentada

    tanto de uma fonte externa quando da energia fornecida pela conexo USB, sendo a

    fonte de energia selecionada automaticamente.

    Caso seja usada uma fonte de alimentao externa, ela pode ser fornecida

    por um adaptador AC/DC ou de uma bateria. O adaptador pode ser conectado

    atravs de um plug de 2,1 milmetros de centro positivo, no conector de energia da

    placa. J a alimentao por bateria pode ser feita conectando os pinos GND e VIN do

    conector de alimentao. Mesmo podendo ser alimentado dentro de uma faixa de

    tenso que vai de 6 a 20 volts, recomenda-se que a tenso de alimentao fique

    entre 7 a 12 volts, caso ela seja menor que 7 volts pode causar instabilidades na

    placa pois o pino que fornece 5 volts passa a fornecer um tenso menor, j se for

    usado mais do que 12 volts de tenso na entrada o regulador de tenso pode

    superaquecer e danificar a placa.

    O Arduino UNO possui 14 pinos digitais que operam com 5 volts e podem ser

    usados tanto como entrada ou como sada, de acordo com os comandos efetuados

    na programao do micro controlador.

    Cada pino pode fornecer ou receber um mximo de 40 mA. Alm disso,

    alguns pinos tm funes especficas como receber e transmitir dados via

  • 26

    comunicao serial, comunicao SPI, proporcionar sada PWM e uma

    particularidade o pino 13 possui um LED conectado ao mesmo que usado alm de

    outras coisas para teste do funcionamento da placa (ARDUINO, 2012).

    Ainda de acordo com Arduino (2012) alm dos 14 pinos digitais, a placa

    possui ainda 6 entradas analgicas, rotulados A0 a A5, cada qual com 10 bits de

    resoluo e tambm os pinos AREF usado como entrada para a tenso de

    referncia e o pino Reset para reiniciar o micro controlador. Na Figura 17 detalha a

    posio dos componentes na placa.

    Figura 17: Arduino Uno componentes

    Fonte: ADUINO, 2012

    Os pinos de alimentao da placa Arduino so os seguintes:

    VIN: A entrada de tenso da placa Arduino, quando ela est usando uma

    fonte externa de energia (ao contrrio de 5 volts a partir da conexo USB

    ou fonte de alimentao regulada externa). Se o fornecimento de tenso

    for realizado atravs do conector de alimentao, possvel utilizar este

    pino para retirar energia para alimentar algum outro dispositivo;

  • 27

    5V: A fonte de alimentao regulada usada para alimentar o micro

    controlador e outros componentes na placa. Este pode vir do pino VIN

    atravs de um regulador na placa, ou ser fornecido pelo USB ou outra

    fonte de regulada de 5V;

    3V3: Uma fonte de 3,3 volts gerado pelo regulador da placa. A corrente

    mxima 50 mA;

    GND: Pinos terra.

    O processador ATmega328 utilizado no Arduino possui 32 KB de memria

    flash para armazenar cdigo de programao dos quais 0,5 KB utilizado para o

    gerenciador de boot. Alm 2 KB de SRAM e 1 KB de EEPROM que podem ser

    usadas para leitura e escrita (ARDUINO, 2011).

    Em termos de comunicao, o Arduino pode se comunicar com um

    computador, com outros Arduinos e tambm com outros micro controladores. O

    chip ATmega328 possui uma interface de comunicao serial UART TTL (5V), a qual

    esta disponvel nos pinos digitais, pino 0 (RX) e 1 (TX).O Arduino possui um chip

    exclusivo para converter os dados para o padro USB, permitindo e facilitando sua

    comunicao com computadores, no sendo necessrios drivers adicionais

    O software Arduino acompanha um monitor da porta serial, que permite a

    visualizao dos dados recebidos pelo computador, bem como enviar dados para o

    hardware Arduino com o intuito de facilitar sua utilizao. Os LEDs RX e TX na placa

    piscam quando os dados trafegarem por suas linhas de dados USB-para-Serial e

    USB-Computador, mas isso no ocorrer para comunicaes seriais nos pinos 0 e 1

    (ARDUINO, 2012).

    A largura e o comprimento mximos da placa do Arduino Uno so 68,58 e

    53,34mm respectivamente (2,7" x 2,1"), com os conectores USB e de alimentao

    estendendo-se alm destas dimenses. Quatro furos para parafusos permitem que a

    placa seja fixada a uma superfcie ou encapsulamento.

  • 28

    3.2. IDE DO ARDUINO

    O Ambiente de Desenvolvimento Integrado ou IDE (Integrated Development

    Enviroment) do Arduino muito semelhante ao do processing1 e pode ser baixada

    gratuitamente da WEB. A Figura 12 mostra a aparncia da interface grfica,

    constituda pela Toolbar e os Menus File, Edit, Sketch, Tools e Help (IKWARE,

    2012).

    Figura 18: Ambiente grfico do Arduino

    Na Toolbar esto diversos botes com funes distintas. A Tabela 2

    apresenta uma descrio bsica da funo dos principais botes.

    1http://processing.org

  • 29

    Tabela 2: Comandos da Toolbar Arduino e suas funes

    Adaptado de: IKWARE, 2012

    Segundo IKWARE, 2012 os menus File, Edit e Help apresentam as mesmas caractersticas que outros programas j o menu Sketch possui os seguintes comandos:

    Verify/Compile: Verifica se o cdigo tem erros;

    Import Library: Adiciona livrarias ao cdigo, o que lhe confere novas

    possibilidades;

    Show Sketch Folder: Abre a pasta do arquivo no Ambiente de Trabalho;

    Add File: Adiciona outro arquivo ao arquivo inicial. Esse arquivo aparece

    numa nova tab.

    O menu Tools composto das seguintes funes:

    Auto Format: Formata o cdigo para uma melhor leitura, alinhando as

    chaves eindentando o seu contedo;

    Copy for Discourse: Copia o cdigo para o clipboard, de forma que seja

    possvel coloc-lo num frum e manter a distino da sintaxe por cores;

    Board: Seleciona a placa que estamos a usar, o que controla a forma

    como o cdigo compilado e o modo como feito o upload, assim como o

    comportamento dos itens do menu Burn Bootloader;

    Serial Port: Contm todas as portas srie que o computador possui,

    permitindo escolher a que est a ser usada. Para usar portas USB

    necessrio instalar um driver especfico.

  • 30

    Burn Bootloader: Os itens deste menu permitem gravar um bootloader na

    placa Arduino com variados programas, mas no necessrio para uso

    normal do Arduino.

    3.3. LINGUAGEM DE PROGRAMAO DO ARDUINO

    Os programas implementados para Arduino tem como base a linguagem de

    programao C++. Sua sintaxe clssica mantida na declarao de variveis,

    operadores, ponteiros, vetores (FONSECA, BEPPU, 2010). De uma forma geral, a

    estrutura bsica da linguagem de programao do Arduino simples, sendo dividida

    em dois blocos de funes que carregam outros blocos em seu interior. A funo

    setup() a primeira a ser chamada, e a funo loop() a seguinte. Ambas podem

    conter internamente outras funes. Na Figura 19 pode se ver uma representao

    da estrutura formada pelas funes setup() e loop(), e um esclarecimento sobre a

    importncia e o papel das mesmas no cdigo, bem como uma definio de funo e

    declarao de funo em linguagens de programao (SILVEIRA, 2012).

    Figura 19: estrutura formada pelas funes setup() e loop()

    Fonte: SILVEIRA, 2012

  • 31

    Ainda segundo Silveira (2012), possvel encontrar na linguagem de

    programao do Arduino algumas funes especifica para cada tipo de pino da sua

    placa, assim como para porta USB. Na Figura 20 temos a indicao da posio dos

    pinos e as principais funes.

    Figura 20: Pinos e funes do Arduino

    Fonte: SILVEIRA, 2012

    Principais funes dos pinos digitais:

    pinMod():Tem a funo de controlar o fluxo de informao nos pinos

    digitais do arduino. Dois parmetros devem ser usados, pinMod(pino,

    modo), no primeiro deve-se indicar qual dos quatorze pinos digitais sero

    usados e o segundo se este pino vai ser de entrada ou de sada de dados.

    Esta funo sempre escrita dentro da funo setup().

    digitalRead():Tem a funo de ler uma informao de um determinado

    pino que tenha sido configurado como entrada pela funo pinMode().

    Deve ser passado como parmetro o pino em que se deseja ler a

    informao digitalRead(pino).

    digitalWrite(): Tem a funo de configurar determinado pino digital do

    Arduino com um valor lgico. Dois parmetros so necessrios

  • 32

    digitalWrite(pino, valor), o nmero do pino que se deseja configurar e o

    valor lgico que deve ser atribudo a ele (HIGH/LOW). analogWrite():Tem

    a funo de gerar uma tenso analgica em um pino digital utilizando se

    do PWM (pulse width modulation). O Arduino possui 6 pinos que suportam

    essa funo, que requer dois parmetros analogWrite(pino, valor), o

    nmero do pino em que essa tenso deve ser gerado e no segundo

    parmetro a amplitude desta tenso que pode variar de 0 que corresponde

    a 0 volts at 255 que corresponde a 5 volts no Arduino.

    Principais funes dos pinos analgicos:

    analogRead(): utilizada para ler um nvel anlogo presente no pino que

    for indicado no parmetro, analogRead(pino), e guardar esse valor em

    uma varivel criada pelo programador.

    Principais funes da porta USB:

    begin(): Esta funo usada para habilitar a porta serial, deve ser

    passado com parmetro a taxa de transmisso e recepo em bits por

    segundo emtre o computador e o Arduino, begin(taxa).

    end(): Desabilita o uso da porta serial. Esta funo deve ser escrita dentro

    da funo setup().

    available(): Com esta funo possvel obter o nmero de bits disponvel

    para leitura no buffer da porta serial

    read(): Com esta funo pode-se ler o primeiro byte que esta no buffer

    da porta serial

    print(): Com esta funo possvel enviar para porta serial caracteres

    ASCII que podem ser capturadas por um terminal de comunicao. Podem

    ser usado dois parmetros nesta funo, print(valor, formato), o valor o

    caractere a ser transmitido, j o formato opcional e usado quando se

    deseja especificar com quantas casas decimais ou em que base numrica

    um nmero deve ser transmitido.

  • 33

    println(): Tem a mesma funcionalidade da funo print() e como

    diferencial acrescenta ao final da transmisso um caractere que indica o

    retorno para o inicio da linha e um outro que indica mudana para prxima

    linha.

    A figura 21 mostra o editor de programao do Arduino. Destaque para as

    funes setup e loop. Este cdigo faz com que um LED ligado a porta 13 do Arduino

    fique piscando repetidamente em intervalos de um segundo. As barras seguidas (//)

    so usadas para inserir um comentrio dentro do cdigo fonte.

    Figura 21: Editor de programao do Arduino com cdigo exemplo

  • 34

    TRABALHOS RELACIONADOS 4.

    Aplicao de tecnologias assistivas e tcnicas de Controle em Cadeiras de

    Rodas Inteligentes Becker (2000). Esta uma tese de doutorado em que so

    propostas tcnicas assistivas para cadeira de rodas inteligentes. O autor faz no incio

    um balano da situao dos usurios de cadeira de rodas no Brasil mostrando o tipo

    de deficincia apresentado, quem so e onde vivem, aps essa abordagem so

    mostrado fatores ergonmicos desejveis em um cadeira de rodas como tipo de

    estofado, tamanhos mais adequados e dimenses mas apropriadas ao perfil do

    usurio, mas adiante Becker (2000) fala de interfaces de controle de cadeiras de

    rodas motorizadas com joystick e apresenta tcnicas de navegao e sensoriamento

    por lgica fuzzy para cadeiras de rodas. Estas tcnicas permitem fazer um

    mapeamento de paredes e objetos gerando mapas para o reconhecimento de

    ambientes permitindo assim, desviar de obstculos evitando colises. Alm disso,

    ele sugere tambm implementaes que tratem dinamicamente obstculos que

    surjam repentinamente em sua rota como pessoas.

    Aplicao do Estudo da Interface Homem Mquina em Cadeiras de Rodas

    Motorizadas (MADEIRA, 2008). Esta uma dissertao de mestrado com foco no

    desenvolvimento de interface e sistema de navegao para cadeira de rodas. Alguns

    usurios possuem necessidades especiais que os impossibilitam de usar cadeira de

    rodas convencionais, este trabalho teve por finalidade prover solues para incluso

    desses grupos atravs do uso das mais diversas interfaces de comunicao homem

    maquina. Mas a diante Madeira (2008) detalho o uso de dispositivos de entrada e

    sada, dispositivos de sada de dados, utilizao de sensores de movimento e

    piezoelctrico, interface remota com computador embarcado alm de sistemas de

    navegao e sensoriamento abordando roteamento do caminho, sensoriamento,

    controle de movimento e orientao. A dissertao tambm aborda algoritmos de

    assistncia navegao e navegao em locais muito populosos, deteco de

    objetos e planejamento de rotas de desvio.

  • 35

    Projeto e desenvolvimento de circuito de controle para cadeira de

    rodas(HAMANAKA, 2002). Esta dissertao de mestrado aborda tcnicas para

    construo de um circuito que controle os motores de uma cadeira de rodas, o

    objetivo de Hamanaka (2002) era produzir um circuito simples de baixo custo e

    reprodutvel, o autor comea esclarecendo os princpios de funcionamento da

    cadeira de rodas eltrica, logo em seguida faz um detalhamento sobre o controle do

    motor, circuito de gerao do sinal PWM, modulador, joystick, dispositivo de

    comutao, comparador e por fim apresenta o esquema eltrico do controle da

    cadeira de rodas e os resultados dos experimentos.

    Desktop Inteligente (MARIN, WERGRZN, 2012). Esta monografia tem como

    objetivo a construo de um dispositivo que promova uma melhor interao entre o

    usurio e um computador desktop. O intuito tentar corrigir os erros mais comuns

    que usurios de computador de desktop cometem e que resultam em possveis

    danos ao prprio usurio como posies incmodas e danosas coluna vertebral e

    utilizao do computador em condies adversas de iluminao. Para isso foram

    utilizados sensores de presena, distncia e luminosidade alm do dispositivo

    Arduino. O autor detalha o hardware e o software utilizado e conclui falando dos

    resultados positivos obtidos com o prottipo construdo.

  • 36

    DESENVOLVIMENTO DO HARDWARE 5.

    O termo hardware aqui mencionado diz respeito a todo componente fsico

    utilizado no desenvolvimento do prottipo da cadeira de rodas motorizada, os

    principais so os componentes eletrnicos como o Arduino, sensores, Ponte H,

    motores, LEDs, buzzer e baterias que tero seu funcionamento diretamente

    influenciado pelo software. Tambm faz parte do hardware a estrutura em que estes

    componentes foram montados como o chassi e as rodas do prottipo. Na figura 22

    possvel ver o prottipo pronto com todos os componentes conectados.

    Figura 22: Prottipo finalizado

  • 37

    Para facilitar o entendimento de como os componentes eletrnicos esto

    conectados entre se, foi feito um diagrama que pode ser visto na Figura 23.

    Explicaes sobre cada um dos itens presentes no diagrama, assim como a

    justificativa de sua escolha e sua importncia dentro do trabalho podem ser vistas

    nos tpicos seguintes.

    Figura 23: Diagrama de bloco

    5.1. Arduino

    O primeiro item a se definir para o incio do trabalho foi o micro controlador,

    pea de primordial importncia, pois ele quem hospeda o software que foi

    implementado e de acordo com suas caractersticas que os demais componentes

    de hardware foram escolhidos, assim como a linguagem de programao utilizada.

    Tendo isso em mente e depois de analisar algumas caractersticas dos micro

    controladores disponveis no mercado conclui-se que o Arduino Uno (verso mais

    recente da plataforma Arduino) seria ideal para o projeto, pois seu hardware e

    software so abertos, ou seja, livre para que qualquer pessoa que tenha interesse,

    possa utilizar e modificar sua estrutura sem se preocupar com direitos ou patentes.

    Outros pontos que favoreceram a escolha do Arduino foi sua facilidade de uso,

  • 38

    preo baixo e por ser facilmente encontrado no mercado. Alm disso, o Arduino,

    devido a sua grande popularidade, dispe de uma imensa gama de dispositivos,

    sensores e atuadores, compatveis com seus padres que tambm so facilmente

    encontrados no mercado.

    A funo do Arduino neste projeto captar os sinais gerados pelos sensores,

    analisa-los e de acordo com o que foi programado em seu microprocessador, ativar,

    desativar ou regular o funcionamento dos atuadores nele conectados. Detalhes de

    como cada sensor e atuador controlado pelo Arduino so especificados nos

    prximos tpicos, quando se discorrer especificamente sobre cada um deles.

    Na Figura 24 possvel observar a placa Arduino usada neste trabalho.

    Figura 24: Arduino Uno usado no prottipo

    5.2. Sensor Ultrassnico e Infravermelho.

    Os sensores utilizados foram trs, sendo dois deles ultrassnicos

    representados no diagrama de blocos da Figura 22 como Sensor Ultra1 e Sensor

    Ultra2, e o terceiro sendo um sensor infravermelho, representado como Sensor IR no

    mesmo diagrama.

    Os sensores ultrassnicos tem um papel de fundamental importncia na

    percepo do ambiente, pois so eles que verificam a existncia de algum obstculo

    no percurso da cadeira. Existem outros tipos de sensores que poderiam

    desempenhar este papel, como o sensor de distncia infravermelho, mas neste

    trabalho, em particular, foi mais apropriado o uso do sensor ultrassnico por sua

    maior abrangncia em relao a objetos detectados. O sensor ultrassnico

  • 39

    consegue perceber objetos de vrias formas, cores e texturas diferentes que estejam

    em seu campo de atuao, diferente do sensor infravermelho, que apresenta

    dificuldade de perceber objetos translcidos ou em ambientes onde exista a

    incidncia de luz solar.

    De uma forma geral todos os objetos que apresentarem as caractersticas que

    permitam refletir a radiao ultrassnica sero percebidos pelo sensor, englobando

    assim grande parte dos obstculos que possam se interpor no caminho percorrido

    por uma cadeira de rodas. O modelo de sensor ultrassnico utilizado foi o HC-SR04

    2 que pode ser visto na Figura 25.

    Figura 25: Sensor ultrassnico HC-SR04 (vista frontal, traseira e lateral)

    J na Figura 26 possvel observar como os sensores foram ligados ao

    Arduino para receber corrente eltrica e transmitir informaes. Nesta mesma Figura

    tambm possvel observar quais portas digitais foram utilizadas para comunicao

    entre Arduino e sensores.

    Figura 26: Ligao dos sensores ultrassnicos ao Arduino

    2 http://jaktek.com/wp-content/uploads/2011/12/HC-SR04.pdf

  • 40

    O pino VCC do sensor foi ligado ao pino 5 volt do Arduino e o pino GND do

    sensor foi ligado ao pino terra do Arduino, ligaes estas que permitem a

    alimentao do sensor pelo prprio Arduino. Para transferncia de informaes, o

    pino Trig dos sensores foram ligados as portas 4 e 8 do Arduino e o pino Echo s

    portas 2 e 7.

    O uso dos dois sensores ultrassnicos tem a finalidade de se monitorar o que

    estiver a frente e abaixo do prottipo. O sensor1 foi fixado na horizontal de modo

    que monitora tudo que estiver a frente da cadeira e a uma distncia de at sete

    metros. O sensor2 foi fixado na posio vertical e a frente das rodas dianteiras do

    prottipo ficando a 10 centmetros do solo e tem a funo de detectar buracos ou

    protuberncias no piso.

    O sensor infravermelho, ou sensor IR (Infra Red) como est representado no

    diagrama de blocos na Figura 23, foi utilizado para desempenhar funo diferente

    dos sensores ultrassnicos, sendo usado para receber instrues que permitam

    controlar o prottipo a distncia, atravs de um controle remoto convencional.

    Na Figura 27 possvel ver em diversos ngulos o sensor infravermelho

    utilizado para captar os sinais enviados pelo controle remoto.

    Figura 27: sensor IR utilizado no prottipo

    Nas cadeiras de rodas motorizadas comuns estes comandos so realizados

    atravs de um Joystick fixado em um dos braos da cadeira e o usurio tem o

    controle da direo e velocidade do veculo atravs dele. Como o prottipo

    desenvolvido tem suas dimenses reduzidas, ele no tem capacidade para

    transportar o indivduo que ir controla-lo, ento, optou-se por utilizar um controle

    remoto para realizar tal tarefa.

  • 41

    Os controles remotos mais utilizados no dia a dia para controlar equipamentos

    eletrnicos como TVS, DVDs, aparelhos de som entre outros, so controles que

    usam a tecnologia Infravermelha para transmisso de dados e justamente por este

    motivo, aliado ao baixo custo e relativa simplicidade de uso que esta tecnologia foi

    utilizada no prottipo.

    A Figura 28 mostra o Controle remoto modelo PCR-96 produzido pela Philco

    utilizado no trabalho.

    Figura 28: Controle Remoto

    Este controle remoto originalmente utilizado em aparelhos de som da Philco

    sendo que neste trabalho apenas alguns botes sero utilizados, para determinadas

    tarefas, desta forma, os demais botes no possuem funo no controle do

    prottipo. Os botes utilizados assim como a funo que ele desempenha no

    controle do prottipo so:

    Seta para cima: Prottipo movimenta se para frente.

    Seta para baixo: Prottipo movimenta se para trs.

    Seta para direita: Prottipo movimenta se para direita.

    Seta para esquerda: Prottipo movimenta se para esquerda.

    CD: Calibra o sensor vertical.

    TAPE: Calibra o sensor horizontal.

    POWER: Ativa/desativa os sensores.

    MUTE: Controla a velocidade.

  • 42

    Neste controle remoto para cada boto existem dois cdigos que so emitidos

    alternadamente quando se pressiona o boto. Desta forma ao se pressionar um

    boto pela primeira vez o controle envia um cdigo ao receptor ou se pressionar este

    mesmo boto uma segunda vez o controle envia um segundo cdigo alternando

    entre estes dois cdigos toda vez que boto for pressionado. Os cdigos emitidos

    por cada boto pressionado no controle sero vistos quando se tratar do

    desenvolvimento do software no prximo captulo.

    A Figura 29 mostra como o sensor IR foi ligado porta 13 do Arduino e

    tambm ao pino GND e ao pino 5v, que fornecem alimentao ao sensor.

    Figura 29: Ligao do sensor infravermelho ao Arduino

    Um resistor de 220 ohms foi ligado em srie com a entrada positiva de

    energia do sensor, para restringir o fluxo de corrente, evitando sobrecargas. J um

    capacitor de 0,1 F foi ligado em paralelo entrada de alimentao para filtrar

    possveis interferncias, que prejudicariam o correto funcionamento do sensor.

    5.3. Ponte H

    A Ponte H o circuito eletrnico utilizado em automao para controlar o

    sentido de rotao e/ou a velocidade de giro dos motores de corrente continua (mais

    informaes a respeito da Ponte H podem ser encontradas no captulo 2). Como o

  • 43

    prottipo da cadeira de rodas deve conseguir se deslocar tanto para trs como para

    frente e ter sua velocidade de deslocamento controlada, o uso da Ponte H se fez

    necessrio.

    Basicamente, a Ponte H controla o sentido e a quantidade de corrente eltrica

    da bateria a ser repassada aos motores do prottipo, de acordo com os sinais

    enviados pelo Arduino. Ou seja, a Ponte H um item intermedirio entre o Arduino e

    os motores, funcionando tambm como um circuito de proteo para o Arduino uma

    vez que os motores no podem ser ligados diretamente ao Micro controlador, sobre

    o risco de danific-lo, pois os motores consomem uma correte eltrica muito acima

    daquela que as portas do Arduino podem oferecer.

    No prottipo foram utilizadas duas Pontes H, uma para cada motor e optou-se

    por mont-las a partir de componentes discretos: transistores, diodos e resistores j

    que estes componentes so facilmente encontrados em placas de equipamentos

    eletrnicos que esto em desuso, podendo assim ser reaproveitados para a

    montagem da mesma. Na Figura 30 apresentado o diagrama do circuito eltrico

    usado na montagem da Ponte H.

    Figura 30: Diagrama eltrico Ponte H

    Adaptado de: PATSKO, 2012

    Os transistores Q1 e Q3, modelo BC558 e Q2 e Q4 modelo BC548 funcionam

    como chaves e so ativados ou desativados de acordo com os sinais enviados pelo

    Arduino, atravs de suas portas digitais, que chegam Ponte H pelas entradas 1 e

    2. Os diodos modelo IN4004 ligados em paralelo aos transistores, tem a funo de

  • 44

    proteg-los de uma possvel corrente reversa gerada pelas bobinas do motor. J os

    quatro resistores de 220 ohms foram utilizados para se reduzir a corrente na base

    dos transistores, para limitar a quantidade de corrente demandada das portas

    digitais do Arduino, que s podem fornecer no mximo 40 miliamperes, sendo que

    valores acima deste, podem danificar o micro controlador. Na Figura 31 possvel

    ver a Ponte H em vrios ngulos depois de pronta.

    Figura 31: Ponte H utilizada no prottipo

    J na Figura 32 visto como os diversos componentes da ponte H foram

    interligados entre si e entre os demais componentes do hardware.

    Figura 32: Conexo da Ponte H com motores, Arduino e bateria

  • 45

    As portas utilizadas foram 5, 6, 9 e 10 do Arduino, escolhidas por forneceram

    sinal PWM, importante para o controle da velocidade do prottipo. possvel

    observar que existe uma fonte exclusiva de energia para ponte H e

    consequentemente para os motores, pois eles esto conectados a ponte H e

    consomem bem mais corrente do que o micro controlador, tornando invivel o

    fornecimento de corrente eltrica atravs do Arduino sobe o risco de danifica-lo.

    A ponte H que controla o motor direito teve suas conexo ligadas s portas 5

    e 6 do Arduino, j A ponte H que controla o motor esquerdo teve suas conexes

    ligadas s portas 9 e 10.

    5.4. Motores

    Para a locomoo do prottipo, a inteno inicial era utilizar dois motores de

    corrente contnua, um para cada roda traseira. Entretanto, como visto no captulo 2,

    uma das caractersticas dos motores de corrente continua apresentar uma alta

    velocidade de giro e um pequeno torque, o que o tornaria invivel para o uso no

    prottipo, que deve se deslocar em baixa velocidade, uma vez que simula o

    funcionamento de uma cadeira de rodas motorizada normal, que se desloca devagar

    e possui um alto torque.

    Para resolver este problema nas diferenas de giro e torque, o motor deve

    estar acoplado a uma caixa de reduo de giro, que faz a inverso destes valores,

    reduzindo a velocidade de giro e aumentando o seu torque atravs de engrenagens.

    No mercado podem ser encontrados alguns motores que j vem com esta caixa de

    reduo acoplada, mas para se obter o efeito pretendido, neste trabalho foram

    usados dois servos motores utilizados em antenas receptoras de TV via satlite.

    Os servos motores possuem uma limitao de giro do seu eixo, sendo que na

    maioria das vezes s pode girar 180. Para serem usados no prottipo, eles

    passaram por uma adaptao, onde foi retirada uma trava presente em uma das

    engrenagens de reduo de giro (vista na Figura 33 A), o interior de um

    potencimetro (visto na Figura 33 B), assim como sua placa de controle (visto na

    Figura33 C).

  • 46

    Figura 33: Adaptao de servo motor para giro contnuo

    Adaptado de: PATSKO, 2012

    Aps estas adaptaes, o servo motor se transformou em um motor de

    corrente contnua, com uma caixa de reduo acoplada, exatamente o que era

    necessrio para o prottipo. A Figura 34 mostra como os motores foram adaptados

    na estrutura do prottipo e como as rodas foram encaixadas diretamente no eixo de

    sada da caixa de reduo do motor.

    Figura 34: Adaptao motor na estrutura do prottipo

    Os motores foram ligados ponte H e esta por sua vez, foi ligada ao Arduino

    e as baterias. O esquema desta ligao pode ser conferido na Figura 32 do tpico

    anterior.

  • 47

    5.5. Buzzer piezoeltrico

    No prottipo, o buzzer foi usado com a finalidade de emitir sinais sonoros de

    alerta (bips). Detalhes sobre o buzzer piezoeltrico podem ser vistos no captulo 2

    deste trabalho.

    A opo de utilizar o buzzer piezoeltrico e no um alto-falante comum por

    exemplo, foi devido a seu tamanho mais compacto, maior robustez e uma maior

    eficincia na reproduo de sons na faixa de frequncia que esto os sinais de

    alerta. Sendo que o buzzer em relao a um altofalante consegue produzir um efeito

    sonoro mais elevado desses sinais de alerta a partir de uma entrada de mesma

    intensidade. O sinal variante que far o buzzer produzir som ser gerado pelo

    Arduino, sendo que o tom e a durao destes sinais depender da programao

    feita no micro controlador.

    Na Figura 35 visto a ligao do buzzer a porta 13 do Arduino, em srie com

    uma juno de dois resistores de 100 ohms cada, ligados em paralelo, gerando

    assim uma resistncia de 50 ohms. Esta juno dos resistores foi usada porque no

    foi encontrado um nico resistor com resistncia prxima a este valor. Esta

    resistncia importante para limitar a corrente consumida pelo buzzer e no

    danificar a porta do Arduino.

    Figura 35: ligao eltrica do buzzer ao Arduino

  • 48

    5.6. LEDs

    No prottipo, foram utilizados dois LEDs de cores diferentes, um que emite luz

    na cor vermelha e outro na cor verde. O vermelho acionado como forma de alerta

    quando algum obstculo detectado pelos sensores do prottipo. J o que emite luz

    na cor verde foi utilizado para sinalizar a recepo de sinal pelo sensor

    infravermelho, isto importante para que se possa constatar o correto

    funcionamento do controle remoto.

    Os LEDs utilizados medem 5mm e tem formato cilndrico, foram ligados ao

    Arduino em paralelo a um resistor de 330 ohms para limitar a corrente que circula

    entre seus polos evitando possveis danos aos mesmos por sobrecarga. O LED de

    cor vermelha foi ligado a porta 2 do Arduino e o de cor verde a porta 11 conforme

    visto na Figura 36.

    Figura 36: ligao eltrica dos LEDs ao Arduino

    5.7. Baterias

    Para a alimentao do prottipo, optou-se pelo uso de baterias, uma vez que

    o mesmo deveria se movimentar livremente, e o uso de uma fonte de energia

    proveniente da rede eltrica o deixaria limitado a conexes com o cabo de energia.

    Para alimentar o Arduino foi utilizada uma bateria de 9 volts comum e para

  • 49

    alimentao da ponte H e motores foram utilizadas trs pilhas pequenas em srie

    totalizando 4,5 volts.

    A Figura 37 mostra como as baterias foram adaptadas ao interior do prottipo

    e ligadas a uma chave, que tem a funo de ligar e desligar a alimentao do

    prottipo.

    Figura 37: ligao das baterias ao Arduino

    5.8. Montagem da estrutura do prottipo

    O chassi do prottipo foi feito a partir de uma estrutura plstica onde foram

    adaptados os motores com as rodas traseiras, as rodas dianteiras e uma armao

    feita com fios de cobre de 6 mm, moldados e soldados em formato de uma cadeira,

    como pode ser visto na Figura 38.

    Figura 38: Estrutura do prottipo

    Em seguida, foi acoplada a esta estrutura uma haste para a sustentao dos

    sensores ultrassnicos. Nesta haste foram presos conectores, permitindo que os

    sensores possam ser facilmente encaixados e desencaixados.

  • 50

    A armao de fios de cobre em forma de cadeira e a estrutura plstica foram

    revestidas com um material emborrachado (E.V.A), e o Arduino, ponte H, LEDs,

    buzzer, sensor IR assim como os fios foram devidamente alocados e conectados

    como pode ser visto na Figura 39.

    Figura 39: Disposio dos componentes eletrnicos no prottipo

    O Arduino foi adaptado na parte de trs do encosto da cadeira. J as pontes

    H, uma para cada motor, foram adaptadas na sobre os prprios motores. O LED

    vermelho que sinaliza a deteco de obstculos pelos sensores foi adaptado no

    brao direito da cadeira, e o LED verde que sinaliza a recepo de dados pelo

    sensor IR foi adaptado na parte superior esquerda da cadeira. O buzzer e o sensor

    IR ficaram juntos as portas 13 e 12 do Arduino onde foram conectados.

    Durante a montagem do hardware, algumas dificuldades foram encontradas

    como o superaquecimento nos transistores das pontes H, este problema foi resolvido

    com o uso de resistores que limitaram o fluxo de corrente nestes componentes

    reduzindo seu aquecimento. Outro problema encontrado foi a sobrecarga que o

    buzzer provocava na parta do Arduino em que se encontrava ligado e mais uma vez

    este problema foi resolvido com o uso de resistores para o controle da corrente.

    O Sensor IR tambm apresentou problemas, pois captava muita interferncia

    junto ao sinal fornecido pelo controle remoto, a soluo foi o uso de um capacitor

    cermico em paralelo com seus terminais de alimentao. Este capacitor ajudou a

    filtrar estas interferncias, resolvendo o problema.

    De uma forma geral o processo de montagem do hardware foi tranquilo com

    todos os componentes funcionando dentro do esperando.

  • 51

    DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE 6.

    O software foi desenvolvido na IDE verso 1.0 do Arduino, utilizando a

    linguagem de programao C/C++. Trata-se de um software embarcado, ou seja,

    feito especificamente para funcionar em dispositivos com recursos de

    processamento e memria escassos, se comparados aos computadores

    convencionais. O uso do computador se fez necessrio para o desenvolvimento e a

    compilao do cdigo pois uma vez tendo sido gerado o executvel binrio

    proveniente da compilao, ele transferido e instalado via conexo USB no

    Arduino, no sendo mais necessrio o uso do computador. O objetivo bsico e

    principal do software controlar e integrar o funcionamento dos diversos

    componentes de hardware interferindo nos comandos do usurio a fim de alertar e

    proporcionar segurana no controle de uma cadeira de rodas motorizada.

    A interao do usurio com o software ocorre atravs do controle remoto. A

    Tabela 3 mostra as aes realizadas pelo software quando pressionado cada

    boto no controle remoto e o cdigo corresponde a este boto.

    Tabela 3: Interao software usurio

    Boto Pressionado Cdigo do boto Ao realizada pelo software no prottipo

    Seta para cima 3344 ou 1296 O prottipo se movimenta para frente

    Seta para baixo 3345 ou 1297 O prottipo se movimenta para trs

    Seta para direita 1312 ou 3360 O prottipo faz uma curva para direita

    Seta para esquerda 3361 ou 1313 O prottipo faz uma curva para esquerda

    Power 1292 ou 3340 Ativa/desativa a deteco de objetos pelos sensores

    Mute 3341 ou 1293 Aumenta/reduz a velocidade do prottipo

    CD 1337 ou 3385 Ajusta a distncia de deteco do sensor vertical

    Tape 1335 ou 3383 Ajusta a distncia de deteco do sensor horizontal

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