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Colecção ENB CADERNOS ESPECIALIZADOS 4 Manual de Extintores ANTÓNIO MATOS GUERRA SINTRA 2007 ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS 2.ª edição, revista e actualizada

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Colecção

ENB

CADE

RNOS

ESPECIALIZADOS

4

Manual de Extintores

A N T Ó N I O M A T O S G U E R R A

S I N T R A 2 0 0 7

ESCOLANACIONALDEBOMBEIROS

2.ªedição,revistaeactualizada

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Ficha TécnicaFicha Técnica

TítuloManualdeExtintores

ColecçãoCadernos Especializados ENB

(nº4)

EdiçãoEscola Nacional de BombeirosQuinta do Anjinho – Ranholas

2710 - 460 SintraTelef.: 219 239 040 • Fax: 219 106 250

E.mail: [email protected]

TextoAntónio Matos Guerra

ComissãodeRevisãoTécnicaePedagógicaCarlos Ferreira de Castro, F. Hermínio Santos,J. Barreira Abrantes, Luís Abreu, Sónia Rufino

FotografiaMatos Guerra, Rogério Oliveira, Victor Hugo

IlustraçõesOsvaldo Medina, Ricardo Blanco, Victor Hugo

GrafismoefotomontagensVictor Hugo Fernandes

ImpressãoGráfica Europam, Lda.

ISBN: 972-8792-25-5Depósito Legal nº 174421/01

Março de 2007Tiragem: 3 000 exemplares

Preço de capa: 15,00 (pvp) 7,50 (bombeiros)

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Manual de ExtintoresPrefácio

A edição do quarto volume da colecção Cadernos Especializados ENB

aborda o extintor, importante equipamento de primeira intervenção, no combate a um foco de incêndio em fase inicial.

De uma forma geral pode dizer-se que o correcto manuseamento de um extintor deve ser considerado como uma imprescindível competência que todos os cidadãos devem possuir.

A utilização de um extintor deve ser feita por qualquer pessoa que detecte um incêndio em fase inicial. Para que esta utilização seja eficaz, é necessário conhecer o funcionamento deste equipamento, bem como as regras básicas de operação com o mesmo.

Esta publicação visa, por um lado, apoiar acções de sensibilização dirigidas a um vasto e diversificado público alvo e, por outro lado, contribuir para a criação de uma atitude activa e interventiva de todos, na defesa do património e da segurança das pessoas.

Deste modo a Escola Nacional de Bombeiros cumpre um dos seus fins, isto é, promover «a formação cívica no domínio da auto-protecção dos cidadãos».

Duarte Caldeira Presidente da direcção da E.N.B.

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Manual de ExtintoresSumário

Introdução 9

1 Classificação 13

2 Identificação 21

3 Característicasefuncionamentodosextintores 27

4 Escolhadoagenteextintor 37

5 Distribuiçãodosextintores 49

6 Inspecção,manutenção 59 erecargadosextintores

7 Actuaçãocomextintores 67 Bibliografia–Glossário–Índices 83

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Manual de ExtintoresSiglas

UE União EuropeiaNP Norma PortuguesaEN Norma Europeia

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Introdução

Manual de ExtintoresIntrodução

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Introdução

11

O extintor é um meio de primeira intervenção utilizado no combate a um foco de incêndio acabado de despontar.

A utilização de um extintor pode ser feita por qualquer pessoa logo que detecte um foco de incêndio. Na realidade, a rapidez de actuação é primordial, na medida em que o extintor só é eficaz na fase inicial de um incêndio. Com efeito, a quantidade de agente extintor, assim como o tempo de utilização, são limitados.

O êxito da sua utilização depende dos seguintes factores:

• Estar bem localizado, visível e em boas condições de funcionamento;

• Conter o agente extintor adequado para combater o incêndio desen-cadeado;

• Ser utilizado na fase inicial do incêndio;

• Conhecimento prévio, pelo utilizador, do modo de funcionamento e utilização.

Define-se extintor como um aparelho que contém um agente extintor, o qual pode ser projectado e dirigido para um fogo por acção de uma pressão interna. Esta pressão pode ser produzida por prévia compressão ou pela libertação de um gás auxiliar(1).

A substância contida no extintor, que provoca a extinção, designa-se por agente extintor(1).

A carga de um extintor é a massa ou o volume do agente extintor nele contido. A carga dos equipamentos com agentes extintores à base de água é expressa em unidades de volume (litro) enquanto que a carga dos restantes equipamentos é expressa em unidades de massa (quilograma)(1).

(1) NP EN 3-1: 1997.

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1.

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Classificação

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1.

Manual de ExtintoresClassificação

1.

MobilidadedoextintorAgenteextintor

Mododefuncionamento

Eficáciadeextinção 1. 4.

1. 1.

1. 2.

1. 3.

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1.

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Classificação

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1.

1. 1.

A classificação dos extintores de incêndio pode ser efectuada com base nos seguintes critérios:

• Mobilidade do extintor;

• Agente extintor;

• Modo de funcionamento;

• Eficácia de extinção.

Mobilidade do extintor

Quanto à mobilidade, os extintores classificam-se em (fig. 1):

• Portáteis; • Móveis (também designados por transportáveis).

Por sua vez, os extintores portáteis designam-se por:

• Manuais;• Dorsais.

Designa-se por extintor manual o que, pronto a funcionar, tem um peso inferior ou igual a 20 kg. Diz-se que o extintor é dorsal quando, pronto a funcionar, tem um peso inferior ou igual a 30 kg e está equipado com precintas que permitem o seu transporte às costas.

Os extintores móveis estão dotados, para serem deslocados, de apoios com rodas e, consoante a respectiva dimensão, são manobrados manualmente ou rebocados por veículos.

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1.

Agente extintor

Um extintor pode classificar-se consoante o agente extintor que contém. Actualmente, existem os seguintes tipos:

• Extintores de água;

• Extintores de espuma;

• Extintores de pó químico;

• Extintores de dióxido de carbono (CO2).

1. 2.

Fig. 1 Váriostiposdeextintoresquantoàsuamobilidade.

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Classificação

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1. 1. 3.

No passado utilizaram-se hidrocarbonetos halogenados que, entre outros produtos, são substâncias que empobrecem a camada de ozono. Presentemente está proibido o seu uso(1). Por este motivo, os extintores de halon 1211 foram substituídos até 31 de Dezembro de 2003.

Modo de funcionamento

Os extintores são classificados, quanto ao seu funcionamento, em:

• Pressão permanente;• Pressão não permanente (operado por cartucho).

No grupo dos extintores de pressão permanente incluem-se:

• Os extintores em que o agente extintor é gasoso e se encontra liquefeito, proporcionando a sua própria propulsão (exemplo: CO

2);

• Os extintores em que o agente extintor se encontra em fase líquida ou gasosa e lhe é adicionado azoto (N

2) no momento do carregamento, com

vista a aumentar a pressão interna (exemplo: AFFF);

• Os extintores em que o agente extintor está no estado líquido ou sólido e cuja pressão de propulsão se obtém pela adição de um gás (azoto) no momento do carregamento (exemplos: água, espuma, pó químico).

No grupo dos extintores de pressão não permanente, em que a pressuri-zação se faz no momento da utilização, incluem-se:

• Os extintores em que o agente extintor está no estado líquido ou sólido e cuja pressão é conseguida por um gás propulsor, contido numa garrafa (azoto ou dióxido de carbono), que é accionado no momento da utilização do extintor. A garrafa de gás propulsor está colocada normalmente no interior do extintor (exemplos: água, espuma e pó químico).

(1) Com excepção de situações especiais – consultar capítulo 4.4.5..

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1.

Eficácia de extinção

Atendendo à eficácia de extinção e de acordo com a NP EN 3-1:1997, os extintores classificam-se segundo os fogos-tipo que são capazes de extinguir.

Para se determinar a eficácia de extinção são efectuados, em áreas adequadas para o efeito, ensaios de fogos de dimensões controladas que obedecem aos parâmetros das normas.

A classificação do fogo-tipo é representada, no rótulo, por uma letra que indica a classe de fogo para o qual o extintor tenha demonstrado capacidade efectiva, e por um número (somente para as classes A e B) que representa a dimensão do fogo-tipo para que o extintor é eficaz. Os extintores classificados para uso em fogos da classe C ou D não têm um número precedendo a letra de classificação.

1.4.1. Fogos-tipo da classe A

O ensaio dos fogos-tipo da classe A é efectuado pelo empilhamento de ripas de madeira sobre uma base metálica (fig. 2). O número de ripas de madeira e o comprimento do fogo são determinados de acordo com a designação do fogo-tipo (NP EN 3-1;1997 - B.2.1. p. 9 e 10).

1. 4.

Fig. 2 Basemetálicaeripasdemadeira.

Vista frontal Vista lateral

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Classificação

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1.

Fig. 3 Tabuleirocilíndrico.

1.4.2. Fogos-tipo da classe B

O ensaio dos fogos-tipo da classe B é realizado numa série de tabuleiros cilíndricos de aço macio soldado (fig. 3), cujas dimensões são dadas no quadro B.3. da NP EN 3-1:1997.

Os fogos são designados por um número seguido da letra B. Este número representa o volume do líquido, em litros, contido no tabuleiro e que corresponde a 1/3 de água para 2/3 de combustível (NP EN 3-1:1997. B.3.1. p. 13).

Para os fogos das classes A e B, quanto maior for o número de classificação indicado, maior é a capacidade de extinção do extintor.

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2.

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Identificação

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2.Manual de ExtintoresIdentificação

2.

Componentesdeidentificação 2. 1.

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2.

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Identificação

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2.

Componentes de identificação

De acordo com o ponto 7 da NP EN 3-5: 1997, um extintor tem duas componentes de identificação:

• Cor – na Europa, a cor do corpo dos extintores é, obrigatoriamente, vermelha.

• Marcações (rótulo) – os rótulos (fig. 4), sob a forma de decalcomania ou

impressão serigráfica, com inscrições em língua portuguesa, colocados numa posição em que possam ser lidos e que permitam reconhecer e utilizar um extintor, devem conter, em cinco áreas diferen-ciadas, as seguintes indicações:

– Área 1 – contendo:

- A palavra «EXTINTOR»; - O tipo de agente extintor e a sua capacidade; - A referência aos fogos-tipo para os quais o extintor está aprovado;

– Área 2 – o modo de actuação, que deve incluir ilustrações sugestivas e os pictogramas das classes de fogo para as quais o extintor é indicado;

– Área 3 – as restrições ou riscos da utilização relativamente à toxicidade

e à tensão eléctrica; – Área 4 – instruções complementares (limites de temperatura,

verificações periódicas, referências de certificação, designação do modelo de fabricante, etc.);

– Área 5 – nome e endereço do fabricante ou seu representante.

2. 1.

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2.

Além das indicações referidas nas cinco áreas, deve ser marcado no corpo do extintor o ano de fabrico.

Fig. 4 Exemplodeumrótulo.

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Identificação

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2.

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3.

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Características e funcionamento dos extintores

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3.

Manual de Extintores

Características e funcionamento dos extintores

3.

ExtintoresdepressãopermanenteExtintoresdepressãonãopermanente

Extintoresmóveis

3. 1.

3. 2.

3. 3.

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3.

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Características e funcionamento dos extintores

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3.

D e acordo com os critérios anteriormente referidos, descrevem-se diferentes características e o funcionamento dos diversos tipos de extintores. No entanto, convém salientar algumas das características dos extintores portáteis, que importa tomar em consideração:

• A descarga deve ser comandada através de dispositivo de obturação que pode, por si só, permitir uma interrupção temporária do jacto;

• Os dispositivos de comando do funcionamento dos extintores devem estar situados, quer totalmente na parte superior do extintor, quer parcialmente na parte superior do extintor e na extremidade da mangueira ou da agulheta (fig. 5A);

• Os extintores cujo agente extintor tenha uma massa superior a 3 kg ou um volume superior a 3 l, devem ser equipados com uma mangueira e uma agulheta. O conjunto da mangueira e da agulheta deve ter um comprimento pelo menos igual a 80% da altura total do extintor, com um mínimo de 400 mm (fig. 5B);

• Os extintores devem ser construídos sem arestas vivas susceptíveis de provocar qualquer ferimento ao utilizador (fig. 5C);

• Sempre que um extintor seja utilizado deve proceder-se de imediato à sua recarga, mesmo que não tenha sido totalmente descarregado.

O tempo médio de descarga de um extintor portátil, com 6 a 10 kg de pó, é cerca de 12 segundos. Desta forma, é muito difícil utilizar um extintor sem que, pelo menos, 2/3 do agente extintor seja descarregado.

Analisam-se, de seguida, os diferentes tipos de extintores, descrevendo-se genericamente as suas características, componentes e modo de funciona-mento.

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3.

Fig. 5 Algumascaracterísticasdosextintores.

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Características e funcionamento dos extintores

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3.

Extintores de pressão permanente

Nos extintores de pressão permanente (fig. 6), o agente extintor e o gás propulsor, geralmente azoto (N

2), estão misturados no recipiente.

O agente extintor ocupa uma grande parte do volume interno do recipiente, ficando o restante, designado por câmara de expansão, reservado para o gás propulsor que se encontra a uma pressão entre 12 e 14 kg/cm2.

Nestes extintores existe um manómetro que permite verificar se a pressão interna se encontra dentro dos valores estipulados para o funcionamento eficaz do extintor.

Quando se retira a cavilha de segurança e se abre a válvula do extintor, o agente extintor, pela acção da pressão exercida pelo gás propulsor, é expelido para o exterior através do tubo sifão e mangueira com bico difusor colocado na sua extremidade. Para se interromper, temporária ou definitivamente, a descarga do agente extintor, basta fechar a válvula de controlo.

3. 1.

Fig. 6 Extintordepressãopermanente.A–Deágua;B–Depóquímico.

A B

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3.

Um caso particular é o do extintor de CO2 (fig. 7) que é, também, de

pressão permanente. Devido às propriedades físicas de elevada tensão de vapor (50 a 60 kg/cm2) do CO

2, este encontra-se em estado líquido e gasoso,

ocupando o volume do recipiente. Ainda se caracteriza pelo facto de não possuir manómetro.

Este extintor possuí um tubo sifão e uma válvula de controlo de descarga com um difusor acoplado ou, no caso dos extintores de maior capacidade, uma mangueira com difusor ligado à válvula. O difusor permite dirigir o agente extintor para as chamas, com eficácia e segurança.

Para se interromper, temporária ou definitivamente, a descarga do agente extintor que, ao vaporizar-se, produz uma temperatura negativa que pode atingir os 78o C, basta fechar a válvula de controlo de descarga.

Fig. 7 ExtintordeCO2.

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Características e funcionamento dos extintores

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3.

Extintores de pressão não permanente

Nos extintores de pressão não permanente (fig. 8), o agente extintor ocupa apenas uma parte do volume interno do recipiente.

O gás propulsor, normalmente CO2, encontra-se numa garrafa (cartucho)

colocada no interior ou no exterior do corpo do extintor. Quando se coloca o extintor em funcionamento, retirando a cavilha de segurança e perfurando o disco de rotura da garrafa interior ou rodando o volante da válvula da garrafa exterior, o gás propulsor passa através do tubo de descarga e expande-se no interior do extintor, indo ocupar o volume da câmara de expansão, mistu-rando-se, assim, com o agente extintor.

Pela acção da pressão exercida pelo gás, o agente extintor é projectado e dirigido para o fogo através de uma mangueira ligada à parte superior ou inferior do recipiente, sendo a descarga controlada por uma pistola difusora, colocada na extremidade da mangueira.

Os extintores manuais em que a garrafa se encontra no exterior do corpo do extintor estão a ser utilizados cada vez menos.

Fig. � Extintoresdepressãonãopermanente.A–Comgarrafainterior;B–Comgarrafaexterior.

A B

3. 2.

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3.

Extintores móveis

Embora os extintores móveis sejam, quanto ao modo de funcionamento, de pressão permanente ou de pressão não permanente (colocação em pressão no momento da utilização), devido à sua especificidade serão objecto de referência nos pontos seguintes:

3.3.1. Móveis manobrados manualmente

Estes extintores (fig. 9), quanto ao modo de funcionamento, podem ser de pressão permanente ou não permanente. Neste último caso, o gás propulsor encontra-se normalmente numa garrafa exterior.

As capacidades mais usuais nos extintores manobrados manualmente, variam entre 20 kg e 100 kg.

3. 3.

Fig. � Extintormóvelmanobradomanualmente.

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Características e funcionamento dos extintores

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3.

3.3.2. Móveis rebocáveis

Os extintores rebocáveis (fig. 10) são equipamentos de médio e grande porte que, para serem deslocados, necessitam de ser atrelados a um veículo que os reboque.

Quanto ao modo de funcionamento, são de pressão não permanente, isto é, de colocação em pressão no momento da utilização. As garrafas do gás propulsor, azoto (N

2), encontram-se montadas no exterior do recipiente.

Devido às suas características, devem tomar-se em atenção as instruções fornecidas pelos fabricantes para a forma de colocação em funcionamento destes extintores.

Fig. 10 Extintormóvelrebocável.

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4.

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Escolha do agente extintor

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4.

Manual de ExtintoresEscolha do agente extintor

4.

ExtintoresdeáguaExtintoresdeespumafísica

Extintoresdedióxidodecarbono(CO2)

Extintoresdepóquímico

Extintoresdehidrocarbonetoshalogenados(halons)

Síntese

4. 1.

4. 2.

4. 3.

4. 4.

4. 5.

4. 6.

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4.

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Escolha do agente extintor

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4.

U ma vez conhecidos os combustíveis existentes nos locais a proteger, deve escolher-se o agente extintor com características para actuar com maior eficácia na extinção da combustão.

Não existindo um agente extintor «universal» capaz de extinguir os fogos de todas as classes, tem que se utilizar, em cada situação, o agente extintor mais adequado.

Há que ter em consideração a possibilidade de alguns agentes extintores, empregues em locais pequenos e mal ventilados, se decomporem pela acção do calor e libertarem gases tóxicos. É também muito importante conhecer os cuidados a ter com a actuação em instalações e equipamentos sob tensão eléctrica, bem como a reacção com o combustível.

Os agentes extintores mais usados são:

• Água;• Espuma;• Pó químico;• Dióxido de carbono (CO

2).

Assim, passa a designar-se o extintor de acordo com o agente extintor nele contido.

Extintores de água

A água é um agente extintor líquido, pesado e relativamente estável à temperatura ambiente, ao qual se podem juntar aditivos com o objectivo de melhorar a eficácia de extinção.

Os extintores à base de água são constituídos por um recipiente recarregável, tendo, os mais usuais, entre 6 e 9 litros de capacidade.

A pressurização é feita através de pressão permanente ou de pressão não permanente.

4. 1.

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4.

Estes extintores têm a característica de poderem projectar a água em jacto ou pulverizada (fig. 11). A descarga deve fazer-se através de um filtro colocado no tubo sifão, de forma a reter corpos estranhos que possam existir misturados com o agente extintor.

As características dos extintores de água divergem em função do modo de projecção. Assim devem considerar-se:

• Projecção da água em jacto: – Método de extinção: Arrefecimento – Alcance: 6 a 8 m– Velocidade de extinção: Lenta– Duração da descarga: De 30 s a 1 min e 30 s– Aditivos: Diversos– Toxicidade: Nula– Perigo de emprego: Não utilizar em instalações ou aparelhos

eléctricos sob tensão– Eficácia de extinção: Fogos da classe A

• Projecção da água pulverizada:A projecção da água é efectuada através de uma ponteira difusora (fig. 12).

A pressão de saída desta faz girar, em alta velocidade, pequenas turbinas que se encontram no interior da ponteira, fazendo com que a água saia pulverizada.

Fig. 11 Projecçãodeágua.A–Emjacto;B–Pulverizada.

A B

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Escolha do agente extintor

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4.

As características gerais são idênticas às dos extintores de projecção da água em jacto, excepto nos seguintes:

– Alcance: Cerca de 2 m– Duração da descarga: 30 s a 1 min– Perigo de emprego: Pode utilizar-se unicamente em instalações

ou aparelhos eléctricos de baixa tensão. Os rótulos indicam até que tensão se pode

utilizar o extintor– Eficácia de extinção: Muito eficaz em fogos da classe A.

Extintores de espuma física

O extintor de espuma física é aquele que projecta uma mistura espumosa à base de água (fig. 13).

A espuma física obtém-se pela mistura de três elementos: água, líquido espumífero e ar. A água e o espumífero estão contidos no recipiente, podendo o espumífero estar dentro de uma embalagem de plástico, que se rompe no momento da pressurização, ou ser adicionado à água, no momento do carregamento do extintor.

4. 2.

Fig. 12 Componentesdaponteiradifusoraparaáguapulverizada.

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4.

O ar mistura-se com a água/espumífero, durante a actuação do extintor, através dos orifícios da agulheta (fig. 14).

Os extintores de espuma física podem ser do tipo de pressão permanente ou de pressão não permanente.

Algumas características dos extintores de espuma:

• Métodos de extinção: Abafamento e arrefecimento• Alcance: 3 a 4 m• Velocidade de extinção: Lenta • Duração da descarga: 1 min, aproximadamente• Toxicidade: Nula• Perigo de emprego: Não utilizar em instalações ou aparelhos

eléctricos sob tensão• Eficácia de extinção: Fogos das classes A e B (excepto em solventes

polares)

Fig. 13 Projecçãodeespumafísica.

Fig. 14 Orifíciosdaagulhetadeumextintordeespumafísica.

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Escolha do agente extintor

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4.

Extintores de dióxido de carbono (CO2)

Conhecido como «extintor de CO2», contém dióxido de carbono em estado

liquefeito, armazenado sob pressão, que varia entre 50 a 60 kg/cm2.O dióxido de carbono

encontra-se no interior do extintor, à temperatura

ambiente (cerca de 18o C). Ao utilizar o extintor, é normal formar-se uma «camada de gelo» no difusor do extintor (fig. 15). O CO

2 ao vaporizar-se, sob

a forma de «neve carbónica», pode atingir temperaturas da ordem de 78o C negativos, o que implica cuidado no seu manuseamento, sobretudo quando utilizado na presença de outras pessoas.

A projecção do CO2 (fig. 16) obtém-se pela pressão permanente criada

no interior do extintor, provocada pela tensão de vapor do próprio agente extintor.

Algumas características dos extintores de CO2:

• Métodos de extinção: Arrefecimento e limitação do comburente• Alcance: 1 a 2 m• Velocidade de extinção: Rápida• Duração da descarga: 8 a 30 s• Toxicidade: Nula. Não deve ser utilizado em locais

pequenos e fechados pois é um gás asfixiante.• Perigo de exposição: Não expor o extintor a temperaturas

superiores a 50 oC• Eficácia de extinção: Fogos das classes B e C

4. 3.

Fig. 15 Formaçãode«camadadegelo»nodifusordoextintordeCO2.

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4. Extintores de pó químico

O extintor de pó químico contém, como agente extintor, uma substância sólida de cristais secos, finamente divididos em partículas de dimensões micrométricas e perfeitamente fluídas (fig. 17).

4. 4.

Fig. 16 ProjecçãodeCO2.

Fig. 17 Projecçãodepóquímicoseco.

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Escolha do agente extintor

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4.

A pressurização destes extintores pode ser obtida por pressão permanente ou não permanente.

Existem diversos tipos de pó químico para carregar extintores, sendo os seguintes os mais utilizados:

• Pó BC (normal ou standard) – agente extintor composto à base de bicarbonato de sódio ou potássio;

• Pó ABC (polivalente) – agente extintor composto à base de fosfato de amónia;

• Pó D (especial) – agente extintor constituído por substâncias quimica-mente inertes.

Algumas características dos extintores de pó químico seco:

• Métodos de extinção: Inibição Abafamento (no caso do pó ABC), criando

uma película vítrea em torno das matérias sólidas, isolando-as do comburente

• Alcance: 3 a 5 m, de acordo com a capacidade do extintor• Velocidade de extinção: Muito rápida• Duração da descarga: De 6 a 20 s de acordo com a capacidade do

extintor• Toxicidade: Nula. Excepto nalguns tipos de pó D que,

pela sua especificidade, podem apresentar alguns riscos de toxicidade

• Perigo de emprego: Perda de visibilidade em locais fechados devido à nuvem de pó criada. Pode danificar equipamentos sensíveis ao pó (ex. computadores)

• Eficácia de extinção: Pó normal: muito eficaz em fogos da classe B e eficaz em fogos da classe C

Pó polivalente: eficaz em fogos das classes A, B e C

Pó especial: eficaz em fogos da classe D (utilizar, para cada tipo de metal, o pó especificamente adequado).

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4.

Extintores de hidrocarbonetoshalogenados (halons)

Os extintores de hidrocarbonetos halogenados são aqueles cujo agente extintor é obtido por processos complexos de transformação dos hidro-carbonetos, nos quais se opera a substituição dos vários átomos de hidrogénio da molécula por átomos de flúor (F), cloro (CI), bromo (Br) e iodo (I).

O halon 1211 (difluoroclorobromometano) foi um agente extintor muito utilizado em extintores portáteis e transportáveis. Sendo este halon uma substância que empobrece a camada do ozono, a comercialização de extintores carregados com este produto encontra-se proibida a nível mundial desde 1994 (protocolo de Montreal).

Desde Dezembro de 2003 que foram substituídos em consequência do Regulamento (CE) n.º 2037/2000 do Parlamento Europeu e do Conselho de 29 de Junho de 2000.

Novos produtos substitutos estão a ser testados e outros a aguardar aprovação pela União Europeia (UE). No entanto, convém referir que alguns produtos lançados no mercado nacional foram objecto de proibição pela UE.

O anexo VII do referido regulamento autoriza o emprego de extintores de Halon 1211 somente em utilizações críticas essenciais tais como a segurança pessoal para utilização inicial pelos bombeiros e em extintores utilizados em pessoas pelas forças militares e de segurança.

Os extintores de halon 1211 são de pressão permanente devido própria tensão de vapor do halon e da adição de azoto (N

2), no momento do

carregamento.Descrevem-se, de seguida, algumas características dos extintores de hidro-

carbonetos halogenados:

• Método de extinção: Inibição• Alcance: Até 5 m, de acordo com a capacidade do

extintor• Velocidade de extinção: Rápida• Duração da descarga: De 6 a 30 s• Toxicidade: Muito cuidado com a decomposição do

produto em contacto com as chamas

4. 5.

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Escolha do agente extintor

47

4.

A

B

C

D

CLASSESDE

FOGOS Pulverizada

Não

Não

Não

SimMuito bom

Não

SimMuito bom

SimBom

Não

SimMuito bom

SimMuito bom

SimBom

Não

Não

SimBom

SimBom

Não

SimBom

SimMuito bom

Não

Não

SimMuito bom

SimAceitável

Não

Não

SimBom

Não

Não

Não

Jacto ABC BC DÁgua

Espuma CO2Pó químico

AGENTES EXTINTORES

• Perigo de emprego: Evitar exposição ao fumo e gases liber-tados. Cuidados acrescidos em locais fechados (ventilar bem depois da utilização)

• Eficácia de extinção: Utilizável em fogos da classe A. Eficaz em fogos das classes B e C.

Síntese

A escolha do agente extintor depende dos diferentes factores enunciados ao longo dos pontos anteriores. Contudo, é possível sistematizar este estudo, tornando viável uma escolha rápida, quando na presença de um incêndio ou como medida de prevenção, recorrendo ao melhor agente extintor face ao risco, de acordo com a NP 1800 (1981).

Apresentam-se no Quadro I informações qualitativas da adequação dos agentes extintores, nas suas diversas formas, para as diferentes classes de fogos.

QUADROI

ESCOLHADOAGENTEEXTINTOR

Fonte: NP 1800 – (1981) – Segurança contra incêndios. Agentes extintores. Selecção segundo as classes de fogos.

4. 6.

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4�

5.

Page 49: Cad e 4-2-ed-net

Distribuição dos extintores

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5.

Manual de ExtintoresDistribuição dos extintores

5.

PrincípiosarespeitarnaimplantaçãodosextintoresImplantaçãodosextintores

Númerodeextintoresaimplantar

5. 1.

5. 2.

5. 3.

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5.

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Distribuição dos extintores

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5.

Princípios a respeitar na implantação dos extintores

Conhecidos os agentes extintores mais eficazes no combate a cada classe de fogo, analisam-se agora os princípios que devem ser respeitados para uma eficaz cobertura dos locais a proteger:

• A selecção dos extintores, quanto à quantidade, eficácia e localização para uma dada situação, deve ser determinada segundo a natureza dos possíveis incêndios e conhecimento antecipado do tipo de construção, número de ocupantes, risco a proteger, condições de ambiente e temperatura;

• As construções deverão ser protegidas por extintores aprovados para o combate a fogos da classe A. A protecção dos riscos de ocupação deverá ser efectuada por extintores homologados para o combate a fogos das classes A, B, C ou D, de acordo com o maior risco que a ocupação apresente. Por exemplo, as construções com um tipo de ocupação que apresente riscos de fogos das classes B e/ou C, deverão ter, além de extintores para o combate a fogos da classe A, extintores para fogos das classes B e/ou C (fig. 18).

5. 1.

Fig. 1� Extintorparaprotecçãodotipodeconstrução(classeA)edoriscoque aocupaçãoapresenta(classeB).

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5.

Implantação dos extintores

Alguma legislação publicada sobre segurança contra risco de incêndio, refere que os extintores devem ser colocados de modo a que o seu manípulo fique a cerca de 1,20 m do pavimento.

No entanto, a NP 3064(1) refere que os extintores têm que estar colocados permanente-mente nos locais definidos e em condições de operacionalidade. A sua colocação deve ser feita em suportes de parede ou montados em pequenos receptáculos, de modo a que o topo do extintor não fique a uma altura superior a 1,50 m acima do solo, a menos que seja do tipo transportável (fig. 19).

É importante que os extintores estejam localizados nas áreas de trabalho, ao longo dos percursos normais (comunicações horizontais) ou no interior das câmaras corta-fogo, quando existam, em locais visíveis, acessíveis e não obstruídos (Fig. 20).

Fig. 1� Alturadecolocaçãodosextintores.A–Correcto;B–Incorrecto.

A B

5. 2.

(1) A NP 3064 está em revisão podendo alguns dos seus parâmetros vir a ser alterados.

Page 53: Cad e 4-2-ed-net

Distribuição dos extintores

53

5.

A distância a percorrer de qualquer ponto susceptível de ocupação até ao extintor mais próximo deve ser a determinada na legislação contra riscos de incêndio publicada, isto é, 15 m para os extintores de pó e de CO

2 (fig. 21).

Fig. 20 Extintoresobstruídosenãovisíveis–situaçãoincorrecta.

Fig. 21 A distância máxima a percorrer até um extintor de CO2 ou de pó conformelegislaçãoemvigor.

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5.

É de salientar que na NP 3064 alínea 6, a distância máxima a percorrer é de 25 m para os extintores de pó químico seco e de 9 ou 15 m para os de CO

2,

de acordo com tipo de risco e eficácia de extinção destes extintores.Em grandes compartimentos ou em locais onde a obstrução visual não

possa ser evitada, devem existir meios suplementares (sinais) que indiquem a localização dos extintores (fig. 22).

Número de extintores a implantar

O cálculo do número necessário de extintores a implantar em cada área a proteger depende do risco nela existente.

Para facilitar este cálculo, são considerados três níveis de risco:

• Riscos ligeiros

Considera-se risco ligeiro quando as quantidades de combustível ou de líquidos inflamáveis presentes podem contribuir para a ocorrência de incêndios de pequenas dimensões. Estão incluídos neste nível gabinetes de escritórios, salas de aula, igrejas, locais de reunião, centrais telefónicas, etc..

5. 3.

Fig. 22 Algunsmodelosdesinais.

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Distribuição dos extintores

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5.

• Riscos ordinários Considera-se risco ordinário quando as quantidades de combustível ou

de líquidos inflamáveis presentes podem contribuir para a ocorrência de incêndios de dimensões normais. Estão aqui incluídos parques de estacionamento, pequenas fábricas, armazéns de mercadorias classifi-cadas como não perigosas, estabelecimentos comerciais, etc..

• Riscos graves

Considera-se risco grave quando as quantidades de combustível ou de líquidos inflamáveis presentes podem contribuir para a ocorrência de incêndios de grandes proporções. Serrações, oficinas de automóveis e de manutenção de aviões, armazéns de combustíveis, bem como processos em que sejam manuseados líquidos inflamáveis, tintas, ceras, etc., são alguns dos exemplos deste risco.

A NP EN 3-1 determina, nos termos dos pontos seguintes, a eficácia mínima dos extintores para os diferentes tipos de risco.

5.3.1. Fogos da classe A

Para os fogos da classe A, a eficácia mínima dos extintores para os diferentes tipos de risco (ligeiros, ordinários e graves) é determinada conforme o Quadro II.

QUADROII

EFICáCIAMíNIMADOSEXTINTORES–FOGOSDACLASSEA

EFICÁCIADO EXTINTOR Risco ligeiro

ÁREA A PROTEGER (m2)

Risco graveRisco ordinário

5 A8 A

13 A21 A34 A55 A

300600900

112511251125

——

300400600900

——

450600900

1125

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5.

É de notar que 1125 m2 é a área considerada como limite prático para o cálculo da eficácia mínima dos extintores para os fogos da classe A.

5.3.2. Fogos da classe B

Para os fogos da classe B, a eficácia mínima dos extintores para os diferentes tipos de risco é determinada de acordo com o Quadro III.

QUADROIII

EFICáCIAMíNIMADOSEXTINTORES–FOGOSDACLASSEB

Não devem ser utilizados mais do que dois extintores para a protecção requerida no Quadro III, podendo esta ser satisfeita com extintores de maior eficácia, desde que a distância a percorrer seja inferior a 15 m.

Os extintores portáteis para cobertura de riscos inerentes à presença de líquidos susceptíveis de derrame (cobrindo uma área superior a 2 m2 com uma espessura superior a 6 mm) não devem constituir a única protecção existente.

Para riscos inerentes a líquidos inflamáveis armazenados em tanques, deverão distribuir-se extintores para fogos da classe B, de modo a existir pelo menos uma unidade por m2 de superfície do maior tanque da área a proteger.

Não devem utilizar-se dois ou mais extintores de menor eficácia em substituição do extintor requerido para o maior dos tanques.

TIPO DE RISCO EFICÁCIA MÍNIMADOS EXTINTORES

Ligeiro 5 B10 B

915

Ordinário 10 B20 B

915

Grave 20 B40 B

915

DISTÂNCIA MÁXIMA A PERCORRERATÉ AO EXTINTOR (m)

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Distribuição dos extintores

57

5.

5.3.3. Fogos da classe C

Os fogos desta natureza são considerados como um risco especial. Não se deve tentar extinguir este tipo de fogo a menos que se tenha a certeza de que a saída de combustível possa ser rapidamente fechada.

Alguns extintores contendo espuma ou dióxido de carbono (indicados para fogos da classe B), são praticamente ineficazes para estes riscos devido à pressão dos fluídos.

5.3.4. Fogos da classe D

Os extintores ou agentes extintores devem ser apropriados para os fogos que resultam da combustão dos diferentes metais.

A capacidade dos extintores será determinada com base no tipo do metal, no tamanho das partículas, na área a proteger e nas recomendações do fabricante dos extintores, fundamentando-se em ensaios de comportamento.

Para uma fácil escolha do extintor, quanto à eficácia de extinção, poderão ser observadas as equivalências apresentadas no Quadro IV.

QUADROIV

EQUIVALÊNCIASDACAPACIDADEDOEXTINTOR/EFICáCIADEEXTINÇÃO

AGENTE EXTINTOR CAPACIDADE DO EXTINTOR EFICÁCIA DE EXTINÇÃO

10 L6 kg

12 kg6 kg

21 A – —13 A – 144 B55 A – 233 B

— – 55 B

ÁguaPó químico ABCPó químico ABC

CO2

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6.

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Inspecção, manutenção e recarga dos extintores

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6.

Manual de Extintores

Inspecção, manutençãoe recarga dos extintores

6.

InspecçãoManutenção

Recarga

6. 1.

6. 2.

6. 3.

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6.

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Inspecção, manutenção e recarga dos extintores

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6.

É da maior importância que os extintores se encontrem em perfeitas condições de operacionalidade aquando da sua utilização. Para isso, é necessário observar as regras estabelecidas na NP 4413 no que se refere à inspecção, manutenção e recarga.

É de notar que o proprietário – ou a entidade exploradora – de um local onde existam extintores instalados, é o responsável pela sua inspecção, manutenção e recarga.

Analisam-se algumas das regras mais importantes.

Inspecção

A inspecção é feita normalmente por pessoal designado pelo proprietário ou entidade exploradora e consiste na verificação rápida de que o extintor está pronto a actuar no local próprio, devidamente carregado, que não foi violado e que não existem avarias ou alterações físicas visíveis que impeçam a sua utilização.

Os extintores devem ser inspeccionados com a frequência que as circuns-tâncias imponham, devendo contudo sê-lo, pelo menos, trimestralmente.

Ao inspeccionar um extintor, o pessoal designado deve ter em consideração se:

• O extintor está no local adequado;

• O extintor não tem o acesso obstruído, está visível, bem sinalizado e que as instruções de manuseamento em língua portuguesa de acordo com a NP EN 3-7, estão situadas na parte da frente;

• As instruções de manuseamento estão legíveis e não apresentam danos;

• O peso ou pressão, consoante o caso, estão correctos;

• O corpo do extintor, bem como a válvula, a mangueira e a agulheta, estão nas devidas condições;

6. 1.

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6.

• O selo não está violado (fig. 23).

Quando uma inspecção revelar que houve violação, que o extintor está danificado, com fugas, com carga superior ou inferior à normal, que apresenta indícios visíveis de corrosão ou outros danos, deve ser submetido a medidas de manutenção adequadas.

Deve existir um registo permanentemente actualizado que contenha as datas das inspecções, identificação de quem as efectuou e todas as indicações das medidas correctivas necessárias.

Manutenção

A manutenção deve ser feita por empresa com o serviço de manutenção certificado para realizar os trabalhos que se indicam na NP 4413 (fig. 24).

6. 2.

Fig. 23 Verificaçãodoselo.

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Inspecção, manutenção e recarga dos extintores

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6.

Quando retirados do seu local, para manutenção ou recarga, os extintores devem ser substituídos por outros, de reserva, do mesmo tipo e com a mesma eficácia.

Os procedimentos de manutenção devem ser realizados nos prazos que se indicam no Quadro V.

QUADROV

PROCEDIMENTOSDEMANUTENÇÃO

Fonte: NP 4413 (2006) – Segurança contra incêndios. Manutenção de extintores.

Fig. 24 Amanutençãodeveserfeitaporempresaautorizada.

TIPO DE EXTINTOR MANUTENÇÃO

Água, à base deágua e espuma

VIDA ÚTILDO EXTINTOR

MANUTENÇÃO ADICIONALOU REVISÃO NA EMPRESA

E RECARGA SE FOR NECESSÁRIA

Aos 5, 10 e 15 anosAnual 20 anos

Pó Aos 5, 10 e 15 anosAnual 20 anos

CO2 Todos os 10 anosAnual 30 anos

Nota 1. A manutenção deve ser efectuada em intervalos de 12 meses. é admissível uma tolerância de quatro semanas,antes ou depois deste intervalo.

Nota 2. A substituição das peças não respeita estes intervalos, sendo substituídas sempre que necessário.Nota 3. Caso o tempo de vida útil do agente extintor tenha sido excedido, ou o seu estado assim o aconselhe.Nota 4. Em nenhum caso, a vida útil de um extintor pode exceder os 20 anos, excepto os extintores de CO2 e cartuchos

de gás propulsor que devem ser submetidos até três provas hidráulicas mas não excedendo os 30 anos.

(1) (2)

(3)

(4)ENSAIODE PRESSÃO

10 anos

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6.

Recarga

Tal como para a manutenção, a recarga dos extintores (fig. 25) deve ser feita por empresa com serviço de manutenção certificado.

Deverão ser usados na recarga agentes extintores, gases propulsores e componentes, similares aos que são utilizados na origem pelo fabricante.

Os extintores que forem recarregados, devem indicar na respectiva etiqueta, a data desse procedimento.

6. 3.

Fig. 25 Recargadeextintores.A–CO2;B–Póquímico.

A

B

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Inspecção, manutenção e recarga dos extintores

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6.

A T E N Ç Ã O

• Inspecção é uma operação rápida, efectuada por pessoas não especializadas, para verificar se um extintor está em condições de operacionalidade.

• Manutenção é uma operação detalhada, efectuada por empresa de manutenção certificada que, por vezes, desencadeia uma recarga, reparação ou substituição.

• Recarga é uma operação, efectuada por empresa de manutenção certificada, que substitui ou reabastece o agente extintor e gás propulsor.

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7.

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Actuação com extintores

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7.

Manual de ExtintoresActuação com extintores

7.

ActivaçãodoextintorMododeactuar

Distânciasdeactuação

7. 1.

7. 2.

7. 3.

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7.

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Actuação com extintores

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7.

A utilização de um extintor pode ser feita por qualquer pessoa que detecte um incêndio no seu início. Para isso, é necessário conhecer previamente o modo de funcionamento e utilização deste equipamento.

O conhecimento de algumas regras básicas sobre a utilização dos extintores é importante para a segurança das pessoas e o êxito da extinção de um foco de incêndio.

Nestas condições, é indispensável tomar em consideração as seguintes regras:

• Conhecer a localização, tipo e modo de utilização dos extintores distribuídos pelas instalações;

• Ao detectar um foco de incêndio, dar o alarme, alertar ou fazer alertar meios suplementares de ajuda (segurança, bombeiros, etc.);

• Actuar rapidamente, utilizando o extintor adequado à classe de fogo em presença. Sempre que possível, e sobretudo em interiores, fazer-se acompanhar por outras pessoas. O operador deverá lembrar-se que poderá actuar em ambientes envoltos em fumo onde a desorientação ou a perda de consciência são possíveis;

• Tentar extinguir o foco de incêndio de acordo com os procedimentos indicados a seguir.

A T E N Ç Ã O

• A aproximação às chamas tem que ser progressiva.

• Avançar tendo a certeza de que o incêndio não envolverá o operador pelas costas.

• Não permanecer muito tempo exposto ao fumo e aos gases libertados.

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7.

Activação do extintor

Ao actuar com um extintor, o primeiro passo será a activação deste, isto é, colocá-lo em condições de funcionamento. Para tal, é necessário:

• Retirar a cavilha de segurança (fig. 26). No caso dos extintores de pressão permanente, ficam prontos a funcionar a partir desse momento;

7. 1.

Fig. 26 Retiraracavilhadesegurança.

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Actuação com extintores

71

7.

• Pressurizar o extintor, caso seja de pressão não permanente, percutindo o disco da garrafa (cartucho) interior que contém o gás propulsor (fig. 27) ou rodando o volante da válvula da garrafa exterior (fig. 28);

Fig. 27 Percutirodisco.

Fig. 2� Rodarovolantedaválvula.

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7.

• Premir o manípulo existente na válvula do extintor (fig. 29), quando o comando está instalado na referida válvula;

• Premir o manípulo de comando, quando este existe na pistola (ou agulheta) difusora (fig. 30).

Fig. 2� Premiromanípulodaválvula.

Fig. 30 Premiromanípulodapistola(ouagulheta)difusora.

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Actuação com extintores

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7.

Modo de actuar

Num foco de incêndio ao ar livre, o combate deve ser sempre feito a favor do vento, de modo a que o agente extintor seja dirigido no sentido para onde as chamas e fumo estão a ser projectados. Desta forma, evitam-se queimaduras, inalação de gases e fumo, bem como o desvio do agente extintor (fig. 31).

Se o combate ao foco de incêndio for efectuado em locais interiores ou por qualquer motivo contra o sentido do vento (fig. 32) deverão ser tomadas precauções adicionais usando equipamento de protecção adequado.

7. 2.

Fig. 31 Combateroincêndioafavordovento–situaçãocorrecta.

Fig. 32 Combateroincêndiocontraovento–situaçãoaevitar.

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7.

A manobra de actuação deve observar os seguintes procedimentos:

• Antes de avançar para o fogo, deve efectuar-se um disparo curto do agente extintor para comprovar que o extintor se encontra em condições de operacionalidade;

• Avançar até se aproximar do foco de incêndio (três a cinco metros consoante o tipo e capacidade do extintor);

• Dirigir o jacto do agente extintor para o foco de incêndio, avançando à medida em que este vá perdendo alcance ou que o incêndio se vá extinguindo (fig. 33);

Fig. 33 Aproximaçãoaofocodeincêndio.

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Actuação com extintores

75

7.

• Se o extintor for de CO2, aproximar-se o mais perto possível do foco de

incêndio. Pela sua natureza, o CO2 tem pouco alcance e é facilmente

desviado pelo vento e correntes de convecção (fig. 34);

• Começar a extinção do foco de incêndio pelo ponto mais próximo, projectando o jacto do agente extintor de forma a efectuar um corte junto à base das chamas (fig. 35);

Fig. 34 Aproximaçãoaoincêndiocomumextintorcompoucoalcance.

Fig. 35 Projectandooagenteextintorparaabasedaschamas.

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7.

• Movimentar o jacto na horizontal, com movimentos laterais (varrimento), de forma a abranger toda a superfície ou volume das chamas (fig. 36);

• Em incêndio de combustíveis líquidos contidos em recipientes, não incidir o jacto na vertical do fogo pois existe o perigo de espalhar o combustível para fora do recipiente (fig. 37);

Fig. 36 Movimentoslaterais(varrimento).

Fig. 37 Manobraerrada–jactoaincidirnaverticaldoincêndio.

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Actuação com extintores

77

7.

• Ao utilizar-se extintores de espuma, deve fazer-se incidir o jacto do agente extintor na parede interior do recipiente, de forma a que este se espalhe uniformemente pela superfície do líquido em combustão (fig. 38);

• Ao utilizar-se extintores de água pulverizada, projectar a água por cima das chamas em movimentos circulares (fig. 39);

Fig. 3� Espumaprojectadaparaaparededorecipiente.

Fig. 3� Projecçãodeáguapulverizada.

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7.

• Se o foco de incêndio se desenvolver na vertical (caso de líquidos combustíveis em derrame de cima para baixo, cortinados etc.), este deve ser inicialmente combatido na parte inferior, progredindo seguidamente de baixo para cima (fig. 40 e 41).

Fig. 40 Líquidoacairporgravidade.

Fig. 41 Incêndioadesenvolver-senavertical.

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Actuação com extintores

7�

7.

• Ao combater um incêndio em gases inflamáveis em saída livre, o agente extintor deve ser dirigido junto à saída, pela rectaguarda ou lateralmente, num ângulo de 45˚ a 90˚ (fig. 42).

A

B

Fig. 42 Posiçõesparacombateaumincêndiodegasesinflamáveis. A–Correcto;B–Incorrecto.

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7.

7. 3. Distâncias de actuação

Apresentam-se, seguidamente, algumas distâncias a considerar quando se actua com extintores portáteis.

É de notar que as distâncias referidas são aquelas que a prática aconselha e também as indicadas por alguns fabricantes de extintores.

Devem tomar-se sempre em consideração os condicionalismos que podem ocorrer e levem a alterar as distâncias indicadas (fig. 43), para mais ou menos, tais como, entre outros:

• Incêndios ao ar livre ou em espaços fechados;

• Ventos e correntes de convecção;

• Tipo e capacidade do extintor;

• Protecção individual do utilizador;

• Dimensão do foco de incêndio;

• Conhecimento do modo como actuar com o extintor;

• Confiança no equipamento;

• Treino.

A T E N Ç Ã O

Não esquecer que um extintor é um meio de primeira intervenção utilizado no combate a um incêndio acabado de despontar. Portanto, deve actuar-se rapidamente.

É necessário lembrar que se trata de uma luta contra o tempo: um fogo transforma-se rapidamente num incêndio.

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Actuação com extintores

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7.

Extintordeáguaemjacto–6a�m

Fig. 43 Distânciasdeactuação.

Extintordeáguapulverizada–2m

Extintordeespuma–3a4m

ExtintordeC02–1a2m

Extintordepóquímico–3a5m

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Manual de ExtintoresBibliografia

Glossário

Índice remissivo

Índice geral

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Manual de ExtintoresBibliografia

Eurovisual, ComuniCaçõEs lda (1997) – Manual de Instrução – Extintores.

NP 1800 – 1981 – Segurança contra incêndios – Agentes extintores. Selecção segundo as classes de fogos. Lisboa: Instituto Português de Qualidade.

NP 3064 – 1988 – Segurança contra incêndios – Utilização dos extintores de incêndio portáteis. Lisboa: Instituto Português de Qualidade.

NP EN 2 – 1993 – Segurança contra incêndios – Definição e designação das classes de fogos. Lisboa: Instituto Português de Qualidade

NP EN 25923 – 1996 – Segurança contra incêndio – Agentes extintores. Dióxido de carbono. Lisboa: Instituto Português de Qualidade.

NP EN 3 Parte 1 – 1997 – Segurança contra incêndio: Extintores de incêndio portáteis. Designação, duração de funcionamento. Ensaios de eficácia (fogos - tipo). Lisboa: Instituto Português de Qualidade.

NP EN 3 Parte 2 – 1997 – Segurança contra incêndio – Extintores de incêndio portáteis. Ensaios de estanquidade, dieléctrico e de compactação. Lisboa: Instituto Português de Qualidade

NP EN 3 Parte 5 – 1997 – Segurança contra incêndio – Extintores de incêndio portáteis. Especificações e ensaios complementares. Lisboa: Instituto Português de Qualidade.

NP 4413 – 2002 – Segurança contra incêndio – Manutenção de extintores. Lisboa: Instituto Português de Qualidade.

Bibliografia

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Manual de Extintores

AAbafamento – Método de extinção de incêndios que consiste em eliminar o

comburente, através de uma acção exterior

Aditivo – Substância química adicionável a outra para melhorar as suas características. No caso do combate a incêndios, adiciona-se à água para melhorar as suas características extintoras ou retardantes

Agente espumífero – Substância que, misturada com a água e, posteriormente, com o ar, dá origem a uma espuma destinada à extinção de incêndios

Agente extintor – Substância destinada à extinção de incêndio

Arrefecimento – Método de extinção de incêndio que consiste em reduzir a temperatura do combustível

BBoca de incêndio – Equipamento ligado ao sistema público ou privado de

abastecimento de água com uma única saída, destinado a reabastecer os veículo de combate a incêndios. Ver «hidrantes»

CCarga de um extintor – Massa ou volume de agente extintor contido no extintor.

A carga dos equipamentos com agentes extintores à base de água é expressa em unidades de volume (L) enquanto que a carga dos restantes equipamentos é expressa em unidades de massa (Kg)

Chuveiro – Aplicação de água de forma pulverizada, para combate a incêndios, com pressão inferior a 25 bar

Glossário

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Comburente – Elemento ou composto químico susceptível de provocar a oxidação ou combustão de outras substâncias (alimenta uma combustão)

Combustão – Reacção exotérmica de uma substância combustível com um comburente, susceptível de ser acompanhada de uma emissão de chama e/ou de incandescência e/ou de emissão de fumo

Combustível – Matéria que arde ou pode ser consumida pelo fogo

Convecção – Forma de propagação de energia através da deslocação de matéria (gasosa ou líquida) aquecida

DDifusor – Peça de uma agulheta que possibilita a fragmentação das partículas

de água de modo a formar chuveiro

Duração de funcionamento de um extintor – Tempo durante o qual ocorre a projecção de um agente extintor, sem que tenha havido a interrupção da descarga, com a válvula completamente aberta e sem considerar a libertação do gás propulsor residual

EEmulsor – Ver «Agente espumífero»

Espuma – Agente extintor formado por bolhas, constituídas por uma atmosfera gasosa (ar), que se encontra confinada numa parede formada de uma película fina de agente emulsor

Espumífero – Ver «Agente espumífero»

Extinção – Acção de eliminar uma combustão

Extintor – Aparelho que contém um agente extintor, o qual pode ser projectado e dirigido para um fogo por acção de uma pressão interna. Esta pressão pode ser produzida por prévia compressão ou pela libertação de um gás auxiliar

FFogo – Combustão caracterizada por uma emissão de calor acompanhada

de fumo, de chama ou de ambos

Fogo da classe A – Fogo em materiais sólidos, geralmente de natureza orgânica, em que a combustão se faz normalmente com a formação de brasas

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Fogo da classe B – Fogo em líquidos ou sólidos liquidificáveis

Fogo da classe C – Fogo em gases

Fogo da classe D – Fogo em metais

Fumo – Conjunto visível de partículas sólidas e/ou líquidas em suspensão no ar, resultante de uma combustão

HHalon – Ver «Hidrocarboneto halogenado»

Hidrocarboneto – Composto que tem como base da sua composição átomos de carbono e hidrogénio

Hidrocarboneto halogenado – Agente extintor em que alguns átomos de hidrogénio de um hidrocarboneto foram substituídos por átomos de flúor, cloro, bromo ou iodo

IIncêndio – Fogo sem controlo no espaço e no tempo, que provoca danos

Inibição – Acção que reduz a produção de radicais livres

Inspecção – Verificação rápida de que o extintor está pronto a actuar no local próprio, devidamente carregado, que não foi violado e que não existem avarias ou alterações físicas visíveis que impeçam a sua utilização.

JJacto – Aplicação de água de forma compacta, para combate a incêndios

MManutenção – Conjunto de acções de carácter técnico e administrativo,

incluindo as de verificação, destinadas a conservar um sistema ou um equipamento ou a repô-lo no estado de funcionamento requerido

PPropagação – Desenvolvimento do incêndio no espaço, através dos mecanis-

mos de transmissão da energia ou de deslocação de matéria inflamada

Pulverizada – Ver «Chuveiro»

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RRadical livre – Átomo ou molécula extremamente reactivo com um tempo de

vida curta (possui um electrão desemparelhado)

Risco grave – Quando as quantidades de combustível ou de líquidos inflamáveis presentes podem contribuir para a ocorrência de incêndios de grandes proporções

Risco ligeiro – Quando as quantidades de combustível ou de líquidos inflamáveis presentes podem contribuir para a ocorrência de incêndios de pequenas dimensões

Risco ordinário – Quando as quantidades de combustível ou de líquidos inflamáveis presentes podem contribuir para a ocorrência de incêndios de dimensões normais

TToxicidade – Capacidade de uma substância provocar a morte ou danos graves

à saúde quando inalada, ingerida ou absorvida pela pele

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Manual de Extintores

AAbafamento ...................................................................................... 42, 45, 87Actuação com extintores ............................................................................... 67Aditivo ............................................................................................. 39, 40, 87Agente espumífero ............................................................................ 41, 79, 87Agente extintor ...... 11, 13, 15-17, 29, 31-33, 39, 40, 43-47, 65, 73-77, 79, 87 Agente propulsor .................................................................................... 17, 64

CCálculo do número de extintores ............................................................ 49, 54Características dos extintores ..................................... 29, 30, 40, 42, 43, 45, 46Carga de um extintor ........................................................................ 11, 29, 87Classificação dos extintores ........................................................................... 15Comburente ..................................................................................... 43, 45, 88Combustão ................................................................................. 39, 57, 77, 88Combustível ......................................................................... 39, 54, 55, 57, 88Convecção ........................................................................................ 75, 80, 88

DDifusor ............................................................................ 31-33, 40, 43, 72, 88Distribuição dos extintores ............................................................................ 49

EEficácia de extinção ......................................................... 15, 18, 39-43, 45, 47Eficácia mínima ...................................................................................... 55, 56Escolha do agente extintor ...................................................................... 37, 47Extintor (definição) ................................................................................. 11, 88Extintor de água ..................................................................................... 41, 77Extintor dorsal .............................................................................................. 15Extintor manual ............................................................................................ 15Extintor portátil .................................................................... 15, 29, 46, 56, 80

Índice remissivo

Índice remissivo

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Extintor manobrado manualmente ......................................................... 15, 34Extintor rebocável ......................................................................................... 35Extintores de dióxido de carbono ................................................ 16, 37, 39, 43Extintores de espuma ............................................................ 16, 37, 41, 42, 77Extintores de hidrocarbonetos halogenados ....................................... 16, 37, 46Extintores de pó químico ...................................................... 16, 37, 44, 45, 54 Extintores móveis ............................................................................. 15, 34, 46

FFogo da classe A .................................................................... 40, 41, 51, 55, 88Fogo da classe B .................................................................... 19, 51, 56, 57, 89Fogo da classe C .......................................................................... 18, 45, 57, 89Fogo da classe D ................................................................................ 45, 57, 89Fogo-tipo ...................................................................................................... 18

GGás propulsor ....................................................................... 17, 31, 33, 34, 65

IIdentificação ................................................................................................. 23Implantação dos extintores ................................................................ 49, 51, 52Inscrições ...................................................................................................... 23Inspecção .............................................................................. 59, 61, 62, 65, 89

MManómetro ............................................................................................ 31, 32Manutenção .......................................................................... 55, 59, 61-65, 89Mobilidade do extintor ........................................................................... 13, 15

PPressão permanente ............................. 17, 27, 31, 32, 34, 39, 42, 43, 45, 4670Pressão não permanente ................................................... 17, 27, 33-35, 39, 42

RRecarga .................................................................................. 29, 59, 61, 63-65Risco grave .............................................................................................. 55, 90Risco ligeiro ............................................................................................ 54, 90Risco ordinário ....................................................................................... 55, 90Rótulo ........................................................................................ 18, 23, 24, 41

SSinais ............................................................................................................ 54Síntese .......................................................................................................... 47

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Manual de Extintores

Prefácio 3

Sumário 5

Siglas 7

Introdução 9

1. Classificação 13 1.1. Mobilidade do extintor ................................................................... 15 1.2. Agente extintor ............................................................................... 16 1.3. Modo de funcionamento ................................................................ 17 1.4. Eficácia de extinção ......................................................................... 18 1.4.1. Fogos-tipo da classe A ............................................................ 18 1.4.2. Fogos-tipo da classe B ............................................................ 19

2. Identificação 21 2.1. Componentes de identificação ........................................................ 23

Índice geral

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3. Característicasefuncionamentodosextintores 27 3.1. Extintores de pressão permanente .................................................... 31 3.2. Extintores de pressão não permanente ............................................. 33 3.3. Extintores móveis ............................................................................ 34 3.3.1. Móveis manobrados manualmente ........................................ 34 3.3.2. Móveis rebocáveis .................................................................. 35

4. Escolhadoagenteextintor 37 4.1. Extintores de água .......................................................................... 39 4.2. Extintores de espuma física ............................................................. 41 4.3. Extintores de dióxido de carbono (CO

2) .......................................... 43

4.4. Extintores de pó químico ................................................................ 44 4.5. Extintores de hidrocarbonetos halogenados (halons) ........................ 46 4.6. Síntese ............................................................................................. 47

5. Distribuiçãodosextintores 49 5.1. Princípios a respeitar na implantação dos extintores ........................ 51 5.2. Implantação dos extintores .............................................................. 52 5.3. Número de extintores a implantar ................................................... 54 5.3.1. Fogos da classe A ................................................................... 55 5.3.2. Fogos da classe B ................................................................... 56 5.3.3. Fogos da classe C ................................................................... 57 5.3.4. Fogos da classe D ................................................................... 57

6. Inspecção,manutençãoerecargadosextintores 59 6.1. Inspecção ........................................................................................ 61 6.2. Manutenção .................................................................................... 62 6.3. Recarga ........................................................................................... 64

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7. Actuaçãocomextintores 67 7.1. Activação do extintor ...................................................................... 70 7.2. Modo de actuar .............................................................................. 73 7.3. Distâncias de actuação .................................................................... 80

Bibliografia 85

Glossário 87

Índiceremissivo 91

Índice geral