Bvespirita.com-Mediunidade e Sintonia (Psicografia Chico Xavier - Espírito Emmanuel).PDF

25
1 MEDIUNIDADE E SINTONIA FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL PREFÁCIO Alinhando neste livro alguns apontamentos em torno da mediunidade, consideramos que não seria correto esquecer o problema da sintonia. Mediunidade é força mental, talento criativo da alma, capacidade de co- municação e de interpretação do espírito, ímã no próprio ser. Sintonia é acordo mútuo. Eis porque, examinando a mediunidade e sabendo que a sintonia se lhe faz inerente, se possível ousaríamos perguntar: Sintonia para que e com quem? * Parafraseando o antigo provérbio “Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”, concluiremos que basta a pessoa explicar onde repetidamente está para sabermos que objetivos ela procura e basta notarmos com quem anda para que saibamos com quem essa mesma pessoa deseja se parecer. * Através do exposto, reconheceremos que todo aquele coração que palpita e trabalha no campo dos ensinamentos de Jesus, a Jesus se assemelhará. EMMANUEL Uberaba, 02 de janeiro de 1986 1 Árvores Humanas O texto evangélico, ante a luz da Doutrina Espírita, não se refere aos mé- diuns categorizando-os por fachos ou estrelas, anjos ou santos. * Com muita propriedade, reporta-se a eles como sendo árvores frutíferas. * E sabemos, à saciedade, que as árvores produzem segundo a própria espécie.

Transcript of Bvespirita.com-Mediunidade e Sintonia (Psicografia Chico Xavier - Espírito Emmanuel).PDF

  • 1

    MEDIUNIDADE E SINTONIA

    FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    DITADO PELO ESPRITO EMMANUEL

    PREFCIO Alinhando neste livro alguns apontamentos em torno da mediunidade, consideramos que no seria correto esquecer o problema da sintonia.

    Mediunidade fora mental, talento criativo da alma, capacidade de co-municao e de interpretao do esprito, m no prprio ser.

    Sintonia acordo mtuo. Eis porque, examinando a mediunidade e sabendo que a sintonia se lhe faz inerente, se possvel ousaramos perguntar: Sintonia para que e com quem?

    *

    Parafraseando o antigo provrbio Dize-me com quem andas e dir-te-ei

    quem s, concluiremos que basta a pessoa explicar onde repetidamente est para sabermos que objetivos ela procura e basta notarmos com quem anda para que saibamos com quem essa mesma pessoa deseja se parecer.

    *

    Atravs do exposto, reconheceremos que todo aquele corao que palpita e trabalha no campo dos ensinamentos de Jesus, a Jesus se assemelhar.

    EMMANUEL

    Uberaba, 02 de janeiro de 1986

    1

    rvores Humanas O texto evanglico, ante a luz da Doutrina Esprita, no se refere aos m-diuns categorizando-os por fachos ou estrelas, anjos ou santos.

    *

    Com muita propriedade, reporta-se a eles como sendo rvores frutferas.

    *

    E sabemos, saciedade, que as rvores produzem segundo a prpria espcie.

  • 2

    *

    No vivem sem irrigao e sem adubo; entretanto, o excesso de uma e

    outro pode perd-las.

    * Em verdade, no prescindem do cuidado e do carinho de cultivadores

    atentos; contudo, se obrigam a tolerar vento e chuva, cancula e tempestade.

    * So abenoadas por ninhos e melodias de pssaros amigos; todavia,

    suportam pragas que por vezes lhes carcomem as oras e pancadas de criaturas irresponsveis que lhes furtam lascas e flores.

    * Registram a gratido das almas boas que lhes recolhem o favor e a

    utilidade, mas agentam o assalto de quantos lhes tomam a golpes de violncia ramos e frutos.

    *

    E, conquanto estimveis aos pomicultores, que lhes garantem a existncia,

    so submetidas por eles mesmos poda criteriosa e providencial, com vistas ao rendimento e melhoria da produo.

    *

    Assim tambm so os mdiuns da Terra, postos no solo da experincia

    para a extenso do bem de todos. E anotemos que, semelhantes s rvores preciosas, todos eles, por muito dignos, como sucede a qualquer criatura humana, se elevam em pensamento no rumo do Cu, conservando, porm, os prprios ps nas dificuldades e deficincias do cho.

    2

    Fenmeno e Doutrina At hoje, os fenmenos medinicos que se desdobraram margem do apostolado do Cristo se definem como sendo um conjunto de teses discutveis, mas os ensinamentos e atitudes do Mestre constituem o macio de luz inatac-vel do Evangelho, amparando os homens e orientando-lhes o caminho.

    * Existe quem recorra idia da fraude piedosa para justificar a transforma-o da gua em vinho, nas bodas de Can.

  • 3

    Ningum vacila, porm, quanto grandeza moral de Jesus, ao traar os mais avanados conceitos de amor ao prximo, ajustando teoria e prtica, com absoluto esquecimento de si mesmo em benefcio dos outros, num meio em que o esprito de conquista legitimava os piores desvarios da multido.

    *

    Invoca-se a psicoterapia para basear a cura do cego Bartimeu. H, todavia, consenso unnime, em todos os lugares, com respeito viso

    superior do Mensageiro Divino, que dignificou a solidariedade como ningum, proclamando que o maior no Reino dos Cus ser sempre aquele que se fizer o servidor de todos na Terra, num tempo em que o egosmo categorizava o trabalho conta de extrema degradao.

    *

    Fala-se em hipnose para explicar a multiplicao dos pes. O mundo, no entanto, a uma voz, admira a coragem do Eterno Amigo que

    se consagrou aos sofredores e aos infelizes sem qualquer preocupao de posse terrestre, conquanto pudesse escalar os pinculos econmicos, numa poca em que, de modo geral, at mesmo os expositores de virtude viviam de bajular as personalidades influentes e poderosas do dia.

    * Questiona-se em torno do - reavivamento de Lzaro. Entretanto, no h quem negue respeito incondicional ao Benfeitor Sublime

    que revelou suficiente desassombro para mostrar que o perdo alavanca de renovao e vida, num quadro social em que o dio coroado interpretava a humildade por baixeza.

    *

    Debate-se, at agora, o problema da ressurreio dele prprio. No entanto, o mundo inteiro reverencia o Enviado de Deus, cuja figura renasce, dia a dia, das cinzas do tempo, indicando a bondade e a concrdia, a tolerncia e a abnegao por mapas da felicidade real, no centro de cooperadores que se multiplicam, em todas as naes, com a passagem dos sculos.

    *

    Recordemos semelhantes lies na Doutrina Esprita.

    Fenmenos medinicos sero sempre motivos de experimentao e de es-tudo, tanto favorecendo a convico, quanto nutrindo a polmica, mas edu-cao evanglica e exemplo em servio, definio e atitude, so foras morais irremovveis da orientao e da lgica, que resistem dvida em qualquer parte.

  • 4

    3 Examina o teu Desejo

    Mediunidade instrumento vibrtil e cada criatura consciente pode sintoniz-lo com o objetivo que procura. Mdium, por essa razo, no ser somente aquele que se desgasta no intercmbio entre os vivos da Terra e os vivos da Espiritualidade.

    * Cada pessoa instrumento vivo dessa ou daquela realizao, segundo o tipo de luta a que se subordina.

    * Achars o que buscas - ensina o Evangelho, e podemos acrescentar -

    fars o que desejas. Assim sendo, se te relegas maledicncia, em breve te constituirs em

    veculo dos gnios infelizes que se dedicam injria e crueldade.

    *

    Se te detns na caa ao prazer dos sentidos, cedo te converters no intr-prete das inteligncias magnetizadas pelos vcios de variada expresso.

    * Se te confias pretensa superioridade, sob a embriaguez dos valores inte-lectuais mal aplicados, em pouco tempo te fars canal de insensatez e loucura.

    *

    Todavia, se te empenhas na boa vontade para com os semelhantes, imperceptivelmente ters o corao impelido pelos mensageiros do Eterno Bem ao servio que possas desempenhar na construo da felicidade comum.

    * Observa o prprio rumo para que no te surjam problemas de companhia.

    *

    Desce animalidade e encontrars a extensa multido daqueles que te acompanham com propsitos escuros, na retaguarda.

    * Eleva-te no aperfeioamento prprio e caminhars de esprito bafejado pelo concurso daqueles pioneiros da evoluo que te precederam na jornada de luz, guiando-te as aspiraes para as vitrias da alma.

  • 5

    * Examina os teus desejos e vigia os prprios pensamentos, porque onde si-tuares o corao a a vida te aguardar com as asas do bem ou com as algemas do mal.

    4

    Intercmbio Toda vez que um agrupamento de preces se rene, observamos sempre rogativas e pensamentos elevados Esfera Superior, na expectativa com que se congregam os companheiros encarnados, na procura de reconforto.

    E respondendo, movimentam-se falanges de servidores, fraternos e amigos, estimulando as obras do bem para a alegria de todos.

    So ensinamentos novos que se derramam. Informaes iluminativas que descerram sendas edificantes. Blsamos para chagas abertas. Remdios para enfermidades diversas. Auxlios que se estendem vida

    mental coletiva. Bnos de consolao que refazem a esperana. Socorro espiritual s dores comuns. Amparo indistinto por resposta

    abenoada do Cu s perguntas aflitivas da Terra. *

    No nos esqueamos, porm, de que o movimento de intercmbio. Se o homem recebe o concurso dos

    Espritos Benfeitores, natural que os Espritos Benfeitores algo esperem igualmente do homem. Nada existe sem permuta ou sem resultado. O lavrador planta as sementes e recolher os frutos. O lapidrio auxilia a pedra, que lhe retribui, mais tarde, com a sua beleza e. brilho.

    * O idealista sofre a tortura do sonho, para contemplar, algum dia, o prmio

    da realizao.

    * E ns, que tanto temos recebido de Jesus, que oferecemos em troca? Que cedemos de ns mesmos, em honra do amor, pelos benefcios com

    que o Senhor nos ampara e levanta? No alimentemos qualquer dvida. A mensagem divina pede a resposta humana.

    *

  • 6

    O anjo cede. O homem pode contribuir. No grande campo da sementeira evanglica que a Doutrina Esprita nos descortina, h muitos recursos do Alto, disseminando consolaes e conhecimentos no mundo. Todavia, no olvidemos que h muito trabalho nossa espera.

    * No nos esqueamos. O apostolado da redeno da Espiritualidade Superior; mas tambm formado de servio, fraternidade e colaborao na Terra. O progresso universal, em todos os tempos, obra de intercmbio.

    5

    Mediunidade Mediunidade sem exerci-cio no bem, semelhante ao ttulo profissional sem a funo que lhe corresponde.

    * A medicina venervel em suas finalidades, mas se o mdico abomina os

    doentes, no lhe vale o ingresso no apostolado da cura.

    *

    A lavoura servio que assegura comunidade o po de cada dia, contudo, se o homem do campo odeia o arado, preferindo acomodar-se com a inrcia, debalde a gleba em suas mos recolher o apoio do sol e a bno da

    chuva.

    *

    Mediunidade no pretexto para situar-se a criatura no fenmeno exterior ou no xtase intil, maneira da criana atordoada no deslumbramento da festa vulgar.

    *

    , acima de tudo, caminho de rduo trabalho em que o esprito, chamado a servi-la, precisa consagrar o melhor das prprias foras para colaborar no de-senvolvimento do bem.

    * O mdium, por isso, ser vigilante cultor do progresso, assistindo-lhe a

    obrigao de aprimorar-se incessantemente para refletir com mais segurana a palavra ou o alvitre, o pensamento ou a sugesto da Vida Maior.

  • 7

    *

    Nesse sentido, sabendo que a experincia humana vasta colmia de luta

    na qual enxameiam desencarnados de toda sorte, urge saiba ajustar-se com-panhia de ordem superior, buscando no convvio de Espritos Benevolentes e Sbios o clima ideal para a misso que lhe compete cumprir, significando isso disciplina constante no estudo nobre e ao incansvel na beneficncia em favor dos outros.

    *

    Essa a nica senda de acesso vida mais alta, atravs da qual, auxiliando sem a preocupao de ser auxiliado, servindo sem exigncia e distribuindo, sem retribuio, os talentos que recebe, poder o medianeiro honrar efetivamente a mediunidade, por ela espalhando os frutos de Paz e Amor que lhe repontam da vida, em marcha gradativa para a Grande Luz.

    6 Mdiuns

    No procures o mdium dos Espritos Benfeitores, qual se fosses de-frontado por um ser sobrenatural.

    * Quem se empenha a semelhante adorao, copia a atitude dos compa-nheiros de Moiss, quando se devotavam aos dolos inativos, com a diferena de que a nossa fantasiosa adorao estaria centralizada em torno de um dolo animado e naturalmente falvel.

    * O mdium um companheiro. um trabalhador. um amigo. E sobretudo nosso irmo, com dificuldades e problemas anlogos que-

    les que assediam a mente de qualquer esprito encarnado. *

    O nosso objetivo buscar a luz do Esprito, que flui da lio que se derra-

    ma da Vida Maior, e no o garimpo de fenmenos superficiais, que brilham quais foguetes de artificio, impressionando a imaginao sem proveito real para ningum.

    *

    Lembremo-nos de que ns outros, os aprendizes do Evangelho, estamos em torno do Mdium de Deus, que Jesus, h quase dois mil anos, no mais

  • 8

    qual Tom, sondando-lhe as chagas, mas na posio de discpulos redivivos, que procuram e encontram, no a figurao material do Senhor, mas a sua pa-lavra de vida eterna, estruturada no esprito imperecvel em que se lhe grava-ram os ensinamentos imortais.

    7

    Na Senda Renovadora No alegues a suposta ingratido dos outros para desertar da Seara do bem.

    * Na engrenagem da vida, cada qual de ns pea importante com funes especficas.

    * Considera o poder de auxiliar que te foi concedido.

    * Ningum recebe o conhecimento superior to-s para o proveito prprio.

    *

    Saibamos dividir o tesouro da compreenso em parcelas de bondade.

    *

    Recorda que te apias no concurso de muitos coraes que te escoraram,

    um dia, no recinto domstico, sem aguardar o brilho de qualquer premiao.

    * Revisa as sendas trilhadas e redescobrirs na base da tua riqueza de

    esprito um amigo annimo encanecido entre a dificuldade e abnegao, ou a assistncia de um companheiro que muitas vezes te haver desculpado as fraquezas e as incompreenses, a fim de que amadurecesses no entendimento da vida.

    * Reflete nisso e concluirs que Deus jamais te falhou no instante preciso. Reconhecers que essa mesma Divina Providncia que te resguardou

    pelo devotamento de braos alheios, espera agora sejas a proteo dos nossos irmos mais fracos.

    *

  • 9

    No sonegars benevolncia onde repontem agravos.

    *

    Lembrar-te-s da Infinita Bondade do Criador, que improvisa o osis na ari-dez do deserto tanto quanto cultiva o jardim na amargura do pntano, e amars sempre, aprendendo a distribuir os talentos de tuas aquisies espirituais.

    * Ningum consegue adivinhar os prodgios do amor que nascero de um

    simples gesto de bondade perante um corao que as circunstncias menos felizes relegaram por muito tempo secura, tanto quanto ningum pode prever a alegria dos frutos que viro de uma simples semente nobre, lanada ao solo por muito tempo largado negligncia.

    *

    Seja qual for o contratempo que se te erija em obstculo na estrada apercorrer, age para o bem.

    * Ambientando a f no prprio ntimo, alterou-se-te a paisagem no dia-adia.

    Faze dela instrumento de trabalho e lmpada acesa no caminho.

    * Quando assinalaste a verdade que te ilumina o esprito, tiveste o corao

    automaticamente induzido a integrar a legio dos companheiros do Cristo, e diante do Cristo nenhum de ns poder esquecer-lhe a inesquecvel convoca-o: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.

    8

    Unidos Sempre

    Companheiros! Estamos engajados na construo espiritual da Era Nova.

    *

    Convenamo-nos, porm, de que o trabalho muito mais amplo na

    intimidade de ns mesmos, do que no plano externo da ao a desenvolver.

    *

    Educar-nos para educar. Ensinar, a fim de que aprendamos.

  • 10

    Auxiliar para sermos auxiliados. Honrar a cultura da inteligncia com o burilamento do corao.

    *

    A obra de todos. Cada qual de ns, entretanto, est situado em tarefa diferente.

    * Imperioso estudar, de modo a conhecer-nos, e conhecer-nos para identifi-

    car o que se nos faz necessrio.

    * Ningum dispe da luz que no acendeu em si mesmo, no entanto, ne-

    nhum de ns est desvalido de recursos, a fim de se iluminar.

    * Aceitar-nos tais quais somos, de

    maneira a servirmos com a realidade que nos prpria e aceitar os outros na condio que os assinala.

    * Reconhecer que no nos encontramos num torneio de triunfos anglicos e

    sim numa concorrncia benfica, procura de conquistas humanas.

    * Sejamos hoje melhores do que ontem.

    *

    No nos detenhamos na impossibilidade de oferecer prodgios de grande-

    za de um instante para outro, mas no busquemos interromper a empreitada de redeno e de amor a que nos empenhamos.

    *

    Nunca desconsiderar a ningum.

    * Observar que os outros, perante Deus, so portadores de mensagem de-terminada, qual sucede a ns mesmos.

    *

  • 11

    Se camos pelo fascnio da iluso, imperioso reerguer-nos, voluntaria-mente, to depressa quanto se nos faa possvel, com os valores da experincia.

    * Saber que tentao sinnimo de passado.

    *

    Aqui e agora so posies de espao e tempo em que a Divina Provi-dncia nos permite plantar e replantar o futuro e o destino.

    * Ante a dificuldade servir. Diante da incompreenso servir mais. Do trabalho nasce a luz para o caminho. Da caridade surge a soluo essencial para todos os problemas.

    *

    Orao e atividade. Crer e construir.

    *

    Entender que nos achamos convidados pelo Cristo de Deus, atravs de

    Allan Kardec, para compreender auxiliando e renovar amando e iluminando, instruindo e abenoando na edificao do Mundo Novo.

    *

    Somos livres por dentro de ns, na escolha de decises e diretrizes; servos da disciplina, no campo exterior de nossas realizaes, sustentando a segurana que devemos harmonia do prximo; lidadores do bem comum, atravs de obrigaes formadas em estruturas diversas para cada um de ns; e cultivadores da Verdade sob o compromisso de melhorar-nos em servio constante.

    E acima de tudo, unidos sempre. Assim venceremos.

    9

    Mediunidade e ns Nem sempre conseguirs materializar os amigos da Vida Maior para satisfazer a sede de verdade que tortura a muitos de nossos companheiros na Terra, mas sempre podes substancializar essa ou aquela providncia suscetvel de prodigalizar-lhes tranqilidade e consolao.

  • 12

    *

    Nem sempre sonorizars a voz de desencarnados queridos para

    reconforto dos que choram de saudade no mundo; no entanto, sempre podes articular a frase calmante que lhes transmita encorajamento e esperana.

    * Nem sempre obters a mensagem de determinados amigos que residem

    no Mais Alm, para a edificao imediata dos que sofrem no Plano Fsico; en-tretanto, sempre podes improvisar algum recurso com que se lhes restaurem a energia e o bom nimo.

    * Nem sempre logrars a cura de certas enfermidades no corpo de irmos

    padecentes; todavia, sempre podes lenir-lhes o corao e aclarar-lhes a alma, com o apoio fraterno, habilitando-lhes a mente para a cura espiritual.

    *

    Nem sempre te evidenciars como sendo um fenmeno, mas sempre po-

    des, em qualquer tempo, ser o auxlio a quem necessite de amparo.

    * Mdium quer dizer intrprete, medianeiro.

    E dar utilidade prpria vida, transformando-nos em socorro e bno para os demais, ser mdium do Eterno Bem, sob a inspirao do Esprito de Jesus Cristo, privilgio que cada um de ns pode usufruir.

    10 Em torno da Mediunidade

    Ser mdium no simplesmente fazer-se veculo de fenmenos que transcendem a alheia compreenso.

    * Acima de tudo, indispensvel entendamos na faculdade medinica a possibilidade de servir, compreendendo-se que semelhante faculdade carac-terstica de todas as criaturas.

    *

    Acontece, porm, que o homem espera habitualmente pelas entidades protetoras em horas de prova e sofrimento, para arremessar-se ao estudo e ao trabalho quase sempre com extremas dificuldades de aproveitamento das li-es que o visitam, quando o nosso dever mais simples o de seguir, em paz,

  • 13

    ao encontro da Espiritualidade Superior, movimentando a nossa prpria ini-ciativa, no terreno firme do bem.

    * A prpria natureza prdiga de ensinamentos nesse particular.

    *

    A terra mdium da flor que se materializa, tanto quanto a flor media-

    neira do perfume que embalsama a atmosfera.

    * O Sol o mdium da luz que sustenta o homem, tanto quanto o homem

    o instrumento do progresso planetrio.

    * Todos os aprendizes da f podem converter-se em mdiuns da caridade

    atravs da qual opera o Esprito de Jesus, de mil modos diferentes, em cada setor de nossa marcha evolutiva.

    * Ampara aos teus semelhantes e encontrars a melhor frmula para o

    seguro desenvolvimento psquico.

    *

    Na plantao da simpatia, por intermdio de uma simples palavra, esta-belecemos, em torno de ns, renovadora corrente de auxlio.

    * No aguardes o toque de inteligncias estranhas tua, para que te transformes no canal da alegria e da fraternidade, a benefcio dos outros e de ti mesmo.

    *

    Podes traduzir a mensagem do Senhor, onde quer que te encontres, aprendendo, amando, construindo e servindo sempre, porque acima dos m-diuns dessa ou daquela entidade espiritual, desse ou daquele fenmeno que muitas vezes espantam ou comovem, sem educar e sem edificar, permanecem a conscincia e o corao devotados ao Supremo Bem, atravs dos quais o Senhor se manifesta, estendendo para ns todos a bno da vida melhor.

  • 14

    11 Prtica Medinica

    Tudo na vida afinidade e comunho, sob as leis magnticas que lhe presidem os fenmenos.

    Tudo gravita em torno dos centros de atrao e sustentao de foras determinadas e especficas, no plano em que evolumos para a Ordem Superior.

    * A mediunidade no pode igualmente escapar a semelhantes impositivos.

    Almas ignorantes atraem criaturas ignorantes. Doentes afinam-se com doentes.

    *

    H entidades espirituais que se dedicam ao servio do prximo, em com-

    panhia daqueles que estimam a prtica da beneficncia, tanto quanto existem inteligncias desencarnadas que, em desequilbrio, se devotam a lamentveis alteraes da tranqilidade alheia, junto das pessoas indisciplinadas e insub-missas.

    *

    Obsessores vivem com quem estima perseguir e vampirizar e comunicantes irnicos somente encontram guarida nos companheiros do sarcasmo.

    * Eis porque, acima da prtica medinica, examinada sob qualquer aspecto,

    situamos o imperativo da educao em nossos crculos doutrinrios.

    *

    Amontoam-se vermes onde se congregam frutos desaproveitados ou apo-drecidos, assim como a luz brilha onde encontra fora ou material que lhe sir-vam de combustveis.

    * O mdium receber sempre de acordo com as atitudes que adota para si

    mesmo, perante a vida. Se irado, sintoniza-se com as energias perturbadas do desespero; se pre-

    guioso, vive vontade com os desencarnados ociosos.

    *

    Quem deseje crescer para a Espiritualidade Superior no pode

  • 15

    menosprezar o alfabeto, o livro, o ensinamento e a meditao. *

    Mediunidade no exaltao da inrcia ou da ignorncia.

    * O mdium, para servir a Jesus de modo positivo e eficiente, no campo da

    Humanidade, precisa afeioar-se instruo, ao conhecimento, ao preparo e prpria melhoria, a fim de que se faa filtro de luz e paz, elevao e engrande-cimento para a vida e para o caminho das criaturas.

    * Jesus o nosso Divino Mestre. Eduquemo-nos com Ele, a fim de que possamos realmente educar.

    12

    Estudando o Bem e o Mal Para que sejamos intrpretes genunos do bem, no basta desculpar o mal. imprescindvel nos despreocupemos dele, em sentido absoluto, relegando-o condio de efmero acessrio do triunfo real das Leis que nos regem.

    * Evitando comentrios complexos em nosso culto simplicidade, recorra-mos natureza.

    *

    Vejamos, por exemplo, o apelo vivo da fonte. Quantas vezes ter sido injuriada a gua que hoje nos serve mesa? Do manancial ao vaso limpo, dificil trajetria cumulou-a de vicissitudes e

    provaes. O leito duro de pedra e areia... A baba venenosa dos rpteis... O insulto dos animais de grande porte... O enxurro dos temporais... Os detritos que lhe foram arrojados ao seio...

    *

    A fonte, entretanto, caminhou despretensiosa, sem demorar-se em

    qualquer considerao aos sarcasmos da senda, at surpreender-nos, diligente

  • 16

    e pura, aceitando o filtro que lhe apura as condies, a fim de que nos assegure saciedade e conforto.

    *

    Segundo observamos, na lio aparentemente infantil, o ribeiro no so-

    mente olvidou as ofensas que lhe foram precipitadas face. Movimentou-se, avanou, humilhou-se para auxiliar e perdoou infinita-

    mente, sem imobilizar-se um minuto, porque a imobilidade para ele constituiria adeso ao charco, no qual, ao invs de servir, converter-se-ia to-s em veculo de corruo.

    E por isso que o ensinamento cristo da caridade envolve o completo esquecimento de todo mal.

    *

    "Que a vossa mo esquerda ignore o bem praticado pela direita." Semelhantes palavras do Senhor induzem-nos a jornadear na Terra, exaltando o bem, por todos os meios ao nosso alcance, com integral despreocupao de tudo o que represente vaidade nossa ou incompreenso dos outros, de vez que em qualquer boa ddiva somente a Deus se atribui a procedncia.

    * Procurando a nossa posio de servidores fiis da regenerao do mundo, a comear de ns mesmos, pela renovao dos nossos hbitos e impulsos, olvidemos a sombra e busquemos a luz, cada dia, conscientes de que qualquer pausa mais longa na apreciao dos quadros menos dignos que ainda nos cercam ser nossa provvel induo ao estacionamento indeterminado no crcere do desequilbrio e do sofrimento.

    13

    Trabalho Alm da Terra Alm da morte, a alma continua naquilo que comeou a fazer na existncia fsica.

    *

    E em razo de cada criatura transportar consigo a experincia a que se afeioa, a Sabedoria Divina concede a cada esprito encarnado determinada tarefa, que, na essncia, vale por ensaio precioso, frente do servio que lhe competir no amanh eterno.

    *

    Vemos, na Terra, diversificar-se o

  • 17

    trabalho ao ....... Esse ensina. Aquele dirige. Aquele outro obedece. Aqui, possumos quem edifique. Alm, h quem cure. Adiante, h quem esclarea.

    *

    Entretanto, se o professor apenas faz jus remunerao financeira, no

    ter conquistado o santurio da educao. Se o dirigente foge exemplificao e nobreza ntima, no ter

    conhecido a verdadeira autoridade. Se o cooperador subalterno menoscaba a ateno para com o bem

    comum, viver muito longe do prazer de servir. Se quem levanta paredes e monumentos cinge-se apenas ao interesse

    particular, no ter percebido a beleza da construo. Se quem alivia as dores humanas procura simplesmente o lucro fcil, de-

    certo desconhecer o divino templo da cura. E se quem esclarece foge ao devotamento e serenidade, preferindo

    localizar-se entre a exigncia e a aspereza, no acender no caminho a luz do amor.

    * No olvides que as tuas atividades, fora do corpo denso sero sempre a continuao daquilo que fazes por dentro de ti, obedecendo ao prprio corao.

    * No basta erguer braos geis, deitar fraseologia preciosa ou provocar excessivo movimento em torno de teus dias, porque h muitas mos operosas na extenso da sombra, muito verbo faustoso na explorao menos digna e muito rudo vo, provocando, onde existe, to-somente amargura e cansao.

    * Ama o servio que o Senhor te confiou, pormais humilde que seja, eoferece-lhe as tuas melhores foras, porqu do que hoje fazes bem, no proveito de todos, retirars amanh o justo alimento, para a obra que te erguer do insignificante esforo terrestre para o trabalho espiritual.

    14

    Preparao Medinica Por mais que se fale em mediunidade, foroso referir-nos sempre

  • 18

    disciplina que s a Doutrina Esprita consegue orientar para o bem.

    *

    Potencialidades medianmicas so valores que pertencem a todas as criaturas, tanto quanto possumos todos ns recursos virtuais para o desempenho dessa ou daquela tarefa.

    *

    Recordemos, porm, o aprendiz nos primeiros degraus de um instituto de alfabetizao.

    Que ele sabe ler e escrever, decerto sabe, mas se pretende partir para realizaes outras, alm das bases primrias, h que se matricular voluntariamente na escola sem frias do maior esforo.

    Estudar e aprender sempre.

    *

    Assim tambm o mdium nas etapas iniciais do desenvolvimento das energias psquicas.

    Que ele pode comunicar-se com os desencarnados e receber-lhes a palavra, decerto pode, no entanto, se deseja partir na direo de tarefas maiores, alm das bases iniciais, h que se matricular na oficina sem frias do maior esforo. Estudar e servir sempre.

    *

    Se uma certido de competncia no campo das profisses liberais da

    Terra exige do candidato, desde o abecedrio cpula universitria, nada menos de quinze a vinte anos de preparao, a fim de que se lhe ajustem os centros mentais para o comeo do trabalho a desenvolver, a que ttulo esperar que um mdium se forme com segurana em poucos dias? Encarregar-se dos interesses espirituais dos outros, conduzi-los, harmoniz-los, elev-los ou socorr-los ser menos importante que traar uma planta para o levantamento de uma ponte ou para construo de uma casa?

    *

    No nos iludamos com respeito formao medinica. Desenvolvimento medianmico sem aperfeioamento do veculo para as

    manifestaes espirituais, o mesmo que trabalho sem orientao do operrio, que resulta invariavelmente em cansao intil.

    *

    Convenamo-nos de que legies de mediunidades, tanto quanto legies de

    inteligncias, enxameiam em toda parte, mas aprimorar umas e outras, doando-lhes proveito e responsabilidade, exige estudo e trabalho pacientes, para que se lhes efetue a educao. Ora, sabemos todos que educao no

  • 19

    aparece sem disciplina, como disciplina no chega at ns sem sacrifcio, e o sacrifcio no fcil para ningum.

    15

    No bem, Hoje e Sempre Se aspiras, efetivamente, a colaborar na construo do Reino Divino so-bre a Terra, no solenizes o mal, para que o bem germine e se estenda ao grande campo da vida.

    * Ante as pedras da incompreenso, no renuncies ao arado sacrificial da tolerncia, para que os calhaus da cruelda de se convertam em alicerces da edificao espiritual a que te empenhas.

    *

    Nos espinheiros da perseguio gratuita, no te afastes da pacincia, a fim de que os ingredientes da prova, pouco a pouco, se faam adubo da plantao de valores imperecveis da alma a que te dedicas.

    * No interpretes ningum por inimigo. Quando os adversrios no se nos revelam por instrutores, so enfermos necessitados de amparo e entendimento.

    * Em toda parte, seremos defrontados por aqueles que realmente no nos

    conhecem e que, em nos julgando pelas impresses superficiais ou pelos pareceres de oitiva, se transformam em instrumentos de nossas dificuldades.

    *

    Aparecem, por vezes, na posio de companheiros que nos reclamam de-monstraes de heroismo ou de santidade que eles mesmos ainda no pos-suem; ou na forma de censores que nos reprovam a presena e o trabalho sem cogitar do objetivo de nossas manifestaes.

    *

    Recebamo-los todos com serenidade e amor, e continuemos a tarefa da boa vontade, na certeza de que o tempo falar por ns, hoje, amanh e sempre.

    *

  • 20

    Toda a vez que o mal te procure, veste a couraa do bem e auxilia-o a renovar-se em experincia edificante.

    * No recalcitres.

    * Imagina se Jesus tivesse adotado a reao da dignidade ferida! O apelo justia teria apagado o esplendor da Boa Nova; no entanto, o silncio e o sacrificio do Mestre Divino, ainda hoje, como ontem e qual ocorrer no futuro, suscita o aprendizado e a sublimao da Humanidade inteira.

    16

    Esclarecimento Muitos companheiros solicitam orientao do Cu para a vitria nas provas da Terra, mas, em verdade, no necessitamos tanto de novos roteiros esclarecedores e sim de aomais intensiva na obra edificante do bem.

    * O caminho o mundo... Mundo-escola e mundo-oficina, em que valiosas oportunidades felicitam a alma, fielmente interessada na prpria elevao.

    * No nos detenhamos na expectativa dos que adoram o Senhor, sem qual-

    quer esforo para servi-lo. Ele prprio legou-nos, com a Boa Nova, o mapa lu-minoso para a romagem na Terra.

    * Libertemos a claridade que jaz enclausurada em nossos coraes e

    sigamos adiante.

    * H espinhos reclamando extino. Feridas que pedem blsamo. Aflies mendigando paz. Pedras espera de braos amigos que as utilizem. H mentes encarceradas na sombra, rogando luz. H crianas abandonadas, implorando socorro para consolidar as bases

    em que recomeam a vida nova. Quem estiver procurando a inspirao dos Anjos, no se esquea dos

  • 21

    lugares onde os Anjos colaboram com o Cu, diminuindo o sofrimento e a igno-rncia na Terra.

    * Agir no bem buscar a simpatia dos Espritos Sbios e Benevolentes,

    encontrando-a.

    *

    Se Jesus no parou em contemplao inoperante, transitando no servio ao prximo, da Manjedoura at a Cruz, ningum aguarde a visitao dos Men-sageiros Divinos, paralisando as mos na esperana sem trabalho e na f sem obras.

    * O aprimoramento da mediunidade e a espiritualizao renovadora so problemas de boa vontade na deciso de trabalhar e na cooperao, porque somente buscando trazer o Cu ao mundo, pela nossa aplicao ao bem, que descobriremos a estrada verdadeira que nos conduzir efetivamente para os Cus.

    17

    Sigamos Acordados No permitas que o desgosto menor te conduza ao fracasso, para que o fracasso te no conduza aos desgostos maiores.

    * Lembra-te de que a Terra a nossa antiga escola de aprimoramento espiritual e no lhe menoscabes as lies. * Recorda o paraltico algemado ao leito de dor e agradece ao Cu as pernas geis e firmes que te garantem a verticalidade do corpo.

    * Considera o mutilado a quem falta a bno das mos e valoriza os

    recursos que te fazem encontrar no trabalho a fonte da alegria. No olvides o cego, s vezes, na bruma das lgrimas, e utiliza os olhos na

    procura do bem.

    *

  • 22

    No te esqueas do mudo que atravessa o carreiro terrestre, quase sem-pre solitrio e incompreendido, e conserva limpa a palavra de que te vales para atingir o progresso mais amplo.

    * Reflete no idiota, que passa entre os homens, com as dificuldades do

    crebro ensandecido, e mobiliza o prprio raciocnio, prestigiando o que se te faa til.

    * Medita nos que vagueiam sem lar e honra o teu reduto domstico, cultivando dentro dele a bondade e a tolerncia, a compreenso e a gentileza por diretrizes de cada dia.

    * Pensa nos coraes cristalizados na indiferena, que viajam no mundo

    feio de rfos voluntrios e exala a prpria f, traduzindo-a em obras de humildade e amor, generosidade e perdo, para que a luz divina se te eleve por bssola no caminho.

    *

    Valoriza o trabalho que desenvolves, os amigos, os familiares, os recursos, os instantes de que dispes e sentir-te-s agora rico de possibilidades para ampliar o tesouro de bnos com que sers aquinhoado agora, hoje e depois.

    *

    Lembremo-nos de que a Terra simplesmente um degrau em nossa escalada para os cimos resplendentes da vida e, acordados para as oportunidades do servio, avancemos para diante, aprendendo e amando, auxiliando aos outros e renunciando a ns mesmos, na certeza de que, assim, caminharemos do infortnio de ontem para a felicidade de amanh.

    18

    A Faculdade de Curar A faculdade de curar, para manter-se ntegra, no deve permanecer precavida to-somente contra o pagamento em dinheiro amoedado.

    * H outras gratificaes negativas a que lhe cabe renunciar, a fim de que no seja corroda por paixes arrazoadas que comeam nos primeiros sinais de personalismo excessivo.

  • 23

    Imprescindvel saber olvidar o vinho venenoso da bajulao, a propaganda jactanciosa, o perigoso elixir da lisonja e a aprovao alheia como paga es-piritual.

    Quem se proponha a auxiliar aos enfermos, h que saber respirar no con-vvio da humildade sincera, equilibrando-se, cada instante, na determinao de servir.

    *

    Para curar preciso trazer o corao por vaso transbordante de amor e quem realmente ama no encontra ensejo de reclamar.

    *

    Compreendendo as nossas responsabilidades com o Divino Mdico, se queres efetivamente curar, cala-te, aprende, trabalha honrando a posio de servidor de todos a que Jesus te conduziu.

    *

    Auxilia aos ricos e aos pobres, como quem sabe que fartura excessiva ou carncia asfixiante so igualmente enfermidades que nos compete socorrer.

    *

    Ampara aos amigos e aos adversrios, aos alegres e aos tristes, aos melhores e aos menos bons, como quem compreende na Terra a valiosa oficina de reajuste e elevao.

    * Reconheamos que toda honra pertence ao Senhor, de quem no passa-mos de apagados e imperfeitos servidores.

    * No te afastes da dependncia do Eterno Benfeitor e, movimentando os prprios recursos, a beneficio dos que te cercam, guardemos a certeza de que, curando, seremos curados por nossa vez, soerguendo-nos, enfim, para a vitria real do esprito, em cuja luz os monstros da penria e da vaidade, da ignorncia e do orgulho no mais nos conseguiro alcanar.

    19

    Seareiros Futuros Assunto inevitvel na lavoura do bem: a preparao de seareiros futuros.

    *

  • 24

    Referimo-nos, freqentemente, a limpeza dos princpios que abraamos e elevao em que nos cabe conserva-los.

    Preocupao, alis, das mais justas.

    * Indispensvel, porm, cogitar da formao daqueles que se nos faro continuadores nos crculos de servio.

    * De que modo laurear profissionais dignos e competentes nos estabeleci-mentos de ensino superior, sem a escola funcionando na base da cultura?

    * Nas atividades espirituais, h que se observar igualmente o clima de seqncia, se quisermos obter colaboradores corretos e eficientes.

    * Diante de companheiros imaturos, no que tange a discernimento, tanta vez mergulhados em nebulosas conceituaes, ao redor dos temas da alma, foroso se nos concretize com mais veemncia a cooperao espontnea, em favor deles, para que a Nova Revelao venha a possuir amanh cooperadores altura do trabalho que ela prpria nos descortina.

    * Encontrando amigos ainda verdes nos raciocnios da lgica, sejam mdiuns ou explicadores, na edificao doutrinria, procuremos com afetuosa dedicao, uma porta para o entendimento recproco, atravs da qual lhes possamos oferecer o corao, em forma de esclarecimento ou de apoio, auxiliando-os a superar os trechos de sombra que, porventura, estejam sendo obrigados a contornar, na caminhada para o Conhecimento Superior que todos ns aspiramos a atingir.

    * Em suma, frente de quaisquer irmos, procedentes desse ou daquele distrito menos claro da obra espiritual, saibamos agir com bondade e compreenso, porqanto muitos daqueles que nos paream enganados ou insipientes, se amparados com amor, ser-nos-o no porvir valorosos vexilrios na Causado Bem, seja na plantao da verdade ou na colheita da luz.

    20

    Tarefa Medinica

  • 25

    Mediunidade no instrumento de mgica, com que os Espritos Superiores adormeam a mente dos amigos encarnados, utilizando-os em espetculos indbitos para a curiosidade humana.

    *

    Realmente observamos companheiros que se confiam a entidades no aperfeioadas, embora inteligentes, efetuando o fascnio provisrio de muitos, no setor das gratificaes sentimentais menos construtivas, entretanto, a te-mos apenas o encantamento temporrio e nada mais.

    *

    Tarefa medinica, no fundo, consagrao do trabalhador ao ministrio do bem.

    O fenmeno, dentro dela, surge em ltimo lugar, porque, antes de tudo, re-presenta caridade operante, f ativa e devotamento ao prximo.

    *

    Quem busque orientao para empresas dessa ordem, procure a companhia do Cristo, que no vacilou em aceitar a cruz para servir, dentro do divino amor que lhe inflamava o corao.

    * Ser medianeiro das foras elevadas que governam a vida sintonizar-se com a onda renovadora do Evangelho, que instituiu o amemo-nos uns aos outros, qual Jesus se dedicou a ns, em todos os dias da vida.

    *

    A prosperidade dos sentidos superiores da alma no reside no artificialis-mo dos fenmenos transitrios e sim na abnegao com que o discpulo da verdade se honra em peregrinar com o Mestre do perdo e da humildade, da renncia e da vida eterna, auxiliando, sem exceo, aos viajores do escabroso caminho terrestre.

    *

    Se pretendes um ttulo na mediunidade que manifesta no mundo as revelaes do Senhor, no te fixes to-s na tcnica fenomnica; rejubila-te com as oportunidades de servir, exprimindo boa vontade no socorro a todos os necessitados da senda humana; e, renovando os sofredores e os ignorantes, os perturbados e os tristes, sob o estandarte vivo de teu corao aberto para a Humanidade, abraa-os por tua prpria famlia!

    Depois disso, guarda a certeza de que te movimentas para a frente e para o alto, porque Jesus, o Divino Mestre, vir ao teu encontro, inundando-te a jornada de esperana, alegria e luz.

    Fim.