Bruna Estorgato - Habitos Alimentares e Suplementação

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    UNIVERSIDADE FEEVALE

    BRUNA RHODEN ESTORGATO

    HÁBITOS ALIMENTARES E SUPLEMENTAÇÃO: UTILIZAÇÃO PORFREQUENTADORES DE ACADEMIA NA REGIÃO DO VALE DOS SINOS

    Novo Hamburgo2012

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    BRUNA RHODEN ESTORGATO

    HÁBITOS ALIMENTARES E SUPLEMENTAÇÃO: UTILIZAÇÃO PORFREQUENTADORES DE ACADEMIA NA REGIÃO DO VALE DOS SINOS

    Trabalho de Conclusão de Curso,apresentado como requisito parcial paraobtenção do grau de Bacharel emNutrição, pela Universidade Feevale.

    Orientador (a): Profª. Drª. Maria Helena Weber

    Novo Hamburgo2012

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    BRUNA RHODEN ESTORGATO

    Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharelado em Nutrição, com título deHábitos Alimentares e Suplementação: Utilização por frequentadores deacademia na região do vale dos sinos , submetido ao corpo docente UniversidadeFeevale, como requisito necessário para a obtenção do grau de Bacharel emNutrição.

    Aprovado por:

    _________________________________Professora Orientadora Drª. Maria Helena Weber Instituição: Universidade Feevale

    _________________________________Professora Mestre Flávia Porto WieckBanca examinadora – Universidade Feevale

    _________________________________Professora Mestre Gisele Ribeiro KosminskyBanca examinadora – Universidade Feevale

    Novo Hamburgo, julho de 2012.

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    Dedico este trabalho atodas as pessoas queridas que

    estiveram ao meu lado nesta jornada, principalmente, aos meus entes maisamados: Ari Estorgato, Maria Liane

    Rhoden Estorgato e Tiago Prado.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeço, primeiramente, aos meus pais, por teremproporcionado esta conquista, pelo amor, carinho,apoio e dedicação que transmitiram por toda aminha vida.

    Agradeço também ao meu namorado que estevesempre ao meu lado com palavras doces, deincentivo, animo e apoio nos momentos mais difíceisda vida acadêmica. Além de todo amor, carinho ededicação.

    Aos meus amigos mais queridos, que sempreestiveram ao meu lado e que, com certeza,permanecerão comigo para sempre.

    A todas essas pessoas, muito obrigada!

    Amo vocês!

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    RESUMO

    Na literatura em geral, existe um consenso de que as pessoas fisicamente ativasnão necessitam de nutrientes adicionais, além dos existentes em uma dietasaudável. Porém, outros estudos indicam que a inadequação do consumoenergético ainda predomina em vários grupos atléticos, revelando a necessidade dasuplementação e da reeducação alimentar, visto que a nutrição exerce papel vital nodesempenho do exercício e do treinamento. O desportista que deseja aperfeiçoar odesempenho, antes de iniciar o uso de suplementação alimentar, precisa adotar umcomportamento dietético adequado ao seu esforço, em relação à quantidade e avariedade, considerando os hábitos estabelecidos para uma alimentação saudável.Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o hábito alimentar e o consumo desuplementos em uma amostra de desportistas. Participaram da pesquisa 30indivíduos, sendo 22 do gênero masculino (73,3%), 8 do gênero feminino (26,7%) ecom idade entre 18 e 37 anos (± 5,9 anos). Com relação ao consumo desuplementos, observou-se que os mais consumidos são os suplementos proteicos eà base de carboidratos. Dentre os proteicos, os mais citados foram Whey Protein(60%), creatina (16,7%) e BCAA (13,3%), sendo que a maltodextrina (40%)sobressaiu-se entre os carboidratos. .Observa-se na amostra que 16 indivíduos(53,3%) apresentam consumo energético diário abaixo do preconizado, 12indivíduos (40%) realizam ingestão calórica adequada e 2 indivíduos (6,7%) acimado ideal. A análise do consumo de proteínas revela um consumo médio (19,83% ±5,14) acima do recomendado; de carboidratos (48,84% ± 8,56) abaixo dorecomendado, e consumo médio (31,25%, ±6,05) adequado de lipídios. Conclui-seque a prática nutricional desses indivíduos não está adequada, e que, apesar deterem demonstrado interesse em melhorar seu desempenho através do uso desuplementos nutricionais, os hábitos alimentares devem ser primeiramenteconsiderados.

    Palavras-chave : Suplementos alimentares – Nutrição – Exercício.

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    LISTA DE GRÁFICOS

    Gráfico 1 – Consumo de Suplementos .................................................................... 344 Gráfico 2 – Recordatório de 24 horas (Valor Calórico Total) ..................................... 37

    Gráfico 3 – Recordatório de 24 horas (Macronutrientes)........................................... 38

    Gráfico 4 – Frequência do Consumo de Carboidratos .............................................. 40

    Gráfico 5 – Frequência do Consumo de Frutas ......................................................... 40

    Gráfico 6 – Frequência do Consumo de Hortaliças ................................................... 41

    Gráfico 7 – Frequência do Consumo de Leites e Derivados ..................................... 41

    Gráfico 8 – Frequência do Consumo de Proteínas ................................................... 42

    Gráfico 9 – Frequência do Consumo de Leguminosas.............................................. 42

    Gráfico 10 – Frequência do Consumo de Lipídeos ................................................... 43

    Gráfico 11 – Frequência do Consumo de Guloseimas .............................................. 43

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 – Características da Amostra ..................................................................... 33

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 13

    1.1 NUTRIÇÃO E EXERCÍCIO ............................................................................. 13 1.2 NUTRIÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO ................................................................. 17

    1.2.1 Proteína ................................................................................................. 18 1.2.2 Carboidrato ........................................................................................... 20 1.2.3 Lipídeo................................................................................................... 21 1.2.4 Micronutrientes .................................................................................... 23

    1.3 SUPLEMENTOS ............................................................................................. 23 1.3.1 Whey protein ................................................Erro! Indicador não definido.

    1.3.2 Maltodextrina ........................................................................................ 29 2 METODOLOGIA ................................................................................................... 30

    2.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ..................................................................... 30 2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................................................... 30 2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO .......................................................................... 31 2.4 ASPECTOS ÉTICOS ...................................................................................... 31 2.5 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA ............................ 31 2.6 ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS............... 32

    3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................... 33

    3.1 CARACTERÍSTICA DA AMOSTRA ................................................................ 33 3.2 CONSUMO DE SUPLEMENTOS ................................................................... 33 3.3 PERFIL ALIMENTAR ...................................................................................... 37 3.4 HÁBITO ALIMENTAR ..................................................................................... 39

    CONCLUSÕES FINAIS ............................................................................................ 45

    REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46

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    INTRODUÇÃO

    A prática do exercício físico e a alimentação saudável combinadosinfluenciam positivamente na saúde, sendo que a nutrição adequada é o pontocrucial para alcançar os objetivos voltados para a promoção da saúde ou para acompetição (SILVA et al., 2010).

    A nutrição representa um papel essencial no desempenho do exercício e dotreinamento e, atualmente, o consenso geral das pesquisas demonstra que aspessoas fisicamente ativas não necessitam de nutrientes adicionais, além dos

    existentes em uma dieta balanceada (PANZA et al., 2007).Biesek et al. (2010) comenta que a alimentação do desportista é similar à

    estabelecida para toda a população, com algumas alterações, sendo que a maiordiferença se encontra na quantidade das porções.

    Burke e Read (2007) apud Bacurau (2009), propuseram uma classificaçãodos suplementos esportivos, dividindo-os em duas categorias que são suplementosdietéticos e auxiliadores ergogênicos. Sendo assim, são considerados suplementos:bebidas que contenham carboidratos ou eletrólitos, suplementos que contenham altoteor de carboidrato, vitamínicos, multivitamínicos, suplementos minerais, refeiçõeslíquidas e suplementos à base de cálcio.

    A grande falta de informações corretas sobre os suplementos, juntamentecom as inúmeras informações transmitidas pelos mais variados meios decomunicação, acaba gerando muitas dúvidas sobre este assunto e,consequentemente, o seu uso inadequado. Ainda, há pressão da sociedade e damídia em relação a um corpo padrão que contribui de forma considerável para oconsumo inadequado de suplementos (BACURAU, 2009; HIRSCHBRUCH;FISBERG; MOCHIZUKI, 2008).

    Estudos demonstraram que grande parte dos indivíduos que consomemsuplementos alimentares não conhece a sua finalidade, especialmente, os proteicose de vitaminas e minerais (SILVA et al., 2010).

    Hernandez et al. (2009) comenta que, muitas vezes, o tipo de comércio querealiza a distribuição e venda desses produtos é ilegal, não havendo prescrição

    médica ou orientação de um profissional devidamente qualificado e controle davigilância sanitária. Hirschbruch, Fisberg e Mochizuki (2008) relatam também que,

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    muitas vezes, as orientações sobre suplementação são transmitidas aosdesportistas por colegas e treinadores, sendo os mesmos despreparados para tal.

    A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte constatou abuso do consumo

    de suplementos alimentares em ambientes de prática de exercício físico,especialmente, em academias e associações esportivas. Visando melhorar essasituação e para desmistificar atitudes inadequadas que podem causar riscos àsaúde, foi criada uma diretriz para nortear a ação de profissionais que militam noesporte (HIRSCHBRUCH; FISBERG; MOCHIZUKI, 2008; HERNANDEZ et al.,2009). Entretanto, o modismo da suplementação avança mais rapidamente entre osdesportistas do que a ciência, e ainda faltam estudos que comprovem sua eficácia

    ou até mesmo seus efeitos colaterais ao longo dos anos. Também seria fundamentalum maior controle realizado por parte de órgãos responsáveis e de autoridadescompetentes, voltado à produção e comercialização desses produtos(GASPAROTTO; JÚNIOR, 2008).

    Um estudo sobre o perfil dos frequentadores de academias identificou que,no geral, são pessoas de ambos os gêneros, com alta escolaridade, com motivação,com recursos para a prática de atividades físicas e para uma alimentação saudável.

    Foi comprovado ainda que, mesmo que tivessem acesso a informações sobrenutrição, exercício físico e apresentassem um bom nível socioeconômico, aalimentação dos pesquisados não era adequada, já que as mesmas buscavam taisinformações em locais não confiáveis, como revistas não científicas, sites da internete orientações do educador físico (SILVA et al., 2010).

    Na maioria dos casos, “melhoradores de perfomance” são simplesmenteformas mais caras de proteínas, açúcares ou vitaminas. Contudo, quandoos atletas estão convencidos de que certos alimentos, dietas ousuplementos melhoram a performance, estas substâncias ou técnicaspodem fornecer benefícios psicológicos, mais do que fisiológicos. É quandoestas práticas substituem um programa nutricional equilibrado e a saúde e aperformance podem ser comprometidas, resultando em sériasconseqüências (HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2008, p. 47).

    Acredita-se que o uso de suplementos alimentares por praticantes deacademia ocorre de forma abusiva e, muitas vezes, equivocada; e que estáocorrendo em diversas faixas etárias, por ambos os gêneros, sendo que aalimentação saudável não é realizada por muito desses indivíduos.

    Os fatores acima motivaram a elaboração da presente pesquisa, tendo comoobjetivo geral avaliar o hábito alimentar e o consumo de suplementos por praticantes

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    de uma academia da região do Vale dos Sinos, e, como objetivos específicos:analisar o consumo de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) dospraticantes de academia; verificar o uso de suplementos alimentares; aplicar e

    analisar o Questionário de Frequência Alimentar (QFA); aplicar e analisar oRecordatório de 24 horas. Por fim, comparar o hábito alimentar e o uso desuplementos, de acordo com as recomendações da pirâmide alimentar adaptada àpopulação desportista.

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    1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

    1.1 NUTRIÇÃO E EXERCÍCIO

    A alimentação adequada é o alicerce para o desempenho físico uma vezque os nutrientes proporcionam combustíveis energéticos para osexercícios, além de oferecer elementos essenciais para a síntese de novostecidos e o reparo das células já existentes. Quanto mais o desportista ouatleta conhecer a respeito dos nutrientes e seus benefícios para oorganismo, associado ainda à atividade física, melhor ele poderá conduzir aescolha dos alimentos que farão parte da sua alimentação diária. Umaalimentação balanceada não contribui apenas para a performanceesportiva, mas para a estética e qualidade de vida (SILVA et al., 2010. p. 1).

    Panza et al. (2007) considera que o consumo adequado de nutrientes éessencial para uma boa performance, assim como para a composição corporal e asaúde do indivíduo. Além disso, comenta que o baixo consumo calórico poderesultar em fornecimento insuficiente de nutrientes relacionados ao metabolismo, àreparação tecidual, ao sistema imunológico e ao sistema antioxidante.

    Hernandez et al. (2009) relata ainda que estudos científicos demonstram quea performance e a saúde do desportista podem ser beneficiados através damodificação dietética, causando assim alterações favoráveis na composição corporale no aprimoramento do desempenho do exercício. Existem também poucascontrovérsias sobre os efeitos benéficos da alimentação balanceada e equilibrada,sendo que a suplementação deve ser utilizada apenas em casos especiais.

    É mais vantajoso consumir os nutrientes necessários para o bom

    funcionamento do organismo através da alimentação, ao invés de ingerirsuplementos para repor as substâncias que, em uma dieta balanceada, seconseguiria alcançar (GASPAROTTO; JÚNIOR, 2008).

    O consumo de pequenas e frequentes refeições, com adequada densidadede energia e nutrientes, pode auxiliar no atendimento das necessidades nutricionaise, ao mesmo tempo, prevenir distúrbios gastrintestinais durante o exercício, impedira ingestão excessiva de alimentos e evitar a fadiga (ZIEGLER et al. apud PANZA et

    al., 2007).

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    Para a utilização de suplementos alimentares na dieta de um desportista,deve-se considerar o conhecimento dos critérios de utilização e a credibilidade domesmo. Portanto, para que o rendimento do exercício seja otimizado e,

    consequentemente, tenha seus objetivos alcançados, a dieta do praticante deve serequilibrada e os suplementos devem agir apenas como coadjuvante. Sendo assim, ouso inadequado de suplementos pode causar danos e atrapalhar o rendimento dotreino (HERNANDEZ et al., 2009).

    O desportista que deseja aperfeiçoar o desempenho antes de iniciar o usode suplementação alimentar precisa adotar um comportamento dietético adequadoao seu esforço, em relação à quantidade e à variedade, considerando os hábitos

    estabelecidos para uma alimentação saudável (HERNANDEZ et al ., 2009).Para indivíduos que praticam exercícios físicos sem a preocupação com o

    desempenho, a dieta balanceada deve ser estimulada, visto que as recomendaçõesdadas à população em geral serão suficientes à manutenção da saúde e do bomdesempenho físico. Em alguns casos específicos, o manejo nutricional através dasuplementação pode acarretar mudanças favoráveis na composição corporal,porém, a alimentação saudável sempre deve ser utilizada em primeiro lugar. Sendo

    assim, o uso de suplementos nutricionais deveria ser restrito apenas para algumasestratégias na melhora do desempenho, quando não se consegue atingir os valoresde macro e micronutrientes adequados através da alimentação (HERNANDEZ et al.,2009).

    A ingestão insuficiente de macro e micronutrientes, resultando em balançoenergético negativo, pode ocasionar perda de massa muscular, maior incidência delesões, disfunções hormonais, osteopenia/osteoporose e maior frequência de

    doenças infecciosas. Esse quadro clínico comprometerá o treinamento e ocasionaráa queda do desempenho e do rendimento esportivo (SAKZENIAN et al., 2009). As necessidades de macronutrientes devem ser avaliadas conforme a

    necessidade calórica, o tempo de digestão do alimento e o adequadoaproveitamento muscular. Estudos demonstram que há baixa ingestão de calorias eainda desequilíbrio na dieta de atletas tanto profissionais, como amadores (BIESEKet al., 2010).

    No período após o exercício, a intervenção nutricional, seja através damanipulação dietética ou do consumo de suplementos alimentares, reduz o impacto

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    da fadiga e promove uma recuperação mais rápida e completa (SAKZENIAN et al.,2009).

    A ingestão energética alimentar não pode ser maior do que o gasto

    energético do metabolismo basal e do exercício. O balanço energético deve ser zeroou isoenergético, com vistas a manter o peso corporal estável, a manutenção econservação da massa muscular magra, a função imune, reprodutora e orendimento no exercício (BIESEK et al., 2010).

    O desportista pode encontrar dificuldades em alcançar as necessidadesdiárias de macro e micronutrientes, uma vez que costuma relatar falta de tempo edificuldade em manter horários regulares para as refeições, acarretando, muitas

    vezes, em ingestão energética reduzida e pobre em nutrientes (SAKZENIAN et al.,2009).

    A pirâmide alimentar adaptada para a população desportista (APÊNDICE E)define o seguinte consumo alimentar, conforme a prioridade:

    - Ingestão mínima de oito copos de água e/ou bebidas reidratadas por diapara garantir a hidratação adequada;

    - Seis a onze porções de carboidratos (massa, pães, cereais e arroz) que

    são responsáveis pela fonte de energia. Sempre priorizando o consumo dealimentos integrais, devido as suas altas concentrações de vitaminas do complexoB;

    - O grupo das frutas recomenda duas porções, e das hortaliças duas a trêsporções ao dia, pois fornecem importantes quantidades de carboidratos, vitaminas,minerais e água;

    - Para assegurar uma ingestão protéica adequada se recomenda duas a três

    porções do grupo das carnes, dos pescados e dos ovos e de três a quatro porçõesdo grupo do leite e seus derivados. Esses grupos de alimentos são ricos emproteínas, sendo também fontes de vitamina A, E, B1, B2 e B3, minerais como ocálcio, ferro e zinco e apresentam determinadas quantidades de ácidos graxosessências como o ômega-3;

    - Em relação ao grupo das gorduras são recomendadas duas a quatroporções, incentivando o consumo de azeite de oliva nas preparações econsiderando 10 gramas como uma porção;

    - É recomendada a ingestão de uma porção de 30 gramas das leguminosase uma porção de 50 a 60 gramas dos frutos secos, pois são fontes de ácidos graxos

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    essências (ômega-6); vitaminas como folato; vitamina E e vitamina B6, e mineraiscomo o zinco, magnésio e cálcio;

    - O consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas deve ser restrito a

    poucas vezes ao mês;- Suplementos vitamínicos e/ou minerais devem ser consumidos quando sua

    necessidade for devidamente analisada, sendo algumas vezes necessárias quandoa ingestão energética for inferior a 1.800 Kcal (BIESEK et al., 2010).

    Seguindo um plano alimentar com essa distribuição de macronutrientes,estima-se que os requerimentos nutricionais sejam alcançados e que satisfaçam asnecessidades específicas e características do indivíduo que pratica atividade física

    intensa. Podendo-se, também, realizar a adaptação de acordo com o exercício físicoe com as características fisiológicas de cada indivíduo (BIESEK et al., 2010).

    Segundo a pirâmide alimentar, recomenda-se o consumo de 1.600 Kcal paramulheres com atividade física sedentária, bem como para idosos. A ingestão de2.200 Kcal é adequada para crianças, adolescentes do sexo feminino, mulheres comatividade intensa e homens sedentários. O consumo de 2.800 Kcal deve ser utilizadopara homens com atividade física intensa e adolescentes do sexo masculino

    (BIESEK et al., 2010).Segundo a American Dietetic Association, uma alimentação variada e

    equilibrada consegue suprir todas as necessidades de incremento demicronutrientes ocasionadas pelo treinamento (BARBOSA et al ., 2010).

    Os desportistas vegetarianos, especialmente os vegan, que não consomemnenhum alimento ou produto alimentício de origem animal, têm maiores dificuldadesde atingir o valor calórico total diário, devido à baixa densidade energética dos

    vegetais. Dependendo, por conseguinte, da escolha adequada dos alimentos e donúmero de refeições, para que o consumo de macro e micronutrientes sejacontemplado, sendo esses então facilmente obtidos. Normalmente, o referido grupoapresenta ingestão protéica com valores mais baixos, quando comparado aindivíduos não vegetarianos, sendo que outro fator importante é a qualidade daproteína. As proteínas de origem vegetal são consideradas de baixo valor biológico,visto que são incompletas quanto à composição de aminoácidos (FERREIRA;BURINI; MAIA, 2006).

    Como a vitamina B12 apresenta fontes exclusivas de origem animal, énecessário o consumo de alimentos fortificados ou de suplementação. Já as

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    mulheres vegetarianas restritas também necessitam de suplementação de cálcio oudo consumo de alimentos fortificados (BIESEK et al., 2010).

    Além disso, os vegetarianos precisam controlar o consumo de alimentos

    fontes de ferro, visto que as melhores fontes do tipo heme encontram-se apenas emalimentos de origem animal. Apesar dos vegetais possuírem substâncias queaumentam a captação de ferro, a adoção de dietas vegetarianas precisa ser bemplanejada para evitar a deficiência deste mineral (FERREIRA; BURINI; MAIA, 2006).

    Outro aspecto fundamental para o bom desempenho do desportista é ahidratação do organismo. Os níveis inadequados de líquido no organismo acarretamem aumento da temperatura corporal, diminuição da resposta fisiológica e do

    desempenho físico, além de produzir riscos para a saúde. A desidratação severapode causar risco de choque térmico, coma e até morte (BIESEK et al., 2010).

    1.2 NUTRIÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO

    O consenso geral entre a literatura estabelece que as pessoas fisicamenteativas não necessitam de nutrientes adicionais, além dos existentes em uma dietasaudável. Porém, outros estudos indicam que a inadequação do consumoenergético ainda predomina em vários grupos atléticos, revelando assim, anecessidade da suplementação e da reeducação alimentar, visto que a nutriçãoexerce papel vital no desempenho do exercício e do treinamento (PANZA et al.,

    2007). Atualmente, o consumo de suplementos alimentares no Brasil ocorre de

    forma abusiva, e os principais locais desse consumo são os ambientes de prática doexercício físico, como academias e associações esportivas. Na maioria das vezes,trata-se de um fato que ocorre em condições ilegais e sem a prescrição ouorientação de um profissional qualificado (GONÇALVES et al., 2011).

    A suplementação nutricional é definida como o consumo pontual de umnutriente objetivando efeito determinado. Esta suplementação que supera a

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    ingestão diária recomendada dos diversos nutrientes possui efeitosdesejáveis e outros colaterais (HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2008, p. 40).

    De acordo com Hirschbruch e Carvalho (2008), somente é justificável o

    consumo de suplementação, quando não se consegue alcançar a ingestãorecomendada de um determinado nutriente, ou quando se deseja elevar consumo dealgum nutriente com objetivos específicos.

    O interesse pela suplementação tem aumentado devido à grande procurapor práticas dietéticas que possam aperfeiçoar o rendimento esportivo, entretanto,ainda falta conhecimento sobre as condutas alimentares adequadas para cada tipode treinamento (PANZA et al., 2007). Outro fator que leva à busca pela

    suplementação associado à prática do exercício é o objetivo de causar alteraçõesestéticas, tais como aumentar a força e a massa muscular (OLIVEIRA et al., 2006).

    É possível buscar no suplemento a mesma equivalência nutricional doalimento, e vice-versa. Portanto, o suplemento pode ser uma opção quando omesmo equivaler ao alimento necessário ao respectivo momento, ou em situaçõesem que houver necessidade de aumento de calorias (HERNANDEZ et al., 2009).

    Estudos sugerem que, apesar dos desportistas terem demonstrado interesseem melhorar o desempenho através do uso de suplementos nutricionais, a ingestãodietética dos nutrientes fundamentais para a manutenção muscular foi negligenciada(PANZA et al., 2007).

    1.2.1 Proteína

    Segundo Panza et al. (2007), as proteínas tem função essencial no reparo ecrescimento muscular, relativa contribuição no metabolismo energético, bem comodesempenham um papel essencial no reparo de microlesões muscularesdecorrentes da prática esportiva.

    As necessidades de sua ingestão aumentam conforme o tipo de exercíciopraticado, sua intensidade, duração e frequência, onde os exercícios de força

    exigem maior consumo proteico dos que os de resistência. Além disso, elas intervêmna manutenção da glicose sanguínea, através da gliconeogênese hepática, em

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    exercícios de longa duração. Entretanto, somente serão utilizadas quandoestritamente necessárias, sendo a última opção de fonte energética (JUNIOR;LOPES, 2008; HIRSCHBRUCH; FISBERG; MOCHIZUKI, 2008).

    Em função da proteína ser o regulador mais importante do metabolismoproteico, sua qualidade e a sua composição sempre devem ser consideradas. Aminoácidos como arginina, lisina e glutamina são estimulantes de hormôniosanabólicos e os aminoácidos de cadeia ramificada têm papel fundamental naregulação metabólica da síntese protéica muscular (MAESTÁ et al., 2008).

    Recomenda-se que o consumo de proteínas de 1,2 a 1,7 g/Kg de peso aodia, ou 12 a 15% do valor calórico total da dieta (PANZA et al., 2007). Tarnopolsky

    apud Panza et al. (2007) comenta em um estudo que atletas de resistênciaenvolvidos em treinamento de moderada intensidade necessitam de uma ingestãoprotéica de 1,1g/kg de peso ao dia; e que atletas de força podem necessitar de 1,6 a1,7 g/Kg de peso ao dia. Segundo Hernandez et al. (2009), indivíduos ativos teriamsua demanda proteica atingida com 1,2 a 1,4 g/Kg de peso ao dia. De acordo comesse mesmo autor, quando o objetivo for hipertrofia muscular, tanto atletas comoindivíduos praticantes de academia, teriam sua demanda atendida com, no máximo

    1,8 g/Kg de peso ao dia, sendo tais quantias contempladas por uma alimentaçãoequilibrada.

    A Academia Nacional de Ciências definiu, em 2002, que não há necessidadede consumir proteína adicional para indivíduos saudáveis que pratiquem atividadede força ou de resistência (MORAIS; MEDEIROS; LIBERALI, 2008). A SociedadeInternacional de Nutrição Esportiva considera que há maior necessidade doconsumo de proteínas para os indivíduos praticantes de exercício físico, devido às

    proteínas utilizadas à síntese protéica após o exercício, e, ainda, porque as mesmascontribuem para o fornecimento de energia no exercício de resistência. Já noprocesso de hipertrofia, a proteína atua na síntese de tecido (SAZENIAN et al., 2009apud CAMPBELL et al., 2007).

    Deve se considerar também a digestibilidade da proteína a ser oferecida, oseu valor biológico e a capacidade de absorção proteica (MORAIS; MEDEIROS;LIBERALI, 2008).

    O consumo de proteína após o exercício físico de hipertrofia é recomendadopara o aumento da massa muscular, desde que combinado com a ingestão decarboidratos. Portanto, recomenda-se uma proporção de 10 gramas de proteína

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    para cada 20 gramas de carboidrato, consumo que deve estar adequado com aingestão protéica e calórica total da dieta (HERNANDEZ et al., 2009).

    Os desportistas devem ser orientados sobre adequação à proteína, uma vez

    que o consumo excessivo não contribui para o aumento da massa magra, além depossuir um limite de acúmulo de proteínas nos tecidos (HERNANDEZ et al., 2009).

    1.2.2 Carboidrato

    O consumo adequado de carboidrato é fundamental para manter osestoques iniciais de glicogênio muscular, para a manutenção dos níveis de glicosedurante o exercício e para a adequada reposição de glicogênio na recuperação. Ocarboidrato também atua melhorando a resposta do sistema imunológico, devido àsalterações negativas ocasionadas pelo exercício (PANZA et al., 2007).

    Junior e Lopes (2008) afirmam que os carboidratos desempenhamimportantes funções no organismo, considerando-se que atuam como fornecedoresdiretos de energia, fazendo com que a proteína seja poupada durante o exercício. Além disso, participam de compostos estruturais e são essenciais para o bomfuncionamento do sistema nervoso.

    A alimentação adequada, em relação aos carboidratos, contribui para amanutenção do peso corporal e à adequada composição corporal, desse modo,aumentando os resultados do treinamento e contribuindo para a manutenção dasaúde (HERNANDEZ et al., 2009).

    A escolha do tipo de carboidrato a ser ingerido antes do exercício deverespeitar as características gastrintestinais individuais dos atletas. Deve-se terconhecimento do índice glicêmico dos alimentos, e assim, consumir o carboidratoadequado para cada ocasião. Esses podem ser de baixo, médio ou alto índiceglicêmico (SOUZA Jr., LOPES, 2008).

    Segundo Hirschbruch, Fisberg e Mochizuki (2008), no período antes doexercício, deve-se consumir carboidratos de baixo a médio índice glicêmico, com afinalidade de prevenir um aumento súbito da concentração sanguínea de glicose.

    Esse aumento súbito da insulinemia, juntamente com a contração muscularocasionada pelo exercício, pode acarretar em hipoglicemia reativa. No exercício

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    físico prolongado, recomenda-se o consumo de alimentos de médio índice glicêmico,pois facilitam o esvaziamento gástrico. Após o exercício físico, recomenda-se oconsumo de carboidratos de alto índice glicêmico; pois, nesse momento, o

    organismo encontra-se extremamente estimulado à captação de glicose, devido àcontração muscular, sendo que esses carboidratos promovem maior incorporaçãode glicose como glicogênio muscular, o que facilita a recuperação.

    As necessidades de carboidrato variam de forma significativa para cadaindivíduo, principalmente, com o grau de exercício físico praticado e ascaracterísticas antropométricas. Portanto, quanto maior a intensidade do exercício,maior será a participação do carboidrato como fonte de energia (SOUZA Jr., LOPES,

    2008).Hernandez et al. (2009) recomenda o consumo de 5 a 8g/Kg de peso ao dia,

    chegando até a 10 g/Kg de peso ao dia em atividades de longa duração, com afinalidade de otimizar a recuperação muscular; ou a porcentagem de ingestão decarboidrato de 60 a 70% do valor calórico total da dieta para indivíduos de altaperfomance.

    É recomendado o consumo de carboidrato após o exercício, já que as

    reações metabólicas e hormonais decorrentes do treinamento de força continuamatuando algumas horas após o treinamento, e que esse consumo resulta em maiorresposta dos hormônios anabolizantes envolvidos na síntese protéica. Sendo assim,o consumo adequado de carboidrato após o treino maximiza as respostasanabólicas e recuperativas do organismo, com isso otimizando o ganho de massamagra (SOUZA Jr., LOPES, 2008).

    1.2.3 Lipídeo

    O lipídeo é a maior fonte de energia para a atividade física, sendo que ahabilidade de utilizá-lo durante o exercício pode contribuir à melhora dodesempenho. No ser humano, apresenta-se nas formas de lipídeos intramusculares,tecido adiposo e lipoproteínas séricas, ou os lipídeos consumidos nas refeições

    antes ou durante o exercício físico. Portanto, o que vai influenciar na fonte degordura a ser utilizada é o nível de treinamento, o tipo de exercício, a sua

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    intensidade e duração, reservas de lipídeos intramusculares disponíveis, habilidadede mobilizar e transportar os ácidos graxos do tecido adiposo para as célulasmusculares, composição da refeição pré-treino, disponibilidade de glicogênio,

    quantidade de carboidrato e lipídeo ingerido durante o exercício e o gasto totalocasionado pela atividade (PANZA et al., 2007).

    A quantidade de lipídeo utilizado como fonte de energia tende a diminuirquando a intensidade do exercício aumenta e quando comparado com oscarboidratos, armazenados na forma de glicogênio, os lipídeos são mobilizados eoxidados de forma mais lenta durante o exercício (HERNANDEZ et al., 2009). Bieseket al. (2010) considera que a utilização predominante do lipídeo como fonte de

    energia é limitada aos exercícios de leve a moderada intensidade, correspondendo avalores inferiores a 65% do volume máximo de oxigênio. Além disso, o lipídeo tendea ser mais utilizado nos exercícios de longa duração, tornando-se o substratopredominante no fornecimento de energia, em exercícios com duração superior anoventa minutos.

    A mobilização e oxidação de reservas de lipídeo como fonte de energiadurante o exercício sofre influência do consumo de carboidratos, pois, quando

    possuem reservas adequadas no organismo, se tornam a principal fonte produtorade energia. Sendo que o carboidrato é a principal fonte de energia em exercíciosintensos, uma vez que esses podem ser rapidamente mobilizados e oxidados para aprodução de energia e para as contrações musculares intensas, o que não ocorrecom os lipídeos (PANZA et al., 2007).

    O consumo de lipídeos não deve ser negligenciado, pois são as principaisfontes de vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos essenciais, além de ser o estoque

    de energia corporal para os treinamentos intensos e de longa duração (SOUZA Jr.,LOPES, 2008) A necessidade diária de lipídio adequada é de 25 a 35% do valor calórico

    total da dieta. O consumo inferior a 15% produz efeitos negativos e pode nãocompreender a ingestão dos ácidos graxos essenciais (PANZA et al., 2007). Bieseket al. (2010) comenta ainda que o consumo inadequado de lipídeos diminui odespenho do desportista devido à redução significativa dos estoques detriglicerídeos intramusculares. Já o consumo adequado de lipídeos atua narecuperação muscular, na prevenção de lesões musculares e na manutenção daintegridade do sistema imunológico. Esse autor relata também que a ingestão de

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    lipídeos deve ser preferencialmente oriunda de ácidos graxos mono e poli-insaturados, compreendendo de 70 a 80% do total de lipídeos ingeridos e que aingestão de colesterol não deve ser superior a 300 mg por dia.

    1.2.4 Micronutrientes

    O exercício pode causar alterações no metabolismo dos micronutrientes,interferindo tanto na distribuição como na sua excreção. Porém, uma dieta variada e

    balanceada consegue suprir todas as necessidades de micronutrientes exigidas pelotreinamento (PANZA, 2007).

    Barbosa et al. (2010) destaca que a necessidade de micronutrientes éatingida através da alimentação balanceada, diversificada em alimentos e com oaporte calórico suficiente para atender à demanda energética do desportista,devendo-se considerar que o aumento do exercício implica em uma maiornecessidade de vitaminas e minerais.

    Estudos demonstram que a maior deficiência de micronutrientes ocorre napopulação feminina de desportista, pois esse público geralmente realiza restriçõescalóricas na dieta, o que ocasiona déficit de vitaminas e minerais (BARBOSA et al.,2010).

    1.3 SUPLEMENTOS

    Os suplementos alimentares são produtos destinados a complementar oconteúdo de energia, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais,fibras da dieta, dependendo das necessidades individuais, as justificativaspara o uso de suplementos alimentares são pautadas na necessidade desuprir as necessidades nutricionais induzidas por uma dieta inadequada oupara sustentar o aumento da necessidade energética e de nutrientesessenciais promovido pelo treinamento físico e para melhorar aperformance (NAZAR, 2011, p. 1).

    Segundo Hirschbruch e Carvalho (2008), os suplementos alimentares são

    divididos em ergogênicos e repositores. Os suplementos ergogênicos são aquelesque podem promover aumento do desempenho físico, além da capacidade

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    fisiológica. Os suplementos repositores são utilizados em situações específicas, coma finalidade de garantir a capacidade máxima de desempenho fisiológico.

    Pode-se encontrar os mais variados tipos de suplementos, para diversas

    finalidades, disponibilizados para qualquer indivíduo, sem um controle adequado,sendo possível classificá-los em alguns grupos principais: suplementos vitamínicos eminerais, energizantes, reidratantes, proteicos, hipercalóricos, metabolizadores degordura, produtos à base de fibras e aminoácidos de cadeia ramificada(GASPAROTTO; JÚNIOR, 2008).

    Um fator muito importante no consumo de suplementos é o esvaziamentogástrico, que deve prevenir efeitos indesejados como desconforto gástrico, náuseas,

    vômitos e queda do desempenho. Sendo indicado nesse caso o consumo delíquidos com baixo teor de calorias, uma vez que apresentam adequada absorçãointestinal (HERNANDEZ et al., 2009).

    O consumo adequado de proteínas deve ser obtido através da alimentaçãobalanceada e variada. Porém, quando seus níveis não são atingidos, asuplementação é uma forma prática e eficaz de adequar a ingestão de boaqualidade e biodisponibilidade de aminoácidos essenciais (HERNANDEZ et al.,

    2009). A função principal da proteína no exercício ocorre durante o período de

    recuperação, indicando que a melhor resposta à suplementação de proteínas ocorreno período após o treinamento (MORAIS; MEDEIROS; LIBERALI, 2008).

    Os suplementos proteicos são os mais utilizados entre os praticantes deatividade física, com o objetivo de: aumentar o balanço nitrogenado diário; aumentara ressíntese de ATP após o treinamento; evitar a anemia esportiva através do

    aumento da síntese de hemoglobina, mioglobulina e enzima oxidativas durante oexercício aeróbio; melhorar a recuperação tecidual e a resposta imunológica doorganismo, entre outros (American Dietetic Association Dietitians of Canada, 2007apud MORAIS; MEDEIROS; LIBERALI, 2008).

    Entretanto, esse tipo de suplemento consumido após o exercício físicosomente trará benefícios se houver o consumo combinado de carboidrato, pois oprocesso de síntese protéica somente ocorre com a regularização da glicemia. Alémdisso, as proteínas consumidas serão utilizadas para geração de glicose, quandoessa não estiver disponível. Portanto, a suplementação de proteínas é recomendadaapenas quando a glicemia estiver normalizada, considerando-se que haverá maior

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    direcionamento para os processos metabólicos e menos estímulo para degradação(HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2008).

    O consumo excessivo de proteínas pode acarretar sérios danos à saúde,

    como problemas hepáticos e renais, aumento da gordura corporal, desidratação,ocasionar balanço negativo de cálcio e induzir a perda de massa óssea (DELAI;SANTOS, 2011).

    O consumo de suplementos a base de carboidratos durante o exercíciofísico faz com que a captação de glicose pelos músculos aumente, gerandodiminuição da degradação do glicogênio hepático, e possivelmente, do glicogêniomuscular. Sendo assim, o glicogênio hepático é economizado para o final da

    atividade, e a ingestão de carboidrato no período de trinta minutos antes de iniciar oprocesso da fadiga faz com que esse glicogênio seja retardado (SOUZA Jr.; LOPES,2008).

    A ingestão de carboidratos durante a atividade prolongada (acima de umahora), em exercícios intermitentes e de alta intensidade, melhora o desempenhofísico e retarda a fadiga, através da preservação do glicogênio hepático, além deprevenir a queda da glicemia após duas horas de exercício. Esse processo ocorre

    devido ao aumento da disponibilidade de glicose sanguínea, que mantém ocarboidrato como principal fonte de energia durante o exercício (HERNANDEZ et al.,2009).

    Jeukendrup (2008) relata que a suplementação de carboidratos emexercícios intensos ocasiona um efeito positivo no sistema nervoso central. Alémdisso, esse tipo de suplementação é mais vantajoso durante a atividade física,quando comparado à suplementação de lipídeos e proteínas, em função do

    esvaziamento gástrico mais rápido.Os suplementos de carboidratos não apresentam grande influência emrelação à forma física na qual é consumido. Acredita se, porém, que há um limite decapacidade do organismo em oxidar os carboidratos exógenos, o que, teoricamente,pode estar associado à quantidade de suplemento ingerido, à velocidade doesvaziamento gástrico, à absorção intestinal e à capacidade do músculo em captar eutilizar a glicose (HERNANDEZ et al., 2009).

    Os efeitos colaterais que ocorrem durante o exercício, devido ao consumoexcessivo de carboidrato, estão associados diretamente à intensidade e duração doexercício, o estado de hidratação do indivíduo, as condições ambientes, a resposta

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    de adaptação, entre outros. Estudos demonstram que esses sintomas dedesconforto gástrico ocorrem mais comumente entre as mulheres. A mistura idealpara esse tipo de suplemento deve conter glicose, frutose e sacarose

    (JEUKENDRUP, 2008).Não é recomendada a utilização de suplementos a base de lipídeos como

    fonte imediata de energia, pois os mesmo permanecem no trato gastrointestinal pormaiores períodos antes de serem absorvidos, quando comparados aos suplementosde carboidratos e proteínas. No entanto, podem ser utilizados como fonte de energiano período após o exercício (BIESEK et al., 2010).

    O órgão responsável pela regulamentação e controle de suplementos dos

    Estados Unidos (Food and Drug Administration ) estimou que, atualmente, existe nomercado 29.000 suplementos diferentes, e que a cada ano sejam lançados cerca de1.000 produtos novos. Os mesmos estavam disponíveis ao consumidor em lojas deprodutos naturais, farmácias, lojas esportivas, vendas pelo correio e internet, entreoutros (HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2008).

    Uma Universidade de Brasília realizou, em 2002, uma pesquisa com 305suplementos alimentares, onde se observou que 51,1% eram vendidos em locais de

    acesso para todos os públicos. Além disso, esses suplementos não possuíamregistro do Ministério da Saúde, e os 26% que possuíam registro, não estavamadequados em relação às informações contidas nos rótulos, necessárias aoconsumidor (HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2008).

    Um dos fatores também relacionado com o consumo de suplementosalimentares é a dismorfia muscular, sendo que os indivíduos com esse transtornoapresentam baixa quantidade de tecido adiposo. Foi comprovado em um estudo que

    a suplementação tem relação com o surgimento da dismorfia muscular, e que osindivíduos que praticam musculação e que apresentam dismorfia muscularapresentam maior consumo de suplementos do que os indivíduos nas mesmascondições, sem o transtorno (LIMA; MORAIS; KIRSTEN, 2010).

    A leitura correta dos rótulos também exerce papel fundamental no consumodos suplementos, pois os mesmo são obrigados por lei a garantir as informações deconsumo adequado. Porém, foram analisados 75 produtos de diversos fabricantesutilizados em nutrição esportiva, onde 9% continham substâncias diferentes dasindicadas pelo rótulo, sendo que alguns apresentaram efedrina e cafeína.Constatou-se que 10 a 15% dos suplementos podem conter substâncias não

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    legalizadas para o referido tipo de produto. Esse fato demonstra que os suplementosalimentares necessitam de uma maior legislação e controle sobre a sua qualidade(HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2008).

    1.3.1 Proteína do Soro do Leite

    A proteína do soro do leite, também denominada de Whey Protein, é osuplemento com maior concentração de aminoácidos essenciais, dos quais a

    maioria são aminoácidos de cadeia ramificada, o que demonstra alto valor biológico. Além disso, apresenta em sua composição alto teor de cálcio e peptídeos bioativos.Esse suplemento está relacionado à melhora do sistema imunológico, à redução dagordura corporal, à diminuição da fadiga muscular e à melhor recuperação dasíntese protéica muscular. Estudos mais recentes estão associando a proteína dosoro do leite como antimicrobiano, anti-hipertensivo, reguladores da funçãoimunológica e do crescimento e como antioxidante, diminuindo a ação dos agentesoxidantes no músculo esquelético e aumentando o desempenho muscular (TERADAet al., 2009; HARAGUCHI; ABREU; PAULA, 2006; SAKZENIAN et al., 2009; RAMOSet al., 2011).

    O Whey Protein tem sido muito utilizado por desportistas e pesquisasdemonstram que seu consumo é associado à hipertrofia muscular, relacionadadiretamente com a sua composição de aminoácidos e a sua rápida absorção. Essesuplemento atua também sobre a liberação de hormônios anabólicos como ainsulina, o que facilita a captação de aminoácidos para o interior da célula muscular,auxiliando a síntese proteica. Além disso, os indivíduos que realizam treinamentocom peso e que consomem proteínas do soro do leite demonstram maior ganho demassa muscular do que aqueles indivíduos que não realizam a suplementação(TERADA et al., 2009; MAESTÁ et al., 2008).

    Esse suplemento apresenta rápida digestão e absorção intestinal, ocorrendoabsorção de oito a dez gramas por hora aproximadamente, o que resulta noaumento das concentrações plasmáticas de aminoácidos de forma acelerada que,

    consequentemente, estimula a síntese de proteína nos tecidos. Apresenta aindamaior anabolismo proteico, quando comparado com a proteína da soja e a caseína

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    (TERADA et al., 2009; HARAGUCHI; ABREU; PAULA, 2006; SAKZENIAN et al.,2009).

    O consumo desse suplemento durante e após o exercício físico ocasiona

    balanço proteico positivo, fornecendo aminoácidos para a síntese protéica e paraamenizar a quebra de proteínas do músculo. Além disso, apresenta uma proporçãosignificativamente semelhante de aminoácidos essenciais presentes na musculatura(HARAGUCHI; ABREU; PAULA, 2006).

    O Whey Protein apresenta em sua composição cerca de oito tipos diferentesde peptídeos, sendo esses alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina, presentes emmaior proporção e soroalbumina, imunoglobulinas e glicomacropeptídeos, presente

    em menores proporções (HARAGUCHI; ABREU; PAULA, 2006; SAKZENIAN et al.,2009; RAMOS et al., 2011).

    Estudos demonstram que, após o exercício, ocorre uma queda naconcentração de aminoácidos intracelulares e nos músculos, sendo então a ingestãode proteínas ou aminoácidos recomendada. Assim, este tipo de suplementoapresenta vantagens, já que apresenta rápida absorção e digestibilidade. A ingestãode proteína do soro do leite e carboidratos após o exercício aumenta

    significativamente os níveis plasmáticos de sete aminoácidos essenciais (TERADAet al., 2009; RAMOS et al., 2011).

    Segundo Ramos et al. (2011), a diminuição da gordura corporal acarretadapela suplementação de Whey Protein é ocasionada por mecanismos associados àsaltas concentração de cálcio, pelas altas concentrações de aminoácidos ramificadose pelo controle glicêmico, ocasionado por este tipo de suplementação.

    De modo geral, alguns autores acreditam que o possível aumento da massa

    muscular ocasionado pela suplementação de Whey Protein possa estar relacionadoprincipalmente à presença do aminoácido leucina, à rápida absorção dosaminoácidos e peptídeos no intestino e a liberação da insulina que é um hormônioanabólico (RAMOS et al., 2011).

    O consumo inadequado de suplementos a base de proteínas, como é o casodo Whey Protein, pode acarretar sérios danos à saúde, apresentando riscosmetabólicos em relação à função hepática e renal (RAMOS et al., 2011).

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    1.3.2 Maltodextrina

    Hirschbruch e Carvalho (2008) relatam que a maltodextrina tem saborneutro, baixo valor osmótico e apresenta taxa de absorção e oxidação semelhanteao da glicose.

    A maltodextrina pode ser utilizada antes de iniciar e também durante oexercício físico. Essa estratégia faz com que os níveis glicêmicos mantenham-seestabilizados e diminui a utilização do glicogênio muscular como fonte de energia,prevenindo e retardando o processo da fadiga. Sendo assim, pode ser utilizado

    como estratégia para melhorar o desempenho físico. Porém, essa suplementação érecomendada para exercícios com duração superior a uma hora, com consumo de30 a 60 gramas por hora de exercício praticado (GATTI, 2009).

    A concentração do suplemento deve ser de 8%, porcentagem que ocasionamaior lentidão na absorção e no esvaziamento gástrico, quando comparado com aconcentração de 6%. Sendo aquela absorvida pelo organismo na mesma rapidezque a água e que apresenta melhora na resistência ao exercício, devido ao aumentodo substrato energético para o músculo. Os suplementos de carboidrato comconcentração de 5% não estão associados à melhora do desempenho, e aquelescom concentração superior ou igual a 10% estão relacionados a câimbrasabdominais, náuseas e diarreia (HERNANDEZ et al., 2009; JEUKENDRUP, 2008).

    Essa suplementação também pode ser utilizada após o exercício físico, parapotencializar a restauração do glicogênio hepático e muscular. Sendo recomendadoo consumo de 1 a 1,5 gramas de carboidrato a cada Kg de peso, imediatamenteapós o exercício e em intervalo de duas horas até a próxima refeição (GATTI, 2009).

    A maltodextrina possui taxa de absorção mais rápida (correspondendo a 60gramas por hora), em comparação com a frutose, galactose, isomaltulose, trealose eamilose (correspondento a 30 gramas por hora). Porém, estudos têm comprovadoque o consumo simultâneo de carboidratos é mais eficiente do que o consumounitário, pois resulta em menores níveis de carboidrato no intestino, o que podediminuir as alterações osmóticas e má-absorção, apresentando menor incidência dedesconforto gástrico (HERNANDEZ et al., 2009; JEUKENDRUP, 2008).

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    2 METODOLOGIA

    2.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

    Foi realizada uma pesquisa de caráter exploratória, descritiva e quantitativa.Segundo Prodanov e Freitas (2009), pesquisa exploratória é o estudo com a

    finalidade de proporcionar mais informações sobre o assunto, envolvendolevantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos que estimulam areflexão. Já a pesquisa descritiva ocorre quando o pesquisador apenas registra edescreve os fatos observados sem interferir neles, envolvendo as técnicas depadronização de coleta de dados, questionários e observação sistemática.

    2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

    Participaram deste estudo trinta indivíduos que frequentaram uma academiada região do Vale dos Sinos, no período entre março e abril de 2012. Foramincluídos desportistas de ambos os gêneros, com idade entre 18 a 37 anos, queestavam consumindo suplementos alimentares.

    A população utilizada para a coleta de dados foi composta por praticantes deatividade física, não sendo considerados atletas, mas sim, desportistas.

    Os exercícios praticados e relatados pelos participantes foram: musculação,caminhadas, corrida, punhobol, judô, natação, vôlei, futebol, futevôlei, tênis, MuayThai e pilates. Além disso, a frequência de realização dos exercícios mais citados foide quatro vezes por semana, com duração média de 1 hora e 30 minutos.

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    2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

    Foram excluídos indivíduos que não utilizam suplementos alimentares e quenão formalizarem sua participação através do Termo de Consentimento Livre eEsclarecido (TCLE) (APÊNDICE A).

    2.4 ASPECTOS ÉTICOS

    A coleta de dados teve início após a aprovação do Comitê de Ética ePesquisa da Universidade Feevale.

    Os participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa e osprocedimentos da coleta de dados, e formalizaram sua participação através daassinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A).

    2.5 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA

    As informações foram coletadas pela acadêmica em dias e horáriosdistintos, previamente agendados com os participantes. Esse agendamento foirealizado com o auxílio do responsável técnico da academia, sendo que o mesmoindicou os consumidores de suplementos alimentares e os horários mais

    frequentados pelos mesmos.O levantamento de dados foi realizado através de uma avaliação do hábito

    alimentar e análise do consumo de suplementos.Para a coleta de dados foi aplicado o Questionário de Frequência Alimentar

    (APÊNDICE B), o Recordatório de 24 horas (APÊNDICE C) e a entrevista sobre oconsumo de suplementos (APÊNDICE D).

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    2.6 ANÁLISE DOS DADOS E TRATAMENTO ESTATÍSTICO

    Para calcular as calorias e macronutrientes consumidos foi utilizado oSoftware DietWin Profissional e os valores comparados com as recomendações dapirâmide alimentar adaptada à população desportista.

    Para a análise estatística, os dados foram tabulados em planilha do MSExcel. Posteriormente, foi realizada uma análise dos mesmos, com o auxílio doprograma estatístico SPSS (Statistical Package for Social Science) versão 20.

    As variáveis quantitativas foram apresentadas na forma de média, desvio

    padrão, frequência e percentual.O teste realizado para análise estatística foi o Qui-Quadrado, com

    significância de 5%.

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    3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

    3.1 CARACTERÍSTICA DA AMOSTRA

    Participaram da pesquisa 30 indivíduos, sendo 22 do gênero masculino(73,3%) e 8 do gênero feminino (26,7%), com idade compreendida entre 18 e 37anos (± 5,9 anos), como pode ser observado na tabela abaixo.

    Tabela 1 – Características da Amostra

    Frequência Percentual Percentual VálidoMasculino 22 73,3 73,3Feminino 8 26,7 26,7Total 30 100,0 100,0

    3.2 CONSUMO DE SUPLEMENTOS

    Com relação ao consumo de suplementos, observou-se que os maisconsumidos são os suplementos proteicos e à base de carboidratos. O consumo deWhey Protein é de 60% da amostra, maltodextrina 40%, creatina 16,7%, BCAA13,3%, Deca Protein e Complexo Vitamínico 6,7% e cafeína, glutamina, tiamina,colágeno, Nano Vapor e Nutri Mass 3,3%, como observado no gráfico 1.

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    3,3% 3,3% 3,3% 3,3%6,7% 6,7%

    16,7%

    3,3% 3,3%13,3%

    60,0%

    40,0%

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Gráfico 1 – Tipos de suplementos consumidos pelos frequentadores da academia em estudo.

    Observou-se nesse estudo que os homens consomem mais suplementos doque a mulheres, sendo a amostra composta por 73,33% de homens (22 indivíduos)

    e 26,67% de mulheres (8 indivíduos). Esses resultados também foram encontradosem um estudo realizado por Hirschbruch, Fisberg e Mochizuki (2008), que constatouainda que os adolescentes tendem a consumir mais suplementos do que os adultos jovens e que o consumo significativo se encontra nos desportistas que se exercitamhá mais tempo, permanecem por maiores períodos na academia e em indivíduosque conhecem alguém que consome algum tipo de suplemento.

    Em relação aos motivos do uso da suplementação pela população

    masculina, 21% dos homens utilizavam suplementos pela estética; 27% com oobjetivo de aumentar o desempenho no treino; 11% pela saúde e 41% visando aobtenção de resultados mais rápidos. Já entre as mulheres 69% utilizamsuplementos pela estética e 31% por motivo de saúde (NAZAR, 2011).

    Silva et al (2010) observaram em uma pesquisa com 87 desportistas, onde26 indivíduos utilizavam suplementação, que 80% consumiam suplementos à basede proteínas e que 19,2% consumiam suplementos à base de carboidratos.

    Acredita-se que tal preferência esteja relacionada à pratica de atividadepredominante nas academias, que é a musculação. Sendo que apenas 14%

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    possuíam orientação de profissional qualificado, o que demonstra que a grandemaioria dos desportistas realizam auto-prescrição no consumo de suplementos.

    Pereira e Stella (2010) realizaram um estudo parecido sobre a indicação da

    suplementação com 200 desportistas que praticavam musculação. Esse indicou que32% utilizavam suplementos pela indicação de amigos, 47% receberam informaçõespor parte do professor da academia, 11% foram orientados por nutricionistas, 6%obtiveram informações através da internet, televisão e outros tipos de meio decomunicação e 1% não receberam nenhum tipo de indicação. Também considerou afrequência da utilização do suplemento alimentar associado ao treinamento demusculação e constatou que 47% dos praticantes fazem seu uso regularmente; 46%

    fazem o uso esporádico e 7% realizam cargas de manutenção ou intervaladamente.Constatou ainda que os suplementos mais utilizados são Whey Protein, seguidos daMaltodextrina e Creatina.

    Estudos demonstram que o consumo de proteína do soro do leite e decaseína antes do treinamento com peso eleva, significativamente, a concentração deinsulina, com efeito positivo sobre o balanço proteico, através do estímulo da sínteseprotéica e pela maior disponibilidade de aminoácidos. Ainda, a proteína do soro do

    leite diminui o catabolismo e favorece o anabolismo proteico (MAESTÁ et al., 2008;RAMOS et al., 2011).

    Uma pesquisa realizada com praticantes de academia e consumidores dosuplemento Whey Protein demonstrou que o maior objetivo para o seu uso é oaumento da massa muscular. Desses, 83,36% apresentaram consumo diáriosuperior ao recomendado pelo Consenso da Sociedade Brasileira de Medicina doEsporte de 2009; em 9,09% dos indivíduos havia ingestão proteica inferior ao

    recomendado e apenas 4,54% apresentaram consumo adequado (DELAI; SANTOS,2011). Os mesmos objetivos para o consumo do Whey Protein foram relatados noestudo realizado por Simony et al. (2010) que utilizaram como amostra cinquentauniversitários.

    Fayh et al. (2007) realizaram estudo sobre a suplementação demaltodextrina, utilizando oito indivíduos em treinamento de força e com o consumode maltodextrina e placebo em diferentes dias. Foi observado que a suplementaçãode carboidrato antes do exercício de força pode não ser eficaz para o aumento dodesempenho físico.

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    Entretanto, um estudo realizado em atletas de resistência, durante oexercício prolongado, com suplementação de maltodextrina a 8%, demonstrou quehouve retardo da fadiga e aumento de 30% no tempo para atingir a exaustão. Além

    disso, a degradação da ATP no músculo foi menor quando essa é comparada aoconsumo de água (GATTI, 2009).

    Pacheco et al. (2009) realizaram uma pesquisa sobre o consumo demaltodextrina com indivíduos diabéticos, para testar o consumo dessasuplementação como prevenção da hipoglicemia. Os resultados demonstraram quea maltodextrina foi eficiente para minimizar os efeitos esperados pela hipoglicemia.

    Outro fator de extrema importância é o profissional que vai indicar a

    suplementação, pois atualmente os únicos profissionais legalmente habilitados ecapacitados para este tipo de prescrição são os médicos e as nutricionistas. Aautorização para os profissionais da área da nutrição realizaram esta prescrição estadescrita na Resolução CFN n° 320, de 2 de dezembro de 2003.

    Um estudo realizado com 30 instrutores de academia sobre o uso desuplementação, a indicação e a orientação para o seu consumo sinalizou que 30%(9 indivíduos) já indicaram suplementos alimentares; 7% (2 indivíduos) indicam com

    frequência; 23% (7 indivíduos) indicam esporadicamente e 70% (21 indivíduos)realizaram tal indicação. O estudo indicou ainda que 50% dos instrutores deacademia têm opinião favorável ao uso da suplementação, 40% não são favoráveisao seu consumo e 10% são indiferentes. Muitos também desconheciam qual seria oprofissional adequado para realizar tal tipo de orientação (GASPAROTTO; JÚNIOR,2008).

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    3.3 PERFIL ALIMENTAR

    Os dados do Recordatório de 24 horas foram analisados separadamenteconforme o gênero. Para o valor calórico total diário foram considerados os valorespreconizados por Biesek et al. (2009), conforme a pirâmide alimentar adaptada para

    a população desportista. Sendo assim, considera-se ideal o consumo de 2.800 Kcalpara os homens e o consumo diário de 2.200 Kcal para as mulheres. Para ambos osgêneros foi considerado 200 Kcal como limite superior ou inferior para o ideal.Portanto, nesta pesquisa considerou-se adequada a ingestão de 2.600 a 3.000 Kcalpara os homens e 2.000 a 2.400 Kcal para as mulheres.

    Observa-se na amostra que 16 indivíduos (53,3%) consomem caloriasabaixo do preconizado para o valor calórico total diário; 12 indivíduos (40%) realizamingestão calórica adequada e 2 indivíduos (6,7%) apresentam consumo calóricomaior do que o ideal, independente do gênero, sendo que o consumo mínimo totalfoi de 979 Kcal, consumo máximo de 5.755 Kcal e consumo médio de 2.446,13 Kcal(Gráfico 2).

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    Valor Calórico

    979,00 Kcal

    5755,00 Kcal

    2446,13 Kcal

    Consumo Mínimo Consumo Máximo Consumo Médio

    Gráfico 2 – Valor calórico total médio consumido na população em estudo, de acordo com o

    Recordatório de 24 Horas, em Kcal.

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    Para o consumo de macronutrientes, foram considerados os valoresutilizados para indivíduos saudáveis com adaptações, pois a amostra não se

    compõe de atletas, mas sim de desportistas. Sendo assim, inferiu-se comoadequado o consumo de 55 a 60% de carboidrato, 10 a 15% de proteína e 25 a 35%de lipídeos.

    Quanto à análise do consumo de carboidratos, observou-se consumo médiode 48,84% (± 8,56), sendo abaixo do preconizado; o consumo mínimo encontrado foide 27,30% e o máximo de 62,89%. Em relação as proteínas, constatou-se oconsumo acima do recomendado, apresentando ingestão entre 11,58% e 32,81% e

    consumo médio de 19,83% (± 5,14). Já o consumo médio de lipídeos foi adequado(31,25%, ±6,05), apresentando consumo mínimo de 20,24% e máximo de 43,83%(Gráfico 3).

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    Carboidrato Proteína Lipídeo

    27,30

    11,5820,24

    62,9

    32,8

    43,848,8

    19,8

    31,3

    Consumo Mínima Consumo Máxima Consumo Médio

    Gráfico 3 – Percentual médio macronutrientes encontrados no Recordatório de 24 Horas.

    Estudo realizado pela AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA)demonstra que o consumo de suplementos alimentares utilizados por desportistascresceu acentuadamente nos últimos anos, sendo que o Estatuto do Colégio Americano de Medicina do Esporte (Associação Dietética Americana e NutricionistasCanadenses) preconiza a adoção de uma dieta equilibrada e variada, para a

    adequação dos nutrientes recomendados como a melhor estratégia nutricional àpromoção da saúde. Recomenda, ainda, a busca de evidências com bases

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    científicas da eficiência de suplemento antes deste fazer parte da dieta habitual doindivíduo ( AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION apud SAKZENIAN et al., 2009, p.59).

    Deve-se considerar também que há um limite para a absorção da proteínaingerida, conforme observado no estudo de Oliveira et al, (2006), onde asuplementação de 4 g de proteína/Kg de peso/dia não mostrou benefícios para oganho de massa muscular.

    Estudo realizado por Maestá et al. (2008) demonstra que não há benefíciosadicionais em uma dieta que contenha consumo superior há 1,8 gramas/Kg de pesoao dia de proteína. Os mesmos resultados foram encontrados por Ramos et al,

    (2011), revelando que esses benefícios adicionais são observados quando aingestão protéica aumenta de 0,89 g/Kg de peso ao dia para 1,4 g/Kg de peso aodia.

    Uma pesquisa de campo realizada entre os anos de 1995 e 2007, sobre asuplementação de proteínas e o treinamento de força, incluindo doze artigoscientíficos, demonstrou que 83% dos estudos selecionados obtiveram efeitosbenéficos com esse tipo de suplementação e que 17% dos estudos não encontraram

    necessidades de suplementação protéica nos indivíduos pesquisados. Ainda, que osmelhores resultados de aumento de força e massa corporal foram encontrados nautilização combinada de proteínas, carboidratos e creatina, onde o melhor momentopara a suplementação foi após o exercício. Observaram também que a melhorcaptação de aminoácidos ocorre quando consumidos com glicose ou sacarose(MORAIS; MEDEIROS; LIBERALI, 2008).

    3.4 HÁBITO ALIMENTAR

    A aplicação do Questionário de Frequência Alimentar permitiu observar nogrupo dos carboidratos que os alimentos integrais (arroz integral, aveia, barra decereal, granola, linhaça, massa integral e pão integral) são raramente consumidos.Nos demais alimentos, prevaleceu a frequência de consumo de 2 a 4 vezes por

    semana (Gráfico 4).

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    Gráfico 4 – Frequência do consumo de Carboidratos

    Ao analisarmos o consumo de frutas observamos um baixo consumo, vistoque esse item não foi mencionado com frequência significativa. Quandomencionadas, as frutas mais consumidas são abacaxi, banana, laranja, maçã e uva,com frequência de 2 a 4 vezes por semana (Gráfico 5).

    Gráfico 5 – Frequência do Consumo de Frutas

    Com relação ao consumo de hortaliças, ocorreu o mesmo perfil relatado noconsumo de frutas, ou seja, baixo consumo, sendo que os mais citados foram alface,beterraba, cenoura e tomate, com frequência de 2 a 4 vezes por semana (Gráfico 6).

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    Gráfico 6 – Frequência do Consumo de Hortaliças

    Quanto ao consumo de lácteos e derivados, ficou evidente a baixa ingestãodos derivados do leite, sendo mencionados raramente. Porém, o consumo do leiteintegral está adequado, com frequência diária; e o queijo mozarela com frequência

    de 2 a 4 vezes por semana (gráfico 7).

    Gráfico 7 – Frequência do Consumo de Leites e Derivados

    O consumo de proteínas esta de acordo com o preconizada e demonstravariação entre a ingestão de carnes, sendo a maior frequência encontrada de 2 a 4

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    vezes por semana, com exceção da carne suína. Observa-se, ainda, que alimentosembutidos foram pouco mencionados (Gráfico 8).

    Gráfico 8 – Frequência do Consumo de Proteínas

    O grupo das leguminosas demonstra clara preferência pelo feijão, sendo

    este ingerido na frequência de 2 a 4 vezes por semana. Os demais alimentos destegrupo raramente foram mencionados (Gráfico 9).

    Gráfico 9 – Frequência do Consumo de Leguminosas

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    Observa-se que o óleo da preparação culinária é o lipídeo mais utilizadopelos indivíduos, com frequência de consumo de 2 ou mais vezes ao dia. Os demaisalimentos são consumidos raramente ou nunca (Gráfico 10).

    Gráfico 10 – Frequência do Consumo de Lipídeos

    Dos alimentos com alto teor de açúcar e gordura, denominadas deguloseimas, o maior consumo encontra-se nos bolos com cobertura, chocolate erefrigerante, apresentando frequência de consumo variada e ingestão adequada. Osdemais alimentos pesquisados foram pouco mencionados (Gráfico 11).

    Gráfico 11 – Frequência do Consumo de Guloseimas

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    Apesar do motivo para o uso de suplementos não ser um objetivo dotrabalho, pelos relatos, observa-se que o maior motivo para o consumo desuplementos é o aumento de massa muscular, a diminuição do cansaço e a

    complementação da alimentação, visto que os pesquisados não apresentamalimentação adequada para as suas atividades diárias, o que é percebido pelosmesmos.

    Estudos sugerem que, apesar dos desportistas terem demonstrado interesseem melhorar seu desempenho através do uso de suplementos nutricionais, aingestão dietética dos nutrientes fundamentais para a manutenção muscular foinegligenciada (PANZA et al., 2007).

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    CONCLUSÕES FINAIS

    O tipo de suplemento mais utilizado pela amostra são os proteicos (WheyProtein, Creatina e BCAA). Porém, observa-se grande consumo de proteínas nessapopulação, através da ingestão dietética, sendo que os dados obtidos mostraramconsumo superior ao preconizado. O segundo suplemento mais utilizado é à basede carboidratos (Maltodextrina). Entretanto, a ingestão desse macronutriente atravésda alimentação é frequentemente negligenciada, e, muitas vezes, ocorre de formarestritiva.

    Conforme o Recordatório de 24 horas, percebe-se que a alimentação dessesdesportistas encontra se fora dos padrões considerados adequados, tanto no valorcalórico total, como no de macronutrientes. Além do que, pelo Questionário deFrequência Alimentar observou se, que o consumo de frutas e verduras énegligenciado, o que pode estar associado ao cansaço frequentemente referido,devido ao consumo inadequado das principais fontes de vitaminas e minerais.

    Nesta população não haveria necessidade do consumo de suplementos,visto que a amostra é composta por desportistas e não por atletas. Além disso, umaalimentação adequada em macro e micronutrientes poderia ser facilmente obtidaatravés da alimentação variada e equilibrada.

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